05-01-2011ESCOLA SECUNDÁRIA FILIPA DE VILHENA Ano lectivo 2010-11 TOXICOLOGIA É a ciência que tem como objecto de estudo o efeito adverso de substâncias químicas sobre os organismos vivos, com a finalidade principal de prevenir o aparecimento deste efeito, ou seja, estabelecer o uso seguro destas substâncias químicas. TOXICOLOGIA TÉCNICO DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO NOÇÕES DE TOXICOLOGIA Isabel Carvalho ESFV, 2011 SISTEMA BIOLÓGICO AGENTE QUÍMICO TOXICOLOGIA – CONT. A toxicologia apoia-se, em 3 elementos básicos: agente químico (AQ) capaz de produzir um efeito; • Agente químico TOXICOLOGIA – CONT. sistema biológico (SB) com o qual o AQ irá interagir para produzir o efeito; O efeito resultante que deverá ser adverso para o SB. Torna-se necessário, também, a existência de um meio adequado através do qual o SB e o AQ possam interagir; • Sistema biológico • Efeito adverso ou tóxico TOXICOLOGIA – CONT. TOXICOLOGISTA É o profissional treinado ou capacitado a estudar os efeitos nocivos produzidos pelos agentes químicos e avaliar a probabilidade do aparecimento destes efeitos. As principais tarefas do toxicologista são: a) Avaliar o risco no uso de substâncias químicas. TOXICOLOGIA – CONT. A toxicologia é uma ciência multidisciplinar, que abrange uma vasta área de conhecimento, relacionando-se estritamente com outras ciências, pois sem os conhecimentos inter-relacionados, dificilmente se poderá atingir seus objectivos: prevenir, diagnosticar tratar. b) Estabelecer os limites de segurança para o uso das mesmas. c) Realizar análises toxicológicas que permitam a monitorização e o controle dos limites de segurança estabelecidos No âmbito da toxicologia, distinguem-se várias áreas, de acordo com a natureza do agente ou a maneira como este alcança o organismo. 1 TOXICOLOGIA – CONT. provoca de um modo passageiro ou durável.quando as substâncias e preparações manuseadas podem provocar cancro ou aumentar a sua incidência Mutagénicas . simples ou mistura. Este sinal adverte para a existência de substâncias perigosas para a saúde. após penetração no organismo em dose relativamente elevada. 2 . Tóxicas para a reprodução .quando as substâncias e preparações manuseadas podem. perturbações de uma ou mais funções. num determinado local. Em suma: a noção de tóxico está normalmente associada a uma substância de origem sintética ou natural.quando as substâncias e preparações manuseadas podem aumentar a frequência de efeitos prejudiciais não hereditários na progenitura ou atentar às funções ou capacidades reprodutoras masculinas ou femininas. Sempre que num local sejam armazenadas ou manuseadas substâncias tóxicas que possam colocar em risco a saúde dos ocupantes desse local ou que exista na atmosfera concentrações consideráveis deste produtos. Cancerígenas . Uma substância é um tóxico quando.quando as substâncias e preparações manuseadas podem produzir defeitos genéticos hereditários ou aumentar a sua frequência TOXICOLOGIA – CONT. Este sinal pode estar associado às seguintes situações: TOXICOLOGIA – CONT. Muito Tóxicas . este sinal deve estar presente. mesmo em pequena quantidade e quando em contacto com a pele. orgânica ou inorgânica. TOXICOLOGIA – CONT. de uma só vez ou em várias vezes próximas umas das outras ou em pequenas doses repetidas durante muito tempo.05-01-2011 TOXICOLOGIA – CONT. que podem chegar à aniquilação completa e mesmo conduzir à morte. que actuando sobre o Homem provocam danos graves na sua saúde. causar a morte ou risco de infecções agudas ou crónicas. TOXICOLOGIA – CONT. A transpiração facilita a penetração dos tóxicos na pele. . as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas funcionam como portas de entrada naturais. Os agentes tóxicos que penetram na pele e mucosas são : nicotina. ferimentos. os sais de tálio. quando penetram por esta via. PARTÍCULAS SÓLIDAS -Poeiras. um papel de protecção contra os diferentes agentes agressivos (físicos.Fibras. ou mesmo de derivados puramente minerais. Também as alterações da pele (descamações. O mesmo se passa com os gases e vapores existentes no ambiente de trabalho. . GASOSAS -Gases. Os poros. Os perigos de inalação são tanto maiores quanto mais elevada for a temperatura. CUTÂNEA DIGESTIVA VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. derivados nitratos e aminados aromáticos. por ausência da barreira dermeepiderme e por haver um aumento das trocas sanguíneas. LÍQUIDAS -Aerossóis. mas também de substâncias tóxicas com as quais contactam. solventes clorados. