Plural 12º Ano Livro Do Professor

June 16, 2018 | Author: Sofia Cunha | Category: Portugal, Image, Books, Schools, Short Stories
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Elisa Costa Pinto • Paula Fonseca • Vera Saraiva BaptistaPlural 12 Português • Cursos Científico-Humanísticos • 12.º ano • Ensino Secundário Livro do Professor NOTA PRÉVIA O PLURAL 12 – Livro do Professor – elemento fundamental num projeto que, tendo como vértice o Manual, inclui ainda o e-Manual do Professor, o e-Manual do Aluno e o Caderno de Atividades – foi concebido com diversos objetivos. Em primeiro lugar, visa complementar e esclarecer as propostas do Manual, ao mesmo tempo que estabelece as conexões entre os diversos elementos do projeto; em segundo lugar, procura enriquecer o mesmo Manual, fornecendo um conjunto muito vasto de materiais utilizáveis e reutilizáveis, dos mais diversos domínios; em terceiro lugar, explicita as âncoras que ligam todo o projeto ao programa; finalmente, abre espaço para a reflexão pedagógica e didática, criando uma espécie de diálogo com os seus utilizadores. PLANIFICAÇÃO – No primeiro capítulo, para apoio à planificação, apresentamos os quadros de referência das quatro sequências de aprendizagem, explicitando, de forma organizada e articulada, os objetivos, as competências, os conteúdos e as atividades que integram cada uma delas. Em seguida, apresentamos um esboço de planificação anual que, integrada no e-Manual em ficheiro word, pode ser manipulada pelos professores, numa perspetiva de personalização do trabalho e ajustamento à mobilidade do calendário escolar. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS – O segundo capítulo é dedicado aos domínios da Leitura, Oralidade e Escrita. Assim, no que diz respeito à Leitura, clarificam-se as modalidades de leitura, de acordo com o programa, elencam-se os conteúdos e as atividades de leitura e reserva-se um espaço para o Contrato de Leitura, no qual se integra a lista de sugestões de títulos do ME, mas também uma ficha de registo e avaliação (de novo em ficheiro word modificável). No que diz respeito à Oralidade e à Escrita, além de se proceder de forma semelhante à da Leitura, apresenta-se ainda novas propostas de atividades, nomeadamente de compreensão e expressão de registos áudio e vídeo e de oficinas de escrita. LEITURA DE IMAGEM – O terceiro capítulo é integralmente dedicado à Leitura de Imagem, competência e conteúdo a que sempre prestámos uma atenção particular, conscientes da importância de que se reveste no mundo contemporâneo. Aqui apresentamos as nossas sugestões de leitura de imagem, nomeadamente de pintura, cartoon e cartaz político. As propostas apresentadas correspondem às imagens dadas a ler no manual, mas também a outras que, não constando dele, estão incluídas no e-Manual e podem ser utilizadas nas aulas. AVALIAÇÃO (TESTES E GRELHAS) – O quarto capítulo é constituído por um conjunto muito vasto de materiais de apoio ao processo de avaliação: testes sumativos e testes de verificação da leitura, fundamentação no programa, proposta de critérios, grelhas de observação e registo, listas de verificação. CONHECIMENTO EXPLÍCITO DA LÍNGUA – O quinto capítulo transcreve, tornando-os acessíveis à consulta diária, do DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO, os capítulos que mais diretamente se relacionam com o programa do Secundário – Lexicologia, Semântica, Análise do Discurso, Retórica, Pragmática e Linguística Textual. Enfim, este projeto não tem a pretensão de esgotar propostas, nem sequer apresentar soluções acabadas, cientes que somos da pluralidade de caminhos legítimos para o ensino da língua materna, para o qual contribuem diariamente todos os que se dedicam à apaixonante aventura de ensinar Português. Este é só mais um contributo PLURAL. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA As autoras 2 ÍNDICE 1 PLANIFICAÇÃO ■ Sequências de Aprendizagem Objetivos / Competências Conteúdos e Processos Domínios Avaliação ■ Planificação Planificação anual 6 14 (proposta em ficheiro modificável – disponível online) 2 ■ ■ LEITURA / ORALIDADE / ESCRITA Modalidades de leitura Elenco dos conteúdos de leitura Citação do Programa 16 16 Contrato de Leitura Citação do Programa Lista de Livros Ficha de Registo de Leitura 17 17 21 (proposta em ficheiro modificável – disponível online) ■ 22 22 23 Escrita Elenco das atividades de escrita Citação do Programa Outras propostas de atividades de escrita para as 4 sequências 30 31 32 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA ■ Oralidade Elenco das atividades de oralidade Citação do Programa Outras propostas de atividades de oralidade para as 4 sequências 3 apresentação de livros (para o professor) Auto e heteroavaliação de apresentação de livros (para o aluno) Guião de Avaliação de Documentário (para o aluno) ESCRITA Textos de composição curta ou extensa (para o professor) AUTOAVALIAÇÃO Grelha de Autoavaliação Global (para o aluno) 5 ■ 4 CONhECIMENTO DA LíNGUA Dicionário Terminológico 64 65 66 67 68 69 71 . debate.ÍNDICE 3 ■ Guia de leitura de imagens (do Manual e do e-Manual) Pintura Cartoon Cartaz político 4 ■ ■ ■ ■ ■ LEITURA DE IMAGENS 37 39 42 AVALIAÇÃO Modalidades e instrumentos de avaliação Testes sumativos Testes de verificação de leitura Soluções 45 46 50 58 Critérios de avaliação de Português 60 (proposta de ficheiro modificável – disponível online) ■ Grelhas de registo (proposta de ficheiros modificáveis – disponíveis online) ORALIDADE Grelha de Avaliação global da turma (para o professor) Expressão oral – exposição. 1 PLANIFICAÇÃO ■ SEqUêNCIAS DE APRENDIzAGEM Objetivos / Competências Conteúdos e Processos Domínios Avaliação ■ PLANIFICAÇÃO Planificação geral . registoetratamentodeinformação Cidadania ■ ■ ■ 6 Desenvolverpráticasderelacionamentointerpessoalfavoráveisaoexercíciodacooperaçãoedasolidariedade Desenvolverosentimentodepertençaaumacomunidadeculturalportuguesa.S LUSÍADAS SEqUêNCIA 1 O LUÍS DE CAMÕES Compreensão e expressão oral ■ ■ ■ ■ ■ ■ Desenvolveracompetêncialinguística.correta.sentidoglobal. delínguaportuguesacomprojeçãouniversal Desenvolveroespíritocrítico PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA ■ .adequadaa diferentessituaçõesdecomunicação Exprimirgostoseopiniões Expressarejustificarpontosdevistapessoais Utilizarestratégiasdeescuta Observarasregrasdousodapalavraeminteração Leitura ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ObjETIVOS / COMPETÊNCIAS Mobilizarconhecimentosprévios Anteciparconteúdosapartirdeindíciosvários Distinguiramatrizdiscursivadaepopeiaedeoutrostextos Determinaraintencionalidadecomunicativa Apreenderossentidosdostextos –impactodeleitura.simbologias) Estabelecerrelaçõesentreapoesiaeoutrasartes Reconhecereinterpretarrecursosexpressivos ContactarcomumautormaiordaLiteraturaPortuguesa Promoverogostodaleituradosclássicos Desenvolver competências de leitura de imagens ■ Descrevereinterpretarimagens ■ Reconheceradimensãoestéticaesimbólicadautilizaçãodaimagem Expressão escrita ■ ■ ■ ■ Programaraproduçãodaescrita:planificação/textualização/revisão Produzirtextosdediferentesmatrizesdiscursivaseaplicarasregrasda textualidade Adequarodiscursoàsituaçãocomunicativa Promover experiênciasdeescritareguladaportécnicas Funcionamento da língua ■ ■ ■ ■ Refletirsobreofuncionamentodalíngua Reconhecerprocessosderenovaçãodalíngua Reforçaraapropriaçãodeconhecimentosgramaticaisquefacilitemacompreensãodosdiscursoseoaperfeiçoamentodaexpressãooraleescrita Reconheceradimensãoestéticadautilizaçãodalíngua Metodologias Favorecerautilizaçãodemétodosetécnicasdetrabalhopromotorasda autonomianaconstruçãodosaber:processosdepesquisaemvários suportes.tema –interpretação(apreensãodesentidosexplícitoseimplícitos.aoníveldacompreensãodeenunciadosoraisemdiferentescontextosecomdiversosgrausdecomplexidade Promoverautilizaçãodeumaexpressãooralfluente. explicaçãodetexto. Luís de Camões C O N T E ú D O S LEITURA Leitura analítica e crítica –Estrutura–visãoglobal –Mitificaçãodoherói(passagenseepisódiosquemelhorcontribuemparaa construção/mitificaçãodoheróiépico) –ValoresdoHumanismoRenascentista –Reflexõesdopoeta:críticaseconselhosaosPortugueses Textos para informação e estudo –Textosinformativosetextoscríticos Outras modalidades de leitura Leiturafuncional.notabiográfica –Textosobreimagem Consolidação dos conteúdos dos 10.coerência.aspetoemodalidade –Valordosadjetivos –Valordasoraçõesrelativas –Referênciadeítica Pragmáticaelinguísticatextual –Interaçãodiscursiva:atosilocutórios –Processosinterpretativosinferenciais Texto:continuidade.ORALIDADE Audiçãoeleituraexpressivadeexcertosdopoema Audição/Visionamentodefilmes Apresentaçãoetrocadepontosdevista Paráfrase. textualização e revisão de textos escritos e ESCRITA P R O C E S S O S FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA Escrita expositiva-argumentativa –Textodereflexão –Textoexpositivo-argumentativo –Dissertação Outros –Resumo.Tavares.º e 11.reconto Exposiçãooral/Apresentaçãooraldetrabalhos Debate OS LUSÍADAS.morfossintáticosesemânticos) Estruturaspoéticas CONTRATO DE LEITURA EPOPEIACLÁSSICAOdisseia deHomero(trad.leituradeimagem Planificação.diagrama –Verbetededicionário.º anos Semânticalexical –Estruturaslexicais:campolexical.Caminho D.coesão Tipologiatextual:protótipostextuais PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA NeologiaeLatinismos Recursosexpressivos(fónicos.progressão.leiturarecreativa.SEBASTIÃO.GonçaloM.personagemdedoisromances AVALIAÇÃO Fichadeautoavaliação 7 .deFredericoLourenço.Cotovia) EPOPEIAMODERNAUma Viagem à Índia.leituracomparativa.camposemântico Semânticafrásica –Tempo. sentimentos.sensações.adequadaa diferentessituaçõesdecomunicação Utilizardiferentesestratégiasdeescuta Exprimiropiniões.utilizarváriostiposdeargumentosecontra-argumentos Observarasregrasdousodapalavraeminteração Leitura ObjETIVOS / COMPETÊNCIAS Desenvolver competências de leitura / interpretação de textos poéticos ■ Mobilizarconhecimentosprévios ■ Anteciparconteúdosapartirdeindíciosvários ■ Determinaraintencionalidadecomunicativa ■ Distinguiramatrizdiscursivadotextopoético ■ Apreenderossentidosdostextos –impactodeleitura.correta.opiniões ■ Reconhecerformasdeargumentação.contra-argumentosesíntese) ■ Reconhecereinterpretarrecursosexpressivos ■ Estabelecerrelaçõesentreapoesiaeoutrasartes ■ ContactarcomumautormaiordaLiteraturaPortuguesa ■ Desenvolvercompetênciasdeleituradeimagens Expressão escrita ■ ■ ■ Programaraproduçãoescrita:planificação/textualização/revisão Adequarodiscursoàsituaçãocomunicativa Aperfeiçoarascompetênciasdeescrita.argumentos. ■ Distinguirfactos.tratamentoetransmissãodeinformação Cidadania ■ ■ ■ 8 Desenvolverpráticasderelacionamentointerpessoalfavoráveisaoexercíciodacooperaçãoedasolidariedade Desenvolverosentimentodepertençaaumacomunidadecultural Desenvolveroespíritocríticoedeautoanálise PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA ■ .sentidoglobal.SEqUêNCIA 2 POESIA DE FERNANDO PESSOA Compreensão e expressão oral ■ ■ ■ ■ ■ Desenvolveracompetêncialinguística.persuasãoemanipulação ■ Identificarumateseereconheceraestruturacanónicadebasedaargumentação(tese. –interpretação(apreensãodesentidosexplícitoseimplícitos.registo.aoníveldacompreensãodeenunciadosoraisemdiferentescontextosecomdiversosgrausdecomplexidade Promoverautilizaçãodeumaexpressãooralfluente.aplicandoasregrasdatextualidade Funcionamento da língua ■ ■ ■ ■ Reforçaraapropriaçãodeconhecimentosgramaticaisquefacilitemacompreensãodosdiscursoseoaperfeiçoamentodaexpressãooraleescrita Refletirsobreofuncionamentodalíngua Utilizarosarticuladoreseconectoresadequadosparaaprogressãoecoesãotextuais Reconheceradimensãoestéticadautilizaçãodalíngua Metodologias Favoreceraapropriação/utilizaçãodemétodosetécnicasdetrabalho promotorasdaautonomianaconstruçãodosaber:processosdepesquisa emváriossuportes.simbologias).tema.atitudes. º e 11. textualização e revisão de textos escritos ESCRITA PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA Escrita expositiva-argumentativa –Textodereflexão.º anos Semânticalexical –Estruturaslexicais:campolexical.leituracomparativa.ORALIDADE Audiçãoeleituradepoemas/Visionamentodefilmes Exposiçãooral/Apresentaçãooraldetrabalhos Discurso POEMAS DE FERNANDO PESSOA C O N T E ú D O S LEITURA e Leitura analítica e crítica ■ MENSAGEM –Estruturaevaloressimbólicos –SebastianismoemitodoQuintoImpério –RelaçãointertextualcomOs Lusíadas ■ Fernando Pessoa ortónimo –Oenigmadoser.JoséSaramago AVALIAÇÃO Fichadeautoavaliação 9 .morfossintáticosesemânticos) Estruturaspoéticas CONTRATO DE LEITURA Lerpoesiaefazerumpowerpoint O Ano da Morte de Ricardo Reis.comentário –Textoexpositivo-argumentativo.leituradeimagem P R O C E S S O S Planificação.adordepensar.progressão.coesão Tipologiatextual:protótipostextuais Recursosexpressivos(fónicos.adicotomiasentir/pensar –Ofingimentopoético –Anostalgiadainfância ■ Alberto Caeiro –Apoesiadassensações –Apoesiadanatureza ■ Álvaro de Campos –Ovanguardismomodernistaefuturista –Osensacionismo –Aabuliaeotédio ■ Ricardo Reis –Oneoclassicismoeoneopaganismo –OEpicurismoeoEstoicismo Outras modalidades de leitura Leiturafuncional.dissertação Outros –Paratextos:prefácioetextodecontracapa –Curriculum vitae –Roteiroliterário Consolidação dos conteúdos dos 10.leiturarecreativa.coerência.camposemântico Semânticafrásica –Tempo.aspetoemodalidade –Valordosadjetivosedasoraçõesrelativas –Referênciadeítica Pragmáticaelinguísticatextual –Interaçãodiscursiva:atosilocutórios –Processosinterpretativosinferenciais Texto:continuidade. tratamentoetransmissãodeinformação ■ ■ ■ 10 Desenvolverpráticasderelacionamentointerpessoalfavoráveisaoexercíciodacooperaçãoedasolidariedade Desenvolverosentimentodepertençaaumacomunidadeculturalportuguesa.aoníveldacompreensãodeenunciadosoraisemdiferentescontextosecomdiversosgrausdecomplexidade Promoverautilizaçãodeumaexpressãooralfluente.tema.simbologias). ■ Distinguirfactosdesentimentosedeopiniões ■ Reconhecerovalorestilísticoeexpressivodapontuação ■ Estabelecerrelaçõesentrealiteraturaeoutrasartes ■ ContactarcomumautormaiordaLiteraturaPortuguesaeUniversal ■ Promoverogostopelaleituradosgrandesautores ObjETIVOS / COMPETÊNCIAS Desenvolver competências de leitura de imagens ■ Descrevereinterpretarimagens ■ Identificarafunçãodaimagemrelativamenteaotexto Expressão escrita ■ ■ ■ Programaraproduçãoescrita:planificação/textualização/revisão Aperfeiçoarascompetênciasnodomíniodaescritadetextosdetipologiae finalidadediversa Aplicarasregrasdatextualidade Funcionamento da língua ■ ■ Reforçaraapropriaçãodeconhecimentosgramaticaisquefacilitemacompreensãodosdiscursoseoaperfeiçoamentodaexpressãooraleescrita Reconheceradimensãoestéticadautilizaçãodalíngua Metodologias ■ Favoreceraapropriação/utilizaçãodemétodosetécnicasdetrabalhopromotorasdaautonomianaconstruçãodosaberedosaberfazer:processosde pesquisaemváriossuportes.correta.registo.sentidoglobal.EMORIAL DO CONVENTO SEqUêNCIA 3 JM OSÉ SARAMAGO Compreensão e expressão oral ■ ■ ■ ■ ■ Desenvolveracompetêncialinguística. –interpretação(apreensãodesentidosexplícitoseimplícitos.delínguaportuguesaeuniversal Desenvolveroespíritocrítico PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Cidadania .adequadaa diferentessituaçõesdecomunicação Observarasregrasdousodapalavraeminteração Expressarejustificarpontosdevistapessoais Utilizarestratégiasdeescuta Leitura Desenvolver competências de leitura / interpretação de textos narrativos ■ Mobilizarconhecimentosprévios ■ Anteciparconteúdosapartirdeindíciosvários ■ Determinaraintencionalidadecomunicativa ■ Distinguiramatrizdiscursivadotextonarrativo ■ Apreenderossentidosdostextos –impactodeleitura. º anos Semânticalexical –Estruturaslexicais:campolexical. textualização e revisão de textos escritos ESCRITA PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA –Textosexpositivos-argumentativos –Comentário –Retrato Consolidação dos conteúdos dos 10.indireto.progressão.ORALIDADE Audição/Visionamentodeexcertosdefilme Explicaçãooraldetextos Exposiçãooral MEMORIAL DO CONVENTO.espaço.narrador) –Visãocrítica:contextohistórico. josé Saramago C O N T E ú D O S LEITURA Outras modalidades de leitura Leiturafuncional.leituradeimagem Planificação.leituracomparativa.tempo.º e 11.indiretolivre) –Processosinterpretativosinferenciais e P R O C E S S O S Leitura analítica e crítica –Estrutura –Categoriasdotextonarrativo(ação.coerência.camposemântico Semânticafrásica –Tempo.coesão Tipologiatextual:protótipostextuais OestilodeJoséSaramago Recursosexpressivos(fónicos.aspetoemodalidade –Valordosadjetivos –Referênciadeítica Pragmáticaelinguísticatextual –Interaçãodiscursiva:atosilocutórios –Adequaçãodiscursiva:registoformaleinformal –Modosderelatododiscurso(direto.sociológicoeideológico –Dimensãosimbólica –Linguagemeestilo FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA Texto:continuidade.morfossintáticosesemânticos) CONTRATO DE LEITURA RomancesPRÉMIOJOSÉSARAMAGO GrandesromancesdoséculoXX AVALIAÇÃO Fichadeautoavaliação 11 .personagens.  ■ Distinguirfactosdesentimentos.registo.opiniões ■ Reconhecereinterpretarrecursosexpressivos ■ Reconhecerovalorestilísticoeexpressivodapontuação ■ ContactarcomumautorLiteraturaPortuguesa ■ Promoverogostopeloteatro ObjETIVOS / COMPETÊNCIAS Desenvolver competências de leitura de imagens ■ Descrevereinterpretarimagens ■ Identificarafunçãodaimagemrelativamenteaotexto Expressão escrita ■ ■ ■ ■ Programaraproduçãoescrita:planificação/textualização/revisão Aperfeiçoarascompetênciasnodomíniodaescritadetextosdetipologiae finalidadediversa Aplicarasregrasdatextualidade Promoverexperiênciasdeescritaexpressivaecriativa Funcionamento da língua ■ ■ ■ Reforçaraapropriaçãodeconhecimentosgramaticaisquefacilitemacompreensãodosdiscursoseoaperfeiçoamentodaexpressãooraleescrita Reconhecerovalorexpressivoeestilísticodapontuação Reconheceradimensãoestéticadautilizaçãodalíngua Metodologias Favoreceraapropriação/utilizaçãodemétodosetécnicasdetrabalhopromotorasdaautonomianaconstruçãodosaberedosaberfazer:processosde pesquisaemváriossuportes.correta.atitudes.aoníveldacompreensãodeenunciadosoraisproduzidosemdiferentescontextosecomdiversosgrausde complexidade Promoverautilizaçãodeumaexpressãooralfluente.tratamentoetransmissãodeinformação Cidadania ■ ■ ■ 12 Desenvolverpráticasderelacionamentointerpessoalfavoráveisaoexercíciodacooperaçãoedasolidariedade Desenvolverosentimentodepertençaaumacomunidadeculturalportuguesa.simbologias).sentidoglobal.ELIZMENTE HÁ LUAR! SEqUêNCIA 4 F LUÍS DE STTAU MONTEIRO Compreensão e expressão oral ■ ■ ■ ■ Desenvolveracompetêncialinguística.tema.adequadaa diferentessituaçõesdecomunicação Promoveraexposiçãodepontosdevistapessoais Utilizarestratégiasdeescuta Leitura Desenvolver competências de leitura / interpretação de textos dramáticos ■ Mobilizarconhecimentosprévios ■ Anteciparconteúdosapartirdeindíciosvários ■ Determinaraintencionalidadecomunicativa ■ Distinguiramatrizdiscursivadotextodramático ■ Apreenderossentidosdostextos –impactodeleitura.delínguaportuguesaeuniversal Desenvolveroespíritocrítico PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA ■ . –interpretação(apreensãodesentidosexplícitoseimplícitos. JoséCardosoPires Filme“CapitãesdeAbril”.tempo) –Paralelismoentreopassadorepresentadoeascondiçõeshistóricasdos anos60:denúnciadaviolênciaedaopressão –Valoresdaliberdadeedopatriotismo –Aspetossimbólicos Pragmáticaelinguísticatextual –Interaçãodiscursiva:atosilocutórios –Adequaçãodiscursiva(registoformaleinformal) –Processosinterpretativosinferenciais Texto:continuidade.coesão Tipologiatextual:protótipostextuais CONTRATO DE LEITURA LivrosproibidospelaCensura Contos do Gin-Tonic.º anos Semânticafrásica –Tempo.MárioHenriqueLeiria Dinossauro Excelentíssimo.visionamentodefilme Planificação.espaço.aspetoemodalidade –Valordasoraçõesrelativas –Referênciadeítica FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Leitura analítica e crítica –Mododramático(categoriasdotextodramático:estrutura.coerência.ação.º e 11. textualização e revisão de textos escritos e P R O C E S S O S ESCRITA –Textosexpositivos-argumentativos –Textodereflexão –Comentário –Retrato –Didascália –Declaração –Cartaaberta –Páginadediário –Descriçãocríticadequadroedecartoon Consolidação dos conteúdos dos 10.personagens. Luís de Sttau Monteiro C O N T E ú D O S LEITURA Outras modalidades de leitura Leiturafuncional.progressão.ORALIDADE Audição/Visionamentodefilme/peçadeteatro:compreensãoglobaleseletiva Apresentaçãoetrocadepontosdevista/Justificaçãodeescolhaspessoais Exposiçãooral/Apresentaçãooraldetrabalhos Debate FELIZMENTE HÁ LUAR!.MariadeMedeiros AVALIAÇÃO Fichadeautoavaliação 13 .leituradeimagem. valoresreferenciais).avaliaçãodaintençãocomunicativa.tempo) ■ Paralelismoentreopassadorepresen–paratextos(título. didascálias) –tipologiatextual. 2. 3.espaço.º Período 1. ■ Valorsimbólicodealgunselementos 14 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 2.relato.interpreModernismo ■ Estruturaevaloressimbólicos tação(apreensãodesentidosexplícitoseimplícitos. ■ Prefácio.1 Textos expositivos-argumentativos ■ Textosdereflexão.sociológicoeideológico ■ Dimensãosimbólica ■ Linguagemeestilo 2.sequencialização.funçãodas –texto:coesão.textualização.dissertação. ■ Escritaapartirdeimagens.adordepensar (sentir/pensar) –Ofingimentopoético –Anostalgiadainfância ■ Alberto Caeiro –Apoesiadassensações –Apoesiadanatureza ■ Álvaro de Campos –Ovanguardismomodernistaefuturista –Osensacionismo –Aabuliaeotédio ■ Ricardo Reis –Oneoclassicismoeoneopaganismo –OEpicurismoeoEstoicismo 3. 4.coerência. reconto. tadoeascondiçõeshistóricasdos bibliografia).característicasevaloresdo -cial/acessório.cartoon. Oralidade ■ Compreensãooral/Expressãooral: –adequação.exposiçãooral.Curriculum vitae.º Período 4.2 Outros ■ Respostasaperguntas.neologia.relaçõessemânticasentre palavras.indiretolivre.prefácio.compreensãodaestruturadotexto.conectorestextuais.decrítica.2 Leitura funcional ■ Leituraparainformaçãoeestudo. ■ Mododramático(estrutura. 3. Pragmáticaelinguísticatextual: 3. Sequência 4 – Felizmente Há Luar! –interaçãodiscursiva.explicaçãodetextos. Sequência 3 – Memorial do Convento de José Saramago ■ Estrutura ■ Categoriasdotextonarrativo(ação. 2.revisão.reconhecimentoe ■ RelaçãointertextualcomOs Lusíadas interpretaçãoderecursosexpressivos.indireto.PLANIFICAÇÃO ANUAL GESTÃO TEMPORAL CONTEúDOS 1.progressão.notade rodapé.justificaçãodeescolhas.didascália. Sequência 2 – Mensagem 2.cartazpolítico.didascália.deopinião.º Período .tempo.textodecontracapa.4 Leitura de imagem ■ Documentário.referênciadeítica.paráfrase.coesão. Semânticafrásica:expressõesnominais(valordoadjetivo.verbetededicionário.atosdefala.sínteseeresumo.distinçãoessen■ Contexto. personagens.tratamentodainformação. Leitura 2. personagens. Escrita OFICINADEESCRITA–Planificação.compreensãoglobal.índice.aspetuale modal.coerência. polissemia(denotaçãoeconotação). anos60:denúnciadaviolênciaeda Recursosexpressivos (morfossintáticosesemânticos). opressão 5. ■ Categoriasdotextodramático(ação. Funcionamento da língua Semânticalexical:estruturaslexicais(campolexicalesemântico).pintura.debate.valortemporal.3 Leitura recreativa CONTRATODELEITURA 2.valordas oraçõesrelativas. de Luís de Sttau Monteiro (__Blocos) –reproduçãododiscurso:direto. Sequência 1 – Os Lusíadas de Luís de Camões (__Blocos) ■ ■ ■ ■ Visãoglobal Mitificaçãodoherói Reflexõesdopoeta:críticaseconselhosaosPortugueses ValoresdoHumanismorenascentista 1.explicaçãodetexto.espaço. –processosinterpretativosinferenciais.paráfrase.1 Leitura analítica e crítica de Fernando Pessoa ■ Impactodeleitura. ■ Textosexpressivosecriativosdetipologiadiversa. Alargamento ■ Valoresdaliberdadeedopatriotismo ■ RelaçãoLiteratura/outrasArtes.narrador) ■ Visãocrítica:contextohistórico.simbolo■ SebastianismoemitodoQuintoImpério gias). 3.notaderodapé. –apresentaçãoedefesaargumentativadepontosdevista. (__Blocos) Sequência 2 – Poesia de Fernando Pessoa ortónimo e heterónimos ■ Fernando Pessoa ortónimo –Oenigmadoser. 2 LEITURA – ORALIDADE – ESCRITA LEITURA Elenco dos conteúdos de leitura Citação do Programa CONTRATO DE LEITURA Citação do Programa Lista de livros Ficha de Registo de Leitura ORALIDADE Elenco dos conteúdos de oralidade Citação do Programa Outras propostas de atividades de oralidade para as 4 sequências ESCRITA Elenco das atividades de escrita do Programa e do Manual Citação do Programa Outras propostas de atividades de Escrita para as 4 sequências . evitando-se a excessiva referência à história da Literatura ou contextualizações prolongadas. visando a capacidade de análises críticas autónomas. infirma ou confirma as suas hipóteses. numa aprendizagem integrada. 23 (destacados nossos) 16 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA A leitura do texto literário pressupõe informação contextual e cultural e a teoria e terminologia literárias. . eventualmente. menos ajustadas à natureza da tarefa que desenvolve. In Programa de Português. visando a integração das aprendizagens. A leitura literária deve realizar-se desenvolvendo simultaneamente competências linguísticas e literárias. leitura recreativa – fruição estética e pessoal dos textos. Tendo em conta os objetivos da leitura. comparar / confrontar textos lidos. que deverão ser convocadas apenas para melhor enquadramento e entendimento dos textos. suscetível de desfazer possíveis ambiguidades. formular hipóteses. tornando-se progressivamente mais competente como leitor. confronta-se com observações de outros. ainda que. As hipóteses de interpretação propostas pelo aluno. por vezes. A leitura analítica e crítica. equacionando a relação entre o verbal e o visual. alguns textos de reconhecido mérito literário que se relacionam com as tipologias textuais e as práticas de desenvolvimento de competências. capaz de selecionar informação. mobilizando referências culturais diversas. aprende a justificá-las. o que importa é fazer do aluno um leitor ativo. para o corpus de leitura. bem como o uso de termos críticos e conceitos que desvirtuem o objetivo fundamental da leitura. pág. Seja qual for a modalidade pedagógica ou estratégia / atividade escolhidas para abordar um texto. porque retrospetiva e reflexiva. justificam o regresso ao texto para um exame refletido. mais distantes do seu universo referencial. selecionaram-se. Este programa contempla não só a leitura de textos escritos mas também de imagens. construir o sentido. compreende o texto e finalmente aprecia a sua singularidade. cruza observação e interpretação: o aluno procura respostas às questões colocadas inicialmente.LEITURA do Programa: conteúdos de leitura e fundamentação pedagógica TEXTOS PARA LER ■ ■ Textos informativos diversos e dos domínios transacional e educativo: –artigoscientíficosetécnicos O verbal e o visual: –aimagemfixaeemmovimentofunções argumentativaecrítica Textos de leitura literária ■ Os Lusíadas LuísdeCamões ■ Mensagem FernandoPessoa ■ Poesia de Fernando Pessoa Ortónimoeheterónimos ■ Memorial do Convento JoséSaramago ■ Felizmente Há Luar! LuísdeSttauMonteiro ■ Textos para leitura em regime contratual ContratodeLeitura À Escola compete promover as seguintes modalidades de leitura: leitura funcional – pesquisa de dados e informações para solucionar um problema específico. leitura analítica e crítica – construção pormenorizada da significação do texto. permitindo ao aluno constituir uma cultura literária pelo convívio com obras mais complexas e. Mário de Sá. Camilo Castelo. Para além da leitura individual. Contos Vagabundos FERREIRA. In Programa de Português. oferecendo aos alunos a possibilidade de encontro com textos interessantes e motivadores. nas seguintes atividades: apresentação oral dos textos lidos à turma.Contrato de Leitura A Escola deve estimular a leitura em si mesma indo ao encontro dos gostos pessoais do aluno. pág. Mário de. Até ao Fim PL12LP_F02 17 . necessário que ele figure entre as atividades comuns do quotidiano. Obra Poética ANTUNES. Mário de. em torno de um tema. Contos Exemplares ANDRESEN. propostas de temas para debates em aula. elaboração de ficheiros temáticos. bases de dados de personagens. 210 e 282. uma época. Estas propostas permitem a organização de ciclos / círculos de leitura. Maria Velho da. 98. 24 (destacados nossos) Obras de Referência para o Contrato de Leitura no âmbito do Programa* de Português para o Ensino Secundário Literatura Nacional AGUIAR. João. Inês de Portugal ALEGRE. de autores maioritariamente contemporâneos. ANTUNES. procurando fatores de motivação para que esta aconteça. das literaturas nacional e universal. os alunos encontrarão outras sugestões de leitura de obras relacionadas com a sequência em causa. cabendo ao professor a sua orientação. sugerindo um leque diversificado de textos a ler. Vergílio. procurando. O Homem do País Azul: contos ANDRADE. Manuel. António Lobo. quer ao longo da vida. As Aventuras de João Sem Medo CARVALHO. No ato de ler encontramos um tempo lúdico e de evasão sendo. a iniciar cada uma das sequências. O professor deve constituir-se como entidade facilitadora de práticas de leitura. Explicação dos Pássaros * Esta lista é da responsabilidade do Ministério da Educação. 10. Maina Mendes BRANCO. elaboração de fichas de leitura e fichas biobibliográficas de autores. Os Pescadores CARNEIRO. Obra Poética I e II PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA BESSA-LUÍS. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa ANDRADE. deve ser dada importância aos gostos e interesses dos alunos. Estas respostas poderão traduzir-se. Eugénio. Livro de Mágoas FERREIRA. Ruy. suscitar respostas por parte dos leitores durante e após a leitura desses textos. No contrato de leitura cabe a ambas as partes – professor e aluno – estabelecer as regras fundamentais para a gestão da leitura individual. A Floresta em sua Casa FERREIRA. Agustina. João. Monólogo a Duas Vozes do Minho II) BRANDÃO. capazes de transformar os alunos em leitores mais assíduos quer ao longo do percurso escolar. Nesse espaço. Livro de Crónicas BELO. por isso. Loucura ESPANCA. António Lobo. propõe-se a criação de um espaço dedicado à leitura recreativa de textos de reconhecido mérito literário. Sophia de Mello Breyner. O Mundo dos Outros CARVALHO. nas pp. Maria Judite. José Gomes. contudo. Florbela. Sophia de Mello Breyner. Camilo Castelo. Eusébio Macário COSTA. No manual Plural 12. Raul. As Palavras Interditas ANDRESEN. por exemplo. Eugénio. Contos Impopulares CARVALHO. Para que os alunos desenvolvam o hábito de ler. Maria Moisés (in Novelas DIONÍSIO. Mário. fomentando o prazer de ler. Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde BRANCO. o contrato pode estipular a agregação por pequenos grupos de alunos que manifestem interesse por um mesmo texto. um género. A Voz dos Deuses AGUIAR. José Gomes. Emma 18 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA RÉGIO. Anoitecer SARAMAGO. Jorge de. O Aprendiz de Feiticeiro CRAVEIRINHA. Alves. A Geração da Utopia PIRES. Manuel. Almeida. Jorge. Jorge de. Inês. Os Passos em Volta JORGE. Cartas de Amor PEPETELA. Farsa de Inês Pereira ZAMBUJAL. Livro de Histórias QUEIRÓS. José. Contos Outra Vez: 1984-1997 HELDER. A Relíquia VASCONCELOS. Herberto. Poesias Completas LOPES. Hamina e outros Contos OLIVEIRA. Germano. Antologia Poética NAMORA. Capitães da Areia MARQUES. A Montanha da Água Lilás PIRES. Dinis. José Rodrigues. Mário-Henrique. Trabalhos e Paixões de LOPES. Isaac. Jane. Vergílio. João Ubaldo. Mário. Deseja-se Mulher COUTO. Vinte Anos de Poesia ASIMOV. O Fogo e as Cinzas TORGA. Cecília. Eduardo. Poemas de Deus e do Diabo . Manuel. Luísa Costa. Contos SARAMAGO. José. Mia. A Cidade e as Serras RUI. Teolinda. Eça de. José Cardoso. A Criação do Mundo GARRETT. Alexandre. Poemas Escolhidos de António VICENTE. Poesias BANDEIRA. José Rodrigues. A Jangada de Pedra AUSTEN. Antologia Poética ALLENDE. Luandino. João Cabral de Melo. Memórias Póstumas de Brás Cubas MOURÃO-FERREIRA. A Balada da Praia dos Cães PEPETELA. Fernando Assis. A Família Trago LOURENÇO. A Casa dos Espíritos SANTOS. Vinícius de. Crónica dos Bons Malandros ZAMBUJAL. Baltasar. O meu pé de QUEIRÓS. Léah e Outras Histórias MONTEIRO. Isabel. Mário. José. Quem me Dera Ser Onda QUEIRÓS. Sinais de Fogo FONSECA. Gil. Histórias do Fim da Rua GOMES. A Nau de Ícaro ALMEIDA. Helena. José Eduardo. Miguel. David. O que diz Molero AMADO. José Mauro de. Jorge. Viagens na Minha Terra TORGA. Histórias de Ver e Andar: Contos VICENTE. O Último Cais AMADO. Antologia Poética PESSOA. Manuel da. Lídia. Dom Duardos Gedeão GERSÃO. José. Contos do Gin-Tonic Literatura de Língua Portuguesa AGUALUSA. Luuanda RIBEIRO. Uma Abelha na Chuva LISPECTOR. Romanceiro da Inconfidência MORAIS. Rosa do Mundo: 2001 Poemas para o Futuro tica ASSIS. por) Poemas de Amor: Antologia de Poesia Portuguesa MEIRELES. Antologia Poética NETO. A Ilha Fantástica MACHADO. Mar me Quer NEGREIROS. Eça de. Manuel. José Cardoso. Eça de. António. António Ramos. Contos O'NEILL. Miguel. O Ano em que Zumbi Tomou o Rio LISBOA. O Ano da Morte de Ricardo Reis FONSECA. O Delfim RIBEIRO. Nome de Guerra CRAVEIRINHA. José. Fernando. O Físico Prodigioso tos SENA.Contrato de Leitura FERREIRA. Irene. Machado de. Ary dos. Clarice. Germano. Mia. Almada. Carlos de. Novos Contos da Montanha GEDEÃO. Antologia Poé- MIGUÉIS. Carlos Drummond de. Mar Morto MIGUÉIS. Chiquinho PACHECO. (org. O Malhadinhas Literatura Universal ROSA. Aquilino. O Vale da Paixão LEIRlA. Almada. O Barão e Outros Con- SENA. Contos REDOL. Barranco de Cegos laranja lima. Gente de Terceira Classe ANDRADE. Carlos de. Resposta a Matilde COUTO. Gil. Branquinho da. Fernando. VIEIRA. O Pouco e o Muito: Crónica Urbana ALMEIDA. O Galo Cantou na Baía Benito Prada PEDROSA. Cronicando NEGREIROS. Manuel Hermínio. Obra Poética OLIVEIRA. Diário de Anne Frank SHAKESPEARE. Um Crime no Expresso do Oriente DEFOE. Agatha. Romeu e Julieta GAARDER. O Amante de Lady Chatterly LODGE. Crónica de uma Morte mado BORGES. Siddhartha TCHEKOV. O Aleph MAUGHAM. S. Herman. S. David. Walter. Alexandre. Jane Eyre Fantásticos BRONTË. Gonzalo Torrente. A Noite da Iguana e Outras LAWRENCE. Contos HIGHSMITH. Guy de. A Utopia CAMUS. Franz. Anne. George. David. Quixote de la Mancha NERUDA. António. F. Daniel. Carl. Crónica do Rei Pas- MÁRQUEZ.Contrato de Leitura AUSTEN. O Velho que Lia Romances de Amor FLAUBERT. Patrick. von. Victor. Émile. Garcia. Gabriel García. Orgulho e Preconceito MÁRQUEZ. Albert. Oliver Twist POE. Jack. O Visconde Cortado ao Meio MORUS. Mário. Contos Orientais LONDON.. Jack. Um Almoço Nunca é de Graça YOURCENAR. Jane. Contos HUXLEY. A História Interminável FAULKNER. Patricia. Michael. William. Pela Estrada Fora WILLIAMS. Viagens de Gulliver GREEN. Oscar. H. Gao. William. Memórias de Adriano LORCA. Cem Anos de Solidão BALLESTER. Edgar Allan. Cartas a um Jovem Poeta DOYLE. Tennessee. Três Contos SHAKESPEARE. Marguerite. Ernest. Luis. A Curva do Rio CERVANTES. A um Deus Desconhecido GOETHE. Luis. O Conde de Monte Cristo SCOTT. Jostein. A Mãe SWIFT. O Som e a Fúria Gato que a Ensinou a Voar SEPÚLVEDA. Morte em Veneza 19 . História de uma Gaivota e do ECO. Dom João e Tartufo CALVINO. Gustave. D.. Gabriel García.. O Senhor dos Anéis HUGO. Umberto. Fahrenheit 451 MAUPASSANT. Vinte Poemas de Amor e uma CHRISTIE. Arthur Conan. Mark. Maximo. Contacto DUMAS. Mil Novecemos e Oitenta e Quatro DICKENS. O Amante SEPÚLVEDA. Graham. Werther SÜSKIND. Marguerite. Pablo. Jorge Luis. John. Os Miseráveis TOLSTOI. Uma Cana de Pesca para o meu Avô LODGE. William. Charles. Os Últimos Três Dias de Fer- HEMINGWAY. Nana MANN. O Talentoso Mister Ripley TOLKIEN. A Casa das Bonecas VARGAS LLOSA. O Fio da Navalha BRADBURY. J. Por Quem os Sinos Dobram nando Pessoa: um delírio HESSE. Hamlet FRANK. O Cão dos BaskervilIe SAGAN. O Nome da Rosa ENDE. Pantaleão e as Visitadoras KAFKA.. Waverley DURAS. O Monte dos Vendavais MOLIÈRE. O Horla e outros Contos BRONTË. Rainer Maria. V. Miguel de. O Perfume GORKI. Leão. Admirável Mundo Novo TWAIN. Marguerite. J. Thomas.. Italo. O Terceiro Homem TABUCCHI.. Contos Fantásticos DOSTOIEVSKY. W. Robinson Crusoe Canção Desesperada ORWELL. Charlotte. O Retrato de Dorian Gray KEROUAC. O Mundo de Sofia STEINBECK. O Museu Britânico Ainda Vem Abaixo PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Anunciada Histórias XINGUIAN. Emily. Fiódor. Thomas. R. O Jogador RILKE. Aldous. D. Ray. A Casa de Bernarda Alba ZOLA. Metamorfose WILDE. R. O Estrangeiro NAIPUL. Tom Sawyer IBSEN. Contos do Pacífico YOURCENAR. H. rebelde. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Mário Vargas Llosa 20 . precisamos da memória do que foi ensinado. E isso só se encontra nos grandes livros”. Jean Cocteau “Para pensar melhor. Bernardo Soares (heterónimo de F. inquieto. pouco manipulável e não crê em dogmas que alguns fazem passar por ideias”.Contrato de Leitura “Ler é sonhar pela mão de outrem”. Harold Bloom “Um povo comprometido com a leitura é crítico. Pessoa) “Um belo livro é aquele que semeia em redor pontos de interrogação”. lido e escrito. º páginas ____________ Assunto / Sinopse (breve) PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Apreciação crítica / impressões de leitura Data de Leitura: de _______________________________ a _______________________________ Ficha fotocopiável 21 .Contrato de Leitura Nome ____________________________________________________________ Turma ______ N.° ______ FICHA DE REGISTO / LEITURA Título _____________________________________________________________________________________ Autor _____________________________________________________________________________________ Editora __________________________________________ Ano ____________ N. fornecer ao aluno os conhecimentos instrumentais exigidos pela vida escolar (relatos. do oral refletido e de géneros públicos e formais do oral. 17 (destacados nossos) 22 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA O domínio da oralidade é uma competência transversal que deve permitir ao aluno a sua afirmação pessoal e a sua integração numa comunidade. pelo que deve instituir práticas de produção oral unidirecional (aluno / alunos / professor) que deem lugar a manifestações individuais e adotar estratégias que visem o descondicionamento da expressão e a procura da dimensão lúdico-catártica da palavra.. considera-se que a Escola deve estimular no aluno o autoconhecimento e a expressão de si. como cidadão. que associa os códigos verbal. Deverão ser introduzidos nas aulas de Língua Portuguesa espaços de ensino-aprendizagem da língua portuguesa-padrão. No que respeita a afirmação pessoal. dada a complexidade da comunicação oral.. diálogos. tanto ao nível da compreensão como da produção. imperativos para a formação de cidadãos livres. em suma.) A mestria da comunicação oral constitui ainda uma outra competência transversal do currículo. através de diálogos. debates) social e profissional (entrevistas para um emprego. ora como ouvinte crítico. Relativamente à integração na comunidade. pois. Do ponto de vista exclusivo da disciplina. paraverbal e não verbal.). deverá a aula de língua criar espaços de interação verbal. embora em articulação com os domínios da leitura e da escrita.. responsáveis e autodeterminados. torna-se imperativo conceder a este domínio um estatuto autónomo no processo de ensino-aprendizagem. ora como locutor eficaz. conferências. pág. exposições.. instituindo o aluno como ouvinte ativo e locutor de pleno direito. ora como interlocutor. discussões e debates. emancipados. promovendo o desenvolvimento desta competência. . já que o seu uso se torna necessário em todas ou quase todas as disciplinas. A instituição deve.oraLidade: ComPreensão/exPressão do Programa: conteúdos de oralidade Compreensão / Expressão oral COMPREENSÃO ORAL EXPRESSÃO ORAL COMPREENSÃO ORAL Textos: EXPRESSÃO ORAL Apresentação de argumentos e contra-argumentos Confronto de experiências de leitura Explicação de textos Descrição e interpretação de imagem Síntese oral Paráfrase Exposição oral Apresentação oral de trabalhos Documentários Filmes ou cenas de filmes e de séries de TV COMPREENSÃO E EXPRESSÃO ORAL Debate do Programa In Programa de Português. (. João Villaret (D. João III). Apesar de muito marcado pela época em que foi realizado.º ano aquando do estudo da vertente lírica da poesia de Camões.  23 . SINOPSE – A vida de Luís Vaz de Camões (1524-80). Sobre o filme Camões – Sequência 1. Sebastião. o filme Camões permite um trabalho interessante. num incentivo ao nacionalismo. E tudo envolvido em muitas invejas e intrigas palacianas. c.º ano.º Festival de Cannes. a passagem pelo norte de África e pelo oriente. a partir da síntese oral. O visionamento deste excerto pode ser útil para. altivo. conseguindo salvar Os Lusíadas.  A  uma  dama  que  lhe  pergunta  se  será  necessário  ela pedir também. e teve cerca de 80 mil espectadores. quando chega um amigo com a notícia da publicação de Os Lusíadas e da ida de Camões a Sintra ler a epopeia ao rei D. pois o regime estava empenhado em aproveitar a figura mítica de Camões.º excerto – minuto 00. Carmen Dolores (D. filmes ou excertos de filmes. antigo diretor da Cinemateca Nacional. destacando-se a mítica D. em 1580. 2. Beatriz). Camões é convidado a recitar um poema e escolhe o soneto “Amor é fogo  que  arde  sem  se  ver”.raizeditora. com ironia. responde. o Trinca-Fortes". os gastos da corte e da guerra. "o mais desmedido e ambicioso projeto do nosso cinema". mobilizar conhecimentos adquiridos no 10. Catarina de Ataíde (a Natércia. Igrejas Caeiro (André de Resende). Entretanto. Em 1572 está em Lisboa e publica Os Lusíadas. o declínio e morte. Prémios do SNI para o Melhor Ator (António Vilar) e para a Melhor Atriz (Eunice Muñoz)e menções honrosas para os atores Vasco Santana e Paiva Raposo. Eunice Muñoz (D. Foi selecionado para o 1. comenta-se. João III. segundo João Bénard da Costa.  PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 1.pt/projetos A cena corresponde a um serão no paço de D. para entendê-lo bastou ser português. em 1946. onde perde a sua amada oriental. Camões parte para o Oriente onde permanece 15 anos. Sofre o naufrágio no Rio Mecong (referenciado em Os Lusíadas. Dinamene. desde os tempos de estudante em Coimbra (1542) até à sua morte. a sua produção foi considerada de "interesse nacional". est. Propomos aqui um conjunto de novas propostas de ORALIDADE a acrescentar às que o Manual apresenta. em anagrama). a coragem e infortúnio na guerra.pt/projetos A cena situa-se em 1553. lembramos a vantagem da utilização de documentários. pág. “Os poetas só obedecem a si mesmos”. o patriotismo. Segue-se a cena da leitura do final do poema. Retrata a sua personalidade livre e irreverente. no Malcozinhado. os amores variados. 127-128).33 www. o naufrágio. realizado nesse ano. Em ambiente típico da poesia palaciana. Num despacho de Salazar.º excerto – minuto 00. Durante a declamação do poema é evidente o poder de sedução do poeta sobre as mulheres. O visionamento deste excerto permite uma breve conversa sobre o contexto de crise à data da publicação. Catarina de Ataíde). que não deixa de dizer ao poeta que o livro contém “coisas perigosas”.58 www. mas a cela onde o leu “ficou cheia de Portugal” e que.00 – 11. CURIOSIDADES – O título inicial era "Camões.raizeditora. a publicação da epopeia. 21 INTÉRPRETES – António Vilar (Camões).00 – 14. Propomos o visionamento de dois pequenos excertos. O custo da sua produção foi enorme. Vasco Santana (Malcozinhado). Estreou no São Luís. habitualmente frequentado por Camões.outras ProPostas de atividades de oraLidade ORALIDADE De acordo com o programa do 12. que passou na censura inquisitorial graças à intervenção de Frei Bartolomeu. esteve dois meses em cartaz. PRÉMIOS – Grande Prémio do SNI em 1946. X. para desenvolver atividades de compreensão e expressão oral. ■ A miséria. salvamento do manuscrito de Os Lusíadas (Canto X. pág. Que histórias se contam n’Os Lusíadas? Os planos narrativos. seguido de uma troca de pontos de vista sobre a parte visionada. as revelações de Camões. é apresentado. Luís de Camões. . o episódio do Velho de Restelo. na tasca do “Mal Cozinhado”. ao mesmo tempo. O manuscrito é  descoberto dentro de um cofre. encontrado aquando das escavações para a construção de um  prédio no Bairro Alto. em forma de diálogo (hoje seria uma entrevista). de uma forma muito clara. ■ Impressões sobre o oriente. minuto 2.outras ProPostas de atividades de oraLidade Sobre Os Lusíadas – Sequência 1 VISIONAMENTO DE EPISÓDIO DA SÉRIE “GRANDES LIVROS” DA RTP2 Os Lusíadas é o 3. já muito cansado e precocemente envelhecido. ■ Pode ser usado como introdução a esta questão fundamental para a compreensão da obra.35 O excerto apresenta. www.pt/projetos SUGESTÕES DE TRABALHO 1. O Velho do Restelo. a abertura para o questionário de mobilização dos conhecimentos adquiridos apresentado no manual. os três planos narrativos de Os Lusíadas. antes da leitura do texto. a prisão. de forma muito simples. ■ A viagem a Macau.º episódio da série “Grandes Livros” que a RTP2 realizou. 45 Episódio III.53 – 4. minuto 1.  conversa com um amigo cronista. fazer-se o visionamento com tomada de breves notas. pág. minuto 00. 24 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA GUIÃO PARA ENTREVISTA GRAVADA A CAMÕES Situação – Depois do regresso da Índia. Depois da morte do poeta. Tem a duração de 50 minutos e é narrado pelo ator Diogo Infante. Quem conhece Os Lusíadas? Episódio I. o difícil regresso à Pátria: a ajuda dos amigos que lhe pagam a viagem. ocupações na Índia. o amigo  regista. 2. ■ Em trabalho de grupo. mas quem conhece a obra? ■ O visionamento deste minuto pode ser o pontapé de saída para uma pequena conversa sobre esta questão e. ■ A discussão em torno do depoimento do alpinista João Garcia poderá permitir uma atualização da dimensão intemporal de parte deste episódio: a nossa condição humana que nos move a desejar superar os nossos limites.raizeditora. o naufrágio no rio Mecong – morte da escrava amada. 259 Episódio II. est. por exemplo. Sobre Os Lusíadas – Sequência 1 Assuntos abordados ■ Partida para a Índia – a viagem (inspiração para Os Lusíadas). Pode.  ■ Propomos o seu visionamento. é colocada uma questão muito interessante: toda a gente conhece os primeiros versos de Os Lusíadas. Um jornal publica um suplemento especial com a entrevista e uma estação de televisão contrata  dois atores e faz uma edição dramatizada dessa entrevista.05 Nesta passagem.24 – 4. 3. 127-128).24 Neste excerto. seguido de uma breve verificação da compreensão oral. prepara essa peça e grava-a ou apresenta-a oralmente na turma.24 – 3. Escolher um excerto deste excelente documentário e realizar uma atividade de compreensão e expressão oral será muito produtivo. 46-29. sexualidade (37.02 – 33. 100). adiantamos a localização de grandes blocos temáticos no interior do documentário.12 – Modernismo e Geração de Orpheu (Manual.  o  episódio  do  espiritista  Aleister  Crowley  (33.   Assim.54 – Da publicação na “Presença” e de Mensagem.15  –  08. A desilusão com Portugal que.08 – A poesia de Pessoa é uma viagem das estreitas ruas da Baixa para o Universo. ou no final. Pode. vindo de Durban).01). O mecenato: a tença raramente paga.  o  genérico  (03.53 – 05.24 – 03. de algumas passagens que não têm interesse.069).13 – 48.  www. como introdução ao estudo do poeta.16 – Introdução (aos 17 anos. igualmente.12).54 Para ver todo de seguida. A esperança de que os heróis da sua epopeia sejam um exemplo para os seus contemporâneos.raizeditora.24 – 06-14 41.  ex-diretora  da  Casa  Fernando Pessoa é a responsável por este magnífico documentário sobre o poeta.15.  os  inúmeros  primeiros  heterónimos  (06.00 – 27. considerando os  conteúdos  do  programa:  os  primeiros  dois  minutos  de  apresentação  do  programa  (00. A apresentação é muito rica na utilização dos documentos fotográficos e fílmicos. 107 VISIONAMENTO DO DOCUMENTÁRIO DA SÉRIE “GRANDES PORTUGUESES” – FERNANDO PESSOA.09 – 06-014 + 26. no qual traça o seu percurso de vida e aborda os aspetos mais importantes da sua obra.16 37. pág. até ao fim.outras ProPostas de atividades de oraLidade ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ A chegada em abril de 1570.50 – 41.14). o poeta regressa a Lisboa. propomos pequenos cortes.17  –  03.46 – Heterónimos (Manual. 05.2. pág. 08.52 – 37. 41. ser visto em fragmentos. As críticas aos seus contemporâneos.54 08.23).pt/projetos SUGESTÕES DE TRABALHO ■ O documentário tem a duração de cerca de 46 minutos e pode ser visto de uma vez só.50 03. Sobre o documentário "Grandes Portugueses" – Sequência 2. Episódio: minuto 2. Sebastião. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA ■ 25 .07 – 03.50 – Biografia: do nascimento ao namoro com Ofélia. DA RTP A  jornalista  e  escritora  Clara  Ferreira  Alves. como síntese do mesmo estudo. A publicação de Os Lusíadas dedicado ao Rei D. 1578 – a derrota em Alcácer-Quibir.02 .52 + 37. 2. 140). propomos a passagem da sequência seguinte: Minutos: 02.53 – Em Lisboa. mergulhado na corrupção e na decadência está à beira de perder a independência. bem como na inclusão de alguns poemas representativos das diversas personalidades pessoanas. 03. Expectativas relativamente à importância da obra para as gerações futuras.07 – 48.52 Para facilitar as diferentes opções. 23. 03. acompanhando os vários momentos do estudo da obra.37.15 .37.07 – 03. Fernando Pessoa começa a sua viagem de criação.13 – 48. pág.33. ■ Experimenta dramatizar a heteronímia pessoana. Contra a corrente de uma velha tradição nacional.  ■ Bastam 4 atores para 4 papéis – Fernando Pessoa – ele mesmo. escreveu sobre os heterónimos. pág.raizeditora. tímido poeta e correspondente comercial que circulava pelas ruas da Baixa no seu fato escuro. e que se propõe reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país. ■ Recomendamos uma observação dessa BD. Como perceber este homem. Ser ele e os outros. para o perceber. cuja designação se inspira no nome de Fernando Pessoa. www. REGULAMENTO 1. no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses. discutirão sobre as suas (des)crenças. segundo a qual a projeção de algumas obras da maior importância só foi verdadeiramente alcançada depois da morte dos seus autores – e foi esse. Poderão fazê-lo sentados a uma mesa de café (o Martinho.º O “Prémio Pessoa” será concedido anualmente à pessoa de nacionalidade portuguesa que. um novo gesto. a sua poesia.  com  argumento  de  Mirna  Queiroz  e  desenhos  de Ricardo Osório dos Santos. do que entrar na sua pele. Álvaro de Campos e Ricardo Reis. uma interessante  banda  desenhada. Alberto Caeiro.pt/projetos Dramatizar Pessoa – Sequência 2 DRAMATIZAR PESSOA Quem é Fernando Pessoa? Qual o seu verdadeiro rosto? Caeiro? Campos? Reis? Outros? Ele mesmo? Todos? “Tornei-me o ponto de encontro duma pequena humanidade só minha”. . por exemplo) ou num outro qualquer espaço. seguida de uma apreciação oral. ■ os objetivos do Prémio.  Prémio Pessoa – Sequência 2 O PRÉMIO PESSOA O "Prémio Pessoa" é uma iniciativa anual do jornal EXPRESSO com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. sentado a uma mesa dos Cafés Martinho da Arcada ou Brasileira? O que nos revela ele das nossas próprias contradições e identidade(s)? Nada melhor. durante esse período e na sequência de uma atividade anterior. literária ou científica do país. o preâmbulo do Regulamento do “Prémio Pessoa” e discute com os teus colegas: ■ a escolha simbólica do nome. precisamente.  ■ Eles conversarão entre si.outras ProPostas de atividades de oraLidade Pessoa em banda desenhada – Sequência 2. com muita atenção. Sozinhos ou rodeados de gente. Debate Lê. a sua vida. o Prémio Pessoa pretende representar uma nova atitude. o caso de Fernando Pessoa –. 26 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Artigo 1. eles (tu) reviverão o “drama em gente”. na sua edição digital de 10 de agosto de 2010. tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística. 107 A revista “Pessoa” publicou. partilhar o seu “drama em gente”.  há dois ocidentes: o continente europeu e a Inglaterra. Eduardo Lourenço é o Prémio Pessoa 2011 ■ Audição do excerto da ata de atribuição do Prémio Pessoa 2011 a Eduardo Lourenço.outras ProPostas de atividades de oraLidade 2. DA ATA DO JÚRI DO PRÉMIO PESSOA 2011 "Num momento crítico da História e da sociedade portuguesa. sendo que ao Volume I das Heteredoxias o autor acrescentou textos posteriores ao original. ao longo de décadas de dedicação. f) Considera que a depressão portuguesa é uma fatalidade. 05. tendo saído por vontade própria. b) Estudou na Universidade de Lisboa. E de obras como esta". ■ Apresentação de três razões apontadas pelo Júri para a atribuição do prémio. lido pelo professor. j) Afirma que todo o ocidente está em crise. que este ano celebra 25 anos de vida. Eduardo Lourenço é um português de que os portugueses se podem e devem orgulhar. Resposta ao questionário de questões fechadas (assinalar com Verdadeiro ou Falso). 3.raizeditora.  n) Perspetiva a Europa como um continente que sempre foi muito unido e homogéneo. que o levaram à constituição de uma obra filosófica. 137 www. a) Eduardo Lourenço nasceu no concelho de Almeida. labor e curiosidade intelectual.47.54 – 10. e) O entrevistador apresenta-o como um especialista na “arte antiga de ser português”. ensaística e literária sem paralelo. a Fundação Gulbenkian iniciou a publicação das suas Obras Completas. torna-se imperioso e urgente prestar reconhecimento ao exemplo de uma personalidade intelectual. Entende o Júri homenagear ainda a generosidade e a modéstia desta sabedoria.  pois  Portugal é um país com muitos séculos. A sua presença prestigiou o Prémio. Em 2011. l) Avalia a crise atual como planetária. ■ Tomada de notas. m) Considera que a crise americana tem origem na Europa. ética e cívica que marcou o século XX português. c) Fez a licenciatura em Histórico-Filosóficas. pág. cultural. ENTREVISTA A EDUARDO LOURENÇO. a) V b) F c) V d) F e) V f) F g) V h) V i) F j) V k) F l) V m) F n) F 27 . obra fundadora do pensamento cultural português.pt/projetos PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA minutos 00. O Prémio prestigia agora a sua presença e a sua intervenção na sociedade. i) Acrescenta que.00 – 06. Portugal precisa de vozes como esta. O espírito de Eduardo Lourenço foi sempre reforçado pela sua cidadania atenta e atuante.01 Audição do excerto de entrevista ao filósofo Eduardo Lourenço. não estamos sós nesta crise. Eduardo Lourenço foi membro deste Júri desde o primeiro dia até 1993. g) Afirma  que  os  portugueses  nunca  duvidaram  da  perenidade  da  sua  aposta  histórica. d) Deu aulas em universidades inglesas e americanas. 08. k) Na sua perspetiva. que tendo deixado uma marca universal nos Estudos Portugueses e nos Estudos Pessoanos. nunca desdenhou a heterodoxia nem as grandes questões do nosso tempo e da nossa identidade.53. com tomada de notas. como sempre aconteceu.00 – 03. h) Caracteriza como obscuro o momento histórico que vivemos. Quem pagava as despesas? Tantas histórias.  Propõe-se a sua leitura oral. numa breve exposição oral.º plano triangular. ■ a dimensão crítica e satírica. 2. deves organizar o plano da tua exposição. tantas vezes destruída.º plano retangular). 255 do Manual.  Perguntas de um Operário Instruído O jovem Alexandre conquistou as Índias Sozinho? César venceu os gauleses. . Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço? Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha Chorou. Tantas perguntas. Quem cozinhava os festins? Em cada década um grande homem. a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis. Previamente. Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas Da Lima dourada moravam os seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde Foram os seus pedreiros? A grande Roma Está cheia de arcos de triunfo. E ninguém mais? Frederico II ganhou a guerra dos sete anos Quem mais a ganhou? Em cada página uma vitória. Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilónia. José de Santa-Bárbara Comparação de textos – Sequência 3 EXPOSIÇÃO ORAL Lê. Quem os ergueu? Sobre quem Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio Só tinha palácios Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida Na noite em que o mar a engoliu Viu afogados gritar por seus escravos. tendo em conta: ■ os planos e a sua a composição (1. Bertolt Brecht 28 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Quem construiu Tebas. o texto de Bertolt Brecht  abaixo transcrito. ■ Considerando o romance Memorial do Convento de José Saramago.outras ProPostas de atividades de oraLidade Leitura de imagem – Sequência 3 LEITURA ORAL DE IMAGEM Esta imagem está reproduzida na pág. ■ a luz. com muita atenção. ■ a identidade e a expressão das figuras retratadas. aponta os aspetos comuns aos dois textos. ■ a cor. ■ Reflete sobre a semelhança da sua mensagem. Previamente deves organizar o plano da exposição. arranca-nos a voz da garganta. apresenta essas semelhanças. referindo os momentos da peça em que fundamentas o teu ponto de vista. 29 . pouco antes da execução do General.. relativamente ao peso da oralidade.outras ProPostas de atividades de oraLidade Sobre Felizmente Há Luar! – Sequência 4 DEBATE: HOMENS EXEMPLARES “Há homens que obrigam todos os outros homens a reverem-se por dentro. entre outras. com parte da mensagem de Felizmente Há Luar! Numa breve exposição oral. matam nosso cão. Até que um dia.. as seguintes questões: – Que tipos de pessoas se constituem como modelos no mundo contemporâneo? – De que forma a sociedade da comunicação multiplica os modelos? – O que nos leva a escolher uma determinada pessoa como modelo? – O que significa o conceito de “herói” para cada um de nós? – Ainda temos “heróis”? – Os modelos são necessários? – Até que ponto o exemplo de uma pessoa pode obrigar-nos a revermo-nos por dentro?  A propósito de Felizmente Há Luar! – Sequência 4 EXPOSIÇÃO ORAL Lê. do poeta brasileiro Eduardo Alves da Costa. o amigo de Gomes Freire de Andrade.. 64 a 66. instrumentos que poderão dar ao aluno uma noção mais clara daquilo que deverá ter em conta ao nível da competência de oralidade. Para o professor. E não dizemos nada. com muita atenção. e não dizemos nada. conhecendo nosso medo. o texto abaixo transcrito. e. colocando a questão do exemplo dado pelos grandes Homens.] PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Eduardo Alves da Costa Avaliação da Oralidade Grelhas de avaliação de atividades de oralidade – Nas pp.  Poderão ser equacionadas. e erradamente atribuído a Maiakovski e Bertolt Brecht. pisam as flores. rouba-nos a luz.] Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. foram elaboradas no sentido de facilitar a aplicação do que legalmente está estabelecido..” Estas palavras são ditas por Sousa Falcão. já não se escondem. encontra-se um conjunto de Grelhas de Avaliação. [. Na segunda noite. ■ Propõe-se a realização de um debate sobre esta questão. o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa. No caminho com Maiakovski [. E já não podemos dizer nada. na avaliação da disciplina. esCrita do Programa: conteúdos de escrita e fundamentação pedagógica TEXTOS PARA ESCREVER ■ do Programa – Textos de reflexão – Dissertação CONCRETIZAÇÃO NO MANUAL Planificação. Escrita expositiva-argumentativa Outros – Resumo – Diagrama – Verbete de dicionário  – Nota biográfica – Paratextos: prefácio e texto de contracapa – Didascália – Declaração – Carta aberta – Curriculum vitae – Retrato – Página de diário – Texto de descrição e interpretação de pintura – Descrição e avaliação da função crítica de cartoons – Roteiro literário ■ Escrita – processo Planificação. em articulação com os diversos conteúdos e atividades. textualização e revisão de textos escritos ■ – Curriculum vitae – Texto de reflexão – Texto expositivo-argumentativo – Dissertação  – Comentário ■ NOTA:  Além destas tipologias apresentadas pelo Programa como obrigatórias. textualização e revisão de textos escritos PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA – Tomada de notas – Planificação de texto – Correção e transformação de texto – Esquematização de informação – Contração de texto – Sequencialização e continuação de texto – Transformação de texto 30 . o mesmo Programa aponta para a necessidade do desenvolvimento de práticas de escrita muito diversificadas. mas também outros tipos de texto com finalidades diversas e destinatários variados. necessário promover. Com efeito.. textualização e revisão. que as atividades estimulem a criatividade. desempenhar também uma função relevante na ativação de processos cognitivos. Neste sentido. acrescenta-se o facto de a escrita. (. se criem situações e condições favoráveis ao desenvolvimento e treino de operações e mecanismos relativos a cada um dos subprocessos em que se desdobra a atividade de produção. facilitando toda a aprendizagem.. concretizada na procura da explicação das causas da ocorrência das falhas detetadas e na descoberta das formas corretas que lhe correspondem. hoje mais do que nunca. a tarefa de escrita obriga a recorrer aos conhecimentos sobre o tópico.esCrita do Programa A competência de escrita é. Pela sua complexidade. (.. tendente ao aperfeiçoamento textual e ao reforço da consciência crítica. A oficina de escrita implica um papel ativo por parte de professores e alunos que. há que considerar o carácter complexo desta atividade que coloca o escrevente em situação de sobrecarga cognitiva.) Do ponto de vista didático. pois. numa progressão diferenciada.) Ao carácter complexo que esta competência envolve.. devendo estas ser objeto de lecionação. através do diálogo e da reflexão sobre o funcionamento da língua. em interação com as outras competências nucleares. os tipos de texto e as operações de textualização. social e cultural dos indivíduos.. Para este efeito.) Importa.. social e profissional. que articulem a oralidade e a leitura com a escrita. A par da leitura e da oralidade. a aprendizagem desta competência exige ao aluno a consciencialização dos mecanismos cognitivos e linguísticos que ela envolve e a prática intensiva que permita a efetiva aquisição das suas técnicas. como em outros tipos de texto. favoreça. permitindo ao professor um acompanhamento individualizado dos alunos. recorrendo a procedimentos que envolvam o aluno na deteção e resolução dos seus problemas de escrita. criem o desejo de ler e escrever e tornem o aluno um leitor ativo que mobiliza os seus conhecimentos. o aluno deverá produzir textos de carácter utilitário dos domínios transacional e gregário. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Esta conceção da escrita implica que. nas aulas de Língua Portuguesa. é necessário fazer uma gestão pedagógica do erro. o que implica o desdobramento desta atividade em três fases (com carácter recursivo): planificação.) A interação leitura-escrita será um caminho profícuo para o desenvolvimento da competência de escrita.. se empenham num processo de reescrita contínua. ao sucesso escolar. É.. pois. assessorando o seu trabalho de um modo planificado e sistemático. tanto na área dos escritos expressivos e criativos. causa possível de muitas dificuldades. condiciona o êxito na aprendizagem das diferentes disciplinas curriculares. A prática da oficina de escrita visa possibilitar a interação e a interajuda. em contexto escolar. o alargamento. (. 21-22 (sublinhados nossos) 31 . uma oficina de escrita que integre a reflexão sobre a língua e que. bem como uma gestão pedagógica do erro. educativo. agindo sobre as suas dificuldades. a redução e a transformação do texto. (. um fator indispensável ao exercício da cidadania. como atividade transversal ao curriculum. para uma progressão do desempenho do aluno.. coopera com o texto na construção dos sentidos e desenvolve as suas potencialidades criativas. (. pág.. o destinatário. In Programa de Português. a produção. A leitura deve também ser o ponto de partida para a aquisição de modelos de texto que a prática orientada e acompanhada no espaço da aula deve consolidar e constitui também uma das fontes de documentação necessárias à construção do universo de referência de alguns textos a produzir.) A fase de revisão pode e deve tornar-se numa oportunidade de construção de aprendizagens. 4 ■ Propomos aqui um conjunto de novas propostas de OFICINA DE ESCRITA. Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras." In Programa de Português. relacionando-a com a estrutura tripartida da obra. 88 CRÍTICA E APELO DO POETA AOS SEUS CONTEMPORÂNEOS Escrita de um comentário curto ■ Fazendo apelo à tua experiência de leitura. 133 . 2. Oficina de escrita MENSAGEM E OS LUSÍADAS – a reconstrução do império Escrita de pequeno texto expositivo-argumentativo ■ 32 Fazendo apelo à tua experiência de leitura. constituindo um espaço curricular em que a aprendizagem e a sistematização de conhecimentos sobre a língua e os seus usos se inscrevem como componentes privilegiados. Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras. Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras. 125 QUINTO IMPÉRIO E ESTRUTURA TRIPARTIDA Escrita de pequeno texto expositivo ■ Fazendo apelo à tua experiência de leitura. São propostas que visam o treino da elaboração do comentário de resposta curta e do texto argumentativo de resposta extensa. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA A propósito de Mensagem e Os Lusíadas. Sequência 1 Oficina de escrita a propósito de Os Lusíadas. no que diz respeito à reconstrução da glória da pátria e do império. explicita as diferenças entre as propostas de Camões e Pessoa. pág. mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex. esclarece a teoria do Quinto Império presente em Mensagem. pág. explicita o modo como Camões perspetiva a necessidade e o dever de os portugueses seus contemporâneos acordarem da “apagada e vil tristeza” em que mergulharam. pág. uma vez que o Caderno do Aluno já propõe um grande número de Fichas de Gramática que poderão ser utilizadas nas Oficinas de Escrita dedicadas essencialmente à reflexão sobre a língua. pág. Observações: 1.outras ProPostas de atividades de esCrita OFICINA DE ESCRITA "Propõe-se que esta oficina seja entendida como um trabalho laboratorial.: /dir-se-ia/). a acrescentar às muitas que o Manual apresenta. Sequência 2 Oficina de escrita A propósito de Mensagem. considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco. Para efeitos de contagem.: 2013 = 2). Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido. Qualquer número conta como uma única palavra. independentemente dos algarismos que o constituam (ex. pág.explicaporquerazãoAlbertoCaeiroéoMestredoSensacionismo. pág.expõeatuaopiniãosobreadimensãosimbólicadaconstruçãoe voodapassarolanoromanceMemorial do Convento.explicadequeformaolemalatinoCarpe Diem évivenciadopor RicardoReis. Escreveumtextodeoitentaacentoetrintapalavras. Escreveumtextodeoitentaacentoetrintapalavras. 198 RICARDO REIS: Carpe diem Escrita de pequeno texto expositivo-argumentativo ■ Fazendoapeloàtuaexperiênciadeleitura. pág. PL12LP_F03 33 . Escreveumtextodeoitentaacentoetrintapalavras. 