Artigo Econômico Estudo de viabilidade econômica da implantação de uma granja de codornas na região de Brazlândia - DF. Planaltina – DF Junho de 2010 http://www.upis.br Artigo Econômico Estudo de viabilidade econômica da implantação de uma granja de codornas na região de Brazlândia - DF. UPIS – Faculdades Integradas Departamento de Agronomia Rodovia BR 020, km 18 DF 335, km 4,8 Planaltina (DF) Brasil Endereço para correspondência: SEP/Sul Eq. 712/912 Conjunto A CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil Fone/Fax: (0XX61) 3488-9909 www.upis.br
[email protected] Orientadora: Profa Caroline Jerke Supervisores: Profa. M.S. Rosemary de Araújo Gomes Prof. M.S. Adilson Jayme de Oliveira Membros da Banca: Profa. Caroline Jerke Profa M.S. Larissa Queiroz M. de Oliveira Prof. Dr. Bernardo Celso R. Gonzalez Prof. Dr. Reinaldo Lopes Morata Profa.Thais Assis Gaspar de Carvalho Data da Defesa: 25/06/2010 Lincoln Pereira de Brito Orientadora econômica: Profa. Caroline Jerke Trabalho apresentado, como parte das exigências para a conclusão do CURSO DE AGRONOMIA Planaltina – DF Junho de 2010 ÍNDICE RESUMO ..................................................................................8 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ................................9 2. OBJETIVO .........................................................................10 3. ÁREA DO ESTUDO..........................................................10 4. CONCEITOS E INDICADORES.....................................11 4.1 Custos de Produção........................................................12 4.1.1 Custos Variáveis .....................................................13 4.1.2 Custos Fixos............................................................13 4.2 Depreciação....................................................................14 4.3 Preço...............................................................................15 4.4 Receita............................................................................15 4.5 Ponto de Equilíbrio ........................................................16 4.6 Investimento...................................................................16 4.7 Demonstração do resultado do exercício (DRE)............17 4.8 Fluxo de Caixa Global ...................................................17 4.9 Taxa mínima de atratividade (TMA) .............................18 4.10 Tempo de retorno do investimento (payback) .............19 4.11 Payback simples ...........................................................19 4.12 Payback descontado .....................................................20 4.13 Valor presente líquido (VPL).......................................20 4.14 Taxa interna de retorno (TIR) ......................................21 4.15 Índice de benefício custo (IBC) ...................................22 4.16 Índice de rentabilidade (IR) e taxa de rentabilidade (TR) ..............................................................................................22 4.17 Análise de sensibilidade...............................................23 5. RESULTADOS E INDICADORES .................................24 5.1 Investimentos totais para implantação do projeto..........24 5.2 Custos fixos....................................................................25 5.2.1 Depreciação.............................................................27 5.3 Custos variáveis .............................................................28 5.4 Receitas ..........................................................................30 5.5 Ponto de equilíbrio .........................................................31 5.6 Impostos .........................................................................32 5.7 Demonstração do resultado do exercício (DRE)............33 5.8 Fluxo de caixa global .....................................................33 5.9 Taxa mínima de atratividade (TMA) .............................34 5.10 Valor presente líquido (VPL).......................................34 5.11 TIR ...............................................................................35 5.12 Índice de rentabilidade e taxa de rentabilidade (IR/TR) ..............................................................................................35 5.13 Índice benefício custo (IBC) ........................................35 5.14 Payback simples e descontado .....................................35 5.15 Análise de sensibilidade...............................................36 6. CONCLUSÃO ....................................................................38 7. AGRADECIMENTOS.......................................................39 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................40 LISTA DE FIGURAS: Figura 1: Acesso a Chácara Dallas ..........................................11 Figura 2: Participação dos investimentos.................................24 Figura 3: Custos fixos. .............................................................27 Figura 4: Custos variáveis........................................................30 Figura 5: Ponto de equilíbrio. ..................................................32 Figura 6: Payback simples e descontado..................................36 LISTA DE TABELAS: Tabela 1: Investimentos. ..........................................................25 Tabela 2: Custos fixos..............................................................26 Tabela 3: Depreciação..............................................................28 Tabela 4: Custos variáveis. ......................................................29 Tabela 5: Receitas. ...................................................................31 Tabela 6: Simples nacional. .....................................................32 Tabela 7: