Revista EmbalagemMarca 035 - Julho 2002

April 5, 2018 | Author: Anonymous | Category: Documents
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Ano IV • Nº 35 • Julho 2002 • R$ 6,00 www.embalagemmarca.com.br Profusão de oportunidades vai além do negócio de laminação de flexíveis Disputa tecnológica é acirrada com novos investimentos dos fabricantes Cada vez mais grandes empresas de especialidades químicas querem faturar com embalagens COBERTURA DA FISPAL • AÇO: A NOVA LATA EXPANDIDA Apesar de tudo, o barco vai N Não é preciso ver tudo cor-de-rosa, mas há indicadores de que o mar talvez não esteja tão revolto em mesmo a conquista do pentacampeonato mundial de futebol parece ter contribuído para melhorar o astral brasileiro no que se refere à economia e aos negócios. Sem dúvida há razões para isso, pois vivemos tempos bicudos. Mas fala-se tanto ser este um momento crítico que perguntamos: quando, no Brasil, não foi? Visto que tempos de bonança parecem ser exceção, seria o caso de concluir que, apesar de tudo, o barco vai em frente. Em EMBALAGEMMARCA não se faz o jogo de Poliana nem se usam os óculos do Dr. Pangloss, que via o mundo sempre cor-de-rosa. No entanto não há como deixar de observar indicadores de que o mar talvez não esteja tão revolto. Nesta edição, por exemplo, a reportagem de capa, de Leandro Haberli, mostra que a indústria de adesivos vem apresentando estimulante crescimento. Não será porque a ampla rede de empresas usuárias desse insumo, em que o setor de embalagem se destaca, o utiliza em crescente volume, produzindo artigos mais modernos e mais eficazes em suas funções? Além dessa reportagem, Leandro comparece com outro serviço que sem dú- vida será lido com muito interesse. Na condição de único jornalista brasileiro presente, ele participou em junho, em Paris, da apresentação prévia de uma das mais importantes feiras de embalagem do mundo, Emballage 2002. O evento ocorrerá em novembro, e a equipe de EMBALAGEMMARCA estará lá, para fazer a cobertura jornalística diferenciada que caracteriza seu conteúdo. Em mais uma amostra desse diferencial, chamo a atenção para a cobertura da Fispal, feita por Guilherme Kamio. Até agosto. Wilson Palhares julho 2002 Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected] 6 10 PERFIL Referência no campo das embalagens de vidro, a Wheaton comemora 50 anos de atividades 21 28 FEIRA As novidades e uma visão sucinta da Fispal Tecnologia 2002 Reportagem [email protected] Flávio Palhares [email protected] Guilherme Kamio [email protected] Leandro Haberli [email protected] Thays Freitas [email protected] CAPA: ADESIVOS Movimentação reflete o aquecimento do setor, tanto em adesivos para laminação como em hot melts, PSAs, vernizes e aditivos INOVAÇÃO Lata expandida, uma novidade para mexer com o mercado de embalagens de aço Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial [email protected] Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro [email protected] Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00 Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem. 33 16 AUTO-ADESIVOS Seminário destaca a flexibilidade e as possibilidades de diferenciação e promoção através de soluções auto-adesivas INTERNACIONAL Uma prévia exclusiva do salão Emballage, que acontecerá em novembro na França Tiragem desta edição 8 000 exemplares Filiada ao 36 38 40 EVENTO 3º Fórum Internacional do Papelcartão mostra tendências e caminhos em embalagem Impressa em papel couché mate 115 g/m2 (miolo) e couché brilho 150 g/m2 (capa) da Cia. Suzano de Papel e Celulose Impressão: Grande ABC 3 Editorial Crise não deve invalidar a necessidade de crescimento e inovação Panorama FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos Display 31 Painel Gráfico EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 Algumas novidades nas áreas de impressão e pré-impressão Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagem www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista. 42 Almanaque Fatos e curiosidades pouco conhecidos do mundo das marcas e das embalagens perfil 50 anos crescendo Jubileu de ouro da Wheaton reflete história industrial do Brasil etalhes e episódios interessantes da trajetória de uma grande empresa são alguns dos fatores que determinam sua presença nesta seção, destinada a mostrar como e em que ela pode ser útil à cadeia de embalagem. Mas há casos em que a decisão se justifica também por outras razões. A possibilidade de analisar, através exatamente de seu perfil, a evolução do mercado em que determinada empresa atua e está inserida é um desses critérios. No caso da vidraria Wheaton, companhia de origem americana que completa cinquenta anos de Brasil neste mês de julho, as duas razões parecem válidas para resumir sua história no país. Maior fornecedora de embalagens para cosméticos e perfumes do Brasil, a Wheaton testemunhou o cotidiano de um mercado que se modificou fortemente nas últimas décadas. A um só tempo a empresa vivenciou e fez parte da consolidação de grandes fabricantes nacionais desses produtos, e como se não bastasse, também foi peça importante na introdução e no desenvolvimento da indústria farmacêutica no Brasil. “Quando chegamos, ainda não existia indústria farmacêutica por aqui, e os perfumes brasileiros eram em sua maioria artesanais”, lembra Renato Massara, diretor comercial da empresa. Nessa mesma época, a Wheaton, que desde a década de 80 é formada por capital 100% nacional, obviamente não era uma indústria vidreira do porte atual, embora já trabalhasse com o material. “Chegamos para fabricar frascos injetáveis de penicilina”, conta Massara. “Só depois de alguns anos, a Wheaton co- D Frascos coloridos e moldes exclusivos: tiragens acessíveis a pequenos produtores meçou a estratégia que resultou em sua atual posição no mercado de cosméticos, perfumes e produtos farmacêuticos.” A situação começou a mudar sobretudo a partir do fornecimento para pequenas empresas que então surgiam no cenário nacional. Um dos casos mais emblemáticos remonta ao final da década de 70, quando quatro jovens sócios de uma farmácia de manipulação em Curitiba (PR) resolveram produzir perfumes para a clientela local. O negócio cresceu, culminando numa das maiores marcas do setor no país hoje, O Boticário. “Os fundadores do O Boticário vieram a São Paulo para escolher a embalagem inicial de seus perfumes”, lembra o diretor da Wheaton. “Foi quando conheceram, em nossa fábrica, o modelo Ânfora, usado até hoje pela empresa.” Pioneirismo A Wheaton de fato cresceu acompanhando os avanços do mercado nacional de cosméticos. A gigante americana Avon, por exemplo, é atendida pela vidraria desde sua chegada ao país, no início dos anos 60. Ao longo da trajetória da paulistana Natura, vários projetos de embalagem desenvolvidos para ela pela Wheaton amealharam prêmios e se tornaram clássicos do design brasileiro. “A Wheaton se beneficiou por ter acreditado na evolução do mercado brasileiro de embalagens”, interpreta Massara. DIVULGAÇÃO Unidade Produtiva: salto tecnológico 6 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 STUDIO AG – ANDRÉ GODOY Ao longo desses 50 anos de atuação no Brasil, tal crença se traduziu em uma filosofia de trabalho pontuada por constantes investimentos em tecnologia e gerenciamento de processos de qualidade. Um exemplo advém do fato de que a Wheaton foi uma das primeiras vidrarias a oferecer no Brasil frascos coloridos em tiragens baixas. Isso foi possível graças à inovadora tecnologia color feeder, na qual um canal alimentador abastece a máquina com vidro colorido, enquanto o restante do forno fica produzindo vidro básico incolor. Foi uma maneira de suprir clientes que não estavam interessados em modelos standard, mas que não tinham interesse ou necessidade de comprar lotes extensos, como os normalmente exigidos para a produção de modelos exclusivos. Assim como o color feeder, outros investimentos em modernização dos métodos de produção foram lastreados no início dos anos 90, quando se assistiu à abertura econômica brasileira. Conforme explica Massara, a chegada de um número crescente de perfumes e cosméticos importados forçou um salto tecnológico na produção nacional de embalagens para esses produtos, uma vez que a indústria usuária passou a ter progressivo acesso aos projetos estrangeiros. “Tivemos de nos adaptar, aumentando a oferta de frascos exclusivos em tiragens menores, e melhorando a textura, a aparência e o brilho do vidro”, resume o diretor da Wheaton. A busca por diferenciais, contudo, não se restringiu a períodos recentes na história da Wheaton. No começo dos anos 80, a empresa, que é uma das únicas grandes vidrarias do país que não produz garrafas nem vidro plano, decidiu complementar a sua atuação, criando duas novas companhias dentro do grupo: a Farmacap, fabricante de tampas de borracha para o setor farmacêutico; e a Viton, divisão voltada ao EMPRESA EM NÚMEROS • • • • 2 200 funcionários 4 000 moldes disponíveis Capacidade de 800 milhões de frascos por ano Mais de 20 linhas de produção mercado de embalagens plásticas para cosméticos e farmacêuticos, além de fabricante e exportadora de equipamentos para a indústria vidreira. Investimentos Atualmente, a empresa está fornecendo também vidros alimentícios, sobretudo para o mercado de geléias finas e molhos especiais. Outro segmento de atuação fora da tríade cosméticos-perfumes-farmacêuticos, responsável por mais de 80% do faturamento da empresa, é o mercado de objetos de uso doméstico, onde a Wheaton possui uma linha de pratos e copos para mesa. No conjunto dos setores em que atua, o grupo contabiliza mais de 4 000 moldes. A capacidade produtiva atual é de 800 milhões de frascos/ano. Para o mercado farmacêutico, a empresa recentemente reconstituiu um de seus maiores fornos, num investimento declarado de mais de 10 milhões de reais. Como parte das comemorações de seu cinqüentenário, a Wheaton participa da feira conjunta HBA South América & FCE Pharma (31 de julho a 2 de agosto), dirigida aos mercados farmacêutico e de cosméticos. A empresa exibiu na ocasião boa parte da evolução das embalagens de vidro para cosméticos e produtos farmacêuticos ocorrida nos últimos cinqüenta anos. Por tudo que testemunhou ao longo desse período, certamente não deverá faltar material para entreter os visitantes, mesmo os mais envolvidos com a história da indústria vidreira no Brasil. Wheaton (11) 4355-1818 www.wheatondobrasil.com.br Perfumes e cosméticos representam 80% do faturamento da Wheaton 8 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 STUDIO AG – ANDRÉ GODOY capa