Prevenção e Controlo Das IACS Contributos Para a Tomada de Deci

May 29, 2018 | Author: Clara Abegão | Category: Public Health, Infection, Nursing, Urinary Tract Infection, Quality (Business)
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Prevenção e Controlo das InfeçõesAssociadas aos Cuidados de Saúde Contributos para a Tomada de Decisão em Enfermagem 1 devaneios.pdf Junho de 2015 Prevenção e Controlo das Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde Contributos para a Tomada de Decisão em Enfermagem Maurício Alves; Tânia Mendes; Renata Constantino; Marina Figueiredo; Ana Almeida; André Lucas; Susana Reis; Pedro Pinto; Deolinda Sambango; Ana Roque; Olga Veríssimo; Cláudia Cruz; Aida Vitorino Prefácio de Teresa Borges, Enf.ª GCR PPCIRA, ARS Centro IPO. Universidade José Eduardo dos Santos .º HFF. JUNHO 2015 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR . Coimbra) COORDENAÇÃO: Maurício Fernandes Alves Tânia Sofia Reis Mendes CONTACTOS: EMAIL: contributosparaenfermeiros@gmail. Coimbra) Susana Catarina Domingos dos Reis (Enf. Coimbra) Tânia Sofia Reis Mendes (Enf.ª. CHUC. Coimbra) André João Melo Lucas (Enf.ª Edição AUTORES: Aida Cristina Oliveira Vitorino (Enf.ª) Maurício Fernandes Alves (Enf.ª CHUC.º.º. CHUC. Angola) Marina Batalha Figueiredo (Enf. Lisboa) Ana Filipa Ferreira de Almeida (Enf. Coimbra) Deolinda Cassinda Guli Sambango (Enf.ª CHUC.ª CHUC.FICHA TÉCNICA TÍTULO: PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM ISBN: 978-989-20-5798-9 1.ª CHUC.ª CHUC. Coimbra) Renata Alexandra Cruz Constantino (Enf.ª CHUC.com INTERNET: http://contributosparaenfermeiros.ª CHUC.blogspot. Coimbra) Pedro Manuel de Matos Lopes Pinto (Enf. Coimbra) Cláudia Maria Portulado Coimbra e Cruz (Enf.º.com © COIMBRA. Coimbra) Olga Maria Tenente Veríssimo (Enf.Instituto Superior Politécnico do Huambo. Coimbra) Ana Filipa Gomes Roque (Enf. A dificuldade em modificar fatores de risco intrínsecos. contrapõe-se à vantagem de ser possível controlar . a presença de doença crónica.Prefácio O livro Prevenção e Controlo das Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde: Contributos para a Tomada de Decisão em Enfermagem constitui em si um importante e útil documento sobre a problemática da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) e Resistência aos Antimicrobianos. a idade. (3) Microrganismos Multirresistentes e Epidemiologicamente Importantes. O documento está organizado em 6 capítulos principais: (1) Segurança do doente (SD) e gestão de risco. (4) Medidas de prevenção e controlo de infeção. Compreendida esta realidade. numa leitura integral. a invasibilidade dos doentes pela utilização de ventiladores e introdução de cateteres e a agressividade de terapêuticas ou de certas técnicas como os atos cirúrgicos. merecedor da atenção dos movimentos de segurança do doente e da prevenção do risco. das organizações e dos seus profissionais de saúde a aderirem a estratégias de redução das IACS e da resistência aos antimicrobianos. são apontadas como fatores extrínsecos predisponentes à aquisição de IACS. o segundo capítulo descreve os quatro tipos de IACS mais frequentes em ambientes hospitalares e o terceiro. futuros Especialistas em Enfermagem Médico-cirúrgica. esta interessante compilação. no entanto. que o leitor se aperceba da dimensão elevada da problemática das IACS enquanto evento adverso mais representativo e oneroso e. por isso. de ambientes hospitalares. Os avanços da ciência e da técnica conduzem a ganhos em saúde. Efetivamente. das suas famílias e de todos os colaboradores na prestação de cuidados. (2) Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde. (5) Recomendações para uma prática segura e (6) Foco na melhoria contínua. que reflete a necessidade por eles sentida da existência de um documento de apoio e sustentação teórica para que na prática do cuidar pudessem ser adotadas intervenções de enfermagem que garantissem a segurança de doentes. O encadeamento dos mesmos permite. apesar de não desejáveis. como por exemplo. é da autoria de um grupo de Enfermeiros. Um provérbio da sabedoria popular refere que a necessidade aguça o engenho. que justifica o compromisso político. os microrganismos mais representativos das floras microbiológicas caraterísticas. a imunodepressão. a aprofundar esta temática como o fizeram no presente trabalho. como se pode constatar no útil algoritmo apresentado. Por fim. desenvolvem a associação entre os tipos de infeções mais frequentes e fatores extrínsecos. de infecciosidade e devido às particularidades relacionadas com a prevenção e controlo. No quinto capítulo são explanadas recomendações para uma prática segura. com cuidado e empenho. os microrganismos Clostridium difficile e MRSA são abordados devido ao seu elevado nível de contaminação ambiental.Cirúrgica Integra o Grupo Coordenador Regional do PPCIRA da ARS Centro e o Grupo Coordenador Local do PPCIRA do ACeS Baixo Mondego . com vista à melhoria contínua das condições de segurança dos doentes. Depois. Lanço pois o desafio aos autores para continuarem. São focadas de forma genérica as precauções básicas de controlo de infeção e também as medidas adicionais. É ao longo do quarto capítulo que podemos ver abordadas as medidas de prevenção e controlo de infeção a adotar e que contribuem para a segurança dos doentes e dos profissionais. nas mais recentes guidelines e evidências científicas. extensível à temática do controlo de infeção e é abordada a metodologia de projeto. controláveis com intervenções seguras e de qualidade. O último capítulo deste documento contém um enfoque nos processos de melhoria contínua. cuja decisão de apoio à prática depende do conhecimento das vias de transmissão do agente infeccioso. a ênfase na higiene das mãos é justificada por ser a medida mais simples e custo efetiva na prevenção das IACS.alguns fatores extrínsecos através de práticas seguras. Em primeiro lugar. A sua utilização como instrumento de trabalho permite uma consulta rápida. Da leitura integral deste documento. apoiando a tomada de decisão dos enfermeiros relativamente à adoção de medidas de controlo da infeção. ressalta a investigação de base sólida que permitiu uma fundamentação assente na legislação atual. em jeito de convite ao leitor para implementação de processos de melhoria neste âmbito. Teresa Borges (i) (i) Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico. LISTA DE SIGLAS AESOP – Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses AO – Assistentes Operacionais BGN – Bacilos gram negativos CD – Clostridium difficile CDC – Centers for Disease Control and Prevention CVC – Cateter Venoso Central CVP – Cateter Venoso Periférico DGS – Direção-Geral da Saúde DMUM – Dispositivo Médico de Uso Múltiplo ECDC – European Centre for Disease Control and Prevention EPI – Equipamento de Proteção Individual GCL – Grupo Coordenador Local GCR – Grupo Coordenador Regional HELICS – Hospitals in Europe Link for Infection Control through Surveillance IACS – Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde IACU – Infeção Associada ao Cateter Urinário ICD – Infeção por Clostridium difficile ICS – Infeção da Corrente Sanguínea IHI – Institute for Health Care Improvement ILC – Infeção do Local Cirúrgico ITU – Infeção do Trato Urinário MRSA – Staphylococcus aureus resistente à meticilina OE – Ordem dos Enfermeiros OMS – Organização Mundial de Saúde PAV – Pneumonia Associada ao Ventilador PBCI – Precauções Básicas do Controlo da Infeção PBVT – Precauções Baseadas nas Vias de Transmissão PDCA – Plan Do Check Act PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos SABA – Solução Antissética de Base Alcoólica SD – Segurança do Doente UCI – Unidade de Cuidados Intensivos VA – Via Aérea VE – Vigilância Epidemiológica VRE – Enterococcus resistentes à vancomicina . . ..................................................................................ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1– CICLO PDCA ORIGINAL..................................................... 159 ........... 158 FIGURA 2 – CICLO PDCA ADAPTADO .................................................... . ................................................... 161 ....................................................................... 34 QUADRO 2 – ETIOLOGIA MICROBIANA DA INFEÇÃO DO TRATO URINÁRIO ...................................................................... 43 QUADRO 5 – PRECAUÇÕES BÁSICAS DO CONTROLO DE INFEÇÃO ......................................................... 101 QUADRO 9 – PRECAUÇÕES DE PROTEÇÃO .......................................... 106 QUADRO 12 – METODOLOGIA DE PROJETO ADAPTADA A UMA SITUAÇÃO PRÁTICA ................. 103 QUADRO 10 – ALGORITMO MICRORGANISMOS ...................................................................................... 41 QUADRO 4 – ETIOLOGIA MICROBIANA DA INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO ................................................................................................................................................... 99 QUADRO 8 – PRECAUÇÕES POR VIA AÉREA .................................... 38 QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO ........................... 105 QUADRO 11 – ALGORITMO PRECAUÇÕES................ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 1 – ETIOLOGIA MICROBIANA DA INFEÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA .............................................................................................................................................. 93 QUADRO 6 – PRECAUÇÕES DE CONTACTO ............................................................... 98 QUADRO 7 – PRECAUÇÕES POR GOTÍCULAS ............ . .10 ............................ENTEROCOCCUS FAECIUM .............ACINETOBACTER BAUMANNII ..........................................ESCHERICHIA COLI ...................PROTEUS MIRABILIS .............................................1 ........75 3.....27 2......63 3.......67 3.........STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA).....................................................2.....................HAEMOPHILUS INFLUENZAE ..................................45 CAPÍTULO 3..............5 .......77 3...........RESISTÊNCIAS AOS ANTIMICROBIANOS.................KLEBSIELLA PNEUMONIAE ...........................................................................PSEUDOMONAS AERUGINOSA .....................53 3.........................................................2..........INFEÇÃO ASSOCIADA AO CATETER URINÁRIO ....................4 ....2...................................2...2 .......SERRATIA MARCESCENS ......49 3.....7 ............85 3..................35 2.3 ..........................1 ................2...........................................................................2 ..55 3...............13 ..............INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO .........83 3................2....................2.........................STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE............................... SEGURANÇA DO DOENTE E GESTÃO DE RISCO ........1 ................................16 .................... INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE ...........................69 3..............................73 3...............2................57 3..............................31 2.INFEÇÃO ASSOCIADA AO VENTILADOR/PAV ..................MICRORGANISMOS MAIS PREVALENTES NAS IACS..65 3..............17 CAPÍTULO 2..6 .................15 ............................................ÍNDICE PREÂMBULO .......................LEGIONELLA PNEUMOPHILA....71 3...8 .......................3 .............61 3.....11 .................39 2.........2.............................14 .................................................4 ........................2............................2.......................9 .....2 ..........................................................12 ......................NEISSERIA MENINGITIDIS (MENINGOCÓCICA) .................INFEÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA ....................................................................2......CANDIDA ALBICANS ................................................... MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES .........................2..................................................15 CAPÍTULO 1.....59 3...MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS ......................................ENTEROCOCCUS FAECALIS ......CLOSTRIDIUM DIFFICILE .....81 3...2...79 3..........................87 .............2......2.................. .........3 .....2.......................CHECKLIST ETAPAS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE SEGUNDO HEATHER PALMER .......................115 5................................ O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA ..............7 – PREVENÇÃO DA INFEÇÃO ASSOCIADA AO VENTILADOR/PAV .......................................VIA AÉREA .................................................121 5.............................. 155 6............. 111 5........................177 ANEXO II ...............................................5 – PREVENÇÃO DA INFEÇÃO ASSOCIADA AO CATETER URINÁRIO ............................................2 .........................2 ...................................1 .........................................3 ....179 APÊNDICE I – REFERÊNCIAS E HIPERLIGAÇÕES ...........................107 5...............................CONTACTO .PRECAUÇÕES BASEADAS NA VIA DE TRANSMISSÃO (PBVT) ............165 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 89 4....... RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA ..................4 ...................................METODOLOGIA DE PROJETO ADAPTADA A UMA SITUAÇÃO PRÁTICA .............CAPÍTULO 4..................... MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO.................................ALGORITMOS DE APOIO A UMA PRÁTICA INTENCIONAL..........................PRECAUÇÕES BÁSICAS DO CONTROLO DE INFEÇÃO (PBCI) ......105 CAPÍTULO 5.HIGIENE DAS MÃOS ...........2 ..... 149 CAPÍTULO 6..........4 ................................................. 97 4.........................167 ANEXO I .GOTÍCULAS .................................................1 ....2................... 93 4..................141 5......PREVENÇÃO DA INFEÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA .......3 ....PREVENÇÃO DA INFEÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE ...................... 161 6.................EXEMPLO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE SEGUNDO HEATHER PALMER ..................1 ............129 5.......................................................... 101 4....................103 4.....................SISTEMA DE CATEGORIZAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES POR NÍVEIS DE EVIDÊNCIA DE ACORDO COM O CDC............. 99 4.......................... 181 ...................... 97 4..........................................................6 – PREVENÇÃO DA INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO .........................................................PREVENÇÃO DA INFEÇÃO POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA ................................. 135 5...........2 .PRECAUÇÕES DE PROTEÇÃO......2............1 ... traduzindo-se em aumentos significativos da morbilidade e mortalidade associada. enquanto profissional de saúde. são consideradas um evento adverso e uma preocupação em termos de segurança do doente.(1) O Enfermeiro. traduzindo deste modo um importante indicador da qualidade dos cuidados prestados. as IACS são consideradas como um resultado indesejado e. todos os princípios essenciais e obrigatórios em qualquer estabelecimento de prestação de cuidados de saúde. detém um conjunto de competências que lhe permite atuar nas mais diversas situações de prestação de cuidados. neste sentido. profissionais e instituições de saúde. continua a ser preocupante o aumento de microrganismos com resistência antimicrobiana identificada. Aplicam-se a todos os doentes hospitalizados. estas infeções são imprevisíveis e ocorrem muitas vezes durante os tratamentos. O controlo das IACS baseia-se então na adoção de precauções simples e bem estabelecidas.PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Preâmbulo As Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS) adquiriram um papel de destaque na atualidade. por conseguinte. As precauções básicas do controlo de infeção (PBCI) englobam. maioritariamente em resultado do seu impacto negativo nos doentes. na medida em que são evitáveis. Sabe-se também que a incidência das IACS continua a aumentar a um ritmo alarmante. eficazes e aceites a nível global. É igualmente seu dever atuar no domínio da melhoria contínua da qualidade. Contudo. Desde a década de 1980 que a vigilância epidemiológica (VE) identifica tendências em determinadas unidades de saúde. também a ocorrência de complicações associadas tem sido amplamente evidenciada pela literatura científica. Neste contexto. 15 . Com a aplicação de estratégias baseadas na evidência conseguiu-se um decréscimo das IACS nalgumas unidades. independentemente do seu diagnóstico. Assim. no aumento da demora média de internamento e no aumento dos custos associados a intervenções de diagnóstico e terapêutica adicionais. e. possuindo um papel de destaque na prevenção e controlo de infeção. fatores de risco e presumível estado infecioso. colaborar para o desenvolvimento de uma estratégia. (2) A educação e a reflexão conjunta sobre a atuação na prática. Ambicionamos desta forma. as medidas que se julgam serem básicas e do conhecimento comum. nomeadamente do Enfermeiro Especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica. que se tentou exaustiva. à excelência das intervenções terapêuticas de enfermagem. exemplifica-se uma metodologia de projeto adaptado a uma situação prática. serão abordadas algumas questões prioritárias no que diz respeito à segurança do doente e gestão do risco. das últimas guidelines disponíveis. que sejam indicadores da melhoria dos cuidados prestados. Desta forma. que cada vez mais. permite a criação de sinergias entre os elementos. surgindo na sua maioria das vezes propostas de melhoria que de forma individual poderiam não ser referidas. como seja a criação de projetos institucionais que promovam a qualidade dos serviços e sobretudo. se pretende sistematizada e global. procurando criar indicadores de VE que sejam posteriormente partilhados e divulgados por toda a equipa multiprofissional. o enfermeiro deverá dinamizar iniciativas estratégicas. As recomendações aqui apresentadas resultam de uma pesquisa. de prevenção e controlo da infeção associada aos cuidados de saúde. Neste sentido. sempre com enfoque na melhoria contínua da qualidade de cuidados.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM Por último. 16 . Estas são descritas com diferentes graus de recomendação/níveis de evidência e de acordo com a revisão da literatura e com o que é proposto pelo Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) e o Healthcare Infection Control Practices Advisory Commitee (ver anexo I (3)). colocando em risco acrescido a possibilidade da pessoa cuidada vir a adquirir uma infeção. bem como serão analisadas as IACS epidemiologicamente mais importantes relevando as principais medidas de prevenção e controlo das mesmas. Refletindo as competências. Esperamos que este documento possa ser um contributo válido para a tomada de decisão dos enfermeiros com vista à melhoria contínua das condições de segurança dos doentes. e à elevação do nível da qualidade dos cuidados de saúde praticados. e considerando o papel primordial do enfermeiro na prevenção e controlo da infeção. A área da prevenção e controlo de infeção é complexa e muitas vezes. não são cumpridas pelos profissionais de saúde. cada vez mais urge a necessidade de envolver enfermeiros na implementação de projetos que visem a redução da infeção. SEGURANÇA DO DOENTE E GESTÃO DE RISCO 17 .PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Capítulo 1 SEGURANÇA DO DOENTE E GESTÃO DE RISCO CAPÍTULO 1. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 18 . Inúmeros são os relatos que apontam para elevados números de mortes em unidades de saúde relacionadas com erros evitáveis. e nos anos subsequentes. proposta e aplicação de soluções para os problemas encontrados. Um exemplo claro da relevância que é dada a esta problemática encontra-se na definição de Qualidade em Saúde.(9) Assim. (5) Neste contexto.(6) Este conjunto de fatores formará uma cadeia na qual todos os elos se interligam. com segurança. a promoção e salvaguarda da segurança dos clientes. 19 . envolvendo elementos de natureza individual e organizacional/estrutural. na qual um serviço com qualidade será aquele que organiza os seus recursos de forma efetiva em resposta às necessidades sentidas. previnem ou melhoram os resultados adversos ou danos relacionados com os próprios processos de prestação de cuidados. um papel crucial na identificação de situações de risco.(7) Por sua vez. pois. serviços e profissionais. identificandoos como a 8ª causa de morte e como um dos problemas atuais mais graves de saúde pública. a gestão da qualidade aliada à gestão do risco clínico passaram a ter como objetivos primordiais a SD e a prevenção do erro. assente em projetos voluntários de melhoria da qualidade em saúde. se por um lado o conceito de segurança diz respeito à prestação de cuidados de saúde que minimizam os riscos e danos. já a SD está relacionada com a forma como os processos de prestação de cuidados de saúde evitam.(4) No entanto. da Organização Mundial de Saúde (OMS). a SD resulta da conjugação de inúmeros fatores relacionados não só com o doente como também com a própria prestação de cuidados. SEGURANÇA DO DOENTE E GESTÃO DE RISCO Acompanhando a tendência mundial. também em Portugal há uma crescente preocupação com as questões inerentes à segurança do doente (SD).(8) Os enfermeiros terão. bem como na análise. o Relatório To Err is Human do Institute of Medicine nos Estados Unidos estabeleceu um marco histórico.CAPÍTULO 1. sendo que a quebra de um desses elos representa uma importante falha no sistema de segurança dos cuidados de saúde. minimizando riscos e prevenindo efeitos adversos. no entanto.(10) No que diz respeito à gestão do risco nos hospitais portugueses. ela teve o seu início em finais da década de 90. a Ordem dos Enfermeiros (OE) defende que é uma responsabilidade ética das organizações. 5) controlo de soluções concentradas de eletrólitos. com a implementação da Campanha Nacional da Higiene das mãos “Medidas Simples Salvam Vidas” em 2008 e com a introdução do Projeto Nacional “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” em 2009. e 9) higiene das mãos para prevenir a IACS. possibilitando a comparação de dados de SD entre organizações a 20 . erros de diagnóstico e falta de intervenção ou intervenção inadequada na sequência de exames médicos. através da qual pretendia criar uma linguagem universal. 2) identificação do doente. em 2011 pela DGS (13) . 4) realização de procedimentos corretos nos locais corretos.(12) Especificamente. 6) segurança na medicação nas transições de cuidados. Estima-se que entre 8 e 12 % dos doentes internados nos hospitais europeus sejam afetados por problemas relacionados com os cuidados que lhes foram prestados. destacando-se a prevenção das IACS. como pelas consequências que acarretam para a qualidade de vida dos doentes e para a comunidade. para o prolongamento do tempo de internamento dos doentes e. a OMS publicou internacionalmente nove soluções para a SD: 1) medicamentos com nome e fonética do nome semelhantes. as IACS. o Envolvimento do Doente na sua Segurança. erros cirúrgicos.(12) As IACS contribuem para o aumento da mortalidade e morbilidade. nomeadamente: IACS. a OMS publicou a Classificação Internacional para a Segurança do Doente. erros terapêuticos. a criação de Sistemas de Relatos de Incidentes para partilhar e aprender com os erros. as Cirurgias Seguras. 3) comunicação durante a passagem de turno e a transferência do doente.(11) Esta é considerada como uma metodologia de excelência que contribui para aumentar a segurança de todos. falhas de equipamentos médicos.(6) Perante factos como os descritos anteriormente.(5) Lançou também vários desafios a nível mundial.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM conduzidos pelo Caspe Healthcare Knowledge Systems (ex-King’s Fund) e Joint Commission International. não esquecendo que quanto mais invasivo for o procedimento maior será o risco. Portugal aderiu a alguns destes desafios. São por isso consideradas importantes indicadores de segurança e de qualidade dos cuidados de saúde. republicada como Estrutura Conceptual da Classificação Internacional sobre Segurança do Doente. sendo eventos adversos muito relevantes em cuidados de saúde. 8) uso único de dispositivos injetáveis. 7) conexões corretas entre cateteres e sondas. representam cerca de 25 % dos problemas relacionados com os cuidados prestados. consequentemente. para o aumento dos custos inerentes aos cuidados de saúde. tanto pela sua magnitude.(11) Também em 2009. entre outros. Preconiza. ou resultou. Salienta-se a iniciativa da OMS com a criação da World Alliance for Patient Safety que lança anualmente programas para uma melhoria contínua da SD. Neste âmbito. constituísse a abordagem mais eficaz para a promoção dessa prática. um elemento vital e o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020 reforça a pertinência de adotar cuidados de saúde de qualidade em benefício dos utilizadores e profissionais do Serviço Nacional de Saúde. (14) Em rigor. a 21 . envolvendo o tema “Higienização das Mãos” tem sido tratada como prioridade. a preocupação com a SD. conduzindo de forma constante ao envolvimento de todos os agentes em processos de melhoria contínua e neste.CAPÍTULO 1. focado na obtenção de resultados. Sendo consensual que a transmissão de microrganismos através das mãos entre profissionais e doentes. considera-se que a higiene das mãos é uma das medidas mais simples e mais efetivas na redução das IACS. a monitorização da prática de higiene das mãos e do consumo dos produtos adequados. c) incidente com dano ou evento adverso (incidente que resulta em dano para o doente). como foi o caso do First Global Patient Safety Challenge designado Clean Care is Safer Care. deste modo. fomenta uma imprescindível cultura de avaliação e desenvolvimento. na elevação dos padrões de segurança e de cuidados de excelência. na diminuição da resistência aos antimicrobianos e na redução dos custos associados a estas problemáticas. SEGURANÇA DO DOENTE E GESTÃO DE RISCO nível nacional e internacional. em dano desnecessário para o doente). e d) risco (probabilidade de ocorrência de um incidente). os programas de motivação dos profissionais. Dos 48 conceitos definidos na referida classificação destacam-se: a) incidente de SD (evento ou circunstância que poderia resultar. incentiva-se a formação. seria expectável que a implementação de uma estratégia para a higiene das mãos a nível nacional. e entre doentes. a utilização de uma solução antissética de base alcoólica (SABA). entre outras ações. (16) Este desafio tem como principal objetivo prevenir as IACS e assenta na ideia de que “medidas simples salvam vidas”. (14) Atualmente. a higiene das mãos como uma das medidas que maior impacto tem na redução daquelas infeções. é uma realidade incontornável. capacitar um sistema de saúde para a promoção de um trabalho multidisciplinar. Assim. é uma necessidade e uma garantia para o alcançar de reais ganhos em saúde. b) erro (falha na execução de uma ação planeada de acordo com o desejado ou o desenvolvimento incorreto de um plano).