DRE..........................................................................33 Tabela 8: Fluxo de caixa global. ..............................................34 Tabela 9: TMA.........................................................................34 8 Tabela 10: Análise de sensibilidade quanto à variação do VPL. ..................................................................................................37 RESUMO Estudo de viabilidade econômica da implantação de uma granja de codornas na região de Brazlândia – DF. Lincoln Pereira de Brito1 Caroline Jerke 2 Larissa Queiroz Medeiros de Oliveira 3 Reinaldo Lopes Morata 4 Bernardo Celso R. Gonzalez 5 Thais Assis Gaspar de Carvalho6 O estudo do presente artigo tem como objetivo mostrar a viabilidade econômica da produção de ovos de codorna em Brazlândia-DF. Foram utilizados os indicadores econômicos para melhor dimensionar os requisitos necessários e fundamentar os cálculos econômicos, tais como: custo variável, custo fixo, custo de produção. Tendo em vista que a aplicação da taxa mínima de atratividade considerada foi de 12 %, neste sentido, analisando o payback descontado o investimento se paga no período de 3 anos e 8 meses, com projeção para 10 anos. Com o resultado encontrado é possível verificar taxa interna de retorno de 37,57%, proporcionando VPL de R$ 146.613,96. O índice de rentabilidade do projeto é de 1,21. A unidade produtora é uma alternativa viável economicamente. PALAVRAS-CHAVE: Criação de Codornas; produção de ovos; valor presente líquido. ______________________ 1 2 Aluno de graduação do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail:
[email protected] Eng. Agroª., Profa. Dept. de Agronomia/UPIS, e-mail:
[email protected] 3 Zootecnista, M.S., Prof. do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail:
[email protected] 4 Zootecnista., Dr., Prof. do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail:
[email protected] 5 Matemático., Dr., Prof. do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail:
[email protected] 6 Zootecnista., Profa. Dept. de Zootecnia/UPIS, e-mail:
[email protected] 9 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA A criação de codornas para a produção de ovos tem se desenvolvido de forma expressiva no Brasil. De acordo com Murakami e Furlan, (2002), é um setor da avicultura que está em crescimento com grande produtividade e rentabilidade, que resultam do rápido crescimento das aves, da maturidade precoce, da alta taxa de postura e do baixo consumo de ração. Segundo Oliveira (2007) baseado em dados técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE observouse que nos últimos dez anos houve aumento significativo da produção de ovos, sem grandes variações no tamanho do plantel. Esse aumento de produtividade pode ser atribuído ao uso de tecnologias na atividade, ao melhoramento genético a que as aves estão sendo submetidas e melhorias na nutrição, manejo e sanidade aplicadas nas criações. De acordo com Fujikura (2002) estima-se que no Brasil o consumo per capita de ovos de codorna seja de 9,5 ovos por ano. Esse consumo é considerado baixo, porém vem crescendo com os anos. Segundo Bertechini (2002) o ovo de codorna apresenta boa aceitação no Brasil. O índice de consumo tem aumentado nos últimos anos devido à alteração dos hábitos alimentares dos brasileiros, suas refeições em parte realizadas em churrascarias e restaurantes onde freqüentemente são encontrados pratos que utilizam o ovo de codorna como ingrediente. De acordo com Bertechini (2002) a criação de codornas vem sendo atividade de grandes criadores, mas os pequenos criadores de codornas são beneficiados por comercializar seus produtos diretamente com supermercados, restaurantes, feiras, e sacolões, sem a presença de intermediários, o que melhora a lucratividade, por isso, o local de produção não deve ser muito distante dos pontos de consumo, que se localizam principalmente nos grandes centros urbanos. 10 O presente estudo partiu da necessidade de se obter dados econômicos e de investimento na criação de codornas, servindo de referência para balizar novos investimentos na atividade, tendo em vista que o empreendimento demanda baixo investimento inicial para sua implantação, dentre os fatores que contribuem com o sucesso do empreendimento, destacam-se o manejo correto e mercado para os produtos em questão. 2. OBJETIVO Analisar a viabilidade econômica da implantação de uma granja de codornas para produção de ovos na Chácara Dallas localizada na região de Brazlândia-DF, tendo em vista a análise dos indicadores econômicos que permitam dimensionar a possibilidade de êxito na implantação do empreendimento em questão. 3. ÁREA DO ESTUDO O projeto será implantado na Chácara Dallas, localizada no núcleo rural Alexandre Gusmão em Brazlândia-DF, a propriedade possui uma área de 5 hectares que conta com algumas benfeitorias e instalações para a atividade proposta. O acesso à Chácara Dallas (figura1) se dá pela DF-001 (EPCT), com 3 km de estrada não pavimentada para a chegada à propriedade, a mesma está distante 13 km de Brazlândia, 20 km de Taguatinga e 25 km de Ceilândia, estas cidades possuem fornecedores de insumos essenciais para a atividade, como: milho, farelo de soja, materiais de limpeza e etc. 11 12 2009). É importante observar a escala de produção, pois o maior volume torna a atividade mais lucrativa. As demandas evidenciadas são principalmente o atendimento aos hotéis, bares e restaurantes que são grandes centros de revenda deste produto. A empresa deve produzir os produtos (ovos de codorna) com elevada qualidade para atender com eficiência o público alvo em questão. As mercadorias dos concorrentes podem ser do mesmo padrão. Os pontos fortes da concorrência podem ser, por exemplo, elevação do nível de qualidade dos produtos, facilidades de venda dos produtos ao público (venda para pagamento parcelado). Os pontos fracos podem ser o não cumprimento nos prazos de entrega, produtos fora de padronização. Os fornecedores são as empresas que fornecem os insumos para fabricação das rações das codornas, embalagens, casas agropecuárias que vendem vacinas e outros tipos de insumos e lojas de uniformes para os funcionários. As facilidades podem ser a entrega dos produtos na propriedade, qualidade dos produtos e pagamento a prazo. Assim que analisadas às alternativas tecnicamente viáveis, passa-se para a análise econômica. Para essa análise utilizam-se indicadores que irão auxiliar no processo decisório (SOUZA; CLEMENTE, 2006). 