SAÚDE MENTAL

May 31, 2018 | Author: Claudia Martins | Category: Mental Disorder, High Middle Ages, Sociology, Biology, Earth & Life Sciences
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 Sabemos que o conceito de doença mental tem evoluído ao longo da história e varia de cultura para cultura.  Tendo a psiquiatria sido confrontada com problemas concretos do que é normal e do que é patológico procurou socorrer-se destes estudos transculturais na procura de uma melhor classificação da doença mental. Podemos considerar três correntes de pensamento mais difundidas: MODELO RELIGIOSO MODELO SOCIAL MODELO MÉDICO MODELO PSICOLÓGICO . Foi na idade média que esta explicação teve uma maior divulgação. .A explicação religiosa dos comportamentos aberrantes vem do principio do homem. Segundo esta conceção os comportamentos estranhos seriam devidos a demónios e espíritos. Alcançou a sua expressão máxima no período da inquisição: O queimar pessoas na fogueira por causa dos comportamentos estranhos pode parecer-nos um procedimento cruel e absurdo mas isto é porque não aceitamos os conceitos de doença mental que prevalecia na Idade Média. sistema de crenças. estilo de vida. . etc. desempenham um papel fundamental na explicação da origem e evolução da doença mental. Factores como o contexto social: classe social.Está menos centrado no indivíduo e tende a analisar situações em termos de regras e rituais de grupo e dos papeis que os indivíduos assumem nessas interligações. O comportamento irracional era atribuído a um desequilíbrio dos humores (a depressão devido na excesso de bílis).A explicação médica considera que o comportamento estranhos devido a uma lesão orgânica. Esta corrente teve grande importância na antiga Grécia e Roma. . a sua importância surgiu principalmente no fim do século XIX. . inclusive os seus comportamentos irracionais. Na medicina a maioria dos avanços foram na cirurgia e microbiologia. havia muitas razões para crer que as bactérias poderiam explicar tudo o que no homem estava perturbado. esta corrente. teve um declínio enquanto o modelo religioso atingiu o seu auge. Mas.Durante a idade média. . as emoções e os comportamentos da pessoa . mas como a integração da situação apresentada numa dinâmica existencial e histórica da pessoa.Também se realiza um diagnóstico. onde se incluem os sentimentos. não entendido como uma doença. Tem uma abordagem mais compreensiva da pessoa. Então pergunta-se:  Onde estamos nós?      O que faço perante um doente mental? Como se adoece mentalmente? Qual a contribuição da hereditariedade? Qual a contribuição do meio? O que é o patológico? . Modelo Biopsicossocial . assim surge o . nem uma degenerescência hereditária ou uma perturbação funcional. mas não é unicamente uma lesão de um órgão. uma experiência vivida pelo doente.a patologia impõe-se como um facto. mas sim uma resposta de um conjunto do indivíduo (unidade somato-psíquica) em relação com o seu viver pessoal na comunidade dos outros Homens. Qual a contribuição da hereditariedade? . em genes ou cromossomas.quando ocorre uma alteração ao nível dos nucleótidos de um gene CROMOSSÓMICAS quando alteram a estrutura ou o número de cromossomas (estruturais ou numéricas) .MUTAÇÕES São alterações súbitas. podendo acarretar variações hereditárias GÉNICAS . induzidas ou espontâneas. Formação dos gâmetas Ovo ou zigoto geneticamente diferenciados União aleatória de gâmetas na fecundação . Deleção Criança com síndrome “Grito do Gato” Microcefalia Atraso mental acentuado Deficiente desenvolvimento da laringe . deficiência cardíaca. raramente deficiência mental.Síndrome de Turner Sexo feminino com ovários atrofiados. ausência de menstruação. vulva infantil. mamas pequenas. deficiência hormonal. . esterilidade. deficiência mental. pescoço curto e grosso. uma única linha transversal na palma da mão. grande flexibilidade nas articulações. cardiopatias.Criança com Síndrome de Down Ambos os sexos. . fendas palpebrais mongolóides. genitais pouco desenvolvidos. esterilidade. mamas desenvolvidas (ginecomastia). estatura elevada.Síndrome de Klinefelter Sexo masculino. testículos pequenos. deficiência mental. . genitais infantis. e as taxas de suicídio conhecem proporções epidémicas.As perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental. com uma prevalência aparentemente superior nas sociedades desenvolvidas. os fenómenos de violência. são hoje mais frequentes. Quartilho. O abuso de substâncias. sofria de uma fadiga crónica que interferia negativamente com as obrigações laborais. o autor aponta o exemplo de Japão em que o Ministro da Saúde declarou recentemente que 36% da população. entre os 15 e 65 anos. 2001 . em termos gerais. . ignorância e inevitavelmente o mesmo estigma.No Relatório Mundial de Saúde de 2001. afirma-se que “ rara é a família poupada de um encontro com perturbação mental”. é independente do modelo socioeconómico e enfrenta-se com os medos. raças. A doença mental atravessa assim todos os grupos. e ainda que “ uma em cada quatro pessoas será afetada por uma perturbação mental em dada fase da vida”. nacionalidades. discriminação e exclusão. Cada um de nós tem uma história de vida. uma narrativa interior cuja continuidade e sentido são a nossa vida. . e que esta narrativa é a nossa identidade. Pode dizer-se que cada um de nós constrói e vive uma narrativa. perguntamos-lhe qual é a sua história porque cada pessoa é uma biografia. uma história. pensamentos. sensações. Cada pessoa é uma narrativa única que é construída por cada um de nós. dentro de nós. ações e também através dos nossos discursos. das nossas perceções.Se queremos conhecer uma pessoa. através de cada um de nós. .


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