Novos caminhos Adesivos para embalagens vão além da laminação de flexíveis Por Leandro Haberli oucos fabricantes parecem ter investido tanto para crescer na cadeia de fornecimento de matérias-primas para a produção de embalagens quanto fizeram em tempos recentes os de adesivos e selantes. É uma movimentação compreensível, quando se constata que esse tipo de produto desempenha papel progressivamente determinante nos mais diferentes métodos modernos de produção. Mas é o setor de embalagem que surge como uma das principais propulsoras da surpreendente ampliação desse mercado. Nas últimas três décadas, a produção mundial de adesivos e selantes cresceu mais de cinco vezes, ao mesmo tempo em que a cadeia do packaging se tornou uma das mais representativas para os fornecedores dessa especialidade química (ver gráfico na página ao lado). Na fatia que P cabe à embalagem, o negócio de laminação de filmes flexíveis mantém o status, conquistado nos últimos anos, de maior consumidor de adesivos e selantes industriais. Mas tal condição, que pode ser resumidamente explicada pela explosão do consumo daquele tipo de embalagens em todo o mundo, não tem freado investimentos em outras áreas. No Brasil, apesar da posição estratégica da conversão de embalagens flexíveis, cada vez mais fabricantes de adesivos privilegiam ações consagradas pelas boas perspectivas dos mercados de rótulos e montagem e fechamento de cartuchos celulósicos. Investimentos significativos são observados também na área de embalagens secundárias para transporte, onde se nota crescente substituição de grampos por sistemas de fechamento que usam etiquetas, fitas e adesivos. E é muito expres- Convertedores de filmes flexíveis são os maiores consumidores de adesivos para embalagens, mas demanda do insumo cresce em outras frentes FOTOS: DIVULGAÇÃO 10 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 siva a movimentação no acabamento de embalagens promocionais, onde os rótulos auto-adesivos são preponderantes. Os nichos variam, abrindo oportunidades de migração para o mercado de embalagens que não se restringem a empresas estrangeiras. “Hoje atuamos com adesivos para construção e fechamento de caixas de papel, além de selantes para rotulagem nas mais diferentes superfícies”, resume Alexandre Astolfi, gerente de mercado da Artecola, cinqüentenária fabricante nacional de adesivos industriais. Forte fornecedora nas área gráficas, moveleira e têxtil, a Artecola concentra 30% de seu faturamento no mercado de embalagem, mesmo sem atuar na área de laminação de flexíveis. Mercado mundial de adesivos 21% - Envase e embalagem 20% - Do-it-yourself 20% - Consumo 14% - Indústria geral 12% - Madeira 9% - Auto 4% - Calçado 44% - Aquosos 21% - Hot Melts 14% - Com solventes Água não é problema Igualmente interessada no mercado de rótulos, a HB Fuller é outra empresa de adesivos a ilustrar o poder de atração do mercado de embalagem. Depois de ter trazido ao país sua linha de adesivos sem solvente para selagem e laminação de filmes flexíveis, a HB Fuller, situada em Sorocaba (SP), segue fortalecendo sua marca como fornecedora de adesivos para a indústria de rótulos. Um de seus pontos fortes aparece na área de bebidas, para a qual a empresa diz ter adesivos que mantêm os rótulos perfeitamente fixados, mesmo quando submersos em gelo e água. Outra grande empresa de aditivos químicos que quer aumentar parcerias e o fornecimento de suas soluções para fabricantes de adesivos para embalagem é a Ciba. Os produtos voltados a esse mercado são constituídos pelas linhas de aditivos antioxidantes, disponíveis sob a marca Irganox. Tais soluções têm emprego em duas frentes distintas: a indústria de rótulos e os fabricantes de adesivos para fechamento de caixas e cartuchos de papel cartão. Os aditivos são desenvolvidos para aumentar a aderência e a vida útil dos selantes, sobretudo em condições extremas de temperatura. O exemplo da Ciba indica que o fornecimento de especialidades e bases industriais para os fabricantes de adesivos é cada vez mais estratégico no mundo quí- 10% - Reativos 11% - Outros Adesivo granulado: foco no mercado de rótulos e fechamento de cartuchos mico. A mesma percepção vem à tona quando se constata o caso da DuPont, que também tem se lançado na oferta de matérias-primas e adesivos para o mercado de embalagem. Contudo, o foco principal aí é a co-extrusão de materiais não compatíveis, como os que compõem filmes flexíveis multicamadas. Para atender a esse setor, a gigante americana desenvolveu a linha Bynel, composta por onze famílias distintas de adesivos. A Sovereign Specialty Chemicals, também americana, apresenta estratégia distinta. Oficialmente no Brasil desde fevereiro último, quando ocorreu a inauguração de sua sede em Vinhedo (SP), a empresa se mostra interessada em fornecer adesivos prontos para nichos específicos da cadeia brasileira de embalagem. Mesmo tendo adquirido recentemente a inglesa Croda Adhesives, especializada em vernizes e adesivos direcionados justamente a embalagens flexíveis, a Sovereign não apostará tudo no negócio de laminação. “Nossa linha de produtos conta com adesivos próprios para embalagens flexíveis, inclusive de alimentos”, conta Silvana Reis, gerente-geral da Sovereign jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 11 FONTE: ADHESIVE TECHNOLOGY SET/99 no Brasil. “Mas por enquanto daremos prioridade ao fornecimento para empresas de rótulos, além de investir fortemente no negócio de vernizes para acabamento gráfico de embalagens”, ela completa. E o dólar? Atuando sobretudo, quando não totalmente, com matérias-primas importadas, os fabricantes de adesivos industriais são alvo de grandes incertezas nos momentos de instabilidade cambial. “A área de adesivos tem sofrido impacto imediato da freada econômica”, analisa Mauro Trevizan, diretor regional de adesivos e selantes da Rohm and Haas. Apesar disso, ele diz que a empresa tem se dedicado como nunca ao desenvolvimento de novos produtos. “Queremos alavancar essa estratégia, para que, ao acelerar-se novamente a economia, eles já estejam aprovados”, comenta Trevizan. Nessa filosofia, existe a possibilidade, ainda não confirmada, de que a Rohm and Haas passe a produzir no Brasil adesivos com cura por radiação, além da recém-incrementada linha de hot melts reativos. Na Artecola predomina percepção semelhante. “Mesmo com o mercado de bens de consumo retraído, a área de embalagem tem apresentado crescimento constante em nossa operação”, confirma Alexandre Astolfi, gerente de mercado da empresa. Entre outros fatores, o executivo observa que tal evolução é ocasionada pela crescente substituição de grampos por sistemas adesivos para o fechamento de embalagens secundárias (foto). Hegemonia Não é exagero dizer que parte da cautela de alguns fabricantes quanto a investir no mercado brasileiro de laminação de flexíveis pode ser explicada pelo atual papel da alemã Henkel no setor. A empresa contabiliza mais de duas décadas no país, e na área de embalagem fornece para os principais convertedores de filmes flexíveis, às vezes em caráter de exclusividade. Estimativas internas dão conta de que a Henkel domina atualmente 70% do mercado de laminação de filmes flexíveis para a cadeia de embalagem. Apesar da posição privilegiada, a empresa não está acomodada. Ciente da proximidade da chegada ao Brasil de normas de segurança para evitar a contaminação de alimentos acondicionados em embalagens laminadas, a Henkel tem investido alto em pesquisa para trazer soluções a tal questão. Como explica Julio Muñoz Kampf, diretor da divisão de adesivos industriais para América do Sul, a preocupação da indústria alimentícia em evitar contato de seus produtos com substâncias químicas da embalagem é cada vez mais evidente no Brasil. “Por isso nossos esforços têm se voltado para a garantia de cura total do adesivo durante o processo de laminação”, resume Muñoz. Além da crescente oferta de adesivos Cartuchos celulósicos consomem cada vez mais adesivos livres de solventes, ou solventless, grande tendência do mercado nos últimos anos, a Henkel continua desenvolvendo o que chama de adesivos de quarta geração. “De maneira geral, são sistemas de fácil manipulação, com boa maquinabilidade e cura rápida, com vistas à performance física e à segurança dos alimentos”, define o diretor da Henkel para a América do Sul. Como demonstra o caso da Henkel, que planeja estratégias para não se tornar vítima do acirramento da concorrência, a dinamização do mercado de adesivos espalha a busca por diferenciais competitivos para atender a convertedores de embalagens flexíveis. Depois de inaugurar, em abril, sua planta reformada de Jacareí (SP), a Rohm and Haas luta para ampliar a presença de suas linhas de adesivos para laminação de embalagens flexíveis. Porém, os 15 milhões de dólares investidos na fábrica paulista, que foi adotada como modelo tecnológico na empresa (a nova unidade indiana da Rohm and Haas é inspirada na planta de Jacareí), deixam claro que, simultaneamente à área de laminação de flexíveis, a empresa quer crescer forte no mercado de rotula- STUDIO AG – ANDRÉ GODOY 12 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 Rótulos auto-adesivos promocionais: nicho estratégico Quente como nunca Ao mesmo tempo em que o mercado de adesivos para embalagem se expande além da laminação de filmes flexíveis, a disputa tecnológica entre as empresas se acirra. Com a profusão de lançamentos, fabricantes tradicionais no cenário brasileiro têm se articulado para responder à demanda por produtos mais eficientes. No mundo dos adesivos, isso significa preço competitivo, secagem rápida, e, claro, selantes que não descolem indevidamente. São basicamente esses os diferenciais que tornaram os hot melts líderes em fatias cada vez mais amplas do mercado de adesivos. Tecnologia relativamente recente, os adesivos hot melt são fundentes e, de maneira geral, podem ser processados a temperaturas mais baixas, normalmente entre 100ºC e 120ºC, o que reverte em economia de energia. Além dessa vantagem, eles têm a seu favor a crescente preocupação de fabricantes e consumidores com a preservação ambiental. “Os hot melts são ecologicamente corretos, atóxicos, e cada vez mais garantem performance excelente em aplicações críticas, como nas embalagens de produtos supergelados”, atesta Roberto Cestari, gerente de vendas da Brascola, tradicional fabricante de adesivos, que entrou de cabeça nesse negócio em 2002. “É por isso que os adesivos com base em solventes estão sendo vítimas de migrações para os hot melts e para os adesivos com base em água.” Com 49 anos