Um dia ainda viro borboleta- Vanessa Campos Rocha-Peça 2º ano
May 5, 2018 | Author: Anonymous |
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UM DIA AINDA VIRO BORBOLETA CENA 1 Duas lagartas no jardim. Uma delas com pano e agulha de costura. Emanuela: Conta Marta, Martinha, De que cor será sua asinha? Marta: Ai Emanuela, eu sei lá, Eu não quero nem pensar. Emanuela: Mas Martinha, você não fica preocupada? E se você vier com a asa errada? Marta: ImpossÃvel Emanuela, Eu vou ter uma asa muito bela! Emanuela: Vai me dizer que teme o futuro? E se a asa vier cheia de furo? Marta: Mas eu sou uma lagarta especial. Duvido que me aconteça algum mau. Emanuela: Eu queria tanto ter essa certeza, Que terei uma asa com beleza. Marta finge que tem asas e que voa Marta: Qualquer asa me fará linda. Quero dizer, mas bonita ainda! Emanuela: Mas de onde vem essa confiança? Aprendeu isso quando criança? Marta: Se tem tantas dúvidas no coração, Porque não procura o mais sábio da região? Emanuela fica surpresa e animada Emanuela: Você conhece alguém assim? Que pode dizer tudo a mim? Marta faz cara de sabida. Marta: Dizem que é o maior conhecedor do mundo! Emanuela: Mas isso é espetacular! Será que ele tem um e-mail particular? Marta: Mas porque não vai logo pessoalmente? Pelo computador não se pode ler a mente! Emanuela: Minha prima, sua ideia é espetacular! Vou agora mesmo o Oh Grande e Poderoso Sábio encontrar. Marta: Eu fico por aqui para cochilar. Com a vida não vou me preocupar. Emanuela: Volto logo pra te contar. Meu futuro não pode esperar! Marta começa a cochilar e Emanuela sai do palco. A cortina se fecha CENA 2 Uma enorme borboleta preta sentada em um trono. Oh Grande e Poderoso Sábio: (com voz cantarolante) Quem resolve me incomodar? Minhas pragas estou doido para soltar! Ah, é uma pobre de uma lagarta. Quer saber de dinheiro, fama ou se compra uma gata? Diz para plateia: Tem hora que a rima me dá uma preguiiiiiça. Emanuela: Não grande mestre, Oh Grande e Poderoso Sábio, seja lá o que for. Preciso saber qual é a minha cor? Oh Grande e Poderoso Sábio: (voz cantarolante) Que mocinha sem respeito. Fala assim sem saber direito. Sou Oh, o grande e poderoso sábio (faz um tom de voz normal). Ah, tudo bem, pode me chamar de Fabio. Desce do trono, bem desanimado. Senta aqui minha lagartinha. Fale de seu momento. Seu problema é fichinha. O meu é que é tormenta. Emanuela: (com cara de sem-graça) Fabio? Apenas assim, tão comum? Vim aqui falar com o Oh Grande e Poderoso Sábio! Oh Grande e Poderoso Sábio: (voz de tédio) à Oh Grande e Poderoso Sábio, Para rimar com Fábio. Sou eu mesmo minha menina, Não se faça de metida. Perdi o meu poderoso encanto, Preso na Toca do Canto. Emanuela: Como assim perdeu? Onde foi parar? Isso é um jogo de adivinhar? Oh Grande e Poderoso Sábio: Ai, uma boa dose de paciência. Essa menina não entende de ciência. Preste atenção: sabe o dom da previsão? Então: esgotou, acabou, estou sem condição. Emanuela: Mas acabou para sempre e eternamente. Ou ainda resta em algum lugar uma semente? O que posso eu fazer para ajudar? Meu futuro preciso encontrar! Oh Grande e Poderoso Sábio: (escondendo a alegria) Faria isso por mim? Quero dizer, iria até o fim? Tem um lugar escondido, Frio, pequeno e encardido. Emanuela: (surpresa) Me dê as coordenadas até lá. Vou agora e volto já! Oh Grande e Poderoso Sábio: Não é tão fácil pequena. Precisa de asas e de antenas. Mas para entrar dentro da