INTRODUÇÃOA obra O Capitalismo Global do professor Frieden, percorre a Era de Ouro da globalização do início do século XX,o seu colapso durante as duas guerras mundiais e o caminho de volta à integração internacional dos mercados a partir de meados dos anos 1960. O autor, no capítulo introdutório,descreve a forma como a história e os acontecimentos do final do século XIX determinaram a formação de uma nova ordem global, modificando o sistema mercantilista em direção à integração dos mercadosmundiais, levando, de fato, a um crescimento vertiginoso do comércio entre os países avançados. O desenvolvimento dos transportes e dos novos sistemas de telecomunicações contribuíram para a aceleraçãodessas mudanças. Um novo capitalismo global tomou o lugar da velha ordem, defendida com armas. A força dominante passou a ser o mercado e deixou de ser o monarca. O padrão ouro, princípio organizadordo capitalismo global, foi adotado pelos principais países, sendo fundamental na reestruturação do capitalismo na década de 1870 e facilitando o comércio, os empréstimos, os investimentos, a migraçãoe os pagamentos internacionais. Além disso, por meio do ouro, as nações puderam compartilhar de uma moeda corrente internacional, uma vez que as moedas eram convertidas para o ouro através de umataxa fixa e pré-estabelecida. O livro, dividido em 4 partes e com 20 capítulos no total foi dividido entre os membros do grupo, com 2 capítulos cada um, para que fizessem um resumo e uma análise. Seguem abaixo os capítulos do livro e a listagem dos capítulos de cada aluno. Sumário Apresentação de Paul Kennedy Prefácio Introdução: Rumo ao século XX Do mercantilismo ao livre comércio Da prata ao ouro Ameaças à ordem global I. Os melhores últimos anos da Era de Ouro, 1896-1914 1.Capitalismo global triunfante O fortalecimento do padrão ouro Especialização e crescimento Globalismo e os descontentes 2. Defensores da economia global Apoio intelectual à Era de Ouro Nathan Mayer Rothschild, 1840-1915 Os partidários do livre comércio Adeptos dos pilares dourados Redes globais para uma economia global Migração internacional de indivíduos e capital Globalização 3.Histórias de sucesso da Era de Ouro A Grã-Bretanha fica para trás Novas tecnologias e o novo industrialismo Protegendo as jovens indústrias Áreas de colonização recente Crescimento nos trópicos Heckscher e Ohlin interpretam a Era de Ouro 4.Desenvolvimentos fracassados Rei Leopoldo e o Congo Colonialismo e subdesenvolvimento Má gestão e subdesenvolvimento Estagnação na Ásia Estagnação nas plantações intensivas Obstáculos ao desenvolvimento 5. Problemas da economia global Comércio livre ou comércio justo? Vencedores e perdedores do comércio A prata ameaça o ouro Trabalho e ordem clássica Era dourada manchada? II. Tudo se desmorona, 1914-1939 6.“Tudo o que é sólido se desmancha no ar...” As consequênciaseconômicas da Grande Guerra Reconstrução da Europa A extraordinária década de 1920 Isolamento dos Estados Unidos Um mundo reconstruído? Em direção ao vazio 7.O mundo de amanhã As novas indústrias As novas corporações As novas empresas multinacionais Mecanização no campo As novas sociedades Avanços e recuos 8. O colapso da ordem estabelecida O fim do boom Ouro e crise Das trevas Abaixo o antigo... 9.Em direção à autarquia Auto-suficiênciasemi-industrial Schacht e os nazistas reconstroem a Alemanha Políticas econômicas autárquicas A Europa se volta para a direita Socialismo em um só país O desenvolvimento se volta para dentro A alternativa autárquica 10.A construção da socialdemocracia Socialdemocracia na Suécia e nos Estados Unidos Keynes e a socialdemocracia Trabalho, capital e socialdemocracia Socialdemocracia e cooperação internacional Das cinzas III.Juntos novamente, 1939-1973 11.A reconstrução do Oriente e do Ocidente Os Estados Unidos à frente A tarefa urgente Dean Acheson, presente na criação Os Estados Unidos e a reconstrução da Europa A União Soviética forma um bloco Dois argumentos 12.O sistema de Bretton Woods em ação A aceleração do crescimento pós-guerra Jean Monnet e os Estados Unidos da Europa Bretton Woods e o comércio A ordem monetária de Bretton Woods Bretton Woods e os investimentos internacionais Bretton Woods e o Estado do bem-estar social O sucesso de Bretton Woods 13.Descolonização e desenvolvimento Industrialização por substituição de importações A corrida para a independência ISI, teoria e prática Nehru e a industrialização da Índia O Terceiro Mundo adota a ISI A proliferação moderna da indústria 14.Socialismo em muitos países A expansão do mundo socialista A divisão do mundo socialista O caminho chinês Socialismo no Terceiro Mundo Um futuro socialista? 