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. sentir ao nível das vias respiratórias Ou os tóxicos. . muitas vezes. VIA RESPIRATÓRIA: É a via mais comum da penetração dos tóxicos presentes nos locais de trabalho. em suspensão no ar. como por exemplo. nomeadamente na pele das mãos de trabalhadores.Vapores. tetraetilchumbo. etc. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. essencialmente. O aparelho respiratório é uma porta de entrada no organismo para as partículas sólidas ou líquidas.Fumos.) facilitam a entrada de tóxicos. A absorção por feridas ou queimaduras profundas é particularmente rápida. reproduzem os seus efeitos nas outras regiões do organismo. Os efeitos nocivos fazem-se. 3 . Estas alterações.05-01-2011 VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO RESPIRATÓRIA VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. químicos e biológicos). .Neblinas. VIA CUTÂNEA (PELE E MUCOSAS): A pele tem. são consequência não só da utilização de ferramentas ou equipamentos agressivos. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS A toxicidade de uma substância ou produto no local de trabalho. Relativamente à substância ou produto tóxico podem-se enunciar as seguintes características: • composição química. 21 de Agosto D. do estômago e do intestino). dia após dia.L.L. Factores que condicionam a absorção: Morfologia local da pele Circulação sanguínea local Circulação dimensões moleculares e grau de ionização do tóxico Características de solubilidade Metabolismo intercutâneo do tóxico Reacção local com outras substâncias químicas VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. pode provocar lesões graves em órgãos afastados (rins. fixa os valores-limite de exposição definidos como: "a concentração de substâncias nocivas que representam condições às quais se julga que a quase totalidade dos trabalhadores possa estar exposta. sem efeitos prejudiciais para a saúde” 4 . deficiente higiene corporal. etc. Em relação às outras substâncias tóxicas a norma portuguesa NP1796 (revista em 2007). depende de vários factores. • características do trabalhador exposto. após trabalhos relacionados com produtos tóxicos. nº 273/89. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. de forma segura e objectiva.L. boca. No entanto.05-01-2011 VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO – CONT. de 22 de Maio SUBSTÂNCIAS TÓXICAS Cloreto de vinilo Chumbo e seus compostos Amianto Poeiras (pedreiras) CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.). A ingestão de substâncias tóxicas permite a passagem das mesmas para a corrente sanguínea (ao nível da boca. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS Existe legislação portuguesa específica para algumas das substâncias tóxicas que se podem encontrar nos locais de trabalho: DIPLOMAS LEGAIS D. nomeadamente • características da substância ou produto. com a passagem para a circulação sanguínea. olhos). de 21 de Agosto D. nomeadamente das mãos. é a concentração do tóxico. pode acontecer nas seguintes situações: manipulação incorrecta de produtos tóxicos (contaminação das mãos. VIA DIGESTIVA: Não é uma via habitual nas intoxicações relacionadas com o trabalho. • trabalho executado. ingestão de alimentos erradamente guardados em locais de trabalho contaminados. nº 162/90. • concentração O factores que pode ser controlado.L. fígado. Por outro lado a absorção dessas substâncias. nº 274/89. de 24 de Agosto D. nº 284/89. Valor limite de exposição – curta duração (VLE – CD) Concentração à qual se considera que praticamente todos os trabalhadores possam estar repetidamente expostos por curtos períodos de tempo. 