Química cidadã vol 2

May 15, 2018 | Author: Anonymous | Category: Documents
Report this link


Description

MANUAL DO PROFESSOR QUÍMICA Cidadã VOLUME 2 PEQUIS – PROJETO DE ENSINO DE QUÍMICA E SOCIEDADE Coleção Química Cidadã ENSINO MÉDIO – QUÍMICA – 2a- série São Paulo – 2013 2ª- edição Wildson Luiz Pereira dos Santos (coord.) Professor Adjunto do Instituto de Química da UnB. Licenciado em Química pela Universidade de Brasília, mestre em Educação em Ensino de Química pela Unicamp e doutor em Educação em Ensino de Ciências pela UFMG. Gerson de Souza Mól (coord.) Professor Adjunto do Instituto de Química da UnB. Bacharel e licenciado em Química pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em Química Analítica pela UFMG e doutor em Ensino de Química pela Universidade de Brasília (UnB). Siland Meiry França Dib Professora do Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Licenciada em Química pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Roseli Takako Matsunaga Professora do Ensino Médio da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Licenciada em Química pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e mestre em Ensino de Ciências pela Universidade de Brasília (UnB). Sandra Maria de Oliveira Santos Professora do Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Licenciada em Química pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e mestre em Ensino de Ciências pela Universidade de Brasília (UnB). Eliane Nilvana F. de Castro Professora do Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Licenciada em Química pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Gentil de Souza Silva Professor do Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e químico industrial. Licenciado em Química pela Universidade Estadual da Paraíba e especialista em Química pela Universidade Federal de Lavras. Salvia Barbosa Farias Professora do Ensino Médio da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Licenciada em Química pela Universidade Católica de Brasília (UCB). 2013 Editora AJS Ltda. – Todos os direitos reservados Endereço: R. Xavantes, 719, sl. 632 Brás – São Paulo – SP CEP: 03027-000 Telefone: (011) 2081-4677 E-mail: [email protected] Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Química cidadã : volume 2 : ensino médio : 2º série / Wildson Luiz Pereira dos Santos, Gerson de Souza Mól , (coords.) . -- 2. ed. -- São Paulo : Editora AJS, 2013. -- (Coleção química cidadã) PEQUIS - Projeto de Ensino de Química e Sociedade. "Componente curricular: Química". Vários autores. Suplementado pelo manual do professor. Bibliografia 1. Química (Ensino médio) I. Santos, Wildson Luiz Pereira dos. II. Mól, Gerson de Souza. III. Série. 13-06558 CDD-540.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Química : Ensino médio 540.7 ISBN:978-85-62482-87-8 (Aluno) ISBN:978-85-62482-88-5 (Professor) Título original: Química Cidadã – Volume 2 © Editora AJS Ltda, 2013 Editores: Arnaldo Saraiva e Joaquim Saraiva Projeto gráfico e capa: Flávio Nigro Pesquisa iconográfica: Cláudio Perez Coordenação digital: Flávio Nigro e Nelson Quaresma Produção editorial: Maps World Produções Gráficas Ltda Direção: Maurício Barreto Direção editorial: Antonio Nicolau Youssef Gerência editorial: Carmen Olivieri Coordenação de produção: Larissa Prado Edição de arte: Jorge Okura Editoração eletrônica: Alexandre Tallarico, Flávio Akatuka, Francisco Lavorini, Juliana Cristina Silva, Veridiana Freitas, Vivian Trevizan e Wendel de Freitas Edição de texto: Ana Cristina Mendes Perfetti Revisão: Adriano Camargo Monteiro, Fabiana Camargo Pellegrini, Juliana Biggi, Luicy Caetano e Thaís dos Santos Coutinho Pesquisa iconográfica: Elaine Bueno e Luiz Fernando Botter Ilustrações: AMJ Studio, José Yuji Kuribayashi, Osvaldo Sequetin e Paulo Cesar Pereira Conteúdos digitais: Esfera Digital Ilustração da capa: Moacir Knorr Guterres (Moa) A você, estudante Na 1ª- série do Ensino Médio, você viu que a Química é uma Ciência relativamente nova e que a partir de conhecimentos de outros campos científi cos, como o da Física e Biologia, ela tem contribuído para o desenvolvimento de tecnologias que estão propiciando uma melhor qualidade de vida. Vamos ver neste livro como o conhecimento químico nos auxilia a compreender o mundo físico que nos rodeia e como a Química tem contribuído para o desenvolvimento de nossa sociedade. Você tem aprendido que a Química e as suas tecnologias têm provocado uma grande revolução em nosso modo de vida, mas que essa revolução, todavia, tem acarretado inevitavelmente mudanças drásticas no meio ambiente, ocasionando sérias consequências à vida no planeta. Assim é que temos tratado em todos os volumes desta coleção as relações entre a Química, as suas tecnologias, a sociedade e o ambiente. Na 1ª- série você estudou sobre as substâncias e os materiais e viu exemplos de atitudes no uso de produtos químicos para que sejam reduzidos o seu impacto ambiental. A discussão dos problemas sociais vinculados à Química tem permitido a você desenvolver uma atitude comprometida com a justiça e a igualdade social. No segundo volume desta coleção, vamos estudar as reações químicas e seus aspectos dinâmicos e energéticos, a água e a energia. Nesse estudo, você consolidará conhecimentos sobre a natureza da matéria e compreenderá como, a partir desse conhecimento, podemos atuar em nossas atividades profi ssionais de forma mais qualifi cada com ações positivas. O conhecimento dos aspectos dinâmicos e energéticos das reações químicas permite aos químicos controlarem a sua ocorrência. Da mesma forma, o conhecimento das atividades em que estivermos engajados no mundo do trabalho permitirá um melhor controle sobre seus resultados. Vivemos o desafi o de mudar a tendência atual de aquecimento global. O centro desse problema está relacionado à produção energética e tem implicações diretas com o abastecimento global de água. Água e energia são os dois temas a partir dos quais aprofundaremos o estudo da Química, vendo como os seus conceitos nos ajudam a compreendê-los. Além de compreender os conceitos, o que buscamos é uma mudança de atitude responsável com os desafi os climáticos que enfrentamos. Participar da sociedade moderna implica entender como podemos atuar com a diversidade de materiais industrializados que nos rodeiam. Isso exige, entre outras coisas, a economia de água e energia. Para a consolidação do conhecimento que lhe dará base para prosseguir nos estudos superiores, vamos retomar conceitos já abordados na 1ª- série. A metodologia adotada pelos autores desta obra, com larga experiência no ensino de Química, busca enfatizar a compreensão conceitual. Isso implica a contextualização teórica de seus enunciados por meio da revisão constante dos conceitos para ampliar o seu signifi cado. É a capacidade de leitura, interpretação e aplicação conceitual que será cobrada de você nos exames do Enem, que vão lhe possibilitar a continuidade nos estudos superiores. E é com esse propósito que este livro foi organizado. Nossa metodologia se caracteriza, assim, pela contextualização temática e aprofundamento conceitual de conteúdos relevantes para a formação dos estudantes. Isso exige uma nova postura diante do estudo. Desejamos que o seu engajamento na realização de experimentos e na discussão dos temas seja cada vez mais ativo. Lembre-se de que estudar não se limita a rever conceitos e resolver exercícios. Esperamos que a continuidade do seu aprendizado em Química seja muito prazerosa com essa nova abordagem e que você possa utilizar os conhecimentos químicos aprendidos na construção de um mundo melhor, com atitudes que possam assegurar a vida de nossas e de futuras gerações, com base no princípio de justiça e igualdade social. Um forte abraço. Os autores APRESENTAÇÃO CONHEÇA SEU LIVRO Este livro é dividido em três Unidades, e em cada uma, abordamos um tema social, que contextualiza o conhecimento químico. Mesmo que o seu professor não tenha tempo de discutir os textos desses temas em sala de aula, mantenha-se informado lendo todas as informações contidas nas Unidades. Tema em foco Ao se deparar no texto com uma questão com o comando Pense, pare a leitura, reflita e tente responder antes de prosseguir. Procurar explicações e expressá-las com as próprias palavras ajuda a entender melhor o que está sendo ensinado, pois você pode comparar a sua ideia original com os novos conceitos que estão sendo introduzidos. Pense Sempre que você encontrar a chamada A Ciência na História, leia o texto atentamente e procure observar a contextualização histórica do surgimento das definições e conceitos relativos aos conteúdos estudados, bem como as circunstâncias em que os cientistas citados contribuíram para o desenvolvimento da Química e da Ciência. A Ciência na História Para buscar um mundo melhor é preciso aprender a participar dos debates sobre o nosso futuro. Neste livro, esperamos que você participe o tempo todo apresentando e defendendo suas ideias, além de ouvir e respeitar as de seus colegas. Aprenda a participar, tentando explicar tudo o que lhe é perguntado com as suas próprias palavras. Debata e entenda Os temas fazem parte de sua vida. Por isso, propomos atividades de Ação e cidadania com o objetivo de você conhecer a sua comunidade e procurar pensar em alternativas para seus problemas. Participe das atividades com espírito de cooperação, solidariedade, responsabilidade, respeito e tolerância à opinião do outro. Assim, você estará contribuindo para a construção de uma sociedade em que os interesses da coletividade estejam acima dos interesses individuais. Ação e cidadania Ao terminar o estudo de cada capítulo, faça uma revisão de tudo que aprendeu. Para isso, verifique ao final do capítulo, na seção O que aprendemos neste capítulo, se você compreendeu claramente todos os conceitos ali apontados, revendo no capítulo as explicações que foram fornecidas na sua apresentação. Em Atitude sustentável você encontra um rico conjunto de sugestões, cuidados e orientações para a prática da Cidadania, sobretudo no que se refere aos impactos ambientais, nos quais estão envovidos diversos conceitos estudados em nosso curso de Química. Atitude sustentável Em Química na escola você se depara com uma série de experimentos investigativos. Muitos poderão ser feitos na própria sala de aula. Todos poderão ajudar o professor a conseguir os materiais necessários. Ao discutir os resultados, você aprenderá a usar tabelas e gráficos. Pense sempre sobre as conclusões que poderão ser extraídas de suas observações. Caso seja muito difícil realizar os experimentos, procure analisar os dados que fornecemos. Aprender a observar e explicar o que está ao seu redor ajudará você a entender melhor o mundo em que vivemos. Química na escola Alertamos para que, ao realizar os experimentos, você siga rigorosamente as normas de segurança da última página do livro. Nunca tente fazer qualquer experimento sem a orientação e supervisão de seu professor. Lembre- -se também de usar o mínimo possível de materiais para gerar poucos resíduos. Assim você estará contribuindo para a preservação do ambiente. O aprendizado dos conceitos da Química ocorre a partir da leitura dos textos e da realização dos Exercícios e Atividades, apresentados nos capítulos. Lembre-se da importância da realização dos exercícios e das atividades, mas tenha sempre em mente que o aprendizado depende também das leituras e revisões de todos os textos e das diversas discussões propostas ao longo do desenvolvimento do conteúdo. Exercícios TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEE DDD EEEEE BB EEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Relação dos objetos digitais de aprendizagem apresentados no livro. Tabela periódica dos elementos com diversas informações sobre eles. Principais termos utilizados no livro para a apresentação dos conceitos. Tabelas de valores físico-químicos de substâncias, íons e elementos. Cuidados e precauções ao realizar experimentos em ambiente de laboratório. UNIDADE 1 Produtos químicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 CAPÍTULO 1 UNIDADES UTILIZADAS PELO QUÍMICO . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1. Grandezas físicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2. Massa atômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3. Quantidade de matéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 4. Constante de Avogadro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 5. Massa atômica, molecular e molar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 6. Volume molar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 7. Conversões no cálculo estequiométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Tema em foco • Na medida certa: evitando o desperdício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 CAPÍTULO 2 CÁLCULOS QUÍMICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 1. As leis das reações químicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2. Balanceamento de equação química . . . . . . . . . . . . . . . . 41 3. Estequiometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 4. Rendimento das reações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Tema em foco • Produtos químicos domésticos: perigo disfarçado . . . . . . . . . . . . 34 UNIDADE 2 Hidrosfera e poluição das águas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 CAPÍTULO 3 CLASSIFICAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 1. Soluções, coloides e agregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 2. Concentração e suas unidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 3. Composição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 4. Diluição de soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Tema em foco • Ciclo da água e sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 CAPÍTULO 4 PROPRIEDADES DA ÁGUA E PROPRIEDADES COLIGATIVAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 1. Propriedades das substâncias e interações entre os constituintes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 2. Propriedades da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 3. Água e solubilidade dos materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 4. Propriedades coligativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .118 Tema em foco • Gestão dos recursos hídricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 SUMÁRIO UNIDADE 3 Recursos energéticos e energia nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184 CAPÍTULO 6 TERMOQUÍMICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186 1. Termoquímica e calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203 2. Calorimetria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208 3. Transformações de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .215 4. Calor de reação: entalpia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218 5. Lei de Hess . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226 6. Espontaneidade das transformações: entropia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228 Tema em foco • Energia, sociedade e ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186 CAPÍTULO 7 CINÉTICA QUÍMICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234 1. Cinética química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240 2. Teoria das colisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 3. Fatores que influenciam a rapidez das reações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249 4. Mecanismos de reação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255 5. Catálise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257 Tema em foco • Fontes de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234 CAPÍTULO 8 ENERGIA NUCLEAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264 1. Radiação e radioatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 2. A descoberta da radioatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270 3. Emissões nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272 4. Leis das desintegrações radioativas . . . . . . . . . . . . . . . 277 5. Cinética da desintegração radioativa . . . . . . . . . . . . 279 6. Radioatividade: seus efeitos e aplicações . . . . . . . 285 7. Transformações nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294 8. Usinas nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297 9. Rejeitos nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 298 10. Acidentes de usinas nucleares e acidentes radioativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 306 11. Bombas atômicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309 Tema em foco • Energia nuclear como fonte de produção de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264 • Ciência para a paz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291 • Política energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 300 Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315 É bom ler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 318 Tabela periódica dos elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319 Segurança no laboratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320 CAPÍTULO 5 EQUILÍBRIO QUÍMICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 1. Reações químicas e reversibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 2. Sistemas químicos reversíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 3. Equilíbrio químico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .141 4. Alterações do estado de equilíbrio . . . . . . . . . . . . . . . . . .147 5. Princípio de Le Chatelier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 6. Aspectos quantitativos de equilíbrios químicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .170 Tema em foco • Poluição das águas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 • A química, o tratamento de água e o saneamento básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 264 3. Fatores que influenciam a rapidez das reações 4. Mecanismos de reação 5. Catálise Tema em foco • Fontes de energia Aspectos quantitativos de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! CONTEÚDO DIGITAL Consumo sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Química e SociedadeQSQSSQSSS& Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Química e Sociedade QSQSSQSS& Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Química e Sociedade QSQSSQSS& Consumo sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Química e Sociedade QSQSSQSS& Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 Química e Sociedade QSQSSQSS& Destino do lixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 Química e Sociedade QSQSSQSS& Produto químico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Química e SociedadeQSQSSQSS& Consumo sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 Química e SociedadeQSQSSQSS& Recursos Energéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186 Química e SociedadeQSQSSQSS& Poluição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 Química e SociedadeQSQSSQSS& Recursos Energéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234 Química e SociedadeQSQSSQSS& Recursos Energéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264 Química e SociedadeQSQSSQSS& Energia Nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264 Química e SociedadeQSQSSQSS& Recursos Energéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291 Química e SociedadeQSQSSQSS& Recursos Energéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 300 Química e SociedadeQSQSSQSS& Consumo sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304 Química e SociedadeQSQSSQSS& Química em nossa casa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 InfográficoI A água no planeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 InfográficoI Combustíveis fósseis e alternativos . . . . . . . . . . . . . . . . . 234 InfográficoI Decaimento radioativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281 InfográficoI Transformações nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295 InfográficoI Transformações nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296 InfográficoI Como é possível determinar a constante . . . . . . . . . . . 21 VídeoV Como preparar uma solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 VídeoV Os líquidos evaporam coma mesma rapidez? . . . . 119 VídeoV Por que a cor vai e volta? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139 VídeoV Podemos evitar que um líquido congele? . . . . . . . . . 125 VídeoV O que acontece com a luz ao atravessar diferentes materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 VídeoV Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33ER Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61ER Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183ER Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233ER Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263ER Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95ER Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131ER Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314ER Ácidos e bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175 Estude maisE+ Hidrocarbonetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 Estude maisE+ Álcoois . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194 Estude maisE+ Pilhas eletroquímicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216 Estude maisE+ Modelo atômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 Estude maisE+ Balanceamento de Reações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 SimuladorS Escala de pH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177 SimuladorS Redução do consumo de água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 SimuladorS Natureza da radiação alfa e beta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272 SimuladorS Datação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285 SimuladorS Cálculo estequiométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 SimuladorS Equilíbrio químico e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . 143 InfográficoI Equilíbrio químico e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . 153 InfográficoI Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Química e Sociedade QSQSSQSSS& Destino do lixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Química e SociedadeQSQSSQSS& Barra de ferramentas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 à 314 8 Produtos químicos saneantes ou domissanitários são substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento da água. UNIDADE 1 M IR A / A LA M Y ProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutosProdutos químicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicosquímicos Como usar corretamente os produtos químicos? Capítulo 1 Unidades utilizadas pelo químico 1. Grandezas físicas 2. Massa atômica 3. Quantidade de matéria 4. Constante de Avogadro 5. Massa atômica, molecular e molar 6. Volume molar 7. Conversões no cálculo estequiométrico Capítulo 2 Cálculos químicos 1. As leis das reações químicas 2. Balanceamento de equação química 3. Estequiometria 4. Rendimento das reações Temas em foco: • Na medida certa: evitando o desperdício • Produtos químicos domésticos: perigo disfarçado 9 Temas em foco: Na medida certa: evitando o Produtos químicos domésticos: He ly D em ut ti Se há sobra de comida no prato é porque foi estimada uma quan- tidade a ser consumida superior ao que, de fato, era necessário. NA MEDIDA CERTA: EVITANDO O DESPERDÍCIO 10 Tema em foco Quantos quilos de sabão em pó uma família de cinco pessoas gasta por mês? Qual seria a necessidade básica de consumo mensal de detergente nessa mesma família? Sabonetes e xampus: será que você gasta mais do que o ne- cessário? Costuma sobrar comida em seu prato? Por quê? Você já contabilizou o desperdício em sua casa? O desperdício é uma ação perigosa, lesa economicamente qualquer pessoa que, desprevenida, não se incomodar em prestar atenção no uso adequado dos bens materiais manipulados diariamente. Coletivamente, o gesto exagera- do gera enormes problemas ambientais e, sobretudo, desigualdade e injustiça social. Todos os dias, se desperdiçam grandes quantidades de alimentos, produtos de limpeza, combustíveis, água, ener- gia elétrica, entre outros motivos, pelo fato de as pessoas não fazerem cálculos corretamente nem prestarem atenção na importância que o bom uso dos bens materiais apresenta para a saúde financeira e para o ambiente. A M j S tu di o La lo d e A lm ei da /F ol ha Im ag em Como medir as substâncias e seus átomos e moléculas? Como as medidas ajudam na preservação do meio ambiente? Infelizmente, muitas pessoas ainda têm o hábito de lavar calçadas, desperdiçando um bem tão precioso. O que posso fazer para diminuir o desperdício? Pense UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! UNIDADES UTILIZADAS PELO QUÍMICO NA MEDIDA CERTA: EVITANDO O DESPERDÍCIO Como medir as substâncias e seus átomos e moléculas? Como as medidas ajudam na preservação do meio ambiente? NA MEDIDA CERTA: EVITANDO O DESPERDÍCIO TTema em focoema em focoTema em focoTTema em focoTema em foco Como medir as substâncias e seus átomos e moléculas? Como as medidas ajudam na preservação do meio ambiente? UNIDADES UTILIZADASUNIDADES UTILIZADAS PELO QUÍMICOPELO QUÍMICO Capítulo 1 Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Um erro cometido na proporção dos alimentos a serem cozidos em relação ao número de pessoas que vai fazer a refeição provoca sobras e, provavel- mente, lixo. O erro de cálculo do menor trajeto a ser percorrido pelos automóveis ocasiona aumento do consumo de combustível e, consequentemente, au- mento da poluição atmosférica. Erros no cálculo de produtos de limpeza em relação à área ou à quan- tidade a ser limpa resultam no desperdício desses materiais, que são lançados em maior quantidade nos esgotos, aumentando a poluição das águas. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Brasil, 30% da produção de serviços e bens é desper- diçada pela falta de qualidade. Nos EUA e no Japão esse valor varia em torno de 4%. De certa maneira existe uma cultura brasileira, a cultura da fartura, cujo princípio é de que é melhor sobrar do que faltar! Conforme a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o desperdício de alimentos no Brasil chega a 40% do que é produzido. O que significa ser jogado no lixo perto de 60% do que compramos, e representa cerca de 26,3 milhões de toneladas de comida jogadas fora. Um exagero para um país que apresenta altos índices de desnutrição. O desperdício acontece de várias formas. Uma delas é o consumo de quantidades maio- res do que as necessárias. O descarte de um bem em boas condições de uso para substituí-lo por um mais novo é outro modo comum de desperdício. Quantas pessoas trocam de celular só para terem um mo- delo mais “moderno”? O desperdício pode ser causado pelo uso inadequado de um equipamento ou material. Ligar um aparelho elétrico em uma voltagem maior, não lubrificar engrenagens, fazer uso inadequado para a função de- sejada são exemplos de atitudes que podem ocasionar danos aos equipamentos. Entre as diversas fontes de desperdício, vamos discutir nesta unidade as relacionadas aos erros de medida, ou até mesmo à falta dessa prática. É nesse sentido que desperdiçamos materiais de limpeza, quer usando em quantidade inferior à necessária, o que leva a não alcançar o efeito desejado, quer empregando quantidade superior, o que pro- voca até mesmo o risco de acidentes. Todos os dias uma quantidade enorme de produtos de limpeza invade as redes de esgoto das cidades. Esses números aumentam pelo descontrole no uso das medidas adequadas. He ly D em ut ti Dados da Secretaria de De- senvolvimento Urbano do Governo Federal brasileiro revelaram que, em 2003, 40% de toda a água tratada e distribuída foi desperdiçada, o que representou prejuízo de 1 bilhão de dólares. A medida certa garante boa limpeza e economia. Na construção civil, o desperdício atinge 25%. O que leva ao aumento em até 10% do preço final do imóvel. He ly D em ut ti He ly D em ut ti diçada pela falta de qualidade. Nos EUA e no Japão esse valor varia em torno de 4%. De certa maneira existe uma cultura brasileira, a cultura da fartura, cujo princípio é de que é melhor sobrar do que faltar! Conforme a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o desperdício de alimentos no Brasil chega a 40% do que é produzido. O que significa ser jogado no lixo perto de 60% do que compramos, e representa cerca de 26,3 milhões de toneladas de comida jogadas fora. Um exagero para um país que apresenta altos índices de desnutrição. O desperdício acontece de várias formas. Uma delas é o consumo de quantidades maio- He ly D em ut ti Dados da Secretaria de De- senvolvimento Urbano do Governo Federal brasileiro revelaram que, em 2003, 40% de toda a água tratada e distribuída foi desperdiçada, o que representou prejuízo de 1 bilhão de dólares. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 11 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A leitura precisa dos rótulos dos produtos e o cálculo correto das quantidades de materiais a serem emprega- dos tornam-se procedimentos fundamentais. Quando utilizamos produtos químicos em quantidades indevidas, corremos o risco de obter resultados indesejáveis e até desastrosos. Se você acha que usar maior quantidade de sabão, detergente ou qualquer outro produto de limpeza aumenta a eficácia da limpeza, está enganado... Pode ocorrer o contrário! O ácido bórico, por exemplo, substância encontrada em loções e desodo- rantes, é um eficiente antisséptico: impede a proliferação de bactérias e fungos responsáveis pelo mau cheiro. Contudo, deve ser utilizado com cuidado, pois em altas concentrações pode provocar irritação na pele, depressão do sistema nervoso central e lesões renais e hepáticas. Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso do ácido bórico na composição de pomadas contra assaduras aplicadas em bebês. Em águas de colônia, a con- centração máxima permitida é de 3%. Se o químico responsável pela formu- lação acrescentasse 10% de ácido bórico, não estaria apenas desperdiçando esse ingrediente, como colocaria em risco a saúde do consumidor. É fundamental que estejamos atentos às recomendações descritas nos ró- tulos dos produtos, pois algumas vezes os fabricantes aconselham o uso em quantidade superior à necessária para estimular o consumo. É nesse sentido que os cálculos são essenciais. Eles fazem parte do dia a dia, bem como de todos os processos industriais. Observe, então, que é muito importante para tomar qualquer decisão e fazer bom uso dos diversos materiais empregados no cotidiano que tenhamos conhecimentos básicos sobre a Química neles en- volvida. Daí a necessidade de reconhecer o estudo dos materiais como fonte de indispensável informação para todo e qualquer cidadão. A maioria dos materiais que nos rodeia é originada de processos químicos de transformações industriais. A indústria utiliza materiais que são extraídos de rochas (os metais), de vegetais (a celulose), de animais (a gelatina), da água do mar (sal), do petróleo (os detergentes) e de muitas outras fontes naturais. Com base nesses materiais, a indústria realiza uma série de transformações químicas para produzir o produ- to na forma final em que será comercializado. Os materiais usados nos processos iniciais e que serão transformados são denominados matérias-primas, cujas fontes podem ser re- cursos renováveis ou não renováveis. O uso indiscriminado de materiais extraídos da natureza tem gerado sérios problemas ambientais. Primeiro, grandes áreas naturais têm sido devastadas, ocasionando a morte de espécies biológicas, com o consequente desequilíbrio ecológico. Segundo, diversos materiais lançados no ambiente provocam transformações de outros materiais, causando diferentes desequilíbrios ambientais. Além disso, a não re- novação dos recursos naturais contribui para o esgotamento destes, privando as gerações futuras de sua utilização. He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti Todas as embalagens de produtos devem ter a especificação correta do modo de uso do material, o que deve incluir a finali- dade e a quantidade ade- quada a ser administrada. O petróleo é matéria-prima para diversos produtos industriais, como tintas, detergentes, esmaltes, óleos lubrificantes etc. O uso indiscri- minado de seus subprodutos levará ao esgotamento dessa fonte não renovável, o que representará um problemão! A leitura precisa dos rótulos dos produtos e o cálculo correto das quantidades de materiais a serem emprega- dos tornam-se procedimentos fundamentais. Quando utilizamos produtos químicos em quantidades indevidas, corremos o risco de obter resultados indesejáveis e até desastrosos. Se você acha que usar maior quantidade de sabão, detergente ou qualquer outro produto de limpeza aumenta a eficácia da limpeza, está enganado... Pode ocorrer o contrário! O ácido bórico, por exemplo, substância encontrada em loções e desodo- rantes, é um eficiente antisséptico: impede a proliferação de bactérias e fungos responsáveis pelo mau cheiro. Contudo, deve ser utilizado com cuidado, pois em altas concentrações pode provocar irritação na pele, depressão do sistema nervoso central e lesões renais e hepáticas. Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso do ácido bórico na composição de pomadas contra assaduras aplicadas em bebês. Em águas de colônia, a con- centração máxima permitida é de 3%. Se o químico responsável pela formu- lação acrescentasse 10% de ácido bórico, não estaria apenas desperdiçando esse ingrediente, como colocaria em risco a saúde do consumidor. É fundamental que estejamos atentos às recomendações descritas nos ró- tulos dos produtos, pois algumas vezes os fabricantes aconselham o uso em quantidade superior à necessária para estimular o consumo. É nesse sentido que os cálculos são essenciais. Eles fazem parte do dia a dia, bem como de todos os processos industriais. Observe, então, que é muito importante para tomar qualquer decisão e fazer bom uso dos diversos materiais empregados no cotidiano que tenhamos conhecimentos básicos sobre a Química neles en- He ly D em ut ti 12 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O uso racional dos recursos e o não desperdício, aproveitando-os ao máximo, vem exigindo que as indústrias ra- cionalizem os meios de produção para extrair maiores quantidades possíveis dos materiais desejados. Além disso, atualmente, com a globalização da economia, as indústrias necessitam de maior controle na qualidade dos produtos e buscam, cada vez mais, maior produtividade associada ao menor custo de produção possível. Esse aproveitamento é feito por meio de cálculos precisos sobre a quantidade correta a ser utilizada de cada ma- téria-prima no processo industrial. Tais cálculos também devem ser feitos no dia a dia por todos para racionalizar o consumo dos produtos químicos. É óbvio que isso não será feito com a mesma precisão da indústria, mas seguirá o mesmo princípio de seus cálculos. Lembre-se, portanto, de que o problema do consumo elevado não implica apenas o comprometimento do or- çamento doméstico, mas, sobretudo, o agravamento de problemas ambientais, cujas consequências afetam toda a sociedade. Desenvolver a cidadania é compreender nossos direitos de acesso aos produtos necessários a uma sobre- vivência saudável. Mas, antes disso, é fundamental ter consciência de nossos deveres com a coletividade, assumindo o compromisso de preservar os bens de interesse coletivo. Neste capítulo, você vai aprender como os químicos efetuam cálculos precisos para obter a composição ideal dos produtos e verá como podemos usá-los dimi- nuindo o desperdício. Essas formulações são, muitas vezes, resultados de anos de pesquisas. E, se eles estudaram tanto o assunto, vale a pena conhecer as re- comendações, não é mesmo? Esperamos que, ao longo da presente unidade, você reflita sobre essas questões e busque mudança de hábitos para fazer uso mais racional de diferentes produtos químicos. Faça sua parte: pense sustentável! Se dés- semos importância para pequenos detalhes e mais valor para as coisas, a dinâmica de desperdício poderia ser modificada. Existe uma diversidade de produtos de higiene e lim- peza à nossa disposição, mas o uso em excesso agrava os problemas ambientais, pois os resíduos em grande parte são lançados em águas de rios e mares. Debata e entenda 1. Enumere dez materiais que são desperdiçados diariamente em decorrência de mau uso. Relacione medidas que podem ser adotadas para controlar o uso e evitar os desperdícios. 2. Identifique, em sua casa, materiais que podem ser usados como matéria-prima para confecção de outros objetos. 3. O que pode ser feito para a utilização mais racional desses materiais, evitando desperdícios? 4. A posologia de determinado medicamento indica uma dose diária de 0,5 mg/kg a 2,0 mg/kg de peso corporal, dividida em 2 a 3 doses ou a critério médico (uma gota = 0,5 mg). Calcule a dose mínima a ser administrada três vezes ao dia a uma criança de 7 kg. 5. No dia 10 de setembro de 2001, o jornal Gazeta Mercantil publicou a seguinte manchete: “Racionamento de ener- gia elétrica diminui o consumo de sabonete e aumenta o de sabão em barra”. Você sabe dizer que fatores levaram a essa mudança no padrão de consumo? 6. O texto fez referências ao “consumo exagerado” existente na sociedade moderna e tecnológica. Em sua opinião, o que contribui para esse consumo compulsivo? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. o compromisso de preservar os bens de interesse coletivo. Neste capítulo, você vai aprender como os químicos efetuam cálculos precisos para obter a composição ideal dos produtos e verá como podemos usá-los dimi- nuindo o desperdício. Essas formulações são, muitas vezes, resultados de anos de pesquisas. E, se eles estudaram tanto o assunto, vale a pena conhecer as re- Esperamos que, ao longo da presente unidade, você reflita sobre essas questões e busque mudança de hábitos para fazer uso mais racional de diferentes produtos químicos. Faça sua parte: pense sustentável! Se dés- semos importância para pequenos detalhes e mais valor para as coisas, a dinâmica de desperdício poderia ser modificada. diversidade de produtos de higiene e lim- à nossa disposição, mas o uso em excesso agrava os problemas ambientais, pois os resíduos em grande parte He ly D em ut ti O uso racional dos recursos e o não desperdício, aproveitando-os ao máximo, vem exigindo que as indústrias ra- cionalizem os meios de produção para extrair maiores quantidades possíveis dos materiais desejados. Além disso, atualmente, com a globalização da economia, as indústrias necessitam de maior controle na qualidade dos produtos e buscam, cada vez mais, maior produtividade associada ao menor custo de produção possível. Esse aproveitamento é feito por meio de cálculos precisos sobre a quantidade correta a ser utilizada de cada ma- téria-prima no processo industrial. Tais cálculos também devem ser feitos no dia a dia por todos para racionalizar o consumo dos produtos químicos. É óbvio que isso não será feito com a mesma precisão da indústria, mas seguirá o Lembre-se, portanto, de que o problema do consumo elevado não implica apenas o comprometimento do or- çamento doméstico, mas, sobretudo, o agravamento de problemas ambientais, cujas consequências afetam toda a sociedade. Desenvolver a cidadania é compreender nossos direitos de acesso aos produtos necessários a uma sobre- vivência saudável. Mas, antes disso, é fundamental ter consciência de nossos deveres com a coletividade, assumindo o compromisso de preservar os bens de interesse coletivo.o compromisso de preservar os bens de interesse coletivo. Neste capítulo, você vai aprender como os químicos efetuam cálculos precisos para obter a composição ideal dos produtos e verá como podemos usá-los dimi- nuindo o desperdício. Essas formulações são, muitas vezes, resultados de anos de pesquisas. E, se eles estudaram tanto o assunto, vale a pena conhecer as re- Esperamos que, ao longo da presente unidade, você reflita sobre essas questões e busque mudança de hábitos para fazer uso mais racional de diferentes produtos químicos. Faça sua parte: pense sustentável! Se dés- He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 13 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1 GRANDEZAS FÍSICAS O desafio que temos enfrentado atualmente no planeta é a redução do consumo de produtos para que menos matéria-prima seja extraída da natureza. Para isso, pre- cisamos fazer uso mais racional de medidas a fim de que o consumo seja o necessário a uma vivência saudável. A falta de uso de sistemas adequados de medidas tem sido tam- bém uma das causas de desperdício. Medidas são, sem dúvida, fundamentais em nossa sociedade. Elas estão presentes desde as civilizações pré-históricas e, atualmente, são a base das atividades comerciais, dos processos tecnológicos e uma das ferramentas principais para a elaboração de mo- delos científicos. Fazemos uso de medidas em calçados, em roupas, nos medicamentos, no preparo de alimentos, nos produtos de beleza e de limpeza, no tempo de nossas atividades etc. Nesses processos, efetuamos medidas de comprimento, de volume, de massa, de tempo, entre outras. Tudo isso que podemos medir é chamado grandeza. Vale lembrar, no entanto, que nem tudo pode ser medido. Até há quem estabeleça padrões de medida para o grau de satisfação das pessoas, mas essa está relacionada com sentimentos pessoais, impossíveis de medição. Para muitos, a felicidade está relacionada com o bem-estar em relação às pessoas com quem convivem. Para outros, a felicidade depende da posse de bens materiais. O que traz felicidade para alguns é motivo de tristeza para outros. Os sentimentos não são grandezas, pois não são categorias mensuráveis. Assim, dizemos que: Grandeza é um atributo (característica) de algo do universo físico que pode ser medido de alguma forma. Toda grandeza é representada por um número seguido de uma unidade de medida. O número representa quantas vezes essa grandeza é diferente do padrão de medida utilizado. Um frasco de perfume de 200 mL tem um volume de perfume duzentas vezes maior que o mililitro, ou cinco (1000/200) vezes menor do que o litro. Para o químico, além de volume e massa, existe outra grandeza relacionada com a quantidade que já está incorporada em sua rotina de trabalho: a numerosidade. Numerosidade Nos supermercados, podemos encontrar sabão em embalagens com cinco barras, o sabão em pó em caixas ou pacotes, sabão líquido em frascos de 500 mL. Se resolvermos fazer economia de produtos de limpeza em casa, como faríamos as compras do mês? Imagine que você resolveu fazer uma dieta. Seguindo os conselhos de um nutricionis- ta, por meio de um programa de reeducação alimentar, deixará um pouco de lado biscoi- tos e chocolates e comerá mais frutas e verduras. Só imagine. Você pega a sacola e, feliz da vida, segue para a feira ou para o supermercado mais próximo. Mas que quantidade comprar de cada alimento? Como podemos quantificar os alimentos? Como será possível medir a alegria? Seriam a alegria, a tristeza e a felicidade grandezas? Pense Di ki iy /S hu tt er st oc k M at ho m /S hu tt er st oc k Além do volume e da mas- sa, o químico utiliza a nu- merosidade como outra importante grandeza. 1 GRANDEZAS FÍSICAS O desafio que temos enfrentado atualmente no planeta é a redução do consumo de produtos para que menos matéria-prima seja extraída da natureza. Para isso, pre- cisamos fazer uso mais racional de medidas a fim de que o consumo seja o necessário a uma vivência saudável. A falta de uso de sistemas adequados de medidas tem sido tam- bém uma das causas de desperdício. Medidas são, sem dúvida, fundamentais em nossa sociedade. Elas estão presentes desde as civilizações pré-históricas e, atualmente, são a base das atividades comerciais, dos processos tecnológicos e uma das ferramentas principais para a elaboração de mo- delos científicos. Fazemos uso de medidas em calçados, em roupas, nos medicamentos, no preparo de alimentos, nos produtos de beleza e de limpeza, no tempo de nossas atividades etc. Nesses processos, efetuamos medidas de comprimento, de volume, de massa, de tempo, entre outras. Tudo isso que podemos medir é chamado Vale lembrar, no entanto, que nem tudo pode ser medido. Como será possível medir a alegria? Seriam a alegria, a tristeza e a felicidade grandezas? PensePensePensePensePensePensePensePense M at ho m /S hu tt er st oc k 14 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Como se medem as quantidades de abacaxi e laranja vendidos na feira? Qual grandeza você utiliza ao comprar carne, frango, peixe etc.? Pense No dia a dia usamos vá- rias unidades para a gran- deza numerosidade: saco, lata, dúzia, grosa, copo, milheiro etc. Frutas, por exemplo, podem ser vendidas medindo-se quantidades de massa, volume ou unidades. Por exemplo, você pode comprar um quilo de maçãs, um litro de jabutica- bas ou uma dúzia de laranjas. Também são vendidos por unidades vários outros produtos – geralmente sólidos de tamanhos regulares –, como ovos, tijolos e lápis. A grandeza a que nos referimos nesses casos é a numerosidade. Mas nem sempre a numerosidade é uma grandeza apropriada. Imagine uma pessoa querer comprar feijão usando essa grandeza! Da mesma maneira, para os químicos, é inviável contar átomos ou moléculas. Eles ge- ralmente trabalham medindo massas. Há, todavia, alguns casos em que é importante co- nhecer o número de entidades químicas – sejam átomos, íons ou moléculas – presentes em determinadas quantidades de substância ou material. He ly D em ut ti He ly D em ut ti M ar co s A nd ré /O pç ão B ra si l I m ag en s Sabendo que o raio atômico do neônio (Ne) é de 38 pm (38 · 10–12 m), seria viável contar os átomos? Por quê? Desejando expressar quantos átomos existem em uma amostra de neônio (Ne), que unidade seria mais viável? Pense Nos cálculos de quantidades de substâncias, envolvidas em reações químicas, é funda- mental estabelecer as quantidades numéricas dos constituintes que estão reagindo para a determinação da porção dos produtos a serem formados. Você já imaginou como isso seria difícil? Mas não se preocupe, pois os químicos encontraram uma maneira simples de fazer essas contas. Vejamos a seguir. 2 MASSA ATÔMICA É possível medir a massa de um átomo na balança? Qual seria o padrão de medida de massa para os átomos? Pense Um bom padrão de medida é aquele que pode ser comparado facilmente com o que se pretende medir. Esse padrão não deve ser nem muito grande nem muito pequeno em relação às medidas a serem realizadas. Qual seria, então, um bom padrão para medir a massa de átomos e de substâncias? A primeira substância utilizada como padrão para de- terminar a massa de outras substâncias foi o hidrogênio. Ela apresentava duas grandes van- tagens: é a mais leve que se conhece e reage com muitas outras substâncias simples. Assim, atribuiu-se ao hidrogênio o valor unitário de massa. Para determinar a massa de uma subs- tância bastaria apenas que se verificasse a proporção de massa que reagia com o hidrogênio. Como se medem as quantidades de abacaxi e laranja vendidos na feira? Qual grandeza você utiliza ao comprar carne, frango, peixe etc.? Como se medem as quantidades de abacaxi e laranja vendidos na feira? No dia a dia usamos vá- rias unidades para a gran- deza numerosidade: saco, lata, dúzia, grosa, copo, milheiro etc. Frutas, por exemplo, podem ser vendidas medindo-se quantidades de massa, volume ou unidades. Por exemplo, você pode comprar um quilo de maçãs, um litro de jabutica- bas ou uma dúzia de laranjas. Também são vendidos por unidades vários outros produtos – geralmente sólidos de tamanhos regulares –, como ovos, tijolos e lápis. A grandeza a Mas nem sempre a numerosidade é uma grandeza apropriada. Imagine uma pessoa Da mesma maneira, para os químicos, é inviável contar átomos ou moléculas. Eles ge- ralmente trabalham medindo massas. Há, todavia, alguns casos em que é importante co- He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 15 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Contando entidades pequenas Vimos como foi estabelecida a relação entre as massas das diferentes substâncias, utili- zando uma substância simples como padrão. Mas os químicos tinham ainda outro desafio a vencer: como saber o número de átomos ou entidades químicas presentes nessas quan- tidades de substâncias? Certamente, eles não poderiam contá-las da forma como você conta laranjas na feira. Ainda que conseguissem desenvolver uma máquina que contasse mil átomos por segundo, esta gastaria aproximadamente 20 trilhões de anos para contar todos os átomos existentes em 12 g de carbono-12! Foi o cientista inglês John Dalton [1766-1844] quem teve essa brilhante ideia: ele pas- sou a determinar a massa de diferentes substâncias que reagiam com 1 g de hidrogênio. Assim, propôs a primeira tabela de pesos atômicos relativos (que hoje chamamos massas atômicas) e apresentou-a, em 1803, à Sociedade Filosófica de Manchester. Porém, a tabela de Dalton continha erros, porque naquela época se considerava que a fórmula da água era HO e não H2O, como a conhecemos hoje. Anos depois, o químico sueco Jöns Jacob Berzelius [1779-1848] sugeriu a utilização do oxi- gênio como padrão de peso atômico, pois reage com a maioria das substâncias simples para formar óxidos (substâncias constituídas por átomos de oxigênio e de outro elemento químico). Posteriormente, surgiram divergências entre químicos e físicos na definição do padrão de massa: os físicos empregavam o oxigênio-16 (relembrando: isótopo de oxigênio com número de massa 16) e os químicos utilizavam a média ponderada de todos os isótopos (átomos de um mesmo elemento com diferentes valores de massa) do oxigênio. Isso gerava diferenças nos valores de massa dos átomos e das substâncias. Na busca de uma unificação de concei- tos e valores, a partir de 1957 a Iupac (International Union of Pure and Aplicated Chemistry – União Internacional de Química Pura e Aplicada) adotou como padrão de medida de mas- sa o carbono (mais precisamente átomos de carbono-12). Esse padrão é mais estável e mais abundante do que o oxigênio-16, e sua adoção pôs fim à divergência entre físicos e químicos. ALGUMAS SUBSTÂNCIAS DA TABELA DE PESO ATÔMICO DE DALTON Substância simples Peso atômico Substância simples Peso atômico Substância simples Peso atômico Substância composta Peso atômico Substância composta Peso atômico Oxigênio 7 Ferro 50 Tungstênio 56 ? Água 8 Ácido nitroso 31 Hidrogênio 1 Níquel 25 ? | 50 ? Titânio 40 ? Ácido uriático 22 Óxido carbônico 12,4 Azoto 5 Estanho 50 Cério 45 ? Ácido oximuriático 29 Ácido carbônico 19,4 Carbono 5,4 Chumbo 95 Potássio 42 Gás nitroso 12 Óxido sulfuroso 20 Enxofre 13 Zinco 56 Sódio 28 Óxido nitroso 17 Ácido fosforoso 32 Fósforo 9 Bismuto 68 ? Cal 24 Ácido nítrico 19 Ácido fosfórico 23 Ouro 140 ? Antimônio 40 Manganês 17 Ácido oxinítrico 26 Amônia 6 Platina 100 ? Arsênico 42 ? Barita 68 Prata 100 Cobalto 55 ? Alumina 13 Mercúrio 167 Manganês 40 ? Silica 45 Cobre 56 Urânio 60 ? Glucínio 30 Obs.: Para Dalton, a massa molecular das substâncias compostas era também chamada de peso atômico. Além disso, algumas substâncias compostas eram considera- das simples, como a cal, a alumina e a sílica. Preste muita atenção! Esses valores, apesar de sua importância histórica, não coincidem com os va- lores atualmente tabela- dos. Qualquer tabela pe- riódica atual mostra que o valor da massa atômica do oxigênio, por exemplo, é 16 e não 7. Foi o cientista inglês John Dalton [1766-1844] quem teve essa brilhante ideia: ele pas- sou a determinar a massa de diferentes substâncias que reagiam com 1 g de hidrogênio. Assim, propôs a primeira tabela de pesos atômicos relativos (que hoje chamamos massas atômicas) e apresentou-a, em 1803, à Sociedade Filosófica de Manchester. Porém, a tabela de Dalton continha erros, porque naquela época se considerava que a fórmula da água era HO e não H Anos depois, o químico sueco Jöns Jacob Berzelius [1779-1848] sugeriu a utilização do oxi- gênio como padrão de peso atômico, pois reage com a maioria das substâncias formar óxidos (substâncias constituídas por átomos de oxigênio e de outro elemento químico). Posteriormente, surgiram divergências entre químicos e físicos na definição do padrão de massa: os físicos empregavam o oxigênio-16 (relembrando: isótopo de oxigênio com número de massa 16) e os químicos utilizavam a média ponderada de todos os isótopos (átomos de um mesmo elemento com diferentes valores de massa) do oxigênio. Isso gerava diferenças nos valores de massa dos átomos e das substâncias. Na busca de uma unificação de concei- tos e valores, a partir de 1957 a Iupac (International Union of Pure and Aplicated Chemistry – União Internacional de Química Pura e Aplicada) adotou como padrão de medida de mas- sa o carbono (mais precisamente átomos de carbono-12). Esse padrão é mais estável e mais abundante do que o oxigênio-16, e sua adoção pôs fim à divergência entre físicos e químicos. ALGUMAS SUBSTÂNCIAS DA TABELA DE PESO ATÔMICO DE DALTON Preste muita atenção! Esses valores, apesar de sua importância histórica, não coincidem com os va- lores atualmente tabela- dos. Qualquer tabela pe- riódica atual mostra que o valor da massa atômica do oxigênio, por exemplo, é 16 e não 7. 16 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Diante de tal impossibilidade, os químicos desenvolveram outra grandeza de numerosidade. Para compreendê-la, vamos estabelecer a comparação com objetos pequenos manuseáveis, como as miçangas empregadas na confecção de bijuterias (veja a foto ao lado). Qual unidade de medida da grandeza massa seria mais recomendável na comercialização de miçangas? Justifique a resposta. Pense Qual unidade de medida da grandeza massa seria mais recomendável na comerciali- zação de miçangas? Justifique a resposta. Pense Ainda que miçangas pos- sam ser contadas uma por uma, essa não é tarefa fá- cil de ser efetuada no co- mércio. Como fazer? He ly D em ut ti As unidades mais apropriadas na comercialização de miçangas são aquelas que ado- tam padrões de medida próximos à quantidade de miçangas as quais serão comercializa- das. Assim, o grama poderia ser uma boa unidade de medida na venda direta de miçan- gas ao consumidor, o quilograma para vendas a comerciantes e a tonelada para a venda do produto a grandes indústrias. Vamos imaginar que uma pessoa muito meticulosa resolvesse comprar a quantidade exata de miçangas para confeccionar, por exemplo, certo número de colares. Para essa pessoa, a grandeza mais apropriada seria a unidade de medida que estivesse relaciona- da com o número de miçangas (número de entidades) e não com a massa. No entanto, é muito trabalhoso contar miçangas uma a uma. Mas, se não é possível usar a unidade simples, que grandeza devemos usar nesse caso? A forma adequada seria estabelecer um padrão de referência que contivesse a quan- tidade de fácil manuseio. Como a balança é um instrumento de medida preciso e bastan- te comum, a pessoa poderia escolher como padrão de medida uma quantidade de mi- çangas que pudesse ser determinada com base em sua massa. Que tal escolher 150 g de miçangas de 6 mm de diâmetro como padrão de referência? Essa miçanga não é muito grande nem muito pequena. Além disso, 150 g correspondem a uma quantidade razoá- vel, fácil de ser medida. Adotada essa convenção, poderiam ser determinadas quantas miçangas de 6 mm há em 150 g. De que maneira? Contando uma a uma as miçangas em uma amostra de 150 g. Ou, para facilitar, simplesmente medindo a massa de uma dessas miçangas. Bastaria, depois, dividir 150 g pela massa de uma miçanga. Como curiosidade, fizemos essa conta e obtivemos o resultado de 1 359 miçangas. Resolvido o problema. Se nosso amigo meticuloso precisas- se de 4 077 miçangas, bastaria comprar 450 g de miçangas, ou seja, a quantidade contida em 150 g serviria como base para seus cálculos de unidade. Ela poderia facilitar ain- da mais os cálculos inventando uma grandeza específi- ca para contar a quantidade de miçangas. Essa grande- za poderia se chamar “quantidade de miçangas”, que tal? E, como toda grandeza tem de ter uma unidade, poderia ser batizada de “miçamol”. Assim, esse hipotético consumidor não pediria mais 450 g de miçangas, mas, sim, 3 “miçamols” de miçangas. Contar miçangas é muito trabalhoso, mas medir a massa é muito fácil. Se contarmos a quantidade de miçangas em determinada massa, saberemos quantas miçangas há em qualquer outro valor de massa. Resolvido o problema. Se nosso amigo meticuloso precisas- se de 4 077 miçangas, bastaria comprar 450 g de miçangas, ou seja, a quantidade contida em 150 g serviria como base para seus cálculos de unidade. Ela poderia facilitar ain- E, como toda grandeza tem de ter uma unidade, poderia ser He ly D em ut ti Diante de tal impossibilidade, os químicos desenvolveram outra grandeza de numerosidade. Para compreendê-la, vamos estabelecer a comparação com objetos pequenos manuseáveis, como as miçangas empregadas na confecção Qual unidade de medida da grandeza massa seria mais recomendável na comercialização Qual unidade de medida da grandeza massa seria mais recomendável na comerciali- Ainda que miçangas pos- sam ser contadas uma por uma, essa não é tarefa fá- cil de ser efetuada no co- mércio. Como fazer? He ly D em ut ti As unidades mais apropriadas na comercialização de miçangas são aquelas que ado- tam padrões de medida próximos à quantidade de miçangas as quais serão comercializa- das. Assim, o grama poderia ser uma boa unidade de medida na venda direta de miçan- gas ao consumidor, o quilograma para vendas a comerciantes e a tonelada para a venda C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 17 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Diante de tal impossibilidade, os químicos desenvolveram outra grandeza de numerosidade. Para compreendê-la, vamos estabelecer a comparação com objetos pequenos manuseáveis, como as miçangas empregadas na confecção Qual unidade de medida da grandeza massa seria mais recomendável na comerciali- Ainda que He ly D em ut ti As unidades mais apropriadas na comercialização de miçangas são aquelas que ado- 3 4 5 6 3 QUANTIDADE DE MATÉRIA A quantidade de uma substância pode ser expressa por meio de mais de uma gran-deza. Por exemplo, a quantidade de água em um copo pode ser expressa por volume ou por massa. E se quiséssemos expressar a quantidade de água por numerosidade, como iríamos contar as moléculas de água dentro do copo? Os constituintes dos materiais (átomos, moléculas, íons etc.) são entidades pe- quenas demais para serem contadas. Como, então, podemos conhecer a numerosi- dade de entidades químicas das substâncias e materiais? Fazendo o mesmo que nos- so amigo detalhista fez para comprar miçangas: estabelecendo um padrão que seja fácil de manusear. Assim como estabelecemos uma unidade padrão para quantificar as miçangas, os químicos também desenvolveram uma unidade de medida para as entidades consti- tuintes das substâncias. No caso das miçangas, a grandeza usada foi “quantidade de miçangas”. No caso da Química, a numerosidade de espécies químicas (átomos, íons, moléculas, elétrons) foi denominada quantidade de matéria. Essa é uma grandeza de numerosidade, representada pela letra n, que permite determinar a quantidade de entidades químicas. Por analogia, considerando-se as diferenças entre átomos e miçangas, podemos rela- cionar o conceito de quantidade de matéria à quantidade de miçangas. Definimos como padrão de quantidade o número de miçangas contido em 150 g de miçangas de 6 mm. No caso da Química, o padrão escolhido foi o número de átomos contidos em 12 g de carbono-12 (isótopo de carbono de massa 12). A unidade de medida da grandeza quan- tidade de matéria é o mol – do latim moles, que significa grande massa compacta. O mol é, portanto, a unidade de numerosidade de entidades químicas. Mol é a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 kg de carbono-12. Quando se utiliza o mol, as entidades elementares devem ser especificadas, podendo ser átomos, constituintes, íons, elétrons ou outras partículas, bem como agrupamentos especificados dessas partículas. O símbolo dessa unidade de medida é o mol. Como o símbolo é igual ao nome, é pre- ciso ter atenção para evitar confusões, visto que os símbolos não têm plural. Por exemplo, a distância de cem metros é escrita como 100 m. Da mesma forma, a quantidade de ma- téria correspondente a cem mols deve ser escrita como 100 mol. SÍMBOLOS DE ALGUMAS GRANDEZAS Grandeza Unidade de medida Nome Nome (plural) Símbolo (não tem plural) Massa (m) quilograma (quilogramas) kg Comprimento (l) metro (metros) m Quantidade de matéria (n) mol (mols) mol Se nessa amostra de car- vão tivéssemos apenas átomos de carbono-12, obteríamos quantidade igual a um mol. He ly D em ut ti 3 QUANTIDADE DE MATÉRIA A quantidade de uma substância pode ser expressa por meio de mais de uma gran-deza. Por exemplo, a quantidade de água em um copo pode ser expressa por volume ou por massa. E se quiséssemos expressar a quantidade de água por numerosidade, como iríamos contar as moléculas de água dentro do copo? Os constituintes dos materiais (átomos, moléculas, íons etc.) são entidades pe- quenas demais para serem contadas. Como, então, podemos conhecer a numerosi- dade de entidades químicas das substâncias e materiais? Fazendo o mesmo que nos- so amigo detalhista fez para comprar miçangas: estabelecendo um padrão que seja fácil de manusear. Assim como estabelecemos uma unidade padrão para quantificar as miçangas, os químicos também desenvolveram uma unidade de medida para as entidades consti- tuintes das substâncias. No caso das miçangas, a grandeza usada foi “quantidade de miçangas”. No caso da Química, a numerosidade de espécies químicas (átomos, íons, moléculas, elétrons) foi denominada de numerosidade, representada pela letra entidades químicas. Por analogia, considerando-se as diferenças entre átomos e miçangas, podemos rela- cionar o conceito de quantidade de matéria à quantidade de miçangas. Definimos como 18 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. Qual é a importância do uso de medidas? 2. Explique por que a beleza não pode ser expressa em grandezas físicas. 3. Por que, para expressar uma grandeza, deve-se utilizar uma unidade de medida? 4. Que atributo a grandeza numerosidade mede? 5. Para montar um determinado colar, necessita-se de oito dú- zias de miçangas de 6,0 mm e um fio de náilon de 0,60 m. Passe o fio de náilon pelos buraquinhos das miçangas e amarre. Já está pronto o seu colar. Agora responda.: a) Qual é a grandeza usada para contar miçangas? b) Caso você fique famoso(a) com suas bijuterias e queira produzir 100 000 colares, pulseiras e adornos, utiliza- ria a mesma grandeza? Qual seria a melhor grandeza? c) Qual é a grandeza e a unidade de medida do fio de náilon? 6. Identifique a(s) grandeza(s) geralmente utilizada(s) na comercialização dos seguintes produtos: a) sabão em pó. d) combustível. b) tecidos. e) cordas. c) amaciante de roupas. f) cerâmica. 7. O que mede a grandeza quantidade de matéria e qual é o símbolo de sua unidade? 8. Por que os químicos adotaram a grandeza quantidade de matéria para contar as entidades químicas, em vez de simplesmente contá-las numericamente? 9. De acordo com a teoria atômica de Dalton, em 12 g de áto- mos de oxigênio existe a mesma quantidade de entidades existentes em 12 g de carbono-12? Justifique a resposta. 10. Em um mol de elétrons existem mais ou menos enti- dades do que o número de átomos que estão contidos em 12 g de carbono-12? Justifique a resposta. 11. O número de entidades em um mol de elétrons é maior ou menor do que o número de átomos em 12 g de car- bono-12? Justifique a resposta. 12. (PUC-RS) Atualmente, o termo “mol” é definido como: a) a quantidade de matéria de um sistema que con- tém tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 kg de carbono-12. b) a massa atômica ou molecular expressa em gramas. c) um sinônimo de molécula-grama, átomo-grama ou íon-grama. d) a massa de qualquer substância que encerra 12 g de carbono-12. e) o número de átomos que estão presentes em 1,0 g de qualquer substância elementar, em repouso e no estado fundamental. 13. Em que amostra há maior quantidade de entidades: em 1 mol de grãos de milho ou em 1 mol de átomos de carbono? Justifique a resposta. 14. (Vunesp) Na tabela periódica atual, a massa atômica de cada elemento aparece como número não inteiro porque: a) há imprecisão nos métodos experimentais empregados. b) é a média aritmética das massas atômicas dos ele- mentos superior e inferior da mesma família. c) é a média aritmética das massas atômicas dos ele- mentos com igual número de prótons. d) é a média ponderada das massas atômicas dos isótopos naturais do elemento. e) é sempre múltipla da massa atômica do hidrogênio. 15. (Fuvest-SP-adaptado) A massa atômica do cloro é 35,457. O fato de esse número não ser inteiro in dica que: a) no núcleo do átomo de cloro devem existir outras partículas além dos prótons e nêutrons. b) o cloro apresenta-se na natureza como uma mistura de isótopos. c) há um erro experimental na determinação das mas- sas atômicas. d) a massa atômica não é uma grandeza. e) a massa atômica leva em conta a massa dos elétrons. 16. (Uerj) O esquema a seguir representa a distribuição média dos elementos químicos presentes no corpo humano. 126 átomos de hidrogênio 51 átomos de oxigênio 19 átomos de carbono 3 átomos de nitrogênio 1 átomo de qualquer outro elemento natural O elemento que contribui com a maior massa para a constituição do corpo humano é: a) carbono. c) nitrogênio b) oxigênio. d) hidrogênio. Adaptado de: SNYDER, Carl H. The extraordinary chemistry of ordinary things. New York: John Willey & Sons, Inc., 1997. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Explique por que a beleza não pode ser expressa em Por que, para expressar uma grandeza, deve-se utilizar Para montar um determinado colar, necessita-se de oito dú- zias de miçangas de 6,0 mm e um fio de náilon de 0,60 m. Passe o fio de náilon pelos buraquinhos das miçangas e b) Caso você fique famoso(a) com suas bijuterias e queira produzir 100 000 colares, pulseiras e adornos, utiliza- ria a mesma grandeza? Qual seria a melhor grandeza? c) Qual é a grandeza e a unidade de medida do fio Identifique a(s) grandeza(s) geralmente utilizada(s) na e) o número de átomos que estão presentes em 1,0 g de qualquer substância elementar, em repouso e no estado fundamental. 13. 13. Em que amostra há maior quantidade de entidades: em 1 mol de grãos de milho ou em 1 mol de átomos de carbono? Justifique a resposta. 14. 14. (Vunesp) Na tabela periódica atual, a massa atômica de cada elemento aparece como número não inteiro porque: a) há imprecisão nos métodos experimentais empregados. b) é a média aritmética das massas atômicas dos ele- mentos superior e inferior da mesma família. c) é a média aritmética das massas atômicas dos ele- mentos com igual número de prótons. d) é a média ponderada das massas atômicas dos isótopos naturais do elemento. e) é sempre múltipla da massa atômica do hidrogênio. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 19 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A:       Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro di Queregna e di Cerreto nasceu na cidade de Piemonte, reino de Sardenha (hoje Itália), em 9 de agosto de 1776. O pai, Fillipo Avogadro, era advogado rico e famoso, com sólida carreira política. Amedeo seguiu o caminho do pai, formando-se em Direito. Mas, definitivamente, essa não era sua vocação. Tornou-se cientista e desenvolveu preciosos estudos em Química e Física, mas não soube divulgar suas ideias. Isolado em seu laboratório, não viajava e correspondia-se pouco com os colegas. Seus escritos careciam de bri- lhantismo e simpatia, mesmo quando reportavam importantes descobertas expe- rimentais e ideias revolucionárias, como a hipótese dos gases, publicada em 1811. Nesse trabalho, ensaio de uma maneira de determinar a massa relativa de moléculas elementares dos corpos e as proporções entre eles nas combinações, Amedeo Avo- gadro defendeu a tese de que volumes de diferentes gases, nas mesmas condições de pressão e temperatura, contêm igual número de moléculas. Tal afirmação ficou conhecida como “hipótese de Avogadro”. A Ciência na História Embora Avogadro não tenha determinado o valor da constante que recebe o seu nome, ele foi o lança- dor das bases teóricas para a determinação. Hu lto n- D eu ts ch C ol le ct io n/ Co rb is 4 CONSTANTE DE AVOGADRO O químico é um profissional detalhista: característica necessária para quem lida com átomos e moléculas. Muitas vezes, ele precisa saber as quantidades exatas das substâncias com as quais trabalha, isto é, tem de determinar quantas entidades químicas (átomos, moléculas, íons etc.) existem em certa porção de material. O número de átomos presentes na amostra de 0,012 kg de carbono-12 é dado por uma constante física que re- cebe o nome constante de Avogadro (NA), em home- nagem ao químico Amedeo Avogadro [1776-1856], que estabeleceu os fundamentos para sua criação. Como os átomos são entidades muito pequenas, o valor numérico é muito grande. Como determiná-lo? Como não podiam precisar o valor da constante de Avogadro, vários químicos e físicos (inclusive Albert Einstein) propuseram métodos indiretos para determiná- -lo. Como? Sabendo que muitas propriedades das subs- tâncias dependem da quantidade de entidades químicas (átomos, moléculas, íons etc.), apresentaram técnicas es- pecíficas para medir tais propriedades e metodologias de cálculos as quais fornecem a constante de Avogadro, ou seja, o número de entidades presentes em um mol. Existem vários métodos para determinação da constan- te de Avogadro, como o apresentado na próxima página. Com a evolução tecnológica, as técnicas e os equipamen- tos foram aperfeiçoados, o que permitiu a determinação de valores mais precisos da constante de Avogadro, con- forme se observa na tabela ao lado. He ly D em ut ti Valores da constante de Avogadro obtidos desde 1917 Ano da determinação Constante de Avogadro 1917 6,062 ⋅ 1023 mol–1 1928 6,061 ⋅ 1023 mol–1 1941 6,0245 ⋅ 1023 mol–1 1949 6,02457 ⋅ 1023 mol–1 1951 6,02544 ⋅ 1023 mol–1 1963 6,02278 ⋅ 1023 mol–1 1976 6,0220941 ⋅ 1023 mol–1 2004 6,02214179 ⋅ 1023 mol–1 Nesse cálice, há 1 mol de água (18 g). Se fôssemos contar as molé- culas de água, quantas contaríamos? Essa quantidade (NA) é o que chama- mos constante de Avogadro. He ly D em ut ti Fonte: MÓL, Gerson de Souza, O uso de analogias no ensino de Química. Brasília: UnB, 1999. . Acesso em: 07 fev. 2010. 4 CONSTANTE DE AVOGADRO O químico é um profissional detalhista: característica necessária para quem lida com átomos e moléculas. Muitas vezes, ele precisa saber as quantidades exatas das substâncias com as quais trabalha, isto é, tem de determinar quantas entidades químicas (átomos, moléculas, íons etc.) existem em certa porção de material. de carbono-12 é dado por uma constante física que re- cebe o nome nagem ao químico Amedeo Avogadro [1776-1856], que estabeleceu os fundamentos para sua criação. Como os átomos são entidades muito pequenas, o valor numérico é muito grande. Como determiná-lo? de Avogadro, vários químicos e físicos (inclusive Albert Einstein) propuseram métodos indiretos para determiná- -lo. Como? Sabendo que muitas propriedades das subs- tâncias dependem da quantidade de entidades químicas (átomos, moléculas, íons etc.), apresentaram técnicas es- pecíficas para medir tais propriedades e metodologias Valores da constante de Avogadro obtidos desde 1917 Ano da determinação Constante de Avogadro 1917 6,062 ⋅ 1023 mol–1 1928 6,061 ⋅ 1023 mol–1 Nesse cálice, há 1 mol de água (18 g). Se fôssemos contar as molé- culas de água, quantas contaríamos? Essa quantidade (NA) é o que chama- mos constante de Avogadro. He ly D em ut ti 20 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Química na escola Como é possível determinar a constante de Avogadro Esse experimento é para ser feito em grupo na própria sala de aula, com materiais que você pode conseguir em casa. Observe um pedaço de ferro ou a água contida em um copo. Temos a impressão de que a matéria é toda contínua. Será que é mesmo? Faça a atividade a seguir e verifique tal ideia utilizando o “método científico” clássico: observe, elabore hi- póteses, teste essas hipóteses e proponha uma teoria ou um modelo para guiar seu pensamento. Materiais • dois eletrodos de fio de cobre (encapado) de 2,5 mm de diâmetro • cronômetro ou relógio • bateria de 9 V (podem ser usadas quatro pilhas grandes ou um eliminador de pilhas) • duas seringas de 5 mL • recipiente plástico transparente (ou o fundo de garrafa de refrigerante) • amperímetro ou multímetro (comprado em loja de ferramentas) • um pedaço de isopor para servir de suporte às seringas • um pouco de silicone ou parafina (vela) • fios finos para as conexões • solução de hidróxido de sódio a 10 g/L Procedimento 1. Tapar as pontas das seringas com silicone ou parafina. 2. Fixar as seringas no suporte feito com um pedaço de isopor. 3. Colocar solução de hidróxido de sódio no recipiente até ¾ de seu volume. 4. Encher também as seringas com solução e colocá-las no recipiente plástico cuidadosamente, segurando-as pelo fundo (use luvas!), de modo que não se formem bolhas de ar. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. O cientista propôs que muitos gases são formados por moléculas as quais contêm mais de um átomo, por exemplo, os gases hidrogênio (H2), oxigênio (O2) e cloro (Cl2). Sabendo que os gases hidrogênio e oxigênio são constituídos por moléculas diatômicas e que a proporção de volumes desses gases para formar a água é de dois para um, ele concluiu que a proporção entre seus átomos também seria essa, ou seja, a fórmula deveria ser H2O e não HO, como era considerada até então. Mesmo com dificuldades para medir a massa dos gases, Avogadro chegou à razão de 15,074 entre as massas dos átomos de oxigênio e hidrogênio, sendo a última considerada igual a uma unidade. Ele não estabeleceu o valor da constante de Avogadro, mas lançou as bases teóricas que possibilitaram a determinação. Por isso, em homenagem a ele, a constante recebeu o seu nome. Amedeo Avogadro concluiu que, se volumes iguais contêm o mesmo número de moléculas, é possível de- terminar as massas moleculares relativas. Dessa forma, tornou possível explicar substâncias como o NH3, NO, NO2, HCl, CO2 e SO2, demonstrando como predizer as fórmulas e as massas molares com grande precisão. Avogadro faleceu em 9 de julho de 1856 e, embora não tenha sido reconhecido pelos cientistas da épo- ca, deixou bases importantíssimas para a Química moderna, sendo considerado um dos fundadores da Físico-Química. Somente dois anos depois de sua morte, os colegas reconheceram o quanto sua hipótese ajudava na resolução de problemas de Química. J. Yu ji bateria de 6 V seringas multímetro + – NaOH 10 g/L isopor O cientista propôs que muitos gases são formados por moléculas as quais contêm mais de um átomo, por ) e cloro (Cl2). Sabendo que os gases hidrogênio e oxigênio são constituídos por moléculas diatômicas e que a proporção de volumes desses gases para formar a água é de dois para um, ele concluiu que a proporção entre seus átomos também seria essa, ou seja, a fórmula deveria O e não HO, como era considerada até então. Mesmo com dificuldades para medir a massa dos gases, entre as massas dos átomos de oxigênio e hidrogênio, sendo a última considerada igual a uma unidade. Ele não estabeleceu o valor da constante de Avogadro, mas lançou as bases teóricas que possibilitaram a determinação. Por isso, em homenagem a ele, a constante recebeu o seu nome. Amedeo Avogadro concluiu que, se volumes iguais contêm o mesmo número de moléculas, é possível de- terminar as massas moleculares relativas. Dessa forma, tornou possível explicar substâncias como o NH3, NO, , demonstrando como predizer as fórmulas e as massas molares com grande precisão. Avogadro faleceu em 9 de julho de 1856 e, embora não tenha sido reconhecido pelos cientistas da épo- ca, deixou bases importantíssimas para a Química moderna, sendo considerado um dos fundadores da Físico-Química. Somente dois anos depois de sua morte, os colegas reconheceram o quanto sua hipótese C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 21 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! V Vídeo 5. Colocar os eletrodos de forma que as pontas fiquem sob a parte inferior da seringa. 6. Montar o circuito como mostrado na figura. 7. O valor da corrente (que deve ser constante durante todo o procedimento) deve ficar entre 100 e 30 mA. Para ajustá- -lo, caso necessário, várias modificações podem ser feitas na montagem, por exemplo, a concentração da solução, o tamanho da parte exposta dos eletrodos, a distância entre eles etc. 8. Ligar o circuito e disparar o cronômetro no mesmo instante. 9. Quando o volume de hidrogênio completar 5 mL, interromper o cronômetro e desligar o circuito. 10. Anotar os seguintes dados: temperatura ambiente (T), pressão atmosférica (P) – que pode ser obtida pelo serviço de meteorologia –, volume de hidrogênio produzido (V) e tempo de eletrólise (t). Destino dos resíduos O hidróxido de sódio pode ser guardado para utilização em outras atividades práticas. Para ser descartado, precisa antes ser neutralizado com algum ácido indicado pelo professor. Análise de dados Conhecendo o volume de hidrogênio produzido, pode-se, a partir da equação geral dos gases, determinar a quantidade de matéria correspondente. A seguir, é apresentada equação simplificada que fornecerá o valor da constante de Avogadro, utilizan- do os dados obtidos nesse experimento. NA = RT it mol–1 / 2P e V Em que: NA é a constante de Avogadro; t é o tempo em segundos; R é a constante dos gases (8,3145 J/K mol); P é a pressão atmosférica em Pa (Pa = Jm–3); T é a temperatura em kelvin; V é o volume em m3; i é a corrente em ampères; e é a carga do elétron (1,6 ⋅ 10–19 C, C = As). 1. Utilizando os dados obtidos e a equação acima, calcule o valor da constante de Avogadro. Caso não tenha sido possível realizar o experimento, utilize os seguintes dados obtidos em laboratório: T = 27 K, P = 88 393 Pa, t = 510 s, V = 5 ⋅ 10–6 m3 (V = 5 mL). 2. Compare o resultado com os apresentados na tabela da página 20 e levante hipóteses para as possíveis diferenças observadas. A constante de Avogadro não deve ser comparada a outras medidas, como a dúzia e a centena, porque essas quantidades são definidas como números e não como grandezas físicas. Uma dúzia corresponde a 12 unidades. Uma centena corresponde a 100 unidades. Já a constante de Avogadro é definida como o número de átomos presentes em um mol de carbono-12 (0,012 kg de carbono-12). Quanto é essa grandeza exatamente? Ao lon- go da História, o valor vem sendo determinado com precisão cada vez maior, mas nunca chegaremos ao valor exato, porque a constante de Avogadro é obtida experimentalmente. A unidade da constante de Avogadro (NA) é mol –1, ou seja, o número de entidades por mol. Para efeito didático, não necessitamos ser tão precisos quanto os químicos. Assim, ire- mos considerar a constante de Avogadro como 6,02 ⋅ 1023 mol–1 em nossos cálculos quí- micos. Por isso, com o tempo, você guardará que: 1 mol = 6,02 · 1023 entidades (átomos, moléculas etc.). Notação científica Antes de estudarmos cálculos com a constante de Avogadro, vamos rever como se expressam as medidas em notação científica. Qual é a distância existente entre a Terra e a Lua? Qual é o tamanho de uma célula? Você já deve ter percebido que a ciência lida com extremos. Para não manipular números 5. Colocar os eletrodos de forma que as pontas fiquem sob a parte inferior da seringa. 6. Montar o circuito como mostrado na figura. 7. O valor da corrente (que deve ser constante durante todo o procedimento) deve ficar entre 100 e 30 mA. Para ajustá- -lo, caso necessário, várias modificações podem ser feitas na montagem, por exemplo, a concentração da solução, o tamanho da parte exposta dos eletrodos, a distância entre eles etc. 8. Ligar o circuito e disparar o cronômetro no mesmo instante. 9. Quando o volume de hidrogênio completar 5 mL, interromper o cronômetro e desligar o circuito. 10. Anotar os seguintes dados: temperatura ambiente (T), pressão atmosférica (P) – que pode ser obtida pelo serviço de meteorologia –, volume de hidrogênio produzido (V) e tempo de eletrólise (t). Destino dos resíduos O hidróxido de sódio pode ser guardado para utilização em outras atividades práticas. Para ser descartado, precisa antes ser neutralizado com algum ácido indicado pelo professor. Análise de dados Conhecendo o volume de hidrogênio produzido, pode-se, a partir da equação geral dos gases, determinar a quantidade de matéria correspondente. A seguir, é apresentada equação simplificada que fornecerá o valor da constante de Avogadro, utilizan- do os dados obtidos nesse experimento. NA = RT it mol Em que: NA é a constante de Avogadro; t é o tempo em segundos; R é a constante dos gases (8,3145 J/K mol); P é a pressão atmosférica em Pa (Pa = Jm 22 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! cheios de zeros, é mais prático utilizar a notação científica, uma forma de representa- ção numérica que facilita a indicação de números grandes ou pequenos. Valores como 567000000 ou 0,000002341, por exemplo, podem ser expressos em notação científica por 5,67 ⋅ 108 e 2,341 ⋅ 10–6. Em notação científica, os números são escritos com apenas um algarismo antes da vír- gula e multiplicados por 10, elevados à potência correspondente. Uma potência positiva indica o número de posições que a vírgula deverá ser desloca- da para a direita, a fim de se obter o número em notação comum. Do mesmo modo, a potência negativa indicará o número de vezes que a vírgula deverá ser deslocada para a esquerda, a fim de fornecer o número em notação comum. Desse modo, quanto maior a potência, maior será o número. Uma molécula de água tem massa aproximada de 3 ⋅ 10–26 kg. A massa do Sol, estrela mais próxima do planeta Terra, é estimada em 1,99 ⋅ 1030 kg. Fazendo cálculos com a constante de Avogadro A partir da constante de Avogadro, podem-se fazer diversas conversões entre quantidades expressas em número de entidades e em quantidade de matéria. Essas conversões podem ser feitas por meio de regra de três ou por fatores de conversão. Lembre-se de que: 1 mol = 6,02 ⋅ 1023 entidades. Dividindo os dois lados da igualdade por 1 mol: 1 1 6 02 10 1 23,mol mol entidades mol = ⋅ ou por 6,02 ⋅ 1023 entidades: 1 6 02 10 6 02 10 23 23 , ,mol entidades entida ⋅ = ⋅ ddes entidades6 02 1023, ⋅ teremos os seguintes fatores de conversão: 1 6 02 10 1 23, = ⋅ entidades mol e 1 1 6 02 1023, = ⋅ mol entidades Vejamos alguns exemplos de conversão. 1. Quantos átomos correspondem a 2 mol de átomos de ferro? Para resolver por fator de conversão, basta multiplicar a quantidade fornecida pelo fator que converte quantidade de matéria (mol) em número de entidades. N mol entidades mol = ⋅ ⋅ =2 0 6 02 10 1 12 0 23 , , , ⋅⋅1023 em notação científica 1,2 ⋅ 1024 átomos de Fe 2. Qual é a quantidade de matéria correspondente a 18,06 · 1030 átomos de enxofre? n átomos mol át , , = ⋅ ⋅ ⋅ 18 06 10 1 6 02 10 30 23 oomos mol= ⋅3 107 Por meio da constante de Avogrado podemos cal- cular, por exemplo, a quan- tidade de átomos de ferro em uma panela de ferro. Lu m in is /S hu tt er st oc k cheios de zeros, é mais prático utilizar a notação científica, uma forma de representa- ção numérica que facilita a indicação de números grandes ou pequenos. Valores como 567000000 ou 0,000002341, por exemplo, podem ser expressos em notação científica Em notação científica, os números são escritos com apenas um algarismo antes da vír- gula e multiplicados por 10, elevados à potência correspondente. Uma potência positiva indica o número de posições que a vírgula deverá ser desloca- da para a direita, a fim de se obter o número em notação comum. Do mesmo modo, a potência negativa indicará o número de vezes que a vírgula deverá ser deslocada para a esquerda, a fim de fornecer o número em notação comum. Desse modo, quanto maior ⋅ 10–26 kg. A massa do Sol, estrela mais próxima do planeta Terra, é estimada em 1,99 ⋅ 1030 kg. Fazendo cálculos com a constante de Avogadro A partir da constante de Avogadro, podem-se fazer diversas conversões entre quantidades expressas em número de entidades e em quantidade de matéria. Essas conversões podem ser feitas por meio de regra de três ou por fatores de conversão. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 23 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. Que relação há entre a constante de Avogadro e o mol? 2. Você acha que o valor da constante de Avogadro no ano de 2100 será o mesmo de hoje? Por quê? 3. Por que pode haver mudanças no valor da constante de Avogadro, enquanto o valor da dúzia, por exemplo, não varia? 4. O suplemento vitamínico mineral é um medicamento para uso durante a gravidez e a lactação, períodos de grande atividade fisiológica, com o aumento das necessidades nutricionais diárias. Em certa massa desse suplemento, existem as seguintes quantidades de sais minerais: 1,5 ⋅ 1022 fórmulas mínimas de carbonato de cálcio (CaCO3) 2,0 ⋅ 10–3 mol de magnésio (Mg) 5,4 ⋅ 1017 fórmulas mínimas de iodeto de potássio (KI) 0,001 mol de ferro (Fe) 1,35 ⋅ 1017 fórmulas mínimas de óxido de cobre (CuO) 2,6 ⋅ 10–6 mol de molibdênio (Mo) 1,8 ⋅ 1020 fórmulas mínimas de óxido de zinco (ZnO) 3,16 ⋅ 10–5 mol de selênio (Se) 1,99 • 1019 fórmulas mínimas de sulfato de manganês (MnSO4) Para essa quantidade de suplemento, calcule: a) o número de átomos de Mg, Fe, Mo e Se. b) a quantidade de matéria de fórmulas mínimas das se- guintes substâncias: CaCO3, KI, CuO, ZnO e MnSO4. 5. Determine o número de átomos presentes nas quan- tidades de matéria abaixo: a) 0,550 mol de ouro (Au). b) 15,8 mol de cobre (Cu). c) 0,27 mol de alumínio (Al). d) 2,88 ⋅ 1018 mol de gás oxigênio (O2). e) 1,25 ⋅ 1026 mol de ferro (Fe). 6. Calcule o número de átomos de cada elemento químico existente nas seguintes quantidades de substâncias: a) 0,8 mol de sulfato de alumínio [Al2(SO4)3]. b) 1,5 mol de fosfato de cálcio [Ca3(PO4)2]. c) 1,02 ⋅ 1025 moléculas de álcool etílico (C2H5OH). d) 18 ⋅ 1023 fórmulas mínimas de ferrocianeto de po- tássio [K4Fe(CN)6]. 7. Calcule o tempo necessário para nascer um mol de pessoas, considerando que a taxa de natalidade mundial atual está em torno de 3 pessoas por se- gundo. Compare o valor encontrado com a idade da Terra, que é estimada em 5000000000 de anos. 8. O enxofre (S) é um elemento classificado como não me- tálico. É essencialmente pela presença de seus átomos nos combustíveis que existe o fenômeno das chuvas ácidas. Quantos átomos de enxofre existem em 16 mol de enxofre? 9. A substância peróxido de hidrogênio (H2O2), mais conhe- cida como água oxigenada, é instável e se decompõe formando água e oxigênio. Esse oxigênio liberado rea- ge com a melanina (pigmento que dá cor aos cabelos), quebrando as moléculas e alterando a cor dos fios. Uma pessoa que deseja descolorir os cabelos utilizou 0,588 ⋅ 10–1 mol de água oxigenada. Determine o nú- mero de moléculas que ela aplicou nos cabelos. 10. De acordo com os conceitos de mol e a constante de Avogadro, julgue os itens abaixo, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) Um mol de átomos de magnésio contém o mesmo número de átomos que um mol de átomos de sódio. 2) Um mol de água (H2O) contém 6,02 ⋅ 10 23 átomos. 3) O padrão de medida para a quantidade de matéria é o oxigênio-16, por ser mais estável e abundante que o carbono. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. 3. Qual é o número de moléculas existente em 2,5 mol de hidrogênio? ( ) = ⋅ ⋅ =N H 2,5 mol H 6,02 10 moléculas H 1 mol H 15,05.10 moléculas deH2 2 23 2 2 23 2 = 15,05 ⋅ 1023, em notação científica, 1,505 ⋅ 1024 moléculas H2 4. Qual é a quantidade de matéria correspondente a 1,0 ⋅ 1028 moléculas de H2O? ( ) = ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅N H O 1,0 10 moléculas H O 1mol H O 6,02 10 moléculas H O 0,166 10 mol H O2 28 2 2 23 2 5 2 = 0,166 ⋅ 105, em notação científica, 1,66 ⋅ 104 moléculas H2O ExercíciosExercícios 1. 1. Que relação há entre a constante de Avogadro e o mol? 2. 2. Você acha que o valor da constante de Avogadro no ano de 2100 será o mesmo de hoje? Por quê? 3. 3. Por que pode haver mudanças no valor da constante de Avogadro, enquanto o valor da dúzia, por exemplo, não varia? 6. 3. 3. Qual é o número de moléculas existente em 2,5 mol de hidrogênio? ( ) = ⋅= ⋅= ⋅= ⋅= ⋅ ⋅N H( )N H( ) 2,= ⋅2,= ⋅5 m5 m= ⋅5 m= ⋅= ⋅5 m= ⋅olololol= ⋅ol= ⋅= ⋅ol= ⋅HHH= ⋅H= ⋅ 6,022 22 2( )2 2( ) 2,2 22,5 m2 25 m5 m2 25 mol2 2olol2 2ol H2 2H = 15,05 ⋅ 1023, em notação científica, 1,505 4. 4. Qual é a quantidade de matéria correspondente a 1,0 ( ) = ⋅N H( )N H( )O 1( )O 1( ) = ⋅O 1= ⋅, 0= ⋅, 0= ⋅10 moléculas H O( )2( ) 28 2H O2H O = 0,166 ⋅ 105, em notação científica, 1,66 24 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1 mol de diferentes sais. Para cada substância, temos igual número de constituintes, mas diferentes massas. 4) O número de moléculas de gás cloro contidas em 1,75 mol corresponde a 10,5 ⋅ 1024 moléculas. 5) Em 3,08 ⋅ 10–1 mol de água estão presentes aproxi- madamente 1,85 ⋅ 1023 moléculas. 11. Em 3,0 mol de HCl e 5,0 mol de F2, existem, respectivamente: Dado: constante de Avogadro: 6,02 · 1023. a) 1,8 ⋅ 1024 moléculas e 3,01 ⋅ 1024 moléculas. b) 3,0 ⋅ 1023 moléculas e 5,0 ⋅ 1023 moléculas. c) 1,8 ⋅ 1024 moléculas e 3,01 ⋅ 1024 átomos. d) 1,8 ⋅ 1024 átomos e 3,01 ⋅ 1024 moléculas. e) 6,02 ⋅ 1023 moléculas e 12,04 ⋅ 1023 moléculas. 12. (UFU-MG) Assinale a alternativa que contém o maior número de átomos. a) 3,5 mol de NO2. c) 4 mol de NO. b) 1,5 mol de N2O3. d) 1 mol de N2O5. 13. Em 250 mL de água de coco, há 20 mg de cálcio, 23 mg de sódio e 156 mg de potássio, além de compo- nentes químicos. A soma do número de átomos de cál- cio, sódio e potássio existentes nesse volume de água é: a) 3,3 ⋅ 1024 átomos. d) 3,3 ⋅ 1021 átomos. b) 2,6 ⋅ 1022 átomos. e) 4,0 ⋅ 1023 átomos. c) 1,5 ⋅ 1021 átomos. 5 MASSA ATÔMICA, MOLECULAR E MOLAR Nitrato de cobalto 291 g Iodeto de potássio 166 g He ly D em ut ti Permanganato de potássio 158 g Cloreto de sódio 58,5 g Sulfato de cobre 249,7 g Cloreto de ferro (III) 270,3 g O s recipientes que você vê nas fotos abaixo, com diferentes substâncias, têm algo em comum. Você sabe dizer o que é? Qual é a massa de um átomo de carbono-12? Pense Como você já sabe, o padrão utilizado para a determinação das massas dos átomos dos dife- rentes elementos químicos é o carbono-12. As substâncias mostradas aqui, embora em volume e massa diferentes, apresentam algo em comum: a quantidade de matéria é igual a um mol. 4) O número de moléculas de gás cloro contidas em mol de água estão presentes aproxi- , existem, respectivamente: 12. 12. (UFU-MG) Assinale a alternativa que contém o maior número de átomos. a) 3,5 mol de NO2. c) 4 mol de NO. b) 1,5 mol de N2O3. d) 1 mol de N2O5. 13. 13. Em 250 mL de água de coco, há 20 mg de cálcio, 23 mg de sódio e 156 mg de potássio, além de compo- nentes químicos. A soma do número de átomos de cál- cio, sódio e potássio existentes nesse volume de água é: a) 3,3 ⋅ 1024 átomos. d) 3,3 ⋅ 1021 átomos. b) 2,6 ⋅ 1022 átomos. e) 4,0 ⋅ 1023 átomos. c) 1,5 ⋅ 1021 átomos. MASSA ATÔMICA, MOLECULAR E MOLAR s recipientes que você vê nas fotos abaixo, com diferentes substâncias, têm algo C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 25 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Utilizamos, em Química, três tipos de massa: atômica, molecular e molar. A massa dos átomos é dada pela massa atômica. Como os elementos químicos possuem átomos com mais de um valor de massa, a grandeza massa atômica é obtida pela média ponderada das massas dos átomos dos elementos químicos encontrados na natureza. Seu símbolo é ma, em que a letra a deve ser substituída pelo símbolo do elemento em questão. Esses valores, como Dalton já havia sugerido no início do século passado, são relativos. Sua definição é: Massa atômica (ma) de um elemento químico é a massa média ponderada de seus átomos encontrados na natureza. Como os valores de massa atômica são pequenos demais, difíceis de trabalhar, os quí- micos resolveram definir uma unidade específica para a massa de átomos. Essa unidade de medida da grandeza massa foi estipulada como igual a um doze avos (1/12) da massa de um átomo de carbono-12 e recebeu o nome unidade de massa atômica, cujo símbolo é u. 1 unidade de massa atômica (u) = 1/12 da massa de um átomo de carbono-12. Qual é o valor da massa de um átomo de carbono-12 em unidades de massa atômica? Pense Qual é a relação de igualdade (fator de conversão) entre a unidade grama (g) e a unidade de massa atômica (u)? Pense O valor da massa, em gramas, de um átomo de qualquer elemento químico pode ser obtido pela divisão da massa molar (massa de um mol da substância) pela constante de Avogadro (veja a tabela a seguir). VALORES DE MASSA ATÔMICA DE ALGUNS ELEMENTOS QUÍMICOS Elemento químico Massa de 6,02 ⋅ 1023 átomos Massa de um átomo Carbono (C) 12,0 g 19,9 ⋅ 10–24 g Hidrogênio (H) 1,0 g 1,66 ⋅ 10–24 g Hélio (He) 4,0 g 6,6 ⋅ 10–24 g Magnésio (Mg) 24,3 g 40,3 ⋅ 10–24 g Mercúrio (Hg) 200,6 g 332 ⋅ 10–24 g A partir da relação entre as duas unidades de medida da massa, é possível conver- ter o valor da massa de qualquer átomo de gramas para unidade de massa atômica, ou vice-versa. A maioria das substâncias é formada por grupos de átomos em proporções bem definidas, os quais chamamos constituintes. Cálculos envolvendo as substâncias são feitos considerando-se a massa dos constituintes, que é denominada massa molecu- lar. Esse termo também é utilizado para substâncias que têm constituintes amolecula- res, por exemplo, os sais. Portanto, massa molecular refere-se à massa da entidade da qual uma substância é feita, que pode ser de uma molécula ou de uma fórmula mínima. Utilizamos, em Química, três tipos de massa: atômica, molecular e molar. A massa dos átomos é dada pela possuem átomos com mais de um valor de massa, a grandeza massa atômica é obtida pela média ponderada das massas dos átomos dos elementos químicos encontrados na natureza. Seu símbolo é ma, em que a letra elemento em questão. Esses valores, como Dalton já havia sugerido no início do século passado, são relativos. Sua definição é: Massa atômica (ma) de um elemento químico é a massa média ponderada de seus átomos encontrados na natureza. Como os valores de massa atômica são pequenos demais, difíceis de trabalhar, os quí- micos resolveram definir uma unidade específica para a massa de átomos. Essa unidade de medida da grandeza massa foi estipulada como igual a um doze avos (1/12) da massa de um átomo de carbono-12 e recebeu o nome 1 unidade de massa atômica (u) = 1/12 da massa de um átomo de carbono-12. Qual é o valor da massa de um átomo de carbono-12 em unidades de massa atômica? PensePensePensePensePensePensePensePense 26 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A massa molecular e a massa atômica têm como símbolo ma e são expressas em uni- dades de massa atômica – u. A letra a é substituída pelo símbolo do elemento químico ou pela fórmula da substância. A massa molecular corresponde ao somatório das massas atômicas dos átomos constituintes da substância. A definição é: Massa molecular (mola) é a soma das massas atômicas dos átomos do constituinte de uma substância, podendo representar a massa de uma molécula ou de uma fórmula mínima. A massa atômica e a massa molecular são pouco utilizadas, porque não trabalhamos com átomos e moléculas e, sim, com quantidades maiores. Entretanto, estas são impor- tantes por lidarem com a dimensão atômica e já começam a ter aplicação prática graças a um novo ramo da ciência, a Nanotecnologia, relacionada com a manipulação da maté- ria molecular, visando à criação de novos materiais, substâncias e produtos, com precisão de átomo a átomo. Para lidar com quantidades macroscópicas, utilizamos a massa molar, que se refere à massa de um mol de entidades. Essas poderão ser átomos (55,8 g/mol Fe), moléculas (18 g/mol H2O) ou grupamento de íons (57,5 g/mol NaCl). Ela representa a massa da nu- merosidade igual ao número de átomos presentes em 12 g de carbono-12, ou seja, em um mol. Sua definição é: Massa molar (M) é a massa de um mol da substância. Atualmente, para determinar a massa molar de uma substância, os químicos utilizam equipamentos chamados espectrômetros de massas. Como equipamentos desse tipo não estão disponíveis em escolas do Ensino Médio, vamos fazer cálculos teóricos fundamenta- dos no método utilizado por químicos para a elaboração das primeiras tabelas de massa molar. Os valores de massa das substâncias podem ser calculados com base nas quantida- des que reagem com uma massa conhecida de carbono ou outra substância, cuja massa molar já foi determinada. A massa molar de uma substância é numericamente igual à sua massa molecular, mas difere em unidade: a massa molar é dada em gramas por mol (g/mol) e a massa molecu- lar é dada em unidade de massa atômica (u). Analisando as reações químicas e tendo conhecimento da estrutura atômica da maté- ria, é possível encontrar a relação entre as quantidades de massa das substâncias envolvi- das nas reações. Como exemplo, podemos citar a formação da água: 2H2(g) + O2(g) ( 2H2O(l) Se conhecermos os valores de massa molar de uma ou mais substâncias envolvidas numa reação, teremos condição de calcular a massa molar das demais. A massa molar da substância hidrogênio é igual à massa molar do hidrogênio multi- plicada por dois, visto que as moléculas possuem dois átomos: M(H2) = 2 ⋅ 1 g/mol ( M(H2) = 2 g/mol Para a substância oxigênio, teremos o mesmo: M(O2) = 2 ⋅ 16 g/mol ( M(O2) = 32 g/mol A água é formada por moléculas que possuem dois átomos de hidrogênio e um áto- mo de oxigênio (H2O). A massa molar será: M(H2O) = 2M(H) + M(O) = 2 ⋅ 1 g/mol + 16 g/mol = 18 g/mol Para calcular a massa molecular da água, so- ma-se a massa dos dois átomos de hidrogênio com a massa do átomo de oxigênio. Ca ro lin a K. S m ith M D/ Sh ut te rs to ck A massa molecular e a massa atômica têm como símbolo ma e são expressas em uni- é substituída pelo símbolo do elemento químico ou pela fórmula da substância. A massa molecular corresponde ao somatório das massas atômicas dos átomos constituintes da substância. A definição é: ) é a soma das massas atômicas dos átomos do constituinte de uma substância, podendo representar a massa de uma molécula ou de uma fórmula mínima. A massa atômica e a massa molecular são pouco utilizadas, porque não trabalhamos com átomos e moléculas e, sim, com quantidades maiores. Entretanto, estas são impor- tantes por lidarem com a dimensão atômica e já começam a ter aplicação prática graças a um novo ramo da ciência, a Nanotecnologia, relacionada com a manipulação da maté- ria molecular, visando à criação de novos materiais, substâncias e produtos, com precisão Para lidar com quantidades macroscópicas, utilizamos a massa molar, que se refere massa molar, que se refere massa molar à massa de um mol de entidades. Essas poderão ser átomos (55,8 g/mol Fe), moléculas O) ou grupamento de íons (57,5 g/mol NaCl). Ela representa a massa da nu- merosidade igual ao número de átomos presentes em 12 g de carbono-12, ou seja, em merosidade igual ao número de átomos presentes em 12 g de carbono-12, ou seja, em merosidade igual ao número de átomos presentes em 12 g de carbono-12, ou seja, em (M) é a massa de um mol da substância. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 27 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Similarmente, a massa molecular da água será: M(H2O) = 2M(H) + M(O) = 2 ⋅ 1 u + 16 u = 18 u Para calcular a massa molecular da água, soma-se a massa dos dois átomos de hidrogênio com a massa do átomo de oxigênio. Na tabela a seguir, apresentamos uma série de dados obtidos experimentalmente. Observe como se pode determinar, por meio de cálculos simples, a massa molar dos ele- mentos químicos (1 mol de átomos desse elemento). Considerando que a massa molar do monóxido de carbono é 28,00 g e que a massa molar do carbono é 12 g, obtemos a massa molar do oxigênio: 16 g. Veja a tabela abaixo. DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DE ALGUNS ELEMENTOS QUÍMICOS Substância simples Substância formada Massa do elemento de referênciaNome Fórmula Massa molar Oxigênio monóxido de carbono CO 28,00 g 12 g de C Magnésio óxido de magnésio MgO 40,30 g 16 g de O Hidrogênio água H2O 18,02 g 16 g de O Nitrogênio dióxido de nitrogênio NO2 46,50 g 32 g de O Ferro óxido de ferro FeO 71,85 g 16 g de O Alumínio óxido de alumínio Al2O3 101,96 g 48 g de O No passado, alguns enganos foram cometidos por não serem conhecidas as fórmulas exatas de muitas substâncias. Hoje, com o avanço da Química e a tecnologia existente, é possível estabelecer a massa molar das substâncias com grande precisão. Com base nos valores da tabela, calcule a massa molar dos seguintes elementos químicos: magnésio, hidrogênio, nitrogênio, ferro e alumínio. Pense 6 VOLUME MOLAR G rãos diferentes de cereais ocupam volumes diferentes. Da mesma forma, quan-tidades de espécies químicas, sólidas ou líquidas, iguais em número, ocupam di- ferentes volumes. Cuidado: essa analogia entre átomos e cereais serve para sólidos e líquidos, mas não se aplica aos gases. Quando a quantidade de matéria da substância equivale a 1 mol, chamamos o volu- me ocupado de volume molar, que é definido da seguinte forma: Volume molar (Vm) é o volume ocupado por um mol de uma substância. Similarmente, a massa molecular da água será: M(H2O) = 2M(H) + M(O) = 2 Para calcular a massa molecular da água, soma-se a massa dos dois átomos de hidrogênio com a massa do átomo de oxigênio. Na tabela a seguir, apresentamos uma série de dados obtidos experimentalmente. Observe como se pode determinar, por meio de cálculos simples, a massa molar dos ele- mentos químicos (1 mol de átomos desse elemento). Considerando que a massa molar do monóxido de carbono é 28,00 g e que a massa molar do carbono é 12 g, obtemos a massa molar do oxigênio: 16 g. Veja a tabela abaixo. DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLAR DE ALGUNS ELEMENTOS QUÍMICOS Substância simples Substância formada Nome Fórmula Oxigênio monóxido de carbono CO Magnésio óxido de magnésio MgO Hidrogênio água H2O Nitrogênio dióxido de nitrogênio NO 28 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O volume molar de qualquer gás depende das condições em que ele se encontra. Assim, é muito importante, quando nos referirmos ao volume molar, especificarmos a temperatura e a pressão em questão. Como o volume normalmente varia com a pressão e a temperatura, para que seja pos- sível comparar dados de diferentes substâncias, é necessário estabelecer valores de refe- rência para pressão e temperatura. Foram definidas como referência a temperatura de 273,15 kelvin (0 °C) e a pressão de 100000 pascals (1 atm), valores denominados condições normais de temperatura e pressão (CNTP). Condições normais de temperatura e pressão – CNTP T = 273,15 K ou t = 0 °C P = 100 000 Pa Pa = 1 bar = 0,9869 atm = 750,06 mmHg Os gases, diferentemente dos sólidos e dos líquidos, são muito afetados por varia- ções de temperatura ou de pressão. Amedeo Avogadro, que trabalhou com vários gases, percebeu isso: ele notou que iguais quantidades de matéria de diferentes gases ocupam volumes iguais. Posteriormente, determinou-se que 1 mol de qualquer gás, nas CNTP, ocupa um valor igual a 22,71 L. O volume molar (Vm ou Vm) de qualquer gás nas CNTP é igual a 22,71 L. O valor de 22,71 L para volume molar é obtido considerando-se a pressão de cem mil pascals (100000 Pa) e a temperatura igual a 273,15 kelvin (0°C). Você en- contrará livros e questões de vestibulares antigos que, no entanto, apresentam o volume molar como 22,4 L, por considerar a antiga definição de pressão-padrão igual a 1 atm (101325 Pa). Exercícios Para responder às questões, caso necessário, consulte os dados de massa atômica na tabela periódica no final do livro. 1. Qual é a diferença entre massa molecular e massa molar? 2. (EE Mauá-SP) Uma vez que as massas atômicas do oxi- gênio e do sódio são, respectivamente, 16 e 23, então a massa de 23 átomos de oxigênio é a mesma que a de 16 átomos de sódio. Essa afirmativa é verdadeira ou falsa? Justifique. 3. Quais são os fatores que interferem no volume molar de um gás? 4. Anfetamina ou benzidrina (C9H11NH2) é uma droga que provoca dependência química. A partir da fórmula mo- lecular, dê a massa molecular e a massa molar. 5. O açúcar usado em casa contém sacarose (C12H22O11), substância vital para as necessidades básicas huma- nas. É metabolizada pelo organismo rapidamente e é muito energética. No entanto, por ser muito ca- lórica, algumas pessoas, por motivos estéticos ou de saúde, devem evitar sua ingestão. a) Calcule a massa molecular e molar da sacarose. b) A sacarose e outros açúcares são substituídos por adoçantes artificiais. Pesquise o nome de alguns adoçantes mais comuns e quais são as consequên- cias do uso desses produtos. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. O volume molar de qualquer gás depende das condições em que ele se encontra. Assim, é muito importante, quando nos referirmos ao volume molar, especificarmos Como o volume normalmente varia com a pressão e a temperatura, para que seja pos- sível comparar dados de diferentes substâncias, é necessário estabelecer valores de refe- Foram definidas como referência a temperatura de 273,15 kelvin (0 °C) e a pressão de condições normais de temperatura e Condições normais de temperatura e pressão – CNTP T = 273,15 K ou t = 0 °C Os gases, diferentemente dos sólidos e dos líquidos, são muito afetados por varia- ções de temperatura ou de pressão. Amedeo Avogadro, que trabalhou com vários gases, percebeu isso: ele notou que iguais quantidades de matéria de diferentes gases ocupam volumes iguais. Posteriormente, determinou-se que 1 mol de qualquer gás, nas CNTP, C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 29 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 6. O sulfato de alumínio [Al2(SO4)3] é uma substância, des- de a Antiguidade, usada para o tratamento da água. Essa substância provoca a aglutinação da matéria suspensa, formando flocos mais densos que a água e que se sedimentam no fundo dos tanques de tra- tamento. Calcule a massa molecular e a massa molar dessa substância. 7. Certos minerais têm resistência ao serem riscados por outro material. Essa propriedade é chamada dureza. O mineral de menor dureza tem o valor 1 e o de maior dureza tem o valor 10. Observe, em alguns minerais, a dureza e a fórmula molecular. Dureza Mineral Fórmula 1 Talco Mg3Si4O10(OH)2 2 Gipsita CaSO42 H2O 5 Apatita Ca5(PO4)3(OH) 9 Coríndon Al2O3 a) Consultando a tabela periódica, como você re- presentaria a massa atômica de cada elemento, a massa molecular e a massa molar de cada subs- tância encontrada no quadro acima? b) Se riscarmos o talco com a gipsita, qual deixará o traço sobre o outro? c) Qual mineral não deixa o traço em nenhum dos outros minerais citados acima? 8. Se a escala de massa atômica tivesse sido definida di- ferentemente, em que 1 (um) átomo de 126C tivesse massa no valor de 100 u, isso teria algum efeito sobre a constante de Avogadro? Explique. 9. Conservantes são substâncias que impedem ou retar- dam as alterações dos alimentos, provocadas por micro-organismos ou enzimas. Como conservantes antimicrobianos são utilizadas as substâncias: nitrito de sódio (NaNO2), nitrito de potássio (KNO2), nitrato de sódio (NaNO3) ou nitrato de potássio (KNO3). Por lei, no Brasil, o limite máximo desses conservantes é de 0,20% em massa. a) Com a tabela periódica em mãos, calcule as mas- sas molares desses conservantes. b) Quantos gramas de cada tipo de conservante po- dem ser adicionados a 1 quilograma de salsicha? c) A que quantidade de matéria de cada sal corres- ponde essa massa? 10. Clostridium botulinum é a bactéria que provoca in- toxicação alimentar, o botulismo. Ela produz a toxi- na chamada botulina, muito utilizada com o nome Botox em tratamentos estéticos para minimizar ru- gas e linhas de expressão da face. Para evitar into- xicação, não consuma conservas alimentícias vindas de lata estufada ou que tenham odor de ranço, ca- racterístico da formação do ácido butílico (H8C4O2). Considerando essas informações e seus conhecimen- tos, responda. a) Se a toxina botulina é tão grave para a saú- de, como se explica a utilização em tratamento estético? b) Para o homem, a dose letal (DL50) da ingestão de botulina é de cerca de 1 mg. A que quanti- dade de matéria de ácido butílico corresponde essa dose? 11. Consultando a tabela de valores de massa atômica, calcule a massa molecular das seguintes substâncias: a) ácido sulfúrico (H2SO4); b) hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]; c) fosfato de cálcio [Ca3(PO4)2]; d) álcool etílico (C2H5OH); e) ferrocianeto de potássio [K4Fe(CN)6]; f) cloreto de bário di-hidratado (BaCl2 ⋅ 2H2O). 12. As medidas são necessárias à sociedade. No caso de átomos e moléculas, julgue os itens em C para os corretos e E para os errados: 1) Sabendo que a massa atômica da prata é igual a 108 u, podemos afirmar que um átomo de prata pesa 108 vezes mais que o átomo de 12C. 2) A massa molecular é numericamente igual à soma das massas atômicas de todos os átomos da molécula. 3) Para lidar com quantidades mais significativas, utiliza-se a massa molecular, que se refere à mas- sa de um mol de entidades. 4) O volume molar de um gás é o volume ocupado por um mol desse gás, a uma determinada pres- são e temperatura, ou seja, o volume é direta- mente proporcional à quantidade de matéria de um gás. 5) Para sólidos e líquidos o volume molar depende, entre outras coisas, da natureza, da substância, mas para gases ele só dependerá das condições da temperatura, qualquer que seja a natureza do gás. 6. 6. O sulfato de alumínio [Al2(SO4)3] é uma substância, des- de a Antiguidade, usada para o tratamento da água. Essa substância provoca a aglutinação da matéria suspensa, formando flocos mais densos que a água e que se sedimentam no fundo dos tanques de tra- tamento. Calcule a massa molecular e a massa molar dessa substância. 7. 7. Certos minerais têm resistência ao serem riscados por outro material. Essa propriedade é chamada dureza. O mineral de menor dureza tem o valor 1 e o de maior dureza tem o valor 10. Observe, em alguns minerais, a dureza e a fórmula molecular. Dureza Mineral Fórmula 1 Talco Mg3Si4O10(OH)2 2 Gipsita CaSO42 H2O 5 Apatita Ca5(PO4)3(OH) 9 Coríndon Al2O3 10. 10. 11. 11. 30 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Relação entre quantidade de matéria e volume de gases Do mesmo modo que usamos a massa molar (M) como fator de conversão, o volume molar (Vm) também é empregado como fator para transformar volume de um gás em quantidade de matéria ou vice-versa, conforme demonstrado abaixo: 1 mol (g) = 22,71 L (CNTP) a) 22 71 1 1 1 22 71 1 , , L mol mol L = = b) 22 71 1 1 1 22 71 1 , , L mol mol L = = 1. Qual é o volume ocupado por 5 mol de gás hidrogênio nas CNTP? V H mol H L H mol H2 2 2 2 5 22 71 1 113( ) = ⋅ =, ,,55 2L H 2. Que quantidade de matéria de oxigênio ocupa o volume de 68,13 L nas CNTP? V O L O O L O2 2 2 2 68 13 1 22 71 3( ) = ⋅ =, , mol mol O2 Relação entre quantidade de matéria e massa A conversão de quantidade de matéria (n) para massa (m) é feita pela massa molar (M). Assim, por exemplo, a massa molar da água é 18 g/mol, o que significa: 18 g de H2O = 1 mol de H2O Dessa igualdade podemos obter outras duas: a. dividindo-se os dois termos por 1 mol de H2O; ou b. dividindo-se os dois termos por 18 g de H2O. Assim, teremos os seguintes fatores de conversão: a) 18 g H2O 1 mol H2O = 1 b) 1 mol H2O 18 g H2O = 1 O primeiro fator de conversão transforma quantidade de matéria em massa. O segundo transforma massa em quanti- dade de matéria. Para isso, basta multiplicar a grandeza que se quer converter pelo respectivo fator de conversão. Veja os exemplos a seguir: 1. Qual é a massa de 1,5 mol de água? m H O mol H O g H O mol H O2 2 2 2 1 5 18 1 ( ) = ⋅ =, 227 2g H O 2. Qual é a quantidade de matéria (n) existente em 63 g de água? n H O g H O mol H O g H O2 2 2 2 63 1 18 3 5( ) = ⋅ = , mol H O2 7 CONVERSÕES NO CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO O s químicos normalmente utilizam as grandezas massa, quantidade de matéria e volume para medir os materiais. Vejamos as principais relações que, em geral, são estabelecidas entre as grandezas que expressam quantidades. Conhecendo o volume do balão, pode-se calcu- lar a quantidade de maté- ria e a massa do gás que ele contém.ele contém. W ildcat78/D ream stim e Relação entre quantidade de matéria e massa A conversão de quantidade de matéria (n) para massa (m) é feita pela massa molar (M). Assim, por exemplo, a massa O = 1 mol de H2O b) 1 mol H2O 18 g H2O = 1 O primeiro fator de conversão transforma quantidade de matéria em massa. O segundo transforma massa em quanti- CONVERSÕES NO CÁLCULO s químicos normalmente utilizam as grandezas massa, quantidade de matéria e volume para medir os materiais. Vejamos as principais relações que, em geral, são estabelecidas entre as grandezas que expressam quantidades. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 31 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios Para responder às questões, caso necessário, consulte os dados de massa atômica na tabela periódica no fim do livro. 1. A benzedrina é um remédio utilizado por pacientes que sofrem de depressão. A dose diária indicada é de 10 mg de benzedrina (C9H13N). Empregando os dados da tabela periódica, calcule: a) a massa molar da benzedrina. b) a quantidade de matéria de benzedrina que se en- contra nos 10 mg. 2. A cafeína é um excitante do sistema nervoso, portanto beber café é desaconselhável a pessoas nervosas e exci- táveis. O Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe altas doses de cafeína. Atletas olímpicos com mais de 12 mg de cafeína por mL de urina podem ser desqualificados da competição. Agora responda às questões a seguir, saben- do que a fórmula molecular da cafeína é C8H10O2N4H2O. a) Calcule a massa molar da cafeína. b) Qual seria a quantidade de matéria de cafeína en- contrada em 12 mg de cafeína? c) Em quais produtos podemos encontrar a cafeína? d) Pesquise os pontos positivos e negativos da cafeína na alimentação diária do ser humano. 3. O boro (B) é encontrado em alimentos como frutas, verdu- ras e legumes em quantidades muito pequenas. É ótimo para a prevenção contra a osteoporose. São recomenda- dos 3 mg diariamente. Mas deve-se tomar cuidado ao in- gerir cápsulas de 3 mg de borato de sódio (Na3BO3), pois podem aumentar a produção de estrogênio e testosterona (hormônios sexuais feminino e masculino). a) Em que situações é aconselhada a ingestão de cáp- sulas de borato de sódio? b) Qual seria a quantidade de matéria de boro em 3 mg? 4. O óxido de zinco (ZnO) é muito útil em preparados cosméticos, pois tem propriedades antimicrobianas e cicatrizantes, além de servir como bloqueador solar. Se prepararmos bloqueador caseiro e acrescentarmos 10 g de óxido de zinco pulverizado, qual seria a quantidade dessa matéria encontrada nesse bloqueador solar? 5. Algumas pessoas usam produtos que dão à pele a to- nalidade bronzeada, sem precisar tomar sol. Neles, há uma substância chamada DHA ou di-hidroxiacetona (C3H6O3). O bronzeamento é a combinação química entre o DHA e a ceratina (proteína encontrada na pele). A seguir responda: a) quais as vantagens de se utilizar esse produto? b) qual seria o número de moléculas de DHA encontradas em um recipiente de aproximadamente 120 g desse produto? 6. O ácido sulfúrico (H2SO4) é um líquido incolor, oleoso e muito corrosivo. Apesar de amplamente utilizado na fa- bricação de fertilizantes, filmes, explosivos, acumuladores de baterias e refino de petróleo, o seu contato com a pele pode provocar a destruição dos tecidos, ao ser inalado, causa danos às vias respiratórias do organismo. Qual é a massa, em gramas, existente em 5 mol dessa substância? Dados: S = 32 g/mol; H = 1 g/mol; O = 16 g/mol. a) 480 g. c) 290 g. e) 490 g. b) 190 g. d) 580 g. 7. Uma pessoa utiliza 0,5 mol de açúcar (C12H22O11) para adoçar uma garrafa de café. A quantidade de açúcar que deve ser colocada na garrafa é: Dado: massa molar do açúcar = 342 g/mol a) 330 gramas. c) 165 gramas. e) 150 gramas. b) 171 gramas. d) 140 gramas. 8. O elemento oxigênio encontra-se na atmosfera na forma de gás oxigênio (O2) e de gás ozônio (O3). O gás oxigênio é o segundo componente mais abundante do ar atmos- férico. Ele corresponde a 21% do volume do ar seco e sem poluentes. É impossível a sobrevivência da maioria dos seres vivos sem oxigênio. Qual o volume ocupado por 5 mol desse gás nas CNTP? Dado: volume molar = 22,71 L nas CNTP. 9. Para você temperar a carne, são necessários condimen- tos que a conservem. O alho é importante porque con- tém uma substância, denominada alicina (C6H10OS2), que atua como conservante, inibindo a ação das enzimas que aceleram a decomposição da carne. O cravo-da-índia, por exemplo, contém uma substância conservante, denomi- nada eugenol [C3H5C6H3(OH)OCH3], que possui ação an- tioxidante, prevenindo o ranço (produto da reação entre o oxigênio e a gordura da carne) e evitando o aparecimento de bolor. Com os seus conhecimentos, julgue os itens, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) Os conservantes e antioxidantes naturais são menos propensos a causar doenças como o câncer no ser humano. 2) As massas molares da alicina e do eugenol são 164 e 162 g/mol, respectivamente. 3) Em 1 mol de alicina existe menor quantidade de átomos que em 1 mol de eugenol. 4) Normalmente, reações provocadas pela ação do ar, da luz, do contato com metais etc. deixam o ali- mento com cheiro ruim característico e impróprio para o consumo. O antioxidante serve para retardar essa reação. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO.ExercíciosExercícios Para responder às questões, caso necessário, consulte os dados de massa atômica na tabela periódica no fim do livro. 1. 1. A benzedrina é um remédio utilizado por pacientes que sofrem de depressão. A dose diária indicada é de 10 mg de benzedrina (C9H13N). Empregando os dados da tabela periódica, calcule: a) a massa molar da benzedrina. b) a quantidade de matéria de benzedrina que se en- contra nos 10 mg. 2. 2. A cafeína é um excitante do sistema nervoso, portanto beber café é desaconselhável a pessoas nervosas e exci- táveis. O Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe altas doses de cafeína. Atletas olímpicos com mais de 12 mg de cafeína por mL de urina podem ser desqualificados da competição. Agora responda às questões a seguir, saben- do que a fórmula molecular da cafeína é C8H10O2N4H2O. a) Calcule a massa molar da cafeína. b) Qual seria a quantidade de matéria de cafeína en- contrada em 12 mg de cafeína? 6. 7. 8. 32 UN ID AD ES U TI LI ZA DA S PE LO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Grandezas físicas b Nas Ciências, os atributos (características) de componentes do Universo que podem ser medidos são chamados grandezas físicas. Massa atômica b Vários padrões de medidas de massa atômica dos átomos foram utilizados ao longo da história das Ciências. A primeira substância utilizada como padrão para determinar a massa de outras substâncias foi o hidrogênio. b Desde 1957, a Iupac definiu o carbono-12 (por ser mais estável e abundante) como o padrão para se determinar a massa dos átomos. Por convenção, a massa de um átomo de carbono-12 corresponde a 12 u. Assim, uma unidade de massa atômica corresponde a 1/12 do carbono-12, ou seja, 1/12 do carbono-12 corresponde a 1 unidade de massa atômica. Como a maioria das substâncias é forma- da por grupamentos de átomos, o cálculo da massa dos constituintes é feito considerando a massa de cada átomo. Essa massa final é denominada massa molecular, logo a massa dos constituintes representa a massa de uma molécula ou de uma fórmula mínima. Por exemplo, no caso do NaCl a fórmula mínima é 36,5 u. Considera-se a massa do sódio (Na) igual a 23,0 u e a do cloro (Cl) 35,5 u. Quantidade de matéria b Na Química, utiliza-se a numerosidade como a grandeza física para medir numericamente entidades como átomos, íons ou moléculas. A quantidade de matéria (n) é uma grandeza de numerosidade e a unidade de medida é o mol. Constante de Avogadro b O número de átomos presentes em uma amostra de 0,012 kg de carbono-12 é dado por uma cons- tante física que recebe o nome constante de Avogadro (NA), em homenagem ao químico Amedeo Avogadro [1776-1856]. Dessa forma: 1 mol contém 6,02 ⋅ 1023 entidades (átomos, moléculas etc.). Massa molecular e massa molar b A massa atômica de um elemento químico é a média ponderada das massas dos átomos desse ele- mento. No caso de moléculas ou íons, a massa molecular corresponde à soma das massas dos átomos que os constituem. No entanto, quando se faz necessário trabalhar com valores maiores, aplicamos o conceito de massa molar: a massa de um mol do elemento ou da substância. A massa molar (M) de uma substância é numericamente igual a sua massa molecular, mas difere na unidade: a massa mo- lar é dada em gramas por mol (g/mol) e a massa molecular é dada em unidade de massa atômica (u). Volume molar b O volume molar de um gás corresponde ao volume ocupado por um mol de uma substância. Nesse caso, precisamos considerar as condições de pressão e temperatura, pois um gás sofre mudanças quando essas variáveis se alteram. Assim, o volume molar de qualquer gás, nas CNTP, é igual a 22,71 L. Relações de correspondência b 1 mol = 6,02 · 1023 entidades; 1 mol de um gás (CNTP) = 22,71 L. Nas Ciências, os atributos (características) de componentes do Universo que podem ser medidos são Vários padrões de medidas de massa atômica dos átomos foram utilizados ao longo da história das Ciências. A primeira substância utilizada como padrão para determinar a massa de outras substâncias Desde 1957, a Iupac definiu o carbono-12 (por ser mais estável e abundante) como o padrão para se determinar a massa dos átomos. Por convenção, a massa de um átomo de carbono-12 corresponde a 12 u. Assim, uma unidade de massa atômica corresponde a 1/12 do carbono-12, ou seja, 1/12 do carbono-12 corresponde a 1 unidade de massa atômica. Como a maioria das substâncias é forma- da por grupamentos de átomos, o cálculo da massa dos constituintes é feito considerando a massa de cada átomo. Essa massa final é denominada massa molecular, logo a massa dos constituintes representa a massa de uma molécula ou de uma fórmula mínima. Por exemplo, no caso do NaCl a fórmula mínima é 36,5 u. Considera-se a massa do sódio (Na) igual a 23,0 u e a do cloro (Cl) 35,5 u. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 33 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios de revisão ER PRODUTOS QUÍMICOS DOMÉSTICOS: PERIGO DISFARÇADO Produtos químicos não existem somente nos laboratórios industriais. Milhares deles são utilizados na vida cotidia- na, o seu emprego adequado contribui para melhorar a qualidade de vida. 34 Existem perigos no uso de produtos químicos domésticos? Pense Existem pelo menos mais de 20 milhões de substâncias diferentes e aproximadamente 150 mil delas fazem parte do nosso cotidiano. Xampus, sabonetes, brinquedos, roupas, produtos de limpeza são apenas alguns exemplos de formas de utilização dessas subs- tâncias. No entanto, a maioria delas não passou por testes adequados para estudo do impacto no ambiente e na saúde humana. Alguns dos riscos associados à utilização de produtos químicos e substâncias são conhecidos e incluem doenças, como o câncer, as disfunções hormonais, as alergias, os problemas respiratórios etc. O perigo vem cercado da desinformação. Quando nós, consumidores, adquirimos produtos em supermercados e lojas, muitas vezes, sem saber, passamos a conviver com muitos riscos, em virtude da falta de clareza quanto aos perigos envolvidos no uso. Esses perigos vão desde alterações ambientais até ameaças à nossa saúde, tanto pelo uso quan- to pelo descarte dos resíduos. Uma pesquisa publicada no jornal Diário do Nordeste, de 29 de dezembro de 2001, revela um fato assustador: 47% das emergências por intoxicação são causadas por produtos agrícolas ou domésticos. Esses resultados foram obtidos com base no es- tudo de 6297 casos de emergência toxicológica, registrados no período de 1998 a 2000. Segundo esse estudo, 36% das intoxicações foram provocadas por praguici- das. Cerca de 20% das vítimas eram crianças na faixa de 1 a 5 anos, atraídas pelos rótulos coloridos de produtos de limpeza. Mas a faixa etária mais atingida é a que está en- tre os 21 e 35 anos, com 25,6% dos casos. perigos vão desde alterações ambientais até ameaças à nossa saúde, tanto pelo uso quan- to pelo descarte dos resíduos. Tema em foco Como calcular quantidades de reagentes e produtos em uma reação química? Como usar produtos químicos corretamente? CÁLCULOS QUÍMICOS 34 Uma pesquisa publicada no jornal revela um fato assustador: 47% das emergências por intoxicação são causadas por produtos agrícolas ou domésticos. Esses resultados foram obtidos com base no es- tudo de 6297 casos de emergência toxicológica, registrados no período de 1998 a 2000. Segundo esse estudo, 36% das intoxicações foram provocadas por praguici- das. Cerca de 20% das vítimas eram crianças na faixa de 1 revela um fato assustador: 47% das emergências por intoxicação são causadas por produtos agrícolas ou domésticos. Esses resultados foram obtidos com base no es- tudo de 6297 casos de emergência toxicológica, registrados no período de 1998 a 2000. Segundo esse estudo, 36% das intoxicações foram provocadas por praguici- Alguns produtos quí- micos domésticos mui- to consumidos são: produ- tos de limpeza e higiene pessoal, inseticidas, remédios, alvejantes, desinfetantes, ál- cool, cloro, soda caústica, for- maldeído, refrigerantes, colas, vernizes, esmaltes, xampus, hi- dratantes, combustíveis. Quais desses você utiliza? He ly D em ut ti CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! PRODUTOS QUÍMICOS DOMÉSTICOS: PERIGO DISFARÇADO Como calcular quantidades de reagentes e produtos em uma reação química? Como usar produtos químicos corretamente? CÁLCULOS QUÍMICOS PRODUTOS QUÍMICOS DOMÉSTICOS: PERIGO DISFARÇADO TTema em focoema em focoTema em focoTTema em focoTema em foco Como calcular quantidades de reagentes e produtos em uma reação química? Como usar produtos químicos corretamente? CÁLCULOS QUÍMICOS Capítulo 2 Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Entre as falhas banais que provocam esses acidentes, muitos desses de graves conse- quências, estão a falta de lugar adequado para guardar remédios e outros produtos quí- micos (que ficam ao alcance das crianças), o uso de recipientes de alimentos e bebidas para acondicionar detergentes e desinfetantes ou simplesmente o emprego inadequado do produto. Por exemplo, produtos de limpeza que deveriam ser diluídos, se usados na forma concentrada, podem acarretar reações alérgicas. Um dos cuidados básicos para prevenir a intoxicação é ler as instruções constantes nas embalagens e segui-las corretamente. Os rótulos têm informações relevantes: composi- ção do produto, cuidados exigidos para o uso, perigos potenciais, data de validade, modo de uso e de armazenamento e formas de contato para ajuda em caso de emergências. Deve-se respeitar, rigorosamente, as quantidades a serem usadas e as formas de dilui- ção indicadas nos rótulos. Para manipulação desses produtos, recomenda-se o uso de luvas de borracha, principalmente se o consumidor apresentar histórico de alergias. No caso de produtos de limpeza contendo substâncias voláteis ou que apresentem odores muito fortes, o emprego de máscara é obrigatório. Outra recomendação é não fazer combinações cujo efeito se desconheça, ou seja, não se deve misturar o produto “A” com o “B” acreditando que se conseguirá uma limpeza mais eficaz, pois essa mistura poderá ser prejudicial à saúde. Atitude sustentável Cuidados para o uso de produtos químicos b Mantenha fora do alcançe das crianças: medicamentos, produtos de limpeza, raticidas, inseticidas, combustíveis e outros produtos potencialmente tóxicos. b Evite trocar as embalagens dos produtos. Caso neces- sário, mantenha as informações contidas nas embala- gens originais. b Leia o rótulo ou a bula antes de usar quaisquer produ- tos e siga as instruções do fabricante. b Não guarde restos de medicamentos, produtos quími- cos vencidos ou com rótulos danificados. b Guarde em diferentes armários fechados e fora do alcance de crianças os medicamentos, as bebidas al- coólicas e os produtos de limpeza. b Não pratique automedicação, pois qualquer tipo de me- dicamento pode ser perigoso. b Não permaneça em locais onde houve aplicação de pro- dutos químicos com odor forte, como inseticidas, tintas, vernizes, sinteco, colas etc. b Antes de retornar a locais onde houve aplicação de pro- dutos químicos, como os listados acima, deixe o am- biente aberto com bastante ventilação. Atitude sustentávelAtitude sustentável Cuidados para o uso de produtos químicos Cuidado! Produtos químicos, de maneira geral, devem ser comprados com atenção, em lojas especializadas e com nota fiscal. Produtos piratas adquiridos em camelôs ou am- bulantes oferecem grandes riscos, já que na maioria das vezes são fabricados sem cui- dados adequados, não têm registros oficiais que garantam a qualidade nem a rotulação adequada com informações de uso. Se uma pessoa se sente mal após a exposição a um produto, a recomendação é não perder tempo e procurar logo o médico. Antes, porém, podem ser tomadas algumas me- didas de emergência, como ler o rótulo do produto para se certificar de alguns detalhes específicos, lavar a pele com água e os olhos com soro fisiológico e, se houve ingestão, não provocar vômito nem tampouco tomar água ou qualquer outra substância sem orien- tação médica, pois um erro de procedimento nesse momento pode agravar a situação. Nesse último caso, o melhor mesmo é ligar para o serviço de toxicologia da cidade. Existem vários serviços telefônicos que funcionam 24 horas por dia prestando esclarecimentos de emergência: procure ter esses números na agenda, pois são tão importantes quanto os telefones da polícia e dos bombeiros. Você já sabe qual é o número? Se não, descubra. Quanto ao uso de inseticidas domésticos, é preciso cuidado redobrado. Antes de usá-los, é necessário ler com atenção o rótulo. Crianças e animais domésticos devem ser retirados de Não deixe produtos químicos ao alcance de crianças. Muitos aci- dentes acontecem pela fal- ta de lugar adequado para guardar remédios e outros produtos químicos. He ly D em ut ti A utilização de equipa- mentos de proteção individual (EPI) é obri- gatória quando se lida com substâncias e mate- riais potencialmente tóxi- cos, até mesmo em casa. He ly D em ut ti Entre as falhas banais que provocam esses acidentes, muitos desses de graves conse- quências, estão a falta de lugar adequado para guardar remédios e outros produtos quí- micos (que ficam ao alcance das crianças), o uso de recipientes de alimentos e bebidas para acondicionar detergentes e desinfetantes ou simplesmente o emprego inadequado do produto. Por exemplo, produtos de limpeza que deveriam ser diluídos, se usados na Um dos cuidados básicos para prevenir a intoxicação é ler as instruções constantes nas embalagens e segui-las corretamente. Os rótulos têm informações relevantes: composi- ção do produto, cuidados exigidos para o uso, perigos potenciais, data de validade, modo de uso e de armazenamento e formas de contato para ajuda em caso de emergências. Deve-se respeitar, rigorosamente, as quantidades a serem usadas e as formas de dilui- ção indicadas nos rótulos. Para manipulação desses produtos, recomenda-se o uso de luvas de borracha, principalmente se o consumidor apresentar histórico de alergias. No caso de produtos de limpeza contendo substâncias voláteis ou que apresentem odores muito fortes, o emprego de máscara é obrigatório. Outra recomendação é não fazer combinações cujo efeito se desconheça, ou seja, não se deve misturar o produto “A” com o “B” acreditando que se conseguirá uma limpeza mais eficaz, pois essa mistura poderá ser prejudicial à saúde. Atitude sustentávelAtitude sustentável Cuidados para o uso de produtos químicos Não deixe produtos químicos ao alcance de crianças. Muitos aci- dentes acontecem pela fal- ta de lugar adequado para guardar remédios e outros produtos químicos. He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 35 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! I Infográfico Debata e entenda 1. Estamos cercados de produtos químicos. Será que todos são realmente necessários? Em sua opinião, quais não seriam? 2. Em sua casa, investigue os produtos químicos que possuem algum grau de toxidez, lendo os rótulos e anotando as informações no caderno, em um quadro como o representado abaixo. 3. Você sabia que todo produto químico deve ter na embalagem informações como o número de telefone de emer- gência? Pesquise em sua cidade os números de telefone do centro de informação toxicológica e do pronto-socorro que atenda esse tipo de emergência. 4. Que cuidados devem ser tomados, em casa, para evitar possíveis intoxicações por produtos químicos? 5. Em caso de intoxicação por produtos químicos, que procedimentos devem ser adotados? Para onde se deve ligar em sua cidade? Qual é o número do telefone? 6. Que cuidados devem ser tomados ao se guardar produtos de limpeza utilizados em casa? Por quê? 7. Segundo algumas estatísticas, o Brasil é o terceiro consumidor mundial de sabonete, perdendo apenas para Esta- dos Unidos e Austrália. Será que isso significa que todos os brasileiros têm acesso a esse bem? Se não, como se justifica esse consumo elevado? 8. No texto foram apresentados alguns dados de pesquisa sobre os acidentes domésticos ocasionados pelo uso de produ- tos químicos domésticos. Em sua opinião, por que as pessoas na faixa de 21 a 35 anos são as que mais se intoxicam? 9. Em sua opinião: por que produto pirata é mais perigoso? Produto Local armazenado em sua casa Ingredientes ativos Instruções sobre cuidados com o produto Efeitos que o produto pode causar Classificação quanto à toxidez (irritante, corrosivo, inflamável etc.) z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. casa durante a aplicação. O local deve ser bem ventilado e as pessoas devem aguardar um tempo antes de retornar ao ambiente. Todos os utensílios de cozinha deverão ser lavados, antes de serem usados novamente. Todo cuidado deverá ser tomado para que as crianças não levem à boca nem tenham contato com materiais que possam estar com resíduos dos produtos aplicados. É importante lembrar que o uso de inseticida deve sempre ser reduzido ao mínimo possível. Procure usar repelentes naturais para mosquitos, bem como telas nas janelas e tampas nos ra- los e nas saídas de esgotos. Somente quando essas alternativas não forem eficientes é que de- vemos recorrer aos inseticidas, buscando os que tenham classificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como pouco tóxicos e tomando os cuidados descritos anteriormente. Mas os produtos de limpeza e os inseticidas não são os únicos vilões dessa história. Os produtos de beleza também já levaram muita gente ao pronto-socorro. Os mais perigosos são as tinturas e os produtos para modelar cabelos, já que podem provocar reações alérgi- cas imediatas ou danos em longo prazo. Para evitar intoxicações, a recomendação é sempre fazer o teste cutâneo antes de usar o produto. Deve-se passar um pouquinho do produto na pele e esperar alguns minutos. Se houver vermelhidão ou ardência no local, não deve ser utilizado. O recomendável é procu- rar um profissional especializado, em salão de beleza cuja procedência seja conhecida, que deverá usar luvas, máscara e manter o ambiente bem arejado. É necessário cuidado também com as maquiagens. Para evitar problemas, o ideal é não usar cosméticos todos os dias, fazer boa limpeza cutânea antes de dormir, comprar cosméticos que passam por inspeções mais rigorosas e não deixar de ler o rótulo, para saber o modo correto de utilização do produto e as possíveis reações. Várias tinturas para cabelo contêm chumbo, amônia e outras substâncias tóxicas. Pessoas sensíveis po- dem ter sérias reações alérgicas. Em longo pra- zo, o chumbo acumulado no organismo pode provo- car lesões neurológicas, es- tomacais e até osteoporose. Tome cuidado! Não use produtos para higiene pessoal e de limpeza em excesso. He ly D em ut ti casa durante a aplicação. O local deve ser bem ventilado e as pessoas devem aguardar um tempo antes de retornar ao ambiente. Todos os utensílios de cozinha deverão ser lavados, antes de serem usados novamente. Todo cuidado deverá ser tomado para que as crianças não levem à boca nem tenham contato com materiais que possam estar com resíduos dos produtos aplicados. É importante lembrar que o uso de inseticida deve sempre ser reduzido ao mínimo possível. Procure usar repelentes naturais para mosquitos, bem como telas nas janelas e tampas nos ra- los e nas saídas de esgotos. Somente quando essas alternativas não forem eficientes é que de- vemos recorrer aos inseticidas, buscando os que tenham classificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como pouco tóxicos e tomando os cuidados descritos anteriormente. Mas os produtos de limpeza e os inseticidas não são os únicos vilões dessa história. Os produtos de beleza também já levaram muita gente ao pronto-socorro. Os mais perigosos são as tinturas e os produtos para modelar cabelos, já que podem provocar reações alérgi- cas imediatas ou danos em longo prazo. Para evitar intoxicações, a recomendação é sempre fazer o teste cutâneo antes de usar o produto. Deve-se passar um pouquinho do produto na pele e esperar alguns minutos. Se houver vermelhidão ou ardência no local, não deve ser utilizado. O recomendável é procu- rar um profissional especializado, em salão de beleza cuja procedência seja conhecida, que deverá usar luvas, máscara e manter o ambiente bem arejado. É necessário cuidado também com as maquiagens. Para evitar problemas, o ideal é não usar cosméticos todos os dias, fazer boa limpeza cutânea antes de dormir, comprar Várias tinturas para cabelo contêm chumbo, amônia e outras substâncias tóxicas. Pessoas sensíveis po- dem ter sérias reações alérgicas. Em longo pra- zo, o chumbo acumulado no organismo pode provo- car lesões neurológicas, es- tomacais e até osteoporose. He ly D em ut ti 36 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1 AS LEIS DAS REAÇÕES QUÍMICAS C omo estudamos no capítulo anterior, o uso de produtos químicos em quantidades corretas é a atitude ambiental fundamental. Também estudamos a importância do uso de produtos químicos em quantidades adequadas para evitar intoxicações. Na indús- tria, para a elaboração de cálculos com precisão, os químicos baseiam-se no princípio da proporcionalidade aplicado às reações químicas. Esse princípio está fundamentado no comportamento previsível das substâncias nas reações químicas que puderam ser desen- volvidas a partir do estudo das reações químicas. Esses estudos levaram ao estabelecimento de leis sobre o comportamento químico. Sendo as leis das reações químicas a base para os cálculos químicos, vamos estudar as principais delas. Ao analisar essas leis e outras evidências, podemos concluir que as subs- tâncias são constituídas por átomos, os quais se conservam durante a reação – e é esse o princípio norteador da execução dos cálculos. Vamos, portanto, estudar a primeira dessas leis fundamentais para a prática química. Química na escola O que acontece com a massa durante uma reação química? Este experimento lhe fornecerá evidências que foram utilizadas para a formulação das leis químicas. Ele poderá ser de- monstrado pelo professor ou realizado pelo grupo de alunos. Materiais • uma folha de papel • palha ou lã de aço • grãos de arroz (ou pedaços de giz) • palitos de fósforo • uma balança (como a da figura ao lado) Procedimento Parte A 1. Construa uma balança, como a da figura ao lado. 2. Coloque uma folha de papel embolada sobre um dos pra- tos da balança. 3. Equilibre os pratos da balança utilizando grãos de arroz ou pedaços de giz. 4. Ponha fogo no papel. 5. Observe a combustão e anote o acontecido com o papel e com a sua massa. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. Fo to s: H el y D em ut ti AS LEIS DAS REAÇÕES QUÍMICAS omo estudamos no capítulo anterior, o uso de produtos químicos em quantidades corretas é a atitude ambiental fundamental. Também estudamos a importância do uso de produtos químicos em quantidades adequadas para evitar intoxicações. Na indús- tria, para a elaboração de cálculos com precisão, os químicos baseiam-se no princípio da proporcionalidade aplicado às reações químicas. Esse princípio está fundamentado no comportamento previsível das substâncias nas reações químicas que puderam ser desen- Esses estudos levaram ao estabelecimento de leis sobre o comportamento químico. Sendo as leis das reações químicas a base para os cálculos químicos, vamos estudar as principais delas. Ao analisar essas leis e outras evidências, podemos concluir que as subs- tâncias são constituídas por átomos, os quais se conservam durante a reação – e é esse o princípio norteador da execução dos cálculos. Vamos, portanto, estudar a primeira dessas O que acontece com a massa durante uma reação química? Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. Fo to s: H el y D em ut ti Fo to s: H el y D em ut ti Fo to s: H el y D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 37 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Parte B 1. Coloque um pedaço de palha de aço sobre um dos pratos da balança. 2. Equilibre os pratos da balança utilizando grãos de arroz ou pedaços de giz. 3. Ponha fogo na palha de aço. 4. Observe a combustão e anote o acontecido com a palha de aço e com a sua massa. Destino dos resíduos Os resíduos desta atividade podem ser descartados no lixo comum. Análise de dados 1. Explique o acontecido com a massa do papel após a combustão. 2. Explique o acontecido com a massa da palha de aço após a combustão. 3. O que deve ter contribuído para a variação das massas do papel e da palha de aço? 4. Imaginando que as duas reações sejam realizadas em recipientes fechados, explique o que aconteceria com as massas dos sistemas. Fo to s: H el y D em ut ti Lei da Conservação das Massas A análise superficial dos resultados do experimento anterior pode nos levar a interpre- tação equivocada sobre a variação de massa nas reações de combustão. No entanto, se aquelas reações fossem conduzidas em recipientes fechados, os resultados demonstrariam que não há variação de massa durante a combustão. Essa constatação foi obtida em me- dições precisas, desenvolvidas em diversos tipos de reações químicas. Podemos estabelecer, como um axioma incontestável, que em todas as operações da arte e da natureza nada é criado; existe uma quantidade igual de matéria antes e depois do experimento; a qualidade e a quantidade dos átomos permanecem precisamente as mesmas e nada acontece além de mudanças e modificações nas combinações desses átomos. O químico Antoine Lavoi- sier e Marie Anne, a es- posa e colaboradora. Sr. e sra. Lavoisier, obra de Jacques-Louis David, 1788, acervo do Metro- politan Museum de No- va York (EUA). Óleo sobre tela, 259,6 × 196 cm. M et ro po lit an M us eu m o f A rt , N ew Y or k. Se não há variação de massa nas reações químicas, por que houve aumento da massa da palha de aço? Pense O químico francês Antoine Lavoisier [1743-1794], com a colabo- ração da esposa Marie Anne, realizou uma série de experiências que o levou à seguinte conclusão: a quantidade de massa antes e depois de qualquer reação é sempre a mesma. Por ter verificado que esse fato se repetia invariavelmente na natureza, concluiu então que se tratava de uma lei. Veja o que Lavoisier escreveu a respeito: Parte B 1. Coloque um pedaço de palha de aço sobre um dos pratos da balança. 2. Equilibre os pratos da balança utilizando grãos de arroz ou pedaços de giz. 3. Ponha fogo na palha de aço. 4. Observe a combustão e anote o acontecido com a palha de aço e com a sua massa. Destino dos resíduos Os resíduos desta atividade podem ser descartados no lixo comum. Análise de dados 1. Explique o acontecido com a massa do papel após a combustão. 2. Explique o acontecido com a massa da palha de aço após a combustão. 3. O que deve ter contribuído para a variação das massas do papel e da palha de aço? 4. Imaginando que as duas reações sejam realizadas em recipientes fechados, explique o que aconteceria com as massas dos sistemas. 38 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Esse enunciado, que se aplica a todas as reações químicas, ficou conhecido como Lei da Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier, que pode ser resumida pela frase: Na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforma. Na época em que a Lei de Lavoisier foi registrada, muitos químicos chegaram a duvidar de sua validade, pois haviam ob- servado que na queima de algumas substâncias e materiais ha- via aumento da massa, enquanto na queima de outras havia di- minuição. O grande mérito de Lavoisier foi ter descoberto que essas diferenças de massa se davam por causa da absorção ou liberação de gases durante as reações. Na combustão do papel, por exemplo, a massa do sólido diminui porque são formados gases que passam para a atmosfera. Já na queima da palha de aço ocorre o inverso: há consumo do oxigênio do ar, o que produz uma substância com- posta de ferro e oxigênio. A massa da substância formada é, então, maior do que a massa da palha de aço. O mesmo acontece na formação da ferrugem – os átomos de ferro com- binam-se com os de oxigênio. Para compreender melhor essa lei, podemos esquematizar os dados dessas reações: papel + gás oxigênio ( água + gases + cinza m1 + m2 = m3 + m4 + m5 ferro + oxigênio ( óxido de ferro m1 + m2 = m3 Observe que, segundo os dados, em ambas as reações, a soma da massa das substân- cias reagentes é igual à massa das substâncias dos produtos. Os esquemas resumem matematicamente o resultado da Lei da Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier, pela qual foi possível definir as regras necessárias para a realização de cálculos em análises quantitativas. Essa lei abriu caminho para outros estudos sobre a relação entre as massas das subs- tâncias durante as transformações químicas. Os resultados desses trabalhos experimentais, no fim do século XVIII e início do XIX, permitiram que vários químicos pudessem enunciar outras leis relativas à transformação da matéria: as denominadas leis ponderais das com- binações químicas. A seguir, vamos estudar uma delas. Muita gente pensa que nas reações de combustão há desaparecimento da matéria, mas, como em toda reação química, na combustão a massa dos produtos (gases, vapor de água e cinza) é igual à mas- sa dos reagentes (o com- bustível e o comburente – gás oxigênio). He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti Medindo a massa da esponja de aço antes e depois da queima, ob- serva-se o aumento da massa do material sóli- do; mas, somando-se a massa do gás oxigênio que reage com o ferro, constata-se o previsto pela Lei de Lavoisier. Esse enunciado, que se aplica a todas as reações químicas, ficou conhecido como Lei da Conservação das Massas ou Lei Na época em que a Lei de Lavoisier foi registrada, muitos químicos chegaram a duvidar de sua validade, pois haviam ob- servado que na queima de algumas substâncias e materiais ha- via aumento da massa, enquanto na queima de outras havia di- minuição. O grande mérito de Lavoisier foi ter descoberto que essas diferenças de massa se davam por causa da absorção ou Na combustão do papel, por exemplo, a massa do sólido diminui porque são formados gases que passam para a atmosfera. Já na queima da palha de aço ocorre o inverso: há consumo do oxigênio do ar, o que produz uma substância com- posta de ferro e oxigênio. A massa da substância formada é, então, maior do que a massa da palha de aço. O mesmo acontece na formação da ferrugem – os átomos de ferro com- Para compreender melhor essa lei, podemos esquematizar os dados dessas reações: Muita gente pensa que nas reações de combustão há desaparecimento da matéria, mas, como em toda reação química, na combustão a massa dos produtos (gases, vapor de água e cinza) é igual à mas- He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 39 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Considere os dados obtidos na rea- ção de síntese da água. Na tabela 1, são apresentados os resultados de quatro experimentos, cada um deles com diferentes massas de reagentes. 1. Reproduza a tabela 2 ao lado no caderno e faça os cálculos para preenchê-la. 2. Analise os dados obti- dos, procurando identifi- car alguma regularidade. Lei das Proporções de Massa TABELA 1 – VALORES DE MASSA EM REAÇÕES DE FORMAÇÃO DA ÁGUA Experimento Massa de hidrogênio Massa de oxigênio Massa de água 1 2 g 16 g 18 g 2 10 g 80 g 90 g 3 16 g 128 g 144 g 4 11,1 g 88,9 g 100 g TABELA 2 – RAZÕES ENTRE AS MASSAS EM REAÇÕES DE SÍNTESE DA ÁGUA Experimento Massa de hidrogênio Massa de oxigênio Massa de oxigênio Massa de hidrogênio Massa de água Massa de hidrogênio 1 2 g /16 g = 0,125 16 g/2 g = 8 18 g/2 g = 9 2 z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z 3 z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z 4 z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z Para extrair sal da água do mar, é necessário ha- ver bastante vento e radia- ção solar. Macau (RN) é o local com essas condições. Ri ca rd o A zo ur y/ O lh ar Im ag em A análise dos dados da tabela 2 mostra que existe regularidade na proporção entre as massas dos reagentes e entre as massas dos reagentes e a do produto formado. Isto é, na síntese da água, a massa do oxigênio consumida na reação é sempre oito vezes maior que a do hidrogênio, enquanto a massa de água obtida é nove vezes a de hidrogênio consumida. A análise dos dados da tabela 1 revela que, quando se aumenta a massa de um reagente, é necessário aumen- tar a massa do outro na mesma proporção e, consequentemente, eleva-se também a massa do produto. Como acontece o mesmo com todas as outras reações, outra lei ponderal foi propos- ta: as substâncias reagem sempre na mesma proporção. Se isso ocorre, significa que a composição química da substância deve ser estabelecida na relação fixa de massa entre os átomos dos elementos que a compõem. Uma substância pode ser proveniente de diferentes fontes naturais ou ser obtida por di- versos processos. Como exemplo, podemos citar o cloreto de sódio. Ele pode ser extraído da água do mar ou de jazidas da crosta terrestre. Pode também ser obtido em laboratório por meio de reações químicas. No entanto, seja qual for o método de obtenção, o cloreto de sódio, depois de purificado, terá sempre a mesma composição quantitativa, ou seja, a composição química é fixa. Foi a essa conclusão que chegou o químico e farmacêutico francês Joseph Louis Proust [1754-1826] quando mostrou que a composição do carbonato de cobre, independente- mente da procedência ou do processo de preparação, era sempre a mesma. Por isso, em 1797, ele enunciou a Lei das Proporções Definidas, que também ficou conhecida como Lei de Proust, e pode ser enunciada da seguinte forma: As substâncias reagem sempre na mesma proporção para formar outra substância. Os cristais de cloreto de sódio terão sempre a mesma composição: NaCl, independentemente de co- mo forem obtidos. [1754-1826] quando mostrou que a composição do carbonato de cobre, independente- mente da procedência ou do processo de preparação, era sempre a mesma. Por isso, em 1797, ele enunciou a Lei de Proust, e pode ser enunciada da seguinte forma: Ch ar le s D. W in te rs /P ho to R es ea rc he rs AtividadesAtividadesAtividades Considere os dados obtidos na rea- ção de síntese da água. Na tabela 1, são apresentados os resultados de quatro experimentos, cada um deles com diferentes massas de reagentes. 1. 1. Reproduza a tabela 2 ao lado no caderno e faça os cálculos para preenchê-la. 2. 2. Analise os dados obti- dos, procurando identifi- car alguma regularidade. Lei das Proporções de Massa TABELA 1 – VALORES DE MASSA EM REAÇÕES DE FORMAÇÃO DA ÁGUA Experimento 1 2 3 4 TABELA 2 – RAZÕES ENTRE AS MASSAS EM REAÇÕES DE SÍNTESE DA ÁGUA Experimento Massa de hidrogênio Massa de oxigênio 1 2 g /16 g = 0,125 2 z z z z z z z z 3 z z z z z z z z 40 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Ao se efetuar uma rea- ção química, os áto- mos dos reagentes cons- tituirão os produtos. Por isso, no balanceamento de equações, o número de átomos dos reagentes deve ser igual ao número de átomos dos produtos. He ly D em ut ti 2 BALANCEAMENTO DE EQUAÇÃO QUÍMICA Para os químicos, o cálculo das quantidades necessárias de cada reagente para formar determinado produto tem importância vital. Esse cálculo é chamado estequiomé- trico (do grego, stoikheîon, "elemento", e métron, "medida"). Para que possamos fazer de modo correto os cálculos estequiométricos de uma reação química é necessário, em primeiro lugar, que a equação que a represente esteja com os coe- ficientes devidamente acertados. À determinação dos coeficientes de uma equação química damos o nome balanceamento de equação. Como já vimos, as reações ocorrem sempre em proporções fixas, que podem ser de- terminadas experimentalmente em laboratório. Todavia, utilizando o modelo atômico de Dalton, podemos indicar as proporções das substâncias nas reações químicas, sem precisar- mos realizá-las experimentalmente. Embora existam modelos mais avançados para explicar a constituição da matéria, o modelo atômico de Dalton é suficiente para expor e prever a estequiometria das reações químicas. Segundo esse modelo, nas reações ocorrem rearranjos dos átomos que formam as substâncias. Por isso, os átomos dos reagentes são os mesmos dos produtos, ou seja, a quantidade de átomos de cada elemento químico presente nos reagentes será igual à quantidade de átomos desse elemento nos produtos. Se considerarmos a reação química genérica entre as substâncias A e B, formando as substâncias C e D, podemos representá-la pela seguinte equação: aA + bB ( cC + dD Nessa equação, as letras minúsculas representam os coeficientes de proporcionalidade de cada substância na referida reação química. Vale lembrar que em uma equação química os sinais e a seta têm significado diferente dos sinais representados pela Matemática. O sinal + representa as substâncias que foram colocadas em contato, e a seta ( indica que há uma transformação, produzindo outras substâncias (produtos). Ao se efetuar uma rea- ção química, os áto- mos dos reagentes cons- tituirão os produtos. Por BALANCEAMENTO DE EQUAÇÃO QUÍMICA ara os químicos, o cálculo das quantidades necessárias de cada reagente para formar determinado produto tem importância vital. Esse cálculo é chamado estequiomé- , "medida"). Para que possamos fazer de modo correto os cálculos estequiométricos de uma reação química é necessário, em primeiro lugar, que a equação que a represente esteja com os coe- ficientes devidamente acertados. À determinação dos coeficientes de uma equação química C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 41 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Como se comportam os átomos numa reação química? Não podemos manipular átomos em sala de aula, mas podemos compará-los a pequenas esferas, como propunha o mo- delo atômico de Dalton. Então, por analogia, iremos desenvolver uma atividade em duas etapas para percebermos melhor o significado dos coeficientes de uma equação. O único material necessário serão clipes coloridos (ou outros objetos de cores variadas e fácil manipulação. Lembre-se de que a ideia é representar as quantidades de átomos e não as formas). Parte A Quais os coeficientes da equação química de formação da água? Como seria a reação entre as substâncias hidrogênio (H2) e oxigênio (O2) para formar a substância água (H2O)? No mo- delo que adotaremos, os átomos de hidrogênio serão representados pela cor branca e os de oxigênio pela cor vermelha. SIMULAÇÃO DA REAÇÃO DE FORMAÇÃO DA ÁGUA Reação Reagentes Produto Hidrogênio Oxigênio Água Representação das moléculas utilizando as esferas* z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z Quantidade de átomos envolvidos na reação z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z Quantidade de constituintes que reagiram (moléculas) z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z Coeficientes: quantidade mínima de constituintes z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z z 1. Utilizando clipes coloridos (ou outros objetos como tampas coloridas de garrafas), represente quatro moléculas de gás hidrogênio e quatro moléculas de gás oxigênio e disponha-os sobre uma folha de papel, conforme esquema acima. 2. Imagine que os gases tenham reagido e “monte” a quantidade máxima de moléculas de água com base nos “átomos” das “moléculas” de oxigênio e hidrogênio. 3. Reproduza o quadro abaixo no caderno, preencha-o e responda às questões a seguir. a) Quantas moléculas de água puderam ser formadas? b) Para formar essa quantidade de moléculas de água, quantas moléculas de oxigênio e de hidrogênio foram consumidas? c) Sobraram moléculas de algum dos reagentes? Por quê? d) Considerando a equação (aH2 + bO2 ( cH2O) da reação de formação da água, quais os valores dos coeficientes a, b e c? Para tal, considere somente o número de moléculas que reagiram e foram formadas (como estamos repre- sentando a equação da reação, não nos preocuparemos com moléculas que porventura não tenham reagido). e) Ao simplificar os coeficientes, dividindo-os pelo menor deles, quais são os novos valores de a, b e c? f) Substitua os valores dos coeficientes na equação e você terá a equação química balanceada. Parte B A proporção exata para a obtenção do hidróxido de sódio O hidróxido de sódio, conhecido popularmente como soda cáustica, é uma substância muito utilizada na indústria química, no preparo de sabão e em casa, para desentupimento de esgotos. Pode-se obter o hidróxido de sódio (NaOH) e o carbonato de cálcio (CaCO3) a partir da reação entre o carbonato de sódio (Na2CO3) e o hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. Atenção: os átomos não se ligam como clipes ou massinha, mas essa analogia permite entender as proporções na reação. Representação da molécula de gás hidrogênio. Representação da molécula de gás oxigênio. Representação da molécula de água.Ilus tr aç õe s: J. Y uj i * Neste momento, não estamos preocupados com a organização espacial dos átomos nas moléculas constituintes. AtividadesAtividadesAtividades Como se comportam os átomos numa reação química? Não podemos manipular átomos em sala de aula, mas podemos compará-los a pequenas esferas, como propunha o mo- delo atômico de Dalton. Então, por analogia, iremos desenvolver uma atividade em duas etapas para percebermos melhor o significado dos coeficientes de uma equação. O único material necessário serão clipes coloridos (ou outros objetos de cores variadas e fácil manipulação. Lembre-se de que a ideia é representar as quantidades de átomos e não as formas). Parte A Quais os coeficientes da equação química de formação da água? Como seria a reação entre as substâncias hidrogênio (H2) e oxigênio (O delo que adotaremos, os átomos de hidrogênio serão representados pela cor branca e os de oxigênio pela cor vermelha. Atenção: os átomos não se ligam como clipes ou massinha, mas essa analogia permite entender as proporções na reação. Representação da molécula de gás hidrogênio.Ilus tr aç õe s: J. Y uj i 42 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Escolha clipes de diferentes cores para representar cada tipo de átomo (Na, C, O, Ca e H). Represente seis constituintes do carbonato de sódio e seis constituintes do hidróxido de cálcio (saiba que os constituintes não se alteram nessa reação). Siga os procedimentos da parte A, reproduza o quadro e monte a equação química da reação, balanceando-a. Observe que, nas atividades realizadas, os “produtos” foram formados com base nas “substâncias” existentes nos reagentes. Isso significa que, na reação, os átomos dos produtos são os mesmos encontrados nos reagentes, rearranjados de forma diferente. Por isso, a quan- tidade de “átomos” dos produtos tem de ser igual à quantidade de “átomos” dos reagentes. A equação balanceada descrita na reação de obtenção do hidróxido de sódio indica que o carbonato de sódio reage com o hidróxido de cálcio na proporção de 1 para 1, for- mando 2 constituintes do hidróxido de sódio e 1 do carbonato de cálcio. Assim, temos a equação química: Na2CO3 + Ca(OH)2 ( 2NaOH + CaCO3 Em uma equação química, representamos as proporções entre reagentes e produtos. Isso significa que os coeficientes não representam o número de constituintes que irão reagir, mas, sim, as quantidades relativas entre todas as espécies envolvidas na reação. Portanto, esses coeficientes correspondem ao número indicativo da proporção mínima de cada substância envolvida na reação, sendo que, para simplificar, os coeficientes iguais a 1 são omitidos. Essa proporção serve para o número de constituintes ou para a quantidade de matéria (mols) desses constituintes. Nos cálculos químicos, denominamos coeficientes estequiométricos os coeficientes das reações químicas, os quais indicam a proporção em quantidade de matéria em que os constituintes das substâncias participam da reação. Observe agora outro exemplo. A água oxigenada, usada como clareador de cabelos ou antisséptico, decompõe-se a partir de uma reação química descrita pela equação abaixo: H2O2(aq) ( H2O(l) + ½O2(g) Como os coeficientes estequiométricos indicam as relações entre as quantidades das substâncias participantes das reações químicas, podem ser números inteiros ou fracioná- rios, significando que a proporção é metade da quantidade daquele constituinte, em re- lação aos demais. No entanto, para facilitar a compreensão, é melhor não utilizar frações, e sim os menores números inteiros possíveis. A equação anterior poderá ter todos os coeficientes multiplicados por dois, sem alte- rar as relações entre eles. Dessa maneira, obteremos: 2H2O2(aq) ( 2H2O(l) + 1O2(g) Se compararmos as duas equações, veremos que apresentam a mesma proporção entre as substâncias, ou seja, uma determinada quantidade de matéria de água oxigenada, ao se decompor, produz uma quantidade de matéria equivalente de água e a metade dessa quantidade de matéria em oxigênio. Nos dois exemplos de equações representados, a quantidade de átomos de cada ele- mento químico das substâncias dos reagentes é igual à que está presente nos produtos. Nesse sentido, dizemos que essas equações estão balanceadas. Na equação abaixo existe no coeficiente do gás oxigênio a fração 1/2. Isso significa que a reação ocorre a partir da metade de uma molécula de oxigênio? Seria possível fazer uma reação a partir da metade de uma molécula? Pense Escolha clipes de diferentes cores para representar cada tipo de átomo (Na, C, O, Ca e H). Represente seis constituintes do carbonato de sódio e seis constituintes do hidróxido de cálcio (saiba que os constituintes não se alteram nessa reação). Siga os procedimentos da parte A, reproduza o quadro e monte a equação química da reação, balanceando-a. Observe que, nas atividades realizadas, os “produtos” foram formados com base nas “substâncias” existentes nos reagentes. Isso significa que, na reação, os átomos dos produtos são os mesmos encontrados nos reagentes, rearranjados de forma diferente. Por isso, a quan- tidade de “átomos” dos produtos tem de ser igual à quantidade de “átomos” dos reagentes. A equação balanceada descrita na reação de obtenção do hidróxido de sódio indica que o carbonato de sódio reage com o hidróxido de cálcio na proporção de 1 para 1, for- do carbonato de cálcio. 2NaOH + CaCO3 Em uma equação química, representamos as proporções entre reagentes e produtos. Isso significa que os coeficientes não representam o número de constituintes que irão reagir, mas, sim, as quantidades relativas entre todas as espécies envolvidas na reação. Portanto, esses coeficientes correspondem ao número indicativo da proporção mínima de cada substância envolvida na reação, sendo que, para simplificar, os coeficientes iguais a 1 são omitidos. Essa proporção serve para o número de constituintes ou para a quantidade C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 43 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Balanceamento de equação química é a determinação dos coeficientes das substâncias envolvidas na reação representada. Veja que, nas representações indicadas abaixo, a proporção sempre é que a decom- posição da água oxigenada leva à obtenção da mesma quantidade de moléculas de água e metade da quantidade de moléculas de oxigênio em relação ao número inicial de mo- léculas de água oxigenada. Observe também que, em todos os exemplos, a quantidade total de átomos de hidrogênio e oxigênio antes e depois da reação é a mesma. Balanceamento de equações químicas por tentativa e erro O balanceamento de equações pode ser feito calculando-se as quantidades de áto- mos dos reagentes e dos produtos e determinando-se os coeficientes, de forma a igua- lar o número de átomos nos reagentes e produtos, para cada elemento químico. Deve-se processar a contagem dos átomos, elemento por elemento, começando pelos que tive- rem maior índice e que aparecerem apenas em uma substância de cada lado. Tal procedi- mento é chamado método de tentativa e erro e é recomendado para equações simples. Esse balanceamento pode ser feito seguindo-se diferentes caminhos, mas para facilitar recomendam-se os passos subsequentes: 1o PASSO Representar a equação química em estudo. Sempre que possível deve-se indicar o estado de agregação das substâncias envolvidas – sólido (s), líquido (l), gás (g) – e, quando se tratar de uma solução aquosa (substância dissolvida em água), usa-se a sigla (aq). H2(g) + O2(g) ( H2O(l) 2o PASSO Escolher um elemento químico que só apareça em um dos reagentes e em um dos produtos e acertar os coeficientes das substâncias nas quais aparece, usando o índice do elemento nos reagentes como coeficiente nos produtos e vice-versa. No caso da reação da água, podemos escolher o oxigênio. H2(g) + 1O2(g) ( 2H2O(l) J. Yu ji Antes da reação Depois da reação 1. 2. 3. Balanceamento de equação química substâncias envolvidas na reação representada. Veja que, nas representações indicadas abaixo, a proporção sempre é que a decom- posição da água oxigenada leva à obtenção da mesma quantidade de moléculas de água e metade da quantidade de moléculas de oxigênio em relação ao número inicial de mo- léculas de água oxigenada. Observe também que, em todos os exemplos, a quantidade total de átomos de hidrogênio e oxigênio antes e depois da reação é a mesma. Antes da reação 1. 2. 3. 44 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! S Simulador 3o PASSO Acertar os demais coeficientes considerando os indicados. O objetivo é que se tenha, para cada tipo de átomo, a mesma quantidade nos reagentes e nos produtos (veja abaixo). 2H2(g) + 1O2(g) ( 2H2O(l) Nas equações em que estejam representados vários elementos químicos, recomenda- -se iniciar o balanceamento selecionando a substância que contenha o elemento químico com maiores índices. Lembramos não ser possível, em hipótese alguma, a alteração dos índices das fórmulas das substâncias. Se alterarmos os índices de uma substância, estaremos alterando os cons- tituintes, e a equação representará uma reação química diferente da fornecida inicialmente. Vejamos outros exemplos. 1. Balanceie a equação química em que o alumínio metálico (Al) reage com o gás oxigê- nio (O2), produzindo o óxido de alumínio (Al2O3), substância branca sólida. 1o PASSO Al(s) + O2(g) ( Al2O3(s) 2o PASSO Al(s) + 3O2(g) ( 2Al2O3(s) 3o PASSO Considerando que nos produtos já foi identificado o coeficiente do dióxido de alumínio, podemos agora determinar o coeficiente do alumínio nos reagentes. 4Al(s) + 3O2(g) ( 2Al2O3(s) 2. Balanceie a equação de combustão do gás metano (CH4), que produz gás carbônico (CO2) e água. 1o PASSO CH4(g) + O2(g) ( CO2(g) + H2O(l) 2o PASSO Tendo em conta que o oxigênio está presente em duas substâncias (CO2 e H2O) e que o hidrogênio possui maior índice, deve-se escolher o hidro- gênio como primeiro elemento a ser balanceado. 2CH4(g) + O2(g) ( CO2(g) + 4H2O(l) 3o PASSO Considerando que já foram acertados os coeficientes do CH4 e da água, de- ve-se acertar o coeficiente do CO2 e finalmente o do O2. Este é determinado a partir do total de átomos de oxigênio nos produtos [(2 ⋅ 2) + (4 ⋅ 1)], dividido pelo índice do O2. 2CH4(g) + 4O2(g) ( 2CO2(g) + 4H2O(l) O que implica: CH4(g) + 2O2(g) ( CO2(g) + 2H2O(l) Exercícios 1. Explique o que se espera de uma reação química de acordo com: a) a Lei da Conservação das Massas. b) a Lei das Proporções Definidas. 2. De acordo com a teoria atômica de Dalton, por que podemos considerar que não há variação de massa numa reação química? 3. Num experimento feito em laboratório, realizou-se a combustão da palha de aço em um recipiente aberto. Inicialmente, a massa da palha de aço era de 3,0 g e, após a queima, a massa resultante obtida foi de 3,4 g. Explique por que esse valor obtido não invalida a Lei da Conservação das Massas. 4. Sabendo que na combustão completa de 50 g de magnésio metálico são consumidos 33 g de gás oxigênio, responda: a) Que massa de oxigênio é necessária para queimar 150 g de magnésio? b) Qual é a massa de óxido de magnésio formada pela reação entre 600 g de magnésio e 396 g de oxigênio? 5. Analise a tabela abaixo e, em seguida, responda às questões: TESTE REAGENTES PRODUTOS A B C D 1 85 g 29,4 g X 42,5 g 2 Y 14,65 g Z T FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Acertar os demais coeficientes considerando os indicados. O objetivo é que se tenha, para cada tipo de átomo, a mesma quantidade nos reagentes e nos produtos (veja abaixo). O(l) Nas equações em que estejam representados vários elementos químicos, recomenda- -se iniciar o balanceamento selecionando a substância que contenha o elemento químico Lembramos não ser possível, em hipótese alguma, a alteração dos índices das fórmulas das substâncias. Se alterarmos os índices de uma substância, estaremos alterando os cons- tituintes, e a equação representará uma reação química diferente da fornecida inicialmente. Balanceie a equação química em que o alumínio metálico (Al) reage com o gás oxigê- ), substância branca sólida. Considerando que nos produtos já foi identificado o coeficiente do dióxido de alumínio, podemos agora determinar o coeficiente do alumínio nos reagentes. Balanceie a equação de combustão do gás metano (CH4), que produz gás carbônico C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 45 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! a) Qual é a massa de A necessária para reagir com 14,65 g de B? b) Quais são os valores de X, Z e T? c) Demonstre se os resultados obtidos estão de acordo com a Lei da Conservação das Massas e a Lei das Proporções Definidas. d) Qual é a razão entre a massa de A e a massa de B que reagiram nos testes 1 e 2? 6. A ferrugem é resultado da reação ocorrida entre o ferro e o oxigênio (O2). Como produto dessa reação, obtém-se a subs- tância óxido de ferro III (Fe2O3). Monte a equação química e balanceie utilizando o modelo de Dalton como referencial. Se preferir, monte uma tabela semelhante à do exercício 5. 7. Em um experimento realizado no laboratório, 2,40 g de uma substância A reagem com 7,68 g de uma substância B, produzindo 9,0 g de C e 1,08 g de D. Em um segundo experimento, 16,0 g de A reagiram com 51,2 g de B, pro- duzindo 60,0 g de C e 7,2 g de D. Utilizando seus conhecimentos sobre as Leis da Conser- vação das Massas e das Proporções Definidas, julgue os itens, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) 4,80 g de A reagem completamente com 15,36 g de B. 2) “O prego que enferruja” e o “palito de fósforo que queima” são exemplos de exceções à Lei de Lavoisier. 3) 25,6 g da substância B reagem completamente com 8,0 g da substância A. 4) Para produzir 3,6 g de D é necessária a quantidade de 7,0 g da substância A. 5) A razão mC/mB no primeiro experimento é diferente da razão mC/mB no segundo experimento. 8. Sobre as fórmulas e equações químicas, julgue os itens a seguir, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) Para se obter uma equação equilibrada, a quanti- dade de matéria dos reagentes tem de ser igual à dos produtos. 2) Numa reação química, nenhum dos átomos desa- parece; são apenas rearranjados. 3) Como os átomos e as moléculas não podem ser visualizados, os químicos não possuem métodos que permitam determinar a quantidade dessas en- tidades em uma reação química. 4) A fórmula química da glicose é C6H12O6. Isso signi- fica que, na glicose, para cada átomo de carbono (C) haverá um átomo de oxigênio (O) e dois átomos de hidrogênio (H). 5) A reação Na3PO4 + 3Mg(OH)2 ( Mg3(PO4)2 + + 3NaOH está corretamente balanceada. 9. (Vunesp) Foram analisadas três amostras (I, II e III) de óxidos de enxofre, procedentes de fontes distintas, obtendo-se os seguintes resultados: Amostra Massa de enxofre (g) Massa de oxigênio (g) Massa de amostra (g) I 0,32 0,32 0,64 II 0,08 0,08 0,16 III 0,32 0,45 0,80 Esses resultados mostram que: a) as amostras I, II e III são do mesmo óxido. b) apenas as amostras I e II são do mesmo óxido. c) apenas as amostras II e III são do mesmo óxido. d) apenas as amostras I e III são do mesmo óxido. e) as amostras I, II e III são de óxidos diferentes. 10. Faça o balanceamento das equações abaixo, escolhen- do o método que achar mais fácil. a) Cr + O2 ( Cr2O3 b) HCl + O2 ( H2O + Cl2 c) H3PO4 ( H4P2O7 + H2O d) MnO2 + HCl ( MnCl2 + H2O + Cl2 e) Ca(OH)2 + HNO3 ( Ca(NO3)2 + H2O f) Al2(CO3)3 ( Al2O3 + CO2 11. (Vunesp) Numa viagem, um carro consome 10 kg de gasolina. Na combustão completa deste combustível, na condição de temperatura do motor, formam-se ape- nas compostos gasosos. Considerando-se o total de substâncias formadas, pode-se afirmar que eles: a) não têm massa. b) pesam exatamente 10 kg. c) pesam mais que 10 kg. d) pesam menos que 10 kg. e) são constituídos por massas iguais de água e gás carbônico. 12. (Mack-SP) X + Y ***( W Supondo que os círculos vazio e cheio, respectivamen- te, signifiquem átomos diferentes, então o esquema anterior representará uma reação química balanceada se substituirmos as letras X, Y e W, respectivamente, pelos valores: a) 1, 2 e 3. d) 3, 1 e 2. b) 1, 2 e 2. e) 3, 2 e 2. c) 2, 1 e 3. J. Yu ji a) Qual é a massa de A necessária para reagir com 14,65 g de B? b) Quais são os valores de X, Z e T? c) Demonstre se os resultados obtidos estão de acordo com a Lei da Conservação das Massas e a Lei das Proporções Definidas. d) Qual é a razão entre a massa de A e a massa de B que reagiram nos testes 1 e 2? 6. 6. A ferrugem é resultado da reação ocorrida entre o ferro e o oxigênio (O2). Como produto dessa reação, obtém-se a subs- tância óxido de ferro III (Fe2O3). Monte a equação química e balanceie utilizando o modelo de Dalton como referencial. Se preferir, monte uma tabela semelhante à do exercício 5. 7. 7. Em um experimento realizado no laboratório, 2,40 g de uma substância A reagem com 7,68 g de uma substância B, produzindo 9,0 g de C e 1,08 g de D. Em um segundo experimento, 16,0 g de A reagiram com 51,2 g de B, pro- duzindo 60,0 g de C e 7,2 g de D. Utilizando seus conhecimentos sobre as Leis da Conser- vação das Massas e das Proporções Definidas, julgue os itens, marcando C para os corretos e E para os errados. 9. 10. 10. 46 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 13. (UFPE) Considere as reações químicas abaixo. 1. 2K(s) + Cl2(g) ( KCl(s) 2. 2Mg(s) + O2(g) ( 2MgO(s) 3. PbSO4(aq) + Na2S(aq) ( PbS(s) + Na2SO4(s) 4. CH4(g) + 2O2(g) ( CO2(g) + 2H2O(l) 5. SO2(g) + H2O(l) ( H2SO4(aq) Podemos afirmar que: a) todas estão balanceadas. b) 2, 3 e 4 estão balanceadas. c) somente 2 e 4 estão balanceadas. d) somente 1 não está balanceada. e) nenhuma está corretamente balanceada, porque os estados físicos dos reagentes e produtos são diferentes. 14. (Unicamp-SP) Sob condições adequadas, uma mistura de nitrogênio gasoso, N2(g), e de oxigênio gasoso, O2(g) reage para formar diferentes óxidos de nitrogênio. Se representarmos o elemento nitrogênio por e o elemento oxigênio por , duas dessas reações químicas podem ser esquematizadas como: I – II – a) Dê a fórmula química da substância formada na reação esquematizada em I. b) Escreva a equação química balanceada e represen- tada no esquema II. 15. (PUC-SP) Querendo verificar a Lei da Conservação das Massas (Lei de Lavoisier), um estudante realizou a ex- periência esquematizada abaixo: 1 12 Balança Solução de HNO3(aq) Solução final Erlenmeyer vazioK2CO3(s) Balança 2 1 2 J. Yu ji Terminada a reação, o estudante verificou que a massa final era menor que a massa inicial. Assinale a alterna- tiva que explica o ocorrido. a) A Lei de Lavoisier só é válida nas condições normais de temperatura e pressão. b) A Lei de Lavoisier não é válida para reações em solução aquosa. c) De acordo com a Lei de Lavoisier, a massa dos pro- dutos é igual à massa dos reagentes, quando estes se encontram na mesma fase de agregação. d) Para que se verifique a Lei de Lavoisier, é necessário que o sistema seja fechado, o que não ocorreu na experiência realizada. e) Houve excesso de um dos reagentes, o que invalida a Lei de Lavoisier. J. Yu ji 3 ESTEQUIOMETRIA A mistura de reagentes em proporções corretas é fundamental na indústria química. O sabão, por exemplo, deve passar por um rígido controle de qualidade, a fim de que não haja excesso de reagentes na sua preparação, o que poderia acarretar, além de aumento de custo e perda de qualidade, danos à saúde do consumidor, como irritação de pele, alergias etc. Mas como controlar as proporções dos reagentes ao processar uma reação química? O primeiro passo para o cálculo correto é identificar a equação química da reação e, de- pois, efetuar o balanceamento. Por exemplo, a reação de obtenção da amônia, importante substância utilizada na agricultura no processo de adubação, tem de ser controlada na indústria para evitar des- perdício de matéria-prima envolvida. Como se trata de reação em escala industrial que envolve toneladas de substâncias, qualquer pequeno erro de cálculo pode causar prejuí- zos econômicos e ambientais. Para fazer os cálculos, os químicos tomam como ponto de partida a equação balanceada da reação, que no caso é: N2(g) + 3H2(g) ( 2NH3(g) He ly D em ut ti De olho no consumo: excesso de sabão não ga- rante maior limpeza. e) nenhuma está corretamente balanceada, porque os estados físicos dos reagentes e produtos são (Unicamp-SP) Sob condições adequadas, uma mistura (g), e de oxigênio gasoso, (g) reage para formar diferentes óxidos de nitrogênio. e o , duas dessas reações químicas b) Escreva a equação química balanceada e represen- tada no esquema II. 15. 15. (PUC-SP) Querendo verificar a Lei da Conservação das Massas (Lei de Lavoisier), um estudante realizou a ex- periência esquematizada abaixo: 1 12 Balança Solução de HNOHNO3(aq)(aq) Solução finalfinal Erlenmeyer vaziovazioKK2COCO3(s)(s) Balança 2 1 2 J. Yu ji J. Yu ji Terminada a reação, o estudante verificou que a massa final era menor que a massa inicial. Assinale a alterna- tiva que explica o ocorrido. a) A Lei de Lavoisier só é válida nas condições normais de temperatura e pressão. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 47 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Com base no conhecimento dessa equação, é possível determinar as quantidades ideais dos gases hidrogênio e nitrogênio para a reação, consi- derando a quantidade de amônia que se pretende obter. Essa determinação das quantidades é feita por meio do cálculo estequiométrico. Conhecendo as proporções entre os reagentes e os produtos de uma reação química, podemos saber quanto precisaremos de cada reagente para formar determinada quantidade de produto. Esses conhecimentos es- tequiométricos são aplicados em várias situações cotidianas. A prescrição de muitos medicamentos, por exemplo, é baseada em doses calculadas a partir de determinada quantidade do agente ativo do medicamento e que são necessárias para reagir com certas substâncias em nosso organismo. Quando utilizamos produtos químicos em quantidades indevidas, corre- mos o risco de obter resultados indesejáveis e até desastrosos. Um caso mui- to comum se dá com o uso incorreto de produtos de limpeza. De modo ge- ral, as embalagens dos produtos trazem indicações das medidas que devem ser usadas para a obtenção dos melhores resultados. No entanto, é sempre bom prestar atenção em como você usa o produto, pois as recomendações podem não ser adequadas às condições de uso: composição da água, tipo de tecido ou da sujeira. Em função dessas diferenças pode ser necessário o uso de quantidades diferentes da indicada na embalagem. Para evitar desperdício, os químicos procuram calcular as quantida- des exatas dos materiais usados num processo. Para fazer tais cálculos, precisamos saber, inicialmente, quais são as proporções das substâncias envolvidas nas reações químicas. Relações estequiométricas A reação de obtenção da amônia na indústria é feita por meio de rigoroso controle da quantidade de reagentes e das condições de pressão e temperatura. He ly D em ut ti Você já imaginou fazer um bolo retirando um ou mais ingredientes da receita, ou aumen- tando a quantidade de alguns ingredientes em duas ou três vezes? Como poderá ficar um sabão, se no processo de produção forem retirados ou aumentados alguns dos ingredientes? Você já imaginou fazer um bolo retirando um ou mais ingredientes da receita, ou aumen- Pense Com certeza o bolo ou o sabão não ficarão como esperado, pois a quantidade dos in- gredientes deve ser proporcional: se você aumenta ou diminui a quantidade de um, terá de fazê-lo também com os outros, na mesma proporção. Os cálculos químicos baseiam-se em relações de proporcionalidade. Vejamos de novo a reação de obtenção da amônia. N2(g) + 3H2(g) ( 2NH3(g) Como já estudamos, a grandeza relacionada com o número de partículas é a quanti- dade de matéria, cuja unidade de medida é o mol. A equação química balanceada para a formação da amônia indica que cada mol de nitrogênio reage com três mols de hidro- gênio, para formar dois mols de amônia. Ou seja: 1 mol N2(g) + 3 mol H2(g) ( 2 mol NH3(g) Com base nos coeficientes estequiométricos da equação química balanceada, pode- mos estabelecer algumas relações. Veja a seguir. 1. 1 mol N2 = 3 mol H2 Para cada mol de N2 consumido na reação, são consumidos 3 mol H2. Com base no conhecimento dessa equação, é possível determinar as quantidades ideais dos gases hidrogênio e nitrogênio para a reação, consi- derando a quantidade de amônia que se pretende obter. Essa determinação das quantidades é feita por meio do Conhecendo as proporções entre os reagentes e os produtos de uma reação química, podemos saber quanto precisaremos de cada reagente para formar determinada quantidade de produto. Esses conhecimentos es- tequiométricos são aplicados em várias situações cotidianas. A prescrição de muitos medicamentos, por exemplo, é baseada em doses calculadas a partir de determinada quantidade do agente ativo do medicamento e que são necessárias para reagir com certas substâncias em nosso organismo. Quando utilizamos produtos químicos em quantidades indevidas, corre- mos o risco de obter resultados indesejáveis e até desastrosos. Um caso mui- to comum se dá com o uso incorreto de produtos de limpeza. De modo ge- ral, as embalagens dos produtos trazem indicações das medidas que devem ser usadas para a obtenção dos melhores resultados. No entanto, é sempre bom prestar atenção em como você usa o produto, pois as recomendações podem não ser adequadas às condições de uso: composição da água, tipo de tecido ou da sujeira. Em função dessas diferenças pode ser necessário o uso de quantidades diferentes da indicada na embalagem. Para evitar desperdício, os químicos procuram calcular as quantida- He ly D em ut ti 48 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 2. 1 mol N2 = 2 mol NH3 Para cada mol de N2 consumido na reação, são formados 2 mol de NH3. 3. 3 mol H2 = 2 mol NH3 Para cada 3 mol de H2 consumidos na reação, são formados 2 mol de NH3. Essas três igualdades, chamadas relações estequiométricas, indicam as relações entre as quantidades de matéria das substâncias envolvidas na reação. Com elas, podemos par- tir para os cálculos estequiométricos que veremos a seguir. Determinando quantidades O cálculo estequiométrico permite determinar a quantidade de substâncias parti- cipantes de reações químicas, a partir de quantidades conhecidas de outras substân- cias envolvidas. Usaremos o método da análise dimensional, que se baseia na conversão sucessiva das quantidades, utilizando fatores de conversão, até se obter o resultado desejado. Para isso, é necessário determinar os coeficientes estequiométricos da equação química. Esse mé- todo envolve os passos subsequentes: 1. Identificação da equação química. 2. Balanceamento da equação química. 3. Identificação das relações estequiométricas envolvidas no cálculo e na de- finição dos fatores de conversão. 4. Determinação da quantidade de matéria de cada substância, a partir dos coeficientes estequiométricos. 5. Determinação, se necessário, de valores de massa e volume de substâncias envolvidas na reação. De modo geral, os cálculos químicos envolvem massa ou quantidade de matéria, que são as grandezas usualmente adotadas em Química. Vamos, então, exemplificar alguns cálculos estequiométricos com essas medidas. Assim como os ingredientes de um bolo devem ser medidos em proporções ideais, os reagentes devem seguir relações estequiométricas corretas. He ly D em ut ti consumido na reação, são formados 2 mol de NH3. consumidos na reação, são formados 2 mol de NH3. Essas três igualdades, chamadas relações estequiométricas, indicam as relações entre as quantidades de matéria das substâncias envolvidas na reação. Com elas, podemos par- tir para os cálculos estequiométricos que veremos a seguir. O cálculo estequiométrico permite determinar a quantidade de substâncias parti- cipantes de reações químicas, a partir de quantidades conhecidas de outras substân- Usaremos o método da análise dimensional, que se baseia na conversão sucessiva das quantidades, utilizando fatores de conversão, até se obter o resultado desejado. Para isso, é necessário determinar os coeficientes estequiométricos da equação química. Esse mé- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 49 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Cálculos estequiométricos da quantidade de matéria de uma substância a partir da massa de outra substância 2. Calcule a massa de cloreto de potássio (KCl) obtida a partir da de- composição de 3 mol de clorato de potássio (KClO3), na qual também se forma gás oxigênio (O2). 1o PASSO Identificação da equação química que representa a reação: KClO3(s) ( KCl(s) + O2(g) 2o PASSO Balanceamento da equação química: 2KClO3(s) ( 2KCl(s) + 3O2(g) Cálculos estequiométricos da quantidade de matéria de uma substância a partir da quantidade de matéria de outra substância 1. Lembrando o exemplo da obtenção da amônia, calcule a quantidade de matéria do gás nitrogênio (N2) necessária para reagir com 12 mol de gás hidrogênio (H2), formando amônia (NH3). 1o PASSO Identificação da equação química, pois é necessário escrevermos a equação envolvida na reação: o nitrogênio reage com o hidrogênio, formando amônia, segundo a equação: N2(g) + H2(g) ( NH3(g) 2o PASSO Balanceamento da equação química: 1N2(g) + 3H2(g) ( 2NH3(g) 3o PASSO Identificação da relação estequiométrica envolvida no cálculo em questão e dos fatores de conversão: 1 mol N2 = 3 mol H2 Dividindo-se essa igualdade por 3 mol de H2, teremos o fator de conversão: 1 3 12 2 mol N mol H = Dividindo-se, ainda, a relação estequiométrica por 1 mol H2, obteremos outro fator de conversão: 3 1 12 2 mol H mol N = 4o PASSO Determinação da quantidade de matéria desejada, com base no fator de conversão obtido da relação estequiométrica: n N mol H mol N mol H n N2 2 2 2 212 1 3 ( ) = ⋅ → ( )) = ( ) 4 2 2 2 mol N conversão de N em H A amônia pode ser obtida a partir do nitrogênio atmosférico e transportada em tanques até indús- trias, nas quais é utilizada como matéria-prima. He ly D em ut ti He ly D em ut ti O cloreto de potássio, entre outras aplicações, é utilizado como adubo químico. Cálculos estequiométricos da quantidade de matéria de uma substância a partir da quantidade de matéria de outra substância 1. Lembrando o exemplo da obtenção da amônia, calcule a quantidade de matéria do gás nitrogênio (N reagir com 12 mol de gás hidrogênio (H2), formando amônia (NH 1o PASSO Identificação da equação química, pois é necessário escrevermos a equação envolvida na reação: o nitrogênio reage com o hidrogênio, formando amônia, segundo a equação: N2(g) + H2(g) 2o PASSO Balanceamento da equação química: 1N2(g) + 3H2(g) ( 3o PASSO PASSO Identificação da relação estequiométrica envolvida no cálculo em questão e dos fatores de conversão: 1 mol N2 = 3 mol H2 Dividindo-se essa igualdade por 3 mol de H2, teremos o fator de conversão: 1 3 12 2 mol N mol H = Dividindo-se, ainda, a relação estequiométrica por 1 mol H , obteremos 50 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 3o PASSO Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão: 1 1 1 1 13 mol KCl mol KClO mol KCl mo = → = ll KClO ou mol KClO mol KCl3 31 1 1 = Como desejamos o valor em massa, temos de converter a relação estequiométrica para a unidade de massa, usan- do para isso a massa molar obtida pelos valores de massa atômica: 1 74 6 1 1 74 6 , , mol KCl g KCl mol KCl = → = gg KCl ou g KCl mol KCl , 1 74 6 1 = 4o PASSO Determinação da massa de cloreto de potássio, a partir dos fatores de conversão advindos da relação estequiomé- trica e da massa molar do KCl: m KCl mol KClO mol KCl mol KClO ( ) = ⋅3 1 13 3 , ,⋅ → ( ) =74 6 1 223 8 g KCl mol KCl m KCl g KKCl conversão de KClO em KCl conversão e( ) (3 mm massa) Cálculos estequiométricos da massa de uma substância a partir da quantidade de matéria de outra substância 3. Calcule a quantidade de matéria de alumínio necessária para se obter 51 g de óxido de alu- mínio (Al2O3), sabendo-se que este é formado a partir da reação do alumínio com o gás oxi- gênio (O2). 1o PASSO Identificação da equação química: Al(s) + O2(g) ( Al2O3(s) 2o PASSO Balanceamento da equação química: 4Al(s) + 3O2(g) ( 2Al2O3(s) 3o PASSO Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão e dos fatores de conversão: 2 1 1 2 12 3 mol Al mol Al O mol Al mol = → = AAl O ou mol Al O mol Al2 3 2 31 1 2 = 1 102 1 1 2 3 2 3 2 3mol Al O g Al O mol Al O = → = 1102 1 102 12 3 2 3 2 3g Al O ou g Al O mol Al O = 4o PASSO Determinação da quantidade de matéria desejada, a partir do fator de conversão advindo da relação estequiométrica: n Al g Al O mol Al O g Al O ( ) = ⋅51 1 1022 3 2 3 2 3 ( ⋅ → ( ) =2 1 1 2 3 mol Al mol Al O n Al mol Al cconversão de conversão de massa em mol Al ( ) 22 3O em Al) Reciclar alumínio para fazer latinhas consome muito menos energia do que a fabricação a partir do minério de alumínio (Al2O3), a bauxita. He ly D em ut ti Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão: 1 1 mol KCl mo = ll KClO ou mol KClO mol KCl3 31 1 1 = Como desejamos o valor em massa, temos de converter a relação estequiométrica para a unidade de massa, usan- do para isso a massa molar obtida pelos valores de massa atômica: 1 74 6, mol KCl = g Kgg Kg Cl ou g KCl mol KCl , 1 74 6 1 = Determinação da massa de cloreto de potássio, a partir dos fatores de conversão advindos da relação estequiomé- 3 , ,⋅ →⋅ → ( ) =74 6 1 223 8 g K ⋅ → g K ⋅ → Cl mol K ⋅ → l K ⋅ → Cl ⋅ → Cl ⋅ → m K(m K( Cl g KKCg KKCg K l converonveronv sãersãer o e( m mmm mm assa) Cálculos estequiométricos da massa de uma substância a partir da quantidade de matéria de outra substância C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 51 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Cálculos estequiométricos envolvendo conversão de massa de uma substância para massa de outra substância 4. Calcule a massa de zinco (Zn) necessária para reagir com 109,5 g de ácido clorídrico (HCl), formando cloreto de zinco (ZnCl2) e gás hidrogênio (H2). 1o PASSO Identificação da equação química: Zn(s) + HCl(aq) ( ZnCl2(aq) + H2(g) 2o PASSO Balanceamento da equação química: Zn(s) + 2HCl(aq) ( ZnCl2(aq) + H2(g) 3o PASSO Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão e dos fa- tores de conversão: 1 2 1 1 2 mol Zn mol HCl mol Zn mol HC = → = ll ou mol HCl mol Zn mol HCl , 1 2 1 1 36 = = 55 1 1 36 5 1 3 , g HCl mol HCl g HCl ou→ = = 66 5 1 1 65 5 , , g HCl mol HCl mol Zn g Zn= → 11 65 5 1 1 1 65 5 , , = = g Zn mol Zn ou mol Zn gg Zn 4o PASSO Determinação da quantidade de matéria desejada, a partir do fator de conversão advindo da relação estequiométrica: m Zn g HCl mol HCl g HCl ( ) = ⋅ ⋅, , 109 5 1 36 5 ,1 2 65 5 1 mol Zn mol HCl g Zn mol Zn m⋅ → ZZn g Zn conversão de conversão ( ) = , ( ( 98 25 dde conversão de massa em mol HCl em Zn mol ( ) ) eem g) No tubo de ensaio preso com a garra, um pedaço de zinco reage com o ácido clorídrico aquoso, formando cloreto de zinco (sal branco) e gás hi- drogênio, coletado no tubo de ensaio. He ly D em ut ti Cálculos estequiométricos do volume de uma substância gasosa a partir da massa de outra substância 5. A reação entre os gases oxigênio e hidrogênio para formar água libera tanta energia que o hidrogênio pode ser utilizado como combustível. Quantos litros de gás hidrogênio, nas condições normais de tem- peratura e pressão (CNTP), serão necessários para formar 90 g de água? 1o PASSO Identificação da equação química: hidrogênio reage com oxigênio, dando origem à água: H2(g) + O2(g) ( H2O(g) A produção de gás hidrogênio é um importante avanço tec- nológico, que possibilitará no futuro a substituição de combus- tíveis fósseis por combustíveis menos agressivos ao ambiente. Pa sq ua le S or re nt in o/ Sc ie nc e Ph ot o Li br ar y Cálculos estequiométricos envolvendo conversão de massa de uma substância para massa de outra substância 4. Calcule a massa de zinco (Zn) necessária para reagir com 109,5 g de ácido clorídrico (HCl), formando cloreto de zinco (ZnCl2) e gás hidrogênio (H 1o PASSO Identificação da equação química: Zn(s) + HCl(aq)( 2o PASSO Balanceamento da equação química: Zn(s) + 2HCl(aq) 3o PASSO Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão e dos fa- tores de conversão: 1 2 1 1 2 mo1 2mo1 2l Z1 2l Z1 2n m1 2n m1 2 ol HCl mol Zn mol HC = →n m= →n m1 2n m1 2= →1 2n m1 2 ol= →ol HC= →HCl= →l = ll ou mo mo mol HCl , 1 2 1 1 3mo1 3mol H1 3l HCl1 3Cl 6 = 1 3=1 3 5 155 15 1 36 5 1 3 , g H5 1g H5 1Cl5 1Cl5 1 mol HCl g HCl ou→ =5 1→ =5 1 = 66 56 1 1 65 51 6mo1 6l Z1 6l Z1 6n g1 6n g1 65 5n g5 5 Zn= →n g= →n g1 6n g1 6= →1 6n g1 65 5n g5 5= →5 5n g5 5 Zn= →Zn 111 65 5 1 1, = =1= =1= == = g Zn ou= =ou= = mo 52 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 2o PASSO Balanceamento da equação química: 2H2(g) + 1O2(g) ( 2H2O(g). 3o PASSO Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão e dos fatores de conversão, para os dados da tabela: volume molar dos gases (CNTP) = 22,7 L/mol; M(H2O) = 18 g/mol. 1 22 7 1 22 7 12 2 2, , mol H L H L H mol H = → = 22 2 2 2 1 1 22 7 2 2 , ou mol H L H mol H mo = = ll H O mol H O mol H ou mol 2 2 2 1 1 1 1 1 → = = H mol H O mol H O g H O 2 2 2 2 1 1 18 1 18 = → = g H O mol H O ou mol H O g H O 2 2 2 21 1 1 18 = 4o PASSO Determinação da quantidade de matéria desejada, a partir do fator de conversão advindo da relação estequiométrica: V H g H O mol H O g H O mo 2 2 2 2 90 1 18 1( ) = ⋅ ⋅ ll H mol H O L H mol H V H ,2 2 2 2 21 22 7 1 ⋅ → ( ) == ,113 5 2L H . Em vez da conhecida fumaça preta que os ônibus costumam liberar, este libera vapor de água, resultante da combina- ção do gás hidrogênio com o oxigênio. M ar tin B on d/ Sc ie nc e Ph ot o Li br ar y Você pode observar que partimos da massa de água (dado fornecido) e a convertemos em quantidade de matéria. A quantidade de matéria de água foi convertida em quantidade de matéria de hidrogênio. Por fim, convertemos a quantidade de matéria de hidrogênio em volume de hidrogênio, utilizando o fator obtido a partir do volume molar dos gases nas CNTP. O mesmo princípio adotado nos cálculos ilustrados nos exemplos anteriores podem ser aplicados em diversos cálculos da Química. Por exemplo, no estudo de gases os quí- micos puderam estabelecer a lei geral dos gases que prevê, a partir da equação abaixo, o comportamento químico deles: P ⋅ V = n ⋅ R ⋅ T , em que P é a pressão do gás, V é o volume do gás, n é a quantidade de matéria do gás, R é a constante dos gases e T é a temperatura do gás. No Sistema Internacional de Medidas, deve-se adotar as unidades de Pascal (Pa) para pressão, metro cúbico (m3) para volume e Kelvin (K) para a temperatura. Nesse caso, a constante dos gases é igual a 8,314472 m3 ⋅ Pa ⋅ K–1 ⋅ mol–1. O valor dessa constante é válido para situações de baixa pressão e altas temperaturas; situação em que a interação entre as moléculas é desprezível. (g) + 1O2(g)( 2H2O(g). Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão e dos fatores de conversão, para os dados da tabela: volume molar dos gases (CNTP) = 22,7 L/mol; M(H2O) = 18 g/mol. 22 7 1 2, L H mol H222 2 2 1 1 22 7, ou mol H L H = mol H O mol H ou mol2 2 1 1 1 1 → = = H mol H O 2 21 18 = g H O mol H O ou mol H O g H O 2 2 2 21 1 1 18 = Determinação da quantidade de matéria desejada, a partir do fator de conversão advindo da relação estequiométrica: moll H mol H O L H mol H V H ,2 2 2 2 2 22 7 1 ⋅ →⋅ → l H ⋅ → l H 2 ⋅ →2 (V H(V H ) === ,113 5 2L H . M ar tin B on d/ Sc ie nc e Ph ot o Li br ar y C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 53 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Na indústria, ao se estudar as quantidades de gases reagentes, torna-se necessário nos cálculos aplicar a equação acima para se determinar a quantidade do gás em função da temperatura e da pressão. Cálculos para não desperdiçar Vamos agora relacionar os cálculos estequiométricos com a produção de soda cáusti- ca, muito utilizada na fabricação do sabão e em outros processos químicos. O hidróxido de sódio (NaOH) pode ser obtido a partir da reação química entre o carbonato de sódio (Na2CO3) e o hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. Calcule a massa de hidróxido de sódio formada a partir de 111 kg de hidróxido de cál- cio. A seguir, calcule o número de embalagens de 200 g de hidróxido de sódio que serão produzidas para comercialização. Dados fornecidos: m(hidróxido de cálcio) = 111 kg = 111000 g; m(embalagem de NaOH) = 200 g. Dados tabelados: M(Na2CO3) = 106,0 g/mol; M[Ca(OH)2] = 74,0 g/mol; M(NaOH) = 40,0 g/mol. Calcula-se, primeiro, qual é a massa de hidróxido de sódio formada a partir de 111 kg de hidróxido de cálcio, para depois determinar quantas embalagens de hidróxido de só- dio contendo 200 g serão obtidas. O NaOH, além de ser lar- gamente empregado na indústria, também é um reagente muito usado em laboratórios de Química. He ly D em ut ti 1o PASSO Identificação da equação química: Ca(OH)2(aq) + Na2CO3(aq) ( NaOH(aq) + CaCO3(s) 2o PASSO Balanceamento da equação química: Ca(OH)2(aq) + Na2CO3(aq) ( 2NaOH(aq) + CaCO3(s) 3o PASSO Identificação da relação estequiométrica referente ao cálculo em questão: 1 74 1 74 2 2 mol Ca OH g Ca OH g C( ) = ( ) → = aa OH mol Ca OH ou mol Ca OH( ) ( ) = ( )2 2 2 1 1 1 74 g Ca OH( )2 1 40 1 40 1 mol NaOH g NaOH g NaOH mo = → = ll NaOH ou mol NaOH g NaOH 1 1 40 = 1 2 1 2 2 mol Ca OH mol NaOH mol NaO( ) = → = HH mol Ca OH ou mol Ca OH mol N1 1 1 2 2 2( ) = ( ) aaOH 1 200 1 1 . . emb NaOH g NaOH emb NaO = → = HH g NaOH ou g NaOH emb NaOH200 1 200 1 . = 4o PASSO Cálculo da massa de hidróxido de sódio formada. m NaOH g Ca OH mol Ca OH( ) = ( ) ⋅ ( )111 000 12 2774 2 1 4 2 2 g Ca OH mol NaOH mol Ca OH( ) ⋅ ( ) ⋅ 00 1 g NaOH mol NaOH m(NaOH) = 120000 g = 120 kg Na indústria, ao se estudar as quantidades de gases reagentes, torna-se necessário nos cálculos aplicar a equação acima para se determinar a quantidade do gás em função da temperatura e da pressão. Cálculos para não desperdiçar Vamos agora relacionar os cálculos estequiométricos com a produção de soda cáusti- ca, muito utilizada na fabricação do sabão e em outros processos químicos. O hidróxido de sódio (NaOH) pode ser obtido a partir da reação química entre o carbonato de sódio (Na2CO3) e o hidróxido de cálcio [Ca(OH) Calcule a massa de hidróxido de sódio formada a partir de 111 kg de hidróxido de cál- cio. A seguir, calcule o número de embalagens de 200 g de hidróxido de sódio que serão produzidas para comercialização. Dados fornecidos: m(hidróxido de cálcio) = 111 kg = 111000 g; m(embalagem de NaOH) = 200 g. Dados tabelados: M(Na2CO M[Ca(OH) M(NaOH) = 40,0 g/mol. Calcula-se, primeiro, qual é a massa de hidróxido de sódio formada a partir de 111 kg de hidróxido de cálcio, para depois determinar quantas embalagens de hidróxido de só- O NaOH, além de ser lar- gamente empregado na indústria, também é um reagente muito usado em laboratórios de Química. He ly D em ut ti 54 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios Para responder às questões, caso necessário, consulte os dados de massa atômica na Tabela Periódica no fim do livro. 1. Qual é a importância do cálculo estequiométrico nos processos químicos? 2. O que são os índices e coeficientes de uma equação química? 3. Qual a quantidade de matéria de gás oxigênio (O2) que será produzida a partir de 8 mol de bauxita (Al2O3) no processo de obtenção do alumínio metálico? Sendo dada a equação não balanceada: Al2O3(s) ( Al(s) + O2(g) 4. O etanol é obtido da sacarose por fermentação con- forme a equação: C12H22O11 + H2O ( C2H5OH + CO2 Determine a quantidade de matéria de etanol (C2H5OH) a partir de 5 mol de sacarose. 5. O gás metano (CH4) pode ser obtido nos tratamentos de esgoto, por meio de processos biológicos ocorridos nos biodigestores, e ser aproveitado como combustí- vel. Esse gás, ao reagir com oxigênio (O2), formará gás carbônico (CO2) e água (H2O). Com base nos valores de massa atômica da tabela periódica, faça o que se pede. a) Monte e balanceie a equação. b) Calcule quantas moléculas de gás carbônico são liberadas a partir de 13 kg de gás metano. 6. (Fuvest-SP-adaptado) Uma instalação petrolífera pro- duz 12,8 kg de SO2 por hora. A liberação desse gás poluente pode ser evitada usando-se calcário, o qual por decomposição fornece a cal, que reage com SO2 formando CaSO3, de acordo com as equações: CaCO3 (s) ( CaO(s) + CO2(g) CaO(s) + SO2(g) ( CaSO3(s) Quantas moléculas de CaSO3 são, por hora, necessárias para eliminar todo o SO2 formado? Dados: massas molares (g/mol): SO2 = 64; 6,02 ⋅ 10 23 moléculas de CaSO3 = 64 g de SO2 7. A água mineral gaseificada pode ser fabricada pela in- trodução de gás carbônico (CO2) na água, sob pres- são um pouco superior a 1 atm. De acordo com a equação química abaixo, calcule, em quilogramas, a massa de glicose necessária para produzir 100 mol de gás carbônico. C6H12O6(s) ( 2C2H5OH(l) + 2CO2(g) 8. (UFSCar-SP-adaptado) A termita é uma reação que ocorre entre alumínio metálico e diversos óxidos me- tálicos. A reação do Al com óxido de ferro (III), Fe2O3, produz ferro metálico e óxido de alumínio, Al2O3. Essa reação é utilizada na soldagem de trilhos de ferrovias 2Al(s) + Fe2O3(s) ( Al2O3(s) + 2Fe(l) A imensa quantidade de calor liberada pela reação produz ferro metálico fundido, utilizado na solda. Da- das as massas molares, em g/mol: Al = 27 e Fe = 56. a) Calcule a quantidade de ferro metálico produzido a partir da reação com 550 g de alumínio metálico. b) Quantas moléculas de óxido de ferro (III) Fe2O3 são necessárias para reagir com 4 mol de óxido de alu- mínio, Al2O3? c) Qual é a quantidade de matéria de alumínio necessária para produzir 510 g de ferro metálico fundido? 9. O titânio (Ti) é considerado o metal do futuro. Na cons- trução de aviões supersônicos, é o metal que oferece as maiores vantagens por causa da sua elevada tempera- tura de fusão (1670 °C), visto que o atrito do ar contra as paredes metálicas tende a elevar a temperatura de todo o corpo da aeronave. A obtenção do metal pode ser representada pela equação não balanceada: TiCl4(s) + Mg(s) ( Ti(s) + MgCl2(s) a) Calcule a massa de titânio obtida a partir de 800 g de cloreto de titânio (TiCl4). b) Qual é a quantidade de matéria de magnésio (Mg) necessária para produzir 191,6 g de titânio (Ti)? c) Quantos átomos de magnésio (Mg) são consumidos por 380 g de cloreto de titânio (TiCl4)? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. 5o PASSO Cálculo do número de embalagens de hidróxido de sódio obtidas. Embalagens de NaOH g NaOH emb. = ⋅120000 1 . NaOH g NaOH emb NaOH 200 600= Os exercícios resolvidos até aqui ilustram os principais tipos de problemas envolvendo cálculos estequiométricos. São esses cálculos que os químicos realizam para manter nas reações uma proporção correta dos reagentes. Para responder às questões, caso necessário, consulte os dados de massa atômica na Tabela Periódica no fim do livro. Qual é a importância do cálculo estequiométrico nos O que são os índices e coeficientes de uma equação química? ) que ) no processo de obtenção do alumínio metálico? Sendo 7. 7. A água mineral gaseificada pode ser fabricada pela in- trodução de gás carbônico (CO2) na água, sob pres- são um pouco superior a 1 atm. De acordo com a equação química abaixo, calcule, em quilogramas, a massa de glicose necessária para produzir 100 mol de gás carbônico. C6H12O6(s) ( 2C2H5OH(l) + 2CO2(g) 8. 8. (UFSCar-SP-adaptado) A termita é uma reação que ocorre entre alumínio metálico e diversos óxidos me- tálicos. A reação do Al com óxido de ferro (III), Fe O FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Cálculo do número de embalagens de hidróxido de sódio obtidas. g NaOH emb. = ⋅g N= ⋅g NaO= ⋅aOH= ⋅H 1 NaOH g NaOH emb N.b N. aOH 200 600= Os exercícios resolvidos até aqui ilustram os principais tipos de problemas envolvendo cálculos estequiométricos. São esses cálculos que os químicos realizam para manter nas reações uma proporção correta dos reagentes. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 55 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! S Simulador 10. Em uma siderúrgica, a reação global para obtenção de ferro ocorre em um alto-forno a partir de óxido de ferro III (Fe2O3) com carvão (C), formando ferro (Fe) e gás carbônico (CO2). Calcule: a) a massa de óxido de ferro III (Fe2O3) que, ao reagir com carvão (C) produz 660 kg de dióxido de car- bono (CO2); b) a quantidade de ferro, em quilogramas, obtida a partir de 2 toneladas de hematita (Fe2O3); c) a massa de dióxido de carbono (CO2) liberada na produção de 1 mol de ferro. 11. (Unifei-MG-adaptada) A sacarose é metabolizada pelos animais, sendo uma das principais fontes de energia para as células. Esse metabolismo ocorre durante a respiração, formando CO2 e H2O como produtos: Dados: volume molar (CNTP) = 22,7 L/mol; massas molares (g/mol): H = 1,C = 12, O = 16. C12H22O11 + 12O2 ( CO2 + H2O a) Calcule quantos litros de CO2 (CNTP) são gerados a partir de 20 g de sacarose. b) Qual é a quantidade de matéria de água produzida a partir de 500 g de sacarose? c) Quantas moléculas de oxigênio reagirão com 5 mol de sacarose? 12. O sabão de coco é um produto de grande aceitação nas lavanderias, por possuir poder de limpeza excelente e não agredir os tecidos mais finos. Um dos componen- tes do sabão de coco é o laureato de sódio, que pode ser obtido pela seguinte equação simplificada: CH3[CH2]10COOH(aq) + NaOH(aq) ( ( CH3[CH2]10COONa(s) + H2O(l) Suponha que uma indústria produza 580 kg de sabão por dia. a) Que quantidade de matéria de laureato de sódio [CH3(CH2)10COONa] será produzida em 30 dias? b) Qual é a massa de ácido láurico [CH3(CH2)10COOH] consumida diariamente? c) Qual é a massa de hidróxido de sódio (NaOH) con- sumida em 30 dias de produção? 13. Um produto de cultura milenar é o vinagre. Para a fa- bricação, basta deixar o vinho azedar. Nesta reação, o etanol (C2H5OH), substância encontrada no vinho, reage com o gás oxigênio, produzindo o ácido acético (C2H3COOH), substância encontrada no vinagre e na água. a) Monte a equação da produção do ácido acético e verifique o balanceamento. b) Calcule a massa de ácido acético, quando se fer- mentam 500 g de etanol. 14. A reação de combustão de um dos componentes do gás de cozinha, o gás butano (C4H10), pode ser represen- tada pela seguinte equação química não balanceada: C4H10(g) + O2(g) ( CO2(g) +H2O(l). Sabendo que o volume molar de um gás ideal nas CNTP é 22,7 L/mol, julgue os itens que seguem, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) De acordo com a Lei das Proporções Definidas, dobran- do-se as massas dos gases butano e oxigênio, as mas- sas de gás carbônico e de água aumentarão três vezes. 2) São necessários 13 mol de gás oxigênio para reagir com 2 mol de gás butano. 3) A queima de 58 g de gás butano produzirá 90 g de água. 4) Nas CNTP, para produzir 45,42 L de gás carbônico são necessários 116 g de gás butano. 5) Quando são queimados 232,0 g de gás butano, são utilizados 98,6 L de gás oxigênio nas CNTP. 15. Mais de 10000 anos é o tempo gasto para se decom- por o vidro. Para cada tonelada de vidro reciclado, economiza-se 1,2 tonelada de matéria-prima. Para a produção, a barrilha (Na2CO3) é aquecida com calcário (CaCO3) e areia (SiO2). É barato porque há abundân- cia dessas três matérias-primas. Podemos considerar a reação a seguir como representativa do processo de fabricação do vidro: SiO2(s) + CaCO3(s) + Na2CO3(s) ( ( Na2O ? CaO ? SiO2(s) + CO2(g) Dada a equação não balanceada, responda. a) Para a produção de uma tonelada de vidro, quan- tos mols, aproximadamente, economizaríamos de areia, carbonato de cálcio e barrilha? b) Qual é o volume de gás carbônico (CO2) produzido nas CNTP quando se consome 1 tonelada de bar- rilha nesse processo? c) Por que há maior consumo de refrigerantes ou cervejas em latas de alumínio do que em garrafas? d) Já que o consumo de latas é maior do que o de vidros, por que é mais caro o refrigerante em lata? 16. (FMTM-MG) No motor de um carro a álcool, o vapor do combustível é misturado ao ar e se queima à custa de faísca elétrica produzida pela vela no interior do cilindro. A queima do álcool pode ser representada pela equação: C2H6O(g) + 3O2(g) ( 2CO2(g) + 3H2O(g) + energia. A quantidade, em mols, de água formada na combustão completa de 138 g de etanol é igual a: Dado: massa molar C2H6O = 46 g/mol. a) 1. b) 3. c) 6. d) 9. e) 10. 10. 10. Em uma siderúrgica, a reação global para obtenção de ferro ocorre em um alto-forno a partir de óxido de ferro III (Fe2O3) com carvão (C), formando ferro (Fe) e gás carbônico (CO2). Calcule: a) a massa de óxido de ferro III (Fe2O3) que, ao reagir com carvão (C) produz 660 kg de dióxido de car- bono (CO2); b) a quantidade de ferro, em quilogramas, obtida a partir de 2 toneladas de hematita (Fe2O3); c) a massa de dióxido de carbono (CO2) liberada na produção de 1 mol de ferro. 11. 11. (Unifei-MG-adaptada) A sacarose é metabolizada pelos animais, sendo uma das principais fontes de energia para as células. Esse metabolismo ocorre durante a respiração, formando CO2 e H2O como produtos: Dados: volume molar (CNTP) = 22,7 L/mol; massas molares (g/mol): H = 1,C = 12, O = 16. C12H22O11 + 12O2 ( CO2 + H2O a) Calcule quantos litros de CO2 (CNTP) são gerados a partir de 20 g de sacarose. b) Qual é a quantidade de matéria de água produzida 14. 14. 15. 15. 56 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 17. (Fuvest-SP) O nitrato de cobre é bastante utilizado nas indústrias gráficas e têxteis e pode ser preparado por três métodos: Método I: Cu(s) + ... HNO3(conc.)   Cu(NO3)2(aq) + ... NO2(g) + ... H2O(l) Método II: 2Cu(s) + O2(g)  2CuO(s)   2CuO(s) + ... HNO3 (dil.)   2Cu(NO3)2(aq) + ... H2O(l) Método III: 3Cu(s) + ... HNO3 (dil.)   3Cu(NO3)2(aq) + ... NO(g) + 4H2O(l) 2NO(g) + O2(g)  2NO2(g) Para um mesmo consumo de cobre: a) os métodos I e II são igualmente poluentes. b) os métodos I e III são igualmente poluentes. c) os métodos II e III são igualmente poluentes. d) o método III é o mais poluente dos três. e) o método I é o mais poluente dos três. 18. (Fafi-MG) Certa massa de gás hidrogênio, H2(g), ocu- pa o volume de 8,2 L a 27 °C e exerce a pressão de 1520 mmHg. A massa do gás será igual a: Dados: R = 8,314472 m3 ⋅ Pa ⋅ K–1 ⋅ mol–1 e massa atô- mica de hidrogênio = 1 g ⋅ mol–1. a) 5,2 g. c) 3,9 g. e) 1,3 g. b) 4,5 g. d) 2,6 g. 19. (Faap-SP) Nas condições normais de temperatura e pres- são, qual é o volume em litros ocupado por 35,5 g de cloro gasoso a 127 °C e 760 mmHg? Dados: massa atômica do Cl = 35,5 g ⋅ mol–1; R = 8,314472 m3 ⋅ Pa ⋅ K–1 ⋅ mol–1. a) 9,85. d) 18,20. b) 11,19. e) 22,38. c) 16,40. 20. (UFRR) Certa massa de oxigênio ocupa um volume de 10 L à temperatura de 27 °C e pressão de 300 mmHg. O volume ocupado pela massa de oxigênio à tempera- tura de 47 °C e 400 mmHg de pressão será: a) 4 L. d) 10 L. b) 8 L. e) 12 L. c) 6 L. 21. (UFSC-adaptado) Qual é o volume de gás carbônico (CO2), medido a 0,75 atm e 25 °C que será produzido pela combustão de 30 g de etano? Dados: C = 12 g/mol; H = 1 g/mol. 22. (UFMG-adaptado) Em um tubo, 16,8 g de bicarbonato de sódio são decompostos, pela ação do calor, em car- bonato de sódio (sólido), gás carbônico e água (vapor). O volume de gás carbônico, em litros, obtidos nas CNTP é igual a: Dados: NaHCO3 = 84 g/mol. a) 2,02. c) 4,48. e) 8,96. b) 2,27. d) 4,03. 23. (Fuvest-SP) O carbono ocorre na natureza como uma mis- tura de átomos, dos quais 98,90% são 12C e 1,10% é 13C. Dados: massas atômicas: 12C = 12,000; 13C = 13,003. a) Explique o significado das representações 12C e 13C. b) Com esses dados, calcule a massa atômica do carbo- no natural. 24. (EE Mauá-SP) Uma vez que as massas atômicas do oxi- gênio e do sódio são, respectivamente, 16 e 23, então a massa de 23 átomos de oxigênio é a mesma que a de 16 átomos de sódio. Essa afirmativa é verdadeira ou falsa? Justifique. 25. (Unifesp-adaptado) Pessoas com pressão arterial ele- vada precisam reduzir o teor de sódio de suas dietas. Um dos meios de se conseguir isso é com o uso do chamado “sal light”, uma mistura de cloreto de sódio e cloreto de potássio sólidos. Dados: massas molares, em g/mol: Na = 23,0; K = 39,1; Cl = 35,5. Calcule a massa molar do cloreto de sódio (NaCl) e do cloreto de potássio (KCl). 26. A glicose é um açúcar utilizado pelas células como fon- te de energia para o organismo. É um sólido de sabor adocicado, de fórmula molecular C6H12O6. Determine a massa molar dessa substância. Dados: massas molares, em g/mol: C = 12,0; H = 1,0; O = 16,0 27. O gás liquefeito de petróleo, GLP, é derivado do petró- leo e conhecido como gás de cozinha. É constituído de duas substâncias: o propano (C3H8) e o butano (C4H10). Um botijão com sua capacidade completa contém em seu interior cerca de 85% de GLP em estado líquido e 15% em estado de vapor. O gás em estado líquido se vaporiza à medida que o botijão se esvazia. Qual é a massa molar do propano e do butano? Dados: massas molares, em g/mol: C = 12,0; H = 1,0 28. (Mack-SP) O óxido de vanádio é constituído de mo- léculas V2Oy. Se a massa molar do V2Oy é 182 g/mol, então, y é igual a: Dados: massas atômicas: V = 51; O = 16. a) 1. b) 3. c) 7. d) 5. e) 4. (Fuvest-SP) O nitrato de cobre é bastante utilizado nas indústrias gráficas e têxteis e pode ser preparado por 22. 22. (UFMG-adaptado) Em um tubo, 16,8 g de bicarbonato de sódio são decompostos, pela ação do calor, em car- bonato de sódio (sólido), gás carbônico e água (vapor). O volume de gás carbônico, em litros, obtidos nas CNTP é igual a: Dados: NaHCO3 = 84 g/mol. a) 2,02. c) 4,48. e) 8,96. b) 2,27. d) 4,03. 23. 23. (Fuvest-SP) O carbono ocorre na natureza como uma mis- tura de átomos, dos quais 98,90% são 12C e 1,10% é 13C. Dados: massas atômicas: 12C = 12,000; 13C = 13,003. a) Explique o significado das representações 12C e 13C. b) Com esses dados, calcule a massa atômica do carbo- no natural. 24. 24. (EE Mauá-SP) Uma vez que as massas atômicas do oxi- gênio e do sódio são, respectivamente, 16 e 23, então a massa de 23 átomos de oxigênio é a mesma que a de 16 átomos de sódio. Essa afirmativa é verdadeira ou falsa? Justifique. 25. 25. (Unifesp-adaptado) Pessoas com pressão arterial ele- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 57 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 4 RENDIMENTO DAS REAÇÕES Normalmente, em laboratórios e indústrias, a quantidade de produtos formados é menor do que as previstas em teoria pela estequiometria. Isso acontece por três motivos principais: pri- meiro, pela presença de impurezas nos reagentes; segundo, pelo fato de muitas reações serem reversíveis, ou seja, os produtos rea- gem entre si produzindo os reagentes originais; e, por último, pela possibilidade de reações paralelas que fornecem produtos diferen- tes dos desejados. Além disso, a ocorrência da reação depende de determinadas condições, como a temperatura, que podem variar durante o processo. Existem, ainda, dificuldades operacionais que acarretam perda de produtos. Indústrias – como a farmacêutica, a química e a de compo- nentes eletrônicos – trabalham com materiais de elevada pureza. Outras, como a siderúrgica (extração de metais) e as fábricas de sabão, não utilizam matéria-prima de pureza tão elevada. A indús- tria sempre procura melhorar equilíbrio entre preço e rendimento da matéria-prima, sem que haja comprometimento da qualidade do produto final. O Rendimento Teórico (RT) de uma reação corresponde à quantidade de um produto que seria obtida a partir de uma quantidade de reagente se a reação fosse única e ocorresse completamente. O rendimento teórico fornece, por meio da es- tequiometria, a quantidade máxima de produtos que seria obtida se a reação fos- se completa. Para realizarmos os cálculos químicos, precisamos saber que quantidade de produto será realmente formada. A isso chamamos Rendimento Real (RR), expresso como uma porcentagem do Rendimento Teórico (RT), conhecido como rendimento percentual. R % = RR RT %⋅ 100 RT, em geral, corresponde à massa teoricamente prevista e RR à massa realmente produzida. Veja um exemplo. Na produção de sabão, uma amostra de 100 g de hidróxido de sódio reage com a es- tearina (Est), conforme a equação a seguir: (C17H35COO)3C3H5(s) + NaOH(aq) ( C17H35COONa(s) + C3H5(OH)3(l) Considerando que, a partir de 100 g de hidróxido de sódio (NaOH), foram obtidos 512 g de estearato de sódio (principal componente do sabão – EstNa), qual é o rendimen- to real do processo? Levando em conta a proporção entre as substâncias envolvidas na reação, teremos a equação balanceada: (C17H35COO)3C3H5(s) + 3NaOH(aq) ( 3C17H35COONa(s) + C3H5(OH)3(l) Ao identificar a relação estequiométrica existente no cálculo em questão, temos a relação entre o reagente (hidróxido de sódio) e o produto (estearato de sódio). Para desenvolver as rea- ções químicas em labo- ratórios e na indústria, os químicos fazem cálculos precisos sobre quantida- des de reagentes que pre- cisam adicionar no sistema racional. Para isso eles fa- zem cálculos precisos so- bre rendimentos de reações. Pe gg y G re b/ U S D ep ar tm en t o f A gr ic ul tu re /S ci en ce P ho to L ib ra ry 4 RENDIMENTO DAS REAÇÕES Normalmente, em laboratórios e indústrias, a quantidade de produtos formados é menor do que as previstas em teoria pela estequiometria. Isso acontece por três motivos principais: pri- meiro, pela presença de impurezas nos reagentes; segundo, pelo fato de muitas reações serem reversíveis, ou seja, os produtos rea- gem entre si produzindo os reagentes originais; e, por último, pela possibilidade de reações paralelas que fornecem produtos diferen- tes dos desejados. Além disso, a ocorrência da reação depende de determinadas condições, como a temperatura, que podem variar durante o processo. Existem, ainda, dificuldades operacionais que acarretam perda de produtos. Indústrias – como a farmacêutica, a química e a de compo- nentes eletrônicos – trabalham com materiais de elevada pureza. Outras, como a siderúrgica (extração de metais) e as fábricas de sabão, não utilizam matéria-prima de pureza tão elevada. A indús- tria sempre procura melhorar equilíbrio entre preço e rendimento da matéria-prima, sem que haja comprometimento da qualidade do produto final. Pe gg y G re b/ U S D ep ar tm en t o f A gr ic ul tu re /S ci en ce P ho to L ib ra ry 58 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Utilizemos agora o fator de conversão de massa do hidróxido de sódio para o estea- rato de sódio. Para facilitar a escrita das equações, representaremos o estearato de sódio por EstNa. 3 40 g NaOH = 1 890 g EstNa 1 = 890 g Est ⋅ ⋅ → NNa 120 g NaOH ou g NaOH g EstNa 1 120 890 = Agora, vamos determinar a quantidade de material desejada, a partir do fator de conversão obtido das relações estequiométricas. Para isso, vamos igualar o símbolo da grandeza solicitada com o da fornecida inicialmente e fazer as devidas conversões. Fator de conversão: 1 = 890 g EstNa 120 g NaOH Calculando a massa do estearato de sódio que deveria ser produzida: m EstNa = 100 g NaOH 890 g EstNa 120 g Na ( ) ⋅ OOH → ( ) ≅m EstNa g742 Cálculo das conversões de unidade e do valor real do sabão: Sendo a massa realmente produzida igual a 512 g, e de acordo com a equação apre- sentada, teremos: R % = 512 g 742 g % % %⋅ → ≅100 69R De acordo com os cálculos químicos, 890 kg de estea- rina produziriam 918 kg de sabão, mas na indústria só foram obtidos 512 kg. Por que será? He ly D em ut ti Exercícios Para responder às questões, caso necessário, consul- te os dados de massa atômica na tabela periódica no fim do livro. 1. Por que em uma reação química o rendimento não é igual ao teoricamente previsto? 2. A cárie é um processo de desmineralização localizada no esmalte do dente e, em geral, também na dentina, que culmina com a formação de uma cavidade. O fluo- reto de sódio (NaF) libera íons fluoreto (F–), que atuam na prevenção da cárie dentária, porque têm a proprie- dade de substituir os grupos hidróxido (OH–) do princi- pal constituinte do esmalte dos dentes, a hidroxiapatita [Ca5OH(PO4)3], formando a fluorapatita [Ca5F(PO4)3], que é bem mais resistente ao ataque de ácidos e bactérias, conforme a equação balanceada a seguir: Ca5OH(PO4)3(s) + NaF(aq) ( Ca5F(PO4)3(s) + + NaOH(aq) Considerando que, a partir de 84 g de fluoreto de sódio, foram obtidos 252 g de fluorapatita, qual é o rendimento real do processo? 3. (Enem) Na investigação forense, utiliza-se luminol, uma substância que reage com o ferro presente na hemo- globina do sangue, produzindo luz que permite visua- lizar locais contaminados com pequenas quantidades de sangue, mesmo em superfícies lavadas. É proposto que, na reação do luminol (I) em meio alcalino, na pre- sença de peróxido de hidrogênio (II) e de um metal de transição (Mn+), forma-se o composto 3-aminoftalato (III) que sofre uma relaxação, originando o produto final da reação (IV), com liberação de energia (hv) e de gás nitrogênio (N2). Dados: peso moleculares: Luminol = 177 e 3-aminoftalato = 164. NH2 NH2 NH2 +H2O2+M n+ +hv+N2 NH O O O ONH O O O O O O * (I) (III) (IV) Adaptado de: Química Nova. São Paulo: SBC, v. 25, n. 6, 2002. p. 1003-1011. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. (II) Utilizemos agora o fator de conversão de massa do hidróxido de sódio para o estea- rato de sódio. Para facilitar a escrita das equações, representaremos o estearato de sódio g EstNaNNaN g NaOH ou g NaOH g EstNa 1 120 890 = Agora, vamos determinar a quantidade de material desejada, a partir do fator de conversão obtido das relações estequiométricas. Para isso, vamos igualar o símbolo da grandeza solicitada com o da Calculando a massa do estearato de sódio que deveria ser ) ≅stNa g742 Cálculo das conversões de unidade e do valor real do sabão: Sendo a massa realmente produzida igual a 512 g, e de acordo com a equação apre- De acordo com os cálculos químicos, 890 kg de estea- rina produziriam 918 kg de sabão, mas na indústria só foram obtidos 512 kg. Por que será? He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 59 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Na verificação de uma amostra biológica para análise forense, utilizaram-se 54 g de luminol e peróxido de hidrogênio em excesso, obtendo-se rendimento final de 70%. Sendo assim, a quantidade do produto final (IV) formada na reação foi de: a) 123,9. b) 114,8. d) 35,0. c) 86,0. e) 16,2. 4. “Tarde demais! O papo, que estava bom após o pri- meiro copo, fica difícil após quatro doses. Isso acontece porque o cérebro tem dificuldade para funcionar. Essa quantidade afronta não só o racio- cínio como também as restrições sociais. É quando o tímido consegue passar cantadas impensáveis quando está sóbrio. ” Superinteressante, n. 2, fev. 2000. Para se obter o álcool por fermentação, a partir da cana-de-açúcar, passa-se por alguns processos, sen- do a última etapa, C6H12O6(s) ( C2H5OH(aq) + CO2(g), chamada fermentação alcoólica. De acordo com as informações acima, responda. a) Se o rendimento percentual é de 96%, qual é a massa de glicose (C6H12O6) necessária para pro- duzir 700 g de etanol (C2H5OH)? b) Pela lei brasileira, o máximo permitido é 0,6 g de álcool por litro de sangue. Será que uma pessoa que tenha 5 litros de sangue e tenha bebido 3 doses de 50 mL de uísque pode dirigir um carro? Justifique por meio de cálculos, considerando que todo o álcool foi para o sangue. Dados: 1 dose de uísque possui cerca de 20 g de álcool. 5. Muitas vezes sentimos azia (queimação no estômago), ou seja, excesso de ácido clorídrico causado por alguma disfunção na digestão, estresse ou consu- mo exagerado de alimentos gordurosos. Para ali- viar o excesso de acidez no estômago, é necessário ingerir um produto capaz de neutralizar o ácido, chamado antiácido. O carbonato ácido de sódio aquoso (NaHCO3) reage com ácido cítrico aquoso [COH(CH2)2(COOH3)] para produzir citrato de só- dio aquoso [COH(CH2)2(COONa)3] e ácido carbônico aquoso (H2CO3). Como o ácido carbônico é instável, a formação estável é com o gás carbônico e a água. Monte a reação balanceada e, com base nas infor- mações acima, responda. a) Sabendo que 5 kg de bicarbonato de sódio rea- gem com ácido cítrico para produzir 2559,5 g de citrato de sódio, determine o rendimento percen- tual da reação. b) Por que duas substâncias com ácido no nome são utilizadas para combater acidez no estômago, vis- to que o interior desse órgão já é hiperácido? c) Calcule o volume de gás carbônico produzido, nas CNTP, quando reagem 4 mg de carbonato ácido de sódio. 6. Um zelador usa ácido muriático (ácido clorídrico) regu- larmente para fazer limpeza do piso de mármore do prédio em que trabalha. Sabe-se que o ácido ataca o mármore (formado basicamente por CaCO3), liberando gás carbônico, de acordo com a equação: CaCO3(s) + 2HCl(aq) ( CaCl2(s) + H2O(l) + CO2(g) Qual é o volume de gás carbônico formado, nas CNTP, quando ocorre reação de 50 g de mármore? 7. O cobre é um metal encontrado na natureza em diferen- tes minerais. Um processo de obtenção desse metal pode ser apresentado pela equação: Cu2S(s) + 2Cu2O(s) ( 6Cu(s) + SO2(g) Supondo que o processo apresente rendimento de 60%, qual é a massa de cobre obtida a partir de 100 g de CuS(s)? 8. (Mack-SP) CaF2 + H2SO4 ( CaSO4 + 2HF O HF é obtido a partir da fluorita (CaF2), segundo a reação equacionada acima. A massa de HF obtida na reação de 500,0 g de fluorita de 78% de pureza é: Dados: massa molar (g/mol). Ca = 40, F = 19, H = 1, S = 32, O = 16 a) 390,0 g. b) 304,2 g. c) 100,0 g. d) 200,0 g. e) 250,0 g. 9. Existem loções faciais adstringentes que limpam e to- nificam a pele, pois penetram profundamente nos poros, removendo o excesso de oleosidade e traços de impurezas. Um dos componentes dessas loções é o etanol. Este pode ser obtido de acordo com a equação abaixo: Ca12H22O11(s) + H2O(l) ( 4C2H5OH(l) + 4CO2(g) Admitindo-se que essa reação tenha rendimento total (100%) e que o etanol produzido seja puro (anidro), qual é a massa de açúcar (C12H22O11) necessária para produzir 100 L de etanol (C2H5OH)? Dado: álcool = 0,8 g/cm3. Na verificação de uma amostra biológica para análise forense, utilizaram-se 54 g de luminol e peróxido de hidrogênio em excesso, obtendo-se rendimento final de 70%. Sendo assim, a quantidade do produto final (IV) formada na reação foi de: a) 123,9. b) 114,8. d) 35,0. c) 86,0. e) 16,2. 4. 4. “Tarde demais! O papo, que estava bom após o pri- meiro copo, fica difícil após quatro doses. Isso acontece porque o cérebro tem dificuldade para funcionar. Essa quantidade afronta não só o racio- cínio como também as restrições sociais. É quando o tímido consegue passar cantadas impensáveis quando está sóbrio. ” Superinteressante, n. 2, fev. 2000.Superinteressante, n. 2, fev. 2000.Superinteressante Para se obter o álcool por fermentação, a partir da cana-de-açúcar, passa-se por alguns processos, sen- do a última etapa, C H O (s) ( C H OH(aq) + CO (g), 6. 7. 60 CÁ LC UL OS Q UÍ M IC OS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 10. Ao reagirmos cloreto de cálcio (CaCl2) com nitrato de prata (AgNO3), obtemos um precipitado branco – clo- reto de prata (AgCl). Sabendo-se que essa reação apre- senta um rendimento de 90%, calcule a massa do precipitado formado a partir de 22,2 g de cloreto de cálcio, conforme a equação não balanceada abaixo: CaCl2(aq) + AgNO3(aq) ( AgCl(s) + Ca(NO3)2(aq) 11. (UFU-MG) Encontrou-se uma amostra de mármore (CaCO3), cuja pureza era de 60%. Decompondo-se 50 g dessa amostra, obtiveram-se cal virgem (CaO) e gás carbônico (CO2). Admtindo-se um rendimento de 70% para essa reação, quantos mols de gás car- bônico foram conseguidos? Dados: C = 12; O = 16; Ca = 40 As leis das reações químicas b Os cálculos químicos são fundamentados nas leis das reações químicas. b Lavoisier [1743-1794] estabeleceu a Lei da Conservação das Massas: em um sistema fechado, a massa dos reagentes e dos produtos de uma reação química são sempre as mesmas. b Em 1797, Louis Prost demonstrou que, independentemente do processo de preparação, a compo- sição do carbonato de cobre era sempre a mesma. Assim, uma substância pode ser proveniente de diferentes fontes, naturais ou produzidas em laboratórios, mas apresentará sempre a mesma com- posição química. Balanceamento da equação química e estequiometria b As equações químicas representam as reações químicas. Em uma equação química genérica: aA + bB # cC + dD, as letras minúsculas correspondem aos coeficientes estequiométricos. b O balanceamento de uma equação química é a determinação dos coeficientes estequiométri- cos da equação química, ou seja, o acerto numérico entre quantidades de átomos no reagente e no produto. b Os coeficientes de uma equação química são valores numéricos que indicam a proporção míni- ma de cada substância envolvida na reação. b Cálculos estequiométricos são os cálculos desenvolvidos para a determinação das quantidades de reagentes e produtos em uma reação. Rendimento das reações b Geralmente, nos laboratórios e nas indústrias, as quantidades de produtos obtidos são diferen- tes dos valores previstos por meio do cálculo estequiométrico. Isso se dá devido à impureza dos reagentes, à reversibilidade das reações e às reações paralelas. No entanto, é necessário saber exatamente a quantidade real dos produtos obtidos. Esse valor é chamado Rendimento Real (RR), expresso por uma percentagem do Rendimento Teórico (RT). O RR corresponde à massa teórica prevista e o RT à massa realmente produzida. ) com nitrato de ), obtemos um precipitado branco – clo- reto de prata (AgCl). Sabendo-se que essa reação apre- senta um rendimento de 90%, calcule a massa do precipitado formado a partir de 22,2 g de cloreto de 11. 11. (UFU-MG) Encontrou-se uma amostra de mármore (CaCO3), cuja pureza era de 60%. Decompondo-se 50 g dessa amostra, obtiveram-se cal virgem (CaO) e gás carbônico (CO2). Admtindo-se um rendimento de 70% para essa reação, quantos mols de gás car- bônico foram conseguidos? Dados: C = 12; O = 16; Ca = 40 ulos químicos são fundamentados nas leis das reações químicas. Lavoisier [1743-1794] estabeleceu a Lei da Conservação das Massas: em um sistema fechado, a massa dos reagentes e dos produtos de uma reação química são sempre as mesmas. Em 1797, Louis Prost demonstrou que, independentemente do processo de preparação, a compo- sição do carbonato de cobre era sempre a mesma. Assim, uma substância pode ser proveniente de C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 61 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios de revisão ER UNIDADE 2 62 G ab ri el d e Pa iv a/ A gê nc ia O G lo bo Mortandade de peixes aumenta na Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura do Parque dos Patins, Rio de Janeiro (RJ), 2013. Hidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera eHidrosfera e poluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águaspoluição das águas Como garantir água para as futuras gerações? 63 Temas em foco: • Ciclo da água e sociedade • Gestão dos recursos hídricos • Poluição das águas • A química, o tratamento de água e o saneamento básico as futuras gerações? Capítulo 3 Classifi cação e composição dos materiais 1. Soluções, coloides e agregados 2. Concentração e suas unidades 3. Composição 4. Diluição de soluções Capítulo 4 Propriedades da água e propriedades coligativas 1. Propriedades das substâncias e interações entre os constituintes 2. Propriedades da água 3. Água e solubilidade dos materiais 4. Propriedades coligativas Capítulo 5 Equilíbrio químico 1. Reações químicas e reversibilidade 2. Sistemas químicos reversíveis 3. Equilíbrio químico 4. Alterações do estado de equilíbrio 5. Princípio de Le Chatelier 6. Aspectos quantitativos de equilíbrios químicos He ly D em ut ti CICLO DA ÁGUA E SOCIEDADE O planeta Terra, um imenso globo azulado, existe há cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua cor é atribuída ao fato de aproximadamente 70% de sua superfície serem cobertos por água. Isso equivale a um volume de água estimado em 1,4 bilhão de km3. Acha muito? Será que é suficiente para todos os povos? Ciclo da água No início da formação de nosso planeta, a temperatura de sua superfície era muito alta, e toda água estava em es- tado gasoso. Com a diminuição da temperatura, a água presente na atmosfera começou a se precipitar na forma de chuva, ajudando a diminuir mais a temperatura da superfície. A precipitação constante levou à formação de rios. Estes, desaguando em partes mais baixas, deram origem aos mares e oceanos. As águas das chuvas foram “lavando” a terra, carregando sais solúveis que se acumularam nos mares e ocea- nos, tornando-os ricos em sais minerais. Assim, a água foi se espalhando pelo planeta, armazenando-se em zonas subterrâneas; na superfície terrestre, em lagos, rios, mares e oceanos; em extensas geleiras nas regiões polares e montanhas; e uma pequena parte permaneceu na atmosfera. Além de se espalhar, a água passou a se movimentar continuamente. As águas dos rios, lagos e mares se evaporam, dando origem a chuvas que novamente os alimenta. Esse movimento da água, mudando de estado de agregação e de lugar constantemente, é denominado ciclo hidro- lógico ou ciclo da água e é essencial para a vida no planeta. Apesar de termos a impressão de que a água está acabando, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há 500 milhões de anos. O que muda é a distribuição no planeta. Nesse constante ciclo da água, os oceanos são os maiores fornecedores de vapor-d’ água e exercem grande influência no clima do planeta. Pa ul o Ce sa r P er ei raCiclo da água área das calotas e geleiras volume de vapor na atmosfera evaporação dos oceanos precipitação sobre os oceanos fluxo dos rios para os oceanosfluxo subterrâneo para os rios área dos continentes área dos oceanos evapotranspiração dos continentes precipitação sobre os continentes Como expressamos a composição química dos materiais? Planeta Terra ou planeta Água? CLASSIFICAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS Tema em foco TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA !64 CICLO DA ÁGUA E SOCIEDADE O planeta Terra, um imenso globo azulado, existe há cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua cor é atribuída ao fato de aproximadamente 70% de sua superfície serem cobertos por água. Isso equivale a um volume de água estimado em 1,4 bilhão de km3. Acha muito? Será que é suficiente para todos os povos? Como expressamos a composição química dos materiais? Planeta Terra ou planeta Água? CLASSIFICAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS TTema em focoema em focoTema em focoTTema em focoTema em foco Capítulo 3 Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& I Infográfico Se imaginarmos que toda a água do planeta está contida em uma caixa-d’água de 1 000 L, esse volume de água estaria distribuído nas proporções indicadas no es- quema acima, ou seja, o vo- lume de toda a água dos rios corresponderia a uma dose e meia de água (75 mL, pouco mais do que um cafezinho)! Não há como medir a quantidade de água disponível na Terra. Por isso, estudiosos do assunto apresentam diferentes estimativas. Segundo uma delas, uma pequena parte da água está na atmosfera na forma de vapor. Da água restante, cer- ca de 97,5% está nos mares e oceanos – imprópria para consumo por causa dos sais nela dissolvidos. Dos 2,5% restantes, a maior parte (1,7%) está na forma de gelo nos polos e em geleiras – pouco disponível para consumo humano –, restando menos de um por cento que apresenta grau de salinidade baixo, sendo por isso denominada água doce. Dessa peque- na fração de água doce disponível, menos de 0,01% está nos rios e lagos e 0,75% está no subsolo (veja quadro abaixo). Pa ul o Ce sa r P er ei raDistribuição da água água salgada 97,5% água doce 2,5% água subterrânea 0,75% rios e lagos 0,0075% geleiras 1,72% solo, icebergs, pântanos etc. 0,0225% Nem toda água é própria para consumo humano. Altas concentrações de cloretos de cálcio e de magnésio tornam a água salgada e, consequentemente, imprópria ao nosso consumo. As águas que possuem grau de salinidade supe- rior a 30 g/L são consideradas salinas, e as intermediárias – com grau de salinidade entre 0,50 g/L e 30 g/L – são cha- madas salobras. A água doce, salinidade igual ou inferior a 0,50 g/L, é a única adequada para o consumo humano. A atmosfera é o reservatório que contém a menor quantidade de água, mas que se renova em média a cada dez dias, finalizando o ciclo da água. A distribuição das chuvas sobre o planeta ocorre de maneira bem diferenciada. Assim, há regiões nas quais os índices de precipitação são altos e nas quais se formam densas florestas. Nas regiões em que esse índice é muito baixo, formam-se desertos. Isso faz com que tenhamos uma diversidade muito grande de ambientes em nosso planeta Terra. Pelos dados apresentados no esquema acima, calcule, aproximadamente, a quantidade de água doce existente na Terra, em litros. Desse total, qual seria a quantidade disponível em rios, lagos e em reservatórios subterrâneos? Finalmente, desse último total, que quantidade você estima ser de água potável? Pense Diante dessa quantidade de água doce, ou melhor dizendo água potável, será que estamos fazendo uso adequado desse precioso bem natural? Pense No polígono da seca, no Nordeste brasileiro, o nível médio de precipitação fica na faixa entre 600 e 800 milíme- tros de chuva por ano. Embora não seja um nível tão baixo, os moradores da região sofrem muito com a seca por- que as chuvas se concentram em poucos dias dos meses do ano. Se imaginarmos que toda a água do planeta está contida em uma caixa-d’água de 1 000 L, esse volume de água estaria distribuído nas proporções indicadas no es- quema acima, ou seja, o vo- lume de toda a água dos rios Não há como medir a quantidade de água disponível na Terra. Por isso, estudiosos do assunto apresentam diferentes estimativas. Segundo uma delas, uma pequena parte da água está na atmosfera na forma de vapor. Da água restante, cer- ca de 97,5% está nos mares e oceanos – imprópria para consumo por causa dos sais nela dissolvidos. Dos 2,5% restantes, a maior parte (1,7%) está na forma de gelo nos polos e em geleiras – pouco disponível para consumo humano –, restando menos de um por cento que apresenta grau de salinidade baixo, sendo por isso denominada água doce. Dessa peque- na fração de água doce disponível, menos de 0,01% está nos rios e lagos e 0,75% está no subsolo (veja quadro abaixo). Pa ul o Ce sa r P er ei ra C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 65 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Se as nuvens se formam em altas altitudes, a tem- peratura pode ser tão baixa que toda a água existente nela permane- cerá no estado sólido sob a forma de cristais de gelo. A cúmulos-nimbus, co- mo mostra a foto, é um exemplo dessas nuvens. A cada 10 anos, geralmente, apenas quatro apresentam boa distribuição de chuvas no tempo e no espaço. Além disso, em algumas regiões, o solo cristalino não permite a absorção da água, causando um extenso problema da es- cassez de água no Agreste árido. A água na atmosfera Você conhece pessoas que conseguem olhar para o céu e prever, com grande chance de acertar, se vai chover ou não? Algumas pessoas fazem tais previsões observando as nuvens. Um tipo comum e característico de nuvens são as denominadas cúmulos-nimbos, carregadas por cristais de gelo e fortemente associadas a chuvas fortes. Existem diferentes tipos de nuvens, mas nem todos promovem chu- vas! Tudo depende de fatores como: tamanho da gotícula, pressão at- mosférica, temperatura, correntes de ar, tamanho das nuvens, ventos etc. Os fatores que levam à formação das gotículas de nuvens são basicamente dois: vapor de água e núcleos de condensação de nuvens. Esses núcleos são partículas microscópicas que possuem propriedades de condensar água em sua superfície, formando gotí- culas microscópicas. Entre o instante em que a gota é formada até a sua chegada ao chão, em forma de chuva, muita coisa acontece! As nuvens não têm muito tempo para crescer. As mais altas, conhecidas como nuvens rasas, chegam a altura máxima de 4 ou 5 mil metros. Quando passam de 6 a 7 mil metros de altura, as gotas começam a congelar, por causa das temperaturas muito baixas, forman- do cristais de gelo. Nesses casos, são conhecidas como nuvens profundas. Geralmente, as chuvas originadas dessas nuvens são acompanhadas de relâmpagos e trovões. No verão, chuvas de granizo são muito comuns em regiões tropicais. Isso ocorre por- que os cristais de gelo existentes nas nuvens precipitam-se, numa intensidade que não permite a completa fusão antes que cheguem ao solo. Felizmente, na maioria das vezes, os blocos de gelo se fundem ou se desintegram em pedrinhas pequenas. Quando isso não acontece, ocorrem as chuvas de granizo que podem causar estragos enormes. Águas subterrâneas No subsolo, encontra-se uma das mais preciosas fontes de água potável, resultado de processos de filtração na- tural da chuva que cai nos solos. Essa água concentra-se em duas diferentes regiões. A primeira região é a subsatu- rada. Nela, água e ar se encontram entre rochas que constituem o subsolo. Na segunda região, chamada saturada, todos os espaços ou poros das rochas estão preenchidos pela água. Essas duas zonas são separadas pela região de- nominada lençol subterrâneo de água ou lençol aquífero. A água subterrânea, que normalmente utilizamos, fica retida em lençóis-d’água que podem ser classificados em: freáti- co e artesiano. Os lençóis freáticos são mais sensíveis a chuvas, podem secar ou encher, dependendo da estação das secas ou das grandes precipitações, e podem ser facilmente contaminados. Já os lençóis artesianos, resultantes de milhares de anos de infiltrações de água no subsolo, por serem mais profundos, quase não variam em função das secas ou das chuvas. Nesses lençóis, a água fica retida em rochas, sob pressão, e pode emergir à superfície quando as rochas são perfuradas. A distribuição de água é res- ponsável pela diversidade de vegetação existente. Nas fo- tos, uma demonstração da di- versidade encontrada em nosso país. A foto direita mostra pai- sagem de caatinga, em Canu- dos (BA), e a esquerda mostra uma vista da Floresta Ama- zônica, em Manaus (AM). Fa bi o Co lo m bi ni Fa bi o Co lo m bi ni He ly D em ut ti A cada 10 anos, geralmente, apenas quatro apresentam boa distribuição de chuvas no tempo e no espaço. Além disso, em algumas regiões, o solo cristalino não permite a absorção da água, causando um extenso problema da es- cassez de água no Agreste árido. A água na atmosfera Você conhece pessoas que conseguem olhar para o céu e prever, com grande chance de acertar, se vai chover ou não? Algumas pessoas fazem tais previsões observando as nuvens. Um tipo comum e característico de nuvens são as denominadas cúmulos-nimbos, carregadas por cristais de gelo e fortemente associadas a chuvas fortes. Existem diferentes tipos de nuvens, mas nem todos promovem chu- vas! Tudo depende de fatores como: tamanho da gotícula, pressão at- A distribuição de água é res- ponsável pela diversidade de vegetação existente. Nas fo- tos, uma demonstração da di- versidade encontrada em nosso país. A foto direita mostra pai- sagem de caatinga, em Canu- dos (BA), e a esquerda mostra uma vista da Floresta Ama- zônica, em Manaus (AM). He ly D em ut ti 66 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O maior lençol freático do mundo (em laranja) está localizado no Brasil, abrangendo o subsolo de áreas dos estados de SP, MS, MT, GO, MG, PR, SC e RS, além de parte da Argentina, Uruguai e Paraguai. A perfuração desordenada de poços artesianos pode comprometê-lo. A fonte de recarga natural para a maioria dos aquíferos é a precipitação (chuva) que se infiltra em regiões denominadas áreas de carga e reabastece o aquífero. Essa água fica retida nos aquíferos, em espaços existentes entre as partículas do solo e em diferentes níveis de profundidade, e abastece rios e poços artesianos. A água subterrânea é muito valiosa por ser, geralmente, potável. No Brasil, é usada desde o início da colonização, principalmente em regiões de rochas cristalinas do Nordeste, em que há grandes áreas desprovidas de água na superfície. As águas subterrâneas representam cerca de um terço do volume total das águas continentais, sendo as princi- pais reservas de água doce. Elas alimentam rios e lagos sendo, por isso, responsáveis pelo suprimento de água doce. Na foto, destaque para técnicos do Compesa e Secretaria de Recursos Hídricos (CPRH), fiscalizando poço artesiano do Edifício Nossa Senhora do Loreto, em Boa Viagem, Recife. He lia S ch ep pa /JC Im ag em A M j S tu di o Distribuição de aquíferos área de recarga áreas de descarga nível freático camada de confinamento camada de confinamento aquífero confinado aquífero não confinado milênios milênios séculos séculos anos anos diasdias M ap s W or ld Fonte: Com base em FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2010. p. 126. Trópico de C apricórnio Equador OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO AM RR PA AP TO MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG GO DF MS SP PR SC RS RJ ES AC RO MT VENEZUELA EQUADOR PERU GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA (FRA) BOLÍVIA PARAGUAI ARGENTINA CHILE URUGUAI COLÔMBIA Aquífero Guarani 0 863 1726 km 1 cm – 863 km N S O L A fonte de recarga natural para a maioria dos aquíferos é a precipitação (chuva) que se infiltra em regiões denominadas áreas de carga e reabastece o aquífero. Essa água fica retida nos aquíferos, em espaços existentes entre as partículas do solo e em diferentes níveis A água subterrânea é muito valiosa por ser, geralmente, potável. No Brasil, é usada desde o início da colonização, principalmente em regiões de rochas cristalinas do Nordeste, em que há grandes áreas desprovidas de água na superfície. As águas subterrâneas representam cerca de um terço do volume total das águas continentais, sendo as princi- pais reservas de água doce. Elas alimentam rios e lagos sendo, por isso, responsáveis pelo suprimento de água doce. He lia S ch ep pa /JC Im ag em áreas de áreas de descarga nível freático camada de confinamento camada de confinamento aquífero confinado C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 67 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Ciclo da água e o consumo humano A preocupação atual com a água não é que ela acabe. Estima-se que sua quantidade é a mesma há mais de 2 bilhões de anos. O que vem diminuindo com o passar do tempo é a quantidade de água potável em condições ade- quadas para consumo humano. As atividades humanas têm afetado, sem dúvida, a disponibilidade de água potável. Um exemplo é a utilização de água de lençóis freáticos. O seu uso deve ser feito com cautela, pois o seu esgotamento afetará regiões vizinhas que tam- bém são abastecidas por ela. Diversos centros urba- nos dependem de águas subterrâneas, como a cidade de Natal (RN), e muitos deles têm sofrido escassez de água, por conta de sua exploração desordenada. No Nordeste, região constantemente castigada por longos períodos de seca, o uso de água subterrâ- nea está associado à qualidade de vida da população. Segundo levantamento de geólogos, o subsolo dessa região contém cerca de 20% das águas subterrâneas do Brasil e uma parte desta poderia ser retirada, de for- ma controlada, para amenizar os problemas das secas. Enquanto alguns municípios como Joinville (SC) estudam mecanismos para taxar a água extraída de poços artesianos, em outros poços jorram dia e noi- te incessantemente, desperdiçando grandes quanti- dades desse bem tão precioso. A necessidade de planejamento do uso dos recursos hídricos tem se tornado cada vez mais importante em decorrência do aumento do consumo de água por toda a população mundial, como se pode ver na tabela abaixo. A industrialização, o aumento populacional e a migração para os grandes centros contribuíram para o crescimento dessa demanda, o que também favoreceu para agravar situações problemáticas. A necessidade de aumento da produção de alimentos por causa do crescimento da população humana exigiu a uti- lização de irrigação do solo, para que a agricultura não dependesse exclusivamente das chuvas. Fonte: MACEDO, J. A. B. Águas & águas. Juiz de Fora: Ortofarma, 2000. CONSUMO HUMANO DE ÁGUA PER CAPITA AO LONGO DOS TEMPOS Período Consumo humano per capita 100 a.C. 12 L/dia Romano 20 L/dia Século XIX (cidades pequenas) 40 L/dia Século XIX (cidades grandes) 60 L/dia Século XX 800 L/dia Plantação sendo irrigada pe- lo método da aspersão. Na irrigação, a água não retor- na ao manancial de origem. He ly D em ut ti Atualmente, 34% da água doce consumida pelos seres humanos é destinada à agricultura irrigada. Projetos de ir- rigação mal planejados podem provocar impactos ambientais, causando problemas como: exaustão hídrica da região, contaminação das águas, erosão, salinização de regiões áridas e semiáridas e, indiretamente, surgimento de problemas de saúde pública. Além disso, parte da água utilizada para irrigação não retorna ao seu curso original, e a parte que retorna possui qualidade inferior. 1 kg de carne bovina 1 kg de frango 1 kg de arroz 1 kg de milho 1 kg de trigo 1 kg de açúcar co ns um o de á gu a (L ) 100 000 3 500 1910 1400 900 100 D el fi m M ar ti n s/ Pu ls ar Im ag en s Jo ão P ru d en te /P u ls ar Im ag en s M au ri ci o S im o n et ti /P u ls ar Im ag en s M ar co s B er g am as co /F o lh ap re ss D el fi m M ar ti n s/ Pu ls ar Im ag en s Jo sé L u is d a C o n ce iç ão /A E Consumo de água na produção de alimentos 68 900 L 100 L 1400 L 1910 L 3500 L 100000 L Ciclo da água e o consumo humano A preocupação atual com a água não é que ela acabe. Estima-se que sua quantidade é a mesma há mais de 2 bilhões de anos. O que vem diminuindo com o passar do tempo é a quantidade de água potável em condições ade- quadas para consumo humano. As atividades humanas têm afetado, sem dúvida, a disponibilidade de água potável. Fonte: MACEDO, J. A. B. Águas & águas. Juiz de Fora: Ortofarma, 2000.Águas & águas. Juiz de Fora: Ortofarma, 2000.Águas & águas CONSUMO HUMANO DE ÁGUA PER CAPITA AO LONGO DOS TEMPOS Período Consumo humano per capita 100 a.C. 12 L/dia Romano 20 L/dia Século XIX (cidades pequenas) 40 L/dia Século XIX (cidades grandes) 60 L/dia Século XX 800 L/dia He ly D em ut ti TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS 1 L de gasolina 1 kg de papel 1 kg de alumínio co ns um o de á gu a (L ) D el fi m M ar ti n s/ Pu ls ar Im ag en s R en at o S p en ce r/ JC Im ag em J. F . D io ri o /A E Consumo de água na produção industrial Nas indústrias, a situação não é muito diferente. A produção de bens de consumo utiliza muita água, como exemplifica o in- fográfico acima. Além de ser uma das atividades que mais po- luem a água, a indústria consome grande quantidade de água. Em países altamente industrializados, o consumo do setor in- dustrial chega a ser superior a 80% do total da água consu- mida, enquanto a quantidade de água gasta no uso domés- tico e municipal não passa de 10%. Outra fonte de preocupação em relação ao uso e à con- servação da água doce são as usinas hidrelétricas, pois exigem represamento de água para a formação de grandes lagos ar- tificiais. Essas represas causam alagamento de ecossistemas, perda de grande volume de água por evaporação e inundação de grandes extensões de terra, que geram sérios problemas ambientais, como o risco de extinção de espécies de animais e plantas, a alteração do clima da região e outros impactos. Esses alagamentos podem causar ainda problemas sociocultu- rais, como o deslocamento de populações vizinhas, a destrui- ção de belezas naturais, a inundação de sítios arqueológicos. Vivemos hoje uma crise em nosso padrão de civilização, é evidente que nosso modo de viver é insustentável, sendo incompatível aos recursos de que o planeta dispõe. É indis- pensável que encontremos padrões de consumo que não des- perdicem os recursos. A água certamente é um recurso-chave nessa missão e deve estar no centro das atenções. Certamente, hoje dependemos da água para produzir bens de consumo que possam nos trazer melhor qualidade de vida, gerar empregos, impostos etc. Todavia, a atividade industrial não pode ser realizada sem os cuidados necessários com o ambiente, pois colocam em risco as nossas vidas e as das futuras gerações. A escassez de água é agravada pela crescente poluição de mananciais, levando à transmissão de doenças, como hepatite A, cólera e disenteria. Na América Central, a água contami- nada tornou-se a segunda maior causa de mortalidade entre crianças de até 1 ano. No mundo, morrem cerca de seis mil crianças por ano em decorrência do mau uso da água. 100 000 250 10 Indústrias normalmente lançam seus dejetos nas águas dos rios, infelizmente este controle não é adequado e causa perigosa contaminação das águas por processos industriais. Ca et an o Ba rr ei ra /O lh ar Im ag em A barragem de Sobradinho, com vazão de 2 000 m3/s, alagou 4214 km2 de sertão e causou tanta preocupação que até foi tema de música (Sobradinho, de Sá e Guarabira). D el fim M ar tin s/ Pu ls ar Im ag en s 10 L 250 L 100 000 L 1 kg de papel 1 kg de alumínio D el fi m M ar ti n s/ Pu ls ar Im ag en s J. F . D io ri o /A E Nas indústrias, a situação não é muito diferente. A produção de bens de consumo utiliza muita água, como exemplifica o in- fográfico acima. Além de ser uma das atividades que mais po- luem a água, a indústria consome grande quantidade de água. Em países altamente industrializados, o consumo do setor in- dustrial chega a ser superior a 80% do total da água consu- mida, enquanto a quantidade de água gasta no uso domés- Ca et an o Ba rr ei ra /O lh ar Im ag em 250 L250 L250 L 100 000 L100 000 L100 000 L C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 69 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1 SOLUÇÕES, COLOIDES E AGREGADOS N o primeiro volume, você aprendeu sobre a constituição das substâncias que são for-madas por átomos isolados, como os gases nobres, ou pela combinação de átomos por meio de ligações químicas (iônica, covalente ou metálica). A constituição das subs- tâncias é expressa por fórmulas químicas que apresentam a proporção entre os átomos constituintes das substâncias ou até mesmo a sua disposição, como indicam as fórmulas estruturais e as representações das formas geométricas das moléculas. Ocorre que dificilmente as substâncias são encontradas de forma isolada. Elas sempre estão disseminadas entre outras substâncias, pois elas são formadas por constituintes (áto- mos, moléculas ou íons) que são extremamente pequenos e facilmente interagem com constituintes de outras substâncias. Chamamos de materiais quando a matéria é constituída por mais de uma substância. Muitos materiais têm um grau de pureza elevado, em que predomina um tipo de substância que se apresenta em maior quantidade do que as demais, sendo nesse caso chamadas impurezas. Debata e entenda 1. Identifique no texto todos os fatores que têm contribuído para a escassez de água no planeta. 2. O Brasil foi pioneiro no aproveitamento das fontes hidrelétricas, na América do Sul e no mundo, graças ao impe- rador D. Pedro II, que se interessava por invenções e descobertas científicas. Descreva vantagens e desvantagens das usinas hidrelétricas para o Brasil. 3. Quais são as atividades humanas que mais consomem água e o que pode ser feito para diminuir o consumo nes- sas atividades? 4. Por que há, no consumo diário de água, uma diferença grande entre os habitantes dos Estados Unidos e os de alguns países africanos? 5. Quais são os principais fatores que geram uma distribuição diferenciada no consumo per capita de água no globo terrestre? 6. Por que a água dos oceanos e mares é salgada, já que eles são abastecidos por águas das chuvas e rios, que são de águas doces? 7. As águas doces também possuem sais em sua composição? Justifique. 8. Com base na leitura do texto, explique por que a quantidade total de água no planeta tem sido a mesma há bi- lhões de anos. 9. Em sua opinião, por que existe pouca água potável em relação ao total de água da Terra? 10. Pesquise exemplos de processos alternativos que permitem explorar as águas que não são potáveis, como a água dos mares e das geleiras, e delas obter água potável. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. A água é um material ou uma substância?A água é um material ou uma substância? Pense Para entender melhor a composição desse líquido formador de recursos hídricos, estudaremos, nesta Unidade, as propriedades químicas da água. Isso nos ajudará a compreender a importância desse líquido para a vida no planeta e a desenvolver atitudes e valores favoráveis à preservação do meio ambiente para a nossa geração e para as futuras. DDDDDebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entenda 1. 1. Identifique no texto todos os fatores que têm contribuído para a escassez de água no planeta. 2. 2. O Brasil foi pioneiro no aproveitamento das fontes hidrelétricas, na América do Sul e no mundo, graças ao impe- rador D. Pedro II, que se interessava por invenções e descobertas científicas. Descreva vantagens e desvantagens das usinas hidrelétricas para o Brasil. 3. 3. Quais são as atividades humanas que mais consomem água e o que pode ser feito para diminuir o consumo nes- sas atividades? 4. 4. Por que há, no consumo diário de água, uma diferença grande entre os habitantes dos Estados Unidos e os de alguns países africanos? 5. 5. Quais são os principais fatores que geram uma distribuição diferenciada no consumo 6. 6. Por que a água dos oceanos e mares é salgada, já que eles são abastecidos por águas das chuvas e rios, que são de águas doces? 7. 7. As águas doces também possuem sais em sua composição? Justifique. 8. 8. Com base na leitura do texto, explique por que a quantidade total de água no planeta tem sido a mesma há bi- Para entender melhor a composição desse líquido formador de recursos hídricos, estudaremos, nesta Unidade, as propriedades químicas da água. Isso nos ajudará a compreender a importância desse líquido para a vida no planeta e a desenvolver atitudes e valores favoráveis à preservação do meio ambiente para a nossa geração e para as futuras. 70 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Todos estes produtos apre- sentam substâncias dis- persas em outras. Fo to s: H el y D em ut ti Os produtos saneantes domissanitários são aqueles que usamos diariamente na higienização, desinfecção ou desinfestação doméstica. De modo geral, são conhecidos pela marca ou nome fantasia, mas comercialmente são chamados pelos mais diversos nomes: lustra-móveis, limpa-pisos, limpa-vidros etc. Eles ajudam a melhorar a aparência do ambiente doméstico e dos locais de trabalho. Como você pode ver na imagem ao lado, os produtos químicos que usamos dia- riamente são constituídos por diversas substâncias. São elas as responsáveis por certas propriedades químicas e físicas – como cor, textura, cheiro, estabilidade, sabor etc. –, que conferem aos produtos sua forma de apresentação: solução, emulsão, gel, creme, aerossol, loção e suspensão. Podemos nos referir à água como um material que contém diversas substâncias dis- solvidas, mas também podemos nos referir à substância água, cuja fórmula química é H2O. Quando nos referimos ao material água, geralmente vinculamos a ele algum adjeti- vo: água de torneira, água da chuva, água mineral, águas subterrâneas, água do mar etc. As propriedades dos materiais dependem da quantidade das substâncias que as com- põem, daí a razão pela qual precisamos conhecer as relações quantitativas das substâncias nos materiais, ou seja, a sua concentração ou composição. Antes, porém, vejamos como os químicos classificam os materiais conforme a sua aparência. Vamos começar esse estudo pelos materiais saneantes domissanitários que você conhece no seu cotidiano. Entre os vários materiais existentes estão os produtos saneantes domissanitários. Você sabe o que são produtos saneantes domissanitários?Você sabe o que são produtos saneantes domissanitários? Pense Quanto à aparência, podemos classificá-los em: Material homogêneo é um tipo de material que apresenta aspecto uniforme em toda a sua extensão. Material heterogêneo é um tipo de ma- terial que não apresenta aspecto uniforme. A percepção da uniformidade dos materiais dependerá do instrumento óptico a ser uti- lizado. Assim, um material homogêneo a olho nu pode ser considerado heterogêneo se for observado, por exemplo, em um microscópio. A uniformidade está relacionada à distri- buição homogênea dos constituintes das diversas substâncias que o compõem. Essa distri- buição, também conhecida como dispersão, ocorre de forma em que os constituintes de uma substância se dispersam entre os constituintes de outra substância, ou um material se dispersa em outro material. Conforme o tamanho das partículas da substância ou do mate- rial que está disperso, a sua aparência poderá apresentar-se homogênea ou heterogênea. A verificação de que em um material existem partículas de tamanhos diminutos dis- persas pode ser feita por meio da observação de um fenômeno luminoso que é demons- trado no experimento da próxima página. É possível perceber o trajeto da luz em um meio quando existem partículas que dis- persam os raios luminosos. É o que conseguimos notar quando o feixe de luz atravessa o recipiente contendo água e xampu. Esse fenômeno, também percebido quando a luz dos faróis atravessa as gotículas de água da neblina, é chamado efeito Tyndall. Esse efeito Como você classificaria esses materiais quanto à aparência, natureza e proporção de substâncias em sua composição? Pense Todos estes produtos apre- sentam substâncias dis- persas em outras. Fo to s: H el y D em ut ti Os produtos saneantes domissanitários são aqueles que usamos diariamente na higienização, desinfecção ou desinfestação doméstica. De modo geral, são conhecidos pela marca ou nome fantasia, mas comercialmente são chamados pelos mais diversos nomes: lustra-móveis, limpa-pisos, limpa-vidros etc. Eles ajudam a melhorar a aparência Como você pode ver na imagem ao lado, os produtos químicos que usamos dia- Podemos nos referir à água como um material que contém diversas substâncias dis- solvidas, mas também podemos nos referir à substância água, cuja fórmula química é O. Quando nos referimos ao material água, geralmente vinculamos a ele algum adjeti- vo: água de torneira, água da chuva, água mineral, águas subterrâneas, água do mar etc. As propriedades dos materiais dependem da quantidade das substâncias que as com- põem, daí a razão pela qual precisamos conhecer as relações quantitativas das substâncias nos materiais, ou seja, a sua concentração ou composição. Antes, porém, vejamos como os químicos classificam os materiais conforme a sua aparência. Vamos começar esse estudo pelos materiais saneantes domissanitários que você conhece no seu cotidiano. Entre os vários materiais existentes estão os produtos saneantes domissanitários. Você sabe o que são produtos saneantes domissanitários? C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 71 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! nm = nanômetro (1 nm = 10–9 m) CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAL QUANTO AO TAMANHO DAS PARTÍCULAS QUE ESTÃO DISPERSAS Material Tamanho da partícula Solução Menor que 1 nm Coloide De 1 a 1 000 nm Agregado Maior que 1 000 nm Química na escola O que acontece com a luz ao atravessar diferentes materiais? Para observar o tamanho das partículas dispersas em um material, você poderá realizar este experimento no laboratório ou em sua casa, podendo ser desenvolvido também de forma demonstrativa pelo seu professor na própria sala de aula. Material • 5 béqueres (ou copos transparentes) • 4 colheres (de café) • xampu • cloreto de sódio (NaCl – sal de cozinha) • areia • álcool • água destilada (ou filtrada) • apontador a laser (pode ser substituído por uma lanter- na pequena, desde que o ambiente esteja devidamente escurecido) Procedimento 1. Adicione água destilada até 1 ⁄3 do volume de cada béquer. 2. Ao segundo béquer, adicione uma colher de álcool. Agite bem. 3. Ao terceiro béquer, adicione uma colher de cloreto de sódio. Agite bem. 4. Ao quarto béquer, adicione uma colher de xampu. Agite bem. 5. Ao quinto béquer, adicione uma colher de areia. Agite bem. 6. Deixe em repouso por cerca de 10 minutos. 7. Observe os béqueres com as misturas, comparando-os com o primeiro, que contém apenas água. 8. Incida sobre cada béquer (na sequência de 1 a 5) o feixe de luz do aponta- dor a laser. Observe o líquido perpendicularmente. Cuidado: não direcio- ne a luz do apontador para o rosto das pessoas porque ela pode causar danos aos olhos. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. Posicione o apontador a laser em relação ao recipiente com o líquido e observe o comporta- mento do feixe de luz ao atravessar o material. não ocorre com a água pura nem quando nela existem par- tículas pequenas, como íons e moléculas. Também podemos observar o efeito Tyndall quando a luz solar entra por frestas ou buracos da janela de um quarto escuro. Nesse caso, con- seguimos ver, em virtude do reflexo da luz, as pequenas par- tículas de poeira dispersas no ar. Considerando o tamanho das partículas que estão disper- sas em um material, ele poderá ser classificado como solução, coloide ou agregado, conforme o quadro abaixo. “Sob neblina, use luz baixa”. Essa recomendação na sinalização de estradas é necessária porque a neblina é um sistema coloidal e, por isso, sujeito ao efeito Tyndall. Se for utilizado farol alto, o feixe de luz irá se dispersar na frente do veículo, atrapalhando a visibilidade do motorista. He ly D em ut ti He ly D em ut ti nm = nanômetro (1 nm = 10 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAL QUANTO AO TAMANHO não ocorre com a água pura nem quando nela existem par- tículas pequenas, como íons e moléculas. Também podemos observar o efeito Tyndall quando a luz solar entra por frestas ou buracos da janela de um quarto escuro. Nesse caso, con- seguimos ver, em virtude do reflexo da luz, as pequenas par- tículas de poeira dispersas no ar. Considerando o tamanho das partículas que estão disper- sas em um material, ele poderá ser classificado como solução, coloide ou agregado, conforme o quadro abaixo. “Sob neblina, use luz baixa”. Essa recomendação na sinalização de estradas é necessária porque a neblina é um sistema coloidal e, por isso, sujeito ao efeito Tyndall. Se for utilizado farol alto, o feixe de luz irá se dispersar na frente do veículo, atrapalhando a visibilidade do motorista. He ly D em ut ti 72 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! V Vídeo Destino dos resíduos 1. Decante a areia e jogue-a no lixo e não na pia. 2. As demais soluções podem ser descartadas na pia. Análise de dados 1. Qual substância você colocou em maior e em menor quantidade em cada béquer? 2. Observando a olho nu os materiais, o que é possível constatar ao incidir o feixe de luz em cada béquer? 3. Proponha uma explicação para as diferenças observadas a partir da passagem da luz nos diferentes materiais. A palavra solução pode significar a superação de uma dificuldade, conclusão de um assunto, resultado de um problema. Em Química, você ouve muito essa palavra, mas ge- ralmente com outro significado: solução é um tipo de material homogêneo. Em uma solução, existe sempre pelo menos uma substância dispersa (dissolvida) em outra. A substância que está dispersa é chamada soluto. A que dispersa, ou seja, que dissolve as outras, é denominada solvente. O solvente é a substância que se apresenta em maior proporção no material. A maioria das soluções de interesse no estudo da Química tem como solvente a água. Em geral, os solutos são substâncias iônicas, mas podem ser também substâncias mole- culares polares. Veja as ilustrações abaixo. Em uma solução aquosa em que o soluto é constituído por substâncias iônicas, como no caso do cloreto de sódio, os íons do soluto se distribuem entre as moléculas de água. Observe que, na solução, o soluto está disperso no solvente, mas a aparência visual é homogênea, mesmo quando se usa microscópio. Em uma solução aquosa em que o soluto é constituído por moléculas, como no caso da sacarose, as moléculas do soluto se distribuem entre as moléculas de água. Observe que, na solu- ção, o soluto está disperso no solvente, mas a aparência visual é homogênea, mesmo quando se usa microscópio. H2O Sacarose J. Yu ji J. Yu ji H2O Na Cl Nas soluções, as minúsculas partículas do soluto estão uniformemente distribuídas no solvente. Nesse sentido, em tais materiais não é possível observar as partículas do soluto, mesmo com o auxílio de microscópios. Ocorre, porém, que – nas soluções – um aumento da proporção do soluto levará à precipitação dele no recipiente, formando um material heterogêneo. Destino dos resíduos Qual substância você colocou em maior e em menor quantidade em cada béquer? Observando a olho nu os materiais, o que é possível constatar ao incidir o feixe de luz em cada béquer? Proponha uma explicação para as diferenças observadas a partir da passagem da luz nos diferentes materiais. pode significar a superação de uma dificuldade, conclusão de um assunto, resultado de um problema. Em Química, você ouve muito essa palavra, mas ge- ralmente com outro significado: solução é um tipo de material homogêneo. Em uma solução, existe sempre pelo menos uma substância dispersa (dissolvida) em soluto. A que dispersa, ou seja, que . O solvente é a substância que se apresenta A maioria das soluções de interesse no estudo da Química tem como solvente a água. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 73 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Do ponto de vista da Química, só denominamos ma- teriais como misturas quando, em qualquer proporção que estejam as suas substâncias, elas permanecem com aparência homogênea. Em qualquer proporção que misturemos os gases da atmosfera, esta continua- rá homogênea. Em qualquer proporção que se misture água e álcool, esse material permanecerá homogêneo. Em uma solução, a adição de soluto, numa quantidade maior do que o solvente consegue dissolver, resultará na precipitação no fundo do recipiente do soluto em excesso, formando um material heterogêneo. Misturas podem ser diferenciadas de soluções pelo fato de que, nas primeiras, as substâncias formam um material homogê- neo em quaisquer proporções. Assim, o ar é considerado uma mis- tura gasosa, e não uma solução. Da mesma forma, água e álcool formam misturas. Por sua vez, água e cloreto de sódio formam soluções, pois, dependendo da quantidade de sal, se precipita. Solução é um tipo de material homogêneo, cuja uniformidade é constatada apenas em determinadas proporções de suas substâncias constituintes. Mistura é um tipo de material homogêneo, cuja uniformidade é constatada em qualquer proporção das suas substâncias constituintes. A olho nu, muitos materiais são classificados como homogê- neos. Mas, quando eles são observados em um potente micros- cópio, é possível enxergar as partículas dispersas. Assim são os coloides. Tanto o meio de dispersão quanto a fase dispersa po- dem ser sólidos, líquidos ou gasosos. O termo coloide vem do grego kólla e eîdos e foi introduzi- do, em 1861, pelo químico escocês Thomas Graham [1805-1869], para indicar características intermediárias entre os materiais homo- gêneos e os heterogêneos. Como exemplo de coloides, podemos citar: He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti solução aquosa saturada com sal precipitado • tintas (pigmentos e solvente); • maionese (azeite, vinagre, gema de ovo); • xampus (surfactantes e aditivos); • cremes de beleza (água, óleos e aditivos); • gelatinas (colágeno e água); • chantili (ar e creme de leite); • neblina (água e ar); • fumaça (materiais particulados e ar); • gomas (resina ou amido e água); • sorvetes (gordura, aromatizantes e água); • desodorantes spray (álcool, antitranspirante, gás prope- lente etc.); • leite (gorduras e água); • queijos (proteínas e água); • sangue (glóbulos, plaquetas e plasma sanguíneo). Coloide é um tipo de material heterogêneo, cuja multiformidade é constatada apenas por meio de instrumentos de alta resolução. A maioria das tintas é coloide constituído por pigmentos dispersos em solventes. He ly D em ut ti Em uma solução, a adição de soluto, numa quantidade maior do que o solvente consegue dissolver, resultará na precipitação no fundo do recipiente do soluto em excesso, formando um material heterogêneo. Misturas que, nas primeiras, as substâncias formam um material homogê- neo em quaisquer proporções. Assim, o ar é considerado uma mis- tura gasosa, e não uma solução. Da mesma forma, água e álcool formam misturas. Por sua vez, água e cloreto de sódio formam soluções, pois, dependendo da quantidade de sal, se precipita. Solução uniformidade é constatada apenas em determinadas proporções de suas substâncias constituintes. Mistura uniformidade é constatada em qualquer proporção das suas substâncias constituintes. A olho nu, muitos materiais são classificados como homogê- neos. Mas, quando eles são observados em um potente micros- cópio, é possível enxergar as partículas dispersas. Assim são os He ly D em ut ti He ly D em ut ti solução aquosa saturada com sal precipitado 74 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Uma das propriedades dos coloides é provocar o efeito Tyndall, conforme verificamos no experimento anterior. O xampu adicionado à água naquele expe- rimento formou pequenas micelas, que são partícu- las coloidais, as quais provocaram a dispersão da luz. Podemos dizer, portanto, que o coloide é constituí- do por partículas muito pequenas para serem vistas a olho nu, mas grandes o bastante para dispersar a luz. Quimicamente, as partículas coloidais possuem tama- nho entre 1 e 1000 nanômetros (nm). Alguns coloides recebem denominações específicas, cujos termos são encontrados em muitos produtos quí- micos de uso doméstico. Essas denominações são de- rivadas da classificação dos coloides de acordo com as fases dispersas e de dispersão. A tabela a seguir apre- senta exemplos de coloides usados em nosso dia a dia com a sua respectiva classificação. As emulsões são constituídas por materiais imiscí- veis como óleo e água. Para que as fases não se sepa- rem, são usados agentes emulsificantes, os quais são constituídos por moléculas com uma extremidade polar e outra apolar. O leite e vários de seus derivados são exemplos de coloides. Apesar de terem uma aparência homogênea, apresentam partículas que po- dem ser visualizadas em um microscópio. He ly D em ut ti CLASSIFICAÇÃO DOS COLOIDES DE ACORDO COM A FASE DISPERSA E O MEIO DE DISPERSÃO* Coloide Fase dispersa Meio de dispersão Exemplos aerossol líquido líquido gás neblina, desodorante aerossol sólido sólido gás fumaça, poeira espuma gás líquido espuma de sabão e de combate a incêndios espuma sólida gás sólido isopor, poliuretano Fo to s: H el y D em ut ti O leite e vários de seus derivados são exemplos de coloides. Apesar de terem uma aparência homogênea, apresentam partículas que po- dem ser visualizadas em um microscópio. He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 75 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Imagem colorida de uma amostra de leite produzi- da utilizando-se um mi- croscópico com aumento de 300 vezes. Hely Dem utti CLASSIFICAÇÃO DOS COLOIDES DE ACORDO COM A FASE DISPERSA E O MEIO DE DISPERSÃO* Coloide Fase dispersa Meio de dispersão Exemplos emulsão líquido líquido leite, maionese, manteiga emulsão sólida líquido sólido margarina, opala, pérola sol sólido líquido tinta, creme dental sol sólido sólido sólido vidro e plástico pigmentado * Extraído da revista Química Nova na Escola, n. 9, p. 10, maio 1999. O gel é um tipo de coloide em que o meio de dispersão é sólido e a fase dispersa é um líquido. Além disso, ele apresenta uma carac- terística especial: possui propriedades macroscópicas (elasticidade e manutenção da forma) parecidas com as dos sólidos. Exemplos típicos são a gelatina (sobremesa) e os géis usados nos cabelos. O álcool que compramos no supermercado é uma mistura de álcool etílico (etanol), água e aditivos que lhe conferem sabor desagradável. O álcool comercial é um produto muito útil, sen- do utilizado como combustível, desinfetante e desengordurante. Porém, ele é extremamente perigoso. Muito inflamável, o álcool é responsável, no Brasil, por cerca de 150 000 queimaduras por ano, sendo que quase um terço delas ocorre com crianças até 12 anos. Ele também está associado a um grande número de intoxi- cações causadas por sua ingestão. Para evitar esses problemas domésticos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) baixou uma resolução decre- tando que o álcool etílico para consumo doméstico deverá ser vendido na forma de gel. Esse gel é obtido pela adição de pro- pilenoglicol (C3H8O2), que lhe confere alta viscosidade e diminui a sua volatilidade, reduzindo o risco e a intensidade das queima- duras. Também neste caso são adicionadas substâncias que lhe conferem um sabor amargo. O creme é uma emulsão de água em óleo. Na com- posição dos cremes e das loções são encontrados tam- bém agentes emulsificantes, substâncias que mantêm a emulsão estável. Se não fossem os emulsificantes, o óleo e a água se separariam, descaracterizando o produto. He ly D em ut ti Hely Demutti O etanol é comercializado na forma de gel para dimi- nuir o risco de acidentes. O etanol é comercializado na forma de gel para dimi- nuir o risco de acidentes. Fo to s: H el y D em ut ti CLASSIFICAÇÃO DOS COLOIDES DE ACORDO COM A FASE DISPERSA E O MEIO DE DISPERSÃO* Coloide Fase dispersa Meio de dispersão emulsão líquido líquido leite, maionese, manteiga emulsão sólida líquido sólido margarina, opala, pérola sol sólido líquido tinta, creme dental 76 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Quando aquecido em água, o pó de gela- tina forma um coloide denominado sol. Depois de resfriado na geladeira, forma um coloide denominado gel. O rubi é um exemplo de co- loide sol sólido, em que a fase dispersa é o óxido crô- mico (Cr2O3), que está dis- perso em óxido de alumínio (Al2O3). O chamado vidro ru- bi (vermelho) é constituído de ouro disperso no vidro. He ly De mu tti He ly D em ut ti He ly D em ut ti Atualmente, os géis têm encontrado aplicação em uma enorme variedade de produ- tos, entre as quais citamos os solados de tênis com objetivo de diminuir impactos que ocorrem em esportes, formulações de cloro gel, destinadas à limpeza de pisos e roupas, e rodas em gel, substituindo a borracha. Um coloide oposto ao gel é o sol. No sol, o meio de dispersão é um líquido e a fase dispersa é um sólido, e a mistura tem a aparência de um material líquido. Quando o pó de gelatina é aquecido em água forma um sol. Os materiais heterogêneos podem se apresentar de duas formas: como agregados ou como coloides. Enquanto os coloides são materiais heterogêneos identificáveis apenas por meio de instrumentos ópticos de maior precisão, a heterogeneidade dos agregados pode ser constatada a olho nu. Neles, as partículas que formam o material são maiores do que nos coloides e podem ser separadas por filtração, dependendo da interação entre as partículas. Agregado é um tipo de material heterogêneo, cuja multiformidade é constatada por meio de instrumentos de baixa resolução. Agregados com sólidos dispersos em líquidos ou gases são chamados de suspensão. Neles, a fase sólida tende a se- dimentar quando o sistema fica em repouso. Antibióticos são exemplos de suspensão. Sol Gel O granito é um material heterogê- neo, no qual se percebe claramente a existência de partículas que estão disseminadas na rocha. A preparação de muitos antibióticos é um exemplo típico de suspensão. Antes de tomar medicamentos na forma de suspen- são, não se esqueça de agitá-los bem, pois nas suspensões o material particulado geralmente decanta no fundo do frasco. He ly D em ut ti He ly D em ut ti Agregados com sólidos dispersos em líquidos ou gases são chamados de dimentar quando o sistema fica em repouso. Antibióticos Hely Dem utti Exercícios 1. Como podemos identificar os diferentes componentes de uma mistura? 