237 A DIMENSÃO SIMBÓLICA DA PASSAROLA Escrita de pequeno texto expositivo-argumentativo ■ Fazendoapeloàtuaexperiênciadeleitura. pág. Oficina de escrita A propósito de Ricardo Reis. Escreveumtextodeoitentaacentoetrintapalavras.Outras prOpOstas de atividades de escrita Oficina de escrita A propósito de Fernando Pessoa ortónimo. Escreveumtextodeoitentaacentoetrintapalavras. Oficina de escrita A propósito de Álvaro de Campos. 175 ALBERTO CAEIRO: o Mestre do Sensacionismo Escrita de pequeno texto expositivo-argumentativo ■ Fazendoapeloàtuaexperiênciadeleitura. pág. 184 ÁLVARO DE CAMPOS: o discípulo indisciplinado de Caeiro Escrita de pequeno texto expositivo-argumentativo ■ Fazendoapeloàtuaexperiênciadeleitura. Oficina de escrita A propósito de Alberto Caeiro. 152 FERNANDO PESSOA ORTÓNIMO: a dicotomia pensar / sentir Escrita de pequeno texto expositivo-argumentativo ■ Fazendoapeloàtuaexperiênciadeleitura.explicitaomodocomoFernandoPessoavivenciaacomplexarelaçãoentreosentireopensar.explicaporquerazãoÁlvarodeCamposéodiscípuloindisciplinadodeAlbertoCaeiro. Sequência 3 Oficina de escrita PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA A propósito de Memorial do Convento. mas o final da peça mostra-nos que os justos hão de vencer. que não prenda homens inocentes.º Introdução Pequeno parágrafo inicial. já que aquilo que é justo para os poderosos difere do que é justo para os seus opositores. Neste confronto. pág. ■ Começar com um conector – A verdade é que. 34 . assim. se confrontam diferentes conceitos de justiça. 321 O CONCEITO DE JUSTIÇA EM FELIZMENTE HÁ LUAR! Escrita de pequeno texto expositivo-argumentativo ■ Fazendoapeloàtuaexperiênciadeleitura.expõeatuaopiniãosobreaimportânciadoconceitodejustiçana peçaFelizmente Há Luar! Escreveumtextodeoitentaacentoetrintapalavras. ■ Conector: Enfim. com recurso a exemplos da obra. a mulher do General. nesta peça. clama por uma justiça real. um tema com presença fundamental nesta peça. Assim… Ex. Na verdade. Matilde. Enquanto D. 3.º Conclusão Pequeno parágrafo final.: Em Felizmente Há Luar!. a rematar o texto.Outras prOpOstas de atividades de escrita Sequência 4 Oficina de escrita A propósito de Felizmente Há Luar!. só porque defendem ideais de liberdade e. sobretudo políticos. De facto. o tema da justiça assume um grande relevo ao longo da ação. … PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Ex. Em suma. que não olha a meios para atingir os fins.: A verdade é que. precisamente. Deste modo.º Desenvolvimento Explicitação / explicação dos aspetos apresentados na introdução. 2. ganha a falsa justiça dos poderosos. Concluindo. Ex. Assim. EXEMPLO DE RESPOSTA 1.: A Justiça é. no qual se apresenta o tema. Miguel e os outros regentes impõem uma justiça cega. de justiça. de exploração que nos acordam para uma realidade em que não queríamos acreditar. É assim que.umexemplosignificativo. a ideia da introdução. à vista de todos.Parafundamentaroteupontodevista. no qual se apresenta o tema. Não tem direito a escolher o futuro? Mas não é apenas no plano restrito do nosso espaço geográfico que devemos pensar. com recurso a exemplos de conhecimento pessoal / cultura geral. É por isso que a defesa incondicional dos Direitos Humanos deve continuar a ser uma prioridade para todos. casos gritantes de injustiça.no mínimo. Por todo o mundo. são muitas as situações e os países em que esses direitos são ignorados. a Revolução Francesa trouxe à Humanidade a Declaração Universal dos Direitos do Homem e. levando-nos a pensar que podemos tomá-los por adquiridos. Na verdade.o primeiro passo na construção do seu futuro é a escolha do curso. Em suma.: Em suma. 3. se for oportuno. Quantas vezes. aquele idoso com quem nos cruzámos numa rua da Baixa e nos pediu dinheiro para comer. a maioria dos países regem-se por Constituições que os consagram. mas carregado de dúvidaehesitação. um momento estimulante. As páginas dos jornais e os noticiários de televisão acordam-nos para a realidade que. no nosso quotidiano. começam a crescer. no entanto. Em conclusão… Ex. Ex.Outras prOpOstas de atividades de escrita Qualquer Sequência Oficina de escrita PREPARAR O FUTURO Escrita de um texto expositivo-argumentativo extenso Ofuturoésempreumaincógnita. retomando. De facto. Assim… PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Ex. nada tendo de fazer para os preservar.º Conclusão Parágrafo final.: De facto. de desigualdade.comummínimodeduzentaseummáximodetrezentaspalavras. elaboraumtextobemestruturado.ou escolherumoutroqueseconsideradesinteressante.ilustrandocadaumdelescom. deixa de nos chocar. Hoje. 2.masasseguratrabalho?Seguirumsonhoelutarporeleouser confortavelmenterealista. sem que nos apercebamos. mesmo ao nosso lado. os direitos fundamentais são continuamente violados. ■ Começar com um conector – A verdade é que. de tão repetida. Deste modo.noqual apresentesumareflexãosobreotemaacimaequacionado.masotempoemquevivemostornaestacertezamaisevidente. 35 . os ideais aí contidos não têm parado de se expandir e aperfeiçoar.Quecaminhoseguir?Escolherumcursodequesegostamesmo. a rematar o texto. Não tem direito ao pão? E aquele colega que não pode continuar a estudar porque os pais estão desempregados. se queremos viver num mundo justo e harmonioso.pelomenos.º Introdução Parágrafo inicial. Concluindo.mesmosemsatisfaçãopessoal? ■ Tendocomopontodepartidaoteuconhecimentodaproblemáticadodesempregonomundocontemporâneo.adoisargumentos.recorre. a partir de então.Paraosjovens. Basta pensarmos no caso da Palestina e do Tibete ou nas redes de tráfico de emigrantes. EXEMPLO DE PLANIFICAÇÃO E ELABORAÇÃO 1. Assim. para percebermos que estamos longe de viver num mundo perfeito. nos deparámos com situações destas? Por exemplo.: O conceito de Direitos Humanos é hoje aceite pela maioria das nações representadas na ONU.masnãogaranteemprego.º Desenvolvimento Conjunto dos 2 parágrafos centrais (um para cada argumento) Explicitação / explicação dos aspetos apresentados na introdução. ■ Conector – Enfim. Esta é a perigosa verdade. temos que abrir as portas da gaiola dourada em que nos escondemos e contribuir ativamente para que os Direitos Humanos sejam respeitados. Henri Matisse (e-Manual) Imagem 10 A Queda de Ícaro. Marc Chagall (e-Manual) Imagem 9 A Queda de Ícaro. cartaz de propaganda (Manual. Pieter Brueghel (e-Manual) Imagem 11 A Lição de Salazar. 132) Imagem 5 Camões. pág. Sebastião num caixão sobre um burro ajaezado à andaluza. Sebastião na Brasileira do Chiado. 287) Imagem 12 MFA – Sentinela do Povo. equacionando a relação entre o verbal e o visual. pág. pág. João Abel Manta (Manual. 276) Imagem 7 A Queda de Ícaro. 18) Imagem 4 Fernando Pessoa encontra D. Júlio Pomar (Manual. pág. Rogério Ribeiro (Manual. pág. pág. 139) Imagem 6 Ilha com Gaivotas. Secundário ■ Guia de Leitura de imaGens Imagem 1 A Criação do Homem. Sandro Botticelli (Manual. João Abel Manta (e-Manual) PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Imagem 13 Os Pilares da Sociedade.3 LEITURA DE IMAGENS Este programa contempla não só a leitura de textos escritos mas também de imagens. In Programa de Português. 12) Imagem 2 O Nascimento de Vénus. 16) Imagem 3 O Nascimento da Virgem. Pessoa e D. Miguel Ângelo (Manual. pág. Rogério Ribeiro (e-Manual) Imagem 8 A Queda de Ícaro. Georges Grosz (e-Manual) 36 . autor desconhecido (Manual. O conjunto das duas figuras que compõem a cena é de um equilíbrio sem par. lembrando o mármore puro das estátuas gregas e romanas. contemplada nos textos que antecedem Os Lusíadas e que apontam para a linha essencial da obra. uma ninfa. os cabelos longos e dourados. É a encarnação do ideal de beleza renascentista. > Recomendamos a leitura desta imagem como suporte à introdução ao Renascimento. contribuem para dar a impressão de que toda a natureza está a ser tocada pela beleza e suavidade de Vénus. triste. 16 O Nascimento de Vénus. onde um par amoroso (o vento Zéfiro e sua esposa Clóris) voam e impelem a deusa para a costa. a cena mostra-nos o Homem na sua plenitude: espírito e emoção patentes na inclinação do rosto e sobretudo no olhar. sandro Botticelli (1483) pág. O Nascimento de Vénus. já que o tema é precisamente mitológico – o nascimento de Vénus. músculos. oferecendo-lhe um manto. tem uma postura suave. é a grande maravilha da criação. um olhar que irradia luz. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 2. é um dos mais conhecidos quadros do Renascimento italiano e revela bem o gosto pelos temas da mitologia clássica. miguel Ângelo (1511-1512) pág. como diz o mito. medida de todas as coisas. Do lado direito. A diagonal que o seu corpo etéreo desenha e que tem correspondência na diagonal desenhada pelo corpo de Adão. rosas. de Sandro Botticelli. 37 . de união entre o espírito e o corpo que chama o nosso olhar e nos impressiona e toca profundamente. confere à figura um intenso movimento. E é precisamente esse ponto de descarga. nua. as flores de Vénus que. mas também um valor fundamental do Renascimento: o Homem. proposta pelo Programa – a construção do herói. De facto. representação da primavera. De pele muito clara. de deusa inacessível. é a autoridade criadora vinda da eternidade e é simultaneamente a leveza espiritual e a força que atravessa o céu com o seu sopro vital. ampliado pela circularidade angelical de que se rodeia. corpo. uma das mais importantes imagens da arte ocidental. mas também pujança. em diagonal. não apenas o génio do seu autor. > Recomendamos a comparação com o quadro “Vénus e Marte” do mesmo pintor. e os tons suaves de todo o ambiente. Deus Pai. 12 A Criação do Homem pintada por Miguel Ângelo no teto da Capela Sistina. transmite a descarga de energia que faz do corpo perfeito um Homem completo. está representada a deusa do Amor e da Beleza. recebe a deusa. bondosa. sem dúvida. graciosa. O braço direito de Deus estende-se como um raio cuja extremidade. A Criação do Homem. Toda a figura está inundada de luz. mas distante. Independentemente do facto de ser parte de um conjunto (é uma das cenas do Génesis. do oceano. No centro do quadro. Os alunos poderão ainda fazer uma breve pesquisa sobre a obra de Miguel Ângelo na Capela Sistina: o teto (1508-1512) e a grande pintura mural representando “O Juízo Final” (1536-1541).Leitura de imaGens 1. com o seu rosto emoldurado de barbas e cabelos brancos. nascendo. é simétrico ao lado esquerdo da pintura. Como as estátuas do seu autor. O seu vestido ondulante imprime um suave movimento ao quadro e o seu gesto. À direita. antecedida pela criação do Universo e do Mundo e seguida pela criação da mulher e a expulsão do Paraíso) esta representação do mito bíblico da criação de Adão só por si ajuda-nos a compreender. para além do seu carácter de ilustração religiosa. pudica. no Vaticano é. tal como o dourado das laranjeiras à direita. doce. À volta. a mão. precocemente morto de Ajaezado à andaluza. da natureza. vendo bem. à direita. fantasmático. imediatamente reconhecível à esquerda. mas deita um olhar de alguma surpresa àquele com quem se cruza: um burro. Afinal. não nos adianta esperar por D.Leitura de imaGens 3. à primeira vista. Regressando ao título.Façam estalar no ar chicotes. O Nascimento da Virgem.. mas num pobre e assustado burro “ajaezado à andaluza”. 38 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 4. palhaços dão saltos e batem em latas. Rompam aos saltos e aos pinotes. Sá-Carneiro diz “Quando eu morrer batam em Quando eu morrer batam em latas. Mesmo em representações de carácter bíblico e religioso. que o pintor estabelece alguma associação entre Que o meu caixão vá sobre um burro Sá-Carneiro. por associar o título à imagem.. Júlio pomar (1985) . como qualquer parto. / Rompam aos saltos e aos pinotes. FIM No mesmo poema. 132 Para entendermos esta pintura do grande artista contemporâneo Júlio Pomar. o que sobressai é a humanização das personagens e das situações. Sebastião num caixão sobre um burro ajaezado à andaluza. Sebastião. temos de decifrar o título que. O Sebastianismo reduzido a um carnaval? Ou a ironia trágica de que tantas vezes apreciamos? De facto. na sua gabardina cinzenta (como em tantas fotografias que dele chegaram até nós) caminha ensimesmado. pois. Este nascimento da Virgem é um parto que. o maior amigo de Pessoa. Sebastião. Chamem palhaços e acrobatas! Significa. Para compreendermos este detalhe devemos recorrer ao célebre poema de Mário de Sá-Carneiro. de olhar assustado. que pediu “Que o meu caixão vá sobre um burro / Ajaezado à andaluza”. tal como as restantes reproduções apresentadas nas páginas 10 a 16 do Manual. dro: atrás do burro. tem como objetivo a compreensão da importância que a arte do Renascimento confere ao Homem. o funeral que o poeta pediu e a atmosfera que rodeia o cadáver de D. o Encoberto não regressa montado num cavalo branco. Pela fuga à realidade? Pelo sonho? Pela A um morto nada se recusa. autor desconhecido (século Xvi) pág. Comecemos. sabemos que o morto é D. Sebastião. o grande amigo de Pessoa. Sebastião é mais carnavalesca do que trágica. megalomania? Pela melancolia? Pela loucura autodestrutiva? Ou quer o pintor apenas brincar um pouco com os mitos de Mário de Sá Carneiro Pessoa. ambiente sublinhado pelas cores festivas e pelo movimento das figuras onde contraste a figura cinzenta e retilínea de Pessoa. Fernando Pessoa. / Façam estalar no ar chicotes. naquilo que é essencial na sua natureza. os mitos dos portugueses? É que. nos parece bizarro. Fernando Pessoa encontra D. então. latas. aflito. celebra sobretudo o milagre quotidiano da vida. pág. suicídio e D. / Chamem palhaços e acrobatas!” que é exatamente o cenário do qua. que carrega um caixão com um cadáver. 18 A observação deste quadro. Eu quero por força ir de burro. Pessoa e D. Na parte esquerda. no ano 2000. nomeadamente a direção da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea. por mostrar que. e uma dimensão satírica. está como sempre absorto na sua escrita. coincidindo a altura destes últimos com a altura ocupada pelo fundo de céu do painel central – ampliam. Sebastião na Brasileira do Chiado. e morreu em 2008. João abel manta pág. 6. Já Camões parece um tanto enfastiado e sai. O rei é o verdadeiro “cadáver adiado”. um cadáver. De facto. realizada em Lisboa. com uma ponta da asa direita já dentro do painel central (embora ligeiramente acima. já no painel do centro. na sua imediatamente reconhecível armadura. No painel direito. rogério ribeiro pág. quase a pousar: uma mais acima. no final dos anos sessenta. parecendo recém-chegada. Composição – O tríptico apresenta um painel central de maiores dimensões do que os laterais. É isto que confere ao cartoon de Abel Manta uma dimensão crítica. uma gaivota. O movimento de descida traça linhas oblíquas. afinal. Ilha com Gaivotas. as expressões dos dois poetas são elementos a analisar. e são também cadáveres quase todos os figurantes da cena. Sebastião que. ainda com uma parcela do seu corpo “fora” do quadro. Viveu em França e Itália. ao fim e ao cabo. muito longe de outras duas que voam horizontalmente. talvez ao excesso de Sebastianismo do país. duas gaivotas. Os seus olhares não se cruzam. tem as patas em posição de “aterragem”. os manuscritos debaixo do braço. não sabemos se estiveram juntos. executa um voo descendente. Sebastião. esteve ligado à organização de diversas exposições e projetos museológicos de grande relevo. a outra. tendo o seu movimento sequência numa terceira. trabalhado na criação do Museu Calouste Gulbenkian. 139 Este desenho de João Abel Manta mostra-nos um trio nosso conhecido – Camões. em Almada. que está quase a pousar. o mito iniciado literariamente n’ Os Lusíadas e consubstanciado na Mensagem é. Professor na ESBAL a partir de 1970. sentado à mesa do café. como uma peça de um puzzle que ainda não foi completamente ajustada). está posicionado atrás de Pessoa. Pessoa e D. mas o que torna mais interessante o desenho é a imagemcadáver de D. um dos cafés frequentados por Pessoa. portanto. como uma sombra ou um fantasma.Leitura de imaGens 5. para onde tudo faz convergir a nossa atenção. as 3 sobre um fundo de nuvens brancas. em 1930. O quadro Ilha com Gaivotas fez parte da exposição Ícaro. tendo. Camões. num encontro insólito na Brasileira do Chiado. lateralmente o espaço ocupado pela dimensão aérea. que deixam entrever o céu azul. Pessoa. 276 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Rogério Ribeiro nasceu em Estremoz. desde os cantos superiores 39 . onde. Num segundo plano. o Sol brilha por detrás das nuvens. é a barra horizontal do mar. Do corpo saem asas brancas. 3 aves estão pousadas. Ao fundo. como a personagem. espreita um homem. O pano contrasta violentamente com o negro que encima superiormente o painel central. são da cor da terra. ainda num plano mais distante. O trio está pousado numa passadeira vermelha. cor simbolicamente associada ao sangue e ao fogo.Leitura de imaGens do tríptico. distância. que tornam alado o conjunto formado pelos dois. ou o Sol. as asas e o peito do ser alado. O vermelho. solidão. castigo pelo desafio e pela transgressão. pois este caminho da fama e da glória conduz a um lugar de sacrifício. do seu lado os corpos ficam mais claros e o branco mais intenso. para o mesmo lado direito para onde aponta uma mão que sai do seu corpo. um outro homem. que nos fita interrogativamente. aponta na direção contrária. o que pode ser o recorte de uma outra ilha. em primeiro plano e em posição de grande proximidade. o céu. Avista-se. por exemplo). conferindo abertura e profundidade ao espaço. ele olhando para o longe. uma máquina voadora. singularidade. Sensivelmente a meia altura deste conjunto. com o olhar interrogativo da cabeça que espreita. um homem e uma mulher formam um só ser. lembra um crucificado. num movimento quase de bailado. em momentos diferentes. de um azul mais escuro e profundo. que à terra pertencem. Todo o conjunto é luminoso. sob a mesma designação. ou um condenado à fogueira inquisitorial. surge na passadeira e no pano que encima o quadro. introduzindo uma nota de ironia trágica. Também brancas são as gaivotas. primeiro uma segurando outra. encontram-se as figuras centrais e de maiores proporções: sem nenhum elemento que as associe a uma época determinada. Cor / Luz – O azul celeste e o branco das nuvens prolongam-se horizontalmente. representação da punição de Ícaro. o elemento intelectual do trio. de olhar triste. depois ambas num movimento simultâneo. orientada na mesma linha oblíqua. e identificaremos Bartolomeu Lourenço. O homem sacrificado será o mesmo Baltasar e. um pouco mais atrás. No céu. meio tapado pelas figuras centrais. bem como a camisa do homem preso. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA > Relação com Memorial do Convento – Facilmente reconheceremos Baltasar e Blimunda nos seres que se fundem. até ao centro da base do painel central. duas pequenas figuras parecem ensaiar o voo. ela curvada para a terra. As figuras humanas. 40 . dando uma nota barroca e sacra (lembra Caravaggio. a gaivota. esta ilha é habitada por gaivotas. com o escuro do tronco vertical. Título – O elemento ilha conota mar. preso a um poste. mais informe. formando outra cruz. enquanto outra. abrangendo aves e humanos. homens concentrados no seu trabalho. esta pintura exprime um sentimento de paz. 10. quase de serenidade. A Queda de Ícaro. apresentamos um excerto do extraordinário texto de Eduardo Lourenço sobre o quadro de Brueghel. Aquando do estudo de Os Lusíadas. A Queda de Ícaro. Na sequência do estudo do poema “Quinto Império” de Mensagem. Na sequência do estudo de Memorial do Convento. A título de exemplo. nomeadamente. O símbolo da ambição humana mergulha no mar no meio da indiferença de tudo o que o envolve. Apesar do carácter trágico da fábula. baía serena com algumas barcas. Para fazer leitura comparativa de imagens. Deixamos algumas sugestões. para sustentar a sua argumentação contra os Descobrimentos. Para utilizar como ponto de partida para a construção de um texto a partir de uma imagem. procurando interpretar a forma como cada um dos pintores quis representar o mesmo tema. O Velho. eduardo Lourenço e-manual PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA A nau de Ícaro No Museu Real de Bruxelas pode ver-se um quadro de Pieter Brueghel. natureza adormecida 41 . A Queda de Ícaro rogério ribeiro – marc chagall – Henri matisse e-manual Pelo tema representado – o castigo dos que são punidos por quererem voar mais alto do que é permitido à condição humana – os quatro quadros representativos da Queda de Ícaro que apresentamos no e-manual podem ser utilizados de forma diversa. por contraste. castigados pela sua ousadia. pieter Brueghel A Nau de Ícaro. mais precisamente do episódio do Velho do Restelo que. Para utilizar como ponto de partida para um debate sobre o sonho de ir mais além. em relação com a leitura do quadro “Ilha com Gaivotas” de Rogério Ribeiro.Leitura de imaGens 7-9. apresenta os exemplos dos mitos da transgressão. Leitura de imaGens como num sonho que acabaria melhor do que o de Ícaro. À direita do quadro, não longe do ponto onde o herói desaparece nas águas calmas, sobressai uma imponente carraca pintada com a minúcia flamenga característica do grande pintor. Tal é a minúcia que podemos ver no alto dos mastros duas bandeiras com as armas de Portugal, o escudo com as «quinas», em memória das cinco chagas de Cristo. Pode-se, sem forçar a imaginação, acreditar que estamos em Antuérpia ou em qualquer outro porto da Flandres nos anos 60 do século XVI. Portugal está então no auge da sua glória marítima e mercante. A sua presença no coração da Europa não escapa a um dos seus pintores mais originais, porque há já muito tempo que ela não espanta ninguém. Será preciso quase meio milénio para que, de novo, após um longo desvio por todas as praias do globo, do Brasil a Timor e ao Japão, a nau portuguesa regresse, como ao seu porto de origem, a esta Europa que depois de nós, ou connosco, se perdeu no mundo. Para acabar como Ícaro no meio da indiferença dos deuses e dos homens, punido por ter cumprido, em seu nome e em nome dos outros, um sonho para além das suas possibilidades? Como este barco, ancorado para sempre na tela de Brueghel, mensageiro de um «lugar» que a Europa do século XVI descobria connosco, fomos, durante quase um século, um povo que navegava ao largo do Atlântico, afastando-se de um mundo que ficava no cais. Pouco a pouco, esta navegação tateante, tornada vocação e sinal de uma mudança de civilização, iria arrastar toda a Europa na sua esteira. Depois de Lisboa, também Sevilha, Londres, Dieppe, Hamburgo, Amsterdão, se tornaram os polos de um colossal fenómeno de expatriação. Talvez porque já não disponha de barcos majestosos como os que Brueghel pintou, ancorados no coração da Europa, apetece imaginar que a «nave Portugal», a das gentes que emigraram ou das que ficaram no lar, se encontra de novo em casa neste porto de sonho do pintor da Flandres, onde a Europa tem dificuldade em vencer os seus demónios. E sobretudo que o nosso velho navio ressuscitado voltou ao porto sem soçobrar como Ícaro, que já Camões evocara como símbolo dos que sonham aventuras maiores do que eles. eduardo Lourenço, A Nau de Ícaro pág. 287 Os regimes políticos autoritários sempre utilizaram a propaganda como arma eficaz para a sua aceitação e a História está cheia de exemplos que o atestam. Salazar não foi exceção e, desde muito cedo, usou todos os meios que na época estavam ao seu alcance para fazer passar a sua ideologia. A imagem que apresentamos faz parte de um conjunto de cartazes através dos quais o regime de Estado Novo tentou criar e defender uma imagem construída do país, intenção, de resto, assumida como pedagógica, no título A Lição de Salazar, completado pelo dístico “Deus, Pátria, Família: a trilogia da Educação Nacional”. A cena é familiar, idílica, todo o ambiente é comovedor: o pai que chega a casa, sorridente depois de um dia de trabalho, a mulher-dona de casa que o aguarda um pouco curvada, obediente, os filhos cheios de vigor e alegria, vestindo o rapaz a farda da Mocidade Portuguesa. O ambiente é idílico, mas é falso. A verdade é que no país rural de Salazar, as famílias dos camponeses viviam uma vida de miséria e as crianças, rotas e descalças, tinham muitas vezes que pedir um pedaço de pão, de porta em porta. > Propomos a análise desta imagem aquando da contextualização da ação de Felizmente Há Luar! 42 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 11. cartaz de propaganda política, A Lição de Salazar Leitura de imaGens 12. cartaz de propaganda política, MFA – Sentinela do Povo e-manual Em 1975, os oficiais do Movimento das Forças Armadas que depôs o regime de Salazar levaram a cabo uma “Campanha de Dinamização” que visava levar às populações analfabetas e menos esclarecidas aquilo que se considerava serem as sementes da educação democrática. Na verdade, os 48 anos de fascismo tinham deixado marcas terríveis em muitos portugueses que pareciam não saber o que fazer com a Democracia. Jovens oficiais partiram então para o interior do país em campanhas de ajuda às populações. A experiência foi breve, mas em muitos casos muito interessante. A imagem corresponde a um dos mais célebres cartazes que muitos artistas plásticos criaram para apoiar esse esforço dos Capitães de abril e é da autoria de João Abel Manta. A representação é clara, porque a mensagem tem que passar. A sigla MFA impõe-se, como uma grande e sólida construção, a construção da Democracia, ou como uma muralha que protege o Povo dos inimigos que lhe querem usurpar a Liberdade. No alto da construção, um soldado, vigilante, é o garante da proteção ao povo, humilde e serenamente representado pela família, no canto inferior direito. > Propomos a análise desta imagem imediatamente a seguir à anterior, para confrontar os valores que cada uma veicula, a estética que usa e a (in)verdade em que assenta. 13. crítica política e social, Os Pilares da Sociedade, Georges Grosz e-manual PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Georges Grosz nasceu em 1893, em Berlim, e morreu no exílio nos Estados Unidos, onde vivia desde a vitória dos nazis na Alemanha. Fundador, em 1918, do Dadaísmo, e fortemente influenciado pelo Expressionismo, Grosz foi um dos artistas plásticos que mais denunciou e pôs a nu os vícios, a brutal corrupção e a tirania selvagem dos poderosos que conduziram a sociedade alemã até ao horror do nazismo. Neste quadro, de sugestivo título, apresenta, de forma caricatural, os pilares da sociedade, ou seja, os grotescos representantes do poder político, económico, militar e religioso. A personagem que ocupa o primeiro plano, de caneca de cerveja e espada na mão, ostenta na gravata a cruz suástica, símbolo do nazismo. Enquanto bebem a cerveja ou organizam os seus planos de poder, por detrás deles, o exército garante com ferocidade o domínio sobre todas. > Propomos a análise desta imagem aquando do estudo de Felizmente Há Luar! e em íntima relação com a trilogia dos poderosos que a peça apresenta. 43 4 AVALIAÇÃO ■ TESTES TESTES SUMATIVOS (1 teste sobre Os Lusíadas e 1 teste sobre Mensagem) TESTES DE VERIFICAÇÃO DE LEITURA (1 teste sobre Felizmente Há Luar! e 4 testes sobre Memorial do Convento) SOLUÇÕES ■ CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS ■ GRELHAS DE REGISTO ORALIDADE Grelha de Avaliação Global da turma Expressão oral – exposição, debate, apresentação de livros Auto e heteroavaliação de apresentação de livro Guião de avaliação de documentário ESCRITA Avaliação Global da turma (texto de resposta curta ou extensa) AUTOAVALIAÇÃO Grelha individual global de autoavaliação (Oralidade / Leitura / Escrita / Funcionamento da Língua) fichas de leitura. tais como elaboração de dossiês de vários tipos. vídeo e outro software. a adequação dos enunciados à intenção e situação comunicativas. para a avaliação do desempenho oral e escrito serão adequadas escalas de classificação (numéricas. A observação direta. etc. de frequência e descritivas) onde constem os critérios de desempenho. será útil recorrer a listas de verificação. registos áudio. comentários de texto. A compreensão e expressão oral e escrita exigem. se observar a frequência de um comportamento e a progressão do aluno. formativa e sumativa). textos orais e escritos são elementos que fornecem ao professor dados a ter em conta no momento da atribuição de uma classificação. questionários. As grelhas apresentam a vantagem de. textos escritos. sob orientação do professor.e coavaliação. proceder à despistagem das dificuldades e dos erros que. bem como o funcionamento da língua. técnicas e instrumentos adequados em momentos formais e informais de avaliação. grelhas de auto. afiguram-se os mais adequados à avaliação da interpretação e da produção de textos orais e escritos. nas suas diferentes modalidades (diagnóstica. As listas de verificação e as escalas de classificação parecem ser os instrumentos adequados à auto e coavaliação em trabalhos individuais ou de grupo. para observação da execução de uma tarefa. A avaliação dos vários tipos de texto produzidos poderá também ser feita com o recurso a grelhas de observação que identifiquem os vários parâmetros a avaliar e os critérios de desempenho requeridos para cada um deles. O mesmo poderá acontecer no que respeita à compreensão de textos orais e escritos. numa perspetiva formativa. entre os quais constarão aqueles que foram atrás referidos. Caberá ao professor selecionar aqueles que melhor se adequam ao objeto a ser avaliado: compreensão e expressão oral e escrita. nomeadamente a organização das ideias. necessariamente. A atribuição de uma classificação ao aluno deverá decorrer dos vários dados recolhidos em momentos de avaliação formais e informais. A partir destes elementos poderá o aluno. tais como as competências linguística. que deverá incluir um conjunto variado de trabalhos datados e comentados. testam normalmente aprendizagens complexas e. escalas de classificação. Por exemplo. por isso. organizar um portefólio de avaliação. de associação. Os testes não objetivos. listas de verificação.avaLiaçãO Modalidades e instrumentos de avaliação PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Através da avaliação. a coerência e coesão textuais. Estes deverão constituir uma amostra significativa do seu trabalho. cadernos diários. trabalhos realizados fora da sala de aula. Dada a natureza da disciplina. In Programa de Português. tipo resposta longa e ensaio. projetos de escrita e de leitura. a estruturação do texto em partes e parágrafos. Entre esses elementos deverão constar relatórios. os instrumentos de avaliação a usar em português serão obrigatoriamente diversificados. pp. de alternativa Verdadeiro / Falso. mas também da avaliação de várias produções do aluno. transversal a todos os domínios. discursiva e sociolinguística. servirão de suporte a uma prática pedagógica diferenciada. de completamento) poderão ser utilizados para avaliar os conhecimentos e a compreensão oral e escrita. dos seus progressos e do seu desempenho ao longo de um determinado período de tempo. 28-29 45 . Os testes objetivos (exercícios de escolha múltipla. trabalhos realizados fora da sala de aula. trabalhos de pesquisa. através delas. fornecendo uma visão dos seus esforços. etc. testes e outros. utilizando os instrumentos adequados. grelhas de observação. será possível. Enchendo a terra e o mar de maravilha. Engolindo o corrupto mantimento7. Não cos passeios moles e ociosos. Em vida e morte. Não nos leitos dourados. Destes trabalhos graves e temores. entorpecedores. altere a sua vida de prazeres. Dando-lhe a entender que ali viera Por alta influição do imobil Fado Pera lhe descobrir da unida Esfera3 Da terra imensa e mar não navegado Os segredos. Canto VI 1. peles raras. 96 Não cos manjares novos e esquesitos. terríveis. Cum alto exórdio. 2. 46 Os Lusíadas. não consente. 3. Temperado com hum árduo sofrimento. 84 Destarte1. Que não sofre3 a nenhum que o passo mude4 Pêra algüa obra heróica de virtude: 97 Mas com buscar co seu forçoso braço As honras que ele chame próprias suas. Com palavras formais e estipulantes Se prometem eterna companhia. O Capitão ilustre. enfim. a quem se humilha Todo o coro das Ninfas e obedece. por alta profecia. Os Lusíadas. globo terrestre.º Ano Os Lusíadas. e regiões de abrigo nuas. de honra e alegria. 7. Luís de Camões TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA ALUNO ___________________________________________________ N. Não cos vários deleites e infinitos. maior. Que a Fortuna tem sempre tão mimosos. entre os finos Animais de Moscóvia zebelinos2. Os ornam de capelas2 deleitosas De louro e de ouro e flores abundantes. Recebe ali com pompa honesta e régia. conformes já as fermosas Ninfas cos seus amados navegantes. O que esta sua nação só merecia. Vencendo os torpes6 frios no regaço Do Sul. 3. de alta graça ornado. 4. As mãos alvas lhe davam como esposas. despois de lhe ter dito quem era. Não cos nunca vencidos apetitos. 2. Sofrendo tempestades e ondas cruas. 5. 6. coroas. O que no gesto belo se parece. que o merece. armaduras. Alcançam os que são de fama amigos As honras imortais e graus maiores: Não encostados sempre nos antigos Troncos nobres de seus antecessores.° __________ TURMA __________ TEXTO 2 1 95 Por meio destes hórridos perigos. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA TEXTO 1 . Que afeminam os peitos generosos. Que dizem ser de Celo e Vesta filha. 85 Hua delas. Mostrando-se senhora grande e egrégia. 