4) narcose (alteração do estado de consciência devido à intoxicação por determinadas substâncias) que possa aumentar a probabilidade de ocorrência de lesões acidentais. • Flutuações das concentrações ao longo do dia de trabalho. e não devem ocorrer mais do que 4 vezes por dia. Valor limite de exposição – concentração máxima (VLE – CM) Concentração que nunca deve ser excedida durante qualquer período da exposição. • Toxicidade percutânea Quanto ao trabalho executado é importante salientar: tipo de trabalho: leve moderado pesado duração da exposição CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. desde que o valor de VLE-MP não seja excedido e sem que ocorram efeitos adversos. Assim temos: Valores limite de exposição (VLE) Concentração de agentes químicos à qual se considera que praticamente todos os trabalhadores possam estar expostos. mesmo que a média ponderada seja inferior ao valor limite. tais como: 1) irritação. sem efeitos adversos para a saúde. a toxicidade da substância são: Idade: à partida os indivíduos jovens. dia após dia. em virtude do seu peso ser menor e o seu metabolismo mais activo. Valor limite de exposição – média ponderada (VLE – MP) Concentração média ponderada para um dia de trabalho de 8 horas e uma semana de 40 horas. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. que nunca deve ser excedida durante o dia de trabalho. sem efeitos adversos para a saúde. ainda. 3) efeitos tóxicos dependentes da dose ou taxa de absorção. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. Sexo: influi muitas vezes sobre a receptividade dos tóxicos.. As características do trabalhador exposto ao tóxico. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. que podem determinar. 5 . O VLE-CD é definido como uma exposição VLE-MP de 15 min. são estabelecidos pela Norma Portuguesa (NP) 1796. pelo menos. Estas exposições devem ter um espaçamento temporal de 60 min. à qual se considera que praticamente todos os trabalhadores possam estar expostos. dia após dia. 2) lesões crónicas ou irreversíveis dos tecidos.05-01-2011 CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. as seguintes situações: • Efeitos aditivos de substâncias tóxicas com características semelhantes. Os valores . CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT.limite de concentração para os tóxicos nos locais de trabalho. Peso: a toxicidade de uma substância varia com o peso do indivíduo. auto-fuga diminuída ou reduzir objectivamente a eficiência do trabalho. A Norma prevê. Exposições superiores ao VLE-MP e inferiores ao VLE-CD não devem exceder os 15 min. tendem a ser menos sensíveis que os adultos. durante a gravidez. Intoxicação aguda quando se verificam efeitos tóxicos no organismo resultantes da absorção de doses relativamente grandes. no sistema nervoso.o estado de digestão ou de jejum tem influência sobre a intensidade da acção dum tóxico administrado numa dose determinada. TOXICIDADE AGUDA –CONT. Gravidez . reagindo anormalmente a diversos produtos. já que a toxicidade aumenta se forem vencidas as barreiras naturais de protecção e o tóxico entrar directamente na circulação sanguínea. • Digestão . provoca-se uma sobrecarga do tóxico no organismo. CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. Aconselha-se que as mulheres grávidas sejam submetidas a exposições susceptíveis de exercer efeitos nocivos.05-01-2011 CONCENTRAÇÕES E DOSES LETAIS – CONT. • Velocidade de administração: aumentando a velocidade de administração. a toxicidade de uma substância. nomeadamente. Susceptibilidade individual: alguns organismos demonstram uma maior susceptibilidade (intolerância congénita) a certas substâncias. consoante: • Via de penetração: para determinar a toxicidade é sempre importante conhecer a via de absorção do tóxico.a sensibilidade aos tóxicos aumenta. dentro de amplos limites.faz aumentar. por estarem comprometidos os processos normais de desintoxicação. Estado Patológico: As doenças podem provocar lesões nos órgãos principais do organismo e essas alterações podem favorecer a acção de tóxicos. • Substâncias associadas: A acção de