4.1 Custos de Produção De acordo com Alves e Assis (2000) o acompanhamento dos custos de produção e da eficiência é fundamental para se avaliar a rentabilidade econômica do empreendimento. Os custos de produção são predominantemente os gastos, que não são os investimentos, necessários para fabricar os produtos finais da empresa (PADOVEZE, 1997). São gastos específicos de cada empresa na transformação dos insumos, a Figura 1: Acesso a Chácara Dallas Fonte: Google Earth (2010). 4. CONCEITOS E INDICADORES A opção de se fazer investimento de um determinado montante de capital é realizada após a análise e avaliação de diversas alternativas que atendam as especificações técnicas dos empreendimentos que se tem em mente. A criação de codornas tem apresentado um desenvolvimento bastante acentuado. Na visão técnicoeconômica, torna-se ainda mais atrativa, ao verificar-se o rápido crescimento e alcance da idade de postura, a elevada prolificidade e o pequeno consumo de ração. A rentabilidade está em torno de 8% a 10% do capital investido durante o ano todo, porque há época em que a atividade gera lucro e há época em que pode ocorrer prejuízo (AVICULTURA INDUSTRIAL, 13 fim de originar seus KOPITTKE, 1998). 4.1.1 Custos Variáveis O custo variável é aquele que tende a aumentar ou diminuir direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas (BRAGA, 1995). São custos cujo montante está inserido em unidades monetárias que variam de forma direta nas variações das atividades (PADOVEZE, 1997). Ainda em relação ao custeio variável, a rentabilidade dos produtos é determinada pelas respectivas margens de contribuições unitárias. A margem de contribuição unitária de um produto é conceituada como a diferença entre o seu preço de venda menos seus custos variáveis unitários. Quando existir algum fator de limitação da produção, o mais rentável será o produto que tiver a maior margem de contribuição pelo fator de limitação da capacidade produtiva. É dada pela seguinte fórmula: Custo variável total = Custo variável unitário x quantidade produzida. 4.1.2 Custos Fixos Os custos fixos tendem a permanecer constantes nas alterações das atividades operacionais da empresa. O custo fixo é todo aquele que dentro de um nível de atividade é constante e independente do volume de produção. Como são fixos, quanto maior a produção, menor o custo por unidade (PADOVEZE, 1997). Conforme Braga (1995) os custos fixos são aqueles que permanecem constantes dentro de um intervalo de tempo, produtos (CASAROTO FILHO; 14 indiferente às variações ocorridas na quantidade produzida e vendidas durante esse período. Segundo Leone (2001) inseridos nos custos fixos estão os salários do pessoal administrativo, aluguéis, administração, depreciação, seguros, alguns impostos e juros de empréstimos. 4.2 Depreciação Depreciação é a redução do valor de um bem ao longo do tempo de sua vida útil em virtude de sua obsolescência. A depreciação contábil consiste na dedução anual do valor calculado dos resultados da empresa antes da apuração do imposto de renda e, desta forma, os efeitos do uso e do tempo sobre o bem são refletidos nos resultados financeiros anuais da empresa. Para fins fiscais, a depreciação dos ativos das empresas é regulada através da legislação do imposto de renda. (LAPPONI, 1996). A depreciação, como método destinado a fins fiscais e divulgação dos resultados financeiros das empresas, permite lançar uma parte dos custos de aquisição de ativos permanentes, como despesa, contra as receitas anuais (GITMAN, 2006). A dedução da depreciação, além de dar maior fidedignidade aos resultados tem como contrapartida, o pagamento de um menor valor de imposto de renda (MOTTA; CALÔBA, 2006). Ainda conforme Motta e Calôba, (2006), a forma mais usual de cálculo da depreciação anual (d) está contida na fórmula adiante descrita e, para tal, são necessárias algumas informações, tais como: valor do investimento (I); valor residual estimado (VR) e o prazo de depreciação do ativo (N). d = (I – VR) N 15 4.3 Preço O mercado é determinante para a formação dos preços de acordo com as forças de oferta e demanda, com as exceções das situações de produção que, por suas características, possam situar-se como monopólio ou oligopólio, cujas estruturas possibilitam a formação de preço pela própria empresa (PADOVEZE, 1997). Ainda conforme Padoveze (1997) desta forma toma-se o preço de mercado, o qual é o máximo que a empresa pode atribuir a seu produto. O preço de mercado consiste no elemento principal para formação dos custos, despesas e previsão de receitas. A EMATER-DF (2005) por meio do Núcleo de Agronegócio realizou pesquisa de ovos de codorna no mercado varejista do DF, com o objetivo de informar o preço de venda. A pesquisa foi aplicada junto aos compradores dos principais canais de distribuição: supermercados, feiras sacolões e churrascarias. Os valores praticados consideram as seguintes características: tipo de embalagem (cartela c/ 12 e c/30 unidades), preço de venda (R$): cartela c/12, 1,69 e cartela c/30 variam entre 1,99 a 2,98. Ressaltamos que os fornecedores da referida pesquisa são originários de São Paulo e Goiás. 