15.O fim de Bretton Woods O compromisso se desfaz Desafios ao comércio e aos investimentos A crise na substituição de importações A estagnação do socialismo O fim de uma era IV. Globalização, 1973-2000 16.Crise e mudança O choque do petróleo e outros choques O contrachoque de Volcker Globalismo Regionalismo e globalismo Crises financeiras globais e nacionais 17.A vitória dos globalizantes Novas tecnologias, novas ideias Interesses globalizantes George Soros cria mercados Comércio sem barreiras 18.Os que correram atrás Produção global e especialização nacional Crescimentovia exportações nos extremos da Europa e da Ásia O Leste Asiático e da América Latina seguem o exemplo O sociólogo marxista assume o poder A Europa oriental se une ao ocidental A nova divisão internacional do trabalho 19.Os que ficaram para trás A decepção causada pela transição e reformas Desastres do desenvolvimento A jornada da Zâmbia A catástrofe africana Calamidade, privação e desespero 20.Capitalismo global em apuros Fragilidade financeira e a trindade perversa “As três palavras mais temidas” Mercados globais: desgovernados ou indesejados? LISTAGEM Melissa Wong – introdução, prefácio, capítulos 1 e 2 Sávio Freitas – capítulos 3 e 4 Caio Benites – capítulos 5 e 6 Matheus Lima – capítulos 7 e 8 Luiz Vinícius – capítulos 9 e 10 Caio Benites – capítulos 11 e 12 Lincoln – capítulos 13 e 14 Sanny – capítulos 15 e 16 Mariana – capítulos 17 e 18 Matheus Pecly – capítulos 19 e 20 CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 1 e 2 A primeira revolução industrial introduziu novas tecnologias que revolucionaram a produção, levando os fabricantes britânicos a produzirem cada vez mais. Se os estrangeiros vendessem matérias-primas para a Grã-Bretanha esses fabricantes poderiam produzir a um custo menor e quanto mais esses estrangeiros vendiam mais dinheiro teriam para comprar produtos britânicos. Além disso, se a GrãBretanha vendesse os produtos manufaturados para os países estrangeiros a baixo custo menor seria a concorrência, já que as indústrias desses países não conseguiriam competir com a indústria britânica. Por esses motivos os industriais britânicos começaram a desenvolver um desejo por um livre-comércio, política oposta ao Mercantilismo, que já se encontrava enfraquecida durante as Guerras Napoleônicas. Por centenas de anos diversos países usavam o ouro e a prata como moedas intercambiáveis. No entanto, em 1917 foi implantado o padrão-ouro na GrãBretanha, único país com a moeda padronizada. O status de potência econômica do país e o fato do preço da prata ter caído com a descoberta de novas jazidas desestabilizando o preço das duas moedas, tornou o ouro uma opção mais atraente. Na década de 1870 as principais nações industriais também adotaram o padrão ouro. Essa situação facilitou e muito as transações entre os países. A insatisfação com o livre-comércio aumentou com a Grande Depressão (18731896). Ocorreu uma queda no preço dos produtos ao redor do mundo e começou-se a questionar o padrão-ouro. Ainda assim, a Grã-Bretanha continuou defendendo sua política econômica. A descoberta de novas jazidas de ouro aumentou seu preço no mercado, subindo o preço dos produtos; assim terminou a Grande Depressão. Em meados da década de 1890, os países começaram entregar suas economias aos mercados mundiais, se adequando ao modelo. Foi uma época de intenso crescimento econômico. Cada região se especializou no que sabia fazer de melhor. O novo processo, geralmente, destruía as formas tradicionais de vida: “Sociedades que abandonavam as atividades econômicas menos produtivas com frequência também abandonavam aqueles que estavam presos a elas.” “Indústrias, regiões e classes inteiras tornaram-se dispensáveis.” Apesar do crescimento econômico a falta de interferência do governo nas questões sociais se tornaram alvo de críticas ao sistema econômico. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 3 e 4 Ficou evidente na Exposição Internacional de Paris de 1900, que a Inglaterra já não era a líder absoluta no controle da indústria e da tecnologia. Havia muitas novidades, dentre elas a ELETRICIDADE. Frieden cita vários exemplos de países que estavam bem sucedidos no novo mundo industrial, dentre eles temos os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão, como os principais. Ele aponta que a Grã-Bretanha enfrentava dificuldades para conseguir transformar suas indústrias manufatureiras ultrapassadas, sendo que o "Novo Mundo Industrial", já começava com indústrias mais sofisticadas e avançadas. "A abertura econômica internacional tornou possível industrializar e desenvolver sociedades de forma que elas pudessem alcançar as nações ricas do noroeste da Europa." - conclui o autor. Rei Leopoldo, da Bélgica, era uma pessoa "fissurada" em ter sua própria colônia. A princípio ele era contra a escravatura, e como o Congo (terras que ele queria) era localizado em uma região que seria essencial para separar as colônias britânicas, portuguesas, alemãs e francesas, ele conseguiu o poder garantindo que todas as nações que circundavam a Bacia do Congo tivessem acesso igual às riquezas naturais desta área. Porém manter uma colônia, não era nada barato. Leopoldo a partir daí começou a praticar diversas atrocidades com os aborígenes. Missionários, que até então estavam do lado de Leopoldo, passaram a denunciar esses atos, e por fim a Bélgica tomou o Congo de suas mãos. Práticas imperialistas negavam à colônia o pleno acesso a bens, capitais e tecnologia da vibrante economia mundial. Os principais afetados com essa prática imperialista foram alguns países da América Latina, boa parte da África e da Ásia. "A existência de indivíduos focados na busca de seus próprios interesses obstruía as vias para o desenvolvimento e destruía as expectativas econômicas da população". As três regiões citadas acima, de uma forma geral, mantiveram-se estagnadas enquanto o mundo corria em direção à modernidade. Mal sabiam elas que tudo entraria em colapso quando chegasse a Primeira Guerra Mundial. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 5 e 6 Como se alega algumas vezes, os britânicos fracassaram em adotar novas técnicas de gerenciamento e produção. A desaceleração da economia Britânica no fim do século XIX afetou não só nacionalmente como também o mundo inteiro. Muitos britânicos passaram a questionar as verdades até então intocadas de sua economia política, como o livre-comércio e a liderança financeira global. O compromisso britânico com o livre-comércio e a abertura financeira era crucial para a estrutura e o funcionamento da economia mundial. Conflitos militares de uma ferocidade nunca antes vista despedaçaram a Europa. O declínio econômico mais exorbitante de toda a história moderna gerou batalhas comerciais e monetárias, além de hostilidades financeiras. Mas quase tudo o que veio após 1914 foi negativo, ou terminou mal, para quase todas as pessoas, em quase todos os momentos. Conflitos sociais se tornaram guerras civis, que por sua vez abriram espaço para o surgimento de ditaduras brutais. Conflitos comerciais viraram guerras comerciais, as quais fizeram surgir conflitos armados. Uma guerra entre as grandes potências não foi nenhuma surpresa. A Primeira Guerra Mundial e suas consequências imediatas retiraram os beligerantes da economia mundial, os lançaram em uma busca militar e colocaram os Estados Unidos no vácuo resultante. Por muito tempo, a economia norte-americana foi a maior do mundo, mas antes da guerra ela quase não estava envolvida com o resto das economias mundiais. A Primeira Guerra forçou toda a Europa a depender da tecnologia, do capital e dos mercados norte-americanos e a buscar esses elementos para alcançar a liderança política. Os Estados Unidos deixaram de ser observadores passivos do lento colapso da ordem clássica e se tornaram líder nos esforços de reconstruí-la. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 7 e 8 Na primeira década do século passado o mundo estava completamente mudado. As relações sociais, os arquétipos políticos e os modais econômicos do capitalismo ditavam a velocidade em que o tempo passava, e esse tempo passou a ser medido em dinheiro. Um futuro próspero e democrático era o que pessoas esperavam. Novas maneiras de produzir (Fordismo) e novas mercadorias a oferecer (revolução dos bens de consumo duráveis) apareciam das industrias alemães até as indústrias americanas. A globalização deu força às multinacionais, o capital trafegava de país em país e em volume cada vez maior. Um boom na produtividade global. A eletricidade chegava às casas e alimentava os parques industriais, a indústria petroquímica nascia já com grande força, uma revolução nas indústrias “pesadas” e uma Grande guerra entre países europeus formaram a base para o crescimento exponencial da produção, onde os Estados Unidos da América se aproveitou e muito. O campo sofreu drásticas mudanças. O total declínio da agricultura ocorreu a partir da revolução verde, se poucos continuavam a morar no campo, agora o número é bem menor. Nas cidades o proletariado, com os ideais marxista, formaram os sindicatos e o socialismo começou a ganhar força. Na Europa pós-guerra e destruída os socialistas tomavam lugares nos parlamentos e não durou muito para a extrema direita reagir. A euforia mudava de rumo ainda no início da década de 20. O crescimento econômico sofreu um gradual declínio e o capital financeiro se concentrou somente nos EUA, mais especificamente nas bolsas de ações. As linhas de crédito externo norte americanas foram aos poucos minadas e a Europa caia num abismo sem fim. A especulação tomou conta do mercado acionário, que batia recorde em lucros, e as indústrias já não vendiam o todo que conseguiam produzir. As tentativas do governo norte americano de contornar a crise foram inúteis, o aumento da taxa de juros piorou ainda mais a complicada situação dos europeus. A deflação batia com força nos diversos ramos do mercado. O chamado modelo Clássico, de Adam Smith, entrou numa dura crise. O Estado intervencionista, de Keynes, era o futuro; em poucos anos as novas medias surtiram efeito e o mundo foi saindo do abismo que se encontrava. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 9 e 10 Schacht era o mais conhecido formulador de políticas econômicas da Alemanha e um dos pilares da ortodoxia do padrão-ouro internacional. E foi encarregado, por Hitler, por reger a economia alemã. Com a crise de 1929, Schacht abandona a ortodoxia e propõe novas políticas econômicas, onde se incluía um distanciamento dos mercados mundiais, uma fortíssima intervenção do Estado na economia e uma maciça atuação do setor público. E necessitando de um Estado fortíssimo, para implementação de tal política, ele recorre aos nazistas para abandonar o capitalismo global e ir rumo à autarquia, que seria a autossuficiência econômica. Outros países do mundo, e também países semi-industriais, optaram por seguir medidas autárquicas, ou até mesmo fascistas autárquicas, impuseram uma proteção comercial proibitiva, exerceram severo controle sobre investimentos internacionais, condenaram os banqueiros internacionais e a quantia que a eles deviam e lideraram a marcha em direção ao crescimento industrial moderno, abalando ainda mais a conjuntura do capitalismo global. Para determinar se um país seguiria a autarquia e o autoritarismo ou permaneceria democrático e aberto, bastava analisar se a nação era credora ou devedora. Todos os países que escolheram um regime autárquico nacionalista ou fascista, tinham o fluxo de entrada e saída de capitais negativo, e os credores, os que mantiveram-se com a balança comercial positiva, permaneceram-se democráticos e abertos à economia mundial. Muitas das democracias do mundo industrializado encontraram no modelo alemão ou no soviético, uma maneira para