2. Em que consiste o efeito Tyndall e onde ele é mais evi- dente, num coloide ou numa suspensão? 3. O sol emite luz branca, deixando o aspecto de céu azul. No entanto, durante o pôr do sol, apenas os raios vermelhos e alaranjados conseguem atravessar a atmos- fera. O que a questão 2 e o pôr do sol têm em comum? 4. Qual é a diferença entre solução, coloide e agregado? 5. Identifique os materiais que normalmente utilizamos na nossa higiene pessoal e que podem ser classificados como homogêneos ou heterogêneos (coloides ou agregados). FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Quando aquecido em água, o pó de gela- tina forma um coloide denominado sol. Depois de resfriado na geladeira, forma um coloide denominado gel. O rubi é um exemplo de co- loide sol sólido, em que a fase dispersa é o óxido crô- mico (Cr2mico (Cr2mico (Cr O3), que está dis- perso em óxido de alumínio (Al2O3). O chamado vidro ru- bi (vermelho) é constituído de ouro disperso no vidro. Atualmente, os géis têm encontrado aplicação em uma enorme variedade de produ- tos, entre as quais citamos os solados de tênis com objetivo de diminuir impactos que ocorrem em esportes, formulações de cloro gel, destinadas à limpeza de pisos e roupas, . No sol, o meio de dispersão é um líquido e a fase dispersa é um sólido, e a mistura tem a aparência de um material líquido. Quando o pó He ly De mu tti Os materiais heterogêneos podem se apresentar de duas formas: como agregados ou C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 77 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 6. Nos itens a seguir, classifique os materiais em: solução, mistura gasosa, coloide ou agregado. a) O ar atmosférico (partículas sólidas da poeira, subs- tâncias gasosas). b) A fumaça dos grandes centros urbanos de clima frio (impurezas da fumaça; pó natural; neblina úmida, condensada). c) Loção de leite para limpeza de pele, em repouso. d) Suco de laranja natural (laranjas e água). e) Suco de laranja artificial (pó para suco e água). 7. Em uma solução, o que é denominado soluto e o que é solvente? 8. Em relação aos materiais coloidais, julgue os itens, mar- cando C para os corretos e E para os errados. 1) Gel é uma dispersão coloidal na qual o meio de dispersão é sólido, e o disperso é líquido. 2) Os coloides são facilmente perceptíveis a olho nu. 3) Sol é uma dispersão coloidal na qual o meio de dispersão e o disperso são líquidos. 4) O efeito Tyndall pode ser utilizado para identifica- ção de sistemas coloidais. 9. A gelatina, tanto dissolvida na água após o seu aqueci- mento como resfriada, e a maionese são consideradas coloides ou soluções? Qual é o meio de dispersão e o disperso em cada caso? 10. Produtos como o chantili e o sorvete são vendidos em potes de plástico ou, no caso do chantili, na forma de spray. E trazem, indicado na embalagem, o volume em vez da massa. Responda aos itens utilizando os seus conhecimentos. a) Como poderiam ser classificados esses dois mate- riais coloidais? b) Por que eles são vendidos em volume e não em massa? 11. Quando se coloca óleo no vinagre, obtém-se uma mistura heterogênea. No entanto, se misturarmos o óleo e o vinagre com as gemas de ovos, sob agitação constante, forma-se uma mistura de aspecto unifor- me: a maionese. a) Que tipo de material coloidal é a maionese? b) Explique por que o óleo se misturou com o vinagre ao serem adicionadas as gemas de ovos. 12. Julgue os itens abaixo, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) A característica que diferencia soluções verdadeiras de dispersões coloidais e de suspensões é a dimen- são das partículas. 2) Em uma emulsão, a fase dispersa e dispersante são respectivamente líquida e sólida. 3) O efeito Tyndall pode ser observado quando um feixe luminoso atravessa uma solução coloidal. 4) Os materiais heterogêneos podem se apresentar na forma de coloides ou como agregados. 5) As emulsões são constituídas por materiais miscíveis. 13. (Cesgranrio-RJ) Considere o quadro a seguir: Propriedade Dispersão A Dispersão B Dispersão C Natureza das moléculas átomos, íons ou pequenas moléculas macromoléculas ou grupos de moléculas partículas visíveis a olho nu Efeito da gravidade não sedimenta não sedimenta sedimenta rapidamente Uniformidade homogênea não tão homogênea heterogênea Separabilidade não pode ser separada por filtração pode ser separada somente por membranas especiais pode ser separada por papel de filtro Logo, podemos afirmar que: a) A = solução verdadeira; B = suspensão; C = solu- ção coloidal. b) A = suspensão; B = solução coloidal; C = solução verdadeira. c) A = solução coloidal; B = solução verdadeira; C = suspensão. d) A = solução coloidal; B = suspensão; C = solução verdadeira. e) A = solução verdadeira; B = solução coloidal; C = suspensão. 14. (Mack-SP) O efeito Tyndall é observado quando: a) um eletrólito é adicionado a uma solução coloidal. b) uma corrente elétrica atravessa uma solução ou dis- persão coloidal. c) um feixe luminoso atravessa uma solução coloidal. d) aquecemos um sol. e) aquecemos um gel. 15. (Esan-SP) Se o cloreto representado pela fórmula XCl possui massa molecular 74,5, espera-se que o fluoreto XF apresente massa molecular: Dados: F = 19; Cl = 35,5 a) 29,0. b) 37,5. c) 44,0. d) 58,0. e) 83,5. 6. 6. Nos itens a seguir, classifique os materiais em: solução, mistura gasosa, coloide ou agregado. a) O ar atmosférico (partículas sólidas da poeira, subs- tâncias gasosas). b) A fumaça dos grandes centros urbanos de clima frio (impurezas da fumaça; pó natural; neblina úmida, condensada). c) Loção de leite para limpeza de pele, em repouso. d) Suco de laranja natural (laranjas e água). e) Suco de laranja artificial (pó para suco e água). 7. 7. Em uma solução, o que é denominado soluto e o que é solvente? 8. 8. Em relação aos materiais coloidais, julgue os itens, mar- cando C para os corretos e E para os errados. 1) Gel é uma dispersão coloidal na qual o meio de dispersão é sólido, e o disperso é líquido. 2) Os coloides são facilmente perceptíveis a olho nu. 3) Sol é uma dispersão coloidal na qual o meio de dispersão e o disperso são líquidos. 4) O efeito Tyndall pode ser utilizado para identifica- ção de sistemas coloidais. 13. 13. Natureza das moléculas Efeito da gravidade Uniformidade Separabilidade 78 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 2 CONCENTRAÇÃO E SUAS UNIDADES As reações químicas conduzidas em laboratórios geralmente ocorrem em soluções aquosas. Dessa forma, um cálculo muito comum pelos químicos envolve rela- ções quantitativas de soluções. A expressão dessas relações quantitativas é denomina- da concentração. O termo concentração é polissêmico. Ele pode ser usado para se referir à prepara- ção de jogadores para uma partida de futebol, para a manifestação popular, para o grau de atenção de um estudante na prova etc. Em Química, ele assume significado se- melhante à ideia que se tem da indicação da existência de muito ou pouca substância em um material. Por exemplo, nos referimos a sucos concentrados como aqueles que possuem uma grande quantidade de extrato do suco por unidade de volume; os diluídos são aqueles que estão misturados com mais água. As garrafas de suco concentrado devem conter orientações sobre quantas partes de água devem ser acrescentadas para o preparo da bebida. É claro que essa é apenas uma recomendação do fabricante, que se baseia no gosto médio da população. Sempre há aquele que prefere o suco mais concentrado ou mais diluído, ou seja, misturado com mais ou menos água. Assim também surgiram as tradicionais expressões “café forte” ou “chá fraco”. A concentração pode ser percebi- da, nesses casos, pela cor do material ou pelo sabor. O que você entende por concentração? Pense Copos contendo o mesmo suco, todos com concen- trações diferentes. He ly D em ut ti A variação da quantidade de soluto dissolvido em uma solução altera as suas proprie- dades que podem ser perceptíveis pela cor ou sabor. Mas, em laboratórios de química, não é possível a identificação da variação dessa propriedade sem medidas adequadas. Para fazer seus cálculos, os químicos precisam saber com precisão a quantidade de cada substância presente nos materiais. Assim, em química, a concentração refere-se às rela- ções entre a quantidade de uma substância (usualmente denominada soluto) e o volume Qual dos copos apresenta uma maior concentração de suco? Por que variando a concentração de soluções coloridas há variação na sua cor? Pense CONCENTRAÇÃO E SUAS UNIDADES s reações químicas conduzidas em laboratórios geralmente ocorrem em soluções aquosas. Dessa forma, um cálculo muito comum pelos químicos envolve rela- ções quantitativas de soluções. A expressão dessas relações quantitativas é denomina- O termo concentração é polissêmico. Ele pode ser usado para se referir à prepara- ção de jogadores para uma partida de futebol, para a manifestação popular, para o grau de atenção de um estudante na prova etc. Em Química, ele assume significado se- melhante à ideia que se tem da indicação da existência de muito ou pouca substância Por exemplo, nos referimos a sucos concentrados como aqueles que possuem uma grande quantidade de extrato do suco por unidade de volume; os diluídos são aqueles que estão misturados com mais água. As garrafas de suco concentrado devem conter orientações sobre quantas partes de água devem ser acrescentadas para o preparo da C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 79 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! total do material (solução). A quantidade do soluto pode ser expressa em diferentes uni- dades. Dessa forma, obtemos diferentes tipos de concentração: • concentração em massa; • concentração em volume; • concentração em quantidade de matéria. A seguir, vamos estudar as duas formas mais comuns de expressar a concentração. Nessas expressões, utilizamos grandezas relativas ao soluto, ao solvente ou à solução. Para facilitar, adotaremos como convenção os seguintes índices nas grandezas: 1 para o soluto e 2 para o solvente. No caso de solução, não usaremos índice. Concentração em massa A maneira mais comum de se expressar a concentração de soluções é por meio da massa do soluto (m1) e pelo volume da solução (V). Como a massa é normalmente expressa em gramas e o volume, em litros, teremos como unidade de medida da con- centração g/L. Dependendo da situação, outras unidades podem ser adotadas, como mg/mL, g/100 mL, g/m3, mg/L etc. A concentração em massa de uma solução (Cm/V) expressa a relação entre massa do soluto (m1) e volume da solução (V). A concentração em massa é expressa da seguinte forma: C m g V L m g V Lm V soluto solução / ( ) ( ) ( ) ( ) = = 1 Vejamos um exemplo: 1. Qual será a concentração em massa de cloreto de sódio em um soro fisiológico que possui 9 g desse sal dissolvido em 100 mL de água? C NaCl g NaCl mL mL L sm V/ ( ) = ⋅ 9 100 1000 1 oolução g NaCl L solução g L/= = 90 90 Concentração em quantidade de matéria As substâncias reagem em proporções definidas. Essas proporções podem ser expres- sas pela grandeza “quantidade de matéria” e são denominadas proporções estequio- métricas. Assim, um mol de ácido clorídrico (HCl) reage com um mol de hidróxido de sódio (NaOH) para formar um mol de cloreto de sódio (NaCl) e um mol de água (H2O), como indica a equação química abaixo: HCl(aq) + NaOH(aq) ( NaCl(aq) + H2O(l) Em virtude das relações estequiométricas e ao fato de a maioria das reações químicas ocorrer em meio aquoso, é muito importante para o químico conhecer as concentrações total do material (solução). A quantidade do soluto pode ser expressa em diferentes uni- dades. Dessa forma, obtemos diferentes tipos de concentração: • concentração em massa; • concentração em volume; • concentração em quantidade de matéria. A seguir, vamos estudar as duas formas mais comuns de expressar a concentração. Nessas expressões, utilizamos grandezas relativas ao soluto, ao solvente ou à solução. Para facilitar, adotaremos como convenção os seguintes índices nas grandezas: e 2 para o solvente. No caso de solução, não usaremos índice. Concentração em massa A maneira mais comum de se expressar a concentração de soluções é por meio da massa do soluto (m1) e pelo volume da solução (V) expressa em gramas e o volume, em litros, teremos como unidade de medida da con- centração g/L. Dependendo da situação, outras unidades podem ser adotadas, como mg/mL, g/100 mL, g/m3, mg/L etc. A concentração em massa de uma solução (C entre massa do soluto (m1 80 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! das substâncias em quantidade de matéria (Cn/V). Essas são expressas em mol por litro (mol/L) ou seus múltiplos. A concentração em quantidade de matéria de uma solução (Cn/V) expressa a relação entre a quantidade de matéria e o volume da solução. Veja os exemplos a seguir: 2. Qual é a concentração da solução preparada pela dissolução de 1 mol de HCl em meio litro de água? A partir da definição de concentração em quantidade de matéria: C quantidade de matéria mol volume Ln V/ ( ) ( = )) ( ) ( ) = n mol V L Substituem-se os valores fornecidos, então se tem: C HCl mol HCl L solução moln V/ ( ) , = = 1 0 5 2 //L Muitas vezes, o valor disponível é a massa do soluto. Nesse caso, inicialmente deve-se calcular a quantidade de matéria do soluto, para depois se fazer o cálculo da concentração em quantidade de matéria. Vejamos um exemplo nesse sentido. 3. Qual será a concentração em quantidade de matéria da solução preparada, dis- solvendo-se 20 g de hidróxido de sódio em 2 L de água? Dados: M(Na) = 23 g/mol, M(O) = 16 g/mol, M(H) = 1 g/mol. Nesse caso, inicialmente deve-se calcular a quantidade de matéria (n) do soluto, a partir da massa molar (M) do soluto: massa molar do NaOH: M(Na) + M(O) + + M(H) M(NaOH) = 23 g/mol + 16 g/mol + 1 g/mol = 40 g/mol n NaOH m g M g mol g NaOH g m ( ) ( ) ( / ) / = = 20 40 ool NaOH mol,= 0 5 Finalmente, calcula-se a concentração em quantidade de matéria: C n mol V L mol L mn V( / ) ( ) ( ) , ,= = = 0 5 2 0 25 ool L/ Observe que para o cálculo acima, a quantidade de matéria (n) é determi- nada em função da massa do soluto (m1) fornecida e da sua massa molar (M). Portanto, nesse caso a concentração em quantidade de matéria será calcula- da pela fórmula: C massa g massa molar g mol volumen V/ ( ) ( / ) = ⋅ (( ) ( ) ( / ) ( )L m g M g mol V L = ⋅ 1 ). Essas são expressas em mol por litro A concentração em quantidade de matéria de uma solução (Cn/V) expressa a relação entre a quantidade de matéria e o volume da solução. Qual é a concentração da solução preparada pela dissolução de 1 mol de HCl em meio A partir da definição de concentração em quantidade de matéria: l( )mo( )mol( )l ( ) ( ) = n m( )n m( )ol( )ol( ) V L( )V L( ) l2 /mo2 /mol2 /l /L2 //L2 / Muitas vezes, o valor disponível é a massa do soluto. Nesse caso, inicialmente deve-se calcular a quantidade de matéria do soluto, para depois se fazer o C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 81 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Calculando a concentração de algumas soluções De modo geral, as unidades de concentração mais utilizadas nos cálculos químicos são: concentração em massa e concentração em quantidade de matéria. Vejamos alguns exemplos de cálculos básicos de concentração de soluções. Cálculo de concentração em quantidade de matéria a partir da massa do soluto 1. As informações abaixo foram retiradas de uma bula de medicamento para reidratação oral: Modo de usar: dissolva o conteúdo do envelope em 500 mL de água. Composição: cada envelope contém cloreto de potássio 75 mg citrato de sódio di-idratado 145 mg cloreto de sódio 175 mg glicose 10 g Calcule a concentração em quantidade de matéria de cloreto de potássio, na solução preparada segundo as instru- ções da bula. Sabendo que, para dados de soluto em massa, a concentração em quantidade de matéria é definida por: C m g M g mol V Ln V solução / ( ) ( / ) ( ) = ⋅ 1 Inicialmente, calcula-se a massa molar do cloreto de potássio. Dados: M(K) = 39,1 g/mol, M(Cl) = 35,5 g/mol M(KCl) = 39,1 + 35,5 = 74,6 g/mol Em seguida, calcula-se a quantidade de matéria e converte-se o volume para litro: M KCl mg g mg g V ( ) ,= ⋅ = = 75 1 1000 0 075 500 mmL L mL L ⋅ = 1 1000 0 5, M KCl mg g mg g V ( ) ,= ⋅ = = 75 1 1000 0 075 500 mmL L mL L ⋅ = 1 1000 0 5, Determina-se, agora, a concentração em quantidade de matéria, substituindo-se os valores com as unidades apropriadas: C m g M g mol V Ln V solução / ( ) ( / ) ( ) , = ⋅ = 1 0 075 gg g mol L mol L 74 5 0 5 0 002 , / , , / ⋅ = Calculando a concentração de algumas soluções De modo geral, as unidades de concentração mais utilizadas nos cálculos químicos são: concentração em massa e concentração em quantidade de matéria. Vejamos alguns exemplos de cálculos básicos de concentração de soluções. Cálculo de concentração em quantidade de matéria a partir da massa do soluto 1. As informações abaixo foram retiradas de uma bula de medicamento para reidratação oral: Modo de usar: dissolva o conteúdo do envelope em 500 mL de água. Composição: cada envelope contém cloreto de potássio 75 mg 82 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A concentração dos nutrientes de alimen- tos sólidos geralmente é apresentada sob a forma de título (m1/m). 3 COMPOSIÇÃO N os materiais em geral são encontradas mais de duas substâncias. Nesse caso, mui-tas vezes temos necessidade de conhecer a composição do material, ou seja, pre- cisamos identificar todas as substâncias nele contidas e em que quantidades elas estão presentes. Quando nos referimos à quantidade de apenas uma das substâncias presen- tes no material, sem nos interessar pelas demais, chamamos essa quantidade de teor da substância no material. He ly D em ut ti Lembre-se de que solução refere-se, em geral, a um material em que se considera a existência de apenas duas substâncias – o soluto e o solvente, embora sempre existirão, além do soluto, outras impurezas. Portanto, o conceito de concentração refere-se a um material homogêneo (solução) com duas substâncias. Já o teor se refere à relação quanti- tativa de uma substância em um material constituído por mais de duas substâncias. O teor das substâncias deve ser expresso corretamente e suas unidades identificadas. Como o teor pode ser medido por diferentes unidades, a composição dos materiais po- derá ser expressa conforme os teores de cada substância, de várias formas. Vejamos, a seguir, alguns tipos. Cálculo de concentração em quantidade de matéria a partir da concentração em massa 2. Determine a concentração em massa (g/L) de uma solução de NaOH com a concentração de 2,0 mol/L. Dados: M(Na) = 23 g/mol; M(O) = 16 g/mol; M(H) = 1,0 g/mol. Neste caso, deve-se converter a quantidade de matéria em massa, a partir da massa molar: M(NaOH) = 23 g/mol + 16 g/mol + 1 g/mol = 40 g/mol m NaOH n M NaOH mol g mol g( ) = ⋅ ( ) = ⋅ =/2 40 80 Daí: m(NaOH) = n(NaOH) ⋅ M(NaOH) = 2 mol ⋅ 40 g/mol = 80 g Substituindo-se os valores, temos: C m g V L g L g Ln V solução / ( ) ( ) /= = =1 80 1 80 Cálculo de concentração em quantidade de matéria a partir da concentração em massa Determine a concentração em massa (g/L) de uma solução de NaOH com a concentração de 2,0 mol/L. Dados: M(Na) = 23 g/mol; M(O) = 16 g/mol; M(H) = 1,0 g/mol. Neste caso, deve-se converter a quantidade de matéria em massa, a partir da massa molar: M(NaOH) = 23 g/mol + 16 g/mol + 1 g/mol = 40 g/mol H molol g mg molol g)H m)H mH m= ⋅H m /g m/g m2 42 4H m2 4H mH m2 4H mol2 4olol2 4ol= ⋅2 4= ⋅H m= ⋅H m2 4H m= ⋅H mH m= ⋅H m2 4H m= ⋅H mol= ⋅ol2 4ol= ⋅ol 0 80 8g m0 8g mg m0 8g mol0 8olol0 8ol =0 8=0 8g m0 8g m/0 8/g m/g m0 8g m/g m 0 40 g/mol = 80 g g L g L ( ) /g L/g L= == = = 80 1 80 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 83 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Teor em massa por massa (título — δ) O título, muito utilizado pela indústria, expressa a concentração em massa do solu- to, ou solutos, por massa da solução. A massa do soluto (m1) é normalmente expressa em gramas ou miligramas, enquanto a massa da solução (m) é expressa em grama, qui- lograma ou dag (100 g). Dessa forma, as unidades que comumente aparecem são: g/g, mg/g, mg/kg. A expressão do teor em massa por massa (δ) será: δ ( ) ( ) = massa do soluto g massa da solução g ( ) ( ) = m g m g 1 Se em um xampu específico existem 2,4 g de cloreto de sódio em cada 100 g de xampu, além de poder expressar o teor de NaCl como 2,4 g/100 g de xampu, podemos também representá-lo assim: δ ( ) , , /NaCl g kg g kg= = 2 4 0 100 24 Outra forma comum de apresentar o título é em percentual. He ly D em ut ti O teor de acidez do ácido acético em vinagre é, geralmente, expresso em percentual. Esse teor indica a fração percentual em massa. Assim, um vinagre com 4% de acidez possui 4 g de ácido acético em 100 g de vinagre. É comum encontrar a concentração expressa dessa forma em embalagens de produtos de limpeza, cosméticos, alimentos, medicamentos e outros. Ela indica a massa (m1, em gramas) de determinada substância existente em 100 g do produto. Por ser em 100 g é que chamamos de porcentagem. Nesse caso, o teor é denominado fração percentual em massa, que corresponde ao título multiplicado por 100%. P(m)% = δ ⋅ 100% Teor em partes por milhão (ppm) Expressar uma concentração em mg/kg significa que para cada 1000000 mg de solu- ção tem-se x mg do soluto, ou seja, x partes por milhão. Outras combinações de unida- des, por exemplo, mg/L, mL/kg ou mL/kL, também representam essa proporção. Todas elas podem ser representadas por ppm (partes por milhão). Essa unidade é muito utilizada para expressar a concentração de contaminantes, como chumbo, em água. Se na água há 25 ppm de chumbo, isso significa que haverá 25 g de chumbo em cada metro cúbico (1 m3 = 1000 L = 1000000 mL = 1000000 g). Fração por quantidade de matéria (φ) A fração por quantidade de matéria(φ) é pouco utilizada para soluções líquidas por- que a quantidade de matéria do soluto normalmente é muito menor que a quantidade de matéria total da solução. Mas ela é importante porque certas propriedades químicas dependem diretamente dessa fração dos constituintes, que pode variar de zero a um. O que significa dizer que um determinado vinagre tem acidez igual a 4%? Pense Utilizados pelos químicos, os espectrofotômetros possibilitam a determina- ção de concentrações em ppm e até em ppb (partes por bilhão). He ly De m ut ti Teor em massa por massa (título — O título, muito utilizado pela indústria, expressa a concentração em massa do solu- to, ou solutos, por massa da solução. A em gramas ou miligramas, enquanto a lograma ou dag (100 g). Dessa forma, as unidades que comumente aparecem são: g/g, mg/g, mg/kg. A expressão do teor em massa por massa ( = massa massa Se em um xampu específico existem 2,4 g de cloreto de sódio em cada 100 g de xampu, além de poder expressar o teor de NaCl como 2,4 g/100 g de xampu, podemos também representá-lo assim: δ ( )( )Na( )Cl( )Cl( ) Outra forma comum de apresentar o título é em percentual. He ly D em ut ti O teor de acidez do ácido O teor de acidez do ácido PensePense 84 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! φ (= quantidade de matéria da substância moll quantidade de matéria total mol n) ( ) ( = 1 mmol n molT ) ( ) Qual será a fração por quantidade de matéria do açúcar (sacarose — C12H22O11) quando se dissolvem 171 g em 540 g de água, sabendo que a massa em quantidade de matéria do açúcar é igual a 342 g/mol? Para facilitar, vamos calcular inicialmente a quantidade de matéria dos dois constituintes da solução: o açúcar e a água. n m M g gaçúcar açúcar açúcar ( ) ( ) ( ) = = 171 342 // , mol mol= 0 5 n m M g g molágua água água ( ) ( ) ( ) / = = = 540 18 330 mol E a fração por quantidade de matéria será então: φ( ) , ,açúcar mol de açúcar mol total = 0 5 30 5 ,= 0 016 Note que a fração por quantidade de matéria não apresenta unidade porque, ao final, teremos sempre mol/mol. Qual será a fração por quantidade de matéria da água nessa solução? Fazendo os cálculos, teremos: φ( ) , ,água mol de água mol total = = 30 30 5 0 9984 Somando as frações por quantidades de matéria, teremos: φ φ( ) ( )açúcar água+ = 1 A soma das frações por quantidades de matéria de todos os constituintes de uma so- lução será sempre igual a um, independentemente do seu número de constituintes. O mesmo cálculo pode ser feito para uma mistura de sólidos, líquidos ou gases. Calculemos, por exemplo, a fração por quantidade de matéria do etanol (CH3CH2OH), quando se misturam 500 g deste com 500 g de água: n m M g g(etanol) (etanol) (etanol) / = = 500 46 mmol mol,≈ 10 87 n m M g g molágua água água ( ) ( ) ( ) / = = ≈ 500 18 227 78, mol E a fração por quantidade de matéria do etanol será então: φ(etanol) etanol, , = 10 87 38 65 mol de mol tottal ,≈ 0 2812 Consequentemente, a fração por quantidade de matéria da água na mistura será de 0,7188, o que corresponde à diferença 1 – 0,2812. (a m(a m( oll ol n) ( )ol( )ol ( = 1 mommom l n molTn mTn m ) ( )n m( )n mol( )ol Qual será a fração por quantidade de matéria do açúcar (sacarose — C12H22O11) quando se dissolvem 171 g em 540 g de água, sabendo que a massa em quantidade de matéria do açúcar é igual a 342 g/mol? Para facilitar, vamos calcular inicialmente a quantidade de matéria dos dois constituintes da solução: o açúcar e a água. , mol= 0 5,0 5, = 303303 mol ,= 0 016 Note que a fração por quantidade de matéria não apresenta unidade porque, ao final, C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 85 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Muitos postos de combus- tíveis adulteram o teor de álcool na gasolina, adicio- nando outros solventes. Inspeções periódicas para verificar se a composição dos combustíveis está com seus teores corretos são fei- tas por químicos. Composição de produtos comerciais Na comunidade científica, os químicos buscam padronizar suas unidades de medidas e expressá-las corretamente. No caso de soluções, usa-se concentração em quantidade de ma- téria. Na indústria, porém, nem sempre há uma padronização. Por esse motivo, frequente- mente são encontrados nos rótulos dos produtos químicos teores com unidades diferentes das estudadas aqui. Muitos desses teores não especificam claramente a relação a que se referem. Um dos teores utilizados é a fração em volume, usualmente expressa em fração percentual. Essa fração é usada para líquidos e gases. Como na mistura de líquidos o volume total nem sempre corresponde à soma dos volumes das substâncias que o compõem, considera-se o total como a soma de cada um dos volumes separadamente. Por exemplo, a mis- tura de 50 mL de água com 50 mL de álcool produz uma solução com volume final inferior a 100 mL, mas, para cálculo da fração em volume, consideram-se 100 mL como a soma das duas substâncias. Como as embalagens não têm especificação precisa das unidades, muitas vezes ficamos confusos sobre a que se referem os valores. Por exemplo, quando na embalagem há informação de que determinado componente ativo tem o teor de 0,50%, fica para nós a seguinte interrogação: esse percentual é relativo à massa ou ao volume? Por essa razão, os químicos evitam empregar teores em percentual, mesmo sendo usuais, para expressar a composição, em frascos de desinfetantes, água sa- nitária, álcool etc. Veja outros exemplos de teores comumente empregados. Nos frascos de água oxigenada, usada como antisséptico, o teor em fração percen- tual em volume de peróxido de hidrogênio (H2O2) é 3%, embora a embalagem indique água oxigenada 10 volumes. Esse teor diz respeito à quantidade de gás oxigênio produzi- da pela decomposição do peróxido de hidrogênio. Assim, um frasco de um litro de água oxigenada 10 volumes produzirá 10 litros de gás oxigênio nas CNTP (condições normais de temperatura e pressão). A concentração do álcool comercial é expressa em dois tipos de unidades: grau Gay- Lussac (GL) e grau INPM. O grau GL refere-se à fração percentual em volume, e o INPM, à fração percentual em massa. Assim, um álcool 96 graus GL é um álcool que contém, em volume, etanol na fração percentual de 96%, ou seja, nesse material há a proporção 960 mL de etanol para cada 40 mL de água. Fá bi o M ot ta /A E No Brasil, a fração percen- tual em volume do etanol na gasolina é de aproxi- madamente 24%. Hely Demutti He ly D em ut ti He ly D em ut ti O álcool mais recomen- dado para uso doméstico como desinfetante é o 46 INPM. Esse álcool, com menor teor de etanol, não queima tão facilmente como o álcool 92,8 INPM, que possui maior teor de etanol. Os teores de determinados produtos pos- suem uma significação diferente das usual- mente adotadas. Um frasco de água oxige- nada de 10 volumes é, assim, denominado não porque tenha 10 volumes de peróxido de hidrogênio, mas porque um litro desse frasco produz 10 litros de gás oxigênio nas CNTP. He ly D em ut tidado para uso doméstico como desinfetante é o 46 INPM. Esse álcool, com menor teor de etanol, não queima tão facilmente como o álcool 92,8 INPM, que possui maior teor Muitos postos de combus- tíveis adulteram o teor de álcool na gasolina, adicio- nando outros solventes. Inspeções periódicas para Composição de produtos comerciais Na comunidade científica, os químicos buscam padronizar suas unidades de medidas e expressá-las corretamente. No caso de soluções, usa-se concentração em quantidade de ma- téria. Na indústria, porém, nem sempre há uma padronização. Por esse motivo, frequente- mente são encontrados nos rótulos dos produtos químicos teores com unidades diferentes das estudadas aqui. Muitos desses teores não especificam claramente a relação a que se referem. Um dos teores utilizados é a fração em volume, usualmente expressa em fração percentual. Essa fração é usada para líquidos e gases. Como na mistura de líquidos o volume total nem sempre corresponde à soma dos volumes das substâncias que o compõem, considera-se o total como a soma de cada um dos volumes separadamente. Por exemplo, a mis- tura de 50 mL de água com 50 mL de álcool produz uma solução com volume final inferior a 100 mL, mas, para cálculo da fração em volume, consideram-se 100 mL como a soma das duas substâncias. Como as embalagens não têm especificação precisa das unidades, muitas vezes ficamos confusos sobre a que se referem os valores. Por exemplo, quando na embalagem há informação de que determinado componente ativo tem o teor de 0,50%, fica para nós a seguinte interrogação: esse percentual é relativo à massa ou ao volume? Por essa razão, os químicos evitam empregar teores em percentual, mesmo sendo usuais, para expressar a composição, em frascos de desinfetantes, água sa- Fá bi o M ot ta /A E 86 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. Conforme a quantidade de essência utilizada, os perfu- mes podem ser classificados em: Classificação % da essência mL de essência por litro de perfume Composição do solvente Perfume entre 15 e 30 entre 150 e 300 950 mL de álcool etíli- co e 50 mL de água Loção perfumada entre 8 e 15 entre 80 e 150 900 mL de álcool etíli- co e 100 mL de água Água de toalete entre 4 e 8 entre 40 e 80 800 mL de álcool etíli- co e 200 mL de água Água-de-colônia entre 3 e 4 entre 30 e 40 700 mL de álcool etíli- co e 300 mL de água Deocolônia entre 1 e 3 entre 10 e 30 700 mL de álcool etíli- co e 300 mL de água Responda às questões a seguir. a) Esta é a duração média do cheiro dos perfumes na pele: meia hora aproximadamente, 1 hora e meia, 4 horas, 6 a 8 horas, 8 horas a dois dias. Corre- lacione a duração com a classificação. Justifique. b) Se colocarmos 0,6 g (δ = 0,9 g/mL) de essência em 800 mL de solvente, obteremos um perfume concentrado? Qual será a sua concentração em massa (g/L)? 2. As ditas “bebidas energéticas” são ricas em cafeína e agem como poderosos estimulantes. Mas não possuem o poder de nos carregar de energia. An- tes de consumir esse tipo de bebida, convém ler os rótulos. Veja a composição de uma bebida ener- gética qualquer: água gaseificada, sacarose, glico- se, taurina (1 000 mg/250 mL), glucoronolactona (60 mg/250 mL), cafeína (80 mg/250 mL), inositol (50 mg/250 mL), vitamina, ácido cítrico, caramelo e aromatizantes. Responda aos itens a seguir. a) Calcule a concentração em massa (g/L) da cafeína, da taurina, da glucoronolactona e do inositol. b) Será que podemos considerar a bebida energéti- ca como bebida isotônica (que visa a reidratar o corpo rapidamente)? Cuidado: bebidas isotônicas são recomendadas para pessoas que praticam ati- vidade física intensa. Beber água com frequência é o ideal. c) Que pessoas não devem tomar esse tipo de bebida? Justifique. 3. Em um envelope de adoçante dietético de 1 g há, em massa, frações percentuais de: aspartame (edulco- rante artificial) – 3,8%; lactose alfamonoidratada (diluente) – 95,7%; dióxido de silício coloidal (an- tiumectante) – 0,5%. a) Calcule a massa de cada soluto. b) Pesquise o significado das palavras: edulcorante, diluente e antiumectante. 4. O rótulo de um álcool em gel apresenta a indicação de álcool etílico hidratado: 65° INPM. Nesse tipo de notação, o número indica a porcentagem do volume de álcool. Isso significa que, para cada 100 mL desse produto, 65 mL são de álcool. Qual o volume de álcool em 1 L de álcool gel? Classifique o material. 5. No rótulo de uma água mineral natural fluoretada, cons- ta sua composição química: 2,21 mg/L de NaF (fluo- reto de sódio). Será que essa água possui quantida- de suficiente de flúor para proteger a dentição das crianças, sabendo que o teor recomendado de íons fluoreto na água mineral para o combate às cáries é de 0,8 ppm? 6. Calcule a massa (em gramas) do soluto necessária para o preparo das seguintes soluções: a) 2,0 L de NaCl(aq) 0,20 mol/L. b) 500 mL de CaCl2(aq) 0,50 mol/L. c) 250 mL de C6H12O6(aq) 0,315 mol/L. 7. O soro caseiro é um grande aliado no combate à desi- dratação. Uma de suas receitas é: dissolver 1 colher de chá de sal (NaCl), 2,5 g, e 8 colheres de chá de açúcar, (C12H22O11), 18 g, em um litro de água. Calcule a concen- tração em quantidade de matéria de cada componente dessa solução. 8. Sabendo-se que uma solução foi preparada pela dis- solução de 0,50 mol de cloreto de sódio em 36 g de água, calcule a fração por quantidade de matéria do cloreto de sódio e da água. 9. Considerando que em 100 g de ar existem 75,4 g de nitrogênio (N2), 23,3 g de oxigênio (O2) e 1,3 g de ar- gônio (Ar), calcule a fração por quantidade de matéria desses gases. 10. (ITA-SP) Para preparar 500 mL de uma solução aquosa 0,2 mol/L de NaOH, um indivíduo tem à sua disposição: Frasco I – solução aquosa de NaOH 5,0 mol/L à vontade; Frasco II – balão volumétrico de 500 mL e água desti- lada à vontade. O procedimento correto será: a) colocar, no frasco II, 40,0 mL da solução do frasco I e completar os 500 mL com água destilada. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Conforme a quantidade de essência utilizada, os perfu- a) Esta é a duração média do cheiro dos perfumes na pele: meia hora aproximadamente, 1 hora e meia, 4 horas, 6 a 8 horas, 8 horas a dois dias. Corre- (diluente) – 95,7%; dióxido de silício coloidal (an- tiumectante) – 0,5%. a) Calcule a massa de cada soluto. b) Pesquise o significado das palavras: edulcorante, diluente e antiumectante. 4. 4. O rótulo de um álcool em gel apresenta a indicação de álcool etílico hidratado: 65° INPM. Nesse tipo de notação, o número indica a porcentagem do volume de álcool. Isso significa que, para cada 100 mL desse produto, 65 mL são de álcool. Qual o volume de álcool em 1 L de álcool gel? Classifique o material. 5. 5. No rótulo de uma água mineral natural fluoretada, cons- ta sua composição química: 2,21 mg/L de NaF (fluo- reto de sódio). Será que essa água possui quantida- de suficiente de flúor para proteger a dentição das crianças, sabendo que o teor recomendado de íons fluoreto na água mineral para o combate às cáries é de 0,8 ppm? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 87 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! b) colocar, no frasco II, 20,0 mL da solução do frasco I e completar os 500 mL com água destilada. c) colocar, no frasco II, 460 mL de água destilada e completar os 500 mL com solução do frasco I. d) colocar, no frasco II, 480 mL de água destilada e completar os 500 mL com solução do frasco I. e) colocar, no frasco II, 460 mL de água destilada e completar os 40,0 mL de solução do frasco I. 11. (UFPA) Uma solução contém 30 g de NaI, 48 g de NaOH e 702 g de água. As frações por quantidade de matéria do NaI e do NaOH são, respectivamente: a) 0,5 e 0,3. b) 0,005 e 0,03. c) 5 e 5. d) 0,05 e 0,3. e) 0,005 e 0,3. 12. (Fuvest-SP) Um analgésico em gotas deve ser ministrado na quantidade de 3 mg por quilograma de peso corpo- ral, não podendo exceder 200 mg por dose. Cada gota contém 5 mg de analgésico. Quantas gotas deverão ser ministradas a um paciente de 80 kg? 13. (UFG-GO) A quantidade diária de cálcio recomendada a adultos é de 1,0 g. Um indivíduo, pela manhã, inge- re um copo de iogurte integral de 200 g, no almoço, 250 mL de leite, preparado a partir de leite em pó. Que quantidade de leite integral deverá ser consumida à noite, para o indivíduo alcançar a dose diária de cálcio? Dados: 400 g de leite em pó produzem 4 L de leite; teores médios de cálcio: 145 mg/100 g de iogurte in- tegral; 120 mg/100 g de leite integral; 100 mg/100 g de leite em pó. 14. (UFMG) Uma dona de casa, em um supermercado, se depara com as seguintes informações sobre detergen- tes à base de amoníaco: Detergente Conteúdo da embalagem (mL) Concentração de amo- níaco em porcentagem volume/volume Preço do produto (R$) I 500 5 2,50 II 500 10 4,00 III 1000 5 5,00 IV 1000 10 9,00 Considerando-se os dados do quadro, a alternativa que indica o detergente que tem o menor preço por quantidade de amoníaco em solução é: a) I. c) III. b) II. d) IV. 15. (Fuvest-SP) O limite máximo de “ingestão diária aceitável” (IDA) de ácido fosfórico, aditivo em ali- mentos, é de 5 mg/kg de peso corporal. Calcule o volume de refrigerante, contendo ácido fosfórico na concentração em massa de 0,6 g/L, que uma pessoa de 60 kg deve ingerir para atingir o limite máximo de IDA. 16. (Vunesp) Alguns produtos de limpeza doméstica consistem basicamente de solução aquosa de amô- nia. Para reagir completamente com a amônia pre- sente em 5,00 mililitros de amostra de um determi- nado produto de limpeza, foram necessários 31,20 mililitros de ácido clorídrico 1,00 mol/L. A reação que ocorre é: NH3(aq) + HCl(aq) ( NH4Cl(aq) a) Calcule a concentração em quantidade de matéria de amônia na amostra. b) Supondo a densidade da solução de amônia igual a 1 grama por mililitro, calcule a fração percentual em massa de amônia presente na amostra. 17. (UFRJ) A sacarina, que tem massa molecular 183 e fórmula estrutu- ral conforme ilustração ao lado, é utilizada em adoçantes artificiais. Cada gota de um certo adoçan- te contém 4,575 mg de sacarina. Foram adicionadas, a um recipiente contendo café com leite, 40 gotas desse adoçante, totalizando um volume de 200 mL. a) Determine a concentração em quantidade de ma- téria da sacarina nesse recipiente. b) Quantos mililitros de café com leite devem ser adi- cionados ao recipiente para que a concentração em massa da sacarina se reduza a 1/3 da concentração em massa inicial? 18. (PUC-MG-Adaptado) De acordo com o laboratório, o suco de laranja industrializado apresenta em 200 mL do suco 80 mg de vitamina C, cuja massa molar é igual a 176 g/mol. No suco de laranja, a concen- tração, em quantidade de matéria (mol/L), de vita- mina C, equivale em média a, aproximadamente: a) 2,2 ⋅ 10–6. b) 4,5 ⋅ 10–4. c) 2,3 ⋅ 10–3. d) 4,5 ⋅ 10–1. e) 2,2 ⋅ 10–1. 19. (Ufes) Em diabéticos, a ingestão de 80 g de açúcar comum (sacarose) eleva a quantidade de glicose no NH C SO2 O b) colocar, no frasco II, 20,0 mL da solução do frasco I e completar os 500 mL com água destilada. c) colocar, no frasco II, 460 mL de água destilada e completar os 500 mL com solução do frasco I. d) colocar, no frasco II, 480 mL de água destilada e completar os 500 mL com solução do frasco I. e) colocar, no frasco II, 460 mL de água destilada e completar os 40,0 mL de solução do frasco I. 11. 11. (UFPA) Uma solução contém 30 g de NaI, 48 g de NaOH e 702 g de água. As frações por quantidade de matéria do NaI e do NaOH são, respectivamente: a) 0,5 e 0,3. b) 0,005 e 0,03. c) 5 e 5. d) 0,05 e 0,3. e) 0,005 e 0,3. 12. 12. (Fuvest-SP) Um analgésico em gotas deve ser ministrado na quantidade de 3 mg por quilograma de peso corpo- ral, não podendo exceder 200 mg por dose. Cada gota contém 5 mg de analgésico. Quantas gotas deverão 15. 15. 16. 16. 17. 17. 88 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! sangue em 1,0 g de glicose para cada litro de sangue. Considerando-se que a taxa de glicose no sangue dos diabéticos, em condições normais, é de aproxi- madamente 1,4 g/L, a concentração, em quantidade de matéria, de glicose (C6H12O6) no sangue de uma pessoa diabética após o consumo de 100 g de açúcar será de, aproximadamente: a) 7,8 ⋅ 10–3 mol/L. b) 6,9 ⋅ 10–3 mol/L. c) 6,9 ⋅ 10–2 mol/L. d) 1,5 ⋅ 10–2 mol/L. e) 1,5 ⋅ 10–1 mol/L. 20. (Uerj) Algumas soluções aquosas vendidas no comércio com nomes especiais são mostradas a seguir: Nome do produto Fórmula do soluto predominante Fração percentual em massa Soro fisiológico NaCl 0,9 Vinagre C2H4O2 5 Água sanitária NaClO 2 Água oxigenada H2O2 3 Considerando que a densidade das soluções é de 1,0 g/mL e que as soluções são formadas exclusivamen- te pelo soluto predominante e pela água, o produto que apresenta a maior concentração em quantidade de matéria, mol/L, é: a) soro. b) vinagre. c) água sanitária. d) água oxigenada. 21. (Uerj) Um fertilizante de larga utilização é o nitrato de amônio, de fórmula NH4NO3. Para uma determi- nada cultura, o fabricante recomenda a aplicação de 1 L de solução de nitrato de amônio de concen- tração, em quantidade de matéria 0,5 mol ⋅ L–1 por m2 de plantação. A figura a seguir indica as dimensões do terreno que o agricultor utilizará para o plantio. 60 m 90 m 50 m J. Yu ji A massa de nitrato de amônio, em quilogramas, que o agricultor deverá empregar para fertilizar sua cultura, de acordo com a recomendação do fabricante, é igual a: a) 120. c) 180. b) 150. d) 200. 22. (Fuvest-SP) Considere duas latas do mesmo refri- gerante, uma na versão diet e outra na versão co- mum. Ambas contêm o mesmo volume de líquido (300 mL) e têm a mesma massa quando vazias. A composição do refrigerante é a mesma em ambas, exceto por uma diferença: a versão comum contém certa quantidade de açúcar, enquanto a versão diet não contém açúcar (apenas massa desprezí- vel de um adoçante artificial). Pesando-se duas latas fechadas do refrigerante, foram obtidos os seguintes resultados: Amostra Massa (g) Lata com refrigerante comum 331,2 Lata com refrigerante diet 316,2 Por esses dados, pode-se concluir que a concentração em massa, em g/L, de açúcar no refrigerante comum é de, aproximadamente: a) 0,020. b) 0,050. c) 1,1. d) 20. e) 50. 23. (Cesgranrio-RJ) Para se preparar 1,2 litro de solução 0,4 mol/L de HCl, a partir do ácido concentrado (16 mol/L), o volume de água, em litros, a ser utilizado será de: a) 0,03. b) 0,47. c) 0,74. d) 1,03. e) 1,17. 24. (UFRGS-RS) Um aditivo para radiadores de automó- veis é composto de uma solução aquosa de etileno- glicol. Sabendo que em um frasco de 500 mL des- sa solução existem cerca de 5 mol de etilenoglicol (C2H6O2), a concentração em massa dessa solução, em g/L, é: a) 0,010. d) 310. b) 0,62. e) 620. c) 3,1. sangue em 1,0 g de glicose para cada litro de sangue. Considerando-se que a taxa de glicose no sangue dos diabéticos, em condições normais, é de aproxi- madamente 1,4 g/L, a concentração, em quantidade ) no sangue de uma pessoa diabética após o consumo de 100 g de açúcar (Uerj) Algumas soluções aquosas vendidas no comércio A massa de nitrato de amônio, em quilogramas, que o agricultor deverá empregar para fertilizar sua cultura, de acordo com a recomendação do fabricante, é igual a: a) 120. c) 180. b) 150. d) 200. 22. 22. (Fuvest-SP) Considere duas latas do mesmo refri- gerante, uma na versão diet e outra na versão co-diet e outra na versão co-diet mum. Ambas contêm o mesmo volume de líquido (300 mL) e têm a mesma massa quando vazias. A composição do refrigerante é a mesma em ambas, exceto por uma diferença: a versão comum contém certa quantidade de açúcar, enquanto a versão diet não contém açúcar (apenas massa desprezí-diet não contém açúcar (apenas massa desprezí-diet vel de um adoçante artificial). Pesando-se duas latas fechadas do refrigerante, foram obtidos os seguintes resultados: Amostra Massa (g) Lata com refrigerante comum 331,2 Lata com refrigerante diet 316,2 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 89 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Química na escola Como preparar uma solução Uma atividade muito comum no laboratório de química é a preparação de solução. A técnica envolve a pesagem cuida- dosa do soluto, a medida rigorosa de seu volume, a transferência correta do soluto e o acréscimo da quantidade exata do solvente. O rigor exige materiais de laboratório bem calibrados, como balão volumétrico e balança. O presente experimento deve ser feito no laboratório da escola. Na ausência dos materiais indicados, eles poderão ser substituídos por materiais caseiros. Nesse caso, o experimento poderá ser desenvolvido em casa. Com ele, você vai aprender a técnica utilizada pelos químicos na preparação de soluções. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. 4 DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES E m suas atividades, o químico necessita preparar soluções com concentração conhe-cida. Isso pode ser feito a partir da medida precisa da massa do soluto e do volume da solução, conforme a técnica apresentada no experimento da página seguinte. Outro procedimento seria diluir soluções de concentração conhecida. O processo de diluição é muito usual no nosso cotidiano. Isso ocorre com materiais de limpeza, medicamentos, tintas etc. O processo de diluição consiste no acréscimo de sol- vente à solução. Ao fazermos isso, a quantidade do soluto permanece constante, mas a concentração (razão entre quantidade de soluto e volume da solução) altera-se. Assim, poderemos ter as seguintes relações, diferenciando-se a solução inicial da final, utilizando, respectivamente, os índices i e f: C m V e C m Vi i i f f f = = Como a quantidade de soluto não varia com a diluição, podemos, então, afirmar que mi é igual a mf. Igualando as equações anteriores, teremos: m1 = mf ( Ci ⋅ Vi = Cf ⋅ Vf ( C C V Vf i i f = ⋅ O mesmo raciocínio pode ser empregado para soluções, cujas concentrações são ex- pressas em quantidade de matéria por litro (mol/L). Nesse caso, igualando as quantidades de matéria iniciais e finais, obteremos a equação: m m V Vf i i f = ⋅ Esse raciocínio permite-nos fazer cálculos para preparar soluções a partir de soluções concentradas por diluições. 4 DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES E m suas atividades, o químico necessita preparar soluções com concentração conhe-cida. Isso pode ser feito a partir da medida precisa da massa do soluto e do volume da solução, conforme a técnica apresentada no experimento da página seguinte. Outro procedimento seria diluir soluções de concentração conhecida. O processo de diluição é muito usual no nosso cotidiano. Isso ocorre com materiais de limpeza, medicamentos, tintas etc. O processo de diluição consiste no acréscimo de sol- vente à solução. Ao fazermos isso, a quantidade do soluto permanece constante, mas a concentração (razão entre quantidade de soluto e volume da solução) altera-se. Assim, poderemos ter as seguintes relações, diferenciando-se a solução inicial da final, utilizando, respectivamente, os índices C Como a quantidade de soluto não varia com a diluição, podemos, então, afirmar que mi é igual a mf. Igualando as equações anteriores, teremos: 90 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! V Vídeo Material • água destilada (ou filtrada) • béquer (ou copo de vidro) • permanganato de potássio (KMnO4) – 1 envelope de 0,1 g • 5 balões volumétricos (ou pipetas, ou seringas descartáveis) de 100 mL • pipeta (ou seringa) de 10 mL Procedimento 1. Dissolva completamente 0,1 grama de permanganato de potássio (KMnO4) em um béquer com água destilada. 2. Transfira, quantitativamente, para um balão de 100 mL. 3. Lave, por duas vezes, o béquer com um pouco de água destilada e transfira-a para o balão. 4. Adicione água ao balão até a marca do volume e homogeneíze. 5. Verta um pouco da solução para um béquer e retire, com auxílio de uma pipeta, 10 mL. 6. Adicione os 10 mL da solução a um balão de 100 mL contendo água até a metade de seu volume, homogeneíze e com- plete o volume. 7. Repita o procedimento anterior, retirando 10 mL de cada solução e diluindo novamente para 100 mL, até obter uma solução incolor. Destino dos resíduos 1. Os resíduos desta prática podem ser descartados na pia, sob água corrente. Análise de dados 1. A última solução (a que não apresentou cor) também possui soluto? Justifique sua resposta. 2. Calcule a concentração em massa (Cm/V) e em quantidade de matéria (Cn/V) para cada uma das soluções preparadas. 3. O fato de a solução ser incolor significa que ela não possui soluto? 1. Qual será a concentração final da solução obtida pela diluição de 5,0 mL de solução aquosa de NaOH 2,0 mol/L a qual se adiciona água destilada até completar 50 mL. Para facilitar a resolução dos problemas, é melhor trabalharmos com as unidades-padrão. Nesse caso, utilizaremos os volumes em litro, a partir da expressão: C C V Vf i i f = ⋅ Substituindo os valores, temos: C mol L L L mol Lf i/ , , , /= ⋅ = 2 0 005 0 050 0 2 ou então: Cf = 0,2 mol/L ) – 1 envelope de 0,1 g 5 balões volumétricos (ou pipetas, ou seringas descartáveis) de 100 mL Dissolva completamente 0,1 grama de permanganato de potássio (KMnO4) em um béquer com água destilada. Transfira, quantitativamente, para um balão de 100 mL. Lave, por duas vezes, o béquer com um pouco de água destilada e transfira-a para o balão. Adicione água ao balão até a marca do volume e homogeneíze. Verta um pouco da solução para um béquer e retire, com auxílio de uma pipeta, 10 mL. Adicione os 10 mL da solução a um balão de 100 mL contendo água até a metade de seu volume, homogeneíze e com- Repita o procedimento anterior, retirando 10 mL de cada solução e diluindo novamente para 100 mL, até obter uma C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 91 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 2. Um técnico tem 500 mL de solução de um detergente de concentração 1,2 mol/L e precisa diluir sua concentração a ¼ desse valor. Como esse técnico deve proceder? A concentração final desejada pelo técnico é de 0,3 mol/L (¼ de 1,2). Precisamos conhecer então qual será o volume final. Da relação de igualdade entre a quantidade de matéria das duas soluções, temos: n n C V C V V C V Ci f i i f f f i i f = → ⋅ = ⋅ → = ⋅ o que nos fornece o volume final: n n C V C V V C V Ci f i i f f f i i f = → ⋅ = ⋅ → = ⋅ Substituindo os valores, temos: V mol L L mol L Lf , / , , / ,= ⋅ = 1 2 0 5 0 3 2 0 Para obter dois litros de solução, partindo de meio litro, o técnico deverá adicionar 1500 mL de água aos 500 mL do detergente. He ly D em ut ti Na limpeza doméstica, muitos produtos devem ser diluídos em água antes de ser utilizados. Para isso, devem-se usar medidores para que a diluição ocorra na concentração correta. Diluições de produtos domésticos Muitos produtos domésticos de uso cotidiano devem ser diluídos antes de ser usados. Porém, cada produto que precisa ser diluído possui uma forma específica de diluição que, geralmente, vem expressa nos rótulos. Veja na página seguinte alguns produtos de uso doméstico com suas aplicações e também as diferentes formas de diluição identificadas em seus rótulos. Alguns rótulos de desinfetante sugerem que o produto seja diluído em água na pro- porção de 1 para 3, o que significa que para cada parte do produto devem-se acrescen- tar 3 partes de água. Você segue as recomendações dos fabricantes dos produtos que utiliza? Nem todas as pessoas o fazem, o que pode trazer desperdício ou prejuízo à economia doméstica ou ao ambiente. Por exemplo, se você dilui um produto de limpeza mais do que deveria, pode estar per- dendo dinheiro. Em vez de fazer o seu produto “render mais”, como muita gente pensa, a diluição excessiva impede sua eficácia. Resultado: você gasta o produto sem atingir o objetivo desejado. Entretanto, quando se usa uma quantidade superior à recomendada, além de desperdiçar dinheiro, você estará agredindo a natureza, pois o destino de todos os produtos de limpeza é o ralo, que os conduz aos rios e mares. Então, quanto menos produtos químicos jogarmos no ralo, melhor. 2. Um técnico tem 500 mL de solução de um detergente de concentração 1,2 mol/L e precisa diluir sua concentração a ¼ desse valor. Como esse técnico deve proceder? A concentração final desejada pelo técnico é de 0,3 mol/L (¼ de 1,2). Precisamos conhecer então qual será o volume final. Da relação de igualdade entre a quantidade de matéria das duas soluções, temos: n n C Vi fn ni fn n= →n n= →n ni f= →i fn ni fn n= →n ni fn n o que nos fornece o volume final: V C V fVfV = Substituindo os valores, temos: V l L l Lf VfV , /mo, /mol L, /l L , /mo, /mol L, /l L = ⋅1 2, /1 2, / 0 3, /0 3, / 92 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exemplos de rótulos de produtos químicos de uso diário preparados na forma de soluções* Tipo do produto: sabão em pó. Função: lavar roupas. Unidade de medida de dosagem: copo americano (180 mL). Conforme a mar- ca da máquina, a quantidade pode variar. Recomendações do fabricante: dissolver o produto na máquina antes de colocar a roupa. Outras informações importantes: em caso de roupas muito sujas, deixar de molho por 1 ou 2 horas. Tipo do produto: detergente em pó. Função: lavar louças. Unidade de medida de dosagem: reservatório da máquina ou medida indicada pelo fabricante. Recomendações do fabricante: —— Outras informações importantes: não deve ser utilizado para lavagem manual de louças. Tipo do produto: amaciante de roupas. Função: amaciar e perfumar as roupas. Unidade de medida de dosagem: meio copo americano (90 mL) para cada máquina de roupa. Recomendações do fabricante: dissolver o produto na água de enxágue das roupas. Outras informações importantes: não despejar diretamente em cima das rou- pas; diluir em um pouco de água antes de colocar na máquina. Tipo do produto: enxaguador bucal. Função: antisséptico bucal: é exterminador de micro--organismos (bactérias, fungos e outros). Unidade de medida de dosagem: medida de uma tampa (15 mL), sem diluir em água. Recomendações do fabricante: não ingerir, pois pode causar danos à flora intestinal (micro-organismos benéficos que vivem no intestino ao organismo). Tipo do produto: sais de banho. Função: relaxar e perfumar o corpo. Unidade de medida de dosagem: 100 g na água de uma banheira pequena. Recomendações do fabricante: —— Outras informações importantes: para banho de chuveiro, dissolva primeiro em água. * Exemplos ilustrativos de alguns rótulos. Siga as instruções que estão nos rótulos dos produtos! Fo to s: H el y D em ut ti A observação do efeito do produto em relação à sua diluição será um bom indicador para determinar na prática a melhor dosagem a ser utilizada. Para isso, é bom sempre fazer diluições usando alguma medida. Dessa forma, você terá uma ideia de quanto de- verá diluir da próxima vez. Siga as recomendações do fabricante e, tendo alguma dúvi- da, entre em contato com ele. Exemplos de rótulos de produtos químicos de uso diário preparados na forma de soluções* Tipo do produto: detergente em pó. lavar louças. Unidade de medida de dosagem: reservatório da máquina ou medida indicada pelo fabricante. Recomendações do fabricante: Outras informações importantes: não deve ser utilizado para lavagem manual de louças. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 93 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. Um aluno resolveu preparar um litro de solução de hidróxido de sódio, substância utilizada na fabri- cação do sabão, com concentração de 50 g/L. Ele fez o seguinte: colocou 50 g de hidróxido de sódio (NaOH) e dissolveu diretamente em um litro de água. Responda: a) Que erro o aluno cometeu na preparação da solução? b) A solução preparada tem concentração em massa igual, menor ou maior do que 50 g/L? 2. O que acontece com a quantidade de matéria total de soluto quando um volume pequeno de uma solução é diluído em um volume maior? 3. Analise as seguintes soluções: a primeira foi obtida dissolvendo-se 0,01 mol de soluto em água para um volume final de 500 mL, enquanto a segunda solução tem um décimo de mol do mesmo soluto por litro de solução. Qual das soluções é a mais concentrada? Justifique. 4. Tendo-se 900 mL de uma solução 0,6 mol/L, que volume de solvente deve-se adicionar para que se obtenha uma solução 0,2 mol/L? 5. Qual é a concentração em quantidade de matéria das soluções resultantes das diluições abaixo? a) 400 mL de HCl 12 mol/L + 200 mL de H2O b) 30,0 mL de ZnSO4 0,30 mol/L + 500 mL de H2O 6. Em que volume devem ser diluídos 250 mL de uma so- lução de 40 g de H2SO4 para se obter uma solução 0,10 mol/L? 7. Dilui-se uma amostra de 20 mL de HNO3 16 mol/L para 500 mL. Qual é a concentração em quantidade de matéria final da solução? 8. A água sanitária (hipoclorito de sódio) é muito utilizada na limpeza doméstica. Que volume de água deve-se adicionar a 400 mL de solução 10 mol/L de água sa- nitária para torná-la 0,5 mol/L? 9. Calcule a massa de água que deve ser acrescentada a 3,0 kg de uma solução de KOH(aq) com fração percentual em massa de 40% para convertê-la em uma solução com fração percentual em massa de 15%. 10. Qual será a concentração em quantidade de maté- ria da solução preparada, acrescentando 180 mL de água a 250 mL de solução de HCl a 0,85 mol/L? 11. Qual a importância de observar as orientações dos fabricantes em relação à diluição de produtos quími- cos (remédios, produtos de limpeza etc.)? 12. Uma marca de suco de caju traz a seguinte informação no seu rótulo: para o preparo do refresco, dilua uma parte do suco em nove partes de água. Que volume desse suco, em mL, deve-se utilizar para o preparo de 1,5 L de refresco? 13. No tratamento de pneumonia, pode ser utilizado um antibiótico que traz a seguinte informação: 80 mg de amoxicilina, em gramas por mL. Que quantidade de amoxicilina, em gramas, irá ingerir uma pessoa que tenha de tomar 3 mL duas vezes ao dia, após 7 dias de tratamento? 14. (Unitau-SP) Deseja-se diluir um litro da solução de H2SO4 com fração percentual de 80% e de densi- dade 2,21 g/cm3 até o volume de cinco litros. As concentrações em quantidade de matéria do H2SO4, antes e depois da diluição, são, respectivamente, em mol/litro: a) 10,1 e 5,2. b) 12,0 e 4,0. c) 4,0 e 11,3. d) 18,0 e 3,6. e) 22,5 e 10,5. 15. (Uerj) Diluição é uma operação muito empregada no nosso dia a dia, quando, por exemplo, prepara- mos um refresco a partir de um suco concentrado. Considere 100 mL de determinado suco em que a concentração em quantidade de matéria do soluto seja 0,4 mol ⋅ L–1. O volume de água, em mL, que deverá ser acres- centado para que a concentração em quantidade de matéria do soluto caia para 0,04 mol ⋅ L–1 será de: a) 1000. b) 900. c) 500. d) 400. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO.ExercíciosExercícios 1. 1. Um aluno resolveu preparar um litro de solução de hidróxido de sódio, substância utilizada na fabri- cação do sabão, com concentração de 50 g/L. Ele fez o seguinte: colocou 50 g de hidróxido de sódio (NaOH) e dissolveu diretamente em um litro de água. Responda: a) Que erro o aluno cometeu na preparação da solução? b) A solução preparada tem concentração em massa igual, menor ou maior do que 50 g/L? 2. 2. O que acontece com a quantidade de matéria total de soluto quando um volume pequeno de uma solução é diluído em um volume maior? 3. 3. Analise as seguintes soluções: a primeira foi obtida dissolvendo-se 0,01 mol de soluto em água para um volume final de 500 mL, enquanto a segunda 10. 10. 11. 11. 12. 12. 13. 13. 94 CL AS SI FI CA ÇÃ O E CO M PO SI ÇÃ O DO S M AT ER IA IS TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Soluções, coloides e agregados b Materiais são porções de matéria constituída por mais de uma substância. b Materiais homogêneos são materiais que apresentam aspectos uniformes em toda a extensão. b Materiais heterogêneos são materiais que não apresentam aspectos uniformes. b Solução é um tipo de material homogêneo cuja uniformidade é constatada apenas em determina- das proporções de suas substâncias constituintes (exemplo: água e sal). b Mistura é um tipo de material homogêneo cuja uniformidade é constatada a qualquer proporção das suas substâncias constituintes (exemplo: água e álcool). b Coloide é um tipo de material heterogêneo cuja multiformidade é constatada apenas por meio de instrumentos de alta resolução. b Agregado é um tipo de material heterogêneo cuja multiformidade é constatada por meio de ins- trumentos de baixa resolução. b Emulsão é um tipo de material constituído por substâncias imiscíveis, estabilizadas por agentes emulsificantes – substâncias cujas moléculas têm uma extremidade polar e outra apolar. Concentração e suas unidades b Solução é um material homogêneo em que, pelo menos, uma substância – soluto – está dissolvida em outra substância, ou material, em maior quantidade, denominado solvente. b A concentração em massa de uma solução (Cm/V) expressa a relação entre massa do soluto e volu- me da solução. b A concentração em quantidade de matéria de uma solução (Cn/V) expressa a relação entre a quan- tidade de matéria e o volume da solução. b O título, muito utilizado pela indústria, expressa a concentração em massa do soluto por massa da solução. b Teor em partes por milhão (ppm) expressa a concentração em miligrama de soluto por quilograma de solução (mg/kg). b A fração em quantidade de matéria expressa a quantidade de matéria do soluto por quantidade de matéria total da solução. Soluções, coloides e agregados Materiais são porções de matéria constituída por mais de uma substância. Materiais homogêneos são materiais que apresentam aspectos uniformes em toda a extensão. Materiais heterogêneos são materiais que não apresentam aspectos uniformes. Solução é um tipo de material homogêneo cuja uniformidade é constatada apenas em determina- das proporções de suas substâncias constituintes (exemplo: água e sal). Mistura é um tipo de material homogêneo cuja uniformidade é constatada a qualquer proporção das suas substâncias constituintes (exemplo: água e álcool). Coloide é um tipo de material heterogêneo cuja multiformidade é constatada apenas por meio de Agregado é um tipo de material heterogêneo cuja multiformidade é constatada por meio de ins- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 95 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios de revisão ER Tema em foco Como a água e demais solventes dissolvem outras substâncias? Como evitar a escassez de água no planeta? PROPRIEDADES DA ÁGUA E PROPRIEDADES COLIGATIVAS GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS Não é por acaso que a maioria das cidades nasceu às margens de rios. Com o tempo, o processo de urbanização interferiu nos sistemas de infiltração e de escoamento das águas das chuvas. A recepção da água servida e a utiliza- ção irracional que habitualmente se faz da água e do solo trouxeram sérias consequências a nossos recursos hídri- cos: poluição, assoreamento e degradação de mananciais, rios, lagos e lençóis freáticos; deterioração de ambientes; extinção de diferentes formas de vida. É preciso que os impactos sobre o ambiente sejam considerados durante o planejamento e o desenvolvimento de gran- des projetos que utilizem ou interfiram na água ou seus mananciais. As águas utilizadas em atividades humanas devem ser devolvidas ao ambiente na mesma quantidade e em condições iguais ou melhores que as iniciais. Esse é um grande desafio. Não basta ter água para consumo. É necessário que ela esteja em condições apropriadas para o uso que se pre- tende. Água com qualidade inadequada favorece o desenvolvimento de diversas doenças, a diminuição da produção de alimentos, a fome, e, consequentemente, o surgimento de crises sociais e políticas. De acordo com documentos da ONU, “a crise da água já tem data prevista: 2025. Nesse período, haverá a globalização da deficiência que hoje ocorre de maneira localizada”. A maioria das cidades brasileiras, inclusive as capitais, é cortada por rios que foram responsáveis por sua fundação e muito contribuíram para o seu desenvolvimento. Infelizmente, muitos deles se encontram em situação deplorável. Rio Acaraú, em Sobral (CE), 2009. W el lin gt on M ac ed o/ A E Fa bi o Co lo m bi ni Rio Capibaribe, em Recife (PE), 2006. TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS Como a água e demais solventes dissolvem outras substâncias? Como evitar a escassez de água no planeta? PROPRIEDADES DA ÁGUA E PROPRIEDADES COLIGATIVAS Não é por acaso que a maioria das cidades nasceu às margens de rios. Com o tempo, o processo de urbanização TTema em focoema em focoTema em focoTTema em focoTema em foco Como a água e demais solventes dissolvem outras substâncias? Como evitar a escassez de água no planeta? PROPRIEDADES DA ÁGUA E PROPRIEDADES COLIGATIVAS GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS Não é por acaso que a maioria das cidades nasceu às margens de rios. Com o tempo, o processo de urbanização Capítulo 4 96 Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& ALGUMAS AÇÕES COM INTERFERÊNCIA NOS RECURSOS HÍDRICOS Atividade Possível ação inadequada Consequências diretas Consequências indiretas Indústria de materiais de construção, garimpo etc. Retirada de areia de margens e leitos de rios. Modificação da calha natural e do transporte de sedimentos. Assoreamento e/ou erosão dos rios. Garimpo de ouro. Utilização de mercúrio. Contaminação da água. Contaminação de peixes e populações ribeirinhas. Mineração e usina de carvão. Emissão de enxofre para a atmosfera. Chuva ácida. Acidificação da água dos rios, agressão a ambientes e patrimônios urbanos. Extração madeireira, pecuária e agricultura. Desflorestamento Mudança na permeabilidade do solo; erosão do solo. Mudanças no regime hidrológico da bacia; assoreamento e/ou erosão de rios. Agricultura. Práticas agrícolas inadequadas. Perda de solo, carregado para os rios. Assoreamento e poluição de rios. Aplicação inadequada de agrotóxicos e fertilizantes. Contaminação da água e/ou eutrofização. Rompimento dos equilíbrios biológicos. Captação excessiva de água para irrigação. Subida do lençol freático. Salinização do solo e da água. Criação de animais. Matadouros inadequados. Carregamento de matéria orgânica e lançamento nos rios. Poluição da água. Disposição de resíduos sólidos. Aterros sanitários mal executados. Infiltração de poluentes no solo. Contaminação do lençol freático. Urbanização. Ocupação das zonas marginais de rios. Estrangulamento (constrição) das seções de escoamento dos rios. Inundações. Ocupação de encostas. Erosão de encostas e carregamento de lixo pelas chuvas. Entupimento de sistemas de drenagem; inundações. Pavimentação com asfalto. Impermeabilização do solo. Acentuação de enchentes. Aumento da concentração de dejetos nas águas. Sobrecarga de sistemas de tratamento de água. Degradação do corpo de água receptor. Fonte: Observatório das Águas. Água e Pacto Federativo, p. 15, mar. 2002. A água é um recurso renovável, mas também finito. Sua qualidade depende de condições ambientais que, por sua vez, estão sujeitas a ações humanas. Muitos problemas relacionados a recursos hídricos têm surgido em consequência da utilização impensada da água. No quadro a seguir estão identificadas diversas interferências das atividades huma- nas nos recursos hídricos, muitas delas causando prejuízos irremediáveis aos ecossistemas e aos próprios cursos de água. Esses efeitos decorrem principalmente da falta de um modelo de desenvolvimento ambientalmente controlado. Os problemas da falta de água potável e límpida estão também relacionados à sua distribuição geográfica. Embora o Brasil tenha uma das maiores reservas de água doce, sua distribuição não é regular. A região Norte do país contém cerca de 80% das águas superficiais disponíveis. Por outro lado, os demais 20% de água abastecem 95% da população nacional, sendo que essa distribuição tam- bém não é proporcional. Enquanto nas regiões Sul e Sudeste casos de enchentes são comuns, o Nordeste convive com longos períodos de seca. ALGUMAS AÇÕES COM INTERFERÊNCIA NOS RECURSOS HÍDRICOS Consequências diretas Consequências indiretas Modificação da calha natural e do transporte de sedimentos. Assoreamento e/ou erosão dos rios. Contaminação da água. Contaminação de peixes e populações ribeirinhas. Chuva ácida. Acidificação da água dos rios, agressão a ambientes e patrimônios urbanos. Mudanças no regime hidrológico A água é um recurso renovável, mas também finito. Sua qualidade depende de condições ambientais que, por sua vez, estão sujeitas a ações humanas. Muitos problemas relacionados a recursos hídricos têm surgido em consequência da utilização impensada da água. No quadro a seguir estão identificadas diversas interferências das atividades huma- nas nos recursos hídricos, muitas delas causando prejuízos irremediáveis aos ecossistemas e aos próprios cursos de água. Esses efeitos decorrem principalmente da falta de um modelo de desenvolvimento ambientalmente controlado. Os problemas da falta de água potável e límpida estão também relacionados à sua distribuição geográfica. Embora o Brasil tenha uma das maiores reservas de água doce, sua distribuição não é regular. A região Norte do país contém C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 97 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Além da distribuição geográfica dos recur- sos hídricos, deve-se considerar também sua distribuição social. Segundo dados de pes- quisas, estima-se que uma pessoa precise de pelo menos 50 litros de água por dia. Para vi- ver confortavelmente, essa quantidade sobe para cerca de 200 litros diários. Nos Estados Unidos da América, no entanto, o consumo diário por habitante chega a 600 litros; já em alguns países africanos pobres esse consumo não passa de 10 litros (veja tabela ao lado). Enfim, seja por motivos socioeconômicos ou pela distribuição irregular da água no planeta, dos 200 países atualmente existentes, cerca de 26 apresentam consumo inferior ao ideal. À distribuição irregular soma-se a crescente diminuição da disponibilidade de água potável. O mar de Aral – um lago de águas salgadas, localizado na Ásia Central, que faz fronteira entre os atuais países Cazaquistão e Uzbequistão – perdeu um terço de seu volume depois que as águas dos rios que o abasteciam foram desviadas para irrigar plantações. Como resultado, a vegetação ao redor do lago foi drasticamente reduzida, diversas espé- cies animais que ali habitavam foram extintas, e as pessoas que moravam nas suas margens e viviam da pesca, atualmente, estão 50 quilô- metros distantes do mar. Problema semelhan- te ocorreu com vários rios – como o Colorado, nos Estados Unidos, e o Yang-tsé, na China – que tiveram o volume de suas águas diminuí- do por desvio de afluentes. Esses fatos têm provocado problemas mui- tas vezes de ordem diplomática. A exploração do rio Nilo pela Etiópia e pelo Egito poderá gerar sérios conflitos diplomáticos entre esses dois países. No Brasil, o represamento do rio Paraná gerou conflitos entre nosso país e a Argentina. Assim, é possível que venhamos a ter guerras para conquista de água. Você acre- dita nisso? A verdade é que, para assegurar água para as futuras gerações e para a paz mundial, precisamos de uma gestão global desse recurso. Uma política para a água Em todo o mundo existem problemas ambientais relacionados à distribuição e ao uso dos recursos hídricos. Enquanto nos países desenvolvidos estes problemas estão ligados aos efeitos da industrialização e da ocupação ur- bana, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, eles se dividem em dois tipos: os relacionados ao processo de industrialização e à urbanização e os ligados à degradação ou à exploração inadequada dos recursos hídricos nas áreas rurais, ocasionando conflitos sociais e ambientais de grande relevância. Assim, manter água para todos implica ter uma gestão ambiental voltada à conservação dos recursos naturais. Mas a quem pertence toda a água do mundo? A todos ou a ninguém? Segundo a Constituição brasileira, o do- mínio da água depende da sua localização geográfica. O rio São Francisco, por exemplo, é de domínio da União, Imagem de satélite do mar de Aral, permitindo perceber a diminuição de tamanho da área alagada. 1989 2008 CONSUMO ANUAL PER CAPITA DE ÁGUA EM ALGUNS PAÍSES País Consumo anual per capita Estados Unidos 1870 m3 Egito 952 m3 Europa 626 m3 Índia 612 m3 China 461 m3 Brasil 245 m3 África 202 m3 Fonte: MACEDO, J. A. B. Águas & águas. Juiz de Fora: Ortofarma, 2000. N as a À distribuição irregular soma-se a crescente diminuição da disponibilidade de água potável. O mar de Aral – um lago de águas salgadas, localizado na Ásia Central, que faz fronteira entre os atuais países Cazaquistão e Uzbequistão – perdeu um terço de seu volume depois que as águas dos rios que o abasteciam foram desviadas para irrigar plantações. 1989 2008 CONSUMO ANUAL PER CAPITA DE ÁGUA PER CAPITA DE ÁGUA PER CAPITA EM ALGUNS PAÍSES País Consumo anual per capita Estados Unidos 1870 m3 Egito 952 m3 Europa 626 m3 Índia 612 m3 China 461 m3 Brasil 245 m3 África 202 m3 Fonte: MACEDO, J. A. B. Águas & águas. Juiz de Fora: Ortofarma, 2000.Águas & águas. Juiz de Fora: Ortofarma, 2000.Águas & águas N as a 98 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O rio Paracatu, maior afluente do rio São Fran- cisco, só corre em terras mineiras. Ev an dr o Ro dn ey porque banha mais de um Estado, enquanto o rio Paracatu, que possui todo seu curso no território de Minas Gerais, é de domínio estadual. Quanto às águas subterrâneas, a lei definiu como de domínio dos Estados. A crescente necessidade de água, a limitação de recursos hídricos, os conflitos entre determinadas formas de utilização e os prejuízos causados também por excesso de água exigem que tanto o planejamento como a gestão da utilização e do domínio da água se façam de forma refletida, integrando-se às políticas públicas de todas as regiões. Logo, é fundamental haver uma política muito bem planejada para evitar que as necessidades mais imedia- tas da população venham a ser prejudicadas por projetos de exploração de recursos hídricos aprovados pelo Estado para atender aos interesses de grandes grupos financeiros e que muitas vezes provocam sérios proble- mas ambientais. A política da água não se restringe a decidir sobre quem cuida da água, mas também quem gerencia esse recurso. Para isso, é necessário um controle dos assentamentos urbanos, do sistema de abastecimento público e também ações que procurem minimizar os efeitos de secas e inundações. No caso da seca, temos um exemplo de um problema que é mais político do que de natureza climática, pois ape- sar da existência de diversas alternativas para abastecer as populações nos períodos de estiagem, faltam políticas que viabilizem o encaminhamento dessas alternativas. A situação agrava-se em razão de problemas sociais, como eleva- dos índices de mortalidade infantil, analfabetismo e população indigente. Essa população, desprovida de recursos tecnológicos para enfrentar os problemas decorrentes da seca, sofre em dobro as consequências. Assim, o uso de técnicas inadequadas, pastoreio excessivo, desmatamento, irrigação sem cautela vão perpe- tuando o problema, em um sistema de políticas assistencialistas que não atacam diretamente a questão, man- tendo na miséria grande parte da população. Isso significa que uma política responsável deve compatibilizar e aperfeiçoar os múltiplos usos dos recursos naturais, desenvolvendo ações de recuperação dos ecossistemas já em processo de degradação. Tendo em vista o reconhecimento à necessidade de preservação e a gestão consciente dos recursos hídricos, foi criado, em 1992, o Dia Mundial da Água (22 de março), para lembrar a importância desse recurso natural para a existência da vida na Terra, e a Declaração dos Direitos da Água. Essa declaração prevê, entre outros princípios, que: • a água é patrimônio da Terra e dela depende seu futuro. • a água deve ser utilizada com racionalidade e moderação. • a água não deve ser contaminada nem poluída. • a água pode tornar-se escassa em diferentes regiões do planeta. • a proteção da água é obrigação de todos. O rio Paracatu, maior afluente do rio São Fran- porque banha mais de um Estado, enquanto o rio Paracatu, que possui todo seu curso no território de Minas Gerais, é de domínio estadual. Quanto às águas subterrâneas, a lei definiu como de domínio dos Estados. A crescente necessidade de água, a limitação de recursos hídricos, os conflitos entre C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 99 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Esses princípios foram referendados na Conferência Ambiental do Rio de Janeiro, em 1992, e estão presentes no capítulo 18 da Agenda 21. Todavia, só se tornarão realidade quando pessoas como você se engajarem em ações que garantam água para as futuras gerações. O uso sustentável da água A água é um recurso fundamental para a vida. Por isso, sua escassez pode comprome- ter seriamente todos os ciclos vitais e gerar conflitos sociais. Em várias metrópoles brasileiras, bairros nobres consomem elevadas quantidades de água em piscinas e jardins, e a população mais pobre sofre com o racionamento. Isso ilustra o O rio Reno nasce na Suíça e deságua no mar do Norte banhando, as- sim, vários países europeus. Era um dos mais poluídos da Europa. Em 1986, um grave acidente na multinacional suíça Sandoz contaminou o rio com 20 toneladas de um pesticida altamente tóxico. Esse fato cha- mou a atenção da opinião pública e das autoridades, que investiram na construção de estações de tratamento da água e de monitoramento ao longo do rio. Atualmente, cerca de 95% dos esgotos das empresas são tratados. Os resultados do programa e da despoluição do Reno são visí- veis. Das 64 espécies de peixes que ali habitavam, 63 delas já voltaram. No início do século XX, ainda era possível ver a utilização do rio Tietê para o lazer: pescarias e regatas de clubes paulistanos eram realizadas em suas águas. O Programa de Despoluição da Bacia do Alto do Tietê, que engloba a região metropolitana de São Paulo, já começou a produzir alguns resultados: nos anos de 1990, a man- cha de poluição se estendia por 250 km a partir da capital. Hoje, já recuou cerca de 100 km e, em alguns trechos mais próximos a São Paulo, os peixes reapareceram. A cidade de Cariri (PB) é uma das que sofrem com as frequentes secas no Nordeste. Di da S am pa io /A E Fl áv io B ac el la r/O lh ar Im ag em G ui lh er m e G ae ns ly /In st itu to M or ei ra S al le s N oe bu /C re at iv e Co m m on s O rio São Francisco está agonizando, vítima de ações humanas que retiram dele a sua subsistência, sem a preocupação de preser- vá-lo. Será que você não está prejudicando algum rio, manancial ou lençol freático da mesma maneira? A cidade de Cariri (PB) é uma das que sofrem com as frequentes secas no Nordeste. Di da S am pa io /A E N oe bu /C re at iv e Co m m on s 100 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! problema do gerenciamento de recursos hídricos que, geralmente, privilegia grandes organi- zações econômicas e grupos políticos em detrimento das necessidades básicas da população. Nas residências, é comum haver grandes desperdícios de água, principalmente nos ba- nheiros. Um dos problemas está no vazamento de água. Veja no quadro abaixo a quan- tidade de água que se perde em vazamentos. Mas o desperdício está muito relacionado também ao uso inadequado da água. Se na sua casa é comum lavar calçadas com jatos de água, deixa-se a torneira constantemen- te aberta em diferentes ações realizadas com água etc., vocês estão contribuindo para a previsão da ONU de falta de água. Leve em conta ainda que para a água chegar até sua casa ela foi captada, tratada, transportada e paga. Um elevado custo agregado a esse benefício precioso que chega tão fácil em sua residência! Fonte: Secretaria do Meio Ambiente. Como proteger o meio ambiente gastando menos em sua escola. Disponível em: . Acesso em: 2 maio 2013. Adaptado. DESPERDÍCIO DE ÁGUA EM LITROS/DIA Condições da torneira Média diária (litros/dia) Média mensal (litros/mês) Gotejando 46 1400 Abertura de 1 mm 2068 62600 Abertura de 2 mm 4512 135400 Abertura de 6 mm 16400 492000 Abertura de 9 mm 25400 762000 Abertura de 12 mm 33964 1019520 He ly D em ut ti Atitude sustentável Boas maneiras de economizar água Atitude sustentávelAtitude sustentável Boas maneiras de economizar água b Um banho de chuveiro de 20 minutos consome, em média, 120 litros de água. Se você fechar a torneira enquanto se ensaboa, a economia será muito grande. b A torneira aberta continua- mente para lavar louça pode consumir mais de 240 litros de água. Abrindo e fechando du- rante a lavagem, o gasto pode cair para um terço dessa medi- da. Uma boa dica é ensaboar tudo e depois enxaguar. b Escovar os dentes com a torneira aberta continuamente por 3 mi- nutos gasta cerca de 20 litros de água. Se você mantiver a torneira fechada durante a escovação, o gasto cairá para cerca de 2 litros. b A lavagem de calçadas e quintais utilizando a mangueira como vas- soura pode consumir mais de 300 litros de água. Recomenda-se var- rer a sujeira antes e lavar a calça- da com água reutilizada da lava- gem de roupa ou da chuva. b Uma descarga de vaso sanitário consome cerca de 10 litros de água. Para não aumentar o consumo, recomenda-se manter a válvula sempre regulada e não jogar papéis no vaso, ou substituir a descarga por vasos sanitários com bacias acopladas, que possuem dosagem única de água para cada descarga de, aproximadamente, 5 litros. A M j S tu di o problema do gerenciamento de recursos hídricos que, geralmente, privilegia grandes organi- zações econômicas e grupos políticos em detrimento das necessidades básicas da população. Nas residências, é comum haver grandes desperdícios de água, principalmente nos ba- nheiros. Um dos problemas está no vazamento de água. Veja no quadro abaixo a quan- Mas o desperdício está muito relacionado também ao uso inadequado da água. Se na sua casa é comum lavar calçadas com jatos de água, deixa-se a torneira constantemen- te aberta em diferentes ações realizadas com água etc., vocês estão contribuindo para a previsão da ONU de falta de água. Leve em conta ainda que para a água chegar até sua casa ela foi captada, tratada, transportada e paga. Um elevado custo agregado a esse benefício precioso que chega tão fácil em sua residência! DESPERDÍCIO DE ÁGUA EM LITROS/DIA Média diária (litros/dia) Média mensal (litros/mês) 46 1400 2068 62600 4512 135400 16400 492000 25400 762000 33964 1019520 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 101 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! problema do gerenciamento de recursos hídricos que, geralmente, privilegia grandes organi- zações econômicas e grupos políticos em detrimento das necessidades básicas da população. Nas residências, é comum haver grandes desperdícios de água, principalmente nos ba- nheiros. Um dos problemas está no vazamento de água. Veja no quadro abaixo a quan- Mas o desperdício está muito relacionado também ao uso inadequado da água. Se na sua casa é comum lavar calçadas com jatos de água, deixa-se a torneira constantemen- te aberta em diferentes ações realizadas com água etc., vocês estão contribuindo para a previsão da ONU de falta de água. Leve em conta ainda que para a água chegar até sua casa ela foi captada, tratada, transportada e paga. Um elevado custo agregado a esse Média mensal (litros/mês) He ly D em ut ti Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& S Simulador O desperdício de água pode ser revertido com simples mudanças de hábitos, como as sugeridas no quadro de atitude sustentável da página anterior. Além de economizar água, devemos lembrar que todos os resíduos lançados no ralo vão parar em algum rio ou lago, que deverá ter suas águas tratadas. Todos os detergentes e xampus usa- dos terão o mesmo destino. Daí a necessidade de economizar também no uso desses produtos que contaminam as águas. A preservação da água no planeta implica uma gestão responsável que, na busca por um equilíbrio hídrico, possa garantir água para as fu- turas gerações. Uma boa prática nesse sentido é a do reúso da água. Reúso da água A água de um rio hoje será a água de uma chuva amanhã. Assim como a natureza, a água tem um ciclo, e nós também podemos utilizá-la mais vezes. Depois de utilizada para banho, lavagem de roupas, em processos industriais ou algum outro fim, a água restante é denominada água ser- vida. Essa água é muitas vezes descartada na forma de esgoto. No entanto, ela pode ser utili- zada novamente para a mesma função ou para outra função diferente. Essa reutilização da água é denominada reúso e a água reutilizada é de- nominada água secundária. De modo geral, a água pode ser reutilizada várias vezes. Em muitos casos, é necessário que seja tratada, conforme o uso que teve e o uso que terá. Essa demanda é grande, principalmente nas grandes cidades. No Brasil, cerca de 70% do esgoto produzido é coletado, sendo que apenas um quarto dele é tratado. Os outros três quartos são despejados em rios e lagos. Por isso é tão importante o reú- so da água que possibilita diminuir a quantidade de esgoto e, assim, diminui o impacto da ação humana no ambiente e na sua biodiversidade. Nesse sentido, novas tecnologias têm surgido com o objetivo de diminuir o consumo de água potável e, ao mesmo tempo, facilitar seu reúso. A crescente reutilização da água tem contribuí- do para que a utilização de mananciais disponíveis seja feita de forma mais racional, minimizando o consumo e a produção de esgotos (efluentes). Que atitudes devemos tomar para que no futuro haja água suficiente para nosso consumo e lazer? He ly D em ut ti Depois de tratada, essa água pode ser reutilizada. Sa be sp ETE Barueri (SP), 2006 Que atitudes devemos tomar para que no futuro haja água suficiente para nosso consumo e lazer? He ly D em ut ti Sa be sp 102 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Ações planejadas para o reúso da água são classificadas em três grupos: reúso direto, indireto e reciclado. O reúso direto é o mais comum e ocorre quando os efluentes tratados são encaminhados diretamente até o pon- to em que vão ser novamente utilizados para outros fins. No reúso indireto, o efluente tratado é misturado a ou- tros efluentes tratados para ser usado novamente antes de ir para o seu destino. Na reciclagem, a água é tratada antes de sua descarga podendo, posteriormente, ser utilizada como fonte de abastecimento. Diversos setores e indústrias investem em equipamentos para tentar suprir essa necessidade do reúso da água, por diversas razões. Algumas formas de utilização são reúso em irrigação paisagística; irrigação de campos de cul- tivos; usos industriais, como refrigeração, lavagem de gases, alimentação de caldeiras; no combate ao fogo; des- cargas de vasos sanitários; sistemas de ar condicionado; lavagem de veículos; ruas e pontos de ônibus; controle de poeira em construções e outros. No Brasil, essa prática ainda é muito pouco difundida. Entretanto, para diminuir custos, alguns setores, como indústrias, hotéis, empresas de lavagem de automóveis, condomínios residenciais e comerciais, entre outros, já estão reutilizando parte da água consumida. Algumas práticas, como a utilização de esgotos domésticos para a irrigação de hortaliças, forrageiras e jardins, são até antigas. Entretanto, vale ressaltar que tal utilização – feita sem controle – pode trazer riscos à saúde, cau- sando doenças por causa da contaminação de alimentos. Esse exemplo alerta sobre a necessidade de regulamentação para que os mecanismos desenvolvidos estejam em conformidade com condições técnicas, culturais e socioeconômicas. Reutilizar a mesma água mais de uma vez para a mesma ou para outras finalidades é uma forma de evitar o desperdício. Acima, sistema de reaproveitamento de água, com purificação feita por Osmose Reversa. A preocupação com o consumo e a qualidade da água servida deve ser de todos. Esta é uma estação de tratamento de água de um la- va-rápido ecológico que, após a lavagem dos veículos, trata a água utilizada para reutilizá-la. He ly D em ut ti He ly D em ut ti Ações planejadas para o reúso da água são classificadas em três grupos: reúso direto, indireto e reciclado. é o mais comum e ocorre quando os efluentes tratados são encaminhados diretamente até o pon- to em que vão ser novamente utilizados para outros fins. No reúso indireto, o efluente tratado é misturado a ou- tros efluentes tratados para ser usado novamente antes de ir para o seu destino. Na reciclagem, a água é tratada antes de sua descarga podendo, posteriormente, ser utilizada como fonte de abastecimento. Diversos setores e indústrias investem em equipamentos para tentar suprir essa necessidade do reúso da água, por diversas razões. Algumas formas de utilização são reúso em irrigação paisagística; irrigação de campos de cul- tivos; usos industriais, como refrigeração, lavagem de gases, alimentação de caldeiras; no combate ao fogo; des- cargas de vasos sanitários; sistemas de ar condicionado; lavagem de veículos; ruas e pontos de ônibus; controle No Brasil, essa prática ainda é muito pouco difundida. Entretanto, para diminuir custos, alguns setores, como indústrias, hotéis, empresas de lavagem de automóveis, condomínios residenciais e comerciais, entre outros, já Algumas práticas, como a utilização de esgotos domésticos para a irrigação de hortaliças, forrageiras e jardins, são até antigas. Entretanto, vale ressaltar que tal utilização – feita sem controle – pode trazer riscos à saúde, cau- sando doenças por causa da contaminação de alimentos. Esse exemplo alerta sobre a necessidade de regulamentação para que os mecanismos desenvolvidos estejam em conformidade com condições técnicas, culturais e socioeconômicas. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 103 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1. Identifique os mananciais que abastecem a sua residência e a sua escola, levante informações sobre a situação ambiental desses mananciais e as medidas governamentais que têm sido adotadas para protegê-los. 2. Procure informações sobre o risco de sua comunidade passar por racionamento de água e liste as medidas que precisam ser adotadas pela comunidade, pelo governo e pelos empresários para evitar tal racionamento. 3. Pesquise se existe tratamento de água potável e de esgoto em seu município e quais são os processos utiliza- dos para o seu tratamento. 4. Pesquise se existe saneamento básico para toda a população de seu município. 5. Debata ações comunitárias e governamentais que deveriam ser adotadas para proteger as comunidades de seu município que não dispõem de saneamento básico. Ação e cidadania Debata e entenda 1. Escreva uma lista de todos os problemas relacionados à degradação dos recursos hídricos apresentados no texto. 2. Por que países ricos adotam uma política de tornar os países mais pobres seus produtores de grãos, carnes e aves? 3. Liste atividades domésticas que desperdiçam água e proponha medidas que permitam diminuir ou mesmo eliminar desperdícios nessas atividades. 4. Tomando como base a conta de água de sua residência ou de seu condomínio, calcule a média de con- sumo de água per capita por dia. Consultando a tabela da página 98, com a população de que país se equipara seu consumo? 5. Calcule a quantidade de água desperdiçada por mês em um vazamento, cujo fluxo é de uma gota por se- gundo. Considere o volume de uma gota como sendo igual a 0,05 mL. 6. Cite uma maneira indireta de preservarmos os recursos hídricos, além da redução do consumo direto de água. 7. Por que o problema da água é mais político do que geográfico? 8. Tomando como base todos os textos de temas em foco deste módulo, enumere medidas que deveriam ser adotadas em uma política de gerenciamento dos recursos hídricos. 9. Proponha medidas para melhorar a gestão da água em sua escola. 10. Debata com seus colegas sobre a quem devem pertencer os recursos hídricos e como podemos ter con- trole sobre o uso desses recursos pela iniciativa privada. 11. Cite exemplos de reutilização da água que poderiam ser adotados em sua residência. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. DDDDDebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entenda 1. 1. Escreva uma lista de todos os problemas relacionados à degradação dos recursos hídricos apresentados no texto. 2. 2. Por que países ricos adotam uma política de tornar os países mais pobres seus produtores de grãos, carnes e aves? 3. 3. Liste atividades domésticas que desperdiçam água e proponha medidas que permitam diminuir ou mesmo eliminar desperdícios nessas atividades. 4. 4. Tomando como base a conta de água de sua residência ou de seu condomínio, calcule a média de con- sumo de água per capita por dia. Consultando a tabela da página 98, com a população de que país se per capita por dia. Consultando a tabela da página 98, com a população de que país se per capita equipara seu consumo? 5. 5. Calcule a quantidade de água desperdiçada por mês em um vazamento, cujo fluxo é de uma gota por se- gundo. Considere o volume de uma gota como sendo igual a 0,05 mL. 6. 6. Cite uma maneira indireta de preservarmos os recursos hídricos, além da redução do consumo direto de água. 7. 7. Por que o problema da água é mais político do que geográfico? 104 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1 PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS E INTERAÇÕES ENTRE OS CONSTITUINTES N este capítulo vamos estudar as propriedades da água. Antes, vejamos as propriedades de algumas substâncias em relação às interações intermoleculares dos constituintes. Conforme o grau de polarização das moléculas, tanto nos dipolos permanentes como nos induzidos, a intensidade dessas interações entre as moléculas será maior ou menor. A temperatura de ebulição de substâncias apolares será maior ou menor do que a de substâncias polares? Por quê? Pense Sabemos que o oxigênio (O2), massa molecular 32 u, e o dióxido de carbono (CO2), massa molecular 44 u, apresentam- -se como gases em temperatura ambiente, enquanto a água (H2O), massa molecular 18 u, se apresenta no estado líquido. Como você poderia explicar essa diferença pelas forças intermoleculares? Pense A passagem do estado líquido para o gasoso – ebulição – depende do rompimen- to das interações entre as moléculas, para que fiquem mais afastadas, em um estado de agregação em que as interações de Van der Waals serão desprezíveis. Obviamente, a quebra das interações de moléculas polares é mais difícil do que a de apo- lares. Todavia, deve-se observar que esse não é o único fator que afeta a temperatura de ebu- lição das substâncias. O tamanho e a massa das moléculas também são importantes para as interações intermoleculares. Por exemplo, em temperatura ambiente, existem substâncias apo- lares que são sólidas, como o iodo (I2, massa molecular igual a 253,8 u, em que u é a unidade de massa atômica – grandeza usada pelos químicos para determinar a massa dos átomos e das moléculas), enquanto outras se apresentam líquidas, como o bromo (Br2, massa molecular igual a 159,8 u), e outras, gasosas, como o cloro (Cl2, massa molecular igual a 71 u). Isso pode ser explicado pelo fato de a água ser formada por moléculas polares, enquan- to o gás oxigênio e o dióxido de carbono são formados por moléculas apolares. Nesse caso, observa-se que o efeito da polarização acentuada das ligações de hidrogênio é muito maior do que o efeito provocado pela massa molecular. Vejamos ainda outra grande diferença do efeito da ligação de hidrogênio. O clorofórmio (CHCl3), massa molecular 119,5 u, é forma- do por moléculas polares, estando no estado líquido em temperatura ambiente, mas apre- senta temperatura de ebulição igual a 61 °C, menor do que a da água (100 °C). Veja que, apesar de as moléculas da água terem massa menor (18 u) e serem menores (possuem três átomos) do que as do clorofórmio, as interações entre essas moléculas de água são muito mais fortes do que as interações de dipolo-dipolo permanente das moléculas de clorofórmio. Em que estado físico se apresentaria a água a 25 °C se ela fosse constituída por moléculas lineares? Justifique a resposta. Pense Considerando, portanto, as influências das interações acima descritas, podemos fazer algumas previsões sobre as propriedades dos grupos de substâncias inorgânicas e orgânicas PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS E INTERAÇÕES ENTRE OS CONSTITUINTES este capítulo vamos estudar as propriedades da água. Antes, vejamos as propriedades de algumas substâncias em relação às interações intermoleculares dos constituintes. Conforme o grau de polarização das moléculas, tanto nos dipolos permanentes como nos induzidos, a intensidade dessas interações entre as moléculas será maior ou menor. A temperatura de ebulição de substâncias apolares será maior ou menor do que a de substâncias polares? Por quê? A passagem do estado líquido para o gasoso – ebulição – depende do rompimen- to das interações entre as moléculas, para que fiquem mais afastadas, em um estado de agregação em que as interações de Van der Waals serão desprezíveis. Obviamente, a quebra das interações de moléculas polares é mais difícil do que a de apo- lares. Todavia, deve-se observar que esse não é o único fator que afeta a temperatura de ebu- lição das substâncias. O tamanho e a massa das moléculas também são importantes para as interações intermoleculares. Por exemplo, em temperatura ambiente, existem substâncias apo- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 105 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A conformação espa- cial do DNA é mantida graças às interações mo- leculares. Durante o pro- cesso de formação das cé- lulas germinativas, o DNA é duplicado. Para isso, é necessário que as liga- ções de hidrogênio sejam quebradas, possibilitando a passagem das caracte- rísticas hereditárias. J. Yu ji estudadas neste capítulo. As bases de Arrhenius, os sais e os óxidos iônicos são consti- tuídos por íons, logo se apresentam no estado sólido e, em geral, são solúveis em água. Dependendo do tamanho dos íons constituintes e de seu retículo cristalino, algumas des- sas substâncias são pouco solúveis em água. Os ácidos de Arrhenius são substâncias moleculares e, portanto, encontram-se no es- tado gasoso ou líquido, pois as interações entre moléculas são mais fracas do que entre íons. Os ácidos são constituídos por átomos de hidrogênio ligados a átomos dos grupos 16 ou 17, portanto, suas moléculas são polares. Como consequência, os ácidos são mui- to solúveis em água. Por isso, a maioria dos ácidos é normalmente utilizada na forma de solução aquosa. Os óxidos não metálicos são substâncias moleculares pouco polares e, portanto, em geral se apresentam no estado gasoso. As substâncias orgânicas são moleculares, logo os que possuem pequenas cadeias car- bônicas se apresentam no estado líquido e gasoso. Os com cadeias mais longas, como as gorduras e os polímeros, se apresentam como sólidos. As cadeias carbônicas das substâncias orgânicas são constituídas principalmente por átomos de carbono e hidrogênio, cuja diferença de eletronegatividade é muito pequena, e o somatório dos dipolos entre os átomos ligantes a cada carbono se anula. Logo, em geral, as substâncias orgânicas apresentam partes das moléculas apolares, o que as torna pouco solúveis em água. Ligação de hidrogênio e propriedades das substâncias A presença de ligações de hidrogênio confere algumas mudanças interessantes às pro- priedades das substâncias. Por exemplo, a maioria das substâncias apresenta maior grau de compactação no estado sólido: portanto, seus sólidos são mais densos que os líquidos. As ligações de hidrogênio ocorrem entre mui- tas substâncias orgânicas, conferindo diferentes propriedades a elas, como solubilidade em água e temperaturas de fusão e ebulição mais elevadas. As proteínas que compõem o nosso organismo são constituídas por sequências de aminoácidos, li- gados covalentemente. Esses aminoácidos têm gru- pos hidroxilas (KOH ) e aminos (KNH2) capazes de formar fortes redes de ligações intermoleculares. Outro exemplo é o DNA, cuja forma de dupla hélice é mantida graças às ligações de hidrogênio entre os grupos hidroxilas (KOH) e aminos (KNH2) das bases nitroge- nadas que compõem o có- digo genético. As ligações de hidrogênio nessas molé- culas são responsáveis por importantes propriedades que essas substâncias apre- sentam no metabolismo de nosso organismo. 20Å Cadeias de desoxirribose- -fosfato O P O O O O P O O O O P O O CH2 CH2 CH2 CH3 H2NO O N NH CH N N N N CH2 O O P O O O O P O O O NH2 H2N O O N NH CH N N N N O O O P O – – – – – – A conformação espa- cial do DNA é mantida graças às interações mo- leculares. Durante o pro- estudadas neste capítulo. As bases de Arrhenius, os sais e os óxidos iônicos são consti- tuídos por íons, logo se apresentam no estado sólido e, em geral, são solúveis em água. Dependendo do tamanho dos íons constituintes e de seu retículo cristalino, algumas des- sas substâncias são pouco solúveis em água. Os ácidos de Arrhenius são substâncias moleculares e, portanto, encontram-se no es- tado gasoso ou líquido, pois as interações entre moléculas são mais fracas do que entre íons. Os ácidos são constituídos por átomos de hidrogênio ligados a átomos dos grupos 16 ou 17, portanto, suas moléculas são polares. Como consequência, os ácidos são mui- to solúveis em água. Por isso, a maioria dos ácidos é normalmente utilizada na forma de solução aquosa. Os óxidos não metálicos são substâncias moleculares pouco polares e, portanto, em geral se apresentam no estado gasoso. As substâncias orgânicas são moleculares, logo os que possuem pequenas cadeias car- bônicas se apresentam no estado líquido e gasoso. Os com cadeias mais longas, como as gorduras e os polímeros, se apresentam como sólidos. As cadeias carbônicas das substâncias orgânicas são constituídas principalmente por átomos de carbono e hidrogênio, cuja diferença de eletronegatividade é muito pequena, e o somatório dos dipolos entre os átomos ligantes a cada carbono se anula. Logo, em geral, as substâncias orgânicas apresentam partes das moléculas apolares, o que as torna pouco solúveis em água. 106 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A forma angular da mo- lécula de água, com ângulo de 104º40’, con- fere à substância uma série de propriedades características. 2 PROPRIEDADES DA ÁGUA A Terra é um planeta vivo! Ou seja, um sistema complexo e dinâmico de orga-nismos vivos. Esses, por sua vez, são dependentes da água, sendo constituí- dos por quantidades desse líquido, que em algumas espécies variam de 75% a 85% em massa. Daí podermos afirmar que não existe vida sem água. Pelo menos a vida como conhecemos. São as características da água que lhe dão o papel central nos processos rela- cionados à vida. Propriedades características como sua capacidade de dissolver a maioria das substâncias químicas, suas temperaturas de fusão e ebulição, sua ab- sorção de radiação infravermelha solar, entre outras, têm papel fundamental na re- gulação do clima global. Sua capacidade de receber e armazenar energia permite distribuir a energia incidente sobre a superfície terrestre, diminuindo variações de temperatura entre os dias e as noites, favorecendo o desenvolvimento de diferen- tes formas de vida. Os vegetais armazenam energia por meio da fotossíntese, processo no qual as plantas processam água e sais minerais, retirados do solo pelas raízes, utilizando a luz solar e o dióxido de carbono (CO2), capturado da atmosfera pelas folhas. Esse processo é capaz de transformar energia solar em energia química, na forma de car- boidratos, fonte de alimentação de inúmeros seres vivos. Sem contar que também é capaz de liberar para a atmosfera o precioso gás oxigênio (O2). Nós, como seres vivos e parte do ambiente, também necessitamos muito da água. De forma indireta, ela ajuda na manutenção das condições que precisamos para viver. De forma direta, ela faz parte de nosso corpo, constituindo cerca de 80% de nossa massa. Ela é importantíssima em diversos processos de nosso corpo, auxiliando na digestão (saliva e suco gástrico), na manutenção da temperatura corporal (suor), no transporte de nutrientes e gases até as células (sangue). Sua importância é tanta que, ao consumirmos pouca água, podemos ter problemas de saúde; como cálculos renais, que causam dores fortíssimas. Entre as características peculiares da água está o fato de ela ser a única substân- cia encontrada naturalmente nos três estados de agregação: sólido, líquido e gaso- so. E suas moléculas têm estruturas simples: dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio. A água no estado líquido apresenta moléculas que estão fortemente ligadas entre si. Isso ocorre em razão das fortes interações entre elas em função das ligações de hidro- gênio. Assim, considera-se que nessa situação as moléculas de água não têm existência isolada. Elas encontram-se formando uma estrutura em rede tridimensional na qual as moléculas interagem fortemente com as moléculas vizinhas. Nas moléculas de água, os átomos de oxigênio possuem qua- tro pares de elétrons distribuídos uniformemente ao redor de seu núcleo que, de acordo com a teoria da repulsão dos pares de elé- trons, formam ângulos (par de elétrons – núcleo – par de elétrons) de 109º. Os dois pares de elétrons do oxigênio que não participam das ligações químicas ficam mais próximos do núcleo, repelindo os dois pares que estão ligados aos átomos de hidrogênio; com isso, há uma retração no ângulo entre as ligações H K O K H , que passa a ser de 104º40’. Por isso, a molécula de água tem geome- tria angular (veja a ilustração), que é responsável pela formação de ligações de hidrogênio entre suas moléculas. J. Yu jiForma angular da mólecula de água O H H104°40’ PROPRIEDADES DA ÁGUA Terra é um planeta vivo! Ou seja, um sistema complexo e dinâmico de orga- nismos vivos. Esses, por sua vez, são dependentes da água, sendo constituí- dos por quantidades desse líquido, que em algumas espécies variam de 75% a 85% em massa. Daí podermos afirmar que não existe vida sem água. Pelo menos a vida São as características da água que lhe dão o papel central nos processos rela- cionados à vida. Propriedades características como sua capacidade de dissolver a maioria das substâncias químicas, suas temperaturas de fusão e ebulição, sua ab- sorção de radiação infravermelha solar, entre outras, têm papel fundamental na re- gulação do clima global. Sua capacidade de receber e armazenar energia permite distribuir a energia incidente sobre a superfície terrestre, diminuindo variações de temperatura entre os dias e as noites, favorecendo o desenvolvimento de diferen- Os vegetais armazenam energia por meio da fotossíntese, processo no qual as plantas processam água e sais minerais, retirados do solo pelas raízes, utilizando a ), capturado da atmosfera pelas folhas. Esse processo é capaz de transformar energia solar em energia química, na forma de car- boidratos, fonte de alimentação de inúmeros seres vivos. Sem contar que também é capaz de liberar para a atmosfera o precioso gás oxigênio (O ). C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 107 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! As moléculas de água formam redes, nas quais os átomos de oxigênio (vermelhos) ligam-se a átomos de hidrogênio (brancos) de outras moléculas por meio de ligações de hidrogênio (linhas azuis descontínuas). A      A água vem sendo estudada desde a Antiguidade. Aristóteles [384 a.C.-322 a.C.], filósofo grego, acreditava que ela não poderia ser decomposta, pois era um dos “elementos” básicos da natureza. Essa ideia prevaleceu até o século XVIII. Joseph Priestley [1733-1804], químico e fí- sico inglês, contestou Aristóteles, mas não conseguiu comprovar sua teoria. Foi o químico francês Antoine-Laurent Lavoisier [1743-1794] quem con- seguiu derrubar a hipótese de Aristóteles, demonstrando que a água pode ser decomposta nos gases hidrogênio e oxigênio. John Dalton [1766-1844], cientista inglês, considerava que a água teria a fórmula HO, mas essa ideia não era aceita pelo cientista francês Louis-Joseph Gay-Lussac [1778-1850]. Em 1811, o químico italiano Amedeo Avogadro [1776-1856] introduziu o conceito de molécula e demonstrou que a fórmula da água é H2O, permi- tindo a conciliação entre os dados de Dalton e os de Gay-Lussac. As ideias de Avogadro não foram muito divulgadas e ficaram esquecidas por meio século, até que o químico Stanislao Cannizzaro [1826-1910], seu compatriota, con- vencesse a comunidade científica sobre o valor de suas ideias. Com base nos dados experimentais de Gay-Lussac e do cientista prussiano Alexander von Humboldt [1769-1859], finalmente os químicos reconheceram que a água é formada por moléculas contendo dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, podendo ser representada pela fórmula H2O. A Ciência na História G lo ba l A rt s Co lle ct io n A diferença de eletronegatividade entre átomos de oxigênio (3,44) e átomos de hidrogênio (2,20) gera des- locamento de cargas nas ligações, ocasionando dipolos elétricos. Por causa da geometria angular, os dipolos da molécula não se anulam, conferindo-lhe polaridade. Essa característica permite a ocorrência de ligações de hidrogê- nio entre as moléculas de água: interações intermolecula- res entre átomos de hidrogênio e átomos de oxigênio de moléculas vizinhas. Essas interações são relativamente for- tes e responsáveis por muitas das propriedades da água. Uma das propriedades características da água é sua ele- vada temperatura de fusão em relação a outras substâncias (NH3, H2S e CH4) que possuem valores de massa molar simi- lares à da água, mas que são gases à temperatura ambiente. Essa diferença se deve basicamente às ligações de hidrogênio. As ligações de hidrogênio também são responsáveis por outra propriedade curiosa da água: a flutuação dos icebergs nos mares, devido à menor densidade do gelo em relação à água líquida (veja tabela na página seguinte). Propriedade essa Moléculas de água formam redes J. Yu ji Alexander von Humboldt, amigo do químico brasileiro José Bonifácio, obteve dados que levaram os químicos a re- conhecer a fórmula química da água como H2O. A      A água vem sendo estudada desde a Antiguidade. Aristóteles [384 a.C.-322 a.C.], filósofo grego, acreditava que ela não poderia ser decomposta, pois era um dos “elementos” básicos da natureza. Essa ideia prevaleceu até o século XVIII. Joseph Priestley [1733-1804], químico e fí- sico inglês, contestou Aristóteles, mas não conseguiu comprovar sua teoria. Foi o químico francês Antoine-Laurent Lavoisier [1743-1794] quem con- seguiu derrubar a hipótese de Aristóteles, demonstrando que a água pode ser decomposta nos gases hidrogênio e oxigênio. John Dalton [1766-1844], cientista inglês, considerava que a água teria a fórmula HO, mas essa ideia não era aceita pelo cientista francês Louis-Joseph Gay-Lussac [1778-1850]. Em 1811, o químico italiano Amedeo Avogadro [1776-1856] introduziu o conceito de molécula e demonstrou que a fórmula da água é H tindo a conciliação entre os dados de Dalton e os de Gay-Lussac. As ideias de A Ciência na HistóriaA Ciência na História G lo ba l A rt s Co lle ct io n Alexander von Humboldt, amigo do químico brasileiro José Bonifácio, obteve dados 108 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A flutuação do iceberg é explicada pelo fato de as ligações de hidrogênio da água propiciarem a forma- ção de uma estrutura cris- talina no gelo menos com- pacta do que a da água na fase líquida. Na água em estado sólido, as ligações de hidrogênio provocam arranjo crista- lino que leva as moléculas a ocupar espaço maior do que ocupam no estado líquido. que não se verifica na maioria das substâncias, pois os sólidos geralmente são mais densos que os líquidos. Um bom exemplo é o caso do etanol, cuja densidade no estado líquido é igual a 0,79 g/cm3 e, no sólido, 0,815 g/cm3. Observar um sistema contendo uma mesma substância nas fases sólida e líquida não é comum porque poucas substâncias possuem valores de tempe- ratura de fusão próximos à temperatura ambiente. Uma dessas substâncias é o benzeno, cuja temperatura de fusão é igual a 5,5 ºC. Outra é a água. O gelo flutuando na água é explicado, no nível molecular, pela interação entre as moléculas dessa substância. No gelo, as molécu- las da água estão mais próximas e essa proximidade faz com que as ligações de hidrogênio se organizem de forma direcional num arranjo hexagonal bem definido. Dessa forma, os átomos de oxigê- nio interagem com quatro átomos de hidrogênio: dois por ligações covalentes e dois por ligações de hidrogênio (ver figura). Essas ligações conferem ao gelo uma estrutura cristalina muito bem organizada e com grandes espaços vazios no seu interior. Como resultado, o sólido é menos denso que o líquido. Quando o gelo se funde, parte das ligações de hidrogênio é desfeita, rompendo a or- ganização da estrutura e permitindo que as moléculas se aproximem umas das outras. Consequentemente, por apresentar uma compac- tação maior, o gelo é menos denso do que a água líquida. Pense Em cada um dos recipientes ao lado, temos uma mesma substância nas formas sólida e líquida. Qual re- cipiente contém água e qual contém benzeno? Justifique sua resposta. He ly D em ut ti DENSIDADE DA ÁGUA Temperatura Valor 0 °C (gelo) 0,9168 g/cm3 4 °C 1,00000 g/cm3 20 °C 0,99707 g/cm3 N ru bo c/ D re am st im e Ligações de hidrogênio na água Água no estado líquidoÁgua no estado líquido GeloJ . Y uj i Oxigênio Hidrogênio Ligação covalente Ligação de hidrogênio que não se verifica na maioria das substâncias, pois os sólidos geralmente são mais densos que os líquidos. Um bom exemplo é o caso do etanol, cuja e, no sólido, 0,815 g/cm3. Observar um sistema contendo uma mesma substância nas fases sólida e líquida não é comum porque poucas substâncias possuem valores de tempe- ratura de fusão próximos à temperatura ambiente. Uma dessas substâncias é o benzeno, cuja temperatura de fusão é igual a 5,5 ºC. Outra é a água. He ly D em ut ti DENSIDADE DA ÁGUA Temperatura Valor 0 °C (gelo) 0,9168 g/cm3 4 °C 1,00000 g/cm3 20 °C 0,99707 g/cm3 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 109 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! As ligações de hidrogênio são também responsáveis por outra propriedade funda- mental da água que também favorece as condições para a vida em nosso planeta: o elevado calor específico. O calor específico da água líquida é 4,184 J/g ⋅ °C. Ou seja, para elevarmos a temperatura de um gra- ma de água em um grau Celsius (de 14,5 °C a 15,5 °C) é necessária uma quantidade de energia igual a 4,184 joules. Esse valor é elevado se comparado à quan- tidade de energia necessária para aquecer ou- tras substâncias nessas mesmas condições. Tal fato também se deve às ligações de hidrogê- nio, as quais originam imensas cadeias. A tabela abaixo apresenta valores de capacidade calorífica de algumas substâncias. CALOR ESPECÍFICO DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS Substância/material Capacidade calorífica Ar 1,01 J/g ⋅ ºC Cobre 0,38 J/g ⋅ ºC Vidro 0,78 J/g ⋅ ºC Aço 0,51 J/g ⋅ ºC Sílica 0,74 J/g ⋅ ºC Alumínio 0,90 J/g ⋅ ºC Água (s) 2,03 J/g ⋅ ºC Água (l) 4,18 J/g ⋅ ºC Água (g) 2,01 J/g ⋅ ºC A vida na Terra é extremamente favorecida pela alta capacidade calorífica da água, porque esse elevado valor permite que ela absorva grandes quantidades de energia, ocasionando pequenas variações de temperatura. Além disso, qualquer quantidade de água requer, para evaporar, 500 vezes mais energia do que a neces- sária para aumentar em 1 °C sua temperatura. Para congelar certa quantidade de água, é necessário retirar 80 vezes mais energia do que a retirada para diminuir 1 °C dessa mesma quantidade de água. Isso evita que a Terra tenha variações muito brus- cas de temperatura, tornando pequenas as variações de temperatura entre os dias e as noites. A água existente na superfície e na atmosfera absorve grande quanti- dade de calor durante o dia e a devolve para o ambiente à noite, reduzindo a varia- ção da temperatura. Em Marte, planeta onde as condições atuais de baixa pressão atmosférica dificultam a existência de grandes reservatórios de água na sua super- fície, durante o dia a temperatura pode chegar a 22 °C e, à noite, cair para 63 °C. Situação semelhante ocorre nos desertos. Nos mares e rios de re- giões frias, o gelo sobre a água forma uma cama- da isolante térmica (pois o calor específico do gelo é menor que o da água) que permite melhores con- dições para a vida. Por isso o gelo é usado pelos es- quimós para a construção de iglus. Ka _r u /D re am st im e A tabela abaixo apresenta valores de capacidade calorífica de algumas substâncias. CALOR ESPECÍFICO DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS Substância/material Nos mares e rios de re- giões frias, o gelo sobre a água forma uma cama- da isolante térmica (pois o calor específico do gelo é menor que o da água) que permite melhores con- Ka _r u /D re am st im e 110 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Por ter pouca quanti- dade de água, os desertos apresentam temperaturas que podem ultrapassar 50 °C durante o dia e, à noite, apresentam tem- peraturas próximas de 0 °C. Por isso, nesses lo- cais, o calor é escaldante durante o dia, e o frio, à noite, rigoroso. Rc au ci no /D re am st im eA grande quantidade de água na superfície de nosso planeta contribui também para o fluxo da energia tér- mica absorvida da radiação solar. Isso ocorre pela movimentação de corren- tes marítimas e pelo processo de eva- poração e condensação. A evaporação de grandes quantidades de água nas regiões tropicais esfria o ambiente ao consumir energia. Já nas regiões pola- res, o processo de condensação libera energia, aquecendo o ambiente. Assim, cerca de 20% da energia solar absor- vida nos trópicos é transportada pelos vapores de água às regiões mais frias. A coloração da água está relacionada às ligações de hidrogênio e às suas vibrações. Estudos demonstram que, quando dois átomos estão ligados, aproximam-se e afastam-se constantemente. Esse movimento é denominado vibração de estiramento. Nas vibrações de estiramento, os átomos ligados aproximam-se e afas- tam-se, diminuindo e aumentando o comprimento das ligações. J. Yu ji Nas moléculas, existe também o movimento dos átomos que causa variação dos ângulos formados pelas ligações. Esse movimento permanente é denominado vibração de dobramento. Nas vibrações de dobramento, as ligações vibram num sentido que faz com que os átomos de hidrogênio se aproximem e se afastem uns dos outros. J. Yu ji As vibrações de estiramento e de dobramento são chamadas vibrações mole- culares. As vibrações moleculares da água ocorrem em frequências compreendidas na região das micro-ondas (região entre 108 e 1011 hertz). Quando uma molécula de água vibra, ela afeta as moléculas vizinhas às quais está unida por ligações de hi- drogênio. Essa alteração vibracional ocorre com a absorção de energia. No caso da água, não ocorre absorção da luz na frequência correspondente à região do azul, sendo ela, portanto, refletida. A mesma tonalidade azulada é muitas vezes vista nas formações de gelo. Por ter pouca quanti- dade de água, os desertos apresentam temperaturas que podem ultrapassar 50 °C durante o dia e, à noite, apresentam tem- peraturas próximas de Rc au ci no /D re am st im e A coloração da água está relacionada às ligações de hidrogênio e às suas vibrações. Estudos demonstram que, quando dois átomos estão ligados, aproximam-se e afastam-se vibração de estiramento. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 111 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 3 ÁGUA E SOLUBILIDADE DOS MATERIAIS A água é conhecida como solvente universal por ser capaz de dissolver uma grande diversidade de substâncias ou materiais, além de estar presente, mesmo que em pequena quantidade, na maioria dos materiais. Ela é o solvente mais abundante em nosso planeta, sendo sua quantidade estimada em aproximadamente 1,5 ⋅ 1021 litros. Os mares e oceanos são bons exemplos do grande poder de dissolução da água. Acumuladores de materiais dissolvidos pelos rios nos continentes, eles formam uma imensa solução que possui cerca de 35 gramas de sólidos dissolvidos por litro (veja tabela abaixo). Nesse sólido, encontramos átomos de mais de 64 elementos químicos diferentes. Muitos dos materiais dissolvidos são importantes fontes de matéria-prima, apesar de poucos se- rem explorados comercialmente. QUANTIDADE MÉDIA DAS SUBSTÂNCIAS MAIS ABUNDANTES NOS MARES Substância Fórmula Massa por litro de água Cloreto de sódio NaCl 27,500 g Cloreto de magnésio MgCl2 6,750 g Sulfato de magnésio MgSO4 5,625 g Sulfato de cálcio CaSO4 1,800 g Cloreto de potássio KCl 0,750 g Carbonato de cálcio CaCO3 0,111 g Brometo de potássio KBr 0,103 g Fonte: CRUZ, M. N.; MARTINS, I. P. Química Hoje! 9o ano. Porto: Porto Editora, 1995. O forno de micro-ondas não transmite calor ao alimento. É a viscosidade da água que permite a formação de gotas. He ly D em ut ti Em parte, são as vibrações moleculares da água que tornaram a larga aplicação na cozinha dos fornos de micro-ondas. Esse forno foi patentea- do em 1953 e, a partir da década de 1970, ganhou grande popularidade. Hoje, está presente em muitas residências e estabelecimentos comerciais. Diferentemente dos fornos elétricos ou a gás, o forno de mi- cro-ondas não fornece calor: ele gera radiações com frequência de 2,45 ⋅ 109 hertz. No forno, essas radiações são direcionadas ao comparti- mento onde ficam os alimentos, e elas atuam nas moléculas de água pre- sentes nos alimentos. As moléculas absorvem as radiações e, com isso, aumentam a vibração de suas ligações, causando aquecimento. Como as micro-ondas atuam ba- sicamente em moléculas de água, alimentos ou recipientes que não contenham água não são aquecidos. Por causa da capacidade de penetração dessa ra- diação, alimentos são cozidos por inteiro, e não a partir da superfície, como nos fornos a calor. As ligações de hidrogênio têm tempo variável de existência. E esse tempo acaba determinando a viscosidade do material. Chamamos de viscosidade de um líquido a resistência que ele oferece ao movimento de suas partes. Assim, um líquido muito viscoso não escoa facilmente, e um líquido pouco viscoso escoa com mais fa- cilidade. Na água, a duração da ligação de hidrogênio é muito pe- quena – aproximadamente 10–9 segundos –, caracterizando um lí- quido pouco viscoso. He ly D em ut ti O forno de micro-ondas não transmite calor ao alimento. He ly D em ut ti He ly D em ut ti Em parte, são as vibrações moleculares da água que tornaram a larga aplicação na cozinha dos fornos de micro-ondas. Esse forno foi patentea- do em 1953 e, a partir da década de 1970, ganhou grande popularidade. Hoje, está presente em muitas residências e estabelecimentos comerciais. Diferentemente dos fornos elétricos ou a gás, o forno de mi- cro-ondas não fornece calor: ele gera radiações com frequência de 2,45 ⋅ 109 hertz. No forno, essas radiações são direcionadas ao comparti- mento onde ficam os alimentos, e elas atuam nas moléculas de água pre- sentes nos alimentos. As moléculas absorvem as radiações e, com isso, aumentam a vibração de suas ligações, causando aquecimento. Como as micro-ondas atuam ba- sicamente em moléculas de água, alimentos ou recipientes que não contenham água não são aquecidos. Por causa da capacidade de penetração dessa ra- diação, alimentos são cozidos por inteiro, e não a partir da superfície, como nos fornos a calor. As ligações de hidrogênio têm tempo variável de existência. E esse tempo acaba determinando a viscosidade do material. Chamamos de viscosidade de um líquido movimento de suas partes. Assim, um líquido muito viscoso não escoa facilmente, e um líquido pouco viscoso escoa com mais fa- cilidade. Na água, a duração da ligação de hidrogênio é muito pe- quena – aproximadamente 10 quido pouco viscoso. He ly D em ut ti He ly D em ut ti 112 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A substância extraída em maior abundância da água do mar é o cloreto de sódio (NaCl): em torno de 27 gramas por litro. Para extrair essa mesma massa de outras substâncias, precisamos de quantidades bem maiores de água. Em cada quilômetro cúbico (1 km3 = 1012 L) de água do mar, podemos ter cerca de 11,3 to- neladas de zinco; 3,4 toneladas de cobre e estanho; 240 gramas de prata e 430 gramas de ouro. A facilidade com que a água dissolve diferentes tipos de subs- tância deve-se à sua geometria e à distribuição de cargas de suas moléculas. A polarização de cargas nas moléculas da água permite a separação de íons, fortemente unidos por atração eletrostática. Quando dissolvidos, os íons são envolvidos por moléculas de água num processo denominado solvatação. Dessa forma, os íons po- dem ser transportados pela água, favorecendo a ocorrência de di- versos processos químicos, físicos e biológicos. Na água do mar há uma grande quantidade de substâncias, tais como: cloretos de sódio, de mag- nésio, de potássio e de ru- bídio; sulfatos de magné- sio; metafosfato de cálcio; sílica; bicarbonatos e ou- tras substâncias, em me- nor quantidade. He ly D em ut ti Enquanto a proporção sa- lina nos mares é de 35 g/L, no Mar Morto é de 350 g/L a 370 g/L. Suas águas são consideradas terapêu- ticas pelo fato de ter um grande concentrado de 21 minerais, sendo que 12 deles não são encon- trados em outros lugares. M ag ic in fo t/ D re am st im e Solubilização dos materiais Você já tentou adoçar um suco, mas se deparou com a situação de o açúcar se depo- sitar no fundo do copo e não se dissolver mais, apesar da agitação contínua? A dissolução de um soluto em um líquido depende das possíveis interações entre os constituintes das duas substâncias. Dependendo também dessas interações, o solu- to poderá se dissolver em maior ou menor proporção. Denominamos essa propriedade específica de solubilidade ou coeficiente de solubilidade. Solubilidade é a quantidade máxima de uma substância que pode ser dissolvida em uma determinada quantidade de solvente, produzindo uma solução estável e sem forma- ção de precipitado (parte do sólido depositado no fundo do recipiente). Normalmente, a solubilidade é expressa em massa do soluto por 100 gramas de água. Quando se dissolve a quantidade máxima do soluto no solvente, obtém-se uma solu- ção saturada. Quando em uma solução houver menos soluto do que o solvente é capaz de dissolver, a solução será denominada solução insaturada. Ou seja, em uma solução insaturada ainda é possível dissolver mais soluto, sem a formação de precipitado. Em determinadas situações, é possível que a quantidade de soluto dissolvida seja maior do que a solubilidade permite. Nesse caso, teremos uma solução supersaturada. Esse tipo de solução não é estável, e uma simples perturbação pode transformá-la em um material heterogêneo, pela precipitação do excesso de soluto. A substância extraída em maior abundância da água do mar é o cloreto de sódio (NaCl): em torno de 27 gramas por litro. Para extrair essa mesma massa de outras substâncias, precisamos de quantidades bem maiores de água. Em cada quilômetro cúbico L) de água do mar, podemos ter cerca de 11,3 to- neladas de zinco; 3,4 toneladas de cobre e estanho; 240 gramas A facilidade com que a água dissolve diferentes tipos de subs- tância deve-se à sua geometria e à distribuição de cargas de suas moléculas. A polarização de cargas nas moléculas da água permite a separação de íons, fortemente unidos por atração eletrostática. Quando dissolvidos, os íons são envolvidos por moléculas de água . Dessa forma, os íons po- dem ser transportados pela água, favorecendo a ocorrência de di- Na água do mar há uma grande quantidade de substâncias, tais como: He ly D em ut ti Enquanto a proporção sa- lina nos mares é de 35 g/L, no Mar Morto é de 350 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 113 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Um exemplo comum de solução supersaturada é um tipo de bolsa térmica, disponível comercialmente, utilizada para fazer compressas quentes. Algumas possuem uma solução supersaturada de acetato de sódio (NaOCOCH3) e, quando dobramos a pequena placa de metal imersa na solução, inicia-se a precipitação do sal na forma de cristais. Esse processo é exotérmico, portanto, libera energia, aquecendo a bolsa. He ly D em ut ti A solubilidade das substâncias em um mesmo solvente varia com a temperatura do sistema. Você já percebeu como o açúcar se dissolve melhor na água quente, utilizada na preparação do café, do que na água gelada, utilizada para preparar um suco? Pois é, geralmente, a solubilidade de substâncias sólidas aumenta à medida que a temperatura sobe. Entretanto, como para outras regras, há exceções. O sulfato de lítio (Li2SO4) é um exemplo de substância que tem sua solubilidade diminuída com o aumen- to da temperatura. A água dissolve grandes quantidades de algumas substâncias, como o cloreto de só- dio (NaCl); pequenas quantidades de outras, como o carbonato de cálcio (CaCO3); e há ainda aquelas que praticamente não são dissolvidas pela água, sendo exemplo o cloreto de prata (AgCl). Para algumas substâncias, a temperatura do sistema aumenta em consequência do processo de dissolução, como no caso do hidróxido de sódio (NaOH); para outras, ocor- re diminuição da temperatura, sendo exemplo o cloreto de amônio (NH4Cl). Quando dissolvemos uma substância em um solvente, ocorrem interações entre as mo- léculas do solvente e os constituintes – íons ou moléculas – do soluto. Como exemplo, po- demos citar a dissolução do fluoreto de potássio em água. Para preparar uma boa limonada, o ideal é dissolver o açúcar antes de se adicionar o gelo. À temperatura de 30 ºC é possível dissolver 45,8 g de KNO3 em 100 g de água. Nesse caso, conforme a quantidade de soluto adicionada à água, po- demos ter três situações diferentes: a) solução insaturada; b) solução saturada; c) solução sa- turada com precipita- do. Se a solução saturada obtida nessas condições for esfriada para 20 ºC, sem agitação, ela poderá se transformar em uma so- lução supersaturada, que ao sofrer alguma pertur- bação poderá precipitar a quantidade de KNO3 que ultrapassa o coeficiente de solubilidade desse sal a 20 ºC. J. Yu ji J. Yu ji 100 g de H2O 45 g de KNO3 100 g de H2O 45,8 g de KNO3 100 g de H2O 47 g de KNO3 (45,8 g dissolvidos e 1,2 g precipitados) solução insaturada solução saturada solução saturada com precipitado 100 g de H2O 45,8 g de KNO3 resfriamento perturbação do sistema 100 g de H2O 45,8 g de KNO3 100 g de H2O 31,6 g de KNO3 dissolvidos e 14,2 g de KNO3 precipitados solução saturada de KNO3 a 30 °C solução supersaturada de KNO3 a 20 °C solução saturada de KNO3 a 20 °C com precipitado Um exemplo comum de solução supersaturada é um tipo de bolsa térmica, disponível comercialmente, utilizada para fazer compressas quentes. Algumas possuem uma solução supersaturada de acetato de sódio (NaOCOCH metal imersa na solução, inicia-se a precipitação do sal na forma de cristais. Esse processo é exotérmico, portanto, libera energia, aquecendo a bolsa. He ly D em ut ti À temperatura de 30 ºC é possível dissolver 45,8 g de KNO3 em 100 g de água. Nesse caso, conforme a quantidade de soluto adicionada à água, po- demos ter três situações diferentes: a) solução insaturada; b) solução saturada; c) solução sa- J. Yu ji 100 g de H2O 45 g de KNO3 100 g de H2O 45,8 g de KNO3 100 g de H2O 47 g de KNO3 (45,8 g dissolvidos e 1,2 g precipitados) solução insaturada solução saturada solução saturada com precipitado 45,8 g de KNO solução saturada de KNO 114 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! J. Yu ji Na dissolução do fluoreto de potás- sio em água, os átomos de hidrogênio interagem com os ânions e os de oxi- gênio com os cátions.cátion ânion água Substâncias poliatômicas moleculares apolares também podem se dissolver em água graças ao deslocamento de cargas em suas moléculas. Como exemplo, podemos citar o iodo, que é formado por moléculas diatômicas apolares, mas que se dissolve em água, mesmo que pouco, graças ao deslocamento de cargas nas moléculas. Provavelmente você já deve ter aberto um refrigerante “quente” (que não está gela- do) e viu o gás escapando rapidamente. Esse fato ocorre por causa da solubilidade que é afetada pela temperatura e pela pressão no interior da garrafa. No caso de gases, também há diminuição da solubilidade com o aumento da tempe- ratura. Quando a garrafa do refrigerante está fechada, a pressão interna é maior do que a pressão externa. Ao abrir a tampa, ocorre uma diminuição da pressão interna, igualando-se à pressão externa. Nesse momento, observamos a formação de bolhas: é o gás carbônico que estava dissolvido no líquido escapando para a atmosfera, por conta da diminuição da solubilidade. A solubilidade dos gases é passível à variação da pressão atmosférica, um fa- tor que praticamente não interfere no caso dos sólidos. Refrigerantes são soluções aquo- sas cujo solvente é a água, que contêm diversos solutos: açúcar, corantes, aromatizantes, acidulantes etc. É claro que não podemos esquecer o soluto gasoso que caracteriza os refrigerantes: o gás carbônico (CO2). Neste último caso, junto ao processo de dissolução ocorre uma reação química que é representada pela seguinte equação: H2O(l) + CO2(aq) F H2CO3(aq) O ácido carbônico (H2CO3), produto da reação, é uma das substâncias que conferem sabor característico aos refrigerantes. Esse sabor pode ser percebido também em água gaseificada (com gás carbônico). Água mineral Para muitos, a água mineral não é somente utilizada como bebida; ela apresenta diver- sas propriedades curativas, dependendo da fonte de que foi extraída. Como a temperatura influencia na solubilidade do gás carbônico contido em refrigerantes? Pense O refrigerante é uma so- lução supersaturada de gás carbônico; quando a garra- fa é aberta, o sistema sofre uma perturbação que pro- voca a expulsão do excesso de gás dissolvido. do) e viu o gás escapando rapidamente. Esse fato ocorre por causa da solubilidade que No caso de gases, também há diminuição da solubilidade com o aumento da tempe- ratura. Quando a garrafa do refrigerante está fechada, a pressão interna é maior do que a He ly D em ut ti Para muitos, a água mineral não é somente utilizada como bebida; ela apresenta diver- Hely D em ut ti O que é água mineral? Pense A água mineral já foi tema de música, tem grife, aparência extremamente agradável e gosto mara- vilhoso (embora alguns digam que não tem gosto ou cheiro) e seu cheiro não desagrada a ninguém. Essas seriam algumas das características da bebida mais consumida no mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, água mineral é aquela “obtida dire- tamente de fontes naturais ou artificialmente captada, de origem subterrânea, caracterizada pelo conteúdo e pela proporção relativa de certos sais minerais”. Na dissolução do fluoreto de potás- sio em água, os átomos de hidrogênio interagem com os ânions e os de oxi- gênio com os cátions. Substâncias poliatômicas moleculares apolares também podem se dissolver em água graças ao deslocamento de cargas em suas moléculas. Como exemplo, podemos citar o iodo, que é formado por moléculas diatômicas apolares, mas que se dissolve em água, mesmo que pouco, graças ao deslocamento de cargas nas moléculas. Provavelmente você já deve ter aberto um refrigerante “quente” (que não está gela- do) e viu o gás escapando rapidamente. Esse fato ocorre por causa da solubilidade que Como a temperatura influencia na solubilidade do gás carbônico contido em refrigerantes? O refrigerante é uma so- lução supersaturada de gás carbônico; quando a garra- fa é aberta, o sistema sofre uma perturbação que pro- voca a expulsão do excesso de gás dissolvido. Substâncias poliatômicas moleculares apolares também podem se dissolver em água graças ao deslocamento de cargas em suas moléculas. Como exemplo, podemos citar o iodo, que é formado por moléculas diatômicas apolares, mas que se dissolve em água, Provavelmente você já deve ter aberto um refrigerante “quente” (que não está gela- do) e viu o gás escapando rapidamente. Esse fato ocorre por causa da solubilidade que de gás dissolvido. He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 115 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), instituição gover- namental que tem como missão “proteger e promover a saúde da população garantin- do a segurança sanitária de produtos e serviços”, água mineral natural é aquela “obtida diretamente de fontes naturais ou artificialmente captada, de origem subterrânea, carac- terizada pelo conteúdo definido e constante de sais minerais… e outros constituintes”. Durante sua passagem por diferentes regiões do solo, a água dissolve diversas substâncias, adquirin- do propriedades características, tais como pH, sa- linidade, odor (em virtude da dissolução de gases) etc. Essas propriedades dependem basicamente das várias espécies químicas dissolvidas numa solução denominada água mineral. A composição da água mineral depende do tipo de solo e subsolo da região de onde foi extraída. Toda água mineral é natural? Pense Fontes térmicas na cidade de Mossoró (RN). No Brasil, exis- tem águas hidrominerais espalhadas em 16 estados. Quem resiste a um gostoso banho numa piscina de água mineral? Muitas ci- dades brasileiras têm explorado as suas fontes hidrotermais, pois elas possuem um elevado potencial turístico. Na foto, água mineral em Caldas Novas (GO). Os gregos antigos cura- vam os males físicos e men- tais mergulhando em imen- sos tanques. Os romanos criaram os centros de tra- tamento hidroterápico. Os muçulmanos inventaram o banho turco, e os finlande- ses, a sauna. Di lif f/ W ik ip ed ia C om m on s Ju ca M ar tin s/ O lh ar Im ag em Ca ni nd é So ar es As águas minerais são classificadas conforme suas composições químicas e as suas propriedades físico-químicas. As principais espécies químicas encontradas nas águas minerais são os íons cálcio, magnésio, potássio, sódio, cobre, bário, antimônio, arsê- nio, cádmio, chumbo, manganês, mercúrio, níquel, cromo, cianeto, borato, fosfato, bi- carbonatos, sulfatos, sulfetos, nitratos, cloretos e ferro. É claro que não podemos nos esquecer dos gases dissolvidos, sendo os principais o oxigênio e o dióxido de carbono. No campo, é comum as pessoas utilizarem águas que brotam de nascentes, que se fossem analisadas receberiam o título de água mineral. Como nas cidades isso é praticamente impossível, para podermos saborear água mineral temos que comprá- -la engarrafada. Em cada região, há várias marcas de água disponíveis comercial- mente, mas nem todas são águas minerais naturais. A legislação permite que águas purificadas e adicionadas de sais sejam vendidas como água mineral mineralizada. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), instituição gover- namental que tem como missão “proteger e promover a saúde da população garantin- do a segurança sanitária de produtos e serviços”, água mineral natural é aquela “obtida diretamente de fontes naturais ou artificialmente captada, de origem subterrânea, carac- terizada pelo conteúdo definido e constante de sais minerais… e outros constituintes”. Toda água mineral é natural?Toda água mineral é natural?Toda água mineral é natural? PensePensePensePensePensePensePensePensePensePenseOs gregos antigos cura- vam os males físicos e men- tais mergulhando em imen- sos tanques. Os romanos criaram os centros de tra- tamento hidroterápico. Os muçulmanos inventaram o banho turco, e os finlande- ses, a sauna. Di lif f/ W ik ip ed ia C om m on s 116 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A água mineralizada é uma água comum fornecida por uma empresa de tratamento de água, mas que recebe quantidade de sais para ficar com constituição química semelhante a algum tipo de água mineral. A leitura de rótulos pode ajudar na escolha de uma água que possua características de sabor e de odor agradáveis ao seu paladar. A água mineral é uma solução aquosa que contém diversos materiais, entre eles os sais. Os metais indicado na tabela (bário, estrôncio, cálcio etc.) estão presentes na água sob a forma iônica. He ly D em ut ti Exercícios 1. Explique com suas palavras por que a água apresenta geometria angular. 