toca. Só mesmo sendo uma minhoca. Emanuela: Minhoca? Aquela coisa gosmenta? Que rasteja e é rabugenta? Oh Grande e Poderoso Sábio: (com cara de tédio) Vocês não são tão distantes, Dá para confundir por uns instantes. Mas se não quer saber do futuro, Deixe-me aqui no meu túmulo. O Grande e poderoso Sábio abre as asas para voar. Emanuela: Espere! Se eu for até lá. O futuro posso encontrar? Oh Grande e Poderoso Sábio: Não. Só nós de asas pretas, Que guardamos as certezas. Mas pode me trazer uma bela porção, Das gotas sedosas da adivinhação. Emanuela: E aÃ... você vai me dizer, O que eu tanto quero saber!? Oh Grande e Poderoso Sábio abre as asas e deixa cair um mapa. Sai gritando com a voz cantarolante de antes. Oh Grande e Poderoso Sábio: eu vou dizer qual é a sua cor. Ou faço umas mandingas de amor. Tudo o que você quiser. Se a magia me trouxer! CENA 3 Emanuela caminha com o mapa nas mãos Emanuela: Como vou arrumar asas e antena? Ainda me faltam uns dias para ser borboleta. Uma libélula bem colorida, que dormia ali do lado desperta e abre as asas. Emanuela: Que asas tão lindas. Quem me dera ter essas pintas! Foi a senhorita quem costurou? Ou chamou a estilista Clou? Pablo: (olha com cara de bravo e diz com voz grave) Onde está vendo uma senhorita? Não vê o quanto isso me irrita? Eu sou grande, forte e campeão. Mais macho que muito leão. Emanuela: (segurando o riso) Oh, perdão meu bom e corajoso amigo, Foi apenas um mal entendido. Você me parecia tão lindo e colorido, Achei que estava mais para o feminino. Pablo: Minha cor foi o destino que me arrumou. Na falta de uma ideia melhor essas pintas me desenhou. Emanuela: Você não teve que escolher a sua cor? Me diga como fez isso, por favor? Pablo: Que menina mais confusa. De onde tira essa pergunta? Não tenho tempo para conversa. Tenho que voar para a floresta! Emanuela: Nossa, mas porque sair tão apressado? Por acaso deixou o forno ligado? Não precisa entrar no meu dilema. Mas pode me ajudar com um problema. Pablo: E porque eu haveria de te ajudar? Você que chegou até a me insultar. Emanuela: Mas como me enganei com sua conversa. Quem me dera fosse um leão, mas é só uma libélula. Nunca poderia mesmo me socorrer. Isso é só para quem tem poder. Pablo: Pensa que vai me convencer com esse papinho? Provar que sou leão nem mesmo para um sapinho! Emanuela: (rodeando a libélula) Tenho muitos amigos e conhecidos. Conheço toda a turma dos preferidos. Pablo: Que diferença isso pode me fazer? Você fala e eu não posso entender! Emanuela: Posso espalhar boas verdades por aÃ, Que é a libélula mais macho daqui. Todos vão saber da sua masculinidade, Nunca mais duvidarão dessa verdade! Pablo: (com um sorriso no rosto) Até que você é bem sabidinha. Suba em mim sua pobre lagartinha. Vamos até a floresta. Que estou animado à beça! CENA 4 Três mariposas enormes protegendo uma caverna. Dizem em coro: Somos os guardiões da Toca do Canto. Não precisamos de descanso. Borboletas não são bem-vindas. Odiamos suas asas tão lindas. Fazem blerg juntas Dizem em coro: Odiamos as asas azuis. Preferimos os urubus. Odiamos as amarelas. Rasgamos todas elas. As verdes são horrorosas. Merecem ser todas mortas. Entra Emanuela, mas fica escondida. Emanuela: Vou ter que fingir que sou minhoca. Ou não entro nessa toca. Que ideia mais nojenta. Virar aquela coisa gosmenta. Emanuela: Já sei! Faz uma plaquinha e lê para a plateia: Emanuela: EU SOU UMA MINHOCA! Chega perto das