(15) O risco de ocorrência de incidentes de segurança durante a prestação de cuidados de saúde está estreitamente ligado ao nível de cultura de segurança e de organização existente nas instituições de saúde. A SD é. (13) O Plano Nacional de Saúde 2012-2016 destaca a importância de incorporar a evidência e inovação na prática clínica. Com o objetivo de tornar a prestação de cuidados de saúde mais segura. aos gestores intermédios e aos prestadores de cuidados. promovem a prevenção eficaz da ocorrência de eventos adversos. visando este. está descrito que cerca de um terço são evitáveis. promovendo a utilização correta dos mesmo e o desenvolvimento de contributos para apoio a prevenção da infeção (p. interpretação e informação de retorno sobre a infeção nas unidades de saúde. Por outro lado. (18) No ano de 2008. análise. desde os gestores de topo. em 2007. a perspetiva é de que o índice de IACS tenda a aumentar. recetivo e flexível. os profissionais de saúde devem ter uma visão específica sobre segurança do doente e gestão do risco uma vez que as intervenções de enfermagem realizadas por profissionais competentes.(14) Desta forma. 22 . conhecer a realidade nacional e reunir esforços para que.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM utilização de indicadores de desempenho e o forte compromisso por parte de todos os envolvidos no processo.(21) Impreterivelmente. Neste sentido. a esta realidade está sempre implícita a importância da tomada de consciência da interdependência de todos os profissionais. é criado o Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos com o objetivo de reduzir as taxas de resistência aos antibióticos. No entanto. através de uma sistematização de registo. reformulou o Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde. Destas comissões depende a definição de um conjunto de políticas. procedimentos e protocolos. nomeadamente a ocorrência de IACS. As Comissões de Controlo da Infeção. uma vez que a população internada também apresenta mais fatores de risco. de forma organizada e concertada. a diminuição da incidência da IACS seja promovida a longo prazo. contribuindo para a SD e para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde. Plano Nacional de Vacinação(20)). que determinarão a efetividade e eficiência dos cuidados prestados. este programa(19) define um conjunto de estratégias de VE e de consumo de antibióticos. assumem-se como uma peça fundamental no processo de melhoria contínua da qualidade. pelo papel que desempenham na resolução de problemas relacionados com a prevenção e controlo da infeção. bem como de consumo acrescido de recursos hospitalares e comunitários. ex.(17) As IACS dificultam o tratamento adequado do doente e são causa de significativa morbilidade e mortalidade.(15) Em termos futuros. existe também uma grande dificuldade em se estabelecer uma relação de causa-efeito e a legislação portuguesa também não inclui esta penosa complicação. para a redução das más práticas. fundamentados na evidência e desenvolvidas num ambiente assistencial e organizacional não punitivo. o Ministério da Saúde. cada profissional de saúde deve ser capaz de reconhecer os riscos e de perceber a sua importância e dimensão. Assim. disponibilização de soluções antisséticas de base alcoólica) e manutenção do rácio profissional/doente em níveis seguros.(6) Por um lado.CAPÍTULO 1. o primeiro passo a dar em direção à minimização dos eventos adversos. Por outro lado. o comportamento dos profissionais de saúde deve ser congruente com as políticas institucionais. formação de equipas de qualidade. desinfeção e esterilização. é o próprio reconhecimento dos mesmos. Logo. monitorização do cumprimento das práticas e informação de retorno sobre o desempenho dos profissionais. como também as áreas de apoio. para que estas intervenções sejam efetivas. SEGURANÇA DO DOENTE E GESTÃO DE RISCO Neste contexto. serviços hoteleiros. uma revisão sistemática de literatura sobre o tema identificou que. na maioria dos estudos. importa também avaliar o resultado das intervenções desenvolvidas. o recurso a instrumentos de autorrelato e de registo de incidentes críticos tem vindo a revelar-se como um importante contributo a considerar na redução do risco.(6) Preconiza-se que um plano de controlo de infeção englobe não só as áreas de prestação direta de cuidados.(23) Pelo exposto emerge a necessidade de envolvimento dos gestores no desenvolvimento e sustentação de programas de controlo de infeção nomeadamente através do financiamento adequado. é essencial a identificação dos fatores de risco inerentes. para o seu controlo e implementação de medidas de prevenção. (24) Neste âmbito. Atualmente. da implementação de mudanças na comunicação interna. (23) 23 . etc. recomendações de boas práticas (uso racional de antimicrobianos.(22) As estratégias de intervenção sobre o problema das IACS têm sido assentes essencialmente em recomendações de higiene adequada. limpeza.) e formação contínua definida em função das necessidades identificadas”. como também analisar tendências e detetar padrões. procedimentos e resultados. ex. uma bundle seria constituída por 2 a 5 intervenções e estaria associada à educação. a VE permite não só analisar o tipo de doentes com maior risco. Sublinhe-se que. alterações estruturais (colocação de lavatórios. Contudo. orientando-se por três vertentes: “vigilância epidemiológica de estruturas. através das precauções básicas ou de outras precauções adicionais (p. a investigação está a ser orientada no sentido de uma abordagem de intervenção multimodal assente no conceito de care bundles proposto pelo Institute for Healthcare Improvement. isolamentos). º 2902/2013 de 22 de fevereiro.(6) Em 2013. discutindo-se e revendo-se diariamente os objetivos e as estratégias do plano delineado. substituindo os Grupos Coordenadores Regionais de Prevenção e Controlo de Infeção e as Comissões de Controlo de Infeção/Comissões de Antibióticos das instituições de saúde respetivamente. inerente à aplicação das diferentes componentes. Todas as Unidades de Saúde devem. pela promoção do uso racional de antimicrobianos e consequentemente pela diminuição das taxas de resistência dos microrganismos aos antimicrobianos. (25) Os princípios gerais deste programa passam pela prevenção e controlo da infeção. O PPCIRA é assim. um programa de saúde prioritário resultante da fusão do Programa Nacional de Controlo de Infeção com o Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos. Importa ainda não esquecer que. esta abordagem prevê um conjunto de medidas a serem aplicadas ao mesmo tempo. • Diminuir até anular a % de doentes com profilaxia antibiótica cirúrgica > 24 horas. deverá estar sempre presente uma cultura de comunicação efetiva entre profissionais. • Reduzir a % de doentes com feridas crónicas a realizar terapêutica antibiótica sistémica. a criação. Porém. desenvolvimento e avaliação de estratégias e medidas concretizadoras dos objetivos delineados para o PPCIRA. cumprindo e implementando as normas publicadas pelo PPCIRA/DGS. • Aumentar dias livres de antibiótico. a criação do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM Assim. se uma delas não for cumprida. foram criados os Grupos de Coordenação Regional (GCR-PPCIRA) e os Grupos de Coordenação Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (GCL-PPCIRA). • Diminuir o consumo de quinolonas na comunidade e de carbapenemes no hospital. perseguir como objetivos principais para 2015(26): • Reduzir a duração média de terapêutica antibiótica. 24 . São assim da responsabilidade dos GCR e GCL todos os procedimentos de VE. os resultados não serão satisfatórios. • Reduzir a % de doentes internados que adquirem colonização ou infeção por microrganismos multirresistentes. foi determinada pelo Despacho n. (25) Neste sentido. 25 .CAPÍTULO 1. SEGURANÇA DO DOENTE E GESTÃO DE RISCO A gestão de riscos de IACS determina compromissos ao nível da gestão. a prevenção das IACS deve constituir uma das componentes críticas de qualquer programa de SD e simultaneamente um foco de melhoria contínua. por conseguinte. O desafio é evidente. Se existem instituições onde é possível conseguir taxas mínimas de IACS (27). a segurança dos doentes nunca deverá ser comprometida e. é urgente intervir sobre as barreiras que impedem outras instituições de obter resultados semelhantes. No entanto. tornando-a num objetivo para todos os indivíduos da organização. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 26 . INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE 27 .PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Capítulo 2 INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE CAPÍTULO 2. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 28 . As IACS são um problema recorrente de saúde pública em qualquer instituição de saúde e ambiente de prestação de cuidados. Critérios de Verificação. os quatro tipo de IACS mais frequentes. Complicações. Neste sentido. diagnóstico e tratamento das doenças. tendo em conta a sua Definição. 29 . utilizando-se cada vez mais dispositivos invasivos para a prevenção.6 %. vias urinárias (21. a sua segurança e a dos próprios profissionais. (30) Além de afetar a qualidade dos cuidados. local cirúrgico (18 %) e corrente sanguínea (8. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE As IACS decorrem de uma reação adversa à presença de um agente infecioso/microrganismo (ou da sua toxina) detetado durante o internamento.3 %).(29) Em 2012. devendo ser uma preocupação constante para todos aqueles que prestam cuidados. Dados Epidemiológicos em Portugal e respetiva Prevalência e Etiologia Microbiana.1 %). estando-lhe associadas elevadas taxas de morbilidade e mortalidade. quando excluídas as infeções e complicações presentes na admissão. sendo mais frequentes as infeções das vias respiratórias (29. serão abordadas ao longo deste capítulo.CAPÍTULO 2. as IACS influenciam sobretudo a qualidade de vida dos doentes. sendo que a sua incidência tem aumentado nos últimos anos. O risco de desenvolvimento de IACS está exacerbado pela necessidade permanente da prestação de cuidados de saúde. num estudo nacional foi identificada uma taxa global de prevalência de IACS de 10. a percentagem de pessoas em situação crítica que pode adquirir uma IACS é de cerca de 30 %.1 %).(28) Em locais como Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 30 . são os que constituem maior risco extrínseco de infeção.CAPÍTULO 2. para além dos inúmeros benefícios que este dispositivo apresenta.3 %. devido à situação crítica em que a pessoa se encontra. Assim.7 %.5 infeções por 1000 dias de exposição e em 2013. correspondendo a 70.INFEÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA DEFINIÇÃO A Infeção da Corrente Sanguínea (ICS) pode ocorrer quando uma bactéria ou outro agente infecioso migra através das vias intraluminal (interior) ou extraluminal (exterior) do dispositivo de acesso vascular. sendo assim essencial a sua prevenção.(6) Este tipo de IACS encontra-se associado à utilização de dispositivos médicos.1 %.3 infeções por 1000 dias de exposição.(31) O contexto preferencial de utilização de CVC são as UCI. a administração de fluidoterapia. sendo mesmo um dispositivo quase imprescindível na prática destas unidades. e pela acessibilidade a um acesso vascular de alto débito.5 %. o mesmo acarreta vários riscos. um deles é a ICS. CATETERES VENOSOS CENTRAIS O CVC apresenta diversas utilidades durante a prática clínica. principalmente nas UCI polivalentes. de hemoderivados. entre outros usos. seguindo-se a cirurgia com 28.(32) No ano de 2013 a prevalência das IACS associada à presença de CVC correspondeu a 31. nomeadamente Cateteres Venosos Centrais (CVC) e de Cateteres Venosos Periféricos (CVP).1 . A tendência da ICS associada ao CVC tem vindo a diminuir ao longo dos anos. de fármacos.5 % e o cateter urinário com 27.(30) 31 .(6)(31) No entanto.(33) Em 2013 a prevalência das IACS associada à presença de CVP correspondeu a 11. verificaram-se 1. de nutrição parentérica. como tal. em 2012. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE 2. (30) CATETERES VENOSOS PERIFÉRICOS Os CVP são os dispositivos médicos mais utilizados como forma de obtenção de um acesso vascular e. entre elas encontram-se a monitorização hemodinâmica invasiva. coloniza a porção endovascular do mesmo e entra no sangue. pela facilidade de obtenção de uma monitorização hemodinâmica mais completa e rigorosa. existiram 1.  Ponta de cateter contaminada durante a inserção. na mortalidade e nos custos hospitalares e comunitários associados. o seu impacto é tremendo na morbilidade clínica.(28) Para além do impacto na saúde da pessoa. em última instância. as potenciais causas de contaminação dos vários tipos de cateteres(6)(36) são:  Frequência da manipulação pelos profissionais. ou.(28) CRITÉRIOS DE VERIFICAÇÃO Importa ainda clarificar o que é considerado uma ICS. relacionadas com a presença de CVP é baixa muitos defendem que a ocorrência de flebites é um fator determinante à colonização bacteriana originando infeções locais.  Local de inserção do cateter.  Gravidade da situação clínica. prolongar o tempo de internamento.  Colonização das conexões do cateter. levar à morte. hipotensão) e duas hemoculturas positivas de um contaminante da pele em 2 amostras separadas obtidas num período inferior a 48 horas. aliada ao risco das infeções locais ou sistémicas. inevitavelmente. De acordo com o programa Hospitals in Europe Link for Infection Control through Surveillance (HELICS).  Fluidos contaminados. a ICS é definida quando se verifica(37):  Hemocultura(s) positiva(s) de um agente patogénico reconhecido.  Via hematogénea. ICS e sépsis. sofrimento psicológico e.(35) Tendo em consideração as características destes dispositivos médicos invasivos. Dessa forma. O facto de. estima-se que a ICS aumenta em cerca de 120 % os custos totais dos hospitais. arrepios. poderá causar maior morbilidade (com maior dificuldade na recuperação do estado de saúde prévio).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM Apesar de alguns autores considerarem que a taxa de incidência das ICS. só são 32 . Dada a frequência com que os CVP são utilizados.(34). A ICS produz impactos na saúde da pessoa que vão muito para além da doença em si.  Uma combinação de sintomas clínicos (febre superior a 38 °C.  Microflora da pele do doente. 49 hospitais participaram no programa de VE da DGS.4 % das ICS. registando 2823 episódios de ICS.CAPÍTULO 2. • A mortalidade ocorre em 30.(32) 33 . PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA MICROBIANA A etiologia microbiana associada à ICS apresenta-se maioritariamente relacionada com microrganismos gram negativo. podendo causar um sofrimento ainda maior do que aquele que levou o doente à instituição de saúde. estas podem manifestar-se sob a forma de febre. • O tempo médio de internamento com ICS é de 36. COMPLICAÇÕES No que diz respeito às complicações das ICS. • Maior incidência nos serviços de Medicina Interna (2. não estando contemplados os casos de sépsis clínica. choque séptico. coagulação intravascular disseminada.3 dias comparativamente aos 7.(28) DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EM PORTUGAL(25)(26) • Em 2013. seguida de gram positivo e por último de fungos. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE incluídas as infeções com comprovação microbiológica. • A partir dos 60 anos de idade a taxa de ICS é de 68.7/1000 dias de CVC) e Cirurgia (2. apesar do elevado índice de exposição ao dispositivo invasivo.(32) No Quadro 1 é possível observar-se os microrganismos mais frequentes associados à ICS.6/1000 dias de CVC) apesar da menor exposição a CVC. (população de 330 mil doentes). tromboflebite séptica e endocardite.3/1000 dias de CVC. em conformidade com dados divulgados pela Direção-Geral de Saúde juntamente com o Departamento de Qualidade na Saúde. • Existe uma tendência decrescente de ICS associadas ao CVC em UCI polivalentes (1.1 dias sem infeção.4 %. (38) No ponto 5.7 KLEBSIELLA 13. O processo de escolha do tipo de cateter vascular a ser utilizado advém do seu propósito. serão apresentadas medidas práticas para o apoio à tomada de decisão da prática de Enfermagem e estratégias a implementar para a prevenção da ICS.2 FUNGOS % TOTAL CANDIDA 2. Este tipo de material é biocompatível e minimiza a colonização por microrganismos. Na colocação de um dispositivo de acesso vascular. elevando-se uma vez que a barreira protetora do organismo é eliminada. poliuretano.129).2 (32) Os vários cateteres vasculares existentes são fabricados em PVC. sendo estes os mais seguros para reduzir o risco de infeção.4 ENTEROCOCCUS FAECIUM 4. do local de inserção.4 (ver p. criando-se uma porta de entrada da flora bacteriana da pele para a corrente sanguínea. funcionando como fator potenciador da capacidade patogénica do microrganismo.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM QUADRO 1 – ETIOLOGIA MICROBIANA DA INFEÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA GRAM NEGATIVO % TOTAL ESCHERICHIA COLI 13.6 GRAM POSITIVO % TOTAL STAPHYLOCOCCUS AUREUS 20. 34 . o risco potencial de infeção encontra-se alterado.2 PSEUDOMONAS AERUGINOSA 7.3 ACINETOBACTER 2.5 ENTEROCOCCUS FAECALIS 4.8 ENTEROBACTER 3. teflon e silicone (siliconados).7 PROTEUS 2. polietileno. das características do doente e da indicação médica. de modo a evitar o risco de bacteriemia com sintomatologia associada. abcessos renais e uretrite.INFEÇÃO ASSOCIADA AO CATETER URINÁRIO DEFINIÇÃO A entrada de microrganismos nas vias urinárias pode originar uma infeção do trato urinário (ITU). a presença de cateter urinário surge como o principal fator de risco para o desenvolvimento da referida infeção. reunindo a pielonefrite aguda ou crónica. menos frequentes.(40) Deste modo. prostatite e uretrite. Porém. que se encontram protegidos dos 35 . na medida em que é responsável pelo aumento da morbilidade e mortalidade dos utentes e consequentemente pelo aumento do tempo de internamento e custos hospitalares associados.CAPÍTULO 2. podendo ser baixas ou altas. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE 2. As ITU classificam-se de acordo com o local onde surgem. tornando o ambiente propício à invasão e proliferação de microrganismos.(39) Sendo a infeção do trato urinário uma das mais frequentes IACS. Este tipo de IACS constitui uma realidade nas unidades prestadoras de cuidados de saúde e apresenta-se como um problema de saúde pública. a infeção associada ao cateter urinário (IACU) ocorre pela migração de microrganismos através do interior do dispositivo (via intraluminal) ou através do meato ao longo da uretra (via extraluminal). este procedimento deve ser efetuado com uma rigorosa padronização técnica e assética. geralmente assintomática.2 . As baixas ou inferiores incluem a cistite. As superiores ou altas. A prevalência de ITU aumenta 10 % a cada dia de utilização de cateter do tipo folley. pelo que se pode afirmar que o cateterismo vesical de longa duração leva à contaminação urinária.(41) A presença de um cateter urinário facilita o desenvolvimento de biofilme (acumulação de microrganismos e respetivos produtos celulares. no entanto a probabilidade de desenvolverem uma infeção sintomática é significativamente menor. formando uma comunidade estruturada numa superfície sólida) entre o cateter e a mucosa uretral. Utentes em regime de cateterismo intermitente apresentam alto índice de contaminação bacteriana da urina. afetam a pélvis e o parênquima renal. colonizando as vias urinárias. nefrite intersticial.(6) A cateterização urinária surge então como uma das situações que predispõe a bacteriúria. bexiga e rins. com 24 % do total das infeções. (41) Contudo. (44) A presença de bacteriúria significativa após 24 h de internamento. a ITU foi a IACS mais frequente. estão relacionados com a presença de cateter urinário (aumenta 8. o que nem sempre significa que exista infeção urinária. que tem uma sensibilidade de 80-95 % e especificidade de 50-76 %. (25)  Estima-se que cerca de 80 % dos episódios de ITU.2 vezes o risco de infeção(25)). porém durante a micção a urina pode contaminar-se na uretra – bacteriúria. sendo que a prática de colocação. A presença de leucócitos. 16. da ação de antimicrobianos e da ação mecânica do fluxo de urina. confirmação laboratorial e isolamento de estirpe microbiológica.  No ano de 2012. pressupõe o diagnóstico. a presença de piúria num doente com cateter urinário.(43) A bacteriúria assintomática apenas deve ser tratada na mulher grávida e nos doentes que vão ser submetidos a procedimentos urológicos (antibioterapia de 1 a 7 dias). bem como presença de piúria. sendo que em cerca de 75 % dos casos existiram sintomas. manutenção e remoção do cateter urinário são também determinantes a considerar do ponto de vista de prevenção e controlo das ITU. foram referentes a IACU.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM mecanismos de defesa do hospedeiro. a ITU foi de 21.(43) Numa pessoa sã os tecidos do trato urinário bem como a urina são estéreis. independentemente das manifestações clínicas que ocorram da presença ou não de cateter urinário.  Em 2013. bactérias ou hemácias no sedimento urinário de doentes sintomáticos. CRITÉRIOS DE VERIFICAÇÃO O diagnóstico das ITU associado aos cuidados de saúde é geralmente efetuado através da análise do sedimento urinário e confirmado posteriormente por urocultura. pressupõe a presença de infeção urinária associada aos cuidados de saúde.(43) DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EM PORTUGAL(6) (26)  Em 2009.(42) A frequência com que os doentes são cateterizados e o tempo de permanência do cateter urinário são os principais determinantes do risco de IACU. por si só não significa infeção.1 % do total das IACS. (45) 36 .7 % dos óbitos associados a infeção por dispositivos invasivos. e a via linfática que ocorre em doentes com obstrução intestinal ou abcessos intra ou retroperitoneais. os mecanismos de defesa do hospedeiro e a existência ou não de alterações estruturais ou funcionais no trato urinário. Contudo. sendo os mais comuns associados ao despejo inadequado dos sacos coletores ou 37 . As enterobactérias a partir das zonas colonizadas da região peri-uretral e do vestíbulo da vulva ascendem até à bexiga onde. sendo frequentemente causada pelo Staphylococcus aureus ou Candida albicans. o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge menciona que a sépsis causada por bactérias gram negativas em doentes hospitalizados tem como principal porta de entrada a via urinária. (43) A porta de entrada das bactérias na via urinária pode ser dividida em (6):  Via extraluminal – decorrente da inoculação direta das bactérias na bexiga. o tamanho do inóculo. menos frequentes. pelas bactérias da flora fecal que colonizam a região urogenital. hemática ou descendente e urógena ou ascendente. são a hematogénea. contamina o sangue e posteriormente infeta o aparelho urinário. se não existir eliminação dessas bactérias tendo em conta a dinâmica entre os fatores de virulência da bactéria. por norma. ou posteriormente ocorrendo uma ascensão da região perineal por ação capilar da mucosa adjacente à parede externa do cateter urinário.ascensão dos microrganismos ao lúmen do cateter.CAPÍTULO 2. multiplicação e eliminação através da urina) ou uma infeção (implica lesão do epitélio). imediatamente após a sua inserção. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE COMPLICAÇÕES Existem três tipos de infeções urinárias – linfática.  Via intraluminal .(46) Ainda neste âmbito. na qual a bactéria que é responsável por uma infeção primária prévia noutro local do organismo. são eliminadas pelo próprio organismo (pelas propriedades antibacterianas da urina e pela presença de Imunoglobulina A e leucócitos).(46) As outras vias de infeção. (43) PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA MICROBIANA Esta infeção pode ocorrer durante a colocação de cateter urinário. A invasão do trato urinário ocorre frequentemente pela via ascendente com início na uretra. vai ocorrer uma colonização (adesão ao endotélio. como consequência da flora que coloniza o sistema de forma espontânea ou após a manipulação do sistema. aquando da colocação do cateter urinário. 4 KLEBSIELLA SP.(25) QUADRO 2 . Em Portugal (Quadro 2).9 OUTROS 0. 38 .6 ACINOBACTER SP. os microrganismos mais frequentemente isolados são Escherichia coli.5 GRAM NEGATIVO ENTEROBACTERIÁCEAS (60.135). serão apresentadas medidas práticas para o apoio à tomada de decisão da prática de Enfermagem e estratégias a implementar para a prevenção da IACU. Pseudomonas aeruginosa e o Enterococccus spp.). 10. klebsiella sp e Pseudomonas aeruginosa o que está de acordo com a prevalência internacional (Escherichia coli.2 CANDIDA ALBICANS 8.ETIOLOGIA MICROBIANA DA INFEÇÃO DO TRATO URINÁRIO GRUPO DE MICRORGANISMOS ISOLADOS MICRORGANISMOS % TOTAL ESCHERICHIA COLI 31.2 STAPHYLOCOCCUS AUREUS 3.2 ENTEROBACTER SP 3.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM contaminação dos mesmos e falhas na manutenção do circuito fechado de drenagem de urina.1 PSEUDOMONAS AERUGINOSA 11.6 OUTROS 0. 6.6 OUTROS 2. 3.3 %) GRAM NEGATIVO NÃO FERMENTATIVO GRAM POSITIVO FUNGOS (25) No ponto 5. A maioria das ITU tem natureza bacteriana. 16.3 PROTEUS SP.5 ENTEROCOCCUS SP.5 (ver p. causada entre 5 a 12 % por múltiplas espécies. sem sinais de inflamação. em que não houve transgressão da técnica cirúrgica nem penetração no trato respiratório. A sua presença constante na pele e trato gastrointestinal limita a ação dos microrganismos invasivos patogénicos e sempre que a barreira epitelial é quebrada. encontrando condições favoráveis à sua proliferação na ferida cirúrgica. o hospedeiro fica fisiológica e imunologicamente comprometido. em condições controladas. a transgressão da barreira de defesa é considerado um fator desencadeante da Infeção do Local Cirúrgico (ILC). digestivo ou geniturinário. (49) CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA CIRÚRGICA A ferida cirúrgica pode ser classificada. (48) Assim.ferida traumática e ferida cirúrgica onde a técnica assética cirúrgica foi posta em causa. digestivo ou geniturinário com derrame de conteúdo (risco de infeção 10 a 17 %). Os microrganismos causadores da ILC estão presentes. na flora microbiana do próprio doente.toda a ferida não traumática.CAPÍTULO 2.3 . durante um episódio cirúrgico.INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO DEFINIÇÃO O ser humano vive em simbiose com milhões de bactérias.  FERIDA CONTAMINADA .(47) A pele íntegra constitui uma barreira física à entrada de microrganismos. da virulência do microrganismo e da resistência do hospedeiro. na maioria dos casos. Sem presença de sinais de inflamação (risco de infeção 3 a 11 %). 39 . INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE 2. no entanto perante a incisão cirúrgica esta é a primeira a ser quebrada.(47) A patogenia da ILC depende do grau de contaminação bacteriana. segundo o grau de contaminação no momento da intervenção cirúrgica. tendo em conta a exposição à flora do doente(47):  FERIDA LIMPA . digestivo ou geniturinário (risco de infeção 1 a 5 %).  FERIDA LIMPA/CONTAMINADA . Inclui as incisões com presença de sinais de inflamação e onde ocorreu penetração no aparelho respiratório.ferida não traumática com penetração no trato respiratório.  