2. Água e gelo coexistem em equilíbrio a 0 °C. Enquanto funde, nessa temperatura, o gelo absorve o equivalente a 80 calorias por grama, transformando-se em líquido; a temperatura permanece a mesma. Explique o que pode ser realizado para congelar novamente a água. 3. A molécula da água apresenta geometria angular; se fosse linear, com todos os seus três átomos em linha reta, qual seria o efeito disso sobre as suas propriedades físicas? 4. Explique o efeito da ligação de hidrogênio nas proprie- dades físicas da água. 5. Por que o gelo flutua na água? O gelo flutuará no álcool? Dado: densidade do álcool = 0,789 g/mL. 6. Por que uma garrafa cheia de água e tampada estoura quando esquecida no freezer? 7. Explique por que uma mistura gelo-água permanece a 0 °C até que todo o gelo tenha fundido, mesmo que essa mistura esteja sobre uma fonte de aquecimento. 8. A temperatura da água no fundo de um lago é muito di- ferente da temperatura verificada na superfície? Explique. 9. A tabela abaixo mostra as propriedades físicas da água e de outras substâncias constituídas por átomos de hidrogênio. Fórmula Cor Massa molar (g/mol) tf (ºC) te (1atm) (ºC) Calor de fusão (cal/g) Calor de vaporização (cal/g) H2O Incolor 18,02 0,00 100,0 80,0 540 H2S Incolor 34,08 –85,5 –60,3 16,7 131 H2Se Incolor 80,98 –65,7 –41,3 7,4 57,0 H2Te Incolor 129,6 –49,0 –2,0 — 42,8 a) O que podemos observar comparando as proprie- dades físicas da água e dessas outras substâncias? b) Por que a água apresenta essas propriedades dife- rentes das demais substâncias? 10. Explique como o princípio de funcionamento do forno de micro-ondas está relacionado com a energia vibra- cional da molécula da água. 11. Considere quantidades iguais de água nos três esta- dos físicos (sólido, líquido e gasoso) relacionados no esquema a seguir. água (s) água (l) água (g) IIIII I IV V Com base nos seus conhecimentos e no esquema aci- ma, julgue os itens a seguir, marcando C para os cor- retos e E para os errados. 1) A água apresenta a mesma estrutura geométrica nos três estados físicos. 2) O processo II envolve absorção de energia. 3) O processo III é acompanhado de um aumento de densidade. 4) O vapor de água está em estado mais energético do que a água líquida e a sólida. 5) O gasto de energia no processo IV é maior do que no processo V. 12. Considere as seguintes propriedades das substâncias A, B e C na mesma temperatura: Substância A: quando colocada dentro de um recipien- te, move-se sempre para o fundo. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. J. Yu ji A água mineralizada é uma água comum fornecida por uma empresa de tratamento de água, mas que recebe quantidade de sais para ficar com constituição química A leitura de rótulos pode ajudar na escolha de uma água que possua características de sabor e de odor agradáveis ao é uma solução aquosa que contém diversos materiais, entre eles os sais. Os metais indicado na tabela (bário, estrôncio, cálcio He ly D em ut ti Explique com suas palavras por que a água apresenta Água e gelo coexistem em equilíbrio a 0 °C. Enquanto funde, nessa temperatura, o gelo absorve o equivalente a 80 calorias por grama, transformando-se em líquido; a) O que podemos observar comparando as proprie- dades físicas da água e dessas outras substâncias? b) Por que a água apresenta essas propriedades dife- rentes das demais substâncias? 10. 10. Explique como o princípio de funcionamento do forno FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 117 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Substância B: quando colocada dentro de um recipiente, espalha-se por todo o espaço disponível. Substância C: quando colocada dentro de um recipiente, move-se sempre para o fundo espalhando-se por ele e cobrindo-o por inteiro. Analise o texto acima e julgue os itens, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) Os estados de agregação das substâncias A, B e C são, respectivamente, líquido, sólido e gasoso. 2) O processo de evaporação da água absorve energia, sendo classificado como endotérmico. 3) As moléculas da substância B apresentam maior energia cinética que as moléculas da substância A. 4) Ao analisar a densidade das substâncias, observa-se que a substância C é mais densa que a substância B. 5) A substância C, ao entrar em ebulição, manteve-se a uma temperatura constante, logo pode-se concluir que se trata de uma substância pura composta. 13. Explique, com base nas propriedades da água, o motivo de ela ser considerada o solvente universal. 14. Quais são os fatores que influenciam na eficiência de um solvente? 15. Explique por que uma substância iônica pode ser dissolvida em água, e não, necessariamente, em outros solventes. 16. Uma enorme fonte de água está nos oceanos, mas a água do mar contém 35 000 ppm (parte por milhão) de sais dissolvidos, o que a torna inadequada para o uso doméstico e para a agricultura. Qual a importância de tornar a água do mar potável? 17. Explique como ocorre a dissolução de uma substância em diferentes solventes? 18. Por que se faz chá com água quente mesmo quando se vai, posteriormente, bebê-lo gelado? 19. Por que é importante indicar a temperatura em uma solução saturada? 20. O sulfato de cobre, à temperatura de 20 ºC, dissolve-se no máximo 1,2 g em 6,0 mL de água. Responda: a) Em 10 mL de água é possível dissolver 0,3 g de sul- fato de cobre, na temperatura indicada? Justifique. b) Quantos mL de água são necessários para dissolver 0,5 g de sulfato de cobre na temperatura indicada? 21. Uma solução preparada pela adição de 0,5 g de bi- carbonato de sódio (NaHCO3) a 10,0 g de água será saturada ou insaturada a 20 °C? Obs.: Nessa temperatura, a solubilidade do NaHCO3 é 9,6 g/100 g H2O. 22. Ao abrirmos uma garrafa de refrigerante, ocorre uma maior liberação de gases. Explique, com base na solubilidade de gases em líqui- dos, por que isso ocorre. 23. Por que uma pequena mudança de pressão tem pouco efeito na solubilidade de sólidos e líquidos e maior efeito na solubilidade de gases dissolvidos em líquidos? 24. Champanhe é uma bebida que deve ser guardada na geladeira antes de ser aberta, sendo necessário abri-la com muito cuidado. Explique, com base no conceito de solubilidade de gases em líquidos, o que acontece se uma garrafa for sacudida e aberta rapidamente. 25. Ao realizar, com seus alunos, um experimento no labo- ratório, o professor derramou água sobre uma mesa. Em alguns minutos, os alunos perceberam que a água havia se evaporado. Alguns meses depois, o mestre repetiu a mesma cena. Dessa vez, a água permaneceu sobre a mesa por cerca de 6 a 9 horas. Indique algumas condições que poderiam ter ocorrido no laboratório para causar essa diferença. 4 PROPRIEDADES COLIGATIVAS Por que a água filtrada congela quando é colocada no congelador da geladeira, e a água com sal não congela? Será que a água pode permanecer líquida em temperatura acima de 100 °C? Pense As propriedades químicas e físicas dos materiais dependem das substâncias que os compõem. As soluções, como outros materiais, apresentam propriedades diferentes das substâncias que as originam. Ao estudar a variação dessas propriedades com a con- centração dos solutos, os químicos observaram que algumas propriedades dependem da proporção entre seus constituintes (concentração) e não da natureza do soluto. Substância B: quando colocada dentro de um recipiente, espalha-se por todo o espaço disponível. Substância C: quando colocada dentro de um recipiente, move-se sempre para o fundo espalhando-se por ele e cobrindo-o por inteiro. Analise o texto acima e julgue os itens, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) Os estados de agregação das substâncias A, B e C são, respectivamente, líquido, sólido e gasoso. 2) O processo de evaporação da água absorve energia, sendo classificado como endotérmico. 3) As moléculas da substância B apresentam maior energia cinética que as moléculas da substância A. 4) Ao analisar a densidade das substâncias, observa-se que a substância C é mais densa que a substância B. 5) A substância C, ao entrar em ebulição, manteve-se a uma temperatura constante, logo pode-se concluir que se trata de uma substância pura composta. 13. 13. Explique, com base nas propriedades da água, o motivo de ela ser considerada o solvente universal. 19. 19. 20. 20. 21. 21. 22. 22. 23. 23. 118 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! As propriedades das soluções que dependem do solvente e da concentração do soluto, e não da natureza deste, são denominadas propriedades coligativas. Essas propriedades têm várias aplicações práticas e são utilizadas na determinação de outras propriedades das substâncias. Do ponto de vista químico, as propriedades coligativas mais importantes são: • abaixamento da pressão de vapor; • abaixamento da temperatura de fusão; • elevação da temperatura de ebulição; • variação da pressão de osmose. Como as propriedades coligativas estão relacionadas a soluções, é importante conhe- cer bem as propriedades dos solventes em questão. Duas propriedades do solvente im- portantes nesse estudo são: a pressão de vapor e a temperatura de ebulição. Mas o que é pressão de vapor? É o que veremos a seguir! Química na escola Os líquidos evaporam com a mesma rapidez? A evaporação, passagem da fase líquida para a fase gasosa, ocorre lentamente na superfície dos líqui- dos. Este experimento, que poderá ser feito em grupo em sala de aula, tem como objetivo observar se as evaporações de diferentes líquidos ocorrem na mesma intensidade. Material • água • álcool • solvente para limpeza de esmalte • três colheres (de sopa) • três conta-gotas Procedimento 1. Coloque as colheres próximas. 2. Pingue dez gotas de água na primeira colher, dez gotas de álcool na segunda colher e dez gotas de solvente para limpeza de esmalte na terceira colher. 3. Observe e marque o tempo que cada material gasta para evaporar completamente. Destino dos resíduos Os resíduos desta prática podem ser descartados na pia. Análise de dados 1. Qual é a ordem de evaporação dos líquidos observada no experimento? 2. Analisando os dados e o gráfico ao lado, justifique as diferenças das curvas de evaporação apresentadas no gráfico. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. He ly D em ut ti A uma mesma temperatura, líquidos diferentes apre- sentam diferentes valores de pressões de vapor. Pressão/mmHg Temperatura (°C)34,6 760 54,5 78,4 100 éter dietílico álcool etílico água propanona (acetona) As propriedades das soluções que dependem do solvente e da concentração do propriedades coligativas. Essas propriedades têm várias aplicações práticas e são utilizadas na determinação de outras Do ponto de vista químico, as propriedades coligativas mais importantes são: abaixamento da temperatura de fusão; variação da pressão de osmose. Como as propriedades coligativas estão relacionadas a soluções, é importante conhe- cer bem as propriedades dos solventes em questão. Duas propriedades do solvente im- portantes nesse estudo são: a pressão de vapor e a temperatura de ebulição. Mas o que é pressão de vapor? É o que veremos a seguir! Os líquidos evaporam com a mesma rapidez? A evaporação, passagem da fase líquida para a fase gasosa, ocorre lentamente na superfície dos líqui- dos. Este experimento, que poderá ser feito em grupo em sala de aula, tem como objetivo observar se as evaporações de diferentes líquidos ocorrem na mesma intensidade. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 119 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! V Vídeo A chuva pode parecer incômoda, mas sua fal- ta pode causar sérios problemas. Na superfície de um líquido há passa- gem constante de moléculas da fase líqui- da para a gasosa e vice-versa. Pressão de vapor He ly D em ut ti J. Yu ji líquido vapor Quando na superfície de um líquido as fases gasosa e líquida permanecem constan- tes, dizemos que o sistema está em equilíbrio dinâmico, pois nele há passagem cons- tante de moléculas de uma fase para outra. Nesse equilíbrio, a pressão da fase gasosa sobre a fase líquida apresenta valor constante, que é denominado pressão de vapor do líquido. Pressão de vapor de um líquido, a uma dada temperatura, é a pressão exercida pelo vapor quando as fases estão em equilíbrio. A pressão de vapor de uma substância depende da temperatura e das interações intermoleculares. Consequentemente, a pressão de vapor de um líquido, ou seja, sua volatilidade é proporcional à temperatura e inversamente proporcional à intensidade das interações intermoleculares. A 25 °C, a água apresenta pressão de vapor igual a 3172 Pascais (0,03131 atmosferas). Será que em uma garrafa fechada há água evaporada? Pense Após a chuva, formam-se, no chão, poças de água que, com o tempo, desaparecem. Normalmente, não enxergamos a evaporação da água, mas sabemos que ela acontece. Provavelmente, a maioria das pessoas sabe que a tendência da água contida em um recipiente aberto é evaporar-se. E que quanto maior sua temperatura, maior será a ra- pidez dessa evaporação! Em um sistema fechado, como uma garrafa de água tampada, muitas moléculas passam da fase líquida para a fase gasosa (evaporam). Nesse caso, não há diminuição do líquido porque muitas fazem o inverso: passam da fase gasosa para a líquida (condensam). A pressão de vapor de um líquido aumenta com a ele- vação da temperatura. J. Yu ji água a 10 °C pressão = 1211 Pa água a 40 °C pressão = 7281 Pa água a 80 °C pressão = 44078 Pa Pressão de vapor He ly D em ut ti J. Yu ji Será que em uma garrafa fechada há água evaporada?Será que em uma garrafa fechada há água evaporada? PensePensePensePensePensePensePensePense Após a chuva, formam-se, no chão, poças de água que, com o tempo, desaparecem. Normalmente, não enxergamos a evaporação da água, mas sabemos que ela acontece. Provavelmente, a maioria das pessoas sabe que a tendência da água contida em um recipiente aberto é evaporar-se. E que quanto maior sua temperatura, maior será a ra- pidez dessa evaporação! Em um sistema fechado, como uma garrafa de água tampada, muitas moléculas passam da fase líquida para a fase gasosa (evaporam). Nesse caso, não há diminuição do líquido porque muitas fazem o inverso: passam da fase gasosa para a líquida (condensam). 120 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Para cada substância, assim como se pode atingir equilíbrio entre a fase líquida e a ga- sosa, também se pode atingir equilíbrio entre a fase sólida e a líquida e entre a fase gasosa e a sólida. Os valores de temperatura nos quais ocorrem esses equilíbrios dependem da pressão. Os gráficos que indicam essas variações são denominados diagramas de fases. Observe que a curva TC – entre os pontos T e C – representa valores de pressão e temperatura nos quais o líquido ferve. Nessa curva, o ponto C corresponde à tempe- ratura mais alta, na qual o gás pode ser liquefeito; é a chamada temperatura crítica. Acima desse ponto, existe apenas uma fase: gás. Observe que a fase gasosa pode es- tabelecer equilíbrio com a fase líquida de duas formas: diminuindo a temperatura ou aumentando a pressão. Acima da temperatura crítica, não há equilíbrio entre as fases gasosa e líquida. Note que abaixo do ponto T (607,95 Pa) não é possível ter água líquida: ela sublima. O ponto T é denominado ponto tríplice e indica os valores de pressão e temperatura nos quais coexistem os três estados de agregação. J. Yu ji P re ss ão Temperatura 0 °C A B C T 1⋅105 Pa 100 °C líquido gás vapor sólido Nesse diagrama de fases da água, a linha violeta representa a fusão; a li- nha laranja, a evaporação; e a azul, a sublimação. Observe que, ao nível do mar (1 ⋅105 Pa), as temperatu- ras de fusão e ebulição da água são, respectivamente, 0 ºC e 100 ºC. Alteran- do essas pressões, esses valores tam- bém mudam. Qual é a diferença entre as bolhas formadas ao aquecermos água e as existentes no interior de um copo com refrigerante? Pense Quando aquecemos água, observamos a formação de bolhas, e isso ocorre por dois motivos. Inicialmente, formam-se bolhas por causa da liberação de gases nela dissolvi- dos. São essas bolhas que percebemos em um copo de água ou refrigerante re- tirado da geladeira e colocado sobre uma mesa. Durante o aquecimento de um lí- quido, quando a temperatura se aproxima da temperatura de ebulição (para a água: 100 ºC a 105 Pa), inicia-se a formação de bolhas por causa da passagem da fase lí- quida para a gasosa. Ao atingir a temperatura de ebulição, a pressão de vapor no interior do líqui- do torna-se igual à pressão sobre a su- perfície do líquido. A continuidade do Na preparação de pudim em banho-maria, a temperatura do recipiente que está imer- so no banho não ultrapassa a temperatura de ebulição da água do banho. He ly D em ut ti Para cada substância, assim como se pode atingir equilíbrio entre a fase líquida e a ga- sosa, também se pode atingir equilíbrio entre a fase sólida e a líquida e entre a fase gasosa e a sólida. Os valores de temperatura nos quais ocorrem esses equilíbrios dependem da pressão. Os gráficos que indicam essas variações são denominados diagramas de fases. – representa valores de pressão e temperatura nos quais o líquido ferve. Nessa curva, o ponto C corresponde à tempe- ratura mais alta, na qual o gás pode ser liquefeito; é a chamada temperatura crítica. Acima desse ponto, existe apenas uma fase: gás. Observe que a fase gasosa pode es- tabelecer equilíbrio com a fase líquida de duas formas: diminuindo a temperatura ou aumentando a pressão. Acima da temperatura crítica, não há equilíbrio entre as fases (607,95 Pa) não é possível ter água líquida: ela sublima. e indica os valores de pressão e temperatura C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 121 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Um líquido entra em ebu- lição quando a pressão de vapor (PV) se iguala à pres- são atmosférica (pressão exercida sobre sua super- fície). Ao nível do mar, a pressão é de 100 000 Pa, e a água entra em ebulição a 100 °C. aquecimento faz com que mais moléculas passem da fase líquida para a fase gasosa. Todavia, se o sistema estiver aberto, a pressão é constante e a temperatura do líquido não varia, porque a energia fornecida ao sistema é consumida no processo de vaporização. Veja esquema ilustrativo abaixo. pressão atmosférica líquido em ebulição pressão da camada líquida (desprezível) líquido em ebulição Pv J. Yu ji A temperatura de ebulição de um líquido varia conforme a pressão externa exercida sobre sua superfície. Quanto menor for a pressão externa, menor será a temperatura de ebulição. Ao nível do mar, a água ferve a 100 °C. Se você mora no litoral, é fácil consta- tar esse fato. Se, por outro lado, você mora no interior, muito provavelmente a altitude é maior que a do nível do mar e, consequentemente, a pressão atmosférica é menor. Nesse caso, a água ferve a temperaturas inferiores a 100 °C. Em cidades como Belo Horizonte, Cuiabá, Teresina, São Paulo, Brasília e Manaus, a água entra em ebulição a valores de temperatura próximos de 98 °C. Observe as fotos abaixo. Em qual desses lugares a temperatura de ebulição é menor? Será que a temperatura da água varia, dependendo do valor da pressão atmosférica (diferentes altitudes)? Pense Monte Everest, na cordilheira do Himalaia, na Ásia. Brasília, situada no Planalto Central do Brasil. Pa tr ic k G ro sn er /F ol ha pr es s M al uc s /D re am st im e Um líquido entra em ebu- lição quando a pressão de vapor (PV) se iguala à pres- são atmosférica (pressão exercida sobre sua super- fície). Ao nível do mar, a pressão é de 100 000 Pa, e a água entra em ebulição a 100 °C. aquecimento faz com que mais moléculas passem da fase líquida para a fase gasosa. Todavia, se o sistema estiver aberto, a pressão é constante e a temperatura do líquido não varia, porque a energia fornecida ao sistema é consumida no processo de vaporização. Veja esquema ilustrativo abaixo. líquido em ebulição 122 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Quanto maior a altitude do lo- cal, menor a pressão atmos- férica e, portanto, menor se- rá a temperatura de ebulição. Poucos são os lugares com altitude abaixo do nível do mar. O mar Cáspio – mar interior da Ásia que banha a Rússia, o Daguestão, o Azerbaijão, o Turcomenistão, o Cazaquistão e o Irã – tem altitude de 28 metros abaixo do nível do mar. Nas margens do mar Cáspio, a água ferve a uma tempe- ratura maior do que 100 °C. Como o mar Cáspio é do outro lado do planeta, não podemos ob- servar a água ferver a uma temperatura superior a 100 ºC? Podemos sim! Na verdade, isso acontece com muita frequência em nossas casas. Até o momento, estávamos falando de sistemas abertos e, consequen- temente, de pressão atmosférica. Entretanto, quando preparamos um ali- mento em uma panela de pressão devidamente fechada, a água ferve a temperaturas superiores a 100 ºC. Como o sistema é fechado, o aqueci- mento provoca um aumento da pressão interna, fazendo com que a tem- peratura de ebulição seja maior do que em uma panela normal. Esse au- mento de temperatura acelera as transformações físicas e químicas que ocorrem durante o cozimento de alimentos. Relação pressão × altitude A lti tu de (k m ) 8,373 Fonte: . Acesso em: 8 fev. 2010 (dados fornecidos por correio eletrônico, em resposta à consulta sobre o tema). Pressão (hPa)1000 900 800 700 600 500 400 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0,676 0,914 1,406 1,917 2,452 3,025 3,629 4,265 4,947 5,688 6,503 7,392 Monte Everest Praia do Farol, Ilha do Mel (PR), 2007: a altitude é igual a zero. Qual será a temperatura de ebulição nesse local? He ly D em ut ti Como fica a temperatura de ebulição da água quando a pressão é maior que a do nível do mar? Pense A adição de um soluto não volátil, como o sal e o açúcar, a uma solução (no caso, a água que usamos em nossa casa é um solução, pois não é pura) diminui a pressão de vapor-d’água, retardando a ebulição. Por isso a água para de ferver ao adicionarmos sal ou açúcar. Esse fenômeno é observado também em outros sistemas. Diversos estudos demons- traram que esse abaixamento da temperatura de ebulição está relacionado à quanti- dade de partículas que é adicionada ao sistema e não depende da natureza de suas partículas constituintes. O que acontece com a água que está iniciando a ferver quando acrescentamos sal ou açúcar? Pense Abaixamento da pressão de vapor Quanto maior a altitude do lo- cal, menor a pressão atmos- férica e, portanto, menor se- rá a temperatura de ebulição. Poucos são os lugares com altitude abaixo do nível do mar. O mar Cáspio – mar interior da Ásia que banha a Rússia, o Daguestão, o Azerbaijão, o Turcomenistão, o Cazaquistão e o Irã – tem altitude de 28 metros abaixo do nível do mar. Nas margens do mar Cáspio, a água ferve a uma tempe- 8,3738,373 Fonte: . Acesso em: 8 fev. 2010 (dados fornecidos por correio eletrônico, em resposta à consulta sobre o tema). Pressão (hPa)500 400 5,6885,6885,6885,688 6,5036,5036,503 7,3927,3927,392 Monte Everest Praia do Farol, Ilha do Mel (PR), 2007: a altitude é igual a zero. Qual será a temperatura de ebulição nesse local? He ly D em ut ti Como fica a temperatura de ebulição da água quando a pressão é maior que a do nível do mar? C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 123 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O estudo da variação da pressão de vapor de um solven- te pela adição de um soluto não volátil é denominado tonome- tria ou tonoscopia. A variação da pressão de va- por pode ser representada pelo gráfico ao lado. Elevação da temperatura de ebulição A diminuição da pressão de vapor do solvente, causada pela dissolução de um soluto não volátil, provoca o aumento da temperatura de ebulição. Quanto maior a concentração em quantidade de matéria do soluto, maior será a variação da temperatura. Se colocarmos iguais quantidades de partículas de diferentes solutos não voláteis dissolvidos em recipientes diferentes com a mesma quantidade de água, obteremos o mesmo aumento de temperatura de ebulição. O efeito do aumento da temperatura de ebulição pode ser observado quando, por exemplo, cozinhamos alimentos em água com sal ou açúcar. Ao elevar a temperatura de ebulição, os alimentos são cozidos mais rapidamente. Nesse sentido, todo cuidado deve ser tomado na cozinha, pois uma queimadura com calda de um doce será muito mais séria do que se for com água. A variação da temperatura de ebulição pode ser representada pelo gráfico a seguir. A linha vermelha representa os valores de temperatura e pres- são em que um solvente puro passa de líquido para gás. A linha azul representa esses va- lores quando uma dada quan- tidade de soluto é acrescenta- da ao solvente. Observe que, para uma mesma pressão (li- nha pontilhada), a tempera- tura de ebulição da solução é maior que a do solvente. P re ss ão Temperatura líquido gás A linha vermelha representa os valores de temperatura e pressão em que um solven- te puro passa de líquido pa- ra gás. A linha azul represen- ta esses valores quando uma dada quantidade de soluto é acrescentada ao solven- te. Observe que, para uma mesma pressão (linha pon- tilhada), a temperatura de ebulição da solução é maior que a do solvente. P re ss ão Temperatura líquido gás Abaixamento da temperatura de fusão Por que as águas dos oceanos não congelam, mesmo em locais muito frios, com a temperatura abaixo de 0 °C? Por que se acrescenta sal ao gelo utilizado para gelar bebidas mais rapidamente? Pense O estudo da variação da temperatura de ebulição de um solvente pela adição de um soluto não volátil é denominado ebuliometria ou ebulioscopia. Nos países não tropicais, é comum no inverno a temperatura ambiente atingir valo- res inferiores a 0 °C. Isso pode causar diversos problemas por causa do congelamento da água: encanamentos podem romper-se, motores de automóveis podem não funcionar adequadamente etc. Elevação da temperatura de ebulição A diminuição da pressão de vapor do solvente, causada pela dissolução de um soluto não volátil, provoca o aumento da temperatura de ebulição. Quanto maior a concentração em quantidade de matéria do soluto, maior será a variação da temperatura. Se colocarmos iguais quantidades de partículas de diferentes solutos não voláteis dissolvidos em recipientes diferentes com a mesma quantidade de água, obteremos o mesmo aumento de temperatura de ebulição. O efeito do aumento da temperatura de ebulição pode ser observado quando, por A linha vermelha representa os valores de temperatura e pres- são em que um solvente puro passa de líquido para gás. A linha azul representa esses va- lores quando uma dada quan- tidade de soluto é acrescenta- da ao solvente. Observe que, para uma mesma pressão (li- nha pontilhada), a tempera- tura de ebulição da solução é maior que a do solvente. P re ss ão líquido 124 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Como evitar problemas desse tipo? No caso de água para refrigeração dos motores, alguns produ- tos químicos comerciais podem ser acrescentados para evitar seu congelamento. Esses aditivos têm a finalidade de diminuir a temperatura de fusão do líquido de refrigeração, evitando que o carro amanheça com o motor congelado. Além disso, o aditivo eleva a temperatura de ebulição do lí- quido de refrigeração, dificultando que ele ferva se o motor se aquecer além do normal. Vamos, agora, voltar ao caso dos oceanos. Como o sal diminui a temperatura de soli- dificação da água, o mar não se congela em locais perto dos polos, apesar de a tempera- tura ali atingir valores inferiores a 0 ºC. Isso pode ser observado no experimento a seguir. He ly D em ut ti A correta utilização dos di- versos tipos de aditivos e fluidos existentes no mer- cado ajuda na redução de gastos com a manutenção dos veículos. Devido a suas propriedades físico-quími- cas, esses produtos ajudam a manter os sistemas mecâ- nicos em boas condições de funcionamento. Química na escola Podemos evitar que um líquido congele? Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. Material • dois tubos de ensaio (ou saquinhos plásticos) • um béquer (ou copo) • gelo • água destilada (ou filtrada) • cloreto de sódio (sal de cozinha) Que líquido apresenta maior temperatura de fusão: água ou água com sal? Pense He ly D em ut ti Procedimento 1. Coloque gelo picado no béquer até a metade de seu volume. 2. Adicione sal equivalente a um terço da quantidade de gelo e misture bem. 3. Em um tubo de ensaio, coloque água até a metade de seu volume. 4. No outro tubo de ensaio, coloque uma solução saturada de cloreto de sódio (solução com sal depositado no fundo do recipiente) até a metade de seu volume. 5. Mergulhe, simultaneamente, os dois tubos no gelo do béquer e observe por cinco minutos. Destino dos resíduos 1. Os resíduos desta prática podem ser descartados na pia, sob água corrente. Análise de dados 1. O que aconteceu com cada líquido? 2. Como você explica a diferença observada? Vamos, agora, voltar ao caso dos oceanos. Como o sal diminui a temperatura de soli- dificação da água, o mar não se congela em locais perto dos polos, apesar de a tempera- tura ali atingir valores inferiores a 0 ºC. Isso pode ser observado no experimento a seguir. He ly D em ut ti A correta utilização dos di- versos tipos de aditivos e fluidos existentes no mer- cado ajuda na redução de gastos com a manutenção dos veículos. Devido a suas propriedades físico-quími- cas, esses produtos ajudam a manter os sistemas mecâ- nicos em boas condições de funcionamento. Podemos evitar que um líquido congele? Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 125 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! V Vídeo Diferentes quantidades de solutos não voláteis, quando dissolvidos em água ou em outro solvente, causam diferentes variações da temperatura de congelamento das solu- ções. Entretanto, se dissolvermos a mesma quantidade de matéria de diferentes solutos não voláteis, a variação na temperatura de fusão será sempre a mesma. A partir dessa constatação, podemos concluir que a variação de temperatura está relacionada à quantidade de espécies dissolvidas e não à sua natureza. Essa informação permite estimar a massa molar de substâncias em função da variação na temperatura de fusão que determinada quantidade do soluto provoca. A linha vermelha do gráfico representa os valores de tempe- ratura e pressão, nos quais um solvente puro passa de líquido para sólido e vice-versa. A linha verde representa esses va- lores quando uma dada quantidade de soluto é acrescenta- da ao solvente. Observe que para uma mesma pressão (linha pontilhada) a temperatura de fusão da solução é menor que a do solvente. As linhas pontilhadas no gráfico representam os valores de pressão e temperatura para uma solução preparada com o solvente indicado na linha contínua. Nele, também são indicadas as respectivas proprieda- des coligativas. P re ss ão Temperatura líquido sólido P re ss ão Temperatura ΔT crioscopia P solução P líquido sólido gás ΔP tonoscopia ΔT ebulioscopia 1 2 No preparo de sorvetes e picolés, utiliza-se uma mistura de água e sal – sal- moura – ou água e álcool, com a finalidade de obter uma temperatura mais bai- xa, na qual a calda possa se congelar dentro de formas. Ju ca M ar tin s/ O lh ar Im ag em A variação da temperatura de fusão pode ser representada pelo gráfico 1. O estudo da variação da temperatura de fusão de um solvente pela adição de um so- luto não volátil é denominado criometria ou crioscopia. O gráfico 2 representa as variações de pressão de vapor e temperaturas de fusão e ebulição causadas pela adição de um soluto não volátil à água. Diferentes quantidades de solutos não voláteis, quando dissolvidos em água ou em outro solvente, causam diferentes variações da temperatura de congelamento das solu- ções. Entretanto, se dissolvermos a mesma quantidade de matéria de diferentes solutos não voláteis, a variação na temperatura de fusão será sempre a mesma. A partir dessa constatação, podemos concluir que a variação de temperatura está relacionada à quantidade de espécies dissolvidas e não à sua natureza. Essa informação permite estimar a massa molar de substâncias em função da variação na temperatura de fusão que determinada quantidade do soluto provoca. No preparo de sorvetes e picolés, utiliza-se uma mistura de água e sal – sal- moura – ou água e álcool, com a finalidade de obter uma temperatura mais bai- xa, na qual a calda possa se congelar dentro de formas. 126 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Osmose Uma das maneiras de aumentar o tempo de conservação dos alimentos é desidratá-los. Isso pode ser feito de duas formas básicas: salgando ou colocando em calda de açúcar. No caso da salga, o objetivo é retirar o máximo de água possível para evitar a proli- feração de fungos e bactérias que se desenvolvem em alimentos. O sal desidrata os ali- mentos porque a água neles contida passa pelas membranas desses alimentos de ma- neira mais fácil do que o sal. A saída de água compensa a diferença de concentração entre os dois meios do alimento: o externo e o interno. Quando uma fruta é colocada numa calda – solução aquosa concentrada de açúcar –, a água se movimenta da fruta (solução diluída de açúcar) para a calda (solução concentrada) até que os dois meios fiquem com iguais concentrações de açúcar. Consequentemente, a fruta fica com uma consistência mais rígida e adocicada que a fruta natural. A alta concentração de açú- car no fruto dificulta o desenvolvimento de microrganismos que causariam sua deterioração. Esse processo de movimentação de líquidos através de uma membrana é denomina- do osmose. Osmose é o fluxo de solvente, através de uma membrana semipermeável, de uma solução diluída (ou de um solvente puro) para uma solução mais concentrada. O que acontece quando se coloca sal sobre um pedaço de carne? O que acontece com um pedaço de fruta desidratada den- tro de um recipiente com água? Pense A salga é muito utili- zada na conservação de carnes. He ly D em ut ti A calda ajuda a conservar as frutas. He ly D em ut ti A membrana semipermeável impede a passagem de solutos, mas permite a passagem de água, do meio mais diluído para o mais concentrado. J. Y u ji Diferentes membranas são permeáveis a diferentes substâncias químicas, iônicas ou moleculares. As espécies químicas irão atravessar a membrana, ou não, em fun- ção de propriedades, como tamanho, carga, polaridade etc. Organismos vivos utilizam membranas que controlam a concentração de espécies químicas, como íons sódio e potássio, fundamentais para a sobrevivência. membrana solução diluída de glicose RECIPIENTE 1 RECIPIENTE 2 solução concentrada de glicose moléculas de água moléculas de glicose Uma das maneiras de aumentar o tempo de conservação dos alimentos é desidratá-los. Isso pode ser feito de duas formas básicas: salgando ou colocando em calda de açúcar. No caso da salga, o objetivo é retirar o máximo de água possível para evitar a proli- feração de fungos e bactérias que se desenvolvem em alimentos. O sal desidrata os ali- mentos porque a água neles contida passa pelas membranas desses alimentos de ma- neira mais fácil do que o sal. A saída de água compensa a diferença de concentração entre os dois meios do alimento: o externo e o interno. Quando uma fruta é colocada numa calda – solução aquosa concentrada de açúcar –, a água se movimenta da fruta (solução diluída de açúcar) para a calda (solução concentrada) até que os dois meios fiquem com iguais concentrações de açúcar. Consequentemente, a fruta fica com uma consistência mais rígida e adocicada que a fruta natural. A alta concentração de açú- A salga é muito utili- zada na conservação de carnes. He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti A calda ajuda a conservar as frutas. He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 127 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Para que haja equilíbrio entre as concentrações nos dois meios, algumas espécies quí- micas atravessam a membrana, passando do meio mais concentrado para o mais diluído. Logo, a diferença entre as concentrações de uma mesma espécie química nos dois lados de uma membrana semipermeável (permeável ao solvente, mas não ao soluto) faz com que o líquido passe do lado mais diluído para o mais concentrado. Para interromper esse fluxo, é necessário exercer uma pressão sobre ela. Essa pressão é denominada pressão osmótica. Alguns exemplos de membranas semipermeá veis de uso comum são: bexiga de porco, tripa de carneiro, papel celofane etc. As membranas são essenciais para diversos proces- sos vitais de animais e plantas. No processo de nutrição das plantas, a água e os nutrien- tes passam do solo para as raízes por processos de osmose. A osmose é muito comum em sistemas biológicos celulares. As paredes das células funcionam como membranas semipermeáveis. Nutrientes, água, oxigênio e outros gases entram e saem da célula através da membrana. Os peixes possuem orga- nismos adaptados ao meio aquático. Se não existisse essa adaptação, a osmose poderia provocar a saída da água das células para a água do mar, no caso dos peixes marinhos. A nd re S ea le /P ul sa r I m ag en s J. Y u ji tempo para estabelecer o equilíbrio pressão osmótica membrana permeável ao solvente estado inicial estado final Inicialmente, no lado es- querdo do tubo em forma de U há uma solução mais concentrada que a solução do lado direito, ambas separadas por uma membrana semipermeável. Com o passar do tempo, o solvente atravessa a membrana, aumentando o volume do lado esquerdo e a pressão em sua base. A diferença de pressão entre os dois lados é dada pela diferença de altura das duas colunas. Quando dois meios têm a mesma concentração de espécies químicas, diz-se que são isotônicos. No processo de nutrição das plantas, a água e os nutrientes passam do solo para as raízes por processos de osmose. Atualmente, encontramos em prateleiras de su- permercados algumas bebidas denominadas isotônicas. Elas recebem essa denominação por apresentar sais minerais nas mesmas concentrações em que eles aparecem nos flui- dos do organismo. Dessa forma, são fácil e rapidamente absorvidos pelo organismo. Um bom exemplo de bebida isotônica natural é a água de coco. A administração de soluções de concentrações muito diferentes das de nosso organismo pode causar diversos problemas. Veja um exemplo: a pressão osmótica do sangue é contro- lada por hormônios. Ao bebermos muita água, há diminuição na produção de hormônios e produção de urina, restabelecendo o equilíbrio osmótico. Quando não bebemos água, os hormônios liberados evitam a excreção de urina pelos rins e surge a sensação de sede. Se o plasma sanguíneo não for isotônico como as hemácias, elas poderão murchar ou explodir. Uma importante aplicação tecnológica da osmose está no desenvolvimento de dessalinizadores. Ao se colocar água sal- gada em contato com água doce – porém separadas por uma membrana semipermeável que permite a passagem de água, mas não de íons cloreto e sódio –, a água migrará para o re- cipiente de água salgada, para diminuir essa concentração. Todavia, se a água salgada for injetada nesse sistema de alta pressão, teremos a osmose reversa, na qual as molé- culas de água atravessam a membrana e os íons ficam re- tidos. A dessalinização por osmose reversa é também utili- zada para outras finalidades, como em sistemas centrais de purificação de água para aparelhos de hemodiálise e para a indústria alimentícia. Equipamentos de dessali- nização produzem anual- mente bilhões de litros de água potável no mundo in- teiro. Dessalinizadora do Real Hospital Português, em Recife (PE). Re na to S pe nc er /JC Im ag em Para que haja equilíbrio entre as concentrações nos dois meios, algumas espécies quí- micas atravessam a membrana, passando do meio mais concentrado para o mais diluído. Logo, a diferença entre as concentrações de uma mesma espécie química nos dois lados de uma membrana semipermeável (permeável ao solvente, mas não ao soluto) faz com que o líquido passe do lado mais diluído para o mais concentrado. Para interromper esse fluxo, é necessário exercer uma pressão sobre ela. Essa pressão é denominada Alguns exemplos de membranas semipermeá veis de uso comum são: bexiga de porco, tripa de carneiro, papel celofane etc. As membranas são essenciais para diversos proces- sos vitais de animais e plantas. No processo de nutrição das plantas, a água e os nutrien- tes passam do solo para as raízes por processos de osmose. A osmose é muito comum em sistemas biológicos celulares. As paredes das células funcionam como membranas semipermeáveis. Nutrientes, água, oxigênio e outros gases entram e saem da célula através da membrana. Os peixes possuem orga- nismos adaptados ao meio aquático. Se não existisse essa adaptação, a osmose poderia provocar a saída da água das células para a água do mar, no caso dos peixes marinhos. A nd re S ea le /P ul sa r I m ag en s estado inicial Inicialmente, no lado es- querdo do tubo em forma de U há uma solução mais concentrada que a solução do lado direito, ambas separadas 128 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. O que são propriedades coligativas? 2. Caracterize as seguintes propriedades coligativas: a) tonoscopia. b) ebulioscopia. c) crioscopia. d) osmose. 3. Por que a água borbulha quando está fervendo? 4. Quando é que um líquido ferve? 5. Na geladeira, para evitar que alguns alimentos trans- firam seu odor para outros, é comum a utilização de desodorizadores (por exemplo, carvão ativado). Expli- que qual propriedade coligativa está relacionada com esse fenômeno. 6. O que acontece ao adicionarmos açúcar à água em ebulição? Justifique. 7. Explique por que uma porção de arroz demora mais a cozinhar em locais de altitudes elevadas, mesmo que a água esteja fervendo. 8. Nos países em que durante o inverno se formam cama- das de gelo nas ruas e sobre casas e carros, costuma-se utilizar aditivos nos radiadores dos automóveis para que a água não congele. Com base nos conhecimentos adquiridos, o que ocorre com a temperatura de conge- lamento da água dos radiadores? 9. Ao se colocar no congelador duas formas com líquidos diferentes, para fazer picolé de suco de fruta, explique qual delas congelará primeiro: a que contém certa quantidade de água e 100 mL de suco de fruta ou a que contém iguais quantidades de água e suco de fruta, acrescida de 34 g de açúcar? 10. A salga da carne serve para conservá-la, desidratar o alimento. Como explicar esse processo? 11. Os médicos aconselham as mães a dar soro caseiro para os filhos quando estes estão com diarreia ou vômito, pois isso faz com que o organismo das crianças perca muita água. Para fazer o soro caseiro, a mãe mistura, em um litro de água fervida, uma colher de chá de açúcar e meia colher de chá de sal. É importante seguir essas medidas porque: a) O processo de desidratação ocorre como absorção de líquidos pelo organismo. b) A criança irá aumentar a quantidade de açúcar no organismo e ficará hidratada. c) A criança irá obter uma pequena quantidade de sal no organismo que servirá para desidratá-la. d) A criança irá absorver certa quantidade de líqui- do, que, juntamente com as demais substâncias, será essencial para hidratá-la. 12. A dessalinização é um processo no qual se separa o sal da água do mar para obtenção de água potável. Que propriedade coligativa é utilizada nesse processo? 13. Explique o que acontece com uma folha de alface se a colocarmos em contato com um molho de salada preparado com sal e vinagre, e com outra folha de alface, colocada em água pura e fresca. 14. No preparo de compotas (doces de frutas), o pro- cesso de osmose ocorre entre a fruta e a calda açu- carada. Explique o que acontece quando se atinge o equilíbrio osmótico. 15. Por que o processo de cristalização diminui o volume das frutas? 16. Explique como funciona uma membrana semiper- meável quando colocada entre água pura e uma solução de açúcar a 10%. 17. Explique por que uma pessoa poderá morrer de desidratação celular se beber continuamente a água do mar. 18. Explique o que é pressão osmótica. 19. As propriedades coligativas explicam uma série de fenô- menos que observamos em nosso dia a dia. A respeito desse assunto, julgue os itens abaixo. 1) Quando colocamos gelo dentro de um copo e o colocamos sobre a mesa, num dia quente de verão, a água que aparece na superfície exter- na do copo deve-se a um fenômeno conhecido como osmose. 2) Ao dissolvermos, em água do mar, um pouco de açúcar, a pressão de vapor de água diminui. 3) A adição de aditivos na água de refrigeração torna possível a diminuição da temperatura dos sistemas. 4) Em certas regiões do interior é comum salgar pe- daços de carne, pois, em presença do sal, por osmose, a água atravessa a membrana celular, desidratando o alimento. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Na geladeira, para evitar que alguns alimentos trans- firam seu odor para outros, é comum a utilização de desodorizadores (por exemplo, carvão ativado). Expli- que qual propriedade coligativa está relacionada com O que acontece ao adicionarmos açúcar à água em Explique por que uma porção de arroz demora mais a c) A criança irá obter uma pequena quantidade de sal no organismo que servirá para desidratá-la. d) A criança irá absorver certa quantidade de líqui- do, que, juntamente com as demais substâncias, será essencial para hidratá-la. 12. 12. A dessalinização é um processo no qual se separa o sal da água do mar para obtenção de água potável. Que propriedade coligativa é utilizada nesse processo? 13. 13. Explique o que acontece com uma folha de alface se a colocarmos em contato com um molho de salada preparado com sal e vinagre, e com outra folha de alface, colocada em água pura e fresca. 14. 14. No preparo de compotas (doces de frutas), o pro- cesso de osmose ocorre entre a fruta e a calda açu- carada. Explique o que acontece quando se atinge o equilíbrio osmótico. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 129 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 20. Em relação às propriedades coligativas, julgue os itens como certos (C) ou errados (E). 1) As propriedades coligativas de uma solução de- pendem do número de partículas do soluto dis- solvido na solução. 2) Uma solução aquosa que congela abaixo de 0 °C terá uma temperatura de ebulição normal superior a 100 °C. 3) Uma solução isotônica salina tem pressão osmó- tica igual à do plasma sanguíneo. 4) A osmose atua em muitos processos biológicos e em membranas semipermeáveis. Um exemplo é a sua atuação no movimento de subida da seiva nas árvores. 21. O gás carbônico é um dos principais gases que contribuem para o aquecimento global da Terra. Apesar de recentemente o seu aumento na atmos- fera estar provocando um desequilíbrio ambiental no planeta, existe um equilíbrio entre as mudan- ças de fases dessa substância, como demonstra o gráfico abaixo. P re ss ão Temperatura S G L 1,0 atm –56 °C 5,1 atm Com as informações acima, responda aos itens seguintes. a) Qual o ponto onde coexistem as três fases de equi- líbrio do gás carbônico? Explique. b) É impossível encontrar vapor de CO2 abaixo de –56 °C? c) Podemos encontrar o CO2 sólido em temperaturas acima de –56 °C, desde que a pressão seja sufi- cientemente baixa? d) Em que estado estará o CO2 se a temperatura for de –60 °C e a pressão, 7 atm? 22. No gráfico a seguir, encontramos variações de pres- sões de vapor de água pura (AP) e duas amostras líquidas A e B. Observando o gráfico, julgue os itens correto (C) ou errado (E), sabendo que as tempera- turas são iguais. P re ss ão d e va po r/ m m H g Temperatura 80 °C 100 °C 120 °C 760 A AP B 1) A amostra A é menos volátil que a amostra B. 2) A amostra A pode ser constituída de uma solução de cloreto do sódio. 3) A amostra AP evapora mais rápido que a amos- tra B. 4) Se adicionarmos um soluto não volátil e mole- cular à água pura, a temperatura de ebulição da solução diminui. 5) À pressão de 760 mmHg e a 100 °C, A é líquido, e B é vapor. 23. O gráfico abaixo representa o experimento realizado anteriormente. Com as informações que você obte- ve no experimento e a análise do gráfico, julgue os itens como corretos (C) ou errados (E). P re ss ão d e va po r/ m m H g Temperatura 20°C 40°C 60°C 80°C 100°C 800 600 400 200 34,6 56,5 70,4 100,0 760 mmHg éter acetona álcool água 1) A água é a substância que possui maior pressão de vapor. 2) Entre as substâncias acima, o álcool é o que possui maior pressão de vapor. 3) A acetona é mais volátil que o éter. 4) À medida que a temperatura diminui, a pressão de vapor também se reduz. 5) As interações intermoleculares do éter são mais fracas que as da água. 20. 20. Em relação às propriedades coligativas, julgue os itens como certos (C) ou errados (E). 1) As propriedades coligativas de uma solução de- pendem do número de partículas do soluto dis- solvido na solução. 2) Uma solução aquosa que congela abaixo de 0 °C terá uma temperatura de ebulição normal superior a 100 °C. 3) Uma solução isotônica salina tem pressão osmó- tica igual à do plasma sanguíneo. 4) A osmose atua em muitos processos biológicos e em membranas semipermeáveis. Um exemplo é a sua atuação no movimento de subida da seiva nas árvores. 21. 21. O gás carbônico é um dos principais gases que contribuem para o aquecimento global da Terra. Apesar de recentemente o seu aumento na atmos- fera estar provocando um desequilíbrio ambiental no planeta, existe um equilíbrio entre as mudan- ças de fases dessa substância, como demonstra o P re ss ão d e va po r/ m m H g 130 PR OP RI ED AD ES D A ÁG UA E P RO PR IE DA DE S CO LI GA TI VA S TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Propriedades da água b A água é a única substância encontrada naturalmente nos três estados de agregação: sólido, líquido e gasoso. Isso pode ser justificado pelas propriedades de suas moléculas. b As moléculas de água possuem geometria angular que acarreta distribuição de cargas. b A interação entre as cargas das moléculas leva à formação das ligações de hidrogênio e são responsá- veis pelas propriedades da água, como seu elevado calor específico (4,184 J/g ºC). b A água presente em 2⁄3 da superfície do planeta contribui para o efeito estufa, responsável pela me- nor variação de temperatura entre o dia e a noite. A água e a solubilidade dos materiais b A água é conhecida como solvente universal por ser capaz de dissolver uma grande variedade de substâncias e materiais, devido à geometria e à distribuição de cargas em suas moléculas. b O cloreto de sódio (NaCl) é a substância extraída em maior abundância da água do mar: 27 g/L. b A dissolução de um soluto em um líquido depende das interações entre os constituintes das duas subs- tâncias. Quanto maior a intensidade dessas interações, maior será essa solubilidade. b Solubilidade é a quantidade máxima de uma substância que pode ser dissolvida, sem formação de precipitado, em 100 gramas do solvente. b Uma solução pode ser: insaturada, quando contém soluto em quantidade menor que a quantidade possível de se dissolver; saturada, quando contém soluto em sua quantidade máxima; ou supersatu- rada, quando é instável e possui soluto em quantidade maior do que a solubilidade permite. b A solubilidade das substâncias em um mesmo solvente varia com a temperatura do sistema. b A solubilidade dos gases está relacionada à pressão e à temperatura do sistema. Propriedades coligativas b Propriedades coligativas são propriedades das soluções que dependem da concentração molar do soluto. b A pressão de vapor de uma substância depende das interações intermoleculares e é proporcional à temperatura. b A temperatura de ebulição de um líquido varia de acordo com a pressão. b O estudo da variação da pressão de vapor de um solvente pela adição de um soluto não volátil é de- nominado tonometria ou tonoscopia. b A adição de um soluto não volátil a um solvente diminui sua pressão de vapor e aumenta sua tempe- ratura de ebulição. Esse estudo é denominado ebuliometria ou ebulioscopia. b O aumento da temperatura de ebulição de um solvente pela adição de um soluto é proporcional à con- centração do soluto em quantidade de matéria. Esse estudo é denominado criometria ou crioscopia. b Osmose é o fluxo de solvente, através de uma membrana semipermeável, de um solvente ou de uma solução diluída para uma solução mais concentrada. b Pressão osmótica é a pressão necessária para interromper o fluxo de uma mesma espécie química através de uma membrana semipermeável que separa duas soluções de diferentes concentrações. A água é a única substância encontrada naturalmente nos três estados de agregação: sólido, líquido e gasoso. Isso pode ser justificado pelas propriedades de suas moléculas. As moléculas de água possuem geometria angular que acarreta distribuição de cargas. A interação entre as cargas das moléculas leva à formação das ligações de hidrogênio e são responsá- veis pelas propriedades da água, como seu elevado calor específico (4,184 J/g ºC). A água presente em 2⁄3 da superfície do planeta contribui para o efeito estufa, responsável pela me- nor variação de temperatura entre o dia e a noite. A água e a solubilidade dos materiais A água é conhecida como solvente universal por ser capaz de dissolver uma grande variedade de substâncias e materiais, devido à geometria e à distribuição de cargas em suas moléculas. O cloreto de sódio (NaCl) é a substância extraída em maior abundância da água do mar: 27 g/L. A dissolução de um soluto em um líquido depende das interações entre os constituintes das duas subs- tâncias. Quanto maior a intensidade dessas interações, maior será essa solubilidade. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 131 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios de revisão ER TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS Capítulo 5 Tema em foco O que é equilíbrio químico? Será que no futuro ainda teremos água potável? EQUILÍBRIO QUÍMICO POLUIÇÃO DAS ÁGUAS Basta abrir a torneira, ligar o chuveiro ou dar descarga e pronto, nos livramos de muita “sujeira”. Tudo tão fácil e simples! Parece que sim, mas não é verdade! Essa simplicidade aparente configura vários problemas. O maior deles está no fato de que a maioria das pessoas nem se interessa em saber o destino que a água usada terá. A água limpa porque tem grande capacidade de dissolução, mas a “sujeira” não some, vai com a água! A água que entra limpa na sua casa sai suja! O alto consumo e a baixa qualidade da água devolvida após o uso vem trazendo sérias consequências aos recursos hídricos. Considerando as cinco milhões de pessoas mortas anualmente, vítimas de problemas de saúde causados pela poluição das águas, pode-se depreender que esse é o mais grave problema de poluição dos recursos naturais! Das várias formas de poluição, a poluição das águas é uma das mais delicadas, devido principalmente a três fatores: a água é imprescindível para qualquer forma de vida; há uma grande diversidade de poluentes oriundos da atmosfera, dos solos e de diferentes atividades humanas; e o pequeno percentual de água potável à dispo- sição para o consumo no planeta, que é em torno de 1%. A contaminação dos recursos hídricos acontece por meio do despejo direto de dejetos em cursos de água ou por meio de processos naturais oriundos de ciclos biogeoquímicos. Um exemplo desses ciclos são as chuvas que dissolvem gases poluentes da atmosfera, precipitam, lavam solos e superfícies e escoam para rios, lagos e lençóis subterrâneos. Toda essa água tem destino certo: em média 70% vão para a irrigação, 20% para a indústria e 10% para consumo doméstico. Mais de cinco milhões de pessoas morrem por ano devido a doenças provocadas pela poluição das águas. Isso corresponde a 10 vezes o número anual de vítimas de guerras e conflitos armados! Manaus (AM), 2009. Sa be sp Eu zi va ld o Q ue iro z/ A Cr íti ca /A E Represa Paiva Castro, Mairiporã (SP). TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA !132 Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Nesse trajeto, dissolvem e carregam diferentes poluentes. As fontes de poluição das águas decorrem, prin- cipalmente, de atividades humanas. Durante o de- senvolvimento das cidades, toda dinâmica estabele- cida interferiu nos recursos hídricos: a urbanização alterou os sistemas de infiltração e de escoamento das águas das chuvas, a agricultura e os desmata- mentos causaram assoreamentos e modificaram lei- tos de rios e lagos, a construção de grandes obras, como hidrelétricas e represas, acabaram ocasionando modificações em bacias hidrográficas e em florestas, inundando cidades etc. No quadro abaixo estão identificadas diversas outras interferências das atividades humanas nos re- cursos hídricos, muitas delas causando prejuízos irre- mediáveis aos ecossistemas e aos próprios cursos de água. Esses efeitos decorrem principalmente da falta de um desenvolvimento ambientalmente controlado. Tipos de poluição das águas Didaticamente, podemos classificar a poluição das águas em térmica, sedimentar, bio- lógica e química. Estas são: As indústrias instaladas às margens das vias fluviais são as principais res- ponsáveis pelo processo de deterioração da água e devastação da fauna. Essa poluição de origem industrial provoca graves desequilíbrios ambientais nos ecossistemas e constitui uma ameaça direta à saúde das populações. He ly D em ut ti ALGUMAS AÇÕES COM INTERFERÊNCIA NOS RECURSOS HÍDRICOS Atividade Possível ação inadequada Consequências diretas Consequências indiretas Indústria de materiais de construção, garimpo etc. Retirada de areia de margens e leitos de rios. Modificação da calha natural e do transporte de sedimentos. Assoreamento de rios e erosão. Garimpo de ouro. Utilização de mercúrio. Contaminação da água. Contaminação de peixes e populações ribeirinhas. Mineração e usina de carvão. Emissão de enxofre para a atmosfera. Chuva ácida. Acidificação da água de rios, agressões aos ambientes e patrimônios urbanos. Extração madeireira, pecuária e agricultura. Desflorestamento. Mudança na permeabilidade e erosão do solo. Mudanças no regime hidrológico da bacia; assoreamento de rios e erosão. Agricultura. Práticas agrícolas inadequadas. Perda de solo, carregado para os rios. Assoreamento e poluição de rios. Aplicação inadequada de agrotóxicos e fertilizantes. Contaminação da água e/ou eutrofização. Rompimento de equilíbrios biológicos. Captação excessiva de água para irrigação. Subida do lençol freático. Salinização do solo e da água. Criação de animais. Matadouros inadequados. Carregamento de matéria orgânica e lançamento nos rios. Poluição da água. Disposição de resíduos sólidos. Aterros sanitários mal executados. Infiltração de poluentes no solo. Contaminação do lençol freático. Urbanização. Ocupação das zonas marginais de rios. Estrangulamento (constrição) das seções de escoamento dos rios. Inundações. Ocupação de encostas. Erosão de encostas e carrega- mento de lixo pelas chuvas. Entupimento de sistemas de drenagem; inundações. Pavimentação com asfalto. Impermeabilização do solo. Acentuação de enchentes. Aumento da concentração de dejetos nas águas. Sobrecarga de sistemas de tratamento de água. Degradação do corpo-d’água receptor. Fonte: Observatório das Águas, nº- 0. Água e Pacto Federativo, mar. de 2002. p. 15. TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! As indústrias instaladas às margens das vias fluviais são as principais res- ponsáveis pelo processo de deterioração da água e devastação da fauna. Essa poluição de origem industrial provoca graves desequilíbrios ambientais nos ecossistemas e constitui uma ameaça direta à saúde das populações. He ly D em ut ti ALGUMAS AÇÕES COM INTERFERÊNCIA NOS RECURSOS HÍDRICOS C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 133 Tipos de poluição das águas Didaticamente, podemos classificar a poluição das águas em térmica, sedimentar, biológica e química. Estas são: • poluição térmica: ocorre pelo descarte de grandes volumes de água aquecida, usada em sistemas de resfriamen- to de processos industriais, em sistemas ambientais; • poluição sedimentar: proveniente do acúmulo de partículas em suspensão (por exemplo, partículas de solo ou de produtos químicos insolúveis, orgânicos ou inorgânicos); • poluição biológica: resulta da presença de microrganismos patogênicos (micro-organismos causadores de doenças), especialmente na água potável; • poluição química: causada por produtos químicos estranhos ao ambiente, tornando-se nocivos ou indesejáveis. Embora todas essas poluições causem problemas ao ambiente, a poluição química é a mais complicada, uma vez que seus efeitos podem, a princípio, ser mais sutis e só percebidos a longo prazo. No entanto, os resultados podem ser catastróficos para o ambiente. Sobre essa poluição, os principais agentes poluidores são: • os fertilizantes, empregados na agricultura, os quais são arrastados pelas chuvas para córregos, rios, lagos e lençóis subterrâneos. Esses agentes poluidores contêm em sua composição nitratos (NO3 –) e fosfatos (PO4 3–), que favorecem processos de eutrofização; • os materiais orgânicos sintéticos como plásticos, detergentes, solventes, tintas, produtos farmacêuticos etc. Esses agentes são muito variados e geralmente alteram diferentes propriedades físicas (cor, sabor e toxidez) e quí- micas (pH, concentrações de substâncias, equilíbrios químicos diversos etc.) da água e causam acúmulos sólidos; • o petróleo e seus derivados usados na forma de combustíveis em embarcações ou quando transportados por oleodutos no fundo do mar ou por navios; • os materiais inorgânicos, como minerais ou produtos industriais, que podem causar variações de pH, salinidade, concentração de gases, além de tornarem a água tóxica, sem contar a possibilidade da perigosa contaminação por diferentes metais pesados (Cu, Zn, Pb,Cd, Hg, Ni, Sn etc.). A triste sina dos rios Uma triste realidade brasileira é que quase todos nossos grandes rios vêm sendo violentamente agredidos pelo despejo de dejetos oriundos de esgotos domésticos e industriais. Tempo necessário para certos materiais se decomporem quando jogados na água Papel – de 3 a 6 meses Tecido de algodão – de 6 a 16 meses Filtro de cigarro – cerca de 5 anos Madeira tratada – cerca de 13 anos Tecido sintético – cerca de 30 anos Metal – cerca de 100 anos Plástico – cerca de 100 anos Pneus – indeterminado Vidro – indeterminado Fo to s: H el y D em ut ti Tipos de poluição das águas Didaticamente, podemos classificar a poluição das águas em térmica, sedimentar, biológica e química. Estas são: • poluição térmica: ocorre pelo descarte de grandes volumes de água aquecida, usada em sistemas de resfriamen- to de processos industriais, em sistemas ambientais; • poluição sedimentar: proveniente do acúmulo de partículas em suspensão (por exemplo, partículas de solo ou de produtos químicos insolúveis, orgânicos ou inorgânicos); • poluição biológica: resulta da presença de microrganismos patogênicos (micro-organismos causadores de doenças), especialmente na água potável; • poluição química: causada por produtos químicos estranhos ao ambiente, tornando-se nocivos ou indesejáveis. Embora todas essas poluições causem problemas ao ambiente, a poluição química é a mais complicada, uma vez que seus efeitos podem, a princípio, ser mais sutis e só percebidos a longo prazo. No entanto, os resultados podem ser catastróficos para o ambiente. Sobre essa poluição, os principais agentes poluidores são: • os fertilizantes, empregados na agricultura, os quais são arrastados pelas chuvas para córregos, rios, lagos e lençóis subterrâneos. Esses agentes poluidores contêm em sua composição nitratos (NO favorecem processos de eutrofização; • os materiais orgânicos sintéticos como plásticos, detergentes, solventes, tintas, produtos farmacêuticos etc. Esses agentes são muito variados e geralmente alteram diferentes propriedades físicas (cor, sabor e toxidez) e quí- micas (pH, concentrações de substâncias, equilíbrios químicos diversos etc.) da água e causam acúmulos sólidos; • o petróleo e seus derivados usados na forma de combustíveis em embarcações ou quando transportados por oleodutos no fundo do mar ou por navios; 134 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Juruena (MT), 2007. Esses dejetos, com muita frequência, contêm substâncias nocivas à fauna e à flora aquática. O desmatamento descontrolado já causou a extinção de inúmeras fontes. Grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte estão com seus rios e lagos agonizando. O rio São Francisco, um dos maiores do mundo e carinhosamente cha- mado de Velho Chico, é um triste exemplo desse descaso! No ritmo em que tem sido agredido, prevê-se que até o ano de 2060 poderá ser extinto devido a diversos ataques, entre os quais: devastação de suas matas cilia- res; contaminação de suas águas por dejetos; inviabilização da piracema por causa das barragens; diminuição de seu volume para atender à irriga- ção; assoreamento de seu leito devido à agressão do solo ao seu redor. Pirapora do Bom Jesus é uma cidade de romaria desde que, em meados de 1725, um morador encontrou, às margens do rio Tietê, uma imagem de Jesus confeccionada em madeira. Ultimamente, o rio vem depositando às suas margens grandes quantidades de espuma, formadas a partir da agitação de corredeiras de água contendo resíduos de xampus, sabonetes, detergentes etc., oriundos de esgotos da cidade de São Paulo e de outras cidades vizinhas. Essa espuma, além de exalar um cheiro ruim, lança na atmosfera diferentes poluentes que podem causar pro- blemas respiratórios. A situação também causa proble- mas à economia do município, que depende do turismo religioso. Esse exemplo demonstra bem o quanto a de- gradação de um rio, em certa região, pode afetar co- munidades mais distantes banhadas por ele. Além do incômodo aos moradores da cidade, essa espuma também dificulta a dissolução de gás oxigênio na água, diminui a tensão superficial e remove a camada oleosa que reveste algumas aves e insetos, impedindo que eles flutuem na água. Como resolver esse problema? Após muitas pesquisas, químicos notaram que certos tipos de sabões e detergentes são degradados com mais facilidade. Eles têm em comum o fato de serem formados por substâncias cujas moléculas são lineares (sem ramificações), saturadas (sem ligações duplas ou triplas) e que contêm números pares de átomos de carbono. A partir dessa descoberta, os esforços voltaram-se para a produção de detergentes com agentes biodegradáveis, diferentes das primeiras gerações de detergentes sintéticos. Atualmente, encontramos nos supermercados variados tipos de detergentes que são biodegradáveis. Por isso, fique atento aos rótulos e opte pelos que oferecem menor potencial poluidor. Isso é atitude sustentável. Muitos rios e riachos que eram utilizados por nossos pais para tomar banho e brincar hoje estão tão po- luídos a ponto de não se poder tocar na água, de- vido ao medo de doenças infectocontagiosas. espuma também dificulta a dissolução de gás oxigênio na Á água por si só consegue algumas vezes se tratar de situações de poluição. Nela existem enzimas capazes de quebrar as moléculas de cadeias lineares, porém estas não atuam sobre as moléculas de cadeias ramificadas que consti- tuem os detergentes não biodegradáveis, o que os tornam agentes perigosos. He ly D em ut ti Mesmo sendo biodegradáveis, os detergentes demoram a desaparecer, causando problemas estéticos e ambientais. He ly D em ut ti Zi g Ko ch /O lh ar Im ag em A M j S tu di o Geralmente, o mercúrio é utilizado na mineração para separar o ouro. Essa utilização é muito perigosa porque o mercúrio é um metal altamente tóxico e, ainda, pode entrar na ca- deia alimentar humana. Rio Tietê, em São Paulo (SP), 2007. Rio Tietê, em Pirapora do Bom Jesus (SP), 2007. Juruena (MT), 2007. Esses dejetos, com muita frequência, contêm substâncias nocivas à fauna e à flora aquática. O desmatamento descontrolado já causou a extinção de inúmeras fontes. Grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte estão com seus rios e lagos agonizando. O rio São Francisco, um dos maiores do mundo e carinhosamente cha- mado de Velho Chico, é um triste exemplo desse descaso! No ritmo em que tem sido agredido, prevê-se que até o ano de 2060 poderá ser extinto devido a diversos ataques, entre os quais: devastação de suas matas cilia- res; contaminação de suas águas por dejetos; inviabilização da piracema por causa das barragens; diminuição de seu volume para atender à irriga- ção; assoreamento de seu leito devido à agressão do solo ao seu redor. Pirapora do Bom Jesus é uma cidade de romaria desde que, em meados de 1725, um morador encontrou, às margens do rio Tietê, uma imagem de Jesus confeccionada em madeira. Ultimamente, o rio vem depositando às suas margens grandes quantidades de espuma, formadas a partir da agitação de corredeiras de água contendo resíduos de xampus, sabonetes, detergentes etc., oriundos de esgotos da cidade de São Zi g Ko ch /O lh ar Im ag em Geralmente, o mercúrio é utilizado na mineração para separar o ouro. Essa utilização é muito perigosa porque o mercúrio é um metal altamente tóxicometal altamente tóxico e, ainda, pode entrar na ca- deia alimentar humana. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 135 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Os detergentes e a poluição dos rios Os sabões e detergentes não biodegradáveis também impedem a decantação e a deposição de sedimentos, fazendo com que a espuma formada arraste detritos, inclusive de esgotos, que são levados pelo vento e espa- lhados pelo ar. A presença de ácidos em suas composições contribui para tornar a água de rios e lagos ácida, causando desequilíbrios nos sistemas aquáticos. O acúmulo de restos de materiais orgânicos facilita a proliferação de bactérias aeróbicas as quais consomem parte do oxigênio dissolvido na água. Os nitratos (NO3 –) e fosfatos (PO4 3–), oriundos de fertilizantes, favorecem a proliferação exagerada de algas que ficam sobre a superfície da água levando à eutrofização, processo que li- mita e inibe o desenvolvimento de outros organismos. Como consequência, as colônias de algas que se encon- tram a maior profundidade deixam de receber luz, pelo que, impossibilitadas de realizar fotossíntese, morrem e se decompõem. As algas das camadas superiores continuam a receber luz e a produzir oxigênio, mas a maior parte desse gás se perde para a atmosfera, diminuindo a concentração de oxigênio nos rios e lagos e ocasionando a morte de peixes. Os detergentes sintéticos também contribuem para a eutrofização por con- ter íons fosfatos em sua composição. Embora esses detergentes sejam muito mais baratos, para evitar os problemas ambientais descritos, vários países apro- varam leis ambientais restringindo seu uso. Essa decisão é justificada por ser o processo de remoção do fosfato muito caro, aumentando o custo do trata- mento do esgoto que, por sua vez, não está presente na maioria das cidades. Diz-se que uma substância ou material é biodegradável quando se de- grada, sob condições ambientais favoráveis, pela ação de microrganismos. Esse processo de decomposição química é realizado por microrganismos, so- bretudo bactérias, que quebram as moléculas orgânicas em pedaços cada vez menores. No final do processo, os materiais são transformados em substâncias, como dióxido de carbono e água, menos nocivas ao ambiente. A biodegra- dação pode ocorrer sob condições aeróbicas (com gás oxigênio) ou anaeró- bicas (sem gás oxigênio). No caso de detergentes, o oxigênio é indispensável, já que as bactérias aeróbicas são as mais atuantes. Fatores como acidez e temperatura também podem favorecer ou dificultar o processo. Algumas substâncias se decompõem mais rapidamente e de for- ma mais completa que outras. Por isso, a biodegradabilidade é um parâmetro importante para se avaliar o impacto ambiental dos produtos industrializados. Desde o início da década de 1980, muitas pesquisas têm sido desenvolvi- das para produzir materiais biodegradáveis. Os que recebem especial atenção são os plásticos que têm ampla utilização e, normalmente, levam séculos para se decompor. Entre os já produzidos, alguns se degradam lentamente em nosso organismo, o que permite serem usados na medicina para realização de suturas internas e na confecção de cápsulas que, gradualmente, liberam medicamentos. Vale destacar que os materiais biodegradáveis também causam problemas ambientais. A diferença está no fato de que eles podem se decompor em um intervalo de tempo menor, permitindo assim uma recuperação mais rápida dos danos causados. O que significa a palavra “biodegradável” em rótulos de detergentes? Pense Xampus e os mais variados detergentes vão todos parar nos rios. Uma solução é o uso de detergente biodegradável, que é aquele que se decompõe por ação bacteriana, ou seja, é oxidado por colô- nias de bactérias presentes na água dos rios, produzindo gás carbônico. Fo to s: H el y D em ut ti Os detergentes e a poluição dos rios Os sabões e detergentes não biodegradáveis também impedem a decantação e a deposição de sedimentos, fazendo com que a espuma formada arraste detritos, inclusive de esgotos, que são levados pelo vento e espa- lhados pelo ar. A presença de ácidos em suas composições contribui para tornar a água de rios e lagos ácida, causando desequilíbrios nos sistemas aquáticos. O acúmulo de restos de materiais orgânicos facilita a proliferação de bactérias aeróbicas as quais consomem parte do oxigênio dissolvido na água. Os nitratos (NO3 –) e fosfatos (PO proliferação exagerada de algas que ficam sobre a superfície da água levando à mita e inibe o desenvolvimento de outros organismos. Como consequência, as colônias de algas que se encon- tram a maior profundidade deixam de receber luz, pelo que, impossibilitadas de realizar fotossíntese, morrem e se decompõem. As algas das camadas superiores continuam a receber luz e a produzir oxigênio, mas a maior parte desse gás se perde para a atmosfera, diminuindo a concentração de oxigênio nos rios e lagos e ocasionando a morte de peixes. Os detergentes sintéticos também contribuem para a eutrofização por con- ter íons fosfatos em sua composição. Embora esses detergentes sejam muito O que significa a palavra “biodegradável” em rótulos de detergentes?O que significa a palavra “biodegradável” em rótulos de detergentes? PensePensePensePensePensePensePensePense 136 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Funcionários da Comlurb retirando peixes mortos da Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro (RJ), 2013. Os detergentes também podem dissolver a camada de gordura que impermeabiliza as penas das aves aquáticas, dificul- tando sua locomoção. He ly D em ut ti Ri ca rd o A zo ur y/ Ty ba Estima-se que mais de quatro milhões de toneladas de petróleo são lançados anualmente nos oceanos, devido principalmente a aci- dentes sofridos por navios-tanques. Tudo isso poderia ser evitado com medidas de segurança como a construção de navios com cascos duplos, para evitar vazamentos caso ocorram colisões com recifes. Na foto, embarcações trabalham para conter a mancha de óleo formada na Baía de Todos-os-Santos (BA) devido a vazamento de petróleo ocorrido em 2009. M ar co A ur él io M ar tin s/ A E Debata e entenda 1. Escreva uma lista de todos os problemas relacionados à degradação dos recursos hídricos apresentados no texto. 2. Liste atividades domésticas que desperdiçam água e proponha medidas que permitam diminuir ou mesmo elimi- nar desperdícios nessas atividades. 3. Calcule a quantidade de água desperdiçada por mês em um vazamento cujo fluxo é de uma gota por segundo – considere o volume de uma gota como sendo igual a 0,05 mL. 4. Cite uma maneira indireta de preservarmos os recursos hídricos, além de redução do consumo direto de água. 5. O que diferencia um detergente biodegradável de outro que não é biodegradável? 6. Em que os consumidores podem contribuir para diminuir os efeitos ambientais de detergentes em rios e lagos? 7. Debata com os seus colegas as vantagens e as desvantagens da substituição de sabões por detergentes. 8. Pesquise mais sobre o processo de eutrofização e dê exemplos de rios e lagos por ele vitimizados. 9. Qual o impacto na qualidade da água causada pelos poluentes? 10. Quais os mecanismos de poluição, tanto em nível de sistemas de exploração que a produzem como em meios naturais? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Rio de Janeiro (RJ), 2013. Baía de Todos-os-Santos (BA), 2009. Funcionários da Comlurb retirando peixes mortos da Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro (RJ), 2013. Ri ca rd o A zo ur y/ Ty ba Rio de Janeiro (RJ), 2013. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 137 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1 REAÇÕES QUÍMICAS E REVERSIBILIDADE Com o crescimento da po- pulação de Brasília acima do previsto inicialmente, em pouco tempo o lago Paranoá ficou poluído e a população local pouco usava esse lago para ati- vidades de lazer, e a pes- ca não era recomendada. Com o programa de ex- pansão dos sistemas de tratamento de água de esgoto, hoje o lago voltou a ser utilizado pela comunidade. Boa parte da água da Terra está em um constante processo de mudanças. Dos mares, rios e lagos a água passa para a atmosfe- ra, umidificando o ar e formando as nuvens. Das nuvens originam-se as chuvas que alimentam os lençóis freáticos e os rios, levando vida às mais longínquas regiões. Os rios abastecem os lagos e mares, fe- chando o ciclo e mantendo o equilíbrio que sustenta a vida na Terra. Diferentes etapas desse ciclo podem ser percebidas em nossas casas. A água presente em um copo evapora-se, passando lenta- mente para a atmosfera. A umidade presente no ar pode conden- sar-se em uma superfície, como o lado externo de uma garrafa de água retirada da geladeira, retornando ao estado líquido. As mu- danças de estado da água são, portanto, processos reversíveis. No entanto, nem todos os processos são reversíveis! Os processos que não podem retornar aos estados iniciais são chamados irrever- síveis. A queima de combustíveis é um exemplo típico de processo irreversível. Ao ser queimado, por exemplo, o etanol (CH3CH2OH) se transforma em gás carbônico (CO2) e água (H2O), como descre- ve a equação química: CH3CH2OH(l) + 3O2(g) ( 2CO2(g) + 3H2O(g) Após algum tempo, todo o álcool é consumido e a reação ces- sa por falta de um dos reagentes: o etanol. Depois, não há como voltar ao estado inicial, já que gás carbônico e água não produzem etanol. Se fosse pos- sível alcançar essa reversibilidade, boa parte dos problemas ambientais seria solucionada. Imagine como seria bom transformar os gases poluentes em combustíveis. Reversível? O que significa isso? Dê exemplos de fenômenos reversíveis. As transformações químicas são reversíveis? Pense Será que toda reação química é irreversível? Pense A partir do entendimento dos processos reversíveis e das possibilidade de alterá-los, podemos lidar melhor com diferentes processos presentes em nosso ambiente. A poluição dos rios envolve uma diversidade de transformações químicas, nas quais poluentes alteram as propriedades da água tornando-a imprópria para o consumo hu- mano e para a sobrevivência de várias espécies aquáticas. Por outro lado, a despoluição de rios só é possível por meio do conhecimento e utilização de processos químicos que permitem remover diferentes poluentes que são lançados na água. Devolver a vida a um rio de águas poluídas que passa dentro de grandes cidades é um grande desafio para to- dos que estão ao seu redor. Isso já foi feito por várias cidades, o que dependeu de ações governamentais e, sobretudo, da participação de toda a sociedade. O resultado é gratifi- cante para todos que estão à sua volta. No presente capítulo, vamos estudar sistemas em equilíbrio, muitos em meio aquoso, para, no fim, podermos compreender como é possível diminuir e até eliminar a poluição das águas. A le xa nd re C ap pi Jr /L at in Co nt en t/ G et ty Im ag es Ra fa el N ed de m er m ey er /A E 1 REAÇÕES QUÍMICAS E REVERSIBILIDADE Boa parte da água da Terra está em um constante processo de mudanças. Dos mares, rios e lagos a água passa para a atmosfe- ra, umidificando o ar e formando as nuvens. Das nuvens originam-se as chuvas que alimentam os lençóis freáticos e os rios, levando vida às mais longínquas regiões. Os rios abastecem os lagos e mares, fe- chando o ciclo e mantendo o equilíbrio que sustenta a vida na Terra. Diferentes etapas desse ciclo podem ser percebidas em nossas casas. A água presente em um copo evapora-se, passando lenta- mente para a atmosfera. A umidade presente no ar pode conden- sar-se em uma superfície, como o lado externo de uma garrafa de água retirada da geladeira, retornando ao estado líquido. As mu- danças de estado da água são, portanto, No entanto, nem todos os processos são reversíveis! Os processos que não podem retornar aos estados iniciais são chamados Reversível? O que significa isso? Dê exemplos de fenômenos reversíveis. As transformações químicas são reversíveis? PensePensePensePensePensePensePensePense A le xa nd re C ap pi Jr /L at in Co nt en t/ G et ty Im ag es Ra fa el N ed de m er m ey er /A E 138 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Paris e Londres são exemplos de cidades que fizeram acontecer, despoluindo os seus rios Tâmisa e Sena, respectivamente; eles eram altamente poluídos. Hoje esses paí- ses são exemplos nas técnicas de tratamento e despoluição dos rios. Lu ke M ac G re go r/R eu te rs Pe et S im ar d/ Co rb is Rio Tâmisa. Rio Sena. Antes, vamos entender o que é uma reação química reversível, fazendo a atividade a seguir. Química na escola Por que a cor vai e volta? Esta atividade deve ser realizada de forma demonstrativa pelo professor, pois é de fácil visualização, utiliza material que exige cuidado adequado para manipulação e gera resíduos que necessitam ser tratados antes de descartados. Material • água destilada; • funil; • balança ou uma colher de café para medida; • 4 g (uma colher de café cheia) de hidróxido de sódio; • 6 g (duas colheres de café cheias) de dextrose (vendido em farmácias como açúcar de adoçar mamadeiras); • 3 ml (60 gotas) de solução de azul de metileno a 1% (vendido em farmácias); • 2 frascos transparentes de 500 mL, com tampa (garrafa de água mineral); Procedimento 1. A uma das garrafas, com auxílio do funil, adicione água até um quarto de seu volume, acrescente o hidróxido de sódio, tampe firmente a garrafa e agite até dissolução completa; 2. À outra garrafa, com auxílio do funil, adicione água até um quarto de seu volume, acrescente a dextrose e o azul de metileno, tampe firmente a garrafa e agite até dissolução completa; 3. Cuidadosamente, com auxílio do funil, adicione o conteúdo da segunda garrafa na primeira garrafa e tampe firmemente. 4. Após verificar se a garrafa está bem fechada, agite-a vigorosamente. Observe e anote. 5. Deixe a garrafa em repouso. Observe e anote. 6. Repita os procedimentos 4 e 5 quantas vezes julgar necessário e proponha uma explicação para o que você observou. Debata com seus colegas as explicações propostas. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. Paris e Londres são exemplos de cidades que fizeram acontecer, despoluindo os seus , respectivamente; eles eram altamente poluídos. Hoje esses paí- Pe et S im ar d/ Co rb is Rio Tâmisa. Rio Sena. Antes, vamos entender o que é uma reação química reversível, fazendo a atividade C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 139 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! V Vídeo Destino dos resíduos A solução resultante deste experimento vai perdendo sua eficiência com o tempo e já não serve no dia seguinte ao preparo. Devido a seu pH elevado, pode ser guardada como resíduo básico para neutralizar resíduo ácido, ou neutralizada com ácido e descartada na pia. Análise de dados 1. Quimicamente, como você justifica o surgimento da cor? E seu desaparecimento? 2. Podemos afirmar que essa reação é reversível? Por quê? Este experimento é conhecido como a “garrafa azul” e é muito interessante para se estudar como se constrói o conhecimento científico. Isso é feito por meio da proposição de hipóteses que expliquem o surgimento e o desaparecimento da cor azul. O teste de hipóteses leva ao desenvolvimento de novas hipóteses e, assim, sucessivamente. Nesse momento, nosso interesse se deve à reversibilidade das reações. Por isso, vamos apresen- tar como os químicos explicam o fenômeno observado. Como você deve ter observado, a agitação da garrafa faz com que o líquido transpa- rente fique com coloração azul. Deixado em repouso, a coloração azul desaparece. Nova agitação faz ressurgir a cor azul, que desaparece após pouco tempo de repouso. O hidróxido de sódio torna o meio alcalino, favorecendo a oxidação da glicose pelo oxigê- nio do ar dissolvido em solução produzindo o ácido glicólico, conforme descreve a equação: H(CHOH)5CHO(aq) + ½O2(aq) ( H(CHOH)5COOH(aq) O ácido formado reage com o hidróxido de sódio, conforme descreve a equação: H(CHOH)5COOH(aq) + NaOH(aq) ( Na+(aq) + H(CHOH)5COO–(aq) + H2O(l) Segundo os mecanismos pro- postos para a reação, o azul de metileno facilita a transferência de oxigênio. Quando a glicose é oxi- dada, o azul de metileno é reduzi- do a leucometileno, que é incolor. Rapidamente o leucometileno é oxidado pelo oxigênio dissolvido, formando azul de me- tileno e deixando a solução novamente azul. 2 SISTEMAS QUÍMICOS REVERSÍVEIS A reversibilidade característica de muitas reações químicas está associada a condi-ções como: temperatura, pressão e concentração dos reagentes. Algumas reações só são reversíveis sob condições específicas. A decomposição da água por eletrólise produz os gases oxigênio e hidrogênio. Eles po- dem reagir, caso haja o fornecimento de energia para iniciar o processo, produzindo água. Nas reações reversíveis, assim que os produtos são formados começam a reagir, originando novamente os reagentes. Isso acontece principalmente em sistemas gasosos e aquosos. Para indicar a reversibilidade das reações, suas equações são representadas com uma seta dupla com meia ponta para cada lado (F), indicando que as reações se processam nos dois sentidos. Destino dos resíduos A solução resultante deste experimento vai perdendo sua eficiência com o tempo e já não serve no dia seguinte ao preparo. Devido a seu pH elevado, pode ser guardada como resíduo básico para neutralizar resíduo ácido, ou neutralizada com ácido e descartada na pia. Análise de dados 1. Quimicamente, como você justifica o surgimento da cor? E seu desaparecimento? 2. Podemos afirmar que essa reação é reversível? Por quê? Este experimento é conhecido como a “garrafa azul” e é muito interessante para se estudar como se constrói o conhecimento científico. Isso é feito por meio da proposição de hipóteses que expliquem o surgimento e o desaparecimento da cor azul. O teste de hipóteses leva ao desenvolvimento de novas hipóteses e, assim, sucessivamente. Nesse momento, nosso interesse se deve à reversibilidade das reações. Por isso, vamos apresen- tar como os químicos explicam o fenômeno observado. Como você deve ter observado, a agitação da garrafa faz com que o líquido transpa- rente fique com coloração azul. Deixado em repouso, a coloração azul desaparece. Nova agitação faz ressurgir a cor azul, que desaparece após pouco tempo de repouso. 140 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A equação a seguir, de produção da amônia, exemplifica reações de equilíbrio. N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) A natureza é repleta de sistemas reversíveis. É dessa forma, por exemplo, que a hemoglobina leva o gás oxigênio do pulmão para as células e volta com gás car- bônico. Veremos a seguir outro exemplo de sistema reversível natural. O equilíbrio das cavernas No volume anterior, vimos que as cavernas são formadas a partir da dissolução de car- bonatos pela água e pelo gás carbônico, representada pela equação: CaCO3(s) + H2O(l) + CO2(g) ( Ca2+(aq) + 2HCO3–(aq) Os íons carbonato e cálcio arrastados pela água podem reagir, precipitando-se nova- mente como carbonato de cálcio, conforme a equação: Ca2+(aq) + 2HCO3 –(aq) ( CaCO3(s) + H2O(l) + CO2(g) O que há de comum entre essa equação e a anterior, de formação da caverna? Se percebeu que uma é o inverso da outra, acertou! Portanto, podemos dizer que o surgimento e a evolução das cavernas calcárias podem ser descritos pela reação de equi- líbrio representada pela equação: CaCO3(s) + H2O(l) + CO2(g) F Ca2+(aq) + 2HCO3–(aq) A estalactite é formada a partir do teto da caverna pela deposição lenta e contínua de carbonato das gotas mineralizadas que escorrem por ela e sofrem evaporação. A gota, ao cair, ainda carrega consigo o carbonato em solução, o qual vai sendo depositado no piso logo abaixo, formando a estalagmite. Sé m hu r/ W ik im ed ia C om m on s O sulfato de cobre (azul), ao ser aquecido, transfor- ma-se em um sal desidra- tado (branco). É possível observar, pela mudança de cor do sistema, que houve uma transformação química. Esse processo é reversível. Pode-se obter o sal hidratado (azul) adicio- nando água ao sal desidra- tado (branco). He ly D em ut ti 3 EQUILÍBRIO QUÍMICO O que é equilíbrio? Pense A palavra "equilíbrio", de origem latina, pode significar nível igual dos pratos de uma balança. Ela dá uma ideia de que não há mudança, de que o objeto de es- tudo está parado. Fala-se até em equilíbrio químico! Mas o que é equilíbrio químico? Será que ele é diferente? Depois de iniciada e antes que termine qualquer reação química, seus reagentes e pro- dutos coexistem. Do ponto de vista macroscópico não percebemos mudança. Não vemos nenhuma alteração e poderíamos afirmar que não está ocorrendo mudança nenhuma. Entretanto, microscopicamente não é assim. Em uma reação química reversível, à medida que os produtos são formados, parte deles reage formando, novamente, os reagentes. Na verdade, dizemos que existem duas reações acontecendo: uma direta e outra inversa, como mostram as equações abaixo. Assim, os produtos da reação direta são os reagen- tes da reação inversa e vice-versa. N2(g) + 3H2(g) ( 2NH3(g) (reação direta) 2NH3(g) ( N2(g) + 3H2(g) (reação indireta) A equação a seguir, de produção da amônia, exemplifica reações de equilíbrio. A natureza é repleta de sistemas reversíveis. É dessa forma, por exemplo, que a hemoglobina leva o gás oxigênio do pulmão para as células e volta com gás car- bônico. Veremos a seguir outro exemplo de sistema reversível natural. No volume anterior, vimos que as cavernas são formadas a partir da dissolução de car- bonatos pela água e pelo gás carbônico, representada pela equação: (aq) + 2HCO3 –(aq) Os íons carbonato e cálcio arrastados pela água podem reagir, precipitando-se nova- (s) + H2O(l) + CO2(g) O que há de comum entre essa equação e a anterior, de formação da caverna? Se percebeu que uma é o inverso da outra, acertou! Portanto, podemos dizer que o surgimento e a evolução das cavernas calcárias podem ser descritos pela reação de equi- O sulfato de cobre (azul), ao ser aquecido, transfor- ma-se em um sal desidra- tado (branco). É possível observar, pela mudança de cor do sistema, que houve uma transformação química. Esse processo é reversível. Pode-se obter o sal hidratado (azul) adicio- nando água ao sal desidra- tado (branco). He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 141 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Assim que formado, a partir de uma reação de raspas de cobre com áci- do nítrico concentrado, o dióxido de nitrogênio (NO2) confere uma cor cas- tanho-avermelhada ao sis- tema. Com o tempo, a cor diminui de intensidade até ficar constante. tempo 2x 3x 4x 5x 10xx Por que a intensidade da cor diminui até chegar a uma tonalidade constante? Pense Para simplificar e poder representar o processo por meio de uma só equação, os quí- micos representam as duas reações da seguinte forma: reação direta N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) reação inversa Diferentemente de outros sistemas em equilíbrio, nas reações químicas reversíveis o processo não cessa. Na verdade, a reação química continua acontecendo. Todavia, ob- serva-se que elas atingem um estado no qual as propriedades do sistema se estabilizam, como se não houvesse mais reação. O equilíbrio está no fato de a reação ocorrer nos dois sentidos com a mesma intensi- dade, coexistindo reagentes e produtos. Por exemplo, o gás dióxido de nitrogênio (NO2), de cor castanho-avermelhada, transforma-se no gás tetróxido de dinitrogênio (N2O4), que é praticamente incolor, em uma reação química reversível, descrita pela equação: 2NO2(g) F N2O4(g) Em um balão de vidro contendo dióxido de nitrogênio, é possível observar uma forte coloração castanho-avermelhada, característica dessa substância. Entretanto, com o passar do tempo, observa-se que a cor do material contido no recipiente vai diminuindo de inten- sidade até chegar a um tom que não muda mais, como podemos ver na figura a seguir. A cor é uma propriedade característica das substâncias. Como foi dito, o dióxido de nitrogê- nio é um gás castanho-avermelhado. Será que a substância vai perdendo a cor com o tempo? Claro que não! O fato é que o dióxido de nitrogênio (NO2) transforma-se em tetróxido de dini- trogênio (N2O4), um gás praticamente incolor. Se a reação fosse completa, no fim o material den- tro do balão seria incolor. A sensação que temos, por meio da visão, é de que a reação parou. Entretanto, utilizando equipamentos sofisticados é possível constatar que as reações continuam acontecendo. Embora os químicos realizem essa reação nos laboratórios, não é fácil realizá-la na escola. Podemos, entretanto, imaginar o comportamento de átomos e moléculas. Vamos ima- ginar, então, uma reação química reversível, genérica, entre as substâncias A e B, forman- do a substância AB. Essa reação será representada pela equação: A + B F AB J. Yu ji Para simplificar e poder representar o processo por meio de uma só equação, os quí- micos representam as duas reações da seguinte forma: reação direta N2(g) + 3H reação inversa Diferentemente de outros sistemas em equilíbrio, nas reações químicas reversíveis o processo não cessa. Na verdade, a reação química continua acontecendo. Todavia, ob- serva-se que elas atingem um estado no qual as propriedades do sistema se estabilizam, como se não houvesse mais reação. O equilíbrio está no fato de a reação ocorrer nos dois sentidos com a mesma intensi- dade, coexistindo reagentes e produtos. Por exemplo, o gás dióxido de nitrogênio (NO de cor castanho-avermelhada, transforma-se no gás tetróxido de dinitrogênio (N é praticamente incolor, em uma reação química reversível, descrita pela equação: Em um balão de vidro contendo dióxido de nitrogênio, é possível observar uma forte coloração castanho-avermelhada, característica dessa substância. Entretanto, com o passar do tempo, observa-se que a cor do material contido no recipiente vai diminuindo de inten- sidade até chegar a um tom que não muda mais, como podemos ver na figura a seguir. 142 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Se representarmos os átomos de A por esferas azuis e os átomos de B por esferas ver- melhas, cada molécula de AB será representada por uma esfera vermelha unida a uma esfera azul. Imaginemos um recipiente dividido ao meio por uma divisória removível, con- tendo átomos de A de um lado e átomos de B do outro (I). Vamos imaginar o que acontecerá após a remoção da divisória (II). Entrando em con- tato, os reagentes começarão a formar o produto (III). Depois de certo tempo, as quanti- dades das substâncias envolvidas serão constantes (IV e V). Depois do estado IV, não observamos alterações macroscópicas, embora elas continuem a ocorrer no nível atômico molecular. Somente constataríamos a reação se marcássemos os átomos. É exatamente isso que os químicos fazem! Eles utilizam átomos diferen- tes de um mesmo elemento químico e, assim, po- dem estudar as alterações microscópicas no sistema. Vamos imaginar que um dos átomos de A (o do canto superior esquerdo da figura seguinte) tivesse uma massa diferente dos demais (isótopo). Para fa- cilitar, vamos representá-lo por uma coloração mais escura – mas lembre-se de que cor é uma propriedade das substâncias e não de seus áto- mos – como mostrado na figura acima. Passado certo tempo, as quantidades de cada es- pécie química continuam as mesmas, mas onde está o átomo diferente? O mesmo seria observado se utilizássemos átomos marcados de B. Esses estudos demonstram, portanto, que no estado em que as propriedades ma- croscópicas do sistema permanecem constantes, microscopicamente a reação não cessa. J. Yu ji Diferentes estados de um sistema, contendo substâncias que reagem entre si, em uma sequência cronológica de tempo (t). I – estado inicial, antes de os reagentes entrarem em contato. II – estado em que a barreira que separa os reagentes é removida. III – estado em que os reagentes começam a interagir formando os produtos. IV – estado em que houve a formação da maior quantidade possível de produtos que o sistema pode produzir nas condições estabelecidas. V – estado em que os reagentes continuam formando produtos, ao mesmo tempo em que os produtos se decompõem, formando reagentes. Nos estados IV e V, apesar de a reação prosseguir com a formação de novas moléculas, ao mesmo tempo outras são decompostas. I t = 0 II t = 1 III t = 2 IV t = 3 V t = 4 J. Yu ji No equilíbrio químico, um átomo (como o des- tacado em escuro) pode estar em reagentes num instante e em produtos em outro momento. Se a reação não cessa, então por que ela atinge um estado em que suas propriedades não mudam? Pense Quando uma reação entra em equilíbrio, produtos se transformam em reagentes, na mes- ma medida em que seus reagentes se transformam em produtos. Dessa forma, a diminuição dos reagentes é compensada pela sua formação na reação inversa. Esse é um estado de cons- tante compensação em dois sentidos, nos quais as taxas de transformações dos reagentes e dos produtos se igualam. Os químicos denominam esse estado como equilíbrio químico. por esferas azuis e os átomos de B por esferas ver- melhas, cada molécula de AB será representada por uma esfera vermelha unida a uma esfera azul. Imaginemos um recipiente dividido ao meio por uma divisória removível, con- do outro (I). Vamos imaginar o que acontecerá após a remoção da divisória (II). Entrando em con- tato, os reagentes começarão a formar o produto (III). Depois de certo tempo, as quanti- dades das substâncias envolvidas serão constantes (IV e V). Diferentes estados de um sistema, contendo substâncias que reagem entre si, em uma sequência cronológica de tempo (t). III – estado em que os reagentes começam a interagir formando os produtos. IV – estado em que houve a formação da maior quantidade possível de produtos que o sistema pode produzir nas condições estabelecidas. V – estado em que os reagentes continuam formando produtos, ao mesmo tempo em que os produtos se decompõem, formando reagentes. III t = 2 IV t = 3 V t = 4 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 143 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! I Infográfico O transporte de oxigênio do pulmão para as células é feito pela hemoglobina, uma proteína complexa que possui um grupo denominado heme. O grupo heme, formado por átomos de diversos elementos químicos, como carbo- no (representado em preto), ferro (rosa), ni- trogênio (amarelo) e hidrogênio (cinza), com- bina-se reversivelmente com a molécula de oxigênio (vermelho), conferindo, nessa situa- ção, coloração vermelha ao sangue. O equilíbrio de fases Não são somente as reações químicas reversíveis que constituem equilíbrios dinâmi- cos. Muitos processos físicos também são dinâmicos. Do ponto de vista da química, um equilíbrio dinâmico importante é o equilíbrio entre diferentes fases de um sistema. Bons exemplos de equilíbrio são: equilíbrio líquido/vapor em sistemas fechados; dissolução de gases em líquidos; e dissolução e cristalização de sólidos em fase líquida. Se colocarmos em um frasco uma substância líquida e o fecharmos, deixando um espa- ço com ar, logo parte do líquido irá passar para a fase gasosa até atingir uma concentração J. Yu ji Por outro lado, as propriedades que percebemos dos sistemas são características do conjunto de seus constituintes. Como moléculas das substâncias são consumidas e for- madas na mesma proporção, macroscopicamente o conjunto permanece inalterado. Consequentemente, as propriedades do sistema não se alteram. Ou seja, embora as propriedades do sistema permaneçam constantes, microscopica- mente o processo continua. Portanto, ocorre um equilíbrio químico dinâmico. No estado de equilíbrio, há uma igualdade de compensação nas reações diretas e inver- sas, o que significa que a taxa da variação das quantidades dos reagentes por unidade de tempo é igual à taxa de variação das quantidades dos produtos por unidade de tempo. Ou seja, no estado de equilíbrio a rapidez da reação direta é igual à rapidez da reação inversa. Outro aspecto do equilíbrio é que não pode haver perda de reagentes ou produtos para outras vizinhanças, pois isso implicaria a não compensação no sentido de reverter a reação. Baseado-se em estudos desses processos, é possível identificar características co- muns a sistemas em equilíbrio. Nos sistemas químicos em equilíbrio: • reagentes, assim como produtos, são consumidos na mesma proporção nas quais são formados; • reagentes e produtos coexistem em concentrações que não se alteram; • a rapidez da reação direta é igual à rapidez da reação inversa; • as propriedades macroscópicas do sistema são constantes. Reações químicas reversíveis não acontecem apenas em laboratórios. Como citamos an- teriormente, a formação e a evolução das cavernas calcárias e o transporte de oxigênio pela hemoglobina são exemplos de equilíbrio químico. Diversas condições de equilíbrio entre subs- tâncias são fundamentais para a existência da vida e dos sistemas abióticos em nosso planeta. Por outro lado, as propriedades que percebemos dos sistemas são características do conjunto de seus constituintes. Como moléculas das substâncias são consumidas e for- madas na mesma proporção, macroscopicamente o conjunto permanece inalterado. Consequentemente, as propriedades do sistema não se alteram. Ou seja, embora as propriedades do sistema permaneçam constantes, microscopica- mente o processo continua. Portanto, ocorre um equilíbrio químico dinâmico. No estado de equilíbrio, há uma igualdade de compensação nas reações diretas e inver- sas, o que significa que a taxa da variação das quantidades dos reagentes por unidade de tempo é igual à taxa de variação das quantidades dos produtos por unidade de tempo. Ou seja, no estado de equilíbrio a rapidez da reação direta é igual à rapidez da reação inversa. Outro aspecto do equilíbrio é que não pode haver perda de reagentes ou produtos para outras vizinhanças, pois isso implicaria a não compensação no sentido de reverter a reação. Baseado-se em estudos desses processos, é possível identificar características co- muns a sistemas em equilíbrio. Nos sistemas químicos em equilíbrio: • reagentes, assim como produtos, são consumidos na mesma proporção nas quais são formados; • reagentes e produtos coexistem em concentrações que não se alteram; 144 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! definida. À medida que a concentração da substância na fase gasosa au- menta, parte de suas moléculas voltam à fase líquida. Após certo tempo, se estabelece um estado de equilíbrio no qual a quantidade que passa para a fase gasosa será igual à quantidade que passa para a fase líquida. A pressão exercida pelo gás sobre o líquido, no equilíbrio, é denominada pressão de vapor. Para a água, esse equilíbrio é descrito pela equação: H2O(l) F H2O(g) Se tivermos um gás dissolvido em um líquido, em sistema fechado, tam- bém teremos um equilíbrio dinâmico. Enquanto moléculas do gás dissolvido escapam do líquido, outras moléculas retornam à solução, na mesma me- dida. Esse equilíbrio está presente em garrafas de refrigerantes e outras bebidas gaseificadas. Vamos imaginar um experimento relativamente simples. Consideremos uma solução prepa- rada pela dissolução de iodo em uma mistura de álcool e água. Imaginem que essa solução foi preparada pela adição da quantidade máxima de iodo possível de se dissolver no volume utilizado. A seguir, essa solução é colocada em um sistema que é formado por dois reservató- rios ligados por um tubo. Em um dos reservatórios é adicionada uma quantidade de iodo sólido que não se dissolve e fica depositada no fundo (precipitado). Deixado em repouso, o que observaríamos após um determinado tempo? A figura abaixo representa nosso experimento hipotético. Em um frasco contendo material volátil, há um equilíbrio no processo de vaporização e conden- sação. A olho nu, não per- cebemos que há mudanças no sistema, mas em nível molecular há uma cons- tante movimentação de moléculas. C2H6O J. Y uj i Que diferença você observa entre os dois tempos? Como você justifica a variação observada? Será que em uma solução salina com excesso de sal depositado no fundo também há equilíbrio? Não há alterações macroscópicas no equilíbrio entre um sólido e sua solução, contidos em um recipiente. Entretanto, microscopicamente continuam a ocorrer duas reações: a de precipitação e a de solubilização do cloreto de sódio. No caso do cloreto de sódio, essas reações podem ser representadas pela equação: NaCl(s) F Na+(aq) + Cl–(aq) No equilíbrio de solubilização do cloreto de sódio, íons são solubilizados e cristaliza- dos o tempo todo. No caso do iodo, não há solubilização de íons, mas sim de molécu- las de iodo (I2) que se precipitam e se solubilizam constantemente, conforme a equação: I2(s) F I2 (dissolvido) Será que a variação de condições físicas pode alterar o equilíbrio, como em outros pro- cessos químicos e físicos? É o que veremos a seguir. Solução saturada de iodo dissolvido em água e álcool, com excesso de iodo. A primeira figura representa o instante inicial, quando o excesso de iodo é colocado em um dos recipientes. A segunda figura representa o mesmo sistema, certo tempo depois. J. Yu ji definida. À medida que a concentração da substância na fase gasosa au- menta, parte de suas moléculas voltam à fase líquida. Após certo tempo, se estabelece um estado de equilíbrio no qual a quantidade que passa para a fase gasosa será igual à quantidade que passa para a fase líquida. A pressão exercida pelo gás sobre o líquido, no equilíbrio, é denominada pressão de vapor. Para a água, esse equilíbrio é descrito pela equação: Se tivermos um gás dissolvido em um líquido, em sistema fechado, tam- bém teremos um equilíbrio dinâmico. Enquanto moléculas do gás dissolvido escapam do líquido, outras moléculas retornam à solução, na mesma me- dida. Esse equilíbrio está presente em garrafas de refrigerantes e outras bebidas gaseificadas. Vamos imaginar um experimento relativamente simples. Consideremos uma solução prepa- rada pela dissolução de iodo em uma mistura de álcool e água. Imaginem que essa solução foi preparada pela adição da quantidade máxima de iodo possível de se dissolver no volume utilizado. A seguir, essa solução é colocada em um sistema que é formado por dois reservató- rios ligados por um tubo. Em um dos reservatórios é adicionada uma quantidade de iodo sólido que não se dissolve e fica depositada no fundo (precipitado). Deixado em repouso, A figura abaixo representa nosso experimento hipotético. Em um frasco contendo material volátil, há um equilíbrio no processo de vaporização e conden- sação. A olho nu, não per- cebemos que há mudanças no sistema, mas em nível molecular há uma cons- tante movimentação de moléculas. C2H6O J. Y uj i C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 145 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. Cite algumas reações químicas consideradas irreversí- veis e reversíveis encontradas no seu dia a dia. 2. Como você descreveria uma reação reversível? 3. Qual é a importância do equilíbrio químico no estudo das reações químicas? 4. Como você explica o equilíbrio existente na formação das cavernas? 5. Qual a diferença entre equilíbiro estático e dinâmico? O equilíbrio químico é estático ou dinâmico? Justifique. 6. Qual o significado das setas para a reação: N2O4(g) F 2NO2(g)? 7. Cite algumas características de um equilíbrio químico. 8. Um sistema químico fechado apresenta as seguintes características. I – No instante inicial, as moléculas dos reagentes são colocadas em contato e a cor do sistema é inteiramente vermelha. II – Após certo tempo, a cor do sistema tende para o amarelo. III – O sistema estabiliza-se com a cor amarelo- -alaranjada. Julgue os itens, marcando C para os corretos e E para os errados: 1) Com o passar do tempo, notamos a mudança de cor no sistema à medida que as transformações evoluem. 2) Num determinado momento a cor não muda mais, indicando que as transformações cessaram. 3) A transformação é irreversível devido à cor final do sistema. 4) No início, como só há substâncias da cor verme- lha, a velocidade de transformação é proporcional à quantidade de reagentes. 5) À medida que vão se formando substâncias de cor amarela, sua concentração vai aumentando e tam- bém a velocidade da reação direta. 9. Quando deixamos no sol uma garrafa de água tapada e duas ou três horas depois a abrimos, o que se nota? Essa reação é reversível? 10. Identifique se estas reações estão em equilíbrio químico ou não: a) Água sendo aquecida dentro de uma panela de pressão tapada. b) A combustão de uma vela. c) A produção de amônia. d) A corrosão do ferro. 11. Que características você utilizou para identificar se essas substâncias estão em equilíbrio? 12. Existe um indicador de umidade do ar conhecido como “galinho do tempo”. Dentro dele encontramos um sal solúvel chamado cloreto de cobalto (CoCl2) e água. Sua cor se altera de acordo com a umidade do ar. Explique esse fenômeno por meio da reversibilidade. 13. Uma gota de água colocada em um recipiente fecha- do pode estabelecer ou não um estado de equilíbrio para a pressão de vapor? Explique. 14. Explique, utilizando o conceito de equilíbrio químico, o que acontece ao abrirmos uma garrafa de refrigerante. 15. Dos seguintes sistemas, julgue os itens, marcando C para os corretos e E para os errados. 1) Uma panela aberta sobre um fogão contém água fervendo à temperatura constante. O equilíbrio ocorrido é dinâmico. 2) Um balão contém ar e algumas gotas de água. A pressão dentro do balão é constante, logo o equi- líbrio é estático. 3) Um formigueiro vive sua faina diária. A popula- ção do formigueiro é constante; logo, o equilíbrio é dinâmico. 4) O mercúrio líquido e o vapor de mercúrio num ter- mômetro, permanecendo constante a temperatura, constituem um equilíbrio dinâmico. 16. A respeito de equilíbrio químico, julgue os itens, mar- cando C para os itens corretos e E para os errados: 1) As reações químicas consideradas reversíveis são aquelas que ocorrem em recipiente fechado, ou seja, não há troca de matéria com o ambiente. 2) O equilíbrio químico é atingido quando as reações em ambos os sentidos cessam e o sistema perma- nece estável. 3) Nos sistemas em equilíbrio, os reagentes permane- cem separados dos produtos, apesar da compen- sação existente. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Fo to s: H el y D em ut ti ExercíciosExercícios 1. 1. Cite algumas reações químicas consideradas irreversí- veis e reversíveis encontradas no seu dia a dia. 2. 2. Como você descreveria uma reação reversível? 3. 3. Qual é a importância do equilíbrio químico no estudo das reações químicas? 4. 4. Como você explica o equilíbrio existente na formação das cavernas? 5. 5. Qual a diferença entre equilíbiro estático e dinâmico? O equilíbrio químico é estático ou dinâmico? Justifique. 6. 6. Qual o significado das setas para a reação: N2O4(g) F 2NO2(g)? 7. 7. Cite algumas características de um equilíbrio químico. 8. 8. Um sistema químico fechado apresenta as seguintes características. I – No instante inicial, as moléculas dos reagentes são colocadas em contato e a cor do sistema é 11. 11. 12. 12. 13. 13. 146 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 4) Embora as propriedades macroscópicas, como cor e estado físico do sistema, permaneçam constan- tes, num sistema em equilíbrio os constituintes mi- croscópicos (átomos, íons ou moléculas) continuam reagindo entre si. 17. (UFRGS-RS) Uma reação química atinge o equilíbrio químico quando: a) ocorre simultaneamente nos sentidos direto e inverso. b) a rapidez das reações direta e inversa são iguais. c) os reagentes são totalmente consumidos. d) a temperatura do sistema é igual à do ambiente. e) a razão entre as concentrações de reagentes e pro- dutos é unitária. 18. (Cefet-PR) Com relação ao equilíbrio químico, afirma-se: I – O equilíbrio químico só pode ser atingido em sis- tema fechado (onde não há troca de matéria com o meio ambiente). II – Em um equilíbrio químico, as propriedades ma- croscópicas do sistema (concentração, densidade, massa e cor) permanecem constantes. III – Em um equilíbrio químico, as propriedades micros- cópicas do sistema (colisões entre as moléculas, e transformações de umas substâncias em ou- tras) permanecem em evolução, pois o equilíbrio é dinâmico. É(são) correta(s) a(s) afirmação(ões): a) Somente I e II. d) Somente I. b) Somente I e III. e) I, II e III. c) Somente II e III. 19. (Fatec-SP) Nas condições ambientais, é exemplo de sis- tema em estado de equilíbrio uma: a) xícara de café bem quente. b) garrafa de água mineral gasosa fechada. c) chama uniforme de bico de Bunsen. d) porção de água fervendo em temperatura constante. e) tigela contendo feijão cozido. 20. Com relação ao estudo sobre equilíbrio químico, mar- que a opção incorreta. a) Em um sistema em equilíbrio químico, as proprieda- des macroscópicas e microscópicas permanecem em evolução. b) O equilíbrio químico só pode ser atingido em siste- mas fechados, pois não ocorre troca de matéria com o meio ambiente. c) O equilíbrio químico é dinâmico. d) Em sistemas em equilíbrio químico, a concentração dos reagentes permanece constante, apesar de a reação ocorrer continuamente. e) O estado de equilíbrio químico é alcançado quando a rapidez da reação direta é igual à da reação inversa. 4 ALTERAÇÕES DO ESTADO DE EQUILÍBRIO N o equilíbrio significa que a rapidez da reação direta é igual à rapidez da reação in-versa. Por isso, as concentrações de reagentes e produtos permanecem constantes. A seguir, descrevemos uma atividade que lhe permitirá entender melhor o equilíbrio químico. Para iniciar, vamos falar de quantidades, ou seja, de estequiometria. Como exemplo, vamos trabalhar com a reação de síntese da amônia. Segundo sua equação, a estequio- metria da reação indica que ela ocorre na proporção de um mol de gás nitrogênio para três mols de gás hidrogênio, produzindo dois mols de amônia. N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) Todavia, como essa reação é reversível, nem todas as moléculas dos reagentes vão se transformar em produto. Mas quanto haverá de cada substância quando o sistema esti- ver em equilíbrio? Em outras palavras, em que extensão ocorrerá a reação? Estabelecido o equilíbrio, qual será a concentração de cada substância? Para os químicos, respostas a essas questões são fundamentais. Uma das atividades dos químicos é conhecer as reações e, com isso, descobrir como controlá-las, para otimi- zar os processos industriais. A extensão de uma reação química é determinada experimentalmente e depende das condições nas quais ela ocorre. Conforme as condições, uma reação poderá ocorrer em maior ou menor extensão. Ou seja, poderá produzir maior ou menor quantidade de produtos. A adição de poluentes nas águas altera o equilí- brio do ecossistema, pro- vocando terríveis desas- tres ambientais, como no caso do óleo que atin- giu as praias de Madre de Deus (BA), em 2009. Lu ci an o da M at ta /A E 4) Embora as propriedades macroscópicas, como cor e estado físico do sistema, permaneçam constan- tes, num sistema em equilíbrio os constituintes mi- croscópicos (átomos, íons ou moléculas) continuam (UFRGS-RS) Uma reação química atinge o equilíbrio a) ocorre simultaneamente nos sentidos direto e e) a razão entre as concentrações de reagentes e pro- (Cefet-PR) Com relação ao equilíbrio químico, afirma-se: I – O equilíbrio químico só pode ser atingido em sis- tema fechado (onde não há troca de matéria com II – Em um equilíbrio químico, as propriedades ma- croscópicas do sistema (concentração, densidade, É(são) correta(s) a(s) afirmação(ões): a) Somente I e II. d) Somente I. b) Somente I e III. e) I, II e III. c) Somente II e III. 19. 19. (Fatec-SP) Nas condições ambientais, é exemplo de sis- tema em estado de equilíbrio uma: a) xícara de café bem quente. b) garrafa de água mineral gasosa fechada. c) chama uniforme de bico de Bunsen. d) porção de água fervendo em temperatura constante. e) tigela contendo feijão cozido. 20. 20. Com relação ao estudo sobre equilíbrio químico, mar- que a opção incorreta. a) Em um sistema em equilíbrio químico, as proprieda- des macroscópicas e microscópicas permanecem em evolução. b) O equilíbrio químico só pode ser atingido em siste- mas fechados, pois não ocorre troca de matéria com o meio ambiente. c) O equilíbrio químico é dinâmico. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 147 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Os indicadores de ácidos e bases são espécies químicas que também apresentam equilíbrio ácido-base. Ao la- do temos a equação de equi- líbrio da fenolftaleína, que pode ser alterado ao variar- mos a concentração do íon hidrônio (H3O +). A cor das es- pécies químicas em equilíbrio está associada ao número de ligações duplas conjugadas (sequência de ligações du- plas intercaladas por uma li- gação simples), que é maior na estrutura da direita. C O HO OH C O incolor + 2H3O +C O COO– vermelho OH– H3O + Isso significa que uma reação pode atingir diferentes estados de equilíbrio, dependendo das condições às quais for submetida. Cada estado de equilíbrio corresponderá a diferen- tes valores constantes de concentração de reagentes e produtos. Esses estados somente serão alterados se houver alteração das condições do sistema. Como já vimos, quando há equilíbrio, a rapidez da reação direta é igual à rapidez da reação inversa. De acordo com a teoria das colisões, variações de concentração ou de tem- peratura alteram a rapidez das reações e, consequentemente, interferem nos equilíbrios. Também em reações envolvendo gases, a pressão pode alterar o equilíbrio. Vejamos nos próximos tópicos como isso acontece. J. Yu ji Viragens de alguns indicadores A tonalidade e a cor da hor- tênsia dependem do tipo de solo em que a flor é cultiva- da: quanto mais ácido for o solo, mais azuis serão as flores. Os indicadores são formados por diferentes substâncias e, por isso, apresentam cores dife- rentes que alteram em diferentes faixas de pH. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 pH 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 pOH amarelo de alizarina (10,1 – 12,0) fenolftaleína (8,2 – 10,0) azul de bromotimol (6,0 – 7,6) púrpura de metila (4,8 – 5,4) azul de bromofenol (3,0 – 4,6) azul de timol (1,2 – 2,8) As flores apresentam cores variadas pela presença de substâncias orgânicas que possuem diversas ligações duplas intercaladas. Como essas substâncias normalmente são sensíveis à acidez, os extratos dessas plantas podem ser uti- lizados como indicadores de pH. He ly D em ut ti Fo to s: H el y D em ut ti Os indicadores de ácidos e bases são espécies químicas que também apresentam equilíbrio ácido-base. Ao la- do temos a equação de equi- líbrio da fenolftaleína, que pode ser alterado ao variar- mos a concentração do íon hidrônio (H3O +). A cor das es- pécies químicas em equilíbrio está associada ao número de ligações duplas conjugadas (sequência de ligações du- plas intercaladas por uma li- gação simples), que é maior na estrutura da direita. C O HO C O incolor Isso significa que uma reação pode atingir diferentes estados de equilíbrio, dependendo das condições às quais for submetida. Cada estado de equilíbrio corresponderá a diferen- tes valores constantes de concentração de reagentes e produtos. Esses estados somente serão alterados se houver alteração das condições do sistema. Como já vimos, quando há equilíbrio, a rapidez da reação direta é igual à rapidez da reação inversa. De acordo com a teoria das colisões, variações de concentração ou de tem- peratura alteram a rapidez das reações e, consequentemente, interferem nos equilíbrios. Também em reações envolvendo gases, a pressão pode alterar o equilíbrio. Vejamos nos próximos tópicos como isso acontece. 148 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Efeito da variação da temperatura Imagine a seguinte situação: na metade de um copo com água são adicionadas 10 gotas de detergente de lavar louças. Depois, são adicionadas 4 gotas de solução de fenolftaleína. A solução toma uma coloração rósea. Depois, a mesma so- lução é aquecida e perde a coloração rósea, ficando incolor. O que você acha que aconteceu? A amônia do detergente produz o hidróxido de amônio, conforme a reação: NH3(aq) + H2O(l) F NH4+(aq) + OH–(aq) O hidróxido de amônio é uma base e a sua solução ficará rósea na presença de fenolftaleína. Os resultados do experimento indicam um dos fatores que alteram o favorecimento do estado de equilíbrio: a tempe- ratura. O aquecimento da solução faz com que o equilíbrio favoreça a formação dos reagentes (amônia e água), levan- do ao desaparecimento da coloração rosa, pois a concen- tração dos íons OH– e NH4 + diminui. Ao se colocar o tubo aquecido no banho de gelo, aos poucos a coloração rosa reaparece, indicando o favorecimento da reação direta (formação dos produtos). Um aumento de temperatura, em geral, implica aumento na rapidez de uma reação. Moléculas submetidas a temperaturas maiores são mais energéticas, ou seja, possuem mais energia cinética. Dessa forma, suas colisões têm maior probabilidade de resultar em reações. Assim, tanto a rapidez da reação direta como a da reação indireta crescem com o aumento de temperatura. Entretanto, a reação que ocorre com absorção de calor (endotérmica) au- menta de forma mais acentuada. Detergente dissolvido em água com gotas do in- dicador fenolftaleína, à temperatura ambiente. Detergente dissolvido em água com gotas do indicador fenolftaleína, aquecido a 60 °C. Fo to s: H el y D em ut ti A reação da amônia com a água é endotérmica ou exotérmica (liberação de calor)? Pense Quando se aquece o sistema em equilíbrio, há favorecimento da reação na qual ocor- re a absorção de calor. Nesse caso, o sentido inverso da reação é favorecido, e pode ser percebido pela diminuição de cor da solução. Do ponto de vista energético, as equações das reações podem ser descritas da seguinte maneira, em que �H é uma grandeza de va- riação de calor que pode indicar se a reação é exotérmica ou endotérmica: Reação direta: NH3(aq) + H2O(l) ( NH4+(aq) + OH–(aq) ΔH < 0 (reação exotérmica) Reação indireta: NH4 +(aq) + OH–(aq) ( NH3(aq) + H2O(l) ΔH > 0 (reação endotérmica) O aquecimento favorece a reação indireta, que é endotérmica. Já o resfriamento im- plica favorecimento da reação em que há liberação de energia, ou seja, da reação exotér- mica. Nesse sentido, ao resfriarmos o sistema ocorre o favorecimento do sentido direto da reação, resultando no reaparecimento da coloração rosa. O gás NO2 fica em equilíbrio com o gás N2O4. O gás NO2 apresenta cor castanho-es- cura, mas, ao colocarmos o tubo em um recipiente com gelo (o da direita), percebe- mos a sua descoloração, o que significa que a tempe- ratura favoreceu a formação do gás N2O4, cuja reação é exotérmica. Sendo assim, houve um deslocamento do equilíbrio. água a 25 °C água com gelo J. Yu ji Efeito da variação da temperatura Imagine a seguinte situação: na metade de um copo com água são adicionadas 10 gotas de detergente de lavar louças. Depois, são adicionadas 4 gotas de solução de fenolftaleína. A solução toma uma coloração rósea. Depois, a mesma so- lução é aquecida e perde a coloração rósea, ficando incolor. A amônia do detergente produz o hidróxido de amônio, O hidróxido de amônio é uma base e a sua solução ficará Os resultados do experimento indicam um dos fatores que alteram o favorecimento do estado de equilíbrio: a tempe- ratura. O aquecimento da solução faz com que o equilíbrio favoreça a formação dos reagentes (amônia e água), levan- do ao desaparecimento da coloração rosa, pois a concen- diminui. Ao se colocar o tubo aquecido no banho de gelo, aos poucos a coloração rosa reaparece, indicando o favorecimento da reação direta Detergente dissolvido em água com gotas do in- dicador fenolftaleína, à temperatura ambiente. Detergente dissolvido em água com gotas do indicador fenolftaleína, aquecido a 60 °C. Fo to s: H el y D em ut ti O gás NO fica em equilíbrio C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 149 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Após a adição de colher de café de bicarbonato de sódio (cerca de 0,2 g) em meio copo de água, o que acontecerá se forem adicio- nadas algumas gotas de fe- nolftaleína a essa solução? He ly D em ut ti Soprar em uma solução altera algum equilíbrio? Por quê? Pense Vamos agora imaginar uma solução que, às vezes, é preparada em casa. O bicarbo- nato de sódio (NaHCO3) é um sal que, quando dissolvido em água, forma os íons sódio (Na+) e bicarbonato (HCO3 –), segundo a equação: Na2CO3(aq) ( Na+(aq) + HCO3–(aq) O íon bicarbonato reage com a água segundo a equação: HCO3 –(aq) + H2O(aq) F H2CO3(aq) + OH–(aq) A formação do íon hidroxila confere pH básico à solução, que ficará com coloração rósea devido à fenolftaleína. Você já tomou água mineral com gás? Se não tomou, experimente. Você vai perce- ber que ela apresenta um sabor diferente, picante. Isso acontece porque a água gasosa é uma solução cujo principal soluto é o gás carbônico (CO2). Nela, temos o equilíbrio quí- mico descrito pela equação: CO2(g) + H2O(l) F H2CO3(aq) Quando sopramos no fundo de um recipiente com água, aumentamos a concentra- ção de gás carbônico nesse líquido. Para manter a situação de equilíbrio, mais produto é formado, aumentando a concentração do ácido e diminuindo a concentração do gás. Dizemos que o equilíbrio se desloca para a direita, isto é, a alteração do equilíbrio está favorecendo a formação de produtos. Às vezes, aumentamos o tamanho de uma das setas, indicando o sentido para o qual a reação é deslocada para compensar varia- ções impostas ao sistema. Veja: CO2(g) + H2O(l) F H2CO3(aq) O ácido carbônico, por sua vez, ioniza em água, segundo a equação: H2CO3(aq) + H2O(aq) F HCO3–(aq) + H3O+(aq) Por isso, o borbulhamento de gás carbônico na solução aumenta a concentração de ácido carbônico, deslocando o equilíbrio para a direita e, consequentemente, aumentando a acidez. Com esse aumento, a fenolftaleína deixa de apre- sentar sua coloração rósea, característica de meio básico. Efeito da variação da concentração O borbulhamento de gás carbônico, presente em nosso sopro, na solução de bicarbonato de sódio leva à formação de ácido carbônico na solução, aumentando a sua concentração. Esse aumento de concentração favorece o sentido inverso da reação, consumindo íons OH– e formando o íon bicarbonato; consequentemente, a solução perderá sua cor. Antes Fo to s: H el y D em ut ti Depois O que acontecerá com esse sistema se ele for aquecido? Pense Após a adição de colher de café de bicarbonato de sódio (cerca de 0,2 g) em meio copo de água, o que acontecerá se forem adicio- He ly D em ut ti Soprar em uma solução altera algum equilíbrio? Por quê? PensePensePensePensePensePensePensePense Vamos agora imaginar uma solução que, às vezes, é preparada em casa. O bicarbo- nato de sódio (NaHCO3) é um sal que, quando dissolvido em água, forma os íons sódio (Na+) e bicarbonato (HCO3 –), segundo a equação: Na2CO3(aq) O íon bicarbonato reage com a água segundo a equação: HCO3 –(aq) + H A formação do íon hidroxila confere pH básico à solução, que ficará com coloração rósea devido à fenolftaleína. Você já tomou água mineral com gás? Se não tomou, experimente. Você vai perce- ber que ela apresenta um sabor diferente, picante. Isso acontece porque a água gasosa Efeito da variação da concentração 150 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Para que você possa responder adequadamente a essa questão, vamos lem- brá-lo de um detalhe importante: a solubilidade dos gases em água diminui com o aumento da temperatura. As reações resultam de colisões entre moléculas ou íons dos rea- gentes. A rapidez de tais reações pode ser alterada mudando-se a concentração dos reagentes ou dos produtos. Um aumento na concentração dos reagentes resulta em mais espécies rea- tivas para colisões, provocando um aumento na rapidez da reação. Assim, o equilíbrio é alterado quando se muda a concentração de um ou mais de seus componentes. Como consequência, a concentração de todas as espécies mudará e um novo estado de equilíbrio será estabelecido. Um exemplo de equilíbrio que é afetado pela variação da concentração é o transporte de oxigênio no sangue, pela he- moglobina. Em regiões de altitudes elevadas, as pessoas que não são da localidade podem sentir hipoxia. A hipoxia, conhecida como “mal das alturas”, consiste na deficiência da quantidade de oxigênio que chega aos tecidos do corpo, e seus sintomas são dor de cabeça, náusea, fadiga e outros incômodos. Ela acon- tece devido à menor concentração de oxigênio no sangue como consequência da menor concentração de oxigênio no ar. No sangue, a reação do oxigênio com a molécula de hemoglobina (Hb) é uma reação complexa (veja ilustração na página 144), que pode ser representada da seguinte forma: Hb(sangue) + O2(sangue) F HbO2(sangue) O equilíbrio hemoglobina-oxigênio se altera com a diminuição na concentração de oxigênio que favorecerá o equilíbrio no sentido da direita para a esquerda (reação in- versa). Essa variação diminui a concentração de óxi-hemoglobina (HbO2 – hemoglobi- na ligada a oxigênio), causando a hipoxia. Aos poucos, o organismo pode se adaptar, aumentando a concentração de hemoglobina (Hb), o que vai favorecer gradualmente a reação no sentido direto, levando a uma produção de óxi-hemoglobina e à diminuição da sensação de mal-estar. Quando se aumenta a concentração de uma substância em um sistema em equilíbrio, há favorecimento no sentido da reação em que essa substância é consumida. Efeito da variação da pressão Pesquisas apontam que os habitantes de cidades al- tas, como Cidade do Méxi- co, Bogotá (2235 m acima do nível do mar) e La Paz (3630 m acima do nível do mar), chegam a ter 50% a mais de hemoglobina no sangue do que aque- les que moram no nível do mar. Atletas de regiões de menor altitude sofrem quando chegam a esses lo- cais. Dá para imaginar que o equilíbrio químico possa influir no resultado de um jogo de futebol? David Mercado/Reuters O que acontecerá com a acidez de uma água gasosa deixada em um recipiente aberto? Pense A pressão também influencia equilíbrios nos quais pelo menos uma das substâncias envolvidas é gasosa. Vejamos por quê. O aumento de pressão de um sistema gasoso, à temperatura constante, implica o aumento da pressão dos gases presentes. Se houver um maior número de moléculas ga- sosas de reagentes do que de produtos, a pressão dos reagentes será maior do que a dos produtos. Com isso, haverá maior número de colisões entre os reagentes, favorecendo a reação direta, ou seja, deslocando o equilíbrio no sentido em que há menor número de moléculas. Por outro lado, se houver diminuição de pressão, a reação inversa será favore- cida, deslocando o equilíbrio no sentido em que há maior número de moléculas. Para que você possa responder adequadamente a essa questão, vamos lem- brá-lo de um detalhe importante: a solubilidade dos gases em água diminui As reações resultam de colisões entre moléculas ou íons dos rea- gentes. A rapidez de tais reações pode ser alterada mudando-se a Um aumento na concentração dos reagentes resulta em mais espécies rea- tivas para colisões, provocando um aumento na rapidez da reação. Assim, o equilíbrio é alterado quando se muda a concentração de um ou mais de seus componentes. Como consequência, a concentração de todas as espécies mudará e um novo estado de equilíbrio será estabelecido. Um exemplo de equilíbrio que é afetado pela variação da concentração é o transporte de oxigênio no sangue, pela he- moglobina. Em regiões de altitudes elevadas, as pessoas que , conhecida como “mal das alturas”, consiste na deficiência da quantidade de oxigênio que chega aos tecidos do corpo, e seus sintomas são dor de cabeça, náusea, fadiga e outros incômodos. Ela acon- tece devido à menor concentração de oxigênio no sangue como consequência da menor No sangue, a reação do oxigênio com a molécula de hemoglobina (Hb) é uma reação Pesquisas apontam que os habitantes de cidades al- tas, como Cidade do Méxi- co, Bogotá (2235 m acima do nível do mar) e La Paz (3630 m acima do nível do mar), chegam a ter 50% a Para que você possa responder adequadamente a essa questão, vamos lem- brá-lo de um detalhe importante: a solubilidade dos gases em água diminui Um aumento na concentração dos reagentes resulta em mais espécies rea- tivas para colisões, provocando um aumento na rapidez da reação. Assim, o equilíbrio é alterado quando se muda a concentração de um ou mais de seus David Mercado/Reuters C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 151 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O submarino russo Kursk afundou, em 12 de agosto de 2000, no mar de Barents, vitimando 118 tri- pulantes. A morte desses tripulantes pode ter sido ocasionada por uma série de fatores, entre os quais a pressão, que no subma- rino era de 12 atmosferas devido à profundidade na qual se encontrava. Com iguais condições de temperatura e pressão, os gases ocupam volumes proporcio- nais à quantidade de matéria; podemos afir- mar que um aumento de pressão desloca a reação no sentido de menor volume, enquan- to a diminuição de pressão desloca o equilíbrio no sentido de maior volume. Como em sistemas nos quais estão presen- tes apenas sólidos ou líquidos, as alterações de pressão não provocam variações percep- tíveis de volume, tais alterações não afetam o equilíbrio, como ocorre em sistemas con- tendo gases. Para avaliar o efeito da variação da pres- são sobre as reações químicas, deve-se veri- ficar, por meio de suas equações, os coefi- cientes das substâncias gasosas envolvidas, pois eles indicam a quantidade de molé- culas que estão sob o efeito da pressão. Comparando o somatório dos coeficientes das substâncias gasosas envolvidas, pode- mos ter três situações: • se a soma dos coeficientes dos reagentes gasosos for maior que a soma dos coe- ficientes dos produtos gasosos, o aumento da pressão deslocará o equilíbrio para a formação dos produtos; • se a soma dos coeficientes dos reagentes gasosos for menor que a soma dos coefi- cientes dos produtos gasosos, o aumento da pressão deslocará o equilíbrio para a for- mação dos reagentes (reação inversa); • se a soma dos coeficientes dos reagentes gasosos for igual à soma dos coeficientes dos produtos gasosos, variações de pressão não afetarão o equilíbrio químico. A reação de equilíbrio entre os gases dióxido de nitrogênio (NO2), castanho-averme- lhado e tetróxido de dinitrogênio (N2O4), praticamente incolor, é um bom exemplo para estudar o efeito da pressão em reações de equilíbrio. 2NO2(g) F N2O4(g) 2 mol 1 mol Pela equação, observa-se que a reação ocorre na proporção de dois mols de reagen- tes gasosos para um mol de produto. Um aumento na pressão sobre o sistema favorece a reação no sentido de menor quantidade de matéria gasosa, ou seja, a reação direta. Dessa forma, o aumento de pressão imposto ao sistema é compensado pela diminuição da quantidade de matéria de gás. Ku rs k, R U J. Yu ji Nas duas seringas, foram colocadas as mesmas quantidades de gás NO2 e N2O4. Com o aumento da pressão em uma das se- ringas, diminuindo seu volume, favoreceu-se a formação do tetróxido de dinitrogênio, que ocupa menor volume no siste- ma, fazendo com que es- sa mistura apresente uma coloração mais tênue. O submarino russo Kursk afundou, em 12 de Comparando o somatório dos coeficientes das substâncias gasosas envolvidas, pode- mos ter três situações: Ku rs k, R U 152 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Consideremos a reação química hipotética dada pela seguinte equação: 2A(g) F A2(g) ΔH > 0 Para estudar os efeitos de variações externas, vamos representar A por uma esfera verde e A2 por duas esferas alaranjadas unidas. estado inicial redução da temperatura aumento da pressão aumento de temperatura retirada de metade das moléculas de A adição do dobro de moléculas de A J. Yu ji H L L C Henry Louis Le Chatelier nasceu em Paris. Seu pai, o arquiteto e enge-nheiro Louis Le Chatelier, foi quem lhe ensinou química e matemáti- ca. Juntos, criaram a indústria de alumínio da França, permitindo que Henry aprendesse muito sobre química e metalurgia. Sua mãe, uma católica muito devota e dedicada, incentivou os filhos a apreciar a leitura e as artes. A Ciência na História Henry Louis Le Chatelier [1850-1936], engenheiro químico, metalúrgico e professor, foi grande divulgador da importância da Química para a indústria. Inventou também o pirômetro óptico, um instrumento que mede a temperatura de fornos em olarias e metalúrgicas. Ed ga r F ah s Sm ith C ol le ct io n redução da pressão 5 PRINCÍPIO DE LE CHATELIER A s alterações dos estados de equilíbrio, em consequência de alterações de condições físicas ou químicas, foram estudadas pelo químico francês Henry Louis Le Chatelier (1850-1936). Ele lançou uma generalização simples, mas de grande alcance, a respeito do comportamento de sistemas em equilíbrio: o chamado princípio de Le Chatelier. Como você já sabe, no equilíbrio não é possível perceber mudanças macroscópicas, ou seja, observáveis. No entanto, microscopicamente, em nível atômico-molecular, a atividade é grande, pois a reação continua acontecendo nos dois sentidos. Entretanto, o equilíbrio pode ser alterado por fatores como temperatura, concentração e, em cer- tos casos, pressão. Consideremos a reação química hipotética dada pela seguinte equação: A2(g) ΔH > 0 Para estudar os efeitos de variações externas, vamos representar A por uma esfera verde e A2 por duas esferas alaranjadas unidas. estado inicial redução da pressão PRINCÍPIO DE LE CHATELIER s alterações dos estados de equilíbrio, em consequência de alterações de condições físicas ou químicas, foram estudadas pelo químico francês Henry Louis Le Chatelier (1850-1936). Ele lançou uma generalização simples, mas de grande alcance, a respeito do comportamento de sistemas em equilíbrio: o chamado princípio de Le Chatelier. Como você já sabe, no equilíbrio não é possível perceber mudanças macroscópicas, ou seja, observáveis. No entanto, microscopicamente, em nível atômico-molecular, a atividade é grande, pois a reação continua acontecendo nos dois sentidos. Entretanto, o equilíbrio pode ser alterado por fatores como temperatura, concentração e, em cer- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 153 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! I Infográfico De acordo com Le Chatelier, quando alteramos qualquer condição de um sistema em equilíbrio, o sistema tende a buscar um novo estado que minimize as alterações impostas, até atingir uma nova condição de equilíbrio. O deslocamento das condições iniciais ces- sará quando a rapidez das duas reações se igualarem e as concentrações dos reagentes e produtos permanecerem novamente constantes. O princípio de Le Chatelier pode ser enunciado da seguinte forma: Quando uma perturbação externa é imposta a um sistema químico em equilíbrio, esse equilíbrio irá se deslocar de forma a minimizar tal perturbação. A terminologia deslocamento de equilíbrio, utilizada pelos químicos, refere-se à situação de busca de uma nova condição de equilíbrio, pelo favorecimento de um dos sentidos da reação. Se a alteração imposta favorecer a formação de produtos, dizemos que o equilíbrio irá se deslocar para a direita. Se, no entanto, a alteração favorecer a formação de reagentes, dizemos que o equilíbrio irá se deslocar para a esquerda. Resumindo e reforçando o que foi estudado, podemos dizer que uma reação quími- ca reversível irá sempre buscar atingir um estado de equilíbrio, em função das condições impostas ao sistema. Le Chatelier graduou-se pelo College de France e, em seguida, foi trabalhar como engenheiro de mineração em uma mina em Besanco. Dois anos depois, foi convidado a ocupar o cargo de professor de Química em diferentes instituições de ensino. A carreira de Le Chatelier foi marcada por uma grande busca de relações entre teoria e práti- ca na Ciência, defendendo a racionalização da investigação científica e buscando solucionar pro- blemas de aplicação industrial, em um momento em que a Química apresentava status de Ciência “pura”. O reconhecimento acadêmico leva ao surgimento de cursos para formar químicos qualifi- cados para atuarem na indústria. Há uma substituição gradual do “artista químico” pelo químico com formação acadêmica. Como exemplo de seu empenho como químico, podem-se destacar suas contribuições para o desen- volvimento da química dos cimentos, aplicando conhecimentos da termodinâmica e na busca de meto- dologia de produção de amônia, matéria-prima fundamental na época. Com base em sua lei do deslocamento químico, de 1888, define as condições de temperatura e pressão para a síntese da amônia, a partir do nitrogênio atmosférico. Registrou a patente, mas não chegou à produção industrial, o que foi feito posteriormente por Fritz Haber [1868-1934]e Carl Bosch [1874-1940]. Seu nome é sempre lembrado na Química quando se fala em equilíbrio químico. Em seu livro didá- tico, Linus Pauling [1901-1994] dá o seguinte conselho aos estudantes: “anos depois de terminar sua faculdade, você pode (a menos que você se torne um químico ou trabalhe em alguma área próxima) es- quecer-se de todas as equações matemáticas que se relacionem ao equilíbrio químico. Eu espero, entre- tanto, que você não se esqueça do princípio de Le Chatelier.” Le Chatelier graduou-se pelo College de France e, em seguida, foi trabalhar como engenheiro de mineração em uma mina em Besanco. Dois anos depois, foi convidado a ocupar o cargo de professor de Química em diferentes instituições de ensino. A carreira de Le Chatelier foi marcada por uma grande busca de relações entre teoria e práti- ca na Ciência, defendendo a racionalização da investigação científica e buscando solucionar pro- blemas de aplicação industrial, em um momento em que a Química apresentava “pura”. O reconhecimento acadêmico leva ao surgimento de cursos para formar químicos qualifi- cados para atuarem na indústria. Há uma substituição gradual do “artista químico” pelo químico com formação acadêmica. Como exemplo de seu empenho como químico, podem-se destacar suas contribuições para o desen- volvimento da química dos cimentos, aplicando conhecimentos da termodinâmica e na busca de meto- dologia de produção de amônia, matéria-prima fundamental na época. Com base em sua lei do deslocamento químico, de e pressão para a síntese da amônia, a partir do nitrogênio atmosférico. Registrou a patente, mas não chegou à produção industrial, o que foi feito posteriormente por Fritz Haber [1868-1934]e Carl Bosch [1874-1940]. 