86 Que.testes sumativOs Português – 12. Canto IX 1. Vigiando e vestindo o forjado aço5. alimentos apodrecidos. assim. o que referem essas negações? TEXTO 2 4. De acordo com os quatro primeiros versos.5) 4 Comaexpressão“O que esta sua nação só merecia. Oenunciadorreiteraainformaçãoapresentada. relaciona. a) b) c) d) e) f) g) III – Escrita Tendo como ponto de partida Os Lusíadas de Camões.86. o conteúdo dos dois excertos. elabora um texto bem estruturado.testes sumativOs I – Leitura / Escrita A Responde às perguntas com clareza e correção. sucintamente. com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras.86.v. 1 Comoarticulador“enfim”(est. por que meios se alcança a fama imortal? 2. utilizando um discurso coerente e coeso.86. 2. Oenunciadorreproduzumaideiadeexclusividade. Para fundamentar o teu ponto de vista. Entre as duas partes do texto. os eventos narrados nas três estrofes.1.v. encontramos um conjunto de afirmações negativas. recorre. Expõe. um exemplo significativo.84. 3. a dois argumentos. Em termos gerais.”(est. Oenunciadorestabeleceumarelaçãode fimcomainformaçãoanteriormenteapresentada. A ideia iniciada nestes versos tem continuidade na estrofe 97.v. no mínimo. no qual apresentes uma reflexão sobre esforço e recompensa. Oenunciadorintroduzaconclusãodasituaçãonarrada. II – Leitura / Funcionamento da língua TEXTO 2 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Estabelece a correspondência entre as colunas. relevando a sua importância ao nível do conceito de herói épico expresso na epopeia de Camões.v. Explicita essa continuidade. pelo menos. Oenunciadorordenaainformaçãoapresentada. Situa o excerto na estrutura externa e interna de Os Lusíadas. Oenunciadorestabeleceumarelaçãode causacominformaçãoanteriormenteapresentada. 47 . ilustrando cada um deles com. de forma a obteres afirmações verdadeiras.1) 2 Comaexpressão“despois de lhe ter dito / quem era”(est.8) Oenunciadorresumeainformaçãoanteriormenteapresentada. num texto de oitenta a cento e trinta palavras. 5. Situa o excerto na estrutura externa e interna de Os Lusíadas. TEXTO 1 1.1) 3 Comaexpressão“Pera lhe descobrir da unida Esfera”(est. B Fazendo apelo à tua experiência de leitura de Os Lusíadas. explicando a sua importância no quadro da obra. A alma é divina e a obra é imperfeita. 3. Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim é português.testes sumativOs Português – 12. v. 2. de acordo com o teu conhecimento de Mensagem.° __________ TURMA __________ TEXTO 1 Padrão O esforço é grande e o homem é pequeno. Fernando Pessoa TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA ALUNO ___________________________________________________ N. Diogo Cão – navegador que aportou às costas do Congo e de Angola. 48 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 1. . vv. Eu.” (est. “A alma é divina e a obra é imperfeita. Padrão – monumento de pedra. 4. navegador. ostentando as quinas portuguesas e uma cruz. “Que o mar com fim será grego ou romano: / O mar sem fim é português. Fernando Pessoa. Mensagem I – Leitura / Escrita A Responde às perguntas com clareza e correção. Este padrão sinala ao vento e aos céus Que. justificando devidamente a tua resposta. E ao imenso e possível oceano Ensinam estas Quinas. Integra o poema “Padrão” na estrutura de Mensagem. Diogo Cão. que aqui vês. da obra ousada.” (est. 2. que era colocado nas terras descobertas. deixei Este padrão ao pé do areal moreno E para diante naveguei. Identifica o sujeito poético e mostra o retrato que o poema dele faz. utilizando um discurso coerente e coeso. 3 e 4) Interpreta estes versos. 3.º Ano Mensagem. 1) Explica o sentido deste verso. é minha a parte feita: O por-fazer é só com Deus. E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma E faz a febre em mim de navegar Só encontrará de Deus na eterna calma O porto sempre por achar. Para fundamentar o teu ponto de vista. as funções sintáticas de a) sujeito. apresenta uma reflexão pessoal sobre a importância do esforço na realização pessoal e coletiva. 1. PL12LP_F04 49 . 4. b) de reiteração. modificador do grupo verbal. A expressão “Só encontrará de Deus na eterna calma” contém um valor de a) de exclusão. complemento direto. no mínimo. respetivamente. complemento direto. c) um deítico espacial. pelo menos.ª estrofe. relacionando-a com o último verso da 1. b) subordinada substantiva completiva. b) modificador apositivo. um exemplo significativo. é minha a parte feita” é a) subordinada substantiva relativa. v. “O esforço é grande e o homem é pequeno” (est. as expressões sublinhadas desempenham. deixei / Este padrão ao pé do areal moreno”. a dois argumentos. Na oração “Eu. II – Leitura / Funcionamento da língua 1.TesTes sumaTivos 5. c) modificador apositivo. navegador. c) de oposição. com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras. B Fazendo apelo à tua experiência de leitura. predicativo do complemento direto. ilustrando cada um deles com. 6. um temporal e um pessoal. III – Escrita PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Num texto bem estruturado. 2. 3. Na expressão “que aqui vês” encontra-se a) um deítico espacial e um temporal. Diogo Cão. b) um deítico espacial e um pessoal. da obra ousada. Interpreta a última estrofe do poema. complemento indireto. complemento direto. redige um texto expositivo-argumentativo de cem a cento e trinta palavras sobre a temática do Sebastianismo e do Quinto Império na Mensagem de Fernando Pessoa. A oração “Que. 1) Relaciona este verso com o herói d’Os Lusíadas. recorre. c) subordinada adverbial causal. 9.° __________ TurmA __________ Assinala como verdadeiro (V) ou falso (F). A cama foi feita na Holanda. são ajudados por um criado e uma criada. A rainha. o rei toca uma sineta.º Ano Memorial do Convento. O padre diz-lhe que a rainha engravidará se o rei mandar construir um convento em Mafra. abundam os percevejos. chega um padre acompanhado por seu irmão. D. Na corte murmura-se que a culpa da falta de herdeiros é do rei. O rei e a rainha rezam antes de se deitarem juntos. A rainha dorme debaixo de um cobertor de penas que trouxe do seu país. como em toda a cidade. O rei acha esse cobertor demasiado quente. João gosta de se distrair a montar uma miniatura. se a rainha tiver um filho no prazo de um ano. Pedro em Roma. Quando o rei se prepara para o encontro com a rainha. 13. 2.TesTes de verificação de LeiTura Português – 12. O rei e a rainha dormem em quartos separados. porque detesta cobertores de lã. são tomadas rigorosas medidas de higiene. 17. Antes de se levantar. 14. após dois anos de casamento. 20. 12. até aos tornozelos. D. O rei não sonha nessa noite. cada uma das afirmações. 1. Maria Ana Josefa. 18. 15. de José Saramago FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. para chamar os camaristas. da basílica de S. 4. em madeira. A rainha sonha que está grávida. 16. 3. 8. A rainha não conseguia engravidar. 11. 6. Para se despirem. Naquela cama. sua mulher. 10. 50 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 19. era austríaca e chamava-se D. Vestem ambos camisas de dormir compridas. 7. .º 1 – cAPítuLo I Aluno ___________________________________________________ n. 5. João VI é o rei de Portugal que protagoniza o capítulo I. Para se livrarem dessa praga. O rei promete construir o convento. Foi em Évora que. Com frequência tirava a prótese.° __________ TurmA __________ Assinala como verdadeiro (V) ou falso (F). aproveitavam para enganar os maridos. agora vadio. os pecadores autoflagelam-se. 15. 51 . Quando chegou a Almada. No final desse capítulo. 17. um homem deu-lhe do seu farnel. Só na Quaresma as mulheres podiam ir à igreja sozinhas e. 9. Antes de adormecerem. 5. 14. 21. Foi no cais da Ribeira que desembarcou. porque todos o julgavam morto. 2. Tem 26 anos e é de Mafra. 6. 20. onde deixou o pai e a mãe que pensam que ele está morto. Em Lisboa nunca conseguirá arranjar trabalho. vindo da caça. Francisco. descreve-se a procissão da penitência pelos excessos cometidos na Páscoa. porque não tinha sapatos. porque está grávida. No capítulo II conta-se um caso de roubo no convento dos Franciscanos. cada uma das afirmações. arranjou dinheiro para uma prótese de ferro para o braço. 4. a pé. Com pena dele. tentar um subsídio de guerra. contaram um horrível crime: um jovem havia sido barbaramente assassinado. Na procissão. 11. 1. 7. o infante D. de José Saramago FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. 25. 12. Na viagem ouviu a história das prostitutas inglesas que iam deportadas para as ilhas Barbadas e foram largadas em Lisboa. É um ex-soldado que foi expulso do exército por ter ficado sem a mão direita. 3. então. De Évora veio para Lisboa. 23. No capítulo IV. III. debaixo de um telheiro. Foi com ele e os seus amigos que passou a noite. 13.º 2 – cAPítuLoS II. descalço.TesTes de verificação de LeiTura Português – 12. para sentir que ainda tinha mão e para meter medo aos outros. 24. No capítulo III. quando convenceu o rei a prometer a construção da basílica de Mafra. José sabia que a rainha estava grávida. como ele antigo soldado. apanhou um barco para Lisboa. pedir esmola ou ir para frade. pedindo esmola. Havia um intenso movimento no porto. aparece. Decidiu ficar em Lisboa.º Ano Memorial do Convento. No caminho matou um de dois homens que tentaram assaltá-lo. A rainha não vai à procissão. Iv Aluno ___________________________________________________ n. 18. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 22. Conheceu João Elvas. 8. Foi ferido em Espanha. canários dentro de gaiolas cantam. 19. porque vinha da guerra onde vira morrer muita gente. Enquanto os padres pregam o sermão. talvez a mando do seu pai. o narrador insinua que Frei António de S. 16. 10. a personagem Baltasar Sete-Sóis. A rainha sonha que se encontra com o cunhado. pela primeira vez. mas não sentiu remorsos. Pensou que não podia voltar para Mafra. 10. contrariada. Baltasar foi com o padre a Mafra para ver os planos da construção do convento. O paço está de luto. É João Elvas que diz a Baltasar que chamam Voador ao Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão. ao desfile dos condenados. Este dom visionário perde-se quando come. condenada por feitiçaria. 15. Essa mulher foi queimada. Uma mulher. 2. 6. O Padre Bartolomeu pertencia ao Santo Ofício. 11. percebe que não consegue definir a sua cor. comunica mentalmente com a sua filha. 17. No fim do dia jantam em casa de Baltasar. 19.° __________ TurmA __________ Assinala como verdadeiro (V) ou falso (F). 16. Nesse dia. a gravidez e parto da rainha. instigando-a a revoltar-se contra aqueles que a condenam. 8. A filha chama-se Blimunda e tem 19 anos. 3. 9. Baltasar confessa-se muito impressionado com a beleza da rapariga e pede-lhe para a acompanhar. 7. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 20. 52 .TesTes de verificação de LeiTura Português – 12. É o padre Lourenço de Gusmão que dá a Baltasar o nome de Sete-Sóis e à sua companheira o nome de Sete-Luas. 13. porque morreu o imperador da Áustria. 4. segundo as normas religiosas vigentes. cada uma das afirmações. O mesmo capítulo narra. O capítulo V corresponde ao relato de um auto de fé. Quando Baltasar quer recordar os olhos de Blimunda. Baltasar casa-se com Blimunda. 12. de José Saramago FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. conhece o homem que será o seu amor.º Ano Memorial do Convento. igualmente. 1. vII Aluno ___________________________________________________ n. 5. 14. O Padre foi ao paço mover influências em favor da pensão de guerra de Baltasar. A população da cidade assiste. A jovem tem a capacidade de “ver por dentro” das pessoas quando está em jejum. Depois contou a Baltasar que tinha voado dentro dum balão. a filha da mulher condenada. 18.º 3 – cAPítuLoS v. na companhia de um padre chamado Bartolomeu. Blimunda adoece e é curada pelo poder da música. uma das personagens centrais. vê homens acorrentados. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 20. 9. voando para Toledo. 19. um importante compositor italiano. mas inicialmente ele recusa a proposta.TesTes de verificação de LeiTura Português – 12. A vontade de Baltasar não morre. A rainha engravidou e deu à luz o seu primeiro filho. Esta obra é um romance histórico que entrelaça personagens e acontecimentos verídicos com personagens e acontecimentos ficcionais. João V. 23. Baltasar é preso pela Inquisição e queimado em auto de fé. O Tribunal do Santo Ofício não olha com bons olhos o cientista. foi soldado e perdeu o braço direito na guerra. no século XVI.º Ano Memorial do Convento. 18. Trabalhadores de todo o país acorreram a Mafra para trabalhar na construção da basílica e do convento. Uma das linhas de ação é a relação amorosa entre Baltasar e Blimunda. 1. Em Mafra o povo vê a passarola nos céus e acredita ser o Espírito Santo a sobrevoar as obras da basílica. francesa de nascimento. Depois de ter cumprido a sua missão de recolher o “combustível” necessário para que a passarola voe. 24.° __________ TurmA __________ Assinala como verdadeiro (V) ou falso (F). cada uma das afirmações. 2. porque prefere ir trabalhar nas obras da basílica. Deu à luz uma segunda filha. No entanto. O padre Lourenço de Gusmão convida Baltasar para trabalhar com ele na construção da passarola. 7. Maria Bárbara. 22. 5. 15. como acabará por decidir torná-la ainda mais grandiosa do que estava previsto no projeto inicial. pois é recolhida pela sua amada Blimunda.º 4 – cAPítuLoS todoS Aluno ___________________________________________________ n. O padre consegue voar no engenho que concebeu. 12. Baltasar vai trabalhar na construção da basílica. que terá lições de cravo com Domenico Scarlatti. 3. de José Saramago FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. O rei não só aceita mandar realizar esta obra. A ação de Memorial do Convento situa-se no contexto do reinado de D. 11. A filha do rei partirá para Espanha e será rainha daquele país. futuro D. 53 . um rapaz. Baltasar e a sua amada acabarão por ter intervenção determinante na construção do engenho. O inventor da passarola parte para a Alemanha em busca de conhecimentos científicos e alquímicos que façam voar a máquina. 25. nasceu no Alentejo. e foge da Inquisição. 21. promete mandar edificar uma basílica como a de São Pedro em Roma. 16. 17. Depois da partida do padre Bartolomeu. Outra linha de ação se desenvolve: a rainha de Portugal. Baltasar. 6. o padre vai a Mafra e revela aos amigos que o éter corresponde aos sonhos das mulheres. trabalhadores a caminho de Mafra. Após o regresso. 4. 13. No caminho até à fronteira. apesar de este ser um membro da Igreja. mas não conseguiram emprego porque havia gente a mais. José I. 8. A jovem é capaz de “ver por dentro” das pessoas quando está em jejum. não conseguindo engravidar. Baltasar parte também e a sua amada procura-o durante treze anos. se tivesse um filho varão. Tinha 26 anos quando conheceu Blimunda num auto de fé em Mafra. 10. e fica perturbada. 14. .. Matilde? Como é que se pode lutar contra a noite? MAtILdE com a energia possível a quem chegou ao fim das suas forças. (Pausa) Eu é que só tenho de continuar como se a tivesse. SouSA FALcão Nem nos receberá! Conheço-o há muitos anos. aberto e leal. MAtILdE Um cristão não fecha assim a porta a uma desgraçada que lhe vem pedir pela vida do seu homem…tem de me ouvir. É inútil bater-lhe à porta. É frio. 54 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA (Com azedume) .º Ano Felizmente há Luar!. e ele é o meu homem. O outro é a personificação de mediocridade consciente e rancorosa.° __________ TurmA __________ diz por dizer. aquele de nós que estiver livre tem de lutar. Vamos falar com D. a esperança é uma palavra vã. que não perdoa nada! Lembre-se de que são primos. meu amigo. SouSA FALcão Talvez ainda haja esperança. Miguel Forjaz. MAtILdE Obrigada. Odeia Gomes Freire com um ódio que vem de longe. Obrigada por ma querer dar. Matilde. de Luís de Sttau Monteiro FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA – PEçA todA Aluno ___________________________________________________ n. Miguel Forjaz vai enforcar Gomes Freire. mas D.. António. Miguel é um cristão de domingo. SouSA FALcão Mas como. Nesta terra. SouSA FALcão D. Sou a mulher dele. desumano e calculista. um ódio total. Sabe que não há nada.TesTes de verificação de LeiTura Português – 12. Gomes Freire perdoaria a D. Pode estar certa de que todos os dias dá a um pobre pão para que lhe baste para se conservar vivo até morrer de fome… MAtILdE Mas temos de ir. e antigos camaradas de armas… Um é franco. Miguel Forjaz. Enquanto nos não matarem.. mas não. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 6. António! Iremos para que não nos receba. 3. Sousa Falcão afirma que a diferença entre D. Na cena anterior ao excerto. pois conhece a natureza de D. inteligência e espírito de luta. imediatamente a seguir à prisão de Gomes Freire. Neste excerto. 7. Vindo do fundo. 2. Detêm-se a meio caminho. Beresford recusa-se a receber Matilde. Com a frase “Nesse caso iremos para que não nos receba”. (Como quem faz uma descoberta) É isso mesmo. MAtILdE Nesse caso iremos para que não nos receba. de libré. É preciso que ele não nos receba – é a nossa oportunidade de o obrigar a definir-se. 10. 1. Principal Sousa recebeu Matilde e pediu-lhe que se resignasse. Felizmente Há Luar! GruPo I considerando o excerto transcrito. de o colocar no banco dos réus. O texto corresponde à cena do ato II. 55 . Miguel que lhe diz que Gomes Freire será executado. 9. Miguel Forjaz para pedir a libertação do General. Matilde revela coragem. 5. A 2. 4. assinala como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações. Matilde pretende ir falar com D. Sousa Falcão antecipa o resultado do que irá acontecer. Miguel.TesTes de verificação de LeiTura SouSA FALcão Não nos receberá. (Pega no braço de Sousa Falcão e dirigem-se ambos para o centro do palco. que se coloca à frente deles) É preciso que os homens se definam para que possam ser julgados. 8. A pergunta final de Sousa Falcão revela a sua falta de confiança na justiça. para que o juiz o possa julgar… SouSA FALcão (Com desânimo) Que juiz? Luís de Sttau Monteiro. surge um criado. Miguel Forjaz e Gomes Freire de Andrade reside no facto de o primeiro ser católico e o segundo não. Matilde é recebida por D.ª didascália lateral revela a intenção do autor sobre a atitude da personagem. a defesa do bem comum. representa os informadores da PIDE. representando o primeiro ato o poder e o segundo ato o anti-poder. A peça apresenta um conteúdo fortemente ideológico. realçando a gravidade do momento. 7. um elemento do povo. 19. através do seu monólogo. é vingativo. Matilde é a personagem mais elaborada da peça. colhe a simpatia do povo e inspira os que acreditam na justiça e na luta pela liberdade. desumano e calculista. interesseiro. frio. 3. com a execução conjunta do General Gomes Freire e dos restantes presos. pragmático e inteligente. representado pelas diversas tentativas desesperadas de Matilde para obter o perdão. 6. 15. mostra-se assustado com as transformações que não deseja. Felizmente Há Luar! tem como ponto de partida um episódio histórico – a conspiração de 1817 – tomado como exemplo para uma reflexão sobre o presente. a lealdade. a coragem. é prepotente. 17. 12. Quando Matilde pede ajuda ao povo. 21. 8. o espectador / leitor sabe da prisão de Gomes Freire ocorrida na noite anterior. procura impelir os outros representantes do poder à ação. 4. 1. Vicente. 11. . Gomes Freire é uma figura carismática que assusta os poderosos. para fomentar a ira popular contra os três representantes do poder. sob a ditadura de Salazar. 56 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 18. 9. O recurso à distanciação histórica e à alusão às injustiças do início do século XIX (época em que decorre a ação) permitiu a Sttau Monteiro destacar as injustiças do seu tempo. fanático. Manuel interroga-se "Que posso eu fazer? Sim. que posso eu fazer?". é Manuel o único que a segue. porque apresenta diversos registos. Cada um dos atos apresenta uma estrutura paralela. 20. “que está sempre presente embora nunca apareça” (didascália inicial). o popular que trai para ser promovido. 16. Beresford. É um mercenário sem escrúpulos. 2. na íntegra. a justiça. acabará. de denúncia indireta da opressão que se vivia na época em que foi escrita (1961). 5. 10. Beresford despreza profundamente os portugueses. O crescendo trágico. A figura central é o General Gomes Freire de Andrade. O marechal Beresford é o representante do domínio francês sobre o nosso país. A peça defende valores intemporais – a liberdade. corrompido pelo poder eclesiástico. o amor. calculista. Miguel Forjaz. Matilde reveste-se de um falso humanismo e de solidariedade duvidosa. mas está disposto a continuar a servi-los. Felizmente Há Luar! tem como cenário o ambiente literário do século XIX. No primeiro ato. D. O Principal Sousa é um mercenário poderoso. 14. primo de Gomes Freire. para seu próprio proveito. de acordo com a situação emocional que vive. 13. assinala como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações. O momento em que Vicente.TesTes de verificação de LeiTura GruPo II considerando a peça. tece comentários desfavoráveis acerca do General (“estrangeirado” e não aliado do povo) ocorre no final do primeiro ato. mas hábil. em clímax. O marechal Beresford teme essencialmente perder os privilégios de que goza e. odeia os franceses porque "transformaram esta terra de gente pobre mas feliz num antro de revoltados!". a verdade. trocista e sarcástico. É nesse momento que justificamos o resto da vida (..” 4. 24.. pelo menos uma vez. Os delatores assumem o papel de hipócritas sem escrúpulos. “Em política. são Vicente. 23. nesta peça. a desempenhar um papel que nos supera... “Felizmente há luar!” 57 . GruPo III Identifica as personagens que enunciam as frases abaixo.. é contra nós. que denunciam a conjura e contribuem para a prisão e posterior execução do General. “A simples existência de certos homens é já um crime.” 2. são de coragem e de estímulo para que o Povo se revolte contra a tirania dos governantes. “Todos somos chamados. quem não é por nós. as últimas palavras de Matilde. 6..” 5.” 7. O título da peça tem uma origem histórica e um forte poder simbólico. 25. “São tantas as portas que se nos fecham. “Nesta terra.. Na altura da execução. Veja como andamos ambos perdidos e afastados do que somos e do que deveríamos ser!” PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 9. que acabamos por ter medo das que se abrem à nossa frente. “É preciso que os homens se definam para que possam ser julgados. Os traidores do povo. 26. mas eu também não mereço tê-las proferido. 1.” 3.)” 8. a esperança é uma palavra vã”. “Há homens que obrigam todos os outros homens a reverem-se por dentro. Andrade Corvo e Morais Sarmento.TesTes de verificação de LeiTura 22.. A saia que Matilde veste no momento da execução do General representa o sangue derramado dos mártires da Pátria. “A senhora não merece as palavras que proferi. em suma. uma vez concretizado esse sonho. N’Os Lusíadas. o herói retira uma recompensa ímpar: a imortalidade. 1. 58 B – O mito do Sebastianismo. a realização máxima dos Descobrimentos e a morte da energia vital que é preciso ressuscitar. sacrifícios e fome. não terreno. alcançaram a fama eterna devida ao herói épico. 4. genericamente. alguém que procura superar-se através do esforço. Para trás fica o porto descoberto. As afirmações negativas indicam. alguém que. Organizada em três partes. o herói épico é aquele que constrói um caminho de honra. Sebastião. GruPo II 1 – e) 2 – d) 3 – b) 4 – g) GruPo III Seguir sempre a seguinte estrutura: 1. mas espiritual. louro e ouro e. enquanto o descobridor prossegue a sua demanda. Os gregos e os romanos descobriram e percorreram um mar com limites. O primeiro excerto pertence ao plano das reflexões do poeta. A última estrofe conclui o poema com a reafirmação da eterna procura e da eterna insatisfação que apenas a morte poderá acalmar. O poema pertence à segunda parte de Mensagem. Segundo a Mensagem. humana. “Mar Português”. a obra debruça-se sobre o nascimento da pátria e do império. pois enquadra-se no apogeu da construção do império. por isso imperfeita.soLuções tEStE MENSAGEM pág. pois. associado ao sonho do Quinto Império. Esta ideia da ausência de limites ao sonho de Portugal é um dos pilares da Mensagem. Ele é. a sua loucura e a sua utopia que o poeta propõe como remédio para a “hora errada” que Portugal vive no presente. sem se contentar com aquilo que alcança. é esse o sonhado. a Ilha. virtude e coragem. 5. 2. Enfim. A mesma ideia se evidencia no verso O esforço é grande e o homem é pequeno” do poema “Padrão” de Mensagem. recebem das suas mãos as coroas de ouro e louro que simbolizam a imortalidade. A “febre de navegar” faz o sujeito poético. na guerra e no mar. 3. tendo atingido o seu objetivo. sem qualquer esforço viril. intempéries. na Ilha dos Amores. a mais importante. a reflexão do final do canto VI. as ninfas coroam os navegantes com grinaldas de flores. enfrentando todos os obstáculos e assim superando a sua condição de “bicho da terra tão pequeno”. neste caso. o sopro inspirador que impele a ir mais além é um sopro espiritual. assinalado pela Cruz do padrão. dominado pela febre da descoberta. corajosamente. são donos de um sonho sem fim. 48 A A 1. os portugueses. o poeta dá continuidade à ideia de que a fama se alcança com esforço e coragem. enfim…). 46 pág. 6. de um “mar sem fim”. E é nesse sentido que propõe a construção do Quinto Império. O excerto 2 pertence à Narração e faz parte do episódio da Ilha dos Amores. Tétis. 3. De acordo com a Mensagem. 3. logo. O sujeito poético é o navegador Diogo Cão apresentado no poema como alguém que.1 Na estrofe 97. 2. procurar incessantemente um/o “porto por achar”. viver preguiçosa e luxuosamente.º Parágrafo – Desenvolvimento: argumento 1. nomeadamente o excerto transcrito. Diogo Cão. só o sonho e a utopia restituirão o fulgor a Portugal. 4. em conclusão. a descoberta do “areal moreno”. juram união eterna. o poeta reflete sobre o caminho para alcançar a verdadeira fama. Desse percurso realizado se hesitação ou fracasso. num casamento simbólico. e terem descoberto o mar nem sequer sonhado anteriormente. afirmando que só a ela terão direito aqueles que vencerem o ócio e se esforçarem. se superar para alcançar as grandes realizações. o plano mitológico (e no canto X. acrescentando agora que o esforço se manifesta na guerra e no mar. procura permanentemente ir mais longe. Sebastião. Afinal. Ora. os marinheiros são o exemplo vivo daquilo que o poeta afirma na reflexão do canto VI: com esforço e coragem. é a capacidade de sonhar de D. 2. No canto VI. No entanto. 2. prémio de Vénus. unindo-se às ninfas e recebendo coroas de louro.º parágrafo – Conclusão (iniciada por um articulador conclusivo: concluindo. seguido de exemplo.º Parágrafo – Introdução (apresentação do tema proposto). Essa morte surge associada ao desaparecimento de D. quando os marinheiros. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA tEStE OS LUSÍADAS . não dá por concluída a sua obra e prossegue a viagem. porque é esse que importa. Neste episódio cruzam-se e articulam-se o plano da viagem. Na estrofe 84. Vasco da Gama e os marinheiros acedem à condição de imortais entrando no mundo dos deuses. recebe Vasco da Gama e diz-lhe estar determinado pelo destino que ela lhe revele os segredos do Mundo – da terra e do mar – que apenas a sua nação merece desvendar. seguido de exemplo. os comportamentos e atitudes que não conduzem à verdadeira fama: viver à custa do nome de família. não no plano físico.º Parágrafo – Desenvolvimento: argumento 2. o período da realização dos Descobrimentos. mas sempre insatisfeito com a obra realizada. Na verdade. significa a fama merecida. Pelo contrário. apesar de terem ido muito mais longe. resta uma obra acabada. desenhado no mapa possível do que alcançaram. B – Há uma estreita relação entre a reflexão do poeta no final do canto VI e o episódio da Ilha dos Amores. enfrentando todas as adversidades. unindo-se às ninfas. o plano da História de Portugal). o sonho. é o tema estruturante de Mensagem de Fernando Pessoa. Assim. Nas estrofes 85 e 86. mas no plano do sonho. 5. É enfrentando com grande esforço os perigos terríveis e medos que se alcança a fama imortal. divino. 4. é precisamente por ser “pequeno” e fraco que o homem necessita de se agigantar. navegando “para diante”. V 2. F 25. F 10. F 20. F 16. F 18. V 15. V 21. V 14. V 9. V 3. F 2. V 9. 50 1. V 24. V 10. F 5. F 3. V 14. V 18. V 2. F 11. V 13. F 11. F 24. V 8. V 9. V 8. F 12. F 1. F 16. F 13. 53 GruPo III (Ver as recomendações no teste anterior. V 4. V 10. V 4. V 19. F 17. V 2. F 10.soLuções GruPo II FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. F 17.º 4 1 – c) 2 – b) 3 – c) 4 – a) pág. F 59 . F 19. V 7. V 9. V 17. V 3. F 23. F 12.º 2 pág. F 7. F 10. F 24. V 7. V 6. V 23. V 8.º 1 pág. F 4. V 18. F FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. V 6. V 3. F 12. F 22.) FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. V 11. V 16. V 16. V 16. F 11. V 26. V 7. F 20. F 19. V 15. F 7. F 11. F 7. F 6. V 4. V 18. F 14. F 9. V 10. F 22. V 4. V GruPo III 1 – Matilde 2 – Sousa Falcão 3 – Beresford 4 – D. V 6. V 13. V 13. V 17. V 12. V 21. V 3. F 23. V 25. F 15. F 19. Miguel / Matilde FIchA dE vErIFIcAção dE LEIturA N. F 20. V 20. V 17. F 12. V 14.º 3 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA pág. V 18. F 8. V 3. V 21. V 14. F 22. F 5. V 6. 54 GruPo I 1. V 6. F 2. F 2. V 4. V tEStE FELIZMENTE HÁ LUAR! pág. V 8. 51 1. F 5. F 9. V 20. V 19. V GruPo II 1. F 8. V 5. V 15. V 15. F 5. F 13. 52 1. F 5. Miguel 5 – Matilde 6 – Matilde 7 – Sousa Falcão 8 – Manuel 9 – D. V 25. como expressão artística). correta. retórica e estilística. estruturada e fundamentada. em função da tarefa a realizar. ao nível das componentes genológica. Formular juízos de valor fundamentados. como objeto de reflexão e de crítica. 60 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Ler em superfície e em profundidade textos de natureza diversa (informativos e literários) e produzidos com diferentes finalidades (como fonte de informação. Apreender sentidos explícitos. Adequar o discurso à situação comunicativa. Inferir sentidos implícitos a partir de indícios vários. Identificar elementos de estruturação do texto. adequada a diferentes situações de comunicação. Avaliar aspetos textuais relativos à dimensão estética e simbólica da língua. Mobilizar informação pertinente. sobre essas competências. de acordo com as regras estabelecidas no Contrato de Leitura. I – Competências / Conteúdos a avaliar 1. Leitura recreativa. verificação e classificação. ao longo dos três anos do ciclo. Reconhecer a matriz discursiva do texto. Leitura 3. Observação das regras do uso da palavra em interação.criTérios de avaLiação de PorTuguês o trabalho desenvolvido na disciplina de Português no ensino secundário visa propiciar. Explicitar o sentido global do texto. aplicação. vivências e factos. a avaliação do trabalho incide. competências linguísticas nos domínios do oral e do escrito. opiniões. e capacidade de reflexão sobre a língua. escrita Planificar a atividade de escrita de acordo com a tipologia textual requerida. Determinar a intencionalidade comunicativa. pragmático). através da utilização de diferentes instrumentos de formação. Distinguir as funções argumentativa e crítica da imagem. 2. de forma pertinente. em função de um determinado objetivo. Detetar linhas temáticas e de sentido. Utilizar informação paratextual. pois. estimular e desenvolver. Integrar as produções literárias na História e na cultura nacional e universal. . competências de leitura a diversos níveis. contextual e intertextual na construção de sentidos. Relacionar elementos do texto com o contexto de produção. Utilização de uma expressão oral fluente. Explicitar relações representadas no texto (planos sintático. Expressar ideias. Interpretar relações entre linguagem verbal e códigos não verbais. semântico-lexical. compreensão e expressão oral Compreensão de enunciados orais produzidos em diferentes contextos e com diversos graus de complexidade. Processar a informação veiculada pelo texto. Distinguir factos de sentimentos e de opiniões. relacionando os diferentes elementos constitutivos do texto. cumprimento das tarefas propostas. morfológico. por isso. da cooperação e da solidariedade. pontualidade). fichas e testes são objeto de correção e reflexão. lexical. Identificar. coesão e coerência). Identificar e analisar processos de inovação lexical. 61 . avaliação diagnóstica A avaliação diagnóstica deve utilizar os instrumentos adequados a cada ano/nível e ter em conta o conhecimento prévio que o professor tem da turma. Produzir um discurso correto nos planos lexical. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 2. analisar e utilizar diferentes tipos de nexos coesivos (gramaticais e lexicais). metodologia de trabalho Apropriação / utilização de métodos e técnicas de trabalho (processos de pesquisa. avaliação contínua A avaliação é contínua e contempla todo o trabalho que o aluno realiza sistematicamente nas aulas e em casa. registo e tratamento de informação). Identificar e analisar a estrutura e as características de textos de diferentes tipologias. individual ou de grupo). Desenvolvimento da autonomia e do espírito crítico. cidadania / atitudes Cumprimento das regras estabelecidas (comportamento. de aula. Identificar elementos básicos da língua nos planos fónico. É fator importante na avaliação a progressão registada ao longo dos três períodos letivos. morfológico. Cumprir as propriedades da textualidade (continuidade. analisar e utilizar diferentes tipos de nexos interfrásicos (estruturas de coordenação e de subordinação). sintático. Identificar. funcionamento da Língua Dominar a norma linguística do português europeu. sintático. analisar e utilizar diferentes tipos de referência (deixis. avaliação formativa A avaliação tem sempre um carácter formativo e.criTérios de avaLiação de PorTuguês Estruturar um texto. semântico. 