no mercado, a Brascola debutou na área de hot melts com a marca Brascomelt, no início do ano. Visando lastrear o objetivo de conquistar 5% desse mercado em três anos, a empresa acaba de adquirir a Colabene, fábrica situada em Campinas (SP), presente no mercado de adesivos industriais desde 1974. A partir de agora, a Colabene passa a ser denominada Brascola Tec. “Entre as indústrias atendidas pela nossa atuação com hot melts, como a automotiva, a de calçados e a de construção civil, a de embalagens é a que apresenta grandes perspectivas de crescimento”, aponta Cestari. Para um setor disputado por fabricantes globais de especialidades químicas, a Brascola já obteve resultados expressivos: participação de 1% em menos de seis meses de atuação, além de contar com clientes como Da Granja, Paulista, Leco, Itambé, Vinagre Castelo, Garoto, Panasonic e Alcoa. “Além da performance nas aplicações para embalagens flexíveis, queremos difundir um diferencial no fechamento de cartuchos com nossa linha de hot melts”, ele sustenta. Artecola www.artecola.com.br (51) 598-2002 Brascola www.brascola.com.br (11) 4173-2020 Ciba www.cibasc.com (11) 5532-7395 Coim www.coimbrasil.com.br (19) 3876-3514 DuPont (11) 4166-8393 www.dupont.com.br HB Fuller www.hbfuller.com (15) 236-6201 Henkel www.henkel.com.br (11) 3848-2300 Rohm and Haas www.rohmhaas.com (11) 5185-9000 Sovereign Specialty Chemicals [email protected] (19) 3876-9808 gem, etiquetas e fitas adesivas. Uma das metas é expandir a produção das bases de seus PSAs – pressure sensitive adhesives, ou adesivos sensíveis à pressão –, consumidas basicamente por convertedores de rótulos auto-adesivos. “Ao ampliar seu perfil de produção local, adicionando aos adesivos de PSA a produção de adesivos para laminação de filmes flexíveis, a Rohm and Haas busca fortalecer sua posição de fornecedora completa de adesivos para conversão de embalagens”, diz Maria Cristina Santos Cunha Lima, gerente regional de marketing para adesivos. Concorrente direta da Rohm and Haas e da Henkel no mercado de laminação de flexíveis, a italiana Coim acalenta a esperança de se tornar a fornecedora líder de adesivos para o mercado de embalagem. Até o final do ano, a empresa deverá anunciar a finalização da ampliação de sua fábrica brasileira, também localizada em Vinhedo (SP). Nesse caso, além do mercado de adesivos, a empresa investe no fornecimento de vernizes para selagem a quente e primers para impressão e metalização “Queremos nacionalizar toda a produção voltada à cadeia de embalagens flexíveis”, afirma Paulo Giorgiani, gerente de produto da Coim no Brasil. É verdade que toda a movimentação dos fabricantes de adesivos no mercado de embalagem se justifica por detalhes que passam desapercebidos pelos consumidores. Mas o fato é que hoje não restam dúvidas de que os adesivos são cruciais para garantir a integridade do produto e a vedação de uma embalagem. 14 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 auto-adesivos A força da flexibilidade Seminário debate vantagens dos rótulos em ações promocionais m tempos de vendas difíceis, como os atuais, um poderoso instrumento para estreitar o relacionamento com clientes – e assim possivelmente estimular encomendas – é aproximar-se deles o máximo possível, oferecendo-se para ajudá-los, justamente, a vender. Ou seja: a mágica está em ir ao potencial comprador para prestar um serviço a ele, não só para vender. Ainda que esse ensinamento óbvio conste dos mais antigos “manuais do bom vendedor”, não são muitas as empresas que conseguem implementá-lo com êxito. Há, entretanto, exemplos bem sucedidos. Um deles é o recentemente realizado 1º Seminário de Ações Promocionais no Ponto-de-Venda, com foco na força vendedora dos rótulos auto-adesivos, partindo do fato de que eles atendem com absoluta eficácia a uma das necessidades vitais da promoção, que é a flexibilidade. O evento abordou de forma específica a aplicação desse recurso no segmento alimentício – em particular nas categorias de biscoitos, E Diversificação sem necessidade de imprimir e estocar muitas embalagens diferentes balas, guloseimas, pães, achocolatados e produtos voltados para a linha infantil. Apesar do foco direcionado, os participantes tiveram oportunidade de observar exemplos práticos de aplicações que podem oferecer bons resultados em economia de custos. Uma delas é o uso desse sistema de rotulagem em embalagens flexíveis, como forma de diversificá-las sem necessidade de imprimir e estocar muitos tipos. “A empresa pode fazer embalagens padronizadas e diferenciá-las com o uso de rótulos para cada variedade de produto”, exemplificou Marco Antonio Dias de Oliveira, diretor comercial da E-Packing, uma das empresas organizadoras do seminário. Outro aspecto atraente por ele destacado é que tal recurso, além de não prejudicar o visual da embalagem (“ao contrário, muitas vezes contribui para embelezá-lo”), pode incrementar sua eficácia e ampliar funções. Mostrando como exemplo flow-packs de toalhas de papel umedecidas, para diferentes usos, ele ressaltou que os rótulos adesivos neles aplicados eram do tipo resselável, 16 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY isto é, possibilitam fechar a embalagem após o uso de cada unidade do produto. Ele mostrou também que, com a aplicação de um pequeno auto-adesivo sobre o rótulo, o consumidor tem a garantia de que será o primeiro a abri-lo, já que o dispositivo de segurança se rompe quando isso acontece. Em outro exemplo, este sim promocional, uma cinta auto-adesiva exerce dupla função: agrega duas unidades de um produto e substitui o selo de segurança, já que passa sobre a ponta do rótulo resselável. Integração da cadeia Ocorrido no final do mês passado, o seminário foi, em síntese, um encontro entre profissionais interessados em apresentar e vender seus produtos e serviços a outros, dispostos a encontrar, no que foi apresentado, possíveis instrumentos fortalecedores de seu trabalho no campo promocional. O evento reuniu no Hotel Ibis, em São Paulo, fornecedores e usuários de equipamentos e insumos de embalagens, pondo em prática um tipo de ação de que se ouve falar muito, mas que pouco se vê: a integração da cadeia produtiva. Com apoio de EMBALAGEMMARCA, o Seminário, promovido pela Avery Dennison do Brasil, líder no fornecimento de bases para auto-adesivos, teve parceria da Prakolar Rótulos Auto-adesivos, da Bauch & Campos, maior fabricante brasileira de máquinas rotuladoras, e do EPacking Group, seu representante comercial, de marketing e desenvolvimento. Durante um dia, cerca de quarenta representantes de empresas usuárias de embalagens e de agências de design puderam trocar idéias sobre as possibilidades de uso de materiais promocionais, com ênfase em figurinhas e stickers auto-adesivos aplicados automaticamente. A iniciativa deu bom resultado, segundo avaliação dos participantes. O seminário consistiu de apresentações acompanhadas de debates. A seguir, um resumo da exposição de cada um dos apresentadores. Flexíveis com desenho padrão: diferenciação por meio de rótulos auto-adesivos A mesma função, com rótulos resseláveis • Isabella Monteiro Galli, gerente de marketing da Avery Dennison do Brasil – Apresentou a empresa, destacando sua condição de líder mundial, com mais de 200 instalações ao redor do mundo. Ressaltou a importância do rótulo do produto no ato da compra, quando funciona como poderoso fator de decisão pelo consumidor. “No ponto-de-venda ocorrem cerca de 85% das decisões de compra”, disse. A força de atração do rótulo, segundo Isabella, está diretamente ligada à qualidade do material e às possibilidades de criação que possibilita. Afirmou que “o auto-adesivo é o rótulo que melhor se adapta a qualquer situação”. Especialmente, ele se transforma numa grande oportunidade em casos de promoção, já que oferece enorme flexibilidade de uso. Isabella fez então uma exposição de variadas formas de rótulos promocionais, disponíveis no Brasil ou de rápido internamento por meio da rede mundial de instalações da Avery Dennison. Ela comparou ainda números de consumo de auto-adesivos no Brasil e em outros países: enquanto nos Estados Unidos a média anual é de 12 m2 por pessoa e no México é de 4 m2, o consumo per capita é de 1,5m2. Isso mostraria não só o potencial de uso desses rótulos, mas também, em decorrência, o de estímulo de vendas de produtos em geral. • Lincoln Seragini, do Comitê de Design da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) – Convidado para falar sobre a força da embalagem como instrumento promocional, Seragini, que é diretor da Seragini Farné Design, iniciou sua palestra dizendo achar desnecessário reiterar a importância da embalagem como ferramenta de promoção de vendas. “Isso é tão óbvio que seria redundante reafirmar, pois a boa embalagem é sempre promocional”, disse. “Afinal, no auto-serviço o que se dá é a venda visual, ou findability.” Apesar dessa ressalva inicial, ele desta- 18 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 cou serem incontáveis as possibilidades de, utilizandose a criatividade e os recursos cada vez mais avançados postos à disposição do mercado, transformar a embalagem do produto em estimulador de vendas. Ocorre que a disseminação de tecnologias e de materiais de boa qualidade torna crucial a necessidade de realmente diferenciarse, de modo a reforçar a marca, “o bem mais valioso da empresa”. • Cees Chatziefstratiou, diretor comercial da Prakolar – Falou sobre a tecnologia e a versatilidade da conversão de rótulos auto-adesivos e fez uma apresentação, acompanhada de projeção de fotos de equipamentos disponíveis em sua empresa, todos com tecnologia compatível com o estado da arte. Apresentou também embalagens rotuladas e amostras de rótulos produzidos pela Prakolar, com variados recursos de impressão, como hot-stamping, holografia, relevo e laminação. No caso específico de adesivos promocionais, Chatziefstratiou destacou que a Prakolar tem condições de fornecê-los tanto em formatos planos, para merchandising no ponto-de-venda (com materiais removíveis ou permanentes em papéis ou filmes, com ampla gama de recursos gráficos), quanto em rolos, para aplicação automática ou semi-automática. • Marco Antonio Dias de Oliveira, diretor comercial do E-Packing Group – Apresentou o perfil da Bauch & Campos, que de 1994 a 2002 colocou mais de 2 200 cabeçotes para aplicação de rótulos auto-adesivos, no Brasil, em países latino-americanos, nos Estados Unidos e na Europa, a partir de Portugal, onde tem filial. Esses números, segundo ele, “refletem a irreversível adesão da indústria ao auto-adesivo”. No