4.4 Receita Conforme Buarque (1991) as receitas do projeto são os ingressos de recursos financeiros (monetários) em cada ano da sua vida útil, provindo direta ou indiretamente de suas operações e constitui-se no fator principal para determinação da viabilidade do projeto. Considerando a temática do artigo a receita da empresa virá da venda de seus produtos. A quantidade máxima que a 16 empresa poderá produzir estará determinada por ocasião do planejamento desta. A empresa poderá produzir apenas um ou vários produtos, de acordo com o que foi planejado, e a sua receita total será com a venda destes produtos (MARTINS; NETO, 1996). Para isso são necessários que sejam calculados seus preços de venda. Uma das possibilidades seria fixar o preço de venda com uma margem de lucro sobre os custos de produção. A receita pode ser definida pela seguinte fórmula: Receita = Quantidade de produtos vendidos x Preço de comercialização 4.5 Ponto de Equilíbrio Denomina-se ponto de equilíbrio ao ponto que iguala a receita de uma dada quantidade vendida ou produzida ao custo de produção. O ponto de equilíbrio mostra a quantidade mínima que a empresa deve produzir para que não ocorra prejuízo (PADOVEZE, 1997). Conforme Souza et al., (2003) o ponto de equilíbrio é utilizado para determinar a quantidade mínima produzida e comercializada a fim de igualar os faturamentos com os custos totais. O cálculo do ponto de equilíbrio é realizado pela seguinte fórmula: Ponto de Equilíbrio = Custos fixos totais/(Preço - Custos variáveis unitários). 4.6 Investimento Conforme Motta e Calôba, (2006), definido como recurso destinado para investimentos em projetos, aquisição de 17 maquinários, aperfeiçoando a produção visando recuperação do capital investido. Tal investimento é considerado a decisão de desembolso de um capital no presente que proporcionará ganhos no futuro (BATALHA et al., 1997). É uma aplicação de capital, visando gerar um fluxo de benefícios futuros (SOUZA; CLEMENTE, 2006). 4.7 Demonstração do resultado do exercício (DRE) Consiste no relacionamento de fluxos de recebimentos gerados a partir de uma empresa e os fluxos das despesas inseridas para produzir e financiar as operações (GROPELLI; NIKBAKHT, 2002). A DRE descreve os resultados da empresa em um exercício e mostra se houve lucro ou prejuízo, ou seja, mostra os resultados positivos ou negativos. Envolve, portanto, as despesas, receitas, perdas e os ganhos do regime de competência independente de seus pagamentos e recebimentos (ASSAF NETO, 2005). Conforme Motta e Calôba, (2006), a DRE consiste em todo o processo de dedução dos custos, tributos e impostos sobre a receita, obtendo assim o lucro líquido ou prejuízo como resultado após todas as deduções, incluindo o imposto de renda. 4.8 Fluxo de Caixa Global Consiste no conjunto de entradas e saídas de dinheiro do caixa ao longo do tempo (SOUZA; CLEMENTE, 2006). A elaboração do fluxo de caixa é de suma importância na análise de rentabilidade e custos de operações financeiras e no estudo de viabilidade econômica de projetos de investimentos (SOUZA; CLEMENTE 2006). 18 O estudo da viabilidade de investimentos tem por preocupação verificar se os benefícios gerados com o investimento compensam os dispêndios a serem realizados. É decorrente da construção de um fluxo de caixa a construção de estimativas futuras de receitas e despesas (BRUNI; FAMÁ 2003). 4.9 Taxa mínima de atratividade (TMA) É utilizada para avaliação da atratividade do projeto. Identifica-se o custo de capital da empresa como base de rejeição ou aceitação do projeto (BATALHA et al., 1997). Entende-se por TMA a melhor taxa com mínimo grau de risco disponível para aplicação do capital em estudo. (SOUZA; CLEMENTE, 2006). A definição de riqueza gerada deve levar em conta apenas o que será obtido além da aplicação do capital na TMA. A base para definir uma estimativa da TMA é a taxa de juros praticada no mercado. As taxas geralmente consideradas como TMA são: taxa referencial (TR); taxa básica financeira (TBF); taxa de juros de longo prazo (TJLP) e a taxa do sistema especial de liquidação e custódia – Selic (SOUZA; CLEMENTE, 2006). Conforme o Banco Central do Brasil-BCB (2010) a taxa Selic é obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, servindo de garantia os títulos públicos federais para liquidação dos ativos, na forma de operações compromissadas: são operações de venda títulos com compromisso de recompra assumido pelo vendedor e compromisso de revenda do título assumido pelo comprador, para liquidação no dia seguinte. A TMA é uma taxa que pode ser definida de acordo com a política de cada empresa. No entanto, a determinação ou escolha da TMA é de grande importância na decisão de 19 alocação de recursos nos projetos de investimento. Para Galesne et al., (1999) a taxa de desconto, ou a TMA mais apropriada para decisões de investimento é a taxa do custo de capital. Gitman (2006) considera o custo de capital como o retorno exigido pelos financiadores de capital e, portanto, a TMA que a empresa deveria considerar em seus projetos de investimento. 4.10 Tempo de retorno do investimento (payback) De acordo com Bruni e Famá (2003) o método do payback representa o período de recuperação do investimento inicial. É obtido calculando-se o número de anos que será necessário para que os fluxos de caixa futuros acumulados igualem o montante do investimento inicial. Segundo Kassai et al., (2000), é imprudente considerar o payback como decisão de investimento, pois não contempla os fluxos de caixa após o período de recuperação. Este método pode levar a escolha de um projeto que tenha um prazo de retorno muito baixo, desconsiderando outro com período mais longo, mas que possa gerar maior riqueza para o proprietário, ou seja, que apresente um valor presente líquido maior. 