mariposas. Julião: Alguém está chegando. Se for lagarta, vão se preparando! Emanuela: Não estou chegando... Já cheguei! Não sou lagarta, escutem: bem alto lerei! Levanta a plaquinha: EU SOU UMA MINHOCA! Julião: Você se parece com uma lagarta. Veja só quantas patas! Emanuela: Você fugiu da escola menino? Não sabe ler o que está escrito? Julião: Veja lá como fala comigo. Você pode estar em perigo! Emanuela: Vai perder tempo com uma minhoca? Um bichinho que na terra se entoca? Julião: Não devia gostar mais da sua espécie? à muito feio não gostar de quem se é! Emanuela: Isso já é outro assunto. Muito mais que profundo. O fato é que sou quem sou. E passar por aqui eu vou. Julião: Ainda não me convenceu com seriedade. O que garante que é minhoca de verdade? Emanuela: Mas está aqui na placa o que estou dizendo. Vai duvidar de um documento? Ou será que não está entendendo? Julião: (envergonhado) Na verdade eu não sei ler. Mas meu sonho é aprender. Emanuela: Pois então vou te fazer uma placa. Todos vão achar que é um autodidata. Emanuela: (escreve) Sou uma mariposa invejosa. Queria ser uma borboleta maravilhosa! Lê para a plateia Julião: E o que vem escrito em letras tão grandes. Imagino que algo bem elegante! Emanuela: Ah sim, aqui diz que és o guardião Mas sábio da região! Agora se me dão licença. Tenho que buscar uma encomenda! CENA 5 Emanuela entra pela toca escura (fazer uma iluminação azul) Emanuela: Alguém ascenda a luz, por favor. Essa escuridão me dá pavor! Como vou achar essa fonte, Se não enxergaria nem um rinoceronte? Escuta um barulhinho de água Emanuela: Mas que sorte que eu tenho, De ter um ouvido tão atento! à só seguir pelo barulho E no escuro dar um mergulho! Aproxima-se da água, mas escuta uma respiração. Emanuela: Quem está ai, fungando desse jeito? Apareça logo quem for esse sujeito! Antônio: Ora, ora, se não é uma lagarta corajosa! Os morcegos aqui adoram uma carne saborosa! Emanuela: Mas que dentes tão grandes vocês tem! Antônio-2: São pra te morder melhor! Emanuela: Mas que olhos tão⦠Ai, acho que estou fazendo confusão. Essa história é aquela do lobo⦠Antônio-2: Percebi que você estava fazendo uma âmisturançaâ. Mas achei de bom tom entrar na dança. Emanuela: Desculpe meu jeito atrapalhado, Hoje o meu dia foi bem atarefado. Veja agora no que estou metida, Preciso sair daqui logo e bem viva! Antônio-3: Não é uma tarefa muito fácil. Porque somos rápidos e hábeis. Emanuela: Mas pelo que vejo também são gentis, Sábios, educados e juvenis. Não precisam se sujar com a matança E muito menos fazer uma comilança. Antônio-todos: Fez uma descrição honesta e com beleza, Mas comê-la faz parte da nossa natureza. Emanuela: Mas porque se impõem esta limitação? Tantas coisas servem de alimentação. Antônio-2 e3: Hora da aula! Antônio: Está tudo aqui, tente me acompanhar, Este é o gráfico da cadeia alimentar. Antônio-2 coloca um óculos e Antônio-3 pega uma vareta para o desenho de da pirâmide. Antônio-2: Vou falar bem resumidamente, Lá no topo tem o leão que é o mais valente, Junto com ele uma turma que come carne E corre, pula e faz o maior alarde. Emanuela: Sim eu sei são uns bagunceiros, Esses bichos carniceiros. Antônio-3: à a natureza, minha filha, Não se escapa nem em uma ilha. Abaixo deles vem outros bichos, Que comem ainda outros bichos. Emanuela: Espere aÃ, esta aula está murchando, Tem coisa que não está explicando. Antônio- todos: Percebi que você está nos enrolando, Precisamos te