6. com recurso a estratégias discursivas adequadas à explicitação e à defesa de um ponto de vista ou de uma tese. Explicitar a função de marcadores de continuidade e de progressão textual. ortográfico e da pontuação. assiduidade. progressão. todos os trabalhos (de casa. anáfora e correferência). Explicitar valores semânticos da estrutura frásica (expressões nominais. semântico e pragmático. 5. apresentação dos materiais necessários. Identificar. 3. aspeto e modalidade). tempo. Exercício de práticas de relacionamento interpessoal favoráveis ao exercício da cidadania. II – Instrumentos de Avaliação 1. 4. Reconhecer produções linguísticas desviantes em relação à norma. pragmático. 1 PESOS O peso atribuído. as atitudes. Os critérios de correção são conhecidos no momento da entrega. Contrato de Leitura.1 TESTES SUMATIVOS realizados em determinados momentos de cada um dos períodos. e deve acompanhar todo o processo do ensino-aprendizagem de cada um dos conteúdos. a iniciativa. fatores de valorização.criTérios de avaLiação de PorTuguês Deve propiciar-se a autoavaliação e a co-avaliação. de cujas características pode decorrer a variedade de instrumentos utilizados. apresentação dos livros no âmbito do Contrato de Leitura. A classificação destas produções pode ser qualitativa. em cada período. Os conteúdos e a estrutura de cada teste sumativo são previamente conhecidos pelos alunos. naturalmente.2 GRELHAS DE AVALIAÇÃO DA ORALIDADE que contemplam: observação direta da compreensão e da expressão oral. tendo como referencial a tabela que se segue. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 5. 5. textos. 4. exposição oral de trabalhos. por norma. Deve. avaliação sumativa A avaliação sumativa tem diversos instrumentos. O empenho na realização das tarefas em casa e na aula. A classificação quantitativa é igualmente facultada aos alunos. realizados ou não em Oficinas de Escrita. 62 . 4. participação em debates. assim. fichas ou outras.3 OUTROS INSTRUMENTOS – Fichas. ser acordado em cada uma das turmas. Para a observação da execução das tarefas podem usar-se listas / grelhas de verificação. avaliação final A avaliação final tem como indicador axial os testes. 4. bem como a capacidade de trabalho em grupo são. no final de uma sequência de aprendizagem. a participação. trabalhos de pesquisa e tratamento de informação diversos. de acordo com a tabela regulamentada. nomeadamente os trabalhos de projeto individuais e /ou de grupo. e o trabalho realizado no âmbito das Oficinas de Escrita e do Contrato de Leitura. Os testes podem incluir uma componente de oralidade à qual será atribuída 25% da cotação. cuja classificação é cruzada com todas as produções de avaliação sumativa oral e escrita. na aula ou em casa. o espírito crítico e a criatividade. aos diversos instrumentos de avaliação é ajustado à planificação do trabalho em cada turma. Os testes são classificados qualitativamente. A avaliação formativa pode revestir a forma de pequenos questionários orais ou escritos. 4. O número de testes a realizar depende da planificação do trabalho. º 1322 / 2007.criTérios de avaLiação de PorTuguês DomÍnIoS InSTrumEnToS Testes de avaliação sumativa (oral e escrita) Trabalhos (realizados na aula ou em casa) Fichas Textos Trabalhos de pesquisa e tratamento de informação diversos Apresentação oral de trabalhos Exposição oral Debate DomÍnIo orAl DomÍnIo ESCrITo ATITuDE 25% 65% 10% 80% 10% Contrato de leitura Empenho na realização das tarefas Realização dos trabalhos de casa Avaliação da aula Participação oportuna 10% Criatividade Comportamento / atitudes Assiduidade e pontualidade ToTAl 100% NOTA 1 – Estes critérios estabelecem as grandes linhas orientadoras do processo de avaliação. desde que não contrariem grosseiramente o que aqui se estipula. 63 . Assim. em consonância com as características de cada turma e o seu percurso de aprendizagem. com base no estipulado pela legislação em vigor e revisto de acordo com a Portaria n. pode o professor acordar com a turma a atribuição de um maior peso aos trabalhos e/ou ao Contrato de Leitura.1.º 1322 / 2007. por razões estratégicas e de especificidade de conteúdos. Como foi referido em 5. outras determinações podem ser acrescentadas. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA NOTA 2 – A escassez de tempo atribuído a esta disciplina (apenas 2 aulas semanais) que contempla domínios tão diversos de aprendizagem dificulta. a realização de momentos de avaliação formal das competências de oralidade. e praticamente inviabiliza. tal como está definido na Portaria n. em determinados momentos. Participação em debates e troca de pontos de vista Expressão oral fluente. S Suficiente. Apresentação dos livros no âmbito do Contrato de leitura Observação das regras do uso da palavra em interação (cooperação e cortesia) noTA GloBAl 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 26 27 28 ATrIBuIÇÃo.oraLidade – grelha de avaliação global da Turma Instrumentos A. articulada. observação direta B. Exposição oral de da compreensão e da trabalhos individuais expressão oral e de grupo PArÂmETroS Compreensão de enunciados orais produzidos em diferentes contextos e com diversos Alunos da graus de complexidade Turma C. m mau Grelha modificável – ficheiro disponível online 64 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 25 . A CADA PArÂmETro. adequada à situação (ao contexto e à intencionalidade comunicativa) Estratégias argumentativas adequadas à apresentação. correta. In Insuficiente. DA ClASSIFICAÇÃo DE mB muito Bom. B Bom. discussão e defesa de pontos de vista D. EXPRESSÃO ORAL – exposição. s suficiente. dA CLAssiFiCAÇÃO dE MB Muito Bom. B Bom. apresentação de livros OBjETO AvALiAdO _______________________________________________________ dATA __________ Expressão oral fluente. adequada ção do ritmo auditório certo NOTA GLOBAL 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 25 26 27 28 ATRiBuiÇÃO. M Mau Grelha modificável – ficheiro disponível online PL12LP_F05 65 . correta. debate. tom tação da atenaudível. clara. iN insuficiente. adequada à situação (ao contexto e à intencionalidade comunicativa) ALuNOs Discurso fluente Discurso articulado e com correção gramatical Vocabulá. articulada.Captação clara.Registo rio adequado variado e à situação adequado Domínio de estratégias argumentativas Dicção Argumen. A CAdA PARÂMETRO. M Mau Grelha modificável – ficheiro disponível online 66 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 25 . correta. iN insuficiente. pela vivaNOTA cidade e/ou origi. adequada à situação Captação do auditório. clara.GLOBAL nalidade da apresentação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 26 27 28 ATRiBuiÇÃO. B Bom. articulada. comprovada pelo conteúdo interessante da apresentação Argumentação e fundamentação adequadas ao público-alvo Expressão oral fluente.AUTO E HETEROAVALIAÇÃO de apresentação de livros PARÂMETROs LivRO AuTOR Alunos da Turma _________ Leitura crítica do livro. A CAdA PARÂMETRO. dA CLAssiFiCAÇÃO dE MB Muito Bom. s suficiente. MuiTO / sEMPRE Grelha modificável – ficheiro disponível online 67 . BAsTANTE / FREQuENTEMENTE 4.Guião de Avaliação de Documentário dOCuMENTO AvALiAdO ___________________________________________________ dATA __________ TÍTuLO: TEMA: jORNALisTA / AuTOR: 1 2 3 4 O TEMA é atual é de interesse geral é banal é inovador O(s) AuTOR(Es) são jornalistas / cineastas de renome O FiLME – A iMAGEM apresenta um ritmo adequado utiliza ambientes sugestivos utiliza a cor com expressividade utiliza a luz para sugerir diferentes atmosferas e ambientes articula planos gerais com planos de pormenor apresenta uma atmosfera realista focaliza os elementos humanos O FiLME – A BANdA sONORA os diálogos são coerentes os diálogos são sugestivos é utilizada voz off com adequação a música é utilizada apenas como separador a música cria emoção e / ou intensifica a ação são utilizados sons variados para conferir realismo APRECiAÇÃO CRÍTiCA o vídeo é surpreendente PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA o vídeo é divertido o vídeo é comovente o vídeo é globalmente interessante o vídeo tem valor estético e artístico LEGENdA 1. POuCO / RARAMENTE 3. NAdA / NuNCA 2. vivências. Grelha modificável – ficheiro disponível online 68 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA 25 . iN insuficiente.Correção grario variado matical e ade– construção quado frásica – conectores – concordâncias – flexão verbal – retomas e substituições Ortografia. M Mau * Estes parâmetros apenas se aplicam aos textos expressivos e/ou com dimensão criativa. de forma pertinente COERÊNCiA e COEsÃO TEXTuAL Adequação da tipologia. s suficiente. uso de maiúsculas e pontuação Uso correto dos períodos e NOTA parágraGLOBAL fos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 26 27 28 ATRiBuiÇÃO. opiniões. B Bom. da estrutura textual e do registo ao tema e à intenção Vocabulá. A CAdA PARÂMETRO.EXPRESSÃO ESCRITA – Textos de composição curta ou extensa OBjETO AvALiAdO _______________________________________________________ dATA __________ EsTiLO* CONTEÚdO* Originalidade Respeito e criatividade pelo tema discursiva ALuNOs Relato / expressão de ideias. dA CLAssiFiCAÇÃO dE MB Muito Bom. factos. acentuação. expresso emoções. dA CLAssiFiCAÇÃO dE MB Muito Bom. correta e articulada – Uso vocabulário variado e adequado – Utilizo argumentos adequados na apresentação. B Bom. s suficiente.Grelha de Autoavaliação Global ALuNO ___________________________________________________ N. de acordo com a finalidade – Adequo o registo de língua usado ao tema e à finalidade do texto – Relato factos e vivências. discussão e defesa de pontos de vista – Exprimo-me com uma dicção clara. original e criativo – Participo ativamente nas Oficinas de Escrita GRAMÁTiCA PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA – Identifico elementos linguísticos (de acordo com o programa e a planificação) da disciplina – Aplico os elementos linguísticos (de acordo com o programa e a planificação) da disciplina – Utilizo os conhecimentos adquiridos sobre o Funcionamento da Língua. nem muito lento) – Respeito as normas de cooperação e cortesia – Capto a atenção do interlocutor / auditório LEITURA LEiTuRA – Capto sentidos explícitos e implícitos de textos de complexidade variada – Distingo a informação essencial e a acessória de um texto – Distingo factos e opiniões – Estabeleço relações lógicas entre diversas partes de um texto – Realizo leitura de imagem e relaciono imagem e texto – Utilizo diferentes recursos que me possibilitem uma melhor compreensão e interpretação dos textos – Cumpro as leituras e participo ativamente nas atividades no âmbito do Contrato de Leitura ESCRITA – Realizo a planificação de um texto – Redijo textos de tipologia diversa. A CAdA PARÂMETRO. hiperónimos e outros recursos.° __________ TuRMA __________ DOMÍNIOS M IN S B MB Nota COMPREENSÃO – Capto as ideias essenciais de discursos / textos com diversos graus de complexidade – Capto as intenções comunicativas de discursos formais e informais ORALidAdE – Estabeleço relações lógicas entre as várias partes dos discursos / textos – Realizo deduções e inferências a partir do discurso ouvido EXPRESSÃO – Adequo o discurso à finalidade e à situação – Exprimo-me oralmente de forma fluente. M Mau Grelha modificável – ficheiro disponível online 69 . – flexão verbal (uso correlativo dos tempos e modos verbais) – Utilizo pronomes. da acentuação. um ritmo certo (nem muito rápido. sinónimos. um tom audível. do uso de maiúsculas e da pontuação – Uso corretamente os períodos e os parágrafos – Crio textos num estilo pessoal. – concordâncias. – aperfeiçoar os textos escritos. para: – compreender os textos lidos. apresento ideias e opiniões. para retomar sentidos e evitar repetições – Respeito as normas da ortografia. iN insuficiente. – conectores e organizadores do discurso. ATRiBuiÇÃO. de forma pertinente EsCRiTA – Utilizo vocabulário variado e adequado – Escrevo com correção gramatical ao nível de: – construção das frases. 5 CONHECIMENTO DA LÍNGUA ■ DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO Lexicologia Semântica Análise do Discurso Retórica Pragmática e Linguística Textual . estabelece-se a oposição entre significante e significado. ter macaquinhos no sótão.5 LEXICOLOGIA Disciplina da linguística que estuda o conjunto de palavras possíveis e de recursos disponíveis numa língua para a formação de palavras. Tradicionalmente. Família de palavras Conjunto das palavras formadas por derivação ou composição a partir de um radical comum.5. Notas: O conceito de monossemia opõe-se ao conceito de polissemia. B. Notas: É possível estudar-se o vocabulário de um escritor. Exemplos: “mar”. Conotação Significado(s) secundário(s) associado(s) a uma palavra ou expressão que não corresponde(m) ao seu sentido literal. Exemplos: A palavra “flebite” é monossémica. mas também as que já não são usadas. na frase. a palavra “vermelha” tem valor denotativo. a palavra “vermelho” tem valor conotativo evocando uma filiação partidária. “marina” são palavras da mesma família. Notas: Denotação define-se por oposição a conotação. Notas: Conotação define-se por oposição a denotação. andar na lua. “marítimo”. mas não o seu léxico. “marinheiro”. Monossemia Propriedade semântica característica das palavras ou dos constituintes morfológicos que possuem um único significado. Denotação Significado literal e estável de uma palavra ou expressão. vocabulário). cujo significado não pode ser inferido a partir do significado das partes que a constituem. Neologismo Palavra cujo significante ou cuja relação significante-significado era inexistente num estádio de língua anterior ao da sua atestação. “Ele é um sindicalista vermelho”. Expressão idiomática Expressão constituída por mais do que uma palavra. Notas: O termo “fraseologia” é. tal pai tal filho.CONHECIMENTO DA LÍNGUA B.1 LÉXICO E VOCABULÁRIO Léxico Conjunto de todas as palavras ou constituintes morfológicos portadores de significado possíveis numa língua. “maré”.2 SEMÂNTICA LEXICAL: SIGNIFICAÇÃO E RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE PALAVRAS Significação lexical Significante Imagem acústica ou gráfica de uma palavra. B. 71 . Exemplos: ir desta para melhor. Arcaísmo Palavra ou construção cujo uso é considerado antiquado pela comunidade linguística. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Exemplos: Na frase “A minha camisa é vermelha”. por vezes. as neológicas e todas as que os processos de construção de palavras da língua permitem criar. O léxico de uma língua inclui não apenas o conjunto de palavras efetivamente atestadas num determinado contexto (cf. uma vez que apenas aquele se traduz numa lista de palavras utilizadas de facto. utilizado como sinónimo de expressão idiomática. independentemente da sua atualização em registos específicos. bem como a forma como estas se relacionam. porque tem apenas um significado.5. Vocabulário Conjunto exaustivo das palavras que ocorrem num determinado contexto de uso. Exemplos: O verbo “partir” pode significar “ir-se embora” ou “quebrar”. apesar de ser uma parte do peixe (merónimo). Já a palavra “escama” não pode ser encarada como um hipónimo de “peixe”. se encontra incluído no de outra (designada por hiperónimo). um constituinte morfológico polissémico. uma vez que. sendo. Exemplos: As palavras “peixe” e “ave” são hipónimos de “animal”. Relações de parte / todo Holonímia Relação de hierarquia semântica entre palavras. Hiponímia Relação de hierarquia semântica entre palavras. apesar de ser uma parte do peixe (merónimo).ª pessoa do singular”. Por contraste. portanto. Já a palavra “escama” não pode ser encarada como um hipónimo de “peixe”. sendo. Sinonímia Relação semântica entre duas ou mais palavras que podem ser usadas no mesmo contexto. Notas: O conceito de polissemia opõe-se ao conceito de monossemia. sem que se produza alteração de significado do enunciado em que ocorrem. Já a palavra “escama” não pode ser encarada como um hipónimo de “peixe”. A palavra “peixe” é um hiperónimo de “sardinha”. em que o significado de uma (designada de merónimo) remete para uma parte constituinte da outra (designada de holónimo). Exemplos: carro / volante > carro estabelece uma relação de holonímia com volante. uma palavra polissémica. corpo / braço. “sardinha” é hipónimo de “peixe”. uma vez que não se atestam casos em que duas palavras possam ser utilizadas exatamente nos mesmos contextos em todos os registos. O constituinte morfológico “-s” pode significar “plural” ou “2. Notas: As relações de holonímia / meronímia distinguem-se das hiperonímia / hiponímia na medida em que nestas há uma transferência de propriedades semânticas que não se verificam naquelas. por ser mais específico. 72 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Relações de semelhança / oposição . Meronímia Relação de hierarquia semântica entre palavras. apesar de ser uma parte do peixe (merónimo). Por exemplo. por ser mais geral. Por exemplo. Notas: As relações de hiperonímia / hiponímia distinguem-se das de holonímia / meronímia na medida em que naquelas há uma transferência de propriedades semânticas que não se verificam nestas. Já a palavra “escama” não pode ser encarada como um hipónimo de “peixe”. em que o significado de uma (designada por hipónimo). a palavra “esposa” não poderia ser considerada um sinónimo. Notas: Considera-se que a sinonímia é quase sempre parcial. não é um subtipo de peixe.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Polissemia Propriedade semântica característica das palavras ou dos constituintes morfológicos que possuem mais do que um significado. porque também é “peixe”. as palavras “mulher” e “esposa” são sinónimos. Exemplos: A palavra “animal” é um hiperónimo de “peixe”. apesar de ser uma parte do peixe (merónimo). não é um subtipo de peixe. Notas: As relações de hiperonímia / hiponímia distinguem-se das de holonímia / meronímia na medida em que naquelas há uma transferência de propriedades semânticas que não se verificam nestas. não é um subtipo de peixe. uma vez que. “sardinha” é hipónimo de “peixe”. Relações semânticas entre palavras Relações de hierarquia Hiperonímia Relação de hierarquia semântica entre palavras. porque também é “peixe”. “sardinha” é hipónimo de “peixe”. uma vez que. em que o significado de uma (designada de holónimo) refere um todo do qual a outra (designada de merónimo) é parte constituinte. Exemplos: A palavra “dedo” é um merónimo da palavra “mão”. Notas: As relações de holonímia / meronímia distinguem-se das de hiperonímia / hiponímia na medida em que nestas há uma transferência de propriedades semânticas que não se verificam naquelas. Por exemplo. Por exemplo. barco / vela. porque também é “peixe”. em que o significado de uma (designada por hiperónimo). uma vez que. Nas frases “a minha mulher está doente” e “a minha esposa está doente”. porque também é “peixe”. na frase “a mulher é o sexo forte”. e não total. portanto. não é um subtipo de peixe. “sardinha” é hipónimo de “peixe”. inclui o de outras (designadas por hipónimos). têm significados opostos. etc. Campo semântico Conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos diferentes contextos em que se encontra. jovem / velho. B. embora partilhando algumas propriedades semânticas que as relacionam. que se pronuncia como uma palavra só. 2.3 PROCESSOS IRREGULARES DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS Extensão semântica Processo através do qual uma palavra existente adquire um novo significado. toc-toc > bater na porta. Palavra resultante do processo de amálgama. 73 . as quais são pronunciadas de acordo com a designação de cada letra. conforme a perceção dos sons e suas respetivas transposições para o sistema fonológico das diversas línguas. no uso em informática.5. quente / frio. “árbitro”. Estrutura lexical Campo lexical Conjunto de palavras associadas.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Antonímia Relação semântica entre duas ou mais palavras que. Empréstimo Processo de transferência de uma palavra de uma língua para outra. Exemplos: informática > informação + automática cibernauta > cibernética + astronauta Sigla Palavra formada através da redução de um grupo de palavras às suas iniciais. a um determinado domínio conceptual. a estrutura silábica da língua. Exemplos: O conjunto de palavras “jogador”. ufa ! > interjeição Notas: As onomatopeias diferem de língua para língua. Exemplos: As palavras “salvar”. Exemplos: Campo semântico de “peça”: “peça de automóvel”. na generalidade. Exemplos: trriiim !! > despertador. Exemplos: Partido Comunista Português > PCP Partido Social Democrata > PSD Sporting Clube de Portugal > SCP Acrónimo Palavra formada através da junção de letras ou sílabas iniciais de um grupo de palavras. por extensão semântica. “equipa”. Exemplos: lingerie (palavra importada da língua francesa). “baliza”. “estádio” faz parte do campo lexical de “futebol”. “portal” e “janela” adquiriram significados novos. Amálgama 1. Processo irregular de formação de palavras que consiste na criação de uma palavra a partir da junção de partes de duas ou mais palavras. “uma peça de carne”. “és uma boa peça”. subir / descer. “peça de bronze”. pelo seu significado. “bola”. respeitando. Exemplos: Fundo de Apoio às Organizações Juvenis > FAOJ Liga dos Amigos da Terceira Idade > LATI PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA FEderação Nacional de PROFessores > FENPROF Onomatopeia Palavra criada por imitação de um som natural. “peça de teatro”. Exemplos: Os seguintes pares são exemplos de antonímia: grande / pequeno. miaauuu !! > gato. Quero comprar um livro que tem fotografias bonitas. i.e. (ii) Ninguém veio. os textos são as unidades máximas portadoras de significado. A referência de uma expressão pode ser constante (por exemplo “D.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Truncação 1. Palavra resultante do processo de truncação. Na frase (ii). (mas não sei qual). estabelece-se uma relação predicativa entre estas duas expressões) Polaridade Valor afirmativo ou negativo de um enunciado. Significado Sentido ou conteúdo semântico veiculado por uma expressão linguística. Outros valores semânticos que contribuem para o conteúdo proposicional Especificidade Exemplos: Nas frases em (i).1 CONTEÚDO PROPOSICIONAL Referência Relação que une uma expressão linguística a uma entidade ou a uma localização temporal ou espacial reconhecíveis num determinado contexto discursivo. Os constituintes morfológicos são as unidades mínimas portadoras de significado. . B. através da qual é possível determinar se a expressão em causa refere uma entidade identificável num determinado contexto discursivo. Exemplos: (i) O João é alto. os grupos nominais “o João” e “a maçã” podem ter valor referencial. uma vez que designam entidades reconhecíveis num determinado contexto discursivo. (*mas não sei qual). Processo irregular de formação de palavras que consiste na criação de uma palavra a partir do apagamento de parte da palavra de que deriva. neste caso. (v) Cansado como estou. (atribui-se ao João a propriedade de “ser alto”. Exemplos: metropolitano > metro sociolinguística > socio José > Zé hipermercado > hiper B. fixada através de processos de dêixis ou anáfora. (ii) Quero comprar um livro que tenha fotografias bonitas.e. i.. Predicação Atribuição de uma propriedade a uma entidade (i) ou estabelecimento de uma relação entre entidades (ii). “hoje”.6. sendo. eu quero lá ir ao cinema hoje! (iii) Nada se decidiu. 2. Afonso Henriques” e com a maior parte dos usos de nomes próprios) ou variável (por exemplo “eu”. Exemplos: (i) O João não voltou. (estabelece-se uma relação entre “a Ana” e “o cometa”. (*mas não sei qual).6 SEMÂNTICA Disciplina da linguística que se ocupa do estudo da componente do significado de enunciados que é exclusivamente dependente do conhecimento lexical e gramatical. faz-se uma predicação sobre “o João”) (ii) A Ana viu o cometa. 74 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Propriedade associada a expressões definidas ou indefinidas. Esta diferença pode ser confirmada pela possibilidade de continuar a frase com uma estrutura de elipse como a apresentada: (i) Quero comprar o livro. os grupos nominais [o livro] e [um livro que tem fotografias bonitas] são interpretados como referindo objetos específicos. (iv) Eles nunca foram ao teatro. A polaridade negativa pode ser expressa através do advérbio de negação (i) ou de outras palavras ou expressões com valor negativo (ii-v).. “isso”). Exemplos: Numa frase como “O João comeu a maçã”. o grupo nominal [um livro que tenha fotografias bonitas] tem valor não específico. CONHECIMENTO DA LÍNGUA Genericidade Propriedade dos enunciados em que se estabelece uma relação de predi-cação relativa a uma classe de entidades (i-iii) ou de situações (iv-v) e não a entidades ou situações específicas ou situações localizadas num tempo específico. (iii) Quando era nova. É verdadeira. da ordem relativa entre orações coordenadas copulativas (v). Amanhã. O valor aspetual de um enunciado é construído a partir de informação lexical e gramatical. Exemplos: As seguintes frases são interpretadas genericamente. apesar de se relacionar com a categoria tempo. (ix) Relação de anterioridade entre uma situação e outra: Eu discursei antes de o Pedro chegar ao jantar. Relação de posterioridade face ao tempo em que o enunciado é produzido: A Ana casa-se na próxima semana. (esta frase é verdadeira. (esta frase é verdadeira. A Maria está em casa [amanhã à tarde / na próxima sexta]. etc.3. Notas: Contribuem para valor genérico das frases o uso do artigo definido.6. (iv) Localização temporal expressa através de oração temporal: A Maria nasceu [quando os alemães entraram em Paris]. os determinantes usados. Exemplos: (i) Localização temporal (oposição presente / passado) expressa através da morfologia verbal: A Maria está em casa. (a referência de “nesse ano” é determinada pela ocorrência da expressão “em 2004”) (viii) Relação de simultaneidade (parcial ou total) entre duas situações ou face ao momento em que o enunciado é produzido: Tu entraste na sala. (iii) Localização temporal (oposição presente / futuro) expressa através de grupos preposicionais e adverbiais: A Maria está em casa [agora / neste momento]. quando a vi. mesmo que haja um cão específico que não gosta de carne crua) (ii) Os professores trabalham muito. (v) Localização temporal (ordenação entre situações) expressa através da ordenação de orações: O Pedro chamou-me e eu olhei. A categoria aspeto. a situação descrita em (iii) corresponde a um hábito (aspeto habitual): (i) A Maria já leu o livro. o seu valor aspetual é distinto: em (i). de verbos auxiliares (ii). (vii) Localização temporal expressa anaforicamente: Em 2004. sabe-se que a leitura do livro está acabada (aspeto perfetivo). É verdadeira. porque remete para a classe dos professores. O valor genérico de uma frase pode ser construído através da interação entre elementos como os tipos de nomes ou verbos usados (quando denotam ou se combinam com classes ou espécies). dá-se uma revolução em Portugal. do presente do indicativo ou a presença de advérbios como “geralmente”. B. é independente desta. (a referência de “amanhã” só é identificável se se conhecer o momento em que o enunciado é produzido) A Maria está em casa. (v) Ir à praia é bom. advérbios ou o tempo verbal. Em 1974. (esta frase é verdadeira. deu-se uma revolução. B. o que pode ser comprovado pelas paráfrases dadas: (i) Os cães gostam de carne crua. (vi) Localização temporal expressa deiticamente: Amanhã não há aula. Através desta categoria. é possível estabelecer relações de ordem cronológica de simultaneidade (viii). anterioridade (ix) ou posterioridade (x) face ao tempo que é tomado como referência. Mas não foi apenas isso o que aconteceu nesse ano. a Maria lia muitos livros. A categoria tempo pode ser expressa de diferentes formas. não vai chover. Eu olhei e o Pedro chamou-me. muitas vezes associadas: através da flexão verbal (i). A Maria está em casa agora. 75 . VALOR ASPETUAL Aspeto PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Categoria gramatical que exprime a estrutura temporal interna de uma situação. de grupos adverbiais ou preposicionais (iii). não é dada informação sobre a culminação da leitura do livro (aspeto imperfetivo). porque remete para a classe dos cães. A Maria esteve em casa. (ii) A Maria estava a ler o livro. Exemplos: Todas as situações expressas nas frases seguintes podem ser localizadas temporalmente como anteriores ao momento em que as frases são produzidas. A localização temporal pode ser estabelecida em função do momento em que um enunciado é produzido (vi) (funcionando deiticamente). de orações temporais (iv). mesmo que haja um professor específico que não trabalha muito) (iii) O gato é um animal simpático. (ii) Localização temporal (oposição presente / futuro) expressa através de verbo auxiliar: A Maria está em casa. mesmo que haja um gato antipático) (iv) Fumar faz mal. A Maria nasceu [antes de os alemães entrarem em Paris].6. (x): Relação de posterioridade entre uma situação e outra: Vou sair depois de te ires embora. em (ii). quando eu estava a falar. Relação de anterioridade face ao tempo em que o enunciado é produzido: A Maria esteve em casa. No entanto. A Maria vai estar em casa.2 VALOR TEMPORAL Tempo Categoria gramatical que localiza temporalmente o que é expresso numa predicação. ou em função de um valor temporal expresso que é tomado como ponto de referência ou perspetiva (vii) (funcionando anaforicamente). O aspeto lexical permite distinguir situações estativas (i) de eventos (ii). b. de verbos auxiliares. Através do aspeto lexical. (v) A Ana tem tossido nos últimos dias. (vii) a. eu fumo no fim das refeições. *Acabei de ler o livro durante duas horas. c. (iii) O João espirrou. que leva a uma mudança de estado (i) e não necessariamente durativa. (vi) a. Eu li o livro. (iv) As crianças que se deitam cedo leem mais. ou seja. Acabei de ler o livro naquele instante. iterativa (v). Exemplos: (i) O João sabe francês. Ele fala espanhol. por exemplo. é ainda possível estabelecer diferenças relativas à duração interna de um evento. Através da combinação de elementos deste tipo. o que é descrito pelas frases conduz a uma mudança de estado dos participantes (que são afetados pelo que é descrito em cada uma das predicações). que não leva a uma mudança de estado (i). distinguindo-se estas de eventos. b. (vii). é possível representar uma situação como culminada (valor perfetivo) (i). ou seja. ou estabelecer diferenças relativas à duração de diferentes situações (vi). ou de permissão ou obrigação (valor deôntico) (iii).CONHECIMENTO DA LÍNGUA Aspeto lexical Valor aspetual expresso pelo significado de uma palavra ou conjuntos de palavras independentemente de elementos com que coocorrem como modificadores. Os eventos distinguem-se de situações estativas por não serem intrinsecamente durativos (a estrutura temporal interna de cada evento varia nas três frases. Exemplos: As frases em (i) contêm predicados que correspondem a situações estativas: (i) O Pedro mora no Porto.6. (ii) O João abriu a porta. distinguindo-se eventos não durativos de eventos durativos (iii). de tipos de nomes (contáveis / não contáveis). O aspeto lexical pode ser alterado em função do contexto gramatical em que a palavra ocorre [ver Aspeto gramatical]. de estruturas de quantificação. o que é descrito pelas frases não conduz a uma mudança de estado e há uma duração intrínseca às situações descritas. A modalidade pode ser expressa de muitas 76 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Nos três casos. com extensão temporal e sem um ponto final intrínseco. o evento “morreu” uma extensão temporal menor do que “li o livro”). ou seja sem extensão temporal e sem um ponto final intrínseco. O João escreveu um livro. não culminada (valor imperfetivo) (ii). Situação estativa Uma das principais classes aspetuais. Classes aspetuais Evento Uma das principais classes aspetuais. Aspeto gramatical Valor aspetual construído através da combinação entre a informação dada pelo aspeto lexical e valor dos tempos verbais. A vítima morreu. Exemplos: (i) Já li o livro. (ii) Estou a ler o livro. A Ana caiu do alto do monte (às duas horas / *durante duas horas). ou seja. (iii) Habitualmente. que se caracteriza por uma situação dinâmica. habitual (iii). A modalidade permite expressar apreciações sobre o conteúdo de um enunciado (i) ou representar valores de probabilidade ou certeza (modalidade epistémica) (ii). Nos três casos. Eu gosto de poesia. B. *Estive a ler naquele instante. Estive a ler durante duas horas. ou de modificadores. A água caiu do alto do monte (? às duas horas / durante duas horas). quantificadores ou verbos auxiliares. . durativa. genérica (iv). Exemplos: As frases em (i) contêm predicados que correspondem a eventos: (i) O Pedro atirou a bola para a baliza. tendo. que se caracteriza por uma situação não dinâmica.4 VALOR MODAL Modalidade Categoria gramatical que exprime a atitude do locutor face a um enunciado ou aos participantes do discurso. d. conforme se definem os termos discurso e texto. à sintaxe e à semântica. por um lado. Não entres! b. (ii) a. mas sim uma perspetiva de análise cognitiva. Podes sair esta noite. com locutores reais. que aqui se adota. Retórica Arte.