Apenas nas situações em que o pelo/cabelo interfere com o procedimento cirúrgico. de risco elevado. as transfusões de sangue e a idade. sendo as suas principais fontes a flora da pele. 40 . evitando que o doente se colonize com a flora bacteriana do hospital. Outros fatores como a experiência dos profissionais que compõem a equipa cirúrgica. destacam-se a diabetes. mucosas ou órgãos ocos do próprio doente. a higiene das mãos e a profilaxia antibiótica são outras medidas a ter em conta na prevenção da ILC no período pré-operatório. na profilaxia antibiótica e nos cuidados a ter no pós-operatório. com tecido desvitalizado. sabe-se hoje que o tempo de internamento é considerado um indutor de IACS. Quanto aos extrínsecos. a Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP) . o tabagismo. quando o microrganismo causador for do próprio doente. podem igualmente influenciar a ILC. Neste sentido. presença de conteúdo purulenta ou vísceras perfuradas (risco de infeção superior a 27 %).(47) O risco de infeção depende do grau de contaminação que ocorre durante a cirurgia e da capacidade do organismo em reagir a essa contaminação. a tricotomia.(47) A ILC está relacionada com fatores intrínsecos e fatores extrínsecos ao próprio doente. Nos intrínsecos. a ter em conta na preparação préoperatória. o estado nutricional. considera as cirurgias: abdominal (por invadir a (47) cavidade de órgãos contaminados). A contaminação da ferida cirúrgica pode ser endógena. o tipo de cirurgia e a técnica cirúrgica. (50) No que se refere ao tipo de cirurgia. nomeadamente da ILC. Por outro lado. ortopédica (por defíce circulatório ósseo) e cardiotorácica (por reconstrução vascular com recurso a implantes). O sucesso da prevenção da ILC passa pela combinação de um conjunto de medidas básicas. estão relacionados com a própria intervenção cirúrgica.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  FERIDA SUJA OU INFETADA . a duração da Intervenção e a utilização de electrocoagulação monopolar. na técnica cirúrgica assética. (53) Ver página 141.(47) O banho com antissético. Como já foi referido anteriormente.feridas traumáticas conspurcadas e antigas. (49) É uma das complicações mais frequentes no pós-operatório pelo que se torna importante a sua prevenção e incidência. a AESOP defende que o tempo de internamento deve ser reduzido ao máximo. a contaminação exógena deve-se a fatores externos como sendo a existência de lesões cutâneas. a terapêutica com esteroides. . 41 . Pode ser classificada como Incisional Superficial.Microrganismo isolado em cultura de líquido ou tecido da incisão por colheita assética . . no primeiro ano quando existe colocação de prótese. em exame histológico ou estudo radiológico. rubor e calor). . por exames histológico ou estudo radiológico. ou.Microrganismo isolado mediante colheita caso de não ser usado assética de líquido ou tecido do órgão. um implante ou no CIRÚRGICO ÓRGÃO/ESPAÇO prazo de um ano se foi utilizado um implante . em reintervenção cirúrgica.Existência dos sintomas e sinais clássicos de infeção (dor. (51) (52)(53) QUADRO 3 . tendo em conta os vários critérios apontados no quadro seguinte (Quadro 3). Incisional Profunda e de Órgão / Espaço.Abertura da incisão deliberada pelo médico no caso de o doente apresentar pelo menos um dos seguintes sintomas ou sinais: febre (> 38 °C). os cuidados a ter com a realização do penso cirúrgico é o aspeto mais preocupante. . tumefação local. . abcesso ou outra evidência de infeção envolvendo a profundidade da incisão detetada no exame clínico. em reintervenção cirúrgica.Drenagem purulenta da incisão. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Relativamente ao pós-operatório.CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO TIPO DE INFEÇÃO Surge durante os 30 INFEÇÃO INCISIONAL SUPERFICIAL dias seguintes à cirurgia e atinge apenas a pele e o tecido celular subcutâneo no local da incisão Ocorre nos 30 dias seguintes à cirurgia sem prótese e atinge os tecidos moles profundos INCISIONAL PROFUNDA CRITÉRIOS DEFINIÇÃO da incisão.CAPÍTULO 2.Drenagem purulenta por dreno colocado no LOCAL Surge no prazo de 30 órgão.Drenagem purulenta da incisão. (49) CRITÉRIOS DE VERIFICAÇÃO A ILC tem como critério geral o início de sinais e sintomas de infeção nos 30 dias após o procedimento cirúrgico ou em caso de implantes/próteses até 1 ano. dias após a cirurgia no . dor localizada ou dor à palpação. .Existência de abcesso ou outra evidência envolvendo o órgão identificado pelo exame clinico. os microrganismos isolados mais frequentemente foram Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus.(54) A ILC pode aumentar o período de internamento. psíquicos e sociais no doente. dando enfase aos fatores de risco e medidas de prevenção e controlo da ILC. a necessidade de utilização de antimicrobianos e levar ao afastamento da atividade laboral. com 18 % do total das infeções. É uma 42 . Realçamos a importância da elaboração e implementação de um programa educativo que envolva toda a equipa multidisciplinar. provocando danos físicos. (26) PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA MICROBIANA Segundo o estudo de prevalência de infeção adquirida no hospital e do uso de antibióticos nos hospitais portugueses em 2012. (25) (52)  42 % das ILC foi detetada após a alta.SSI) a notificação pelas instituições hospitalares ainda é muito reduzida. reinternamento (5 vezes mais) e de morte (2 vezes mais).(26)  ILC associadas a cesariana e cirurgia da vesícula biliar têm apresentado uma tendência crescente.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM COMPLICAÇÕES Embora não seja fácil medir as consequências em termos de problemas sociais e económicos que decorrem das complicações da ILC. a ILC foi a 3. Está demonstrado que os doentes que adquirem uma ILC apresentam maior probabilidade de internamento numa UCI (60 %). uma vez que apesar de Portugal participar desde a criação do programa do European Centre for Disease Control and Prevention (ECDC) (HAI.(26)  Os resultados não podem ser considerados representativos da realidade nacional.ª IACS mais frequente. pelos custos que estas acarretam a nível económico e a nível social. (55) A prevenção da ILC deverá constituir uma prioridade na prestação dos cuidados de enfermagem. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EM PORTUGAL  Em 2012. é sabido que as mesmas podem persistir durante meses ou anos após o aparecimento da infeção. como se pode observar no Quadro 4. 23. onde a evidência científica. que são as IACS.3 ENTEROCOCCUS SP. 10.5 % FUNGOS 2.9 KLEBSIELLA SP.2 % ANAERÓBIOS 1.4 OUTROS 0.7 OUTROS 5.9 STREPTOCOCCUS SP.6 % 13.1 ACINETOBACTER SP.3 OUTROS 9.8 % 50.0 ENTEROBACTER SP. serão apresentadas medidas práticas para o apoio à tomada de decisão da prática de Enfermagem e estratégias a implementar para a prevenção da ILC. aliada às boas práticas.6 (ver p. traduzem a luta contra este flagelo de hoje nos cuidados de saúde. 43 .4 PROTEUS SP. 37.3 STAHPYLOCOCCUS CN 10.ETIOLOGIA MICROBIANA DA INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO GRUPOS DE MICRORGANISMOS ISOLADOS GRAM NEGATIVO ENTEROBACTERIÁCEAS GRAM NEGATIVO NÃO FERMENTATIVOS GRAM POSITIVO % ABSOLUTA 31.9 STAPHYLOCOCCUS AUREUS 49. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE área em permanente desenvolvimento e constante evolução.5 CANDIDA SP No ponto 5.5 % (25) MICRORGANISMOS % RELATIVA ESCHERICHIA COLI 37. 1.7 1. 16.141). 26.CAPÍTULO 2. QUADRO 4 .2 PSEUDOMONAS AERUGINOSA 63. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 44 . (59) A entrada dos microrganismos pode ocorrer através da aspiração de secreções. 45 . (58) DEFINIÇÃO Pode ser definida como uma infeção pulmonar provocada por vírus. sendo categorizados como fontes endógenas. representa um impacto substancial para as instituições de saúde prolongando o período de internamento e o tempo de ventilação mecânica e consequentemente. Enquanto procedimento invasivo. inalação de ar ou aerossóis contaminados.(60) CRITÉRIOS DE VERIFICAÇÃO Segundo o Clinical Pulmonary Infection Score(61) em português . bactérias e/ou fungos em doentes entubados endotraquealmente e submetidos a ventilação mecânica há mais de 48 horas.4 . A utilização de dispositivos médicos de apoio à ventilação.(56) A PAV é a IACS mais frequente nas UCI. o aumento dos custos financeiros. pode acarretar alguns riscos.o diagnóstico de PAV passa necessariamente pela avaliação dos seguintes critérios(62):  Temperatura.(57) Desta forma.  Leucocitose.INFEÇÃO ASSOCIADA AO VENTILADOR/PAV A ventilação mecânica invasiva é uma das técnicas de suporte à manutenção das funções vitais da pessoa em situação crítica. (56) A PAV é provocada pela presença de microrganismos na zona estéril do trato respiratório inferior. Os microrganismos podem ter origem na zona orofaríngea ou na zona gástrica. tais como a PAV. extensão direta de uma infeção contígua. os aerossóis e as mãos dos profissionais de saúde contaminadas são qualificadas como fontes exógenas. a necessidade de introdução de um tubo endotraqueal nas vias aéreas (nasotraqueal. inoculação durante a entubação e através da disseminação hematogénea. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE 2.CAPÍTULO 2.Índice Clinico de Infeção Pulmonar . sendo que 10 a 20 % dos doentes entubados endotraquealmente e submetidos a ventilação mecânica desenvolvem uma PAV. orotraqueal ou cânula de traqueostomia). (26) CLASSIFICAÇÃO A PAV pode ser classificada em precoce ou tardia de acordo com o tempo do seu aparecimento.(25)  Existe uma tendência decrescente na PAV em UCI. da aspiração consequente à própria entubação. juntamente com culturas de expetoração podem ser sensíveis para patógenos bacterianos. é provocada por microrganismos pertencentes à flora endógena da própria pessoa.(64)  No ano de 2012. Os critérios clássicos para o diagnóstico de PAV têm sido febre. Relativamente à PAV precoce.3 % do total das IACS. nos quais esta infeção apresentou uma prevalência de 18.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Secreções traqueais. eles são altamente inespecíficos. tosse e o desenvolvimento de expetoração purulenta. leucocitose e o crescimento bacteriano em culturas de expetoração.3 %.  Oxigenação. por norma. Por sua vez. Embora os critérios clínicos. líquido pleural ou sangue. ou seja. (63) DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EM PORTUGAL  Em 2010.(26)  A mortalidade ocorre em 31. as infeções das vias respiratórias inferiores foram 29. esta ocorre quando o seu aparecimento surge até às 96 horas após a entubação endotraqueal e resulta.  Cultura do aspirado traqueal. especialmente em pessoas com PAV.8 % dos episódios de PAV.7 casos/1000 dias de intubação (programa de VE de infeções adquiridas nas UCI de adultos integrado no programa HAI-ICU do ECDC). sendo que em 2012 foram notificados 8. aspirado traqueal. sendo que em cerca de 38 % dos casos existiu confirmação laboratorial e isolamento de estirpe microbiológica (80% dos casos foram pneumonias).  Radiografia pulmonar. a PAV tardia ocorre após 96 horas 46 . em simultâneo com evidência radiológica de infiltrado pulmonar. 36 % das infeções adquiridas em UCI eram infeções das vias respiratórias inferiores em doentes ventilados.  Progressão do infiltrado radiológico. uma vez que a presença de uma via aérea (VA) artificial como o tubo endotraqueal. inoculação durante a entubação ou no ato da aspiração de secreções. (66) No ponto 5. os agentes microbianos patogénicos podem atingir o aparelho respiratório inferior por: microaspiração a partir da orofaringe. constituindo ainda um acesso direto às vias aéreas. inalação de aerossóis contaminados e possível translocação bacteriana. serão apresentadas medidas práticas para o apoio à tomada de decisão da prática de Enfermagem e estratégias a implementar para a prevenção da PAV. MRSA ou BGN produtores de β-lactamases de espectro estendido. As pneumonias tardias podem também estar associadas a estes agentes. 47 . provoca inevitavelmente alterações nos mecanismos de defesa da VA. ou seja que pode resultar dos cuidados prestados. INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE da entubação e tem na sua etiologia microrganismos hospitalares.7 (ver p.CAPÍTULO 2.149). Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MRSA) e bacilos gram negativos (BGN) sensíveis aos antimicrobianos.(63) A PAV precoce ocorre quando há uma quebra nas defesas do hospedeiro propiciando a colonização microbiana. Haemophilus influenzae. Desta forma. Acinetobacter.(65) PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA MICROBIANA Os agentes mais prevalentes nos casos precoces são Streptococcus pneumoniae. mas são com maior frequência causadas por bactérias multirresistentes como Pseudomonas aeruginosa. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 48 . PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Capítulo 3 MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES CAPÍTULO 3. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 49 . CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 50 . o desafio que se coloca deve-se ao número limitado de opções terapêuticas que restam para o tratamento de doentes infetados por estes microrganismos (quando existem). (68) Existem dois fatores que concorrem para promover a resistência dos microrganismos aos antimicrobianos. Klebsiella . Dado que os microrganismos resistentes aos antimicrobianos não respondem à terapêutica. nomeadamente a sua utilização indiscriminada e a transmissão cruzada destes microrganismos entre pessoas infetadas.CAPÍTULO 3.(67) Vários são os exemplos de microrganismos multirresistentes ou epidemiologicamente importantes (68) (69):  Acinetobacter baumannii  MRSA .Staphylococcus aureus resistente à meticilina  Streptococcus pneumoniae resistentes à penicilina e a outros agentes de largo espectro  Enterococcus resistentes à vancomicina (VRE)  Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamases de largo espectro (ESBL) (exemplos de Enterobacteriaceae comuns pneumoniae e Proteus Mirabilis)  Pseudomonas aeruginosa multirresistente  Clostridium difficile 51 são Escherichia coli. Nestas situações. vírus e fungos) corresponde à capacidade destes em resistir a vários antimicrobianos. bem como no aumento do risco de morte. que lançou um alerta em relação ao potencial perigo que esta representa para a saúde pública em termos globais. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES A multirresistência dos microrganismos (bactérias. parasitas. a multirresistência aos antimicrobianos tem vindo a ser um dos motivos de preocupação da OMS. as infeções causadas por estes. é de extrema importância a utilização racional de antimicrobianos.(67) Assim. Por estes dois motivos. bem como a implementação de precauções que previnam a transmissão destes microrganismos. resultam em prolongamento da doença e internamentos hospitalares. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 52 . entre outros.RESISTÊNCIAS AOS ANTIMICROBIANOS O uso de antimicrobianos como recurso para o controlo de infeções é uma prática generalizada.(70) Os dados estatísticos dos últimos anos. apontam Portugal como um dos países da europa que apresenta taxas de infeção hospitalar mais elevadas e onde é apontada a necessidade de o uso de antibióticos ser feito com maior rigor e racionalidade. Contudo. Este facto 53 . assinala que existe atualmente uma elevada taxa de resistência aos antimicrobianos.(71) Em 2012.(70) O estudo de situação em Portugal é construído com o recurso a instrumentos de leitura. Enterococcus faecium resistente a vancomicina de 20 %. este é elevado ao nível das quinolonas. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. nomeadamente pelo MRSA. com ganhos evidentes no que toca ao restabelecimento do estado de saúde e prevenção da doença. tem conduzido ao surgimento de estirpes multirresistentes e. carbapenemes. A Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenemes aumentou de 2010 para 2011 a sua resistência de valores inferiores a 1 % para valores entre 1 e 5 %. Klebsiella pneumoniae resistente as cefalosporinas de 3. cefalosporinas de terceira geração.(25) Os dados do ECDC de 2011 denotam que em Portugal existem percentagems de resistência do MRSA superior a 50 % (um dos países onde é mais elevada). do ponto de vista do consumo de antimicrobianos em Portugal. (25) Como se pode constatar pelo descrito. possivelmente.CAPÍTULO 3. Destaca ainda uma crescente taxa de Enterobacteriáceas resistentes a carbapenemes.2 % e da Escherichia coli resistente a fluoroquinolonas de 27 %. Enterobacteriáceas resistentes a cefalosporinas de terceira geração e de Pseudomonas e Acinetobacter resistentes a carbapenemes. perceção da percentagem de consumo de antimicrobianos e percentagem de infeção. as atuais evidências científicas demonstram que o uso inadequado dos mesmos. fluoroquinolonas para profilaxia cirúrgica. análise da resistência aos antimicrobianos. Torna-se assim fundamental criar um plano de prevenção e controlo de IACS e reeducar os profissionais de saúde para o uso racional de antibioterapia. ao aumento de casos de transmissão de infeção ou de surtos.1 . o inquérito de prevalência de infeção adquirida no hospital e do uso de antimicrobianos nos hospitais portugueses.ª geração de 36. na perspetiva de fomentar o uso racional de antimicrobianos. Urge a necessidade de implementação e desenvolvimento de estratégias que poderão minimizar estes factos.(25) Existe hoje em dia uma perceção clara dos motivos que levam a um crescimento das resistências microbianas e do uso inapropriado dos antimicrobianos. a prevenção e controlo da infeção e a prevenção da resistência.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM implicou a criação do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência Antimicrobiana (PPCIRA) e a agilização dos GCR e GCL do PPCIRA em cada instituição de saúde.(71) 54 . Via Aérea Página 93 Página 97 Página 99 Página 101 APENAS QUANDO MICRORGANISMO MULTIRRESISTENTE 55 .MICRORGANISMOS MAIS PREVALENTES NAS IACS Neste ponto. Serão igualmente apresentadas as precauções recomendadas para cada microrganismo. com o alerta específico para os que necessitarão de precauções adicionais/baseadas nas vias de transmissão. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3.CAPÍTULO 3. conforme sejam ou não considerados multirresistentes (ver Legenda). Para cada um deles. está disponível uma breve descrição.CONTACTO PBVT .Gotículas PBVT . identificadas as suas principais manifestações clínicas e descritas as formas/vias de transmissão. LEGENDA: PBCI PBVT .2 . são identificados alguns dos microrganismos mais prevalentes nas IACS. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 56 . atualmente é considerado um agente preocupante devido à crescente incidência de infeções graves e ao seu difícil tratamento. A ocorrência de colonização ou infeção por este microrganismo condiciona também o destino de alta e eleva a taxa de mortalidade.CAPÍTULO 3. imóvel.2. infeções da pele e dos tecidos moles. (72) (73) O aparecimento do Acinetobacter baumannii multirresistente ocorre.(72) Embora fosse considerado anteriormente como um microrganismo oportunista com pouca relevância clínica. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. aeróbio estrito. máquinas de diálise.ACINETOBACTER BAUMANNII Descrição/Definição: O género Acinetobacter consiste num bacilo gram negativo. através do ambiente ou equipamentos usado por uma pessoa infetada. sistemas de ventilação. caso não exista uma correta limpeza dos mesmos. nomeadamente em equipamento como ventiladores mecânicos. ILUSTRAÇÃO 1 .CONTACTO Apenas quando microrganismo multirresistente 57 .(73) Manifestações Clínicas: Pneumonia seguida de bacteriemia. não fermentador. com catalase positiva e oxidase negativa. baumannii pode sobreviver em diversos locais do ambiente hospitalar.(72) Formas/Vias de Transmissão: Contato direto de pessoa para pessoa ou contato indireto. maioritariamente. pouco exigente. aumentando o número de dias de permanência hospitalar. O A. meningite e mais raramente outro tipo de infeções. na pele e mucosas dos profissionais de saúde e doentes.1 . na segunda semana de internamento.ACINETOBACTER BAUMANNI fontes de água e.(73) PBCI PBVT . CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 58 . pele ou da vagina ocorrem sem razão aparente.(74) Formas/Vias de Transmissão: Transmite-se por contacto direto ou pela utilização de dispositivos contaminados. cirúrgicos. as infeções por Candida albicans da boca. em doentes de risco pode entrar na corrente sanguínea.(74) ILUSTRAÇÃO 2 . com catéter venoso central e imunodeprimidos. A infeção pode disseminar-se e afetar vários órgãos. Na maioria das vezes.(74) Manifestações Clínicas: A Candida albicans pode permanecer no organismo humano sem causar sintomas. afetando o funcionamento das válvulas da garganta. A Candida albicans também pode proliferar na cavidade oral causando a candidíase oral ou na região genital. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. causando a candidíase genital.CANDIDA ALBICANS Descrição/Definição: A Candida albicans é um fungo que está normalmente presente na pele e nas membranas mucosas mas que também pode passar através da corrente sanguínea. Este microrganismo pode transpor-se para a corrente sanguínea.2 .CANDIDA ALBICANS Uma causa comum de infeção pode ser a utilização de antibióticos que destroem microrganismos benéficos. permitindo que a Candida albicans se multiplique. no entanto.CAPÍTULO 3. intestinos e coração. nomeadamente em situações de utilização de dispositivos médicos invasivos que estejam contaminados e causar graves infeções fúngicas. atingindo nesse contexto doentes internados em UCI. PBCI 59 .2. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 60 . 2 . íleo paralítico ou choque. doentes com patologia gastrointestinal (doença intestinal inflamatória. o uso de inibidores da bomba de protões foi também sugerido como fator de risco. o quadro clínico torna-se mais grave. doentes imunodeprimidos.CAPÍTULO 3.3 . PBCI PBVT . megacólon tóxico ou perfuração intestinal. um ponto dedicado apenas a este microrganismo no sub-capítulo 5. que varia desde diarreia aquosa até casos mais graves de colite pseudomembranosa. hipertensão arterial. o CD pode ainda desencadear febre. Em menos de 50 % dos doentes. formadora de esporos.CLOSTRIDIUM DIFFICILE Descrição/Definição O Clostridium difficile (CD) é uma bactéria gram positiva. aumento de creatinina e leucocitose. hospitalização prolongada. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. falência renal.Prevenção da Infeção por Clostridium difficile na página 115. doentes oncológicos. Quando surge aumento do lactato sérico. mas quando é alterada por intermédio da administração de antibióticos. dor abdominal localizada sobretudo no hipogastro. anaeróbia estrita. gastrectomizados) e doentes sujeitos a terapia de suporte nutricional enteral. (75) ILUSTRAÇÃO 3 . temos o uso de antibióticos. o CD encontra as condições ideais para a sua germinação. colonização e formação de toxinas.CLOSTRIDIUM DIFFICILE Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de doença associada ao CD. Mais recentemente. arrepios. a microflora intestinal tem a capacidade de inibir o seu crescimento.(76) Tendo em conta a preocupação crescente com a prevenção da infeção por CD optou-se por elaborar nas recomendações para uma prática segura. A contaminação do ambiente também pode ter um papel relevante. Em condições normais. idade superior a 65 anos.CONTACTO 61 .(76) Formas/Vias de Transmissão: A transmissão ocorre frequentemente pela via fecal-oral veiculada através da contaminação transitória das mãos dos doentes e dos profissionais de saúde.2.(75)(76) Manifestações Clínicas: O CD pode causar sintomatologia. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM A correta lavagem das mãos é a principal ação da prevenção na transmissão de infeções cruzadas/IACS. a aplicação de soluções alcoólicas não remove. Apesar de os produtos com álcool serem eficazes contra os microorganismos não esporicidas. nem destrói os esporos de Clostridium difficile. (1) (76) 62 . Especificamente na transmissão da infeção por Clostridium difficile este procedimento deve estar ainda mais reforçado e ser executado com água e sabão.  Imunodeprimidos. ICS ou ILC. (79) Existem vários fatores que promovem o risco de infeção por Enterococcus faecalis.  Hospitalizados com antibioterapia por longo período de tempo. apresenta um papel muito importante no aparecimento de VRE. Pode colonizar o sistema geniturinário. a cavidade oral e a pele.4 . Devido à contaminação fecal.CONTACTO Apenas quando microrganismo multirresistente 63 .ENTEROCOCCUS FAECALIS superficiais. A nível hospitalar.CAPÍTULO 3.(79) PBCI PBVT . através de superfícies contaminadas. poderá por vezes causar ITU. por longos períodos de tempo. tem capacidade de resistência e de proliferar em águas ILUSTRAÇÃO 4 . plantas e produtos alimentares. as VRE são responsáveis por elevados casos de infeção.ENTEROCOCCUS FAECALIS Descrição/Definição: A bactéria Enterococcus faecalis é uma subespécie da família Enterococcaceae.(79) Manifestações Clínicas: A bactéria Enterococcus faecalis apesar de comensal na flora intestinal. solo. incluindo em produções de animais.(77) (78) A utilização elevada de vancomicina. não esporulada e comensal da flora gastrointestinal nos humanos e nos animais.2. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3.  Submetidos a cirurgia abdominal ou torácica. Formas/Vias Transmissão: A bactéria Enterococcus faecalis transmite-se pelo contacto direto com indivíduos infetados e por contacto indireto. nomeadamente em indivíduos (79):  Medicados com vancomicina ou outro antibiótico por um longo período de tempo.  Submetidos a implantação de CVC e cateter urinário. gram positiva anaeróbica facultativa. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 64 . por intermédio de superfícies ou equipamentos contaminados. Nos tratos gastrointestinal e geniturinário humano ILUSTRAÇÃO 5 . água e animais.ENTEROCOCCUS FAECIUM Descrição/Definição: O Enterococcus faecium é uma bactéria gram positiva.2.(82) Atualmente. ou por contato indireto. apesar de inofensivo.(80) (81) Manifestações Clínicas: Constitui uma das principais causas de infeções do trato urinário. No entanto. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3.CONTACTO Apenas quando microrganismo multirresistente 65 .(83) Formas/Vias de Transmissão: Transmite-se de pessoa para pessoa por contato direto.ENTEROCOCCUS FAECIUM a colonização é frequente.CAPÍTULO 3. considerada há muito como comensal e inofensiva do trato gastrointestinal. Epidemiologicamente muito importante porque sobrevive em situações ambientais difíceis. tornou-se nas últimas décadas. uma causa importante de bacteriemias nosocomiais. Também é um importante patogénico de infeções intra-abdominais e pélvicas em processos que são geralmente de etiologia polimicrobiana. (84) PBCI PBVT . ILC e bacteriemias. Estas infeções são de difícil tratamento devido à sua resistência a um grande número de antibióticos. este microrganismo pode ser encontrado em alimentos.5 . nomeadamente à vancomicina. a sua presença é notável em ITU. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 66 . sendo responsável por mais de 80 % de todas as ITU comunitárias. Enterobacter). entre muitas outras IACS. coli são capazes de produzir uma toxina que pode produzir infeções graves.(85) É uma bactéria muito comum no trato gastrointestinal.