154 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Processos a temperaturas baixas são lentos. Processos realizados sob alta pressão, caros! Fritz Haber e Carl Bosch viabilizaram a produção industrial da amônia, propondo valores intermediários de temperatura e pressão, combinados com a utilização de catalisadores. A Petrobras é uma das poucas empresas brasileiras produtoras de amônia. Um exemplo da aplicação industrial do princípio de Le Chatelier foi o desenvolvi- mento do processo de síntese da amônia. Esse processo foi desenvolvido levando-se em conta os diversos fatores que afetam o equilíbrio da reação de síntese de amônia, descrita pela equação: N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) Por essa ser uma reação exotérmica, o abaixamento da temperatura do sistema favorece a formação da amônia. Além disso, de acordo com a estequiometria da reação, quatro moléculas de gás formam uma molécula. Isso significa que o aumento de pressão favorece a reação de síntese direta. Dessa forma, para se obterem melhores rendimentos, a reação deve ser processa- da a baixas temperaturas e altas pressões! Fácil? Teoricamente sim, mas para a indústria o estabelecimento dessas condições não é tão elementar assim. Síntese da amônia: uma revolução da indústria química Entre os átomos de diferentes elementos químicos que constituem os seres vivos, os de nitrogênio possuem um papel relevante para a manutenção da vida, por fazer parte da constituição das proteínas, grandes moléculas imprescindíveis aos organismos vivos. O nitrogênio é incorporado à cadeia alimentar por meio das plantas. De acordo com o princípio de Le Chatelier, podemos afirmar que para um sistema em equilíbrio: • um aumento de temperatura favorece o sentido da reação endotérmica; • um abaixamento de temperatura favorece o sentido da reação exotérmica; • um aumento de concentração de uma substância favorece o sentido da reação em que tal substância é consumida; • a retirada de alguma substância favorece o sentido da reação em que tal substân- cia é produzida; • um aumento de pressão favorece o sentido da reação no qual há menor quantidade de matéria de substâncias gasosas; • uma diminuição de pressão favorece o sentido da reação no qual há maior quan- tidade de matéria de substâncias gasosas. O trabalho de Le Chate- lier foi fundamental para a produção industrial da amônia, tão importante na indústria química mo- derna, principalmente na produção de fertilizantes. He ly D em ut ti He ly D em ut ti Um exemplo da aplicação industrial do princípio de Le Chatelier foi o desenvolvi- mento do processo de síntese da amônia. Esse processo foi desenvolvido levando-se em conta os diversos fatores que afetam o equilíbrio da reação de síntese de amônia, (g) Por essa ser uma reação exotérmica, o abaixamento da temperatura do sistema De acordo com o princípio de Le Chatelier, podemos afirmar que para um um aumento de temperatura favorece o sentido da reação endotérmica; um abaixamento de temperatura favorece o sentido da reação exotérmica; um aumento de concentração de uma substância favorece o sentido da reação em a retirada de alguma substância favorece o sentido da reação em que tal substân- um aumento de pressão favorece o sentido da reação no qual há menor quantidade uma diminuição de pressão favorece o sentido da reação no qual há maior quan- O trabalho de Le Chate- lier foi fundamental para a produção industrial da amônia, tão importante na indústria química mo- derna, principalmente na produção de fertilizantes. He ly D em ut ti He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 155 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Na agricultura, um grande desafio é fornecer nitrogênio em quantidades adequa- das para as plantações. Desde meados do século XlX, os cientistas procuravam méto- dos baratos e compensadores para a produção de fertilizantes artificiais que suprissem a carências dos solos. Por volta de 1905, os químicos alemães Fritz Haber e Carl Bosch conseguiram resolver problemas técnicos da fabricação industrial de amônia por meio da reação entre os gases hidrogênio (H2) e nitrogênio (N2). O processo, que se mostrou economicamente viável, fi- cou conhecido como Haber-Bosch. Pelos trabalhos nesse campo, Haber e Bosch foram agraciados com prêmio Nobel de Química em 1918 e 1931, respectivamente. Atualmente, quase toda produção mun- dial de amônia é feita por tal método, que se baseia na utilização de ferro metálico como catalisador, temperaturas próximas a 500 ºC e pressões entre 200-600 atm. A amônia tornou-se uma das substâncias mais im- portantes da indústria quí- mica, por causa da crescen- te necessidade de atender à demanda dos fertilizan- tes nitrogenados. A sín- tese industrial da amônia representa uma das gran- des descobertas na história da Química. Haber e Bosh desenvolveram processo de síntese da amônia fundamental na prepa- ração de adubos químicos. A KG Im ag es /L at in st oc k SP L/ La tin st oc k A lb um /A KG -im ag es Fritz Haber Carl Bosch Exercícios 1. Por que um aumento de temperatura faz aumentar a rapidez de uma reação? 2. Por que a rapidez de uma reação geralmente cresce quando se aumenta a concentração de um dos cons- tituintes dessa reação? 3. Explique a influência da pressão em um sistema gasoso em equilíbrio. 4. A dissolução de um gás em água, como por exemplo nos refrigerantes, conforme a equação CO2(g) + H2O(l) F H2CO3(aq), é um processo exotérmico. Explique o favorecimento da reação ao aquecermos uma garrafa aberta de re- frigerante e ao resfriá-la. 5. Em um sistema fechado aqueceu-se bicarbonato de sódio sólido e se estabeleceu o seguinte sistema em equilíbrio: 2NaHCO3(s) F Na2CO3(s) + H2O(g) + CO2(g) Indique o favorecimento do equilíbrio se: a) o CO2 fosse removido do sistema. b) o Na2CO3 fosse adicionado ao sistema. c) o NaHCO3 fosse removido do sistema. 6. Em cada sistema em equilíbrio, abaixo, os reagentes estão contidos em um cilindro com êmbolo móvel e temperatura constante. Qual o efeito do aumento da pressão em cada um dos sistemas? a) X(s) F 2Y(s) b) 2X(l) F Y(l) c) X(s) F Y(g) d) X(g) F Y(g) e) X(g) F 2Y(g) 7. Na reação CaCO3(s) F CaO(s) + CO2(g) em equilí- brio, provoca-se um aumento de pressão sobre o CO2. Em que sentido a reação será favorecida? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Na agricultura, um grande desafio é fornecer nitrogênio em quantidades adequa- das para as plantações. Desde meados do século XlX, os cientistas procuravam méto- dos baratos e compensadores para a produção de fertilizantes artificiais que suprissem a carências dos solos. Por volta de 1905, os químicos alemães Fritz Haber e Carl Bosch conseguiram resolver problemas técnicos da fabricação industrial de amônia por meio da reação entre os gases hidrogênio (H2) e nitrogênio (N2). O processo, que se mostrou economicamente viável, fi- cou conhecido como Haber-Bosch. Pelos trabalhos nesse campo, Haber e Bosch foram agraciados com prêmio Nobel de Química em 1918 e 1931, respectivamente. Atualmente, quase toda produção mun- dial de amônia é feita por tal método, que se baseia na utilização de ferro metálico como catalisador, temperaturas próximas a 500 ºC e pressões entre 200-600 atm. A amônia tornou-se uma das substâncias mais im- portantes da indústria quí- mica, por causa da crescen- te necessidade de atender à demanda dos fertilizan- tes nitrogenados. A sín- tese industrial da amônia representa uma das gran- des descobertas na história da Química. SP L/ La tin st oc k A lb um /A KG -im ag es 156 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 8. Para cada item abaixo, indique qual o efeito dos fatores sobre a reação a seguir: PCl3(g) + Cl2(g) F PCl5(g) a) Remoção de Cl2. b) Adição de PCl3. c) Diminuição do volume do recipiente. 9. Um dos mais importantes processos industriais é a fi- xação do nitrogênio através de sua transformação em amônia, podendo ser representado pela equação abaixo: N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) ΔH = –92 kJ ⋅ mol–1 Em relação a esse processo, podemos dizer que irá ocorrer maior concentração do produto quando: a) ocorrer aumento da temperatura. b) ocorrer diminuição da pressão parcial do hidrogênio. c) ocorrer uma maior agitação das moléculas do produto. d) ocorrer um aumento na pressão total pela adição de um gás inerte. e) ocorrer um aumento da pressão dos reagentes. 10. A reação abaixo representa a formação de estalac- tites, depósitos de carbonato de cálcio existentes em cavernas que estão localizadas em regiões ricas em calcário. Ca2+ + 2HCO3 –(aq) F CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l) Das seguintes condições, qual(is) favorece(m) a forma- ção de estalactites? a) Evaporação constante da água. b) Elevação da temperatura no interior da caverna. c) Abaixamento da temperatura no interior da caverna. d) Aumento da corrente de ar frio e úmido. 11. Observe o equilíbrio: N2(g) + 2O2(g) F NO2(g) Para ocorrer formação de N2(g) e O2(g), devemos: a) aumentar a pressão do N2. b) diminuir as pressões parciais do N2 e O2. c) diminuir a pressão do NO2. d) aumentar a pressão total do sistema. e) aumentar a agitação das moléculas do produto. 12. O óxido de nitrogênio é formado pela decomposição do trióxido de nitrogênio conforme a equação abaixo: N2O3(g) F NO2(g) + NO(g) Com relação a esse processo, podemos afirmar que: a) um aumento da pressão não altera o estado de equilíbrio. b) um aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido do produto. c) um aumento da pressão desloca o equilíbrio para a esquerda. d) um aumento da concentração de NO desloca o equilíbrio para a esquerda. e) uma diminuição na concentração de N2O3 desloca o equilíbrio para a direita. 13. O ponto básico para os processos tecnológicos é o controle das reações químicas. A produção comercial em larga escala de substâncias de nitrogênio cons- titui um exemplo prático da aplicação do princípio de Le Chatelier. N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) ΔH < 0. De acordo com o texto acima, responda aos itens a seguir. a) Você poderia prever quais as melhores condições para se obter um alto rendimento na produção de NH3? b) Cite outros sistemas que possam ser descritos pelo princípio de Le Chatelier. 14. Considere o seguinte sistema em equilíbrio: 4NH3(g) + 3O2(g) F 2N2(g) + 6H2O(g) ΔH = +1531 kJ a) Caso o sistema em equilíbrio seja perturbado pela adição de N2, em que direção deverá ocorrer o favorecimento da reação? b) Caso o sistema em equilíbrio seja aquecido, em que sentido deverá ocorrer o favorecimento da reação? 15. As cascas de ovos são compostas principalmente de carbonato de cálcio (CaCO3), formado de acordo com a reação Ca2+(aq) + CO3 2–(aq) F CaCO3(s) Os íons carbonatos (CO3 2–) são fornecidos pelo dió- xido de carbono, produzido no metabolismo. Expli- que por que as cascas de ovos são mais finas no verão, quando há aumento no ritmo da respiração (aumento da concentração de oxigênio no sangue) das galinhas. 16. (PUC-SP) Considere o seguinte sistema em equilíbrio: 2HCl(g) F H2(g) + Cl2(g) ΔH = 22,1 kcal a) Em que sentido ocorre deslocamento da reação au- mentando a temperatura do sistema? b) O que ocorre com a concentração do HCl(g) se au- mentarmos a pressão total sobre o sistema? c) Em que sentido se desloca o equilíbrio se diminuir- mos a concentração de H2(g)? d) Supondo que, no equilíbrio, as concentrações mo- lares de HCl(g), Cl2 são, respectivamente, iguais a 2 mol/L, 2 mol/L e 1 mol/L, calcule a constante de equilíbrio (Kc) para a reação. Para cada item abaixo, indique qual o efeito dos fatores Um dos mais importantes processos industriais é a fi- xação do nitrogênio através de sua transformação em amônia, podendo ser representado pela equação abaixo: Em relação a esse processo, podemos dizer que irá b) ocorrer diminuição da pressão parcial do hidrogênio. c) ocorrer uma maior agitação das moléculas do produto. d) ocorrer um aumento na pressão total pela adição A reação abaixo representa a formação de estalac- c) um aumento da pressão desloca o equilíbrio para a esquerda. d) um aumento da concentração de NO desloca o equilíbrio para a esquerda. e) uma diminuição na concentração de N2O3 desloca o equilíbrio para a direita. 13. 13. O ponto básico para os processos tecnológicos é o controle das reações químicas. A produção comercial em larga escala de substâncias de nitrogênio cons- titui um exemplo prático da aplicação do princípio de Le Chatelier. N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) ΔH < 0. De acordo com o texto acima, responda aos itens a seguir. a) Você poderia prever quais as melhores condições para se obter um alto rendimento na produção de NH3? b) Cite outros sistemas que possam ser descritos pelo princípio de Le Chatelier. 14. 14. Considere o seguinte sistema em equilíbrio: 4NH3(g) + 3O2(g) F 2NF 2NF 2(g) + 6H2O(g) ΔH = +1531 kJ C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 157 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 17. Considere o seguinte sistema em equilíbrio: N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) ΔH < 0 Em seu caderno, complete a tabela abaixo, indicando A para aumento, D para diminuição e N para nenhuma mudança em relação à quantidade de matéria, e qual a direção da reação. a) b) c) d) 18. Para cada uma das reações abaixo, indique em que sentido será favorecido o equilíbrio quando forem fei- tas as seguintes alterações: aumento de temperatura e aumento de pressão. a) 2SO3(g) F 2SO2(g) + O2(g) ΔH = 197 kJ b) 4NH3(g) + 3O2(g) F 2N2(g) + 6H2O(g) ΔH > 0 c) OF2(g) + H2O(g) F O2(g) + 2HF(g) ΔH > 0 19. Utilizando o princípio de Le Chatelier, indique em que sentido haverá o favorecimento da reação: C2H6(g) F C2H4(g) + H2(g) ΔH > 0 a) Retirando-se C2H6 do sistema. b) Aumentando-se o volume do recipiente. c) Aumentando-se a temperatura. 20. Com relação ao estudo sobre equilíbrio químico, julgue cada item como C (certo) ou E (errado): 1) Em uma reação em equilíbrio, as concentrações dos produtos e reagentes são iguais. 2) Um aumento de temperatura redunda em um au- mento da concentração dos produtos presentes no equilíbrio numa reação exotérmica. 3) De acordo com o princípio de Le Chatelier, em um sistema gasoso em equilíbrio o aumento da pressão total desloca o equilíbrio no sentido de menor volume. 4) Em um sistema de reação em equilíbrio, adicionan- do-se qualquer participante, o equilíbrio se desloca no sentido de consumi-lo tendendo a minimizar o efeito dessa adição. 21. Considere o equilíbrio abaixo e julgue cada item como C (certo) ou E (errado): N2O4(g) F 2NO2(g) Incolor Vermelho 1) Ao reduzirmos o volume desse sistema, haverá me- nor produção de NO2(g). 2) Ao adicionarmos mais N2O4(g) ao sistema, e este permanecendo com volume fixo, ocorrerá um fa- vorecimento no sentido de formação do NO2(g). 3) Ao adicionarmos NO2(g) ao sistema, mantendo-se o volume constante, ocorrerá menor produção de N2O4(g). 4) Ao aumentarmos o volume total do sistema, não haverá favorecimento do equilíbrio em nenhum sen- tido porque não há alteração na quantidade de mols dos participantes da reação. 22. (Fuvest-SP) Em condições industrialmente apropriadas para se obter amônia, juntaram-se quantidades este- quiométricas dos gases N2 e H2. N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) Depois de alcançado o equilíbrio químico, uma amos- tra da fase gasosa poderia ser representada correta- mente por: a) b) c) d) e) Perturbação imposta sobre o sistema em equilíbrio Direção da reação, esquerda ou direita, para restabele cer o equilíbrio Mudança da quanti- dade de matéria N2 H2 NH3 Adição de NH3 z z z z z z z z Aumento do volume disponível para a reação z z z z z z z z Adição de H2 e N2 simultaneamente z z z z z z z z Diminuição da temperatura z z z z z z z z Ilu st ra çõ es : J . Y uj i Legenda: N = H = 17. 17. Considere o seguinte sistema em equilíbrio: N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) ΔH < 0 Em seu caderno, complete a tabela abaixo, indicando A para aumento, D para diminuição e N para nenhuma mudança em relação à quantidade de matéria, e qual a direção da reação. a) b) c) d) 18. 18. Para cada uma das reações abaixo, indique em que 21. 21. Incolor Vermelho 22. 22. Perturbação imposta sobre o sistema em equilíbrio Direção da reação, esquerda ou direita, para restabele cer o equilíbrio Mudança da quanti- dade de matéria N2 H2 NH3 Adição de NH3 z z z z z z z z Aumento do volume disponível para a reação z z z z z z z z Adição de H2 e N2 simultaneamente z z z z z z z z Diminuição da temperatura z z z z z z z z 158 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Tema em foco Saneamento básico significa economia para um Estado. Segundo dados do BNDES, de 1998, 65% das internações de crianças meno- res de 10 anos de idade nos hospitais do Brasil estão associados à falta de saneamento básico. Ce ls o Ju ni or /A E Re na to S pe nc er /JC Im ag em Recife (PE), 2009. São Luís (MA), 2009. A QUÍMICA, O TRATAMENTO DE ÁGUA E O SANEAMENTO BÁSICO A água poluída pode causar diversos problemas à saúde humana, devido a organismos patogênicos que a con- taminam, tais como bactérias, vírus, protozoários e vermes. O problema se agrava ainda mais à medida que o processo de urbanização se intensifica, aumentando os riscos de transmissão de diversas doenças veiculadas pela água. Fatores como pobreza, falta de habitação, higiene deficiente e, principalmente, ausência de tratamento de água e esgoto conduzem à debilidade orgânica. Estima-se que doenças causadas pela poluição das águas são as que matam mais em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta dados alarmantes de 2010: 783 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e 2,6 bilhões vivem em áreas sem tratamento de esgoto. Tal estimativa favorece um quadro desesperador: mais de quatro milhões de crianças morrem todos os anos pelo uso de água contaminada. Nesses locais, a solução é o investimento público prioritário em saneamento básico. Antigamente, quando muitas pessoas eram infectadas por tais doenças, dizia-se que isso era um castigo divino, que recebia o nome de epidemia (palavra que vem do grego e signifi- ca: epi = "sobre" e demos = "povo"). Na Europa Ocidental, no final da Idade Média, as pessoas atingidas por epidemias, como peste bubôni- ca, peste negra, varíola, cólera e disenteria, eram obri- gadas a se manter em isolamento por cerca de 40 dias (quarentena). Ainda hoje, essa prática de isolamento de pessoas ou animais com suspeita de infecção é adotada como medida sanitária com passageiros de navios e astronautas, sendo que o tempo de duração da quarentena varia de caso a caso. Hoje, epidemia significa a rápida propagação de uma doença transmissível, que atinge um grande nú- mero de pessoas ao mesmo tempo, embora isso não tenha nada a ver com castigos divinos, e sim com a pouca atenção dispensada à saúde pública. No Brasil, 63% das in- ternações pediátricas e 30% dos óbitos de crian- ças com menos de um ano de vida são causados pela poluição das águas. Ti ag o Q ue iro z/ A E São Paulo (SP), 2006. TTema em focoema em focoTema em focoTTema em focoTema em foco A QUÍMICA, O TRATAMENTO DE ÁGUA E O SANEAMENTO BÁSICO A água poluída pode causar diversos problemas à saúde humana, devido a organismos patogênicos que a con- taminam, tais como bactérias, vírus, protozoários e vermes. O problema se agrava ainda mais à medida que o processo de urbanização se intensifica, aumentando os riscos de transmissão de diversas doenças veiculadas pela água. Fatores como pobreza, falta de habitação, higiene deficiente e, principalmente, ausência de tratamento de água e esgoto conduzem à debilidade orgânica. Estima-se que doenças causadas pela poluição das águas são as que matam mais em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta dados alarmantes de 2010: 783 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e 2,6 bilhões vivem em áreas sem tratamento de esgoto. Tal estimativa favorece um quadro desesperador: mais de quatro milhões de crianças morrem todos os anos pelo uso de água contaminada. Nesses locais, a solução é o investimento público Antigamente, quando muitas pessoas eram infectadas por tais doenças, dizia-se que isso era um castigo divino, que recebia o nome de epidemia (palavra que vem do grego e signifi- No Brasil, 63% das in- ternações pediátricas e 30% dos óbitos de crian- ças com menos de um ano de vida são causados pela poluição das águas. Ti ag o Q ue iro z/ A E C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 159 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& QUADRO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR ÁGUA CONTAMINADA Transmissão Doença Agente patogênico Medidas Pela água. Cólera Febre tifoide Leptospirose Giardíase Amebíase Hepatite infecciosa Diarreia aguda Vibrio cholerae Salmonella typhi Leptospira interrogans Giardia lamblia Entamoeba histolytica Hepatite vírus A Balantidium coli, E. coli, S. aureus, Rotavirus A e B Implantar sistema de abastecimento e tratamento da água, com fornecimento em quantidade e qualidade para o consumo. Proteção de contaminação dos mananciais e fontes de água. Pela falta de limpeza, higienização com água. Escabiose (sarna) Pediculose (piolho) Tracoma Conjuntivite Salmonelose Tricuríase Enterobíase Ancilostomíase Ascaridíase Sarcoptes scabiei Pediculus humanus Chlamydia trachomatis Haemophilus aegyptius Salmonella typhimurium Trichuris trichiura Enterobius vermiculares Ancylostoma duodenale Ascaris lumbricoides Implantar sistema adquado de esgotamento sanitário. Instalar melhorias sanitárias domiciliares e coletivas. Instalar abastecimento de água preferencialmente com encanamento no domicílio. Por meio de vetores que se relacionam com água. Malária Dengue Febre amarela Filaríose Plasmodium sp. Arbovírus Flavivírus Wuchereria bancrofti Eliminar o aparecimento de criadouros com inspeção sistemática e medidas de controle. Dar destinação final adequada aos resíduos sólidos (lixo). Associada à água. Esquistossomose Schistosoma mansoni Controle de vetores e hospedeiros intermediários. Fonte: Movimento de Amparo Ecológico – MAE Natureza. Disponível em: . Acesso em: 18 abr. 2013. População atendida por rede de esgoto sanitário em 2008 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Brasil 52,5% Sudeste 80,6% Sul 33,4% Norte 9,5% Nordeste 32,1% Centro-Oeste 37,6% J. Yu ji Com o avanço do conhecimento científico e da tecnologia, as epidemias passaram a ser controladas principal- mente com medidas de saneamento básico. Doenças como cólera e tifo, que mataram milhões de pessoas no pas- sado, hoje são controladas nas regiões em que há tratamento de água, mas, infelizmente, ainda matam milhares de pessoas em regiões onde há consumo de água contaminada. QUADRO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR ÁGUA CONTAMINADA População atendida por rede de esgoto sanitário em 2008 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Brasil 52,5% Norte 9,5% Nordeste 32,1% Centro-Oeste J. Yu ji Com o avanço do conhecimento científico e da tecnologia, as epidemias passaram a ser controladas principal- mente com medidas de saneamento básico. Doenças como cólera e tifo, que mataram milhões de pessoas no pas- sado, hoje são controladas nas regiões em que há tratamento de água, mas, infelizmente, ainda matam milhares de pessoas em regiões onde há consumo de água contaminada. 160 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Triunfo da Morte (1562, óleo sobre tela, 117 × 162 cm), do pintor belga Peter Bruegel, reflete a epidemia da Peste Ne- gra que ocorreu no século XV na Europa. Cerca de 25 milhões de pessoas morreram. Por que ainda hoje, com todo o desen- volvimento científico e tecnoló- gico, ocorrem epidemias? M us eu d o Pr ad o, M ad ri Doenças como a filariose e a esquistossomose são decor- rentes da contaminação das águas por agentes patogê- nicos. A primeira provoca obs- trução do sistema linfático, de- formando o órgão afetado, a segunda, causada por vermes, deixa o doente muito fraco e com uma enorme barriga. J. C. F on se ca Ce nt er s fo r D is ea se C on tr ol a nd P re ve nt io n' s, E U A filariose esquistossomose Oswaldo Cruz [1872-1917], médico e sanitarista, é conside- rado o fundador da saúde pú- blica no Brasil. Doutorou-se em 1892, pela Faculdade de Me- dicina do Rio de Janeiro, de- fendendo a tese da veiculação microbiana pelas águas. Pro- moveu diversas campanhas de saneamento para erradicar da cidade do Rio de Janeiro epide- mias como a febre amarela e a varíola. Em dez anos a cidade ficou livre dessas doenças. A falta de saneamento básico e de vigilância sanitária favorece o surgimento de epidemias. Dengue, hanseníase, leishimaniose, doença de Chagas, esquistossomose, febre amarela e malária são doenças en- dêmicas no Brasil e requerem ações contínuas para não gerar epidemias. M au ric io S im on et ti/ P ul sa r I m ag en s Fu nd aç ão O sw al do C ru z Manaus (AM), 2007. Segundo a OMS, saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico humano que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o bem-estar físico, mental ou social. Nesse sentido, o saneamento básico envolve o pla- nejamento e a construção de rede de abastecimento de água e esgoto e também o tratamento do lixo residencial e industrial antes que sejam lançados em rios, represas, córregos e lagos. No presente capítulo, vamos estudar princípios químicos ligados a processos de tratamento de água para consu- mo e de tratamento de esgotos. Doenças como a filariose e a esquistossomose são decor- rentes da contaminação das águas por agentes patogê- nicos. A primeira provoca obs- trução do sistema linfático, de- formando o órgão afetado, a segunda, causada por vermes, deixa o doente muito fraco e com uma enorme barriga. esquistossomose Oswaldo Cruz [1872-1917], médico e sanitarista, é conside- rado o fundador da saúde pú- blica no Brasil. Doutorou-se em 1892, pela Faculdade de Me- dicina do Rio de Janeiro, de- fendendo a tese da veiculação microbiana pelas águas. Pro- moveu diversas campanhas de saneamento para erradicar da Fu nd aç ão O sw al do C ru z C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 161 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! VALORES MÁXIMOS DE ALGUNS CONTAMINANTES PERMITIDOS EM ÁGUA POTÁVEL Componentes Concentração A fe ta m a s aú de Arsênio 0,01 mg/L Bário 0,7 mg/L Benzeno 5 µg/L Bromatos 0,025 mg/L Cádmio 0,005 mg/L Chumbo 0,01 mg/L Cianetos 0,07 mg/L Crômio 0,05 mg/L DDT 2 µg/L Mercúrio 0,001 mg/L Nitratos 10 mg/L Selênio 0,01 mg/L A fe ta m a q ua lid ad e or ga no lé pt ic a Alumínio 0,2 mg/L Cloreto 250 mg/L Dureza 500 mg/L Ferro 0,3 mg/L Manganês 0,1 mg/L Sólidos dissolvidos totais 1000 mg/L Sulfato 250 mg/L Surfactantes 0,5 mg/L Zinco 5 mg/L Fonte: Ministério da Saúde, Portaria nº- 518, de 25 de março de 2004. Estação de Tratamento de Água (ETA) A água é considerada potável quando pode ser usada para o consumo humano. No entanto, mesmo com a aparência de límpida, a água pode conter uma infinidade de substâncias tóxicas e de micro- -organismos patogênicos. Além disso, muitas outras impurezas podem ser encontradas na água, na forma de suspensão – como bactérias, larvas de mosquitos, protozoários, areia e argila, resíduos industriais e domésticos – ou na forma coloidal – como corantes vegetais e vírus. Muitas dessas impurezas têm efeito nocivo à saúde, outras dificul- tam o uso da água. Sendo assim, para ser considerada potável, a água deve, também, ter aspecto e sabor agradáveis. A definição de potabilidade da água destinada ao abastecimento das popula- ções humanas é feita a partir de parâmetros que são estabelecidos para limites má- ximos de diferentes substâncias e micro-organismos. Esses parâmetros referem-se às propriedades físicas, químicas e biológicas. As propriedades físicas da água analisadas são cor, turbidez (propriedade que mede a intensidade do grau de opacidade da água), odor, sabor, temperatura e pH. As propriedades químicas relativas à potabilidade são conferidas em função da con- centração de substâncias que podem apresentar efeito tóxico sobre o organismo hu- mano e/ou inconvenientes econômicos (veja a tabela a seguir). Essa água é potável? Excesso de sais de ferro e manganês causa man- chas em porcelana, além de corrosão. He ly D em ut ti He ly D em ut ti Toda água límpida pode ser usada para o consumo humano? O que é água potável? Pense Estação de Tratamento de Água (ETA) A água é considerada consumo humano. No entanto, mesmo com a aparência de límpida, a água pode conter uma infinidade de substâncias tóxicas e de micro- -organismos patogênicos. Além disso, muitas outras impurezas podem ser encontradas na água, na forma de suspensão – como bactérias, larvas de mosquitos, protozoários, areia e argila, resíduos industriais e domésticos – ou na forma coloidal – como corantes vegetais e vírus. Muitas dessas impurezas têm efeito nocivo à saúde, outras dificul- tam o uso da água. Sendo assim, para ser considerada potável, a água deve, também, ter aspecto e sabor agradáveis. A definição de potabilidade ções humanas é feita a partir de parâmetros que são estabelecidos para limites má- ximos de diferentes substâncias e micro-organismos. Esses parâmetros referem-se às propriedades físicas, químicas e biológicas. As propriedades físicas da água analisadas são cor, turbidez (propriedade que Essa água é potável? He ly D em ut ti He ly D em ut ti Toda água límpida pode ser usada para o consumo humano? O que é água potável?Toda água límpida pode ser usada para o consumo humano? O que é água potável? PensePensePensePensePensePensePensePense 162 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Um exemplo de característica química inconveniente que pode causar danos econômicos é a presença de sais de cálcio e magnésio. Estes dificultam a utilização da água para fins de lavagem e danificam sistemas de muitos apare- lhos que usam água aquecida, principalmente maquinários industriais. A medida da presença desses sais na água é denominada dureza da água. As propriedades ou características biológicas da água referem-se à presença de diferentes organismos vivos: pro- tozoários, algas e bactérias. Uma série desses organismos pode causar doenças infecciosas a seus hospedeiros e, por isso, são denominados organismos patogênicos. A identificação de organismos patogênicos em água é difícil devido à sua reduzida concentração. Além disso, as téc- nicas de identificação são, na maioria das vezes, complexas e caras. As bactérias do grupo coliforme são utilizadas como indicadores de contaminação da água por esgotos domésticos. A presença de coliformes fecais, como são chamados, in- dica a possível presença de outras bactérias mais perigosas, tornando a água e os alimentos impróprios para o consumo. A água utilizada em sua casa é tratada previamente? Como? Pense Há vários milênios, japoneses e chineses já utilizavam processos de filtração em porce- lanas para tratar as águas de consumo. Por conta do surgimento das cidades, houve um avanço nas tecnologias para o tratamento da água, desenvolvidas com base no reconhe- cimento das infecções causadas por água contaminada, principalmente por resíduos hu- manos, em reservatórios para abastecimento público. Contudo, ainda hoje, muitas cidades utilizam processos comuns no século passado, basea- dos na filtração da água através de um leito de areia, denominado atualmente de filtros lentos. O processo de tratamento da água pode ir de uma simples filtração, para uma água potável, até complexos processos de remoção de agentes patogênicos e contaminantes químicos. As estações são preparadas em função da água que recebem. Alguns proce- dimentos comuns são: captação; leitura de vazão; precloração; adição de cal hidratada; floculação; decantação; filtração; desinfecção; e distribuição. O tipo de tratamento de água de uma estação va- ria de acordo com a origem da água e a sua qualidade. Sa be sp ETA Guaraú, São Paulo (SP). Um exemplo de característica química inconveniente que pode causar danos econômicos é a presença de sais de cálcio e magnésio. Estes dificultam a utilização da água para fins de lavagem e danificam sistemas de muitos apare- lhos que usam água aquecida, principalmente maquinários industriais. A medida da presença desses sais na água é As propriedades ou características biológicas da água referem-se à presença de diferentes organismos vivos: pro- tozoários, algas e bactérias. Uma série desses organismos pode causar doenças infecciosas a seus hospedeiros e, por A identificação de organismos patogênicos em água é difícil devido à sua reduzida concentração. Além disso, as téc- nicas de identificação são, na maioria das vezes, complexas e caras. As bactérias do grupo coliforme são utilizadas como indicadores de contaminação da água por esgotos domésticos. A presença de coliformes fecais, como são chamados, in- dica a possível presença de outras bactérias mais perigosas, tornando a água e os alimentos impróprios para o consumo. A água utilizada em sua casa é tratada previamente? Como? Há vários milênios, japoneses e chineses já utilizavam processos de filtração em porce- lanas para tratar as águas de consumo. Por conta do surgimento das cidades, houve um avanço nas tecnologias para o tratamento da água, desenvolvidas com base no reconhe- cimento das infecções causadas por água contaminada, principalmente por resíduos hu- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 163 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A seguir são descritos alguns desses procedimentos. 1. Sedimentação e floculação Quando a água apresenta baixa turbidez, ela pode ser tratada simplesmente por decantação e filtração. No entanto, uma das formas de tratamento mais comum é a sedimentação, feita em grandes tanques, com adição de coagulantes como sulfato de alumínio ou sais de ferro, que fazem com que as finas partículas se aglutinem, formando flocos que sedimentam em poucas horas. Esses flocos com as impurezas são chamados de lodo químico. O processo químico ocorre quando o sulfato de alumínio reage com os álcalis, produzindo hidróxido de alumínio gelatinoso (Al(OH)3), os quais absorvem as impurezas. A reação pode ser representada da seguinte forma: Al2(SO4)3 ⋅ 18H2O(s) + 3Ca(HCO3)2(s) ( 2Al(OH)3(s) + 3CaSO4(s) + 18H2O(l) + 6CO2(g) A floculação é um procedimento utilizado para retirar da água partículas maiores de sujeira que estão em suspensão. É um dos primeiros pro- cedimentos de tratamento da água. Finalizado o processo, a água turva fica com aspecto cristalino. Este também é um procedimento utilizado para a limpeza da água em piscinas e o tratamento de esgoto. Fo to s: H el y D em ut ti ETA Guaraú (SP), 2010. Atitude sustentável Como lavar a caixa-d'água de sua casa b Recomenda-se lavar a caixa-d’água de casa a cada seis meses. b Programe para esvaziar a caixa e não ter necessidade de jogar água fora, nem ficar sem ela em horários críticos. b Esvazie totalmente a caixa para a limpeza; b Limpe as paredes e o fundo do reservatório, usando um balde, uma pequena pá, uma escova de roupa e panos limpos e desinfetados; b Não utilize detergentes ou sabões; b Dilua um litro de água sanitária em um balde com cinco litros de água (solução desinfetante) e passe no fundo e nas paredes do reservatório com pano (recomenda-se o uso de luvas de borracha); b Deixe em repouso por meia hora; b Esgote completamente a solução desinfetante; b Lave a caixa com jatos de água e retire toda água acumulada (esta pode ser recolhida em uma torneira e utilizada para lavar o piso, por exemplo), duas vezes; b Encha a caixa e não se esqueça de tampá-la bem. Atitude sustentávelAtitude sustentável A seguir são descritos alguns desses procedimentos. 1. Sedimentação e floculação Quando a água apresenta baixa turbidez, ela pode ser tratada simplesmente por decantação e filtração. No entanto, uma das formas de tratamento mais comum é a sedimentação, feita em grandes tanques, com adição de coagulantes como sulfato de alumínio ou sais de ferro, que fazem com que as finas partículas se aglutinem, formando flocos que sedimentam em poucas horas. Esses flocos com as impurezas são chamados de lodo químico. O processo químico ocorre quando o sulfato de alumínio reage com os álcalis, produzindo hidróxido de alumínio gelatinoso (Al(OH) impurezas. A reação pode ser representada da seguinte forma: Al2(SO4)3 ⋅ 18H2O(s) + 3Ca(HCO3)2(s) ( 2Al(OH) Fo to s: H el y D em ut ti 164 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 2. Filtração Já decantada, a água passa pelos filtros de areia, denominados filtros rápidos, constituídos de uma camada de cascalho, uma camada de areia grossa e, finalmen- te, uma camada de areia fina. À medida que a água vai passando, os espaços entre os grãos de areia vão sen- do entupidos pelas partículas em suspensão, sendo necessária a lavagem desse filtro regularmente. Logo depois da filtração, é necessário corrigir o pH da água e passar por uma fluoração, como forma preventiva de cárie. E a última etapa do tratamen- to é a desinfecção da água. 3. Desinfecção Nessa etapa do tratamento, é aplicado cloro gasoso (Cl2) ou hipoclorito de cál- cio (Ca(OCl)2) e hipoclorito de sódio (NaOCl) em quantidade suficiente para eliminar micro-organismos patogênicos, evitando futuras contaminações. A adição do cloro, ou de sais que reagem produzindo cloro, mantém a água potável para o consumo. A cloração é um processo confiável, de baixo custo e fácil de ser aplicado. Existem outros tipos de agentes desinfetantes, como cloraminas, dióxido de cloro, ozônio e radiação ultravioleta. O cloro é um gás altamente tóxico, sendo normalmente dissolvido na água que será tratada. Ao se dissolver na água, o cloro reage formando o ácido hipocloroso (HOCl) e o ácido clorídrico (HCl), de acordo com a reação: Cl2(g) + H2O(l) F HCl(ag) + HOCl(g) O ácido hipocloroso formado reage com a água, formando o íon hipoclorito: HOCl(aq) F H+(aq) + OCl—(aq) Na água, o cloro presente na forma de ácido hipocloroso e de íon hipoclorito é definido como cloro residual livre, sendo o responsável por efeitos bactericida, algi- cida e fungicida. Por ser muito reativo, ao ser adicionado a substâncias orgânicas ou inorgânicas o cloro pode oxidá-las. Com essa oxidação, nem todo cloro adicionado produzirá cloro residual livre. Não é recomendável que haja excesso de cloro, pois a água pode apresentar um sabor característico e indesejado, exigindo a realização frequente de testes para avaliar a dosagem de cloro. Além desses cuidados, existe um outro problema, que está relacionado com sua ca- pacidade de reagir com substâncias orgânicas presentes na água, como o clorofórmio, considerado cancerígeno. Esse tipo de substância não é tratado convencionalmente, por isso é importante a ausência de matéria orgânica em tratamentos com cloro. Estação de Tratamento de Água de Esgoto (ETE) Você já se perguntou para onde vai a água que escoa pelo esgoto de sua casa? E sabe se existe um tratamento de esgoto no seu município? Pense Atualmente, a adoção de medidas de saneamento básico é fundamental para a preservação de nossos recursos hídricos, revertendo a contaminação de águas utilizadas em centros urbanos. Uma medida fundamental nesse sen- tido é o tratamento de esgotos. Vejamos em que consiste esse tratamento. A filtração é um proce- dimento que retira as im- purezas menores que não puderam ser retiradas no processo da floculação, li- vrando a água dos agen- tes sólidos. He ly D em ut ti Já decantada, a água passa pelos filtros de areia, denominados filtros rápidos, constituídos de uma camada de cascalho, uma camada de areia grossa e, finalmen- À medida que a água vai passando, os espaços entre os grãos de areia vão sen- do entupidos pelas partículas em suspensão, sendo necessária a lavagem desse filtro regularmente. Logo depois da filtração, é necessário corrigir o pH da água e passar por uma fluoração, como forma preventiva de cárie. E a última etapa do tratamen- Nessa etapa do tratamento, é aplicado cloro gasoso (Cl2) ou hipoclorito de cál- ) e hipoclorito de sódio (NaOCl) em quantidade suficiente para eliminar micro-organismos patogênicos, evitando futuras contaminações. A adição do cloro, ou de sais que reagem produzindo cloro, mantém a água potável para o consumo. A cloração é um processo confiável, de baixo custo e fácil de ser aplicado. Existem outros tipos de agentes desinfetantes, como cloraminas, dióxido de cloro, ozônio e O cloro é um gás altamente tóxico, sendo normalmente dissolvido na água que será tratada. Ao se dissolver na água, o cloro reage formando o ácido hipocloroso (HOCl) e o ácido clorídrico (HCl), de acordo com a reação: He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 165 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O tratamento da água de esgoto consiste em diminuir aos menores índices possíveis a quantidade de substân- cias e materiais que podem provocar problemas ambientais por interferir no ecossistema aquático, como substân- cias que contenham fósforo e nitrogênio. Segundo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no 357, de 17 de março de 2005, as cidades devem devolver seus esgotos para os rios com condições mínimas de qualidade, conforme apresenta a tabela a seguir. Como a decomposição de matéria orgânica por microrganismos aeróbios depende da presença de oxigênio (O2) na água, um importante parâmetro utilizado no tratamento de esgoto é seu teor de oxigênio, quantidade denominada demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Em rios não poluídos, a DBO apresenta valores entre 8 e 9 mg de oxigênio por litro de água. Já rios que recebem esgotos não tratados podem apresentar DBO com valores superiores a 80 mg/L. Veja como a água de esgoto é tratada. O quadro a seguir apresenta algumas etapas presentes no tratamento de esgotos, que são divididos em três estágios: Fonte: Conama. Resolução no 357, de 17 de março de 2005. LIMITES DE CONDIÇÕES DE QUALIDADE DOS ESGOTOS LANÇADOS NOS RIOS DEPOIS DE SAÍDOS DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO (ETE) Parâmentro Condição pH Entre 5 a 9 Temperatura Inferior a 40 °C (variando a do receptor em no máximo 3 °C) Materiais sedimentáveis Até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff Vazão Máxima de até 1,5 vez a vazão média do período de atividade diária Óleos minerais Até 20 mg/L Óleos vegetais e gorduras animais Até 50 mg/L Materiais flutuantes Ausentes Fonte: Química Nova na Escola. Poluição e Tratamento de Água, n. 10, nov. 1999, p. 24. TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES Tratamento primário Gradeamento Separação de óleo / Equalização Decantação / Flotação Neutralização Tratamento secundário Lagoas de estabilização / Lagoas aeradas RBCs (sistemas rotativos) Lodos ativados e suas variantes Reatores anaeróbicos etc. Filtros de percolação Tratamento terciário Microfiltração / Filtração Ultrafiltração / Eletrodiálise Precipitação e coagulação Processos de remoção de nutrientes (N, P) Adsorção (carvão ativado) Cloração / Ozonização Troca iônica / Osmose reversa Processos Avançados de Oxidação (PAOs) etc. A principal maneira de despoluir os rios é tratar a água de esgoto. Se não jogarmos mais água contaminada no rio, e sen- do a matéria orgânica dos esgotos (lançada antes da implantação da estação de tratamento de esgoto) naturalmente decomposta, o rio voltará a ter águas límpidas, despoluídas. Foi o que aconteceu com o lago Paranoá, em Brasília, com o rio Tâmisa, em Londres, e com o rio Sena, em Paris. Sa be sp O tratamento da água de esgoto consiste em diminuir aos menores índices possíveis a quantidade de substân- cias e materiais que podem provocar problemas ambientais por interferir no ecossistema aquático, como substân- cias que contenham fósforo e nitrogênio. Segundo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no 357, de 17 de março de 2005, as cidades devem devolver seus esgotos para os rios com condições mínimas de qualidade, conforme apresenta a tabela a seguir. LIMITES DE CONDIÇÕES DE QUALIDADE DOS ESGOTOS LANÇADOS NOS RIOS DEPOIS DE SAÍDOS DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO (ETE) Parâmentro Condição pH Entre 5 a 9 Temperatura Inferior a 40 °C (variando a do receptor em no máximo 3 °C) Materiais sedimentáveis Até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff Vazão Máxima de até 1,5 vez a vazão média do período de atividade diária Óleos minerais Até 20 mg/L Óleos vegetais e gorduras animais Até 50 mg/L 166 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1. Tratamento primário Utiliza processos físicos para remover objetos de grandes dimensões e materiais insolúveis nos esgotos. Pode fazer uso das seguintes etapas: gradeamento, decantação, flotação, separação de óleo, equalização e neutralização. No processo de decantação, os sólidos depositam no fundo do tanque e a água escoa pela parte superior. Sa be sp No tratamento secundário aeróbico, a água do esgoto é agitada para aumentar a sua aeração, propiciando condições mais favoráveis às bactérias que degradam o material. Sa be sp 2. Tratamento secundário Nesse estágio, busca-se eliminar substâncias biodegradáveis utilizando tratamentos biológicos. Existem dois processos biológicos básicos para esse tratamento: aeróbicos e anaeróbicos. Os sistemas aeróbicos são aqueles que empregam microrganismos que utilizam o oxigênio (O2) para degradar a matéria orgânica. Os sistemas aeróbicos mais utilizados para o tratamento são: lagoas facultativas, lagoas aera- das, filtros biológicos aeróbicos, valos de oxidação, disposição controlada no solo e lodo ativado. Os sistemas anaeróbicos são aqueles que empregam microrganismos que não utilizam o oxigênio (O2) para degradar a matéria orgânica. Os sistemas mais utilizados nesse tratamento são: digestores de lodo, tanques sépticos e lagoas anaeróbicas. Além desses sistemas, é comum a utilização de reatores biológicos nos quais bactérias transformam aminoá- cidos e polipeptídios em amônia (NH3), ortofosfato (PO4 3–) e ácidos voláteis. Ao final do processo, essas bactérias serão removidas para um decantador secundário, onde se retira o lodo ativado. Parte desse lodo é devolvida ao tanque de aeração para aumentar a rapidez da degradação. 3. Tratamento terciário Fase final do tratamento, faz uso de produtos químicos para retirar a sujeira que as bactérias não retiraram no tratamen- to secundário. São processos físicos e químicos, sendo a coa- gulação, a floculação, a decantação, a flotação, a separação por membranas, a adsorção e a oxidação os mais utilizados. Finalmente, a água tratada é lançada em seu curso e o lodo restante do biodigestor é prensado por telas que for- mam adubos, utilizados em diversas culturas agrícolas. Esse processo para a formação de adubos é chamado de desi- dratação mecânica. Na flotação, os sedimentos vão para a superfície, devido ao borbulhamento de ar, onde são separados. Sa be sp Utiliza processos físicos para remover objetos de grandes dimensões e materiais insolúveis nos esgotos. Pode fazer uso das seguintes etapas: gradeamento, decantação, flotação, separação de óleo, equalização e No tratamento secundário aeróbico, a água do esgoto é agitada para aumentar a sua aeração, propiciando condições mais favoráveis às bactérias que degradam o material. Sa be sp C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 167 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Outra água que precisa ter tratamento adequado é a água das piscinas. A falta de controle de qualidade dessas águas é responsável pela transmissão de diversas doenças. O controle de qualidade dessas águas deve fazer com que o pH fique na faixa de 7,2 e 7,6 e a concentração de cloro (Cl2) entre 1 e 3 ppm. Além disso, deve ser feita a remoção de resíduos sólidos e o controle da quantidade de algicidas à base de cobre, pois o seu excesso pode ser prejudicial à saúde. As estações de tratamento de esgoto ocupam grandes áreas, como esta existente no Gama (DF). Em uma das etapas, o esgoto recebe uma do- sagem de sulfato de alumínio e polieletrólito aniônico (coagulantes) para flotar o material. Esta unidade é chamada de câmara de flotação (ou de saturação). Por injeção de água pressurizada (água e ar) no fundo da câmara, o material flota mais rápido, sendo raspado por pás. Esse material raspado, chamado de lodo químico, é levado também para o biodigestor. Tratamento terciário é o polimento final no qual são aplicados produtos químicos para retirar a sujeira que as bactérias não conseguiram eliminar. Co m pa nh ia d e Sa ne am en to A m bi en ta l d o D F PRINCIPAIS MECANISMOS DE REMOÇÃO DE POLUENTES NO TRATAMENTO DE ESGOTOS Poluente Dimensões Principais mecanismos de remoção Sólidos maiores dimensões (maiores que 1 cm) gradeamento dimensões intermediárias (maiores que 0,001 mm) sedimentação dimensões diminutas (menores que 0,001 mm) adsorção Matéria orgânica dimensões superiores a 0,001 mm sedimentação adsorção estabilização Organismos patogênicos radiação ultravioleta Fonte: Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, n. 1, maio de 2001, p. 27. He ly D em ut ti As águas das piscinas precisam ter tratamento adequado. A falta de controle de qualidade dessas águas pode ser res- ponsável pela transmissão de diversas doenças aos banhistas. No medidor acima é possível medir o pH e o teor de cloro. He ly D em ut ti As estações de tratamento de esgoto ocupam grandes áreas, como esta existente no Gama (DF). Em uma das etapas, o esgoto recebe uma do- sagem de sulfato de alumínio e polieletrólito aniônico (coagulantes) para flotar o material. Esta unidade é chamada de (ou de saturação). Por injeção de água pressurizada (água e ar) no fundo da câmara, o material flota mais rápido, sendo raspado por pás. Esse 168 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Atitude sustentável Como reduzir a poluição das águas b Reduza o uso de detergentes não biodegradáveis. b Evite o desperdício de sabões e detergentes. b Verifique se a rede de esgotos de sua casa está correta- mente ligada ao sistema de escoamento de sua cidade. b Não jogue lixo nas ruas, já que ele pode ser levado pelas águas das chuvas para o rio mais próximo, além de entupir redes de águas pluviais e causar enchentes. b Use sua capacidade de falar para orientar as pessoas à sua volta e oriente-as sobre o uso mais correto da água. b Lembre-se: as águas utilizadas devem ser devolvidas ao ambiente em condições iguais ou melhores que as iniciais, e na mesma quantidade. Se isso não for pos- sível, a devolução deve ser feita pelo menos em quan- tidade e qualidade semelhantes às condições iniciais. b Recolha todo e qualquer tipo de resíduo sólido na bei- ra de lagos, rios e mar. b Nunca jogue resíduos sólidos no vaso sanitário, como absorventes e fraldas, pois eles não são tratados e irão poluir os rios. Atitude sustentávelAtitude sustentável Debata e entenda 1. Em 2004, foram detectados em Brasília casos de morte provocada por hantavirose (doença infecciosa grave cau- sada por vários vírus e transmitida por ratos silvestres). Que medidas de saneamento básico poderiam ser adotadas para evitar a propagação dessa doença? 2. Em que consiste o saneamento? 3. Qual a finalidade do saneamento básico em uma cidade? 4. Com base no texto, aponte qual a relação entre o processo de urbanização e a transmissão de doenças. 5. Discuta com seus colegas sobre as condições atuais da sua cidade em relação ao saneamento básico oferecido. Qual seria a porcentagem de pessoas, em sua cidade, que não tem acesso a saneamento básico? Quem seriam essas pessoas? 6. Identifique os principais objetivos do tratamento de esgoto de uma cidade. 7. Faça um esquema identificando as principais características de cada etapa do tratamento de água comentado no texto. 8. Que aspectos são considerados para a definição de potabilidade da água? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Sempre tenha sacos de coleta de lixo se estiver perto de al- gum manancial hídrico, e recolha todo e qualquer resíduo sólido. Tâ ni a Rê go /A Br Atitude sustentávelAtitude sustentável Tâ ni a Rê go /A Br C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 169 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Gráfico da variação da rapidez das reações en- volvidas no equilíbrio quí- mico (A + B F AB) em função do tempo. Inicial- mente, a reação direta é rápida e a inversa mui- to lenta. Com o passar do tempo, a rapidez da reação direta diminui en- quanto a rapidez da rea- ção inversa aumenta, até que se igualem. 6 ASPECTOS QUANTITATIVOS DE EQUILÍBRIOS QUÍMICOS A té o momento, estudamos um pouco sobre os equilíbrios químicos e suas impli-cações e os fatores que os alteram. Para se ter uma melhor compreensão destes é fundamental seu estudo quantitativo. Ou seja, podemos estudar e compreender os pro- cessos de equilíbrio químico, considerando os valores das concentrações das espécies quí- micas envolvidas. Concentração e rapidez de reações no equilíbrio químico Até aqui, estudamos aspectos qualitativos do equilíbrio químico. Ou seja, a observa- ção da constância de propriedades macroscópicas, o fato de que as reações continuam se processando e as condições que afetam o equilíbrio. Para os químicos, a determinação de quantidades presentes nas condições de equilíbrio é fundamental. Essa determinação permite o cálculo de rendimento e possibilita a busca de condições mais favoráveis aos objetivos do processo no qual a reação está envolvida. Para um estudo quantitativo, vamos considerar a reação genérica, descrita pela equação: A + B F AB Imaginemos o caso de um frasco no qual quantidades iguais de reagentes são coloca- das em contato em um sistema fechado. O gráfico indica que, no instante inicial, os reagentes começam a interagir em uma rapidez que diminui à medida que o tempo passa. Nesse instante inicial, a reação inversa não acontece porque a con- centração dos produtos é nula. Iniciado o processo, a rapidez da reação direta diminui, devido à redução das concentrações de reagentes, en- quanto aumenta a rapidez da reação inversa por causa do aumento das concentrações dos produtos, até um momento em que as duas reações apresentam a mesma rapidez e, a partir daí, permanecem constantes. A partir desse instante, o consumo de cada substância é igual à sua produção, estabelecendo o equilíbrio no qual as concentrações das espécies envolvidas permanecerão constantes. Quando o sistema atinge o equilíbrio, as duas curvas se encontram. É importante sa- lientar que o estado de equilíbrio dependerá das condições do sistema e poderá ser per- turbado por fatores externos. Isso levará à busca de um novo estado de equilíbrio. Como já vimos, equilíbrio químico não significa que as concentrações das substâncias envolvidas sejam iguais. Essas concentrações tendem a valores determinados que perma- necem fixos no estado de equilíbrio. Alterações no sistema podem provocar mudanças no estado de equilíbrio, acarretando variações de concentrações de reagentes e produtos. Isso levará a reação a se processar até atingir novo estado de equilíbrio. Observe, portanto, que a concentração final dos reagentes e produtos no estado de equi- líbrio depende das concentrações no início da reação e das condições em que se encontra o sistema. Todavia, estudos sobre concentrações de reagentes e produtos, para diversas reações químicas no estado de equilíbrio, demonstram que existe uma regularidade entre as concen- trações e que essa pode ser expressa matematicamente por meio de uma constante física. reação direta reação inversa Tempo R ap id ez 6 ASPECTOS QUANTITATIVOS DE EQUILÍBRIOS QUÍMICOS A té o momento, estudamos um pouco sobre os equilíbrios químicos e suas impli-cações e os fatores que os alteram. Para se ter uma melhor compreensão destes é fundamental seu estudo quantitativo. Ou seja, podemos estudar e compreender os pro- cessos de equilíbrio químico, considerando os valores das concentrações das espécies quí- micas envolvidas. Concentração e rapidez de reações no equilíbrio químico Até aqui, estudamos aspectos qualitativos do equilíbrio químico. Ou seja, a observa- ção da constância de propriedades macroscópicas, o fato de que as reações continuam se processando e as condições que afetam o equilíbrio. Para os químicos, a determinação de quantidades presentes nas condições de equilíbrio é fundamental. Essa determinação permite o cálculo de rendimento e possibilita a busca de condições mais favoráveis aos objetivos do processo no qual a reação está envolvida. Para um estudo quantitativo, vamos considerar a reação genérica, descrita pela equação: 170 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Equilíbrio químico e constante de equilíbrio O trabalho de diversos químicos demonstrou que um equilíbrio químico pode ser des- crito por relações matemáticas que permitem avaliar as condições do estado de equilíbrio e como ele é afetado por alterações no sistema. Por meio de equações é possível prever qualitativa e quantitativamente o estado de equilíbrio e seu comportamento. Para isso, vamos considerar uma reação genérica entres as substâncias A e B, produzindo as subs- tâncias C e D, pela equação descrita: aA + bB F cC + dD Nessa equação, a, b, c e d correspondem aos coeficientes estequiométricos das substâncias A, B, C e D. Para qualquer sistema em equilíbrio, os químicos cons- tataram que existe uma relação simples entre as concentra- ções dos reagentes e as concentrações dos produtos, dada pela seguinte expressão matemática: K C D A B c c d a b =   ⋅     ⋅   Essa expressão indica que, no estado de equilíbrio, há uma constância entre a razão do produto das concentrações das substâncias formadas, tendo como expoente seus coe- ficientes estequiométricos, e o produto das concentrações das substâncias reagentes, ten- do como expoente seus coeficientes estequiométricos. Essa relação matemática nos fornece a constante matemática K, denominada cons- tante de equilíbrio. Para cada sistema, determina-se uma constante de equilíbrio com base na equação da reação e na temperatura, fator determinante de seu valor. Quando a constante K é calculada em função das concentrações, ela é identificada por KC. No caso de reações entre gases, a constante pode ser definida em função da pressão parcial de cada substância envolvida e será representada por Kp. O valor da constante de equilíbrio pode ser determinado por meio de dados experi- mentais ou utilizando valores de outras propriedades físico-químicas. Vamos calcular o valor da contante de equilíbrio da reação de decomposição do ácido iodídrico (HI), repre- sentada pela equação: 2HI(g) F H2(g) + I2(g) Para essa equação em equilíbrio, temos que: K H I HI c =   ⋅     2 2 2 A tabela ao lado apresenta os valores de con- centração depois de atingido o equilíbrio da rea- ção conduzida a diferentes condições, mas todas à temperatura de 425,6 ºC. Os sistemas 1, 2 e 3 foram obtidos pela mistura de gás hidrogênio e gás iodo, em diferentes concen- trações, enquanto os sistemas 4 e 5 foram obtidos a partir de diferentes quantidades de ácido iodídrico. Dá para imaginar que em um aquário existam tan- tos sistemas químicos que possam ser descritos por equações matemáticas? Há o equilíbrio de ioniza- ção da água, o equilíbrio de solubilidade do gás oxi- gênio, o equilíbrio de solu- bilidade do gás carbônico, o equilíbrio de acidez do ácido carbônico etc. He ly D em ut ti CONCENTRAÇÕES DE EQUILÍBRIO DA REAÇÃO DE DECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO IODÍDRICO A 425,6 ºC Sistema [H2]/mol ⋅ L–1 [I2]/mol ⋅ L–1 [HI]/mol ⋅ L–1 1 1,8313 ⋅ 10–3 3,1292 ⋅ 10–3 17,671 ⋅ 10–3 2 2,9070 ⋅ 10–3 1,7069 ⋅ 10–3 16,482 ⋅ 10–3 3 4,5647 ⋅ 10–3 0,7378 ⋅ 10–3 13,544 ⋅ 10–3 4 0,4789 ⋅ 10–3 0,4789 ⋅ 10–3 3,531 ⋅ 10–3 5 1,1409 ⋅ 10–3 1,1409 ⋅ 10–3 8,410 ⋅ 10–3 Equilíbrio químico e constante de equilíbrio O trabalho de diversos químicos demonstrou que um equilíbrio químico pode ser des- crito por relações matemáticas que permitem avaliar as condições do estado de equilíbrio e como ele é afetado por alterações no sistema. Por meio de equações é possível prever qualitativa e quantitativamente o estado de equilíbrio e seu comportamento. Para isso, vamos considerar uma reação genérica entres as substâncias A e B, produzindo as subs- correspondem aos coeficientes Para qualquer sistema em equilíbrio, os químicos cons- tataram que existe uma relação simples entre as concentra- ções dos reagentes e as concentrações dos produtos, dada Dá para imaginar que em He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 171 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! VALORES CALCULADOS PARA A CONSTANTE DE EQUILÍBRIO DA DECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO IODÍDRICO, A PARTIR DE DADOS EXPERIMENTAIS Teste KC 1 1,8351 ⋅ 10–2 2 1,8265 ⋅ 10–2 3 1,8359 ⋅ 10–2 4 1,8390 ⋅ 10–2 5 1,8403 ⋅ 10–2 média 1,8350 ⋅ 10–2 Há diferença em um sistema se este for obtido a partir de reagentes ou a partir de produtos? Por que as concentrações de HI são diferentes para cada teste? Pense Como os equilíbrios foram obtidos a partir de diferentes condições iniciais, obtêm-se diferentes condições de equilíbrio, com diferentes concentrações das substâncias envolvi- das. Para essa reação, a constante de equilíbrio é definida por: K H I HI c =   ⋅     2 2 2 Utilizando os dados obtidos experimentalmente, podemos cal- cular o valor de KC para cada sistema, os quais são apresentados na tabela ao lado. Veja um outro exemplo, o cálculo do valor de KC para a reação de formação da amônia: N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) Sabendo-se que as concentrações dos reagentes e produtos são: [N2] = 0,28 mol/L [H2] = 0,55 mol/L [NH3] = 0,65 mol/L K NH N H Kc c=     ⋅   → =  ,3 2 2 2 3 0 65 22 3 0 28 0 55 8 8 , , , /   ⋅   = mol L Por que os valores da constante de equilíbrio não são todos iguais? O que significa o valor da constante de equilíbrio ser maior do que um? E ser menor do que um? Pense Apesar da regularidade obtida nos valores da constante de equilíbrio calculada, é possível observar que, a partir da segunda decimal, existem divergências de valores. Isso acontece porque, apesar de toda a precisão que a Ciência almeja, qualquer medida expe- rimental está sujeita a erros. Ou seja, os valores de concentração obtidos em laboratórios diferem um pouco dos valores reais. Entretanto, é possível observar que todos os valores apresentam os dois primeiros al- garismos e igual ordem de grandeza. Para obter valores experimentais mais próximos dos reais, os cientistas trabalham com valores médios de várias medidas experimentais. Tendo o valor da constante, podemos calcular a concentração de equilíbrio de cada espécie, considerando os valores iniciais utilizados para gerar o sistema. Além disso, po- demos saber em que extensão a reação ocorre. O valor da constante de equilíbrio fornece algumas informações sobre o sistema. Valores acima de um (1,00) indicam que, no estado de equilíbrio, o produto das concentrações dos produtos é maior do que o produto das concentrações dos reagentes. Se o valor da constante de equilíbrio for menor do que um (1,00), no estado de equilíbrio, o produto das concentrações dos reagentes é maior do que o produto das concentrações dos reagentes. Para cada caso, a ordem de grandeza do valor da constante indicará a extensão da reação química, no equilíbrio. He ly D em ut ti O equilíbrio cromato/ dicromato é afetado pela variação do pH da solu- ção, segundo a equação química: Cr2O7 2– + H2O F F 2CrO42– + 2H+ VALORES CALCULADOS PARA A CONSTANTE DE EQUILÍBRIO DA DECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO IODÍDRICO, A PARTIR DE DADOS EXPERIMENTAIS Teste KC 1 1,8351 ⋅ 10–2 2 1,8265 ⋅ 10–2 3 1,8359 ⋅ 10–2 Há diferença em um sistema se este for obtido a partir de reagentes ou a partir de produtos? Por que as concentrações de HI são diferentes para cada teste? PensePensePensePensePensePensePensePense Como os equilíbrios foram obtidos a partir de diferentes condições iniciais, obtêm-se diferentes condições de equilíbrio, com diferentes concentrações das substâncias envolvi- das. Para essa reação, a constante de equilíbrio é definida por: Utilizando os dados obtidos experimentalmente, podemos cal- cular o valor de K na tabela ao lado. Veja um outro exemplo, o cálculo do valor de K de formação da amônia: Sabendo-se que as concentrações dos reagentes e produtos são: 172 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Constante de equilíbrio em reações envolvendo gases Normalmente, os valores de constantes de equilíbrio são calculados consideran- do-se as concentrações em quantidade de matéria das substâncias envolvidas. Em sistemas formados por gases, a constante pode ser calculada a partir das pressões parciais destes. Para uma mistura de gases, a pressão total é a soma das pressões parciais de todos os gases. De acordo com a equação geral dos gases (PV = nRT), a concentração em quanti- dade de matéria (n/V) de um gás é diretamente proporcional à sua pressão (n/V = p/RT). Por isso, podemos calcular a constante de equilíbrio de uma reação entre gases, conside- rando suas pressões parciais. Consideremos a reação hipotética: aA + bB F cC + dD a constante de equilíbrio (Kc) será: K p p p p RTc C c D d A a B b b c d = ⋅ ⋅ ⋅ + − −( )a Se: K p p p p K K RTc C c D d A a B b c p a = ⋅ ⋅ = ⋅ +:teremos bb c d− −( ) Nessas equações, p representa a pressão parcial de cada substância envolvida. Por exemplo, pA representa a pressão parcial da substância A. O valor de Kp pode- rá ou não ser igual a Kc, dependendo dos coeficientes estequiométricos da equa- ção em questão. Veja, como exemplo, o cálculo do valor de Kp para a reação de decomposição da água, considerando o sistema no qual a pressão parcial da água é de 0,976 atm, do gás oxigênio, 0,008 atm, e do gás hidrogênio, 0,016 atm. A equação que descreve essa reação é: 2H2O(g) F 2H2(g) + O2(g) A equação para a constante de equilíbrio, Kp, é: K p p pp H O H O = ⋅ 2 2 2 2 2 Substituindo os valores fornecidos na equação, teremos: K atm atm atm p = ( ) ⋅ ( ) ( ) → , , , 0 008 0 016 0 976 2 2 KK atmp = ⋅ −,2 15 10 6 Nesse caso, portanto, K K RT ou K K RTc p c p = ( ) =−1 . Para que uma planta aquática como esta viva, é necessário que diversos equilíbrios químicos sejam mantidos no sistema onde ela está. He ly D em ut ti Constante de equilíbrio em reações Normalmente, os valores de constantes de equilíbrio são calculados consideran- do-se as concentrações em quantidade de matéria das substâncias envolvidas. Em sistemas formados por gases, a constante pode ser calculada a partir das pressões Para uma mistura de gases, a pressão total é a soma das pressões parciais de todos os gases. De acordo com a equação geral dos gases (PV = nRT), a concentração em quanti- dade de matéria (n/V) de um gás é diretamente proporcional à sua pressão (n/V = p/RT). Por isso, podemos calcular a constante de equilíbrio de uma reação entre gases, conside- rando suas pressões parciais. Consideremos a reação hipotética: d) C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 173 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A quantidade de sistemas que apresentam reações de equilíbrio é enorme. Para a Química, é muito importante estudarmos os equilíbrios que acontecem em meio aquo- so, por ser a água fundamental para a vida e muitos equilíbrios acontecerem nesse meio. A seguir, estudaremos um tipo de equilíbrio em que as moléculas se ionizam. Equilíbrio iônico da água Em qualquer quantidade de água, parte de suas moléculas se ionizam, conforme a equação: H2O(l) ( H+(aq) + OH–(aq) Como essa ionização é reversível, temos também a reação de união dos íons forman- do moléculas de água, descrita pela equação: H+(aq) + OH–(aq) ( H2O(l) Essas duas reações constituem o equilíbrio que envolve as espécies químicas H2O, H + (H3O +) e OH– e é representada pela equação: H2O(l) F H+(aq) + OH–(aq) Para esse sistema, a constante de equilíbrio Kc será: K H A HAc =   ⋅     + − Como a densidade da água é igual a 1 kg/L, em um litro de água temos 1000 gramas de água. Já que sua massa molar é de 18 g/mol, em um litro temos 55,5 mols. Portanto, a concentração da água é de 55,5 mol/L. Em condições de equilíbrio, em um litro de água 1 ⋅ 10–7 moléculas se ionizam produzin- do íons H+ e OH–. A quantidade de moléculas não ionizadas será de (55,5 – 0,0000001) mols. Como a quantidade de moléculas que se ionizam é muito pequena, podemos considerar esse valor como sendo constante e igual a 55,5 mol. Como a concentração da água é constante, a constante (Kc) pode ser multiplicada por 55,5 mol/L, fornecendo outra constante. Essa nova constante de equilíbrio será denomi- nada constante de equilíbrio iônico da água e será representada por (Kw) (water, que significa “água” em inglês). A equação matemática que define tal constante é: Kw = Kc ⋅ [H2O] = [H+] ⋅ [OH–] ( Kw = [H+] ⋅ [OH–] Determinações experimentais indicam que, à temperatura de 25 °C, as concentrações dos íons H+ e OH– na água pura são iguais a 1,00 ⋅ 10–7 mol/L. Sendo assim, qual o valor de Kw? Veja, abaixo, como é simples esse cálculo: Kw = [H +] ⋅ [OH–] = 1,00 ⋅ 10–7 mol/L ⋅ 1,00 ⋅ 10–7mol/L = 10–14 mol2/L–2 Como o valor de Kw varia com a temperatura, temos de dizer que a 25 °C o valor da constante de ionização da água é de 10–14 mol2/L–2. Embora não possamos ver, moléculas de água estão constantemente se ionizando e produzindo íons, enquanto outros íons se unem para formar novas moléculas de água. He ly D em ut ti A quantidade de sistemas que apresentam reações de equilíbrio é enorme. Para a Química, é muito importante estudarmos os equilíbrios que acontecem em meio aquo- so, por ser a água fundamental para a vida e muitos equilíbrios acontecerem nesse meio. A seguir, estudaremos um tipo de equilíbrio em que as moléculas se ionizam. Equilíbrio iônico da água Em qualquer quantidade de água, parte de suas moléculas se ionizam, conforme a equação: H2O(l) Como essa ionização é reversível, temos também a reação de união dos íons forman- do moléculas de água, descrita pela equação: H+(aq) + OH Essas duas reações constituem o equilíbrio que envolve as espécies químicas H (H3O +) e OH– e é representada pela equação: H2O(l) Para esse sistema, a constante de equilíbrio K 174 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Embora não possamos ver, produzindo íons, enquanto outros íons se unem para formar novas moléculas de água. He ly D em ut ti Equilíbrio iônico da água em soluções aquosas de ácido, base e sais Vejamos o que acontece quando adicionamos à água pura substâncias que liberam íons hidrogênio (H+) ou hidroxila (OH–). Uma solução é ácida quando a concentração do íon H+ é maior que a concentração do íon OH–. Por outro lado, se a concentração do íon OH– for maior que a concentração do íon H+, a solução será básica. Ao adicionarmos ácido, base ou certos sais à água, há alteração das concentrações dos íons H+ e OH–, provocando alteração no estado de equilíbrio. Determinações experimentais permitem que saibamos as concentrações desses íons no novo estado de equilíbrio. A tabela ao lado apresenta os valores de concentração para esses íons em diferentes soluções. CONCENTRAÇÕES DE H+ E OH– NO EQUILÍBRIO Soluções aquosas a 25 ºC [H+] [OH–] Substância Concentração NaOH 10–2 mol/L 10–12 mol/L 10–2 mol/L KOH 10–3 mol/L 10–11 mol/L 10–3 mol/L HCl 10–1 mol/L 10–1 mol/L 10–13 mol/L HNO3 10 –2 mol/L 10–2 mol/L 10–12 mol/L NaCl 10–1 mol/L 10–7 mol/L 10–7 mol/L KNO3 10 –3 mol/L 10–7 mol/L 10–7 mol/L Analisando a tabela ao lado, observe o que há em comum nas concentrações de H+ e de OH– para cada substância. Pense Como as concentrações do hidrogênio e da hidroxila variam muito nas soluções, os químicos buscaram formas diferentes de expressá-las. Vamos saber mais sobre isso? Potencial hidrogeniônico (pH) Como a concentração dos íons produzidos na ionização da água é extremamente bai- xa, variando normalmente entre 1 e 10–14 mol/L, é comum expressar as quantidades dos íons H+ e OH– por meio da função logarítmica de suas concentrações. Essa forma simpli- ficada de expressar a concentração é chamada de pH – potencial hidrogeniônico – e de pOH – potencial hidroxiliônico. Matematicamente, pH e pOH são definidos da se- guinte maneira: pH = –log [H+] pOH = –log [OH–] Se aplicarmos a mesma função à constante de ionização da água (Kw = [H +] ⋅ [OH–]), teremos: –log Kw = –log [H +] –log [OH–] pKw = pH + pOH Logo, como a 25 °C Kw é igual a 10 –14 mol2/L2, no equilíbrio iônico da água: 14 = pH + pOH De acordo com essa expressão matemática, se conhecermos o pH de uma solução, teremos o pOH subtraindo esse primeiro valor de 14. Equilíbrio iônico da água em soluções aquosas de ácido, base e sais Vejamos o que acontece quando adicionamos à água pura substâncias que liberam ). Uma solução é ácida quando a concentração do . Por outro lado, se a concentração do íon , a solução será básica. Ao adicionarmos ácido, base ou certos sais à água, há alteração das concentrações , provocando alteração no estado de equilíbrio. CONCENTRAÇÕES DE H+ E OH– NO EQUILÍBRIO Soluções aquosas a 25 ºC [H+] [OH–] Substância Concentração NaOH 10–2 mol/L 10–12 mol/L 10–2 mol/L KOH 10–3 mol/L 10–11 mol/L 10–3 mol/L HCl 10–1 mol/L 10–1 mol/L 10–13 mol/L HNO3 10 –2 mol/L 10–2 mol/L 10–12 mol/L NaCl 10–1 mol/L 10–7 mol/L 10–7 mol/L C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 175 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Estude mais E+ Uma das principais características das águas minerais é o valor do pH. O peagâmetro, medidor de pH, mede a acidez das soluções com maior preci- são do que os indicadores. Solução-tampão: o controle do pH O controle do pH é importante em diversos aspectos. Na indústria de alimentos, tal controle significa maior tempo de conservação de alimentos. Na agricultura, seu controle no solo pode significar maior ou menor produtividade. No corpo humano, o pH é rigidamente controlado. No sangue humano, por exemplo, ele só pode variar na estreita faixa entre 7,37 e 7,44. Em caso de doenças graves, podem ampliar essa faixa para valores entre 6,9 a 7,6. Agora, como controlar o pH em nosso corpo? Algumas substâncias têm a propriedade de impedir que o pH do meio aumente pela adição de base ou diminua pela adição de ácido. Além da hemoglobina, o principal meca- nismo de controle de pH utilizado no sangue é o íon bicarbonato. Esse íon, formado a partir de moléculas de água e do gás carbônico produzido pela respiração das células, pode reagir com ácidos, aumentando o pH, ou com bases, abaixando o pH, de acordo com as equações: HCO3 –(aq) + H+(aq) ( H2CO3(aq) HCO3 –(aq) + OH–(aq) ( H2O(aq) + CO32–(aq) Os sistemas que possuem a capacidade de evitar variações bruscas de pH são denomi- nados tampões e são muito importantes para controlar a acidez de diferentes meios. As soluções-tampões mais comuns são soluções aquosas de ácidos fracos, contendo seus sais como, por exemplo, solução de ácido acético e acetato de sódio (H3CCOOH e H3CCOONa). Outro exemplo comum é a solução de amônia com cloreto de amônio (NH3 e NH4Cl). Em função de sua constituição, cada tampão mantém o pH em faixas determinadas. O tampão ácido acético/acetato apresenta valores próximos a 4,75, enquanto o tampão amônia/amônio apresenta valores próximos a 9,25. Força de ácidos e bases Soluções de ácido e bases apresentam diferentes valores de pH. Esses valores depen- dem da concentração e da natureza do ácido ou da base presente. Os ácidos são substâncias moleculares que se ionizam quando dissolvidos em água. A intensidade dessa ionização depende do valor da constante de equilíbrio do ácido (Ka). He ly D em ut ti He ly D em ut ti O pH dos oceanos é mantido próximo a 8,4, como consequência da presença de bicarbonatos (HCO3 –) e silicatos (SiO4 2–). Ri ca rd o A zo ur y/ Pu ls ar Im ag en s Uma das principais características das O peagâmetro, medidor de pH, mede a acidez das soluções com maior preci- são do que os indicadores. Solução-tampão: o controle do pH O controle do pH é importante em diversos aspectos. Na indústria de alimentos, tal controle significa maior tempo de conservação de alimentos. Na agricultura, seu controle He ly D em ut ti He ly D em ut ti 176 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Bases podem ionizar-se ou dissociar-se, dependendo de sua natureza. Bases formadas por átomos de elementos metálicos dissociam-se, dependendo de suas solubilidades. Bases formadas por átomos de elementos não metálicos ionizam-se parcialmente, de acordo com valores das constantes de equilíbrio da base (Kb). Uma maneira de avaliar a intensidade de ionização de ácidos e bases é por meio dos valores de suas constantes de ionização. Consideremos um ácido genérico, representado por HA, cuja reação de ionização é: HA(aq) F H+(aq) + A–(aq) A constante de ionização desse ácido será definida por: K H A HAa =   ⋅     + − No caso das bases, podemos ter duas situações. Para uma base de elemento não me- tálico, que é formada por íons, temos: BOH(aq) F B+(aq) + OH–(aq) A constante de dissociação dessa base será definida por: K B OH BOHb =   ⋅     + − Já no caso de uma base MOH, formada por átomos de elementos metálicos, teremos uma reação de dissociação, relacionada à constante do produto de solubilidade da base (Kps será estudada mais adiante), que pode ser representada da seguinte maneira: MOH(s) F M+(aq) + OH–(aq) Quanto maiores forem os valores de Ka e de Kb, mais fortes serão os ácidos e as bases. Que solução é mais ácida ou mais básica? Por que bebemos soluções de alguns ácidos (ácido acético e ácido cítrico) e outros são tão corrosivos (ácido sulfúrico e ácido clorídrico) que não podem ser ingeridos? Pense Soluções de ácidos ou bases podem ser mais ou menos corrosivas. O que vai diferenciá-las? Vamos resolver dois exercícios para entender como responder a essas questões. Como explicar que alguns ácidos e bases são inge- ridos naturalmente e ou- tros nem se pode cheirar? Como explicar que alguns ácidos e bases ridos naturalmente e ou- tros nem se pode cheirar? He ly D em ut ti Bases podem ionizar-se ou dissociar-se, dependendo de sua natureza. Bases formadas por átomos de elementos metálicos dissociam-se, dependendo de suas solubilidades. Bases formadas por átomos de elementos não metálicos ionizam-se parcialmente, de acordo com . Uma maneira de avaliar a intensidade de ionização de ácidos e bases é por meio dos valores de suas constantes de ionização. Consideremos um ácido genérico, representado por HA, cuja reação de ionização é: (aq) A constante de ionização desse ácido será definida por: No caso das bases, podemos ter duas situações. Para uma base de elemento não me- (aq) A constante de dissociação dessa base será definida por: C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 177 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! S Simulador 1. Quais são os valores de pH das seguintes soluções: ácido acético 0,1 mol/L e ácido clorídrico 0,1 mol/L? O valor da constante de equilíbrio de ionização do ácido acético (Ka) é de 1,8 ⋅ 10–5 mol/L. A equação que representa sua ionização é: CH3COOH(aq) F H+(aq) + CH3COO–(aq) Depois de estabelecido o equilíbrio, parte das moléculas do ácido formam íons. A equação matemática que re- presenta esse equilíbrio é: K CH COOH CH COO H CH COOHa 3 3 3 ( ) =   ⋅    − + Como não conhecemos a concentração dos íons, vamos representá-la pela letra x. A concentração do ácido acético será dada pela concentração inicial (0,1 mol/L) menos o que ionizou (x), ou seja, 0,1 mol/L – x. Como o valor de x é normalmente muito pequeno, ele é desprezado e considera-se o valor da concentração, mesmo depois de estabelecido o equilíbrio, como 0,1 mol/L. Substituindo os valores na equação anterior, temos: [CH3COOH] [H +] [CH3COO –] Concentração antes do equilíbrio 0,1 mol 0 0 Concentração em equilíbrio 0,1 – x x x Aplicando os dados da tabela na fórmula matemática de Ka, temos: Logo: x CH COOH H mol L ou x =   =   = ⋅ = + − 3 6 2 21 8 10 0 , / ,0001342 /mol L Conhecendo a concentração do íon hidrônio, podemos calcular o pH pela equação: pH = –log [H+] = –log(0,001342 mol/L) = –(–2,87) pH = 2,87 Portanto, a solução 0,1 mol/L de ácido acético apresentará pH igual a 2,87. O ácido clorídrico possui constante de ionização muito grande. Isso quer dizer que, quando dissolvido em água, suas moléculas não estabelecem um equilíbrio, mas se ionizam totalmente. Por isso, sua equação de ionização é: HCl(aq) ( H+(aq) + Cl–(aq) A partir de uma solução 0,1 mol/L de ácido clorídrico, obtém-se uma solução cuja concentração do íon hidrogênio é igual a 0,1 mol/L. O pH dessa solução será dado por: pH = –log [H+] = –log(0,1 mol/L) = –(–1) = 1 Pelos valores de pH, podemos perceber que uma solução de ácido clorídrico é mais ácida que uma solução de ácido acético de mesma concentração. É isso que torna o ácido clorídrico mais corrosivo do que o ácido acético. Isso pode ser percebido pelo maior valor de sua constante de equilíbrio. Dizemos que o ácido clorídrico é um ácido forte porque praticamente todas as suas moléculas se ionizam. Já o ácido acético é considerado um ácido fraco, porque só uma pequena fração de suas moléculas se ioniza. 1. Quais são os valores de pH das seguintes soluções: ácido acético 0,1 mol/L e ácido clorídrico 0,1 mol/L? O valor da constante de equilíbrio de ionização do ácido acético (K sua ionização é: CH3COOH(aq) F H+(aq) + CH Depois de estabelecido o equilíbrio, parte das moléculas do ácido formam íons. A equação matemática que re- presenta esse equilíbrio é: K CH COOH CH a 3K Ca 3K CHa 3Ha 3K Ca 3K C(K C(K C(a 3(a 3K Ca 3K C(K Ca 3K C ) =   Como não conhecemos a concentração dos íons, vamos representá-la pela letra dada pela concentração inicial (0,1 mol/L) menos o que ionizou (x), ou seja, 0,1 mol/L – x. Como o valor de x é normalmente muito pequeno, ele é desprezado e considera-se o valor da concentração, mesmo depois de estabelecido o equilíbrio, como 0,1 mol/L. Substituindo os valores na equação anterior, temos: [CH3COOH] Concentração antes do equilíbrio 0,1 mol Concentração em equilíbrio 0,1 – x 178 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 2. Quais são os valores de pH das soluções 0,1 mol/L de hidróxido de amônio e 0,1 mol/L de hidróxido de sódio? A amônia, um gás em condições ambientes, é muito solúvel em água por ter um par de elétrons não ligantes que in- terage fortemente com as moléculas desse solvente. Dissolvida em água, a amônia forma o hidróxido de amônio, de acordo com a equação: NH3(g) + H2O(aq) F NH4OH(aq) O hidróxido de amônio é uma base que se ioniza, conforme a equação: NH4OH(aq) F NH4+(aq) + OH–(aq) A constante de equilíbrio (Kb) dessa ionização, cujo valor é igual a 1,8 ⋅ 10–5 mol/L, é representada pela equação: K NH OH NH OH NH OHc 4 4 4 ( ) =   ⋅    + − Como não conhecemos a concentração dos íons, vamos representá-la pela letra x e substituir os valores na equação acima. Teremos: [NH4OH] [NH4 +] [OH–] Concentração antes do equilíbrio 0,1 mol 0 0 Concentração em equilíbrio 0,1 – x x x Aplicando os dados da tabela na fórmula matemática de Kb, temos: Kc(NH4OH) = 1,8 ⋅ 10–5 mol/L 1 8 10 0 1 1 8 105 2 6, / , / ,⋅ = ⋅ → = ⋅− −mol L x x mol L x /mol L2 2 Logo: x NH OH mol L x =   =   = ⋅ = + − − 4 6 2 21 8 10 0 0013 , / , 442 /mol L Conhecendo a concentração do íon hidroxila, podemos calcular o pOH pela equação: pOH = –log [OH–] = –log(0,001342 mol/L) pOH = –(–2,87) = 2,87 como pH mais pOH é igual a 14, teremos: pH = 14 – pOH = 14 – 2,87 = 11,13. Como demonstrado, o pH da solução de hidróxido de amônio será de 11,13. Vamos agora calcular o pH da solução de hidróxido de sódio a 0,1 mol/L. Assim como os sais, as bases formadas pelos metais ionizam-se totalmente quando dissolvidas em água. Por isso, a equação de dissolução do hidróxido de sódio será: NaOH(s) ( Na+(aq) + OH–(aq) [NaOH] [Na+] [OH–] Concentração antes da dissociação 0,1 mol 0 0 Concentração após a dissociação 0 0,1 mol 0,1 mol Quais são os valores de pH das soluções 0,1 mol/L de hidróxido de amônio e 0,1 mol/L de hidróxido de sódio? A amônia, um gás em condições ambientes, é muito solúvel em água por ter um par de elétrons não ligantes que in- terage fortemente com as moléculas desse solvente. Dissolvida em água, a amônia forma o hidróxido de amônio, de O(aq) F NH4OH(aq) O hidróxido de amônio é uma base que se ioniza, conforme a equação: NH4 +(aq) + OH–(aq) ) dessa ionização, cujo valor é igual a 1,8 ⋅ 10–5 mol/L, é representada pela equação: NH OH NH OH 4 4 =   ⋅     + −OH+ −OH+ −+ −+ − + −+ − Como não conhecemos a concentração dos íons, vamos representá-la pela letra x e substituir os valores na equação [NH4OH] [NH4 +] [OH–] 0,1 mol 0 0 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 179 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Como a concentração inicial da base é igual a 0,1 mol/L, o pOH e o pH serão dados por: pOH = –log [OH–] = –log(0,1 mol/L) = –(–1) = 1 pH = 14 – pOH = 14 – 1 = 13 Pelos valores obtidos para as duas soluções, podemos constatar que o hidróxido de sódio é uma base mais forte que o hidróxido de amônio. O pH da referida solução de hidróxido de sódio é 13 e o da solução de hidróxido de amônio é 11,13. Nesse sistema, o sal deposi- tado no fundo do recipien- te está em equilíbrio com o sal dissolvido na solução. He ly D em ut ti VALORES DE Kps A 25 °C DE ALGUNS SAIS Sal Kps Sal Kps CaCO3 5,0 ⋅ 10–9 Fe(OH)2 4,9 ⋅ 10–18 PbCl2 1,2 ⋅ 10–5 Ca(OH)2 4,7 ⋅ 10–6 AgCl 1,8 ⋅ 10–10 Ag2S 6,0 ⋅ 10–30 Hg2Cl2 1,5 ⋅ 10–18 Hg2SO4 8,0 ⋅ 10–7 Constante de equilíbrio de solubilidade Outro tipo de equilíbrio em solução é o de dissolução e precipitação de substâncias pouco solúveis. Se a um recipiente contendo água adicionarmos mais cloreto de sódio (NaCl) do que o líquido é capaz de dissolver, teremos a formação de um sistema hetero- gêneo, constituído pela solução e pelo precipitado. A adição do cloreto de prata, sal pouco solúvel, a um recipiente com água fará com que parte do sal se dissocie e dissolva, conforme a equação: AgCl(s) ( Ag+(aq) + Cl–(aq) Imediatamente, os íons irão regir precipitanto o sal, de acordo com a equação: Ag+(aq) + Cl–(aq) ( AgCl(s) Com o passar do tempo, o sistema atinge um ponto de equilíbrio e a rapidez da disso- lução se iguala à rapidez da precipitação. Nesse caso, na solução teremos um equilíbrio, representado pela equação: AgCl(s) ( Ag+(aq) + Cl–(aq) Esse equilíbrio de um sal precipitado e sua solução saturada, pode ser expresso mate- maticamente pela constante de produto de solubilidade, representada por Kps. O valor de Kps é dado por: K Ag Cl AgClc =   ⋅     + − O que poderia ser expresso ainda da seguinte forma por Kps ⋅ [AgCl] = [Ag+] ⋅ [Cl–]. Como a concentração do sólido é constante, o produto Kc ⋅ [AgCl] será uma outra constante: constante de produto de solubilidade, o Kps. Portanto, temos: Kps = [Ag +] ⋅ [Cl–]. Assim, para o equilíbrio de um sólido genérico AB, teremos: AbBa(s) F aAm+(aq) + bBn–(aq) Kps = [A m+]a ⋅ [Bn–]b A partir do valor da constante do produto de solubilidade (Kps), é pos- sível avaliar a quantidade de um determinado sal que se dissolverá em certa quantidade de água, solvente mais comumente utilizado. A tabela ao lado apresenta a constante do produto de solubilidade de alguns sais. Analisando a tabela ao lado, escreva os sais numa sequência de so- lubilidade do maior para o menor. Como a concentração inicial da base é igual a 0,1 mol/L, o pOH e o pH serão dados por: pOH = –log [OH–] = –log(0,1 mol/L) = –(–1) = 1 pH = 14 – pOH = 14 – 1 = 13 Pelos valores obtidos para as duas soluções, podemos constatar que o hidróxido de sódio é uma base mais forte que o hidróxido de amônio. O pH da referida solução de hidróxido de sódio é 13 e o da solução de hidróxido de amônio é 11,13. He ly D em ut ti Constante de equilíbrio de solubilidade Outro tipo de equilíbrio em solução é o de dissolução e precipitação de substâncias pouco solúveis. Se a um recipiente contendo água adicionarmos mais cloreto de sódio (NaCl) do que o líquido é capaz de dissolver, teremos a formação de um sistema hetero- gêneo, constituído pela solução e pelo precipitado. A adição do cloreto de prata, sal pouco solúvel, a um recipiente com água fará com que parte do sal se dissocie e dissolva, conforme a equação: AgCl(s) Imediatamente, os íons irão regir precipitanto o sal, de acordo com a equação: 180 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. Qual a importância de se prever, em termos quantitativos, a concentração dos reagentes e produtos em uma reação química e que aspectos devem ser analisados? 2. Explique a relação existente entre as constantes de equi- líbrio em função da concentração e da pressão. 3. (UEMG) O gráfico mostra a variação das velocidades das reações direta e inversa em função do tempo para o processo representado pela equação: Ve lo ci d ad e Tempoa b c 2SO2(g) + O2(g) F 2SO3(g) Sobre esse processo, todas as afirmativas são corre- tas, exceto: a) A velocidade da reação direta é maior que a da inversa no tempo “a”. b) No tempo “c”, o sistema é constituído apenas por SO3. c) As duas velocidades são iguais no tempo “c”. d) O equilíbrio é atingido no tempo “b”. 4. Escreva a expressão para a constante de equilíbrio de cada reação abaixo: a) PCl5(g) F PCl3(g) + Cl2(g) b) N2(g) + 3H2(g) F 2NH3(g) c) 4NH3(g) + 5O2(g) F 4NO(g) + 6H2O(g) 5. Escreva a expressão para a constante de equilíbrio, em termos de pressão, de cada reação abaixo: a) N2O4(g) F 2NO2(g). b) 2CO(g) + O2(g) F 2CO2(g). c) CH4(g) + 2O2(g) F CO2(g) + 2H2O(g). 6. Considere o sistema em equilíbrio à temperatura de 230 °C: 2NO(g) + O2(g) F 2NO2(g). As concentra- ções de equilíbrio das espécies reagentes foram de- terminadas experimentalmente e podem ser repre- sentadas pelas equações: [NO] = 0,0542 mol/L, [O2] = 0,127 mol/L e [NO2] = 15,6 mol/L. Calcule a constante de equilíbrio da reação a essa temperatura. 7. As concentrações no equilíbrio para a reação CO(g) + Cl2 (g) ( COCl2(g) são: [CO] = 1,2 ⋅ 10–2 mol/L, [Cl2] = 0,054 mol/L, [COCl2] = 0,14 mol/L. Cal- cule a constante de equilíbrio. Analise o gráfico e responda às questões de 8 a 10. R ap id ez Tempo rapidez da reação direta rapidez da reação inversa condição de equilíbrio rapidez rd = rapidez ri 8. Explique por que a rapidez da reação direta decresce. 9. Explique por que a rapidez da reação inversa aumenta. 10. Explique o que acontece quando as duas velocidades se igualam. 11. Em um determinado sistema em equilíbrio químico, a concentração molar de reagentes é diferente da dos produtos; então podemos afirmar que a rapidez da reação direta é diferente da indireta? 12. (UFPR) Os gases hidrazina (N2H4) e dióxido de nitrogê- nio reagem produzindo vapor- d’água e gás dinitrogênio (nitrogênio molecular). O processo da reação de um mol de hidrazina e um mol de dióxido de nitrogênio em um recipiente fechado, à temperatura ambiente, pode ser representado pelo gráfico abaixo. produto y produto x reagentes C on ce nt ra çã o (m ol /L ) Tempo de reação 0,4 0,3 0,2 0,1 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 a) Escreva a equação química balanceada para a re ação entre a hidrazina e o dióxido de nitrogênio. b) Qual das curvas do gráfico representa as varia- ções da concentração de vapor-d’água no tempo? Justifique. c) Qual a coordenada de tempo em que o sistema gasoso atinge o estado de equilíbrio? Justifique. 13. (UFBA) Com relação às reações reversíveis, ao concei- to de equilíbrio químico e aos fatores que o afetam, é correto afirmar: a) Uma reação química cessa após o estabelecimento do equilíbrio, pois as concentrações molares de rea- gentes e produtos permanecem constantes. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Qual a importância de se prever, em termos quantitativos, a concentração dos reagentes e produtos em uma reação Explique a relação existente entre as constantes de equi- (UEMG) O gráfico mostra a variação das velocidades das reações direta e inversa em função do tempo para Sobre esse processo, todas as afirmativas são corre- a) A velocidade da reação direta é maior que a da Analise o gráfico e responda às questões de 8 a 10. R ap id ez Tempo rapidez da reação direta rapidez da reação inversa condição de equilíbrio rapidez rd = rapidez ri 8. 8. Explique por que a rapidez da reação direta decresce. 9. 9. Explique por que a rapidez da reação inversa aumenta. 10. 10. Explique o que acontece quando as duas velocidades se igualam. 11. 11. Em um determinado sistema em equilíbrio químico, a concentração molar de reagentes é diferente da dos produtos; então podemos afirmar que a rapidez da reação direta é diferente da indireta? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 181 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! b) Para o equilíbrio H2(g) + CO2(g) ( H2O(g) + CO(g) ΔH = +41 kJ, um aumento da temperatura provocará um aumento da concentração de H2(g) e CO2(g). c) Uma reação atinge o equilíbrio quando a veloci- dade de formação dos produtos é maior do que a velocidade da reação inversa. d) Os reagentes se transformam totalmente em pro- dutos quando uma reação atinge o equilíbrio. e) Para o equilíbrio 1 1PCl3(g) + 1Cl2(g) F 1PCl5(g) 2 Uma redução no volume do recipiente desloca o equi- líbrio no sentido indicado por 1. 14. Calcule a constante de equilíbrio para a reação: SO2(g) + O2(g) F SO3(g) quando as concentrações em equilíbrio dos gases a 530 °C são: [SO3] = 11,0 M, [SO2] = 4,20 M, [O2] = 0,60 ⋅ 10–3 M. 15. A constante de equilíbrio Kp da reação 2NO2(g) F 2NO(g) + O2(g) é 158 a 1000 K. Calcule PO2 se PNO2 = 0,400 atm e PNO = 0,270 atm. 16. A pressão total sobre o sistema abaixo, a 2000 °C, é 1 atm. Sabendo-se que a pressão parcial do vapor- -d’água é de 0,976 atm, calcule o Kp da reação: 2H2O(g) F 2H2(g) + O2(g). (Dado: Pressão total = Págua + Phidrogênio + Poxigênio) 17. Escreva a expressão para o produto de solubilidade, Kps, de cada reação abaixo: a) Fe(OH)3(s) F Fe3+(aq) + 3OH–(aq). b) CaF2(s) F Ca2+(aq) + 2F–(aq). c) Ba3(PO4)2 F 3Ba2+(aq) + 2PO43–(aq). 18. (Fuvest-SP) Considere o equilíbrio de dissolução do fos- fato de cálcio em água. A expressão do produto de solubilidade correspondente é: a) Kps = [3Ca 2+] ⋅ [2PO43–] b) Kps = [Ca 2+]2 ⋅ [PO43–] c) Kps = [Ca 2+] ⋅ [PO43–] d) Kps = [3Ca 2+] ⋅ [2PO43–]2 e) Kps = [Ca 2+]3 ⋅ [PO43–]2 19. (Fatec-SP) Considere volumes iguais de soluções 0,1 mol ⋅ L–1 dos ácidos listados a seguir, designados por I, II, III e IV e seus respectivos Ka. Ácido Fórmula Ka Ácido etanoico CH3COOH 1,7 ⋅ 10–5 Ácido monocloroacético CH2CICOOH 1,3 ⋅ 10–3 Ácido dicloroacético CHCI2COOH 5,0 ⋅ 10–2 Ácido tricloroacético CCI3COOH 2,3 ⋅ 10–1 A concentração de H+ será: a) maior na solução do ácido IV. b) maior na solução do ácido I. c) a mesma nas soluções dos ácidos II e III. d) a mesma nas soluções dos ácidos I, II, III e IV. e) menor na solução do ácido IV. 20. (Fuvest-SP) Entre os líquidos da tabela a seguir: Líquido [H+] [OH–] Leite 1,0 ⋅ 10–7 1,0 ⋅ 10–7 Água do mar 1,0 ⋅ 10–8 1,0 ⋅ 10–6 Refrigerante de cola 1,0 ⋅ 10–3 1,0 ⋅ 10–11 Café preparado 1,0 ⋅ 10–5 1,0 ⋅ 10–9 Lágrima 1,0 ⋅ 10–7 1,0 ⋅ 10–7 Água sanitária 1,0 ⋅ 10–12 1,0 ⋅ 10–2 tem caráter ácido apenas: a) o leite e a lágrima. b) a água sanitária. c) o café preparado e o refrigerante de cola. d) a água do mar e a água sanitária. e) o refrigerante de cola. 21. (Fatec-SP) Qual o pH de uma solução em que a concen- tração de íons H+ é igual a 2,0 ⋅ 10–4 mol/litro? (Dado: log10 2 = 0,30) a) 2,4 b) 3,0 c) 3,7 d) 4,0 e) 4,3 22. (Univali-SC) A coloração das hortênsias, muito comum no sul do nosso país, depende da acidez do solo, po- dendo ser azuis em solo ácido e rosadas em solo básico. Assim, se adicionarmos calcário (CaCO3) ao solo onde as flores forem plantadas, de modo que uma análise deste revele uma concentração hidrogeniônica de 10–8 mol/L, as hortênsias nascerão: a) azuis, já que o pH do solo será 1,8. b) rosadas, já que o pH do solo será 10,8. c) brancas, já que o pH do solo será neutro. d) rosadas, já que o pH do solo será 8. e) azuis, já que o pH será 4. b) Para o equilíbrio H2(g) + CO2(g) ( H2O(g) + CO(g) ΔH = +41 kJ, um aumento da temperatura provocará um aumento da concentração de H2(g) e CO2(g). c) Uma reação atinge o equilíbrio quando a veloci- dade de formação dos produtos é maior do que a velocidade da reação inversa. d) Os reagentes se transformam totalmente em pro- dutos quando uma reação atinge o equilíbrio. e) Para o equilíbrio 1 1PCl3(g) + 1Cl2(g) F 1PCl5(g) 2 Uma redução no volume do recipiente desloca o equi- líbrio no sentido indicado por 1. 14. 14. Calcule a constante de equilíbrio para a reação: SO2(g) + O2(g) F SO3(g) quando as concentrações em equilíbrio dos gases a 530 °C são: [SO3] = 11,0 M, [SO2] = 4,20 M, [O2] = 0,60 ⋅ 10–3 M. 20. 20. 182 EQ UI LÍ BR IO Q UÍ M IC O TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Reações químicas e reversibilidade b Processos reversíveis são aqueles que podem retornar ao estado inicial. Processos irreversíveis são aqueles que não podem retornar ao estado inicial. Algumas reações são irreversíveis, como a combustão do álcool, e outras são reversíveis, como a hidratação e desidratação de um sal. Sistemas químicos reversíveis b Determinadas reações químicas são reversíveis. Outras, não. A reversibilidade está associada a condições como temperatura, pressão e concentração dos reagentes. Algumas reações só são reversíveis sob condições específicas. Equilíbrio químico b Em uma reação química em equilíbrio, a taxa de consumo de reagentes é igual à sua taxa de consumo, de for- ma que nesse estado não ocorre alterações macroscópicas. b Muitos processos físicos também apresentam-se em equilíbrio dinâmico. São exemplos de equilíbrios físicos: equilíbrio líquido/vapor em sistemas fechados; dissolução de gases em líquidos; e dissolução e cristalização de sólidos fase líquida. Alterações no estado de equilíbrio b O estado de equilíbrio de uma reação química pode ser caracterizado pela temperatura, pressão, concentração dos reagentes e produtos. Uma reação pode atingir diferentes estados de equilíbrio, dependendo das condi- ções às quais foi submetida. Princípio de Le Chatelier b De acordo com o princípio de Le Chatelier, quando um sistema em equilíbrio sofre uma perturbação externa, esse equilíbrio irá se deslocar no sentido de atenuar a perturbação externa. Aspectos quantitativos de equilíbrio químico b Há uma regularidade entre as concentrações de reagentes e produtos quando as reações estão no estado de equilíbrio, que pode ser expressa matematicamente por meio de constante: K. b Na água coexistem moléculas de H2O e íons H + e OH–, sendo que esse equilíbrio é definido por Kw. b A 25 °C, em soluções ácidas [H+] > [OH–], o pH é menor que 7. Em soluções básicas [H+] < [OH–], o pH é maior que 7. Em soluções neutras o pH é 7. b Quanto maiores forem os valores de Ka e de Kb, mais fortes serão os ácidos e as bases. b Em um sistema de equilíbrio de um precipitado e sua solução saturada, a constante de equilíbrio é expressa matematicamente pela constante de produto de solubilidade, representada por Kps. 23. (UnB-DF-adaptado) A reação de “dissociação” do áci- do acético (HAc) em água pode ser representada pela equação: HAc F H+ + Ac–. Considere uma solução aquosa de ácido acético 0,100 mol/L, sendo que [H+] = 0,001, e julgue os itens abaixo, marcando C ou E. 1) As espécies presentes na solução são: H3O +, Ac–, HAc, OH– e H2O. 2) A concentração de H+ no equilíbrio, [H+], é 0,100 mol/L. 3) [Ac–] > [HAc]. 4) O pH da solução é 1. 5) A constante de equilíbrio da reação acima é igual à constante de dissociação do ácido acético. 6) Na água pura, o pH é diferente do pOH. 7) O pH não varia com a temperatura. Reações químicas e reversibilidade Processos reversíveis são aqueles que podem retornar ao estado inicial. Processos irreversíveis são aqueles que não podem retornar ao estado inicial. Algumas reações são irreversíveis, como a combustão do álcool, e outras são reversíveis, como a hidratação e desidratação de um sal. Determinadas reações químicas são reversíveis. Outras, não. A reversibilidade está associada a condições como temperatura, pressão e concentração dos reagentes. Algumas reações só são reversíveis sob condições específicas. (UnB-DF-adaptado) A reação de “dissociação” do áci- do acético (HAc) em água pode ser representada pela Considere uma solução aquosa de ácido acético ] = 0,001, e julgue os itens –, 2) A concentração de H+ no equilíbrio, [H+], é 0,100 mol/L. 3) [Ac–] > [HAc]. 4) O pH da solução é 1. 5) A constante de equilíbrio da reação acima é igual à constante de dissociação do ácido acético. 6) Na água pura, o pH é diferente do pOH. 7) O pH não varia com a temperatura. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 183 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios de revisão ER TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 T. PERIÓDICA a Bc E D GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! UNIDADE 3 184 A FP P H O TO /V A N D ER LE I A LM EI D A Vista geral de Angra 1 e Angra 2, centrais nucleares de Angra dos Reis, a 250 km, sul do Rio de Janeiro, 2011. Recursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticosRecursos energéticos e energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nucleare energia nuclear TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 T. PERIÓDICA a Bc E D GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Como conciliar produção de energia e ambiente? 185 Capítulo 6 Termoquímica 1. Termoquímica e calor 2. Calorimetria 3. Transformações de energia 4. Calor de reação: entalpia 5. Lei de Hess 6. Espontaneidade das transformações: entropia Capítulo 7 Cinética química 1. Cinética química 2. Teoria das colisões 3. Fatores que infl uenciam a rapidez das reações 4. Mecanismos de reação 5. Catálise Temas em foco: Fatores que infl uenciam a rapidez das reações • Energia, sociedade e ambiente • Fontes de energia • Energia nuclear como fonte de produção de energia elétrica • Ciência para a paz • Política energética Capítulo 8 Energia nuclear 1. Radiação e radioatividade 2. A descoberta da radioatividade 3. Emissões nucleares 4. Leis das desintegrações radioativas 5. Cinética da desintegração radioativa 6. Radioatividade: seus efeitos e aplicações 7. Transformações nucleares 8. Usinas nucleares 9. Rejeitos nucleares 10. Acidentes de usinas nucleares e acidentes radioativos 11. Bombas atômicas He ly D em ut ti TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS Capítulo 6 Tema em foco Como medimos a variação de energia em reações químicas? Como reduzir o impacto energético no ambiente? TERMOQUÍMICA ENERGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE O deslocamento de pessoas, o transporte de materiais, a construção de moradias e de ambientes de traba- lho, a produção de ferramentas são exemplos corriqueiros de processos típicos que são realizados fazendo uso de energia. Podemos dizer que o conceito de energia está associado à capacidade de fazer algo acontecer. Nesse sentido, pode-se dizer que o Universo é constituído por matéria e energia. Sabe-se que nenhuma matéria no Universo é totalmente estática. Os gases da atmosfera estão em constante movimento. Até mesmo nas rochas há movimento: seus átomos estão vibrando continuamente. Todos esses movimentos, dos planetas aos átomos, ocorrem associados a variações de energia. A vida, processo muito mais complexo, é, na verdade, uma manifestação de energia associada a uma grande organização de matéria. Quanto mais complexa a forma de vida, maior a necessidade de energia. As estruturas mais simples de vida, como as dos seres unicelulares, consomem menos energia. Já os mamíferos, por exemplo, possuem metabolismos que envolvem a transformação de maiores quantidades de energia. Quanto mais o ser humano se afastou do modo de vida animal, mais energia ele passou a requerer. A organiza- ção das sociedades também envolve o consumo de energia. Sociedades primitivas necessitam de menores quanti- dades de energia, enquanto sociedades mais avançadas tecnologicamente necessitam de maiores quantidades de energia. Esse é um desafio para as sociedades modernas: como garantir a energia necessária para sua manutenção. O consumo de energia na sociedade A demanda por maior quantidade de energia impulsionou o desenvolvimento mais eficiente de transforma- ção de energia. Assim, sucessivamente, passamos do domínio da combustão à máquina humana, à tração ani- mal, ao moinho hidráulico ou de vento, à máquina a vapor, até chegarmos aos atuais processos de produção de energia elétrica. Esses processos mais eficientes de produção de energia trouxeram um aumento de qualidade de vida para a população. A expansão dessa qualidade de vida implicou o au- mento significativo do consumo de energia nos últimos séculos. Anteriormente, o aumento de consumo energéti- co crescia muito lentamente. No século XIX, o crescimento aumentou cinco vezes e no século XX acelerou para um fator de dezesseis vezes, atingindo uma escala exponen- cial, sobretudo, depois da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente na década de 1940 (veja o gráfico ao lado). C on su m o de e ne rg ia a o lo ng o da h um an id ad e SéculoI X XX Consumo evolutivo de energia Fonte: ACIOLI, José de Lima. Fontes de energia. Brasília: Ed. UnB, 1994. Até o século XX não havia formas de se medir o consumo, mas este pode ser estimado indicando um crescimento exponencial até o início deste século. 186 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Essa revolução ocorreu justamente com o avanço tecnológico que substituiu a energia da biomassa advinda da queima da lenha pela queima de combustíveis fósseis potencialmente mais energéticos como o carvão e o petróleo. Como resultado, passamos a depender massivamente desses combustíveis fósseis. Ocorre que uma pequena parcela da população do planeta pode usufruir do bem-estar gerado pelo consumo de energia. Para o conforto dessa minoria há um gasto elevado de combustíveis que causam problemas ambientais profundos e hoje comprometem o desenvolvimento daqueles que não puderam ainda usufruir do conforto proporcionado pelo consumo energético. Apesar de toda a problemática ambiental da queima de combustíveis fósseis como o pe- tróleo, ele ainda é a maior fonte de obtenção de energia em uma escala global. Fonte: SANTOS, F. D. Que futuro? Ciência, tecnologia, desenvolvimento e ambiente. Lisboa: Gradiva, 2007, p. 239. 80% combustíveis fósseis (34,4% petróleo, 24,4% carvão e 21,2% gás natural) 6,5% energia nuclear 2,2% energia hidroelétrica 10,8% biomassa 0,5% outras energias renováveis (geotérmica, solar, eólica, marés e ondas) O gráfico anterior mostra que, no início do século XXI, as fontes primárias de energia do planeta concentra- vam-se em 80% advindas de combustíveis fósseis. O problema da concentração da obtenção de energia de combustíveis fósseis está no fato de que a queima desses combustíveis é a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa que têm provocado um crescente au- mento do aquecimento global. Aliado ao problema ambiental do aquecimento global, temos o da desigualdade na utilização da energia con- sumida. Dados revelam que 90% da energia mundial têm sido consumidos somente por aqueles que vivem nos países desenvolvidos – 30% da população mundial. Apesar de o processo de eletrificação ter sido intensificado no fim do século XIX, hoje, em pleno século XXI, cerca de 600 milhões de pessoas vivem sem acesso à eletricidade. O uso intenso e a comercialização da energia levaram ao desenvolvimento de sistemas de medidas de seu consumo que nos permitem acompanhá-lo e fazer estimativas para o futuro. Fonte: Histórico: Energy Information Administration (EIA). International Energy Annual 2006 (jun./dez. 2008). Projeção: EIA. World Energy Projection Plus (2009). 1980 283 308 348 366 398 472 508 552 596 637 678 1985 1990 1995 2000 2006 2010 2015 2020 2025 2030 800 600 400 200 0 Quadrilhões de BTU (1 BTU = 1055 Joules) histórico projeção Consumo mundial de energia – 1980-2030 Essa revolução ocorreu justamente com o avanço tecnológico que substituiu a energia da biomassa advinda da queima da lenha pela queima de combustíveis fósseis potencialmente mais energéticos como o carvão e o petróleo. Como resultado, passamos a depender massivamente desses combustíveis fósseis. Ocorre que uma pequena parcela da população do planeta pode usufruir do bem-estar gerado pelo consumo de energia. Para o conforto dessa minoria há um gasto elevado de combustíveis que causam problemas ambientais profundos e hoje comprometem o desenvolvimento daqueles que não puderam ainda usufruir do conforto proporcionado Apesar de toda a problemática ambiental da queima de combustíveis fósseis como o pe- tróleo, ele ainda é a maior fonte de obtenção de energia em uma escala global. energia nuclear biomassa outras energias renováveis (geotérmica, solar, eólica, marés e ondas) C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 187 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! b zHistória da energia na civilização Fogo – Na Pré-História, nossos antepassados aprenderam a utilizar o fogo. Os indícios mais antigos encontrados indicam que o fogo já era utilizado pela humanidade há mais de 500 mil anos. O domínio do fogo propiciou o desenvolvimento de algumas tecnologias e contribuiu para que o ser humano pudesse se fixar à terra. Máquina humana – Os primeiros agrupamentos humanos a fi- xar-se em espaços com características de cidade necessitavam de energia para o levantamento de suas casas e demais construções. Solução: converter força muscular escrava em energia mecânica. Agricultura – Na Idade da Pedra (18000 a 5000 a.C.), grupos nômades fixam-se à terra e iniciam atividades de agricultura. Por meio da conversão de energia solar em energia química arma- zenada nos carboidratos de cereais, o ser humano co- meçou a desenvolver meios para transformar e utilizar energia. Animais (burros, bois etc.) – A partir do IV milênio a.C., com o uso dos metais e a invenção da roda, parte da força motriz humana pôde ser substituída pelos animais. O uso da força animal possibilitou um maior desenvol- vimento da agricultura e dos meios de transportes, por meio das carroças e carruagens. 18000 a 5000 a.C.500 000 a.C. 2000 a.C.4000 a.C. SP L/ La tin st oc k SP L/ La tin st oc k Bi bl io th eq ue N at io na le . P ar is , F ra nç a RM N /R -G . O jé da Na presente unidade, vamos estudar as fontes de energia disponíveis em nossa sociedade, discutindo os problemas relacionados a cada uma e as suas perspectivas. No presente capítulo, vamos nos concentrar no estudo do petróleo e do álcool combustível, que consiste numa importante fonte energética que teve o incentivo do governo brasileiro. Antes, porém, vejamos um quadro-sinopse das fontes de energia. Existem várias maneiras de classificar as fontes de energia. No quadro abaixo é apresentada uma classificação que leva em consideração as propriedades de transformação, pois no estudo de reservas de energia interessa a capacidade de transformação em energia útil: calor, luz e trabalho mecânico. FONTES DE ENERGIA E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA Energia potencial química – rompimento e formação de ligações químicas. Processos de transformação: Biomassa: álcool, óleos vegetais, lenha, carvão vegetal, resíduos agrícolas e florestais, lixo urbano. Fósseis: petróleo, gás natural, carvão mineral, xisto. Outras: hidrogênio, metanol etc. (energia química ( calor ( mecânica e eletricidade) Nuclear – energia de transformações de núcleos atômicos. Processos de transformação: Fissão e fusão nucleares (potencial nuclear ( calor ( eletricidade) Hidrelétrica – energia potencial da água. Processos de transformação: Hidrelétrica (potencial ( mecânica ( eletricidade) Energia solar direta – energia da radiação solar. Processos de transformação: Células fotovoltaicas (luz ( eletricidade) Aquecedor solar (luz ( calor) Eólica – energia do movimento das massas de ar (ventos). Processos de transformação: Aerogerador (mecânica ( eletricidade e mecânica) Marítima – energia do movimento de massas de água (ondas). Processos de transformação: Wavebob (energia cinética das ondas do mar ( eletricidade) Maremotriz (energia cinética das ondas da praia ( eletricidade) Maremotriz (energia potencial da diferença de mares ( eletricidade) Geotérmica – energia do calor interno da Terra. Processos de transformação: Gêiseres (calor ( eletricidade) Erupções vulcânicas (calor ( eletricidade) História da energia na civilização Fogo – Na Pré-História, nossos antepassados aprenderam a utilizar o fogo. Os indícios mais antigos encontrados indicam que o fogo já era utilizado pela humanidade há mais de 500 mil anos. O domínio do fogo propiciou o desenvolvimento de algumas tecnologias e contribuiu para que o ser humano pudesse se fixar à terra. Agricultura – Na Idade da Pedra (18000 a 5000 a.C.), grupos nômades fixam-se à terra e iniciam atividades de agricultura. Por meio da conversão de energia solar em energia química arma- 18000 a 5000 a.C.500 000 a.C. SP L/ La tin st oc k SP L/ La tin st oc k 188 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! b z Moinho hidráulico e de vento – As forças da água e do vento, já utilizadas para a nave- gação marítima, passam a ser aproveitadas também para mover moinhos, economizan- do tempo e energia na trituração de grãos. Desde o final do século passado, a energia dos ventos vem reconquistando espaço na matriz energética mundial. Máquina a vapor – No século XVIII, o engenheiro e mecânico James Watt [1736-1819] construiu a primeira má- quina a vapor, grande alavanca para a Revolução Industrial. A busca do aumen- to da eficiência das máquinas a vapor le- vou ao surgimento da Termodinâmica e da Termoquímica. Radioatividade – A descoberta da radioati- vidade e de formas de controlá-la possibilitou o desenvolvimento de grandes usinas termo- nucleares, principal fonte de energia atual- mente. O risco de acidentes em grandes pro- porções e as dificuldades de se lidar com os rejeitos radioativos não permitiram que essa fonte de energia substituísse as anteriores. Alto-forno – Apesar dessa tecnologia já ser usada desde 1200 a.C., no século XIV au- menta a utilização do carvão vegetal como fonte de ener- gia, por causa de sua maior eficiência na combustão. Isso ampliou em muito a sua utili- zação na fundição de metais e na construção de diferentes utensílios, pela possibilidade de se alcançar temperaturas mais altas. Eletricidade – A inven- ção de meios para gerar eletricidade é um mar- co na história da produ- ção de energia. O adven- to dos motores elétricos modificou e continua modificando o modo e a qualidade de vida das pessoas. A Química foi de fundamental impor- tância para que a eletricidade se tornasse cada vez mais presente em nossas vidas. A Eletroquímica é a área dedicada ao estudo dos aspectos elétricos das reações químicas. séc. XIV séc. XVII séc. XVIII séc. XX100 a.C. Bi bl io te ca M un ic ip al d e Sã o Pa ul o Ri ca rd o A zo ur y/ O lh ar Im ag em Lu ci an a W hi ta ke r/O lh ar Im ag em He ly D em ut ti He ly D em ut ti FONTES DE ENERGIA E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA Energia solar direta – energia da radiação solar. Processos de transformação: Células fotovoltaicas (luz ( eletricidade) Aquecedor solar (luz ( calor) Eólica – energia do movimento das massas de ar (ventos). Processos de transformação: Aerogerador (mecânica ( eletricidade e mecânica) Marítima – energia do movimento de massas de água (ondas). Processos de transformação: Wavebob (energia cinética das ondas do mar ( eletricidade) Maremotriz (energia cinética das ondas da praia ( eletricidade) Maremotriz (energia potencial da diferença de mares ( eletricidade) Geotérmica – energia do calor interno da Terra. Processos de transformação: Gêiseres (calor ( eletricidade) Erupções vulcânicas (calor ( eletricidade) Fonte: ACIOLI, José de Lima. Fontes de energia. Brasília: Ed. UnB, 1994 (adaptado). Máquina a vapor – No século XVIII, o engenheiro e mecânico James Watt [1736-1819] construiu a primeira má- quina a vapor, grande alavanca para a Revolução Industrial. A busca do aumen- to da eficiência das máquinas a vapor le- vou ao surgimento da Termodinâmica e Radioatividade – A descoberta da radioati- vidade e de formas de controlá-la possibilitou o desenvolvimento de grandes usinas termo- nucleares, principal fonte de energia atual- mente. O risco de acidentes em grandes pro- porções e as dificuldades de se lidar com os rejeitos radioativos não permitiram que essa fonte de energia substituísse as anteriores. Eletricidade – A inven- ção de meios para gerar eletricidade é um mar- co na história da produ- ção de energia. O adven- to dos motores elétricos modificou e continua séc. XVII séc. XVIII séc. XX Lu ci an a W hi ta ke r/O lh ar Im ag em He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 189 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O norte-americano Coronel Drake encontrou petróleo no oeste da Pensilvânia. Ele utilizou uma máquina perfuratriz para a construção do poço, produzindo 19 barris por dia. Be tt m an n/ Co rb is O petróleo O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos e a sua utilização do petróleo como fonte energética mudou dras- ticamente a história da sociedade nos últimos 100 anos e assumiu o lugar de principal fonte de energia para diversos setores da economia. Conhecer um pouco dessa história permite compreender melhor nossa sociedade. O petróleo já era conhecido desde a Idade Antiga. No Egito, era utilizado para iluminação, impermeabilização de casas, construção de pirâmides, embalsamamento de corpos e como medicamento para o tratamento de cál- culos renais, escorbuto, cãibras, gota e reumatismo. Como as formas de extraí-lo não eram muito eficientes, era pouco utilizado como combustível. Somente na década de 1860, com a perfuração dos primeiros poços na Califórnia, Estados Unidos, o petróleo passou a ser explorado comercialmente. Inicialmente, somente querosene e lubrificantes eram aproveitados; a ga- solina obtida era jogada nos rios, misturada ao querosene ou simplesmente queimada. Posteriormente, a iluminação pública começou a ser fei- ta com lampiões a petróleo, em substituição a óleos ani- mais. No entanto, a grande revolução do petróleo ocorreu com a invenção dos motores de combustão interna e a pro- dução de automóveis em grande escala. Esse fato causou uma reviravolta e a gasolina passou a ser uma das frações mais importantes do petróleo. Hoje, estamos mergulhados na civilização do petróleo, que, além de ser uma fonte básica de combustível para os principais meios de transporte, é matéria-prima estra- tégica para boa parte dos materiais usados diariamente, como, por exemplo, roupas, calçados, tintas, detergentes e computadores. Sem energia, qualquer sociedade para! Por isso, é necessário aperfeiçoar processos de transformação de energia. Esses processos dependem da disponibilidade de fontes primá- rias de energia, de condições tecnológicas para a produção e, sobretudo, atualmente, dos efeitos ambientais decorrentes de sua utilização. Cr is Be rg er /O lh ar Im ag em Usina hidrelétrica de Itaipu (PR), 2007. He ly D em ut ti Painéis solares Ro gé rio R ei s/ O lh ar Im ag em Angra dos Reis (RJ), 2006. M au ric io S im on et ti/ Pu ls ar Im ag en s Osório (RS), 2008. O petróleo Sem energia, qualquer sociedade para! Por isso, transformação de energia rias de energia, de condições tecnológicas para a produção e, sobretudo, atualmente, dos efeitos ambientais decorrentes de sua utilização. Cr is Be rg er /O lh ar Im ag em Usina hidrelétrica de Itaipu (PR), 2007. Ro gé rio R ei s/ O lh ar Im ag em Angra dos Reis (RJ), 2006. M au ric io S im on et ti/ Pu ls ar Im ag en s Osório (RS), 2008. 190 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Estude mais E+ A utilização de petróleo como combustível e matéria-prima se expandiu muito. Como consequência, países consumidores – aqueles que consomem mais do que produzem – tornaram-se dependentes dos países produtores – aqueles que produzem mais do que consomem. Até o início da década de 1970, a exploração do petróleo nos países produtores era controlada por alguns países consumidores. Quando os países produtores do Oriente Médio resolveram tomar o controle da exploração e estabelecer o preço do barril de petróleo, surgiu a crise do petróleo (1973-1974). Essa crise impulsionou a sociedade consumidora a mudar seus hábitos e a buscar outras fontes de energia. Nos dias atuais, o desequilíbrio entre a produção e o consumo de petróleo ainda é grande e está associa- do a conflitos internacionais e má distribuição de rendas. Dado o elevado consumo do petróleo, o domínio de sua exploração tem sido fator de desenvolvimento das nações. Nesse processo, o Brasil tem enfrentado o desafio tecnológico na identificação de reservas pe- trolíferas e no processo de sua extração desenvolvendo técnicas sofisticadas de prospecção em grandes pro- fundidades marítimas. Em 2008, a Petrobras anunciou a descoberta de um gigantesco reservatório de petróleo e gás natural no litoral dos estados de Santa Catarina ao Espírito Santo. Essa jazida foi denominada pré-sal por estar localizada abaixo da camada de sal, no fundo do mar, a uma profundidade de cinco a sete quilômetros abaixo do nível do mar. Estima-se que essas reservas foram formadas pela decomposição de matéria orgânica, 100 milhões de anos atrás. Essa descoberta muda totalmente a posição do Brasil no atual quadro dos países detentores de reservas de petróleo. Atualmente, o Brasil é o quinto produtor entre os países americanos. Para a prospecção de petróleo em grandes profundidades no mar é necessária uma tecno- logia específica, a qual a Petrobras já domina há mui- to tempo, graças a investi- mentos tecnológicos.Macaé (RJ), 2002. Ri ca rd o A zo ur y/ Ty ba A utilização de petróleo como combustível e matéria-prima se expandiu muito. Como consequência, países consumidores – aqueles que consomem mais do que produzem – tornaram-se dependentes dos países produtores – aqueles que produzem mais do que consomem. Até o início da década de 1970, a exploração do petróleo nos países produtores era controlada por alguns países consumidores. Quando os países produtores do Oriente Médio resolveram tomar o controle da exploração e estabelecer o preço do barril de petróleo, surgiu a crise do petróleo (1973-1974). Essa crise impulsionou a sociedade consumidora a mudar seus hábitos e a buscar outras fontes de energia. Nos dias atuais, o desequilíbrio entre a produção e o consumo de petróleo ainda é grande e está associa- do a conflitos internacionais e má distribuição de rendas. Dado o elevado consumo do petróleo, o domínio de sua exploração tem sido fator de desenvolvimento das nações. Nesse processo, o Brasil tem enfrentado o desafio tecnológico na identificação de reservas pe- trolíferas e no processo de sua extração desenvolvendo técnicas sofisticadas de prospecção em grandes pro- Em 2008, a Petrobras anunciou a descoberta de um gigantesco reservatório de petróleo e gás natural no litoral dos estados de Santa Catarina ao Espírito Santo. Essa jazida foi denominada pré-sal por estar localizada abaixo da camada de sal, no fundo do mar, a uma profundidade de cinco a sete quilômetros abaixo do nível do mar. Estima-se que essas reservas foram formadas pela decomposição de matéria orgânica, 100 milhões de anos atrás. Essa descoberta muda totalmente a posição do Brasil no atual quadro dos países detentores de reservas de petróleo. Atualmente, o Brasil é C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 191 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O petróleo do pré-sal está localizado nos oceanos, numa profundidade de cerca de 6 000 m, depois de uma camada de deposição de rochas sedimentares geologicamente formada ao longo do tempo, como descreve a figura. Para retirá-lo é necessário alta tecnologia e grandes inves- timentos. O debate atual sobre a exploração desse petróleo não envolve somente questões técnicas, mas também econômicas, políticas e am- bientais. Afinal, frente ao aquecimento global, não deveríamos investir em outras fontes de energia menos poluentes? camada de sal na formação geológica dos oceanos, em muitas regiões houve a deposição de rochas sedimentares constituídas por diversos tipos de sais (carbonatos, sulfetos, boratos, cloratos) que ocorreu pela evaporação de águas oceânicas, depois foram cobertas por outras camadas de rochas (camada pós-sal). camada pré-sal área profunda onde o petróleo se encontra armazenado nos poros das rochas riser camada pós-sal a maior parte das reservas de petróleo e gás brasileiras se encontram nesta área oceano 2000 m 3000 m 4000 m 5000 m 6000 m plataforma J. Yu ji Nem sempre há equilíbrio entre consumo e produção de petróleo. Essa discrepância fez com que, no século passado, o petróleo se tornasse umas das principais moedas de troca entre as sociedades desenvolvidas tecnolo- gicamente. As disputas pelo domínio e controle do petróleo fizeram surgir guerras, derrubaram governos, leva- ram à invasão de países, entre outros conflitos. Analise os gráficos da próxima página e procure justificar alguns desses conflitos. Ocorre que todo esse desenvolvimento tecnológico tem data marcada para terminar, pois, apesar de estudos controversos, há um consenso de que as reservas globais de petróleo devem se esgotar nos próximos cem anos. Isso representa outro desafio tecnológico, o de substituir essa fonte de energia por outras que não esgotem em prazo tão curto. Nem sempre há equilíbrio entre consumo e produção de petróleo. Essa discrepância fez com que, no século passado, o petróleo se tornasse umas das principais moedas de troca entre as sociedades desenvolvidas tecnolo- gicamente. As disputas pelo domínio e controle do petróleo fizeram surgir guerras, derrubaram governos, leva- ram à invasão de países, entre outros conflitos. Analise os gráficos da próxima página e procure justificar alguns desses conflitos. Ocorre que todo esse desenvolvimento tecnológico tem data marcada para terminar, pois, apesar de estudos controversos, há um consenso de que as reservas globais de petróleo devem se esgotar nos próximos cem anos. Isso representa outro desafio tecnológico, o de substituir essa fonte de energia por outras que não esgotem em prazo tão curto. 192 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Principais consumidores de petróleo do mundo em 2007 Estados Unidos Coreia do Sul Arábia Saudita Reino Unido China Japão Rússia Índia Brasil França Irã ItáliaAlemanha Canadá México 20680 7565 5007 2820 2800 2456 2400 2365 2214 2210 2119 1950 1740 1708 1702 m il ba rr is p or d ia Principais exportadores de petróleo do mundo em 2007 Arábia Saudita Emirados Árabes Argélia Angola MéxicoRússia Noruega Irã Nigéria Iraque Cazaquistão CanadáKuwait LíbiaVenezuela 8038 7054 2507 2340 2326 2291 2082 1960 1907 1711 1584 1501 1381 1213 1057 m il ba rr is p or d ia O grande comércio de petróleo se dá devido às diferen- ças entre consumo e produção. Analise os gráficos e veja como se colocam os países nessas relações. Qual precisa vender, qual precisa comprar etc. Fonte: Energy Information Administration. Official Energy Statistics from the US Government. Fonte: . Acesso em: 07 fev. 2010. 6 879 milhões 3 309 milhões 698 mil 561 mil 520 mil 114 mil 154 mil 141 mil 3 477 milhões 1 833 milhão 2 613 milhões Trinidad e Tobago Outros países das Américas Central e do Sul VenezuelaArgentina Colômbia Equador PeruBrasilEstados Unidos Canadá México Total da América do Norte Total da América Central e do Sul Total da Europa e Eurásia Total do Oriente Médio Total da África Total da Ásia 13 665 milhões 6 633 milhões 17 835 milhões 25 176 milhões 10 318 milhões 7 907 milhões Principais importadores de petróleo do mundo em 2007 Estados Unidos Coreia do Sul Países Baixos ChinaJapão Índia CingapuraFrança Turquia Bélgica TailândiaItáliaAlemanha Espanha Taiwan 12224 4874 3653 2310 2184 1919 1879 1583 1533 967 907 901 645 617 607 m il ba rr is p or d ia Produção diária de barris de petróleo no ano de 2007 Produção de petróleo de alguns países em 2007, com destaque para os maiores pro- dutores americanos. O Brasil é o quinto pro- dutor americano, mas se aproximará do primeiro com a descoberta do pré-sal. J. Yu ji J. Yu ji Fonte: . Acesso em: 07 fev. 2010. 114 mil 154 mil 141 mil 2 613 milhões Trinidad e Tobago Outros países das Américas Central e do Sul VenezuelaPeru Total da América do Norte Total da América Central e do Sul Total da Europa e Eurásia Total do Oriente Médio Total da África Total da Ásia 13 665 milhões 6 633 milhões 17 835 milhões 25 176 milhões 10 318 milhões 7 907 milhões Produção diária de barris de petróleo no ano de 2007 Produção de petróleo de alguns países em 2007, com destaque para os maiores pro- . O Brasil é o quinto pro- dutor americano, mas se aproximará do primeiro J. Yu ji C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 193 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Álcool, o combustível brasileiro Como resultado de pesquisas que buscavam a substituição do petróleo como combustível surgiu o álcool etílico (etanol), substância presente em bebidas alcoólicas e com ampla aplicação na indústria, na área de saúde e no coti- diano das pessoas. Um das grandes vantagens da substância do petróleo pelo álcool como combustível está no ponto de vista ambien- tal. Há uma diferença entre a combustão do álcool e da gasolina. Como a gasolina é uma mistura de substâncias extraí- das do petróleo, a sua queima produz, além de dióxido de carbono, monóxido de carbono e vapor-d’água, uma série de outros gases nocivos ao ambiente. Já o álcool combustível é menos complexo, constituído basicamente pelas subs- tâncias etanol e água. Assim a combustão do álcool produz basicamente dióxido de carbono, monóxido de carbono e vapor-d’água. A combustão do álcool produz uma quantidade menor de monóxido de carbono. As primeiras tentativas de utilização do etanol como combustível datam do início do século passado. Entretanto, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi instituído em 1975. Colaborou para a implantação desse programa, além da escassez do petróleo, a crise internacional do açúcar, motivando o direcionamento da produção de cana-de-açúcar para a produção de álcool para fins combustíveis. Entre erros e acertos, pode-se considerar que o Programa Nacional do Álcool obteve algum saldo positivo, pois várias metas foram alcançadas, demonstrando o potencial da biomassa no Brasil, apesar de severas críticas que o programa sofreu. No Brasil, o álcool utilizado como combustível apresenta 96% de etanol e 4% de água. A diminuição da poluição do ar e a redução da dependência internacional são os principais benefícios do uso do álcool como combustível. Um carro a álcool polui 70% menos que um carro a gasolina. Um ponto negativo do Programa Nacional do Álcool foi a exagerada invasão da fronteira agrícola alimentar pelos superextensivos cana- viais, com mão de obra desprotegida de seus benefícios sociais: os boias-frias. Além disso, verificaram-se vários problemas de poluição ambiental provocados pela monocultura, com o uso intensivo de agrotóxicos e o lançamento do vinhoto nos rios. D el fim M ar tin s/ Pu ls ar Im ag en s D el fim M ar tin s/ Pu ls ar Im ag en s Sabino (SP), 2009. Lins (SP), 2009. O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e álcool, sendo que a cana-de-açúcar ocupa cerca de 9% da área cultivada no país, perdendo somente para o cultivo da soja e do milho. O emprego do álcool como combustível para veículos automotores colocou o Brasil em primeiro lugar na substi- tuição de derivados de petróleo para esse fim. Atualmente, cerca da metade dos veículos em circulação é ou pode ser movida pelos 17 bilhões e meio de litros produzidos anualmente. O vinhoto, inicialmente um grande problema do Proálcool, atualmente pode ser utilizado para produzir metano e fertilizantes. O bagaço pode ser utilizado em biodigestores para gerar energia elétrica ou como matéria-prima para pro- dução de diferentes bens de consumo. Outros aspectos positivos do Proálcool foram: grande potencial de produção devido a fatores climáticos; diminuição da dependência do petróleo; diminuição dos gastos com importações; e, na época, grandes investimentos em pesquisas. Entre os aspectos negativos, destacamos: o esgotamento do solo de muitas regiões; prejuízo aos cofres públicos devido a subsídios para incentivar o programa; exploração da mão de obra dos boias-frias (homens, mulheres e crian- ças) que são remunerados por tarefas, obrigando-os a jornadas extenuantes de trabalho. Álcool, o combustível brasileiro Como resultado de pesquisas que buscavam a substituição do petróleo como combustível surgiu o álcool etílico (etanol), substância presente em bebidas alcoólicas e com ampla aplicação na indústria, na área de saúde e no coti- diano das pessoas. Um das grandes vantagens da substância do petróleo pelo álcool como combustível está no ponto de vista ambien- tal. Há uma diferença entre a combustão do álcool e da gasolina. Como a gasolina é uma mistura de substâncias extraí- das do petróleo, a sua queima produz, além de dióxido de carbono, monóxido de carbono e vapor-d’água, uma série de outros gases nocivos ao ambiente. Já o álcool combustível é menos complexo, constituído basicamente pelas subs- tâncias etanol e água. Assim a combustão do álcool produz basicamente dióxido de carbono, monóxido de carbono e vapor-d’água. A combustão do álcool produz uma quantidade menor de monóxido de carbono. As primeiras tentativas de utilização do etanol como combustível datam do início do século passado. Entretanto, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi instituído em 1975. Colaborou para a implantação desse programa, além da escassez do petróleo, a crise internacional do açúcar, motivando o direcionamento da produção de cana-de-açúcar para a produção de álcool para fins combustíveis. Entre erros e acertos, pode-se considerar que o Programa Nacional do Álcool obteve algum saldo positivo, pois várias metas foram alcançadas, demonstrando o potencial da biomassa no Brasil, apesar de severas críticas que o programa sofreu. No Brasil, o álcool utilizado como combustível apresenta 96% de etanol e 4% de água. A diminuição da poluição do ar e a redução da dependência internacional são os principais benefícios do uso do álcool como combustível. Um carro a álcool polui 70% menos que um carro a gasolina. 194 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Estude mais E+ Apesar dos pontos positivos, a queda nos preços do petróleo e o crescimento da dívida dos produtores acaba- ram com o Proálcool. Com novas possibilidades de aumento nos preços do petróleo e seus derivados, a indústria automobilística tem investido em diferentes alternativas. Desde 2003, com o advento do carro flex fuel ou bicombustíveis, veículos que podem utilizar como combustível gasolina, álcool ou uma mistura destes, o mercado de etanol cresceu muito. Em 2009, mais de 80% dos veículos de passeio produzidos no Brasil foram do tipo flex. O programa brasileiro de uso de álcool como combustível obteve reconhecimento internacional como política de substituição do petróleo, recurso não renovável com reservas limitadas. Atual- mente, com a elevação de seu preço, seu uso está comprometido. Segundo a Folha Online, em 2007, a cana-de-açúcar respondeu por 16% da matriz energética brasileira, perdendo apenas para o petróleo e seus derivados, com 36,7%. A energia hidráulica caiu para o terceiro lugar, com 14% de importância. A le xa nd re T ok ita ka /P ul sa r I m ag en s He ly D em ut ti Debata e entenda 1. Cite as principais mudanças sociais ocorridas para cada período apresentado no texto “História da energia na civilização”, referente a novos processos tecnológicos de obtenção de energia. 2. Em sua opinião, analisando o gráfico sobre o consumo mundial de energia de 1980 a 2030, como deverá ser o consumo de energia em 2030? 3. Desde quando o petróleo é conhecido e como ele era utilizado no passado? 4. Cite duas importantes aplicações do petróleo para a nossa sociedade. 5. Por que há necessidade de buscar fontes de energia que substituam o petróleo? 6. Em sua opinião, quais os benefícios do Proálcool para o Brasil de hoje? 7. Que outras fontes, além da cana-de-açúcar, podem ser utilizadas na produção de etanol? 8. Do ponto de vista ambiental, quais as vantagens da utilização do álcool como combustível? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Combustão A maior parte da energia utilizada pelas sociedades modernas é obtida por meio da queima de combustíveis fós- seis. No entanto, isso tem provocado graves problemas ambientais, entre os quais o aquecimento global. Neste ca- pítulo, vamos estudar as variações de energia em reações químicas, sobretudo, em reações de combustão. O estudo dessas reações nos permitirá propor alternativas tecnológicas para obtermos melhor aproveitamento do potencial energético de diferentes combustíveis, gerando mais energia e menos poluição. Apesar dos pontos positivos, a queda nos preços do petróleo e o crescimento da dívida dos produtores acaba- Com novas possibilidades de aumento nos preços do petróleo e seus derivados, a indústria automobilística tem investido em diferentes alternativas. Desde 2003, com o advento do carro flex fuel ou bicombustíveis, veículos que flex fuel ou bicombustíveis, veículos que flex fuel podem utilizar como combustível gasolina, álcool ou uma mistura destes, o mercado de etanol cresceu muito. Em 2009, mais de 80% dos veículos de passeio produzidos no Brasil foram do tipo flex. He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 195 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A combustão está presente em um grande número de atividades realizadas pelas pessoas. He ly D em ut ti He ly D em ut ti A combustão é um tipo de reação química comum em diversas situações de nosso cotidiano. Parte dos alimentos que ingerimos, por exemplo, é preparada graças à combus- tão do gás de cozinha. Os veículos que nos levam à escola, ao trabalho etc. são movidos pela energia gerada pela quei- ma de combustíveis. Nas reações de combustão, as ligações químicas existentes nas moléculas do combustível são rompidas e os áto- mos se ligam a átomos de oxigênio, oriundos de moléculas de oxigênio. Isso é o que acontece também no nosso or- ganismo, mas de forma mais complexa, com os alimentos que ingerimos. Por isso, embora o processo de digestão seja tão diferente, falamos em queima de alimento e calculamos as calorias de cada um deles. No entanto, não são essas as reações que abordaremos neste momento. Para discutirmos os problemas ambientais, estamos interessados em alguns produtos importantes resultan- tes da combustão: os gases e as cinzas. Os gases resultam de combinações de átomos do combustível com áto- mo de oxigênio. As cinzas são os resíduos sólidos resultantes do processo. Elas são constituídas de substâncias cujos átomos não produziram gases, como é o caso de metais presentes na composição da madeira, mas sim substâncias sólidas. Para entender esse processo, vamos analisar dois tipos de combustão. Combustão completa, combustão incompleta e o ambiente Podemos dizer que combustão é uma reação rápida de uma substância ou material com oxigênio (O2), na qual há emissão de luz e calor. Esse tipo de reação ocorre sob condições que possibilitam uma maior interação do com- bustível com moléculas de oxigênio. Nesse caso, teremos uma reação de combustão completa. Todavia, há casos nos quais há menor interação da substância com moléculas de oxigênio não possibilitando a combustão completa, mas sim uma combustão incompleta. Para entender a diferença dessas reações, vamos analisar duas reações comuns em nossas casas: a queima do gás de cozinha e a queima de uma vela. O gás de cozinha, também denominado gás liquefeito de petróleo (GLP), é uma mistura de hidrocarbonetos que tem como principal componente o butano (C4H10). He ly D em ut ti He ly D em ut ti A combustão é um tipo de reação química comum em diversas situações de nosso cotidiano. Parte dos alimentos que ingerimos, por exemplo, é preparada graças à combus- tão do gás de cozinha. Os veículos que nos levam à escola, ao trabalho etc. são movidos pela energia gerada pela quei- ma de combustíveis. 196 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Ocorre combustão completa de hidrocarbonetos (substâncias que só possuem átomos de carbono e hidrogênio) quando há oxigênio suficiente para que todo combustível se transforme em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O). Nesse caso, a reação de queima completa do butano do gás de cozinha pode ser descrita pela equação: C4H10(g) + 13 2 O2(g) → 4CO2(g) + 5H2O(g) ∆H < 0 Nessa equação ,o símbolo ∆H representa a variação de entalpia. A entalpia é uma grandeza de extrema impor- tância para a Química. Como veremos neste capítulo, quando a variação de entalpia de uma reação é menor do que zero, há liberação de energia; quando essa variação é maior do que zero, há absorção de energia. Ao observarmos a combustão no fogão de nossas casas, notamos um tom azul bem claro na chama. A queima de uma vela, entretanto, produz uma chama amarelada com formação de uma fumaça escura, denominada fuligem. Essas diferenças ocorrem apesar de tanto a parafina (usada na fabricação da vela) quanto o gás GLP (consumido no fo- gão) serem constituídos por misturas de alcanos (tipo de hidrocarboneto que só possui ligação simples). Enquanto o gás de cozinha é constituído por moléculas de alcanos que possuem três ou quatro átomos de carbono, a parafina é uma mistura de alcanos cujas moléculas pos- suem de 20 a 36 átomos de carbono. Para entender o porquê da diferença de cores entre as chamas, vamos considerar a combustão da vela como sendo a combustão de um alcano cujas moléculas possuem 23 átomos de carbono. Para uma reação em que ocorra a combustão completa desse alcano, teríamos a se- guinte equação: C23H48(s) + 35O2(g) → 23CO2(g) + 24H2O(g) ∆H < 0 Pela equação acima, percebe-se que a combustão completa de uma molécula do alcano C23H48 vai requerer quase cinco vezes mais moléculas de oxigênio do que a quantidade necessária para a combustão completa de uma molécula de butano. Como o ar é uma mistura gasosa que possui cerca de 20% de oxigênio, a disponibi- lidade imediata de moléculas é insuficiente para realizar a combustão completa dos alcanos da parafina da vela, o que leva a uma combustão incompleta da parafina. Na combustão incompleta se produz água (H2O) e parte dos átomos de carbo- no dá origem a monóxido de carbono (CO) ou simplesmente carbono (C), também chamado de fuligem. Veja as equações de algumas reações que representam combustões incompletas: C23H48(s) + 47 2 O2(g) → 23CO(g) + 24H2O(g) ∆H < 0 C23H48(s) + 12O2(g) → 23C(s) + 24H2O(g) ∆H < 0 Embora ambas as reações de combustão completa e incompleta sejam exotérmicas (liberam energia), a segunda produz menor quantidade de energia (chama mais amarela- da) do que a primeira, além de gerar resíduos mais tóxicos. A combustão completa também pode ocorrer com outros combustíveis além de hidro- carbonetos, como no caso da combustão do etanol ilustrada a seguir: CH3CH2OH(l) + 2O2(g) → 2CO2(g) + H2O ∆H < 0 O dióxido de carbono produzido na combustão completa é um gás incolor, inodoro e 50% mais denso que o ar. Ele é razoavelmente solúvel em água, com a qual reage forman- do ácido carbônico (H2CO3). He ly D em ut ti Na combustão comple- ta do butano (gás de cozinha), a cor da chama possui tom azul. Durante a queima da vela, a reação não é com- pleta, como representa a equação ao lado. Por isso, há formação de fuligem, constituída apenas por áto- mos de carbono. He ly D em ut ti de hidrocarbonetos (substâncias que só possuem átomos de carbono e hidrogênio) quando há oxigênio suficiente para que todo combustível se transforme em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O). Nesse caso, a reação de queima completa do butano do gás de cozinha pode ser descrita pela equação: 4CO2(g) + 5H2O(g) ∆H < 0 H representa a variação de entalpia. A entalpia é uma grandeza de extrema impor- tância para a Química. Como veremos neste capítulo, quando a variação de entalpia de uma reação é menor do que zero, há liberação de energia; quando essa variação é maior do que zero, há absorção de energia. Ao observarmos a combustão no fogão de nossas casas, notamos um tom azul bem claro na chama. A queima de uma vela, entretanto, produz uma chama amarelada com formação de uma fumaça escura, denominada fuligem. Essas diferenças ocorrem apesar de tanto a parafina (usada na fabricação da vela) quanto o gás GLP (consumido no fo- gão) serem constituídos por misturas de alcanos (tipo de hidrocarboneto que só possui Enquanto o gás de cozinha é constituído por moléculas de alcanos que possuem três ou quatro átomos de carbono, a parafina é uma mistura de alcanos cujas moléculas pos- Para entender o porquê da diferença de cores entre as chamas, vamos considerar a combustão da vela como sendo a combustão de um alcano cujas moléculas possuem Para uma reação em que ocorra a combustão completa desse alcano, teríamos a se- He ly D em ut ti Na combustão comple- ta do butano (gás de cozinha), a cor da chama possui tom azul. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 197 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A concentração média de CO2 na atmosfera é 0,035% (0,035 g em 100 g de ar). Em elevadas concentrações tem efeito asfixiante, sendo a concentração máxima permitida para a permanência de pessoas no ambiente igual a 0,5% e para ambientes em que as pessoas têm presença temporária igual a 1,5%. Concentrações acima de 5% são consideradas perigosas e acima de 10% levam à inconsciência, podendo até provocar a morte por asfixia. Assim, ambientes onde pode haver a formação de dióxido de carbono proveniente da decompo- sição de matéria orgânica, fermentação, combus- tão, respiração de seres vivos etc. devem ser bem ventilados. Locais perigosos que podem oferecer risco por conta da elevada concentração de dió- xido de carbono são cavernas, cisternas e outros ambientes subterrâneos. Tenha sempre muito cui- dado ao entrar nesses locais. A combustão incompleta ocorre sempre que não há gás oxigênio em quantidade suficiente para a rea- ção. Assim, pode ocorrer também combustão in- completa com o butano, representada pela equação: C4H10(g) + 5 2 O2(g) → 4C(s) + 5H2O(g) butano oxigênio fuligem água Você já deve ter visto uma combustão incompleta em casa, quando o fogão a gás está produzindo uma chama amarela. Isso pode acontecer por dois motivos: ou a en- trada de ar não está sendo suficiente para fornecer a quantidade de oxigênio necessá- ria para queimar o butano ou este já acabou e os gases que estão sendo queimados são os de molé- culas maiores que ficam no fundo do botijão. Essa mistura final, rica em substâncias mais densas, de- mora mais a escapar e requer maior quantidade de oxigênio para queimar completamente. Nessas duas hipóteses, a chama fica amarelada e o fundo das panelas, preto, devido à fuligem resul- tante da combustão incompleta. Outro exemplo de combustão incompleta é o carro mal regulado. A fumaça preta que sai de um automóvel desregulado nada mais é do que a fuligem resultante de com- bustão incompleta. Fuja dela! A emissão de fuligem na atmosfera é uma das grandes responsáveis pelos danos ambientais e problemas respiratórios enfrentados nos gran- des centros urbanos. Os caminhões e os ônibus são movidos, em geral, pela combustão do óleo diesel. Os motores desses veículos, quando bem regulados e funcionando a altas temperaturas, fazem com que o combustível seja praticamente todo queimado, produzindo quase exclusivamente dióxido de carbono e vapor-d’água. Veículos menores, cujos motores queimam gasolina e álcool, quase não produzem fuligem, mas geram o monó- xido de carbono, o que praticamente não ocorre com caminhões e ônibus. O monóxido de carbono, produzido da combustão incompleta, é um gás incolor, inodoro e possui a propriedade química de combinar-se com a hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos do sangue, prejudicando o transporte de oxigênio para as células do corpo. Isso acontece porque a hemoglobina, que deveria se combinar com o oxigê- nio para transportá-lo para as células do corpo, fica comprometida com o monóxido de carbono. Além de provocar doenças como rinite, bronquite, pneumonia e asma, em altas concentrações essa contaminação pode até matar. Além do controle da regulagem de motores para que os motores fiquem em condição de fazer a combustão com- pleta, os químicos buscam controlar a eficiência dos combustíveis. Uma das formas é a adoção do índice de octanagem. Jim S ug ar /C or bi s Em cavernas profundas há necessidade de tubos de oxigênio, pois a elevada concentração de CO2 torna a atmosfera fatal. Tenha muito cuidado ao entrar em ambientes subterrâneos. A chama amarelada no fo- gão, exemplo de combus- tão incompleta, é sinal de alerta: o gás pode estar acabando. He ly D em ut ti A concentração média de CO2 na atmosfera é 0,035% (0,035 g em 100 g de ar). Em elevadas concentrações tem efeito asfixiante, sendo a concentração máxima permitida para a permanência de pessoas no ambiente igual a 0,5% e para ambientes em que as pessoas têm presença temporária igual a 1,5%. Concentrações acima de 5% são consideradas perigosas e acima de 10% levam à inconsciência, podendo até provocar a morte por asfixia. C4H10(g) + butano oxigênio fuligem água Você já deve ter visto uma combustão incompleta em casa, quando o fogão a gás Jim S ug ar /C or bi s Em cavernas profundas há necessidade de tubos de oxigênio, pois a elevada concentração de CO2 torna a atmosfera fatal. Tenha 198 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Octanagem: um índice para medir a eficiência da gasolina O melhor aproveitamento da energia liberada em motores a combustão requer o uso de aditivos, o controle da qualidade de combustíveis e regulagens que proporcionem misturas em quantidades adequadas. Um bom exemplo está no controle da eficiência da explosão da gasolina, por meio de um índice que os químicos chamam de octanagem. Os motores a combustão são desenvolvidos para utilizar quantidades específicas de mistura de ar-gasolina (gasolina vaporizada e ar) nos cilindros. Explosões sincronizadas nos pistões produzem movimentos sincronizados que são transferidos para eixos e polias e, depois, às rodas do automóvel, fazendo o veículo se movimentar. A gasolina é volátil e, vaporizada na presença de oxigênio, pode explodir. Entretanto, no motor, essa explosão tem de acontecer no momento adequado, para que ocorra uma sequência certa nos cilindros e permita produzir o movimento do eixo do motor. O processo é dinâmico, muito rápido e sincronizado. Desses fatores depende a potên- cia de um motor. Se a mistura de gasolina com ar explodir no momento errado, o motor não funcionará direito e a potência cairá. O segredo para o melhor funcionamento está em obter uma mistura de combustí- vel que não seja muito explosiva nem muito resistente à explosão. Para isso, os quími- cos desenvolveram um índice denominado octanagem. A determinação da octana- gem é feita comparando-se a resistência à explosão do combustível em análise com dois combustíveis puros de referência: o isoctano (daí o nome octanagem), resistente à explosão e cujo valor é 100; e o heptano, pouco resistente à explosão e que rece- be o valor zero. He ly D em ut ti A fumaça preta que sai do ônibus, resultado da combustão incomple- ta do óleo diesel, é muito prejudicial à saúde. O que poderia ser feito para que veículos mal regulados não circulassem? O octano é um dos consti- tuintes da gasolina que resis- te a uma maior compressão, antes de explodir. Para a determinação da resistência à explosão, utilizam-se motores de referência que possuem um só pistão e são resistentes a explosões. A gasolina é boa quando suporta grande compressão e somente queima quando a faísca provoca a ignição da mistura ar-combustível. A octanagem de combustíveis pode ser alterada pela utilização de aditivos. Por muito tempo foram utilizados como aditivos da gasolina o chumbo tetrametila Pb(C2H5)4 e o chum- bo tetraetila Pb(CH3)4. Entretanto, essas substâncias caíram em desuso por causar problemas ambientais quando lançadas na atmosfera. Os primeiros países a abandoná-las, em 1989, foram Brasil e Japão. Como a resistência à detonação do álcool é 1,3 vez maior do que a do octano, a adi- ção dessa substância à gasolina aumenta sua octanagem, melhorando as propriedades do combustível e evitando o uso de substâncias que contêm chumbo em sua composição. Esse é mais um dos motivos pelos quais nossa gasolina contém mais de 20% em volu- me de álcool. J. Yu ji Octanagem: um índice para medir a eficiência da gasolina O melhor aproveitamento da energia liberada em motores a combustão requer o uso de aditivos, o controle da qualidade de combustíveis e regulagens que proporcionem misturas em quantidades adequadas. Um bom exemplo está no controle da eficiência da explosão da gasolina, por meio de um índice que os químicos chamam de octanagem. Os motores a combustão são desenvolvidos para utilizar quantidades específicas de mistura de ar-gasolina (gasolina vaporizada e ar) nos cilindros. Explosões sincronizadas nos pistões produzem movimentos sincronizados que são transferidos para eixos e polias e, depois, às rodas do automóvel, fazendo o veículo se movimentar. A gasolina é volátil e, vaporizada na presença de oxigênio, pode explodir. Entretanto, no motor, essa explosão tem de acontecer no momento adequado, para que ocorra uma sequência certa nos cilindros e permita produzir o movimento do eixo do motor. O processo é dinâmico, muito rápido e sincronizado. Desses fatores depende a potên- cia de um motor. Se a mistura de gasolina com ar explodir no momento errado, o motor O segredo para o melhor funcionamento está em obter uma mistura de combustí- vel que não seja muito explosiva nem muito resistente à explosão. Para isso, os quími- octanagem. A determinação da octana- gem é feita comparando-se a resistência à explosão do combustível em análise com dois combustíveis puros de referência: o isoctano (daí o nome octanagem), resistente à explosão e cujo valor é 100; e o heptano, pouco resistente à explosão e que rece- O melhor aproveitamento da energia liberada em motores a combustão requer o uso de aditivos, o controle da qualidade de combustíveis e regulagens que proporcionem misturas em quantidades adequadas. Um bom exemplo está no controle da eficiência da explosão da gasolina, por meio de um índice que os químicos chamam de octanagem. Os motores a combustão são desenvolvidos para utilizar quantidades específicas de mistura de ar-gasolina (gasolina vaporizada e ar) nos cilindros. Explosões sincronizadas nos pistões produzem movimentos sincronizados que são transferidos para eixos e polias A gasolina é volátil e, vaporizada na presença de oxigênio, pode explodir. Entretanto, He ly D em ut ti A fumaça preta que sai do ônibus, resultado da combustão incomple- ta do óleo diesel, é muito prejudicial à saúde. O que poderia ser feito para que veículos mal regulados não circulassem? C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 199 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Os gases poluentes da combustão Como vimos, a combustão é uma das principais fontes geradoras de energia. Cerca de 90% dos gases liberados na atmosfera, resíduos de atividades humanas, originam-se de reações de combustão produzidas, em sua grande maioria, por veículos automotivos e atividades industriais. A nossa sociedade consome muita energia e, consequentemente, produz enorme quantidade de poluição. A quantidade de fumaça despejada na atmosfera é tão grande que preocupa a comunidade científica que estuda o ambiente. Além de causar danos à saúde humana, esses gases provocam a deterioração de diversos materiais, como couro, borracha, materiais sintéticos, tecidos, pigmentos, papel, metais, entre outros. Essa deterioração exige manutenção frequente dos equipamentos, levando muitas vezes à necessidade de conserto e substituição de peças. Além do dióxido e do monóxido de carbono, outros gases são produzidos na queima de combustíveis fósseis. O carvão, a gasolina e o óleo diesel, entre outros, são combustíveis fósseis originados da decomposição de or- ganismos vivos. Por isso, possuem em sua constituição pequenas quantidades de substâncias que contêm átomos de enxofre. A queima dessas substâncias libera gases que, em contato com o oxigênio do ar e o vapor de água, dão origem ao ácido sulfúrico, uma das substâncias responsáveis pelas chuvas ácidas. A reação de formação do ácido sulfúrico pode ser descrita pelas equações: SO2(g) + 1 2 O2(g) → SO3(g) SO3(g) + H2O(g) → H2SO4(aq) O crescente aumento do uso de combustíveis fósseis tem levado a um aumento da concen- tração de gases de dióxido de enxofre na atmosfera, agravando o problema de chuva ácida. Qual desses combustíveis é mais poluente? Cada chu maço de algodão foi colocado, por 5 minutos, na saída do cano de escapamento de três carros, movidos a diferentes combust í ve is : á lcoo l , gasolina e óleo diesel. Será que dá para dizer a qual dos carros corresponde cada chumaço de algodão? He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti J. Yu ji Outro fator que contribui muito para a poluição do ar é a falta de regulagem dos motores automotivos. Um motor mal regulado não fornece misturas adequadas de ar-combustível, favorecendo a combustão incompleta que gera o gás tóxico monóxido de carbono (CO) e a fuligem (C). Os motores devem ser bem regulados para que produ- zam menor quantidade de poluentes e consumam menos combustível. Os gases poluentes da combustão Como vimos, a combustão é uma das principais fontes geradoras de energia. Cerca de 90% dos gases liberados na atmosfera, resíduos de atividades humanas, originam-se de reações de combustão produzidas, em sua grande maioria, por veículos automotivos e atividades industriais. A nossa sociedade consome muita energia e, consequentemente, produz enorme quantidade de poluição. A quantidade de fumaça despejada na atmosfera é tão grande que preocupa a comunidade científica que estuda o ambiente. Além de causar danos à saúde humana, esses gases provocam a deterioração de diversos materiais, como couro, borracha, materiais sintéticos, tecidos, pigmentos, papel, metais, entre outros. Essa deterioração exige manutenção frequente dos equipamentos, levando muitas vezes à necessidade de conserto e substituição de peças. Além do dióxido e do monóxido de carbono, outros gases são produzidos na queima de combustíveis fósseis. O carvão, a gasolina e o óleo diesel, entre outros, são combustíveis fósseis originados da decomposição de or- ganismos vivos. Por isso, possuem em sua constituição pequenas quantidades de substâncias que contêm átomos de enxofre. A queima dessas substâncias libera gases que, em contato com o oxigênio do ar e o vapor de água, dão origem ao ácido sulfúrico, uma das substâncias responsáveis pelas chuvas ácidas. A reação de formação do ácido sulfúrico pode ser descrita pelas equações: SO2 SO3(g) + H Cada chu maço de algodão foi colocado, por 5 minutos, na saída do cano de escapamento de três 200 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Química e Sociedade Química e QSQSSQSS& Com relação à quantidade de combustível consumida, vejamos o exemplo da combustão do álcool combustível, cujo principal constituinte é o etanol. As equações a seguir representam duas possíveis reações de combustão do etanol. 1) C2H5OH(l) + 2O2(g) → 2CO(g) + 3H2O(l) 2) C2H5OH(l) + 3O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(l) Observando as equações, é possível constatar que a combustão completa (2a equação) consome maior quantidade de oxigênio do que a combustão incompleta (1a equação), para uma mesma quantidade de etanol. O grá- fico ao lado representa a variação energética de combus- tão completa e incompleta. A análise dele nos fornece um bom motivo para que os motores estejam bem regulados. Embora muitos possam imaginar que carvão só ser- ve para fazer churrasco, seu consumo no Brasil é elevado. Um dos maiores consumidores dessa fonte energética é a siderurgia, que consome, anualmente, cerca de 3,5 mi- lhões de toneladas de carvão vegetal. O carvão é matéria-prima essencial por ter função dupla: como combustível que aquece os altos-fornos e como reagente que consome o oxigênio do minério (Fe2O3) na produção do metal (Fe). Além da análise do teor calorífico do carvão, devemos levar em conta seu custo ambiental e social. Apesar da grande vantagem de ser uma fonte renovável, a existên- cia de carvoarias ilegais estão associadas a diversos problemas: o desmatamento ilegal; o despejo na atmosfera de grandes quantidades de gases e resíduos tóxicos; as péssimas condições às quais são submetidos os trabalhadores, chegando ao trabalho escravo; e a prática de trabalho infantil. A combustão incompleta produz gases mais tóxicos e gera menos energia, sendo, portanto, desaconselhável em todos os sentidos. O carvão vegetal é um combustível barato, abundante e renová- vel. O processo de obtenção em carvoarias artesanais leva a vários problemas, como as condições dos trabalhadores que ficam em gran- de situação de risco. Infelizmente, o trabalho infantil ainda é uma prática comum em diversas regiões do Brasil. Trabalhando nas carvoarias, as crianças deixam de frequentar a escola, se expõem a um enor- me risco físico que lhes causa diversos ferimentos, frequentam ambientes altamente insalubres e não têm tempo para brincar. Ou seja, são furtadas de seu direito de ser criança. He ly D em ut ti D M 9D D B/ U ni ce f O controle da combustão incompleta é tão importante que chega a ser política de governo. No Brasil, desde 1993, há legislação sobre a redução de emissão de poluentes por veículos automotores. Essa lei obriga os fabricantes de au- tomóveis a produzirem veículos que emitam menores quantidades de gases (CO, NOx, hidrocarbonetos e aldeídos) e material particulado (fuligem). Cabe destacar que essas metas são possíveis somente via investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias. É por isso que os veículos atuais, apesar de utilizarem motores mais potentes, conso- mem menor quantidade de combustível e poluem menos. Essa diferença tecnológica pode ser comparada por meio de algumas características de duas gerações de um mesmo veículo, como mostram os dados a seguir. combustão incompleta combustão completa Tempo En er gi a Com relação à quantidade de combustível consumida, vejamos o exemplo da combustão do álcool combustível, cujo principal constituinte é o etanol. As equações a seguir representam duas possíveis reações de combustão do etanol. OH(l) + 2O2(g) → 2CO(g) + 3H2O(l) OH(l) + 3O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(l) lhões de toneladas de carvão vegetal. O carvão é matéria-prima essencial por ter função dupla: como combustível que aquece os altos-fornos e como reagente que consome o Além da análise do teor calorífico do carvão, devemos levar em conta seu custo ambiental e social. Apesar da grande vantagem de ser uma fonte renovável, a existên- A combustão incompleta produz gases mais tóxicos e gera menos energia, sendo, portanto, desaconselhável em todos os sentidos. combustão incompleta combustão completa Tempo En er gi a C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 201 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Ocorre que não basta ter legislação para que o desenvolvimento tecnológico propicie melhores condições ambientais. Por exemplo, no Brasil foi desenvolvido um programa e uma legislação para me- lhorar a qualidade do óleo diesel. Apesar disso tudo, os fabricantes e a Petrobras não investiram o suficiente para alcançar as metas estabelecidas em 2002, segundo as quais, até 2009, o diesel de- veria ter, no máximo, 50 partes de enxofre por milhão (ppm) – o chamado diesel S-50. As metas não foram cumpridas e, em vez de penalizar os responsáveis, adiou-se o prazo para atingi-las. Dessa forma, o país continuou a queimar um tipo de óleo diesel que libe- ra na atmosfera muito mais partículas de enxofre do que deveria. Resultado, o óleo diesel brasileiro permaneceu por um longo tempo como um dos piores do mundo, tanto em rendimento energético quanto em emissão de enxofre. Em termos de produ- ção de monóxido de carbono e de óxido nitroso, o óleo diesel não polui mais do que a gasolina ou o álcool em veículos bem regulados, todavia, o seu problema está na elevada emissão de material particulado, como a fuligem que se de- posita nos pulmões e provoca câncer. Além disso, o óleo diesel gera uma grande quantidade de enxofre que provoca diversas doenças respiratórias, causando a morte de milhares de pessoas que residem em grandes centros urbanos. FUSCA 1.5 Ano 1984 Combustível Álcool Peso 801 kg Cilindrada 1 584 cc Aceleração 0-100 km/h 17,16 s Velocidade máxima 135,8 km/h Potência 57 cv a 4 200 rpm Consumo urbano 6,88 km/L Debata e entenda 1. Que critérios devemos adotar na seleção de um combustível? 2. De que modo os carros com motores desregulados afetam o ambiente? 3. Como os químicos podem contribuir para a redução dos efeitos ambientais da queima de combustíveis? 4. Relacione medidas que poderiam ser adotadas pela po- pulação em geral, pelo governo, pelos empresários e pelos institutos de pesquisa de ciência e tecnologia para diminuir a poluição atmosférica oriunda dos automóveis. 5. Explique como o monóxido de carbono impede o transporte de oxigênio para as células do corpo. 6. Do ponto de vista ambiental, qual a vantagem de utilizar o álcool como combustível? 7. Cite atitudes que os proprietários de automóveis de- vem adotar para diminuir a poluição atmosférica. 8. Cite duas importantes aplicações do petróleo para a nossa sociedade. 9. Quais são os produtos da combustão de hidrocarbonetos? 10. Enumere as vantagens e desvantagens do uso dos seguintes combustíveis: lenha, carvão vegetal, carvão mineral, gasolina e álcool. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Apesar de ser mais pesado, o Novo Fusca é mais potente, veloz e econômico, além de emitir menos gases poluentes do que o Fusca 1.5 que o originou, que é 28 anos mais antigo do que ele. He ly D em ut ti NOVO FUSCA 2.0 Ano 2012 Combustível Gasolina Peso 1 364 kg Cilindrada 1 984 cc Aceleração 0-100 km/h 7,5 s Velocidade máxima 223 km/h Potência 200 cv a 5 200 rpm Consumo urbano 13,17 km/L 2012 Ra do sl aw L ec yk /S hu tt er st oc k Não adianta regular os motores a diesel se o combustível usado não for de boa qualidade, pois este lançará na atmosfera uma grande quantidade de gases de enxofre e de material par- ticulado. Melhorar a qualidade do diesel brasileiro é uma meta que há muito tempo deveria estar sendo cumprida. He ly D em ut ti Ocorre que não basta ter legislação para que o desenvolvimento tecnológico propicie melhores condições ambientais. Por exemplo, no Brasil foi desenvolvido um programa e uma legislação para me- lhorar a qualidade do óleo diesel. Apesar disso tudo, os fabricantes e a Petrobras não investiram o suficiente para alcançar as metas estabelecidas em 2002, segundo as quais, até 2009, o diesel de- FUSCA 1.5 Ano Combustível Álcool Peso 801 kg Cilindrada 1 584 cc Aceleração 0-100 km/h 17,16 s Velocidade máxima 135,8 km/h Potência 57 cv a 4 200 rpm Consumo urbano 6,88 km/L Apesar de ser mais pesado, o Novo Fusca é mais potente, veloz e econômico o originou, que é 28 anos mais antigo do que ele. He ly D em ut ti Ano Aceleração 0-100 km/h Velocidade máxima He ly D em ut ti 202 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1984 Álcool He ly D em ut ti 1 TERMOQUÍMICA E CALOR O ramo da Física que estuda as relações das transformações com a transferência de calor é a Termodinâmica, palavra criada a partir de "termo", que se relacio- na a calor, e "dinâmica", que se relaciona a movimento ou mudanças. A área de estudo da Termodinâmica ampliou-se, englobando os processos físicos relacionados à energia. Nessa área, foram desenvolvidas leis que permitem prever se determinados sistemas materiais, como, por exemplo, um novo combustível na presença de faísca em um motor, poderão ou não reagir. O estudo termodinâmico das transformações químicas é desen- volvido por uma área da Termodinâmica conhecida como Termoquímica. O estudo da Termoquímica está relacionado aos processos de queima dos combustí- veis fósseis que são a principal fonte de energia da sociedade atual. Assim, o estudo des- te capítulo vai nos ajudar a compreender o processo de obtenção de energia de reações químicas. Neste estudo, vamos iniciar discutindo o conceito de calor. O que é energia? Esse é um conceito complexo. Na bus- ca de máquinas a vapor mais eficientes, no século XVIII, os fí- sicos definiram energia como a capacidade de realizar tra- balho. Mais recentemente, considera-se energia aquilo que deve ser fornecido ou retirado de um sistema – parte do universo em estudo – para movimentá-lo ou transformá-lo. Ri ca rd o A zo ur y/ O lh ar Im ag em Tiradentes (MG). A vegetação das florestas constitui um sistema onde solo, energia solar, água e diversos fatores interagem, mantendo um equilíbrio. Falta de chuva e altas temperaturas podem provocar desequilíbrios, secando folhas e partes das árvores e facilitando o aparecimento de queimadas. Ao serem queimadas, as árvores passam por combus- tão e transformam-se, gerando o carvão, as cinzas e os gases que fogem para a atmosfera. Essas transformações são estudadas pela Termoquímica. He ly D em ut ti Salto das Orquídeas, em Sapopema (PR), 2007. Equilíbrio térmico e o princípio zero da Termodinâmica De onde surge a energia da combustão? Pense Há milênios o fogo é usado tanto para iluminar como para aquecer residências e abri- gos. Ele é o resultado da reação química entre diferentes combustíveis e o gás oxigênio. Muitas pessoas acreditam que a combustão é o fogo observado, por exemplo, na quei- ma da madeira em uma fogueira. No entanto, cientificamente, a combustão é a reação entre o combustível e o comburente, o oxigênio. O fogo observado é, na verdade, o calor liberado pela reação. Esse calor liberado pode também ser convertido em outros tipos de energia, como ocorre, por exemplo, nas usinas termelétricas. TERMOQUÍMICA E CALOR ramo da Física que estuda as relações das transformações com a transferência , palavra criada a partir de "termo", que se relacio- na a calor, e "dinâmica", que se relaciona a movimento ou mudanças. A área de estudo da Termodinâmica ampliou-se, englobando os processos físicos relacionados à energia. Nessa área, foram desenvolvidas leis que permitem prever se determinados sistemas materiais, como, por exemplo, um novo combustível na presença de faísca em um motor, poderão ou não reagir. O estudo termodinâmico das transformações químicas é desen- volvido por uma área da Termodinâmica conhecida como Termoquímica. O estudo da Termoquímica está relacionado aos processos de queima dos combustí- veis fósseis que são a principal fonte de energia da sociedade atual. Assim, o estudo des- te capítulo vai nos ajudar a compreender o processo de obtenção de energia de reações químicas. Neste estudo, vamos iniciar discutindo o conceito de calor. He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 203 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Há muito tempo o homem aprendeu a utilizar o fogo para aquecer-se. Ainda hoje é comum essa prática em épocas frias. O conceito de calor está associado a processos de nosso cotidiano, levando-nos a diferentes ideias sobre ele. Para chegarmos ao conceito científico de calor, vamos relem- brar algumas experiências cotidianas relacionadas a esse conceito. Quando tocamos um objeto frio de metal, temos sensação térmica maior do que se tocássemos um objeto de madeira, apesar de os dois estarem à mesma temperatura. Como isso é possível? Um ferreiro aquece o metal para poder moldá-lo com mais faci- lidade. Depois, para esfriá-lo, coloca-o dentro da água, que chega a ferver. Em segui- da, pode tocá-lo porque estará mais frio, embora a água tenha aquecido um pouco. Em festas, é comum colocar refrigerantes em caixas de isopor com gelo. O refrigerante gela e o gelo derrete. A explicação para esses processos está vinculada a uma constatação básica da Termodinâmica que ficou conhecida como princípio zero. Esse princípio está basea- do no fato de que, quando dois corpos estão em contato, há transferência de calor de um para o outro, até os dois atingirem um estado de mesma temperatura, chama- do equilíbrio térmico. Assim, podemos dizer que: O princípio zero da Termodinâmica estabelece que quando dois sistemas são colocados em contato térmico eles atingem um estado de equilíbrio no qual apresentam a mesma temperatura. SP L/ La tin st oc k Ro na ld o Be rn ar di /A gê nc ia R BS /A E Ao receber calor do fogo, o ferro pode ser mol- dado com maior facili- dade. Após ceder o calor para o ambiente, volta a ficar rígido. G er so n G er lo ff/ Pu ls ar Im ag em O que é calor? Pense A energia liberada durante a combustão está associada à diferença de energia entre produtos e reagentes e é conhecida como energia química. Dessa forma, podemos dizer que as transformações químicas estão associadas a processos de transforma- ção de energia. Ou seja, às reações químicas estão associadas duas transformações: a transformação dos constituintes das substâncias em outras substâncias e a liberação ou a absorção de energia. Quando ocorre uma combustão, a temperatura na vizinhança aumenta. Esse aumen- to significa que houve uma transferência de energia do sistema químico em combustão para o ambiente. Quando há troca de energia entre sistemas, acompanhada de variação de temperatura, chamamos essa energia de calor ou energia térmica. Assim, podemos dizer que na combustão há variação de energia térmica, pois há liberação de calor. Há muito tempo o homem aprendeu a utilizar o fogo para aquecer-se. Ainda hoje é comum essa prática em épocas frias. SP L/ La tin st oc k G er so n G er lo ff/ Pu ls ar Im ag em A energia liberada durante a combustão está associada à diferença de energia entre produtos e reagentes e é conhecida como dizer que as transformações químicas estão associadas a processos de transforma- ção de energia. Ou seja, às reações químicas estão associadas duas transformações: a transformação dos constituintes das substâncias em outras substâncias e a liberação ou a absorção de energia. Quando ocorre uma combustão, a temperatura na vizinhança aumenta. Esse aumen- to significa que houve uma transferência de energia do sistema químico em combustão 204 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O que esse princípio prevê é a transferência térmica entre vizinhanças de um sistema. Aqui empregamos um termo importante usado no estudo da termodinâmica: sistema, conceito esse associado a outros termos importantes, como vizinhança e fronteira, os quais são definidos em Termodinâmica como: Sistema é a porção do Universo cujas propriedades estão em estudo. Vizinhança é a região que envolve o sistema. Fronteira é a região que separa o sistema da vizinhança. Pode ser isolante ou não. O tipo da fronteira é que determina a relação de troca do sistema com a vizinhan- ça. Se a fronteira permitir a troca de energia e matéria, temos um sistema aberto. Como exemplo, podemos considerar uma xícara de café. Ela é um sistema aberto que permite a troca com a vizinhança de calor (esquenta a mão que tocar no fundo da xícara) e ma- téria (libera vapores-d’água e substâncias voláteis que dão o cheiro agradável de café). Se a fronteira não permite a troca com a vizinhança nem de energia nem de matéria, temos um sistema isolado, como, por exemplo, uma garrafa térmica fechada. Finalmente, se a fronteira não permite a troca de matéria, mas permite a troca de calor, temos um siste- ma fechado, como, por exemplo, uma lata de refrigerante lacrada (conserva o líquido e os gases no recipiente, mas esfria e esquenta conforme a temperatura de sua vizinhança). No decorrer de nosso estudo, veremos aplicações desses conceitos. Para avaliarmos a eficiência dos combustíveis, precisamos medir a variação de calor associada à queima destes. Para saber como essas medições são feitas, vamos estudar o conceito de calor. O conceito de calor O corpo humano é dotado de um metabolismo que mantém o organismo em uma temperatura praticamente constante. Isso ocorre devido a uma série de reações químicas que ocorrem com as substâncias presentes nos alimentos. Quando esse metabolismo é alterado, por exemplo, por uma infecção, a temperatura do corpo aumenta. Quando estamos em uma região fria, a circulação sanguínea na superfície da nossa pele aumenta para compensar a transferência de calor do nosso corpo para o ambiente, evitando que a temperatura corporal abaixe. Nessa situação, moléculas de carboidratos são queimadas, liberando energia em nosso organismo para compensar a energia trans- ferida ao ambiente. Por isso é comum sentirmos mais fome no frio do que no calor. Já quando estamos em uma região quente, nosso corpo precisa perder energia para compensar a energia recebida do ambiente. Quando transpiramos, nosso corpo cede calor para o líquido evaporar e resfria-se. Assim, nossa temperatura corporal diminui. Por causa das reações internas que liberam energia, nosso organismo geralmente tem uma temperatura mais elevada que a do ambiente, salvo em ambientes muito quentes. Conhecendo esse princípio de troca de calor no corpo humano, podemos colaborar para abaixar a temperatura de uma pessoa que está com febre alta, enquanto um anti- térmico ainda não produziu efeito, encaminhando-a para um banho frio ou colocando uma toalha molhada sobre seu corpo. Os materiais metálicos e a madeira não possuem metabolismo interno. Por isso, tendem a ficar em equilíbrio térmico com o ambiente, isto é, apresentam temperatura igual à do ambiente. Para que o café não esfrie, é necessário que seja iso- lado termicamente. A gar- rafa térmica possibilita esse isolamento por cau- sa do dispositivo de vidro existente em seu interior, que dificulta a transferên- cia de calor. Já com a tem- peratura do café na xícara, sabemos o que acontece... He ly D em ut ti O que esse princípio prevê é a transferência térmica entre vizinhanças de um sistema. Aqui empregamos um termo importante usado no estudo da termodinâmica: sistema, conceito esse associado a outros termos importantes, como vizinhança e fronteira, os é a porção do Universo cujas propriedades estão em estudo. é a região que envolve o sistema. é a região que separa o sistema da vizinhança. Pode ser isolante ou não. O tipo da fronteira é que determina a relação de troca do sistema com a vizinhan- ça. Se a fronteira permitir a troca de energia e matéria, temos um sistema aberto. Como exemplo, podemos considerar uma xícara de café. Ela é um sistema aberto que permite a troca com a vizinhança de calor (esquenta a mão que tocar no fundo da xícara) e ma- téria (libera vapores-d’água e substâncias voláteis que dão o cheiro agradável de café). Se a fronteira não permite a troca com a vizinhança nem de energia nem de matéria, temos , como, por exemplo, uma garrafa térmica fechada. Finalmente, se a fronteira não permite a troca de matéria, mas permite a troca de calor, temos um siste- , como, por exemplo, uma lata de refrigerante lacrada (conserva o líquido e Para que o café não esfrie, é necessário que seja iso- lado termicamente. A gar- rafa térmica possibilita esse isolamento por cau- sa do dispositivo de vidro existente em seu interior, que dificulta a transferên- cia de calor. Já com a tem- peratura do café na xícara, sabemos o que acontece... He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 205 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A sua mão que estava mergulhada na água quente vai transferir calor para a água que está a uma temperatura menor que ela. Essa saída de calor de sua mão vai provocar uma sensação de frio. Já a mão que estava mergulhada na água gelada vai receber calor da água que está a uma temperatura maior do que a sua mão. Essa transferência de ca- lor da água para a sua mão vai lhe provocar a sensação de que ela está ficando quente. Os termos “quente“, “frio“ e “calor“ têm diferentes significados na ciência e em nosso dia a dia. “Quente“ pode significar “em temperatura mais elevada” ("o ferro está quente"), “que transmite calor” ("sol quente") ou “que tem propriedade de conservar calor” (tecido quente). “Frio“, da mesma forma, pode significar “em temperatura mais baixa” ou “que tem a propriedade de não conservar calor”. Já “calor“ pode significar “qualidade do que é quente” ("o calor do sol", "o calor da lareira") ou “sensação que se experimenta em ambiente aquecido”. Por isso, enquanto se diz corriqueiramente que um material de madeira é mais quente do que o de metal, na linguagem científica se diz que a madeira conserva durante um tempo maior mais calor do que o metal. Assim, quando você diz que sente mais calor ao tocar um objeto de madeira do que ao tocar um objeto metálico, na realidade o que você está que- rendo dizer é que a transferência de energia é mais rápida quando se toca o objeto metálico. Em Ciência, a linguagem deve ser precisa e os termos devem ter significados claros. Por isso, no estudo da Termodinâmica, os significados de “frio“ e “quente“ decorrem da comparação da temperatura de dois ou mais sistemas. A temperatura mais baixa corres- ponde ao frio e a mais alta, ao quente. “Calor“ é definido como a transferência de energia térmica entre corpos de temperatu- ras diferentes. Assim, podemos dizer que em uma noite fria a nossa mão está mais quente do que o metal e a madeira, e que esses objetos estão à mesma temperatura. Na linguagem científica, dizemos que, ao segurarmos em uma noite fria um metal e um pedaço de madeira, o sistema atinge um equilíbrio térmico em que há transferência de calor da mão para o metal e para a madeira. Dizemos ainda que a madeira é um iso- lante térmico melhor do que o metal, pois ela não permite transferência de calor muito rápida com as suas vizinhanças. Calor (Q) é uma forma de energia que se transfere de um sistema a outro como resultado da diferença de temperatura entre eles. He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti Se você colocar uma mão dentro de um recipiente com água fria e a outra mão em um recipiente com água quente, e após uns três minutos colocar as duas mãos ao mes- mo tempo dentro de um recipiente com água na temperatura ambiente, qual será a sen- sação térmica que você vai sentir em cada mão? Justifique. Pense Água gelada. Água na temperatura ambiente. Água quente. Quando seguramos objetos feitos com esses materiais, há troca de energia térmica entre os corpos até que se estabeleça um equilíbrio térmico. Como os metais são bons condutores térmicos, a taxa de transferência dessa energia com nosso corpo é muito mais rápida do que a taxa de transferência com a madeira. A energia que flui de um corpo mais quente para um corpo mais frio é chamada calor. He ly D em ut ti Muitas pessoas acham que tomar bebidas frias em recipientes de alu- mínio é bom porque ficam mais frias. Estão engana- das. Embora pareçam mais frios quando segurados, esses recipientes têm uma desvantagem: a bebida “esquenta” mais depressa. A sua mão que estava mergulhada na água quente vai transferir calor para a água que está a uma temperatura menor que ela. Essa saída de calor de sua mão vai provocar uma sensação de frio. Já a mão que estava mergulhada na água gelada vai receber calor Se você colocar uma mão dentro de um recipiente com água fria e a outra mão em um recipiente com água quente, e após uns três minutos colocar as duas mãos ao mes- mo tempo dentro de um recipiente com água na temperatura ambiente, qual será a sen- sação térmica que você vai sentir em cada mão? Justifique. PensePensePensePensePensePensePensePensePensePense Água gelada Quando seguramos objetos feitos com esses materiais, há troca de energia térmica entre os corpos até que se estabeleça um equilíbrio térmico. Como os metais são bons condutores térmicos, a taxa de transferência dessa energia com nosso corpo é muito mais rápida do que a taxa de transferência com a madeira. A energia que flui de um corpo mais quente para um corpo mais frio é chamada 206 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Se você colocar um objeto dentro de uma geladeira, ele ficará mais frio porque per- derá calor para a geladeira. O calor irá sempre se transferir para o objeto mais frio, ou seja, de menor temperatu- ra, até ser atingido o estado de equilíbrio térmico, no qual ambos têm a mesma tempe- ratura. Em outras palavras, o material mais quente sempre perde calor e esfria, enquanto o material mais frio sempre recebe calor e esquenta. De acordo com o Sistema Internacional de Medidas – SI –, a unidade-padrão para medir energia é o joule, cujo símbolo é J. Essa unidade é uma homenagem ao engenheiro in- glês James Prescott Joule [1818-1889] por ter determinado a relação entre energia e calor. Por definição, o joule é 1 J = 1 kg m2/s2 que corresponde à quantidade de energia cinética presente em um objeto de 2 kg que se move a 1 m/s. Utilizando a equação que relaciona energia com massa em movimento: E mvc = 1 2 2 , temos: E kg m s kg m s Jc / /= ⋅ ( ) = =12 2 1 1 1 2 2 2 Outra unidade comumente empregada para quantificar energia é a caloria, que tem cal como símbolo. Originalmente, essa unidade foi definida como a quantidade de energia ne- cessária para elevar em 1 °C a temperatura de 1 g de água. Com a adoção do SI, a caloria passou a ser definida como sendo exatamente: 1 cal = 4,184 J A unidade caloria e seus múltiplos são muito utilizados para expressar o valor energéti- co de alimentos. Entretanto, cuidado para não confundir: a caloria nutricional dos alimen- tos é grafada Caloria (C maiúsculo), com símbolo Cal, e equivale a 1000 cal, ou 1 kcal. C:    C omo tudo muda na Ciência, em busca de ideias mais precisas, o signifi-cado científico de calor mudou com o tempo. No passado, diversas teo- rias sobre o calor foram propostas. Em 1770, o cientista francês Joseph Black [1728-1799] propôs a teoria do calórico, baseada nos seguintes postulados: 1. O calórico é formado por partículas que se repelem mutuamente, mas que penetram qualquer material. 2. Qualquer material atrai partículas de calórico. 3. O calórico sempre se conserva. 4. Embora sempre presente, o calórico pode ou não ser percebido. 5. O calórico tem peso. Essa teoria foi muito aceita na época porque explicava diversos fenômenos ligados à transferência de calor. Entretanto, no século XIX, começou a ser contestada, sendo definitiva- mente derrubada pela determinação do equivalente mecânico de calor. Embora não aceita cientificamente, a ideia de calórico está muito presente em nosso cotidiano. São mui- to comuns expressões como: “essa blusa é muito quente!” Essa afirmação dá a ideia de que a blusa possui muito calor. Na verdade, a blusa não é quente, mas impede que o corpo ceda calor para o ambiente frio. A Ciência na História Joseph Black, cientista francês que propôs a teoria do calórico. SP L/ La tin st oc k A geladeira possui um motor que retira calor de seu interior e o libera para o ambiente. Já viu como atrás dela o ar fica quente? He ly D em ut ti Se você colocar um objeto dentro de uma geladeira, ele ficará mais frio porque per- O calor irá sempre se transferir para o objeto mais frio, ou seja, de menor temperatu- ra, até ser atingido o estado de equilíbrio térmico, no qual ambos têm a mesma tempe- ratura. Em outras palavras, o material mais quente sempre perde calor e esfria, enquanto De acordo com o Sistema Internacional de Medidas – SI –, a unidade-padrão para medir . Essa unidade é uma homenagem ao engenheiro in- glês James Prescott Joule [1818-1889] por ter determinado a relação entre energia e calor. que corresponde à quantidade de energia cinética presente em um objeto de 2 kg que se move a 1 m/s. Utilizando a equação que relaciona energia com massa em movimento: s kg m s J/ /s k/ /s kg m/ /g ms k/ /s k= =s k/ /s k1 1s J1 1s J/ /1 1/ /s k/ /s k1 1s k/ /s kg m/ /g m1 1g m/ /g m= =1 1= =s J= =s J1 1s J= =s J/ /= =/ /1 1/ /= =/ /s k/ /s k= =s k/ /s k1 1s k/ /s k= =s k/ /s kg m/ /g m= =g m/ /g m1 1g m/ /g m= =g m/ /g m2 2s J2 2s J/ /2 2/ /1 12 21 1s J1 1s J2 2s J1 1s J/ /1 1/ /2 2/ /1 1/ / Outra unidade comumente empregada para quantificar energia é a caloria, que tem cal como símbolo. Originalmente, essa unidade foi definida como a quantidade de energia ne- cessária para elevar em 1 °C a temperatura de 1 g de água. Com a adoção do SI, a caloria A geladeira possui um motor que retira calor de seu interior e o libera para o ambiente. Já viu como atrás dela o ar fica quente? He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 207 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit [1686-1736] inventou, em 1709, o termômetro de álcool e, em 1714, o termômetro de mercúrio. Além disso, propôs, em 1724, uma escala de tem- peratura que hoje leva o seu nome. 2 CALORIMETRIA J á vimos que diferentes combustíveis liberam diferentes quantidades de calor. Termômetro a gás: usa- do para medir temperaturas muito baixas. As variações de pressão indicam as correspon- dentes variações de tempera- tura, uma vez que o volume é mantido constante. Alguns termômetros utilizam álcool com corante vermelho no lugar do mercúrio. São os termôme- tros de álcool. O termômetro clínico apresenta um tubo que possui um estreitamento logo acima do bul- bo. Quando você coloca o bulbo na axila ou na boca, o líquido aquecido se expande e passa além do estreitamento. Você pode ler o termômetro mesmo depois de afastá-lo de seu corpo, porque o estreitamento dificulta a volta do líquido ao bulbo. Se você agitar o termômetro, o mercúrio voltará ao bulbo e ele estará pronto para ser usado novamente. Os termômetros de mercúrio têm sido substituídos por termômetros digitais que facilitam a leitura da temperatura e evitam a contaminação ambiental pelo mercúrio, que é um metal tóxico. En ci cl op éd ia B rit ân ic a He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti A quantidade de calor liberada na combustão pode ser medida por meio da variação de temperatura determinada em um equipamento chamado de calorímetro, apresentado no experimento a seguir. Para essa medida deve-se usar um termômetro adequado. O termômetro é um ins- trumento dotado de algum dispositivo que mede a variação de temperatura a partir do comportamento de seu material que varia proporcionalmente com a temperatura. Em geral, a propriedade adotada é a dilatação de líquidos como o mercúrio e o álcool, mas existem termômetros que se baseiam na resistência elétrica de metais, que variam com a temperatura (veja as fotos a seguir). Como podemos medir a quantidade de calor liberada por um combustível? Pense 2 CALORIMETRIA J á vimos que diferentes combustíveis liberam diferentes quantidades de calor. En ci cl op éd ia B rit ân ic a A quantidade de calor liberada na combustão pode ser medida por meio da variação de temperatura determinada em um equipamento chamado de calorímetro, apresentado no experimento a seguir. Para essa medida deve-se usar um termômetro adequado. O termômetro é um ins- trumento dotado de algum dispositivo que mede a variação de temperatura a partir do comportamento de seu material que varia proporcionalmente com a temperatura. Em geral, a propriedade adotada é a dilatação de líquidos como o mercúrio e o álcool, mas existem termômetros que se baseiam na resistência elétrica de metais, que variam com a temperatura (veja as fotos a seguir). Como podemos medir a quantidade de calor liberada por um combustível?Como podemos medir a quantidade de calor liberada por um combustível? PensePensePensePensePensePensePensePense 208 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Fo to s: H el y D em ut ti Química na escola Todos os materiais se aquecem do mesmo modo? Para estudarmos o comportamento dos materiais em relação à transmissão de calor, usamos um equipamento chama- do calorímetro. Neste experimento, que pode ser demonstrado pelo professor ou realizado por grupos de alunos, será construído um calorímetro simples, com o qual estudaremos o aquecimento de alguns materiais. Material • 1 lata de refrigerante vazia • 2 porta-latas de isopor (usados para latas de refrigerante) • 1 termômetro • 1 abridor de latas • 1 proveta de 100 mL (ou vasilha medidora de volume) • 1 estilete • 1 panela para ferver água • pedaços de metais (chumbo, cobre, alumínio etc.) com mesmo valor de massa (próximo a 50 g) Materiais encontrados em lojas de ferragens Procedimento Parte A – Construção do calorímetro 1. Com um abridor, retire a parte superior da lata (cuidado para não se machucar). 2. Coloque a lata sem tampa dentro de um porta-latas. 3. Corte o outro porta-latas 3 cm acima do fun- do. Ele servirá de tampa para colocar sobre o primeiro porta-latas, e nele deverá ser fixado o termômetro de forma que a boca da lata fique dois centímetros abaixo da boca do isopor, con- forme mostra a foto. 4. Importante: antes da leitura de cada medida de temperatura, espere por 3 minutos para que o termômetro entre em equilíbrio com o sistema. Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. Atenção no momento de cortar os objetos, para não haver erros. Parte B – Usando o calorímetro 1. Com o termômetro, meça a temperatura ambiente (tamb) e anote. 2. Deixe o calorímetro aberto para que fique em equilíbrio com a temperatura ambiente. 3. Ferva meio litro de água em uma panela. 4. Meça cuidadosamente 100 mL da água fervente e determine sua temperatura (t1 água). 5. Meça a temperatura do calorímetro (t1 calorímento) e anote-a, coloque a água quente e feche-o com a tampa contendo o termômetro. 6. Espere 5 minutos, meça novamente a temperatura (t2 sistema) e anote-a. 7. Repita os procedimentos de 2 a 4, colocando um dos metais dentro do calorímetro antes de colocar a água e fechar. 8. Meça a temperatura do calorímetro contendo o metal (t1 calorímento) e anote-a. Coloque a água, aguarde 5 minutos, meça a temperatura novamente (t2 sistema) e anote-a. He ly D em ut ti Todos os materiais se aquecem do mesmo modo? Para estudarmos o comportamento dos materiais em relação à transmissão de calor, usamos um equipamento chama- Neste experimento, que pode ser demonstrado pelo professor ou realizado por grupos de alunos, será construído um calorímetro simples, com o qual estudaremos o aquecimento de alguns materiais. • 1 estilete • 1 panela para ferver água • pedaços de metais (chumbo, cobre, alumínio etc.) com mesmo valor de massa (próximo a 50 g) Materiais encontrados em lojas de ferragens Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 209 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O calorímetro é o equi- pamento utilizado pelos químicos para determinar o calor específico dos ma- teriais e a capacidade ca- lorífica dos corpos, e ain- da a energia liberada nas transformações químicas. O objetivo do experimento foi construir um calorímetro, aparelho que mede a quan- tidade de calor absorvida ou liberada em um processo químico ou físico, e comparar a quantidade de calor, representada pela letra Q, necessária para o aquecimento de obje- tos dos diferentes metais testados. Quanto maior a quantidade de calor que o material precisar, menor será a temperatura final do sistema. agitador bomba isolamento motor do agitador termômetro 9. Repita o procedimento anterior com diferentes metais e anote os dados em uma tabela, conforme exemplificado abaixo, em seu caderno. CONTEÚDO DO CALORÍMETRO TEMPERATURA INI- CIAL (t1 água) TEMPERATURA FINAL (t1 calorímento) TEMPERATURA FINAL (t2 sistema) 100 g de água °C °C °C 100 g de água + X g de Al °C °C °C 100 g de água + Y g de Cu °C °C °C 100 g de água + Z g de Pb °C °C °C Destino dos resíduos Os materiais deste experimento deverão ser guardados para utilização em outras atividades. Análise de dados 1. Foi observada a mesma variação de temperatura para os diferentes metais? 2. A massa do metal vai alterar o resultado do experimento? Justifique. Por que o nosso calorímetro foi revestido com isopor? Pense Relembrando os conceitos aplicados à Termodinâmica, obser- ve que nesse calorímetro as transformações (química ou física) que ocorrem no seu interior correspondem ao que chamamos de siste- ma; a vizinhança, no caso, é a região da sala de aula em que se encontra o calorímetro; a capa de isopor é a fronteira que separa o sistema da vizinhança. O calorímetro é um sistema isolado por- que a sua fronteira não permite troca de matéria nem de energia. O princípio do calorímetro para determinação da quantida- de de calor liberada pelo sistema baseia-se na Primeira Lei da Termodinâmica, segundo a qual a energia pode ser convertida de uma forma em outra, mas não pode ser criada nem destruída. Se um sistema não troca energia com o meio, sua quantidade de energia é constante. Considerando o Universo como um sistema, pode-se afirmar que sua energia é constante. Por isso, a Primeira Lei da Termodinâmica é também chamada de Princípio da Conservação de Energia. Uma forma resumida de enunciá-la é: A energia interna de um sistema isolado é constante. J. Yu ji 9. Repita o procedimento anterior com diferentes metais e anote os dados em uma tabela, conforme exemplificado abaixo, em seu caderno. CONTEÚDO DO CALORÍMETRO TEMPERATURA INI- CIAL (t1 água) 100 g de água °C 100 g de água + X g de Al °C 100 g de água + Y g de Cu °C 100 g de água + Z g de Pb °C Destino dos resíduos Os materiais deste experimento deverão ser guardados para utilização em outras atividades. Análise de dados 1. Foi observada a mesma variação de temperatura para os diferentes metais? 2. A massa do metal vai alterar o resultado do experimento? Justifique. 210 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! O postulado da Primei- ra Lei da Termodinâmi- ca, que se aplica a todos os processos térmicos, foi apresentado por Nicolas Léonard Sadi Carnot [1796-1832] que, por isso, é considerado um de seus fundadores. Capacidade calorífica Enquanto os metais são condutores térmicos melhores do que a ma- deira, esta absorve mais calor do que os metais. Por outro lado, já vimos que o potencial calorífico da madeira (lenha) é muito menor do que o de outros combustíveis. Veja, então, que a capacidade calorífica dos ma- teriais de absorver calor é uma propriedade fundamental no estudo da Termodinâmica. Por exemplo, já discutimos no capítulo 2 deste volume que é graças ao calor específico da água que temos vida em nosso plane- ta, pois o grande volume de água presente na Terra faz com que ocorra uma menor variação de temperatura em sua superfície. Vejamos o signi- ficado desses conceitos. A capacidade calorífica (C) de um material ou substância é defi- nida como a quantidade de calor que o material ou substância absorve para aumentar a sua temperatura em um grau Celsius. Capacidade calorífica (C) é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um corpo em um grau Celsius (°C). A capacidade calorífica (C) para um corpo de massa fixa é uma gran- deza física cuja determinação é dada em função da variação de temperatura a que ele está submetido. Então, para um corpo, a quantidade de calor (Q) necessária para variar sua temperatura pode ser dada pela equação: Q = C · ∆t A variação da temperatura (∆t) é calculada subtraindo o valor da temperatura inicial (ti) do valor da temperatura final (tf), ou seja: ∆t = tf – ti A capacidade calorífica pode ser medida por unidade de massa da substância. Nesse caso, temos o calor específico do material ou da substância, o qual é uma propriedade física das substâncias. Calor específico é então assim definido: O calor específico (c) de um material ou substância é a quantidade de calor necessária para variar a sua temperatura de 1 g em 1 °C. Por essa definição, percebe-se que quanto maior for o calor específico do material, maior será a quantidade de calor necessária para aquecê-lo. Dessa forma, a capacidade calorífica de um corpo é o produto de sua massa e seu calor específico: C = m · c A tabela a seguir apresenta valores de calor específico de algumas substâncias e al- guns materiais. Observe que o calor específico dos metais são relativamente baixos, o que implica que eles aquecem mais rapidamente do que a madeira que tem maior ca- lor específico. Observe, no entanto, que a transferência de calor depende também de S SP L/ G et ty Im ag es O postulado da Primei- Enquanto os metais são condutores térmicos melhores do que a ma- deira, esta absorve mais calor do que os metais. Por outro lado, já vimos que o potencial calorífico da madeira (lenha) é muito menor do que o de outros combustíveis. Veja, então, que a capacidade calorífica dos ma- teriais de absorver calor é uma propriedade fundamental no estudo da Termodinâmica. Por exemplo, já discutimos no capítulo 2 deste volume que é graças ao calor específico da água que temos vida em nosso plane- ta, pois o grande volume de água presente na Terra faz com que ocorra uma menor variação de temperatura em sua superfície. Vejamos o signi- (C) de um material ou substância é defi- nida como a quantidade de calor que o material ou substância absorve (C) é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um corpo em ) para um corpo de massa fixa é uma gran- S SP L/ G et ty Im ag es C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 211 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Seria conveniente substituir a madeira por metal na construção de casas em locais quentes ou frios? outra propriedade: a condutividade térmica dos materiais. Os metais são bons con- dutores de calor. Outros materiais como, por exemplo, a madeira e o isopor, não são bons condutores de calor. Comparada à madeira, a condutividade térmica do ferro é cerca de 500 vezes maior. CALORES ESPECÍFICOS DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS Substância/material Calor específico Alumínio(s) 0,903 J g–1 °C–1 Ferro(s) 0,449 J g–1 °C–1 Cobre(s) 0,385 J g–1 °C–1 Água(l) 4,178 J g–1 °C–1 Etanol(l) 2,419 J g–1 °C–1 Madeira* 1,66 J g–1 °C–1 Chumbo(s) 0,128 J g–1 °C–1 É graças a essa propriedade que podemos entender por que, numa noite fria, é melhor se sentar em um banco de madeira do que em um de concreto ou ferro. Nas noites frias, os bancos apresentam baixas temperaturas, em equilíbrio com o ambien- te. Quando nos sentamos sobre eles, sendo 36 °C nossa temperatura aproximada, cederemos calor para o banco. Como o ferro possui maior condutividade térmica, irá trocar calor mais rapidamente, retirando-o de nosso corpo. Isso nos causará a sensa- ção térmica de frio. De acordo com dados experimentais, quanto maior o calor específico do material, maior será a temperatura necessária para aquecê-lo. Consequentemente, mais lentamen- te ele se resfriará. He ly D em ut ti D el fim M ar tin s/ Pu ls ar Im ag em Casas de madeira, em Curitiba, Paraná. Casas de madeira, em Laranjal do Jari, Amapá. * O calor específico varia para os diferentes tipos de madeira. outra propriedade: a condutividade térmica dutores de calor. Outros materiais como, por exemplo, a madeira e o isopor, não são bons condutores de calor. Comparada à madeira, a condutividade térmica do ferro é cerca de 500 vezes maior. CALORES ESPECÍFICOS DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS Substância/material Alumínio(s) Ferro(s) Cobre(s) Água(l) Etanol(l) Madeira* Chumbo(s) É graças a essa propriedade que podemos entender por que, numa noite fria, é * O calor específico varia para os diferentes tipos de madeira. 212 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Cálculo da quantidade de calor de alguns materiais 1. Uma amostra de 500 g de água que está na temperatura inicial de 27 °C é aquecida e sua temperatura é elevada para 48,8 °C. Qual a quantidade de calor produzida nesse processo? Dados: (cágua = 1 cal/g °C). Considera-se que: massa da água: m = 500 g; temperatura inicial do sistema: ti = 27 °C; temperatura final: tf = 48,8 °C. Logo, calcula-se a variação de temperatura: ∆t = tf – ti. ∆t = 48,8 °C – 27 °C ( ∆t = 21,8 °C Considerando que a quantidade de calor necessária para variar a temperatura (∆t) de um corpo é Q = C ( ∆t, calcula-se: Q = 500 g ⋅ 1 cal/g °C ⋅ 21,8 °C ( Q = 10 900 cal ou 10,9 kcal 2. Um litro de água está a uma temperatura de 25 °C. Ao receber todo calor de uma reação química que libera aproxima- damente 30 kcal, qual será a temperatura final da água? Dados: cágua = 1 cal/g °C; temperatura inicial do sistema: ti = 25 °C; densidade da água: 1 g/cm3; temperatura final: tf = ?; massa da água: 1 L ( 1000 g; Q = 30 kcal = 30 000 cal. Considerando que a quantidade de calor necessária para variar a temperatura (∆t) de um corpo é: Q = m ⋅ c ⋅ ∆t, calcula-se 30000 cal = 1000 g ⋅ 1 cal/(g °C) ⋅ (tf – 25 °C) ( 30000 cal = 1000 cal/ °C (tf – 25 °C) ( ( 30 000 cal = 1000 cal/ °C tf – 25000 cal ( 1000 tf cal/ °C = 30 000 cal + 25000 cal ( ( tf = 55000 °C/1000 ( tf = 55 °C 3. Calcule a variação de calor no processo desenvolvido no calorímetro do experimento anterior. No experimento que realiza- mos, a água cede calor ao metal estudado. Como conhecemos a massa, o calor específico da água, sua temperatura inicial (t1 água) e sua temperatura final (t2 sistema), podemos saber quanto ela forneceu de calor ao metal. Entretanto, para que possamos realizar os cálculos corretamente, é necessário que o sistema não perca calor para o ambiente. Isso pode ser conseguido isolando-se o sistema termicamente. Nesse caso, a quantidade de calor cedida por um material será igual à quantidade recebida pelo outro. Por convenção, quando o material cede calor o valor é negativo, fazendo com que a soma do calor recebido com o calor cedido seja igual a zero. Qrec + Qced = 0 A definição de calor específico se originou de estudos termodinâmicos que demons- tram que a quantidade de calor (Q) necessária para variar a temperatura (∆t) de um corpo é proporcional ao seu calor especifico (c) e à sua massa (m), sendo representada, mate- maticamente, pela equação: Q = m · c · ∆t Para que possamos saber quantas calorias um material necessita para variar sua tem- peratura, medimos a variação de temperatura de outro material colocado em contato com o primeiro. É o que foi feito no calorímetro. Vamos agora exemplificar alguns cálculos da quantidade de calor efetuados em processos físicos e químicos. Cálculo da quantidade de calor de alguns materiais Uma amostra de 500 g de água que está na temperatura inicial de 27 °C é aquecida e sua temperatura é elevada para 48,8 °C. Qual a quantidade de calor produzida nesse processo? A definição de calor específico se originou de estudos termodinâmicos que demons- tram que a quantidade de calor (Q) necessária para variar a temperatura (∆t) de um corpo ∆t) de um corpo ∆ é proporcional ao seu calor especifico (c) e à sua massa (m), sendo representada, mate- Para que possamos saber quantas calorias um material necessita para variar sua tem- peratura, medimos a variação de temperatura de outro material colocado em contato com o primeiro. É o que foi feito no calorímetro. Vamos agora exemplificar alguns cálculos da quantidade de calor efetuados em processos físicos e químicos. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 213 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios 1. Em que consiste o processo de combustão? 2. Existe erro na frase: “A combustão é a mesma coisa de pegar fogo”. Comente. 3. Cite exemplos de outros tipos de energia envolvidos nas transformações químicas, além da energia térmica. 4. Qual é a diferença entre calor e temperatura? 5. Explique por que a temperatura é considerada uma pro- priedade intensiva e o calor uma propriedade extensiva. 6. Quais são os fatores que exercem influência na quan- tidade de calor de um corpo? 7. Se uma bebida está muito gelada e você deseja tomá-la o mais fria possível, qual seria o copo mais adequado para servi-la: de vidro ou de alumínio? 8. Existe erro na frase: “Esse casaco de lã é muito quen- te?” Explique. 9. Por que sentimos mais fome em dias mais frios do que em dias de muito calor? 10. Explique a diferença entre sistema, vizinhança e fronteira. 11. Qual é a diferença entre sistema isolado, sistema fechado e sistema aberto? Dê exemplo de cada caso. 12. Identifique os sistemas em abertos, fechados ou isolados: a) Líquido refrigerante na serpentina da geladeira. b) Café em uma garrafa térmica. c) Gasolina queimando em um motor de carro. 13. Explique o que acontece com dois sistemas em tempe- raturas diferentes quando são colocados em contato. 14. Explique por que a Primeira Lei da Termodinâmica é chamada de Princípio da Conservação de Energia. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Na primeira parte do experimento (procedimentos 1 a 4, p. 209), avaliamos a quantidade de calor absorvida pelo calorímetro. Ela pode ser calculada por meio da equação anterior: (mágua ⋅ cágua ⋅ ∆tágua) + (Ccalorímetro ⋅ ∆tcalorímetro) = 0 Lembre-se de que as temperaturas iniciais não são as mesmas (t1água ou t1calorímetro), mas a final, sim (t2 sistema). Para o calorímetro, utilizamos a capacidade calorífica porque ele é formado por diferentes materiais em diferentes proporções de massa. Quando repetimos o procedi- mento colocando pedaços de metais, o calor cedido pela água será absorvido pelo calorímetro e pelo metal, segundo a equação: Qágua + Qcalorímetro + Qmetal = 0 Com essa equação, podemos calcular a quantidade de calor recebida por cada pedaço de metal (t1metal = t1calorímetro), substituindo a equação de definição de calor por variação de temperatura. Qmetal = –Qágua – Qcalorímetro (mmetal ⋅ cmetal ⋅ ∆tmetal) = –(mágua ⋅ cágua ⋅ ∆tágua) – (Ccalorímetro ⋅ ∆tcalorímetro) Logo, considerando a densidade da água igual a 1 g/mL e seu calor específico 1 cal/g ºC, conhecendo as massas e os valores iniciais e finais de temperatura, podemos calcular o calor específico de cada metal, da seguinte forma: cmetal = –(mágua ⋅ cágua ⋅ ∆tágua) – (Ccalorímetro ⋅ ∆tcalorímetro) (mmetal ⋅ ∆tmetal) O experimento desenvolvido é uma simplificação do que os químicos fazem em laboratório. Assim, vamos desprezar a variação do calor do calorímetro. Dessa forma, conclua os cálculos da capacidade calorífica de cada metal com a equa- ção abaixo e depois compare com os valores fornecidos na tabela da página 212. Certamente, seus valores diferem dos da tabela, pois a Ciência exige um rigor muito maior, somente obtido com equipamentos e técnicas sofisticadas de que você não dispõe em sua escola. cmetal = –(mágua ⋅ cágua ⋅ ∆tágua) (mmetal ⋅ ∆tmetal) Na primeira parte do experimento (procedimentos 1 a 4, p. 209), avaliamos a quantidade de calor absorvida pelo calorímetro. Ela pode ser calculada por meio da equação anterior: (mágua ⋅ cágua ⋅ ∆t∆t∆ água) + (C Lembre-se de que as temperaturas iniciais não são as mesmas (t1água ou t a capacidade calorífica porque ele é formado por diferentes materiais em diferentes proporções de massa. Quando mento colocando pedaços de metais, o calor cedido pela água será absorvido pelo calorímetro e pelo metal, segundo a equação: Qágua + Qcalorímetro Com essa equação, podemos calcular a quantidade de calor recebida por cada pedaço de metal (t a equação de definição de calor por variação de temperatura. Qmetal = –Qágua – Q (mmetal ⋅ cmetal ⋅ ∆t∆t∆ metal) = –(mágua ⋅ cágua Logo, considerando a densidade da água igual a 1 g/mL e seu calor específico 1 cal/g ºC, conhecendo as massas e os valores iniciais e finais de temperatura, podemos calcular o calor específico de cada metal, da seguinte forma: cmetal = –(mágua ⋅ cágua ⋅ ∆t∆t∆ água) – (C (mmetal ⋅ ∆t∆t∆ O experimento desenvolvido é uma simplificação do que os químicos fazem em laboratório. Assim, vamos desprezar a variação do calor do calorímetro. Dessa forma, conclua os cálculos da capacidade calorífica de cada metal com a equa- 214 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 15. (FURG-RS) Quando uma criança está febril, é prática comum passar no corpo dela um algodão umedecido em álcool. Esse procedimento funciona porque: a) o álcool atua como antisséptico. b) ao evaporar, o álcool diminui a temperatura. c) para evaporar, o álcool precisa de energia. d) ao evaporar, o álcool aumenta a temperatura. e) a reação do álcool com a pele é exotérmica. 16. (UFJF-MG) Alguns alimentos, como por exemplo o choco- late, que tem 5,18 kcal/g, são proibidos em caso de dietas alimen tares para emagrecimento. A corrida, como ativi- dade física, consome cerca de 2600 kJ/h. Assim sendo, quanto tempo uma pessoa que comeu uma barra de 200 g de chocolate deve correr para gastar a energia adquirida? Dado: 1 cal = 4,18 J a) 45 minutos c) 100 minutos e) 160 minutos b) 60 minutos d) 120 minutos 17. Calcule a energia, em joules, necessária para elevar 1 °C da temperatura de 180 g de água. 18. Qual é a quantidade de calor liberada em uma reação química capaz de aquecer 3 kg de água de 30 °C a 38 °C? Dado: calor específico da água = 1 cal/g ⋅ °C. 19. Qual é a quantidade de calor envolvida quando 500 g de água sofrem uma variação de temperatura de 20 °C até 21,3 °C? 20. A 25 °C e 1 atm, a combustão de um mol de metano (CH4) libera 212,8 kcal. A massa de um mol de moléculas de CH4 é igual a 16 g. Qual a capacidade calorífica do metano? 21. Julgue cada item como certo (C) ou errado (E). 1) Os combustíveis são constituídos, principalmente, pelos elementos carbono e hidrogênio. Portanto, a quantidade de calor liberada durante a quei- ma do combustível depende da proporção desses elementos. 2) Nas reações de combustão, não é possível medir o calor liberado, o que medimos é o efeito que o calor liberado causa no ambiente. 3) O poder calorífico de um combustível pode ser ex- presso como a quantidade de calor liberada por quilograma de material queimado. 4) A água libera calor ao ser eliminada do organismo através do suor. 5) O calor indica a forma em que a energia está sendo retida de um corpo para outro. 6) As geladeiras são máquinas que transferem o calor de uma temperatura mais alta para o meio externo utilizando um compressor (motor). 7) Experimentalmente, verifica-se que cada substân- cia necessita de uma quantidade de calor diferen- te para aumentar em 1 °C a temperatura de uma unidade de massa. 3 TRANSFORMAÇÕES DE ENERGIA N ossa sociedade necessita de energia em suas diferentes formas; por isso, muitas vezes precisa converter energia de uma forma em outra. A conversão da energia é uma das principais buscas da atual sociedade tecnológica, embora essa questão acom- panhe a humanidade há milhares de anos. A conversão de calor em trabalho é de fundamental importância para nossa socieda- de. Essa conversão teve grande impulso com a invenção das máquinas a vapor. Elas uti- lizam a energia química, como a combustão de madeira ou carvão, para produzir calor, e este é convertido em energia mecânica. O que você entende por energia? Pense Esse é um conceito complexo e abstrato porque é muito abrangente. Um conceito mais elaborado e completo para energia deveria abranger várias áreas (eletricidade, calor, luz). Nesse nível de abrangência, avolumam-se as definições e com elas as dificuldades para encontrar uma definição clara e generalizada. (FURG-RS) Quando uma criança está febril, é prática comum passar no corpo dela um algodão umedecido (UFJF-MG) Alguns alimentos, como por exemplo o choco- late, que tem 5,18 kcal/g, são proibidos em caso de dietas alimen tares para emagrecimento. A corrida, como ativi- dade física, consome cerca de 2600 kJ/h. Assim sendo, quanto tempo uma pessoa que comeu uma barra de 200 g de chocolate deve correr para gastar a energia adquirida? a) 45 minutos c) 100 minutos e) 160 minutos Calcule a energia, em joules, necessária para elevar 20. 20. A 25 °C e 1 atm, a combustão de um mol de metano (CH4) libera 212,8 kcal. A massa de um mol de moléculas de CH4 é igual a 16 g. Qual a capacidade calorífica do metano? 21. 21. Julgue cada item como certo (C) ou errado (E). 1) Os combustíveis são constituídos, principalmente, pelos elementos carbono e hidrogênio. Portanto, a quantidade de calor liberada durante a quei- ma do combustível depende da proporção desses elementos. 2) Nas reações de combustão, não é possível medir o calor liberado, o que medimos é o efeito que o calor liberado causa no ambiente. 3) O poder calorífico de um combustível pode ser ex- presso como a quantidade de calor liberada por quilograma de material queimado. 4) A água libera calor ao ser eliminada do organismo através do suor. 5) O calor indica a forma em que a energia está sendo retida de um corpo para outro. 6) As geladeiras são máquinas que transferem o calor C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 215 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Diferentes equipamentos podem transformar ener- gia elétrica em energia sonora, térmica, luminosa, cinética e potencial. Andrey Rakhmatullin/P hotoXpress O termo energia vem do grego enérgeia, que significa “força em ação”. Como não há apenas uma definição para o conceito físico, podemos considerar, em nosso estudo, o conceito clássico de que energia é a propriedade de um corpo, substância ou sistema de realizar trabalho, conforme ela foi definida pelos físicos no século XVIII. Na definição clássica, considera-se trabalho como sendo uma grandeza física refe- rente ao deslocamento de um corpo. Uma possível simplificação desse conceito para abranger a variedade de aspectos a ela relacionada talvez possa ser a de considerar energia como aquilo que deve ser fornecido ou retirado de um sistema – parte do universo em estudo – para movimentá-lo ou transformá-lo. Assim, de forma simplifi- cada, pode-se dizer que: Energia é o que permite a um sistema transformar-se ou movimentar-se. Como energia só pode ser convertida em massa, e vice-versa, em situações muito especiais, pode-se afirmar, de maneira geral, que o Universo é constituído por matéria e energia. Assim, podemos considerar que nas transformações químicas temos sempre dois processos associados: a transformação de materiais e a transformação de energia. Da mesma forma que matéria e energia se conservam no Universo, nas transformações químicas há conservação de massa. A partir da Primeira Lei da Termodinâmica, sabe-se que a energia pode ser con- vertida de uma forma em outra, mas não pode ser criada nem destruída. A conver- são de energia ocorre de várias formas. Quando soltamos uma bola de certa altura, por exemplo, à medida que ela cai sua energia potencial gravitacional é transformada em energia cinética. Outros exemplos: em uma resistência elétrica, parte da energia cinética dos elétrons em movimento é transformada em energia térmica. Essa, por sua vez, pode ser utili- zada para esquentar a água do chuveiro. A energia luminosa absorvida pela clorofila das plantas é transformada em energia química, que é armazenada nos carboidratos sintetizados em processos de fotossíntese. A energia das ligações químicas pode ser transformada em energia elétrica nas reações químicas que ocorrem em pilhas e ba- terias, processo estudado na eletroquímica. A energia das ligações químicas pode ser transformada em energia elétrica nas reações químicas que ocorrem em pilhas e ba- terias, processo estudado na eletroquímica. O desenvolvimento de equipamentos que convertem a energia associada a movi- mentos, calor ou luz em outra forma de energia foi uma das grandes revoluções tec- nológicas dos últimos séculos. Diversos sistemas foram desenvolvidos para conver- ter a energia potencial das águas ou a energia química dos combustíveis em energia elétrica. Outros equipamentos foram projetados para converter a energia elétrica em outras formas de energia. O princípio geral desses processos de conversão de energia é a produção de trabalho. A palavra “trabalho“ tem vários significados. Em Física, trabalho é uma grandeza cuja variação é igual ao produto escalar de uma força pelo vetor deslocamento de seu ponto de aplicação. Em outras palavras, trabalho é a capacidade de um corpo ser deslocado. A eletricidade pode ser transformada em trabalho por meio de motores que fazem girar polias. Estas, por sua vez, transferem movimento para sistemas mecânicos que põem outros corpos em movimento, como ventiladores, correias, automóveis, aviões, embarcações etc., produzindo trabalho. Calor também pode ser transformado em trabalho. Esse é o princípio da máquina a vapor, que veremos no próximo item. Hely Demutti Ha ns K w as pe n/ Sh ut te rs to ck Diferentes equipamentos podem transformar ener- gia elétrica em energia Andrey Rakhmatullin/P hotoXpress O termo energia vem do grego não há apenas uma definição para o conceito físico, podemos considerar, em nosso estudo, o conceito clássico de que energia é a propriedade de um corpo, substância ou sistema de realizar trabalho, conforme ela foi definida pelos físicos no século XVIII. Na definição clássica, considera-se trabalho como sendo uma grandeza física refe- rente ao deslocamento de um corpo. Uma possível simplificação desse conceito para rente ao deslocamento de um corpo. Uma possível simplificação desse conceito para abranger a variedade de aspectos a ela relacionada talvez possa ser a de considerar abranger a variedade de aspectos a ela relacionada talvez possa ser a de considerar energia como aquilo que deve ser fornecido ou retirado de um sistema – parte do energia como aquilo que deve ser fornecido ou retirado de um sistema – parte do universo em estudo – para movimentá-lo ou transformá-lo. Assim, de forma simplifi-universo em estudo – para movimentá-lo ou transformá-lo. Assim, de forma simplifi- cada, pode-se dizer que:cada, pode-se dizer que: Energia é o que permite a um sistema transformar-se ou movimentar-se. Como energia só pode ser convertida em massa, e vice-versa, em situações muito especiais, pode-se afirmar, de maneira geral, que o Universo é constituído por matéria e energia. Assim, podemos considerar que nas transformações químicas temos sempre dois processos associados: a transformação de materiais e a transformação de energia. Da mesma forma que matéria e energia se conservam no Universo, nas transformações químicas há conservação de massa. A partir da Primeira Lei da Termodinâmica, sabe-se que a energia pode ser con- Hely Demutti Hely Demutti Ha ns K w as pe n/ Sh ut te rs to ck 216 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Estude mais E+ A invenção da máquina a vapor impulsionou o de- senvolvimento industrial. Nesta ilustração, modelo de carro movido a va- por do século XVIII. A Termodinâmica e os motores Antes da invenção da máquina a vapor, a humanidade dispunha apenas da energia forne- cida pela natureza, ou seja, energia dos ventos, das águas e de músculos de animais e ope- rários. Com isso, era muito vulnerável aos caprichos da natureza. Afinal, o vento pode cessar, a energia da água tem de ser utilizada próxima a seu curso, homens e animais adoecem etc. Após a invenção da máquina a vapor, essa dependência diminuiu. Uma única máquina podia realizar o trabalho de centenas de cavalos. Com um detalhe: sem precisar parar para descansar. Essa invenção contribuiu para a expansão da indústria, a partir do século XVIII. Uma máquina a vapor é formada por cilindros, pistões, bielas, eixos e outras peças que transformam a expansão do vapor-d’água, aquecida em caldeiras pelo calor da queima do com- bustível, em energia mecânica. Essa energia mecânica faz girar um eixo que movimenta rodas, manivelas, polias, hélices ou outros mecanismos necessários para realizar a tarefa desejada. No século XIX, as máquinas a vapor já eram empregadas industrialmente em larga escala. Por isso, diversos cientistas, entre os quais o engenheiro francês Nicolas Léonard Sadi Carnot (1796-1832), buscavam compreender melhor os processos de conversão de calor em trabalho. Carnot, estudando o funcionamento de máquinas térmicas, demons- trou que, para funcionar, toda máquina necessita de uma fonte quente e de uma fonte fria, para que haja transporte de uma quantidade de calor da primeira para a segunda. Por analogia, considerando as diferenças entre os sistemas, pode-se comparar esse tipo de máquina com um moinho de água, no qual a queda-d’água de um nível para outro mais baixo gera trabalho. Ou seja, enquanto para uma roda-d’água funcionar é necessá- rio uma queda-d’água, para o funcionamento de um motor a vapor é necessário transfe- rência de calor de uma fonte quente para um reservatório frio. O trabalho de Carnot e de outros cientistas levou à formulação de princípios e teorias que regem a Termodinâmica, cujos conhecimentos são amplamente utilizados na pro- dução de motores de combustão interna, usinas hidrelétricas, usinas nucleares, sistemas de refrigeração, sistemas de aquecimento, sistemas de propulsão para foguetes, mísseis, aviões, navios, veículos terrestres etc. O princípio geral do funcionamento de um motor foi derivado do mesmo mecanismo da máquina a vapor, que é o mesmo princípio de funcionamento do motor dos automóveis. Ele baseia-se em duas importantes propriedades dos gases: a compressibilidade e a expansibilidade. O motor mais comum é conhecido como motor de quatro tempos (veja ilustração ao lado). No primeiro estágio (1), ou tempo, o pistão move-se para baixo e puxa a mistura de combustível e ar para dentro do cilindro. No segundo (2), a válvula de entrada do ar e combustível é fechada, o pistão sobe e comprime a mistura. No terceiro (3), uma faísca é emitida por um dispositivo elétrico e a mistura combustível-ar explode, provocando uma grande expansão dos gases e empurrando o pistão para baixo. A energia cinética dos gases em expansão é transmitida para o pistão, que movimenta o eixo do virabrequim, fazendo o carro movimentar-se. Ou seja, a energia química proveniente da reação de combustão é transformada em energia mecânica. No quarto estágio (4), o pistão sobe e a válvula de exaustão é aberta, permitindo que os gases provenientes da queima sejam liberados. A partir daí, recomeçam os estágios. A revolução das máquinas mudou a vida de nossa sociedade nos últimos séculos, trazendo conforto e qualidade de vida. No entanto, com ela também veio a crise ambiental, sobretudo, em função da queima de combustíveis fósseis que contribuiu Nesta ilustração, modelo de carro movido a va- por do século XVIII. gases e empurrando o pistão para baixo. A energia cinética dos gases em expansão é transmitida para o pistão, que movimenta o eixo do virabrequim, fazendo o carro movimentar-se. Ou seja, a energia química proveniente da reação de combustão é transformada em energia mecânica. No quarto estágio (4), o pistão sobe e a válvula de exaustão é aberta, permitindo que os gases A KG /L at in st oc k A Termodinâmica e os motores Antes da invenção da máquina a vapor, a humanidade dispunha apenas da energia forne- cida pela natureza, ou seja, energia dos ventos, das águas e de músculos de animais e ope- rários. Com isso, era muito vulnerável aos caprichos da natureza. Afinal, o vento pode cessar, a energia da água tem de ser utilizada próxima a seu curso, homens e animais adoecem etc. Após a invenção da máquina a vapor, essa dependência diminuiu. Uma única máquina podia realizar o trabalho de centenas de cavalos. Com um detalhe: sem precisar parar para descansar. Essa invenção contribuiu para a expansão da indústria, a partir do século XVIII. Uma máquina a vapor é formada por cilindros, pistões, bielas, eixos e outras peças que transformam a expansão do vapor-d’água, aquecida em caldeiras pelo calor da queima do com- bustível, em energia mecânica. Essa energia mecânica faz girar um eixo que movimenta rodas, manivelas, polias, hélices ou outros mecanismos necessários para realizar a tarefa desejada. No século XIX, as máquinas a vapor já eram empregadas industrialmente em larga escala. Por isso, diversos cientistas, entre os quais o engenheiro francês Nicolas Léonard Sadi Carnot (1796-1832), buscavam compreender melhor os processos de conversão de calor em trabalho. Carnot, estudando o funcionamento de máquinas térmicas, demons- trou que, para funcionar, toda máquina necessita de uma fonte quente e de uma fonte fria, para que haja transporte de uma quantidade de calor da primeira para a segunda. Por analogia, considerando as diferenças entre os sistemas, pode-se comparar esse tipo de máquina com um moinho de água, no qual a queda-d’água de um nível para outro C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 217 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Todas as reações químicas liberam energia?Todas as reações químicas liberam energia? Pense 4 CALOR DE REAÇÃO: ENTALPIA Os constituintes da matéria são sistemas complexos que envolvem interações entre átomos decorrentes de forças de repulsão e atração entre núcleos e eletrosferas, de saltos e decaimentos energéticos de elétrons em diferentes níveis, de rearranjo ele- trônico com mudança de comportamento do elétron que passa a ter influência de mais de um núcleo atômico etc. Esse sistema não permanece imóvel como nos parece quan- do olhamos os materiais em repouso com o nosso limitado sistema óptico, mas sim em constante movimento por meio de vibrações contínuas. Em uma transformação química esse dinâmico sistema é alterado, com formação de novas interações que vão constituir as estruturas de novas substâncias. Mudando-se o estado de movimento do átomo, con- sequentemente se altera o seu estado energético. Pode-se dizer, assim, que toda trans- formação química envolve mudança de energia. Nesse sentido, os químicos estão interessados não só na composição das substâncias e de suas alterações nas reações químicas, mas, sobretudo, em sua organização e seu estado energético. Assim, procuram identificar nas reações químicas a variação de energia que a elas estão associadas, as quais podem ser medidas no laboratório por meio da variação de calor. Vejamos então os estudos básicos que os químicos fazem do calor de reação. Processos exotérmicos e endotérmicos J. Y u ji Estágios de funcionamento de um motor de combustão 3 válvula de exaustão 4 válvula de entrada cilindro pistão 1 eixo do virabrequim 2 de maneira significativa para o aquecimento global. Isso tudo está relacionado às reações químicas que liberam calor, como as reações de combustão. Nesse sentido, veremos agora o estudo da termoquímica, que se concentra na variação de energia nas reações químicas. No Universo, os corpos tendem a alcançar estados de menor energia potencial, conver- tendo a diferença de energia potencial em outras formas de energia. Por isso, objetos caem quando soltos no espaço (buscam posições de menor energia potencial, transformando-a em energia cinética), gases se expandem quando liberados (estouro de um balão cheio) etc. Nas reações químicas, isso também é válido, porém a redução de energia potencial nem sempre implica liberação de energia térmica. Assim, apesar de muitas reações químicas ocorre- rem com liberação de energia térmica, existem várias que ocorrem absorvendo energia térmica. 4 CALOR DE REAÇÃO: ENTALPIA Os constituintes da matéria são sistemas complexos que envolvem interações entre Estágios de funcionamento de um motor de combustão válvula de entrada cilindro pistão 1 eixo do virabrequim 2 de maneira significativa para o aquecimento global. Isso tudo está relacionado às reações químicas que liberam calor, como as reações de combustão. Nesse sentido, veremos agora o estudo da termoquímica, que se concentra na variação de energia nas reações químicas. 218 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Não só as reações quími- cas ocorrem com liberação ou absorção de calor, como também processos físicos, como a mudança de esta- do físico; são classificados em processos endotér- micos ou exotérmicos. Processo exotérmico (ex(o)-, do grego êxo, "fora, fora de, fora para") Processo endotérmico (end(o)-, do grefo êndon, "dentro de") As reações de combustão são exemplos de reações em que há liberação de energia. Já a eletrólise – decomposição da água, produzindo os gases oxigênio e hidrogênio, subs- tâncias com mais energia potencial do que a água – é um exemplo de reação química em que há absorção de energia. Absorve calor do ambiente. Transmite sensação de frio. Libera calor para o ambiente. Transmite sensação de aquecimento. Processo exotérmico sistema vizinhança CALOR Processo endotérmico sistema vizinhança CALOR Lembre-se, portanto, de que as reações químicas podem ser acompanhadas de liberação ou absorção de energia, normalmente ocorrida na forma de calor. Quando há liberação de calor, a reação é denominada reação exotérmica; quando a reação absorve calor, recebe o nome de endotérmica. Observe que o prefixo exo significa “para fora” e o prefixo endo, “para dentro”. Podemos representar a variação de energia de reações químicas a partir de diagramas que indicam os níveis de energia de seus reagentes e de seus produtos. Veja, por exemplo, a reação endotérmica: N2(g) + O2(g) ( 2NO(g) Nesse caso, podemos representar a variação de energia dessa reação da seguinte maneira: J. Y u ji J. Y u ji Diagrama de representação da variação de energia de uma reação endotérmica. Observe que a energia dos reagentes é menor do que a energia dos produtos. En er gi a EP ER N2(g) + O2(g) 2NO(g) início final absorção de energia Já a reação exotérmica abaixo pode ser representada pelo diagrama logo a seguir: C(grafite) + O2(g) ( CO2(g) Diagrama de representação da variação de energia de uma reação exotérmica. Observe que a energia dos reagentes é maior do que a energia dos produtos. En er gi a EP ER C(grafite) + O2(g) CO2(g) início final liberação de energia Não só as reações quími- cas ocorrem com liberação ou absorção de calor, como também processos físicos, Processo endotérmico (end(o)-, do grefo êndon, "dentro de")êndon, "dentro de")êndon As reações de combustão são exemplos de reações em que há liberação de energia. Já a eletrólise – decomposição da água, produzindo os gases oxigênio e hidrogênio, subs- tâncias com mais energia potencial do que a água – é um exemplo de reação química em Absorve calor do ambiente. Transmite sensação de frio. Processo endotérmicoProcesso endotérmico sistema vizinhança CALOR Lembre-se, portanto, de que as reações químicas podem ser acompanhadas de liberação ou absorção de energia, normalmente ocorrida na forma de calor. Quando há liberação de calor, a ; quando a reação absorve calor, recebe o nome de significa “para fora” e o prefixo endo, “para dentro”.endo, “para dentro”.endo C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 219 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Representação gráfica da diferença dos níveis de entalpia na reação de obtenção da água. A diferença de entalpia entre reagentes e produ- tos corresponde ao calor liberado a pressão cons- tante, que, no caso é negativa (veja sentido da seta, para baixo). Hp Hr H 1H2O(l) início final Calor liberado = ∆H = –285,8 kJ 1 1 22 2 H g O g( ) ( )+ Reação exotérmica Hp < Hr ∆H < 0 Calor liberado para a vizinhança Em síntese: Nos processos endotérmicos, o sistema recebe energia da vizinhança. Nos processos exotérmicos, o sistema cede energia para a vizinhança. Por convenção, diz-se que a variação de energia é positiva nos processos endotérmi- cos e que nos processos exotérmicos a variação de energia é negativa. Entalpia A variação de energia em sistemas químicos pode ser medida em calorímetros pela determinação da quantidade de calor Q liberada ou absorvida durante a realização de uma reação em sistema fechado, sem variação de pressão. Essa quantidade de calor é chamada calor de reação. O calor de reação depende das substâncias envolvidas e é uma importante propriedade de sistemas químicos. Seu conhecimento nos permite fazer previsões sobre variações de energia térmica, por exemplo, em reações de combustão. Em processos químicos a pressão constante, em particular, essa propriedade pode ser determinada a partir apenas do estado inicial e do estado final. Nesse sentido, o calor de reação a pressão constante tem um papel fundamental no estudo das variações de ener- gia térmica e foi, assim, definido como uma propriedade do sistema denominada ental- pia, representada pela letra H. Resumidamente, podemos dizer que a variação de entalpia corresponde ao calor libera- do ou absorvido por reações químicas realizadas a pressão constante. Variação de entalpia (∆H) é o calor envolvido nas reações químicas a pressão constante. A variação da entalpia de reações químicas é definida como a diferença de entalpia entre as substâncias formadas (produtos) e as substâncias iniciais (reagentes), sendo re- presentada pela equação: ∆Hreação = Hprodutos – Hreagentes Com essa equação, podemos calcular os valores de energia sob a forma de calor, que são absorvi- dos ou liberados em reações químicas. Em primeira análise, é possível determinar se a reação absorve ou libera calor. Vejamos: quando a entalpia dos produtos for menor do que a entalpia dos reagentes, o valor de ∆H será menor que zero. Nesse caso, o siste- ma cedeu calor à vizinhança, caracterizando uma reação exotérmica. Isso é o que acontece em rea- ções de obtenção da água, representada no dia- grama ao lado. H g O g H O l H kJ mol2 2 2 1 2 285 8( ) ( ) ( ) , /+ → ∆ = − Em síntese: Nos processos endotérmicos Nos processos exotérmicos Por convenção, diz-se que a variação de energia é positiva nos processos endotérmi- cos e que nos processos exotérmicos a variação de energia é negativa. Entalpia A variação de energia em sistemas químicos pode ser medida em calorímetros pela determinação da quantidade de calor uma reação em sistema fechado, sem variação de pressão. Essa quantidade de calor é chamada calor de reação. O calor de reação depende das substâncias envolvidas e é uma importante propriedade de sistemas químicos. Seu conhecimento nos permite fazer previsões sobre variações de energia térmica, por exemplo, em reações de combustão. Em processos químicos a pressão constante, em particular, essa propriedade pode ser determinada a partir apenas do estado inicial e do estado final. Nesse sentido, o calor de 220 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Quando a entalpia dos produtos for maior do que a entalpia dos reagentes, o valor de ∆H será maior que zero e o sistema receberá calor da vizinhança, caracterizando uma reação endotérmica. Um exemplo desse caso é a reação de decomposição do óxido de mercúrio II, representada no diagrama abaixo. Representação gráfica da diferença dos níveis de en- talpia na reação de de- composição do óxido de mercúrio II. A diferença de entalpia entre reagentes e produtos corresponde ao calor absorvido na reação a pressão constante, que no caso é positivo (veja sentido da seta, para cima). Hr Hp H 1H2O(s) início final Calor absorvido = ∆H = +90,7 kJ 1 1 22 2 H l O g( ) ( )+ Reação endotérmica Hp > Hr ∆H > 0 Calor absorvido da vizinhança Resumindo: ∆H < 0 # reação exotérmica ∆H > 0 # reação endotérmica A informação da quantidade de energia que é liberada ou absorvida em reações quí- micas é de fundamental importância. Por isso, é recomendável que a representação da equação venha seguida do valor da diferença de entalpia. Lembre-se de que o valor de variação de entalpia (∆H) depende da reação química e das condições nas quais ocorre. Por isso, essa grandeza sempre deve estar acompanhada da equação a que se refere. Como a variação de entalpia é dada em quilo joule (kJ) por quantidade de ma- téria (mol), especificada pelos coeficientes estequiométricos da equação química à qual está vinculada, se houver variação nos coeficientes da equação, o valor de ∆H varia proporcionalmente. Lembre-se ainda de que a variação de entalpia depende das condições nas quais a reação ocorre, como temperatura, pressão e estado de agregação das substâncias. Cada estado de agregação de uma substância corresponde a um valor maior e/ou menor de entalpia (o estado sólido é menos energético e o gasoso é mais energético). Por isso, na equação que representa a reação deve-se especificar essas condições de cada substância. Normalmente, trabalha-se com valores de pressão igual a 100000 Pa e temperatura de 25 °C. Como essas são condições-padrão, geralmente elas são omiti- das. A equação química com tais valores é chamada equação termoquímica. Na equação termoquímica é preciso descrever todos os fatores que possam influir no valor da entalpia. Vejamos o caso da formação da água: H g O g H O l H kJ mol2 2 2 1 2 285 5 25( ) ( ) ( ) , / (+ → = − °CC atm; )1 Quando a entalpia dos produtos for maior do que a entalpia dos reagentes, o valor H será maior que zero e o sistema receberá calor da vizinhança, caracterizando uma reação endotérmica. Um exemplo desse caso é a reação de decomposição do óxido de Representação gráfica da diferença dos níveis de en- talpia na reação de de- composição do óxido de mercúrio II. A diferença de entalpia entre reagentes e produtos corresponde ao calor absorvido na reação a pressão constante, que no caso é positivo (veja sentido da seta, para cima). final H = +90,7 kJ 1 22 222 22 O g2 2O g2 2 ( )O g( )O g+2 2+2 2 Reação endotérmica Calor absorvido da vizinhança C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 221 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Veja então que no estudo termoquímico é fundamental descrever com precisão as con- dições do sistema, ou seja, suas propriedades. Além disso, observar que a quantidade de calor, expressa pelo ∆H, sempre se refere às quantidades dos reagentes e dos produtos. O conjunto das propriedades é denominado estado de sistema. A caracterização do estado de sistema é importante porque, a partir das propriedades desse sistema, é possível determinar outras propriedades termodinâmicas. As propriedades que definem o estado do sistema são chamadas variáveis de estado. São exemplos de variáveis de estado a temperatura e a pressão. A partir das equações podem ser efetuados cálculos de variação de entalpia de outras reações químicas. Para esses cálculos, precisamos, todavia, saber qual o valor da entalpia de formação de cada substância. É o que veremos a seguir. Entalpia de formação A quantidade de energia envolvida em uma reação química pode ser determinada ao se reproduzir essa reação em um calorímetro. Como a quantidade de reações químicas é infinita, não poderemos realizar todas elas para saber a quantidade de energia envolvida em cada uma. Para diminuir esse trabalho, os químicos desenvolveram uma metodologia que permite calcular a variação de entalpia para as reações. Como a entalpia não pode ser medida para as substâncias, foram definidos e deter- minados os valores relacionados às quantidades de energia das substâncias quando elas estiverem envolvidas em transformações químicas e físicas. Isso levou à definição da entalpia-padrão de formação, representada por ∆H°f (° in- dica o valor-padrão e o índice f, formação). A entalpia-padrão de formação das substân- cias corresponde à entalpia para produzir um mol da substância a partir das substâncias simples à pressão de 105 Pa (1 atm) em suas formas mais estáveis. Entalpia-padrão de formação é a entalpia de reação para a formação de 1 mol de substância, a partir das substâncias simples mais estáveis, a 105 Pa e a 25 °C. Vejamos o exemplo do etanol: 2 3 1 2 2772 2 2 5C s H g O g C H OH l Hf o( ) ( ) ( ) ( ) ,+ + → ∆ = − 669 298 105/ ( , )kJ mol K Pa Como se espera, na formação de um mol da substância em questão é comum a utilização de coeficientes fracionários, como no caso do oxigênio 1 2     . O carbono considerado é a grafite, sua forma mais comum. A segunda definição importante para a realização desses cálculos é considerar a entalpia- -padrão das substâncias simples (H°), em suas formas mais comuns, à 298 K, como sendo igual a zero. Assim, para as substâncias grafite, oxigênio, hidrogênio, cálcio metálico, gás, cloro etc., considera-se que a entalpia-padrão de formação é igual a zero. A tabela a seguir apresenta os valores de entalpia-padrão de formação para algumas substâncias. Esse tipo de dado é importante porque permite calcular valores de entalpia de diferentes reações, conforme veremos mais adiante. Uma importante aplica- ção dos calorímetros está na determinação do calor de reação de uma reação química, mas uma forma usual de determinar o calor de reação é a partir de dados experimentais da entalpia de formação. A nd re i N ek ra ss ov /S hu tt er st oc k Veja então que no estudo termoquímico é fundamental descrever com precisão as con- dições do sistema, ou seja, suas propriedades. Além disso, observar que a quantidade de calor, expressa pelo ∆H, sempre se refere às quantidades dos reagentes e dos produtos. O conjunto das propriedades é denominado A caracterização do estado de sistema é importante porque, a partir das propriedades desse sistema, é possível determinar outras propriedades termodinâmicas. As propriedades que definem o estado do sistema são chamadas variáveis de estado a temperatura e a pressão. A partir das equações podem ser efetuados cálculos de variação de entalpia de outras reações químicas. Para esses cálculos, precisamos, todavia, saber qual o valor da entalpia de formação de cada substância. É o que veremos a seguir. Entalpia de formação A quantidade de energia envolvida em uma reação química pode ser determinada ao se reproduzir essa reação em um calorímetro. Como a quantidade de reações químicas é infinita, não poderemos realizar todas elas para saber a quantidade de energia envolvida em cada uma. Para diminuir esse trabalho, os químicos desenvolveram uma metodologia que permite calcular a variação de entalpia para as reações. 222 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! ENTALPIA-PADRÃO DE FORMAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS A 25 °C Substância ∆H°f/kJ/mol Substância ∆H°f/kJ/mol AgCl(s) –127,07 Br2(g) 30,91 Al2O3(s) –1 675,7 C(diamante) 1,895 Ca(OH)2(s) –986,09 CCl4(l) –135,44 CaO(s) –635,09 CO(g) –110,53 CaSO4(s) –1 434,11 CO2(g) –393,51 CuO(s) –157,03 H2O(g) –241,82 Fe2O3(s) –824,2 H2O(l) –285,83 Hg(g) 61,32 H2O2(l) –187,78 KCl(s) –436,75 H2S(g) –20,63 NaBr(s) –361,06 H2SO4(l) –813,99 NaCl(s) –411,15 H2SO4(aq) –887,34 NaOH(s) –425,61 HBr(g) –36,40 PbO2(s) –277,4 HCl(g) –92,31 PbSO4(s) –919,94 HF(g) –271,1 SiO2(s) –910,94 NH3(g) –46,11 ZnO(s) –348,28 NH4Cl(g) –314,43 O3(g) 142,7 NO(g) 90,25 SO2(g) –296,83 NO2(g) 33,18 SO3(g) –395,72 N2O(g) 82,05 Fonte: ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química. Porto Alegre: Bookman, 2001. Decorou os valores? É claro que não. Não precisa! Essa tabela apresenta dados que devem ser consultados para a resolução de problemas de interesse químico. Você deve ter observado que nela não aparecem diversas substâncias simples conheci- das, como o carbono grafite, o oxigênio, o hidrogênio, os metais etc. Essas e outras subs- tâncias simples não estão tabuladas porque têm, por definição, entalpia-padrão de for- mação igual a zero. Como essa definição só se aplica à forma mais estável, outras formas de substâncias simples de um mesmo elemento químico apresentam valores diferentes de zero, como o valor apresentado para o carbono diamante na tabela. Entalpia de ligação Por que o álcool derramado sobre uma mesa não pega fogo? Pense Na formação de substâncias a partir de outras substâncias simples ou não, há uma rup- tura de ligações e formação de outras. Se soubermos a quantidade de energia envolvida em cada tipo de ligação, podemos facilmente calcular a entalpia de formação das substâncias. ENTALPIA-PADRÃO DE FORMAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS A 25 °C Substância ∆H°fH°fH°/kJ/mol (g) 30,91 C(diamante) 1,895 4(l) –135,44 CO(g) –110,53 (g) –393,51 O(g) –241,82 O(l) –285,83 O2(l) –187,78 S(g) –20,63 SO4(l) –813,99 4(aq) –887,34 HBr(g) –36,40 HCl(g) –92,31 C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 223 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A variação de energia nas reações químicas depende da diferença entre as ligações químicas rompidas nos reagentes e as ligações químicas formadas nos produtos. ∆Hf da reação Energia das ligações nas moléculas de CH3I e H2O Energia das ligações nas moléculas de CH3OH e Hl Va ria çã o de e ne rg ia A energia de ligação é definida como a entalpia média, ∆H, necessária para romper 1 mol de ligações covalentes (simples, dupla ou tripla) entre dois átomos, de modo a obter esses átomos isolados na fase gasosa. A formação de ligações químicas libera energia (processo exotérmico, portanto o valor de ∆H é negativo). Consequentemente, no rompimento de ligações quími- cas há absorção de energia (processo endotérmico, portanto o valor de ∆H é po- sitivo). A tabela abaixo apresenta valores típicos de energia de ligações covalentes entre dois átomos. ENERGIA DE LIGAÇÃO ENTRE ÁTOMOS Energia de ligação média Ligação Energia/(kJ/mol) Ligação Energia/(kJ/mol) 436 281 563 241 431 327 366 345 299 614 413 745 353 804 434 463 139 495 Fonte: BROWN, T. L.; LeMAY Jr., H. E.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central, 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. As ligações covalentes entre dois átomos são fontes energéticas. Elas “retêm” uma energia potencial química que pode ser liberada na forma de calor. Por isso, os hidrocar- bonetos encontrados no petróleo são fontes de energia porque são constituídos por ca- deias com ligações covalentes que armazenam energia e a liberam no processo de quebra das ligações, durante a combustão. Lembre-se, no entanto, de que numa reação química há formação de novas ligações nos produtos. Assim, o processo irá liberar energia se as ligações rompidas forem mais energéticas que as ligações formadas, de modo que a energia liberada no rompimento das ligações dos reagentes seja maior que a energia consu- mida na formação dos produtos. Desse modo, podemos calcular a entalpia de reação desde que todas as substâncias envolvidas estejam no estado gaso- so. Considera-se esse estado de agregação porque, nos de- mais – sólido, líquido – ou em solução aquosa, há que se levar em conta a energia evolvida nas interações intermoleculares. Vejamos alguns exemplos: A energia de ligação é definida como a entalpia média, 1 mol de ligações covalentes (simples, dupla ou tripla) entre dois átomos, de modo a obter esses átomos isolados na fase gasosa. A formação de ligações químicas libera energia (processo exotérmico, portanto o valor de ∆H é negativo). Consequentemente, no rompimento de ligações quími- cas há absorção de energia (processo endotérmico, portanto o valor de sitivo). A tabela abaixo apresenta valores típicos de energia de ligações covalentes entre dois átomos. ENERGIA DE LIGAÇÃO ENTRE ÁTOMOS Energia de ligação média Ligação Energia/(kJ/mol) 436 563 431 366 299 224 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 1. Calcule a variação de entalpia da reação abaixo a partir da energia de ligação. CH3I(g) + H2O(g) ( CH3OH(g) + HI(g) ∆H = ? Para esse cálculo, utilize a tabela de ENERGIA DE LIGAÇÃO ENTRE ÁTOMOS da página anterior. Nesse caso, teremos a quebra de uma ligação C K I (241 kJ/mol) e de uma ligação H K O (463 kJ/mol), proporcionando a se- guinte variação de entalpia dos reagentes (∆H°r ): ∆H°r = HC K I + HH K O ∆H°r = 241 kJ/mol HC K I + 463 kJ/mol HH K O ∆H°r = 704 kJ/mol ligações Simultaneamente, ocorre a formação de uma ligação C K O (353 kJ/mol) e de uma ligação H K I (299 kJ/mol), proporcio- nando a seguinte variação de entalpia dos produtos (∆H°p): ∆H°p = HC K O + HH K I ∆H°p = (–353 kJ/mol HC K O) + (–299 kJ/mol HH K I ) ∆H°p = –652 kJ/mol ligações No processo global, a variação de entalpia será dada por: ∆H° = ∆H°r + ∆H°p. ∆H° = 704 kJ/mol ligações + (–652 kJ/mol ligações) ∆H° = 52 kJ/mol ligações 2. Calcule a variação de entalpia da reação de combustão do butano abaixo a partir da energia de ligação. Utilize os va- lores da tabela da página 224. CH CH CH CH g O g CO g H O g3 2 2 3 2 2 2 13 2 4 5( ) ( ) ( ) ( )+ → + Para calcular a variação de energia para essa reação, calcule o valor das ligações rompidas nos reagentes, em kJ. Temos dez ligações entre C K H; logo, romperam-se dez mols dessa ligação. Temos três ligações entre C K C; logo, romperam-se três mols dessa ligação. Temos uma ligação entre O O , mas na reação encontramos 6,5 mol de O2; assim, romperam-se 6,5 mol dessa ligação. O saldo energético das ligações rompidas (Hr) será igual à soma de todos esses valores. Agora, iremos calcular o saldo energético nas ligações formadas. Temos duas ligações entre átomos de carbono e oxigênio C O, mas na reação encontramos quatro mols de CO2; logo, formaram-se oito mols desta ligação. Temos duas H K O , mas na reação encontramos cinco mols de H2O; logo, formaram-se dez mols dessa ligação. O saldo energético das ligações formadas (Hp) será igual à soma desses valores. Basta somar as entalpias do reagente e do produto para encontrarmos a variação total de entalpia. Todos esses cálculos podem ser esquematizados da seguinte maneira: ∆ = ⋅ +( ) + = H mol H H mol Hr o C H C C O O1 10 3 13 2– – ∆H°r = 10 mol ⋅ 413 kJ/mol + 3 mol ⋅ 345 kJ/mol + 13 2 mol ⋅ 495 kJ/mol ∆H°r = 4 130 kJ + 1035 kJ + 3 217,5 kJ ∆H°r = 8 382,5 kJ ∆H°p = 4 mol ⋅ 2HC L O+ 5 mol ⋅ 2HC K O ∆H°p = 8 mol ⋅ (–745 kJ/mol) + 10 mol ⋅ (–463 kJ/mol) ∆H°p = –5 960 kJ + (–4630 kJ) # ∆H°p = –10 590 kJ ∆H° = ∆H°r + ∆H°p # ∆H° = 8 382,5 kJ + (–10 590 kJ) ∆H° = –2 207,5 kJ/mol Como o sinal do saldo energético é negativo, a reação analisada é exotérmica, liberando a quantidade de energia indicada acima. Esses cálculos desenvolvidos são aproximados, porque a energia de ligação entre dois átomos depende também das outras ligações presentes na molécula. Entretanto, como a variação é muito pequena, os cálculos realizados desse modo fornecem bons resultados. Calcule a variação de entalpia da reação abaixo a partir da energia de ligação. CH3OH(g) + HI(g) ∆H = ? Para esse cálculo, utilize a tabela de ENERGIA DE LIGAÇÃO ENTRE ÁTOMOS da página anterior. (241 kJ/mol) e de uma ligação H K O (463 kJ/mol), proporcionando a se- + 463 kJ/mol HH K O K O (353 kJ/mol) e de uma ligação H K I (299 kJ/mol), proporcio- + (–299 kJ/mol HH K I ) No processo global, a variação de entalpia será dada por: H° = 704 kJ/mol ligações + (–652 kJ/mol ligações) Calcule a variação de entalpia da reação de combustão do butano abaixo a partir da energia de ligação. Utilize os va- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 225 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 5 LEI DE HESS Conhecido o valor da entalpia de formação das substâncias, é possível calcular o valor da entalpia das reações nas quais essas substâncias estão envolvidas. Quem perce- beu e postulou essa possibilidade foi o químico e médico alemão Henri Hess [1802-1850], que afirmou que a entalpia de uma reação é a diferença entre o somatório das entalpias de formação de seus produtos e o somatório das entalpias de formação de seus reagen- tes, nas mesmas condições de temperatura e pressão. Matematicamente, esse enunciado é representado pela equação: ∆Hreação = ΣHprodutos – ΣHreagentes Isso significa que podemos determinar a variação de entalpia de uma reação a partir de valores de en- talpia de formação dos reagentes e dos produtos. Esses são dispostos em tabelas que apresentam valo- res obtidos em laboratórios. O diagrama ao lado representa a entalpia-padrão de formação de uma substância. Outra importante conclusão dos estudos de Hess, derivada da compreensão de que a variação de en- talpia corresponde à diferença entre as entalpias de formação dos produtos e reagentes, é que a varia- ção da entalpia em uma reação independe do caminho percorrido para chegar até os produtos finais. Nesse sentido, a variação de entalpia é função de estado, ou seja, que não depende de como a amostra foi preparada. Essa proposição ficou conheci- da como Lei de Hess. A variação de entalpia de uma reação depende apenas dos estados inicial e final. O que a Lei de Hess demonstra é que, tanto partindo de uma reação direta como de uma sequência de reações, a variação de energia é sempre a mesma. Veja como isso ocorre, analisando esquematicamente o diagrama a seguir. Observe que a variação de entalpia da reação é determinada a partir do estado inicial e do esta- do final e que esse valor corresponde à diferença entre a variação de entalpia da reação 1 e a va- riação de entalpia da reação 2. Em outros termos isso significa que a variação de entalpia final cor- responde ao somatório das entalpias das reações intermediárias até se chegar ao produto deseja- do. Nesse sentido, pode se considerar que a va- riação de entalpia de uma reação corresponde ao somatório das equações termoquímicas das rea- ções intermediárias, podendo elas ser invertidas, multiplicadas ou divididas como se fossem equa- ções matemáticas. Representação gráfica da entalpia de formação. HR H substância simples substância composta início final ∆H de formação A variação de entalpia da reação é igual à diferen- ça de ∆H1 e ∆H2. HP HR H substância simples Reagentes: substância composta Produtos: substância composta ∆H reação 1 ∆H ∆H reação 2 HP 5 LEI DE HESS Conhecido o valor da entalpia de formação das substâncias, é possível calcular o valor da entalpia das reações nas quais essas substâncias estão envolvidas. Quem perce- beu e postulou essa possibilidade foi o químico e médico alemão Henri Hess [1802-1850], que afirmou que a entalpia de uma reação é a diferença entre o somatório das entalpias de formação de seus produtos e o somatório das entalpias de formação de seus reagen- tes, nas mesmas condições de temperatura e pressão. Matematicamente, esse enunciado é representado pela equação: ∆HreaçãoRepresentação gráfica da entalpia de formação. H substância composta final ∆H de formação HP 226 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Para melhor entender isso, vamos analisar a variação de entalpia da reação de produção do metanol, a partir da reação do gás metano, descrita pela equação: CH g O l CH OH l4 2 3 1 2 ( ) ( ) ( )+ → A variação de entalpia dessa reação pode ser obtida a partir de valores de variação de entalpia de uma série de outras reações que somadas correspondem à equação acima. Veja como isso pode ocorrer a partir das reações abaixo: 1 3 206 14 2 2. ( ) ( ) ( ) ( ) , /CH g H O l CO g H g H kJ+ → + ∆ =° mmol H g CO g CH OH l H kJ2 2 128 32 3. ( ) ( ) ( ) , /+ → ∆ = −° mmol H g O g H O l H kJ m3 2 2 428 62 2 2. ( ) ( ) ( ) , /+ → ∆ = −° ool A partir dessas equações devemos montar uma série de equações que, somadas, forneçam a equação desejada. Para isso, como a reação final envolve apenas 1 2     mol de O2, então, tem-se que dividir a equação 3 por dois, o que resulta em dividir também o ∆H°2. Assim, teremos: 1 3 206 14 2 2 1. ( ) ( ) ( ) ( ) , /CH g H O l CO g H g H kJ m o+ → + ∆ = ool H g CO g CH OH l H kJ mo2 2 128 32 3 2. ( ) ( ) ( ) , /+ → ∆ = − ool H g O g H O l H kJ molo3 1 2 214 32 2 2 3. ( ) ( ) ( ) , /+ → ∆ = − RReação final : ( ) ( ) ( )CH g O l CH OH l HRF o 4 2 3 1 2 + → ∆ = −−136 5, /kJ mol Observe que ao somar as equações somam-se os coeficientes de substâncias que estão em mais de uma reação de um mesmo lado da equação (reagentes ou produtos) e subtraem-se os mesmos que aparecem de um lado e de outro. Assim, o 2H2, reagente da equação 2, soma-se ao H2, reagente da equação 3, e esse total é cancelado com os 3 mols de H2 que estão do lado dos produtos na equação 1. Da mesma forma o H2O da equação 1 é cancelado com o H2O da equação 3 e o CO da equação 1 é cancelado com o CO da equação 2. Veja ainda que: ∆H°RF = ∆H°1 + ∆H°2 + ∆H°3 Existem casos nos quais precisamos inverter uma equação química e fazer com que produtos tornem-se reagentes, e vice-versa. Se a reação absorve energia em um sentido, ela liberará se ocorrer no outro sentido. Para manter a coerência, temos de inverter o si- nal do valor da entalpia. Vamos considerar a equação de síntese da água: H g O g H O l H kJ molf2 2 2 1 2 214 3( ) ( ) ( ) , /+ → ∆ = −o Se em um sistema precisarmos produzir 2 mol de oxigênio, podemos obter o valor de ∆H°, invertendo a equação, com inversão do sinal de ∆H°, e multiplicando-se toda a equa- ção por 4 para se ter os 2 mol de O2 desejado. O resultado de ∆H° será: 4H2O(l) ( 4H2(g) + 2O2(g) ∆H° = 857,2 kJ/mol Utilizando a Lei de Hess, podemos calcular a energia que será liberada em qualquer reação para a qual tenhamos os valores de entalpia-padrão de formação das substâncias envolvidas ou de outras reações que, somadas, formem a equação da reação desejada. Para melhor entender isso, vamos analisar a variação de entalpia da reação de produção do metanol, a partir da reação do gás metano, descrita pela equação: H l( )H l( )H l A variação de entalpia dessa reação pode ser obtida a partir de valores de variação de entalpia de uma série de outras reações que somadas correspondem à equação acima. Veja como isso pode ocorrer a partir das reações abaixo: ) ,206) ,206 /g H) ,g H) , kJ) ,g H) ,+ ∆) ,g H) ,° m1° m1) ,° m) ,206) ,206° m206) ,206 /° m/kJ° mkJ) ,=) ,° m) ,=) , mo° mmo° m l H kJ3) ,H k) ,H k128) ,128 /) ,∆ =) ,H k) ,H k∆ =H k) ,H k° mH k° mH kJ° mJH kJH k° mH kJH kH k3H k° mH k3H kH k) ,H k° mH k) ,H kH k128H k) ,H k128H k° mH k128H k) ,H k128H k /° m/H k) ,H k∆ =H k) ,H k° mH k) ,H k∆ =H k) ,H kH k) ,H k−H k) ,H k° mH k) ,H k−H k) ,H k mo° mmo° m l l H kJ) ,l H) ,l H /) ,∆ =) ,l H) ,l H∆ =l H) ,l H° okJ° okJ m° om6° o6) ,° o) ,428) ,428° o428) ,428 /° o/) ,∆ =) ,° o) ,∆ =) ,) ,−) ,° o) ,−) , ol° ool° o A partir dessas equações devemos montar uma série de equações que, somadas, forneçam a equação desejada. Para isso, como a reação final envolve apenas 1 2 A partir dessas equações devemos montar uma série de equações que, somadas, forneçamA partir dessas equações devemos montar uma série de equações que, somadas, forneçam  mol de O mol de O2, então, tem-se que dividir a equação 3 por dois, o que resulta em dividir também o ∆H°2H°2H°. Assim, teremos: 6 12 1) (2 1) (2 1) ,20) ,206 1) ,6 12 1) ,2 1 /g Hg H2 1g H2 1) ,g H) ,2 1) ,2 1g H2 1) ,2 1 kJ m) , o) ,+ ∆+ ∆2 1+ ∆2 1) (+ ∆) () (+ ∆) (2 1) (2 1+ ∆2 1) (2 1g H+ ∆g Hg H+ ∆g H2 1g H2 1+ ∆2 1g H2 1) ,g H) ,+ ∆) ,g H) ,2 1) ,2 1g H2 1) ,2 1+ ∆2 1) ,2 1g H2 1) ,2 1) ,=) , oloolo H kJ mH kJ mH k8 3H k8 3H k2) ,H k) ,H kH k oH k) ,H koH kH k12H k) ,H k12H k8 3) ,8 3H k8 3H k) ,H k8 3H k2) ,2H k2H k) ,H k2H k /J m/J m) ,∆ =) ,H k) ,H k∆ =H k) ,H kH k oH k) ,H koH k∆ =H koH k) ,H koH kH k2H k) ,H k2H k∆ =H k2H k) ,H k2H kH k) ,H k−H k) ,H k oloolo l H kJ l) ,l H) ,l Ho) ,o / C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 227 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! D e acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, a quantidade total de energia do Universo é constante. Transformações podem fazer com que a energia do sistema seja absorvida ou liberada para o sistema. Assim, uma xícara de café pode liberar energia na forma de calor para o ambiente. Embora a energia total continue a mesma, a xícara estará mais fria e o ambiente mais quente. Vamos agora imaginar um experimento hipoté- tico. Temos uma caixa de isopor (mal condutor de calor) com as seguintes dimensões internas: 5 cm de largura, 10 cm de comprimento e 8 cm de altura. Temos também dois recipientes de alumínio (bom condutor de calor), com as seguintes dimensões ex- ternas: 5 cm de largura, 5 cm de comprimento e 8 cm de altura. Assim, cabem exatamente dois re- cipientes de alumínio na caixa de isopor. Um dos recipientes de alumínio contém água à temperatura de 90 °C e o outro contém quantidade igual de água à temperatura de 10 °C. 6 ESPONTANEIDADE DAS TRANSFORMAÇÕES: ENTROPIA G H I H Germain Henri Ivanovitch Hess nasceu em Genebra, Suíça, em 1802. Aos três anos, mudou com seu pai para Moscou, onde viveu toda sua vida. Obteve seu título de doutor em Medicina e começou a exercer essa profissão. O grande interesse pela Química e pela Geologia, que sempre o acompanhou, levou-o a visitar o famoso químico sueco Jöns Jacob Berzelius [1779-1848] em Estocolmo. Essa visita de mais de um mês foi decisiva na vida de Hess que resolveu, então, dedicar-se completamente à ciência. Em 1830, tornou-se professor de Química da Universidade de São Petersburgo, e em 1834 publicou o livro Fundamentos de Química, que foi, por muito tempo, amplamente utilizado em escolas e universidades russas. Um dos pioneiros da Físico-Química, estudou o calor produzido em reações quími- cas e seus aspectos energéticos. Esses estudos o levaram a formular, em 1840, uma lei que estabelece que o calor envolvido em uma reação só depende de seus estados inicial e final e que ficou conhecida como Lei de Hess. Devido a seu interesse pela Geologia, realizou importantes estudos sobre jazidas de diferentes minerais e de gás natural na região do mar Cáspio. Ainda como professor da Universidade de São Petersburgo, faleceu em 1850, aos 48 anos, tendo contribuído bastante para o desenvolvimento de diversas áreas da ciência e, em especial, da Química. A Ciência na História Germain Henri Ivanovitch Hess sempre teve grande interesse pela Química e pela Geologia. Pioneiro da Físico-Química, estudou o calor produzido em reações químicas e seus aspectos energéticos, formulando a lei que estabelece que o ca- lor envolvido em uma rea- ção só depende de seus es- tados inicial e final. U ni ve rs id ad e Q uí m ic a de T ar tu , E st ôn ia D Uma xícara de café deixada sobre a mesa pode absorver calor do ambiente e esquentar-se? Pense Se uma caixa de alumínio con- tém água a 90 °C e a outra, a mes- ma quantidade de água, mas em temperatura a 10 °C, o que aconte- cerá com o passar do tempo? J. Yu ji 10 °C 90 °C O que acontecerá após es- ses dois recipientes serem co- locados na caixa de isopor? Pense G H I H Germain Henri Ivanovitch Hess nasceu em Genebra, Suíça, em 1802. Aos três anos, mudou com seu pai para Moscou, onde viveu toda sua vida. Obteve seu título de doutor em Medicina e começou a exercer essa profissão. O grande interesse pela Química e pela Geologia, que sempre o acompanhou, levou-o a visitar o famoso químico sueco Jöns Jacob Berzelius [1779-1848] em Estocolmo. Essa visita de mais de um mês foi decisiva na vida de Hess que resolveu, então, dedicar-se completamente à ciência. Em 1830, tornou-se professor de Química da Universidade de São Petersburgo, e em 1834 publicou o livro Fundamentos de Química utilizado em escolas e universidades russas. Um dos pioneiros da Físico-Química, estudou o calor produzido em reações quími- cas e seus aspectos energéticos. Esses estudos o levaram a formular, em 1840, uma lei que estabelece que o calor envolvido em uma reação só depende de seus estados inicial e final e que ficou conhecida como Lei de Hess. Devido a seu interesse pela Geologia, realizou importantes estudos sobre jazidas de diferentes minerais e de gás natural na região do mar Cáspio. A Ciência na HistóriaA Ciência na História Germain Henri Ivanovitch Hess sempre teve grande interesse pela Química e pela Geologia. Pioneiro da Físico-Química, estudou o calor produzido em reações químicas e seus aspectos energéticos, formulando a lei que estabelece que o ca- lor envolvido em uma rea- ção só depende de seus es- tados inicial e final. U ni ve rs id ad e Q uí m ic a de T ar tu , E st ôn ia 228 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Diversos fenômenos acontecem naturalmente em um sentido, mas não acontecem no sentido contrário, em alguns casos mesmo que seja fornecida a energia necessária. Cacos de um copo jogados para cima não formam o copo novamente. Iluminar uma lanterna não recarrega suas pilhas. A água não recristaliza formando cubos de gelo em um copo de suco deixado sobre a mesa. Esses processos que não retornam ao estado inicial sem que haja uma ação externa são chamados de irreversíveis. Entretanto, tais proces- sos poderiam ocorrer no sentido inverso sem contrariar a Primeira Lei da Termodinâmica. Se os dois recipientes de alumínio apresentando a mesma temperatura fossem coloca- dos em contato e um aumentasse sua temperatura, enquanto o outro diminuísse na mesma proporção, ainda assim haveria conservação de energia. É a Segunda Lei da Termodinâmica que irá justificar o sentido único de transferência de calor, ou seja, a espontaneidade dos fenômenos. Chamamos de processo espontâneo àquele que ocorre sem a necessidade de uma ação externa. Uma das formas de se enun- ciar essa lei foi apresentada pelo físico alemão Rudolf Julius Emanuel Clausius [1822-1888]: É impossível haver transferência espontânea de calor de um objeto frio para outro mais quente. A condição de ser espontânea é fundamental nessa definição, pois fenômenos a prin- cípio irreversíveis ocorrem devido à realização de trabalho externo. É o que acontece, por exemplo, com as geladeiras. Nelas, o calor é retirado do interior frio e transferido para o exterior mais quente, só que consumindo energia. Se as duas caixas de alumínio contêm a mes- ma quantidade de água a 50 °C, o que acontecerá com o passar do tempo? J. Yu ji 50 °C 50 °C Será que se colocarmos nesses dois recipientes de alumínio igual quantidade de água à mesma temperatura, depois de determinado tempo um poderá estar mais quente do que o outro? Pense Fácil, não? Haverá troca de calor entre os dois recipientes e, depois de estabelecido o equilíbrio, os dois atingirão uma temperatura comum igual a 50 °C. Agora, imagine a situação inversa. Como podemos saber se uma reação química ou outro fenômeno ocorre espontaneamente ou não? Como podemos saber se uma reação química ou outro fenômeno Pense A chuva, a queda-d’água numa cachoeira, a queda de uma pedra morro abaixo e outros eventos naturais comuns possuem uma característica comum: são irreversíveis e estão de acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica. A queda-d’água em uma barragem é um processo espontâneo que transforma a energia cinética de sua queda em energia elétrica, ao girar os geradores elétricos da usina. O que não é espontâneo é a água retornar sozinha para o alto da barragem. Para isso, seria ne- cessária uma ação externa, de uma bomba-d’água, por exemplo. Ri ca rd o A zo ur y/ O lh ar Im ag em Diversos fenômenos acontecem naturalmente em um sentido, mas não acontecem no sentido contrário, em alguns casos mesmo que seja fornecida a energia necessária. Cacos de um copo jogados para cima não formam o copo novamente. Iluminar uma lanterna não recarrega suas pilhas. A água não recristaliza formando cubos de gelo em um copo de suco deixado sobre a mesa. Esses processos que não retornam ao estado inicial irreversíveis. Entretanto, tais proces- sos poderiam ocorrer no sentido inverso sem contrariar a Primeira Lei da Termodinâmica. J. Yu ji 50 °C 50 °C Fácil, não? Haverá troca de calor entre os dois recipientes e, depois de estabelecido o equilíbrio, os dois atingirão uma temperatura comum igual a 50 °C. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 229 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A queda de um copo de vidro, espatifando-se em cacos, é um exemplo de processo irreversível. Seria bom se não fosse, pois assim teríamos o co- po de volta. Para esses sistemas conhecidos é fácil saber em que sentido irão ocorrer. Todos sabemos que um copo de vidro pode quebrar ao cair, espalhando ca- cos por todos os lados. Sabemos também que o copo não será recuperado se os cacos forem jogados para cima. A variação da desordem de um sistema tem a ver com a espontaneidade de processos físicos. Para prever a espontaneidade de diferentes transformações, químicos e físicos defi- niram uma grandeza denominada entropia (do grego, en = “em”, e tropee = “mudança”), que é representada por S. Uma definição possível seria: Entropia é a medida da desordem do sistema. O conceito de entropia foi usado pela primeira vez em 1850, pelo físico alemão Rudolf Julius Clausius [1822-1888], para referir-se à dissipação da energia. De acordo com seu enunciado, espontaneamente o calor só pode passar de um corpo para outro de menor temperatura. O matemático e físico britânico lorde Kelvin William Thomson [1824-1907], estudan- do máquinas térmicas, postulou que seria impossível construir uma máquina térmica que extraísse calor de uma fonte e o transformasse integralmente em trabalho. Desse postu- lado, surgiu a Segunda Lei da Termodinâmica. Ela fixa os limites naturais da possibilidade de se converter calor em trabalho e define que: Uma mudança espontânea é acompanhada por um aumento da entropia total do sistema e de sua vizinhança. Em outras palavras, isso significa que em qualquer processo natural a entropia do Universo ou de um sistema em estudo sempre aumenta. A entropia, assim como a entalpia, é uma propriedade que depende dos estados inicial e final. Como em todos os processos há aumento de entropia, devemos ter claro que esse aumento pode nos custar caro. Análises imediatas podem não demonstrar um aumento de entropia que só será percebido se analisarmos melhor o processo. As crises de energia pelas quais passam as sociedades estão relacionadas ao aumen- to de demanda e à degradação das condições ambientais da Terra, causando um au- mento na entropia do planeta. Com a crescente necessidade de energia, podemos levar o planeta – nosso sistema – a uma entropia tão grande que inviabilize a vida. O que é necessário para diminuir a desordem de um ambiente? Pense Exercícios 1. As reações químicas podem ocorrer com absorção ou liberação de energia. Qual é o sinal algébrico da variação de entalpia nessas reações? 2. Por que é importante indicar o estado físico de todas as substâncias ao escrevermos as equações termoquímicas? 3. (FMU-SP) Em um texto encontramos a seguinte frase: "Quando a água funde, ocorre uma reação exotérmica". Na frase há: a) apenas um erro, porque a água não funde. b) apenas um erro, porque a reação química é endotérmica. c) apenas um erro, porque não se trata de reação quí- mica, mas de processo físico. d) dois erros, porque não se trata de reação química nem o processo físico é exotérmico. e) três erros, porque a água não sofre fusão, não ocorre reação química e o processo físico é en dotérmico. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. He ly D em ut ti A queda de um copo de vidro, espatifando-se em cacos, é um exemplo de processo irreversível. Seria bom se não fosse, pois assim teríamos o co- po de volta. Para esses sistemas conhecidos é fácil saber em que sentido irão ocorrer. Todos sabemos que um copo de vidro pode quebrar ao cair, espalhando ca- cos por todos os lados. Sabemos também que o copo não será recuperado se os cacos forem jogados para cima. A variação da desordem de um sistema tem a ver com a espontaneidade de processos físicos. Para prever a espontaneidade de diferentes transformações, químicos e físicos defi- niram uma grandeza denominada entropia que é representada por S. Uma definição possível seria: Entropia é a medida da desordem do sistema. O conceito de entropia foi usado pela primeira vez em 1850, pelo físico alemão Rudolf Julius Clausius [1822-1888], para referir-se à dissipação da energia. De acordo com seu enunciado, espontaneamente o calor só pode passar de um corpo para outro de menor temperatura. O matemático e físico britânico lorde Kelvin William Thomson [1824-1907], estudan- do máquinas térmicas, postulou que seria impossível construir uma máquina térmica que O que é necessário para diminuir a desordem de um ambiente?O que é necessário para diminuir a desordem de um ambiente? PensePensePensePensePensePensePensePense He ly D em ut ti 230 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! 4. (UFMG) Ao se sair molhado em local aberto, mesmo em dias quentes, sente-se uma sensação de frio. Esse fenôme no está relacionado com a evaporação da água que, no caso, está em contato com o corpo humano. Essa sensação de frio explica-se corretamente pelo fato de que a evaporação da água: a) é um processo endotérmico e cede calor ao corpo. b) é um processo endotérmico e retira calor do corpo. c) é um processo exotérmico e cede calor ao corpo. d) é um processo exotérmico e retira calor do corpo. 5. (UFBA) Em relação aos aspectos energéticos envolvidos nas transformações químicas, pode-se afirmar: a) a queima da parafina de uma vela exemplifica um processo endotérmico. b) a vaporização da água de uma piscina pela ação da luz solar exemplifica um processo endotérmico. c) a combustão do álcool hidratado em motores de automóveis exemplifica um processo endotérmico. d) a formação de um iceberg a partir da água do mar exemplifica um processo endotérmico. e) o valor de ∆H de uma transformação depende ex- clusivamente do estado físico dos reagentes. 6. Considere o processo: C(grafite) ( C(diamante) ∆H = +1,8 kJ, calcule a entalpia padrão de formação do diamante. 7. O calor envolvido em uma reação foi de –20 kJ. Essa reação é endotérmica ou exotérmica? 8. Represente graficamente a entalpia da seguinte reação: A + B ( C + D ∆H = –10,2 kJ 9. Considere as reações abaixo e indique qual(is) repre- senta(m) entalpias de formação. a) S(rômbico) + O2(g) ( SO2(g). b) C(diamante) + O2(g) ( CO2(g). c) 2S(rômbico) + 2O2(g) ( 2SO2(g). 10. Considere as entalpias-padrão de formação de cada substância C2H5OH(l) ∆H = –277,5 kJ/mol; CO2(g) ∆H = –393,3 kJ/mol e H2O(l) ∆H = –285,5 kJ/mol e determine a variação de entalpia para a seguinte reação: C2H5OH(l) + 3O2(g) ( 2CO2(g) + 3H2O(l) 11. A partir das entalpias de formação de NH3(g) = –11,0 kcal/ mol, NO(g) = +21,6 kcal/mol e H2O(g) = –57,8 kcal/mol, determine a entalpia da reação: 2 5 2 2 33 2 2NH g O g NO g H O g( ) ( ) ( ) ( )+ → + 12. De acordo com o gráfico a seguir, calcule o calor de combustão do carbono diamante como mostra a equa- ção: C(diamante) + O2(g) ( CO2(g). ∆H1 = +0,45 kcal/mol ∆H2 = –94,1 kcal/mol En ta lp ia C(diamante) + O2(g) C(grafi te) + O2(g) CO2(g) 13. Analise o gráfico a seguir, escreva a equação de formação do ClF(g) e determine a entalpia de formação do ClF(g). ∆H1 = +47,3 kcal/mol ∆H2 = 13,3 kcal/mol En ta lp ia Cl(g) + F(g) 1 2 Cl2(g) + 1 2 F2(g) CIF(g) 14. Compare o resultado da atividade acima com o exercício resolvido da página 224 sobre a variação energética da combustão do butano, principal componente do gás de cozinha. Qual combustível cozinha mais rápido o alimento: o álcool ou o gás de cozinha? Por quê? 15. A partir dos dados de entalpia de formação e energia de ligação fornecidos no texto, escreva as equações termoquímicas que definem as entalpias de: a) combustão do acetileno (C2H2(g)) ∆H = –1298,3 kJ. b) formação do NH3(g) ∆H = –45,9 kJ. c) energia de ligação do O2(g) ∆H = 497,8 kJ. 16. Utilizando os dados fornecidos na tabela abaixo, cal- cule a energia envolvida na reação representada e expresse o resultado em kcal/mol de HI. 2HI(g) + Cl2(g) ( I2(g) + 2HCl(g) Tipo de ligação Energia de ligação (em kcal/mol) 103 71 58 36 17. A partir dos dados fornecidos S(rômbico) + O2(g) ( SO2(g) ∆H° = –296,06 kJ S(monoclínico) + O2(g) ( SO2(g) ∆H° = –296,36 kJ Calcule a variação de entalpia para a reação: S(rômbico) ( S(monoclínico) 18. (UFSC) Dadas as equações: I H g O g H O l H kcal m— ( ) ( ) ( ) , /2 2 2 1 2 68 3+ → ∆ = − ool II H g O g H O v H kc— ( ) ( ) ( ) ,2 2 2 1 2 57 8+ → ∆ = − aal mol/ (UFMG) Ao se sair molhado em local aberto, mesmo em dias quentes, sente-se uma sensação de frio. Esse fenôme no está relacionado com a evaporação da água Essa sensação de frio explica-se corretamente pelo fato b) é um processo endotérmico e retira calor do corpo. (UFBA) Em relação aos aspectos energéticos envolvidos a) a queima da parafina de uma vela exemplifica um b) a vaporização da água de uma piscina pela ação da luz solar exemplifica um processo endotérmico. c) a combustão do álcool hidratado em motores de automóveis exemplifica um processo endotérmico. a partir da água do mar H de uma transformação depende ex- ∆H1 = +0,45 kcal/mol ∆H2 = –94,1 kcal/mol En ta lp ia C(diamante) + O2(g) C(grafi te)(grafi te) + O2(g) CO2(g) 13. 