um tóxico pode ser modificada por combinação de uma ou mais substâncias tóxicas • Administração anterior: acção/exposição prolongada sobre um determinado tóxico 6 . produzem-se alterações no metabolismo. Concentração: a influência da concentração sobre a toxicidade é determinante pois a absorção é mais rápida quanto maior for a concentração. muscular ou intelectual. na frequência cardíaca e no ritmo respiratório. fadiga e gravidez. TOXICIDADE AGUDA TOXICIDADE AGUDA –CONT. a toxicidade de uma substância pode variar. Por acção do trabalho. Estado fisiológico: digestão. • Fadiga . TOXICIDADE AGUDA –CONT. o caso do aumento da temperatura ambiente que desencadeia uma maior actividade de certos tóxicos (aumento da toxicidade). em curto espaço de tempo. que pode até ser fatal. • Condições exteriores: refira-se. a absorção faz aumentar a toxicidade. como exemplo. Para além das características intrínsecas do indivíduo. Natureza do veículo: a associação dos tóxicos com excipientes que favoreçam. em geral. etc).05-01-2011 TOXICIDADE CRÓNICA Intoxicação crónica é resultado de uma exposição repetida ao longo de bastante tempo. crónicas como consequência dos efeitos de uma toxicidade aguda. linfa. etc. a serem eliminadas normalmente. fígado.) ou química (fixação sobre um ou outro constituinte celular) ou. dado que. Estas intoxicações surgem a longo prazo. TOXICIDADE CRÓNICA-CONT. e que embora sem sintomatologia clínica imediata. e portanto. A absorção destas pequenas doses que. Dá-se o nome de tóxicos cumulativos. Ao resultado desta relação dá-se o nome de DOSE. EFEITO DOSE-RESPOSTA Para se actuar no campo da prevenção das intoxicações no ambiente de trabalho é fundamental trabalhar as seguintes variáveis: • tempo de exposição • concentração do tóxico EFEITO DOSE-RESPOSTA – CONT. qualquer dose. DOSE RESPOSTA Existe uma relação marcada entre o tempo de exposição e a concentração do tóxico. Das substâncias de toxicidade a longo prazo (ou crónica). por ficarem retidos no organismo em virtude de afinidades de natureza física (solubilidade nos lípidos muito maior do que nos líquidos aquosos. adsorção. a baixos níveis de tóxicos. glândulas endócrinas. salientamos as cancerígenas pois ocupam um lugar à parte entre os agentes deste tipo de toxicidade. pode conduzir a alterações irreversíveis do estado de saúde. centros nervosos. Não se podem fixar doses limites. ao fim de algum tempo. • composição química dos líquidos orgânicos (sangue. • funções dos órgãos (rim. provoca. o que dificulta a sua eliminação (metais pesados). • estrutura das células e tecidos do organismo. A dose absorvida pelo organismo provoca da parte deste uma resposta biológica. TOXICIDADE CRÓNICA-CONT. • comportamento geral. não teriam consequências de maior. • a duração da vida. 7 . mínima que seja. • aptidão para a reprodução. TOXICIDADE CRÓNICA-CONT. em consequência da sua acção nociva sobre o filtro renal. perturbações de sintomatologia muito variada sobre: • crescimento. será perigosa se for repetida. pelo facto do efeito persistir após a eliminação do produto. medula óssea. etc). ainda. uma determinada Dose é necessário que ela provoque no organismo uma resposta nula. que a dose de tóxico absorvida não tenha excedido a capacidade do organismo metabolizar (bio-transformar a substância num dos metabólicos do organismo) e eliminar o referido tóxico. e morte celular. Numerosos agentes químicos na natureza profissional podem interferir com a actividade enzimática. quer estimuladora 8 . isto é. podendo levar a uma carência drástica de disponibilidade de O2 nos tecidos: com consequente anóxia (ausência de oxigénio) no cérebro. DOSE ADMISSIVÉL RESPOSTA NULA EFEITO DOSE-RESPOSTA – CONT. no local de trabalho. quer de forma inibitória. EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Efeitos fisiológicos dos tóxicos O conhecimento do mecanismo de acção dos tóxicos permite identificar os efeitos e os sinais precoces de lesão para: definir os limites aceitáveis de exposição estabelecer um conjunto de testes aplicáveis à sua vigilância prevenção ou a detecção precoce de