(87) Formas/Vias Transmissão: O risco a nível hospitalar é de que a E.CAPÍTULO 3. pneumonia.ESCHERICHIA COLI Descrição/Definição: E.6 . A maioria das infeções é endógena.ESCHERICHIA COLI estão comprometidas. Pertence a uma família de bactérias denominada Enterobacteriaceae (em conjunto com os géneros Klebsiella. infeções sanguíneas e ILC. É também possível que a bactéria seja transmitida a partir de outra pessoa por contacto direto.(87) PBCI PBVT . algumas estirpes de E.CONTACTO Apenas quando microrganismo multirresistente 67 . Contudo. coli é o bastonete gram negativo mais comumente isolado em doentes com bacteriemia. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. ou seja. coli do intestino possa ser introduzida na circulação sanguínea ou noutros tecidos durante procedimentos invasivos.(86) Manifestações Clínicas: Este microrganismo pode causar um vasto conjunto de infeções.2. como procedimentos cirúrgicos. os microrganismos que fazem parte da microflora bacteriana são capazes de estabelecer uma infeção quando as defesas do doente ILUSTRAÇÃO 6 . como ITU. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 68 . artrite séptica. Urocultura e colheita de exsudato faríngeo. beijos e proximidade física). (88) (89) O período de incubação da meningite bacteriana após a exposição a Haemophilus influenzae é de 2-4 dias. (88) (89) Formas e Vias de Transmissão: A transmissão de Haemophilus influenza ocorre por contacto direto (de pessoa a pessoa). empiema ou osteomielite. A incidência da infeção por Haemophilus influenzae é sazonal. A até F. (88) Em Portugal.2.HAEMOPHILUS INFLUENZAE Descrição/Definição: O agente de infeção Haemophilus influenzae. (88) (89) O diagnóstico é determinado por análises de sangue (hemoculturas e serologias). podendo as meningites representar 37 a 70 % dos casos. existem seis tipos diferentes. os sintomas iniciais são o início súbito de febre. cujo reservatório é o trato respiratório superior humano. é um bacilo coco gram negativo. O mais ILUSTRAÇÃO 7 . fotofobia e confusão mental são outro tipo de sintomas associados a esta patologia. Sendo capsulado. espirros. as infeções meníngeas por Haemophilus influenzae são doenças de declaração obrigatória desde janeiro de 1999. (90)(91) Manifestações Clínicas: A infeção invasiva por Haemophilus influenzae tipo B pode manifestar-se por meningite e outras doenças como epiglotite. vómitos em jato.(88) (89) Pode ser capsulado ou não capsulado. pericardite. cefaleias e rigidez da nuca. pneumonia. celulite. através de gotículas e secreções nasofaríngeas de doentes ou portadores assintomáticos (tosse.CAPÍTULO 3.7 . (89) PBCI PBVT . MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. com preferência pela Primavera e Outono.(89) No caso de meningite. Analise de líquido cefalorraquidiano (LCR). Náuseas.HEMOPHILUS INFLUENZAE predominante é o tipo B. A proporção em que se apresenta cada quadro clínico é muito variável.GOTÍCULAS 69 . conhecido com HiB e é aquele que assume maior virulência. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 70 . KLEBSIELLA PNEUMONIAE Carbapenemes. Os doentes mais suscetíveis a desenvolver infeção por Klebsiella pneumoniae são os imunodeprimidos. principalmente.(92) Em pessoas imunodeprimidas.(92) Manifestações Clínicas: As manifestações clínicas que poderão ocorrer incluem ITU. com DPOC.CONTACTO 71 Apenas quando microrganismo multirresistente . (92) (93) Numa situação de pneumonia.KLEBSIELLA PNEUMONIAE Descrição/Definição: A bactéria Klebsiella pneumoniae pertence à família Enterobacteriaceae. alcoólicos. entubados e com presença de cateteres endovenosos.CAPÍTULO 3. (93) PBCI PBVT . diabéticos. septicémia e infeção dos tecidos moles.2. é gram negativa. resistente à antibioterapia.8 . a bactéria provoca nos pulmões: necrose. para além destas patologias. o que em lhe forma permite de bastonete e ser resistente a mecanismos de defesa do hospedeiro.(92) (93) A bactéria Klebsiella pneumoniae não se transmite por via aérea nem por gotículas. Já a Klebsiella pneumoniae carbapenemase. levando à produção de secreções sanguíneas. (92) Formas/Vias Transmissão: O contacto direto desta bactéria com sangue do doente provoca septicemia. poderá resultar em morte. sendo que para provocar pneumonia deverá entrar em contacto direto com o trato respiratório do doente. e tem desenvolvido principalmente a ILUSTRAÇÃO 8 . a infeção pela Klebsiella pneumoniae. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. inflamação e hemorragia. pela aspiração do microrganismo da orofaringe. pneumonia. transmite-se por contacto direto. pelo que a prevenção passa pelas medidas adicionais de isolamento de contacto. A Klebsiella pneumoniae tornou-se nos últimos anos um importante agente patogénico resistência de IACS antibacteriana. a correta higienização e lavagem das mãos/instrumentos/dispositivos que entrem em contacto com a pele e fluidos do doente colonizado ou potencialmente colonizado com a estirpe multirresistente da Klebsiella. anaeróbica facultativa capsulada. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 72 . diabetes. (96) A Bactéria Legionella não se transmite no contacto direto de pessoa para pessoa. gram negativo (95). (96) (95) (97) ILUSTRAÇÃO 9 . tosse e dores musculares).2. Necessita de tratamento farmacológico antimicrobiano (eritromicina ou rifampicina associado a outro). catalase positiva (97) e que (94) necessita de meios de cultura especiais para se multiplicar. Esta bactéria é um parasita intracelular produtor de beta-lactamases que sobrevive à fagocitose por macrófagos e a temperaturas até 70 °C. (95) (96) Formas/Vias Transmissão: A infeção pela bactéria Legionella pneumophila ocorre pela inalação de vapor ou gotículas de água contaminada.CAPÍTULO 3. onde se aloja e reproduz. Resiste aos beta-lactâmicos. patologia respiratória. a maioria das pessoas desenvolve pneumonia (a bactéria cresce e multiplica-se nos pulmões). sem tradução radiológica de pneumonia e cura espontaneamente no período de 1 a 5 dias. através de chuveiros. (98)  Doença do Legionário – forma mais grave. A propagação da doença leva ao recrutamento de fagócitos sanguíneos. sistemas de aquecimento com depósitos de água e condutas de ar condicionado. As sintomáticas são:  Febre de Pontiac – menos severa.LEGIONELLA PNEUMOPHILIA Manifestações Clínicas: Pode desencadear infeções assintomáticas ou sintomáticas (febre. (95) (97) Após a inalação para os pulmões. origina um estado agudo doloroso tipo gripal. A bactéria é resistente aos neutrófilos e multiplica-se dentro dos monócitos.LEGIONELLA PNEUMOPHILA Descrição/Definição: A bactéria Legionella pneumophila encontra-se no meio ambiente e é um bacilo polimórfico .9 . renal. Mortal em 30 % dos casos. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. hepática e imunodepressão.(95) Os fatores de risco são: idades superiores a 50 anos. aeróbio (96). nebulizadores. nomeadamente a penicilina. (96) (97) PBCI 73 . invade os macrófagos alveolares. hábitos tabágicos. Pode evoluir para pneumonia grave. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 74 . se o bacilo de Koch se torna ativo no corpo e se multiplicar. O diagnóstico consegue-se pelos testes tuberculínico e IGRA (interferon gamma release assay) e radiografias do tórax. No entanto. são os determinantes mais importantes na ocorrência de surtos e de infeção nos profissionais de saúde. astenia.2. Pertence à família Mycobacteriaceae. Propaga-se através da VA. (101) A falha ou atraso no diagnóstico.MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS OU BACILO DE KOCH pulmões. acompanhado de rouquidão e expetoração hemoptóica. (99) (100) O contacto direto. alojando-se principalmente no sistema respiratório e infetando os ILUSTRAÇÃO 10 . por algum motivo. broncoscopias. É altamente aeróbica (necessita de elevados níveis de oxigénio). entubação.VIA AÉREA 75 . (99) (101) Formas/Vias Transmissão: A transmissão de tuberculose acontece de pessoa para pessoa. quando efetuados sem a proteção adequada (máscara). MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. O mais comum é um quadro clínico de tosse há três ou mais semanas. através do ar exalado pela pessoa bacilífera. são considerados atividades de elevado risco. Isto poderá acontecer quando.CAPÍTULO 3. sem a proteção adequada.10 . Para as pessoas cujo sistema imunológico está debilitado. não têm quaisquer sintomas e não transmitem o bacilo a terceiros.MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS Descrição/Definição: O Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch é a bactéria gram positiva patogénica que está na origem da maioria dos casos de tuberculose pulmonar. (102) PBCI PBVT . nebulização). a pessoa passará de tuberculose latente a tuberculose pulmonar. Os procedimentos como indução de tosse (laringoscopias. aspiração de secreções. especialmente aqueles com infeção por VIH. (99) (100) O diagnóstico de tuberculose pulmonar deve ser considerado quando a pessoa apresenta anorexia. com doentes em fase ativa é uma atividade de risco (médio). suores noturnos e febre. emagrecimento. existe uma situação de imunodepressão. isolamento e tratamento dos doentes. aumenta o risco de desenvolvimento de tuberculose pulmonar.(99) (100) (101) (102) Manifestações Clínicas: Na tuberculose latente as pessoas não se sentem doentes. (101) (125) . Ponderar o uso de máscaras do tipo P3 em situações de maior risco onde não existam medidas de controlo ambiental. quando em contacto com doente com tuberculose pulmonar.Uso de máscara de partículas do tipo P2/N95 para todos os profissionais de saúde e visitas. (101) (125) 76 .Rastreio de profissionais de saúde sempre que tenha ocorrido exposição significativa a um doente com tuberculose pulmonar infeciosa. (101) (125) .CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM .Uso de máscara cirúrgica para o doente quanto este necessita de sair do quarto (a saída deverá ser evitada ao máximo). sem que tenham sido tomadas medidas de controlo de infeção adequadas. Em Portugal. podendo apresentar-se como casos isolados. incluindo as meningites. (88) (89) ILUSTRAÇÃO 11 .NEISSERIA MENINGITIDIS (MENINGOCÓCICA) Descrição/Definição: meningitidis.NEISSERIA MENINGITIDIS Manifestações Clínicas: A disseminação da Neisseria meningitidis. Geralmente.11 . através das gotículas e secreções rinofaríngeas e é favorecida pela tosse. a contaminação pelo meningococo e a colonização resultantes são assintomáticas ou provocam uma faringite inespecífica. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. com preferência pelos primeiros meses do ano. fundamentalmente. cuja disseminação resulta em doença meningocócica invasiva e /ou septicémia. dada a fragilidade da bactéria fora do organismo humano. são doenças de declaração obrigatória. A incidência da infeção meningocócica invasiva tende a ser cíclica. beijos e proximidade física. (89) (88) Formas e Vias de Transmissão: Considera-se que o contacto direto é o único meio de transmissão. é um O agente da diplococo infeção gram Neisseria negativo. A transmissão ocorre. as infeções meningocócicas. surtos localizados ou epidemia. O seu reservatório e o foco a partir do qual se propaga é a orofaringe humana.CAPÍTULO 3. espirros. geralmente septicemia e/ou meningite. (89) (76) PBCI PBVT .2.GOTÍCULAS 77 . resulta em doença meningocócica invasiva. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 78 . A presença de cálculos poderá ser indicativa de infeção crónica. Desta forma. Gradualmente poderá levar a situações de choque.PROTEUS MIRABILIS Descrição/Definição: A bactéria Proteus mirabilis é um bacilo gram negativo da família Enterobacteriaceae.12 .2. taquipneia e aumento dos leucócitos. insuficiência respiratória e insuficiência renal. O risco de infeção é de 5 % por dia em doentes com cateterização urinária.PROTEUS MIRABILIS multirresistente. Não sendo o principal causador de IACS. existindo a evidência de que é comum colonizarem as mucosas orais e a pele dos doentes e profissionais de saúde. Faz parte da flora intestinal humana e está habitualmente presente em instituições hospitalares. prostatites e pielonefrites. (103) (106) Manifestações Clínicas: A maioria das infeções provocadas por esta bactéria são ITU. cistites.CONTACTO Apenas quando microrganismo multirresistente 79 . (104) (105) Formas/Vias Transmissão: Transmite-se por contacto direto. (103) (106) PBCI PBVT . desencadeiam no hospedeiro uma reação inflamatória sistémica. as endotoxinas presentes na sua parede. sendo que a taxa de mortalidade pode atingir os 25 %. provocando febre. (103) Quando atinge a corrente sanguínea. devido a falhas no procedimento e ao inadequado manuseamento do material esterilizado. pode provocar no entanto. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. (103) A bacteriúria (colonização assintomática do trato urinário) pode ocorrer em cerca de 15 % dos doentes cateterizados em contexto hospitalar. infeções graves em doentes imunodeprimidos ou potenciar a possibilidade de outras infeções.CAPÍTULO 3. os doentes infetados podem apresentar uretrites. a utilização prudente de fármacos antimicrobianos deverá ser associada a outras medidas de precaução para controlo da infeção. taquicardia. Devido à sua capacidade de se tornar ILUSTRAÇÃO 12 . CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 80 . 13 .CONTACTO Apenas quando microrganismo multirresistente 81 . É o agente ILUSTRAÇÃO 13 . A nível hospitalar. (98) Formas/Vias Transmissão: A transmissão a nível hospitalar. é uma das principais causadoras de pneumonia/PAV. em especial naqueles que se encontram nas UCI sob suporte ventilatório (PAV). a sua resistência aos antibióticos. tem igualmente um papel fulcral na prevenção da transmissão da bactéria.CAPÍTULO 3.PSEUDOMONAS AERUGINOSA Descrição/Definição: A Pseudomona aeruginosa. que se encontra em diversos ambientes. extremamente versátil. principalmente solo e água. (107) Manifestações Clínicas: Os sintomas dependem da localização da infeção. podendo causar infeções oportunistas. A Pseudomona aeruginosa causa pneumonia aguda nos doentes hospitalizados. conduziu a que fosse considerada como uma ameaça grave de infeção hospitalar. produzindo um exsudato azul esverdeado. pneumonia e sépsis. é uma bactéria gram negativa. ou ainda associada a plantas e animais. (98) Em meio hospitalar. sendo a mais grave. (98) A transmissão está igualmente associada a todos os tipos de procedimentos invasivos.2. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. sendo comum febre alta. em especial a inserção de cateter urinário.PSEUDOMONAS AERUGINOSA patogénico mais comum em doentes com períodos de hospitalização superiores a uma semana e é uma das bactérias mais frequentemente associadas às IACS. calafrios. A correta desinfeção do material hospitalar. ocorre sobretudo devido à técnica incorreta de higienização das mãos. ILC ou queimaduras. (107) As infeções mais comuns são em feridas traumáticas. sobretudo em doentes imunodeprimidos e/ou ventilados mecanicamente. confusão e choque. geralmente em doentes que tenham sofrido intervenções urológicas ou que manifestem obstrução daquelas vias. a colocação de prótese ou ortótese respiratória e a punção lombar (podendo causar meningite). Esta bactéria é igualmente a causa frequente de ITU. (98) PBCI PBVT . CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 82 . (108) Devido à larga resistência a antibioterapia. poliúria. (111) Todos os tipos de procedimento invasivo.) e cefalosporinas de 1. A Serratia marcescens é naturalmente resistente à ampicilina. (108) Os doentes com sépsis podem apresentar febre. disúria e piúria. causador de infeções sanguíneas. Importante agente patogénico em ambiente hospitalar. é habitualmente bem sucedida.2. gram negativa.SERRATIA MARCESCENS Descrição/Definição: A bactéria Serratia marcescens é uma bactéria oportunista. Os sintomas podem incluir febre. (109) Formas/Vias Transmissão: Contacto sem a correta higienização das mãos é o principal foco. transfusões sanguíneas. podem igualmente ser considerados fatores de risco para este tipo de infeção. pneumonia (6 % de todas as pneumonias). (108) (109) ILUSTRAÇÃO 14 . A ITU é assintomática em 30-50 % dos casos. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. urinárias e respiratórias. estando descritas taxas de mortalidade de 26 %.14 . é especialmente agressiva em ambiente de UCI.ª geração. ITU e endocardite em pessoas debilitadas ou imunodeprimidas e especialmente nas hospitalizadas. etc. intraperitoneais ou vesicais. sendo especialmente hostil nos doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica. Poderá causar meningite em doentes neurocríticos. valvuloplastias cardíacas e administração de medicamentos endovenosos colonizados.SERRATIA MARCESCENS Manifestações Clínicas: A Serratia pode causar sépsis. um aminoglicosídeo e/ou um carbapenem. em especial a colocação de cateteres centrais.CONTACTO Apenas quando microrganismo multirresistente 83 . A estratégia de associação entre piperacilina-tazobactam.(108) A infeção respiratória surge geralmente após colonização durante a ventilação mecânica ou outros procedimentos invasivos da VA. choque e insuficiência respiratória (110). móvel e da família Enterobacteriaceae. (108) (112) PBCI PBVT . macrólidos (azitromicina.CAPÍTULO 3. existem cada vez menos opções para tratamento desta bactéria. (108) . 84 (112) potencialmente .: lavatórios para higiene das mãos).Não hidratar doentes críticos oralmente ou através de sonda naso gástrica.Não utilizar frascos de medicação ou dispositivos de preparação (seringas e agulhas) já utilizados anteriormente.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM .Inutilizar todos os sistemas de administração endovenosa que não estejam em utilização o mais rápido possível. (108) . com água canalizada de torneiras contaminadas (ex. foi criado o beta-lactâmico sintético meticilina. (116) No ser humano pode ser encontrado como colonizador nas fossas nasais. meningite. como septicémia. nome de uma bactéria da família da Staphylococcus aureus. A terapia antimicrobiana para infeções por esse microrganismo inicialmente era simples. endocardite e síndrome do choque tóxico. imóvel. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. Destas. não-esporulado e geralmente nãoencapsulado. Entretanto.(113) (114) MRSA é a sigla inglesa para o Staphylococcus aureus Resistente a Meticilina. após o advento da meticilina. axilas e região inguinal. coagulase positiva. pode provocar doenças que vão desde uma simples infeção (celulite ou furúnculos). Cerca de uma em cada três pessoas são colonizadas por este microrganismo.15 . (117) Manifestações Clínicas: As bactérias Staphylococcus aureus são comuns. a maioria não desenvolve infeções e por isso não tem sintomas. Essas cepas foram denominadas de MRSA e são resistentes a todos os antimicrobianos betalactâmicos. embora estes valores possam ser superiores nos doentes hospitalizados e nos profissionais de saúde. até a situações mais graves. Estima-se que cerca de 30 % dos indivíduos saudáveis sejam portadores. Para contornar o problema.CAPÍTULO 3. que era resistente à ação das beta-lactamases que o Staphylococcus aureus produzia. (113) 85 . além da expressão de multirresistência. a partir da descoberta da penicilina. entre outras. surgiram relatos de amostras resistentes também a esse antimicrobiano. A primeira vez que um antimicrobiano foi utilizado clinicamente foi contra uma amostra de Staphylococcus aureus. (115) Por outro lado. quando começaram a aparecer isolados resistentes a esse antimicrobiano.(115) O MRSA é um dos agentes ILUSTRAÇÃO 15 – MRSA microbianos com maior prevalência a nível hospitalar. bem como no períneo. catalase negativa. pneumonia. que funcionou muito bem até a década de 1960.2.STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA) Descrição/Definição O Staphylococcus aureus é uma bactéria gram positiva. onde a contaminação do meio ambiente é mais extensa. úlceras crónicas de pele). feridas. (117) Transmite-se também através de gotículas (menos importante que a anterior) sobretudo em indivíduos com traqueostomias colonizadas (incapazes de controlarem as suas secreções).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM Os fatores de risco específicos para a colonização por MRSA são (117) (118):  Género masculino.3 . mais frequente e transitoriamente colonizadas após contacto com doente colonizado (ou infetado) ou com material orgânico ou inanimado contaminado. presença de dispositivos invasivos (cateteres intravasculares.  Exposição prévia a antibióticos. aminoglicosídeos e fluoroquinolonas.CONTACTO PBVT .  Hospitalização ou institucionalização prolongada ou nos 3 a 6 meses anteriores. com cirrose hepática.  Doentes em hemodiálise. SIDA e Diabetes mellitus.GOTÍCULAS 86 . um ponto dedicado apenas a este microrganismo no subcapítulo 5. queimados. (117) Tendo em conta a preocupação crescente com a prevenção da infeção por MRSA optouse por elaborar nas recomendações para uma prática segura. PBCI PBVT . tubo endotraqueal. Formas/Vias Transmissão: Transmite-se por contacto direto.Prevenção da Infeção por Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina na página 121. em indivíduos com dermatites devido à descamação de células epiteliais contaminadas e em unidades de queimados ou UCI. psoríase. através das mãos dos profissionais de saúde. entubação nasogástrica ou cateter urinário) e com dependência de profissionais de saúde em todos os autocuidados. transplantados. pessoas com patologia dermatológica (eczema. especialmente cefalosporinas. durante a tosse. MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES E/OU EPIDEMIOLOGICAMENTE IMPORTANTES 3. O tempo de incubação é de 1-3 dias. (119) PBCI PBVT . bacteriemia e meningite (119):  Pneumonia: é a mais comum. com doença cardíaca. pulmonar ou renal e indivíduos fumadores.  Bacteriemia: a taxa de mortalidade de bacteriemia é de cerca de 15 %. Formas/Vias Transmissão: O contágio da bactéria Streptococcus pneumoniae ocorre através da sua transmissão por gotículas respiratórias. com asplenia anatómica ou funcional. Os doentes de risco são: imunodeprimidos. Os indivíduos com asplenia apresentam um risco superior para a mortalidade. contudo nos idosos poderá ser superior. espirros ou saliva.GOTÍCULAS 87 . (119) ILUSTRAÇÃO 16 – STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE Manifestações Clínicas: As principais manifestações clínicas são a pneumonia.CAPÍTULO 3.  Meningite: cerca de 13-19 % das meningites bacterianas são provocadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae.2.16 . A taxa de mortalidade é de 10 %. (119) Encontra-se de forma assintomática no trato respiratório. tem forma de lanceta e é anaeróbica facultativa. é gram positiva.STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE Descrição/Definição: A bactéria Streptococcus pneumoniae é pertencente à família Streptococcaceae. Contudo em indivíduos suscetíveis esta bactéria poderá tornar-se patológica. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 88 . MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO 89 .PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Capítulo 4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO CAPÍTULO 4. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 90 . que recomendava o uso das precauções quando era previsível o contacto com sangue e fluidos corporais em todos os doentes.(6) (121) Recentemente.(6) (121) Em 1983. o referido manual foi atualizado para “Guidelines for Isolation Precautions in Hospital” e foram formulados dois sistemas de isolamento: categorias específicas e doenças específicas. Esta última indicava que o contato com excreções e secreções devia ser evitado. se privilegie a adoção de medidas preventivas. de gotículas e de contacto. Precauções de Descarga e Precauções com Sangue.(6) A obtenção destes resultados positivos. como uma estratégia à epidemia do VIH/SIDA. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO A prestação de cuidados de saúde. Isolamento Protetor. os meios mais eficazes e económicos para os minimizar e feedback das suas ações. em particular em doentes imunodeprimidos e em todos aqueles que possuam dispositivos invasivos. O documento recomendava sete categorias de isolamento: Isolamento Restrito. em que resultaram três tipos: da VA. A implementação de medidas de prevenção e controlo de infeção tem como objetivo impedir que os agentes patogénicos tenham acesso a um hospedeiro susceptível. Isolamento Respiratório. (6) Ainda nos anos 80 foi apresentado as “Universal Precautions”. através do CDC com um manual intitulado de “Isolation Techniques for Use in Hospitals”.(120) As mais remotas medidas de precauções de isolamento surgiram em 1970. assim como medidas de controlo da transmissão cruzada de microrganismos. estando estes infetados ou não. em 2007 surgem as “Guidelines for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings”.(122) 91 .(6) (121) Em 1996. aumentam esse risco de transmissão cruzada e de IACS. Precauções de Feridas e Pele. Desta forma. foram acrescentadas às “Guidelines for Isolation Precautions in Hospital” duas recomendações importantes. as “Universal Precautions” e a “Body Substance Isolations”. comporta inevitavelmente um risco de infeção. Nestas guidelines foram formuladas as categorias de isolamento. é essencial que em todos os momentos da prestação de cuidados de saúde.CAPÍTULO 4. só é possível se todos os profissionais de saúde conhecerem os riscos de infeção. a susceptibilidade de alguns grupos de doentes e a severidade do tipo de infeção. As práticas menos cuidadas dos profissionais de saúde. Precauções Entéricas. como atualização do anterior documento de 1996. proporcionando maior segurança para os doentes e a melhoria contínua da qualidade dos cuidados. 92 .(18) (120) Neste capítulo. (1) (18) (120) As Precauções Baseadas nas Vias de Transmissão (PBVT). etc.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM No ano de 2014.). a DGS caraterizou como Precauções Básicas do Controlo de Infeção (PBCI). serão abordadas as PBCI. profissionais. os seus riscos inerentes e aplicam-se a todos os utentes independentemente de se conhecer o seu estado infecioso. as precauções de proteção a implementar em pessoas imunodeprimidas. PBVT e ainda de forma resumida. Estas práticas deverão ser implementadas consoante os procedimentos clínicos. podem ser descritas como aquelas que dependem do conhecimento prévio das patolologias e microrganismos envolvidos nas situações clínicas dos doentes. o conjunto de práticas básicas necessárias para garantir a prevenção da transmissão cruzada e a segurança de todos os agentes (doentes. avental. secreções. podem conter agentes infeciosos. substituídas entre procedimentos no mesmo doente e sempre após o contacto com material que contenha alta concentração de microrganismos (matéria fecal.pele não intacta e mucosas. • Luvas – uso obrigatório quando se antecipa contacto com sangue ou outros fluídos orgânicos (IB). mas sim procedimentos de risco”. dos profissionais de saúde e de todos os que entram em contacto com os serviços de saúde. aplicando-se independentemente de se conhecer o seu estado infecioso. excreções (com exceção do suor) . O EPI é constituído por: luvas. tendo como objetivo a prevenção da transmissão cruzada de IACS. Proporcionar proteção adequada aos profissionais de saúde.CAPÍTULO 4.PRECAUÇÕES BÁSICAS DO CONTROLO DE INFEÇÃO (PBCI) As PBCI são práticas básicas de prestação de cuidados. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) calçado e proteção ocular e facial. a implementar consoante os procedimentos clínicos e os seus riscos inerentes.sangue.  