13. Analise o gráfico a seguir, escreva a equação de formação do ClF(g) e determine a entalpia de formação do ClF(g). ∆H1 = +47,3 kcal/mol ∆H2 = 13,3 kcal/mol En ta lp ia Cl(g) + F(g) 1 2 Cl2(g) + 1 2 F2(g) CIF(g) 14. 14. Compare o resultado da atividade acima com o exercício resolvido da página 224 sobre a variação energética da combustão do butano, principal componente do C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 231 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! A variação de entalpia para o processo H2O(v) ( H2O(l) é: a) –126,1 kcal/mol e o processo é exotérmico. b) +10,5 kcal/mol e o processo é endotérmico. c) +126,1 kcal/mol e o processo é endotérmico. d) –10,5 kcal/mol e o processo é exotérmico. e) –10,5 kcal/mol e o processo é endotérmico. 19. (Fatec-SP) Considere as afirmações a seguir, segundo a Lei de Hess. I – O calor de reação (∆H) depende apenas dos es- tados inicial e final do processo. II – As equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem equações matemáticas. III – Podemos inverter uma equação termoquímica des- de que se inverta o sinal de ∆H. IV – Se o estado final do processo for alcançado por vários caminhos, o valor de ∆H dependerá dos estados in- termediários através dos quais o sistema pode passar. Conclui-se que: a) as afirmações I e II são verdadeiras. b) as afirmações II e III são verdadeiras. c) as afirmações I, II e III são verdadeiras. d) todas são verdadeiras. e) todas são falsas. 20. A síntese do metano (CH4) pode ser representada pela equação: C(grafite) + 2H2(g) → CH4(g). As reações envolvidas nesse processo estão representadas da seguinte forma: a) C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ∆H° = –393,5 kJ b) 2H2(g) + O2(g) → 2H2O(l) ∆H° = –571,6 kJ c) CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(l) ∆H° = –890,4 kJ Calcule o ∆H°f (CH4). 21. (UFMS) Calcule a entalpia, ∆H, em kcal/mol, da reação CO2(g) → C(grafite sólido) + O2(g) nas condições ambientais (25 °C e 1 atm), sabendo-se que: I C H g O g CO g H O l H — ( ) ( ) ( ) ( )2 6 2 2 2 7 2 2 3 3 + → + ∆ = −° 772 7 2 3 2 , / — ( )( ) kcal mol II C H ggrafite sólido + ( ) , / — ( ) → ∆ = − + C H g H kcal mol III H g 2 6 2 20 2 1 2 ° OO g H O l H kcal mol2 2 68 3( ) ( ) , /→ ∆ = −° 22. (FEI-SP) São dadas as seguintes variações de entalpia de combustão. C s O g CO g H kcal H g O ( ) ( ) ( ) , ( ) + → ∆ = − + 2 2 2 2 94 0 1 2 (( ) ( ) , ( ) ( ) g H O l H kcal CH g O g → ∆ = − + → 2 4 2 68 0 2 CCO g H O l H2 22( ) ( )+ ∆ = − 212,0 kcal Considerando a formação do metano, segundo a equação C(s) + 2H2(g) → CH4(g) A quantidade de quilocalorias, em valor absoluto, en- vol vida na formação de 1 mol de metano, é: a) 442. b) 50. c) 18. d) 254. e) 348. 23. (Puccamp-SP) O acetileno (C2H2) usado nos maçaricos de “solda a oxigênio” queima conforme a equação: C2H2(g) + 2,5O2(g) → 2CO2(g) + H2O(l) Dados: 2C(s) + H2(g) → C2H2(g) ∆H = +54,2 kcal/mol H2(g) + 0,5O2(g) → H2O(l) ∆H = –68,3 kcal/mol C(s) + O2(g) → CO2(g) ∆H = –94,1 kcal/mol A diferença de entalpia para a combustão completa do acetileno será: a) –188,2 kcal/mol b) –330 kcal/mol c) –310,7 kcal/mol d) –376,4 kcal/mol e) –115 kcal/mol 24. O que é entropia? 25. Qual é o melhor critério para verificar a espontaneidade ou não de um processo químico? 26. Analise cada sistema abaixo e responda se a entropia aumenta ou diminui durante cada um dos processos. Explique o seu raciocínio. a) N2(g) + 2O2(g) → 2NO2(g) b) CO2(s) → CO2(g) c) Resfriamento da água de 50 °C a 4 °C. 27. Julgue cada item como certo (C) ou errado (E). a) A formação de gotas de água em uma nuvem ocorre com aumento de entropia. b) A dissolução de açúcar em água ocorre com au- mento de entropia. c) A vaporização do álcool no carburador do carro se dá com diminuição de entropia. d) Ao bombearmos ar para encher um pneu, ocorre diminuição na entropia. e) Na transformação de Br2(l) + Cl2(g) → 2BrCl(g) ocorre aumento de entropia. A variação de entalpia para o processo H2O(v) ( H2O(l) é: a) –126,1 kcal/mol e o processo é exotérmico. b) +10,5 kcal/mol e o processo é endotérmico. c) +126,1 kcal/mol e o processo é endotérmico. d) –10,5 kcal/mol e o processo é exotérmico. e) –10,5 kcal/mol e o processo é endotérmico. 19. 19. (Fatec-SP) Considere as afirmações a seguir, segundo a Lei de Hess. I – O calor de reação (∆H) depende apenas dos es- tados inicial e final do processo. II – As equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem equações matemáticas. III – Podemos inverter uma equação termoquímica des- de que se inverta o sinal de ∆H. IV – Se o estado final do processo for alcançado por vários caminhos, o valor de ∆H dependerá dos estados in- termediários através dos quais o sistema pode passar. Conclui-se que: a) as afirmações I e II são verdadeiras. 22. 22. 23. 23. 232 TE RM O Q UÍ M IC A TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EEEE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Termoquímica e calor b Pode-se observar diariamente que as reações químicas provocam variação de energia, como a com- bustão do carvão, o funcionamento de uma pilha etc. A Termoquímica é a área da Química que estu- da as quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante as reações químicas. Equilíbrio térmico e o princípio zero da Termodinâmica b Calor é uma forma de energia que se transfere de um sistema a outro como resultado de uma dife- rença de temperatura entre os dois sistemas. A unidade-padrão para medir energia é o joule (j). Outra unidade utilizada é a caloria (cal), que equivale a 4,184 J. b O princípio zero da Termodinâmica estabelece que quando dois sistemas são colocados em contato térmico eles atingem um estado de equilíbrio, no qual terão a mesma temperatura. Calorimetria b A quantidade de calor de uma reação pode ser medida em um calorímetro, por meio da variação de temperatura. O princípio do calorímetro baseia-se na Primeira Lei da Termodinâmica, segundo a qual a energia pode ser convertida de uma forma em outra, mas não pode ser criada nem destruída. Capacidade calorífera b A capacidade calorífera de um corpo é quantidade de calor necessária para aumentar sua temperatura de um grau Celsius (°C). O calor específico de um material ou substância e sua capacidade calorífica por grama. b Quanto maior o calor específico de um material, maior será a quantidade de calor necessária para aquecê-lo. Calor de reação: entalpia b As reações químicas podem ser classificadas quanto à variação de energia em endotérmicas e exotér- micas. As reações endotérmicas são aquelas que absorvem energia. As reações exotérmicas são as que liberam energia. b A variação de entalpia de uma reação (∆H) é a medida da quantidade de calor liberado ou absorvido quando esta ocorre a pressão constante. b A variação de entalpia de uma reação pode ser obtida pela diferença entre a entalpia padrão de for- mação dos produtos e reagentes (∆Hreação = Hprodutos – Hreagentes). Lei de Hess b No cálculo do calor da reação aplica-se a Lei de Hess: o calor liberado ou absorvido em uma reação química é o mesmo, caso a reação se processe diretamente ou em etapas. Espontaneidade das transformações: entropia b Um processo espontâneo é aquele que ocorre sem a necessidade de uma ação externa. b A desordem de um sistema tem a ver com a espontaneidade de processos físicos. A entropia é a me- dida da desordem do sistema. b Uma mudança espontânea é acompanhada por um aumento da entropia total do sistema e de sua vizinhança. Pode-se observar diariamente que as reações químicas provocam variação de energia, como a com- bustão do carvão, o funcionamento de uma pilha etc. A Termoquímica é a área da Química que estu- da as quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante as reações químicas. Equilíbrio térmico e o princípio zero da Termodinâmica Calor é uma forma de energia que se transfere de um sistema a outro como resultado de uma dife- rença de temperatura entre os dois sistemas. A unidade-padrão para medir energia é o joule (j). Outra unidade utilizada é a caloria (cal), que equivale a 4,184 J. O princípio zero da Termodinâmica estabelece que quando dois sistemas são colocados em contato térmico eles atingem um estado de equilíbrio, no qual terão a mesma temperatura. A quantidade de calor de uma reação pode ser medida em um calorímetro, por meio da variação de temperatura. O princípio do calorímetro baseia-se na Primeira Lei da Termodinâmica, segundo a qual a energia pode ser convertida de uma forma em outra, mas não pode ser criada nem destruída. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 233 TABELAS Fe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 FeFe Fe rr o 26 2 8 14 2 55,8 2 T. PERIÓDICA a Bc E D aa BBcc EEEEE DDD BB EE BBB EEEEEEEE DDD GLOSSÁRIOÍNDICE OD SEGURANÇA ! Exercícios de revisão ER TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS Capítulo 7 Como controlamos as reações químicas? Quais são as fontes de energia disponíveis? CINÉTICA QUÍMICA Tema em foco FONTES DE ENERGIA Quando a humanidade descobriu como produzir o fogo para se aquecer e preparar seus alimentos, estava dando um grande salto para o desenvolvimento da sociedade que hoje conhecemos. No entanto, iniciava com isso uma tri- lha sem volta. Parece-nos impossível retroceder e voltar a viver sem a tecnologia que tanto gera e consome energia. Imaginar uma grande cidade sem energia elétrica e sem combustíveis nos evoca a ideia de caos. Nesse contexto, o grande problema que enfrentamos é o fato de a principal fonte de energia em todo o mundo ser o petróleo, recurso que vem se esgotando. As necessidades energéticas de um país são diretamente proporcionais ao seu grau de industrialização. Assim, sociedades altamente industrializadas são grandes consumidoras de energia. Esse alto consumo exige também a uti- lização de variadas fontes, renováveis ou não. A necessidade de buscar novas fontes de energia justifica-se não só pelo risco de colapsos, causados pela falta de ener- gia, aos quais estamos sujeitos, mas, principalmente, pelos problemas ambientais advindos de diversas fontes de energia. Diante do quadro de esgotamento dos combustíveis fósseis e, sobretudo, dos problemas ambientais enfrenta- dos em decorrência de sua combustão, na atualidade, surge a necessidade do desenvolvimento de tecnologias que possam explorar com mais eficiência fontes de energias renováveis. Assim, certamente, no fim do século XXI não teremos uma única fonte de energia predominante, como ocorreu no século XIX com o carvão e no século XX com o petróleo. Espera-se, para essa época, a coexistência de variadas fontes de energia, renováveis e pouco poluidoras. O modo como a sociedade organizou sua produção industrial e agrícola interferiu no modelo de organização e produção de energia. A utilização de energia baseia-se na organização da economia, mas isso nem sempre é coe- rente. Vejamos o caso do uso do petróleo como fonte de energia e a atual crise. O petróleo não é somente uma fonte (esgotável) de energia, mas principalmente uma importante fon- te de matéria-prima. Entretanto, seu consumo como combustível, embora cause muita poluição, é bem maior que sua utilização como matéria-prima para milhares de produtos industrializados. produção de energia. A utilização de energia baseia-se na organização da economia, mas isso nem sempre é coe- rente. Vejamos o caso do uso do petróleo como fonte de energia e a atual crise. O petróleo não é somente uma fonte (esgotável) de energia, mas principalmente uma importante fon- te de matéria-prima. Entretanto, seu consumo como combustível, embora cause muita poluição, é bem maior que sua utilização como matéria-prima para milhares de produtos industrializados. Hel y De mut ti Um parque de diversões não funciona sem energia: tudo fica parado. Faça um exercício de imaginação e proponha mundos com energia em diferentes intensidades, do zero até uma situação na qual a energia esteja disponível como o ar. 234 Desse ponto de vista, nossa sociedade vem cometendo um grande erro ao queimar, de forma compulsiva, um material tão versátil e esgotável. Como seremos avaliados pelas futuras gerações quando essa matéria-prima faltar? Dessas observações nasce um novo paradigma: a economia de energia em cada residência não é algo desprezível, como uma gota de água em um oceano. A soma de todas essas gotas é que faz a diferença. Para isso, é necessário que todos colaborem. Por outro lado, mesmo reduzindo drasticamente nosso consumo de energia elétrica, não temos como abrir mão de seu uso. Isso leva a outra necessidade: desenvolver e aprimorar fontes de energia que possam fazer funcionar nos- sas máquinas, prejudicando o menos possível o ambiente. Para isso, neste capítulo vamos analisar fontes de energia de potencial químico, que possui fonte na agregação das moléculas. Já estudamos no capítulo 3 duas dessas fontes: o petróleo, fonte fóssil, e o álcool, biomassa. Veja, agora, outras dessas fontes, começando com o carvão que pode ter origem da biomassa ou de minerais fósseis. Carvão: vegetal e mineral A madeira é formada por uma grande variedade de substâncias orgânicas constituídas por átomos de carbono, hi- drogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre, entre outros. Em 100 gramas de madeira temos, aproximadamente, 52 gramas de carbono, 41 gramas de oxigênio, 6 gramas de hidrogênio, além de uma pequena quantidade de átomos de outros elementos químicos. A umidade pode ser de 20% a 50% da massa da madeira. As principais substâncias constituintes da madeira são a celulose – (C6H10O5)n – e as ligninas – (C9H12)n. Estão também presentes, em menores quantidades, óleos, resinas, taninos, gorduras, corantes, glicídios, substâncias minerais etc. Quando uma madeira é queimada, as substâncias mais voláteis são as primeiras a reagir com o oxigênio, produzindo chamas altas e coloridas. Nos fornos para produção de carvão, propositalmente, a quantidade de oxigênio não é suficiente para queimar toda a madeira ali colocada. Dessa forma, ocorre uma combustão incompleta, produzindo como resíduo o car- vão vegetal, constituído basicamente por átomos de carbono. Além do carvão, outras substâncias são obtidas na queima da madeira. Por meio da destilação seca, processo que con- siste na condensação de gases provenientes dessa queima, obtêm-se as três frações apresentadas na tabela a seguir. No processo industrial de produção de carvão vegetal, utilizam-se for- nos, nos quais são coloca- dos pedaços relativamen- te pequenos de madeira seca à temperatura de 300 °C. Quando sua obten- ção é destinada à siderurgia do ferro-gusa e à de sub- produtos (metanol, ácido acético, piche, óleo e gás), a escala de produção é bem maior. A madeira utilizada com mais frequência é o eucalipto. COMPOSIÇÃO DAS FRAÇÕES DA DESTILAÇÃO SECA DA MADEIRA Fração Produtos Utilização 1a Fração (gasosa) Metano, eteno, monóxido de carbono, dióxido de carbono, vapor de água, óleo essencial (baixa densidade). Fabricação de aguardente. 2a Fração (líquida) Água, ácido acético (6 a 10%), acetona (0,5 a 1%), metanol (2 a 3%), óleo (alta densidade), alcatrão de madeira. Obtenção de metanol (álcool de madeira). O alcatrão é constituído por uma mistura de substâncias aromáticas, sendo utilizado na preparação de antissépticos e desinfetantes. 3a Fração (sólida) Carvão vegetal. Preparação de certos tipos de aço. Município de Turmalina, Vale do Jequitinhonha (MG), 2007. ki no .c om Além do carvão vegetal, temos o carvão mineral, conhecido como carvão fóssil ou de pedra. Esse carvão é mui- to utilizado para gerar energia em usinas termelétricas. Sua origem é parecida com a do petróleo: a partir do so- terramento de enormes florestas com vegetação densa, processo que ocorreu há cerca de 250 milhões de anos. Sua composição varia de acordo com seu tipo, como mostra a tabela a seguir e, em geral, a presença de carbono em sua composição é maior do que no carvão vegetal. Desse ponto de vista, nossa sociedade vem cometendo um grande erro ao queimar, de forma compulsiva, um material tão versátil e esgotável. Como seremos avaliados pelas futuras gerações quando essa matéria-prima faltar? Dessas observações nasce um novo paradigma: a economia de energia em cada residência não é algo desprezível, como uma gota de água em um oceano. A soma de todas essas gotas é que faz a diferença. Para isso, é necessário Por outro lado, mesmo reduzindo drasticamente nosso consumo de energia elétrica, não temos como abrir mão de seu uso. Isso leva a outra necessidade: desenvolver e aprimorar fontes de energia que possam fazer funcionar nos- sas máquinas, prejudicando o menos possível o ambiente. Para isso, neste capítulo vamos analisar fontes de energia de potencial químico, que possui fonte na agregação das moléculas. Já estudamos no capítulo 3 duas dessas fontes: o petróleo, fonte fóssil, e o álcool, biomassa. Veja, agora, outras dessas fontes, começando com o carvão que pode A madeira é formada por uma grande variedade de substâncias orgânicas constituídas por átomos de carbono, hi- drogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre, entre outros. Em 100 gramas de madeira temos, aproximadamente, 52 gramas de carbono, 41 gramas de oxigênio, 6 gramas de hidrogênio, além de uma pequena quantidade de átomos de outros elementos químicos. A umidade pode ser de 20% a 50% da massa da madeira. As principais substâncias constituintes – e as ligninas – (C9H12)n. Estão também presentes, em menores quantidades, óleos, resinas, taninos, gorduras, corantes, glicídios, substâncias minerais etc. Quando uma madeira é queimada, as substâncias mais ki no .c om C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 235 COMPOSIÇÃO PERCENTUAL APROXIMADA DOS DIFERENTES TIPOS DE CARVÃO MINERAL Tipo Oxigênio Hidrogênio Carbono Turfa 40,0% 6,0% 54 a 60% Linhito 25,0% 5,0% 65 a 75% Hulha 15,0% 4,5% 75 a 85% Antracito 3,0% 2,0% 95% W ik im ed ia C om m on s He ly D em ut ti Lu is M igu el Bu ga llo Sá nc he z/ W ik im ed ia C om m on s He ly D em ut ti Quanto maior o teor do carbono do carvão, maior é sua ca- pacidade de gerar calor e energia. Por isso, a turfa nem sempre é aproveitada como combustível, e sim como adubo. Por outro lado, o linhito é largamente empregado na siderurgia ou como matéria-prima na indústria química. O antracito é considerado um carbono quase puro. Diferentemente da madeira, que inicialmente produz chamas altas, a queima do carvão produz pouca chama no início de sua combustão e, depois, as brasas queimam lentamente. Dessa for- ma, pode-se dizer que o carvão é um combustível mais eficiente que a madeira. Entretanto, é preciso aproveitar adequadamente as substâncias geradas em sua produção, que não são combustí- veis tão eficientes, mas possuem outras aplicações importantes. Outra diferença do carvão vegetal é que ele é oriundo de uma fonte renovável de biomassa que globalmente gera menos gás carbônico para a atmosfera do que os com- bustíveis fósseis como o carvão mineral, conforme veremos no próximo item. Biocombustíveis Por definição podemos dizer que biomassa é toda matéria orgânica, de origem ani- mal ou vegetal, que pode ser usada para produção de energia. Pode-se considerar que se trata de uma forma indireta de energia solar, já que essa é transformada em energia química, por meio do processo metabólico da planta, a fotossíntese. As plantas podem ser consideradas verdadeiras usinas transformadoras de energia solar em energia química. Elas absorvem dióxido de carbono e água que são metabo- lizados, produzindo substâncias que constituem os vegetais, utilizando a energia dos Do carvão podem ser extraídas diversas substân- cias. Na destilação seca da hulha, a 1100 °C e na ausência de ar, originam-se três frações de grande valor comercial. A fração gasosa (representa 20%) produz os gases de hi- drogênio, metano, monóxido de carbono e é utilizada como combustível e gás de iluminação. Da fração líquida (10%) retiram-se aminas, hidróxido e sais de amônio. Com esses produtos fabricam-se fertilizantes agrícolas, plásticos, tintas, produtos de limpeza, medicamentos etc. A fração líquida também produz o piche, usado em pavimentação e prote- ção de metais. A fração sólida (70%) produz o carvão co- que usado na indústria siderúrgica para a obtenção de aço. As minas subterrâneas são re- cursos utilizados para a ob- tenção do carvão mineral. Entretanto, as minas podem le- var a terremotos, resultantes de acomodações de terras superfi- ciais, e podem envolver proble- mas de drenagem. Além disso, impõem graves ameaças à saú- de e à segurança dos mineiros, que enfrentam a morte lenta pela doença negra (ocasiona- da pela vida em minas, onde se respira um ar muito poluído). Cl ei to n La ge s Mina de Carvão de Candiota (RS). A le Ru ar o/ Pu ls ar Im ag en sCOMPOSIÇÃO PERCENTUAL APROXIMADA DOS DIFERENTES TIPOS DE CARVÃO MINERAL Tipo Oxigênio Hidrogênio Carbono Turfa 40,0% 6,0% 54 a 60% Linhito 25,0% 5,0% 65 a 75% Hulha 15,0% 4,5% 75 a 85% Antracito 3,0% 2,0% 95% W ik im ed ia C om m on s He ly D em ut ti Lu is M igu el Bu ga llo Sá nc he z/ W ik im ed ia C om m on s He ly D em ut ti 236 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A fótons da radiação solar. O oxigênio é liberado para a atmosfera e, depois, parcialmente consumido no processo de respiração. Nesse processo há formação de moléculas de gli- cose que são a base de formação de moléculas orgânicas produtoras de carboidratos e outras substâncias da estrutura dos vegetais. Esse processo de fotossíntese pode ser representado pela seguinte equação abaixo: 6CO2(g) + 6H2O(g) ( fóton C6H12O6(s) + 6O2(g) Do ponto de vista energético, a biomassa se transforma em energia quando pode ser aproveitada em atividades humanas e na natureza, em processos de manutenção da vida. Essa garantia de potencial energético tem de se manter num ciclo, ser renovável e eficaz. Uma das principais vantagens da biomassa é o balanço de carbono, já que nesses pro- cessos menor quantidade de CO2 é lançada na atmosfera em termos globais. Isso se deve ao fato de que, enquanto os combustíveis fósseis jogam na atmosfera gás carbônico que estava fossilizado há milhares de anos, os biocombustíveis lançam na atmosfera gás car- bônico que já estava na atmosfera e que foi absorvido pelos vegetais. Além disso, parte do gás carbônico lançado será reabsorvido em novas plantações. A biomassa apresenta uma infinidade de matérias-pri- mas que podem ser aproveitadas para produção de energia. Analise o quadro abaixo. Vejamos agora alguns tipos de combustível da biomassa que têm ganhado notoriedade no Brasil, nos últimos anos. PRINCIPAIS EXEMPLOS DE BIOCOMBUSTÍVEIS Biocombustível Matéria-prima Processos de obtenção Composição química Carvão vegetal Madeira Pirólise Carbono Álcool Açúcares (glicose, amido, celulose etc.) Fermentação aeróbica Etanol (CH3CH2OH) Biogás Todo o tipo de biomassa Fermentação anaeróbica Hidrocarbonetos leves Biogás de síntese Biomassa em geral Gaseificação Mistura de vários gases, essencialmente CO e H2 Biodiesel Óleos e gorduras Esterificação ou transesterificação Monoésteres de ácidos graxos Bio-óleo Óleos e gorduras Craqueamento ou hidrocraqueamento Mistura de hidrocarbonetos e compostos oxigenados Fonte: OLIVEIRA, Flavia C. da C.; SUAREZ, P. A. Z.; W. L. P. S. Biodiesel: possibilidades e desafios. In: Química Nova na Escola, v. 28, p.3-8, 2008. Os biodigestores, além de produzirem energia, ajudam a diminuir um sé- rio problema das socie- dades modernas: o lixo. Alguns projetos governa- mentais vêm aproveitando recursos da biomassa para a produção de eletricidade a partir da cana-de-açúcar, de resíduos agrícolas, de resíduos da madeira e de óleos vegetais. Jo el S ilv a/ Fo lh ap re ss Morro Agudo (SP), 2001. Biodiesel O biodiesel é um combustível derivado de biomassa, é renovável e biodegradável. Pode ser produzido a partir de gor- dura animal e de óleos vegetais, como mamona, dendê, girassol, amendoim, pinhão manso, soja, entre outros. O bio- diesel é assim uma mistura de ésteres de ácidos graxos com monoálcoois de cadeia curta, como o metanol ou o etanol. Apesar de o biodiesel possibilitar a substituição do diesel, a sua composição química é bem diferente da do die- sel. O óleo diesel é constituído por hidrocarbonetos com cadeias que podem chegar a vinte e oito átomos de carbo- no, contendo baixas concentrações de átomos de enxofre, oxigênio e nitrogênio. Ele é obtido a partir do refino do petróleo por destilação fracionada em temperaturas na faixa de 150 a 400 °C. fótons da radiação solar. O oxigênio é liberado para a atmosfera e, depois, parcialmente consumido no processo de respiração. Nesse processo há formação de moléculas de gli- cose que são a base de formação de moléculas orgânicas produtoras de carboidratos e Esse processo de fotossíntese pode ser representado pela seguinte equação abaixo: (s) + 6O2(g) Do ponto de vista energético, a biomassa se transforma em energia quando pode ser aproveitada em atividades humanas e na natureza, em processos de manutenção da vida. Essa garantia de potencial energético tem de se manter num ciclo, ser renovável e eficaz. Uma das principais vantagens da biomassa é o balanço de carbono, já que nesses pro- é lançada na atmosfera em termos globais. Isso se deve ao fato de que, enquanto os combustíveis fósseis jogam na atmosfera gás carbônico que estava fossilizado há milhares de anos, os biocombustíveis lançam na atmosfera gás car- bônico que já estava na atmosfera e que foi absorvido pelos vegetais. Além disso, parte do gás carbônico lançado será apresenta uma infinidade de matérias-pri- mas que podem ser aproveitadas para produção de energia. Os biodigestores, além de produzirem energia, ajudam a diminuir um sé- rio problema das socie- dades modernas: o lixo. Alguns projetos governa- mentais vêm aproveitando recursos da biomassa para a produção de eletricidade a partir da cana-de-açúcar, de resíduos agrícolas, de resíduos da madeira e de óleos vegetais. Jo el S ilv a/ Fo lh ap re ss C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 237 Os dois veículos lançam CO2 na atmosfera, mas enquanto o primeiro lança na atmosfera carbono que estava armazena- do no subsolo há milhares de anos, o segundo lança átomos de carbono que já estavam na atmosfera. 1 2 3 4 + O OO O R2 R1 R3 O O O OO O R2 R1 OH OR4O R3catalisador R4 OH +OO R1 OH OHO OO O R2 R1 OH OR4O R2 catalisador R4 OH OO R1 OH OH catalisador R4 OH + OR4O R1OH OH OH H2O R2 OHcatalisador + OHO R1 OR2O R1 Fonte: OLIVEIRA, Flavia C. da C.; SUAREZ, P. A. Z.; SANTOS, W. L. P. Biodiesel: possibilidades e desafios. In: Química Nova na Escola, v. 28, p.3-8, 2008. Ac er vo d o au to r Ag ilb er to L im a/ A E Os processos químicos de obtenção do biodiesel são: craqueamento, esterificação e transesterificação. Este últi- mo, o mais utilizado deles, consiste de reações químicas de óleos vegetais ou gorduras de origem animal com etanol ou metanol, em presença de catalisador. Desse processo também se extrai a glicerina, empregada para fabricação de sabonetes e diversos outros cosméticos. No quadro abaixo são ilustradas reações de transesterificação usadas na obtenção de um biodiesel. Segundo a lei no 11.097, de 13 de janeiro de 2005, o biodiesel “tem seu uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”. As pesquisas na área já promoveram vários avanços para o favorecimento da utilização comercial do biodiesel. Entre esses, busca-se a utilização de misturas formadas pela adição de óleo vegetal ao óleo diesel, visando a minimi- zar os problemas nos motores; a modificação e adaptação de motores; ou, ainda, a modificação de óleos vegetais para que se assemelhem ao óleo diesel. Em 2011, o Brasil manteve-se entre os maiores consumidores de biodiesel do mundo. Porém, a produção das 60 usinas espalhadas por nosso território equivale a somente 40% do total de sua capacidade produtiva. A adição de biodiesel no diesel, que hoje é de 4%, deverá subir para 10% em 2014 e chegar a 20% em 2020. 1 OO OO R2 R OH Ac er vo d o au to r Ag ilb er to L im a/ A E Os processos químicos de obtenção do biodiesel são: craqueamento, esterificação e transesterificação. Este últi- mo, o mais utilizado deles, consiste de reações químicas de óleos vegetais ou gorduras de origem animal com etanol ou metanol, em presença de catalisador. Desse processo também se extrai a glicerina, empregada para fabricação de sabonetes e diversos outros cosméticos. No quadro abaixo são ilustradas reações de transesterificação usadas na obtenção de um biodiesel. Segundo a lei no 11.097, de 13 de janeiro de 2005, o biodiesel “tem seu uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”. 238 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Do ponto de vista ambiental, o biodiesel é muito menos agressivo do que o diesel pelo fato de reduzir o processo de emissão de gás carbônico que contribui para o aumento do aquecimento global; de não possuir átomos de en- xofre, como o diesel, que durante a sua queima gera gases tóxicos que provocam a formação de chuva ácida, além de, globalmente, emitir menos outros poluentes do que o diesel. Por outro lado, o uso de biodiesel também gera problemas ambientais derivados do cultivo em larga escala de ve- getais, com uso de agrotóxicos e técnicas agressivas ao solo. Surge aí outro problema: a substituição de lavouras de alimentos por lavouras de matéria-prima para combustíveis, o que pode reduzir a disponibilidade de alimentos para a população. No caso, o que precisa ser feito é uma discussão sobre a redução desses problemas para que o uso do biodiesel seja ambientalmente mais favorável do que o uso de combustíveis fósseis. Hidrogênio Por muitos aspectos, o hidrogênio é considerado, por muitos cientistas, o “combustível do futuro”. O primeiro aspecto se deve ao fato de seus áto- mos serem os mais abundantes no universo e o terceiro mais abundante em nosso planeta. Sua substância simples, o gás hidrogênio (H2), é um exce- lente combustível. A combustão de um quilograma dessa substância libera energia equivalente a energia liberada pela queima de 2,8 quilogramas de gasolina. Pode ser produzido a partir da eletrólise da água, e sua combustão gera água novamente. Ou seja, é produzido a partir de uma matéria-pri- ma barata, e seu produto não agride o ambiente. Assim, é uma fonte não poluente, inesgotável e renovável. Na verdade, o hidrogênio é uma forma limpa para armazenagem de energia, por meio do uso de células combus- tíveis, já que sua produção consome energia. Uma das principais dificuldades de utilização do hidrogênio está em seu armazenamento, já que em condições ambientes é um gás e pode ser combustível. No entanto, vários países e indústrias têm investido no desen- volvimento de tecnologias que possibilitam o uso seguro e crescente dessa fonte de energia. A tecnologia de células combustíveis de hi- drogênio está evoluindo rapidamente. Em 2009, já estava disponível nos EUA para carros mais moder- nos e com uma autonomia para rodar cerca de 400 km. Ca r C ul tu re /C or bi s Ca r C ul tu re /C or bi s M ic ha el M al on ey /C or bi s N at io na l H yd ro ge n A ss oc ia tio n, E U A Ph ot or es ea rc he rs /L at in st oc k A tecnologia de carro hidro- gênio vem se aprimorando, de forma que o abasteci- mento e controle de consu- mo não é muito diferente do abastecimento de carros mo- vidos a combustíveis fósseis. A diferença é que, nesse ca- so, a descarga libera vapores de água e não gases do efei- to estufa como nos motores a combustão. Do ponto de vista ambiental, o biodiesel é muito menos agressivo do que o diesel pelo fato de reduzir o processo de emissão de gás carbônico que contribui para o aumento do aquecimento global; de não possuir átomos de en- xofre, como o diesel, que durante a sua queima gera gases tóxicos que provocam a formação de chuva ácida, além de, globalmente, emitir menos outros poluentes do que o diesel. Por outro lado, o uso de biodiesel também gera problemas ambientais derivados do cultivo em larga escala de ve- getais, com uso de agrotóxicos e técnicas agressivas ao solo. Surge aí outro problema: a substituição de lavouras de alimentos por lavouras de matéria-prima para combustíveis, o que pode reduzir a disponibilidade de alimentos para a população. No caso, o que precisa ser feito é uma discussão sobre a redução desses problemas para que o uso do biodiesel seja ambientalmente mais favorável do que o uso de combustíveis fósseis. Por muitos aspectos, o hidrogênio é considerado, por muitos cientistas, o “combustível do futuro”. O primeiro aspecto se deve ao fato de seus áto- mos serem os mais abundantes no universo e o terceiro mais abundante em nosso planeta. Sua substância simples, o gás hidrogênio (H2), é um exce- lente combustível. A combustão de um quilograma dessa substância libera energia equivalente a energia liberada pela queima de 2,8 quilogramas de gasolina. Pode ser produzido a partir da eletrólise da água, e sua combustão gera água novamente. Ou seja, é produzido a partir de uma matéria-pri- ma barata, e seu produto não agride o ambiente. Assim, é uma fonte não poluente, inesgotável e renovável. Na verdade, o hidrogênio é uma forma Ca r C ul tu re /C or bi s Ph ot or es ea rc he rs /L at in st oc k C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 239 Debata e entenda 1. Aponte vantagens e desvantagens de cada fonte alternativa de energia. 2. Pesquise sobre outras fontes alternativas de energia e apresente-as em forma de cartaz. 3. Indique medidas que precisam ser adotadas visando à economia de energia e à substituição dos atuais combus- tíveis fósseis pelos seguintes setores: indústria, governo e população. 4. Debata sobre as possíveis razões pelas quais outras fontes de energia ainda não foram muito exploradas, apesar da crise do petróleo do início da década de 1970. 5. Debata sobre as possíveis medidas que sua comunidade pode tomar para diminuir o consumo de energia. 6. Seria a biomassa uma fonte de energia limpa? Por quê? 7. Quais seriam os possíveis impactos ambientais e econômicos da produção de biodiesel no setor agrário? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. 1 CINÉTICA QUÍMICA R eações químicas podem ser rápidas ou lentas, e as reações de combustão consti-tuem bons exemplos desses fatos. Enquanto as transformações de carboidratos que liberam energia em nosso organismo ocorrem lentamente, a combustão do TNT – trini- trotolueno – ocorre em fração de segundos. Os químicos buscam mecanismos que permitam o controle das reações químicas, di- minuindo seus efeitos prejudiciais às pessoas e ao ambiente. Esses conhecimentos permi- tem aumentar o rendimento de certas reações ou retardar outras que são indesejáveis, possibilitando o melhor emprego da Química em diferentes situações de cotidiano como, por exemplo, na conservação de alimentos. O estudo do controle das reações químicas é feito na área de estudo chamada Cinética Química, que estudaremos no presente capítulo. Para isso, vamos inicialmente exempli- ficar o controle de reações essenciais no processo de obtenção de energia que estamos estudando nesta unidade: as reações de combustão. Combustão Que atitudes podem ser tomadas para apagar um incêndio? Será que podemos retardar ou aumentar a rapidez de uma reação de combustão? Pense O que é necessário para que ocorra uma combustão? Pense Para responder a essas perguntas, precisamos responder a outra: DDDDDebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entenda 1. 1. Aponte vantagens e desvantagens de cada fonte alternativa de energia. 2. 2. Pesquise sobre outras fontes alternativas de energia e apresente-as em forma de cartaz. 3. 3. Indique medidas que precisam ser adotadas visando à economia de energia e à substituição dos atuais combus- tíveis fósseis pelos seguintes setores: indústria, governo e população. 4. 4. Debata sobre as possíveis razões pelas quais outras fontes de energia ainda não foram muito exploradas, apesar da crise do petróleo do início da década de 1970. 5. 5. Debata sobre as possíveis medidas que sua comunidade pode tomar para diminuir o consumo de energia. 6. 6. Seria a biomassa uma fonte de energia limpa? Por quê? 7. 7. Quais seriam os possíveis impactos ambientais e econômicos da produção de biodiesel no setor agrário? 1 CINÉTICA QUÍMICA CINÉTICA QUÍMICA R 240 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Com conhecimento quími- co sobre como se proces- sa o fogo, os bombeiros usam técnicas diferencia- das para apagá-lo. O triângulo do fogo representa as condições necessárias para que ocorra fogo. São neces- sários três componentes: combustível, oxigê- nio e energia. O combustível propaga o fogo na presença de oxigênio (comburente) e de um acontecimento que forneça o calor inicial (ignição). Após o início da queima, a reação continua até que um dos três fatores seja eli- minado. Sabendo disso, os bombeiros ut ilizam essa técnica para controlar o fogo: eliminam um desses componentes. Fl áv io F lo rid o/ Fo lh ap re ssPara ocorrer uma reação de combustão, são neces- sários: um combustível, um comburente, uma fonte de ignição e uma reação em cadeia. Combustível é todo material oxidável (sólido, líquido ou gasoso) capaz de reagir com o gás oxigênio, denomi- nado comburente. As reações de combustão liberam energia na forma de calor e luz e produzem, geralmen- te, o gás dióxido de carbono (CO2) e água. Além desses gases, dependendo da composição do combustível e das condições da reação, outros podem ser produzidos, tais como dióxido de enxofre e monóxido de carbono. Para que uma reação de combustão ocorra, é necessário um agente responsável pelo início do processo de queima: a ignição. Esse agente fornece a energia necessária para que a reação inicie e se mantenha, constituindo uma reação em cadeia. Nesse processo, enquanto existir combustível e comburente a reação continua espontaneamente. A combustão pode ser representada pelo esquema abaixo: oxigênio com bustível e ne rg ia Outra representação comum das condições para que ocorra fogo é o quadrado do fogo, quem considera também a necessidade de uma reação em cadeia. calor combustível comburente reação em cadeia fogo A combustão é a reação do oxigênio do ar com moléculas ou átomos do combustível. Quando isso ocorre só na superfície do material, o processo é relativamente lento. Porém, é possível interferir nesse processo para controlá-lo ou para tirar o maior proveito energé- tico. Como, por exemplo, a pulverização do combustível para acelerar e homogeneizar o processo de combustão, como ocorre nos motores dos veículos automotivos. Conhecendo o processo de combustão, é possível controlar o fogo de incêndios, reduzindo sua ocorrência e diminuindo seus danos. Veja alguns cuidados que devemos ter nesse caso. J. Yu ji J. Yu ji Com conhecimento quími- co sobre como se proces- sa o fogo, os bombeiros usam técnicas diferencia- das para apagá-lo. triângulo do fogo representa as condições necessárias para que ocorra fogo. São neces- sários três componentes: combustível, oxigê- Fl áv io F lo rid o/ Fo lh ap re ss Para que uma reação de combustão ocorra, é necessário um agente responsável pelo . Esse agente fornece a energia necessária para reação em cadeia. Nesse processo, enquanto existir combustível e comburente a reação continua espontaneamente. A combustão pode ser representada pelo esquema abaixo: C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 241 Presença de materiais combustíveis, como madeira e tecido, uso de velas e botijões de gás, sobrecargas em redes elétricas, faíscas, uso simultâneo de vários equipamentos em uma mesma tomada, uso de extensões elétricas inadequadas, entre outros fatores, au- mentam os riscos de incêndios, pela associação imediata dos agentes do fogo: combus- tíveis, faísca e comburente presente no ar. Locais sujeitos a esses e outros riscos devem, obrigatoriamente, possuir sistemas ade- quados de combate a incêndios. Nesses casos, a principal preocupação consiste em elimi- nar um dos três fatores do triângulo do fogo, esquematizado anteriormente. Os materiais combustíveis são, normalmente, constituídos de matéria orgânica, e a rapidez de queima é maior em combustíveis líquidos e gasosos, em relação aos sólidos. Um dos equipamentos básicos usado no combate ao fogo é o extintor de incêndio. Você já deve ter notado que, embora todos extintores de incêndio sejam recipientes de metal pintados de vermelho, existem diferentes tipos. Conhecê-los é fundamental para sua utilização correta em situações de emergência. De acordo com o material consumido (combustível), os incêndios são classificados em diferentes classes. Veja, nos quadros a seguir, as classes de incêndio e os tipos de extinto- res que devem ser usados em cada uma delas. CLASSIFICAÇÃO DE INCÊNDIOS Classe Tipos de incêndios Tipos de extintores A Incêndio em materiais sólidos (madeira, papel, tecido etc.). Esses ma- teriais queimam em superfícies e em profundidade, deixando resíduos (brasas, cinzas, carvão etc.). Extintor com água pressurizada, extin- tor com pó químico seco – NaHCO3, extintor com gás carbônico. B Incêndio em líquidos inflamáveis (óleo, gasolina, querosene, álcool etc.). Esses materiais queimam somente em superfície e não deixam resíduos quando queimados. Extintor com pó químico seco – NaHCO3, extintor com gás carbônico. C Incêndio em equipamentos ou rede elétrica energizados. Desligada a corrente elétrica, o incêndio passa a ser de classe A. Extintor com pó químico seco – NaHCO3, extintor com gás carbônico. D Incêndio em metais que inflamam facilmente (sódio, potássio, magné- sio, titânio, alumínio em pó etc.). Abafamento com areia. Só por curiosidade, procure um extintor em sua escola ou em sua casa e observe de que tipo ele é e qual a sua composição. TIPOS DE EXTINTORES DE INCÊNDIO Tipo Princípio de funcionamento Tipo Princípio de funcionamento Extintor com água pressurizada A água, impulsionada por um gás (nitrogênio ou dióxido de carbono), resfria e abafa o fogo. Usado para controle de fogo em material sóli- do, como madeira. Extintor com pó químico seco – NaHCO3 O pó abafa e sua decomposição, que produz H2O, CO2 e Na2CO3, resfria o sistema. Usado para controle de fogo em material sólido ou líquido, além de equipamentos elétricos. Extintor com gás carbônico O gás, além de abafar e resfriar, não conduz eletricidade. Usado para controle de fogo em material sólido ou líquido, além de equipa- mentos elétricos. Extintor de espuma mecânica Contém água, espumante e ar pres- surizado. A espuma resfria e abafa. Usado em locais onde há risco de vazamento de grandes quantidades de combustível como, por exemplo, em aeroportos. pressurizada Extintor espuma mecânica Fo to s: H el y D em ut ti Presença de materiais combustíveis, como madeira e tecido, uso de velas e botijões de gás, sobrecargas em redes elétricas, faíscas, uso simultâneo de vários equipamentos em uma mesma tomada, uso de extensões elétricas inadequadas, entre outros fatores, au- mentam os riscos de incêndios, pela associação imediata dos agentes do fogo: combus- tíveis, faísca e comburente presente no ar. Locais sujeitos a esses e outros riscos devem, obrigatoriamente, possuir sistemas ade- quados de combate a incêndios. Nesses casos, a principal preocupação consiste em elimi- nar um dos três fatores do triângulo do fogo, esquematizado anteriormente. Os materiais combustíveis são, normalmente, constituídos de matéria orgânica, e a rapidez de queima é maior em combustíveis líquidos e gasosos, em relação aos sólidos. Um dos equipamentos básicos usado no combate ao fogo é o extintor de incêndio. Você já deve ter notado que, embora todos extintores de incêndio sejam recipientes de metal pintados de vermelho, existem diferentes tipos. Conhecê-los é fundamental para sua utilização correta em situações de emergência. De acordo com o material consumido (combustível), os incêndios são classificados em diferentes classes. Veja, nos quadros a seguir, as classes de incêndio e os tipos de extinto- res que devem ser usados em cada uma delas. CLASSIFICAÇÃO DE INCÊNDIOS Classe Tipos de incêndios Incêndio em materiais sólidos (madeira, papel, tecido etc.). Esses ma- 242 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A O que torna os explosi- vos tão violentos é a gran- de rapidez com que as rea- ções ocorrem. Rapidez de reação Em algumas situações é necessário aumentar ou retardar a rapidez de reações quími- cas, e para isso os químicos controlam a taxa em que essas reações se processam, a qual se refere à variação da quantidade de reagente consumido ou de produto formado por uma unidade de tempo, e é denominada rapidez de reação. Em muitos livros, essa taxa é denominada velocidade da reação. Todavia, consideran- do que o conceito de velocidade é definido como a variação de espaço por unidade de tempo, preferimos adotar aqui a denominação rapidez, como também já vem sendo uti- lizado em outros livros. Para a determinação da rapidez de reações químicas, as quantidades consumidas e produzidas são expressas em unidades de concentração (se as substâncias estiverem em solução) ou em termos de pressão parcial (se as substâncias forem gases). A unidade de tempo a ser usada deve levar em conta a reação em estudo. Assim, po- de-se usar microssegundos para a explosão do gás de cozinha, minutos para a combustão de uma vela, dias para o enferrujamento de uma lâmina de ferro ou para a degradação do princípio ativo de um medicamento, meses para o apodrecimento da madeira, anos para a oxidação espontânea da celulose de um papel – que se torna amarelado e, depois de mais tempo, assume a tonalidade café. É bom observar que a rapidez se aplica a cada instante, ou seja, é um valor instantâ- neo. Isso acontece porque, à medida que a reação avança, a concentração dos reagen- tes diminui e a concentração dos produtos aumenta, afetando a rapidez da reação, como veremos mais adiante. O estudo da rapidez de reações químicas e dos fatores que a afetam está relacionado com o movimento das moléculas. Vamos agora analisar alguns processos químicos comuns e os fatores que neles interferem. A combustão é uma transformação es- pontânea que pode trazer grandes benefí- cios ou malefícios. A maioria dos combus- tíveis pode ficar na presença de oxigênio por muito tempo sem que haja reação. Entretanto, iniciada uma reação de com- bustão, pode ser difícil controlá-la. Diferentes materiais queimam com dife- rente rapidez, produzindo diferentes quan- tidades de calor. A rapidez de combustão de alguns materiais é tão grande que eles são considerados explosivos, ou seja, po- dem provocar reações extremamente rápi- das, com grande expansão de gases. Imagine a chama de uma fogueira em uma festa junina, aquecendo uma noite fria. Se não forem tomados al guns cuida- dos por quem preparou a fogueira, o fogo poderá se espalhar e provocar um incêndio com terríveis consequências. Veja a seguir como os químicos contro- lam essa reação. Pa ul o Li eb er t/ A E São Paulo, 2008. Em algumas situações é necessário aumentar ou retardar a rapidez de reações quími- cas, e para isso os químicos controlam a taxa em que essas reações se processam, a qual se refere à variação da quantidade de reagente consumido ou de produto formado por rapidez de reação. Em muitos livros, essa taxa é denominada velocidade da reação. Todavia, consideran- do que o conceito de velocidade é definido como a variação de espaço por unidade de tempo, preferimos adotar aqui a denominação rapidez, como também já vem sendo uti- Para a determinação da rapidez de reações químicas, as quantidades consumidas e produzidas são expressas em unidades de concentração (se as substâncias estiverem em solução) ou em termos de pressão parcial (se as substâncias forem gases). A unidade de tempo a ser usada deve levar em conta a reação em estudo. Assim, po- de-se usar microssegundos para a explosão do gás de cozinha, minutos para a combustão de uma vela, dias para o enferrujamento de uma lâmina de ferro ou para a degradação do princípio ativo de um medicamento, meses para o apodrecimento da madeira, anos para a oxidação espontânea da celulose de um papel – que se torna amarelado e, depois É bom observar que a rapidez se aplica a cada instante, ou seja, é um valor instantâ- neo. Isso acontece porque, à medida que a reação avança, a concentração dos reagen- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 243 Química na escola Por que a vela apaga? As atividades a seguir poderão ser realizadas facilmente em sala de aula, com materiais que podem ser trazidos de casa. No caso de alguma dúvida, consulte seu professor. Material Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. • 1 copo de 300 mL • água fria • seringa descartável de 5 mL ou 10 mL • 1 comprimido efervescente • bicarbonato de sódio • uma caixa de fósforos • espátula metálica (ou faca de mesa) • 50 cm de mangueira de aquário • 2 velas Procedimento 1. Após terminada cada parte do procedimento, limpe rigorosamente o sistema e deixe-o em con- dições para o próximo procedimento. 2. Fixe a vela no fundo do copo de forma que a ponta do pavio não ultrapasse a altura da borda do copo, como indica a figura ao lado. Destino dos resíduos Os resíduos sólidos desta atividade podem ser descartados no lixo comum e os resíduos líquidos, na pia. Análise de dados 1. Onde o jato de água deve ser direcionado para apagar a chama mais rápido? 2. Descreva quimicamente para cada parte por que o fogo apagou, utilizando o triângulo do fogo para justificar. J. Yu ji Parte A 1. Acenda a vela. 2. Encha a seringa de água. 3. Esguiche cuidadosamente a água da seringa na parte superior da chama. 4. Repita o procedimento, direcionando o jato para a base da chama da vela. 5. Observe e anote. Parte B 1. Coloque água até um terço da altura do copo. Cuidado para não molhar o pavio. 2. Acenda a vela. 3. Adicione metade de um comprimido efervescente à água e observe. 4. Observe e anote. Parte C 1. Acenda a vela. 2. Com uma espátula de metal, adicione uma boa quanti- dade de bicarbonato de sódio ao pé da chama. 3. Observe e anote. Parte D 1. Cuidadosamente, coloque água até um terço da altura do copo. 2. Adicione 10 mL de detergente à água. 3. Acenda a vela. 4. Coloque uma ponta da mangueira no fundo da água com detergente e sopre pela outra extremidade (cuidado para não aproximar o rosto da chama da vela). 5. Observe e anote. Na vela, o combustível é a parafina, mistura de hidrocarbonetos (CnH2n + 2) que contém de 20 a 36 átomos de carbono. Ao acendermos uma vela, a temperatura da chama funde a pa- rafina que sobe pelo pavio por um processo denominado capilaridade. Essa parafina líquida queima e gera calor para fundir mais parafina que irá subir pelo pavio, alimentando a chama. QQuímica na escolauímica na escola Por que a vela apaga? As atividades a seguir poderão ser realizadas facilmente em sala de aula, com materiais que podem ser trazidos de casa. No caso de alguma dúvida, consulte seu professor. Material • 1 copo de 300 mL • água fria • seringa descartável de 5 mL ou 10 mL • 1 comprimido efervescente • bicarbonato de sódio • uma caixa de fósforos Procedimento 1. Após terminada cada parte do procedimento, limpe rigorosamente dições para o próximo procedimento. 2. Fixe a vela no fundo do copo de forma que a ponta do pavio não ultrapasse a altura da borda do copo, como indica a figura ao lado. Parte A Parte C 244 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A A queima da vela pode ser descrita, de forma simplificada, pela equação: 2C20H42(l) + 61O2(g) ( 40CO2(g) + 42H2O(g) Esse sistema mantém a reação em cadeia pelo fornecimento constante de combustível: vapores de parafina. Com o mesmo princípio, apagamos o fogo: retirando o comburente com o abafamento e o gás carbônico. Este é um fator importante no controle da rapidez da reação: o aumento ou diminuição da concentração de um dos reagentes. Outra forma de controle do fogo está no controle da temperatura. A presença de água não só retira o comburente, como também reduz a temperatura, diminuindo a energia do sistema necessária para a continuidade da reação em cadeia. Esse fator justifica a dificul- dade do controle de incêndios florestais em período de seca e muito calor. A volatilização da parafina aumenta a rapidez da combustão da vela, pelo fato de os vapores se misturarem mais facilmente com o gás oxigênio, aumentando o contato das moléculas reagentes, que no caso de sólidos e líquidos o contato se restringe à superfície do material. O entendimento do efeito desses fatores (concentração, temperatura e su- perfície de contato) pode ser explicado por uma teoria que apresenta um modelo sobre como ocorrem as reações, apresentada a seguir. 2 TEORIA DAS COLISÕES C ompreender passo a passo como ocorre uma reação química, embora não seja ta-refa simples, é de extrema importância para o controle, por exemplo, da combus- tão. A partir dessa compreensão, é possível controlar o fogo e outras reações indesejáveis, além de otimizar procedimentos de produção e viabilizar modificações que alterem os ru- mos das reações. Afinal, as rupturas de ligações entre átomos de substâncias reagentes e a formação de novas ligações, originando os produtos da reação, acontecem em etapas. Nessas etapas, ocorre formação de espécies químicas intermediárias diferentes dos rea- gentes e produtos da reação. Como não é possível visualizar átomos e suas formas de interação, os químicos desenvol- veram teorias, ou modelos, que explicam como as reações químicas se desenvolvem. No estudo de uma reação química, o primeiro fator a ser levado em conta é se os rea- gentes, quando colocados em contato, causam ou não uma reação. Um alimento colo- cado num recipiente contendo gás oxigênio irá se deteriorar muito mais rapidamente do que se for guardado em um recipiente contendo exclusivamente nitrogênio. Muitas substâncias podem ficar em contato por longo tempo sem que nada ocorra com elas, ou seja, sem que haja reação química. Outras, quando em contato, podem reagir ou não, dependendo das condições a que estiverem expostas. He ly D em ut ti Enquanto o gás butano está confinado no interior do boti- jão lacrado e o gás oxigênio está do lado de fora, não há perigo de que a reação quí- mica aconteça. Entretanto, se houver vazamento... He ly D em ut ti Um queijo minas frescal armazenado em atmosfera modificada com uma mis- tura de 70% de gás carbô- nico e 30% de nitrogênio tem sua durabilidade au- mentada em mais de cin- co vezes. A queima da vela pode ser descrita, de forma simplificada, pela equação: (g) + 42H2O(g) Esse sistema mantém a reação em cadeia pelo fornecimento constante de combustível: vapores de parafina. Com o mesmo princípio, apagamos o fogo: retirando o comburente com o abafamento e o gás carbônico. Este é um fator importante no controle da rapidez da reação: o aumento ou diminuição da concentração de um dos reagentes. Outra forma de controle do fogo está no controle da temperatura. A presença de água não só retira o comburente, como também reduz a temperatura, diminuindo a energia do sistema necessária para a continuidade da reação em cadeia. Esse fator justifica a dificul- dade do controle de incêndios florestais em período de seca e muito calor. A volatilização da parafina aumenta a rapidez da combustão da vela, pelo fato de os vapores se misturarem mais facilmente com o gás oxigênio, aumentando o contato das moléculas reagentes, que no caso de sólidos e líquidos o contato se restringe à superfície do material. O entendimento do efeito desses fatores (concentração, temperatura e su- perfície de contato) pode ser explicado por uma teoria que apresenta um modelo sobre C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 245 A substância H2 ( ) só irá reagir com a substância Cl2 ( ) se ambas estiverem em contato. Para isso, é importante retirar a parede que as separa, permitindo esse contato. J. Yu ji J. Yu ji J. Yu ji A B Para as substâncias reagirem, não basta estarem misturadas; há ne- cessidade de haver colisões entre as moléculas dos reagentes. Na situação A, as moléculas se movimentam em uma direção na qual podem colidir e reagir. Já na situação B, não há colisão e, conse- quentemente, não há reação. J. Yu ji J. Yu ji A B Possíveis orientações em choques entre moléculas de hidrogênio e cloro. É quando colidem que as moléculas entram em contato e reagem. Nesse sentido, po- demos dizer que uma condição necessária para que ocorra a reação entre moléculas é haver colisão entre elas. Porém, estar em contato, apesar de ser condição necessária, não é suficiente para que duas substâncias reajam. Vejamos um exemplo: imagine que entre as moléculas ocorram colisões como repre- sentado nos esquemas abaixo (as setas representam as direções dos movimentos). Qual dos tipos de colisão você imagina ser mais efi- ciente para que ocorra rea- ção química? Pense Vamos estudar a cinética de reações químicas, considerando o modelo atômico de Dalton. Consideremos a reação entre o hidrogênio (H2) e o cloro (Cl2) para a formação do ácido clorídrico (HCl). Se trabalharmos com 1 mL de um desses gases nas CNTP, teremos uma quantidade de moléculas em torno de 3 ⋅ 1019. É muito! Certamente, se tivermos essa quantidade de gases confinada em um espaço de 1 mL, fica fácil imaginar que, como estão em movimento constante, as moléculas irão se chocar constantemente. Podemos, então, imaginar o que acontece com algumas moléculas apenas e genera- lizar nossas observações. Para que se processe a reação química, é necessário que a colisão entre as moléculas ocorra com uma orientação favorável. Se a orientação não for favorável, dizemos que a colisão não foi efetiva, e a reação não ocorrerá. J. Yu ji Vamos estudar a cinética de reações químicas, considerando o modelo atômico de Dalton. Consideremos a reação entre o hidrogênio (H ácido clorídrico (HCl). Se trabalharmos com 1 mL de um desses gases nas CNTP, teremos uma quantidade de moléculas em torno de 3 Certamente, se tivermos essa quantidade de gases confinada em um espaço de 1 mL, fica fácil imaginar que, como estão em movimento constante, as moléculas irão se chocar constantemente. Podemos, então, imaginar o que acontece com algumas moléculas apenas e genera- lizar nossas observações. 246 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Veja qual seria o resultado das colisões para as duas direções citadas. O esquema a seguir mostra cinco instantes de cada colisão. J. Yu ji Sequência de instantes de choques entre duas moléculas, com setas in- dicando a direção do movi- mento de cada uma delas. Nos dois primeiros instan- tes, elas estão se aproxi- mando até que colidem (T3) e depois afastam-se (T4 e T5 imagens). T1 T1 T3 T3 T4 T4 T5 T5 T2 T2 Qual resultado dos dois esquemas abaixo representa a formação de novas substâncias? Por quê? Pense Colisões como as representadas no primeiro esquema não formam novas substâncias como acontece nas colisões representadas no segundo esquema. Nesse caso, dizemos que a colisões de moléculas como as representadas no segundo esquema são efetivas, enquanto as colisões como as representadas no primeiro esquema não são efetivas. Percebemos, assim, que para ocorrer uma reação é necessário haver colisão entre as moléculas conforme uma orientação adequada, que favoreça a união entre os átomos que formarão as novas substâncias. No entanto, colisões como as representadas no segundo esquema não levam necessaria- mente à formação de produtos. Após a colisão entre as moléculas, de acordo com a orien- tação desse esquema, duas situações diferentes são possíveis. Veja a representação a seguir. O que é necessário para que ocorra a segunda situação ilustrada abaixo? Pense Possíveis resultados, após colisões com orientações corre- tas, entre moléculas de dois reagentes. Ilu st ra çõ es : J . Y uj i 1 2 J. Yu ji A orientação correta do choque entre duas moléculas não é garantia de que a reação aconteça. Quando ocorre uma colisão, como a representada nos esquemas da figura an- terior, há formação de uma nova espécie química (A2B2), muito instável, na qual há inte- rações entre os quatro átomos. Essa espécie, chamada espécie intermediária, tem vida curta e desintegra-se rapidamen- te. Isso poderá ocorrer, como no esquema superior, com o rompimento das ligações entre os Veja qual seria o resultado das colisões para as duas direções citadas. O esquema a J. Yu ji J. Yu ji Sequência de instantes de choques entre duas moléculas, com setas in- dicando a direção do movi- mento de cada uma delas. Nos dois primeiros instan- tes, elas estão se aproxi- mando até que colidem (T3) e depois afastam-se (T4(T4(T e T5 imagens). T4T4T T4T4T T5 T5 Qual resultado dos dois esquemas abaixo representa a formação de novas substâncias? Por quê? Colisões como as representadas no primeiro esquema não formam novas substâncias como acontece nas colisões representadas no segundo esquema. Nesse caso, dizemos que a colisões de moléculas como as representadas no segundo esquema são efetivas, enquanto as colisões como as representadas no primeiro esquema não são efetivas. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 247 Representação gráfica da energia de ativação pa- ra uma reação endotérmica (I) e para uma reação exo- térmica (II). E n er g ia d e at iv aç ão E n er g ia d e at iv aç ão ∆ H d a re aç ão ∆H d a re aç ão Produtos ProdutosReagentes Reagentes Curso da reação Curso da reação E n ta lp ia I) II) E n ta lp ia átomos de hidrogênio e entre os átomos de cloro, mas com a formação de novas ligações entre átomos de hidrogênio e de cloro. Nesse caso, há formação de uma nova substância. Já no segundo esquema de desintegração da espécie intermediária A2B2, as ligações iniciais (H K H e Cl K Cl) são mantidas e as ligações novas são H K Cl. Portanto, não há formação de novas substâncias, mas sim a regeneração das substâncias anteriores. No pri- meiro caso, a energia da colisão entre as moléculas dos reagentes foi suficiente para rom- per as ligações existentes e produzir novas ligações. No segundo caso, a energia da coli- são não foi suficiente e, consequentemente, não levou à formação de novas substâncias. Os choques efetivos entre moléculas levam à formação de espécies intermediárias que irão formar os produtos, denominadas complexos ativados. Sendo assim, podemos dizer que o segundo esquema da figura anterior é resultante de uma colisão de baixa energia, enquanto o primeiro é resultante de colisão com ener- gia suficiente para promover a reação. A energia necessária para que as colisões sejam efetivas é denominada energia de ati- vação. Sem essa energia os reagentes, mesmo entrando em contato, não reagem. É por isso que a mistura de gás de cozinha com o oxigênio do ar não provoca de imediato uma reação de combustão. Para iniciar a reação, é necessário o fornecimento de energia de ativação, a qual pode ser oriunda de uma faísca ou da energia liberada pela combustão de um palito de fósforo, por exemplo. Nas reações exotérmicas, depois de iniciada a reação, a energia liberada pelas molé- culas que já reagiram é suficiente para ativar novas reações, sem ser necessário fornecer mais energia. Já nas reações endotérmicas para manter a continuidade da reação é ne- cessário fornecer mais energia do que a diferença efetiva de energia entre os produtos e reagentes. Os gráficos a seguir representam a energia de ativação necessária para que uma reação exotérmica e outra, endotérmica, aconteçam. O modelo que imaginamos para explicar as reações químicas é conhecido como teoria das colisões. Segundo essa teoria, para que ocorra uma reação química entre duas subs- tâncias é necessário que: • as substâncias sejam reativas; • ocorra choque entre as moléculas que as constituem; • o choque entre as moléculas ocorra com orientação favorável; • o choque orientado favoravelmente possua energia suficiente para formar os produtos. A teoria das colisões baseia-se na reação entre gases, mas também se aplica aos líquidos e sólidos, embora existam grandes diferenças de organização em cada estado de agregação. Com base na teoria das colisões, podemos entender os três principais fatores que afe- tam a rapidez de uma reação. Vejamos quais são e como atuam cada um desses fatores. A le xa nd re B ue no átomos de hidrogênio e entre os átomos de cloro, mas com a formação de novas ligações entre átomos de hidrogênio e de cloro. Nesse caso, há formação de uma nova substância. Já no segundo esquema de desintegração da espécie intermediária iniciais (HK H e ClK Cl) são mantidas e as ligações novas são formação de novas substâncias, mas sim a regeneração das substâncias anteriores. No pri- meiro caso, a energia da colisão entre as moléculas dos reagentes foi suficiente para rom- per as ligações existentes e produzir novas ligações. No segundo caso, a energia da coli- são não foi suficiente e, consequentemente, não levou à formação de novas substâncias. Os choques efetivos entre moléculas levam à formação de espécies intermediárias que irão formar os produtos, denominadas complexos ativados. Sendo assim, podemos dizer que o segundo esquema da figura anterior é resultante de uma colisão de baixa energia, enquanto o primeiro é resultante de colisão com ener- gia suficiente para promover a reação. A energia necessária para que as colisões sejam efetivas é denominada vação. Sem essa energia os reagentes, mesmo entrando em contato, não reagem. É por isso que a mistura de gás de cozinha com o oxigênio do ar não provoca de imediato uma reação de combustão. Para iniciar a reação, é necessário o fornecimento de energia de ativação, a qual pode ser oriunda de uma faísca ou da energia liberada pela combustão de um palito de fósforo, por exemplo. Nas reações exotérmicas, depois de iniciada a reação, a energia liberada pelas molé- culas que já reagiram é suficiente para ativar novas reações, sem ser necessário fornecer 248 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A 3 FATORES QUE INFLUENCIAM A RAPIDEZ DAS REAÇÕES C omo vimos, os químicos podem controlar as reações, aumentando ou diminuindo sua rapidez. Você vai descobrir isso ao realizar os experimentos a seguir. O que pode tornar uma reação química mais ou menos rápida? Pense Química na escola Você pode controlar reações? Como? Os experimentos a seguir poderão ser realizados facilmente em sala de aula, com materiais que podem ser trazidos de casa. Os béqueres e o almofariz com pistilo, por exemplo, podem ser substituídos por copos de vidro e por um socador de alho. No caso de alguma dúvida, consulte o professor. Parte A Materiais • 3 béqueres de 100 mL • 1 comprimido efervescente • água fria • água quente • água em temperatura ambiente Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. Procedimento 1. Divida o comprimido efervescente em quatro partes iguais. 2. Coloque água fria em um béquer, mais ou menos até a metade de seu volume. 3. Coloque a mesma quantidade de água em temperatura ambiente em outro béquer. 4. No terceiro béquer, coloque a mesma quantidade de água quente (não fervendo). 5. Adicione, simultaneamente, um pedaço do comprimido efervescente em cada béquer. 6. Observe e anote o que acontece. Destino dos resíduos Os resíduos dessa atividade podem ser descartados no sistema de esgoto. Análise de dados 1. Descreva o que você observou. 2. Como você explica o que observou? 3. Que fator influenciou a rapidez da reação? 4. Cite exemplos do seu cotidiano em que o calor é utilizado para acelerar processos químicos. 5. De acordo com os resultados obtidos nesse experimento, o que é necessário para aumentar ou para diminuir a rapidez de uma reação? FATORES QUE INFLUENCIAM A RAPIDEZ omo vimos, os químicos podem controlar as reações, aumentando ou diminuindo Você vai descobrir isso ao realizar os experimentos a seguir. O que pode tornar uma reação química mais ou menos rápida? Você pode controlar reações? Como? Os experimentos a seguir poderão ser realizados facilmente em sala de aula, com materiais que podem ser trazidos de Consulte as normas de segurança no laboratório, na última página deste livro. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 249 Parte B Materiais • 1 comprimido efervescente • água em temperatura ambiente • 2 béqueres de 100 mL • almofariz e pistilo Procedimento 1. Divida o comprimido efervescente em duas partes iguais. 2. Triture uma das partes no almofariz, transformando-a em um pó bem fino. 3. Coloque a mesma quantidade de água nos dois béqueres. 4. Simultaneamente, adicione em um béquer a parte do comprimido que foi triturada e, em outro béquer, a parte sem triturar. 5. Observe e anote. Destino dos resíduos Os resíduos dessa atividade podem ser descartados no sistema de esgoto. Análise de dados 1. Descreva o que você observou. 2. No preparo de alimentos, cite exemplos em que o tamanho do material é utilizado co mo forma de alterar a rapidez de um processo químico. Como você explica o que observou? 3. Como você chamaria o fator que influenciou a rapidez da reação? 4. De que forma esse fator aumenta ou diminui a rapidez de uma reação? Parte C Materiais • 2 tubos de ensaio 2 • conta-gotas • lã de aço • solução de sulfato de cobre penta-hidratado (CuSO4 ⋅ 5H2O), de concentração igual a 0,1 mol/L (aproximadamente uma medida de colher de café bem cheia, dissolvida em 100 mL de água) Procedimento 1. Com dois pedaços da lã de aço, faça duas bolinhas de mesmo tamanho. 2. Coloque 5 mL da solução de sulfato de cobre em um tubo de ensaio (tubo 1). 3. Coloque 1 mL da solução de sulfato de cobre em outro tubo de ensaio e acrescente 4 mL de água (tubo 2). Agite a solução. 4. Coloque, ao mesmo tempo, uma bolinha de lã de aço em cada tubo. 5. Observe por cinco minutos e anote. Destino dos resíduos O resíduo sólido dessa atividade pode ser descartado no lixo seco e o resíduo líquido no sistema de esgoto. Análise de dados 1. Descreva o que você observou. 2. Qual a diferença entre as duas soluções utilizadas no experimento? Parte B Materiais • 1 comprimido efervescente • água em temperatura ambiente • 2 béqueres de 100 mL • almofariz e pistilo Procedimento 1. Divida o comprimido efervescente em duas partes iguais. 2. Triture uma das partes no almofariz, transformando-a em um pó bem fino. 3. Coloque a mesma quantidade de água nos dois béqueres. 4. Simultaneamente, adicione em um béquer a parte do comprimido que foi triturada e, em outro béquer, a parte sem triturar. 5. Observe e anote. Destino dos resíduos Os resíduos dessa atividade podem ser descartados no sistema de esgoto. Análise de dados 1. Descreva o que você observou. 250 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A 3. O que aconteceu à lã de aço? Por quê? 4. Represente, por meio de desenhos, as reações ocorridas nos tubos 1 e 2, destacando a diferença en tre elas. 5. Cite exemplos do seu cotidiano em que o fator estudado aqui pode alterar a rapidez de um processo químico. 6. Como você chamaria a esse fator? 7. Com base nos resultados desse experimento, tente explicar como esse fator aumenta ou diminui a rapidez de uma reação. Parte D Procedimento 1. Em uma placa de Petri, coloque um pedaço da batata crua e um pedaço da cozida. 2. Coloque três gotas de água oxigenada em cada pedaço e observe. 3. Em outra placa, coloque um pequeno pedaço de fígado cru e um outro pedaço cozido. 4. Goteje três gotas de água oxigenada em cada pedaço, observe e anote. Destino dos resíduos O resíduo sólido dessa atividade pode ser descartado no lixo orgânico e o resíduo líquido no sistema de esgoto. Análise de dados 1. A água oxigenada se decompõe naturalmente produzindo água e gás oxigênio. Essa reação pode ter sua rapidez aumentada, produzindo maior quantidade de oxigênio. 2. Compare a rapidez da reação ocorrida em cada placa de Petri. O que diferenciou a rapidez das reações? 3. Como você chamaria esse fator que alterou a rapidez da reação? Materiais • uma batata crua • uma batata cozida • um pequeno pedaço de fígado cru • um pequeno pedaço de fígado cozido • água oxigenada a 10 volumes • 2 placas de Petri (ou pires) • conta-gotas Por que os alimentos se conservam por muito mais tempo quando guardados na geladeira do que em temperatura ambiente? Pense De forma geral, um aumento de temperatura gera aumento na rapidez das reações químicas, enquanto o abaixamento da temperatura reduz a rapidez destas. A energia das moléculas, no momento da colisão, constitui um fator determinante para a ocorrência de reações químicas. Muitas vezes, há necessidade de fornecer energia às substâncias ou materiais para que a energia cinética aumente e as reações comecem. Assim, variações de quantidade de energia das moléculas fazem com que as reações ocor- ram com maior ou menor rapidez. O efeito da temperatura é de fácil compreensão se lembrarmos que as partículas, em lí- quidos e gases, estão em constante movimento, devido à energia cinética. Temperatura Represente, por meio de desenhos, as reações ocorridas nos tubos 1 e 2, destacando a diferença en tre elas. Cite exemplos do seu cotidiano em que o fator estudado aqui pode alterar a rapidez de um processo químico. Com base nos resultados desse experimento, tente explicar como esse fator aumenta ou diminui a rapidez de uma reação. Em uma placa de Petri, coloque um pedaço da batata crua e um pedaço da cozida. Coloque três gotas de água oxigenada em cada pedaço e observe. Em outra placa, coloque um pequeno pedaço de fígado cru e um outro pedaço cozido. Goteje três gotas de água oxigenada em cada pedaço, observe e anote. • água oxigenada a 10 volumes • 2 placas de Petri (ou pires) • conta-gotas C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 251 Como já vimos, a energia cinética está relacionada diretamente à tempera- tura do material. A rapidez de uma reação é proporcional à temperatura. Isso ocorre porque quando a temperatura é mais alta a movimentação das molécu- las também é maior, o que eleva a quantidade de colisões entre as partículas, aumentando também a quantidade de colisões efetivas do sistema. Esse princípio é, geralmente, válido para reações que se processam em uma única etapa, pois, como veremos mais adiante, existem reações que ocorrem em mais de uma etapa. Nesses casos, é possível que a temperatura afete a formação de complexos intermediários, influenciando a rapidez da reação como um todo. Um exemplo desse tipo de reação é a que ocorre entre os gases monóxido de nitrogênio (NO) e oxigênio (O2), formando dióxido de nitrogênio (NO2), que diminui sua rapidez com o aumento da temperatura por causa da diminuição da estabilidade do complexo intermediário. O controle da temperatura é muito importante em diversos ramos da indústria. Normalmente, há necessidade de aumentar a rapidez das reações envolvidas nos pro- cessos de produção para diminuir custos, pois as indústrias consomem muita energia nes- ses processos. Em outros casos, como nos alimentos, há necessidade de que as reações de degradação sejam retardadas para que eles se conservem por mais tempo. A luz também pode influenciar na rapidez de certas reações químicas. Nesse caso, a energia de ativação é fornecida pela energia da radiação luminosa. Reações que ocorrem devido à presença de luz são chamadas reações foto- químicas. Como exemplos, podemos citar o processo de fotossíntese e a impressão de chapas fotográficas. Superfície de contato Talvez você já tenha visto um combustível líquido, como gasolina ou álcool, pegar fogo. O fogo fica na superfície do líquido (classe B) porque é aí que existe o contato com o outro reagente: o oxigênio do ar. Quando um combustível é vaporizado ou pulverizado no ar, a reação com o oxigê- nio é muito rápida, praticamente instantânea. Justamente por essa rapidez é que não se deve acender lâmpadas em locais com suspeita de vazamento de gás de cozinha. Por essa mesma razão, para se acender uma fogueira utilizam-se gravetos para só depois co- locar a lenha formada por pedaços maiores de madeira. A justificativa é simples: quanto maior a superfície de contato entre os reagentes de uma reação, maior é sua rapidez. Já sabemos que, quanto maior o número de moléculas em contato, maior será o nú- mero de colisões. Concluímos, então, que aumentando a superfície de contato entre as partículas dos reagentes, estaremos aumentando a frequência de choques entre elas, o que provoca um aumento na quantidade de choques efetivos e influencia na rapidez da reação. Nos sólidos, a combustão começa pelas partículas da superfície, e só depois atinge as partículas de seu interior. No caso dos líquidos, a reação ocorre na superfície, a não ser que eles sejam pulverizados, o que aumenta a área de contato com o oxigênio. Por isso, em um motor a combustão, o combustível é pulverizado nos pistões, causando explosões. Quando partimos um sólido ao meio, além de toda a superfície externa, a região interna que ficou exposta depois da divisão também entrará em contato com os reagentes. Nesse caso, dizemos que houve um aumento da superfície de contato do material, ou seja, houve um au- mento da região em que os reagentes vão entrar em contato. Consequentemente, mais rápida será a reação com os demais reagentes. Para você ter uma ideia da diferença, compare a su- perfície de um cubo de 10 cm de aresta com a superfície total de mil cubos de 1 cm de aresta. A baixa temperatura pode diminuir a rapidez das reações que contribuem para a degradação de certos alimentos. Por isso, muitos alimentos devem ser conservados sob refrigeração. Navios naufragados no litoral brasileiro, como a Corveta Ipiranga, em Fernando de Noronha, enferrujam mais rapida- mente do que navios nau- fragados em regiões próxi- mas aos polos Norte ou Sul, devido à temperatura mais elevada de nosso litoral, o que acelera as reações. Ri ca rd o A zo ur y/ O lh ar Im ag em He ly D em ut ti He ly D em ut ti Bananas são transportadas verdes por se- rem, assim, mais resistentes. Depois, para amadurecerem e irem para as prateleiras, são colocadas em estufas abafadas, onde amadurecem mais. Como já vimos, a energia cinética está relacionada diretamente à tempera- tura do material. A rapidez de uma reação é proporcional à temperatura. Isso ocorre porque quando a temperatura é mais alta a movimentação das molécu- las também é maior, o que eleva a quantidade de colisões entre as partículas, aumentando também a quantidade de colisões efetivas do sistema. Esse princípio é, geralmente, válido para reações que se processam em uma única etapa, pois, como veremos mais adiante, existem reações que ocorrem em mais de uma etapa. Nesses casos, é possível que a temperatura afete a formação de complexos intermediários, influenciando a rapidez da reação como um todo. Um exemplo desse tipo de reação é a que ocorre entre os gases monóxido de nitrogênio (NO) e oxigênio (O diminui sua rapidez com o aumento da temperatura por causa da diminuição da estabilidade do complexo intermediário. O controle da temperatura é muito importante em diversos ramos da indústria. Normalmente, há necessidade de aumentar a rapidez das reações envolvidas nos pro- cessos de produção para diminuir custos, pois as indústrias consomem muita energia nes- ses processos. Em outros casos, como nos alimentos, há necessidade de que as reações de degradação sejam retardadas para que eles se conservem por mais tempo. A luz também pode influenciar na rapidez de certas reações químicas. Nesse caso, a energia de ativação é fornecida pela energia da radiação luminosa. Reações que ocorrem devido à presença de luz são chamadas He ly D em ut ti He ly D em ut ti He ly D em ut ti Bananas são transportadas verdes por se- rem, assim, mais resistentes. Depois, para amadurecerem e irem para as prateleiras, são colocadas em estufas abafadas, onde amadurecem mais. 252 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Qual das duas batatas irá cozinhar mais rapida- mente? Qual delas perde- rá mais nutrientes? Explosões em silos podem aconte- cer devido ao fino pó que fica sus- penso e pode ter sua combustão iniciada, por exemplo, por uma faís- ca ao acender um interruptor. Quantas vezes a superfície de um cubo de 10 cm de aresta é maior do que a so- ma das superfícies de 1000 cubos de 1 cm de aresta? Um escoteiro sabe que para acender uma fogueira é necessário juntar gravetos bem fi- nos, que têm uma superfície de contato muito maior do que a lenha e, por isso, pegam fogo com mais facilidade. Re na ta M el lo /O lh ar Im ag em Ca io G ua te lli /F ol ha pr es s He ly D em ut ti Um exemplo dessa possibilidade de aumentar a rapidez de uma rea- ção é o costume de picar alimentos para aumentar a rapidez do seu co- zimento. Essa prática pode significar uma economia de gás de cozinha; no entanto, do ponto de vista nutricio- nal não é um bom negócio: quanto mais os legumes são partidos, maior é a perda de substâncias nutritivas, extraídas por dissolução na água ou decompostas pela ação do ar. 10 cm 1 cm J. Y uj i Por que assoprar uma brasa aumenta a combustão e assoprar uma vela a interrompe? Pense Concentração Outro fator que pode alterar a rapidez de uma reação é a concentração das espécies químicas envolvidas – os reagentes. A explicação desse fato, considerando a teoria das colisões, é fácil: quanto maior o número de partículas dos reagentes, maior será a proba- bilidade de choques entre elas e, consequentemente, mais rápida será a reação. Para substâncias no estado gasoso, a medida do efeito da concentração está relacio- nada à pressão parcial do gás. Quanto maior for essa pressão, maior será o número de moléculas presentes e maior será a quantidade de colisões por unidade de volume. Um bom exemplo da importância da concentração numa reação química pode ser dado pela queima do álcool. Comumente, o álcool comercial contém água. Quanto mais água, menor a concentração do álcool e, consequentemente, menor a rapidez da reação. A concentração do reagente pode diminuir a valores tão baixos que a combustão nem ocorre. Antigamente, o álcool comercializado era muito concentrado, com menos de 10% Por medida de segurança, tem-se recomendado a venda de álcool em gel, com baixo teor alcoólico, para evitar acidentes. He ly D em ut ti Explosões em silos podem aconte- cer devido ao fino pó que fica sus- penso e pode ter sua combustão iniciada, por exemplo, por uma faís- Quantas vezes a superfície de um cubo de 10 cm de aresta é maior do que a so- ma das superfícies de 1000 cubos de 1 cm de aresta? Ca io G ua te lli /F ol ha pr es s 10 cm 1 cm J. Y uj i C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 253 Quando bebês prematuros nascem, necessitam de cuidados especiais, assim são colocados em estufas, como mostra a foto. Nelas, é possível aumentar a concentração de oxigênio fornecida para as crianças. Assim, as reações de oxigenação do seu corpo são aceleradas e, com isso, gastam menos energia. Ca io G ua te lli /F ol ha pr es s Exercícios 1. Diferencie a combustão completa da incompleta. 2. Em um incêndio, causado por vazamento de gás, qual seria o procedimento mais fácil para apagar a chama do gás: despejar água na chama ou jogar uma toalha molhada em cima do local onde está escapando o gás? Justifique sua resposta. 3. Qual a importância do estudo da Cinética Química? O que é Cinética Química? 4. Em que consiste a rapidez de uma reação química? 5. Como podemos expressar a taxa de rapidez de uma reação química? 6. O que é a energia de ativação? 7. Explique, utilizando a teoria das colisões, em que con- siste uma colisão eficaz. 8. Quais são as condições necessárias para que uma rea- ção química possa ocorrer? 9. Explique o que é o complexo ativado. 10. Explique, de acordo com a teoria das colisões e a do estado ativado, por que existem reações que são rápi- das e outras lentas. 11. Por que o aumento de temperatura aumenta a rapidez de uma reação química? 12. Justifique a seguinte afirmação: o aumento da tempe- ratura diminui a energia de ativação. 13. Qual é a influência da superfície de contato na rapidez de uma reação química? 14. Explique como a concentração pode alterar a rapidez de uma reação química. 15. Justifique a seguinte afirmação: analisando uma equa- ção química é possível prever como a rapidez varia com a concentração dos reagentes dessa reação. 16. Alguns medicamentos são apresentados na forma de comprimidos que, quando ingeridos, se dissolvem lentamente no líquido presente no tubo digestório, FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. de água. Atualmente, o álcool mais comumente comercializado possui metade de seu vo- lume em água. Consequentemente, enquanto o primeiro era utilizado para fazer fogo, o segundo não adianta em nada nesse caso. Por que, em certos casos, assoprar aumenta a intensidade da reação e, em outros casos, a interrompe? Vamos responder a essa questão considerando o caso da vela e o da brasa, apresentado na seção "Pense" da página anterior. Vamos, inicialmente, analisar o processo de combustão de uma vela. Como você sabe, a vela é formada por um pavio de barbante envolvido por parafina, material derivado do petróleo. Depois de aceso o pavio, o calor da chama derrete a para- fina que, líquida, sobe, por capilaridade, no pavio e queima na chama. A queima da parafina é uma reação de combustão. Quando a reação é completa, os produtos são o dióxido de carbono (CO2) e a água (H2O). Quando a reação não é comple- ta, parte da parafina é transformada em moléculas menores de outros hidrocarbonetos que também podem ser queimados. Entretanto, em condições normais, não existe oxigênio em quantidade suficiente para reagir com todo o combustível. Isso faz com que a combustão seja incompleta, forman- do outros produtos além dos já citados, como o monóxido de carbono (CO) e a fuligem (aquela parte escura que são pequenas partículas em suspensão). Agora você tem segurança para responder à pergunta anterior? Se você assopra a vela, diminui muito a temperatura do pavio, interrompendo a combustão. Retirando a fonte de ignição, a rea- ção cessa porque não há mais energia de ativação para alimentá-la. Por outro lado, ao abanarmos uma churrasqueira, a chama aumenta, pois a corrente de ar retira a cinza, facilitando o conta- to do oxigênio com a brasa. Pode-se dizer que a brasa é o com- bustível já aquecido pela energia de ativação; aumentando o contato entre os reagentes, aceleramos a reação de combustão. Quando bebês prematuros nascem, necessitam de cuidados especiais, assim são colocados em estufas, como mostra a foto. Nelas, é possível aumentar a concentração de oxigênio fornecida para as crianças. Assim, as reações de oxigenação do seu corpo são aceleradas e, com isso, gastam menos energia. Ca io G ua te lli /F ol ha pr es s de água. Atualmente, o álcool mais comumente comercializado possui metade de seu vo- lume em água. Consequentemente, enquanto o primeiro era utilizado para fazer fogo, o segundo não adianta em nada nesse caso. Por que, em certos casos, assoprar aumenta a intensidade da reação e, em outros casos, a interrompe? Vamos responder a essa questão considerando o caso da vela e o da brasa, apresentado na seção "Pense" da página anterior. Vamos, inicialmente, analisar o processo de combustão de uma vela. Como você sabe, a vela é formada por um pavio de barbante envolvido por parafina, material derivado do petróleo. Depois de aceso o pavio, o calor da chama derrete a para- fina que, líquida, sobe, por capilaridade, no pavio e queima na chama. A queima da parafina é uma reação de combustão. Quando a reação é completa, os produtos são o dióxido de carbono (CO ta, parte da parafina é transformada em moléculas menores de outros hidrocarbonetos que também podem ser queimados. Entretanto, em condições normais, não existe oxigênio em quantidade suficiente para reagir com todo o combustível. Isso faz com que a combustão seja incompleta, forman- do outros produtos além dos já citados, como o monóxido de carbono (CO) e a fuligem (aquela parte escura que são pequenas partículas em suspensão). Agora você tem segurança para responder à pergunta anterior? Se você assopra a vela, diminui muito a temperatura do pavio, interrompendo a combustão. Retirando a fonte de ignição, a rea- 254 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A garantindo um efeito prolongado no organismo. Con- tudo, algumas pessoas, por conta própria, amassam o comprimido antes de tomá-lo. Que inconveniente existe nesse procedimento? 17. (UFRGS-adaptado) O carvão é um combustível consti- tuído de uma mistura de substâncias ricas em carbono. A situação em que a forma de apresentação do combus- tível e do comburente e a temperatura utilizada favore- cerão a combustão do carbono com maior rapidez é: COMBUSTÍVEL COMBURENTE TEMPERATURA A carvão em pedaços ar atmosférico 0 °C B carvão pulverizado ar atmosférico 30 °C C carvão em pedaços oxigênio puro 20 °C D carvão pulverizado oxigênio puro 100 °C E carvão em pedaços oxigênio liquefeito 50 °C 18. (UFMG-adaptado) Quando se coloca um comprimido efervescente em um copo com água, o qual constitui um sistema aberto, observam-se o aparecimento de bolhas e a dissolução do comprimido. Sobre esse fe- nômeno, todas as afirmações estão corretas, exceto: a) A dissolução será mais rápida se o comprimido for pulverizado. b) A massa do sistema se mantém inalterada durante a dissolução. c) A rapidez da produção de bolhas aumenta com a elevação da temperatura da água. d) As bolhas são constituídas de gás carbônico. e) O fenômeno corresponde a uma reação química. 19. (UFMG-adaptado) A tabela abaixo mostra o resultado de experiências em que comprimidos efervescentes fo- ram dissolvidos em água. Estado do comprimido Temperatura da água (°C) Tempo para dissolução total, em minutos Inteiro 20 °C 1,0 Inteiro 30 °C 0,5 Pulverizado 20 °C 0,7 Pulverizado 40 °C 0,2 Considerando-se os resultados da tabela e os fatores que, em geral, influenciam a rapidez de reação, marque a alternativa errada. a) A pulverização aumenta a energia cinética das partículas. b) A pulverização aumenta a frequência de colisões das partículas do comprimido com as moléculas de água. c) A rapidez de dissolução depende de mais de um fator. d) O aquecimento aumenta a energia média das colisões. e) O aumento da superfície de contato favorece a dissolução. 4 MECANISMOS DE REAÇÃO S egundo a teoria das colisões, para ocorrer reação química as partículas de espécies químicas reativas precisam colidir. Essas partículas podem ser átomos, moléculas ou íons que, ao colidirem, provocam rearranjos de átomos, com rompimento e formação de novas ligações químicas. Nesse sentido, reações que envolvem rearranjo de muitos átomos tendem a ser lentas e, consequentemente, reações que envolvem rearranjo de poucos átomos tendem a ser rápidas. Para explicar como as reações acontecem, são propostos modelos de mecanismos que justificam os fenômenos observados. De acordo com um desses mecanismos, as reações não ocorrem em uma única etapa. Antes da formação dos produtos, as colisões levam à formação de espécies intermediárias. Obviamente, quanto maior for o número de espécies químicas envolvidas, maior a necessidade de rearranjos e a quantidade de etapas envolvidas até a formação dos produtos da reação. Como exemplo, vamos considerar a reação de combustão de vapores de octano, um dos componentes da gasolina. 2C8H18(g) + 25O2(g) ( 16CO2(g) + 18H2O(g) Se a reação ocorresse em uma única etapa, de acordo com a equação, haveria neces- sidade de que duas moléculas de octano colidissem com 25 moléculas de oxigênio. Isso garantindo um efeito prolongado no organismo. Con- tudo, algumas pessoas, por conta própria, amassam o comprimido antes de tomá-lo. Que inconveniente existe (UFRGS-adaptado) O carvão é um combustível consti- tuído de uma mistura de substâncias ricas em carbono. A situação em que a forma de apresentação do combus- tível e do comburente e a temperatura utilizada favore- cerão a combustão do carbono com maior rapidez é: (UFMG-adaptado) Quando se coloca um comprimido efervescente em um copo com água, o qual constitui um sistema aberto, observam-se o aparecimento de bolhas e a dissolução do comprimido. Sobre esse fe- c) A rapidez da produção de bolhas aumenta com a elevação da temperatura da água. d) As bolhas são constituídas de gás carbônico. e) O fenômeno corresponde a uma reação química. 19. 19. (UFMG-adaptado) A tabela abaixo mostra o resultado de experiências em que comprimidos efervescentes fo- ram dissolvidos em água. Estado do comprimido Temperatura da água (°C) Tempo para dissolução total, em minutos Inteiro 20 °C 1,0 Inteiro 30 °C 0,5 Pulverizado 20 °C 0,7 Pulverizado 40 °C 0,2 Considerando-se os resultados da tabela e os fatores que, em geral, influenciam a rapidez de reação, marque a alternativa errada. a) A pulverização aumenta a energia cinética das partículas. b) A pulverização aumenta a frequência de colisões das C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 255 significaria a colisão simultânea de 27 moléculas, formando um complexo ativado que se desintegraria, produzindo as 34 moléculas dos produtos. Parece óbvio que essa reação não ocorre em uma única etapa, pois produz muitos rearranjos de ligações químicas. A probabilidade da colisão simultânea entre tantas moléculas é tão pequena que a rapidez dessa reação seria imensurável. Ou seja, se dependesse dessas colisões, em vez de explo- sões na combustão de vapores de gasolina em um motor, teríamos uma reação lenta cuja liberação de energia seria imperceptível, incapaz de produzir qualquer movimento. Para que o modelo explicativo da ocorrência de rea- ção química possa se ajustar à realidade observável da rapidez da combustão de va- pores de gasolina, teremos de concluir que essa reação complexa provavelmente se dá em uma série de etapas mais elementares, envolvendo menor número de colisões simultâneas. A essa série de etapas é que denominamos mecanismo de reação. Vejamos um exemplo. Estudar os mecanismos de uma reação que envolve tantas espécies químicas não é fácil. Por isso, vamos estudar uma reação mais simples: a reação de decomposição do monóxido de nitrogênio, formando os gases nitrogênio e oxigênio. Essa reação pode ser descrita pela equação a seguir. 2NO(g) ( N2(g) + O2(g) Essa reação não acontece em uma única etapa. Nela há a formação de uma espécie intermediária que, posteriormente, irá se decompor, formando os produtos. Assim, o mais preciso seria escrever a reação segundo a equação a seguir. 2NO(g) ( N2O2(g) ( N2(g) + O2(g) Uma outra forma de representar a reação seria apresentando as etapas: 1a etapa: 2NO(g) ( N2O2(g) 2a etapa: N2O2(g) ( N2(g) + O2(g) Somando-se as etapas, podemos cancelar substâncias que se repetem nos produtos e nos reagentes. Veja como ficaria esta equação: 1a etapa: NO(g) ( (NO)2(g) 2a etapa: N2O2(g) ( N2(g) + O2(g) Reação global: 2NO(g) ( N2(g) + O2(g) A figura abaixo representa, microscopicamente, a reação. Para que a reação ocorres- se em uma só etapa, seria necessário que cada duas moléculas de octano colidissem, simultanea- mente, com 25 molécu- las de oxigênio. J. Yu ji Nessa sequência de figu- ras, as bolinhas verme- lhas representam átomos de oxigênio e as amare- las representam átomos de nitrogênio. Do grande número de moléculas pre- sentes no sistema, estamos representando apenas cinco, mas vamos dar destaque a duas que estão no canto di- reito das imagens. Na figu- ra 1, duas moléculas estão em rota de colisão. Na figu- ra 2, como a energia, a dire- ção e orientação do choque são favoráveis, há formação do complexo ativado. Na fi- gura 3, o complexo ativado se decompõe dando origem a moléculas dos produtos. 1 2 3 1a etapa 2a etapa Ilu st ra çõ es : J . Y uj i O complexo ativado, espécie intermediária, é instável e rapidamente se decompõe dando origem aos produtos da reação. Por isso, a segunda etapa da reação (passagem da figura 2 para a 3) ocorre rapidamente. significaria a colisão simultânea de 27 moléculas, formando um complexo ativado que se desintegraria, produzindo as 34 moléculas dos produtos. etapa, pois produz muitos rearranjos de ligações químicas. A probabilidade da colisão simultânea entre tantas moléculas é tão pequena que a rapidez dessa reação seria imensurável. sões na combustão de vapores de gasolina em um motor, teríamos uma reação lenta cuja liberação de energia seria imperceptível, incapaz de produzir qualquer movimento. ção química possa se ajustar à realidade observável da rapidez da combustão de va- pores de gasolina, teremos de concluir que essa reação complexa provavelmente se dá em uma série de etapas mais elementares, envolvendo menor número de colisões simultâneas. A essa série de etapas é que denominamos Vejamos um exemplo. Estudar os mecanismos de uma reação que envolve tantas espécies químicas não é fácil. Por isso, vamos estudar uma reação mais simples: a reação de decomposição do monóxido de nitrogênio, formando os gases nitrogênio e oxigênio. Essa reação pode ser descrita pela equação a seguir. 2NO(g) Para que a reação ocorres- se em uma só etapa, seria necessário que cada duas moléculas de octano colidissem, simultanea- mente, com 25 molécu- las de oxigênio. J. Yu ji 256 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Representação da variação de energia durante a reação de decomposi- ção do monóxido de nitrogênio em nitrogênio e oxigênio. Entretanto, a ocorrência da primeira etapa (pas- sagem da figura 1 para a 2) exige quantidade de energia, por formar uma substância que é energe- ticamente desfavorável. Isso faz com que essa eta- pa seja lenta. A figura ao lado representa graficamente a va- riação de energia dessa reação. A rapidez total da reação depende da soma da rapidez de cada etapa que constitui a reação global. Se pelo menos uma das etapas da reação for lenta, a rapidez do processo global também será lenta. Assim, a etapa mais lenta da reação é que determina a rapidez de todo o processo; por isso, ela é denominada etapa determinante da rapi- dez da reação. Evolução da reação En er gi a po te nc ia l reagente intermediários produtos 5 CATÁLISE Q uando colidem reagentes com suficiente energia cinética, parte dessa energia se transforma em energia potencial que fica armazenada nas ligações da espécie in- termediária, denominada complexo ativado. Esse complexo tem uma energia superior à dos reagentes, e a diferença entre essas energias é denominada energia de ativação (Ea). Ela é a menor quantidade de energia, nas condições do sistema, necessária à formação do complexo ativado e, consequentemente, para a ocorrência da reação. Mesmo as reações exotérmicas precisam de energia de ativação. Depois de iniciadas, essas reações produzem energia suficiente para se autossustentarem enquanto houver reagentes. No caso da queima de um combustível, essa energia pode ser fornecida por uma simples faísca. Depois de iniciada, a reação libera energia suficiente para outras espécies reagirem. Assim como o palito de fósforo, o isqueiro precisa de um “empurrãozinho” (energia de ativação) para que a reação ocorra. O contato dos reagentes é condição necessária, mas não suficiente, para as reações ocorrerem. A energia de ativação está diretamente relacionada com a rapidez da reação química. Analise o gráfico abaixo e responda: Qual das etapas (I, II e III) é a mais len- ta? E qual é a mais rápida? Pense Caminho da reação En er gi a ar m az en ad a reagente IIIIII EaI EaII EaIII produtos J. Yu ji FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Os palitos de fósforos usados diariamente só en- tram em combustão quando riscados, pois a energia de ativação é obtida pelo atrito. He ly D em ut ti J. Yu ji Representação da variação de energia durante a reação de decomposi- ção do monóxido de nitrogênio em nitrogênio e oxigênio. Evolução da reação En er gi a po te nc ia l reagente intermediários produtos J. Yu ji C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 257 A etapa mais lenta é a que apresenta maior valor para a ener- gia de ativação, e a mais rápida, a que apresenta menor valor para a energia de ativação. Uma forma de aumentar a rapidez de reações químicas é a utilização de catalisadores: substâncias ou materiais que alteram a rapidez de reações químicas, não sendo consumidos de forma considerável na reação. Esse processo que ocorre com a presen- ça de catalisadores é chamado de catálise. O estudo da catálise é um importante campo de pesquisa na química que tem tido várias aplicações tecnológicas. São vários os tipos de catálise e os processos envolvidos com os catalisadores para aumentar a rapidez da reação. De modo geral, os catalisadores são recuperados no fim do processo, ten- do sido pouco consumidos. Pelo fato de serem relativamente muito pouco consumidos nas reações, os catalisadores não são considerados reagentes. Eles têm grande importância econômica em processos quími- cos, pois, além de reduzir significativamente o tempo de dura- ção das reações, podem ser recuperados e utilizados diversas vezes e por muito tempo. Os catalisadores são substâncias ou materiais que alteram a rapidez de reações químicas, sem serem consumidos de forma considerável. Por que não é necessário utilizar grandes quantidades de catalisador nas reações químicas? Pense Cada catalisador atua de forma diferente em uma reação química. Vejamos um pou- co do seu mecanismo de ação. Ação dos catalisadores A função dos catalisadores foi descoberta pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius [1779-1848]. Em 1835, ele publicou um trabalho comunicando que poderia aumentar a rapidez de uma transformação química acrescentando aos reagentes determinadas subs- tâncias que, no entanto, não eram consumidas. A ação de um catalisador sobre uma reação química é chamada catálise. O estudo da catálise é tão importante para a ciência e a indústria que constitui um ramo específico de pesquisas. No Brasil, as atividades nessa área começaram em 1970, por iniciativa do químico Remolo Ciola [1923-2010]. O número de pesquisadores interessados em desenvolver conhecimento e tecnologia na área cresceu e esses passaram a organizar simpósios e congressos sobre o assunto. As descobertas geraram tecnologias que foram incorporadas por indústrias, levando ao surgimento de fábricas especializadas na produção de catalisadores. Os mecanismos de ação dos catalisadores são complexos e ainda não estão comple- tamente esclarecidos. O que se sabe, contudo, é que eles alteram o caminho da reação, tornando algumas de suas etapas mais rápidas. Divulgação Air bags de automóveis protegem motoristas e pas- sageiros durante choque e/ou colisões. O dispositivo é inflado pelo gás nitrogênio (N2), produzido em uma reação rápida, praticamente instantânea, que ocorre entre nitreto de sódio e óxido de ferro III. Uma faís- ca é a energia de ativação da reação, cuja equação é: 6NaN3(l) + Fe2O3(s) faísca( 3Na2O(s) + 2Fe(s) + 9N2(g) Divulgação A etapa mais lenta é a que apresenta maior valor para a ener- gia de ativação, e a mais rápida, a que apresenta menor valor para a energia de ativação. Uma forma de aumentar a rapidez de reações químicas é a utilização de catalisadores: substâncias ou materiais que alteram a rapidez de reações químicas, não sendo consumidos de forma considerável na reação. Esse processo que ocorre com a presen- ça de catalisadores é chamado de é um importante campo de pesquisa na química que tem tido várias aplicações tecnológicas. São vários os tipos de catálise e os processos envolvidos com os catalisadores para aumentar a rapidez da reação. De modo geral, os catalisadores são recuperados no fim do processo, ten- do sido pouco consumidos. Pelo fato de serem relativamente muito pouco consumidos nas reações, os catalisadores não são considerados reagentes. Eles têm grande importância econômica em processos quími- cos, pois, além de reduzir significativamente o tempo de dura- ção das reações, podem ser recuperados e utilizados diversas vezes e por muito tempo. Air bags de automóveisAir bags de automóveisAir bags protegem motoristas e pas- sageiros durante choque e/ou colisões. O dispositivo é inflado pelo gás nitrogênio (N2), produzido em uma reação rápida, praticamente instantânea, que ocorre entre nitreto de sódio e óxido de ferro III. Uma faís- ca é a energia de ativação da reação, cuja equação é: 6NaN3(l) + Fe2O3(s) faísca( 3Na2O(s) + 2Fe(s) + 9N2(g) Divulgação Divulgação 258 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Embora não sofram alterações na composição química, certos catalisadores alteram- se fisicamente, podendo ser recuperados, mesmo assim, no fim do processo. Essa pro- priedade justifica o alto investimento no seu desenvolvimento, pois, por ser muito pouco consumida nas reações químicas, a quantidade de catalisadores necessária para produção de grande quantidade de substâncias é muito pequena. Apesar da complexidade da atuação dos catalisadores, já se sabe que muitos deles agem sobre a etapa mais lenta da reação, facilitando a formação do complexo ativado por exigir menor quantidade de energia para sua formação. Com a diminuição dessa barreira energética, uma maior quantidade de reagentes forma o complexo ativado que, posteriormente, dá origem aos produtos da reação. Com isso, a reação global se proces- sa mais rapidamente. A variação de energia da reação de decomposi- ção do monóxido de nitrogênio, com e sem a pre- sença de catalisador, pode ser representada pelo diagrama ao lado. Em certos casos, pode ser necessário diminuir o ritmo de reações que se processam muito rapida- mente. Para isso, pode ser usada uma substância ou material que dificulte a formação do complexo ati- vado, aumentando a barreira energética da reação e tornando-a mais lenta. Essas substâncias ou ma- teriais são conhecidos como inibidores. Um bom exemplo desse tipo de processo é a adição de de- terminadas substâncias a alimentos com intuito de retardar reações naturais de decomposição. Aplicações dos catalisadores Os catalisadores têm ampla aplicação industrial, sendo muito utilizados na síntese de substâncias empregadas por indústrias alimentícias, farmacêuticas, de plásticos etc. Um exemplo de catalisador encontrado em nosso cotidiano são os conversores catalíti- cos utilizados em descargas de automóveis, conhecidos simplesmente como catalisadores. Semelhantes a uma colmeia de abelha, conversores catalíticos são recipientes metálicos com revestimento interno à base de cerâmica, com finos orifícios, instalados nas descar- gas dos automóveis, ou seja, nos escapamentos. Essa estrutura cerâmica serve de suporte para uma mistura de metais na forma de um pó fino. Na realidade, são esses metais que funcionam como catalisadores. Esses catalisadores aumentam a rapidez de uma série de reações que converterão gases poluentes em outros gases menos nocivos. A linha contínua repre- senta a variação de energia durante a reação de decomposição do mo- nóxido de nitrogênio em nitrogênio e oxigênio, na presença de catalisador. A linha pontilhada repre- senta a mesma reação na ausência de catalisador. J. Yu ji Para decompor os gases poluentes com eficiência, é neces- sário aumentar a superfície de contato dos catalisado- res, o que é obtido por estruturas semelhantes a colmeias. O catalisador automotivo contém uma colmeia impregnada com metais específicos. Para veículos a gasolina, utiliza-se uma mistura de paládio e ródio, enquanto para veículos a álcool se utiliza uma mistura de paládio e molibdênio. Fo to s: H el y D em ut ti Embora não sofram alterações na composição química, certos catalisadores alteram- se fisicamente, podendo ser recuperados, mesmo assim, no fim do processo. Essa pro- priedade justifica o alto investimento no seu desenvolvimento, pois, por ser muito pouco consumida nas reações químicas, a quantidade de catalisadores necessária para produção Apesar da complexidade da atuação dos catalisadores, já se sabe que muitos deles agem sobre a etapa mais lenta da reação, facilitando a formação do complexo ativado por exigir menor quantidade de energia para sua formação. Com a diminuição dessa barreira energética, uma maior quantidade de reagentes forma o complexo ativado que, posteriormente, dá origem aos produtos da reação. Com isso, a reação global se proces- A linha contínua repre- senta a variação de energia durante a reação de decomposição do mo- nóxido de nitrogênio em nitrogênio e oxigênio, na presença de catalisador. A linha pontilhada repre- senta a mesma reação na ausência de catalisador. J. Yu ji C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 259 Os gases poluentes são gerados na queima dos combustíveis. Como exemplos de gases tóxicos, temos o monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de enxofre (SO2) e fragmentos de hidrocarbonetos que não queimaram completamente. Na combus- tão dos combustíveis, há ainda a produção de outros gases menos tóxicos ou não tóxicos – dióxido de carbono (CO2), água (H2O), ácido sulfídrico (H2S), oxigênio (O2) e nitrogênio (N2). Os conversores catalíticos aceleram as reações de transformação desses gases em ou- tros menos poluentes, como ilustram as equações abaixo: 2CO(g) + O2(g) ( 2CO2(g) 2NO(g) + 2CO(g) ( N2(g) + 2CO2(g) C7H16(g) + 11O2(g) ( 7CO2(g) + 8H2O(g) Essas reações são aceleradas nos conversores pela ação dos metais que as catalisam. A estrutura dos catalisadores em forma de colmeia aumenta a superfície de contato, pro- duzindo uma área de aproximadamente dois a três campos de futebol. Um exemplo de utilização industrial de catalisadores está na produção do oxigênio (O2) a partir do clorato de potássio (KClO3), utilizando como catalisador o dióxido de manganês (MnO2). 2KClO3(s) **( MnO2 2KCl(s) + 3O2(g) Em condições normais de temperatura e pressão, essa reação é muito lenta. Quando realizada a altas temperaturas e na presença de dióxido de manganês, ocorre rapidamen- te, tornando-se mais adequada a processos industriais. Entre os catalisadores naturais estão os zeólitos, catalisadores à base de aluminosilica- to, usados em processos de tratamento de água, separação de gases, craqueamento de petróleo etc. Esses materiais também têm sido usados para produzir gasolina a partir de álcool, por possibilitar que moléculas de álcoois formem hidrocarbonetos com um núme- ro de átomos de carbono desejado. Uma vantagem desse tipo de catalisador é que suas estruturas tridimensionais contêm canais de tamanhos seletivos que permitem interromper as reações quando a cadeia car- bônica da substância em produção atinge o número de átomos desejado. Um exemplo dessa propriedade é a utilização do catalisador ZSM-5 na conversão de metanol em hidrocarbonetos de aproximadamente oito átomos de carbono, ou seja, ga- solina. A vantagem da conversão de álcool em gasolina está no fato de que o poder ener- gético (entalpia de combustão) da gasolina é maior que o do álcool. Isso ocorre porque o álcool é um hidrocarboneto parcialmente oxidado. Outra aplicação dos catalisadores está no processo de transesterificação para obten- ção de biodiesel, como foi ilustrado nas reações da página 238. Vários investimentos têm sido feitos para desenvolvimento de novos catalisadores para essas reações. Enzimas: catalisadores da vida Enzimas são proteínas (sequência de aminoácidos) sintetizadas pelas células que cata- lisam reações fundamentais para o funcionamento adequado dos processos bioquímicos. O funcionamento preciso de todas as funções de nosso corpo se deve à ação das enzimas. A digestão, por exemplo, começa na mastigação com a amilase, enzima presente em nossa saliva que quebra moléculas dos constituintes do amido, amilopectina e amilose, e do glicogênio, presentes em alimentos. Um dos produtos dessa reação é a glicose. Por isso, é possível sentir um sabor adocicado após mastigar um pedaço de pão por tempo suficiente para que haja a reação. Milhares de enzimas são produzidas por organismos vivos, sendo cada uma delas res- ponsável por atuar em reações específicas que ocorrem no organismo. Por exemplo, a anidrase carbônica liga-se ao gás carbônico para transportá-lo até as moléculas de água e transformá-lo em ácido carbônico, que será eliminado do organismo. Os gases poluentes são gerados na queima dos combustíveis. Como exemplos de gases tóxicos, temos o monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NO (SO2) e fragmentos de hidrocarbonetos que não queimaram completamente. Na combus- tão dos combustíveis, há ainda a produção de outros gases menos tóxicos ou não tóxicos – dióxido de carbono (CO2), água (H Os conversores catalíticos aceleram as reações de transformação desses gases em ou- tros menos poluentes, como ilustram as equações abaixo: 2CO(g) + O 2NO(g) + 2CO(g) C7H16(g) + 11O Essas reações são aceleradas nos conversores pela ação dos metais que as catalisam. A estrutura dos catalisadores em forma de colmeia aumenta a superfície de contato, pro- duzindo uma área de aproximadamente dois a três campos de futebol. Um exemplo de utilização industrial de catalisadores está na produção do oxigênio (O partir do clorato de potássio (KClO3), utilizando como catalisador o dióxido de manganês (MnO 2KClO3 Em condições normais de temperatura e pressão, essa reação é muito lenta. Quando realizada a altas temperaturas e na presença de dióxido de manganês, ocorre rapidamen- te, tornando-se mais adequada a processos industriais. Entre os catalisadores naturais estão os zeólitos, catalisadores à base de aluminosilica- 260 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Representação da mo- lécula de glicose, um dos produtos da di- gestão que é produzido durante a mastigação, graças à presença da enzima amilase. J. Yu ji Para preparar iogurtes, adicionam-se ao leite bactérias que contêm enzimas que aceleram as reações com o açúcar e as proteínas lácteas. He ly D em ut ti Química Verde: catalisando processos em favor do ambiente Um grande problema ambiental preocupa os ambientalistas: o consumo pela sociedade moderna de grandes quantidades de materiais e de energia. A raiz para solução desse consumo exagerado tem relação com a Química, ciência que tem como objeto central de estudo processos de transformações de materiais que geram novas substâncias e energia. Com essa preocupação, químicos de diversos países, desde a década de 1990, vêm desenvolvendo processos químicos que têm contribuído para a redução do consumo, tanto de materiais como de energia. Esse movimento dos químicos ficou conhecido como “Química Verde”. Seu principal propósito é desenvolver e aplicar produtos e processos químicos que reduzam ou elimi- nem o uso e a geração de substâncias perigosas à saúde humana e ao meio ambiente. Para alcançar esse objetivo da Química Verde, os químicos passaram a adotar princí- pios que não se resumem na busca de meios que reduzam de forma global materiais e energia. No quadro abaixo, são apresentados os doze princípios que têm fundamentado a ação dos químicos na perspectiva ambientalista. Princípios da Química Verde 1. Prevenção. 2. Economia de átomos. 3. Síntese de produtos menos perigosos. 4. Desenvolvimento de produtos seguros. 5. Solventes e auxiliares mais seguros. 6. Busca pela eficiência de energia. 7. Uso de fontes renováveis de matéria-prima. 8. Evitar a formação de derivados. 9. Catálise. 10. Desenvolvimento de sistema para a degradação. 11. Análise em tempo real para a prevenção da poluição. 12. Química intrinsecamente segura para a prevenção de acidentes. He ly D em ut ti Para alcançar esse objetivo da Química Verde, os químicos passaram a adotar princí- pios que não se resumem na busca de meios que reduzam de forma global materiais e energia. No quadro abaixo, são apresentados os doze princípios que têm fundamentado Desenvolvimento de sistema para a Análise em tempo real para a prevenção Química intrinsecamente segura para a He ly D em ut ti A catálise se configura no nono princípio, na medida em que ela assegura uma econo- mia de tempo, de materiais e de energia. O seu estudo acaba sendo fundamental para se alcançar os demais princípios, pois o uso de catalisadores pode reduzir a quantidade de reagentes, auxiliar na síntese de produtos menos agressivos, aumentar a eficiência ener- gética do sistema, evitar a formação de subprodutos indesejáveis e facilitar a degradação de substâncias tóxicas. A Química Verde tem como objetivo desenvol- ver produtos e processos que permitam uma rela- ção mais saudável com o meio ambiente. mo- lécula de glicose, um dos produtos da di- gestão que é produzido durante a mastigação, graças à presença da Para preparar Para preparar iogurtes, adicionam-se ao leite adicionam-se ao leite bactérias que contêm bactérias que contêm enzimas que aceleram as enzimas que aceleram as reações com o açúcar e reações com o açúcar e as proteínas lácteas.as proteínas lácteas. He ly D em ut ti Química Verde: catalisando processos em Química Verde: catalisando processos em Um grande problema ambiental preocupa os ambientalistas: o consumo pela sociedade Um grande problema ambiental preocupa os ambientalistas: o consumo pela sociedade moderna de grandes quantidades de materiais e de energia. A raiz para solução desse consumo exagerado tem relação com a Química, ciência que tem como objeto central de estudo processos de transformações de materiais que geram novas substâncias e C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 261 Exercícios 1. Por que as reações químicas para a formação de produtos ocorrem em etapas? 2. A reação de 2A + B ( A2B apresenta as seguintes etapas: Etapa lenta: A + A ( A2 Etapa rápida: A2 + B ( A2B a) Qual é a espécie intermediária? b) Por que a primeira etapa é mais lenta e a segunda, mais rápida? 3. Explique por que a etapa lenta é mais importante no mecanismo de uma reação química. 4. Qual a importância da energia de ativação nos meca- nismos de reação? 5. Qual a diferença entre reação endotérmica e exotérmi- ca, em relação à energia de ativação? 6. Por que a energia de ativação indica se a reação será lenta ou rápida? 7. (UFMG) As curvas I e II representam caminhos possíveis para a reação de hidrogenação do propeno: a) Indique a curva correspondente ao caminho da rea- ção mais rápida. b) Escreva o fator responsável por essa diferença de rapidez. c) Compare os complexos ativados formados nos dois caminhos da reação. d) A reação ocorre pelos dois caminhos no mesmo sistema? Justifique sua resposta. 8. (UFPR) No diagrama a seguir estão representados os caminhos de uma reação na presença e na ausência de um catalisador: Com base nesse diagrama, é correto afirmar que: a) a curva II refere-se à reação catalisada e a curva I refere-se à reação não catalisada. b) se a reação se processar pelo caminho II, ela será mais rápida. c) a adição de um catalisador à reação diminui seu valor de ΔH. d) o complexo ativado da curva I apresenta a mesma energia do complexo ativado da curva II. e) a adição do catalisador transforma a reação endo- térmica em exotérmica. 9. (Unirio-RJ) O gráfico a seguir refere-se ao diagrama ener- gético de uma reação química (reagentes ( produtos), no qual se veem destacados dois ca minhos de reação: Após uma análise das entalpias dos reagentes, dos pro- dutos e dos valores a, b, c e d, podemos afirmar que: a) a reação é endotérmica e a presença do catalisador diminui o ΔH de a para b. b) a reação é endotérmica e a representa o ΔH com a presença do catalisador. c) a reação é exotérmica e a energia de ativação, sem a presença do catalisador, é representada por c. d) a presença do catalisador diminui o ΔH da reação representada por c. e) a presença do catalisador diminui a energia de ati- vação de a para b e mantém constante o ΔH da reação representada por d. 10. Explique como o catalisador influi na rapidez de uma reação. 11. Qual a importância dos catalisadores para as indústrias? 12. Explique o funcionamento do conversor catalítico dos automóveis, conhecido como catalisador. 13. Qual a importância, em termos de aplicação, da zeólita como catalisador natural? 14. Por que as enzimas são consideradas catalisadores? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO.ExercíciosExercícios 1. 1. Por que as reações químicas para a formação de produtos ocorrem em etapas? 2. 2. A reação de 2A + B ( A( A( 2B apresenta as seguintes etapas: Etapa lenta: A + A ( A2 Etapa rápida: A2 + B ( A2B a) Qual é a espécie intermediária? b) Por que a primeira etapa é mais lenta e a segunda, mais rápida? 3. 3. Explique por que a etapa lenta é mais importante no mecanismo de uma reação química. 4. 4. Qual a importância da energia de ativação nos meca- nismos de reação? 5. 5. Qual a diferença entre reação endotérmica e exotérmi- ca, em relação à energia de ativação? 6. 6. Por que a energia de ativação indica se a reação será lenta ou rápida? 7. 7. (UFMG) As curvas I e II representam caminhos possíveis 9. 262 CI N ÉT IC A Q UÍ M IC A Cinética Química b Algumas reações podem ser lentas e outras rápidas. A cinética é a área da Química que estuda a rapidez com que as reações ocorrem e os fatores que a alteram. b A rapidez da reação é a taxa que se refere à variação da quantidade de reagente consumido ou de produto formado por unidade de tempo. b Para a determinação da rapidez de reações químicas, as quantidades consumidas e produzidas são expressas em unidades de concentração (se as substâncias estiverem em solução) ou em termos de pressão parcial (se as substâncias forem gases). Teoria das colisões b Para que duas ou mais substâncias possam reagir, é necessário que suas moléculas colidam para que haja quebra das ligações e formação de novas substâncias. As colisões devem ser efetivas, com orientação favorável e energia suficiente. b Energia de ativação é a energia necessária para iniciar uma reação. Fatores que influenciam a rapidez das reações b Temperatura: de forma geral, um aumento de temperatura aumenta a energia cinética das moléculas pro- vocando um aumento na rapidez das reações químicas; enquanto o abaixamento da temperatura reduz a rapidez destas. b Superfície de contato: quanto maior o número de moléculas em contato, maior será o número de colisões e consequentemente haverá um aumento na rapidez da reação. b Concentração: quando a concentração dos reagentes é alta, aumenta-se a possibilidade de ocorrem colisões efetivas, provocando um aumento na rapidez das reações. Mecanismos de reação b As reações químicas tendem a ocorrer em etapas. Antes da formação dos produtos, as colisões dos reagentes levam à formação de espécies intermediárias. Essas etapas elementares pelas quais passam a reação principal são denominadas mecanismos de reação. b A rapidez total da reação depende da soma da rapidez de cada etapa que constitui a reação global. Se pelo menos uma das etapas da reação for lenta, a rapidez do processo global também será lenta. b Para que as reações ocorram, é necessário uma energia mínima para iniciar o processo. Essa energia é necessária para ativar as moléculas fazendo com que elas colidam efetivamente, recebendo o nome de energia de ativação (Ea). b Quando a energia é suficiente para a reação, ocorre a formação de um composto intermediário, instável, denominado complexo ativado. b Quanto menor a energia de ativação, mais facilmente se forma o complexo ativado e mais rápida será a reação. Catálise b Uma forma de aumentar a rapidez de reações químicas é a utilização de catalisadores. Essas substâncias ou materiais alteram a rapidez de reações químicas, sem serem consumidos de forma considerável. 15. Como atua um inibidor? 16. Explique por que a luz não é considerada um catalisador. 17. Nas reações químicas, o inibidor é um material que se caracteriza por: a) auxiliar o catalisador. b) aumentar a rapidez da reação. c) diminuir a rapidez da reação. d) agir como catalisador. e) diminuir a energia de ativação. Algumas reações podem ser lentas e outras rápidas. A cinética é a área da Química que estuda a rapidez com A rapidez da reação é a taxa que se refere à variação da quantidade de reagente consumido ou de produto Para a determinação da rapidez de reações químicas, as quantidades consumidas e produzidas são expressas em unidades de concentração (se as substâncias estiverem em solução) ou em termos de pressão parcial (se as Para que duas ou mais substâncias possam reagir, é necessário que suas moléculas colidam para que haja Explique por que a luz não é considerada um catalisador. Nas reações químicas, o inibidor é um material que se a) auxiliar o catalisador. b) aumentar a rapidez da reação. c) diminuir a rapidez da reação. d) agir como catalisador. e) diminuir a energia de ativação. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 263 ENERGIA NUCLEAR COMO FONTE DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Na primeira metade do século passado, o conhecimento sobre a estrutura do átomo avançou vertiginosamente. Além de descobrir mais sobre a constituição e a organização do átomo, os cientistas também constataram que era possível manipular a grande quantidade de energia envolvida em transformações nucleares. Tal conhecimento favo- receu inúmeras descobertas que, hoje, melhoraram a qualidade de vida das pessoas, mas que também geram ques- tões importantes sobre os perigos envolvidos com a manipulação desses materiais. O crescimento populacional, associado ao desenvolvimento tecnológico, levou a uma necessidade cada vez maior de energia elétrica. Alguns países, como o Brasil, possuem diversas fontes para a obtenção de energia elétrica. Entretanto, na maioria dos países não há tanta diversidade de recursos disponíveis. A energia nuclear, em razão disso, despontou como alternativa para ajudar a suprir essa necessidade. Podemos classificar a energia elétrica no mundo em função de sua forma de geração. O gráfico ao lado apresenta essa distribuição. São utilizadas várias fontes para atender às neces- sidades de energia elétrica no mundo. As usinas de energia nucleoelétrica colaboram com 17% do total da energia elétrica produzida no mundo, mas correspon- dem com apenas 12% da capacidade elétrica instalada. O Brasil apresenta um enorme potencial hidrelétrico e tam- bém utiliza a energia elétrica gerada pelas usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2. Para evitar falta de energia no futuro, o país deve investir em qual das duas formas de geração?Juc a M ar ti ns /O lh ar Im ag em Geração de energia elétrica no mundo 40% carvão 11% derivados de petróleo 19% hidrelétrica 17% nuclear 13% gás Nota: geotérmica e outras = menos de 0,5% ENERGIA NUCLEAR Ju ca M ar tin s De onde vem a energia nuclear? Como devemos fazer uso da radioatividade e da energia nuclear? 264 TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS TR AN SF O RM AÇ Õ ES E P RO PR IE DA DE S DA S SU BS TÊ N CI AS ENERGIA NUCLEAR De onde vem a energia nuclear? Como devemos fazer uso da radioatividade e da energia nuclear? ENERGIA NUCLEAR COMO FONTE DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ENERGIA NUCLEAR De onde vem a energia nuclear? Como devemos fazer uso da radioatividade e da energia nuclear? Capítulo 8 Tema em foco Vários países europeus abrangem territórios pequenos e não dispõem de recursos hídricos que lhes permitam gerar energia elétrica suficiente para suprir suas demandas. Para atender a essa necessidade de energia elétrica, utilizam usinas termelétricas que usam como fonte de energia o carvão, um material altamente poluente. Uma das possibilidades de solucionar essas questões é gerar energia elétrica por meio de usinas nucleoelétricas. Assim, a energia nuclear é uma das alternativas disponíveis para suprir a grande necessidade energética de muitos países. Porém, o uso dessa fonte é cercado de grandes controvérsias. Enquanto al- guns propõem sua erradicação, devido aos riscos de acidentes que podem ser muito graves, outros defendem seu uso alegando que essa é a única fonte de energia capaz de substituir, de forma global, combustíveis fósseis e impedir catástrofes relacionadas às mudanças cli- máticas, oriundas do aquecimento global causado por emissão de gases. No ano de 2006, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, havia 443 usi- nas nucleares em funcionamento no mundo gerando um total de 367 GW. Imagine se essa energia fosse oriunda de usinas termelétricas que utilizam combustíveis fósseis, cer- tamente as previsões climáticas catastróficas previstas pelos cientistas para as próximas décadas já estariam acontecendo! Para muitos países, sobretudo os emergentes, dispor de tecnologia para enriquecimento de urânio com o objetivo de produzir energia elétrica é fundamental e pode representar soberania, mas ao mesmo tempo pode gerar risco para os demais países. A humanidade já teve provas dos riscos aos quais está exposta ao manipular a energia contida nos átomos, como os acidentes da usina soviética de Chernobyl e da usina japonesa de Fukushima. O acidente com Césio-137, em Goiânia, é o exemplo brasileiro desses riscos. Em 2005, o Brasil viu reacender a discussão sobre o emprego da energia nuclear para a ge- ração de energia elétrica, com a construção da usina nuclear de Angra 3, que deverá entrar em operação no ano de 2014. Essa discussão persiste até os dias atuais, pois o país precisa encon- trar alternativas energéticas que favoreçam o crescimento e minimize os problemas ambientais. Apesar de toda a controvérsia em torno das aplicações da radiação e da energia nuclear, se por um lado elas provocaram a morte de milhares de pessoas por meio de bombas ou aciden- tes, não há como negar que também produziram uma série de benefícios para a sociedade. A polêmica está posta. Quem deve decidir sobre as utilizações da energia nuclear e da radioatividade? Os cientistas? Os tecnocratas que trabalham para as empresas? Os políti- cos? A população? Seria melhor, acreditamos, que a sociedade como um todo se posicionasse sobre essas questões. O debate envolve aspectos econômicos, éticos, políticos e ambientais. Neste capítulo, você estudará um pouco sobre o funcionamento de usinas nucleares, seus potenciais e riscos. Dessa maneira, compreenderá novos conceitos que lhe darão melhores condições de participar de debates sobre o uso e as consequências da energia nuclear, formando opinião a respeito dessa questão. Comecemos vendo opiniões divergen- tes sobre o assunto. Energia nuclear: energia limpa? Assim como os transgênicos, a energia nuclear é um assunto polêmico. Por isso, é alvo de debates acalorados que envolvem ciência e sociedade. Entretanto, sempre que se fala em radioatividade, as pessoas demonstram receio ou mesmo medo. Não é de es- tranhar, uma vez que milhares de pessoas já morreram em decorrência de efeitos da radiação proveniente de bombas ou acidentes. Entretanto, também não podemos esquecer da quantidade de pessoas que são curadas ou tratadas com métodos que envolvem o uso de diferentes tipos de radiações. Além da medicina, outros segmentos da nos- sa sociedade utilizam-se da radioatividade e, embora nem percebamos, usufruímos dos benefícios dessa utilização. A verdade é que, logo após a descoberta da radioatividade, os cientistas se preocuparam em evitar acidentes cau- sados pelo seu uso descontrolado. Não podemos esquecer também que a exposição a diferentes formas de radiações é absolutamente natural, como discutimos anteriormente. Patrick Moore, fun- dador do Greenpeace, e James Lovelock, o cria- dor da Teoria de Gaia, se- gundo a qual a Terra é um organismo autorregulá- vel e vivo, têm defendido a ideia de que a energia nuclear é alternativa ener- gética viável para a socie- dade moderna. W ik im ed ia F ou nd at io n Ja cq ue s D em ar th on /A FP P ho to Vários países europeus abrangem territórios pequenos e não dispõem de recursos hídricos que lhes permitam gerar energia elétrica suficiente para suprir suas demandas. Para atender a essa necessidade de energia elétrica, utilizam usinas termelétricas que usam como fonte de energia o carvão, um material altamente poluente. Uma das possibilidades de solucionar essas questões é gerar energia elétrica por meio de usinas nucleoelétricas. Assim, a energia nuclear é uma das alternativas disponíveis para suprir a grande necessidade energética de muitos países. Porém, o uso dessa fonte é cercado de grandes controvérsias. Enquanto al- guns propõem sua erradicação, devido aos riscos de acidentes que podem ser muito graves, outros defendem seu uso alegando que essa é a única fonte de energia capaz de substituir, de forma global, combustíveis fósseis e impedir catástrofes relacionadas às mudanças cli- máticas, oriundas do aquecimento global causado por emissão de gases. No ano de 2006, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, havia 443 usi- nas nucleares em funcionamento no mundo gerando um total de 367 GW. Imagine se essa energia fosse oriunda de usinas termelétricas que utilizam combustíveis fósseis, cer- tamente as previsões climáticas catastróficas previstas pelos cientistas para as próximas Para muitos países, sobretudo os emergentes, dispor de tecnologia para enriquecimento de urânio com o objetivo de produzir energia elétrica é fundamental e pode representar soberania, mas ao mesmo tempo pode gerar risco para os demais países. A humanidade já teve provas dos riscos aos quais está exposta ao manipular a energia contida nos átomos, como os acidentes da usina soviética de Chernobyl e da usina japonesa de Fukushima. O acidente com Césio-137, em Goiânia, é o exemplo brasileiro desses riscos. Patrick Moore, fun- W ik im ed ia F ou nd at io n Ja cq ue s D em ar th on /A FP P ho to C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 265 No entanto, o fato atual reside na necessidade de expansão da oferta de energia para a sociedade tecnológica. O que vamos fazer se as reservas de combustíveis fósseis correm o risco de acabar e seu uso em grande escala gera problemas climáticos de grande ordem? Precisamos encontrar alternativas, e o uso da energia nuclear é apresentado como sendo uma delas. As usinas nucleares que são usinas termelétricas apresentam algumas vantagens em relação às demais usinas termelétricas e às hidrelétricas na geração de eletricidade: • representam um potencial energético relativamente maior quando comparado com as reservas de combustíveis fósseis ou de recursos hídricos associados a acidentes geo- gráficos que permitem a construção de hidrelétricas; • se não considerarmos a ocorrência de acidentes de grandes proporções como o de Chernobyl (veja texto adiante), afetam o ambiente de forma muito menos agressiva que as demais usinas termelétricas, altamente poluentes, e as hidrelétricas, que represam grandes quantidades de água, causando impactos ambientais de grandes proporções. Dados estatísticos apontam que, ao contrário do que muitos pensam, a energia nuclear para geração de eletricidade é segura. Os registros históricos demonstram que o uso da ener- gia nuclear é seguro. Até os dias atuais, tivemos apenas um único acidente grave e de grandes proporções em termos de vítimas humanas, o de Chernobyl, que abordaremos mais adiante. Porém, existem outras questões preocupantes quanto ao uso da energia nuclear: • A geração de resíduos é perigosa, contendo isótopos radioativos cujo período de de- caimento é muito longo. Alguns, como o amerício-241, são produzidos em pequenas quantidades, mas permanecem ativos por milhões de anos. Outros, como o césio-137 e o estrôncio-90, têm suas vidas médias na ordem de centenas de anos. • A produção do combustível é menor que a demanda, dificultando a expansão da ener- gia nuclear para geração de eletricidade. • A segurança de reatores nucleares que podem tornar-se alvos de terroristas, com vista à obtenção de material radioativo para fabricação de armas nucleares. Mais adiante aprofundaremos esta polêmica do uso da energia nuclear. Graças à desmontagem de arsenais militares de países como os EUA e a an- tiga União Soviética, o mer- cado tem reprocessado ou reciclado materiais para se- rem usados como combus- tível em usinas nucleares. D ep ar tm en t o f D ef en se , U SA Os países que não possuem potencial hidrelétrico necessitam de usinas termelétricas. Enquanto as usinas termelétri- cas à base de combustíveis fósseis liberam gases do efeito estufa, as usinas nucleares não emitem tais gases. Cl au di a O tt e/ D re am st im e Wuppertal, Alemanha 2009. Controvérsia científica No 19o aniversário do acidente em Chernobyl, onde morreram 30 mil pessoas e três milhões foram atingidas, o Greenpeace lança um relatório sobre o risco das usinas nucleares no mundo, comprovando a deficiência deste tipo de energia. [...] Um acidente envolvendo estes reatores [os de Angra] poderia ser mais severo que o de Chernobyl. Nesse relatório, o Greenpeace analisa a situação atual e exige a eliminação da energia nu- clear como a única medida eficiente para reduzir seus riscos. A solução está na geração de energia por fontes alternativas (eólica, solar, pequenas hidrelétricas e biomassa) e o uso eficiente da energia gerada. [...] Para o Greenpeace, a retomada do programa nuclear brasileiro re- presentaria um retrocesso, já que diversos países – como Alemanha, Espanha e Suécia – estão repensando suas políticas energéticas, apos- tando em fontes renováveis de energia. "Investir numa usina nuclear no Brasil vai na contramão do bom senso e uso apropriado de recursos públicos. Usinas nucleares são inseguras, ca- ras, ultrapassadas e sujas. Juntas, Angra 1 e 2 são incapazes de produzir mais do que 2% da eletricidade gerada no Brasil", afirma Sérgio Dialetachi, coordenador da campanha antinuclear do Greenpeace. O Greenpeace divulgou nesta terça-feira uma carta, informando a po- pulação sobre os enormes riscos e desvantagens que a construção de Angra 3 traria ao País. Fonte: Greenpeace. Disponível em: . Acesso em: 26 nov. 2012. GREENPEACE LANÇA RELATÓRIO SOBRE OS RISCOS DAS USINAS NUCLEARES Possibilidade de acidentes como o de Chernobyl são reais em todo o mundo, inclusive em Angra 1 e 2; a organização é contra a construção de Angra 3. No entanto, o fato atual reside na necessidade de expansão da oferta de energia para a sociedade tecnológica. O que vamos fazer se as reservas de combustíveis fósseis correm o risco de acabar e seu uso em grande escala gera problemas climáticos de grande ordem? Precisamos encontrar alternativas, e o uso da energia nuclear é apresentado como sendo uma delas. As usinas nucleares que são usinas termelétricas apresentam algumas vantagens em relação às demais usinas termelétricas e às hidrelétricas na geração de eletricidade: • representam um potencial energético relativamente maior quando comparado com as reservas de combustíveis fósseis ou de recursos hídricos associados a acidentes geo- gráficos que permitem a construção de hidrelétricas; • se não considerarmos a ocorrência de acidentes de grandes proporções como o de Chernobyl (veja texto adiante), afetam o ambiente de forma muito menos agressiva que as demais usinas termelétricas, altamente poluentes, e as hidrelétricas, que represam grandes quantidades de água, causando impactos ambientais de grandes proporções. Dados estatísticos apontam que, ao contrário do que muitos pensam, a energia nuclear para geração de eletricidade é segura. Os registros históricos demonstram que o uso da ener- gia nuclear é seguro. Até os dias atuais, tivemos apenas um único acidente grave e de grandes proporções em termos de vítimas humanas, o de Chernobyl, que abordaremos mais adiante. Porém, existem outras questões preocupantes quanto ao uso da energia nuclear: • A geração de resíduos é perigosa, contendo isótopos radioativos cujo período de de- caimento é muito longo. Alguns, como o amerício-241, são produzidos em pequenas quantidades, mas permanecem ativos por milhões de anos. Outros, como o césio-137 Graças à desmontagem de arsenais militares de países como os EUA e a an- tiga União Soviética, o mer- cado tem reprocessado ou reciclado materiais para se- rem usados como combus- tível em usinas nucleares. D ep ar tm en t o f D ef en se , U SA Cl au di a O tt e/ D re am st im e 266 EN ER G IA N UC LE AR Quem diria. A energia nuclear, alvo histórico dos protestos ambien- talistas, pode ser a chave para nos salvar do aquecimento global. Mais surpreendente ainda: quem defende a ideia é o inglês James Lovelock, uma espécie de guru dos ecologistas. Aos 84 anos, o cientista afirma que precisamos interromper imediatamente a queima de combustíveis fós- seis, que piora o efeito estufa. “A única forma de energia imediatamente acessível que não causa aumento de temperatura é a nuclear. Não temos tempo para experimentar”, diz. A ideia logo foi rechaçada por organiza- ções ambientais como Greenpeace e Amigos da Terra. E fez o cientista ver renegado o apelido que ganhou da revista New Scientist : “Gandhi da ciência”. [...] Químico com doutorado em medicina e biofísica, Lovelock foi um dos primeiros ambientalistas a falar do aquecimento global, num relatório elaborado em 1989.