substituírem o sistema de mercados e adotaram o nacionalismo econômico autárquico, para não mais dependerem da economia mundial. A alternativa, de países que não seguiram os modelos alemão e soviético, foi aderir a social-democracia, que foi instrutiva na Suécia e nos Estados Unidos, onde os governos, apoiados por alianças de trabalhadores e produtores agrícolas, passaram a ser responsáveis pela intervenção macroeconômica, pela segurança social e pelos direitos de emprego. Quando todos buscavam formas de pôr fim à crise, os governos social-democratas foram mais longe e se esforçaram para reduzir a amplitude e a frequência das crises econômicas, de forma a manter o pleno emprego. Utilizaram políticas monetárias para evitar que os preços caíssem ou subissem demais, e políticas fiscais (gastos públicos e tributação) para sustentar a atividade econômica. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 11 e 12 Após a Segunda Guerra Mundial, o Governo norte-americano buscou criar planos para que o país enriquecesse ao mesmo passo que para isso, os países atingidos e levados à crise econômica do pós-guerra dependessem dos Estados Unidos. Tal dependência seria efetuada através de empréstimos de grandes quantias de dinheiro. Em 1944, foi colocado em prática o acordo de Bretton Woods, o qual participavam 45 países. Tal acordo colocava os Estados Unidos no controle da Economia Mundial, fator que colaborava e muito com a hegemonia norte-americana. Este acordo, por sua vez, deu início à criação de instituições financeiras mundiais, tais como FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, estes que ajudariam os países a movimentar e fazer a injeção de capitais em suas economias, respeitando as regras do acordo. O sistema Bretton Woods se comprometeu a ter como base monetária internacional o dólar americano, o qual seria usado para conversão do ouro em todos os países que estavam inseridos no acordo. Com o acordo de Bretton Woods em ação, os países que participavam de tal acordo recuperaram-se da guerra rapidamente, fazendo com que o acordo de Bretton Woods fosse muito respeitado em escala mundial. Um dos países que mais teve aumento acelerado na recuperação foi o Japão. Os japoneses cresceram tanto que em apenas 25 anos o país teve um crescimento da Economia assombrosa. Além disso, os mercados e o capital dos Estados Unidos ajudaram a reorientar as economias do mundo industrial. Ao deixarem a proteção de lado e se lançarem na integração mundial, os Estados Unidos deram novo fôlego para o comércio e os investimentos internacionais, o que promoveu uma onda de crescimento na Europa Ocidental e no Japão. A liberalização do comércio mundial foi a primeira vitória, talvez a mais importante, deste sistema. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 13 e 14 O autor começa citando JawaharlalNehru, que tomou posse oficialmente em 1947 depois de liderar a Índia independentemente por 15 anos, sobre como a Índia foi deixada após o governo tomar lugar dos britânicos, com grandes divisões nacionais e estagnação da economia. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Índia não tinha nenhum modelo econômico a seguir, nenhum modelo a ser copiado. A partir da liberdade de suas colônias elas saíram de um isolamento econômico para um desenvolvimento nacional, adotando o nacionalismo econômico. Esse isolamento econômico estimulou uma grande urbanização das cidades e uma industrialização, fortalecendo o comércio local e enfraquecendo uma economia exportadora. Os países em desenvolvimento se fecharam ao comércio como um meio para alcançar rápida industrialização. Essas colônias recém autônomas seguiram esses países adotando o mesmo modelo, abandonando o capital estrangeiro e visando economias nacionais, como na Índia e Ásia, enquanto os países já desenvolvidos abandonavam esse modelo. O desenvolvimento industrial indiano e asiático se deu de forma impressionante, mesmo não sendo tão abrangente como na América. O governo transferiu cidadãos da agricultura para as fábricas e o povo do campo para as cidades. No capítulo 14 o autor fala sobre o socialismo que