Fricção antissética com SABA e que não necessita de água (IA). sendo HIGIENE DAS MÃOS (ver p.  Lavagem simples com sabão neutro. de acordo com o risco do procedimento a efetuar.(1) QUADRO 5 – PRECAUÇÕES BÁSICAS DO CONTROLO DE INFEÇÃO (1) (122) (124) PBCI Por si só.(122) (124) Estas medidas (Quadro 5) terão de ser adotadas pelos profissionais de saúde na prestação de cuidados de saúde aos utentes e tendo em conta o princípio subjacente a estas precauções de que “não há doentes de risco. máscaras faciais. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO 4. é capaz de reduzir a taxa de infeção hospitalar. drenagem de 93 .1 . adequadas ao tamanho e procedimento (IB). batas.(123) As PBCI baseiam-se no princípio de que todos os fluidos corporais . Estas destinam-se a garantir a segurança dos utentes. 111) o principal gesto nas precauções básicas. secreções. sintomas de diarreia). substituídos no final do procedimento em cada doente (II). a cama e todos os equipamentos que acompanhem o doente e que estão potencialmente contaminados. fluidos corporais. boca. INTERNAMENTO/ TIPO DE QUARTO Doentes que representem um risco acrescido de transmissão cruzada (p. descartar as luvas no próprio quarto/unidade e lavar as mãos imediatamente (IB).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM feridas. • Máscara e/ou óculos/viseiras – quando existe possibilidade de salpicos de sangue. etc. ex. • Avental – utilizados para proteção do fardamento e consequente prevenção da contaminação de outros doentes pelo contacto direto (II). TRANSPORTE DO DOENTE No caso de ser necessário Exames Complementares de Diagnóstico. nariz e/ou cara. Prevenção dos acidentes por picada:  Não recapsular agulhas. substituídas no final do procedimento e entre doentes (IB). PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE INOCULAÇÃO  Colocar o material cortante e perfurante em contentores rígidos. Cirurgias ou outras situações que obriguem a sair do serviço. quarto individual) (IB). • Bata de manga comprida – quando existe risco acrescido de salpicos de sangue ou fluídos orgânicos (IB). devem ser colocados num local que minimize esse risco (p. ex. secreções e excreções (IB). Prevenção da contaminação de mucosas:  Colocação cuidadosa do EPI de modo a evitar ajustes e evitar que as mãos contaminadas toquem nos olhos. Evitar as deslocações desnecessárias do doente na enfermaria e entre serviços (II). a sua utilização não substitui em nenhuma circunstância as recomendações de higiene das mãos.) (IB). devem ser limpos e higienizados 94 de acordo com as normas do . CAPÍTULO 4. visitantes. 95 . e de acordo com as normas instituídas (IA). ser RESÍDUOS facilmente e recorrentemente higienizados. de forma segura. reprocessamento Deve ser deve ser depositada imediatamente após a remoção em contentor disponível no local de remoção (IC). contribuindo de forma indireta para a transmissão cruzada. preferencialmente O mecânico. por profissionais treinados para o efeito. e SÓLIDOS separados imediatamente de acordo com os grupos a que HOSPITALARES pertencem. O derrame de sangue e fluidos orgânicos é considerado um evento de risco. É composta por um conjunto de medidas individuais a cumprir ETIQUETA RESPIRATÓRIA por doentes. Os resíduos provenientes da prestação de cuidados de saúde devem ser triados e eliminados junto ao local de produção. com o objetivo de conter as secreções respiratórias. A combinação de água quente e detergente é suficiente para a LOIÇA E UTENSÍLIOS DA ALIMENTAÇÃO sua descontaminação. agentes infeciosos e através das mãos dos profissionais (que os podem veicular entre DESCONTAMINAÇÃO DO EQUIPAMENTO CLÍNICO E CONTROLO AMBIENTAL doentes e/ou durante os procedimentos). pelo que deve ser removido logo que possível. O equipamento clínico utilizado nos doentes pode ficar contaminado com fluidos orgânicos. Os contentores devem permanecer fechados. MANUSEAMENTO SEGURO DA ROUPA Toda a roupa usada (também referida como roupa suja) deve ser considerada como contaminada e manuseada com cuidado de forma a não contaminar o ambiente e/ou o fardamento (IB). e dessa forma minimizar a transmissão de agentes infeciosos por via aérea ou através de gotículas (IB). Este equipamento também pode constituir fonte de infeção (reservatório) se inadequadamente descontaminado. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO serviço/instituição. profissionais de saúde. voluntários e comunidade em geral. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 96 . através das mãos dos profissionais de saúde) ou indiretamente. 93). aminoglicosídeos ou quinolonas (Klebsiella. sugerem um aumento potencial de ampla contaminação ambiental e risco de transmissão. bata ou avental.  Streptococcus pneumoniae com níveis altos resistentes à Penicilina.1 . Desta forma e tendo em consideração a via de transmissão dos diferentes microrganismos. por gotículas e por via aérea. com os quais este contactou. em infeções ou colonizações gastrointestinais.(122) A aplicação das precauções de contacto justifica-se por exemplo. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO 4. respiratórias ou cutâneas por bactérias consideradas multirresistentes. à individualização 97 de materiais e equipamentos. Serratia. que possam ser transmitidos por contacto direto (pelea-pele. por contacto das mãos com as superfícies ou utensílios do ambiente do doente.  Acinetobacter baumannii. existem vários tipos de PBVT: de contacto.PRECAUÇÕES BASEADAS NA VIA DE TRANSMISSÃO (PBVT) Complementarmente às PBCI (ver p. Enterobacter.CONTACTO O uso das Precauções de Contacto está indicado em todos os doentes com suspeita ou confirmação de estarem infetados ou colonizados por microrganismos epidemiologicamente importantes. Proteus). aminoglicosídeos ou betalactâmicos.  Bacilos entéricos gram negativo resistentes às cefalosporinas de 3.  Pseudomonas aeruginosa resistente à Piperacilina.ª geração.  Enterococcus resistentes à Vancomicina (VRE). incontinência fecal ou outras descargas do corpo. Ceftazidima. Carbapenemes ou Aminoglicosídeos.2 . 4.CAPÍTULO 4. existem também as PBVT e que dependem do conhecimento prévio do estado infecioso de cada doente. As medidas adicionais (Quadro 6) que se devem respeitar neste tipo de isolamento fazem referência à correta higiene das mãos. tais como:  Staphylococcus aureus (MRSA) e Staphylococcus coagulase-negativo resistentes à Meticilina.2.  Clostridium difficile. à . ao uso adequado de luvas. As precauções de contato são igualmente aplicáveis quando a presença de excesso de drenagem da ferida. à higiene do doente. Deve ser desperdiçado após cada utilização. Comunicar o diagnóstico do doente à área/serviço para onde será transportado. à gestão adequada dos resíduos e roupa e às precauções no transporte destes doentes.(120) QUADRO 6 – PRECAUÇÕES DE CONTACTO (1) (120) (122) (124) PRECAUÇÕES DE CONTACTO QUARTO INDIVIDUAL Está recomendado. Trocar as LUVAS luvas entre dois procedimentos diferentes no mesmo doente (IB). Descartar as luvas no próprio quarto e lavar as mãos imediatamente (IB). Quando for necessário o transporte. EQUIPAMENTOS CLÍNICOS São todos de uso exclusivo para o doente. Uso obrigatório para qualquer contacto com o doente. incluindo termómetro e estetoscópio. Se o doente apresentar diarreia. ou material contaminado. Deve ser evitado (II). ileostomia.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM descontaminação adequada da unidade do doente (material de limpeza individualizado). Usar sempre que houver possibilidade de contacto das roupas AVENTAL/BATA do profissional com o doente. 98 . passa a ser obrigatório ao entrar no quarto. o TRANSPORTE DO profissional deverá seguir as precauções de contacto durante DOENTE todo o trajeto. colostomia ou ferida aberta com secreções. Devem ser limpos e desinfetados (ou esterilizados) após a alta. espirro e fala ou durante os cuidados prestados ao doente (p.2 .(122) Para garantir a segurança. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO 4.2. O doente deverá sair do quarto com máscara cirúrgica para prevenir a proliferação de gotículas e o potencial contágio. MÁSCARA Usar máscara se está a uma distância igual ou inferior a um metro do doente. garantindo um espaço entre doentes nunca inferior a um metro.CAPÍTULO 4. manter doentes com a mesmo agente patogénico no mesmo quarto.de pessoal ou outro doente.conjuntiva. Como são muito pesadas estas partículas não ficam em suspensão no ar pelo que não são necessários cuidados especiais com a ventilação. 99 . aspiração de secreções ou broncoscopia). QUARTO Se não for possível. Evitar (II). QUADRO 7 – PRECAUÇÕES POR GOTÍCULAS (1) (122) (124) PRECAUÇÕES POR GOTÍCULAS Individual. não basta a aplicação das PBCI (ver página 93) e são necessárias medidas adicionais de precaução (Quadro 7). o profissional deverá seguir as precauções de isolamento durante todo o TRANSPORTE DO DOENTE trajeto. Comunicar o diagnóstico do doente à área/serviço para onde será transportado.GOTÍCULAS A transmissão através de gotículas ocorre quando as gotículas que contêm microrganismos são espalhadas a curta distância (menos de 1 m) e depositadas nas mucosas . ex. boca ou nariz . Estas partículas são aspergidas pela tosse. Quando for necessário o transporte. Parvovirus B 19.  Pertussis.  Streptococcus aureus.  Adenovírus.  Haemophilus influenza tipo b. Neisseria meningitidis.  Difteria faríngea.  Parotidite. 100 .  Sarampo.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM Exemplo de agentes e doenças com transmissão por gotículas:  Vírus influenza. rubéola.  Faringite ou pneumonia Streptocócica. Influenza.  Escarlatina.  Staphylococcus aureus.  Mycoplasma pneumoniae. Uso obrigatório de máscara facial (tipo P2/N95) com alta capacidade de filtragem de 95 % das partículas. quando em contacto com doente com tuberculose pulmonar. poderão ser inaladas por indivíduos susceptíveis. evaporam.2.VIA AÉREA O uso do isolamento de VA ocorre quando existe suspeitas ou confirmação de que um doente se encontra infetado por microrganismos transmitidos por núcleos de partículas com uma dimensão inferior a 5 µm.3 . O doente deverá sair do quarto com máscara cirúrgica para reduzir potencial contágio. Quando for necessário o transporte. Ponderar o uso de máscaras do tipo P3 em situações de maior risco e onde não existam medidas de controlo ambiental. o profissional deverá seguir as precauções de isolamento durante TRANSPORTE DO DOENTE todo o trajeto. 101 . surgem os núcleos que abrigam os microrganismos e permanecem suspensas no ar.(120) QUADRO 8 – PRECAUÇÕES POR VIA AÉREA (1)(101) (120) (122) (124) (125) PRECAUÇÕES POR VIA AÉREA QUARTO Individual. Deve ser evitado (II). Preferencialmente com pressão negativa (e antecâmara) e sempre com a porta fechada.CAPÍTULO 4. Estas podem ser transportadas a longas distâncias pelas correntes de ar e posteriormente. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO 4. para todos os MÁSCARA profissionais de saúde e visitas. As gotículas que são expelidas pelo individuo infetado. potencialmente transportados pelo ar. Comunicar o diagnóstico do doente à área/serviço para onde será transportado. sendo necessário a aplicação de medidas adicionais (Quadro 8) para além das PBCI (ver página 93). dependente dos fatores ambientais. SONDAS DE ASPIRAÇÃO Usar sempre sondas de aspiração em sistema fechado. laríngea ou brônquica. tais como:  Tuberculose pulmonar. Outras localizações de tuberculose requerem pelo menos as PBCI depois de excluir patologia respiratória.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM O isolamento de via aérea ocorre em diversas situações.  Herpes zooster disseminado ou herpes localizado em doentes imunodeprimidos.  Varicela ou sarampo. 102 . As superfícies devem ser lisas e laváveis (II). 103 . MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO 4.PRECAUÇÕES DE PROTEÇÃO As precauções de proteção são um conjunto de medidas que devem ser implementadas em pessoas imunodeprimidas (risco elevado de infeção) e que necessitem do estabelecimento de um ambiente de cuidados protetor. o profissional deverá seguir as precauções durante todo o trajeto. Quando for necessário o transporte.3 . Preferencialmente com pressão positiva (IB/IC) e sempre com a QUARTO porta fechada (IB/IC). Uso de filtro HEPA no ar que entra no quarto (IB/IC) e com pelo menos 12 trocas de ar por hora (IC). TRANSPORTE DO DOENTE Comunicar o diagnóstico do doente à área/serviço para onde será transportado. O doente deverá sair do quarto com máscara tipo P2 para minimizar risco de infeção (II).CAPÍTULO 4. Proibição de flores/plantas (II) PBCI Reforçar a sua utilização em todas as circunstâncias. garantindo a minimização da transmissão cruzada e a ocorrência de potenciais IACS. Deve ser evitado (II). EQUIPAMENTOS CLÍNICOS São todos de uso exclusivo para o doente. QUADRO 9 .PRECAUÇÕES DE PROTEÇÃO (122) (124) PRECAUÇÕES DE PROTEÇÃO Individual. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 104 . ALGORITMO MICRORGANISMOS 105 (1) (101) (120) (122) (124) (125) . ACINOBACTER BAUMANNII CANDIDA ALBICANS CLOSTRIDIUM DIFFICILE ENTEROCOCCUS FAECALIS ENTEROCOCCUS FAECIUM ESCHERICHIA COLI HAEMOPHILUS INFLUENZAE KLEBSIELLA PNEUMONIAE LEGIONELLA PNEUMOPHILA MRSA MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS NEISSERIA MENINGITES PROTEUS MIRABILIS PSEUDOMONAS AERUGINOSA SERRATIA MARCESCENS STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE APENAS QUANDO MICRORGANISMO MULTIRRESISTENTE QUADRO 10 .4 .ALGORITMOS DE APOIO A UMA PRÁTICA INTENCIONAL No sentido de facilitar o acesso da informação e a tomada de decisão.CAPÍTULO 4. foram desenvolvidos os quadros 10 e 11 (versão para impressão no final do livro). MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÃO 4. ALGORITMO PRECAUÇÕES 106 (1) (101) (120) (122) (124) (125) . o doente deverá estar a mais de 1m dos restantes • Máscara (se tiver a menos de 1m do doente) PBVT POR VIA AÉREA • Quarto Individual. Quando não é possível. 93) PBVT POR GOTÍCULAS • Quarto Individual • Quando não há quarto individual. calçado. máscara. bata. deverão ser desinfetados/esterilizados após a alta) • Evitar o transporte do Doente (ver p. avental.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM PBCI • Higienização das mãos • EPI adequado (luvas. o doente deverá estar junto com outros doentes com o mesmo agente patogénico. proteção ocular e facial) • Colocação e deslocação do doente • Higiene do ambiente e do equipamento/Roupa • Resíduos sólidos hospitalares PBVT DE CONTACTO • Quarto Individual • Luvas (trocar de luvas entre procedimentos no mesmo doente) • Avental/Bata • Equipamentos (uso exclusivo dos doente. preferencialmente com pressão negativa • Porta do quarto sempre fechada • Máscara com alta capacidade de filtragem (profissional de saúde) • O doente deve usar máscara cirúrgica quando sai do quarto QUADRO 11 . RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 107 .PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Capítulo 5 RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA CAPÍTULO 5. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 108 . infeção do local cirúrgico e pneumonia associada ao ventilador. são abordadas de forma mais detalhada as recomendações para uma prática segura na Higiene das Mãos. úteis.Implementa guidelines nacionais e internacionais. pelo seu caráter transversal à prestação de cuidados de saúde e potencial na prevenção de IACS. no entanto. pelo que se compreende a necessidade (e a oportunidade) de criar e disponibilizar instrumentos de apoio à decisão de enfermagem. práticos. 109 . Esta é.Promove a prevenção e o controlo das IACS. com informação pertinente.(6) (26) O enfermeiro. a segurança e a melhoria contínua na prestação de cuidados de saúde. da resistência aos antimicrobianos e de todos os custos associados. pelo uso racional de antimicrobianos. como sendo as PBCI e outras medidas adicionais de isolamento e. atual e potenciadora de boas práticas de cuidados de enfermagem. infeção da corrente sanguínea. o enfermeiro: .CAPÍTULO 5. consequentemente. tem um papel determinante e decisivo na aplicação destas medidas e. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA As principais medidas de prevenção e controlo de infeção passam pelo cumprimento das boas práticas. infeção associada ao cateter urinário. na prevenção e controlo das IACS mais frequentes em Portugal. e ainda. por outro lado. . Ao utilizar estes contributos no decorrer do seu exercício profissional. na estratégia de prevenção e redução das taxas de incidência. Neste capítulo. tendo em conta a sua área de atuação e os regulamentos de exercício profissional e de competências. .Assegura a qualidade. na prevenção da infeção por Clostridium difficile (ICD) e por Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina (MRSA). uma área de intervenção vasta e frequentemente complexa para a tomada de decisão. pelo impacto negativo destes microrganismos na epidemiologia nacional e internacional. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 110 . CAPÍTULO 5. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 5.1 - HIGIENE DAS MÃOS A higiene das mãos é considerada uma das principais medidas (PBCI) e por si só, é capaz de reduzir a taxa de transmissão de agentes infeciosos entre doentes. (17) PRINCÍPIOS BÁSICOS ANTES DE PROCEDER À HIGIENE DAS MÃOS (1) (126)  As unhas devem manter-se curtas e limpas, sem verniz, sem extensões ou outros artefactos (IA);  Os adornos como anéis, pulseiras, relógios, etc., devem ser removidos (II);  As soluções de continuidade, cortes e abrasões devem estar devidamente cobertos com penso impermeável;  Expor os antebraços, pelo que o fardamento deverá ser de manga curta. COMO SELECIONAR A TÉCNICA E O PRODUTO INDICADOS (1) (17) (126) (127) FRIÇÃO ANTISSÉTICA DAS MÃOS COM SOLUÇÃO ANTISSÉTICA DE BASE ALCOÓLICA (SABA)  Primeira escolha sempre que a pele se encontre visivelmente limpa e/ou isenta de matéria orgânica (IA);  Aplica-se tanto antes de procedimentos limpos/asséticos, como, na maioria dos procedimentos inerentes à prestação de cuidados;  Não necessita de água nem de toalhetes;  Demora entre 15-30 segundos. LAVAGEM COM ÁGUA E SABÃO (COM OU SEM ANTIMICROBIANO)  Sempre que as mãos estejam visivelmente sujas ou contaminadas com matéria orgânica (IB);  Ao chegar e sair do local de trabalho;  Antes e após as refeições e uso das instalações sanitárias; 111 CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Na prestação de cuidados a doentes com alguns tipos de infeções gastrointestinais (p. ex. Clostridium difficile) (IA);  Demora cerca de 60 segundos. PREPARAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA DAS MÃOS  Antes de procedimentos cirúrgicos ou antes de alguns procedimentos invasivos;  Deve ser utilizado o produto indicado, nomeadamente a SABA com ação residual (fricção antissética cirúrgica) ou proceder à lavagem das mãos com água e sabão antimicrobiano (lavagem antissética cirúrgica);  Demora entre 3 a 5 min.;  A escovagem das mãos/unhas está desaconselhada. CUIDADOS COM A PELE DAS MÃOS  Deve ser aplicado creme hidratante durante as pausas e após o final do turno, de modo a minimizar a ocorrência de dermatites de contacto associadas à higienização das mãos (IA);  O creme selecionado não deve interferir com a atividade do antissético (IB), não deve afetar a integridade das luvas (II) e as embalagens deverão ser individualizadas. QUANDO HIGIENIZAR AS MÃOS (1) (17) (124) (126) (127)  Antes do contacto direto com o doente (IB);  Antes do contacto direto ou indireto com mucosas, pele com soluções de continuidade (IB);  Ao passar de um local do corpo contaminado para outro local não contaminado, durante a prestação de cuidados no mesmo doente (IB);  Antes da preparação e administração de terapêutica/medicação (IB);  Antes de intervenções de inserção de dispositivos invasivos (IB); 112 CAPÍTULO 5. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA  Antes e depois do manuseamento de dispositivos médicos invasivos e equipamentos (IB);  Após o risco de exposição a sangue ou outros fluídos orgânicos (IA);  Após o contacto direto com o doente ou com o ambiente envolvente (IB);  Após a remoção do EPI, inclusivamente após a remoção de luvas (IB). ACESSO AO EQUIPAMENTO E PRODUTOS (1) (17) (124) (126) (127)  A Solução Antissética de Base Alcoólica (SABA) deve estar disponível em local próximo de cada doente, nomeadamente no próprio ambiente do doente ou no ambiente imediatamente envolvente ao mesmo (IA);  Os Lavatórios devem estar convenientemente localizados tendo em conta as necessidades e tipologia do serviço;  A localização dos produtos e equipamentos para higiene das mãos deverá ter em conta os percursos dos profissionais de saúde dentro dos serviços, de forma a promover a adesão à sua utilização;  O armazenamento dos stocks dos produtos (base alcoólica e toalhetes) deve ter em consideração eventuais fontes de calor e/ou ignição. ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DAS MELHORES PRÁTICAS (1) (17) (124) (126) (127) (128)  Envolver todos os profissionais de saúde na escolha dos produtos para a higiene das mãos, pois existem componentes dos mesmos que podem causar irritação da pele e em casos de má aceitação dos produtos, a adesão poderá ser negativamente influenciada (IB);  Fornecer produtos alternativos para profissionais com reações adversas aos produtos utilizados na unidade (II);  Disponibilizar adequadamente a SABA em todos os locais de prestação de cuidados (IB);  Promover regularmente sessões de formação sobre a higiene das mãos, a todos os prestadores de cuidados e durante a integração de novos profissionais (IB); 113 de forma a motivar os profissionais de saúde.  Para qualquer esclarecimento adicional.  Utilizar mensagens positivas através de pósters ou figuras. contactar o GCL-PPCIRA da sua instituição.  Assegurar que os doentes têm a oportunidade de lavar as mãos antes das refeições.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Atestar a aptidão dos profissionais através da monitorização da técnica apropriada de higiene das mãos. uso das instalações sanitárias (ou urinol.  Informar doentes e familiares sobre a importância da higiene das mãos e a forma correta para o fazer. 114 .  Propor medidas corretivas e preventivas em tempo útil.) e sempre que necessário. etc.  Disponibilizar resultados/feedback dos níveis de adesão em vários formatos e em vários momentos (IA).  Monitorizar regularmente a adesão às recomendações para a higiene das mãos através de observação direta (ou através dos gastos de material) (IA). arrastadeira. • Todos os doentes haviam realizado antibioterapia nos 3 meses anteriores ao diagnóstico de ICD.(26) PONTOS CHAVE (75) (76) (124) (129) (130) (131)  Ao longo dos anos as ICD têm vindo a aumentar a sua incidência e severidade.  Em 2013. 61).  As mutações que conferem resistência aos antibióticos. • A maioria das ICD (77. 115 .3 a 1.  Num estudo realizado entre 2004 e 2009 num serviço de medicina interna(129): • Registou-se uma incidência anual média de ICD de 8.CAPÍTULO 5.(129) DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EM PORTUGAL  A infeção por Clostridium difficile (ICD) não é uma doença de declaração obrigatória pelo que os dados epidemiológicos conhecidos são escassos. colonizando o cólon em cerca de 3 % dos adultos saudáveis e de cerca de 50 % dos doentes hospitalizados.66/1000 internamentos. o acréscimo de produção de toxinas e a facilitação da transmissão dos esporos têm aumentado a prevalência e virulência deste organismo oportunista.PREVENÇÃO DA INFEÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE O Clostridium difficile (CD) é um bacilo gram positivo. a percentagem de óbitos associados a ICD foi de 25.2 . RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 5. sendo superior à média global daquele serviço (16 %). produtor de toxinas e comensal do trato gastrointestinal (ver pág. formador de esporos.1 %) foi desenvolvida durante o período de internamento.6/1000 internamentos vs. 6.9/10000 internamentos).2/1000 internamentos). anaeróbio. • A mortalidade foi de 30 %.5 %. apresentando-se refratárias à terapêutica instituída e com acréscimo de probabilidade de recidiva. muito superior aos valores referenciais europeus (0. • A pesquisa para toxina específica foi positiva em 96 % das situações. • A ICD foi mais frequente no sexo feminino do que no masculino (11. 116 . dor abdominal.  A contaminação do ambiente pode ter um papel relevante na transmissão do CD.  A correta higienização da unidade onde o doente se encontra é essencial. • Sexo feminino. • Utilização de inibidores da bomba de protões.  A correta lavagem das mãos é a principal ação na prevenção de ICD. • Idade superior a 65 anos.  Fatores associados ao aumento do risco: • Utilização de antibióticos. • Doença oncológica.  A SABA utilizada para a higiene das mãos não é eficaz na erradicação e destruição dos esporos do CD. sépsis. megacólon tóxico.  A transmissão do CD ocorre frequentemente pela via fecal-oral veiculada através da contaminação transitória das mãos dos doentes e dos profissionais de saúde. febre. devendo a lavagem destas ser sempre realizada com água e sabão neutro (IA). colite pseudomembranosa.  A ICD é responsável por um espetro variável de manifestações clínicas: diarreia. perda de apetite.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  A seleção rigorosa de antibióticos evitando a sua prescrição desnecessária. constitui a base de prevenção primária. uma vez que qualquer superfície ou instrumento/equipamento pode servir de reservatório de esporos. • Doenças graves subjacentes e comorbilidades. • Doença intestinal inflamatória/gastrointestinal/gastrectomia. • Imunossupressão. atenuando a contaminação ambiental.  Identificação precoce de doentes com sintomatologia compatível com ICD é essencial para a rápida aplicação de medidas de precaução adicionais de contacto e o início de tratamento. • Hospitalização prolongada. • Nutrição entérica. CAPÍTULO 5. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA PRINCÍPIOS BÁSICOS (1) (75) (76) (124) (131) (132)  Cumprir as recomendações de higiene das mãos, tendo em consideração que só a lavagem com água e sabão é eficaz na remoção e destruição dos esporos de CD (IA);  Aplicar as medidas de precaução adicionais de contacto em todos os doentes suspeitos, colonizados com CD ou com confirmação de ICD: • Quarto individual (preferencialmente) ou em local que minimize o risco de transmissão cruzada (coorte) (IB); • Luvas – uso obrigatório para qualquer contacto com o doente; adequadas ao tamanho e procedimento (IB); substituídas entre procedimentos no mesmo doente e sempre após o contacto com material que contenha alta concentração de microrganismos (matéria fecal, secreções, drenagem de feridas, etc.) (IB); descartar as luvas no próprio quarto/unidade e lavar as mãos imediatamente (IB); a sua utilização não substitui em nenhuma circunstância as recomendações de higiene das mãos; • Avental – utilizados para proteção do fardamento e consequente prevenção da contaminação de outros doentes pelo contacto direto (II); substituídos no final do procedimento em cada doente (II); • Bata de manga comprida – quando existe risco acrescido de salpicos de sangue ou fluídos orgânicos (IB); substituídas no final do procedimento e entre doentes (IB); • Máscara e/ou óculos/viseiras – quando existe possibilidade de salpicos de sangue, fluidos corporais, secreções e excreções (IB);  Todo o EPI deve ser removido imediatamente após a prestação de cuidados a cada doente;  Minimizar ou evitar as deslocações desnecessárias de doentes colonizados ou com ICD para o exterior dos quartos, espaços comuns, entre serviços e/ou realização de exames complementares de diagnóstico (II);  Se existir necessidade de realização de exames/cirurgia, a deslocação deve ser programada de modo a reduzir os períodos de espera e ser assegurado, sem 117 CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM embargo da necessária consideração de outros critérios, que estes doentes sejam os últimos a serem deslocados e a realizar exames/cirurgia;  Aquando da transferência de serviço/instituição informar previamente diagnóstico de ICD e necessidade de aplicação de precauções adicionais de contacto;  Se necessário partilhar instalações sanitárias com outros doentes, estas devem ser devidamente higienizadas imediatamente após a sua utilização por um doente com ICD, com hipoclorito de sódio ou outro produto recomendado pela CCI da instituição;  Garantir que é realizada uma higienização eficaz e de acordo com o recomendado, do quarto/unidade do doente;  Garantir que é realizada uma descontaminação de todos os materiais/equipamentos clínicos de acordo com o recomendado e sempre após contaminação com sangue e fluídos orgânicos (IA);  Não partilhar equipamento clínico de uso não único entre doentes, sem este ter sido obrigatoriamente descontaminado;  Utilizar a técnica assética na colheita de amostra para teste de diagnóstico de ICD;  Para segurança do profissional, usar corretamente o EPI na colheita de amostra;  Informar doentes, familiares e/ou pessoas significativas, do motivo das precauções adicionais instituídas e dos cuidados a ter durante o internamento e período de visitas para manter um ambiente seguro e minimizar riscos (higiene das mãos antes e depois de saírem do quarto/unidade; eventual necessidade de colocar luvas e batas de proteção; e evitar o contacto com outros doentes do serviço/unidade de internamento);  Deve ser disponibilizada informação adicional ao doente e família/pessoas significativas sobre os cuidados a ter após a alta, de forma a serem minimizadas a ocorrência de recidivas e a transmissão do CD a terceiros sobre: • Cumprimento do regime terapêutico; • Higiene rigorosa das mãos (agua e sabão líquido) do doente e das outras pessoas que vivem com ele; • Lavagem da roupa em separado a temperatura ≥ 60 °C; • As toalhas devem ser lavadas após cada utilização; 118 CAPÍTULO 5. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA • Comunicação a outros profissionais de saúde da ICD; • Consultar o médico de família se ocorrência de novos episódios de diarreia. PRINCÍPIOS A CONSIDERAR (131) (132)  Manter as medidas de precaução adicionais de contacto pelo menos até 48 horas após a resolução da sintomatologia do doente, na medida em que existe evidência de que mesmo com o términus da diarreia, os doentes continuam a excretar nas fezes formas viáveis de CD;  Utilizar, sempre que possível, equipamento clínico de uso único ou de uso num único doente;  Colher a amostra para diagnóstico de ICD antes da administração de antibióticos. ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DAS MELHORES PRÁTICAS (1) (75) (76) (124) (131) (132)  Colaborar na facilitação da aplicação de práticas seguras, nomeadamente pela garantia de existência dos recursos físicos adequados e de todos os materiais/equipamentos clínicos necessários;  Alertar para a necessidade de realização de testes laboratoriais para diagnóstico de ICD em doentes internados com diarreia há mais de 72 horas ou em doentes admitidos com diarreia não atribuível claramente a uma patologia subjacente ou a uma terapêutica (IB);  Desenvolver um sistema rápido de notificação de resultados laboratoriais positivos;  Ponderar a utilização desnecessária de profilaxia antimicrobiana ou em casos de colonização isolada;  Garantir que é realizada uma higienização eficaz e de acordo com o recomendado, do quarto/unidade do doente e de todos os materiais/equipamentos clínicos necessários;  Monitorizar a adesão dos profissionais às práticas e precauções recomendadas e fornecer feedback em tempo útil;  Monitorizar dados de VE de ICD no serviço/instituição, fornecendo indicadores/informação aos profissionais envolvidos e propondo medidas adicionais sempre que se justifique; 119 aos assistentes operacionais (AO) sobre: • Boas práticas de limpeza ambiental e procedimentos adequados de higienização e descontaminação das superfícies. implementar e disponibilizar normas e procedimentos sobre a descontaminação e higienização de superfícies. quartos/unidades e equipamentos clínicos. • Utilização do EPI.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Aplicar sinalização identificativa de rápida visualização. interpretação e reconhecimento exclusivo por todos os profissionais de saúde. no processo clínico.  Realizar formação contínua. 120 . • Utilização do EPI e precauções adicionais de contacto. de carácter obrigatório. sobre o tipo de precauções adicionais necessárias.  Para qualquer esclarecimento adicional.  Realizar formação contínua aos enfermeiros sobre: • Medidas de prevenção e critérios de ICD.  Disponibilizar informação baseada na evidência mais recente sobre o CD a todos os profissionais de saúde. respeitando as guidelines (nacionais e internacionais) e as recomendações dos fabricantes. sistemas de informação e ambiente envolvente do doente. contactar o GCL-PPCIRA da sua instituição. quartos/unidades e equipamentos clínicos.  Desenvolver. procedimentos e precauções adicionais de contacto. PREVENÇÃO DA INFEÇÃO POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA O Staphylococcus aureus é uma bactéria comensal que coloniza as fossas nasais (reservatório primário). a probabilidade de ocorrência e disseminação de mais casos de resistência à Vancomicina. Atualmente o MRSA é o agente etiológico mais frequente de IACS resistentes a antimicrobianos no mundo. 121 . ILC (24. a percentagem de óbitos associados a Infeções por MRSA foi de 27. sendo o Staphylococcus aureus o microrganismo mais frequentemente isolado e com uma taxa de resistência à meticilina que tem vindo a aumentar (80 % em 2012). está documentada baixa adesão às medidas de higiene das mãos.  No ano de 2013 foi isolado no nosso país o primeiro caso europeu de Staphylococcus aureus resistente à Vancomicina.8 %) e ICS (18.  Nesse último inquérito (2012) o MRSA foi o agente patogénico principal nas pneumonias (25 %). As primeiras estirpes de Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina (MRSA) foram descritas pouco tempo após a introdução da meticilina (penicilina sintética) desenvolvida para ultrapassar a resistência à penicilina. axilas.  Em 2013. constituindo-se assim num desafio terapêutico à escala global. Estima-se que possa colonizar a pele em cerca de 30 % dos indivíduos saudáveis embora estes valores possam ser superiores nos doentes hospitalizados e nos profissionais de saúde.6 %.  Nos hospitais com níveis endémicos de colonização/infeção por MRSA. períneo e ou superfícies cutâneas lesadas (ver página 85). RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 5.(118) DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EM PORTUGAL (26)  Nos últimos anos têm sido realizados vários inquéritos de prevalência de infeções adquiridas no hospital.6 %).CAPÍTULO 5.3 . assume uma preocupação crescente. Mantendo-se as taxas de MRSA muito elevadas (caráter endémico). faringe.  A correta higienização da unidade onde o doente se encontra é essencial.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM PONTOS CHAVE (117) (118) (124) (133) (134) (135)  A correta lavagem das mãos é a principal ação na prevenção de MRSA.  Existe uma relação documentada entre o consumo de antimicrobianos e o desenvolvimento de resistência. • Hemodiálise. entubação nasogástrica ou cateter urinário). 122 tubo . a eficácia reduzida da mesma e a severidade do diagnóstico subjacente ao internamento.  Fatores associados ao aumento do risco: • Antibioterapia nos 6 meses anteriores.  A Infeção por MRSA é responsável por um espetro variável de manifestações clínicas: infeção simples (celulite ou furúnculos). meningite. nomeadamente com risco de colonização e infeção por MRSA.  A dotação reduzida de recursos humanos é um importante preditor de má adesão às medidas de controlo e ao aumento de prevalência de MRSA. • Presença de dispositivos invasivos (cateteres intravasculares. endotraqueal. pneumonia.  As elevadas taxas de morbilidade e mortalidade associadas ao MRSA. síndrome do choque tóxico e sépsis.  Identificação precoce de doentes com sintomatologia compatível com MRSA é essencial para a rápida aplicação de medidas de precaução adicionais de contacto e o início de tratamento. atenuando a transmissão cruzada e a contaminação ambiental. • Doença crítica e/ou co-morbilidades subjacentes. • Transplantes.  A transmissão do MRSA em ambiente hospitalar ocorre por contacto direto através da contaminação transitória entre doentes e pelas mãos dos profissionais de saúde ou por contacto indireto através de material orgânico e objetos contaminados (ambiente envolvente ao doente/hospitalar). endocardite. como o atraso no início da terapia antimicrobiana. não estão necessariamente relacionadas com o aumento da virulência das estirpes resistentes mas com outros fatores. • Profissionais de saúde. 123 .  Banho diário (incluindo couro cabeludo e excetuando a face) com gluconato de clorexidina a 2 % (em toalhetes) a todos os doentes com mais de 2 meses de idade internados em UCI ou em serviços de hematologia. • Materiais clínicos e não clínicos contaminados (estetoscópio. nos primeiros 5 dias após admissão (IB). termómetro. pelo menos... úlceras por pressão).CAPÍTULO 5. • Dotações inseguras de profissionais. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA • Doentes queimados ou com patologia dermatológica (p. PRINCÍPIOS BÁSICOS (1) (122) (124) (133) (134) (136)  Cumprir as PBCI e as recomendações de higiene das mãos (IA). no mínimo três vezes por dia. • Uso excessivo de antibióticos no serviço. com gluconato de clorexidina a 2 % (na véspera e no dia da cirurgia)..  Todos os doentes internados em UCI e em unidades de hematologia.  Os doentes que vão ser submetidos a cirurgias eletivas devem realizar pelo menos. precauções adicionais de contacto e mudanças na cultura institucional tem um impacto na redução de infeções por MRSA em cerca de 62 %. doentes com eczemas extensos. ex. • Hospitalização prolongada ou nos 6 meses anteriores.2 % e durante todo o internamento (IA). • Infeção do local cirúrgico.  A conjugação entre rastreio ativo. etc. boas práticas de higiene das mãos. com gluconato de clorexidina a 0. • Grupos de utentes especiais: hemodialisados. devem ser submetidos a higiene oral. dois banhos prévios.  Reservatórios: • Doentes colonizados e infetados. no mínimo com duas horas de antecedência da intervenção cirúrgica (IB).)  A colonização por MRSA não constitui contraindicação para alta hospitalar antes de completar a descolonização. estas devem ser devidamente higienizadas imediatamente após a sua utilização por um doente com infeção por MRSA. secreções e excreções (IB). • Luvas (IB) – uso obrigatório para qualquer contacto com o doente. intervenções cirúrgicas e em doentes submetidos a ventilação mecânica invasiva (IA). • Máscara e/ou óculos/viseiras – quando existe possibilidade de salpicos de sangue. espaços comuns. substituídas entre procedimentos no mesmo doente e sempre após o contacto com material que contenha alta concentração de microrganismos. a sua utilização não substitui em nenhuma circunstância as recomendações de higiene das mãos.  Todo o EPI deve ser removido imediatamente após a prestação de cuidados a cada doente. • Avental – utilizados para proteção do fardamento e consequente prevenção da contaminação de outros doentes pelo contacto direto (II). • Bata de manga comprida – quando existe risco acrescido de salpicos de sangue ou fluídos orgânicos (IB). 124 . adequadas ao tamanho e procedimento. colocação de dispositivos intravasculares (e otimização dos mesmos). descartar as luvas no próprio quarto/unidade e lavar as mãos imediatamente. entre serviços e/ou realização de exames complementares de diagnóstico (II). colonizados com MRSA ou com confirmação de infeção de MRSA (IA): • Quarto individual (preferencialmente) ou em coorte de doente com infeção ou colonização por MRSA (IB) e idealmente com sanitário independente (IB). tais como cateterização urinária (e otimização de cateter urinário).  Se necessário partilhar instalações sanitárias com outros doentes.  Minimizar ou evitar as deslocações desnecessárias de doentes colonizados ou com MRSA para o exterior dos quartos. substituídas no final do procedimento e entre doentes (IB). substituídos no final do procedimento em cada doente (II).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Aplicar as medidas de precaução adicionais de contacto em todos os doentes suspeitos. fluidos corporais.  Aplicar todas as recomendações de boas práticas em procedimentos invasivos. 125 . sobretudo as superfícies de maior contacto manual como barras da cama.  Para segurança do profissional. eventual necessidade de colocar luvas e batas de proteção.  Garantir que é realizada uma descontaminação de todos os materiais/equipamentos clínicos de acordo com o recomendado e sempre após contaminação com sangue e fluídos orgânicos (IA).  Informar doentes. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA  Se existir necessidade de realização de exames/cirurgia.  Na deslocação/transferência de serviço/instituição informar previamente diagnóstico de infeção por MRSA e necessidade de aplicação de precauções adicionais de contacto.  Todo o material usado na higiene ou nos procedimentos de diagnóstico ou tratamentos dos doentes suspeitos ou colonizados ou infetados por MRSA.CAPÍTULO 5. familiares/pessoas significativas. de forma a minimizar risco de contaminação. campainhas. do quarto/unidade do doente.  Doentes com infeção respiratória devem usar máscara cirúrgica nas deslocações (II). de forma a serem minimizadas a ocorrência de infeções associadas e a transmissão do MRSA a terceiros: • Cumprimento do regime terapêutico. e evitar o contacto com outros doentes do serviço/unidade de internamento).  Aquando da deslocação do serviço. etc. sem embargo da necessária consideração de outros critérios. maçanetas.  Deve ser disponibilizada informação adicional ao doente e família/pessoas significativas sobre os cuidados a ter após a alta. do motivo das precauções adicionais instituídas e dos cuidados a ter durante o internamento e período de visitas para manter um ambiente seguro e minimizar riscos (higiene das mãos antes e depois de saírem do quarto/unidade.  Garantir que é realizada uma higienização eficaz e de acordo com o recomendado. que estes doentes sejam os últimos a serem deslocados e a realizar exames/cirurgia. a deslocação deve ser programada de modo a reduzir os períodos de espera e ser assegurado. a roupa da cama e do doente deve ser substituída. usar a técnica assética na colheita de amostra para teste de MRSA. deve ser individualizado. (IB).  Nos casos de isolamento positivo de MRSA. não são admitidos na Rede Nacional de 126 . nomeadamente (II): • Doentes transferidos de outras unidades hospitalares e com internamento prévio nessa unidade de saúde superior a 48 horas. deve repetir-se todo o procedimento. hemodiálise. devendo o doente permanecer em situação de isolamento de contacto até existir resultado da pesquisa. deve realizar-se follow-up em três momentos: 48 horas após fim do tratamento e os restantes com intervalos semanais.  O rastreio deve ser realizado na admissão. • Comunicação a outros profissionais de saúde da infeção por MRSA. a descolonização deve ser efetuada com mupirocina a 2 % pomada nasal (três aplicações/dia em ambas as narinas) e banho antissético (descrito na página 123).  A notificação de todos os novos casos de colonização ou infeção por MRSA deve ocorrer no prazo de 48 horas.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM • Características e necessidade de realização de tratamento de feridas. • Partilha de objetos de higiene pessoal (p.  Depois da descolonização. • Higiene das mãos do doente e outras pessoas que vivem com ele. tendo em consideração que este nunca se efetua mais que duas vezes.  Doentes infetados com microrganismos multirresistentes em tratamento com antibióticos de uso exclusivo hospitalar. • Doentes que apresentem pelo menos um dos seguintes critérios: antibioterapia e/ou internamento nos seis meses anteriores. presença de dispositivos invasivos. ex. através de zaragatoa nasal (ou amostra de ferida cutânea no caso de existir). internamento em unidades de cuidados continuados ou lar/residência de idosos. lâminas). a todos os doentes com risco acrescido de colonização ou infeção por MRSA.  No caso do tratamento de descolonização falhar. presença de feridas crónicas e/ou colonização prévia por MRSA. PRINCÍPIOS A CONSIDERAR (118) (122) (124) (134)  Realizar pesquisa ativa (rastreio) de MRSA em todos os serviços/unidades de internamento de hospitais e cuidados continuados integrados. do quarto/unidade do doente e de todos os materiais/equipamentos clínicos necessários. nomeadamente pela garantia de existência dos recursos físicos adequados e de todos os materiais/equipamentos clínicos necessários.  Aderir ao registo obrigatório de infeções nosocomiais da corrente sanguínea. 127 .  Monitorizar a adesão dos profissionais às práticas e precauções recomendadas e fornecer feedback em tempo útil.  Ponderar a utilização desnecessária de profilaxia antimicrobiana de doentes em risco de colonização ou infeção por MRSA.  Garantir que é realizada uma higienização eficaz e de acordo com o recomendado. fornecendo indicadores/informação aos profissionais envolvidos e propondo medidas adicionais sempre que se justifique.  Alertar para a necessidade de realização de testes laboratoriais para diagnóstico de MRSA.  Desenvolver um sistema rápido de notificação de resultados laboratoriais positivos. ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DAS MELHORES PRÁTICA (1) (122) (124) (133) (134) (136)  Colaborar na facilitação da aplicação de práticas seguras.º 17/DSQ/DSC de 20/09/2007). esponja impregnada de gluconato de clorexidina a 2 %. nomeadamente das causadas por Staphylococcus aureus.  Na cirurgia de ambulatório. deve ser fornecido ao doente em momento/consulta prévia.  Monitorizar dados de VE de MRSA no serviço/instituição. e aos restantes sistemas de VE de infeções e de resistências aos antimicrobianos definidos (IC) (137). na plataforma ICS (DGS). RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA Cuidados Continuados Integrados (Circular Informativa n.CAPÍTULO 5.  Monitorizar a adesão às práticas de higiene das mãos e fornecer feedback em tempo útil aos profissionais de saúde envolvidos. para a realização de higiene corporal pré-operatória. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Partilhar informação entre serviços ou entre instituições (casos de alta/transferência), sempre que doentes suspeitos, colonizados ou infetados por MRSA são transferidos;  Aplicar sinalização identificativa de rápida visualização, interpretação e reconhecimento exclusivo por todos os profissionais de saúde, no processo clínico, sistemas de informação e ambiente envolvente do doente, sobre o tipo de precauções adicionais necessárias;  Disponibilizar informação baseada na evidência mais recente sobre o MRSA a todos os profissionais de saúde;  Desenvolver, implementar e disponibilizar normas e procedimentos sobre a descontaminação e higienização de superfícies, quartos/unidades e equipamentos clínicos, respeitando as guidelines (nacionais e internacionais) e as recomendações dos fabricantes;  Realizar formação contínua aos enfermeiros sobre: • Medidas de prevenção e critérios de infeção por MRSA; • Utilização do EPI, procedimentos e precauções adicionais de contacto;  Realizar formação contínua, de carácter obrigatório, aos AO sobre: • Boas práticas de limpeza ambiental e procedimentos adequados de higienização e descontaminação das superfícies, quartos/unidades e equipamentos clínicos; • Utilização do EPI e precauções adicionais de contacto;  Para qualquer esclarecimento adicional, contactar o GCL-PPCIRA da sua instituição. 128 CAPÍTULO 5. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 5.4 - PREVENÇÃO DA INFEÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA PONTOS CHAVE (26) (138)  O risco de ICS em doentes críticos e de cuidados intensivos é elevado e está associado à utilização de cateteres intravasculares e dispositivos de monitorização invasiva. Contudo, a maioria das ICS ocorre fora do ambiente de UCI ou em regime ambulatório;  Outras populações vulneráveis nomeadamente doentes submetidos a hemodiálise, cirúrgicos e oncológicos, deverão ser alvo de esforços adicionais na aplicação de medidas preventivas;  Para além do CVC, todos os outros acessos vasculares (periféricos, arteriais) acarretam um elevado risco de ICS;  Fatores associados ao aumento do risco: • Hospitalização prolongada antes da cateterização; • Duração prolongada da cateterização; • Elevada colonização microbiana no local de inserção; • Cateterização na jugular interna ou na femoral (adultos); • Neutropenia; • Dotações inseguras; • Nutrição parenteral; • Excessiva manipulação de cateteres. PRINCÍPIOS BÁSICOS (1) (35) (122) (126) (138) (139) INSERÇÃO DO CVC  Aplicação de barreiras de proteção, tais como: touca, máscara, luvas esterilizadas, bata esterilizada e campos esterilizados grandes para proteção do local de inserção do CVC (IB);  Utilização de técnica assética durante todo o processo (IB);  Utilização de técnica correta de preparação pré-cirúrgica das mãos (IB);  Utilização de luvas esterilizadas durante a inserção do CVC (IA); 129 CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Antissepsia da pele do doente (local de inserção) com clorexidina com álcool com concentração superior a 0.5 % (IA);  Evitar a cateterização na veia femoral em doentes adultos (IA);  Cateterização na veia subclávia, em prejuízo da veia jugular e femoral, em doentes adultos para CVC não tunelizado (IB);  Utilização de CVC com o mínimo de lúmens possível (IB);  No caso da técnica assética não ter sido assegurada, o CVC deverá ser substituído o mais rapidamente possível num período temporal de 48 horas (IB);  Utilização de pensos estéreis transparentes e semipermeáveis ou de gaze para cobrir o local de inserção do cateter (IA). MANUTENÇÃO DO CVC  Fazer uma lavagem assética das mãos e calçar luvas esterilizadas, antes e após a manipulação e antes de fazer o penso (IB);  Mudança de penso com compressa de 2 em 2 dias (II);  Mudança do penso transparente pelo menos de 7 em 7 dias (IB);  Mudança do penso sempre que se encontre repassado, descolado ou húmido (IB);  Durante a manipulação realizar a desinfeção das vias e das conexões (torneiras, prolongadores, etc.) do CVC com álcool a 70 % ou clorexidina (IA);  Vigilância do local de inserção para despiste de sinais inflamatórios (IB);  Não submergir o CVC ou o local de inserção em água (IB);  Não utilizar antibiótico tópico ou cremes no local de inserção (IB);  Não substituir rotineiramente o CVC (IB);  Mudança dos sistemas de perfusão de 72 em 72 horas (II);  Mudança dos sistemas de perfusão de hemoderivados e de compostos lipídicos de 24 em 24 horas (IB);  Mudança do sistema de perfusão do Propofol de 6 a 12 horas (IA). 130 húmido ou sujo (IB). o CVP deverá ser substituído o mais rapidamente possível num período temporal de 48 horas (II).  Substituir o CVP.  Preparar a desinfeção da pele com um antissético (álcool a 70 %.  Em doentes muito diaforéticos ou se o local de inserção está sangrante.  No caso da técnica assética não ter sido assegurada. através do penso transparente ou por palpação caso seja opaco (IB). em detrimento de película transparente (II). ou soluções alcoólicas de clorexidina) (IB). são considerados como continuidade do mesmo.  Usar luvas limpas (não esterilizadas) para a inserção do CVP e o local de inserção não deve ser tocado/conspurcado após a desinfeção da pele (IC).  O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos (IA). ou quando o penso estiver descolado.  A substituição de pensos de cateter deve ocorrer quando o cateter é substituído. entre as 72-96 horas para reduzir o risco de infeção e minimizar o risco de flebite (IB). é preferível utilizar um penso de gaze ou ligadura.  Utilizar pensos estéreis transparentes e semipermeáveis ou de gaze para cobrir o local de inserção do cateter (IA).  As veias dos membros inferiores não devem ser usadas devido ao risco de embolismo e tromboflebite (IA).  Pequenos dispositivos.CAPÍTULO 5. INSERÇÃO DO CVP  Utilizar técnica correta com lavagem higiénica das mãos (sabão antisséptico/água ou SABA) (IB). RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA REMOÇÃO DO CVC  Remover o CVC sempre que este não seja necessário (IA). acoplados ao cateter. MANUTENÇÃO DO CVP  Vigiar de forma frequente o local de inserção do CVP para deteção de complicações. como por exemplo numa situação de emergência. devendo ser substituídos quando o cateter for 131 .  O antissético deve estar completamente seco antes da inserção (IB). • Utilização de agulhas e seringas num único doente (IA).  Desinfetar corretamente torneiras e obturadores antes de cada utilização. com clorexidina a 2 % ou álcool a 70 % (IA).  Promover informação aos profissionais de saúde sobre a inserção e manutenção de cateteres e dispositivos invasivos de monitorização. PRINCÍPIOS GERAIS(1) (122) (126) (138) (139)  Cumprir as recomendações de higiene das mãos (IB).  Selecionar o dispositivo/cateter mais indicado para cada situação clínica (IB).  Selecionar o local mais indicado para a inserção dos acessos vasculares (IA). assim que já não seja essencial a sua utilização (IA).  Cumprir as recomendações para a administração de medicação endovenosa: • Técnica assética na preparação de terapêutica injetável (IA).  Remover qualquer cateter intravascular.  Remover os cateteres periféricos cujos locais de inserção apresentem sinais de flebite.  Aplicar devidamente a antissepsia da pele (IA).  Não administrar antibióticos sistémicos por rotina e para prevenção da colonização microbiana (IB).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM substituído (exceto sistemas e prolongadores em situações específicas: administração de hemoderivados.  Aplicar todos os procedimentos corretos na inserção de cateteres. nutrição parentérica) (II).  Avaliar diariamente todos os locais de inserção de cateteres e dispositivos invasivos vasculares (IA).  Avaliar diariamente a necessidade de cada acesso vascular e remover todos os dispositivos desnecessários (IA). 132 . REMOÇÃO DO CVP  Remover imediatamente o CVP quando o doente apresentar sinais de flebite ou há sinais de mau funcionamento (IB). infeção ou que não estejam permeáveis (IB). CAPÍTULO 5. obturadores.  Disponibilizar acesso permanente a guidelines e procedimentos sustentados na evidência (IA). PRINCÍPIOS A CONSIDERAR (118) (138) (139)  Banho diário (incluindo couro cabeludo e excluindo a face) com clorexidina a 2 % a todos os doentes com mais de 2 meses de idade (IB). devem estar localizados numa área específica de preparação de medicação e não devem ser transportados ou utilizados na área envolvente/unidade dos doentes. nos frascos de medicação. o frasco deve ficar dedicado à utilização para o doente em causa ou ser imediatamente descartado (IA). torneiras. ainda que no mesmo doente (IA).  