…). consiste no estudo do “uso real da língua. por outra parte. alcançar a consecução de um determinado fim –. que estuda. Francamente. tendo em consideração o contexto extraverbal. a utilização adequada dos sentimentos e das emoções. … ou principais com valor modal como “crer”.). Tens de trabalhar mais! c. A retórica. de verbos modais (auxiliares como “dever”. a linguística textual é considerada como um subdomínio do campo mais vasto da análise do discurso. esta situação não é clara. isto é. b. certamente. “pensar”. da variação no modo verbal. Duvido que chova. b. ao estudo da linguagem verbal. Para outros autores (Van Dijk. do ponto de vista etimológico. ao longo de séculos. na qual se entende por análise do discurso o estudo da atividade interaccional que é a conversação (conversation analysis) e mantendo estreitas relações com a etnometodologia. A pragmática não constitui uma nova componente da linguística da língua como sistema. organiza e ensina a aplicar os princípios e as regras da elaboração do discurso correto e elegante (ars recte et bene dicendi) que tem como finalidade fundamental persuadir o auditório. podendo definir-se a pragmática como a análise das relações existentes entre as formas linguísticas.CONHECIMENTO DA LÍNGUA formas diferentes: através da entoação. não sabe do que está a falar. é uma arte eminentemente pragmática que. Althusser e Foucault. ANÁLISE DO DISCURSO. Exemplos: (i) a. e os participantes no processo comunicativo e o contexto de comunicação. (iii) a. Felizmente. deixou de considerar a frase como a unidade máxima da análise linguística. ou seja. com uma abordagem dinâmica e construtivista da ordem social. Este conceito está muito próximo do conceito predominante na área anglo-norte-americana. poder. Nesta perspetiva. aqueles fatores que condicionam e determinam o uso da linguagem e que não são analisáveis em termos puramente gramaticais. que tanto se ocupa do discurso oral como do discurso escrito. ao longo das últimas quatro décadas. à morfologia. C. porque existem fenóme- 77 . social e cultural dos fenómenos pertencentes a cada uma daquelas áreas da linguística. Uma orientação relevante e muito influente da análise do discurso. em 1938. Para alguns autores. metodológico e analítico. por ex. com nova aceção. PRAGMÁTICA E LINGUÍSTICA TEXTUAL C.1 ANÁLISE DO DISCURSO E ÁREAS DISCIPLINARES CORRELATAS Análise do discurso A definição desta disciplina recente é bastante variável. desenvolveu-se uma orientação da linguística que. mas que foi introduzido. mediante a argumentação. c. “obrigar”. c. Talvez esteja a chover. no sentido da palavra grega techne – conjunto sistematizado de preceitos para. através de advérbios. político e ideológico. A pragmática analisa portanto o funcionamento significativo e comunicativo da linguagem no seu uso real em discursos e textos e a intencionalidade comunicativa de quem nestes fala ou escreve. a análise do discurso funda-se no estudo das relações entre o discurso e o seu contexto extraverbal. Esta aceção muito alargada do termo restringiu-se. foi precursora das atuais análise do discurso e linguística textual. Estas orientações privilegiam o estudo dos discursos orais. como disciplina que ensina a construir o discurso e a ordenar o debate argumentativo numa particular situação comunicativa. estuda as relações dos dispositivos da enunciação e das práticas discursivas com as instâncias do poder social. como é evidente. Linguística textual Nas últimas décadas do século XX. acrescentada à fonologia. que com ele designou a subdisciplina da semiótica que analisa as relações dos signos com os seus usuários ou intérpretes. o interlocutor e a matéria em causa. pelo filósofo norte-americano Charles Morris. através da sua aplicação. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Pragmática Termo muito antigo nos discursos jurídico e filosófico. segundo as orientações teóricas e os autores e. distanciando-se por isso daqueles estudos de pragmática que se ocupam de enunciados descontextualizados. A Maria. no estudo dos fenómenos significativos e comunicacionais. RETÓRICA. que tem uma matriz marxista mediada por pensadores como Bakhtine. está a chover. etc. em situações reais”. Lamento que tenhas reprovado. possa nunca vir a receber o discurso ou o texto que lhe são dirigidos. O emissor. e que considera o texto. escolhido pelo emissor ou pelo locutor. O contexto extraverbal ou extralinguístico é o conjunto de fatores comunicativo-situacionais que condicionam e orientam o ato de enunciação.. em muitos casos o recetor-modelo. Pode ser uma pessoa real. assumir o papel de locutor. em certos casos. ao contrário do ouvinte ou do interlocutor. com especial relevância para o funcionamento dos elementos deíticos e dos atos ilocutórios. Interlocutor Termo que designa o participante num ato discursivo na posição de recetor e que pode. etc. ou não.1 COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO DISCURSIVAS Emissor Designa a pessoa que. se for necessário retroceder ou avançar para além da contiguidade na cadeia textual. embora. pode ser um destinatário direto ou indireto. sem participar diretamente na interação discursiva. O contexto verbal pode ser imediato. a fim de alcançar uma interpretação verosímil. fundamentada e convalidada. no plural.). realiza intencionalmente um ato de comunicação verbal e produz o enunciado. teve alguma fortuna a designação de gramática textual. não tem em geral o direito de se tornar locutor. a argumentação.CONHECIMENTO DA LÍNGUA nos linguísticos insuscetíveis de serem analisados e explicados no âmbito da frase. frase. O destinatário é portanto o recetor.1. na situação comunicativa concreta. Por isso. pelo seu género. foi ganhando aceitação a designação de teoria do texto. O contexto extraverbal compreende o contexto situacional. pois que não se utiliza locutor para designar o autor de discursos ou textos escritos). À medida que se foi tornando evidente que a dimensão linguística é apenas uma das dimensões do texto e que há fenómenos. O destinatário. como o leitor textual e como o narratário num romance. daí resultantes. no intercâmbio da interação discursiva que se configura como um diálogo. 78 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Contexto . a invenção e a disposição do texto. como a unidade fundamental da análise linguística. cultural e simbolicamente a produção e a interpretação textuais. Destinatário Pessoa ou entidade às quais se dirige um discurso ou um texto. quer no que toca à validação das intenções comunicativas que presidem ao discurso. o discurso e o texto. no plano da interpretação. os atos ilocutórios. um ouvinte e um leitor empírico e concreto. também designado por cotexto. ou largo ou acumulado. no entanto. etc. O ouvinte condiciona. como a coerência textual e a interpretação textual que dependem também de fatores extralinguísticos. designam-se como interlocutores os intervenientes numa situação de comunicação oral. pela sua idade. orais ou escritos. a não ser em situações específicas de debate. o contexto sociocultural. no sentido em que é lugar de tomada de posição avaliativa quer no que respeita à verdade das situações referenciadas. Recetor Pessoa que recebe e interpreta um discurso ou um texto. C. que foi sendo abandonada por demasiado restritiva. os fenómenos da implicitação e. num determinado contexto espácio-temporal. seja qual for a sua extensão. etc. Locutor Designa a pessoa que fala e que produz portanto um ato discursivo no âmbito de uma situação de comunicação oral (o espetro semântico do termo é assim menos amplo do que o do termo emissor. Ouvinte Aquele que recebe / compreende os atos enunciativos produzidos pelo locutor. Enunciação O ato individual mediante o qual um emissor utiliza e atualiza um sistema linguístico para produzir enunciados numa determinada situação comunicativa. crenças. pela sua condição social. que diz respeito ao locutor e ao interlocutor e ao tempo e ao espaço em que o enunciado se insere. O contexto verbal. escrito e falado. condiciona pragmaticamente a atividade discursiva do emissor. pode estar presente. pode ser um ente fictício. Conjunto de elementos linguísticos e não-linguísticos que rodeiam uma unidade linguística. como um interlocutor. diferentemente do interlocutor. social. e o universo de discurso. O contexto extraverbal possibilita atribuir a interpretação apropriada aos enunciados que dela careceriam se fossem analisados apenas no plano da língua. pela sua enciclopédia. O ouvinte. é o conjunto de elementos da linearidade textual no qual se insere uma unidade linguística (palavra. que condiciona histórica. No início. as inferências e as conclusões. isto é. para além da sua competência linguística.). a gestão de movimentos discursivos empreendidos. possui um determinado conhecimento do mundo. convicções e posições sociais e ideológicas que marcam a sua atividade discursiva sob o ponto de vista pragmático. pode ser individual ou coletivo (o auditório de uma conferência. o conjunto de ouvintes de um texto da literatura oral. se se tratar de unidades linguísticas contíguas. da gramática. “Tu” é aquele a quem o “eu” se dirige. A literatura. Merece particular menção a dêixis textual. apontam para objetos. que demarca e organiza anafórica e cataforicamente o tempo e o espaço do próprio texto. entre os quais se podem instituir relações de solidariedade. pronomes e determinantes possessivos. futuro. referenciam de novo e variavelmente. semanticamente autossuficiente e sintaticamente independente. etc. entre os vários campos discursivos e às relações que um texto pode manter com um ou vários campos discursivos que se dá a designação de interdiscursividade. “Eu” é aquele que diz “eu” no momento em que o diz. o tempo e o espaço da enunciação. constituem universos de discurso. por ser uma identidade de âmbito e funcionamento transfrásicos. Universo de discurso Eugenio Coseriu define o universo de discurso como o sistema universal de significações a que pertence um discurso ou um enunciado e que determina a sua validade e o seu sentido. a mitologia. Enunciador Sendo a enunciação a atualização. no quadro do dialogismo discursivo da interlocução. tal como o texto. 79 . mas funciona sempre. ao apropriar-se do aparelho formal da língua. no momento em que fala. Dêixis Fenómeno de referenciação dependente e constitutiva de enunciação. que forma parte da cadeia de um texto. Os textos são o objeto da linguística”. O enunciador é portanto um sujeito linguístico. etc. Conjunto de discursos inseridos num ou em vários campos discursivos. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Interdiscurso / Interdiscursividade 1. formular definições relativamente estabilizadas: discurso é “o conjunto de usos linguísticos codificados ligado a um tipo de prática social”. “aqui” é o espaço em que o “eu” fala. Neste conjunto. Apesar de algumas flutuações e até divergências de entendimento. como ficou dito no capítulo anterior. o filosófico. isto é. Ao contrário dos signos com um conteúdo semântico-referencial estável e permanente. etc. das possibilidades e dos recursos da língua. o indivíduo que. os tempos verbais e ainda algumas preposições e locuções prepositivas. as ciências. na qual os enunciados se concatenam em conformidade com os critérios de coesão e de coerência textuais e com o princípio da progressão temática. Estes signos assinalam o sujeito enunciador. o literário. contemporâneo. advérbios com valor locativo e temporal.. como se demonstrou acima. há muitos pontos de acordo e de coincidência que nos permitem. em função da situação de enunciação. os deíticos. é uma sequência comunicativa de extensão variável. o conjunto das formações discursivas. e que. produz enunciados e textos dirigidos a um interlocutor denomina-se enunciador (por congruência terminológica. a sua perspetiva intelectual. –. há campos discursivos diferenciados – o político. A rede de referenciação instituída pelos deíticos tem como ponto primordial de cálculo o sujeito que fala. mas também relações de dissídio. “agora” é o momento em que o “eu” fala. Conjunto dos campos discursivos e das formações discursivas com os quais um texto ou um discurso concretos mantêm relações implícitas ou explícitas. de cada vez que são atualizados no discurso. etc. inscreve também no seu texto o outro. É importante sublinhar que tanto o discurso como o texto podem ser orais ou escritos. o sujeito a quem se dirige o ato enunciativo. que inscreve no discurso a sua subjetividade. É esta a coordenada enunciativa que gera todas as outras. que mantêm relações dialógicas uns com os outros. “ontem”. pronomes e determinantes demonstrativos. enquanto “temas” ou “mundos” de referência do falar. e produzida por um ou diversos enunciadores em prática social atestada. “hoje”. de conflito e de afrontamento mútuos. O discurso e o texto são o produto da concatenação coesiva e coerente de frases e de enunciados. o seu interlocutor denomina-se enunciatário). veremos seguidamente. “amanhã” são formas adverbiais que remetem para um tempo anterior. É às relações dialógicas. Têm portanto referenciação deítica: pronomes pessoais. de modo velado ou explícito. entidades e processos constitutivos do contexto situacional. o científico. de interinfluência. Discurso O discurso distingue-se. de cooperação e de interfluência. num contexto determinado de comunicação. a segunda pessoa do singular ou do plural. emocional e axiológica do mundo.) e alguns nomes (véspera). de cooperação ou de antagonismo.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Enunciado Produto de um ato de enunciação. única e irrepetível. simultâneo ou posterior ao tempo em que o “eu” fala. Numa sociedade e numa cultura determinadas. oral ou escrito. com uma determinada identidade psicossocial. em relação dialógica com outro(s) campo(s) discursivo(s). artigos. 2. existe um universo discursivo. Nenhum campo discursivo se caracteriza pela insularidade. texto é uma “sequência linguística autónoma (oral ou escrita). Os deíticos remetem verbalmente para referentes específicos do ato enunciativo. contribuem ainda para a referenciação exofórica de outros signos atualizados no discurso. com François Rastier. alguns adjetivos (atual. constituindo uma unidade empírica. tanto escrito como oral: a tese antes exposta. opondo a este dialogismo o monologismo do romance tradicional representado por uma obra como Guerra e Paz de Tolstoï. por exemplo. nos instrumentos de reprodução do discurso no discurso. 2. a informação pragmática possuída pelos interlocutores nunca é exatamente coincidente. são ambos responsáveis pela gestão da atividade discursiva. heterofonia e dialogismo. nos quais alterna normalmente com as sequências narrativas e com as descrições a cargo do narrador. trílogo para denominar o diálogo com três participantes e polílogo para designar o diálogo com múltiplos interlocutores. própria da atividade linguística normal. Encontramos estas marcas na organização de paradigmas pronominais. na sua organização interna. pelos interlocutores e pelos autores e leitores que intervêm na produção e na interpretação de atos discursivos e de textos. filosóficas. com orientações espirituais. conhecimento do contexto verbal de que são atores. nos conectores argumentativos.significa através de). pela finalidade de comunicação e. Etimologicamente. com finalidades filosóficas. sob formas diversas de realização. a existência de um ou outros sujeitos virtualmente destinatários. está representada. morais. de opiniões. Quanto mais alargada for essa área. Monólogo 1. O modelo por excelência do diálogo assim entendido é o chamado diálogo socrático de Platão. dirigido por um locutor a interlocutores reais. num determinado tempo e numa determinada comunidade social. quanto mais exígua e parcelar ela for. com quem se estabelece um diálogo in absentia. Dialogismo A atividade discursiva caracteriza-se basicamente por colocar em relação / ação dois sujeitos falantes que. Esta informação pragmática é constituída. toda a atividade discursiva institui. Discurso. O diálogo é uma unidade formal estruturante dos textos dramáticos – excluindo o monólogo dramático – e dos textos narrativos. por uma estrutura dialogal. Todo o ato de produção verbal é dirigido a um alocutário (real. tanto mais fluida e bem sucedida será a interação. 3. Por conseguinte. problemas de natureza diversa. diferentes. como os romances de Rabelais e de Dostoievski. pedagógicas ou outras. por outro lado. em geral longo. Mesmo no caso do monólogo. que não admite o princípio da alternância discursiva. sob a regulação de um autor textual ou de um narrador. mas circulação da palavra (o prefixo grego dia. Com efeito. na aceção semiótica do termo: conjunto dos conhecimentos e das crenças sobre o mundo. cujo papel é alternante. de crenças. as convenções sociais levam a considerar o monólogo produzido na vida quotidiana como uma manifestação de comportamento patológico. ou solilóquios. imaginário. Como em qualquer ato comunicativo. Modalidade discursiva. de topoi relacionados com o meio social e cultural em que se inserem (enciclopédia). Polifonia Termo. ideológicas. ou dirigido a um destinatário ausente ou fictício. Por isso. para designar e caracterizar a pluralidade e a diversidade de vozes que se fazem ouvir em certas classes de textos. . coletivo) e encerra uma solicitação de resposta / reação não necessariamente verbal nem imediata. 80 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA A interação discursiva pressupõe que os interlocutores partilhem. que debatem entre si. é sinónimo de conversação. desdobrando-se o sujeito da enunciação em destinatário. ao lado de outros termos como heteroglossia. por um lado. por significados proposicionais transmitidos pelos enunciados e. diálogo não significa interação verbal com dois interlocutores. políticas. por significados implícitos ou implicitados que só são apreensíveis e interpretáveis com recurso às máximas e às implicaturas conversacionais. produção verbal que se realiza na ausência de qualquer interlocutor. além de exigir o conhecimento de estratégias e regras atinentes às macroestruturas e às microestruturas textuais e dos fatores pragmáticos relativos ao contexto situacional. etc. que ocorrem representados em textos dramáticos. 2. individual. Nesta aceção. narrativos e líricos. nos mecanismos de modalização. a competência discursiva e textual. uma relação de diálogo. tanto mais difícil e até conflitual será a interação. como em qualquer outro ato enunciativo. Discurso dirigido pelo locutor a si próprio. que foi utilizado pelo pensador e teorizador literário Mikhaïl Bakhtine (1895-1975). sendo a sua área de interseção o fator que possibilita a interação discursiva. nos marcadores de forças ilocutórias. morais. um conjunto suficientemente alargado de informação pragmática: conhecimento do mundo. aparentando envolver a presença de apenas um sujeito falante. portanto. como a égloga e os poemas lírico-narrativos românticos. alguns autores utilizam os vocábulos dílogo para designar o diálogo com dois interlocutores. A interação dialógica que se manifesta no discurso não é um efeito contingente ou superveniente a um ato de efetiva produção enunciativa. estético-literárias. metaforicamente derivado do campo musical. alternando papéis de locutor e de interlocutor. que consiste no intercâmbio de informação realizado por um locutor e um interlocutor. para além do conhecimento da língua que utilizam. Ocorre também em textos líricos com uma dimensão narrativa relevante. Género literário e filosófico-literário que representa diversos interlocutores.. Informação Enciclopédia Não basta ter o domínio da gramática e do dicionário para produzir e interpretar textos. conhecimento mútuo dos interlocutores e conhecimento da situação de interlocução. pressupõe a existência da enciclopédia. A língua está marcada.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Diálogo 1. mas está inscrita no próprio sistema linguístico. Diferentemente dos casos dos monólogos. partilhado. sendo certo que determinadas ações – por exemplo. tanto no plano macroestrutural como no plano microestrutural. O enunciado constativo “Já é muito tarde” – o ato ilocutório secundário – pode ser dito e interpretado como um ato de fala indireto – o ato locutório primário – para pedir ou ordenar às crianças que se retirem para dormir. – só se realizam mediante a proferição de enunciados estipulados. por quem de direito. congratulações. b) atos diretivos. “Fecha a porta”. o qual orienta com clareza – muitas vezes sem qualquer margem de dúvida – a interpretação da força ilocutória do ato de fala. renunciar. Afigura-se mais adequada a terminologia por autores como François Récanati que distinguem o significado primário.). um ato ilocutório secundário. cuja finalidade consiste em levar o interlocutor a agir de acordo com o conteúdo proposicional do ato de fala (ordens. d) atos expressivos. seduzir. pedidos. isto é. casar. condolências. pela interpretação de normas pragmáticas codificadas cultural e socialmente. Ato ilocutório Ato que consiste em realizar. veicula. pela ordem de palavras. Ato perlocutório PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Ato de fala que.). nos quais o locutor. juramentos.). num determinado contexto. que tem merecido grande aceitação: a) atos assertivos. por inferência. condenações. morfológico. fazer algo com o enunciado produzido. etc. pedido. – que exprime a verdadeira intenção do locutor. sintático e semântico – e que transmite um conteúdo proposicional. A competência discursiva e a competência textual consistem no domínio dos saberes linguístico e retórico-pragmáticos que permitem configurar as estruturas discursivas e textuais. casamentos. através do qual o emissor realiza ou intenta realizar uma ação.). à luz de fatores contextuais. c) atos compromissivos. não explica os fenómenos da produção e da interpretação do discurso e do texto. Nestes casos. e) atos declarativos. de disposição e de elocução que possibilitam construir o discurso e o texto. persuadir. etc. exigir. pelo modo do verbo. ou pretender realizar.). uma promessa. etc. por dedução. Competência discursiva O conceito de competência linguística. o efeito pretendido pelo emissor (intimidar. e através deste. Há atos de fala diretos cuja força ilocutória não depende da presença de um verbo performativo. pela aplicação do princípio de cooperação de Grice. etc. nos quais o locutor exprime o seu estado psicológico em relação ao estado de coisas especificado no conteúdo proposicional (agradecimentos. etc. do qual deriva um significado secundário. pode ser interpretado como um ato de fala direto ou como um ato de fala indireto. conselho.. Ato de fala direto Os atos de fala diretos prototípicos são aqueles em que se empregam de modo explícito verbos performativos ou realizativos (pedir. etc. nomeações. modifica o estado de coisas do mundo ou cria um novo estado de coisas (batismos. PL12LP_F06 81 . descrições. na sua literalidade. demissões. sugestões. que pressupõe aquele e que caracteriza um ato de fala indireto. por sinais de pontuação. etc. porque se limita ao âmbito da frase e porque ignora os fatores comunicativos e retórico-pragmáticos. batizar. constatações. determinado objetivo (promessa. segundo a terminologia de John Searle. mediante a realização com êxito de um ato de fala. convites. etc. formulado por Chomsky. Ato locutório Produção de um enunciado formado de acordo com as regras gramaticais de uma determinada língua – nos planos fonético. porém. bem como as estratégias de invenção. realizando portanto o locutor o ato ilocutório designado pelo verbo performativo. ordenar. dependendo a sua interpretação de fatores contextuais e paralinguísticos. pela entoação. etc. veicula um ato ilocutório primário – um pedido. O filósofo norte-americano John Searle formulou a seguinte taxinomia dos atos ilocutórios. Ato de fala indireto Os atos de fala indiretos são aqueles em que um enunciado. explicações. nos quais o locutor compromete a sua responsabilidade sobre a existência de um estado de coisas e sobre a verdade da proposição enunciada (asserções. nos quais o locutor se obriga a adotar um determinado comportamento futuro (promessas. mas sim da utilização do modo indicativo ou do modo imperativo do verbo que exprime o propósito ilocutório.). etc. num quadro institucional adequado. agradecimento. desculpas. uma ameaça.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Ato de fala Produção de um enunciado num determinado contexto de interação comunicativa. em virtude da sua força ilocutória. etc. por advérbios.). por exemplo. por interjeições. em conformidade com a intenção do emissor e num quadro contextual apropriado. produz no(s) recetor(es). identificado com um enunciado literal. muitos enunciados podem ser interpretados como atos de fala diretos ou como atos de fala indiretos. ameaças. na sua estrutura gramatical. que é o significado literal de um enunciado.) mediante a produção de um enunciado cujo conteúdo proposicional está marcado pela força ilocutória expressa por verbos performativos. condenar ou absolver judicialmente. A escrita. como ficou dito. situados no mesmo contexto situacional. que proporcione o conhecimento dos recursos e das normas da língua. mas a comunicação oral quotidiana. paralinguísticos. A realização fónico-acústica ou vocal auditiva dos enunciados e dos textos determina que a comunicação oral seja de tipo próximo e instantâneo. mas que têm na origem um texto escrito ocultado. variado e cuidado do que o léxico do texto oral. em certos debates cuidadosamente preparados. Todavia. plástica e moderna uma língua escrita demasiado conservadora e rígida no seu léxico. representada pelo uso de numerosos elementos deíticos. filosóficos. isto é. a fim de produzir um discurso apropriado à sua intenção comunicativa e à consecução das finalidades pretendidas. pela utilização simultânea de importantes recursos supra segmentais. com orações incompletas. etc. jurídicos. como acontece nos discursos políticos e judiciários e nos sermões construídos em conformidade com as normas da retórica clássica. produz textos cuidadosamente planificados e elaborados – embora haja textos escritos debilmente elaborados e apressadamente produzidos e haja outros textos. da parataxe. A escrita. como quando se transcreve o registo gravado de uma conversa. por vezes de grande complexidade. o contexto situacional e o auditório ao qual se dirige. podendo alcançar um elevado grau de especialização (por exemplo. origina na produção dos enunciados e textos múltiplas e relevantes características distintivas. que possibilita uma comunicação diferida no tempo e no espaço e a elaboração de um pensamento fortemente descontextualizado. é de tipo próximo e instantâneo). Registo formal / informal Dimensão da variação da língua. na sua semântica e na sua pragmática. de um depoimento judicial. desde a ortografia à sintaxe. diagramas ou tábuas estatísticas. suscetíveis de um processo de reescrita. Um magnífico exemplo na literatura portuguesa desta vivificação da língua escrita literária pela língua oral encontra-se nas Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett. O discurso oral prototípico tem uma sintaxe pouco estruturada – com predomínio. a clareza. isto é. na sua sintaxe. O léxico do texto escrito é mais rico. cognitivos. sem interrupções nem correções (o que não significa que não tenham subjacente um longo processo de planeamento e amadurecimento) –. em geral. característica de muitos textos escritos de natureza científica e tecnológica. nos textos científicos.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Estratégia discursiva Conjunto de escolhas que realiza um emissor no quadro das regularidades e das constrições que lhe impõem a gramática da língua e os condicionalismos retórico-pragmáticos. etc.). Oralidade As línguas verbais podem ser realizadas através de dois modos que constituem a sua substância de expressão: a oralidade e a escrita. o aparelho fonador produz os enunciados que. com o emissor e o(s) recetor(es) in praesentia. avultam os elementos coesivos e as palavras de tipo linguístico gramatical dedicadas à planificação discursiva do texto. por uma dependência forte dos contextos extraverbais. natural e universal da realização da língua. A escrita pressupõe uma longa e complexa aprendizagem de processos linguísticos. As línguas verbais podem ser realizadas através de dois modos que constituem a sua substância da expressão: a oralidade e a escrita. – e. – ou a interação com esquemas. transmitidos pelo ar. apresenta uma formalidade mais débil e descuidada do que o texto escrito. como é sabido. Formalmente. com repetição de estruturas. cinésicos e proxémicos. socioculturais e pragmáticos. que lhe podem conferir uma grande força emocional e persuasiva. a coesão e a coerência. produzidos de um jato. as falas das personagens são a realização oral de textos escritos. o discurso oral pode apresentar-se formalmente bem planificado e estruturado. por um modelo acumulativo ou agregativo da organização da informação. podendo embora ser apenas a transcodificação de um texto oralmente realizado. No teatro.. em certas conferências não lidas. No modo oral. com elipses. No texto escrito predomina a hipotaxe. o discurso oral caracteriza-se pela parataxe. são percecionados auditivamente pelo(s) recetor(es). como o tipo de letra. de reformulação e correções sucessivas. a disposição iconográfica das palavras no espaço da página. por um vocabulário menos rico e apurado em relação ao discurso escrito e pelo emprego de marcadores discursivos tópicos e estereotipados que funcionam como bordões. à fonologia e à prosódia. muitas vezes de elevada complexidade retórico estilística (como nas tragédias de Racine). e possua uma duração efémera (os modernos meios tecnológicos de registo e reprodução do som e da imagem alteraram pontualmente esta problemática. etc. as fotografias. A escrita pode incorporar marcas peculiares da oralidade para obter determinados efeitos estilísticos e para tornar mais dúctil. abstrato e analítico. etc. espontânea e prototípica. passando pela gestão da 82 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Escrita . Esta longa e complexa aprendizagem tem na leitura como processo compreensivo e na leitura como processo criativo – na leitura de textos de diversa e plural tipologia – a sua trave mestra. dos registos adequados a cada tipo de texto e as propriedades elocutivas e discursivas fundamentais como a correção. A oralidade é o modo primário. a interação entre os elementos verbais e elementos pertencentes a outros códigos semióticos – o desenho. à sintaxe. etc. determinada pela situação de interlocução: diferentes tipos de contexto situacional requerem diferentes tipos de ativação linguística relativos ao léxico. as ilustrações. O texto escrito pode conter elementos importantes de natureza não-verbal. de acordo com os seus objetivos e de modo a assegurar a eficácia dos seus procedimentos. de implicaturas.CONHECIMENTO DA LÍNGUA pressuposição. o eufemismo. LEPL11LP_F07 83 . “homem”. injúrias ou acusações gratuitas. P. Outros procedimentos retórico-estilísticos contribuem para levar à prática o princípio de cortesia: os atos de fala indiretos.). dos princípios conversacionais. devendo para tal observar-se máximas como não interromper o interlocutor. com o menor custo possível. etc. têm a mesma distribuição da classe de palavras a que pertencem e contribuem de modo relevante para a coerência textual.1. organizando-os em blocos. sexo. “mais concretamente”. a interpretação que lhe parece mais adequada. Pertinência (princípio de) Este princípio. Grice. de reformuladores. que ligam um enunciado a outro enunciado ou uma sequência de enunciados a outra sequência. É o “a quem se vai dizer” que condiciona o “o quê / como se vai dizer”. logo. de qualquer modo. Morfologicamente. “na realidade”. concretiza-se nas estratégias discursivas adotadas pelos mesmos a fim de evitar ou reduzir os conflitos. formulado pelo filósofo da linguagem H. etc. contudo. no desenvolvimento dos argumentos e dos contra-argumentos. C. entre outros). “por exemplo”. das formas de tratamento. O recetor. mantendo e orientando o contacto do locutor com o interlocutor. conectores contrastivos ou contra-argumentativos: sem embargo. P. partindo da presunção de que o enunciado que lhe foi comunicado é pertinente e tendo em conta os fatores pragmático-contextuais.1 Princípios reguladores da interação discursiva Cooperação (princípio de) O princípio de cooperação. ganhou apreciável fortuna nos estudos de pragmática. o princípio da cooperação baseia-se nas seguintes máximas que os interlocutores deverão observar: a) máxima de quantidade (o discurso produzido deve conter a informação necessária). não obstante. de conectores (v. pois resulta do aprofundamento dos pressupostos e das consequências da máxima de relação elaborada por H. Fundado na racionalidade que deve caracterizar a interação convencional. correlacionado com o contexto situacional e o contexto sociocultural dos interlocutores. mas que deriva da interação entre um enunciado e um recetor dotado de uma determinada enciclopédia e inserido numa concreta situação comunicativa. em todo o caso. etc. “filtrando” os elementos não pertinentes e deixando por conseguinte de lado outras possíveis interpretações. As escolhas linguísticas efetuadas são determinadas pelo tipo de relação social e institucional existente entre interlocutores (matizadas por diferentes fatores: grau de instrução. etc. não manifestar falta de atenção. igualmente. todavia. A formulação deste princípio é claramente pós-griceana. Marcadores discursivos Unidades linguísticas invariáveis. do mesmo modo. Este princípio. nem o que carece de provas). na construção das inferências. sobretudo com a função de reforço argumentativo e de concretização (“de facto”. graças aos seus mecanismos cognitivos. “por último”.). idade. O princípio de pertinência orienta de modo similar um emissor na produção de enunciados. com alto grau de gramaticalização. também conhecido como princípio de relevância. evitar o silêncio ostensivo. de análise do discurso e de linguística textual das últimas décadas. operadores discursivos. Os marcadores discursivos podem subdividir-se em estruturadores da informação. tanto na sua realização oral como na sua realização escrita. ainda por cima. estabelecendo conexões entre os enunciados. “ou antes”.). “por outro lado”. Sperber e D. nem contribuem para o sentido proposicional do discurso. etc. introduzindo novos temas. Conectores discursivos São uma classe de marcadores discursivos. Grice no âmbito do seu princípio de cooperação. estabelecendo uma relação semântica e pragmática entre os membros da cadeia discursiva. Exemplos: Conectores aditivos ou sumativos: além disso. d) máxima de modo ou de modalidade (o discurso deve ser claro. conectores conclusivos e explicativos: por consequência. donde se segue. Wilson para explicar como se processa a interpretação dos enunciados num ato de comunicação: “Qualquer ato de comunicação ostensiva comunica a presunção da sua própria pertinência ótima”. que não desempenham uma função sintática no âmbito da frase. as ofensas ou as ameaças entre qualquer dos intervenientes na interação comunicativa verbal. são unidades linguísticas invariáveis. a lítote. etc. foi formulado por D. c) máxima de relação (o discurso deve ser pertinente ou relevante). A pertinência é uma propriedade que não existe intrinsecamente nos enunciados. breve e ordenado).). etc. a preterição..1. indicando o seu sentido argumentativo. b) máxima de qualidade (o discurso não deve afirmar o que o locutor crê ser falso. pertencem a heterogéneas categorias gramaticais – como interjeições. a perífrase. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Cortesia (princípio de) Princípio pragmático fortemente regulador da interação discursiva entre os interlocutores. etc. da modalização. portanto.) e marcadores conversacionais ou fáticos (“ouve”. etc.. “olha”. dos atos ilocutórios indiretos. sobretudo com a função de explicação e de retificação (“ou seja”. orientando o recetor na interpretação dos enunciados. sobretudo com a função de ordenação (“em primeiro lugar”. “dizendo melhor”. não proferir insultos. etc. mas que têm uma função relevante na produção dos atos pragmático-discursivos. “presta atenção”. escolhe. “por outras palavras”. advérbios ou conjunções –. de modo que. Discurso direto livre Tipo de discurso. o discurso indireto.. quero morrer aqui”. de tempo (grupos adverbiais. pode dificultar a leitura e a interpretação.2. assinalada com referência ao autor e/ou à obra aos quais pertencem e graficamente demarcada com aspas ou com um tipo de letra diferente. como se o seu próprio corpo. a forma exata do discurso original. o sujeito da frase de que depende o segmento do discurso reproduzido (e daí a mudança da primeira para a terceira pessoa nas citações indiretas dos enunciados produzidos por emissores diferentes do emissor-relator). Formas de tratamento Um recurso da língua. além de assinalada frequentemente por verbos dicendi. não se mantendo no discurso reproduzido a forma do discurso original. o sistema das coordenadas enunciativas. com vista a obviar obstáculos ou ruturas na comunicação-interação. em especial no discurso judiciário. se tivesse tinteiro e papel na cela”. contar.1. ajuntou ela. isto é. perguntou-lhe a menina se poderia escrever a seu pai. itálicos. uma função argumentativa ou contra-argumentativa. ao contrário do discurso direto. querendo. o centro deítico. Exemplo: “Quando a prelada lhe disse que podia deitar-se. Por isso. travessões. verbos introdutores ou indicadores tipográficos como aspas e travessões – a sua mediação. é marcada em geral por indicadores gráficos ou por operadores situacionais que delimitam e identificam os segmentos reproduzidos: aspas. A opção por uma forma de tratamento em detrimento de outra é determinada por um sentido de familiaridade/proximidade – distância psicossocial e quer o locutor. A citação pode ter uma função de argumento de autoridade. José Saramago) Modalidade de reprodução do discurso de um locutor no discurso do mesmo ou de outro locutor. característico do texto narrativo contemporâneo. a matilha da desesperação absoluta. aqui cheguei. afirmar. porém.. uma reprodução perfeitamente literal. pode inscrever-se numa poética de imitação ou ser uma das manifestações gerais da intertextualidade. A citação no discurso direto do discurso postulado como original não é. (Ensaio sobre a Cegueira. estivesse a ser sacudido por outros cães. C. embora também possa ocorrer em textos dramáticos e líricos. sem que o narrador assinale com marcas formais – etiquetas nominais. de rasura e silenciamento. Exemplo: “A mulher do médico desviou os olhos. como acontece nalguns textos narrativos contemporâneos.1. quer o interlocutor contam com a ativação de formas adequadas à situação interativa. a reprodução. entre outros. no qual as palavras ou os pensamentos de uma personagem são reproduzidos como que imersos no discurso do narrador tal como aquela os formulou. podendo afirmar-se que. Discurso direto Modalidade de reprodução ou de citação do discurso de um emissor no discurso do mesmo ou de outro emissor (emissor-relator. Mecanismos como este marcam o exercício verbal e situam-se no estudo que cruza as relações entre as ações discursivas. o discurso direto pode ser marcado pelo locutor-relator por efeitos de mimese fónica. sendo por isso impossível recuperar. é sempre o do emissor-relator. em termos de argumentação. posto que o senhor Albuquerque ordenasse que a sua filha não escrevesse: assim mesmo. uma finalidade didática. o que comporta efeitos relevantes. com a função discursiva de regular eficazmente a interação do locutor com o interlocutor. (Camilo Castelo Branco) Notas: O emissor-relator dispõe de uma considerável margem de liberdade na reformulação interpretativa dos enunciados relatados. que perseguem determinados objetivos socioco-municativos. e princípios conversacionais como o da cortesia e ainda um “código de boas maneiras” vigente numa sociedade. o discurso indireto se constitui como uma paráfrase do discurso original. isto é. A freira respondeu que no dia seguinte o faria.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Máximas conversacionais Veja-se Cooperação (princípio de). responder. justificação e prova. o vómito subiu-lhe irresistível das entranhas. sendo o discurso direto uma reprodução literal deste último. porque pode ser o produto de uma interpretação prévia por parte do emissor relator. a partir do discurso indireto. preposicionais e tempos e modos verbais) e de lugar (grupos adverbiais e preposicionais e determinados verbos) são idênticos no discurso citado e no discurso original. porque envolve sempre uma transferência de contexto – nesta perspetiva. O discurso direto mantém inalteradas as formas deíticas da produção discursiva postulada como original: os indicadores de pessoa (pronomes e morfologia flexional verbal de pessoa e número). por ex. emissor-narrador). em muitos casos. Reprodução do discurso no discurso Citação Reprodução de um texto ou de um fragmento de texto noutro texto. etc. duas vezes. ritualizados que estão estes procedimentos. por modulações tonais ou por elementos paralinguísticos como os gestos e as expressões faciais. uma natureza irónica ou paródica. Com efeito. que lho não proibiria. com as correlativas operações de seleção. de natureza formal. ainda vivo. A ausência destes indicadores gráficos. mas era tarde de mais. no discurso direto escrito. que significam a realização por um sujeito de um ato de comunicação verbal. parágrafos. três vezes. é enunciativamente homogéneo. a iteração da citação altera sempre o significado –. verbos como dizer. em estrito rigor. Na realização oral. 84 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Discurso indireto . quebra de ritmo narrativo. interjeições. locuções imprecisas. que o interlocutor reconhece a partir do significado de “marido de” (uma outra pressuposição possível é “o marido da Ana perdeu o emprego”). Relação lógica que. porque. há a indicação de que “A Ana é casada”. intensificadores. etc.3 Processos interpretativos inferenciais Pressuposição Processo inferencial atinente a toda a troca verbal que consiste na dedução. possibilidades de continuação textual. etc. PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA (ii) O enunciado “O Meneses comprou um BMW” implica o enunciado “O Meneses comprou um automóvel”. é um discurso livre de subordinação. a enunciação do emissor-relator funde-se com a enunciação do primeiro emissor. O conteúdo pressuposto é facilmente testado: mantém-se inalterado quando se procede à transformação da afirmativa numa construção negativa. Exemplos: (i) Os beirões são obstinados. Não é consensual a ideia de que o discurso indireto livre seja um fenómeno exclusivo do texto literário. de verbo de comunicação está implicada na caracterização e no funcionamento enunciativo do discurso indireto livre. ora. em segundo lugar. advérbios de dúvida. C.). coordenadas espácio-temporais daqui derivadas. Sendo uma forma difusa de citação. permite formular uma conclusão a partir das proposições contidas nas premissas (i). Assim. f. e daí que detetemos: a. constituem um critério formal e operacional capaz de descrever a ambiguidade. c. marcadores discursivos (bem. deslocação dos constituintes de frase. consideradas discriminadamente. b. como o discurso direto e indireto. Relação lógica nos termos da qual a afirmação (ou a negação) de um enunciado supõe necessariamente a afirmação (ou a negação) do que se afirma noutro enunciado antecedente ou subsequente. abrangendo todo o tipo de citação livre ou de simples importação para a enunciação relatora de marcas de registo da enunciação inicial. o Francisco é um genuíno beirão. Implicaturas conversacionais Termo introduzido pelo filósofo H. Implicação 1. de informação não explicitada. Notas: Estas características enunciativas e discursivas. o Francisco é obstinado. na maioria das vezes. fraseologia e expressões feitas. Neste modo de relato de discurso. da consideração da unidade textual em que se insere. sócio-lectais. as fronteiras entre a voz de um e a voz de outro são dificilmente delimitáveis. adjetivação valorativa. d. empatia. morfossintáticas e deíticas. efeito de presentificação. caracterização de personagem. Aceitar que ele é ativado também no discurso corrente ou oral convoca uma definição mais lata do que aquela que damos aqui. futuro do pretérito (da enunciação do emissor-relator) em contiguidade com o “aqui” e “agora”. e patenteando uma exploração criativa dos recursos da língua. ao contrário do que se verifica no discurso direto e no discurso indireto (pelo recurso a marcações gráficas. e presente. 2. nomes qualitativos. Também se utiliza o termo “pressuposição” para designar as condições que devem ser preenchidas para que o ato ilocutório seja eficazmente realizado. sarcasmo. intenções comunicativas do emissor-relator. ao contrário do discurso indireto. atitudes do emissor-relator (ironia. tomadas em simultaneidade. modalizadas. Grice para designar a informação obtida por inferência a partir do conteúdo do enunciado e do saber compartilhado pelos interlocutores. mediante um processo inferencial dedutivo. Esta informação implicitada pelo locutor e calculada interpretativamente pelo interlocutor é condicionada pela especificidade dos contextos em que emerge. b. P. sendo que a relação entre o que se explicita e o que se pressupõe é sempre de natureza semântico-pragmática. construção de frase e léxico atribuíveis ao enunciador primeiro: exclamações. pretérito perfeito e futuro (da enunciação do primeiro emissor). Integrá-lo no seio da literatura passa também por notar que o discurso indireto livre serve a transmissão de pensamentos de uma personagem (já não um sujeito de enunciação.1. mas. a hibridez e a dualidade constitutivas desta forma de relato de discurso. e em aproximação ao discurso direto. 85 .CONHECIMENTO DA LÍNGUA Discurso indireto livre A designação “discurso indireto livre” coloca este fenómeno discursivo em relação de classificação com o discurso direto e o discurso indireto: em primeiro lugar. não são exclusivas do discurso indireto livre. A interpretação do segmento que realiza o discurso indireto livre carece. graças à assunção de que o princípio de cooperação está a ser observado ao nível daquilo que o falante quer dizer. mas um sujeito de consciência) que não o emissor/narrador. Esta ausência dos constrangimentos sintáticos da subordinação e. sob pena de contradição (ii). dado que só pela ficção narrativa podemos ter acesso à consciência de uma terceira pessoa. traços idioletais. O emissor não pode afirmar num enunciado o que nega no outro. interrogativa ou condicional. ativação do imperfeito.1. porque é geralmente assumido como forma de relato de discurso. etc. por exemplo). subjacente ao enunciado “O marido da Ana está desempregado”. pois). e. a partir do enunciado. essa exigência é mais notória: o sentido da frase ou do período que atualiza o discurso indireto livre determina e é determinado por: a. mais-que-perfeito. c. ativação da terceira pessoa gramatical (da enunciação do emissor-relator) na referenciação de estados de coisas perspetivados por uma primeira e segunda pessoa (da enunciação reportada). variáveis conforme as convenções dos diversos tipos ou géneros textuais. Macroestruturas textuais Representações globais que configuram. os seus condicionalismos de ordem pragmática e a sua intencionalidade comunicativa. com um princípio e um fim bem delimitados. os conectores interfrásicos (coesão interfrásica) e a ordenação correlativa dos tempos verbais. Correferência não anafórica Relação existente entre unidades linguísticas de um enunciado (grupos nominais. A produção e a interpretação de textos – de textos genológica ou tipologicamente diversos – constituem a realização plena das virtualidades das línguas e são o Thesaurus por excelência do conhecimento humano em todos os domínios. indissociável da disposição (dispositio). textos musicais. porque se situa à direita na linearidade textual. Coesão textual Termo que designa os mecanismos linguísticos que na linearidade do texto instituem a continuidade do sentido entre os diversos elementos da estrutura de superfície textual. A unidade semântica do texto é assim assegurada por uma organização formal que permite articular e interligar sequencialmente diversos componentes. As macroestruturas textuais são construídas nas operações que a retórica denomina invenção (inventio) e disposição (dispositio). legítima predecessora das atuais análise do discurso e linguística textual. a nível semântico e cognitivo. portadores de funções e de valores sintáticos. São as proposições constitutivas das macroestruturas textuais que possibilitam o resumo do texto e que alicerçam a coerência global deste último. produzido por um ou por vários autores. o sentido de um texto. correlativamente. Numa perspetiva semiótica. O termo “texto” apresenta nestas expressões uma translação de sentido perfeitamente justificada por analogia com a textualidade verbalmente realizada. pronominal. estilísticos e pragmáticos que asseguram e orientam a coerência textual de âmbito tópico ou de curto raio de ação. Na linearidade textual. de entre os quais se destacam as cadeias de referência. no âmbito de uma determinada memória textual e de um determinado sistema semiótico. A elocução (elocutio). semânticos. estudando a sua génese. não sendo indispensável que entre as unidades linguísticas correferenciais exista uma relação 86 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Catáfora . e cuja concretização ou atualização de sentido é realizada por um leitor / intérprete ou por um ouvinte / intérprete. verbal e adverbial. ao passo que a anáfora é levogira. A primeira disciplina a ocupar-se da análise da produção dos textos – e. existem textos pictóricos. a intertextualidade e a polifonia são as principais propriedades configuradoras da textualidade. A coesão. preposicionais ou adverbiais) que remetem para um referente idêntico. A anáfora pode ser nominal. a metatextualidade. a coerência. Anáfora Expressão linguística (termo anafórico) cuja interpretação depende da relação de correferência ou da relação sinedóquica ou meronímica que mantém com outra expressão (o antecedente) que figura anteriormente na linearidade do texto. conjunto de sequências linguísticas que precedem (cotexto anterior) ou que se seguem (cotexto posterior) a um enunciado. da informação sobre o contexto situacional e da enciclopédia partilhada pelo emissor e pelo recetor. expressão colocada ulteriormente em relação a uma expressão anterior de que é correferencial ou da qual desenvolve ou especifica o significado (por isso alguns linguistas afirmam que a catáfora é dextrogira. em conformidade. isto é. indissociáveis processualmente. isto é. Cotexto Na linearidade textual. têm uma relação importante com a organização formal do texto. orais ou escritos. textos fílmicos. primordialmente de ordem semântico-cognitiva. a sua organização ou construção. e por isso as macroestruturas. a relação tipológica. A relação entre o termo anafórico e o antecedente é uma relação textual cuja interpretação necessita da memória discursiva. em tensão criadora ou em rutura com as regras e as convenções desse sistema. à filosofia e à ciência. desde a poesia e a religião até ao direito. Esses mecanismos compreendem processos léxico-gramaticais.1. de extensão variável – um texto pode ser constituído por um único e curto enunciado ou por um número elevadíssimo de enunciados –. as reiterações e substituições lexicais (coesão lexical). retóricos. foi a retórica.2 TEXTO Texto / Textualidade O texto é prototipicamente uma sequência autónoma de enunciados. porque se situa à esquerda na mesma linearidade).CONHECIMENTO DA LÍNGUA C. com as suas grandes partes ou secções. Microestruturas textuais Conjunto dos elementos verbais que constituem a linearidade dos enunciados de um texto. etc. que proporcionam a um ouvinte ou a um leitor a informação temática essencial de um texto. a progressão temática. é a operação retórica de que depende a produção das microestruturas textuais. proporcionando elementos relevantes para a sua interpretação –. o sentido pertence ao plano do discurso. subdivisão do rema. entre os dois termos: o significado pertence à língua (langue). O rema é o enunciado ou o segmento do enunciado em que se predica o tema e que normalmente introduzem no texto informação nova. com base na qual o leitor leva a cabo. sempre indissociável das estruturas textuais. a sua memória literária e cultural e a sua visão hermenêutica. mas alguns autores alargam o conceito ao plano da expressão. ao sistema linguístico. Exemplos: A continuidade de sentido que caracteriza a coerência textual – a nível das macroestruturas e das microestruturas textuais. Esta operação consiste em selecionar. núcleos temáticos. a liberdade interpretativa do recetorreceptor / leitor é limitada e mesmo exígua. Sentido Alguns linguistas utilizam os termos significado e sentido como sinónimos. que se afigura pertinente e que aqui se adota. um ato de refiguração –. A interrupção de uma rede isotópica. desde o início. / Quem eu chamo já não vem. relações de intertextualidade. / E frio” (Manuel Alegre). na enciclopédia dos interlocutores e no contexto extralinguístico do(s) enunciado(s). mas com uma diferença relevante: esta última é exclusivamente de âmbito intratextual e não depende da capacidade e das estratégias interpretativas do leitor / recetor. isotopias e mecanismos sintáticos – e a capacidade interpretativa do recetor / leitor. 87 . porém. de modo que o texto não seja uma série de enunciados justapostos ou sucessivos que possam ser interpretados separada e avulsamente. no âmbito das relações entre a totalidade e as partes do texto – constrói-se de modo diverso conforme os géneros e os tipos de textos: nos textos científicos. ou seja.CONHECIMENTO DA LÍNGUA anafórica stricto sensu. tipos de texto. nos textos religiosos e sobretudo nos textos literários a liberdade interpretativa do recetor / leitor. / Tanto quarto vazio / tanta sala sem ninguém. mediante as relações instituídas entre o tema e o rema (tema constante e novas informações remáticas. designa-se alotopia. graças à criatividade. que tem de cooperar na construção da coerência do texto com a sua competência linguística. Coerência textual A coerência textual é um fenómeno que resulta da interação entre fatores macroestruturais e microestruturais existentes no texto. Tema / Rema Em termos simples. auxiliado por outros organizadores textuais. introduzindo no discurso ou no texto a heterogeneidade semântica. Exemplo: Exemplo de isotopia: “Na velha casa passou um rio / passou a cheia. nos textos jurídicos. a compreensão e a interpretação do enunciado e do texto parafraseados ou a sua recriação e imitação criativa. Isotopia Iteração ou recorrência. diretivos. o tempo um arrepio. uma equivalência semântica e formal. É estreita a interligação entre a coerência textual e a coesão textual. na medida do possível. a operação chamada tematização do texto. Progressão temática Denomina-se progressão temática a introdução de informação nova que ocorre constantemente no discurso e no texto. nos textos argumentativos. a sua enciclopédia. num enunciado ou num texto. Fala-se de pluri-isotopia quando. nas palavras de Ricœur. de palavras que formam uma rede de sentido que contribui para a coerência textual e para a legibilidade e a interpretação do texto. mas uma totalidade coesiva e coerente em que cada parte contribui para a unidade do sentido global. Configuração O ato de configuração do texto é um ato realizado tanto pela instância produtora e estruturadora do texto como pela instância da leitura e da interpretação – que realiza. conservando. a informação fornecida como ponto de partida por um enunciado ou uma curta sequência de enunciados. mas congloba os fatores pragmáticos que condicionam e orientam o uso da língua. Os objetivos da paráfrase são a explicação. Paráfrase PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Enunciado ou texto que reformulam e reescrevem outro enunciado ou outro texto. A isotopia é um fenómeno semântico que se inscreve no plano do conteúdo. do enunciado e do texto e portanto pressupõe necessariamente o significado. salto temático). técnicos. nos textos políticos. o campo semântico pertinente à interpretação do texto. A existência de uma relação coreferencial entre duas unidades discursivas funda-se em bases pragmáticas. estabelecem uma distinção. é mais alargada e mais produtiva. Outros linguistas. campos lexicais e semânticos. didáticos e similares. conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente. ao trabalho oficinal e à intencionalidade do autor – fatores que envolvem modelos genológicos. o tema é aquilo de que se fala. na cadeia sintagmática do enunciado ou do texto. ocorrem sequências isotópicas que originam múltiplos sentidos e que possibilitam portanto interpretações plurais. e conhece-se mediante o dicionário e a gramática da língua. CONHECIMENTO DA LÍNGUA Digressão Parte do discurso ou do texto que constitui um afastamento e uma interrupção temporários do fio temático, das sequências argumentativas, descritivas, narrativas, etc., que vinham a desenvolver-se. A digressão pode ter uma função retórica relevante, quando capta a atenção e a benevolência dos ouvintes e leitores; pode contribuir para esclarecer um argumento; pode documentar e tornar mais verosímil um evento narrado; pode dar ensejo ao autor ou ao narrador para expor e comentar a sua visão do mundo e a sua ideologia; pode ser uma manifestação de liberdade imaginativa, de engenhosidade dialética, de espírito crítico e de ironia (como nas Viagens na Minha Terra, de Garrett). Quando a digressão é muito extensa ou não se articula adequadamente com a matéria do discurso ou do texto, prejudica a coerência textual e desvia a atenção dos interlocutores e leitores. Plurissignificação Termo que designa a pluralidade de sentidos que um texto, em especial o texto literário, pode proporcionar, não só produzida pelos elementos semânticos, formais e pragmáticos imanentes à própria textualidade – os mecanismos retóricos, em especial os tropológicos, desempenham neste domínio uma função nuclear – mas também gerada pelas estratégias heurísticas e hermenêuticas dos leitores (ler um texto à luz da fenomenologia de Bachelard conduz a significados diferentes de uma leitura orientada pela psicanálise freudiana ou pela poética da desconstrução). Intertexto /Intertextualidade 1. Texto ou conjunto de textos com os quais, quer na sua produção, quer na sua interpretação, um texto concreto mantém relações de ordem retórico-estilística e de ordem semântica. 2. Conjunto das relações que um texto concreto contrai, desde a esfera da sua produção até à esfera da sua leitura e da sua interpretação, com outro(s) texto(s). Nenhum texto é uma entidade fechada sobre si própria e dependente apenas da atualização de um sistema linguístico. A transtextualidade, isto é, a abertura a outros textos, a interação e o diálogo com outros textos, é uma dimensão constitutiva de todo o texto, seja ele literário ou não, embora a intertextualidade desempenhe na produção e na interpretação do texto literário uma função particularmente relevante, visto que a memória dos textos é fundamental na cultura literária (lembremos que as Musas, mitos tutelares da poesia e de outras artes, são filhas de Mnemósina, a deusa da memória). A intertextualidade, que relaciona um hipertexto com um ou diversos hipotextos, pode assumir várias modalidades, desde a alusão e a citação até à imitação criativa, à paráfrase, à paródia e ao plágio. O hipotexto de um texto literário pode ser um texto, na aceção semiótica do termo, não literário, nem sequer verbal (por ex., um texto pictórico, um texto musical). Nestes casos, ocorre a manifestação de uma intertextualidade interartística. Hipertexto 1. Termo que designa, nas teorias da intertextualidade, um texto que é produzido a partir de outros textos e sobre outros textos, designados hipotextos ou subtextos. 2. No âmbito das contemporâneas tecnologias da informação e da comunicação, o termo designa um corpus textual com suporte eletrónico, não linear, mas sim multilinear, cuja sequencialidade é variável ao longo da leitura conforme os enlaces (links) que o leitor pode ativar e que dão acesso a múltiplos blocos textuais constitutivos desse corpus. Metatexto 1. Texto que tem como objeto de reflexão, de análise e por vezes de reescrita, outro texto, denominado prototexto, com a finalidade de elaborar um ensaio hermenêutico, um comentário, uma apreciação crítica, uma tradução, uma paródia, etc. 2. O metatexto é um texto, algumas vezes literário, que, com objetivos teóricos, normativos e didáticos, expõe uma doutrina estético-literária e retórica – por ex., a Arte Poética de Horácio – ou que, de modo indireto e metafórico, reflete sobre os princípios, os ideais e os valores da literatura e da poesia e sobre os processos da respetiva escrita. Os textos, para além das propriedades fundamentais da textualidade, apresentam estruturas verbais peculiares, semânticas e formais, e marcas pragmáticas que possibilitam a sua classificação em tipos ou géneros. As características dos tipos ou géneros constituem indicadores importantes para a produção e para a interpretação dos textos. A retórica clássica distinguiu três géneros de discursos: a. o género deliberativo ou político, que compreende os discursos proferidos perante a assembleia que representa uma comunidade política e que têm como objetivo conduzir a uma deliberação quanto aos problemas políticos em debate; b. o género judicial ou forense, que compreende os discursos proferidos no tribunal, onde se julga alguém por atos cometidos, havendo um orador que acusa e outro que defende o réu, procurando um e outro, com a sua argumentação, persuadirem o juiz a tomar uma decisão que seja justa; c. o género epidíctico ou demonstrativo, que compreende os discursos de encómio ou de acusação relativamente a alguém ou a algo. No plano literário, a poética clássica, desde Platão a Aristóteles, estabeleceu os fundamentos semânticos (mundo representado), enunciativos, estilístico-formais e pragmáticos para construir a famosa tripartição de géneros que ainda hoje perdura na sua essencialidade, com as alterações e as inovações resultantes da evolução histórica da própria literatura: o género lírico, o 88 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Tipologia textual CONHECIMENTO DA LÍNGUA género épico ou narrativo e o género dramático. Cada um destes géneros compreende diversos subgéneros, resultantes nalguns casos da sua mescla ou do seu hibridismo. Na época contemporânea, foi acrescentado aos três géneros tradicionais um quarto género – o género didático-ensaístico –, no qual cabem subgéneros como o diálogo de ideias, o ensaio propriamente dito, o livro de viagens, o sermão, a biografia, as memórias, etc. Nas últimas décadas, análise do discurso e a linguística textual têm proposto diversas classificações dos tipos de textos, com base em critérios de vária ordem. Um princípio fundamental subjacente a estas classificações tipológicas é o de que “um género é o que liga um texto a um discurso”, ou seja, a afirmação de que um texto, sempre singular, está ligado pelo género a uma família de textos. Uma classificação tipológica suficientemente compreensiva é a seguinte: a. textos conversacionais, que abarcam a conversa usual, a entrevista, a tertúlia, etc., com funções lúdicas, de intercâmbio de ideias, de comentário de acontecimentos, de agradecimento, etc.; b. textos narrativos, nos quais se relata um evento ou uma cadeia de eventos, com predominância de verbos que indicam ações e de tempos verbais como o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito e com abundância de advérbios com valor temporal ou locativo; c. textos descritivos, nos quais se informa como é alguém ou algum estado de coisas, com sequências predominantemente construídas com o verbo ser e outros verbos caracterizadores de propriedades, de qualidades e de aspetos de seres e de coisas, com os tempos verbais dominantes do presente e do pretérito imperfeito, com abundância de adjetivos qualificativos e de advérbios com valor locativo; d. textos expositivos, nos quais o referente é a análise ou síntese de ideias, conceitos e teorias, com uma estrutura verbal em que figuram predominantemente o verbo ser com um predicativo do sujeito nominal ou o verbo ter com complemento direto, e apresentando como tempo peculiar o presente; e. textos argumentativos, que têm como funções persuadir, refutar, comprovar, debater uma causa, etc., estabelecendo relações entre factos, hipóteses, provas e refutações, com abundância de marcadores e conectores discursivos que articulam com rigor as partes do texto, e apresentando como tempo dominante o presente; f. textos instrucionais ou diretivos, que têm como função ensinar ou indicar como fazer algo, enumerando e caracterizando as sucessivas operações, tendo como estrutura verbal dominante o imperativo; g. textos preditivos, que têm como função informar sobre o futuro, antecipando ou prevendo eventos que irão ou poderão acontecer, tendo como estrutura verbal dominante o futuro; h. textos literários, com uma semântica fundada na representação de mundos imaginários, com a utilização estética, retórica e não raro lúdica dos recursos da linguagem verbal, e com uma pragmática específica. Cada tipo de texto pode configurar-se prototipicamente, no sentido do termo protótipo na linguística cognitiva – isto é, o exemplar mais característico, o modelo idealizado, de uma categoria –, ou pode apresentar uma prototipicidade atenuada ou difusa, sobretudo através da sua combinação ou mescla com outros tipos. Jean-Michel Adam, um linguista que se tem ocupado detidamente dos problemas da tipologia textual, defende que um texto é uma entidade demasiado complexa e heterogénea para se poder afirmar que pertence prototipicamente, na sua totalidade, a um tipo, devendo antes a análise tipológica processar-se a um nível menos elevado, através da identificação, delimitação e caracterização das sequências textuais prototipicamente narrativas, descritivas, argumentativas, etc., que permitem classificar, quando dominantes, um texto como narrativo, descritivo, argumentativo, etc. Este enquadramento flexibiliza a classificação tipológica dos textos e permite uma análise mais compreensiva e matizada das suas componentes tipológicas constitutivas. Sequência