4.11 Payback simples Consiste na determinação do número de períodos necessários para recuperar o investimento do capital, considerando bases de recuperação do investimento, vida útil esperada do ativo e riscos associados na posição financeira da empresa, prejudicando assim a aceitação ou rejeição do projeto (BATALHA et al., 1997). 20 Entende-se por payback o período de recuperação do capital investido, ou seja, o tempo necessário para recuperar os recursos despendidos em um projeto (KASSAI et al., 2000). 4.12 Payback descontado De acordo com Bordeaux-Rêgo et al., (2006), o método do payback descontado consiste em um modelo similar ao payback simples, exceto por utilizar uma taxa de atratividade ou de desconto. O payback descontado visa corrigir a desvantagem do payback simples que não considera o valor do dinheiro no tempo (SOUZA; CLEMENTE, 2006). 4.13 Valor presente líquido (VPL) Conforme Ross et al., (2002) valor presente de entradas líquidas futuras de caixa, descontadas à taxa de juros de mercado apropriada, menos o valor presente do custo do investimento. Segundo Brealey e Myers, (1992), são quatro as ações básicas para o gestor decidir sobre determinado investimento: Prever os fluxos de caixa futuros; identificar o custo de oportunidade do capital investido que deve refletir o valor do dinheiro no tempo e o risco envolvido no projeto; utilizar este custo para atualizar os fluxos futuros e somá-los (identificação do valor presente); calcular o valor presente líquido (VPL) subtraindo-se do valor presente o investimento inicial. O valor presente líquido, VPL consiste no cálculo da somatória de todos os fluxos, descontados para o instante presente (t = 0), a uma dada taxa de juros i (SOUZA; CLEMENTE, 2006). 21 A fórmula geral do VPL está expressa: 22 A TIR representa a taxa de desconto que iguala em um único momento os fluxos de entrada com os de saída de caixa, ou seja, é a taxa que produz um VPL igual a zero (KASSAI et al., 2000). Quando a TIR for maior que a TMA, indica que há ganho líquido no projeto, então o projeto, do ponto de vista dos resultados financeiros, pode ser aceito. Se a TIR for igual à TMA, pode-se aceitar ou não o projeto e, quando a TMA for maior que a TIR. O projeto deve ser rejeitado (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2002). 4.15 Índice de benefício custo (IBC) O Índice Benefício/Custo (IBC) pode mostrar o quanto a empresa poderá ganhar por unidade de capital investido. O IBC consiste também na razão entre o fluxo esperado de benefícios de um projeto e o fluxo esperado de investimentos necessários para realizá-lo, todos calculados a valor presente (Souza e Clemente, 2006). O IBC pode ser calculado pela seguinte fórmula: IBC = Somatório do Valor presente do fluxo de benefícios Valor dos investimentos VPL = - I + FCLn + VR (1+r)n (1+r)n Onde: VPL: Valor presente líquido; I: é o investimento de capital na época zero; FCLn: é o fluxo de caixa líquido na data “n”; n: é o prazo da análise do projeto, denominado também como vida útil; r: é o custo de capital definido pela empresa (taxa de atratividade; taxa de juros requerida; taxa de juros mínima aceitável; custo de oportunidade); VR: é o valor residual do projeto no final do período da análise. O projeto é aceito quando o VPL for maior que zero, ou seja, significando que o projeto pagou os investimentos (SOUZA; CLEMENTE, 2006). Com um VPL menor que zero o projeto não paga o investimento, considerada a TMA estabelecida. Se o resultado for negativo, a implantação do projeto não merece continuar sendo estudada (KASSAI et al., 2000). 4.14 Taxa interna de retorno (TIR) O índice relativo que mede a rentabilidade do investimento por unidade de tempo, envolvendo investimentos e fluxo de receitas, denomina-se taxa interna de retorno (TIR) (MOTTA; CALÔBA, 2006). Um projeto com um IBC maior que 1 significa que o projeto é viável e pode ser aceito. 4.16 Índice de rentabilidade (IR) e taxa de rentabilidade (TR) Conforme Ross et al., (2002) é o método de avaliação de projetos. É o quociente entre o valor presente dos fluxos de caixa esperado dividido pelo montante do investimento inicial, se o IR for maior que 1, significa que o projeto deve ser aceito e IR for menor que 1deve-se rejeitar. 23 A taxa de rentabilidade nada mais é que um retorno de investimento em porcentagem (KASSAI et al., 2000). O índice de rentabilidade determina essa taxa, conforme representado na seguinte fórmula: TR(%) = (IBC – 1) * 100 Onde: TR: Taxa de rentabilidade IBC: Índice de benefício custo Se a Taxa de Rentabilidade for maior ou igual a zero, o investimento é considerado atraente. 4.17 Análise de sensibilidade Entende-se como um enfoque comportamental que utiliza entradas de caixa, para avaliar seu impacto sobre o retorno da empresa, usando o método do VPL. No orçamento do capital, os enfoques mais comuns são de estimar VPLs associados às estimativas pessimistas (pior), mais provável (esperada) e otimista (melhor) das entradas de caixa (GITMAN, 2006). Pode ser definida como análise de sensibilidade a avaliação de como o VPL de um projeto se altera diante de uma variável: taxa de desconto, custos de mão-de-obra e materiais, preço, venda. O projeto que for de maior sensibilidade a uma mudança é considerado de maior risco (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2002). 24 5. RESULTADOS E INDICADORES 5.1 Investimentos totais para implantação do projeto Os investimentos do projeto foram definidos após o estudo da atividade a ser desenvolvida pela empresa, esses investimentos estão divididos em: terreno, construções, máquinas, equipamentos e veículo. O investimento total a ser realizado será de R$ 120.749,40 (tabela 1) a partir de recurso próprio. Comparando-se os investimentos, o de maior participação são as máquinas e equipamentos, que representam 37%, seguido pela aquisição do veículo, que compreende 28% do total, construções 20%, capital de giro 12% e área do terreno 3% conforme representado na figura 2. Terreno 3% Construções 20% Capital de giro 12% Veículo 28% Máquinas e equipamentos 37% Figura 2: Participação dos investimentos. 