No caso de utilização de frascos de múltiplas doses para vários doentes. • As medidas de prevenção de ICS (IA).) com utilização num único doente e substituídos de acordo com o recomendado (IB). RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA • Desinfeção prévia da borracha com álcool. • O uso de frascos de doses múltiplas deve sempre que possível. • Os procedimentos adequados na inserção e manutenção dos cateteres.  Realizar formação contínua aos enfermeiros sobre: • As indicações para a utilização da cateterização vascular. 133 . ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DAS MELHORES PRÁTICAS (126) (138) (139)  Colaborar na facilitação da aplicação de práticas seguras. • Sistemas de administração de medicação (prolongadores. etc. • Frascos para múltiplas doses devem ter a data de início de utilização e ser descartados de acordo com as recomendações do produto. estar dedicado a um único doente (IB) e a agulha. • Utilização de cada ampola ou frasco de medicação para um único doente (IA). • Uso de agulhas e seringas novas em cada administração. No caso de isso acontecer. nomeadamente pela garantia de existência de todos os recursos materiais adequados. sistema de soros. seringa e/ou sistema usados para aceder à embalagem devem estar estéreis (IA). 134 . contactar o GCL-PPCIRA da sua instituição.  Desenvolver em parceria com os serviços farmacêuticos.  Para qualquer esclarecimento adicional. fornecendo indicadores/informação aos profissionais envolvidos e propondo medidas adicionais sempre que se justifique.  Assegurar dotações seguras sempre que possível.  Sensibilizar para o potencial risco acrescido da utilização de medicamentos injetáveis de uso múltiplo. estratégias para o fornecimento de doses individuais sempre que possível. existindo evidência de níveis elevados de ICS em serviços com rácios enfermeiro-doente reduzidos (IB).  Designar os profissionais com mais experiência e competências demonstradas para os procedimentos de inserção e manutenção de cateteres e dispositivos invasivos de monitorização (IA).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Monitorizar a adesão dos profissionais às práticas recomendadas e fornecer feedback em tempo útil.  Monitorizar dados de VE de ICS no serviço/instituição.  Monitorizar a adesão de higiene das mãos e fornecer feedback em tempo útil aos profissionais de saúde envolvidos. CAPÍTULO 5. 135 . efeito prolongado de anestesia epidural. aproximando-se dos 100 % ao fim de 30 dias. • Durante o período de pós-operatório prolongado quando não existe indicação (cirurgia de reconstrução estrutural da uretra. • Monitorização do débito urinário quando a utilização do urinol ou arrastadeira está impossibilitada. traumatismos e redução da mobilidade.5 – Prevenção da Infeção Associada ao Cateter Urinário PONTOS CHAVE (6) (140)  Por cada dia de cateterização urinária. • Realização de colheita de urina (urocultura. etc.). são cateterizados durante o internamento. • Promoção de conforto em cuidados paliativos.  A utilização de cateter urinário poderá ainda estar associada a inflamação uretral.  A cateterização urinária está totalmente contraindicada: • Doentes com incontinência urinária como forma de minimização de cuidados de enfermagem. • Período perioperatório de alguns tipos de cirurgia. • Realização de exames complementares de diagnóstico. etc. tendo em conta as situações recomendadas e durante apenas o tempo mínimo necessário (IB): • Retenção urinária. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 5. • Doentes críticos e/ou com necessidade de imobilização prolongada no leito.  12 a 16 % dos doentes adultos.) quando existe capacidade de colaboração voluntária. • Ferida aberta na região sagrada ou perineal em doentes com incontinência urinária. o risco de IACU aumenta entre 3 a 10 %.  Ponderar a inserção ou a manutenção do cateter urinário. 136 .  Utilizar lubrificante em embalagens estéreis de uso único de forma a minimizar desconforto.  Selecionar o dispositivo/cateter mais indicado para cada situação clínica.  Utilizar dispositivos médicos (kit´s) esterilizados durante o procedimento.  A torneira/ponto de drenagem não deverá ter qualquer contacto com outros objetos. por forma a evitar o retorno da urina (nunca em contacto com o chão) (IB). etc. mãos.  Aplicar todos os procedimentos corretos na inserção de cateteres.  Garantir a técnica assética na inserção do cateter urinário.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM PRINCÍPIOS BÁSICOS (6) (126) (140) (141)  Cumprir as recomendações de higiene das mãos antes da inserção ou manipulação do cateter urinário (IB).  Não administrar antibióticos sistémicos profilaticamente e por rotina na prevenção da IACU (II).  Evitar manipulações desnecessárias do cateter urinário e do sistema de drenagem de urina. garantindo o correto posicionamento e fixação do cateter (IB). utilizando sempre o de menor calibre possível (e que permita uma boa drenagem) minimizando situações de trauma da bexiga e uretra (II).  Esvaziar o saco de recolha de urina regularmente.  Utilizar sistemas estéreis em circuito fechado e proceder à sua substituição em caso de desconexão com o cateter (IB). utilizando recipiente limpo e de recolha individual (IB). traumatismos e risco de IACU.. A utilização de soluções antisséticas não tem nenhuma vantagem devidamente comprovada. durante o esvaziamento do sistema de drenagem de urina.  Evitar movimentos de torção e tração do cateter urinário.  Garantir a lavagem perineal com água e sabão imediatamente antes da inserção do cateter. superfícies.  Manter sempre o sistema de drenagem de urina num nível inferior à bexiga. recomenda-se a utilização de técnica não estéril (IA).  Se necessário realizar colheita de urina para análise (urocultura): • Doentes cateterizados .  Promover a higiene perineal diária e em caso de necessidade.  Informar doentes.  Na inserção do cateter urinário em doentes com cateterização intermitente crónica.  A clampagem antes da remoção não está recomendada (II). 137 .  A higiene diária durante o banho é suficiente para prevenção da IACU. deve ser disponibilizada informação escrita e verbal sobre: • Manutenção do cateter e sistema de drenagem de urina. • Minimização do risco de IACU. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA  Avaliar diariamente a necessidade de manutenção do cateter e remover logo que desnecessário.  Se necessário ter Alta com cateter urinário.  Utilização de dispositivo urinário não invasivo (penny rose) ou de cateterização intermitente sempre que possível (II). • Doentes sem cateterização urinária . da data de remoção do dispositivo. PRINCÍPIOS A CONSIDERAR (6) (141)  Utilização de cateteres urinários impregnados com antimicrobianos/antissético. familiares e outras pessoas significativas. dos cuidados a ter e se possível.  Em doentes submetidos a cirurgia e caso não exista nenhuma contra indicação. o cateter deve ser removido preferencialmente antes das 24 h (IB). • Obter recursos materiais necessários.  A irrigação da bexiga está recomendada apenas quando existe risco de obstrução devido ao sangramento (p. do motivo da cateterização.urina do jato médio (IB). após cirurgia urológica) (II).CAPÍTULO 5.desinfeção com clorexidina a 2 % do local específico (ou da porção do cateter vesical) antes da punção e aspiração da amostra.  A substituição do cateter urinário (ou retirada se possível) após o início da terapêutica antibiótica (remoção dos biofilmes) poderá facilitar a resolução clínica. ex.  Não há indicação para a separação espacial entre doentes com e sem cateter urinário.  Não existe evidência de vantagens na colocação de cateter supra púbico em relação ao cateterismo urinário.  Não se recomenda a execução. devendo apenas ser efetuada segundo indicação clinica (II). • Data e hora da inserção. de forma a reduzir o risco de incrustação em doentes com algaliação de longa duração (II). • Identificação do profissional de saúde. implementar e disponibilizar guidelines baseadas na evidência mais recente para utilização.  Desenvolver.  Cateteres hidrofílicos podem ser preferíveis aos cateteres habituais para doentes que necessitam de algaliação intermitente (II).  Garantir informação e recursos materiais (SABA.  Implementar um sistema de documentação que contemple (II): • Motivo de cateterização. • Cuidados de manutenção/otimização.) promotores da higienização das mãos das pessoas internadas. ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DAS MELHORES PRÁTICAS (6) (126) (140) (141)  Colaborar na facilitação da aplicação de práticas seguras. inserção e manutenção de cateteres urinários (IB).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Não está recomendado o uso de antisséticos na limpeza do meato urinário (IB). nomeadamente pela garantia de existência de todos os recursos materiais adequados.  Assegurar que a inserção de cateteres urinários é realizada apenas por profissionais treinados.  O silicone é o material preferencial para a composição dos cateteres. de uroculturas em doentes com cateterização urinária (II). 138 . por rotina. a instilação de soluções antisséticas ou antimicrobianas no saco de drenagem urinária (II). por rotina. etc. • Tipo e calibre do cateter.  Não está recomendada a mudança do cateter urinário ou o saco de drenagem por rotina.  Não se recomenda. • Os procedimentos adequados na inserção e manutenção dos cateteres.  Realizar formação contínua aos enfermeiros sobre (IB): • As indicações para a utilização da cateterização urinária. esvaziamento e substituição de sacos de recolha de urina (dispositivo de controlo urinário horário). • Registo do critério de remoção ou a justificação da sua manutenção. fornecendo indicadores/informação aos profissionais envolvidos e propondo medidas adicionais sempre que se justifique.CAPÍTULO 5. (142)  Monitorizar a adesão dos profissionais às práticas recomendadas e fornecer feedback em tempo útil.  Desenvolver instrumento para avaliação diária da necessidade de cateterização .  Para qualquer esclarecimento adicional. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA • Data para remoção ou substituição do cateter.  Realizar formação contínua aos AO sobre: • Procedimentos adequados na manipulação. contactar o GCL-PPCIRA da sua instituição. 139 .  Monitorizar dados de VE de IACU no serviço/instituição. • As medidas de prevenção e os critérios de IACU. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 140 . nomeadamente a SABA com ação residual (fricção antissética cirúrgica) ou proceder à lavagem das mãos com água e sabão antimicrobiano (lavagem antissética cirúrgica) (IB). • Não usar adornos (II). • Duração do procedimento cirúrgico. PRINCÍPIOS BÁSICOS (51) (52) (55) (143) (144) PRÉ-OPERATÓRIO  Não realizar tricotomia.  Antissepsia das mãos/antebraços dos profissionais da equipa cirúrgica: • Unhas curtas.  Fatores associados ao aumento do risco (51): • Idade avançada. • Não realizar a escovagem das unhas. • Diabetes e Tabagismo. • Obesidade. Nos casos em que o pelo/cabelo interfere com o procedimento cirúrgico realizar a tricotomia com máquina. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 5.  Preparar a área da incisão cirúrgica de forma a minimizar a contaminação (IB). limpas e sem verniz (IA). Deve ser utilizado o produto indicado.CAPÍTULO 5.  Higiene corporal (total) do doente com solução antissética na véspera e no dia da cirurgia (no mínimo com duas horas de antecedência) (IB). na menor área possível e imediatamente antes de ir para o Bloco Operatório.6 – PREVENÇÃO DA INFEÇÃO DO LOCAL CIRÚRGICO PONTOS CHAVE  A preparação do doente cirúrgico inicia-se com a avaliação da sua situação física. Não usar lâminas de barbear. • Limpeza/tipo do procedimento cirúrgico. no sentido de saber se reúne condições para ser submetido a cirurgia em segurança (52) (143). • Preparação pré-cirúrgica das mãos e antebraços. 141 . psíquica e social.  Preparar os equipamentos e soluções estéreis a utilizar imediatamente antes da sua utilização (II).  Calçar as luvas somente depois de vestir a bata (IB). para uso exclusivo no bloco operatório e que deve ser higienizado diariamente (IB).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM • Manter as mãos elevadas e afastadas do tronco durante a preparação das mãos.  Utilizar calçado apropriado. as mãos devem ser devidamente secas com um toalhete estéril para cada membro (IB). vestuário e campos cirúrgicos esterilizados.  Utilizar a máscara cirúrgica que cubra a boca e o nariz nas áreas restritas (IB). INTRA-OPERATÓRIO  Respeitar e cumprir os princípios de assepsia em todos os procedimentos invasivos a realizar (IA).  Preparar a pele do local da incisão e das zonas circundantes com um antissético de base alcoólica (IA). • Administrar preferencialmente nos 60 minutos imediatamente antes do procedimento cirúrgico de forma a potenciar a concentração nos tecidos. 142 .  As batas e campos devem ser resistentes à penetração bacteriana.  Utilizar a touca nas áreas restritas e semi-restritas (IB).  Cumprir a Profilaxia Antimicrobiana de acordo com a prescrição médica (definida em consulta pré-anestésica) ou protocolo de orientação clínica instituído no serviço. em seco ou húmido (EN 13795) (IB).  Usar luvas estéreis se integrar a equipa cirúrgica (IB) e substituir sempre que necessário/de acordo com tempos operatórios.  Ponderar a utilização de dois pares de luvas estéreis tendo em conta o potencial risco de perfuração e contaminação. • Se for usada uma solução antissética aquosa.  Assegurar a utilização de instrumentos cirúrgicos. A cobertura/proteção de calçado não deverá ser utilizada. Não reposicionar campos cirúrgicos.  Realizar o encerramento primário retardado ou deixar a incisão encerrar por segunda intenção se for considerada a existência de contaminação significativa do local cirúrgico (IB).  Não utilizar antisséticos tópicos locais antes ou logo após o encerramento da incisão (IA).  Colocar o dreno através de incisão separada.  Manipular os tecidos com suavidade.CAPÍTULO 5. anestésicos e epidurais e/ou na administração de fármacos endovenosos (IA).  Não usar irrigação com iodóforos aquosos antes do encerramento da incisão (IB). contaminados com sangue ou outro fluido infetado (IB). CVC).  Cumprir os princípios de assepsia na colocação e manutenção de cateteres intravasculares (p.  Garantir a secagem total do antissético.  Manter a glicémia < 200 mg/dl em todos os doentes (IA). distante da incisão operatória. cobrindo uma área suficientemente extensa para permitir alargamento da incisão ou colocação de drenos. 143 . mantendo uma hemostase eficaz e minimizando o tecido desvitalizado e corpos estranhos (p.  Substituir o vestuário/fatos quando molhados.  Conservar normotermia ≥ 35.  Utilizar sistemas de drenagem (drenos) preferencialmente de circuito fechado. Remover o dreno logo que possível (IB). ex. ex.  Assegurar a técnica assética na colocação dos campos.  Manter oxigenação SpO2 > 98 % em doentes com ventilação mecânica e anestesia geral (IA). do centro para a periferia.5 °C (IA). suturas) (IB). PÓS-OPERATÓRIO  Cumprir os princípios da higiene das mãos antes e após a realização de tratamento à ferida cirúrgica (IB). RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA  O antissético deve ser aplicado com movimentos concêntricos.  Garantir a esterilização dos instrumentos clínicos e vestuário utilizados no procedimento cirúrgico. com gluconato de clorexidina a 2 % (na véspera e no dia da cirurgia).  Fornecer informação escrita ao médico e enfermeiro de família. novamente antes de ir para o bloco operatório.  Fornecer informação escrita ao doente.  Assegurar a técnica assética no tratamento da ferida cirúrgica (II).  Garantir a técnica assética em todos as intervenções.  Realizar ensinos ao doente e família (II) sobre: • Cuidados a ter com o local da incisão/sutura. • Necessidade de notificar o seu aparecimento. 144 . se necessário.  Garantir a mudança da roupa da cama ou maca de transporte para o bloco operatório após o banho do doente e. envolve as fases de limpeza. desinfeção e esterilização (47).  Utilizar o EPI adequado a cada situação. • Sinais e sintomas de ILC.  Assegurar que o processo de descontaminação/tratamento dos instrumentos cirúrgicos. PRINCÍPIOS GERAIS (51) (52) (118) (124) (143)  Cumprir todas as recomendações de higiene das mãos (IB). no mínimo com duas horas de antecedência da intervenção cirúrgica (IB).  Promover a cessação tabágica pelo menos 30 dias antes da cirurgia (IB).  Os doentes que vão ser submetidos a cirurgias eletivas devem realizar pelo menos.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Manter o penso primário (realizado no Bloco operatório) durante as primeiras 48 horas. dois banhos prévios.  Controlar glicose sérica mesmo em doentes não diabéticos. Substituir apenas quando sinais de repasse ou se descolado.  Identificar e tratar IACS antes de cirurgia eletiva (IA). º 7021/2013). permitindo apenas a pesagem de pessoal autorizado.(52) 145 . consultar Serviço Saúde Ocupacional no sentido de averiguar a necessidade de suspender a sua atividade até à resolução de sinais ou sintomas de doenças infeciosas transmissíveis (IB). Esta informação é fundamental para garantir a fiabilidade dos dados da VE da infeção do local cirúrgico (ILC).  Garantir que as portas do bloco operatório estão fechadas. (143)  O processo de descontaminação dos instrumentos cirúrgicos deve ser efetuado segundo recomendações padronizadas e de acordo com as normas em vigor. para garantir a qualidade de cuidados e melhoria da prática clínica. doentes e equipamentos. esponja impregnada de gluconato de clorexidina a 2 %. PRINCÍPIOS A CONSIDERAR  Na cirurgia de ambulatório.CAPÍTULO 5.  O reprocessamento de dispositivos médicos de uso único deverá ter em consideração a legislação em vigor (Despacho n.  Devem evitar-se movimentações desnecessárias na sala de operações e o número de pessoas nesse espaço deverá ser reduzido ao mínimo indispensável.(118) (124)  Nas situações de colonização ou infeção de profissionais de saúde. para a realização de higiene corporal pré-operatória. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA  Assegurar que indicação da profilaxia antibiótica cirúrgica está definida (consulta pré-anestésica) no processo clínico ou através de protocolo de orientação clínica no serviço/instituição.  Enviar carta de alta ao médico de família (se cirurgia ambulatório ou seguimento no domicílio) ou ao médico da unidade de cuidados continuados integrados (se o doente for transferido para uma destas Unidades). solicitando a informação de retorno ao Hospital (dirigido ao GCL-PPCIRA). deve ser fornecido ao doente em momento/consulta prévia.(52)  A cobertura antibiótica deverá ser suspensa 24 horas após o procedimento cirúrgico. se surgir infeção pós-alta (período de 30 dias após cirurgia). • Utilização do EPI.  Realizar formação contínua aos AO sobre: • Boas práticas de limpeza ambiental e procedimentos adequados de higienização e descontaminação das superfícies. semanais.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DAS MELHORES PRÁTICAS (51) (52) (143)  Assegurar a aplicação obrigatória do projeto “Cirurgia Segura.  Monitorizar a adesão dos profissionais às práticas recomendadas e fornecer feedback em tempo útil.  Desenvolver e implementar bundles (procedimento operacional padrão) como estratégia para a segurança do doente e a melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados. mensais e globais).  Realizar formação contínua aos enfermeiros sobre: • As indicações para a profilaxia antibiótica e preparação cirúrgica. • O tratamento de feridas cirúrgicas. • Manutenção de sistemas de drenagem. salas operatórias e equipamentos clínicos.  Colaborar na facilitação da aplicação de práticas seguras.  Disponibilizar acesso permanente a guidelines e procedimentos sustentados na evidência (IA).  Garantir o total cumprimento das Recomendações Técnicas para Bloco Operatório (RT 05/2011 ACSS). Salva Vidas” (Norma 02/2013 de 12/02/2013 da DGS). 146 . nomeadamente pela garantia de existência de todos os recursos materiais adequados.  Aplicar sistemas de avaliação de risco de ILC.  Desenvolver um protocolo de serviço/institucional de limpeza e desinfeção de superfícies e que contemple as especificidades do bloco operatório (diárias. • Os procedimentos cirúrgicos. • As medidas de prevenção de ILC. CAPÍTULO 5. contactar o GCL-PPCIRA da sua instituição.  Assegurar dotações seguras sempre que possível. • A VE deve ter como base o programa em vigor para o registo HAI-SSI do ECDC.net. • Definir a classe da ferida cirúrgica no final de cada intervenção e o tempo de duração da cirurgia em minutos. IH-ILC na versão portuguesa (anteriormente designado de HELICSCirurgia) e que se encontra disponível na plataforma www. 147 .insa-rios.  Monitorizar dados de VE de ILC no serviço/instituição. fornecendo indicadores/informação aos profissionais envolvidos e propondo medidas adicionais sempre que se justifique: • É obrigatório fazer VE dos procedimentos cirúrgicos mais frequentes e de maior risco. • Garantir a comunicação e articulação entre as diversas instituições envolvidas. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA  Monitorizar a adesão de higiene das mãos e fornecer feedback em tempo útil aos profissionais de saúde envolvidos.  Para qualquer esclarecimento adicional. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 148 . (30) PRINCÍPIOS BÁSICOS (63)  Higienizar as mãos com SABA ou água e sabão: • Antes e após contato com os doentes (IA). no sentido de se prestarem cuidados de qualidade e segurança para os doentes. melhoram os resultados dos doentes e as relações custo-benefício.(145)  Fatores associados ao aumento do risco (65): • Presença de tubo endotraqueal permitindo o acesso direto dos microrganismos potencialmente patogénicos às VA inferiores. • Antibioterapia prévia aumenta o risco de colonização. alteração da função cardíaca.  Existem guidelines/bundles que quando devidamente implementadas reduzem as taxas de incidência de PAV. • Imunodepressão. pois favorece o refluxo gástrico e a aspiração de conteúdo da orofaringe (colonização microbiana das VA). • Antes e após contato com equipamento/material respiratório (IA). desequilíbrio hidroeletrolítico e metabólico. • Decúbito dorsal. alterações da concentração de hemoglobina.7 – PREVENÇÃO DA INFEÇÃO ASSOCIADA AO VENTILADOR/PAV PONTOS CHAVE  O risco de PAV em doentes críticos e de cuidados intensivos é elevado pela utilização generalizada da ventilação invasiva. • Condições que impeçam a libertação precoce do ventilador como estados de malnutrição.  O conhecimento destes fatores de risco é fundamental uma vez que é atuando sobre estes. 149 . RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA 5. garantir a utilização eficaz e segura das medidas de prevenção baseadas na evidência. que o enfermeiro pode representar um papel ativo na prevenção da PAV. sedação do doente e utilização de fármacos bloqueantes neuromusculares.(57)  É da responsabilidade dos profissionais de saúde.CAPÍTULO 5. nomeadamente do enfermeiro. 2 % e durante todo o internamento (IA) (118).  Quando utilizado sistema de aspiração fechado.  Quando utilizado sistema de aspiração aberto. caso não haja contraindicação clínica (II) (145). substituir a sonda sempre que se apresentar em mau funcionamento ou se encontrar visivelmente suja (IB).  Utilizar técnica assética na manipulação da traqueostomia (II).  Usar apenas líquidos estéreis para remoção de secreções (IB). com gluconato de clorexidina a 0. • Utilizar bata quando se realizam procedimentos suscetíveis de gerar salpicos de secreções respiratórias (IB). 150 . bem como antes de desinsuflar o cuff (II).  Avaliação de conteúdo gástrico.  Manter a cabeceira da cama dos doentes entubados endotraquealmente elevada a 30º/45º.  Aspirar secreções acima do cuff do tubo endotraqueal antes de mobilizar ou transportar o doente. no mínimo três vezes por dia.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM • No mesmo doente quando se transita de uma zona visivelmente contaminada para uma zona limpa (IA). • Utilizar máscara durante a aspiração de secreções com circuito aberto.  Verificar o posicionamento e a permeabilidade da sonda de alimentação entérica (IB). usar uma sonda estéril de uso único (II).  Aplicar todos os procedimentos corretos na entubação endotraqueal e otimização dos dispositivos de permeabilização da VA.  Utilizar luvas (e máscara) para a aspiração de secreções ou manipulação de objetos contaminados com secreções de qualquer doente (IA).  Utilizar o EPI adequado a cada situação: • Utilizar luvas perante risco de exposição a fluídos e/ou secreções e no manuseamento de objetos contaminados com as mesmas (IB).  Higiene oral. seguido de lavagem das mãos (IA).  Manter uma pressão do cuff adequada (aproximadamente 20-30 cm H2O). seguida de enxaguamento. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA MANUTENÇÃO DO MATERIAL E EQUIPAMENTO (63) (118)  Todo o material que vai ser desinfetado ou esterilizado deve ser previamente lavado em unidades específicas (IA). secagem e embalagem para evitar a recontaminação dos dispositivos médicos de uso múltiplo (DMUM) (IB). enxaguados abundantemente e depois de secos.   Os circuitos internos dos ventiladores não devem ser esterilizados por rotina (II).  Aplica-se a todo o material que entre em contacto direto com o doente. Em alternativa deverão ser lavados com detergente neutro e água corrente.  Os copos humidificadores de O2 devem ser substituídos entre doentes. devendo ir aos serviços de esterilização centrais para serem submetidos a desinfeção de alto nível (IB).  Os circuitos externos dos ventiladores devem ser substituídos entre doentes (IB) e no mesmo doente devem ser substituídos quando visivelmente sujos e/ou com problemas de funcionamento e de acordo com o tempo de utilização indicado pelo fabricante (IA).CAPÍTULO 5.  Os heat and moisture exchanges (filtros humidificadores de ar) devem ser substituídos sempre que se encontrem visivelmente conspurcados e/ou com problemas de funcionamento (IA).   O enxaguamento final (após desinfeção química) do material semicrítico deve ser efetuado com água estéril (IB).   O equipamento/material semicrítico termo-sensível deve ser submetido a desinfeção química de alto nível.   Os DMUM desinfetados devem ser guardados separados dos DMUM esterilizados e em armário fechado e ao abrigo da luz e do calor. 151 .   Todo o material que entra em contato direto ou indireto com as mucosas do doente (material semicrítico) deve ser esterilizado ou sujeito a desinfeção térmica de alto nível (IA). desinfetados com álcool 70 %.   Todo o material classificado de uso único deve ser descartado após a sua utilização. PRINCÍPIOS A CONSIDERAR (118) (145)  Promover a mobilização o mais precoce possível. garantindo diariamente períodos de suspensão da sedação e avaliação da possibilidade de extubação (I).  Promover a terapia de suporte nutricional enteral em detrimento da nutrição parenteral (146).CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Os insufladores manuais devem ser de uso individual para cada doente (IB) e devem ser enviados para o serviço de esterilização (IB). Depois de secos devem ser desinfetados com álcool 70 %.  Evitar a sedação profunda prolongada e agentes paralisantes (II). por processo físico (desinfeção térmica) (IB). Em alternativa poderão ser lavados com detergente neutro e água corrente. e sempre que possível optar por ventilação não invasiva.  As entubações orotraqueais e orogástrica devem ser a opção primordial.  Evitar a entubação e a reentubação. 