caso do Brasil, disse que, dentre os vários setores em que a empresa atua, o que mais cresce em diferenciação de aplicação é o alimentício. O diretor do E-Packing Group ressaltou a rapidez com que a empresa por ele repreCom a aplicação de alguns rótulos, redução de custos, antiviolação e retampamento sentada instala equipamentos para aplicação de auto-adesivos: até trinta dias para aplicação externa (face impressa do filme) e até vinte dias para aplicação interna (interior do filme). Marco Antonio mostrou, através de projeções, os acessórios desenvolvidos – sempre com baixo acréscimo de custos – pela fábrica para a aplicação de rótulos promocionais, sem prejuízo da velocidade das máquinas. “Melhor ainda, sem enfeiar as embalagens, pois ao contrário do que muitos potenciais usuários ainda pensam, o rótulo auto-adesivo aplicado numa embalagem flexível, por exemplo, não fica com rugas nem bolhas.” Isso ocorrer, conforme ele explicou, porque a aplicação não é feita no flow-pack ou no standup pouch já contendo o produto, mas no filme, antes que a embalagem esteja formatada. • Cláudio Mello, vice-presidente da Associação das Empresas de Marketing Promocional (Ampro) – Lembrou que o mercado de ações promocionais, no qual se incluem as embalagens e seus complementos, cresce no país, dada a força que iniciativas desse tipo exercem como estimulante de vendas. No entanto, da mesma forma que as embalagens de linha dos produtos precisam destacar-se no ponto-de-venda, nas promoções é preciso ser diferente. Nesse sentido, mais do que criatividade, é fundamental inovar. “A inovação será a palavra de ordem nos próximos cinco ou dez anos nas atividades promocionais”, previu. • Regina Blessa, pesquisadora do Popai Brasil – Apresentou e interpretou em profundidade os resultados do 1º Estudo sobre o Comportamento do Consumidor no Ponto-de-Venda, realizado pelo Popai em 1998. Dada a extensão do trabalho, os interessados em conhecê-lo poderão entrar em contato com a pesquisadora por intermédio do e-mail [email protected] ABRE (11) 3082-9722 www.abre.org.br Ampro (11) 5055-5250/1751 www.ampro.com.br Avery Dennison 0800 701-76000 [email protected] Bauch & Campos (11) 4785-2500 www.bauchcampos.com.br E-Packing (11) 3501-2852 www.epackinggroup.com Popai Brasil (11) 3284-6878 www.popaibrasil.com.br Prakolar (11) 291-6033 [email protected] Seragini Farné (11) 3088-0477 [email protected] 20 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 feira Cadê a crise? Fispal passa ao largo do pessimismo econômico Por Guilherme Kamio ob uma interpretação fria, os diversos indicadores econômicos que mostram a retração do poder de consumo da população nos últimos meses levariam a uma conclusão simples: é arriscado investir em bens de capital e em modernização fabril sem contar com o lastro de perspectivas favoráveis e confiáveis. Alguns fatores, contudo, surgem para abalar esse tipo de análise cartesiana e mostrar que a economia é bastante calcada em dinamismo e imprevisibilidade. Um bom exemplo é a grande movimentação ocorrida na Fispal 2002. Segundo sua organizadora, a Brasil Rio, a 18a edição da feira gerou negócios de 3,2 bilhões de reais no local dedicado aos fornecedores de máquinas, embalagens, insumos e serviços, denominado Fispal Tecnologia. Tal espaço, no caso o pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo, recebeu um total de 54 700 visitantes entre os dias 18 e 21 de junho. “Muitas empresas fecharam acordos aqui cujos valores representam até seis meses do seu faturamento anual”, comenta Luiz Fernando Pereira, diretor da feira. A julgar pelos resultados, a divisão da feira em dois pavilhões, inaugurada no ano S passado, reunindo expositores por perfil, parece ter se firmado. Nesta edição, as novidades foram o Fispal Pack Design Show e o Espaço ABRE do Meio Ambiente, iniciativas tomadas em conjunto com a Associação Brasileira de Embalagem. Maior cosmopolitismo Na primeira, dezesseis agências de design mostraram seus trabalhos para cerca de 3 000 profissionais em uma arena reservada. “Pela primeira vez nos apresentamos como um segmento industrial”, diz Manoel Müller, presidente do Comitê de Design da ABRE. Já o Espaço do Meio Ambiente divulgou os projetos com ênfase na reciclagem capitaneados por empresas de embalagens. A votação popular do Prêmio ABRE de Design de Embalagem também foi feita durante a feira, com participação de 3 000 pessoas – 1 100 a mais que no ano passado. Também merecem lembrança outros dois eventos conjugados à Fispal. Primeiro, o Brasil Pack Trends – Inovações e Tendências, uma rodada de seminários organizada em parceria com o Centro de Tecnologia de Embalagem para Alimentos (Cetea). Em segundo lugar, a 4a Techno Plus – Feira Internacional de Tecnologia para as Indústrias Farmacêutica, Química e Cosmética, que ampliou o escopo do evento. Caminhando para virar definitivamente uma feira de embalagem, na qual a relação exclusiva com a indústria alimentícia será lembrada apenas pela marca e pela origem, a Fispal Tecnologia recebeu, no total, 1 656 expositores, espalhados em 35 mil metros quadrados. Desses, 161 advinham de outros países. Para o próximo ano, estima-se um aumento da área do evento em 9 000 metros quadrados, insuflado pelos segmentos de design e de insumos para embalagem. EMBALAGEMMARCA mostra, a seguir, alguns dos destaques exibidos pelos expositores da Fispal 2002. jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 21 MAIS OPÇÕES PARA ENVASE ASSÉPTICO A Tetra Pak introduziu ao mercado durante a Fispal os novos equipamentos TBA/22 e TBA/21. A primeira traz um novo padrão de capacidade de envase asséptico para alimentos líquidos em embalagens Tetra Brik Aseptic, com capacidade de 12 000 embalagens de um litro por hora. Já a TBA/21 processa até 8 000 unidades por hora, e trabalha com diversos tipos, formatos e volumes de caixinhas. O sistema permite o intercâmbio de volumes para as embalagens Tetra Brik Aseptic nos formatos Base e Slim, que podem ser de 1000ml, 500ml e 250ml, e a nova Tetra Prisma Aseptic de 1000ml Square – versão que conta com formato ergonômico e tampa ReCap 3P (foto). (11) 5501-3200 / www.tetrapak.com.br SOPRO NACIONAL A Sipa apresentou a sua primeira sopradora de embalagens de PET fabricada no Brasil, a SF 8/4. O equipamento, do tipo linear, é capaz de produzir até 4 800 garrafas por hora, com volume de até 2,5 litros, para os mais diferentes segmentos. “Sua nacionalização permite uma redução de investimento de até 40% em relação ao similar, anteriormente apenas importado”, diz Marcelo Balarini, do departamento comercial da Sipa. (11) 4154-8300 / www.sipa.com.br COMUNICA E PROTEGE Uma nova solução foi mostrada pela Novelprint na Fispal: um rótulo autoadesivo com lacre termoencolhível. Tal combinação permite decorar e lacrar a embalagem numa única operação. A parte decorativa auto-adesiva, inferior, pode ser elaborada em material plástico ou papel, enquanto o lacre, na parte superior, é confeccionado em PVC. O sistema protetor evidencia qualquer tentativa de violação da embalagem no ponto-de-venda, e tem picotes que facilitam a abertura. Para a aplicação automática, a Novelprint disponibiliza uma rotuladora com um túnel de encolhimento acoplado, que pode ser colocada diretamente na linha de produção do cliente. (11) 3768-4111 / www.novelprint.com.br MAIS FINO, PORÉM MAIS RESISTENTE A Suzano mostrou na Fispal o Super 6 Hi-Bulky, novo papel cartão duplex que antecipa uma nova geração de cartões com gramaturas mais reduzidas, mas que mantém o mesmo desempenho dos anteriores em relação a rigidez e resistência estrutural. Ademais, apresenta alta qualidade de impressão e verso claro, limpo e homogêneo. Tais características o tornam um atrativo a embalagens de alimentos como cereais matinais, misturas para bolos e gelatinas, e a de detergentes em pó, entre outros produtos. O Super Hi-Bulky encontra-se disponível nas gramaturas 275, 300, 325, 350 e 375 g/m2. “A versão de 300 g/m2 equivale às anteriores de 330 g/m2 ou até 350 g/m2”, comenta André Bueno de Marco, gerente de produto-Papelcartão da Suzano. “Como o consumo dos transformadores se dá pelo peso, o ganho em produtividade fica claro, proporcionando maior volume de embalagens impressas por tonelada.” (11) 3037-9495 / www.suzano.com.br 24 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 PARA ALTAS VELOCIDADES Dois lançamentos foram destacados pela Masipack. A principal vedete era a Speedy Candy 2010, segundo a empresa a primeira máquina nacional de alta velocidade para acondicionamento de balas em flow packs, capaz de processar até 1 800 pacotes por minuto. Entre outras características, ela possui construção modular e seu CLP é um Allen Bradley Control Logix. O outro destaque era a embaladora vertical rotativa Discovery (foto), que produz até 180 pacotes por minuto, trabalhando com embalagens de até 250mm de largura. (11) 4178-8099 / www.masipack.com.br CAFÉ PRESERVADO, CARTUCHOS EM ORDEM Visando atender as necessidades de pequenos e médios fabricantes, a Fabrima apresentou sua nova encartuchadeira intermitente Cartopac-MI, que fecha até 100 cartuchos por minuto e possui avançados opcionais. A empresa também dedicou especial atenção à divulgação de sua parceria com a argentina Celomat, fabricante de válvulas desgaseificadoras auto-adesivas, que preservam as propriedades de cafés acondicionados em embalagens flexíveis com seu mecanismo de vazão unidirecional – ou seja, liberam o gás carbônico exalado pelo café embalado e impedem a entrada de aromas e outros gases no pacote. A Fabrima desenvolveu um aplicador para tais válvulas, para ser conjugado à linha de empacotadoras Flexibag. (11) 6465-2500 / www.fabrima.com.br CÓDIGOS AVANÇADOS Em seu estande, a Comprint destacou a nova impressora por jato de tinta IPRO XHS, capaz de imprimir em altíssimas velocidades textos em até quatro linhas de impressão, códigos de barras e códigos bidimensionais “snowflake”, entre outras características. O equipamento é operado através de um teclado de membrana instalado em seu gabinete e da tela VGA colorida com resolução de 640 x 480 pixels, em que algumas funções são acessadas por touch screen. O software da linha IPRO opera em ambiente Windows, comandado por um chip Pentium. É possível armazenar até 10 000 mensagens em memória. A Comprint também apresentou um novo software para a criação de imagens a serem codificadas para a linha Jaguar II de impressoras, da ITW-Norwood Marking Systems. Ele confere ao usuário maior facilidade de operação na criação de logotipos, códigos de barras e texto alfanumérico. No estande, o novo