25 Tabela 1: Investimentos. DISCRIMINAÇÃO 1.ÁREA DO TERRENO Sub total 1 2.CONSTRUÇÕES Galpão Galpão de estoque e ração Esterqueira Fossa Alojamento Sub total 2 3.MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Gaiolas completas Triturador Misturador de rações Lança chamas Botijão de gás 13 kg Carrinho de mão de polipropileno Caneca para ração Carrinho de mão para ração Caixas plásticas Notebook Balança digital 30 kg Bomba d'agua Balança mecânica plataforma 150 kg Sub total 3 4.VEÍCULO Fiat Fiorino Sub total 4 5.CAPITAL DE GIRO INVESTIMENTO TOTAL QTDE 1 V, U. (R$) 34.000,00 QTDE 334 1 1 1 1 2 2 1 5 1 1 1 1 104,90 2.800,00 2.200,00 23 40 169 22,4 427 10 1.500,00 170,00 300,00 320,00 QTDE 1 1 1 1 1 15.000,00 3.000,00 1.000,00 1.500,00 4.000,00 QTDE (há) V, U. (R$) 1 4.000,00 V. TOTAL (R$) 4.000,00 4.000,00 V, U. (R$) V. TOTAL (R$) 15.000,00 3.000,00 1.000,00 1.500,00 4.000,00 24.500,00 V, U. (R$) V. TOTAL (R$) 35.036,60 2.800,00 2.200,00 23,00 40,00 338,00 44,80 427,00 50,00 1.500,00 170,00 300,00 320,00 43.249,40 V. TOTAL (R$) 34.000,00 34.000,00 15.000,00 120.749,40 26 participação dos custos fixos corresponde à mão de obra, em 80%, e às despesas gerais em 20% (figura 3). Os custos fixos do projeto perfizeram o total de R$ 47.712,87/ano. A mão de obra foi, neste projeto, considerada como custo fixo, porque o projeto não pretende alterar a quantidade produzida ao longo do horizonte de 10 anos, os investimentos do projeto foram calculados para o aproveitamento máximo de produção (galpão). Tabela 2: Custos fixos. 1. MÃO-DE-OBRA Funcionários Prolabore Sub total 1 2. DESPESAS GERAIS 2.1 Telecomunicação Telecomunicações 2.2 Instalações ITR (sobre o imovél) Energia 2.3 Manutenção Veículo 2.4 Impostos de veículos 2.5 Máq. Equip. Sub total 2 Total/ano QTDE 2 1 Und R$/mês R$/ano R$/mês R$/ano R$/ano R$/ano R$/ano SALÁRIO (R$) 510,00 1.500,00 R$ 200,00 150,00 180,00 2.414,99 1.020,00 1.297,48 SALÁRIO + ENC. SOCIAIS 645,43 1.898,33 QTDE 1 1 1 1 1 1 Total Ano 15.490,40 22.780,00 38.270,40 R$/Ano 2.400,00 150,00 2.160,00 2.414,99 1.020,00 1.297,48 9.442,47 47.712,87 5.2 Custos fixos Os custos fixos incluem mão de obra e despesas gerais fixas, a relação dos custos está descritos na tabela 2. A maior 27 Despesas gerais 20% 28 Tabela 3: Depreciação. DEPRECIAÇÃO Construções Discriminação Galpões Casa de rações Alojamento Esterqueira Fossa Sub total 1 Máquinas e equipamentos V, U. (R$) 15.000,00 3.000,00 4.000,00 1.000,00 1.500,00 25 25 25 10 25 400,00 120,00 160,00 100,00 60,00 840,00 400,00 120,00 160,00 100,00 60,00 840,00 400,00 120,00 160,00 100,00 60,00 840,00 Vida útil (anos) Ano 1 ao 3 Ano 4e5 Ano 6 ao 10 Mão de obra 80% Discriminação Gaiolas completas Triturador Misturador de rações Lança chamas Bomba d'agua caneca para ração Balança digital 30 kg Balança mecânica Botijão de gás Carrinho de mão Carrinho de mão para ração Caixas plásticas Notebook Sub total 2 Veículo Discriminação Fiat Fiorino Sub total 3 Custo total de depreciação V, Total (R$) 24.546,60 2.800,00 2.200,00 23,00 300,00 22,40 170,00 320,00 40,00 169,00 427,00 50,00 1.500,00 10 10 10 10 10 10 10 10 5 5 5 3 3 2.454,66 280,00 220,00 2,30 30,00 2,24 17,00 32,00 8,00 33,80 85,40 16,67 500,00 3.682,07 2.454,66 280,00 220,00 2,30 30,00 2,24 17,00 32,00 8,00 33,80 85,40 3.165,40 2.454,66 280,00 220,00 2,30 30,00 2,24 17,00 32,00 3.038,20 Figura 3: Custos fixos. 5.2.1 Depreciação As vidas úteis dos elementos dos investimentos estão lastreadas conforme a legislação vigente (RECEITA FEDERAL, 2010). A depreciação foi calculada levando em consideração a vida útil das construções, máquinas, equipamentos e veículo. Para um horizonte de 10 anos, foi utilizada a depreciação linear, onde as construções civis têm maior vida útil que as demais, com 25 anos para depreciar, seguido de máquinas e equipamentos, que depreciam em média em 10 anos, como demonstra a tabela 3. V, U. (R$) 34.000,00 5 6.800,00 6.800,00 11.322,07 6.800,00 6.800,00 10.805,40 3.878,20 5.3 Custos variáveis O levantamento dos custos necessários para o manejo da granja de codornas e produção dos ovos foi feito considerando os preços reais de mercado dos insumos e de suas quantidades. Os preços reais foram cotados em março de 2010. 29 Os custos variáveis da granja de codornas totalizam R$ 68.515,90. Na tabela 4 encontra-se os custos detalhados anuais com alimentação, embalagens, transporte, animais e sanidade. Tabela 4: Custos variáveis. Alimentação Milho Farelo de soja Núcleo Calcário Calcítico Fosfato Bicálcico Sal Sub total 1 Embalagens Embalagens Sub total 2 Transporte Veículo Fiorino Sub total 3 Animais Codornas Sub total 4 Sanidade Materiais de limpeza Medicamentos em geral /ave Sub total 5 Total Unidade saco/50 kg saco/50 kg saco/20 kg saco/ 50kg saco/ 50kg saco/ 25kg V.U (R$) 18,5 50 55 8 65 9,5 Quantidade/ano V, T (R$) /ano 630 360 91,8 54 0,72 1,8 11.655,00 18.000,00 5.049,00 432,00 46,80 17,10 35.199,90 12.240,00 12.240,00 5.376,00 5.376,00 15.000,00 15.000,00 300,00 400,00 700,00 68.515,90 30 Animais 22% Sanidade 1% Transporte 8% Alimentação 51% Embalagens 18% cartelas 0,15 Valor /km rodado 81600 Km/ano 24000 Figura 4: Custos variáveis. 