textual No quadro teórico da linguística textual elaborado por Jean-Michel Adam, unidade textual relativamente autónoma e dotada de uma organização interna própria, tanto de ordem semântica como formal, hierarquicamente situada entre o nível inferior dos períodos e o nível superior e englobante do texto. Estas unidades de textualização podem ser narrativas, descritivas, argumentativas, explicativas e dialogais. Autor PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Termo que designa o produtor de um texto, oral ou escrito, literário ou não literário. O autor é geralmente um indivíduo singular, mas há casos em que a instância autoral é dual e até mesmo plural. Há textos de autor anónimo – a anonímia é frequente na literatura oral e na literatura popular, bem como na literatura sujeita a regimes de censura severa –, há textos de autores que se ocultam sob pseudónimos – nomes falsos, inventados por razões de vária ordem –, há textos de autores que se abrigam sob criptónimos – nomes disfarçados, construídos com elementos gráficos do nome verdadeiro – e há textos de autores heterónimos, isto é, como no caso de Fernando Pessoa, autores que se denominam com nomes diferentes do nome verdadeiro, aos quais correspondem máscaras (personae) poéticas múltiplas, com biografias próprias e com conceções estético-literárias e com estilos distintos. Exemplos: O autor, singular, dual ou plural, tem uma existência real, num tempo, numa sociedade, numa altura e num lugar determinados. É o chamado autor real ou empírico, que existe fora do texto. Mas o autor tem também uma existência no âmbito do texto, é também uma instância intratextual, que só é possível conhecer através do texto. É o chamado autor textual ou autor implícito ou implicado. Entre o autor real e o autor textual podem existir relações de similitude ou de dissemelhança – a voz da persona poética das cantigas de amigo é uma voz feminina, mas o autor real é um homem –, se bem que entre os dois existam sempre, manifestas ou rasuradas, relações de implicação. Leitor Pessoa existente na realidade, historicamente determinada, que lê um texto e que constitui uma das suas instâncias interpretativas. Este é o leitor real ou leitor empírico, que é uma entidade extratextual. O leitor pode existir, porém, no próprio texto, 89 CONHECIMENTO DA LÍNGUA ter uma existência intratextual, como o leitor – ou a leitora – ao qual se dirigem e com o qual dialogam o autor e o narrador. O leitor implícito, na estética da receção, é uma função existente no próprio texto, que orienta no processo de leitura e de interpretação o leitor real. O leitor modelo é o leitor que o próprio texto, nas suas estratégias discursivas e na sua intencionalidade, prevê e convoca como o interlocutor adequado para cooperar na construção do sentido textual, atualizando as potencionalidades inscritas no próprio texto. O leitor ideal é o leitor com uma enciclopédia e dotado de um conjunto de competências de leitura e de interpretação que o autor elege como o destinatário apropriado e exemplar do seu texto. Plano do texto Sendo o texto uma sequência ordenada e hierarquizada de enunciados, é necessário construir e organizar as suas macroestruturas semânticas e formais e, correlativamente, as suas microestruturas semânticas e estilístico-formais, em conformidade com uma determinada intenção informativa, comunicativa e poiético-representativa e em conformidade com um certo número de códigos, de regras, de convenções e de estratégias discursivas que, na sua globalidade, contribuem para configurar o plano do texto. Em primeiro lugar, é indispensável ter ideias bem definidas sobre o conteúdo, sobre as macroestruturas semânticas do texto, de acordo com a operação retórica da inventio, que legitimamente abarca, na sua articulação contemporânea com a poética, a imaginação criadora. Depois, é necessário saber como organizar e distribuir as macroestruturas textuais. A disposição (dispositio) é a operação retórica que se ocupa desta matéria em relação aos três géneros analisados e regulados por aquela arte – o género deliberativo, o género judicial e o género epidíctico –, mas, para além da legítima aplicação de preceitos da dispositio a outros géneros textuais, a poética, a estilística, a linguística do texto e a análise do discurso estenderam a outros géneros e tipos de produção discursiva o exame dos planos textuais formulados pela retórica. Todo o texto se integra num tipo ou num género textuais – relatório, crónica, notícia, artigo científico, discurso político, conto, poema épico, tragédia, etc. – e cada género possui as suas regras e convenções próprias sobre a composição e a distribuição das macroestruturas textuais, prestando-se especial atenção ao início e ao final dos textos – duas áreas fundamentais da topografia textual. Um aspeto importante da organização das macroestruturas textuais tem a ver com a distribuição criteriosa e hábil da informação já conhecida e da informação nova (aspeto crucial, por ex., no discurso judiciário e no romance policial). Finalmente, é imprescindível saber como proceder à textualização stricto sensu, como construir as microestruturas semânticas e estilístico-formais do texto, de acordo com os ensinamentos da elocutio. É preciso saber escolher o registo adequado e o léxico apropriado à matéria (res) tratada e aos destinatários do texto e é necessário observar os seguintes princípios: correção, que se funda na regularidade gramatical dos enunciados, desde o plano da ortografia ao plano da sintaxe; clareza, que deriva da propriedade semântica e da colocação lógica das palavras utilizadas; elegância, que resulta do uso criterioso dos recursos retórico-estilísticos. Pacto de leitura O pacto (ou contrato) de leitura é um acordo prévio ao ato de leitura que se estabelece entre o autor, o texto e o leitor e que orienta este último no percurso da sua viagem textual, criando-lhe determinadas expectativas e levando-o a aceitar determinadas convenções. O pacto de leitura pode fundar-se em propostas explícitas ou em sinais indiretos, em sugestões e solicitações implícitas que o leitor deve saber interpretar. O paratexto é fundamental para a construção do pacto de leitura. Igualmente relevante é a pertença de um texto a um determinado género ou tipo, com as suas convenções e as suas estratégias discursivas peculiares. Fragmento 1. Parte de um texto inacabado ou inconcluso, por vicissitudes da sua transmissão manuscrita ou impressa, pela morte do autor ou por abandono do seu projeto de escrita. 2. Desde o Romantismo alemão, o fragmento é um tipo específico de texto que, por motivos de ordem filosófica e estética, recusa a totalidade e a coerência global de um texto perfeito, no sentido etimológico do termo, isto é, acabado, concluso, e que no fragmentarismo espelha a finitude, a incompletude e o sentimento de dissipação ontológica do próprio homem e da vida humana, como se a escrita fragmentarística espelhasse a pulverização do sujeito da enunciação e o caos do mundo. Estilo Ritmo O ritmo, no texto oral ou escrito, é um movimento recorrente que resulta da duração recíproca e da disposição das unidades textuais, da sucessão ordenada dos elementos prosódicos, como a entoação, os acentos, as pausas, a melodia dos significantes e das sequências fónicas, etc. O ritmo está estreitamente ligado à materialidade dos elementos textuais, mas a sua matriz profunda é de ordem semântico-pragmática e é por isso que o ritmo de um texto elegíaco, por exemplo, é muito diferente do ritmo de um texto épico ou de um texto satírico. 90 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Conjunto dos traços formais, dos recursos expressivos, que caracteriza um texto ou a escrita de um autor, na totalidade ou em diversas fases da sua obra. Conjunto dos traços formais, dos recursos expressivos, que caracteriza um corpus textual configurado genologicamente ou representativo de um movimento ou de um período literários. porque são indicadores das relações de intertextualidade com a obra citada. – e de natureza sintática – a anáfora. bibliografia.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Exórdio O exórdio (ou proémio) é a parte inicial de um discurso ou de um texto e tem como funções dar a conhecer ao recetor a matéria que vai ser tratada. a antítese. infrapaginais e finais. Há figuras de dicção. As epígrafes são importantes para a interpretação do texto. semântica e estético-literária que orientam e regulam de modo relevante a leitura: nome do autor. e sobretudo atrair a atenção e obter a benevolência do auditório (termo que abarca tanto os ouvintes como os leitores). a explicação. que dizem respeito sobretudo à elocução. nas suas dimensões imaginativa e criativa – por ex. existem figuras de pensamento. em geral pospostos ao nome do autor. o hipérbato. Os Lusíadas de Luís de Camões. escritos preambulares e posfácio. epígrafes. expor e debater problemas estético-literários relacionados com o texto. sobretudo. pela sua competência crítica e pela sua autoridade no campo literário e/ou no campo académico – tem sobretudo como função a análise. a sua intenção e os seus objetivos. a enumeração. etc. algumas vezes de modo polémico. do editor e eventualmente da coleção. colocada no exergo do texto ou a encimar os seus capítulos ou unidades constituintes equivalentes. índices. mas que em certas épocas figuram antepostos (por ex. com funções semelhantes às do prefácio. como se lê na primeira edição do poema). despertar o interesse e a simpatia dos leitores. de modo a obter a simpatia do auditório e de quem deve tomar a deliberação. in verbis coniunctis. dedicatória(s). etc. isto é. etc. 91 . na linearidade do texto. de natureza fonológica e morfológica – a aliteração por ex. podendo ser escrito pelo autor do texto ou por alguém convidado pelo autor ou pelo editor. pelo diretor de uma coleção. a interpretação do texto. da autoria do autor do texto ou de outros autores. ilustrações. política ou judicial. desenho da capa.. que se correlacionam sobretudo com a invenção (inventio) e que dizem respeito à semântica de um enunciado. parte final de um discurso.1. mas pode conter elementos importantes da responsabilidade do editor.1 Figuras de retórica e tropos PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Figura Dispositivo retórico que opera. A epígrafe é em geral retirada de um autor e de uma obra célebres e modelares e faz parte do paratexto. para além do sentido literal e muitas vezes contra o sentido literal. prefácio. Epílogo Na retórica. Por extensão. O prefácio escrito por alguém que não o autor – alguém que é solicitado para escrever tal paratexto pelo seu conhecimento da obra e do autor. porque estabelece liminarmente o contacto com o leitor. a hipérbole. em que o autor recapitula os factos e os argumentos e. em palavras reunidas em frases. se esforça por influir nos afetos e nas emoções. enunciados com significados novos que funcionam como ornatos e como meios de expressividade estilística e densificação semântica. e no plano da interpretação. estabelecendo assim um nexo com a narração (narratio). etc. fornecendo informações de natureza pragmática. a apóstrofe. C.3. o termo designa a parte final de um texto literário. notas marginais. Título Palavra ou grupo de palavras que identificam um texto manuscrito ou impresso. podendo configurar-se como um ensaio ou um estudo altamente especializados.. sobretudo do género narrativo e do género dramático. o oxímoro. em particular de um texto literário. Por outro lado. Paratexto Conjunto dos elementos verbais e gráficos que enquadram o texto propriamente dito e que o apresentam ao leitor e ao público em geral como livro. podendo ou não ser escrito pelo autor.1. título e subtítulo. porque é o primeiro organizador textual a contribuir para a tematização do texto.3 INSTRUMENTOS E OPERAÇÕES DA RETÓRICA C. Posfácio Elemento do paratexto que figura numa obra após o fim do texto. o comentário. O paratexto é sobretudo da responsabilidade do autor. também chamada peroração. que gera. Prefácio Elemento do paratexto que figura numa obra antes do início do texto. isto é. O título tem importância no plano da comunicação. O prefácio escrito pelo próprio autor pode desempenhar múltiplas funções paratextuais: narrar e comentar a génese do texto. informações expostas nas badanas e na contracapa do livro. com a exposição dos acontecimentos. Epígrafe Citação de um excerto textual. Assim. Aliteração Repetição da mesma consoante. etc.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Tropo Figura de significação que se distingue das figuras retóricas de dicção e das figuras retóricas de pensamento. Antítese Figura retórica de pensamento pela qual se exprime uma oposição de natu-reza lógico-semântica com base lexical e/ou sintática. os tropos são mecanismos textuais que iluminam de modo novo o real. como processo de sublinhar e intensificar a expressão de um sentimento ou de uma ideia. A aliteração contribui poderosamente para a musicalidade e para o ritmo do verso e da prosa. ou não se pode. sob este ponto de vista. a emocionalidade e a vida interior das personagens. através da análise do contexto e fazendo apelo à sua enciclopédia e à sua memória literária e cultural. que são indissociáveis na interpretação. alegoria significa dizer uma coisa por outra. / o tempo a tempestade em grã bonança” (Camões). o experimentar desenganar-se (…)” (Alexandre Herculano). Exemplos: “Sabeis o que é esse despertar de poeta? // É o ter entrado na existência com um coração que trasborda de amor sincero e puro (…). através de uma seleção operada no eixo paradigmático da língua. “o cartaginês” designa “Aníbal”. A alegoria apresenta um significado literal e um significado figurado. Anáfora Figura retórica que consiste na repetição da mesma ou das mesmas palavras ou de expressões análogas no início de frases sucessivas ou de membros de uma frase. isto é. a metonímia e a sinédoque. política. Exemplo: “Soidões lacustres… / Lemes e mastros… / E os alabastros / dos balaústres” (Camilo Pessanha). em utilizar um nome comum para designar um nome próprio. / e o mais ledo prazer em choro triste. O funcionamento da alegoria é fundamental na interpretação dos textos que representam e comunicam significados ocultos ou translatos de ordem religiosa. Exemplo: “E o desgração tremiam-lhe as pernas. inversamente. aproxima-se da personificação). daí advindo uma construção sintática desligada da precedente. indireto ou oblíquo. amor pátrio e glória – uma significação profunda (…). Assim. descobrir ou desvelar o não dito. . “Tartufo” designa um “hipócrita” e “Messalina” uma “mulher devassa”. // É o ter dado às palavras – virtude. e sufocava-o a tosse” (Almeida Garrett). a crueldade por um tigre. Alegoria No seu significado etimológico. em particular da prosa poética. em virtude da generalização de um predicado que pertence por excelência ao nome próprio. É frequente na linguagem coloquial e emotiva e é um procedimento retórico-estilístico explorado intencionalmente em textos literários que procuram captar e representar a expressividade da linguagem oral e a afetividade. devendo o ouvinte ou o leitor. inversamente. o pensar descrer. enquanto as outras figuras retóricas resultam de uma combinação in verbis coniunctis. 92 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Exemplo: “O tempo o claro dia torna escuro. como efeito da manifestação do pensamento e da corrente de consciência do autor. Anacoluto Rutura da continuidade lógico-sintática do discurso. a paz é figurada por uma pomba. o anacoluto é considerado uma incorreção. Antonomásia Figura retórica de pensamento que consiste em empregar um nome próprio como um nome comum. muitas vezes na sílaba inicial de palavras contíguas. in verbis singulis. Para além da sua função exornativa. gerando efeitos de harmonia imitativa. moral. a justiça é representada alegoricamente por uma mulher de olhos vendados que segura uma balança nas mãos. tanto no verso como na prosa. porque resulta da organização dos seus elementos linguísticos através de uma relação in absentia. prolongando-se muitas vezes a alegoria como uma metáfora continuada que pode ocupar ou percorrer a totalidade de um texto mais ou menos extenso. no eixo sintagmático da língua. ou. representando figurativamente um conceito ou uma abstração (e. // É o perceber à custa de amarguras que o existir é padecer. Os tropos mais importantes são a metáfora. ao transladarem os significados das palavras e ao instituírem assim relações inéditas entre as coisas e os seres. A antonomásia é uma manifestação especial da sinédoque e apresenta-se com frequência sob a forma de perífrase (“a águia do Marão” designa o célebre orador António Cândido). do narrador ou de uma personagem. À luz de uma gramática prescritiva. etc. quem ou o que não se quer. nomear explicitamente. Alusão Figura retórica de pensamento que evoca. de modo velado. ventos ciclónicos. se de tal gente” (Camões). Eufemismo Figura retórica de pensamento que consiste em evitar palavras próprias (verba propria) sobre as quais recai um interdito linguístico de origem religiosa. vivo ou morto. por entre temporais. neve e granizo. moral ou social e em atenuar ou suavizar o significado de palavras cruéis. / inundações. etc. mas. pela colocação do sujeito ou do verbo no fim da frase. os objetos. O eufemismo é uma estratégia discursiva que recorre ao uso de outras figuras como a alusão. Comparação Figura retórica de pensamento que estabelece explicitamente uma relação de analogia entre dois termos. amplificam ou diminuem o significado e. Gradação Figura retórica de adição que consiste numa sucessão de palavras ou de grupos de palavras que. / trabalhosos. mas também de natureza léxico-semântica. encaminhando-se para um anticlímax. Hipérbato PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Figura retórica sintática que consiste na alteração da ordem normal das palavras na frase. em geral um epíteto. que se manifesta muitas vezes com uma função semântico-pragmática estereotipada. em geral um nome. pelo deslocamento dos pronomes. se for violento e de longa amplitude na frase. a perífrase e a lítotes. Exemplo: “Vai como um cão de caça o meu olfato” (David Mourão-Ferreira). a metáfora. A comparação. Hipálage Figura retórica de natureza sintática. que figuram nomeados no texto. contribui para conferir àquelas expressividade estilística. à qual não convém semanticamente. se for caso disso. Exemplo: “Também movem da guerra as negras fúrias” (Camões). Hipérbole Figura retórica de pensamento que consiste no aumento ou na dimensão excessivos da força semântico-pragmática de um enunciado. pode em outros casos contribuir para a progressividade da informação discursiva e para a revelação de relações novas e surpreendentes entre os seres. Exemplo: “Como unhas de mercúrio fulgente / crescem-me dos olhos e dos dedos / nunca sonhados medos. de dor e d’ira cheios” (Camões). até culminar num clímax. a força ilocutória do elemento textual anterior. pela sua expressividade e intensidade semântico-pragmática. nunca tanto / fulgor de lágrimas doentes” (Carlos de Oliveira). ou / sem haveres e sem casa” (Vasco Graça Moura). podendo esta relação ter uma direção ascendente. ao modificar a ordem natural das palavras num grupo sintático. 93 . molestas.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Apóstrofe Figura retórica de pensamento que consiste em o autor se dirigir exclamativamente a um destinatário antropomórfico ou inanimado. a hipálage associa a um nome de objeto ou de coisa um epíteto que convém a pessoas. grosseiras ou desagradáveis. etc. para a associar a outra palavra. maus e solitários. pela separação do nome e do adjetivo. os sentimentos. O deslocamento. gente que ficou rasurada. correlacionados gramaticalmente por uma conjunção. pode obscurecer e tornar difícil a interpretação. que consiste em deslocar uma palavra. o comparante e o comparado. com finalidades encomiásticas ou satíricas em relação aos referentes em causa. / se ser do mundo rei. / temperaturas negativas. Exemplo: “Alma minha gentil que te partiste” (Camões). real ou fictício. Exemplo: “E julgareis qual é mais excelente. Enumeração Figura retórica de adição que consiste na nomeação acumulativa das partes de um todo e de elementos que mantêm entre si uma correlação lógica ou semântica. forçados. presente ou ausente. um advérbio ou uma locução nominal apropriados. Em regra. / tristes. Exemplo: “Mas agora fica exarado / num palimpsesto de inverno. ou uma direção descendente. Exemplo: “Aqui me achei gastando uns tristes dias. Exemplo: Dizer “passou a melhor vida” em vez de “morreu”. a expressão sublinhada refere por metonímia os soldados da ONU. metáforas nominais (“A vida / é o bago de uva / macerado / nos lagares do mundo”. Graça Moura). No enunciado “Pessoa e Garrett estão na primeira prateleira”. de modo inédito e surpreendente. mas que podem iluminar. é equivalente a tropo. abarcando aquelas figuras de significação como a comparação. Metáfora O mais importante tropo. metáforas adjetivais (“hão de nos dar enfim uma sangrenta rosa”. enquanto esta figura encerra uma oposição lógico-semântica. figura em que comparece o termo comparado (além da partícula comparativa). o sentido irónico de um enunciado ou de um texto esvai-se ou perde-se. . os nomes dos escritores designam por metonímia as respectivas obras. a entoação e vários elementos de natureza cinésica podem assinalar e tornar óbvia a ironia. o significado do real e da vida. Sem a cooperação. por vezes. consiste na substituição de uma palavra própria (verbum proprium) por uma palavra com a qual aquela possui elementos sémicos em comum. parte / todo. Exemplo: “Se acha que a vida não é boa / utilize gás da Companhia / o combustível de Lisboa” (Alexandre O’Neill).CONHECIMENTO DA LÍNGUA Imagem Termo que. David Mourão-Ferreira). Oxímoro Figura retórica de pensamento que associa duas palavras com significados logicamente opostos ou incompatíveis. a metonímia foi em geral relacionada com a sinédoque. desempenhando no texto um relevante efeito estilístico. V. causa / efeito). em virtude de uma relação de contiguidade entre ambos (continente / conteúdo.. Paradoxo Figura retórica de pensamento que consiste em associar construções semânticas que aparentemente são contraditórias. metáforas verbais (“Que frauta rude aveludou a minha noite?”. de inteligibilidade difícil (por ex. sobretudo quando a ironia é subtil ou velada. Quando a distância semântica entre o termo próprio e o termo metafórico é muito grande. b. mas funcionalmente produz-se um reforço do significado. ao contrário do que acontece na comparação. a cumplicidade e a sagacidade do interlocutor ou do leitor. Ironia Figura retórica de pensamento que consiste na produção de um enunciado – ou de um texto – com um significado literal que diverge ou é mesmo contraposto ao significado que corresponde à intenção do emissor e que o recetor pode e deve interpretar mediante a análise do cotexto e sobretudo do contexto. precisa e concisa. o oxímoro é uma associação de palavras contrária à lógica. Exemplo: “Não é feia” para afirmar que uma mulher é bonita. 94 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Exemplo: “Aquela triste e leda madrugada” (Camões). c. que a metáfora desvela e dá a conhecer (daí a dimensão cognitiva da metáfora. a lítotes nega o contrário do que se quer afirmar. a palavra sublinhada designa metonimicamente o Presidente da República. autor / obra. A metáfora contribui de modo relevante para a plurissignificação dos textos literários. a metáfora e a metonímia que conferem uma forma sensível à representação das ideias. sobretudo mediante razões de ordem pragmática em que a enciclopédia desempenha uma função central. A metonímia permite fazer referência a um objeto. audaciosa e. com supressão daquela. No enunciado “Os capacetes azuis já chegaram ao local do conflito”. No discurso oral. Exemplo: “Muito estranho é ver as pontes / por sob os rios correr / mais ainda ouvir as fontes / sua própria água sorver” (Manuel Alegre). isto é. “na tua voz lampejos de navalha / a pôr em sangue a minha solidão”. perspectivando-o de forma relevante (pelo destaque de uma característica pragmática ou cognitivamente mais saliente) através de uma formulação linguística simultaneamente rica em informação. mas. Na tradição retórica. formalmente existe uma atenuação. ou seja. irreconciliáveis e absurdas. na retórica. No enunciado “Belém vetou a lei”. Tem afinidades com o paradoxo e com a antítese. espaço / instituição. Carlos de Oliveira). A metáfora pode exprimir-se sob várias formas gramaticais: a. A translação ou a transposição do significado baseia-se numa analogia manifesta ou oculta. Metonímia Tropo pelo qual uma palavra ou expressão remete para um referente diverso daquele que designa normalmente. para além da sua dimensão de ornato estilístico). Vitorino Nemésio). Lítotes Figura retórica de pensamento que consiste numa atenuação ou mitigação do significado que se afirma. dos sentimentos e das ações. com o fim de o reforçar ou fazer sobressair. a metáfora torna-se surpreendente. ou oralizado. Frequentemente. etc. Todavia. / contigo viajei. que consiste em empregar num enunciado palavras e expressões repetitivas. a um sentimento ou a um estado de alma. etc. ó país [Portugal] por lavar. / quando um e o outro corno lhe aquentava. deuses penetrantes” (Jorge de Sena). a um conceito. A perífrase pode ser de natureza irónica. tão frequentes desde o Renascimento até ao Neoclassicismo. da metonímia e da sinédoque. redundantes e supérfluas. quando entrava / no roubador de Europa a luz febeia. “não mencionarei”. a uma ideia. por meio da metáfora. o que é considerado inútil e tautológico (“subir para cima”. Exemplo: “No sumapau seboso da terceira.. eufemística e alusiva.. Quiasmo Figura retórica de organização sintática que consiste na colocação cruzada de dois grupos de palavras. Sinestesia Tipo de metáfora que consiste na associação. a coceira. seres sobrenaturais e seres inanimados. Prosopopeia Figura retórica de pensamento que tem muitas semelhanças com a personificação. 95 . de elementos semânticos provenientes de domínios sensoriais ou de esferas de perceção diferentes. funcionando como um dispositivo discursivo de cortesia. um ser animado. por ex. um objeto. etc. que consiste em dizer com várias palavras o que se poderia dizer com uma única palavra. o sono como símbolo da morte ou o círculo como símbolo da perfeição). Exemplo: “Era no tempo alegre. em relação ao destinatário. Pleonasmo Figura retórica de dicção. Símbolo PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Termo que designa a relação indireta que associa uma coisa. segundo uns. Exemplo: “Nem tão-pouco direi que tome tanto / em grosso a consciência limpa e certa. Em geral. mas com uma agressividade e uma intencionalidade disfórica. segundo outros. que a ironia não possui. / que se enleve num pobre e humilde manto / onde a ambição acaso ande encoberta” (Camões). / aturei-te o arroto. o pleonasmo pode ser intencionalmente expressivo e informativo. Exemplo: “Eu sou aquele oculto e grande Cabo / a quem chamais vós outro Tormentório” (Camões). o pivete. ao passo que o complemento do verbo diz o que se finge querer omitir. em atribuir propriedades humanas a uma coisa. Os símbolos são convenções elaboradas. no âmbito de uma sociedade e de uma cultura. Exemplo: “A minha casa é concha. como nas perífrases mitológicas. Sarcasmo Figura retórica de pensamento próxima da ironia. Como os bichos. “hemorragia de sangue”. –. também conhecida por circunlóquio ou circunlocução. / e Flora derramava o de Amalteia” (Camões) (perífrase mitológica para designar a primavera). Personificação Tropo que consiste. embora existam muitos símbolos de âmbito intercultural e até universal (por ex. utiliza-se uma negação que incide sobre os chamados verbos dicendi – “eu não vou dizer”.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Perífrase Figura retórica. A perífrase transforma-se facilmente num estereótipo. / segreguei-a de mim com paciência” (Vitorino Nemésio). a um ser inanimado ou a um ente abstrato. Exemplo: “Entreabertas deusas. como no célebre verso d’Os Lusíadas: “Vi claramente visto o lume vivo”. – ou pode ser um ornato de estilo. Exemplo: “E o escuro ruído da chuva / é constante em meu pensamento” (Fernando Pessoa).). mas que desta se diferencia por introduzir num enunciado a falar personagens mortas ou ausentes. de censura e de atenuação semântica – “doença prolongada” ou “mal incurável” em vez de “cancro”. no mesmo enunciado. Preterição Figura retórica de pensamento que consiste em fingir não dizer o que efetivamente se está a dizer. que distancia o discurso poético do discurso comum ou vulgar. Exemplo: “Enquanto nesta manhã tão calma tão horizontal tão lisa / que me apetece passar-lhe a mão pelo dorso certamente dócil / manhã sem nenhuma ruga na testa” (Ruy Belo). / a conversa pancrácia e o jeito alvar” (Alexandre O’Neill). de pensamento. em geral através de metonímias e de metáforas. com destreza e eficácia. A faculdade da memória é natural.CONHECIMENTO DA LÍNGUA Sinédoque Tropo que consiste na translação do significado de uma palavra para outra.3 Retórica argumentativa Parte(s) do discurso em que o locutor. Todas as partes do discurso. b. etc. alicerçada na propriedade e na diafaneidade lógica das expressões. uma vertente lógica. há uma vertente dialética.3. Exemplo: “Vistes aquela insana fantasia / de tentarem o mar com vela e remo” (Camões). social. que confere graça e beleza ao texto. As qualidades fundamentais da elocução. da res semântico-extensional. os raciocínios e os elementos probativos e refutativos que têm como finalidade persuadir o auditório e alcançar a conclusão pretendida.. contribuem para a argumentação. A elocução regula a escolha e o emprego das microestruturas textuais. multiplicando-se os atos ilocutórios que têm como finalidade produzir atos perlocutórios. venustas). que evita a obscuridade e a complicação. utilizando estratégias discursivas adequadas. hão de ser objeto dos processos de textualização. a argumentação e o epílogo – da matéria. ao auditório. ou seja. segundo os preceitos da actio ou pronuntiatio. Os discursos produzidos oralmente são prejudicados na sua coesão e na sua coerência por uma memorização deficiente. desde as palavras isoladas (verba singula).2 Operações retóricas Invenção Termo que designa a primeira operação da retórica e que consiste. as unidades lexicais disponíveis e apropriadas. stricto sensu. por outro lado articula-se com a elocução. tanto a nível macroestrutural como a nível microestrutural. a elegância (urbanitas. Na chamada “literatura de tese”. proporcionada pela invenção (inventio). a invenção consiste no encontro do tema. mas. em especial nos géneros narrativos e dramáticos. na busca e no encontro dos assuntos (res) verdadeiros ou verosímeis. ou seja. apresenta. às figuras e aos tropos. convencer os leitores. a disposição se articula assim com a invenção. Na argumentação. que se cultiva e desenvolve pela prática e de acordo com as regras e as fórmulas mnemotécnicas expostas nas chamadas artes da memória. a fim de poder comunicar esta espécie de escrita mental. fundando-se na relação entre a parte e o todo ou entre o todo e a parte. são os seguintes: a. Ação A ação (actio ou pronuntiatio) é a última das operações da retórica e consiste em pronunciar o discurso com a prosódia. das ideias. isto é. ideológica.1. C. Se. as provas. conduzindo à escolha das estratégias discursivas mais adequadas para a consecução das funções e dos objetivos pragmáticos ou estéticos visados. desde a ação às personagens e ao estilo. a correção (puritas) da expressão. com as microestruturas textuais. Disposição A disposição (dispositio) constitui a segunda das cinco operações em que se subdivide a retórica e consiste na realização em macroestruturas textuais – o exórdio. em que confluem os princípios retórico-textuais da ars recte dicendi e da ars bene dicendi. como a capacidade de conservar na faculdade da memória as estruturas discursivas construídas graças às anteriores operações da retórica. a entoação e a gestualidade adequadas. encadeia e desenvolve coerentemente as premissas. até às palavras relacionadas no enunciado (verba coiuncta). c. Memorização A memória é a penúltima operação da retórica e foi definida por Cícero como “a captação firme do pensamento das coisas e das palavras”. uma vertente ética e uma vertente pragmática. Em sentido mais amplo. a clareza (perspicuitas).1. da res. dos conteúdos. a argumentação a favor ou contra uma causa religiosa. Elocução A elocução (elocutio) é a terceira operação da retórica e trata da expressão linguística e estilística dos pensamentos e dos argumentos proporcionados pela invenção (inventio) e ordenados na sintagmática textual em macroestruturas pela disposição (dispositio). impregna todo o texto. das macroestruturas semânticas que. existe uma memória artificial. política. das provas e dos argumentos apropriados que serão expostos no discurso com o objetivo de defender uma causa e de persuadir o auditório. A dispositio regula a planificação e a arquitetura do texto.3. a narração. C. como sublinham os tratadistas clássicos da retórica. 96 PL12 – Livro do Professor © RAIZ EDITORA Argumentação . fundada na regularidade gramatical da língua. desde o exórdio à peroração. por um lado. mediante as operações da disposição (dispositio) e da elocução (elocutio).


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