alterações do estado de saúde dos trabalhadores expostos. desde que estas reacções sejam apenas desvios ligeiros. asfixia tissular (baixa oxigenação dos tecidos). sem prejuízos fisiológicos do estado normal do organismo.05-01-2011 EFEITO DOSE-RESPOSTA – CONT. RESPOSTA NULA Quando existe uma reacção biológica ou química do organismo quando em contacto com substâncias estranhas. em casos extremos. alguns tóxicos são capazes de interferir com a capacidade de transporte ou de utilização de oxigénio. profissionalmente a factores de risco de natureza química EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Mecanismos de acção dos tóxicos Interferência com o transporte ou utilização de oxigénio Acção sobre as enzimas Toxicidade celular Produção de radicais livres Alteração do equilíbrio ácido-base Acção sobre o sistema imunológico Efeitos genotóxicos e cancerigénese Efeitos sobre a reprodução EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Interferência com o transporte ou utilização de oxigénio • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Acção sobre as enzimas • Por diversos processos. Para que se possa considerar admissível. à morte celular e ainda: Alterar a fosforilação oxidativa e/ou o controlo do Ca2+ intracelular (ex. com o desencadear de reacções alérgicas: níquel e crómio (hipersensibilidade cutânea de contacto).) • Os tóxicos interagem com o sistema imunitário. de imunoestimulação ou de modificação da resposta imunitária Acção imunosupressora: PCB’s (bifenis policlorados). na sua órbita externa. aceitação ou alteração de ligações covalentes de electrões sendo. A imunotoxicidade tem como função estudar o relacionamento da capacidade contra as agressões externas e acções internas (ex. berílio e sais de platina (alergia respiratória) • • • • 9 .: radiação ultravioleta). isocianatos. encontra-se relacionado com o desenvolvimento de acidose metabólica • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Acção sobre o sistema imunológico • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Acção sobre o sistema imunológico (cont. substâncias instáveis e de grande reactividade química.: vigilância imunológica contra a formação de células tumorais) A exposição a substância químicas que atinjam o sistema imunitário pode ter uma acção de imunossupressão (deficiência). A decomposição química que se encontra na base da sua formação necessita de energia que pode ser produzida por uma reacção química ou pela exposição a factores físicos (ex.: alguns solventes) Lesar a membrana lisossómica (ex.05-01-2011 EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Toxicidade celular • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Produção de radicais livres • Numerosos tóxicos afectam as funções e as estruturas celulares podendo conduzir. amianto.) • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Alteração de equilíbrio ácido-base • Exemplos de tóxicos que podem gerar radicais livres: Paraquat Tetracloreto de carbono Ozono Fosgénio Clorofórmio Vários são os tóxicos que podem alterar o mecanismo ácido base.: toxinas endocelulares) Alterar a síntese proteica (ex.: etanol) Um radical livre é uma molécula (ou fragmento molecular) de uma substância química que possui um ou mais electrões sem emparelhamento. ex.: a toxicidade do metanol resulta da sua oxidação em ácido fórmico. A acumulação deste metabolismo (que pode ser mensurado na urina).: hidrocarbonetos) Destruir o citoesqueleto (ex. medicamentos citostáticos e corticóides Imunoestimulação: indução do lúpus (doença sistémica do colagéneo) pelas aminas aromáticas ou pelo hexaclorobenzeno Modificação da resposta imunitária. dessa forma. • • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Produção de radicais livres (cont.: metilmercúrio) Lesar directamente a membrana celular (ex. por isso. A sua produção relaciona-se com a perda. arsénico. chumbo.) • A genotoxidadade está relacionada com a capacidade de certos tóxicos poderem actuar sobre o DNA A carcinogénese induzida por substância químicas. benzopireno) Promoção: estímulo da expansão clonal das células