software foi mostrado através de uma impressora Jaguar II instalada junto a uma empacotadeira flow pack modelo Rotobag, da Masipack. (11) 3371-3350 / www.comprint.com.br APROVEITAMENTO DO VÁCUO Em seu estande, a Selovac apresentou a SC-480, embaladora a vácuo destinada a produtos granulados. Ela proporciona selagem dupla e produz quatro embalagens por ciclo, com até quatro ciclos por minuto, com todo o processo comandado por CLP (foto). Outro destaque era o Selovac RS, equipamento de embalagem a vácuo que utiliza tampas do tipo abre-fácil, da Rojek, com um diferencial: não necessita de vapor ou de atmosfera modificada para trabalhar, ao contrário dos processos convencionais. O Selovac RS destina-se ao acondicionamento de qualquer produto com temperatura de envase abaixo de 40o C a seco, como grãos, pós, maionese, doces e pastosos, entre outros. (11) 5641-5599 / www.selovac.com.br jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 25 MAIS OPÇÕES EM POTES DE PET Para o segmento de frutas, a Plásticos Formar lançou na Fispal a TBAR 500, recipiente que segue o padrão internacional de embalagens para exportação de morangos e uvas, comportando também outras frutas de pequeno calibre. Fabricada em PET cristal, totalmente reciclável e atóxica, a TBAR 500 tem sistema de travas para fechamento e aberturas laterais, inferiores e superiores para deixar o produto respirar e permitir trocas gasosas, evitando a fermentação da fruta. A Formar também lançou o FP Oval 400, num formato que a empresa diz ter exclusividade no Brasil, em PET (foto). É ideal para frutas secas, condimentos, candies e bombons, entre outros. (11) 4056-3655 / www.formar.com.br ROTULAGEM PRECISA Entre seus equipamentos, a Krones destacou na Fispal a Autocol. Trata-se de uma rotuladora para auto-adesivos totalmente automática, que abarca todos os formatos de embalagem e que possui várias opções de velocidade de trabalho. Tem alta precisão na aplicação e é indicada aos mercados químico, farmacêutico, de bebidas, cosmético e alimentício. (11) 4075-9600 / www.krones.com.br RÁPIDO COM BANDEJAS Para envolver alimentos acondicionados em bandejas com filmes stretch, a Ulma lançou a Galaxy, máquina automática de alta velocidade. Com construção anticorrosiva, duplo portabobinas motorizado, que realiza trocas automáticas, ajuste programável de comprimento de filme, para evitar desperdícios, e mecânica robusta, a Galaxy envolve até 60 bandejas por minuto. Há vários opcionais disponíveis, como esteiras de saída por gravidade e sistema para utilização de filme impresso, entre outros. (11) 5092-6060 / www.ulmapackaging.com FAMÍLIA PEX EM CRESCIMENTO A linha PEX de papelcartão revestido por extrusão na origem com polietileno, lançada pela Ripasa na Fispal 2001, ganhou nesta edição da feira novas variedades. São os cartões PEX com superfícies brilhantes ou foscas, que podem ser revestidos com polietileno branco, transparente ou colorido, agregando valor visual, e o PEX com tratamento Corona, que garante maior confiabilidade nas impressões em off-set ou flexografia em sua superfície. A Ripasa também anunciou durante o evento um investimento de 10 milhões de dólares para aperfeiçoar sua linha produtiva de papéis-cartão, o que inclui compra de maquinário, aquisição de novas tecnologias e ampliação de instalações. 0800 113257 / www.ripasa.com.br 26 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 GRANDES CARACTERES Em primeira mão na Fispal, as codificadoras C7 e C3000, da Domino, foram destacadas no estande da Sunnyvale. Ambas são dedicadas a impressões de grandes caracteres para caixas de transporte e bandejas. A C7 armazena até 50 mensagens em memória e utiliza tinta à base de água, enquanto a C3000, de alta resolução, também imprime códigos de barras e até 200 caracteres por linha, com altura de até 35mm, utilizando tintas à base de óleo, amigáveis ao ambiente. (11) 3048-0121 / www.sunnyvale.com.br ORBITAL AUTO-SUFICIENTE Envolvedora de filme stretch do tipo orbital, a GL-2000 foi mostrada em funcionamento no estande da Cyklop do Brasil. Pode trabalhar com cargas de tamanhos variados, com produtos que não ocupam todo o palete ou envolvendo produtos que pedem tensão de filme e relação de estiramento diferenciados. A máquina vem com quatro programas diferentes para envolvimento, que podem ser selecionados no display frontal do painel ou diretamente no CLP interno. Porém o principal atrativo da GL-2000 é o exclusivo sistema de estiramento motorizado alimentado por um banco de baterias, recarregadas quando a máquina está em stand-by. Isso faz com que o conjunto anel giratório/cabeçote motorizado fique praticamente livre de manutenção, pela ausência de pistas de cobre e de escovas de carvão para a transferência de potência e sinal. (11) 4173-2000 / www.cyklop.com.br CARGA PESADA No estande da Montex o destaque era o paletizador automático de caixas PC-250. Com construção estável de duas colunas, presta-se para a paletização de caixas, sacos ou outras embalagens, numa capacidade de duas camadas por minuto. A capacidade do empilhador é de até 15 paletes, e a operação é toda controlada através de painel elétrico. (11) 5062-3978 / [email protected] SANDUÍCHE PROTETOR HardSystem é o nome do novo sistema de embalagens da Irani, que une combinações de dois ou três tipos de ondas a diferentes papéis e adesivos especiais, proporcionando a construção de embalagens de grandes dimensões. O papelão ondulado utilizado no sistema é 100% reciclável. De acordo com a empresa, o HardSystem permite reduzir custos em estocagem, empilhamento e transporte de produtos pesados ou sensíveis. (11) 4154-8200 www.irani.com.br/hardsystem jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 27 inovação FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY Lata (de aço) plástica Recipientes de folha-de-flandres podem ter perfis diferenciados om a diferenciação no pontode-venda transformada em poderoso fator de vendas, até de sobrevivência dos produtos e das marcas, a lata de aço vinha padecendo de uma desvantagem que dia-adia se agravava frente aos materiais concorrentes no Brasil: seu perfil limitava-se aos formatos cilíndrico, oval, quadrado e retangular. Essa mesmice chegou ao fim. A Bertol Embalagens, empresa do Grupo Bertol, de Passo Fundo (RS), já está produzindo no país, com tecnologia francesa e folha da CSN, latas expandidas, que entre outras vantagens oferecem a possibilidade de diversificação de formas. A moderna embalagem estréia no C país de forma plena: já está no mercado, pelas mãos da Conservas Oderich, de São Sebastião do Caí (RS), que a adotou para sua Linha Premium. Apresentada no volume de 338ml, essa linha é composta de onze variedades de produtos: maionese clássica e light, salsicha tradicional e Peritif (aperitivo), jardineira, ervilhas reidratadas, milho verde, molho de tomate refogado, molho para pizza, supremo de franco e extrato de tomate. Todas têm tampa de abertura fácil, e as informações são em português e espanhol. Na opinião de Enrique Eyras Maio, diretor industrial da Bertol, a introdução da tecnologia de fabricação de latas expandidas no Brasil, “com níveis de qualidade 28 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 similares aos dos produtos europeus, contribuirá para que a embalagem de aço, que já tem mais de 100 anos, volte a ser aquela que sempre se definiu como a dos três B’s – boa, bonita e barata”. Eyras reconhece uma desvantagem da lata expandida em comparação com a lata convencional: a espessura de sua folha é maior, ou seja, de 0,19mm, contra os habituais 0,15mm. Porém, ele argumenta que, enquanto esta é uma folha de dupla redução, a da lata expandida é de simples redução. “Vale dizer que o custo industrial é mais baixo”, diz. “Além disso, a expansão pode chegar a 18% ou 20%, de modo que, juntando os dois fatores de custos (redução e expansão), a desvantagem é compensada.” A Bertol investiu 3 milhões de dólares em três anos, dos quais 600 mil na máquina expansora, da marca Sabatie, francesa. Com autorização do fabricante francês, patenteou para o Brasil o processo de fabricação e o design. “Temos vários sha- pes diferentes patenteados”, conta Eyras. Um deles, para óleo comestível, poderá ser lançado em setembro próximo. Nessa categoria de produto, o diretor industrial da Bertol acredita que o Brasil caminha para adotar o padrão de 1 litro (e frações), “quebrando o paradigma de 900ml”. Quebra de paradigma Na verdade, a estréia da lata expandida já representa uma quebra de paradigma, não só pela forma, mas pelo tipo de um dos produtos lançados pela Oderich, a maionese (“a primeira e única em lata”). O padrão de referência nessa categoria é o recipiente de vidro, não obstante exceções como bisnagas plásticas e sachês para uso individual e potes plásticos para consumo institucional. A propósito, Marcos Oderich, diretor da Conservas Oderich, diz que “um dos grandes desafios do lançamento dos produtos na lata expandida é quebrar grandes paradigmas, como esse da maionese”. Segundo ele, o produto Uma embalagem que é fruto da integração O lançamento da lata de aço expandida no Brasil representa, de certa forma, uma inovação de procedimento empresarial. Ele é fruto da integração de elos da cadeia produtiva. No caso, juntaram esforços a fornecedora da matéria-prima (CSN), a indústria transformadora (Bertol) e a usuária (Oderich). “Quando a Bertol nos apresentou o projeto, não hesitamos em dar apoio para que trouxesse da França para o Brasil a tecnologia Sabatie de fabricação”, conta Sérgio Iunis, gerente de canais e marketing da Unidade de Mercado Embalagem da CSN. Em que consiste esse apoio? Para começar, a CSN desenvolveu uma folha-de-flandres específica para a fabricação de latas expandidas. Fez também todos os testes necessários, em seu centro de pesquisa, em Volta Redonda, além de dar assistência técnica diretamente à Oderich, para que o desempenho em linha fosse perfeito. Como se tratava de um lançamento pioneiro, lembra Iunis, a CSN deu ainda “forte apoio institucional” na apresentação da Linha Premium na feira da APAS e na Fispal, recentemente realizadas em São Paulo. Iunis adianta que a empresa deverá ainda apoiar campanhas publicitária e em pontos-de-venda. Esse apoio não se limita ao projeto da lata expandida. “A empresa está disposta a apoiar qualquer projeto de lata de aço no Brasil”, ele afirma. Dentro dessa estratégia, a CSN tem como contratada a agência especializada Packing Design, que desenvolve projetos de embalagens para os clientes das metalgráficas usuárias da matéria-prima. O design gráfico da Linha Premium da Oderich é