152 .  As máscaras de anestesia após serem utilizadas devem ser enviadas para esterilização de forma a serem submetidas a desinfeção de alto nível. deve ser enxaguada abundantemente. deve ser lavado por fricção com pano embebido em água e detergente e posteriormente deve ser passado com um pano molhado com água. após estar seca é mergulhada em álcool 70 % durante 10 min (IA). Em alternativa deverá ser lavada com detergente neutro e água corrente.  Banho diário (incluindo couro cabeludo e excetuando a face) com clorexidina a 2 % a todos os doentes com mais de 2 meses de idade internados em UCI (IB).  O cabo do laringoscópio na presença de matéria orgânica.  A lâmina do laringoscópio deve desmontada imediatamente após a sua utilização (IB) e enviada para esterilização. No final deve ser desinfetado com álcool a 70 % (IB). e higiene oral com clorexidina) que refletem uma prática baseada na evidência e permitem prevenir a PAV. interrupção diária da sedação com avaliação da possibilidade de extubação. • E de Elevação da cabeceira do leito a 30-45 º. se possível). • T de Tubos: evitar entubar (ventilação não invasiva.  Construir guias de prevenção da PAV e sinaléticas que auxiliem à tomada de decisão e garantam o cumprimento de todas as medidas preventivas.CAPÍTULO 5.  Desenvolver e aplicar bundles. profilaxia da trombose venosa profunda. • M de Mãos: lavagem/desinfeção das mãos e cumprimento das medidas de assepsia. “cuffómetro”). nomeadamente pela garantia de existência de todos os recursos materiais adequados (p. de preferência entérica e contribuindo para prevenir a úlcera péptica. têm um dispositivo para avaliação contínua do ângulo de inclinação da cama.  Promover a utilização de acrónimos como o “FAST HUGS BID” MENTE” (146) (148) ou “A na sintetização das medidas principais na prevenção da pneumonia: • A de Acordar: evitar sedação profunda e agentes paralisantes e promover períodos de suspensão diária de sedação.  Disponibilizar acesso permanente a guidelines e procedimentos sustentados na evidência (IA). • N de Nutrição. RECOMENDAÇÕES PARA UMA PRÁTICA SEGURA ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DAS MELHORES PRÁTICAS (126) (145) (146) (147)  Colaborar na facilitação da aplicação de práticas seguras. No caso de não existir esse dispositivo. 153 . profilaxia da úlcera péptica (medida não consensual). ex.  Assegurar que as camas de UCI para doente submetidos a ventilação mecânica. como o Ventilator Bundle proposto pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI) de Bundles of Care e que define um conjunto de cinco componentes de cuidados (Elevação da cabeceira da cama a 30-45 º. ponderar a criação de marcações na parede de forma a respeitar o ângulo da cabeceira recomendado. extubar e retirar outros tubos e acessos o mais cedo possível.  Monitorizar a adesão de higiene das mãos e fornecer feedback em tempo útil aos profissionais de saúde envolvidos.  Monitorizar dados de VE de PAV no serviço/instituição. • Utilização do EPI. através de auditorias de processo/estrutura e fornecer feedback em tempo útil (IB). • Fatores de risco. • Epidemiologia e taxas de PAV no serviço/unidade.  Assegurar dotações seguras sempre que possível.  Realizar formação contínua aos AO sobre: • Boas práticas de limpeza ambiental e procedimentos adequados de higienização e descontaminação das superfícies. quartos/unidades e equipamentos clínicos. 154 .  Para qualquer esclarecimento adicional. fornecendo indicadores/informação aos profissionais envolvidos e propondo medidas adicionais sempre que se justifique.  Observar o cumprimento das medidas específicas de prevenção da PAV.  Realizar formação contínua aos enfermeiros (IA) sobre: • As medidas de prevenção de PAV.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM • E de Educação: formação e envolvimento dos profissionais de saúde através de um programa de controlo de infeção hospitalar. contactar o GCL-PPCIRA da sua instituição. O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA 155 .PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE Capítulo 6 O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA CAPÍTULO 6. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 156 . o que passa sem dúvida por processos de melhoria contínua. tendo sido adaptado de 4 para 8 fases. O guião foi elaborado com base no ciclo Plan Do Check Act (PDCA) ou ciclo de Deming. O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA Os estudos revelam que um terço das IACS pode ser evitado através da implementação de práticas seguras como a higiene das mãos. como proposta para a implementação de processos de melhoria.(70) Decorrente quer das competências comuns do Enfermeiro Especialista. De uma forma muito sistematizada. a própria OE publicou.CAPÍTULO 6. pelo que nos diferentes serviços devem ser identificadas oportunidades de melhoria. a qualidade e a segurança são questões indissociáveis que devem ser promovidas pelos processos de melhoria contínua. As estratégias. mantendo um ambiente seguro nomeadamente na área do controlo da infeção. no âmbito dos cuidados de saúde. o ciclo PDCA é um modelo de melhoria contínua que tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão. a utilização de equipamentos de proteção individual ou a higienização ambiental. devem os enfermeiros ser capazes de desenvolver projetos na área da melhoria contínua da qualidade. Consiste numa sequência de quatro passos repetitivos de melhorias e aprendizagem. nomeadamente:  Planear (Plan): Identificar e analisar o problema  Executar (Do): Desenvolver e testar a potencial solução 157 . quer das competências específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica. devem ter em consideração as particularidades dos diferentes contextos.(2) (149) Pode-se afirmar que. no âmbito do Programa dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem um Guião para a Organização de Projetos de Melhoria Contínua da Qualidade dos Cuidados de Enfermagem. planeando e implementando projetos que possam promover a segurança e a qualidade dos cuidados. para melhor se especificar o que se pretende em cada uma delas. para melhorar a cultura de segurança. que pode ser utilizado pelos enfermeiros. Originalmente. A utilização de uma abordagem deste tipo é lenta mas mais quantificável (mensurável) do que a implementação de outras abordagens mais simples. tentá-las e melhorá-las de modo controlado antes de selecionar uma para implementação.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  Conferir (Check): Medir a eficácia da solução testada e analisar se pode ser melhorada de alguma forma  Agir (Act): Implementar totalmente a solução melhorada O ciclo PDCA fornece um processo de resolução de problemas controlado e particularmente útil para:  Ajudar a implementar a filosofia Kaizen ou as abordagens de Melhorias Contínuas. FIGURA 1.(150) No guião proposto pela OE é sugerida a adaptação do ciclo original (Figura 1) por um com mais etapas (Figura 2). quando o ciclo é repetido vezes sem conta.  Identificar novas soluções e melhorar processos que são executados frequentemente.  Explorar um vasto leque de novas soluções possíveis para os problemas.CICLO PDCA ORIGINAL 158 (151) .  Evitar o desperdício de recursos em larga escala que resultam da implementação de uma solução medíocre ou pobre. O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA De acordo com a OE. Propor medidas corretivas. FIGURA 2 . 7.CICLO PDCA ADAPTADO 159 (151) . 8. Planear e executar as tarefas/atividades. Reconhecer e partilhar o sucesso. regulamentar e treinar a equipa.CAPÍTULO 6. Formular objetivos iniciais. Verificar os resultados. Perceber as causas. o ciclo PDCA foi adaptado para melhor responder às necessidades específicas de projetos de enfermagem e contempla as seguintes etapas (151): 1. 2. 6. 4. 5. Identificar e descrever o problema. Perceber e dimensionar o problema. 3. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 160 . quê. etc.CAPÍTULO 6. doente chega a um ser em relação a uma norma submetido à colocação de vários 1 IDENTIFICAR E DESCREVER O PROBLEMA (standard) ou padrão de cateteres venosos centrais. o infeção no local de inserção. para que haja uma inserção (dependendo do tipo de orientação inicial que norteie CVC 161 e do tempo de . quando.METODOLOGIA DE PROJETO ADAPTADA A UMA SITUAÇÃO PRÁTICA Partindo desta proposta. que poderá servir de exemplo para a construção de novos projetos. incluir a norma e o desvio. comparação (o que seria bom acontecer). concisa. e incluir um pequeno historial da sua evolução.1 . ao sem longo que do haja genericamente aquilo que se sinais de infeção no local de pretende. mensurável. Para perceber mais Muitos dos cateteres venosos profundamente o problema centrais 2 PERCEBER PROBLEMA O necessitam deve-se observar a situação. A descrição do problema deve ser clara. substituídos por de presença ser de perguntar onde. quanto. Apesar de provavelmente 3 FORMULAR OBJETIVOS INICIAIS não ser Pretende-se que os doentes do possível serviço x possam permanecer nesta altura definir objetivos com o mesmo cateter venoso de forma importante precisa. propõe-se aqui desenvolver um exemplo de um projeto na área do controlo das IACS (Quadro 12). como.(2) QUADRO 12 – METODOLOGIA DE PROJETO ADAPTADA A UMA SITUAÇÃO PRÁTICA ETAPAS DO PROJECTO (151) SITUAÇÃO PRÁTICA DESCRIÇÃO (EXEMPLO) Na definição de problema Durante deve ser identificado o desvio mesmo o internamento. por todos os enfermeiros que ambicionem desenvolver trabalho e implementar melhorias nesta área dos cuidados de saúde tão sensível à atuação do enfermeiro especialista em pessoa em situação crítica. saber-se internamento. O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA 6. é central (CVC). 2) Pode-se depois recorrer às etapas de Heather Palmer para melhor caracterizar o desenho de projeto (ver cap.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM ETAPAS DO PROJECTO SITUAÇÃO PRÁTICA DESCRIÇÃO no caminho a (EXEMPLO) trilhar. Para perceber as causas. 5 PLANEAR E EXECUTAR TAREFAS/ ATIVIDADES serão utilizados para no último ano. serviram como força motivacional que levou o grupo a iniciar os seus trabalhos. 6. Estarão a ser cumpridas todas as para além de se dever utilizar recomendações na colocação e a revisão bibliográfica manutenção dos cateteres referida anteriormente. Elaborar um rigoroso cronograma Realizar o levantamento de todas facilitará o as recomendações planeamento das tarefas e colocação atividades. 4 PERCEBER CAUSAS AS sobre realizada formação para auscultar causas mais a opinião da equipa. 6. Geralmente estes objetivos têm de ser reformulados. mas. devem-se também usar (No final deste quadro apresentatécnicas de se a caracterização do estudo em as análise de causa e efeito e questão. por apresentarem avaliação da evolução da sinais de infeção no local de situação. cap. internamento). de acordo com as métodos de brainstorming etapas de avaliação da qualidade que permite enquadrar segundo Heather Palmer – ver localmente o problema. que venosos centrais no serviço x? É fornece quais orientação as prováveis. entretanto. e para a manutenção do cateter e elaboradas listas de observação que são aplicadas 162 .2 e anexo II) Realizar o levantamento do nº de Devem também ser definidos cateteres venosos centrais que quais os indicadores que necessitaram de ser substituídos. inserção. No RECONHECER E PARTILHAR O SUCESSO do é próximo a Enfermeiros Encontro Especialistas de de celebração do sucesso que Enfermagem Médico-Cirúrgica o deve incluir todos os que grupo dinamizador deste projeto contribuíram. Depois das tarefas estarem Ao fim de 6 meses de aplicação completas. 163 . implementar o novo processo de trabalho e treinar todos os membros da equipa afetados para assegurar que todos os que fazem o trabalho percebem as novas instruções. do nº de CVC que necessitaram comparando-os com os de ser substituídos por presença dados apurados antes das de sinais de infeção no local de tarefas terem sido inserção e compara-se com os implementadas. divulgando os resultados obtidos. Verificar se estão a ser cumpridas todas as recomendações. Perceber se o cumprimento das recomendações na colocação e manutenção significativamente 8 O último passo CVC o reduz nº de cateteres que necessita de ser antecipadamente substituído. Realizar formação a toda a equipa que começa a adotar todas as recomendações para a colocação e manutenção do CVC. Protocolizar o processo de 7 PROPOR MEDIDAS CORRETIVAS. O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA ETAPAS DO PROJECTO SITUAÇÃO PRÁTICA DESCRIÇÃO (EXEMPLO) durante 3 meses. elabora e apresenta um póster. PROTOCOLIZA R E TREINAR A EQUIPAR forma escrita. dados anteriores.CAPÍTULO 6. Implementar as recomendações e realizar verificação regular do seu cumprimento. a equipa avaliará de os 6 VERIFICAR OS RESULTADOS resultados todas as recomendações recolhendo sobre colocação e manutenção dados nos atuais processos de CVC realizar um levantamento e folhas de verificação. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 164 . PERÍODO DE TEMPO QUE SE AVALIA: • De Y (mês) a W (mês) do ano Z. 1. IDENTIFICAÇÃO DA(S) DIMENSÃO(S) EM ESTUDO: • Adequação Técnico Científica. 5.EXEMPLO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE SEGUNDO HEATHER PALMER No seguimento na situação prática anterior e apoiados nas etapas de avaliação de qualidade de Heather Palmer.2. TIPO DE AVALIAÇÃO • Interna: interpares. 2. FONTE DOS DADOS • Processo clínico. 6. PROFISSIONAIS EM AVALIAÇÃO: • Equipa de enfermagem do serviço X. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO • Serão contabilizados todos os doentes a quem foi substituído o CVC por apresentar sinais de infeção no local de inserção.3. O FOCO NA MELHORIA CONTÍNUA 6. 2.1. elaboramos um desenho de projeto de melhoria contínua (ver Checklist no anexo II) DESIGNAÇÃO DO PROJETO: Substituição de cateteres venosos centrais por infeção do local de inserção: uma preocupação da equipa de enfermagem.2 . 2.CAPÍTULO 6. UTILIZADORES INCLUÍDOS NA AVALIAÇÃO: • Doentes do Serviço X submetidos à colocação de cateteres venosos centrais. 3. UNIDADES DE ESTUDO 2. • Serão verificados todos os procedimentos de colocação e manutenção de cateteres venosos centrais. 4. 165 . TIPO DE DADOS Processo: % de doentes com CVC que necessitou de ser substituído por apresentar sinais de infeção no local de inserção. tendo em conta as últimas recomendações disponíveis. DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO E SELEÇÃO DA AMOSTRA • Todos os doentes do serviço X. 166 . • Mudanças estruturais através da elaboração de grelhas de observação e através da atualização da norma sobre os cuidados a ter na colocação e manutenção do CVC. • Colheita de dados através da análise dos processos. submetidos à colocação de CVC. 8. QUEM COLHE OS DADOS E COMO • Grupo de enfermeiros responsáveis pelo projeto. QUAIS AS MEDIDAS CORRETIVAS PASSÍVEIS DE SER USADAS: • Medidas educacionais através de formação a toda a equipa de enfermagem no sentido de adequar a sua prática às últimas recomendações sobre a manutenção do CVC e a colaboração na sua colocação. 9. 10. RELAÇÃO TEMPORAL • Avaliação retrospetiva para avaliar a situação-problema.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 7. • Avaliação prospetiva para avaliar a implementação das medidas propostas. e Donaldson.PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Regulamento. Comissão Europeia. P. Lisboa : DGS. L. 16-20. [Diário da República. [Citação: 15 de Abril de 2015. 11.] Institute of Medicine Committee on Quality of Health Care in America. 2010. 2005. Kohn.º 14 223/2009. Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem.who. Norma n. 103-132. pp. e Trindade. Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica. DGS.cdc. Corrigan. OE. e Donaldson. 2009. 10. 2011. 2013. Centers for Disease Control and Prevention. DGS. 10 de Fevereiro de 2015. 8. Gestão do risco: Segurança do doente em ambiente hospitalar. 9. 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M.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 117.pt/programa-de-prevencao-e-controlo-de-infecoes-e-de-resistencia-aosantimicrobianos/materiais-formativos. Staphylococcus aureus: visitando uma cepa de importância hospitalar. DGS. https://www. 2007 Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings.cdc.cdc. Infection Control & Hospital Epidemiology. 123. 2013. pp. Atividades a serem desenvolvidas nas unidades de saúde no âmbito da semana de comemoração do 5 de maio. CDC Wonder. pp. Infection Control & Hospital Epidemiology. 139.. Infection Control & Hospital Epidemiology.pdf. Mai de 2014. 35. pp.Diagnóstico da Infeção por Clostridium difficile nos Hospitais.n. Society for Healthcare Epidemiology of America.gov/mrsa/pdf/SHEA-mrsa_tagged. 2013. Lo. 6. Strategies to Prevent Catheter-Associated Urinary Tract Infections in Acute Care Hospitals: 2014 Update. Strategies to Prevent Surgical Site Infections in Acute Care Hospitals: 2014 Update. 134. 2011. Revista Portuguesa de Pneumologia. Unidades de Internamento de Cuidados Continuados Integrados e na Comunidade. 628-645. Vol. Atlanta : s. 175 . Jonas. CDC. 146. 419-486. et al. 550-60. Vol.ª Série. Norma 19/2014 .. Strategies to Prevent Ventilator-Associated Pneumonia in Acute Care Hospitals: 2014 Update. 2009. R. Marschall. http://www. 137. Maio de 2007. Ministério da Saúde. pp. Chirstóforo. Infection Control & Hospital Epidemiology. Junho de 2014. 19. 143. 133. et al. pp. N. Systematic Review and Meta-analysis: reminder Systems to Reduce catheterassociated urinary tract infections and urinary catheter use in hospitalized patients. 2010. Despacho 15423/2013. Vol. Norma nº 019/2014 de 19/12/2014 atualizada a 24/03/2015. 35. Michael. Dubberke. Centers for Disease Control and Prevention. 35. Rev Esc Enferm USP. et al. 140. Anderson. Atlanta : Centers for Disease Control and Prevention. CDC. Calfee. 06. 2011.cdc. Agosto de 2014.. 144.. Julho de 2014. Kock. Vol. J. Society for Healthcare Epidemiology of America. Infection Control & Hospital Epidemiology. DGS. NCEC. Evelyn. 2009. 135. Klompas. Meddings. pp. pp.º 229. [Online] 2015. Erik R. 35. D P. et al. F. et al. Vol. The Society for Healthcare Epidemiology of America.PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE 131. Julho de 2014. The Society for Healthcare Epidemiology of America . 25 de Julho de 2014. 142. Strategies to prevent methicillin-resistant Staphylococcus aureus transmission and infection in acute care hospitals: 2014 update. 2015. 1 de Jun de 2014. 7. 35. Infection Control & Hospital Epidemiology. Cuidados de Enfermagem Realizados ao Paciente Cirúrgico no Período Préi-Operatório. Infection Control & Hospital Epidemiology. Vol. Lisboa : Direção Geral da Saúde. Euro Surveill. 2009-6259. 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D. Guião para a Organização de Projetos de Melhoria Contínua da Qualidade dos Cuidados de Enfermagem.gov/meningitis/index.CANDIDA ALBICANS (Lookfordiagnosis. Massachusetts : s. 149. 2013) ILUSTRAÇÃO 7 . 2014) ILUSTRAÇÃO 3 .html.pdf. pp.II Série nº 35.cdc. Meningitis. 2013) ILUSTRAÇÃO 5 .ACINETOBACTER BAUMANNI ILUSTRAÇÃO 2 . 150.ENTEROCOCCUS FAECALIS (Bacteria in Photos. Vol. FONTES DAS ILUSTRAÇÕES: ILUSTRAÇÃO 1 . 2013) ILUSTRAÇÃO 11 . 2014) ILUSTRAÇÃO 4 . Institute for Healthcare Improvement. 2013) ILUSTRAÇÃO 16 – STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE (Bacteria in Photos. Critical ill patients need "Fast Hug Bid".portalgestao. 2009. http://www. Vicent. 2013) 176 . 151.ESCHERICHIA COLI (Lookfordiagnosis. J. 18 de Fevereiro de n. 2013) ILUSTRAÇÃO 9 . Prevent ventilator-associated pneumonia (VAP) by implementing the five components of care caleed "the Ventilator Bundle". 2013) ILUSTRAÇÃO 12 .PROTEUS MIRABILIS (Bacteria in Photos.ENTEROCOCCUS FAECIUM ILUSTRAÇÃO 6 . [Online] 2013. 2326-2327. 37. 2014) (Bacteria in Photos. 2013) ILUSTRAÇÃO 15 – MRSA (Bacteria in Photos. OE.NEISSERIA MENINGITES (Bacteria in Photos. 148.pt/sites/sul/informacao/Documents/Gui%C3%A3o%20para%20elaborac%C2% B8%C3%A3o%20projetos%20qualidade%20SRS. PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE ANEXO I - SISTEMA DE CATEGORIZAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES POR NÍVEIS DE EVIDÊNCIA DE ACORDO COM O CDC CATEGORIA IA: fortemente recomendado para implementação e de grande evidência baseada em estudos experimentais bem conduzidos, clínicos, ou estudos epidemiológicos; CATEGORIA IB: fortemente recomendado para implementação, baseada na racionalidade e evidência sugestiva de alguns estudos experimentais, clínicos, ou estudos epidemiológicos; CATEGORIA IC: recomendação sugerida por normas ou recomendações de outras federações e associações; CATEGORIA II: recomendação sugerida para implementação baseada na clínica sugestiva ou estudos epidemiológicos, ou uma forte fundamentação teórica. FONTES (3) (132) 177 CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 178 PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE ANEXO II - CHECKLIST ETAPAS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE SEGUNDO HEATHER PALMER A) IDENTIFICAÇÃO DA(S) DIMENSÃO(S) EM ESTUDO EFICIÊNCIA EFETIVIDADE ADEQUAÇÃO TÉCNICO CIENTÍFICA SATISFAÇÃO/ACEITABILIDADE ACESSIBILIDADE B) UNIDADES DE ESTUDO UTILIZADORES INCLUÍDOS NA AVALIAÇÃO PROFISSIONAIS PERÍODO DE TEMPO QUE SE AVALIA C) TIPO DE DADOS (AVEDIS DONABEDIAN) ESTRUTURA PROCESSO RESULTADOS D) FONTE DOS DADOS HISTÓRIA CLÍNICA ENTREVISTAS PROCESSO CLINICO • SISTEMA DE INFORMAÇÃO… E) TIPO DE AVALIAÇÃO INTERNA INTERPARES AUTOAVALIAÇÃO 179 CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM EXTERNA PROFISSIONAL BUROCRÁTICA F) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CRITÉRIOS IMPLÍCITOS CRITÉRIOS EXPLÍCITOS – NORMATIVOS • EX. A TODOS OS DOENTES COM…DEVE FAZER-SE • EX. EM TODAS AS SITUAÇÕES DE…O PROCEDIMENTO ADEQUADO É… CONDIÇÕES A CUMPRIR PELOS CRITÉRIOS • MENSURÁVEIS • ADAPTADOS PARA O LOCAL (HOSPITAL CENTRAL. CENTRO DE SAÚDE) • PRIORIZADOS • BASEADOS NA EVIDÊNCIA (INVESTIGAÇÃO) G) QUEM COLHE OS DADOS E COMO H) RELAÇÃO TEMPORAL AVALIAÇÃO RETROSPETIVA AVALIAÇÃO CONCORRENTE AVALIAÇÃO PROSPETIVA I) DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO E SELEÇÃO DA AMOSTRA BASE INSTITUCIONAL OU POPULACIONAL AMOSTRA RANDOMIZADA J) QUAIS AS MEDIDAS CORRETIVAS PASSÍVEIS DE SER USADAS MEDIDAS EDUCACIONAIS MUDANÇAS ESTRUTURAIS MEDIDAS DISCIPLINARES FONTE (151) 180 . informação sobre a resistência antibiótica.ipac-canada.  INFECTION PREVENTION AND CONTROL CANADA (IPAC) http://www. checklist e guidelines para cada tipo de IACS. FAQ. FAQ. Normas e Documentos da DGS No site da DGS ainda é possível registar-se para poder receber através de SMS alertas de publicação de novas Normas e Orientações.cdc. informação sobre a resistência antibiótica.org/ Guidelines relativas ao tema.pt/inscricao-sms-dgs.PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE APÊNDICE I – REFERÊNCIAS E HIPERLIGAÇÕES  CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC) http://www.  DIREÇÃO-GERAL DE SAÚDE (DGS) https://www.pt/ Relatórios de vigilância epidemiológica.dgs. recomendações.aspx Informação sobre os vários tipos de IACS. o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos. recomendações sobre as medidas de prevenção e controlo da infeção. recomendações. informação sobre os vários microrganismos. informação sobre os vários microrganismos.eu/en/Pages/home.dgs. O registo neste serviço é totalmente grátis e pode ser efetuado através de: https://www. checklist e guidelines para cada tipo de IACS.aspx  EUROPEAN CENTRE FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL (ECDC) http://ecdc. 181 .gov/ Informação sobre os vários tipos de IACS.europa. nhs.aspx Informações sobre os vários tipos de infeções.net/ Instrumentos relacionados com a melhoraria da qualidade da prática clínica. 182 com resistência a .uk.CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM  INFECTION PREVENTION SOCIETY (IPS) http://www.  ORDEM DOS ENFERMEIROS http://www.  HEALTHCARE INFECTION SOCIETY (HIS) http://www.  INSTITUTE FOR HEALTHCARE IMPROVEMENT (IHI) http://www.ordemenfermeiros.org/Pages/default.uk/ Informação sobre o tema.  NHS ENGLAND http://www. guidelines.org. guias para prevenção dos vários tipos de infeção. informações sobre microrganismos.ips. guias para a prevenção e controlo da infeção.ihi.pt/  PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÕES E DE RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS Os objetivos gerais deste programa prioritário são a redução da taxa de IACS.uk/ Informação relacionado com a infeção hospitalar. a promoção do uso correto de antimicrobianos e a diminuição da taxa de microrganismos antimicrobianos.england.his. 183 . apresentações e material de apoio técnico e promocional das diversas campanhas (PBCI.dgs. gestão do risco. antibiótico.blogspot.PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE No microsite do PPCIRA encontram-se todas as informações. Microsite: https://www.pt/programa-de-prevencao-e-controlo-de-infecoese-de-resistencia-aos-antimicrobianos. prevenção de infeção e qualidade em saúde.int/en/ Guias para a prevenção da infeção associada aos cuidados de saúde.pt/ Um dos poucos blogs portugueses na área da segurança do doente. recomendações. relatórios. outras informações sobre as IACS.  WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) http://www.aspx Despacho de criação do Programa Despacho de nomeação do diretor Orientações programáticas Determinações e Competências dos GCR e GCL do PPCIRA Materiais Técnicos e Formativos  BLOG RISCO CLÍNICO E SEGURANÇA DO DOENTE http://risco-clinico. VE) implementadas.who. CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM 184 . deverão ser desinfetados/esterilizados após a alta) • Evitar o transporte do Doente KLEBSIELLA PNEUMONIAE LEGIONELLA PNEUMOPHILA PBVT POR GOTÍCULAS MRSA PBVT POR VIA AÉREA • Quarto Individual • Quando não há quarto individual. o doente deverá estar a mais de 1m dos restantes • Máscara (se tiver a menos de 1m do doente) MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS • Quarto Individual. Quando não é possível. o doente deverá estar junto com outros doentes com o mesmo agente patogénico. proteção ocular e facial) • Colocação e deslocação do doente • Higiene do ambiente e do equipamento/Roupa • Resíduos sólidos hospitalares CANDIDA ALBICANS CLOSTRIDIUM DIFFICILE ENTEROCOCCUS FAECALIS ENTEROCOCCUS FAECIUM ESCHERICHIA COLI HAEMOPHILUS INFLUENZAE PBVT DE CONTACTO • Quarto Individual • Luvas (trocar de luvas entre procedimentos no mesmo doente) • Avental • Equipamentos (uso exclusivo dos doente. máscara. preferencialmente com pressão negativa • Porta do quarto sempre fechada • Máscara com alta capacidade de filtragem (profissional de saúde) • O doente deve usar máscara cirúrgica quando sai do quarto NEISSERIA MENINGITES PROTEUS MIRABILIS PSEUDOMONAS AERUGINOSA SERRATIA MARCESCENS STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE APENAS QUANDO MICRORGANISMO MULTIRRESISTENTE UTILIZAR AS PBCI EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS FONTES (1) (101) (120) (122) (124) (125) . calçado. bata.PREVENÇÃO E CONTROLO DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS CUIDADOS DE SAÚDE CONTRIBUTOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM ENFERMAGEM ALGORITMO DE APOIO A UMA PRÁTICA INTENCIONAL ACINOBACTER BAUMANNI PBCI • Higienização das mãos • EPI adequado (luvas. avental. EMAIL: [email protected] INTERNET: http://contributosparaenfermeiros.blogspot.com 186 .


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