existia apenas na União Soviética em 1939, sendo a maior nação do mundo, uma das principais potências industriais, porém, o país continuava semi-industrial. Nenhum outro país mostrava interesse no modelo econômico soviético, e seu futuro era incerto. O líder soviético Khrushchev visitou os Estados Unidos para o Encontro das Nações Unidas na década de 1960. Os soviéticos se mostravam uma ameaça ao capitalismo, tendo derrotado os EUA na corrida espacial. Nessa época o socialismo soviético operava de forma consolidada na URSS e em mais de 12 países, incluindo a China e Índia, que eram o primeiro e o segundo países mais populosos do mundo. Atingindo 1/3 da população mundial. Os países em desenvolvimento tinham o socialismo como objetivo. Com a morte de Stalin o mundo socialista entra em colapso. Cada nação passou a seguir sozinha, mudando o modelo stalinista em seus países. Na União Soviética o modelo foi suavizado, já na China o modelo foi radicalizado. Líderes Stalinistas foram substituídos, levando a uma insatisfação popular por causa da baixa qualidade de vida. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 15 e 16 Bretton Woods enfrentava um problema exterior muito grave, o dólar não estava sendo mais respeitado e cobiçado como antes. Sob a ordem monetária de Bretton Woods os governos deveriam justamente fazer a troca do dólar pelo ouro. O sistema monetário dependia de um dólar que fosse tão bom quanto o ouro, para o governo dos Estados Unidos estava difícil manter o valor da moeda, logo o poder de compra da população diminuiu. Era necessário impedir a venda exacerbada da moeda, porém seria preciso aumentar os juros, cortar gastos, controlar lucros e salários e levar assim a economia à recessão. O caos só aumentava, os estrangeiros passaram a importar menos dos Estados Unidos, enquanto os norteamericanos estavam preferindo importar produtos. Se o próprio país não defendesse o dólar, o laço com o ouro seria cortado, por sua desvalorização, acarretando a possível quebra do sistema de Bretton Woods. Dessa forma, o presidente Richard Nixon, acabou com a relação dólar-ouro, fazendo com que o dólar despencasse algumas seguidas vezes. Para amenizar, o presidente pôs taxas sobre importações, controle sobre salários e preços, deixando novamente a balança comercial favorável, a economia recuperou sua velocidade e o desemprego diminuiu, mas Bretton Woods, não era mais capaz de resistir. Sem o Bretton Woods, governos tentaram comandar e fortalecer suas economias. Entretanto essa “independência” gerou uma onda de crises, pois a rápida expansão de suas economias industriais ampliou a demanda por bens agrícolas e matérias-primas exportadas por países em desenvolvimento, deixando os produtos mais caros. Uma grande mudança ocorreu quando o petróleo entrou em questão. Países em desenvolvimento produtores de petróleo, criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O petróleo supria uma grande porcentagem da energia do mundo industrial, com essa alta dependência do petróleo, a maioria dos países industrializados, dependiam da OPEP, logo o preço se elevou. Visto que, o petróleo era um fator que aquecia a economia, muito importante no ramo, pressionava diretamente o preço de outros produtos. Por um outro lado, sobrava menos dinheiro para ser gasto com outros produtos, o que consequentemente abaixava consideravelmente o preço dos demais. Essa situação causou um certo pânico, pois a economia estava totalmente sem controle, ou estava no controle dos países portadores de petróleo. Percebendo esses conflitos, os governos criaram milhões de empregos no setor público e injetaram milhões de dólares em economias que enfrentavam dificuldades. Os países em desenvolvimento por sua vez, com o dinheiro que emprestavam dos países desenvolvidos, investiam na industrialização e essa relação aumentou o grau de globalização existente. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 17 e 18 Em setembro de 1997, quando o Banco Mundial e o FMI realizaram sua reunião anual, em Hong Kong, todo o Leste e Sudeste Asiáticos tinham sido engolidos por uma crise econômico-financeira que ameaçava décadas de desenvolvimento econômico. Para Mahathir, primeiro ministro da Malásia, o que causou esse problema foi a submissão dos países em desenvolvimento aos caprichos dos mercados globais. A política econômica mudou em função de transformações políticas. Dois avanços foram especialmente importantes. Em primeiro lugar, houve um aumento no tamanho e na coordenação das firmas e das indústrias que pretendiam se integrar à economia internacional, e que queriam uma mudança no envolvimento dos governos nas economias nacionais. Em segundo, havia a crescente preocupação popular com fatos como desemprego alto, crescimento lento e inflação, o que deixava o eleitorado, entre outros, aberto às novas políticas. Os avanços no mundo industrial criaram mercados continentais na Europa e na América do Norte. O antigo mundo comunista se voltou para os mercados domésticos e internacionais. Os interesses e as ideias favoráveis à globalização econômica dominaram a economia e a política mundiais. O capítulo 18 aborda um dos fatores positivos da globalização para os países em desenvolvimento e mostra que houve grande especialização dos serviços e produtos oferecidos, devido ao fato do mercado ser mundial. A produção tornou-se global nos últimos 25 anos do século XX. No fim do século, o comércio mundial era duas ou três vezes mais importante para os países desenvolvidos do que havia sido na década de 1960. Logo, o autor começa a abordar a entrada da América Latina nesse mundo globalizado. O México, segunda economia da região depois do Brasil, liberalizou o comércio e as políticas de investimento depois de 1985. Assim como o México e a Bacia do Caribe foram atraídos para um complexo de produção integrada na América do Norte, os europeus dos países centrais e orientais estabeleceram uma posição vital na economia industrial europeia. Com todos os acontecimentos, ocorre o surgimento de uma nova divisão internacional do trabalho. Legiões de países em desenvolvimento e em transição se rumaram a essa marcha, agrupando-se segundo as características econômicas com maior probabilidade de sucesso. CAPITALISMO GLOBAL – capítulos 19 e 20 Os países que adotavam uma planificação econômica central, não obtiveram melhorias no padrão de vida e passaram por declínios consideráveis tornando-se pobres antes da transição para o capitalismo. Esses países não causaram impactos na economia global pois representavam parcelas mínimas do comércio. Foram poucos que previram o colapso econômico resultante da transição do socialismo para o capitalismo. A Zâmbia tinha tudo para prosperar devido ao Cinturão de cobre, suas riquezas minerais extraordinárias e uma liderança hábil e comprometida. Mas não houve um planejamento para um futuro econômico que não dependesse exclusivamente da mineração.O presidente Kaunda tinha o objetivo de levar o país “do capitalismo ao humanismo, por meio do socialismo”, mas o seu sucesso começou a desmoronar mesmo com a consolidação do seu Estado de partido único, mas não obteve sucesso ocasionando a falência do governo. Outros países Africanos começaram a discriminar a agricultura e a favorecer a indústria mas não obtiveram sucesso. O colapso econômico levou à má nutrição e à desintegração da saúde pública e da educação. Responsável também por duros conflitos políticos incluindo guerras civis e genocídios. As finanças, pareciam ser o elo mais fraco, pois o sistema financeiro global era constantemente atingido por ondas de crises bancárias e cambiais. Enquanto os governos tentavam manter a estabilidade do câmbio, os investidores globais buscavam moedas para atacar. Outra ameaça vinha da própria essência capitalista: a concorrência. “As três palavras mais temidas” eram “o preço chinês”. Os altos e baixos salários provocaram temores na economia pois a teoria do comércio reduziria as diferenças dos salários ocorrendo uma integração econômica para que haja concorrência direta entre trabalhadores das nações ricas e pobres.As políticas deveriam ser alinhadas com os mercados e ao mesmo tempo atender aos interesses sociais. Referência Capitalismo Global - Jeffry A. Frieden