resultado desse trabalho. Para uma embalagem com o mesmo perfil, destinada a café solúvel, a agência utilizou, com excelente resultado, design desenvolvido pelo designer Roney Camelo para o Projeto Flexofilm e Design, lançado por EMBALAGEMMARCA em parceria com sete empresas (Votocel, Flexopower, Liofol, Arco Convert, Fotograv, Tupahue e Packing). O mesmo design foi aplicado numa lata convencional, com tampa Abre-Fácil da Metalgráfica Rojek, igualmente com bom resultado. jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 29 com a marca de sua empresa “será o carro-chefe para alavancar os demais”. As latas de maionese terão sobretampa, já que habitualmente o consumidor não utiliza todo o conteúdo de uma vez. Oderich conta que, ao optar pela adoção da lata expandida, estava “agarrando uma oportunidade”: oferecer um diferencial num mercado em que, segundo ele, basicamente há nivelamento por baixo, pois o consumidor nem sempre percebe diferenças de qualidade dos produtos. “A lata expandida dá uma conotação de modernidade e evolução a uma embalagem consagrada há mais de um século”, ele diz. “Mantém as vantagens tradicionais da lata de aço, como segurança, hermeticidade, resistência e harmonia com o meio ambiente, com um acréscimo: a versatilidade de formas.” Mesmo eventuais perdas logísticas resultantes do formato irregular das latas são superáveis. A Oderich desenvolveu caixas de papelão ondulado para doze unidades, a fim de facilitar a movimentação. No empilhamento não há prejuízo em relação à lata convencional. Para distâncias maiores, uma opção é empilhar latas boca a boca, o que gera economia de espaço de aproximadamente 16% em relação ao empilhamento normal. Isso porque a capacidade volumétrica da lata expandida é 14% maior que a de uma lata convencional da mesma altura. Inicialmente a Linha Premium está presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde a empresa espera “conquistar clientes que talvez não estivessem motivados para comprar produtos situados num nível mais elevado”. Um guia de cores sem preconceito Como se comportará determinada tonalidade de cor sobre fundo preto na impressão final? Designers e diretores de arte enfrentam freqüentemente esse problema, que poderia ser resolvido de maneira relativamente fácil se dispusessem de uma boa escala de cores. Trata-se de uma ferramenta que, teoricamente, estaria à disposição de qualquer profissional com a mesma facilidade que um eletricista, por exemplo, dispõe de um alicate. No entanto, em geral as escalas de cores fornecidas pelas gráficas são limitadas em sua extensão e parecem padecer de sério preconceito: não incluem o preto nas combinações de cores. Habitualmente impressas sobre fundo branco não permitem ao profissional visualizar com antecedência o resultado das cores desejadas se o fundo não for esse. Vivendo o problema no dia-a-dia, a Elmefaria Comunicação e Design, de São Paulo, desenvolveu Uma Luz sobre as Cores – Guia Prático de Quadricromia, contendo 18 mil combinações de cores sobre fundo branco e 18 mil sobre fundo preto. São ao todo 153 páginas com 121 amostras de cor sobre fundo branco e outras 153 sobre fundo preto em cada uma. O guia está disponível para download, sem custo, no site da Elmefaria, em arquivo PDF de 1,2 mega. Quando é clicada uma tonalidade em fundo branco, um link remete para a mesma tonalidade sobre fundo preto. No rodapé das páginas há plateas que abrem para sugestões de combinações de cores não muito habituais. Denise Faria, da área de atendimento e sócia da agência, observa que “existem incontáveis combinações de cores que acabam sendo esquecidas até por falta de tempo”. A transformação do guia, idealizado por Mauro Elme, diretor de criação e sócio, poderá vir a ser impresso, se se concretizarem entendimentos para obter patrocinadores. (11) 3801-1891 [email protected] O CtP flexo “mais rápido do mundo” A Creo está aumentando sua família de CtPs para flexografia, com a série Thermoflex, composta por soluções de natureza térmica voltadas ao segmento de embalagens para gravação em chapas de fotopolímero. Os equipamentos possuem características e vantagens específicas relativas a velocidade, capacidade de processamento e qualidade. Segundo a Alphaprint, que representa os produtos Creo no Brasil, o CtP ThermoFlex 5280V é conceituado como o CtP térmico mais veloz do mercado, alcançando até 5,5 metros quadrados/hora em gravação de fotopolímero. O equipamento proporciona aumento de 38% na velocidade de exposição em relação aos modelos anteriores, e sua área de gravação de imagem pode chegar até 1 321 x 2 032cm. “Combinado às necessidades atuais de produção, supera todos os outros sistemas de CtP”, assegura Bob Dalton, gerente de produto para impressão flexográfica da Creo. Outro modelo é a ThermoFlex 4048, um complemento da série, desenvolvido para processamento de chapas com formato até 90 x 120 centímetros, com qualidade apurada de pontos. Prêmio Pini tem duas novas categorias A 12ª edição do Prêmio Fernando Pini de Excelência Gráfica, promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) e pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), inclui este ano novas categorias, entre elas revistas, tablóides e cardápios. Foram criados os segmentos Produtos impressos em rotativa offset heatset e Impressão digital e sob demanda. São as seguintes as categorias de cada um dos dois novos segmentos: • Produtos impressos em rotativa offset heatset – Livros, Revistas semanais, Revistas em geral, Catálogos promocionais, Tablóides e Folhetos promocionais • Impressão digital e sob demanda: Impressão digital, Impressão digital com dados variáveis, Impressão DI (direct-imaging/direct-to-plate) e Campanhas. As inscrições encerram-se dia 25 de setembro próximo. A entrega dos prêmios acontecerá em 28 de novembro, na casa de espetáculos Olympia, em São Paulo. ABTG – tel./fax: 11-6693-9535 • [email protected] Regulamento completo no site www.abtg.org.br (11) 3816-4747 [email protected] www.alphaprint.com.br jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 31 Evento da Heidelberg debate embalagens e rótulos A Heidelberg promoveu durante três dias no final de junho último, na Print Media Academy, em São Paulo, o 1º Inforum – Embalagens e Rótulos. Na ocasião, profissionais do mercado no Brasil, convidados pela empresa, tiveram oportunidade de discutir novidades, tendências e tecnologias disponíveis, com especialistas de fabricantes de equipamentos para a área em todo o mundo. O foco central dos trabalhos do 1º Inforum baseou-se na atual situação de mercado, assim sintetizada por Alberto Ambran, gerente de produtos, rótulos e embalagens da Heidelberg Brasil: “A disputa pela atenção do consumidor em shoppings, hipermercados e magazines está levando a uma valorização sem precedentes dos fatores alta qualidade e atrativos visuais. Com o rótulo e a embalagem assumindo papel preponderana diversidade de produtos, que aumenta, e as tiragens individuais, que diminuem. “Essa tendência para embalagens cada vez mais personalizadas é o que torna lucrativo, por exemplo, o mercado de embalagens de tamanho médio”, ele disse. “Não se pode esquecer a diversidade cultural e demográfica no Brasil e na América Latina, onde temos embalagens dos modelos mais básicos até os mais sofisticados, e que além disso, sofrem as influências da globalização.” A solução para resolver essa complicada equação, na opinião do executivo, é a padronização dos processos e o aumento de produtividade, através de investimentos em tecnologia e processos integrados, projetados de forma individualizada para cada cliente. (11) 3746-4450 [email protected] te na sedução do consumidor, as cores, brilhos, relevo e hot stamping ganham destaque. O desafio está em atender essa demanda sem aumentar os custos da embalagem e sem onerar o fabricante no produto final, uma vez que a concorrência e a diversidade de marcas são cada vez maiores.” Por sua vez, o presidente da Heidelberg para a América Latina, Dieter Brandt, disse ser necessário lembrar Assinatura por 1 ano (11 exemplares): 1 x R$ 60,00 2 x 32,50 Forma de pagamento: Cobrança bancária Depósito em conta corrente Preencha os dados abaixo e envie a ficha de inscrição por fax. Se preferir, preencha o formulário em nosso site www.embalagemmarca.com.br). NOME COMPLETO: EMPRESA (RAZÃO SOCIAL): CARGO: ENDEREÇO: CIDADE: TELEFONE: ( E-MAIL: RAMO DE ATIVIDADE DA EMPRESA: NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA: ) ESTADO: RAMAL: FAX: ( ) CEP: Telefone: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 internacional Aperitivo francês Uma prévia do salão Emballage 2002, que acontece em novembro Leandro Haberli, enviado especial a Paris e de maneira geral a falta de entusiasmo com que algumas empresas e profissionais, inclusive de embalagem, parecem encarar a participação em feiras de negócio é resultado da existência de eventos com conteúdos e perfis de visitação contestáveis, não há dúvida de que muitas dessas exposições são ótimas oportunidades para estreitar o relacionamento com o público que de fato interessa. Na cadeia mundial de embalagem, um pequeno grupo de feiras desfruta dessa condição. Dentre elas está certamente o salão francês Emballage, que se consolidou ao longo de seus 55 anos como uma das maiores referências para quem quer estar a par ou tecer laços comerciais na arrojada indústria européia de embalagem. Basta dizer que, segundo seus organizadores, trata-se da segunda maior feira de seu segmento no mundo, atrás apenas da alemã Interpack. S Foco na organização Realizado a distâncias de no mínimo um semestre dos concorrentes, o salão Emballage, que acontece bienalmente em Paris, também consolidou uma tradição: todos os anos em que acontece, o evento é precedido de uma série de reuniões para adiantar as principais novidades da feira que está por vir. Não foi diferente com a aproximação da edição deste ano, que acontecerá entre os dias 18 e 22 de novembro, no badalado e moderno parque de exposições de Paris-Nord Villepinte. Buscando antecipar a seus leitores o conteúdo e as novidades dessa abrangente feira, a reportagem de EMBALA- Mais informações: www.emballage2002.com No Brasil: (11) 3081-1255 GEMMARCA foi a única representante brasileira presente às conferências prévias de Emballage 2002, feitas durante dois dias de junho último, na sempre esfuziante capital francesa. Além do fim óbvio de atualizar seus leitores quanto aos principais eventos mundiais de embalagem, com este tipo de serviço a revista visa permitir que as pessoas eventualmente interessadas em visitar os pavilhões dessa