5.4 Receitas A receita principal do projeto será obtida com a venda das cartelas de ovos. Com a produção principal, a granja obtém subprodutos, que são eles: esterco e descarte das aves, os mesmos são receitas adicionais. A receita total ou incremental é obtida com a soma da receita principal e a receita adicional. Considerando o preço de R$ 1,60/cartela de ovos de codorna que é inferior à pesquisa da EMATER e produção de 81.600 cartelas/ano, a receita principal será de R$ 130.560,00/ano (BRITO, 2010). O preço da cartela poderá sofrer oscilações conforme alteração dos custos de produção e o mercado consumidor. A produção da granja tende a ser constante devido aos equipamentos serem projetados para uma quantidade limitada de aves. Considerando o preço do saco de 40 kg de esterco a R$ 10,00 e uma produção de 3.600 sacos/ano, esta receita será de R$ 36.000,00/ano e as aves com o preço de R$ 0,50/unidade Km/ano 0,224 1,5 10000 kit unid. 300 0,05 1 8000 Dentre os principais custos variáveis para a produção de ovos de codorna, o de maior participação são os insumos para a fabricação da ração que contribuem com 51% do custo variável total, em seguida o custo com a compra dos animais, embalagens, transporte dos produtos e sanidade (figura 4). 31 e considerando descarte de 8000 aves, a receita será de R$ 4.000,00. A receita total será de R$ 170.560,00/ano (tabela 5). Tabela 5: Receitas. Receita por produto Receita de ovos Receita do descarte Receita do esterco Total 32 200.000,00 180.000,00 160.000,00 140.000,00 120.000,00 R$ R$ 1,60 0,50 10,00 Unidade cartelas codornas sc (40kg) Quantidade/ano 81.600 8.000,00 3.600,00 R$/ano 130.560,00 4.000,00 36.000,00 170.560,00 100.000,00 80.000,00 60.000,00 40.000,00 20.000,00 0 13500 18000 22500 27000 31500 36000 4500 9000 2 1 Deslocamento do ponto de equilíbrio 40500 45000 49500 54000 58500 63000 67500 72000 76500 81000 85500 5.5 Ponto de equilíbrio O ponto de equilíbrio é calculado com o objetivo de conhecer o ponto mínimo de produção e faturamento que a empresa deverá atingir para que pague os custos de produção e que não haja prejuízo no exercício. O ponto de equilíbrio do projeto, considerando apenas a venda do produto principal foi de 62.752 cartelas de ovos/ano. Se considerarmos a receita adicional, que leva em consideração as receitas vindas do descarte e da venda do esterco, o ponto de equilíbrio altera para 38.154 cartelas/ano (figura 5). A receita adicional é de fundamental importância para o ponto de equilíbrio do projeto, contribui para a redução da quantidade produzida para atingir o ponto de equilíbrio e também para a viabilidade do projeto. Quantidade de cartelas Custo total(R$) Receita (apenas venda de ovos) Receita Total (ovos + descarte + esterco) Figura 5: Ponto de equilíbrio. 5.6 Impostos Os impostos que incidem no projeto são o simples nacional (tabela 6). Além desse imposto também incide o imposto territorial rural (ITR) dessa atividade. Tabela 6: Simples nacional. Discrinação IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP INSS ICMS CPP IPI TOTAL 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86% 0,00% 0,00% 5,47% 33 5.7 Demonstração do resultado do exercício (DRE) A DRE demonstra (tabela 7) os resultados financeiros obtidos com o empreendimento e tem a finalidade de mostrar o lucro ou prejuízo ao final do exercício fiscal. Ao final de apuração dos resultados obteve-se lucro em todos os anos. Tabela 7: DRE. 1. Receita Bruta e serviços 2. Deduções das vendas e abatimentos 2.1 Impostos sobre vendas 2.1.1 Simples Nacional 2.1.2 Funrural 3. Receita Operacional Líquida (ROL) 4. Custo das vendas dos produtos vendidos 4.1 Custo dos produtos vendidos 4.1.1 Insumos e embalagem 4.1.2 Sanidade 4.1.3 Aves 4.1.4 Transporte 5. Lucro Bruto 6. Despesas operacionais 6.1 Despesas de gerais e administrativas 6.1.1 Despesas de salários e encargos 6.1.2 Despesas de instalações 6.1.3 Despesas com telecomunicações 6.1.5 Despesas impostos de veículos 6.1.9 Despesas com depreciação 7. Lucro ou prejuízo operacional 9. Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) 10. Provisão para o IR e ICMS 11. Lucro ou prejuízo líquido do exercício ANO 01 AO 3 170.560,00 (9.329,63) (9.329,63) (3.581,76) 161.230,37 (68.515,90) (47.439,90) (700,00) (15.000,00) (5.376,00) 92.714,47 ANO 04 E 5 170.560,00 (9.329,63) (9.329,63) (3.581,76) 161.230,37 (68.515,90) (47.439,90) (700,00) (15.000,00) (5.376,00) 92.714,47 ANO 06 AO 10 170.560,00 (9.329,63) (9.329,63) (3.581,76) 161.230,37 (68.515,90) (47.439,90) (700,00) (15.000,00) (5.376,00) 92.714,47 34 desembolsado e a partir do ano 1 ao 10 os ganhos foram constantes no valor de R$ 47.319,08. Tabela 8: Fluxo de caixa global. (=) (+) (=) (+/-) (-) (+/-) (=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício Depreciação Fluxo de Caixa Operacional Investimentos ou desmobilizações de ativos IR sobre a venda dos ativos Mudanças no capital de giro Fluxo de Caixa Global (FCG) ANO 00 ANO 01 ao 3 ANO 04 e 5 ANO 06 ao 10 0,00 35.997,01 36.513,68 43.440,88 0,00 11.322,07 10.805,40 3.878,20 0,00 47.319,08 47.319,08 47.319,08 (105.749,40) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 (15.000,00) 0,00 0,00 0,00 (120.749,40) 47.319,08 47.319,08 47.319,08 5.9 Taxa mínima de atratividade (TMA) A TMA utilizada na análise de viabilidade do projeto foi de 12% ao ano. Foi considerada a margem de rentabilidade de 2% ao ano, a remuneração da caderneta de poupança, onde 6% referem-se à taxa de juros e 4% à correção monetária. Foi utilizada essa taxa por ser uma taxa conservadora para produtos agropecuários, o que condiz com o objetivo de mínima atratividade. Por essa razão, se o capital aplicado não gerar um retorno maior que a TMA não vale a pena colocar o projeto em prática, pois o risco será alto. A TMA está expressa na tabela 9. Tabela 9: TMA. Margem de rentabilidade Correção monetária Poupança Total 5.10 Valor presente líquido (VPL) O valor presente líquido calculado para o projeto foi satisfatório, pois o valor acumulado até o final do décimo ano foi de R$ 146.613,96, o que significa que o projeto pode ser aceito e irá gerar