sujeitas a mutação em colónias. óxido de etileno). clorobifenis. cádmio. desenvolve-se segundo um processo complexo.: mercúrio. temos que: Cancro do fígado Cancro do rim 10 .: amianto.mercúrio). segundo a OMS -Organização Mundial de Saúde. isto é.International Agengy for Research on Cancer) EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Efeitos sobre a reprodução 35 substâncias químicas demonstram alterações perinatais (ex. tetracloreto de carbono. algumas têm efeitos nefastos também para o recém-nascido decorrentes da excreção do tóxico pelo leite materno (pesticidas.05-01-2011 EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Efeitos genotóxicos e cancerigénese • EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Efeitos genotóxicos e cancerigénese (cont. os agentes químicos podem estimular o desenvolvimento de células pré-cancerosas (ex. benzopireno) Progressão: ocorrência de mutações adicionais que favoreçam o crescimento e a diferenciação das células EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Classificação da carcinogenicidade de tóxicos (segundo o IARC . em que as características genéticas têm elevada importância em alguns tipos de cancro e que envolve vários acontecimentos sequenciais: Activação: processo de biotransformação originando substâncias intermediárias capazes de induzir mutagénese EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Iniciação: mutação do genes envolvidos no crescimento celular e na diferenciação (ex. apesar dos mecanismos não serem totalmente conhecidos.: cloreto de vinilo. excreções. com adequada caracterização das denominadas relações exposição . • • • AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO A Saúde Ocupacional. o número de substâncias químicas a que se encontram expostos os trabalhadores em ambientes profissionais é cada vez mais elevado. para avaliar o risco de exposição e os riscos para a saúde. A exposição ambiental é assente em: Vigilância ambiental Vigilância biológica Vigilância médica AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO Vigilância ambiental: quantificação e controlo dos factores de risco no local de trabalho para avaliação da exposição ambiental e os riscos para a saúde. comparados com uma referência apropriada Vigilância médica: observações periódicas médico-fisiológicas dos trabalhadores expostos com o objectivo de proteger a saúde e prevenir as doenças relacionadas com o trabalho • • • 11 . comparados com uma referência apropriada Vigilância biológica: quantificação e controlo dos factores de risco ou seus metabolismos nos tecidos.05-01-2011 EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS Embriotoxicidade: potencial que uma determinada substância química tem para induzir efeitos adversos no embrião. responsabiliza-se pelo diagnóstico e prevenção das doenças profissionais Assenta esquematicamente em 4 etapas metodológicas • • • • AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO Estudo das situações de trabalho Diagnóstico das situações de risco de doença profissional Selecção dos indicadores de exposição mais pertinentes Definição dos decorrentes programas de prevenção AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO O conhecimento das relações existentes entre a exposição profissional e as repercussões na saúde dos trabalhadores expostos adquire-se pelo estudo simultâneo dos factores ambientais e dos respectivos efeitos. no primeiro trimestre da gravidez (entre a concepção e o estado fetal) Fetotoxicidade: potencial que de uma determinada substância química tem para induzir efeitos adversos no feto Teratogenicidade: potencial que uma determinada substância química tem para produzir malformações estruturais ou defeitos num embrião ou num feto AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO As substâncias químicas constituem o mais extenso dos grupos de factores de risco de natureza profissional. ar expirado ou qualquer combinação destes.000 substâncias químicas com utilização industrial e consideradas agentes de doença profissional. Existem 100. secreções.efeito e exposição – resposta.