que é a terceira maior feira de negócios da França – atrás apenas da SIAL, gigante da área alimentícia; e da Maison & Objet, tradicional exposição de móveis e decoração – tenham em mãos material que lhes dê boa idéia daquilo que poderão encontrar por lá. Com 95% das 2 700 vagas para expositores já negociadas, o salão deste ano promete estar mais movimentado e amplo do que nunca. As expectativas de público superam a casa de 160 000 visitantes, num universo em que mais de 40% deverão ser compostos por não-franceses. As fornecedoras de embalagens deverão ocupar metade do espaço destinado a expositores, seguidas pelos fabricantes de máquinas e equipamentos de embalagem (ver gráfico). Emballage 2002 também consagrará parcerias, como a iniciada dois anos atrás com a conhecida feira de processamento alimentício IPA. Isso significa que, novamente, os eventos ocorrerão em Villepinte ao mesmo tempo. Assim, com uma única credencial o visitante terá acesso também às novidades tecnológicas apresentadas pela indústria alimentícia na IPA. jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 33 codificação e impressão. A “aldeia” terá Por falar em credenciamento, o evenEXPOSITORES apoio da Unfea (União Francesa dos Fato traz outra inovação merecedora de bricantes de Rótulos Adesivos). Os orelogios. Trata-se da possibilidade de ganizadores esperam a presença de solicitar, via internet, um kit de cinqüenta empresas expositoras. identificação e acesso às mais 9% Depois da França, o país com diferentes partes da exposição. maior presença deverá ser a ItáAlém dos tradicionais mapas lia, num reflexo do que ocorre dos corredores da feira e de 41% no perfil geral dos expositores esquemas dos meios de de Emballage 2002. acesso aos pavilhões, o paAinda que seja uma amoscote, entregue previamente 50% tra abrangente do mercado no endereço que o visitante francês de embalagem, que reindicar, traz material com dipresenta o oitavo maior setor incas úteis de hospedagem, tudustrial naquele país hoje, com rismo e lazer em Paris. uma movimentação anual estimada Dentro da intenção de permitir em 20 bilhões de dólares, o salão Emque público e expositores entrem em ballage faz jus à fama de ser um dos contato com o que há de mais interessanEmbalagens eventos mais abrangentes da cadeia de te e novo em embalagem para variados Máquinas packaging. Isso por que, pela terceira segmentos do varejo, será mantida esse Outros vez consecutiva, a feira escolherá um ano uma das principais atrações das duas país para ser tema de conferências e paúltimas edições do salão, o “Club Espalestras, além de exposição específica ce Deluxe”, área específica para a expopara divulgar suas empresas de embalasição de produtos finos e sofisticados. PERFIL DOS gem. Ante a natural vocação francesa por tal VISITANTES segmento, não surpreende a expectativa Vez do Canadá de que o espaço deverá acolher mais de Depois de divulgar Brasil e Índia, em 140 expositores. 1998 e 2000, respectivamente, EmÉ um número expressivo para ballage 2002 contará com um ampadrões brasileiros, mas complo espaço sobre o mercado capreensível, considerando que 20% nadense de embalagem. Pelos cerca de 10% do mercado resultados positivos das edimundial de embalagem são 39% ções anteriores, a homenagem absorvidos pelo consumo deste ano certamente atrairá de produtos sofisticados. 17% grande número de empresas e Hábil exploradora desse fiprofissionais de embalagem lão, a França é responsável do Canadá, de maneira que por boa parte das exportaessa pode ser mais uma razão ções mundiais de perfume, 17% para visitar o salão em novembro. produto em que o custo da em7% Com o debate acerca da demasiabalagem gira em torno de 50% de da assiduidade das feiras de negócio alseu valor. Nesse sentido, parece sencançando diversos setores produtivos, a sato reconhecer que, além das desejadas Profissionais da iniciativa do salão Emballage de divulgar fragrâncias e marcas dos perfumes franárea alimentícia uma prévia torna-se especialmente louceses, o grande vendedor neste caso é a Profissionais vável. Afinal, parece não restar dúvidas embalagem. da indústria de que hoje é preciso ser criterioso antes O salão francês deste ano também farmacêutica e de cosméticos de investir em estandes, ou reservar hotel está lançando um novo espaço, destinaFabricantes de e comprar passagens para visitar uma exdo ao mercado de rótulos e etiquetas. embalagens posição renomada – sob pena de ter reTrata-se da Label Village, localizada Indústria usuária de embalagem torno aquém do esperado, ou exposição bem no meio da enorme área em que se Outros ineficaz da marca. concentrarão as empresas de marcação, PERFIL DOS 34 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 evento Com fina precisão Guerra dos materiais: papel cartão ataca com Fórum Internacional a disputa entre os materiais de embalagem, chama a atenção uma particular similaridade com o que vem acontecendo nas guerras reais. Cada vez mais, as armas escolhidas pelas indústrias são de fina precisão. Exemplo disso é o Fórum Internacional do Papelcartão, promovido pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). O evento, parte da Campanha Papelcartão, busca atingir diretamente aqueles que têm papel decisivo nos projetos de embalagem, nos mais variados segmentos. Sua terceira edição ocorreu no último dia 11 de junho, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. O roteiro: palestras e uma rodada de discussões para difundir as vantagens do material no acondicionamento de produtos. Os aspectos favoráveis ao uso do material para embalagens foram frisados N pelo presidente da Bracelpa, Boris Tabacof, logo na abertura do evento. “O papel cartão proporciona alta qualidade de impressão, permite criatividade em design e conta com atributos amigáveis ao ambiente, como o fato de ser reciclável, biodegradável e obtido a partir de recursos naturais renováveis”. José Soares, coordenador da Campanha Papelcartão, destacou uma pesquisa feita com consumidores finais na ocasião do Dia do Meio Ambiente (5 de junho), na qual muitos deles declararam ser favoráveis às embalagens feitas de papel cartão. “O público está progressivamente atentando para o lado ecologicamente correto das embalagens de papel cartão”, ele defendeu. Iniciando a sessão de palestras, Fábio Pando, presidente do Comitê de Marcas Próprias da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), professor do MBA de FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY 36 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 Marketing da ESPM e da Anhembi Morumbi e diretor da Horizon Consulting, abordou “A importância da embalagem no desenvolvimento dos produtos de marca própria”. Ele resgatou a história das marcas próprias no país através da sua apresentação no varejo, onde evoluíram de embalagens genéricas, sem marca, passaram por uma difusão de itens contendo a marca do varejista para endossálos, até chegarem às marcas exclusivas e de fantasia, hoje comuns. Segundo Pando, “o fato de o varejo não ter como investir da mesma forma que a indústria em mídia e fortalecimento de marca torna ainda mais fundamental o papel da embalagem para as marcas próprias”. Nesse sentido, o papel cartão traria as seguintes vantagens ao varejista que trabalha com itens próprios: estoques menores, maior apelo visual da embalagem e possibilidade de rápidas alterações. Caixas de cereais, da Nestlé britânica, com CDs e cards holográficos. Recurso promocional adotado no Brasil para Corn Flakes, com Star Wars Preferência do consumidor Em seguida, Celso Hiroo Ienaga, sóciodiretor da Dextron Management Consulting, apresentou os resultados de um estudo sobre a competitividade do Papelcartão, encomendado pela Bracelpa. A pesquisa mostrou preferência dos consumidores por embalagens de papel cartão frente a outros materiais, notadamente o plástico. Elas atendem, entre outros, a requisitos como fácil manuseio, beleza e facilidade de armazenagem. Ienaga também atentou para a importância crescente dos aspectos ambientais da embalagem, que já têm impacto sobretudo entre os consumidores que moram sozinhos. Com o objetivo de fornecer uma visão de um usuário, o bastão da sessão foi passado a Paulo Eduardo Cabral, gerente de desenvolvimento de embalagem da Sadia. O tema de sua apresentação foi “Desenvolvimento de embalagens cartonadas: conectando processos”. Cabral contou um pouco Caixa de champagne francesa que vira balde para gelo Bracelpa 0800 102131 www.papelcartao.com.br sobre o funcionamento de seu departamento e relatou benefícios que a evolução das embalagens cartonadas trouxe às estratégias traçadas pela Sadia nos últimos anos. Trevor Frederick Styles, gerente geral de marketing da Amcor Cartonboard, única fabricante australiana de papel cartão, proporcionou ao público uma comparação entre os panoramas para o papel cartão em seu país e o Brasil, com “Papelcartão no século 21: uma visão australiana”. Os principais desafios, para as indústrias de ambos os países, são similares: a busca por cartões mais e mais sofisticados, que atendam progressivos requisitos de processo tais como rigidez e rendimento, e incentivar a percepção do papel cartão como um material amigo do ambiente, através de campanhas e de fomento à reciclagem e reaproveitamento. Neste último quesito, Styles contou como coordena as ações da Amcor, ancoradas na campanha Australian Recycled Cartonboard (ARC). Um logotipo foi criado através de uma competição entre estudantes, e uma forte campanha de mídia, paralela ao trabalho junto aos usuários de embalagem, tratou de divulgar a iniciativa. Um dado interessante: no país dos cangurus, pesquisas detectaram que 81% dos consumidores preferem embalagens originadas de papéis reciclados. O profissional da Amcor encerrou mostrando algumas tendências no uso de papel cartão para embalagem no mercado australiano, o que “casou” com a subseqüente apresentação, de Assunta Napolitano Camilo, gerente de desenvolvimento de produto e marketing da Ripasa, que divulgou ao público cases de embalagens diferenciadas de papel cartão (foto maior) – internacionais e do mercado brasileiro, algumas delas agraciadas com o WorldStar, prêmio da World Packaging Organisation (WPO). jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 37 Plus no México Sucesso no Brasil com mais de 200 milhões de unidades vendidas, as latas com fechamento Plus e Biplus, da Brasilata, estão chegando ao México neste mês por meio de contrato assinado com o Grupo Zapata, maior fabricante local de embalagens de aço. Qualidade 2000 A Prakolar acaba de ganhar a certificação NBR ISO 