lucros. (56.717,45) (56.200,79) (49.273,59) (38.270,40) (38.270,40) (38.270,40) (2.310,00) (2.310,00) (2.310,00) (2.400,00) (2.400,00) (2.400,00) (2.414,99) (2.414,99) (2.414,99) (11.322,07) (10.805,40) (3.878,20) 35.997,01 36.513,68 43.440,88 35.997,01 36.513,68 43.440,88 Incluso no simples nacional 35.997,01 36.513,68 43.440,88 5.8 Fluxo de caixa global O fluxo de caixa (tabela 8) mostra detalhadamente os custos desse projeto durante o período de 10 anos. O fluxo se inicia com o lucro ou prejuízo do exercício, neste valor somente o custo com depreciação dos bens é acrescido do ano 1 ao 10. O ano 0 refere-se apenas ao investimento 2% 4% 6% 12,00% 35 5.11 TIR A taxa interna de retorno mede a taxa a rentabilidade de um projeto em um determinado espaço de tempo, para ser aceita ela deverá ser igual ou maior que a TMA. No referido projeto a taxa mínima de atratividade foi de 12% ao ano e a taxa interna de retorno calculada perfez 37,57%, ou seja, o projeto pode ser aceito, pois gera retorno bastante superior à taxa mínima de atratividade. 5.12 Índice de rentabilidade e taxa de rentabilidade (IR/TR) É traduzido no somatório dos valores presentes dos fluxos de caixa futuros, dividido pelo investimento inicial. De um modo geral indica quanto será obtido, a valor presente, para cada unidade investida. A taxa de rentabilidade do projeto foi de 121,42%. O índice de lucratividade foi de 1,21, ou seja, a cada real investido no final do décimo ano haverá um retorno de um real e vinte e um centavos, além da recuperação do investimento inicial. 5.13 Índice benefício custo (IBC) O IBC deste projeto foi de 2,21, ou seja, a cada real investido no final do décimo ano terá um retorno de R$ 2,21, o lucro foi de R$ 1,21, pois R$ 1,00 do investimento já retorna. 5.14 Payback simples e descontado O payback simples é avaliado sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo. No caso do projeto em questão, com duração de 10 anos, o investimento tem seu retorno assegurado em 2 anos e 5 meses aproximadamente. 36 O payback descontado é o período de tempo exato necessário para a empresa recuperar seu investimento a partir do desconto a valor presente de suas entradas de caixa incrementais somadas. Considerando o período de payback descontado o projeto recupera o investimento em aproximadamente 3 anos e 8 meses, como mostra a figura 6. 400.000,00 300.000,00 200.000,00 100.000,00 0,00 0 (100.000,00) (200.000,00) PBS PBD VPL (R$): 146.613,96 2 4 6 8 10 12 Figura 6: Payback simples e descontado. 5.15 Análise de sensibilidade Na análise de sensibilidade, utilizou-se o método de impacto de 8 fatores de produção no acúmulo de riqueza (VPL). Estes fatores foram: pró-labore, farelo de soja, milho, percurso do veículo, núcleo da ração, calcário calcítico, fosfato bicálcico e o sal. O método de cálculo utilizado no impacto do VPL se dá pela alteração de valores dos fatores de produção em 10% para mais e para menos, esta variação em 10% são reajustes que podem ocorrer devido a flutuações de mercado. Entre os fatores que mais contribuíram com a variação do VPL foram: pró-labore, farelo de soja e o milho. Os fatores de produção que pouco influenciará na variação do VPL foram: calcário 37 calcítico, fosfato bicálcico e o sal, impactando na riqueza acumulada ao final do projeto em menos de 1%. O pró-labore apresenta uma participação de 48% no custo fixo e 20% do custo total do projeto, o farelo de soja contribui com 26% do custo variável e 15% do custo total e o milho participa com 17% do custo variável e 10% do custo total de produção. Esses fatores são mais impactantes na variação do VPL devido a maior participação dos custos do projeto. As variações percentuais (∆%) indicam o quanto varia o VPL normal (R$ 146.613,96) em cenários pessimistas e otimistas. O pró-labore, farelo de soja e o milho foram os que mais contribuíram com a sensibilidade do VPL, (tabela 10). Tabela 10: Análise de sensibilidade quanto à variação do VPL. Fatores de produção Pró-labore Preço do farelo de soja Preço milho Percurso do veículo Preço do núcleo Preço do calcário calcítico Preço do fosfato bicálcico Preço do sal VPL no cenário pessimista 133.742,75 136.443,55 140.028,62 143.576,40 143.761,16 146.369,87 146.587,51 146.604,29 ∆% (10% mais) -8,78% -6,94% -4,49% -2,07% -1,95% -0,17% -0,02% -0,01% VPL no cenário otimista 159.485,16 156.784,36 153.199,29 149.651,52 149.466,75 146.858,05 146.640,40 146.623,62 ∆% (10% menos) 8,779% 6,94% 4,49% 2,07% 1,95% 0,17% 0,02% 0,01% 38 6. CONCLUSÃO A produção de ovos de codorna no Distrito Federal segundo análise do boletim técnico e considerações citadas neste artigo é favorável. Conforme os indicadores analisados, o projeto mostra que o investimento é pago em aproximadamente 3 anos e 8 meses, acumulando ao fim de 10 anos uma riqueza de R$ 146.613,96 e índice de rentabilidade foi de 1,21. Para a taxa mínima de atratividade de 12%, os resultados econômicos possibilitam concluir que o investimento na implantação para produção de ovos de codornas apresenta-se atrativo economicamente, uma vez que os métodos utilizados de avaliação financeira indicaram remuneração do capital investido. 39 7. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por tudo. A minha família pelo apoio que precisei do início ao fim do curso. Aos amigos pelo apoio que foi importante para este projeto. Aos orientadores e demais professores por terem me passado experiências, dicas e conselhos. 40 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, E.; ASSIS, A. G. Custos de produção : perguntas e respostas. Balde Branco, São Paulo, 2000. v. 36, n. 431. p. 6468. ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2005. 609 p. BANCO CENTRAL DO BRASIL, Disponível em: Acesso em: 16 abr. 2010. BATALHA, O. M. et al. Gestão Agroindustrial. Volume 2. São Paulo. Atlas, 1997. 323 p. BERTECHINI, A. 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