comer e ficar no comando. Emanuela: Entendi vocês estão presos nesta cadeia. Mas, que desperdÃcio de dente, Não podem escolher algo bem quente? Antônio: Não me importo se me acha limitado. Vou logo dizer que não sou pau mandado. Emanuela: Por acaso gosta mesmo desse sabor? Não prefere um camarão de sabor? Antônio-2: Até que em fim o dia vem raiando, Minha soneca, por mim está chamando! Antônio-3: Você é uma lagarta boa de papo. Vá-se logo, ou vai virar um trapo. Emanuela: Foi um imenso prazer conhecer vocês nesta madrugada. Podem dormir que já estou em retirada. Emanuela pega as gotas de previsão e sai da toca. CENA 6 Emanuela: Ai, de repente me deu um cansaço, Estou quentinha com este mormaço. Vou me deitar um bocadinho E relaxar um pouquinho! Emanuela dorme. Entram as duas costureiras mágicas. Maria: Veja que lagartinha no ponto. Deve ter um casulo agora e pronto! Marieta: Faça um casulo bem delicado, Um tom assim, puxado para o rosado. Maria: Você sabe que não podemos inovar, Casulo é casulo, não há o que sonhar. As costureiras mágicas enrolam Emanuela em um tule. Marieta: Ah, meu sonho é poder variar E uma asa bem linda criar! Maria: Você está falando em nome dessa lagartinha Que deve ser bem criativa. Marieta: Eu sei! Os desejos mais profundos captamos, Da alma de quem encontramos. Criar asas é a nossa função, Mas as cores e formas, devem vir do coração! Maria: Vamos da à ela uma asa amarela? Marieta: Ah, ela é bem mais espalhafatosa! Maria: De oncinha? Marieta: Hum. Acho que não. Veja como a alma dela é pra frente, Ela precisa de um modelito diferente! Maria: Vichi, isto está ficando complicado! Marieta: Vamos fazer uma asa nunca feita antes, Para isso é preciso se concentrar bastante. As costureiras mágicas dançam em volta da lagarta, jogando bolhas de sabão. As luzes se apagam e a asa é colocada em Emanuela. As costureiras vão embora. A luz se ascende e Emanuela acorda, levanta e se desequilibra com o peso das asas. Emanuela: Não posso acreditar no que estou vendo! à um sonho o que estou vivendo! Tenho lindas asas rendadas de borboleta, Que me fazem ser a mais feliz do planeta! Começa a voar e encontra sua prima com as asas douradas. Marta: Prima, como você está linda de rendas! Parece que resolveu seus problemas! Emanuela: Você também foi iluminada, Com estas lindas asas douradas! Mas me diga o que estava costurando, Se as asas dos céus ganhamos? Marta: Estava incerta e perdida como você, Achando que tudo tinha que resolver. Mas aprendi que viver é ir deixar rolando E sair por ai, voando! Emanuela: Voar é mais gostoso do que podia imaginar, Ser borboleta é espetacular! Marta sai voando e Emanuela para. Emanuela: Estou me esquecendo do que prometi, Levar as gotas para o Oh Grande e poderoso sábio, quase me esqueci. Não quero mais saber do futuro, Mas na minha palavra não há furo. Pousa no chão. O Poderoso Sábio pega o vidrinho com as gotas de previsão e as joga fora. Oh Grande e Poderoso Sábio: Minha querida borboleta de bom coração, Foi para se conhecer melhor, que lhe dei esta missão. Para ganhar estas lindas asas que você tem, Bastava você se querer bem! Agora voa para o mais belo jardim E sua alegria, jamais terá fim! O Sábio vai até a plateia e diz: Eu sou o Oh Grande e Poderoso Sábio, E não aguento mais fazer rima. Se alguém quiser saber do futuro Não chame por mim, à só ter calma e espera-lo chegar, em fim! FIM
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