9001/2000. Segundo a empresa, é a primeira certificação da versão 2000 conferida ao segmento de rótulos auto-adesivos. Maior alcance... Porto Alegre está na mira da Avery Dennison. A fornecedora de bases auto-adesivas e papéis para rótulos anunciou a instalação de um novo centro de distribuição na capital gaúcha, que deverá entrar em funcionamento no fim do terceiro trimestre. ...nos Pampas O objetivo é reforçar o suporte à região, “especialmente quando aumentarem as necessidades relacionadas com a recente aquisição da JAC”, diz Jorge Luis Orejuela, gerente geral da empresa no Brasil. O centro terá produtos da linha gráfica, materiais de rolo das linhas Fasson e JAC e pessoal local para atendimento ao cliente. O foco agora é em soluções Numa extensão de seu processo de reestruturação, iniciado em 1998 com a associação a Varga Empreendimentos, a Kentinha, uma das principais fabricantes de embalagens para alimentos do país, passa a se chamar KenPack Soluções em Embalagens. A decisão está em sintonia com a implementação de uma série de investimentos na fábrica de Diadema (SP) e com a adoção de um novo modelo de gestão corporativa. “O novo nome sintetiza as mudanças e representa melhor o posicionamento estratégico da empresa, voltada hoje para oferecer amplo conjunto de produtos e serviços”, afirma José Homero Moreira Filho, presidente da KenPack Soluções. (11) 4057-6000 • www.kenpack.com.br Centro de suporte à cadeia A Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) está divulgando o lançamento do Centro Nacional de Apoio ao Desenvolvimento de Embalagens (CENADE). Trata-se de um banco de dados atualizado sobre o mercado de embalagem, que oferece busca de fornecedores e dados estratégicos e de mercado, entre outros serviços. O CENADE pode ser consultado a partir do site da ABRE (www.abre.org.br). Maiores informações pelo telefone (11) 3082-9722 ou pelo e-mail [email protected]. Lições e reflexões sobre design A editora Rosari está lançando um conjunto de livros que discute o panorama do design no país. Entre os destaques, “Designer não é personal trainer”, seleção de mais de 50 crônicas da jornalista Adélia Borges publicadas no jornal Gazeta Mercantil; “Textos recentes e escritos históricos”, de Alexandre Wollner, que documenta a história do design gráfico nas últimas cinco décadas e reflete sobre a profissão de designer; “O tipo da gráfica – uma continuação”, que reúne artigos do designer Claudio Ferlauto publicados em jornais e revistas de São Paulo e Porto Alegre; e “Projeto tipográfico – Análise e produção de fontes digitais”, de Claudio Rocha, que traz o panorama da evolução técnica na tipografia, dos primórdios à Internet. PRÊMIO ABRE 2001 Na edição nº 26 de EMBALAGEMMARCA (setembro de 2001), no Documento Especial em que foram divulgados os ganhadores do Prêmio ABRE de Design de Embalagem 2001, o crédito de uma das empresa que recebeu Menção Honrosa na categoria Design de Embalagem para Saúde como convertedora saiu errado, por falha de informação da assessoria de imprensa então contratada. Onde saiu Box Print Grupograf deve-se ler Flor de Acácia. O nome da outra citada como convertedora premiada, Sunnyvale, está correto. (11) 5571-7704 • [email protected] 38 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 Ferla lança sopa de aveia semipronta Já está no mercado a nova linha de Sopas de Aveia semiprontas da Ferla, que dá início ao processo de expansão da marca. No segundo semestre, a empresa colocará no mercado outros produtos em diferentes segmentos. A Ferla já investiu R$ 500 mil no desenvolvimento dos novos produtos, campanhas de marketing e promoção. As novas sopas têm três sabores: aveia com galinha, aveia com legumes e aveia com cereais e legumes. Para preparar, basta despejar o conteúdo do envelope em uma panela com água e cozinhar por 3 minutos. A embalagem flexível de 40g é produzida com filme de poliéster, com impressão interna, camada de polietileno e filme de alumínio, mais adesivo e filme de polietileno. O design foi desenvolvido pela House Design e o fabricante das embalagens é a Shellmar Embalagem Moderna. Schincariol investe em sucos prontos Atenta à expansão do consumo de sucos prontos no país, que cresceu 47% no ano passado (dados Nielsen), a Schincariol lançou seu primeiro produto nesse segmento, com a marca Skinka. Trata-se de uma bebida à base de sucos naturais, enriquecida com vitamina C e oferecida em embalagens PET de 450ml. São duas versões: frutas cítricas (laranja, tangerina e limão) e frutas vermelhas (maçã, morango e goiaba). O lançamento faz parte da estratégia de ampliação do portfólio de produtos da Schincariol, que já atua no segmento de cervejas, refrigerantes e águas minerais. Para o desenvolvimento e lançamento de Skinka, foram analisados o potencial de mercado, tanto em volume como em valor, canais de distribuição e venda, tipos de embalagem, preços e concorrência. Frascos de PVC para fitoterápicos Os Laboratórios Bio-Medicin estão lançando no mercado uma nova linha de cosméticos elaborados com extratos naturais da Amazônia. A marca Potyra inicia sua linha com dois tipos de xampus, dois tipos de condicionadores e o Óleo Perfumado Potyra. O xampu à base de Juá (considerado um detergente natural) vai atender o público que tem cabelos normais a oleosos. O condicionador tem, além do Juá, o Cupuaçu, que tem o poder de hidratar e proteger os fios, deixando-os mais leves e soltos. O xampu com extratos de Mutamba é direcionado a quem tem cabelos danificados ou ressecados. O condicionador, à base de Mutamba e Copaíba hidrata e protege os fios. O Óleo Perfumado tem essências naturais, como guaraná, e deve ser usado diretamente na pele. As embalagens, assinadas pela Komatsu Design, são fabricadas pela Embaclass em PVC. Os rótulos são da Soft Color. 40 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002 Pullman ganha novo design As marcas de pães industrializados Pullman e Plus Vita, do Grupo Bimbo, ganharam novas embalagens desenvolvidas pela Mazz Design. Com o objetivo de fortalecer a imagem dos produtos e manter a liderança no mercado, as embalagens receberam layouts mais modernos, garantindo o rejuvenescimento da linha. A linha de pães é composta por pães Tradicionais, Especiais e Lanches. De acordo com Ana Cristina Pupo, atendimento da Mazz, as novas embalagens transmitem mais “appetite appeal”, pois estão mais transparentes do que as atuais. As embalagens são fornecidas pela Canguru. Auto-adesivo da Prodesmaq diferencia produto da L'Oreal A parceria entre a Prodesmaq e a L'Oreal pode ser reconhecida na nova linha de xampus e condicionadores Liss Intense. As embalagens contam com rótulos auto-adesivos com duas impressões em hot stamping. A Prodesmaq combinou dourado e holográfico laranja a outros processos de impressão, como letter press e serigrafia mais aplicação de verniz UV. O efeito das tecnologias empregadas simultaneamente agrega valor ao produto e um excelente diferencial no ponto-de-venda para esse segmento de mercado. Este é mais um trabalho da parceria Prodesmaq/L’Oreal para a linha Elseve. Recentemente, o xampu Citrus explorou o mesmo conceito de decoração. Batavo reforça sobremesas com novas embalagens Aproveitando o crescimento do consumo de suas sobremesas lácteas durante o inverno, a Batavo reforçou o posicionamento dos produtos nos pontos-de-venda com novas embalagens, utilizando cores mais vivas e ilustrações que destacam os ingredientes. O Creamy, sobremesa cremosa de chocolate e chocolate branco, passou a apresentar na embalagem pedaços de chocolate. A embalagem do Creamy Light passou a mostrar o valor calórico do produto, e no Flan foram acrescentadas imagens de caramelos e frutas vermelhas, remetendo ao sabor da respectiva calda. Potes da Toga dão vida nova a Doriana A linha de margarinas Doriana, da Unilever, está chegando ao mercado em novas embalagens com cores fortes e design arrojado. Para causar impacto nas gôndolas do produto, no qual as embalagens com tons pastel reinam absolutas, Do- riana está adotando tons vivos, como laranja, azul e verde, em potes da Dixie Toga. Além do novo design, a linha está ganhando um novo sabor, o Oliva, que conta com 10% de azeite entre os óleos utilizados em sua composição. jul 2002 • EMBALAGEMMARCA – 41 Almanaque Duas guerras fazem uma marca Durante uma viagem à Espanha, no final dos anos 30, o americano Forrest Mars encontrou soldados que estavam comendo grãozinhos de chocolate envoltos numa casca dura açucarada, para evitar que derretessem. Baseado nessa idéia, ele criou a receita para os M&M’s. Vendidos ao público pela primeira vez em 1941, os M&M's tornaram-se os favoritos dos soldados americanos na II Guerra Mundial. Acondicionado em tubos de cartolina, o chocolate era vendido aos militares como um lanche conveniente, porque suportava bem viagens sob qualquer clima. Em 1948, a embalagem mudou do tubo para o característico saquinho marrom conhecido hoje. No início dos anos 50, foram criados o famoso slogan “O chocolate que derrete na sua boca, não na sua mão”, e os personagens M&M’s, para comerciais de televisão. Em 1960, a casca do chocolate, que era marrom, ganhou três novas cores: vermelho, verde e amarelo. Em 1972, os personagens M&M’s apareceram pela primeira vez na embalagem, reforçando o apelo da marca. No final dos anos 1990, o tubo voltou a fazer parte da linha de embalagens do produto. O elefante de cada um na manada A marca de extrato de tomate Elefante, um dos itens de maior prestígio e de vendas no portfólio da Cica (Unilever), tem sua origem no gosto de Rodolfo “Rudi” Bonfiglioli, filho de um dos fundadores da empresa, por caçadas de elefantes. Já o elefante verde que aparece na decoração das latinhas, o personagem Jotalhão, de Maurício de Souza, foi criado nos anos 60 do século recém-findo para uma campanha publicitária – que não foi adiante – do Jornal do Brasil, o JB, que tinha aquele animal como símbolo de seu caderno de anúncios classificados. Oferecido então à Cica, foi adotado, dentro de um processo de modernização do design do produto e da estratégia de comunicação da empresa. O Jotalhão substituiu o desenho realista de um elefante, animal que aliás integrava a logomarca da Cica. Símbolo da pujança dos Classificados do JB, o elefante inspirou Maurício de Souza a… …criar o personagem Jotalhão, adotado pela Cica quando decidiu modernizar a… …embalagem do extrato de tomate, que tinha a figura do animal na marca e… …no logotipo original da empresa. Tudo nasceu de certo gosto por caçadas. 42 – EMBALAGEMMARCA • jul 2002


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