[...] Sobre o uso de energia nuclear e não outras formas tidas como ecolo- gicamente corretas, como a eólica e a solar, ele responde: “Seria ótimo se pudéssemos contar somente com essas fontes de energia, mas elas não satisfazem nossas necessidades. Se houvesse um bilhão de pessoas no mundo, bastaria usar as energias solar, eólica, hidrelétrica e uma quan- tidade modesta vinda da queima de madeira. Mas já somos mais de seis bilhões e a população continua aumentando. A energia nuclear é limpa e não provoca aquecimento [...]”. Sobre o acidente de Chernobyl: “Há muita mentira em torno desse assunto. De acordo com informes da ONU, houve 45 mortos em conse- quência da explosão do reator em Chernobyl. [...] É verdade que alguns podem morrer antes do esperado com cânceres provocados por radiação, mas lembre-se: em 1952, cinco mil pessoas morreram em Londres, num único dia, envenenadas por fumaça de carvão. Estima-se que centenas de milhares morreram desde então em decorrência de câncer do pulmão causado pela inalação de substâncias cancerígenas na fumaça. Mas a mídia não fala da queima de carvão como causa massiva de tumores”. Quanto à oposição ao uso da energia nuclear: “As pessoas sempre têm medo de algo. Antes, eram fantasmas e vampiros. Hoje, energia nu- clear. A oposição baseia-se numa ficção hollywoodiana, na mídia e em lobbies do movimento verde”. Quanto a ter sido um ecologista e agora criticá-los: “Os verdes são importantes, mas estão errados. Eles se preocupam com as pessoas e es- quecem da saúde da Terra. Não percebem que somos parte do planeta e dependemos dele. Eu mesmo sou um verde, mas tento mostrar que estão errados sobre energia nuclear [...]”. Quanto ao lixo atômico: “O volume de lixo atômico de alto nível produzido pelas usinas nucleares do Reino Unido, em seus 50 anos de atividade, equivale a 10 metros cúbicos. É o tamanho de uma casa pe- quena. Se colocado numa caixa de concreto, esse lixo seria totalmente seguro e a perda de calor ainda poderia ser aproveitada para aquecer minha casa [...]”. Revista Superinteressante, dez. 2004. O GANDHI NUCLEAR Autor da Teoria de Gaia, James Lovelock era herói dos ecologistas. Agora, ele causa polêmica ao defender que só usinas nucleares podem nos livrar de um desastre. Por Eduardo Szklarz A utilização de energia nuclear não é consenso. Muitos grupos ambientalistas têm protestado pela sua utilização, alegando que exis- tem outras formas “mais limpas” de produção de energia, como nessa manifestação contrária à construção da usina nuclear de Angra 3. Fa bi o M ot ta /A E Quem diria. A energia nuclear, alvo histórico dos protestos ambien- talistas, pode ser a chave para nos salvar do aquecimento global. Mais surpreendente ainda: quem defende a ideia é o inglês James Lovelock, uma espécie de guru dos ecologistas. Aos 84 anos, o cientista afirma que precisamos interromper imediatamente a queima de combustíveis fós- seis, que piora o efeito estufa. “A única forma de energia imediatamente acessível que não causa aumento de temperatura é a nuclear. Não temos tempo para experimentar”, diz. A ideia logo foi rechaçada por organiza- ções ambientais como Greenpeace e Amigos da Terra. E fez o cientista : “Gandhi da ciência”. [...] Químico com doutorado em medicina e biofísica, Lovelock foi um dos primeiros ambientalistas a falar do aquecimento global, num Sobre o uso de energia nuclear e não outras formas tidas como ecolo- gicamente corretas, como a eólica e a solar, ele responde: “Seria ótimo se pudéssemos contar somente com essas fontes de energia, mas elas não satisfazem nossas necessidades. Se houvesse um bilhão de pessoas no mundo, bastaria usar as energias solar, eólica, hidrelétrica e uma quan- podem morrer antes do esperado com cânceres provocados por radiação, mas lembre-se: em 1952, cinco mil pessoas morreram em Londres, num único dia, envenenadas por fumaça de carvão. Estima-se que centenas de milhares morreram desde então em decorrência de câncer do pulmão causado pela inalação de substâncias cancerígenas na fumaça. Mas a mídia não fala da queima de carvão como causa massiva de tumores”. Quanto à oposição ao uso da energia nuclear: “As pessoas sempre têm medo de algo. Antes, eram fantasmas e vampiros. Hoje, energia nu- clear. A oposição baseia-se numa ficção hollywoodiana, na mídia e em lobbies do movimento verde”.lobbies do movimento verde”.lobbies Quanto a ter sido um ecologista e agora criticá-los: “Os verdes são importantes, mas estão errados. Eles se preocupam com as pessoas e es- quecem da saúde da Terra. Não percebem que somos parte do planeta e dependemos dele. Eu mesmo sou um verde, mas tento mostrar que estão errados sobre energia nuclear [...]”. Quanto ao lixo atômico: “O volume de lixo atômico de alto nível produzido pelas usinas nucleares do Reino Unido, em seus 50 anos de atividade, equivale a 10 metros cúbicos. É o tamanho de uma casa pe- O GANDHI NUCLEAR Autor da Teoria de Gaia, James Lovelock era herói dos ecologistas. Agora, ele causa polêmica ao defender que só usinas nucleares podem nos livrar de um desastre. Por Eduardo Szklarz C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 267 Debata e entenda 1. Analisando as notícias, identifique e enumere possíveis vantagens e riscos da utilização da energia nuclear. 2. A partir das notícias, debata com seus colegas quais seriam os possíveis fatores que levam a tantas controvérsias. 3. Pesquise com seus colegas a atual situação do Brasil em relação à construção da usina de Angra 3. 4. Em sua opinião, quais seriam os grandes riscos relacionados ao uso da energia nuclear como fonte geradora de eletricidade? 5. Comente a seguinte afirmação: “Seja qual for a estratégia adotada, o incremento no uso da energia nuclear passa necessariamente pela cooperação internacional, com a priorização de uma agenda diplomática na qual o assunto seja tratado da maneira muito cuidadosa e abrangente.” (Vichi e Mansor, 2009). 6. Em sua opinião, por que a afirmação “A energia nuclear é mais segura do que muitos imaginam” é verdadeira? 7. Quais as fontes energéticas da energia nuclear? 8. Analise a tabela abaixo e responda à seguinte questão: podemos afirmar que uma usina nuclear é menos poluente que uma usina de carvão? Justifique. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Adaptado de: CTMSP – Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (http://www.mar.mil.br). COMPARAÇÃO ENTRE CENTRAIS A CARVÃO E NUCLEARES DE 1300 MWE Usina Carvão Nuclear Capacidade instalada 2 ⋅ 650 MWe 1300 MWe Combustível antracita urânio enriquecido Consumo anual de combustível 2,8 milhões de toneladas 170 toneladas de minério de urânio Área para mineração e rejeitos 415 ha 5 ha Área para estocagem de combustível 25 ha  (reserva de 2 meses) alguns m2 somente Necessidade de transporte de combustível 33 000 vagões por ano 5 caminhões por ano Emissão anual de CO2, de SO2 e de NOX 8500000 t CO2 12000 t SO2 6000 t NOx 0 Rejeitos anuais 220000 t cinzas 70000 t enxofre 120000 t cinzas volantes 130000 t gesso 3,5 m3 de rejeitos de alta radioatividade 1 RADIAÇÃO E RADIOATIVIDADE Existem diversos tipos de radiação, como a eletromagnética, na qual se inclui a luz, ou a radiação de partículas provenientes do núcleo atômico, também conhecidas como emissões radioativas. A energia elétrica que passa por uma lâmpada incandescente inte- rage com os átomos do filamento metálico. Esses átomos liberam parte da energia absor- vida sob a forma de luz. Essa radiação, diferentemente da radioatividade que ocorre no núcleo atômico, é devida a transições dos elétrons em níveis energéticos da eletrosfera. Algumas substâncias fosforescentes, como as presentes nos interruptores elétricos, absorvem energia luminosa e depois liberam-na lentamente. Por isso, conseguimos ver os interruptores brilhando, mesmo após as lâmpadas serem apagadas. Alguns átomos possuem núcleos muito energéticos devido à grande quantidade de partículas neles contidas. A emissão de diferentes partículas leva à formação de núcleos O que é radioatividade? Pense DDDDDebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entenda 1. 1. Analisando as notícias, identifique e enumere possíveis vantagens e riscos da utilização da energia nuclear. 2. 2. A partir das notícias, debata com seus colegas quais seriam os possíveis fatores que levam a tantas controvérsias. 3. 3. Pesquise com seus colegas a atual situação do Brasil em relação à construção da usina de Angra 3. 4. 4. Em sua opinião, quais seriam os grandes riscos relacionados ao uso da energia nuclear como fonte geradora de eletricidade? 5. 5. Comente a seguinte afirmação: “Seja qual for a estratégia adotada, o incremento no uso da energia nuclear passa necessariamente pela cooperação internacional, com a priorização de uma agenda diplomática na qual o assunto seja tratado da maneira muito cuidadosa e abrangente.” (Vichi e Mansor, 2009). 6. 6. Em sua opinião, por que a afirmação “A energia nuclear é mais segura do que muitos imaginam” é verdadeira? 7. 7. Quais as fontes energéticas da energia nuclear? 8. 8. Analise a tabela abaixo e responda à seguinte questão: podemos afirmar que uma usina nuclear é menos poluente que uma usina de carvão? Justifique. COMPARAÇÃO ENTRE CENTRAIS A CARVÃO E NUCLEARES DE 1300 MWE Usina Carvão Capacidade instalada 2 ⋅ 650 MWe Combustível antracita Consumo anual de combustível 2,8 milhões de toneladas 268 EN ER G IA N UC LE AR Nos voos realizados a grandes altitudes, as aeronaves recebem uma quantidade de radiação cósmica significativamen- te superior à média que normalmente re- cebemos aqui na superfície. mais estáveis. Essas emissões foram chamadas de radiações nucleares ou, simplesmente, radioatividade e os átomos que as emitem chamados de radioativos. Radioatividade é a emissão de radiações nucleares. Entre os diferentes tipos de radiação, certas emissões nucleares de átomos de deter- minados elementos químicos são largamente utilizadas na indústria, na agricultura, na medicina, entre outras aplicações. Nós estamos expostos à radiação desde o momento de nossa concepção até o último instante de nossas vidas. Ao contrário do que se imagina, a radioatividade não é uma in- venção humana, mas sim um fenômeno natural ao qual estamos sujeitos a todo instante. O planeta Terra é radioativo; o ar que respiramos, as ruas por onde andamos, a água que bebemos, enfim, toda matéria contém uma dose de radiação. Ver gráfico abaixo. As radiações nucleares são invenções humanas?As radiações nucleares são invenções humanas? Pense O material desses inter- ruptores absorvem ener- gia luminosa, que depois é emitida lentamente na for- ma de luz, tornando-os vi- síveis no escuro. He ly D em ut ti Proporções entre os diferentes tipos de radiação às quais estamos expostos. Na maio- ria, são fontes que não ofere- cem riscos à saúde. 55% radiação natural de fundo a que estamos submetidos 8% radionuclídeos presentes no solo e nas rochas 3% exposição relativa à profissão, produtos industrializados, resíduos de testes nucleares e de usinas nucleares 11% radionuclídeos presentes no corpo (ex. carbono-14, potássio-40) 15% raios X (medicina, odontolodia) e raios Y (medicina nuclear) 8% raios cósmicos Fontes de radiação Fonte: KRAUSKOPT, K. B.; BEISER, A. The phisical universe. 7. ed. New York: McGraw-Hill, 1993. p. 201. O nosso planeta é bombardeado incessantemente por radiações oriundas do Sol e de outros astros de nossa galáxia, denominadas radiações cósmicas. Apesar de serem extre- mamente energéticas, a maioria dessas radiações não consegue atravessar as camadas mais altas da atmosfera, situadas acima de 25 quilômetros da superfície terrestre. Embora esse fato não seja alarmante para o cidadão, com o advento da era espacial tornou-se de grande importância, porque os astronautas, durante todo o período em que se encontram no espaço, ficam sujeitos a elevados fluxos de radiação cósmica. Na sa S ol ar a nd H el io sp he ric O bs er va to ry Jim R os s/ N as a Ph ot o O Sol emite a maior par- te da radiação que incide sobre a Terra. mais estáveis. Essas emissões foram chamadas de radiações nucleares ou, simplesmente, e os átomos que as emitem chamados de radioativos. é a emissão de radiações nucleares. Entre os diferentes tipos de radiação, certas emissões nucleares de átomos de deter- minados elementos químicos são largamente utilizadas na indústria, na agricultura, na Nós estamos expostos à radiação desde o momento de nossa concepção até o último instante de nossas vidas. Ao contrário do que se imagina, a radioatividade não é uma in- venção humana, mas sim um fenômeno natural ao qual estamos sujeitos a todo instante. O planeta Terra é radioativo; o ar que respiramos, as ruas por onde andamos, a água que bebemos, enfim, toda matéria contém uma dose de radiação. Ver gráfico abaixo. O material desses inter- ruptores absorvem ener- gia luminosa, que depois é emitida lentamente na for- ma de luz, tornando-os vi- síveis no escuro. He ly D em ut ti 8% radionuclídeos presentes no solo C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 269 Ri ca rd o A zo ur y/ Pu ls ar J. Yu ji Praia da Areia Preta, Guarapari (ES), 2010. O símbolo da presença de radiação (trifólio) Além da radiação cósmica, existem alguns tipos de radiação emitidos espontaneamente por átomos de certas substâncias que estão presentes em todo o planeta e, por isso, esta- mos sujeitos às suas radiações o tempo todo. Na verdade, em nossos corpos também estão presentes pequenas quantidades desses átomos. A cada minuto, cerca de 250000 átomos se desintegram em nosso corpo, emitindo radiações. Ou seja, nós também somos radioativos. Os primeiros metros da nossa atmosfera, a partir da superfície, são dominados por radia- ções produzidas diretamente pelo solo e rochas da superfície terrestre. O intenso processo geológico de formação do magma, que ocorreu no início da formação da Terra, concentrou algumas substâncias radioativas na crosta terrestre, tornando o planeta radioativo. Em certas regiões, as condições geológicas propiciaram maior acúmulo de minerais con- tendo substâncias radioativas. Por isso, os habitantes de tais regiões estão sujeitos a doses de radiação bem mais elevadas que a média do planeta. Na região costeira de Guarapari (ES), por exemplo, existem praias com um acúmulo de areias monazíticas, ricas em minerais que contêm subs- tâncias radioativas devido à presença de átomos de tó- rio. Isso faz com que as doses de radiação nessas praias cheguem a ser cem vezes superiores à média. Outra região brasileira famosa pela sua radioatividade natural é a estância hidromineral de Poços de Caldas (MG). Nas proximidades da cidade, está a primeira e mais famo- sa mina de urânio do Brasil, localizada no Morro de Ferro. Além da radiação natural, em alguns locais, o nível de radiação é aumentado devido ao uso de equipamentos que produzem radiação, como aparelhos de raios X, televisores e fornos de micro-ondas, ou que contêm material radioa- tivo, como bombas de césio usadas em tratamento de ra- dioterapia. Em locais onde o nível de radiação é superior ao natural, é obrigatória a divulgação desse fato por meio do símbolo da figura trifólio (página 312), que tem a finali- dade de alertar as pessoas sobre a presença de radioativi- dade em maior intensidade. A Agência Internacional de Energia Atômica – AIA recomenda o uso do símbolo ao lado de aparelhos que tenham fontes de radiação classificadas como perigosas e capazes de causar morte e danos graves. 2 A DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE N a década de 1870, o físico inglês William Crookes [1832-1919] desenvolveu uma ampola de vidro de cristal na qual se podiam observar raios luminosos que ficaram conhecidos como raios catódicos. Em 1895, fazendo estudos com esses tubos, o físico alemão Wilhelm Röntgen [1845-1923] descobriu, acidentalmente, um tipo de radiação a qual praticamente todos já fomos expostos mais de uma vez: os raios X. Röntgen usava em seus estudos chapas fotográficas sensíveis à luminescência produ- zida nos tubos de raios catódicos. Um dia, Röntgen percebeu que uma de suas chapas, mesmo encoberta, estava sendo revelada. Ao investigar o fato, ele identificou uma radiação não luminosa que estava sendo produzida nos tubos de raios catódicos com o mesmo efeito da luz. Deu o nome a essa radiação de raios X. A Agência Internacional de Ener- gia Atômica (AIA), ligada à ONU, re- comenda o uso desse símbolo como alerta à presença de fontes radioativas potencialmente perigosas. Deve-se a Wilhelm Conrad Röntgen os primeiros estudos dos fenômenos radioativos e a descoberta dos raios X, em 1895, o que lhe valeu o primeiro Prêmio Nobel de Física em 1902. Ph ot o Re se ar ch er s/ La tin st oc k J. Yu ji Ri ca rd o A zo ur y/ Pu ls ar J. Yu ji O símbolo da presença de radiação (trifólio) Além da radiação cósmica, existem alguns tipos de radiação emitidos espontaneamente por átomos de certas substâncias que estão presentes em todo o planeta e, por isso, esta- mos sujeitos às suas radiações o tempo todo. Na verdade, em nossos corpos também estão presentes pequenas quantidades desses átomos. A cada minuto, cerca de 250000 átomos se desintegram em nosso corpo, emitindo radiações. Ou seja, nós também somos radioativos. Os primeiros metros da nossa atmosfera, a partir da superfície, são dominados por radia- ções produzidas diretamente pelo solo e rochas da superfície terrestre. O intenso processo geológico de formação do magma, que ocorreu no início da formação da Terra, concentrou algumas substâncias radioativas na crosta terrestre, tornando o planeta radioativo. Em certas regiões, as condições geológicas propiciaram maior acúmulo de minerais con- tendo substâncias radioativas. Por isso, os habitantes de tais regiões estão sujeitos a doses de radiação bem mais elevadas que a média do planeta. Na região costeira de Guarapari (ES), por exemplo, existem praias com um acúmulo de areias monazíticas, ricas em minerais que contêm subs- tâncias radioativas devido à presença de átomos de tó- rio. Isso faz com que as doses de radiação nessas praias cheguem a ser cem vezes superiores à média. natural é a estância hidromineral de Poços de Caldas (MG). Nas proximidades da cidade, está a primeira e mais famo- sa mina de urânio do Brasil, localizada no Morro de Ferro. 270 EN ER G IA N UC LE AR A descoberta dessa radiação logo foi difundida e aplicada em diferentes situações. Esse é um bom exemplo de rápida aplicação tecnológica de descobertas científicas. Ela foi tão importante que, em apenas um ano após ser anunciada, os médicos já começaram, em todo o mundo, a utilizar os raios X para diagnósticos. Hoje sabemos que os raios X são emitidos quando elétrons, acelerados em alta vol- tagem, são arremessados contra outros átomos e sofrem frenagem. Esse movimento faz com que os átomos percam energia, que é irradiada por meio de ondas eletromagnéticas, cuja frequência é maior do que a dos raios ultravioleta. Anos depois da descoberta dos raios X, o físico francês Antoine Henri Becquerel [1852-1908] resolveu testar a possível emissão de uma radiação semelhante por uma substância fosforescente de urânio. Acidentalmente, descobriu que tal substância emi- tia radiação espontaneamente, e não radiação absorvida de raios solares, por exem- plo. Estudando detalhadamente outras substâncias, constatou que qualquer substância de urânio possuía essa propriedade. Ele sugeriu à sua aluna de doutorado, a polonesa Marie Sklodowska Curie [1867-1934], que estudasse um minério de urânio chamado pechblenda ou uranita (UO2). Esse minério apresentava uma quantidade de radiação consideravelmente maior que os demais minérios já estudados. Marie Curie, conhecida por Madame Curie, e seu marido, Pierre Curie [1859- 1906], trabalharam com 1400 litros do minério e isolaram átomos de dois elementos químicos até então desconhecidos. Ao primeiro, que é cerca de 400 vezes mais radioativo que o urânio, deram o nome de rádio, por ser o mais radioativo. E ao outro, cerca de 60 ve- zes mais radioativo que o urânio, deram o nome de polônio, em homenagem à terra natal. Mesmo concentrando grande esforço nisso, Becquerel, Marie e Pierre não consegui- ram explicar a origem da radiação emitida pelos átomos dos elementos citados. Os conhecimentos sobre o fenômeno da radioatividade ainda eram escassos. Atualmente, considera-se radioatividade a emissão de radiações pelos núcleos de alguns tipos de áto- mos, na forma de energia ou partículas subatômicas (partículas menores que constituem o átomo). Deve-se destacar assim que nem toda radiação emitida por átomos pode ser considerada radioatividade, pois, como já vimos no modelo atômico de Bohr, os elétrons emitem radiação ao fazerem saltos quânticos entre os níveis de energia do átomo. Essas radiações que têm origem na eletrosfera, como também os raios X, não são consideradas radiações nucleares. Vejamos a seguir o que são radiações nucleares. Que propriedade dos raios X permite que eles sejam tão utilizados na Medicina? Pense Li br ar y of C on gr es s SP L/ La tin st oc k SP L/ La tin st oc k Becquerel, Marie Curie e Pierre Curie, em reco- nhecimento à descoberta da radioatividade espontânea, foram agraciados com o Prê- mio Nobel de Física em 1903. A descoberta dessa radiação logo foi difundida e aplicada em diferentes situações. Esse é um bom exemplo de rápida aplicação tecnológica de descobertas científicas. Ela foi tão importante que, em apenas um ano após ser anunciada, os médicos já começaram, em Hoje sabemos que os raios X são emitidos quando elétrons, acelerados em alta vol- tagem, são arremessados contra outros átomos e sofrem frenagem. Esse movimento faz com que os átomos percam energia, que é irradiada por meio de ondas eletromagnéticas, Anos depois da descoberta dos raios X, o físico francês Antoine Henri Becquerel [1852-1908] resolveu testar a possível emissão de uma radiação semelhante por uma substância fosforescente de urânio. Acidentalmente, descobriu que tal substância emi- tia radiação espontaneamente, e não radiação absorvida de raios solares, por exem- plo. Estudando detalhadamente outras substâncias, constatou que qualquer substância de urânio possuía essa propriedade. Ele sugeriu à sua aluna de doutorado, a polonesa Marie Sklodowska Curie [1867-1934], que estudasse um minério de urânio chamado ). Esse minério apresentava uma quantidade de radiação consideravelmente maior que os demais minérios já estudados. Que propriedade dos raios X permite que eles sejam tão utilizados na Medicina? C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 271 3 EMISSÕES NUCLEARES Nas reações químicas, ocorre o rearranjo de átomos, acompanhadas de alterações em suas estruturas eletrônicas. No entanto, os núcleos dos átomos permanecem inalterados. A radioatividade, ao contrário, é um fenômeno nuclear. Isto é, acontece a partir do núcleo do átomo – daí o termo reações nucleares. Tais fenômenos envolvem grandes quantidades de ener- gia e dependem muito pouco de fatores físicos, como temperatura e pressão, ou de fatores quí- micos, como estado de oxidação e interações com outros átomos. O fato de um elemento quí- mico emitir radiação por átomos depende basicamente de seus núcleos serem ou não instáveis. Como o processo pode envolver variação da carga nuclear (positiva), também é pos- sível haver alteração na eletrosfera (negativa) para compensar. Dessa maneira, havendo transformação nuclear, poderemos ter alteração nas substâncias. No entanto, didatica- mente tratamos separadamente as transformações físicas e as transformações químicas. Assim, sempre que nos referirmos a uma transformação nuclear, estaremos considerando simplesmente o processo físico, a não ser que destaquemos o processo químico paralelo. Existe uma série enorme de tipos de radiações nucleares. A seguir, estudaremos um pouco sobre as mais importantes. Emissões alfa (�) Os estudos realizados por Henri Becquerel sobre a emissão de radiação por substâncias contendo átomos de urânio despertaram a atenção do físico neozelandês Ernest Rutherford [1871-1937]. Em seus experimentos, Rutherford observou diferentes níveis de penetração da radiação alfa (α) em relação às demais radiações. Rutherford, além de ter contribuído para a propos- ta de um modelo atômi- co que muito nos ajuda a compreender os processos químicos, desenvolveu im- portantes estudos que pos- sibilitaram a identificação das radiações nucleares. Li br ar y of C on gr es s, W as hi ng to n O que acontece com átomos que emitem radiação alfa (α)? Após todos os átomos de uma substância emitirem radiação alfa (α), suas propriedades químicas continuarão as mesmas? Pense Aplicando um potencial elétrico sobre o percurso da radiação α, Rutherford concluiu que essa radiação seria formada por partículas positivas, tendo em vista que eram desvia- das para o lado negativo da placa. A radiação α é constituída por partículas positivas, formadas por dois prótons e dois nêutrons, ou seja, iguais ao núcleo do átomo de hélio. Por isso, também usamos o termo partícula alfa. Esse tipo de radiação é lento, quando comparado a outros tipos, por ser constituído de partículas relativamente pesadas. É por isso também que o poder de penetração dessas partículas é pequeno, sendo retidas até mesmo por uma folha de papel. Por outro lado, seu poder de ionização é alto, pois captura elétrons do ambiente, transformando-se em átomos de hélio, de acordo com a equação a seguir. 4 2α2+ + 2 e– ( 42He Na equação acima, representamos a carga das partículas α, porém isso normalmente não é feito, como representa a equação para a emissão de radiação α por átomos de urânio-234: 234 230 92U ( Th + 42α90 As emissões radioativas são transformações físicas ou químicas? Pense 3 EMISSÕES NUCLEARES Nas reações químicas, ocorre o rearranjo de átomos, acompanhadas de alterações em suas estruturas eletrônicas. No entanto, os núcleos dos átomos permanecem inalterados. A radioatividade, ao contrário, é um fenômeno nuclear. Isto é, acontece a partir do núcleo do átomo – daí o termo reações nucleares. Tais fenômenos envolvem grandes quantidades de ener- gia e dependem muito pouco de fatores físicos, como temperatura e pressão, ou de fatores quí- micos, como estado de oxidação e interações com outros átomos. O fato de um elemento quí- mico emitir radiação por átomos depende basicamente de seus núcleos serem ou não instáveis. Como o processo pode envolver variação da carga nuclear (positiva), também é pos- sível haver alteração na eletrosfera (negativa) para compensar. Dessa maneira, havendo transformação nuclear, poderemos ter alteração nas substâncias. No entanto, didatica- mente tratamos separadamente as transformações físicas e as transformações químicas. Assim, sempre que nos referirmos a uma transformação nuclear, estaremos considerando simplesmente o processo físico, a não ser que destaquemos o processo químico paralelo. Existe uma série enorme de tipos de radiações nucleares. A seguir, estudaremos um pouco sobre as mais importantes. As emissões radioativas são transformações físicas ou químicas?As emissões radioativas são transformações físicas ou químicas?As emissões radioativas são transformações físicas ou químicas? PensePensePensePensePensePensePensePensePensePensePense 272 EN ER G IA N UC LE AR Nas transformações nucleares, átomos de um elemento químico são transformados em átomos de outro elemento, mas, como previa Lavoisier, nada se perde, tudo se transfor- ma. Mais adiante, veremos como variam a massa e a carga nas transformações nucleares. Emissões beta (�) Átomos de alguns elementos químicos, como os de urânio, emitem um tipo de radia- ção que foi denominada radiação beta (β). Em 1900, estudando a radiação β, Becquerel observou que, quando submetida a um cam- po elétrico, ela se desviava para o lado das cargas positivas; possuía carga negativa e massa muito menor do que as partículas alfa. Entretanto, essa radiação não é originária da eletrosfe- ra, e sim de núcleos de átomos radioativos. Quando um núcleo radioativo emite uma partícula beta, seu número de massa não se altera, mas seu número atômico aumenta em uma unidade. Após grande quantidade de evidências, Becquerel concluiu que essa radiação é cons- tituída por partículas iguais aos elétrons, emitidas a altíssimas velocidades por núcleos ra- dioativos com poder de penetração intermediário entre as radiações alfa (�) e gama (�). A equação a seguir representa a emissão de radiação β por átomos de chumbo-210. Pb ( Bi + –10β 210 83 210 82 A ilustração mostra a di- ferença entre o poder de penetração das radiações alfa, beta e gama. Observe que a radiação alfa, cons- tituída por dois prótons e dois nêutrons, tem me- nor poder de penetração que a radiação gama, constituída por ondas eletromagnéticas. O que acontece com um átomo que emite uma partícula beta (β)? Após todos os átomos de uma substância química emitirem uma partícula beta (β), suas propriedades químicas continuarão as mesmas? Pense A radiação beta é geralmente aceita como sendo uma série de emissões que podem ser sintetizadas pela reação descrita na seguinte equação: 1 0n ( 11p + –10β Ou seja, um nêutron desintegra-se, fornecendo um elétron e um próton. Emissões gama (�) O físico francês Paul Villard [1860-1934] descobriu um terceiro tipo de radiação, a qual deu o nome de radiação gama (γ), seguindo a notação adotada por Rutherford para as citadas anteriormente. Villard observou que a radiação gama é mais energética do que as radiações α e β e que ela não é afetada por campos elétricos. A radiação gama é constituída por ondas eletromagnéticas, semelhantemente aos raios X. No espectro eletromagnético, ela possui frequência maior do que os raios X. Ocorre que, enquanto os raios X são produzidos na eletrosfera, a radiação gama é produzida no núcleo atômico. Por outro lado, ao contrário das radiações α e β, a radiação γ, assim como os raios X, não possui carga nem massa. Ela é dotada de alta velocidade e poder de penetração maior que as radiações α e β. Esse tipo de radiação pode atra- vessar o corpo humano, mas é bloqueada por lâminas de chumbo com mais de 8 mm de espessura. Para minimizar os efeitos da exposição durante a utilização, empregam-se barreiras de chumbo ou concreto. Átomos que emitem radiação gama não perdem sua identidade, ou seja, continuam com seus números atômi- co e de massa inalterados. Papel α β γ Alumínio Parede de concreto Chumbo J. Yu ji Nas transformações nucleares, átomos de um elemento químico são transformados em átomos de outro elemento, mas, como previa Lavoisier, nada se perde, tudo se transfor- ma. Mais adiante, veremos como variam a massa e a carga nas transformações nucleares. Átomos de alguns elementos químicos, como os de urânio, emitem um tipo de radia- , Becquerel observou que, quando submetida a um cam- po elétrico, ela se desviava para o lado das cargas positivas; possuía carga negativa e massa muito menor do que as partículas alfa. Entretanto, essa radiação não é originária da eletrosfe- ra, e sim de núcleos de átomos radioativos. Quando um núcleo radioativo emite uma partícula beta, seu número de massa não se altera, mas seu número atômico aumenta em uma unidade. Após grande quantidade de evidências, Becquerel concluiu que essa radiação é cons- tituída por partículas iguais aos elétrons, emitidas a altíssimas velocidades por núcleos ra- dioativos com poder de penetração intermediário entre as radiações alfa (�) e gama (�). β por átomos de chumbo-210. O que acontece com um átomo que emite uma partícula beta (β)? Após todos os átomos de uma substância química C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 273 A emissão de radiação γ por núcleo atômico é normalmente acompanhada por emissões de radiações α e β. Na verdade, essas radiações, assim como outras que não iremos estudar agora, são processos que ocorrem simultaneamente. A opção de estu- dar separadamente esses processos visa facilitar a sua compreensão. Como exemplo de emissão gama, podemos citar o caso do cobalto-60, que emite radiação beta, forman- do níquel-60. Este, por sua vez, emite radiação gama, segundo a equação: Co ( –10β + Ni 60 28 60 27 Ni6028 ↝ γ Para responder a essas questões, devemos saber claramente o que é uma transformação química. Como já se falou anteriormente, nas transformações químicas ocorre a formação de novas substâncias, por meio do rearranjo dos átomos. Nelas, os átomos não perdem sua identidade, ou seja, não ocorrem mudanças em seus núcleos. Por isso, para uma reação quí- mica, podemos realizar um balanceamento de equação em que a quantidade de cada tipo de átomos dos reagentes deverá ser igual à quantidade dos mesmos átomos nos produtos. Nas reações químicas, só ocorrem mudanças nas eletros- feras dos átomos. Em muitos casos, nem nas eletrosferas ocorrem variações. Nas reações nucleares, no entanto, as transformações não ocorrem devido ao rearranjo entre os átomos que for- mam as substâncias. Em uma reação nuclear, os átomos perdem sua identidade, transformando-se em átomos de outros elementos químicos. Por isso, essas reações são con- sideradas transformações físicas. As principais conclusões a respeito da natureza das três principais radiações nucleares até aqui estudadas podem ser extraídas quando se analisa o comportamento dessas radia- ções ao passar por um campo elétrico. Veja esquema ao lado. J. Yu ji Esse esquema represen- ta o comportamento das radiações α, β e γ, quando passam por um campo elétrico. placa fotográfica bloco de chumbo eletroímã fonte radioativa α γ β Esquema indicativo da trajetória de emissões radioativas ao atravessar um campo elétrico A emissão de radiação gama é um processo físico ou químico? As emissões de radiações alfa e beta são processos físicos ou químicos? Pense O que leva a radiação alfa a ser atraída pelo lado negativo do campo elétrico? Por que a radiação beta é atraída para o polo positivo, sofrendo um desvio maior do que a radiação alfa? Pense Uma análise do esquema acima indica que a radiação alfa é positiva com massa supe- rior à da radiação beta, que é composta por partículas negativas, pois se desviam para o polo positivo do campo elétrico. Em síntese, a tabela a seguir apresenta as características das radiações alfa, beta e gama. CARACTERÍSTICAS DAS RADIAÇÕES α, β E γ Nome Símbolo Carga elétrica Massa Natureza Alfa α +2 6,65 ⋅ 10–24 g/partícula Dois prótons e dois nêutrons. Beta β –1 9,11 ⋅ 10–28 g/partícula Elétron produzido a partir de transformações nucleares. Gama γ 0 0 Radiação eletromagnética. A emissão de radiação γ por núcleo atômico é normalmente acompanhada por γ por núcleo atômico é normalmente acompanhada por γ emissões de radiações α e β. Na verdade, essas radiações, assim como outras que não iremos estudar agora, são processos que ocorrem simultaneamente. A opção de estu- dar separadamente esses processos visa facilitar a sua compreensão. Como exemplo de emissão gama, podemos citar o caso do cobalto-60, que emite radiação beta, forman- do níquel-60. Este, por sua vez, emite radiação gama, segundo a equação: Para responder a essas questões, devemos saber claramente o que é uma transformação química. Como já se falou anteriormente, nas transformações químicas ocorre a formação de novas substâncias, por meio do rearranjo dos átomos. Nelas, os átomos não perdem sua identidade, ou seja, não ocorrem mudanças em seus núcleos. Por isso, para uma reação quí- mica, podemos realizar um balanceamento de equação em que a quantidade de cada tipo de átomos dos reagentes deverá ser igual à quantidade dos mesmos átomos nos produtos. Esse esquema represen- ta o comportamento das radiações α, β e γ, quando passam por um γ, quando passam por um γ campo elétrico. A emissão de radiação gama é um processo físico ou químico? As emissões de radiações A emissão de radiação gama é um processo físico ou químico? As emissões de radiações alfa e beta são processos físicos ou químicos? A emissão de radiação gama é um processo físico ou químico? As emissões de radiações PensePensePensePensePensePensePensePensePensePense 274 EN ER G IA N UC LE AR De que a matéria é constituída? Pense Outras emissões radioativas e partículas elementares Uma característica do ser humano é que a resposta a uma pergunta leva a outras perguntas. Por isso, a questão anterior não tem uma resposta definitiva. Tem diferentes respostas. Demócrito e Leucipo, Aristóteles, Dalton, Thomson, Rutherford, Bohr e muito outros ajudaram a responder à questão acima. Insatisfeitos, o cientistas buscam mais respostas e, em meados do século passado, os físicos romperam a barreira das partículas conside- radas elementares e descobriram outras ainda menores. Por isso, além das emissões citadas anteriormente, os átomos das substâncias radioativas também emitem outros tipos de radiações e partículas de grande importância para a ciência e tecnologia. Essas não serão nosso objeto de estudo neste curso, mas vale a pena listar algumas para deixar claro que trabalhamos com um modelo de átomo constituído de prótons, nêutrons e elétrons que, embora muito útil à Química, não é absoluto. A seguir listamos algumas dessas partículas e emissões. ALGUMAS PARTÍCULAS E EMISSÕES SUBATÔMICAS Nome Símbolo Ano de descoberta e descobridor Observações Fóton γ 1888Gilbert Lewis Em 1900, Planck propôs o conceito de quantum; em 1905, Einstein explicou o efeito fotoelétrico e, em 1926, Gilbert Lewis propôs o nome fóton. A radiação γ é constituída por fótons bastante energéticos. Elétron E 1891George Stoney Participa das reações químicas. Neutrino 00n 1930 Wolfgang Pauli Similar ao elétron, porém sem carga. Emitido com a radiação beta. Pósitron +1 0β 1931Carl Anderson Também denominado “antielétron”. Quark — Existem diferentes tipos de quarks, subpartículas que dão origem a prótons, nêutrons e elétrons. Próton p 1919 Em 1886, Eugen Goldstein observou os raios canais, opostos aos raios catódicos. Em 1919, Rutherford publicou seu trabalho apresentando a descoberta dos prótons. Nêutron n 1932 Inicialmente imaginada como partícula elementar, é fundamental para a estabilidade do núcleo. Múon µ 1937Seth Neddermeyer e Carl Anderson Pode apresentar carga positiva ou negativa e tem massa 207 vezes maior que o elétron. Píon π 1947 Giuseppe Occhialini, Cecil Powell e César Lattes Radiação cósmica detectada na alta atmosfera. César Lattes era brasileiro, e em sua homenagem a plataforma de currículos e projetos dos cientistas brasileiros chama-se Plataforma Lattes. As partículas subatômicas são divididas, de acordo com seus spins, em férmions e bó- sons. Os férmions apresentam valores de spin semi-inteiros (1/2, 3/2 etc.) e os bósons, spin inteiros (0, 1, 2). Elétrons, prótons e nêutrons são férmions. Acha que acabou? Não! Outras subpartículas foram e têm sido descobertas, mas vamos parar por aqui, já que os prótons, nêutrons e elétrons são suficientes para nossos estudos químicos. Outras emissões radioativas Uma característica do ser humano é que a resposta a uma pergunta leva a outras perguntas. Por isso, a questão anterior não tem uma resposta definitiva. Tem diferentes respostas. Demócrito e Leucipo, Aristóteles, Dalton, Thomson, Rutherford, Bohr e muito outros ajudaram a responder à questão acima. Insatisfeitos, o cientistas buscam mais respostas e, em meados do século passado, os físicos romperam a barreira das partículas conside- Por isso, além das emissões citadas anteriormente, os átomos das substâncias radioativas também emitem outros tipos de radiações e partículas de grande importância para a ciência e tecnologia. Essas não serão nosso objeto de estudo neste curso, mas vale a pena listar algumas para deixar claro que trabalhamos com um modelo de átomo constituído de prótons, nêutrons e elétrons que, embora muito útil à Química, não é absoluto. A seguir C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 275 Exercícios 1. Qual a diferença entre radiação e radioatividade? 2. Cite alguns tipos de radiação a que estamos expostos diariamente. 3. Quais foram as contribuições históricas de Becquerel para o estudo da radioatividade? 4. Por que Becquerel, Marie e Pierre não conseguiram explicar a origem da radiação emitida pelos elementos radioativos? 5. Considere as seguintes informações: I – O cientista Röntger observou que os raios X po- diam atravessar materiais de baixa densidade e, usando chapas fotográficas, percebeu que podia reproduzir o que existia dentro dos objetos. II – Becquerel foi o descobridor dos raios X. III – Becquerel descobriu a radioatividade e demonstrou que a radiação emitida pelo urânio compartilhava certas características como os raios X, porém não era como os raios X, pois podia ser desviado por um campo magnético e, por essa razão, deveria ser composto por partículas carregadas. IV – Pierre e Marie Curie descobriram e divulgaram a radioatividade de determinados materiais e alguns radioativos não apresentam essas características. Das afirmações feitas, estão corretas: a) apenas I e II. d) apenas II e III. b) apenas I e III. e) apenas II e IV. c) apenas I e IV. 6. Complete as reações nucleares utilizando as partículas α, β, p, n, +10e (pósitron): a) 31H ( 32He + ... d) 147N + 42α ( 178O + ... b) 157N + 1 +1p ( 126C + ... e) 106C ( 105B + ... c) 1939K + 1 0n ( 1736Cl + ... 7. Existem diversos tipos de radiação, como a eletromag- nética, na qual se inclui a luz, ou a radiação de partí- culas provenientes do núcleo atômico, também conhe- cidas como emissões radioativas. Com relação a esse assunto, a afirmativa incorreta é: a) Ondas ou radiações eletromagnéticas são formadas por um campo elétrico e um campo magnético, perpendi- culares entre si e à direção de propagação da radiação. b) A luz solar, por exemplo, é composta por ondas ele- tromagnéticas, e seu espectro apresenta radiações, muitas das quais não podemos ver, que diferem entre si pela frequência. c) Os raios X são radiações eletromagnéticas visíveis de alta energia. d) Radioatividade é o nome dado à propriedade que certos elementos possuem de emitir partículas radioativas. e) As partículas alfa possuem carga positiva e massa, enquanto as gama são ondas. 8. Os átomos radioativos são responsáveis por emitirem certos tipos de radiação. Quais são os tipos de radiação? 9. No átomo, qual é a região responsável pela radioatividade? 10. A descoberta da radioatividade contrapôs o modelo atômico de Dalton. Justifique essa afirmação. 11. Em que consistem as emissões nucleares? 12. Por que, ao atravessarem um campo eletromagné- tico, partículas alfa são menos defletidas do que partículas beta? 13. Estabeleça a distinção entre as radiações alfa, beta e gama, do ponto de vista de: a) carga. b) massa relativa. 14. Com relação ao estudo da radioatividade, julgue os itens em certo (C) ou errado (E). 1) A emissão de um raio gama pelo núcleo de um átomo introduz uma modificação no seu número atômico e em seu número de massa. 2) A perda de uma partícula beta pelo núcleo de um átomo diminui o seu número de massa e aumenta o seu número atômico em uma unidade. 3) Em uma reação nuclear, os átomos perdem sua identidade, transformando-se em outros átomos. Por isso, essas reações são consideradas transformações químicas. 4) Os radionuclídeos são átomos que emitem raios X. 15. Sobre emissões radioativas, julgue os itens em certo (C) ou errado (E). 1) Raios alfa são núcleos de átomos de hélio, forma- dos por 4 prótons e 4 nêutrons. 2) O poder de penetração dos raios alfa aumenta com a elevação da pressão. 3) Os raios beta são elétrons emitidos pelos núcleos dos átomos dos elementos radiativos. 4) Os raios gama são radiações da mesma natureza que os raios alfa e beta. 5) Os raios beta possuem massa desprezível. 16. A respeito do produto da desintegração de um átomo que só emite raios alfa: a) Tem o mesmo número de massa e número atômico menor que o emissor. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO.ExercíciosExercícios 1. 1. Qual a diferença entre radiação e radioatividade? 2. 2. Cite alguns tipos de radiação a que estamos expostos diariamente. 3. 3. Quais foram as contribuições históricas de Becquerel para o estudo da radioatividade? 4. 4. Por que Becquerel, Marie e Pierre não conseguiram explicar a origem da radiação emitida pelos elementos radioativos? 5. 5. Considere as seguintes informações: I – O cientista Röntger observou que os raios X po- diam atravessar materiais de baixa densidade e, usando chapas fotográficas, percebeu que podia reproduzir o que existia dentro dos objetos. II – Becquerel foi o descobridor dos raios X. III – Becquerel descobriu a radioatividade e demonstrou que a radiação emitida pelo urânio compartilhava certas características como os raios X, porém não era como os raios X, pois podia ser desviado por um campo magnético e, por essa razão, deveria 8. 9. 10. 10. 11. 11. 12. 12. 13. 13. 276 EN ER G IA N UC LE AR b) Apresenta o mesmo número de massa e número atômico menor que o emissor. c) Possui número de massa menor e número atômico menor que o emissor. d) Seu número de massa é maior e o número atômico é menor que o emissor. e) Apresenta número de massa e número atômico iguais aos do emissor. 17. De que são constituídas as emissões gama? Compare o seu poder de ionização com as emissões alfa. 18. Explique por que o poder de penetração da partícula alfa é menor, se comparado ao poder da partícula beta. 19. Explique como são afetados o número atômico e o número de massa de um átomo após a emissão de uma partícula alfa. 20. Explique como são afetados o número atômico e o nú- mero de massa de um átomo após a emissão de uma partícula beta. 21. Dada a sequência de decaimento, informe quais radia- ções foram emitidas: 79 235 77 231 78 231 79 231 77 227A B C D E→ → → → 22. Quando um átomo emite uma partícula alfa e, em se- guida, duas partículas beta, os átomos inicial e final: a) têm o mesmo número de massa. b) são isótopos radioativos. c) não ocupam o mesmo lugar na tabela periódica. d) possuem números atômicos diferentes. e) são isóbaros radioativos. 23. As radiações naturais alfa, beta e gama apresentam um determinado poder de penetração. Com relação a essa atividade, podemos afirmar que: a) α < β > γ b) γ > β > α c) α = β < γ d) β > α > γ e) β > α > β 24. Considere a reação nuclear: 7 14 2 4 9 17N F X+ → +α , podemos afirmar que X representa: a) um nêutron. b) um elétron. c) uma partícula alfa. d) uma partícula beta. e) uma partícula gama. 25. Com relação ao poder ionizante, qual das emissões apresenta a maior capacidade de ionizar os gases? 4 LEIS DAS DESINTEGRAÇÕES RADIOATIVAS O s estudos das desintegrações dos núcleos atômicos, por meio das emissões de par-tículas radioativas alfa ou beta, levaram à formulação das leis estabelecidas pelos estudiosos Frederick Soddy e Kasimir Fajans, às quais veremos a seguir. Em 1921, Frederick Soddy [1877-1956] recebeu o Prêmio Nobel de Química por seu trabalho sobre a radioatividade das substâncias e a origem e a natureza dos isótopos. A lb um /A KG /L at in st oc k Lei de Soddy A equação a seguir representa a emissão de radiação alfa por átomos de urânio-238 (238U). U ( Th + 42α 234 90 238 92 Por sua vez, o tório-234 (234Th) também pode emi- tir radiação alfa, conforme representa a equação abaixo: Th ( Ra + 42α 230 88 234 90 b) Apresenta o mesmo número de massa e número c) Possui número de massa menor e número atômico d) Seu número de massa é maior e o número atômico e) Apresenta número de massa e número atômico De que são constituídas as emissões gama? Compare Explique por que o poder de penetração da partícula alfa é menor, se comparado ao poder da partícula beta. Explique como são afetados o número atômico e o número de massa de um átomo após a emissão de uma Explique como são afetados o número atômico e o nú- mero de massa de um átomo após a emissão de uma Dada a sequência de decaimento, informe quais radia- a) têm o mesmo número de massa. b) são isótopos radioativos. c) não ocupam o mesmo lugar na tabela periódica. d) possuem números atômicos diferentes. e) são isóbaros radioativos. 23. 23. As radiações naturais alfa, beta e gama apresentam um determinado poder de penetração. Com relação a essa atividade, podemos afirmar que: a) α < β > γ γ γ b) γ > γ > γ β > α c) α = β < γ d) β > α > γ e) β > α > β 24. 24. Considere a reação nuclear: 7 14 2 4 9 17N F4N F4 9N F9 17N F17 X+ →2+ →2N F+ →N F2N F2+ →2N F2 4N F4+ →4N F4 +α+ →α+ →N F+ →N FαN F+ →N F , podemos afirmar que X representa: a) um nêutron. b) um elétron. c) uma partícula alfa. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 277 Nesses casos, podemos observar pelas equações que a emissão de radiação alfa levou à formação de átomos de novo elemento químico, cujo número atômico é menor do que o inicial em duas unidades, e os valores de número de massa diminuíram em quatro uni- dades. Por sua vez, esses valores citados correspondem aos valores de número atômico e de número de massa das partículas alfa. Estudando essas e outras reações similares, podemos propor a seguinte equação ge- nérica para emissão de radiação �, por átomos de diferentes elementos químicos, repre- sentados por A, fornecendo átomos de outro elemento químico, representado por B: x yA ( B + 42α x – 4 y – 2 Em todas as equações representadas, se somarmos os números atômicos dos produ- tos, obteremos o número atômico do átomo que se desintegra. Da mesma maneira, se somarmos o número de massa dos produtos, obteremos o número de massa do átomo inicial. Ou seja, também nas reações de emissão de radiação alfa há conservação da car- ga e da massa. Analisemos a equação: U ( Th + 42α 234 90 238 92 O somatório das massas dos átomos dos produtos (234 + 4) é igual à massa do áto- mo do reagente (238), e o somatório dos números atômicos dos átomos dos produtos (90 + 2) é igual à massa do átomo do reagente (92). O químico britânico Frederick Soddy [1877-1956], trabalhando com Rutherford, foi quem observou tal regularidade e a enunciou na forma de uma lei que pode ser definida da seguinte maneira: Quando átomos de um elemento químico emitem radiação alfa, formam-se átomos de outro elemento químico cujo número atômico é menor em duas unidades e cujo número de massa é menor em quatro unidades. Lei de Soddy-Fajans-Russel Estudos similares foram realizados com substâncias que emitem radiação beta. Vejamos a equação que representa tal emissão feita por átomos de bismuto-214 (214Bi). Bi ( Po + –10β 214 84 214 83 Na equação anterior, o número de massa é conservado. E o número atômico? Pense Do mesmo modo, protactínio-234 (234Pa) emite radiação beta, sendo essa trans- formação descrita pela equação: Pa ( U + –10β 234 91 234 92 Ao emitir uma partícula beta, os átomos do elemento químico têm seu número atômi- co aumentado em uma unidade. Nesse caso, seu número de massa permanece inalterado. Nestes e em outros casos de emissão de radiação beta, um nêutron de cada átomo é transformado em próton. Por isso, o átomo obtido possui um próton a mais do que aque- le que lhe deu origem. Essa constatação feita por Soddy e pelo químico polonês Kasimir Fajans [1887-1985] levou a proposição de uma segunda lei da radioatividade, que pode ser assim definida: Kasimir Fajans propôs a lei da desintegração ra- dioativa de um átomo pela emissão de uma partícula alfa simultaneamente com Frederick Soddy. De acor- do com essa lei, quando um átomo radioativo decai emitindo uma partícula al- fa, o seu número atômico diminui em duas unidades e o seu número de massa di- minui em quatro unidades. U ni ve rs id ad e de M un iq ue ; A le m an ha Nesses casos, podemos observar pelas equações que a emissão de radiação alfa levou à formação de átomos de novo elemento químico, cujo número atômico é menor do que o inicial em duas unidades, e os valores de número de massa diminuíram em quatro uni- dades. Por sua vez, esses valores citados correspondem aos valores de número atômico e de número de massa das partículas alfa. Estudando essas e outras reações similares, podemos propor a seguinte equação ge- nérica para emissão de radiação � sentados por A, fornecendo átomos de outro elemento químico, representado por B: Em todas as equações representadas, se somarmos os números atômicos dos produ- tos, obteremos o número atômico do átomo que se desintegra. Da mesma maneira, se somarmos o número de massa dos produtos, obteremos o número de massa do átomo inicial. Ou seja, também nas reações de emissão de radiação alfa há conservação da car- ga e da massa. Analisemos a equação: O somatório das massas dos átomos dos produtos (234 + 4) é igual à massa do áto- mo do reagente (238), e o somatório dos números atômicos dos átomos dos produtos (90 + 2) é igual à massa do átomo do reagente (92). O químico britânico Frederick Soddy [1877-1956], trabalhando com Rutherford, foi quem observou tal regularidade e a enunciou na forma de uma lei que pode ser definida 278 EN ER G IA N UC LE AR Por que será que alguns são e outros não? Pense Quando átomos de um elemento químico emitem radiação beta, formam-se átomos de outro elemento químico cujo número atômico é maior em uma unidade e cujo número de massa não é alterado. Frederick Soddy, Kasimir Fajans e Alexander Smith Russel perceberam a regularida- de acima e de número atômico. Dessas observações, apresentaram uma lei geral sobre decaimento radioativo, que pode ser assim enunciada: Em uma reação nuclear, a soma dos números de massa dos reagentes é sempre igual à soma dos números de massa dos produtos. Esse enunciado, diferentemente do primeiro, se aplica a qualquer tipo de radiação. 5 CINÉTICA DA DESINTEGRAÇÃO RADIOATIVA A explicação está relacionada ao equilíbrio de forças que existem no núcleo atômico. Sabemos que cargas de mesma natureza se repelem. Como no núcleo atômico estão concentrados todos os prótons em uma região extremamente pequena, existe uma força elétrica coulombiana de repulsão entre essas partículas muito grande. A força que anula essa repulsão é denominada força nuclear forte. Ela é muito forte e é resultante da interação de subpartículas que existem no núcleo atômico, entre elas os nêutrons. Em determinados átomos, há uma instabilidade grande, de forma que a energia nuclear que mantém os prótons unidos não é suficiente para reter todos eles. Como resultado, o nú- cleo atômico fica instável e começa a desintegrar. À medida que o número de prótons dos átomos vai aumentando, é necessária uma maior quantidade de nêutrons para manter estável a crescente quantidade de cargas po- sitivas. Veja os dados da tabela a seguir. NÚMERO DE PRÓTONS E NÊUTRONS DE ALGUNS ÁTOMOS ESTÁVEIS Elemento H He Ne Ar Kr Xe Rn Z 1 2 10 18 36 54 86 A 1 4 20 40 84 131 222 n 0 2 10 22 48 77 136 n/Z 0 1,0 1,0 1,2 1,3 1,4 1,6 Quanto maior o número de prótons, maior a quantidade de nêutrons necessária para estabilizá-los. A última linha da tabela da página anterior representa a proporção necessá- ria entre o número de prótons e nêutrons. Enquanto no hélio o número de nêutrons é igual Smith Russel [1868-1972]. O trabalho de Alexander Smith Russel também con- tribuiu para o estabeleci- mento das leis da desinte- gração radioativa.. Ch ar le s Sp oo ne r F or be s Quando átomos de um elemento químico emitem radiação beta, formam-se átomos de outro elemento químico cujo número atômico é maior em uma unidade Frederick Soddy, Kasimir Fajans e Alexander Smith Russel perceberam a regularida- de acima e de número atômico. Dessas observações, apresentaram uma lei geral sobre , a soma dos números de massa dos reagentes é sempre Esse enunciado, diferentemente do primeiro, se aplica a qualquer tipo de radiação. CINÉTICA DA DESINTEGRAÇÃO Smith Russel [1868-1972]. O trabalho de Alexander Smith Russel também con- tribuiu para o estabeleci- mento das leis da desinte- gração radioativa.. Ch ar le s Sp oo ne r F or be s C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 279 Átomos de urânio-238 (238U), após sucessivas emissões de radia- ções � e �, originam átomos de chumbo (206Pb). ao número de prótons, no xenônio o número de nêutrons é 1,4 vezes maior que o número de prótons. Ou seja, à me- dida que aumenta o número de prótons, necessita-se cada vez mais de nêutrons para estabilizar a carga do núcleo. No entanto, a partir da faixa ideal, o aumento do número de nêutrons também torna o núcleo instável. Cálculos fo- ram desenvolvidos para identificar a proporção ideal entre prótons e nêutrons para cada elemento químico e a zona de estabilidade encontrada está representada no gráfico ao lado. Observe que em núcleos com poucos prótons a zona de estabilidade está próxima de 1:1, mas para núcleos maio- res esta zona está mais distante dessa proporção. Experimentalmente, sabemos que nem todos os tipos de átomos do mesmo elemento químico são radioativos. Daí, a importância de identificarmos claramente os áto- mos com a sua massa, e não apenas com o seu número atômico. A identificação de um tipo de átomo específico é denominada nuclídeo. Nuclídeos são átomos de um mesmo elemento químico caracterizados por um número de massa específico. Os nuclídeos são átomos que possuem números atômicos iguais e números de massa diferentes. Já vimos que, quando os átomos de um dado elemento químico ocorrem com mais de um nuclídeo, esses são denominados isótopos. Assim, muitas vezes os nuclídeos são simplesmente denominados isótopos. É importante observar, contudo, que se deve identificar claramente o nuclídeo ou isótopo pelo seu número de massa. Assim, devemos nos reportar ao nuclídeo carbono-14 (14C) ou ao isótopo de césio-137 (137Ce). Nem todos os nuclídeos dos átomos são radioativos, pois, dependendo da sua quan- tidade de nêutrons, eles podem ser estáveis. 120 100 80 60 40 20 Número de prótons (Z) N úm er o de n êu tro ns (A -Z ) 20 40 60 80 proporção nêutron/próton = 2:1 zona de estabilidade proporção nêutron/próton = 1:1 209 83Bi 84 36Kr 40 20Ca 128 56Ba Os nuclídeos, cuja pro- porção nêutron/próton é superior ou inferior à da zona de estabili- dade mostrada no grá- f ico, são instáveis e emitem radiação até se tornarem estáveis. m as sa a tô m ic a número atômico 206 Pb 82 210 Pb 82 214 Pb 82 210 Bi 83 214 Bi 83 210 Po 84 214 Po 84 218 Po 84 222 Rn 86 226 Ra 88 230 Th 90 234 Th 90 β β α α α α α α α β 234 Pa 91 234 U 92 238 U 92 β β β Os núcleos pouco estáveis tendem a emitir ra- diações, produzindo núcleos mais estáveis. Como a emissão sucessiva de diferentes formas de radia- ção leva à formação de núcleos de átomos meno- res e mais estáveis, essa transmutação de átomos de diferentes elementos químicos é chamada de decaimento radioativo. Os elementos químicos de número atômico mais elevados não são encon- trados na natureza, pois, devido ao elevado nú- mero de prótons, eles são muito instáveis e logo se desintegram. J. Yu ji J. Yu ji ao número de prótons, no xenônio o número de nêutrons é 1,4 vezes maior que o número de prótons. Ou seja, à me- dida que aumenta o número de prótons, necessita-se cada vez mais de nêutrons para estabilizar a carga do núcleo. No entanto, a partir da faixa ideal, o aumento do número de nêutrons também torna o núcleo instável. Cálculos fo- ram desenvolvidos para identificar a proporção ideal entre prótons e nêutrons para cada elemento químico e a zona de estabilidade encontrada está representada no gráfico ao lado. Observe que em núcleos com poucos prótons a zona de estabilidade está próxima de 1:1, mas para núcleos maio- res esta zona está mais distante dessa proporção. de átomos do mesmo elemento químico são radioativos. Daí, a importância de identificarmos claramente os áto- mos com a sua massa, e não apenas com o seu número atômico. A identificação de um tipo de átomo específico é denominada 120 100 80 60 40 20 N úm er o de n êu tro ns (A -Z ) 20 40 60 80 proporção proporção proporção nêutron/próton = 2:1nêutron/próton = 2:1nêutron/próton = 2:1nêutron/próton = 2:1 zona de zona de estabilidadeestabilidade proporção proporção nêutron/próton = 1:1nêutron/próton = 1:1nêutron/próton = 1:1nêutron/próton = 1:1 209 83BiBi 84 36KrKr 40 20CaCa 128 56BaBa J. Yu ji 280 EN ER G IA N UC LE AR O iodo-131 (131I) deve ser utilizado rapidamente no diagnóstico de proble- mas da tireoide, pois a cada oito dias sua atividade cai pela metade. M A RT IN B O N D/ SP L/ La tin st oc k Séries radioativas No decaimento radioativo nuclídeos de alguns elementos químicos radioativos emitem partículas alfa ou beta, formando átomos de outros elementos que também podem ser radioativos. Esses átomos do segundo elemento são capazes de emitir radiações, produ- zindo átomos de outro elemento. Nessas emissões sucessivas, formam-se átomos de no- vos elementos químicos; tal tipo de processo é conhecido como decaimento radioativo, e os átomos dos elementos participantes constituem as séries radioativas. Os nuclídeos urânio-238, por exemplo, podem emitir partículas alfa, transformando-se em nuclídeos tório-234. Esses podem emitir partículas beta, transformando-se em nuclídeos pro- tactínio-234, que também emitem partículas beta e transformam-se em nuclídeos urânio-234. Meia-vida O decaimento de átomos dos diferentes nuclídeos acontece em tem- pos definidos e característicos. Definiu-se, como padrão de comparação dos diferentes decaimentos, a meia-vida, que é o tempo necessário para que metade dos átomos decaiam, segundo uma equação bem definida. Esse parâmetro é de fundamental importância para o uso e descarte de material radioativo, entre outros estudos. Como exemplo de meia-vida, podemos citar o iodo-131 (131I), utilizado em exames de tireoide. Sua meia-vida é de oito dias. Isso significa que, após oito dias, uma amostra de 100 g só terá 50 g ainda ativas. Passados mais oito dias, só serão 25 g. Após mais oito dias, a quantidade de iodo ainda em condições de emitir radiação será de 12,5 g e assim sucessivamente. Além dos decaimentos de nuclídeos produzidos artificialmente, alguns nuclídeos naturais emitem radiações α, β e γ sucessivas em sequências bem definidas e conhecidas, denominadas séries radioativas. Existem apenas três séries radioati- vas naturais: série do urânio, série do actínio e série do tório. Embora todas partam de nuclí- deos do urânio, as duas últimas recebem nomes de átomos que fazem parte da sequência. SEQUÊNCIA DE REAÇÕES DO DECAIMENTO DO URÂNIO-238, COM OS VALORES DE TEMPO DE MEIA-VIDA DE CADA INTERMEDIÁRIO Símbolo Decaimento Tempo de meia-vida Símbolo Decaimento Tempo de meia-vida Símbolo Decaimento Tempo de meia-vida 238 92U α 4,5 ⋅ 109 anos 22688Ra α 1600 anos 21484Po α 1,6 ⋅ 10–4 segundos 234 90Th β 24,6 dias 22286Rn α 3,8 dias 21082Pb β 22 anos 234 91Pa β 1,4 minutos 21884Po α 3 minutos 21083Bi β 5 dias 234 92U α 270000 anos 21482Pb β 27 minutos 21084Po α 140 dias 230 90Th α 83000 anos 21483Bi β 19 minutos 20682Pb — (Estável) Adaptado de: A Energia Nuclear – Apostila Educativa. Comissão Nacional de Energia Nuclear, Brasil, s/d. Pode-se determinar o tempo de atividade de uma substância radioativa? Pense O iodo-131 (131I) deve ser utilizado rapidamente no diagnóstico de proble- mas da tireoide, pois a cada oito dias sua atividade cai pela metade. M A RT IN B O N D/ SP L/ La tin st oc k No decaimento radioativo nuclídeos de alguns elementos químicos radioativos emitem partículas alfa ou beta, formando átomos de outros elementos que também podem ser radioativos. Esses átomos do segundo elemento são capazes de emitir radiações, produ- zindo átomos de outro elemento. Nessas emissões sucessivas, formam-se átomos de no- vos elementos químicos; tal tipo de processo é conhecido como decaimento radioativo, e séries radioativas. Os nuclídeos urânio-238, por exemplo, podem emitir partículas alfa, transformando-se em nuclídeos tório-234. Esses podem emitir partículas beta, transformando-se em nuclídeos pro- tactínio-234, que também emitem partículas beta e transformam-se em nuclídeos urânio-234. O decaimento de átomos dos diferentes nuclídeos acontece em tem- pos definidos e característicos. Definiu-se, como padrão de comparação dos diferentes decaimentos, a meia-vida, que é o tempo necessário para que metade dos átomos decaiam, segundo uma equação bem definida. Esse parâmetro é de fundamental importância para o uso e descarte de C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 281 Vamos trabalhar com um exemplo concreto para deixar mais claro esse conceito. Consideremos a reação de decaimento do trítio – isótopo do hidrogênio –, por emissão de radiação beta: 3 1T ( 32He + –10β O tempo de meia-vida desses isótopos é de 12 anos. Consideremos que existam 10 mg de trítio. Qual será o tempo necessário para que só existam 2,5 mg? Solução: Após o tempo de meia-vida (12 anos), a massa do isótopo será reduzida à metade, ou seja, 5 mg. O trítio resultante continuará emitindo radiação beta e, após 12 anos, terá sua massa reduzida à me- tade, ou seja, 2,5 mg. E, assim, continuará a emissão de radiação pelo trítio. próton nêutron elétron O átomo de trítio, ao emitir radiação beta, tem um de seus nêutrons transformado em próton, dando origem a um átomo de hélio. J. Yu ji M as sa d e m at er ia l r ad io at iv o Tempo 100 80 60 40 20 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Representação gráfica do tempo de meia-vida Não existe nenhum método científico capaz de prever com exatidão a duração da vida de um indivíduo. No entanto, é possível calcular o tempo médio de vida de uma população. Do mesmo modo, não é possível determinar com exatidão a taxa de desintegração de partículas quando emitidas por núcleos radioativos. Isso ocorre porque existem núcleos que podem permanecer sem se desintegrar durante segundos, dias ou séculos. O que pode ser feito é um estudo que permita estimar o tempo de “meia-vida” de uma subs- tância radioativa, que pode ser definida como a seguir. Meia-vida é o tempo necessário para que o número de isótopos radioativos de uma substância se reduza à metade. Observe o exemplo do gráfico a seguir para entender melhor o conceito de meia-vida. Quanto tempo será necessário para que o trítio acabe? Pense M as sa d e m at er ia l r ad io at iv o 100 80 60 40 Representação gráfica do tempo de meia-vida Não existe nenhum método científico capaz de prever com exatidão a duração da vida de um indivíduo. No entanto, é possível calcular o tempo médio de vida de uma população. Do mesmo modo, não é possível determinar com exatidão a taxa de desintegração de partículas quando emitidas por núcleos radioativos. Isso ocorre porque existem núcleos que podem permanecer sem se desintegrar durante segundos, dias ou séculos. O que pode ser feito é um estudo que permita estimar o tempo de “meia-vida” de uma subs- tância radioativa, que pode ser definida como a seguir. Meia-vida é o tempo necessário para que o número de isótopos radioativos de uma substância se reduza à metade. Observe o exemplo do gráfico a seguir para entender melhor o conceito de meia-vida. 282 EN ER G IA N UC LE AR M as sa s (m g) Tempo (anos) 10 5 2,5 0 12 24 36 48 1,25 0,625 0 decaimento do trítio O gráfico abaixo representa o decaimento do trítio. O conhecimento dos tempos de meia-vida das substâncias radioativas é de relevante interesse para a área científica. A tabela a seguir apresenta o tempo de meia-vida de al- guns nuclídeos radioativos. TEMPO DE MEIA-VIDA DE ALGUNS NUCLÍDEOS RADIOATIVOS Isótopos Radiação emitida Meia-vida 238U α 4500000000 anos 239Pu α 24000 anos 14C β 5700 anos 3H β 12,3 anos 60Co β 5,3 anos 32P β 14,3 dias 131I β 8,1 dias Exercícios 1. A estabilidade dos núcleos atômicos dependem de que fator? 2. Os núcleos dos átomos com número atômico superior a 83 apresentam em comum uma característica. Qual é essa característica? 3. O que você entende por série radioativa natural? 4. O que acontece quando um átomo radioativo emite partícula alfa e beta? 5. Por que a radiação gama não apresenta carga nem massa e mesmo assim é a de maior poder de penetra- ção na matéria? 6. Escreva as equações nucleares por decaimento beta para cada caso abaixo: a) Sr3890 b) Cs55137 7. Escreva as equações nucleares por decaimento alfa em cada caso: a) 221Fr87 b) 235U92 8. (Unirio-RJ) Um radioisótopo emite uma partícula α e posteriormente uma partícula β, obtendo-se ao final o elemento 234Pa91 . Determine o número de massa e o número atômico do radioisótopo original. 9. (UFPE) A primeira transmutação artificial de um ele- mento em outro, conseguida por Rutherford em 1919, baseou-se na reação: 14N + 42He ( X + 11H7 É correto afirmar que: a. O núcleo X tem dezessete nêutrons. b. O átomo neutro de elemento X tem oito elétrons. c. O núcleo 11H é formado de um próton e um nêu tron. d. O número atômico do elemento X é 8. e. O número de massa do elemento X é 17. 10. (UEPG-PR) Uma série radioativa consiste em um con- junto de radioisótopos que são formados a partir de um radioisó topo inicial, pela sucessiva emissão de par- tículas alfa e beta. Na série radioativa que se inicia com o 237Np93 e termina com o 209Bi83 , o número de partículas α e β emitido é de, respectivamente: a) 3 e 5. c) 6 e 3. e) 8 e 6. b) 7 e 4. d) 5 e 2. 11. O bismuto-211 decai por causa da emissão alfa, ori- ginando o nuclídeo tálio, que, por sua vez, decai por emissão beta, dando origem a outro nuclídeo chumbo mais estável. Escreva as equações nucleares envolvidas nas duas etapas. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Tempo (anos) 0 12 24 36 48 O conhecimento dos tempos de meia-vida das substâncias radioativas é de relevante interesse para a área científica. A tabela a seguir apresenta o tempo de meia-vida de al- TEMPO DE MEIA-VIDA DE ALGUNS NUCLÍDEOS RADIOATIVOS Isótopos Radiação emitida Meia-vida 238U α 4500000000 anos 239Pu α 24000 anos 14C β 5700 anos 3H β 12,3 anos 60Co β 5,3 anos 32P β 14,3 dias 131I β 8,1 dias C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 283 12. O iodo 131I53 apresenta meia-vida de 8 dias. Partindo- se de uma amostra de 32 g após cinco meias-vidas, quanto restará de iodo? 13. (Mack-SP) Pierre Curie, ao receber com a esposa o Prê- mio Nobel, declarou: “Não é difícil que em mãos criminosas o rádio pode ser muito perigoso. Terá a humanidade adquirido ma- turidade suficiente para usar os conhecimentos sem danos? Os explosivos permitiram ao homem realizar obras notáveis e ao mesmo tempo serviram de terrível meio de destruição em mãos dos que lançaram nações nos horrores da guerra. Sou dos que pensam como Nobel, ao achar que as novas descobertas trazem mais benefícios que prejuízos à humanidade.” No texto, Pierre Curie disse que: a) O uso do rádio nunca poderia trazer benefícios. b) Os explosivos devem ser usados somente para a guerra. c) A descoberta de Nobel só trouxe prejuízos. d) Os homens sempre tiveram maturidade para usar os conhecimentos adquiridos. e. Os benefícios trazidos à humanidade por novas des- cobertas são maiores que os prejuízos. 14. Quantas meias-vidas serão necessárias para que 20 g de um material radiativo se reduza a menos de 10% do valor original? 15. (FCMSC-SP) Ao estudar a desintegração radioativa de um elemento, obteve-se o gráfico: Tempo (horas) M as sa d o el em en to (g ra m a) 40 30 20 10 4 8 12 16 A meia-vida desse elemento é de: a) 20 horas. d) 4 horas. b) 16 horas. e) 2 horas. c) 8 horas. 16. (Ceub-DF) Dispõe-se de 16,0 g de um isótopo radioa- tivo cuja meia-vida é de 15 dias. Decorridos 60 dias, a quantidade residual dele será: a) 0,5 g. d) 8,0 g. b) 1,0 g. e) 16,0 g. c) 2,0 g. 17. Assinale a alternativa correta: a) A radiação gama é desviada por campos elétricos. b) Das principais partículas emitidas por elementos radioativos, a beta é a mais ionizante. c) Quando um radioisótopo emite uma partícula beta, seu número de massa diminui de quatro unidades. d) Se uma amostra de um radionuclídeo se desintegra pela metade, ocorreu um período de meia-vida. e) O tempo meia-vida de um isótopo é de 10 anos, após 50 anos o percentual de massa decairá para 6,25%. 18. (UFBA) A química nuclear afeta nossa vida de várias maneiras. Os elementos radioativos são muito utiliza- dos na medicina como ferramentas de diagnóstico e como meio de tratamento, especialmente para o cân- cer. Qual produto é formado quando o tório ( Th90232 ) sofre um decaimento alfa? a) Ra88228 c) U92 228 e) 228Pa91 b) U92232 d) Th90228 19. (UFU-MG) Preparam-se 8 mg de radioisótopo 84218Po, cuja meia-vida é 3,1 minutos. Restará apenas 1 mg após: a) 3,1 minutos. d) 12,4 minutos. b) 6,2 minutos. e) 24,8 minutos. c) 9,3 minutos. 20. (ESPM-SP) Um certo elemento radioativo tem um pe- ríodo de meia-vida igual a 20 minutos. Dada uma certa quantidade desse elemento, após quanto tempo sua radioatividade se reduzirá a 25% da atual? 21. (PUC-SP) O fenômeno da radioatividade foi descrito pela primeira vez no final do século XIX, sendo lar- gamente estudado no início do século XX. Aplicações desse fenômeno vão desde o diagnóstico e combate de doenças até a obtenção de energia ou a fabricação de artefatos bélicos. Duas emissões radioativas típicas podem ser repre- sentadas pelas equações: 92 238 234U ( Th + 42α90 90 234 234U ( Pa + –10β91 A radiação α é o núcleo do átomo de hélio, possuindo 2 prótons e 2 nêutrons, que se desprende do núcleo do átomo radioativo. A radiação β é um elétron, pro- veniente da quebra de um nêutron formando também um próton que perma nece no núcleo. A equação que representa o decaimento radioativo do isótopo U92238 até o isótopo Pb82206 estável é: a) 8292238U ( Pb206 b) 8292238U ( Pb + 8α + 4β206 c) 8292238U ( Pb + 8α + 6β206 d) 8292238U ( Pb + 5α + 5β206 e) 8292238U ( Pb + 6α + 6β206 12. 12. O iodo 131I53 apresenta meia-vida de 8 dias. Partindo- se de uma amostra de 32 g após cinco meias-vidas, quanto restará de iodo? 13. 13. (Mack-SP) Pierre Curie, ao receber com a esposa o Prê- mio Nobel, declarou: “Não é difícil que em mãos criminosas o rádio pode ser muito perigoso. Terá a humanidade adquirido ma- turidade suficiente para usar os conhecimentos sem danos? Os explosivos permitiram ao homem realizar obras notáveis e ao mesmo tempo serviram de terrível meio de destruição em mãos dos que lançaram nações nos horrores da guerra. Sou dos que pensam como Nobel, ao achar que as novas descobertas trazem mais benefícios que prejuízos à humanidade.” No texto, Pierre Curie disse que: a) O uso do rádio nunca poderia trazer benefícios. b) Os explosivos devem ser usados somente para a guerra. c) A descoberta de Nobel só trouxe prejuízos. d) Os homens sempre tiveram maturidade para usar os conhecimentos adquiridos. e. Os benefícios trazidos à humanidade por novas des- 18. 18. 19. 19. 284 EN ER G IA N UC LE AR 6 RADIOATIVIDADE: SEUS EFEITOS E APLICAÇÕES O s efeitos da radiação nuclear nos organismos vivos variam muito em função do tipo de radiação, da intensidade e do tempo de exposição. Como a radiação alfa possui um poder de penetração muito pequeno, ela não causa problemas sérios ao organismo. A radiação beta pode ser retida por um tecido grosso ou madeira. Esse tipo de radia- ção é o mais perigoso para os organismos vivos. Devido ao seu poder ionizante, a radia- ção beta produz grande quantidade de radicais livres (moléculas instáveis), que irão afetar as funções orgânicas, causando disfunções e morte de células. Por isso, podem levar ao desenvolvimento de várias doenças, como, por exemplo, o câncer. As radiações gama possuem alto poder de penetração e só são detidas por materiais densos, como placas de chumbo ou concreto. Elas podem ser muito prejudiciais aos or- ganismos vivos dependendo da intensidade e do tempo de exposição. Aplicações de materiais radioativos Os isótopos radioativos servem a diversas aplicações em nossa sociedade. A descober- ta da radioatividade natural de alguns elementos químicos, no início do século passado, associada a outras descobertas científicas, levou a um grande desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade. Embora normalmente associemos as substâncias radioativas à produção de energia, elas já são amplamente empregadas em nossa sociedade para outros fins. Na próxima seção veremos alguns exemplos de aplicações de substâncias e fenômenos radioativos. Datação radioativa Qual a idade do fóssil do Homem de Neanderthal? Qual a idade desse animal fossilizado? Qual a idade desse tronco de árvore fossilizado? M us eu d o Ho m em , P ar is He ly D em ut ti He ly D em ut ti Como podemos afirmar que o Pergaminho do Mar Morto, manuscrito hebreu do livro do Velho Testamento, tem mais de dois mil anos? Pense A resposta a essas e a outras perguntas pode ser obtida por meio da medição das quantidades de determinados isótopos presentes nos objetos. RADIOATIVIDADE: SEUS EFEITOS s efeitos da radiação nuclear nos organismos vivos variam muito em função do tipo de radiação, da intensidade e do tempo de exposição. Como a radiação alfa possui um poder de penetração muito pequeno, ela não causa A radiação beta pode ser retida por um tecido grosso ou madeira. Esse tipo de radia- ção é o mais perigoso para os organismos vivos. Devido ao seu poder ionizante, a radia- ção beta produz grande quantidade de radicais livres (moléculas instáveis), que irão afetar as funções orgânicas, causando disfunções e morte de células. Por isso, podem levar ao desenvolvimento de várias doenças, como, por exemplo, o câncer. As radiações gama possuem alto poder de penetração e só são detidas por materiais densos, como placas de chumbo ou concreto. Elas podem ser muito prejudiciais aos or- ganismos vivos dependendo da intensidade e do tempo de exposição. Aplicações de materiais radioativos Os isótopos radioativos servem a diversas aplicações em nossa sociedade. A descober- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 285 Determinação da idade de fósseis e objetos antigos Em 1946, o químico norte-americano Willard F. Libby [1908-1980] desenvolveu uma técnica para determinar a idade de objetos antigos utilizando como parâmetro o isótopo radioativo carbono-14 (14C). Tal método baseia-se no fato de que nos sistemas vivos es- tão presentes os três isótopos do carbono: 12C, 13C e 14C. Os dois primeiros são estáveis e o terceiro decai de acordo com a equação: 14 6C ( 147N + –10β O tempo de meia-vida desse decaimento é de 5,7 ⋅ 103 anos. A quantidade de nitrogênio-14 da amostra pode ser determinada em laboratório. Como é possível determinar a quantidade original de carbono-14? A resposta a essa questão foi dada por Willard F. Libby, que em 1949 publicou um ar- tigo apresentando o método de datação com carbono-14. O carbono-14 é distribuído pelos ciclos do carbono (decomposição de plantas, fotos- síntese, respiração, alimentação etc.) e absorvido em todos os seres e substâncias orgâni- cas do planeta, como o exemplo do Santo Sudário e de fósseis muito antigos. A idade da Terra Lord Kelvin [1824-1907] propôs, baseado em cálculos termodinâmicos, que a Terra teria 100 mil anos. Essa estimativa foi aceita por muitos cientistas, mas rejeitada por outros. Ernest Rutherford foi quem propôs o método baseado em decaimento radioativo, aceito até hoje. De acordo com tal método, as rochas mais antigas já identificadas na Terra (gra- nitos da África do Sul) tiveram a idade estimada em cerca de 3,8 bilhões de anos. Por isso, considera-se que o planeta Terra deve ter pelo menos 4 bilhões de anos. O método baseia-se na comparação das quantidades de urânio e de chum- bo presentes em minérios de urânio que se acreditava existirem desde os pri- mórdios do planeta. O chumbo-206 (206Pb) presente nesses minérios provém do decaimento do isótopo do urânio-238 (238U) por emissões radioativas. Nesse fenômeno, cada átomo de urânio-238 dará origem a um átomo de chumbo. Portanto, o número total de átomos de chumbo-206 presente no mi- nério é equivalente ao número de átomos do urânio-238 que sofreu decaimento. Sabendo-se que o tempo de meia-vida do isótopo urânio-238 é de 4,5 ⋅ 109 anos, considerando-se a quantidade de átomos desses dois elementos e, ainda, que todo o chumbo foi formado a partir do urânio, é possível calcular quanto tempo o urânio necessitou para transformar-se em chumbo. Aplicações na Medicina A Medicina Nuclear usa nuclídeos radioativos para diagnósticos, tratamentos e detec- ção de quantidades mínimas de drogas ou hormônios. Os radiofármacos usados em exa- mes de diagnósticos são introduzidos nos organismos do paciente e o seu deslocamento é acompanhado por detectores de radiação. Com esses marcadores pode-se identificar o estado de saúde de muitos órgãos, por meio de imagens produzidas pelos radioisótopos. Alguns radiofármacos também são usados em tratamentos específicos. Qual é a idade do planeta Terra? N as a Determinação da idade de fósseis e objetos antigos Em 1946, o químico norte-americano Willard F. Libby [1908-1980] desenvolveu uma técnica para determinar a idade de objetos antigos utilizando como parâmetro o isótopo radioativo carbono-14 (14C). Tal método baseia-se no fato de que nos sistemas vivos es- tão presentes os três isótopos do carbono: o terceiro decai de acordo com a equação: O tempo de meia-vida desse decaimento é de 5,7 A quantidade de nitrogênio-14 da amostra pode ser determinada em laboratório. Como é possível determinar a quantidade original de carbono-14? A resposta a essa questão foi dada por Willard F. Libby, que em 1949 publicou um ar- tigo apresentando o método de datação com carbono-14. O carbono-14 é distribuído pelos ciclos do carbono (decomposição de plantas, fotos- síntese, respiração, alimentação etc.) e absorvido em todos os seres e substâncias orgâni- cas do planeta, como o exemplo do Santo Sudário e de fósseis muito antigos. 286 EN ER G IA N UC LE AR Exames de medicina nuclear podem detectar precocemente anormalidades na função ou na estrutura de um órgão no seu corpo. Isso aumenta a chance de a doença ser tratada nos estados iniciais com melhor chance de cura e recuperação. Esses exames geralmente são seguros e indolores. Após o exame, o radiofármaco perde a sua atividade e é eliminado do organismo pelas vias normais. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é uma autarquia federal vinculada ao Mi- nistério da Ciência e Tec- nologia (MCT). O grande risco da radiação para os seres vivos é que os materiais ra- dioativos ionizantes podem causar alterações nas moléculas de DNA (res- ponsável pelo nosso código genético). Essa alteração química modifica a informação genética, fazendo com que apareçam alterações morfológi- cas e funcionais nos indivíduos. Tais alterações podem provocar o apare- cimento de câncer ou induzir mutações genéticas em gerações futuras. Apesar dos efeitos nocivos que pode causar ao organismo humano, a radiação é uma forte aliada nos tratamentos de doenças como o câncer. O combate a essa doença, por meio da radioterapia, é possível porque as células cancerígenas são mais sensíveis à radiação do que as células nor- mais. Assim, o uso de dosagens controladas é capaz de destruir as células cancerígenas, afetando pouco as demais células. Como ela afeta também as células normais, a radioterapia tem de ser feita com controle rígido para diminuir os efeitos colaterais que produz, como a queima de tecidos normais. A radioterapia é o nome dado a tratamentos de saúde que fazem uso de alguma fonte de radiação. Esse nome se deve ao fato de que o primeiro nuclídeo radioativo a ser utilizado foi do elemento químico rádio. Atualmente outros radioisótopos, também chamados de radiofármacos, são usados por apresentarem melhor rendimento terapêutico. Uma das fontes mais usadas atualmente é o cobalto-60 (60Co), encapsulada de for- ma a irradiar somente o local indicado. Até pouco tempo atrás os mais utilizados eram as fontes do isótopo césio-137 (137Ce). Diferentemente da radioterapia, a quimioterapia consiste na aplicação intensiva de subs- tâncias, chamadas quimioterápicas, no tratamento de doenças. Enquanto na quimioterapia são administradas substâncias que vão reagir no organismo, na radioterapia, o tratamento é feito com a exposição à radiação, que vai destruir células cancerosas. O médico nuclear analisa imagens e elabora um diagnóstico para ajudar na definição de um tratamento adequado para a doença. Existem ho- je centenas de diferentes exames de medicina nu- clear, entre eles, estudos dos tumores corporais. SP L/ La tin st oc k M in is té rio d a Ci ên ci a e Te cn ol og ia , B R Radiografia feita em 1896, nos EUA, mostrando grãos de chumbo na mão de um paciente. Co lu m bi a U ni ve rs ity , N ew Y or k G ilb er to M ar qu es Uma alteração nos organismos bastante comum ocorre nos casos de problemas com a tireoide. O radiofármaco iodo-131 é utilizado na avaliação do funcionamento dessa glân- dula, determinando a suspeita de problemas. Para diagnóstico, o paciente ingere uma solução com pequena quantidade de iodeto de sódio (contendo 131I), que é absorvida pela glândula. Em seguida, detecta-se a quantidade de iodo absorvida e sua distribuição, mapeando a tireoide. Esse mapeamento é comparado com padrões, indicando possíveis problemas e disfunções. O 131I é radioativo e apresenta características favoráveis à sua uti- lização na Medicina: meia-vida curta; boa absorção pela tireoide; rapidamente eliminado pelo organismo; e baixa energia de radiação gama. O grande risco da radiação para os seres vivos é que os materiais ra- dioativos ionizantes podem causar alterações nas moléculas de DNA (res- ponsável pelo nosso código genético). Essa alteração química modifica a informação genética, fazendo com que apareçam alterações morfológi- cas e funcionais nos indivíduos. Tais alterações podem provocar o apare- cimento de câncer ou induzir mutações genéticas em gerações futuras. Apesar dos efeitos nocivos que pode causar ao organismo humano, a radiação é uma forte aliada nos tratamentos de doenças como o câncer. , é possível porque as células cancerígenas são mais sensíveis à radiação do que as células nor- mais. Assim, o uso de dosagens controladas é capaz de destruir as células cancerígenas, afetando pouco as demais células. Como ela afeta também as células normais, a radioterapia tem de ser feita com controle rígido para diminuir os efeitos colaterais que produz, como a queima de tecidos normais. é o nome dado a tratamentos de saúde que fazem uso de alguma fonte de radiação. Esse nome se deve ao fato de que o primeiro nuclídeo radioativo a ser utilizado foi do elemento químico rádio. Atualmente outros radioisótopos, também chamados de radiofármacos, são usados por apresentarem melhor rendimento terapêutico. Uma das Co), encapsulada de for- ma a irradiar somente o local indicado. Até pouco tempo atrás os mais O médico nuclear analisa imagens e elabora um diagnóstico para ajudar na definição de um tratamento adequado para a doença. Existem ho- je centenas de diferentes exames de medicina nu- clear, entre eles, estudos dos tumores corporais. SP L/ La tin st oc k C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 287 Um dos radiofármacos mais utilizados como coadjuvante no tratamento de metásta- se óssea (câncer ósseo) é o samário-153. Trata-se de um radioisótopo que emite radiação beta e gama, além de atuar como analgésico e diminuir a dor causada pela disseminação (metástase no tecido ósseo) do câncer. A ação do samário-153 possibilita a redução do uso de analgésicos como a morfina, aumentando a qualidade de vida desses pacientes. Outro grande avanço da Medicina é o uso do radiotraçador tálio-201, empregado na de- tecção de obstruções de artérias coronarianas. O tálio-201, quando injetado na corrente san- guínea, fica alojado no músculo saudável do coração. Ali ele emite radiação gama, detectada por um gerador chamado câmara de cintilação. As imagens geradas por computador indicam se há lesão de tecido cardíaco e se o sangue flui livremente através das artérias coronárias. Em diagnóstico e avaliação de tumores, um radiofármaco utilizado é o gálio-67. Graças à sua alta sensibilidade, o gálio-67 consegue se concentrar nas regiões que estão acome- tidas por tumores. Além disso, é útil em pesquisas de processos infecciosos e inflamató- rios, permitindo avaliar a extensão da doença. O quadro abaixo apresenta outras aplicações de radiofármacos na Medicina. Isótopo Emprego 3H Determinar o teor de água no corpo. 11C Tomografia por emissão de pósitron. 24Na Estudo do sistema circulatório para identificação de tumores. 51Cr Marcação de células. 59Fe Diagnóstico de artrites e anemias. 60Co Tratamento de diferentes tipos de câncer. 67Ga, 75Se, 81Kr, 85Sr, 99Tc, 32P Diagnóstico de disfunções no corpo humano (doenças). Radioisótopos na agricultura A concentração de átomos de diferentes elementos químicos em plantas está relacio- nada, entre outros fatores, à abundância desses átomos no solo. A quantidade adequada de cada um deles é fundamental para o desenvolvimento sadio das plantas. Muitos estudos têm sido realizados para acompanhar a ação de substâncias e átomos de certos elementos no desenvolvimento dos vegetais por meio de traçadores radioativos. Para isso, faz-se com que a planta absorva o radioisótopo, para depois ser “radiografada” e localizar- se o radioisótopo. Tal informação permite conhecer aspectos relacionados com o metabolismo da planta e a influência de diferentes nutrientes em cada parte da planta. A partir dessas pes- quisas, é possível entender melhor o crescimento das plantas e, com isso, atuar de modo a oti- mizá-lo, aumentando a produção e encurtando o tempo entre plantio e colheita, por exemplo. A análise por ativação com nêutrons é empregada para determinar a concentração de elementos minerais no solo e em plantas forrageiras (pastagens), cujos dados são funda- mentais para entender o comportamento de átomos de diferentes elementos químicos no sistema solo-planta. O comportamento de insetos que podem comprometer as plantações pode ser estu- dado usando também traçadores radioativos, possibilitando um menor uso de agrotóxi- cos nocivos à saúde com o desenvolvimento de medidas alternativas de controle de pragas. Os insetos são tratados com alimentos contendo ra- dioisótopo, o que permite observar o seu raio de ação, sua distribuição geográfica, bem como a identificação de seus predadores. Os resulta- dos desses estudos favorecem o desenvolvimento de novas tecnologias. O uso de isótopos como traçadores é uma das aplicações de radioisó- topos mais difundidas na agricultura mundial. Estu- dando o deslocamento de radioisótopos, é possível avaliar o deslocamento de átomos de diversos ele- mentos químicos em dife- rentes meios. He ly D em ut ti Um dos radiofármacos mais utilizados como coadjuvante no tratamento de metásta- se óssea (câncer ósseo) é o samário-153. Trata-se de um radioisótopo que emite radiação beta e gama, além de atuar como analgésico e diminuir a dor causada pela disseminação (metástase no tecido ósseo) do câncer. A ação do samário-153 possibilita a redução do uso de analgésicos como a morfina, aumentando a qualidade de vida desses pacientes. Outro grande avanço da Medicina é o uso do radiotraçador tálio-201, empregado na de- tecção de obstruções de artérias coronarianas. O tálio-201, quando injetado na corrente san- guínea, fica alojado no músculo saudável do coração. Ali ele emite radiação gama, detectada por um gerador chamado câmara de cintilação. As imagens geradas por computador indicam se há lesão de tecido cardíaco e se o sangue flui livremente através das artérias coronárias. Em diagnóstico e avaliação de tumores, um radiofármaco utilizado é o gálio-67. Graças à sua alta sensibilidade, o gálio-67 consegue se concentrar nas regiões que estão acome- tidas por tumores. Além disso, é útil em pesquisas de processos infecciosos e inflamató- rios, permitindo avaliar a extensão da doença. O quadro abaixo apresenta outras aplicações de radiofármacos na Medicina. Isótopo 3H Determinar o teor de água no corpo. 11C Tomografia por emissão de pósitron. 24Na Estudo do sistema circulatório para identificação de tumores. 51Cr Marcação de células. 288 EN ER G IA N UC LE AR Irradiação de alimentos O processamento por irradiação é uma das técnicas disponíveis mais eficien- tes para desinfecção e preservação de alimentos e plantas ornamentais. O pro- cedimento consiste em submeter o material à ação de substâncias radioativas de rápida desintegração, permitindo que a radiação elimine microrganismos, fungos, larvas ou ovos de insetos, sem deixar resíduos. A irradiação dos alimentos é uma técnica eficiente, desde que utilizada sob condições definidas e controladas. Nenhum resíduo ou alteração é permitido nos alimentos ou plantas, pois a atividade dos átomos radioa- tivos empregados deve cessar antes que os alimentos sejam embalados. É importante destacar que alimentos expostos à radiação não se tor- nam radioativos. Apenas os micro-organismos que os deterioram são des- truídos. Isso aumenta a vida útil dos alimentos, favorecendo a estocagem e diminuindo o preço. Para esse fim são utilizados bombardeamentos por radiação gama, raios X e elétrons acelerados. As fontes normalmente empregadas são cobalto-60 (60Co) ou césio-137 (137Ce). Aplicações na indústria No setor industrial, os radioisótopos mais usados são o cobalto-60, o césio-137 e o irí- dio-192. Para diminuir o risco de vazamento, são utilizados em fontes seladas, acondicio- nadas em caixas de aço inoxidável, hermeticamente fechadas. A escolha do radioisótopo é determinada pela aplicação desejada e por sua meia-vida. Entre as diversas aplicações industriais, podemos citar a do irídio-192 em controle de qualidade de produtos industriais, para avaliar espessuras de forma contínua e sem con- tato manual. Para isso, são colocados uma fonte radioativa de um lado do material e um sensor de radiação do outro lado. A indústria farmacêutica também utiliza fontes radioativas na esterilização de serin- gas, luvas, materiais cirúrgicos e farmacêuticos em geral. Essa técnica representa vanta- gens, pois a esterilização por superaquecimento não permite esterilizar materiais plásticos. As indústrias químicas, petroquímicas e de mecânica pesada utilizam radiação gama para o controle de qualidade em equipamentos metálicos de grande porte; essa radiação permite a detecção de possíveis defeitos, como trincas ou fissuras, imperceptíveis a olho nu. Essa técnica é denominada gamagrafia, trata-se de uma impressão da radiação gama em um filme fotográfico. Todos os alimentos irra- diados trazem esse símbo- lo, conhecido como Radura. Dois frutos conservados sob as mesmas con- dições: o primeiro foi tratado com radiação ga- ma, e o segundo não teve qualquer tratamento. Será que você já consumiu algum ali- mento irradiado? Para saber se esse tubo não tem fissura, realiza-se a ins- peção radiográfica. SP L/ La tin st oc k Para verificar possíveis "fa- digas" (fissuras) nas princi- pais partes metálicas de uma aeronave, as empre- sas de aviação realizam, periodicamente, a gama- grafia, assim é possível saber se o equipamento está apto para o voo. Ed V ig gi an i/A E He ly D em ut ti J. Yu ji O processamento por irradiação é uma das técnicas disponíveis mais eficien- tes para desinfecção e preservação de alimentos e plantas ornamentais. O pro- cedimento consiste em submeter o material à ação de substâncias radioativas de rápida desintegração, permitindo que a radiação elimine microrganismos, A irradiação dos alimentos é uma técnica eficiente, desde que utilizada sob condições definidas e controladas. Nenhum resíduo ou alteração é permitido nos alimentos ou plantas, pois a atividade dos átomos radioa- tivos empregados deve cessar antes que os alimentos sejam embalados. É importante destacar que alimentos expostos à radiação não se tor- nam radioativos. Apenas os micro-organismos que os deterioram são des- truídos. Isso aumenta a vida útil dos alimentos, favorecendo a estocagem Para esse fim são utilizados bombardeamentos por radiação gama, raios X e elétrons acelerados. As fontes normalmente empregadas são O processamento por irradiação é uma das técnicas disponíveis mais eficien- tes para desinfecção e preservação de alimentos e plantas ornamentais. O pro- Dois frutos conservados sob as mesmas con-Dois frutos conservados sob as mesmas con- dições: o primeiro foi tratado com radiação ga- ma, e o segundo não teve qualquer tratamento. Será que você já consumiu algum ali- mento irradiado? He ly D em ut ti J. Yu ji C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 289 O medidor Geiger- Müller é utilizado para detectar o nível de radia- ção na atmosfera. Previsão do tempo O radônio atmosférico é empregado no estudo das massas de ar que se movimentam na atmosfera. Essa técnica baseia-se no fato de que a fonte geradora do radônio é a superfície exposta dos continentes. Por isso, para descobrir se uma massa de ar é de origem continental ou oceânica, mede-se a fração de radônio-220, em relação ao radônio total da atmosfera. Como o isótopo-220 apresenta um rápido decaimento, baixos valores relativos de concentração indicam origem oceânica. A técnica é empregada desde 1986 pela equipe do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) para estudar a circulação atmosférica na península Antártica, dentro do Programa Antártico Brasileiro. O Instituto de Pes- quisas Espaciais (Inpe) é um dos usuários pela CNEN para utilizar mate- rial radioativo. Bo ff y B/ Cr ea tiv e Co m m on s Contador Geiger Acidentes nucleares podem causar grandes danos aos seres vivos e ao ambiente. As substâncias que se desintegram durante esses acidentes são capazes de contaminar o am- biente pela ionização do ar. Uma das maneiras de detectar o nível de radiação na atmos- fera é utilizando um instrumento conhecido como contador Geiger. O funcionamento do aparelho baseia-se na sua capacidade de detectar a radiação ionizante de um gás a baixa pressão. O contador Geiger apresenta um tubo cilíndrico e um dispositivo de contagem. No tubo existe um par de eletrodos de cargas opostas, com uma grande diferença de potencial que permite o fluxo de corrente entre os eletrodos. Quando a radiação atravessa o interior do tubo, o gás interno é ionizado. Um pulso de corrente elétrica flui entre os eletrodos e a radiação é indicada por meio de sinal sonoro, luz, ou deflexão (ponteiro de um medidor). A unidade utilizada para expressar a quantidade de radiação emitida (produzida) por uma amostra é o curie. Um curie (ci) é a quantidade de ma- terial radioativo produzindo 3,7 ⋅1010 desintegrações por segundo. Como ele representa um valor muito grande, utilizamos o milicurie ou o microcurie nessas leituras. O curie serve apenas para medir a radioatividade. No entanto, para medirmos o grau de exposição à radiação, a raios gama ou X, são necessárias outras unidades, tais como o roentgen (R ou rad). In pe Previsão do tempo O radônio atmosférico é empregado no estudo das massas de ar que se movimentam na atmosfera. Essa técnica baseia-se no fato de que a fonte geradora do radônio é a superfície exposta dos continentes. Por isso, para descobrir se uma massa de ar é de origem continental ou oceânica, mede-se a fração de radônio-220, em relação ao radônio total da atmosfera. Como o isótopo-220 apresenta um rápido decaimento, baixos valores relativos de concentração indicam origem oceânica. A técnica é empregada desde 1986 pela equipe do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) para estudar a circulação atmosférica na península Antártica, dentro do Programa Antártico Brasileiro. 290 EN ER G IA N UC LE AR CIÊNCIA PARA A PAZ A busca pelo conhecimento para a transformação do mundo que nos cerca é inerente à natureza humana. Esta é uma capacidade que nos diferencia dos demais animais. Daí o surgimento da Ciência, atividade sistemática, ineren- temente humana, que tem como princípio a busca do conhecimento e o aperfeiçoamento do modo de vida. Ocorre que essa transformação está relacionada também ao sentimento de poder que muitas vezes faz com que prevaleça a luta pelo domínio de uma civilização sobre a outra. Assim, ao longo da História da Humanidade, a Ciência tanto produziu condições para o aumento de nossa qua- lidade de vida como também produziu conhecimento que serviu para a subjugação de um povo sobre outros. Em outras palavras, a Ciência tanto serve para a defesa da vida (Ciência para a paz) quanto para as guerras (Ciência para a guerra), quando é desenvolvida com esse propósito. São incontestáveis suas contribuições para a preservação da vida, mesmo quando é usada para fins militares. Afinal, são inúmeras as tecnologias amplamente usadas que trazem aumento de qualidade de vida e que foram desenvolvidas para fins de guerra. Vários gases tóxicos, inseticidas e herbicidas também foram testados em guerras e posteriormente passaram a ter aplicações no controle da proliferação de pragas, reduzindo a mortalidade e aumentando a produção mundial de ali- mentos, com redução do seu preço e aumento de sua disponibilidade. Muitas técnicas e materiais utilizados na Medicina atualmente foram desenvolvidos no tratamento e na busca de cuidar de soldados em guerra. Vários remédios, materiais sintéticos empregados em vestuários, equipamentos, ferramentas etc. também foram desenvolvidos para fins de guerra. Um exemplo de tecnologia que foi aperfeiçoada para a guerra é o controle da energia nuclear. Hoje ela garante o fornecimento de energia elétrica para vários países. Neste capítulo, veremos o estudo desse processo e um pouco de seu histórico. Para isso, vejamos como tal controle estava relacionado à guerra e como os seus efeitos têm provocado reflexões mais amplas sobre a finalidade da ciência e, sobretudo, sobre o controle que a sociedade deve ter sobre ela. O período que antecedeu à Segunda Guerra Mundial coincidiu com o período no qual os físicos se concen- travam em estudos sobre o comportamento das partículas que constituem o átomo. Esses estudos revelaram o grande potencial energético do núcleo atômico. A Ciência logo indagou: a energia dos núcleos atômicos pode ser utilizada de alguma maneira? O medo das atrocidades da guerra provocada pelos alemães e o avanço de descobertas na Alemanha sobre processos de transformação nuclear favoreceram o apoio de um grupo de renomados cientistas que se dedica- ram ao Projeto Manhattan. Foi nele que se desenvolveu a bomba atômica lançada sobre duas cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki, ao final da guerra, matando mais de 200 mil pessoas. Esse é um trágico exemplo de traba- lho de cientistas que resultou na morte de milhares de pessoas. Tema em foco Até hoje as pessoas se lem- bram da barbaridade co- metida na Segunda Guerra Mundial com o lançamento da bomba atômica em Hi- roshima, no dia 6 de agosto de 1945. Com o sentimento da busca eterna pela paz, mi- lhares de pessoas visitam o Memorial da Paz em Hi- roshima, como essas pes- soas que visitaram o memo- rial em 6 de agosto de 2007. Ju nk o Ki m ur a/ G et ty Im ag es A busca pelo conhecimento para a transformação do mundo que nos cerca é inerente à natureza humana. Esta é uma capacidade que nos diferencia dos demais animais. Daí o surgimento da Ciência, atividade sistemática, ineren- temente humana, que tem como princípio a busca do conhecimento e o aperfeiçoamento do modo de vida. Ocorre que essa transformação está relacionada também ao sentimento de poder que muitas vezes faz com que prevaleça Assim, ao longo da História da Humanidade, a Ciência tanto produziu condições para o aumento de nossa qua- lidade de vida como também produziu conhecimento que serviu para a subjugação de um povo sobre outros. Em outras palavras, a Ciência tanto serve para a defesa da vida (Ciência para a paz) quanto para as guerras (Ciência para São incontestáveis suas contribuições para a preservação da vida, mesmo quando é usada para fins militares. Afinal, são inúmeras as tecnologias amplamente usadas que trazem aumento de qualidade de vida e que foram desenvolvidas para fins de guerra. Vários gases tóxicos, inseticidas e herbicidas também foram testados em guerras e posteriormente passaram a ter aplicações no controle da proliferação de pragas, reduzindo a mortalidade e aumentando a produção mundial de ali- mentos, com redução do seu preço e aumento de sua disponibilidade. Muitas técnicas e materiais utilizados na Medicina atualmente foram desenvolvidos no tratamento e na busca de cuidar de soldados em guerra. Vários remédios, materiais sintéticos empregados em vestuários, equipamentos, ferramentas etc. também foram desenvolvidos para fins de guerra. TTema em focoema em focoTema em focoTTema em focoTema em foco C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 291 Isso tem acontecido ao longo da História da Ciência e existem alguns casos curiosos como o trabalho do químico alemão Fritz Haber [1868-1934], de origem judaica, que ficou famoso por desenvolver o processo de síntese de amônia, possibilitando o aumento da produção de alimentos. Haber trabalhou arduamente durante a Primeira Guerra Mundial no desenvolvimento de gases letais que foram usados durante os combates, resultando na morte de milhares de com- batentes. Ele tinha uma crença na defesa do povo alemão e, por isso, trabalhou em tal missão. Tal crença ruiu e mu- dou sua vida quando ele presenciou, no início da Segunda Guerra, a perseguição de seus compatriotas pelos alemães. Nesse sentido, vários cientistas têm se dedicado a fazer reflexões críticas sobre o papel da Ciência e sobre o com- promisso ético dos cientistas. O físico Albert Einstein [1879-1955] contribuiu indiretamente para a fabricação da bom- ba atômica por meio de seus trabalhos teóricos, que deram origem aos conhecimentos sobre a fissão nuclear, e por uma carta que havia escrito ao presidente Roosevelt. Sobre isso, manifestou-se: A E Minha responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção: escrevi uma carta ao Presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de experiências de grande enver- gadura para o estudo e a realização da bomba atômica. E o disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os sábios alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances de resolvê-lo. Assumi, portanto, minhas responsabilidades. E, no entanto, sou apaixonadamente um pacifista e minha maneira de ver não é diferente diante da mortandade em tempo de paz. Já que as nações não se resolvem a suprimir a guerra por uma ação conjunta, já que não superam os conflitos por uma arbitragem pacífica e não ba- seiam seu direito sobre a lei, elas se veem inexoravelmente obrigadas a preparar a guerra. Participando da corrida geral dos armamentos, e não querendo perder, concebem e executam os planos mais detestáveis. Precipitam-se para a guerra. Mas, hoje, a guerra se chama o aniquilamento da humanidade. Protestar hoje contra os armamentos não quer dizer nada e não muda nada. Só a supressão definitiva do risco universal da guerra dá sentido e oportunidade à sobrevivência do mundo. Daqui em diante, eis nosso labor cotidiano e nossa inabalável decisão: lutar contra a raiz do mal, e não contra os efeitos. O homem aceita lucidamente esta exigência. Que importa que seja acusado de antissocial ou de utópico? Gandhi encarna o maior gênio político de nossa civilização. Definiu o sentido concreto de uma política e sou- be encontrar em cada homem um inesgotável heroísmo quando descobre um objetivo e um valor para sua ação. A Índia, hoje livre, prova a justeza de seu testemunho. Ora, o poder material, em aparência invencível, do Império Britânico foi submergido por uma vontade inspirada por ideias simples e claras. Albert Einstein EINSTEIN, Albert. Como vejo o mundo. Tradução de H. P. de Andrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. A Ciência na História Li br ar y of C on gr es s/ W as hi ng to n Depois dos lançamentos das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, Linus Carl Pauling [1901-1994], que já havia sido agraciado com o Prêmio Nobel de Química, escreveu um livro, Basta de guerra (No More War!), e um manifesto aos governos de todos os países, assinado por mais de 11 mil cientistas do mundo inteiro, e dedicou parte de seu tempo pregando o fim das experiências com armas nucleares. Por isso, foi agraciado, em 1962, com o Prêmio Nobel da Paz. Essa luta contra o uso de armas nucleares sensibilizou boa parte da sociedade. O movimento hippie foi muito atuante nas décadas de 1960 e 1970 nos protestos contra o uso de bombas atômicas. No Brasil, a letra da música "Rosa de Hiroshima" expressa esse sentimento. Isso tem acontecido ao longo da História da Ciência e existem alguns casos curiosos como o trabalho do químico alemão Fritz Haber [1868-1934], de origem judaica, que ficou famoso por desenvolver o processo de síntese de amônia, possibilitando o aumento da produção de alimentos. Haber trabalhou arduamente durante a Primeira Guerra Mundial no desenvolvimento de gases letais que foram usados durante os combates, resultando na morte de milhares de com- batentes. Ele tinha uma crença na defesa do povo alemão e, por isso, trabalhou em tal missão. Tal crença ruiu e mu- dou sua vida quando ele presenciou, no início da Segunda Guerra, a perseguição de seus compatriotas pelos alemães. Nesse sentido, vários cientistas têm se dedicado a fazer reflexões críticas sobre o papel da Ciência e sobre o com- promisso ético dos cientistas. O físico Albert Einstein [1879-1955] contribuiu indiretamente para a fabricação da bom- ba atômica por meio de seus trabalhos teóricos, que deram origem aos conhecimentos sobre a fissão nuclear, e por uma carta que havia escrito ao presidente Roosevelt. Sobre isso, manifestou-se: A E Minha responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção: escrevi uma carta ao Presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de experiências de grande enver- gadura para o estudo e a realização da bomba atômica. E o disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os sábios alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances A Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na HistóriaA Ciência na História Li br ar y of C on gr es s/ W as hi ng to n 292 EN ER G IA N UC LE AR No cenário atual mundial percebe-se uma crescente preocu- pação com países que investem no desenvolvimento de tec- nologia atômica. Muitos fazem esse investimento na busca de fontes de energia, mas essa intenção pode esconder outra: também ter tecnologia para produção de bombas atômicas. Por seu trabalho contra o uso de armas nucleares, Linus Pauling ganhou em 1962 o Prêmio Nobel da Paz. Após a explosão da bomba atômica, o mundo viveu o pe- ríodo da Guerra Fria, que envolveu o desenvolvimento de um arsenal nuclear muito poderoso, o qual foi desenvolvido sempre com a presença de cientistas. Os países que dominam essa tec- nologia e que desenvolveram um enorme parque militar usam de sua influência para impedir que outros países também desen- volvam essa tecnologia. Países emergentes procuram também dispor de tecnologia para enriquecimento de urânio, e isso con- tinua a gerar tensão internacional, apesar do fim da Guerra Fria. Isso fez com que fossem criadas instituições para controlar as aplicações da energia nuclear. A AIEA (International Atomic Energy Agency – IAEA), sediada em Viena, Áustria, é um or- ganismo mundial de cooperação e fiscalização no campo da energia nuclear. Em conjunto com os países-membros, traba- lha no gerenciamento de informações relacionadas à utiliza- ção de energia nuclear no mundo, de modo a torná-la segura e pacífica. Criada em 1957, a agência conta atualmente com a participação de 137 países, entre os quais o Brasil. Os países-membros da AIEA e outros não membros as- sinaram, em 1968, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Entretanto, esses países têm o direito de extrair e processar urânio e outras substâncias radioativas, desde que para fins pacíficos e que permitam o monitoramento de suas atividades por inspetores da entidade internacional. O modelo de desenvolvimento que adotamos até hoje colo- ca uma série de riscos ao ambiente e, consequentemente, à hu- manidade. Será que não podemos evoluir nossa visão de mun- do, usá-lo, para vivermos em um outro modelo de sociedade? Desde sua descoberta, percebeu-se que a energia nuclear tinha um enorme potencial e que seu domínio favoreceria o despertar de nossas potencialidades. Existe, ainda, no mundo de hoje, muita determinação para se saber sempre mais sobre a energia nuclear, mas, infelizmente, nem todos por motivos no- bres, como o uso na Medicina ou na agricultura. Lembremo-nos J. Yuji O símbolo do movimento hippie, cria- do na Inglaterra, representa um homem com os braços abaixados em sinal de paz. To m H ol ly m an /P ho to R es ea rc he rs N as a de Hiroshima e Nagasaki! É por esses e outros motivos que o uso da energia nuclear sempre foi acompanhado de de- bates calorosos. Que o tema é polêmico, você já deve ter percebido, não é verdade? Daí pode-se levantar a questão: A energia nuclear deve ou não ser utilizada? Para responder, é necessário considerar seus riscos e seus benefícios. A energia nuclear é uma importante alternativa para a geração de eletricidade em vários países. Viver no escuro para a sociedade atual é impossível! O uso benéfico da radioatividade na sociedade é variado, e o uso de tal tecnologia, em alguns casos, é vital. Além da geração de eletricidade, já citada, outros usos já estão inseridos fortemente em nosso cotidiano, entre eles podemos citar: a conservação dos alimentos; a produção de medicamentos (os radiofármacos) e os aparelhos para exames de diagnóstico; o uso das técnicas para aumentar a produtividade agrícola; a fabricação de peças industriais que exigem precisão e qualidade etc. A polêmica está posta. Quem deve decidir sobre as utilizações da energia nuclear e da radioatividade? Os cientistas? Os tecnocratas que trabalham para as empresas? Os políticos? A população? Seria melhor, acreditamos, que a sociedade como um todo se posicionasse sobre essas questões. O debate envolve aspectos econômicos, éticos, políticos e ambientais. A AIEA (International Atomic Energy Agency), com seus 137 membros, já assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, e esses países somente têm o direito de processar material radioati- vo se monitorado por enti- dades internacionais. A IE A Por seu trabalho contra o uso de armas nucleares, Linus Pauling ganhou em 1962 o Prêmio Nobel da Paz. Após a explosão da bomba atômica, o mundo viveu o pe- ríodo da Guerra Fria, que envolveu o desenvolvimento de um arsenal nuclear muito poderoso, o qual foi desenvolvido sempre com a presença de cientistas. Os países que dominam essa tec- nologia e que desenvolveram um enorme parque militar usam de sua influência para impedir que outros países também desen- volvam essa tecnologia. Países emergentes procuram também dispor de tecnologia para enriquecimento de urânio, e isso con- tinua a gerar tensão internacional, apesar do fim da Guerra Fria. Isso fez com que fossem criadas instituições para controlar as aplicações da energia nuclear. A AIEA (International Atomic Energy Agency – IAEA), sediada em Viena, Áustria, é um or- ganismo mundial de cooperação e fiscalização no campo da energia nuclear. Em conjunto com os países-membros, traba- lha no gerenciamento de informações relacionadas à utiliza- ção de energia nuclear no mundo, de modo a torná-la segura e pacífica. Criada em 1957, a agência conta atualmente com a Os países-membros da AIEA e outros não membros as- sinaram, em 1968, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Entretanto, esses países têm o direito de extrair e processar urânio e outras substâncias radioativas, desde que J. Yuji O símbolo do movimento hippie, cria-hippie, cria-hippie do na Inglaterra, representa um homem com os braços abaixados em sinal de paz. To m H ol ly m an /P ho to R es ea rc he rs N as a C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 293 Entendemos que a democratização do saber e a popularização da ciência farão com que aumente a pressão para que o financiamento e o controle dos rumos da ciência sejam em direção aos interesses da vida. Assim poderemos caminhar para a construção de um modelo de desenvolvimento que busque transformar aquilo que ainda não con- seguimos fazer: a equidade e a justiça social. Debata e entenda 1. Discuta com seus colegas, justificando seus argumentos: a) É ética a participação de cientistas em projetos militares de produção de armas? b) Na sua opinião, de quem é a responsabilidade pelo uso de armas nucleares? 2. Faça uma pesquisa sobre os motivos que levaram ao lançamento, na Segunda Guerra Mundial, das bom- bas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, e discuta as consequências políticas, econômicas, sociais e am- bientais de tal decisão. 3. Como você avalia o trabalho feito por um organismo internacional, como a Agência Internacional de Ener- gia Atômica (AIEA), de controle da tecnologia para enriquecimento de urânio? 4. Comente a afirmação: Armas nucleares na posse de países instáveis aumenta o risco de conflitos atômicos serem acionados por terroristas. 5. Liste os usos benéficos da energia nuclear. 6. Responda: Seria, atualmente, a energia nuclear a solu- ção para a crise energética na sociedade tecnológica? FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. 7 TRANSFORMAÇÕES NUCLEARES Pela obtenção de um isótopo radioativo a partir de um não radioativo, Irène Joliot-Curie e Frédéric Joliot receberam o Prêmio Nobel de Química em 1937. Fo to s: P ho to R es ea rc he rs /L at in st oc k Se é possível transformar átomos de um metal em átomos de outro metal, por que os alquimistas não conseguiram fazer isso? Pense Um dos grandes sonhos dos alquimistas era transformar metais comuns, como ferro, em ouro, metal de alto valor em nossa sociedade e símbolo da nobreza naquela época e ainda hoje. Os alquimistas não obtiveram êxito em seus esforços de transmutação. Isso aconteceu por- que seus trabalhos eram baseados em reações químicas e estas nunca levam à transformação de átomos de um elemento em átomos de outro, como verificou posteriormente John Dalton. A realização da transmutação de átomos só se tornou possível no século passado devido à descoberta do fenômeno da radioatividade, embora ela sempre tenha ocorrido na natureza. As descobertas sobre a radioatividade possibilitaram a realização de estudos mais apro- fundados sobre a estrutura dos átomos. Em 1934, Irène Joliot-Curie [1897-1956] e Frédéric Joliot-Curie [1900-1958] obtiveram um isótopo radioativo a partir de um não radioativo, abrindo novas portas para as pesquisas nuclea- res. Com base nessa constatação, foi possível obter isótopos de diversos elementos químicos. Em 1938, o físico italiano Enrico Fermi [1901-1954] previu a possibilidade de se provocar transformações nucleares que envolveriam a liberação de uma grande quantidade de ener- gia. Em 1938, na Alemanha, os químicos alemães Otto Hahn [1879-1968] e Fritz Strassmann [1902-1980] apresentaram uma descoberta muito importante: a fissão de núcleos. Eles de- terminaram a presença de bário como produto do bombardeamento do urânio por nêutron. Entendemos que a democratização do saber e a popularização da ciência farão com que aumente a pressão para que o financiamento e o controle dos rumos da ciência sejam em direção aos interesses da vida. Assim poderemos caminhar para a construção de um modelo de desenvolvimento que busque transformar aquilo que ainda não con- seguimos fazer: a equidade e a justiça social. DDDDebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entendaebata e entenda 1. 1. Discuta com seus colegas, justificando seus argumentos: a) É ética a participação de cientistas em projetos militares de produção de armas? b) Na sua opinião, de quem é a responsabilidade pelo uso de armas nucleares? 2. 2. Faça uma pesquisa sobre os motivos que levaram ao lançamento, na Segunda Guerra Mundial, das bom- bas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, e discuta as consequências políticas, econômicas, sociais e am- bientais de tal decisão. 3. 3. 4. 4. 5. 5. 6. 6. 294 EN ER G IA N UC LE AR Na reação em cadeia, a fissão de um átomo de 235U libera uma grande quantidade de energia e de dois a três nêutrons. Esses vão se chocar com outros átomos de 235U que vão ser fissionados, libe- rando nêutrons que vão fissionar outros átomos e assim por diante. Re- sultado: em uma amostra enriquecida de urânio, a fissão de alguns átomos fará com que uma gran- de quantidade de outros se fissionem, provocando uma reação em cadeia e liberando uma gigantes- ca quantidade de energia. A notícia logo se espalhou pelos principais físicos da época. Como se estava no início da Segunda Guerra Mundial, surgiu um temor de que aquela descoberta pudesse vir a ser usada pelos alemães. Os dados teóricos revelavam a possibilidade de fissão do núcleo atômico com liberação de uma grande quantidade de energia. Albert Einstein [1879-1955], ao ser alertado de que essa energia podia ser usada na fabricação de uma bomba e com o temor de que os alemães a desenvolvessem primeiro, escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, alertando sobre o risco para a humanidade de os nazistas desenvolverem tecnologia para fabricação de armas nucleares. A reação a esse temor deu início ao Projeto Manhattan que contou com a participação de vários cientistas renomados, entre o quais Robert Oppenheimer [1904-1967], Leó Szilard [1898-1966] e Enrico Fermi [1901-1954], e produziu as primeiras bombas atômicas. Esse projeto culminou com o lançamento das bombas nucleares sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Einstein só ficou sabendo do Projeto Manhattan quando Hiroshima foi bombardeada em 1945. Em função disso, renunciou à direção do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton (1945). Vejamos como se dá o processo que foi desenvolvido nessas pesquisas. Fissão nuclear Qual o interesse em partir átomos? Pense Fissão quer dizer quebra, divisão. Diferentemente do que imaginava Dalton, isso também pode ser feito com átomos. A fissão nuclear, assim como o fogo, ocorre espontaneamente na natureza. O controle do fogo permitiu à humanidade um maior controle da natureza e o desenvolvimento de tecnolo- gias, como cozer alimentos, produzir e manipular diferentes metais. Ao aprender a controlar a fissão nuclear, a humanida- de possibilitou outro salto, permitindo a geração de energia em larga escala e a produção de armas de potência nunca antes imaginadas e de diversas tecnologias. Em 1938, os físicos alemães Fritz Strassmann [1902-1980], Otto Hahn [1879-1968] e Lise Meitner [1878-1968] trabalha- vam na tentativa de produzir átomos de maior massa atômica, tendo obtido pela primeira vez o protactínio. Nesses experimentos, acabaram por provocar a fissão do urânio-235 (235U), descobrindo que decaimentos radioativos podem ser induzidos pelo bombardeamento de átomos es- táveis por outros átomos ou partículas maiores. Dessa for- ma, núcleos estáveis podem receber outras partículas, tor- nando-se altamente instáveis. A equação e o esquema apresentados a seguir indicam a reação de fissão nuclear do urânio-235. U + 10n ( Ba + Kr + 3 01n 141 56 235 92 92 36 ∆E = 2 ⋅ 1010 kJ/mol J. Yu ji 235U Representação da reação em cadeia da fissão nuclear nêutron livre nêutron liberado produto de fissão 235U 235U Na reação em cadeia, a fissão de um átomo de 235U libera uma grande quantidade de energia e de dois a três nêutrons. Esses vão se chocar com outros átomos de 235U que vão ser fissionados, libe- rando nêutrons que vão fissionar outros átomos e assim por diante. Re- sultado: em uma amostra enriquecida de urânio, a fissão de alguns átomos fará com que uma gran- de quantidade de outros se fissionem, provocando A notícia logo se espalhou pelos principais físicos da época. Como se estava no início da Segunda Guerra Mundial, surgiu um temor de que aquela descoberta pudesse vir a ser usada pelos alemães. Os dados teóricos revelavam a possibilidade de fissão do núcleo atômico com liberação de uma grande quantidade de energia. Albert Einstein [1879-1955], ao ser alertado de que essa energia podia ser usada na fabricação de uma bomba e com o temor de que os alemães a desenvolvessem primeiro, escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, alertando sobre o risco para a humanidade de os nazistas desenvolverem tecnologia para fabricação de armas nucleares. A reação a esse temor deu início ao Projeto Manhattan que contou com a participação de vários cientistas renomados, entre o quais Robert Oppenheimer [1904-1967], Leó Szilard [1898-1966] e Enrico Fermi [1901-1954], e produziu as primeiras bombas atômicas. Esse projeto culminou com o lançamento das bombas nucleares sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Einstein só ficou sabendo do Projeto Manhattan quando Hiroshima foi bombardeada em 1945. Em função disso, renunciou à direção do Instituto de Estudos Avançados da Vejamos como se dá o processo que foi desenvolvido nessas pesquisas. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 295 A energia do Sol é decor- rente de reações de átomos de hidrigênio que ocorrem com átomos de hélio. N as a Si ss ie B rim be rg /N at io na l G eo gr ap hi c/ G et ty Im ag es Por suas contribuições pa- ra a teoria das reações nu- cleares e, em especial, por suas descobertas relacio- nadas à energia produzi- da nas estrelas, Hans A. Bethe foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física de 1967. Nessa reação, assim como em outras de fissão nuclear, dois detalhes merecem desta- que. O primeiro é que um dos produtos da reação são os nêutrons. O segundo é a imen- sa quantidade de energia quando comparada a reações químicas. Os nêutrons produzidos podem se chocar com novos núcleos de urânio-235, provo- cando novas reações, e assim sucessivamente. Tal processo é denominado reação em cadeia, pois o “produto” se torna “reagente” para a continuidade da reação. No caso da fissão do urânio-235, são liberados 2 ⋅ 1010 kJ/mol. Prati ca mente um tri- lhão de vezes mais energia que a reação de combustão do etanol (álcool combustível), na qual são liberados 98 kJ/mol. Em razão desses dois fatores, esse tipo de reação requer controle muito grande sobre as condições de realização. Fusão nuclear O que é fusão nuclear? Pense A fusão nuclear foi descoberta no século passado. Entretanto, já existia mui- to antes de a espécie humana surgir. Em 1939, foi publicado o artigo “A Produção de Energia nas Estrelas”, de autoria do físico alemão Hans Albrecht Bethe [1906-2005]. Nesse trabalho, apresentava a teoria de que o brilho das estrelas ocorria devido à fusão nuclear. Enrico Fermi [1901-1954] e Edward Teller [1908-2003], durante as pesqui- sas para a produção da bomba atômica, consideraram que a fissão poderia fornecer energia para iniciar processos de fusão. A ideia era a fusão do hi- drogênio: uma fonte controlada de energia quase duas mil vezes maior que a energia para iniciar o processo e que não apresenta os mesmos perigos da radiação produzida pela fissão. Em outubro de 1952, os EUA lançaram, em um atol do Pacífico, “Mike”, a primeira bom- ba de hidrogênio, com potência mil vezes maior que a bomba de Hiroshima. A equação abaixo representa uma reação de fusão de átomos de hidrogênio produ- zindo átomos de hélio. 21H + 3 1H ( 42He + 10n ∆E = 1,7 ⋅ 1012 kJ/mol Essa equação representa a fusão de átomos de deutério (átomo de hidrogênio com massa de 2 u) e trítio (átomo de hidrogênio com massa de 3 u), produzindo átomos de hélio. A quantidade de energia é superior a 2 milhões de vezes a energia liberada na queima de um grama de carbono. A fusão nuclear é obtida pela colisão e junção de dois núcleos. Em virtude da grande repulsão das cargas positivas desses núcleos, é necessária uma gran- de quantidade de energia cinética para que colidam. Por isso, a fusão é mais fácil para núcleos pequenos. Para que esse tipo de reação ocorra, são necessárias altíssimas temperaturas. Como previu Hans Bethe e foi confirmado posteriormente, a temperatura estima- da da energia emanada do Sol varia de cerca de 5800 ºC na superfície (fotosfera) e cerca de 15600000 ºC no núcleo e se deve a reações de fusão nuclear. A utili- zação dessas reações para produzir energia é o desejo de muitos cientistas, mas o controle de temperaturas tão elevadas constitui um problema de difícil solução. A energia do Sol é decor- rente de reações de átomos de hidrigênio que ocorrem com átomos de hélio. N as a Nessa reação, assim como em outras de fissão nuclear, dois detalhes merecem desta- que. O primeiro é que um dos produtos da reação são os nêutrons. O segundo é a imen- sa quantidade de energia quando comparada a reações químicas. Os nêutrons produzidos podem se chocar com novos núcleos de urânio-235, provo- cando novas reações, e assim sucessivamente. Tal processo é denominado cadeia, pois o “produto” se torna “reagente” para a continuidade da reação. No caso da fissão do urânio-235, são liberados 2 lhão de vezes mais energia que a reação de combustão do etanol (álcool combustível), na qual são liberados 98 kJ/mol. Em razão desses dois fatores, esse tipo de reação requer controle muito grande sobre as condições de realização. Fusão nuclear O que é fusão nuclear?O que é fusão nuclear? PensePensePensePensePensePensePensePense A fusão nuclear foi descoberta no século passado. Entretanto, já existia mui- to antes de a espécie humana surgir. 296 EN ER G IA N UC LE AR Em uma usina nuclear, o calor produzido no reator, pelas reações nucleares, é utilizado para produzir va- por, que irá movimentar tur- binas acopladas a geradores de energia elétrica. Trata-se de um processo de transfor- mação de energia térmica em elétrica. As reações de fusão são acompanhadas de emissão de outras radiações, como nas reações que ocorrem no Sol, representadas a seguir. 2 1H + 1 1H ( 21H + 01e+ + 10n 11H + 21H ( 32He + 00γ Ao emitir um tipo de radiação, os átomos de uma substância se transformam em outros ou perdem energia. O domínio desses processos permite a geração de energia para suprir as demandas da sociedade. Uma forma de se aproveitar esse tipo de energia é por meio de usi- nas nucleares. A demanda de energia pelos países é crescente. Alguns países como o Brasil pos-suem recursos hídricos que lhes permitem suprir bem tal necessidade. Entretanto, outros países não possuem recursos hídricos que lhes permitam atender às suas necessi- dades energéticas. Para esses, a utilização da energia nuclear como fonte de eletricidade é uma das possíveis alternativas. Trata-se de um processo que transforma energia nuclear (reação de fissão) em calor que, por sua vez, é transformado em energia mecânica (de movimento) e, por fim, transformado em eletricidade. Um dos combustíveis de usinas termonucleares (nucleares) é o urânio-235, enriqueci- do em cerca 3,2% e na forma de pastilha. O urânio utilizado é obtido a partir de minérios de dióxido de urânio (UO2), que contém urânio-238 (não físsil) e urânio-235 (físsil). Como a concentração desse último é baixa, há necessidade de concentrá-lo. Nesse processo, denominado enriquecimento de urânio, o dióxido de urânio (UO2) é transformado no gás hexafluoreto de urânio (UF6), possibilitando a separação dos dois isótopos. É no reator nuclear que acontece a fissão, reação geradora da energia em forma de calor. Um reator é alimentado por varetas de 4 metros cheias de pastilhas, de 1 cm de diâmetro, contendo urânio enriquecido. O conjunto dessas varetas, com os denominados elementos combustíveis, é colocado em recipientes de aço com água, sendo esses acon- dicionados em enormes blocos de concreto. O calor liberado nas reações evapora a água, produzindo o vapor que é utilizado para mover as turbinas. O Brasil é um dos poucos países do mundo que dominam tecnologias de enriqueci- mento do urânio, permitindo-lhe produzir seu próprio combustível nuclear. Vejamos agora como funciona uma dessas usinas, analisando a figura abaixo que ilustra o esquema de uma usina termonuclear, na qual a energia de fissão nuclear é transformada em energia elétrica. 8 USINAS NUCLEARES A Qual é a importância das usinas termonucleares? Pense turbinas gerador reator água para refrigeração gerador de vapor Representação do funcionamento de usina nuclear J. Yu ji água quente sob pressão vapor O urânio enriquecido deve ser cuidadosamente manipulado. Para funcio- namento das usinas, o per- centual de enriquecimento do urânio é de 2 a 5%. Pa- ra mover submarinos, é de 20%, e para a fabricação de bombas, é de 95%. O urânio enriquecido deve ser cuidadosamente manipulado. Para funcio- namento das usinas, o per- centual de enriquecimento F el ip e Va ra nd a/ Fo lh ap re ss As reações de fusão são acompanhadas de emissão de outras radiações, como nas H + 21H ( 32He + 00γ Ao emitir um tipo de radiação, os átomos de uma substância se transformam em outros ou perdem energia. O domínio desses processos permite a geração de energia para suprir as demandas da sociedade. Uma forma de se aproveitar esse tipo de energia é por meio de usi- demanda de energia pelos países é crescente. Alguns países como o Brasil pos- suem recursos hídricos que lhes permitem suprir bem tal necessidade. Entretanto, outros países não possuem recursos hídricos que lhes permitam atender às suas necessi- dades energéticas. Para esses, a utilização da energia nuclear como fonte de eletricidade é uma das possíveis alternativas. Trata-se de um processo que transforma energia nuclear (reação de fissão) em calor que, por sua vez, é transformado em energia mecânica (de Ao emitir um tipo de radiação, os átomos de uma substância se transformam em outros ou perdem energia. O domínio desses processos permite a geração de energia para suprir as demandas da sociedade. Uma forma de se aproveitar esse tipo de energia é por meio de usi- demanda de energia pelos países é crescente. Alguns países como o Brasil pos- suem recursos hídricos que lhes permitem suprir bem tal necessidade. Entretanto, outros países não possuem recursos hídricos que lhes permitam atender às suas necessi- dades energéticas. Para esses, a utilização da energia nuclear como fonte de eletricidade é uma das possíveis alternativas. Trata-se de um processo que transforma energia nuclear (reação de fissão) em calor que, por sua vez, é transformado em energia mecânica (de C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 297 J. Yu ji Na figura observe o desta- que para a proteção do reator. O Vaso do reator possui uma proteção de aço, além de estar prote- gido por paredes de con- creto reforçado. A cúpula também possui uma con- tenção de aço e um refor- ço de uma grossa parede de concreto. As barras de controle também são me- didas de contenção, nes- te caso, elas controlam as reações nucleares através do controle de nêutrons. contenção de aço barras de controle vaso do reator geradores de vapor cúpula Edifício do reator 9 REJEITOS NUCLEARES A radioatividade faz parte de nossas vidas. Átomos de isótopos radioativos, como o potássio-40 (40K), estão presentes na natureza e, consequentemente, em nosso organismo. Além disso, materiais radioativos são utilizados na agricultura, na indústria, na medicina, em pesquisas científicas etc. Entretanto, substâncias e materiais radioativos, em concentrações maiores que as normais, representam grandes riscos a qualquer forma de vida. Daí a necessidade de controle especial. Os processos que utilizam material radioativo também geram rejeitos radioativos: materiais que não podem mais ser utilizados, mas ainda apresentam radioatividade. Devido à sua periculosidade, esse tipo de rejeito não pode ser depositado no lixo co- mum. As maiores quantidades de rejeitos radioativos são geradas em usinas nucleares para produção de energia elétrica. Na verdade, esse é o maior problema dessas usinas. Nas usinas nucleares, os resíduos radioativos são resultado do desgate do combustível que o torna inviável para a produção de energia, mas com considerável atividade radioativa. Além disso, há também outros materiais que se contaminam pelo contato com o combustível altamente radioativo. Em mé- dia, por ano, uma usina nuclear produz 3 m³ de lixo nuclear. Os rejeitos continuam emitindo radiação que vai dimi- nuindo gradativamente. No entanto, para que atinjam níveis aceitáveis de radiação e sejam descartados como resíduos co- muns, podem ser necessários milhões de anos. Isso exige que sejam confinados em espessas caixas de concreto. Essas, por sua vez, devem ter destino com máxima segurança, para não permitir vazamento de material radioativo para o ambiente. Depois de acondicionados em tambores, os rejeitos radioativos podem ser envolvidos em concreto e estocados em minas abandonadas. Lu ci an a W hi ta ke r/O lh ar Im ag em Para evitar que a radiação escape do reator e impedir que o calor derreta as pastilhas de urânio, o que acarretaria sérios problemas técni- cos, são utilizadas várias medidas de controle. Barras de controle junto às varetas de combustível (varetas de cádmio que absorvem nêutrons) para controlar a continuidade da reação em cadeia, que ocorrre com a liberação de nêutrons, conforme a equação abaixo: U + 10n ( Ba + Kr + 3 10n 141 92 56 36 235 92 O controle acontece da seguinte forma: quando se quer que o núcleo de urânio produza mais calor, as hastes são elevadas para fora do feixe de urânio: quando se quer gerar menos calor, as hastes são abaixadas dentro do feixe de urânio. Notem que as hastes podem ser abaixadas completamente no interior do feixe de urânio para des- ligar o reator no caso de um acidente ou para trocar o combustível. Outras medidas de proteção também incluem o processo de geração de eletricidade: • vasos de aço envolvem o material radioativo; • há uma carcaça de aço que envolve o vaso de aço e o gerador de vapor; • a estrutura do edifício do reator é revestida de concreto com um metro de espessura. No Brasil, temos a usina nuclear de Angra dos Reis. Nela, existem dois reatores em funcionamento e um terceiro em construção, com previsão para início de funcionamen- to em 2015. Os reatores de Angra 1 e 2 são do tipo PWR (Pressurized Water Reactor – Reator de Água Pressurizada). J. Yu ji Na figura observe o desta- que para a proteção do reator. O Vaso do reator possui uma proteção de aço, além de estar prote- gido por paredes de con- creto reforçado. A cúpula também possui uma con- contenção de aço barras de controle vaso do reator geradores de vapor cúpula Edifício do reator Para evitar que a radiação escape do reator e impedir que o calor derreta as pastilhas de urânio, o que acarretaria sérios problemas técni- cos, são utilizadas várias medidas de controle. Barras de controle junto às varetas de combustível (varetas de cádmio que absorvem nêutrons) para controlar a continuidade da reação em cadeia, que ocorrre com a liberação de nêutrons, conforme a equação abaixo: O controle acontece da seguinte forma: quando se quer que o núcleo de urânio produza mais calor, as hastes são elevadas para fora do feixe de urânio: quando se quer gerar menos calor, as hastes são abaixadas dentro do feixe de urânio. Notem que as hastes podem ser abaixadas completamente no interior do feixe de urânio para des- ligar o reator no caso de um acidente ou para trocar o combustível. Outras medidas de proteção também incluem o processo de geração de eletricidade: • vasos de aço envolvem o material radioativo; • há uma carcaça de aço que envolve o vaso de aço e o gerador de vapor; • a estrutura do edifício do reator é revestida de concreto com um metro de espessura. No Brasil, temos a usina nuclear de Angra dos Reis. Nela, existem dois reatores em funcionamento e um terceiro em construção, com previsão para início de funcionamen- to em 2015. Os reatores de Angra 1 e 2 são do tipo PWR (Pressurized Water Reactor – 298 EN ER G IA N UC LE AR Os rejeitos radioativos podem ser classificados de acordo com o nível de sua radia- ção, conforme o quadro a seguir. Nível de radiação Características Exemplos Destino Baixo Material com baixo teor de radiação e vida média curta Resíduos de hospitais, laboratórios, indústrias, centrais nucleares Enterrados em fossos Intermediário Nível médio de radiação Equipamentos, recipientes de materiais radioativos Armazenados em locais especiais Alto Alta radioatividade e vida média longa Resíduos de combustíveis Depositados em tanques ou contêineres de aço, envoltos em concreto Tratamento e disposição de rejeitos radioativos Como qualquer lixo, o lixo atômico também necessita de cuidados especiais a fim de evitar danos ambientais. Se não tratados e armazenados adequadamente, os rejeitos ra- dioativos podem contaminar outros materiais que se tornam também lixo radioativo. Foi o que aconteceu em Goiânia (GO), em 1987, quando alguns gramas de césio-137 utilizados em um equipamento de raios X caíram em mãos erradas, causando mortes e contaminação de toneladas de diferentes materiais. Tais rejeitos são formados por resí- duos hospitalares, plantas, animais, objetos pessoais, material das construções etc. Ou seja, tudo que teve contato com o césio-137 radioativo. O destino de todo esse lixo foi um repositório construído às pressas na cidade de Abadia de Goiás (GO), concentrados em tambores envoltos por concreto e cobertos por concreto e vegetação. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) controla o repositório com inspeções periódicas. O tratamento de rejeitos radioativos tem como meta a obtenção de material com nível de radiação o mínimo possível e o mais próximo dos níveis naturais, além de apresentar menor toxidez química. Rejeitos com meia-vida curta são armazenados até que alcancem o nível de radiação desejado para poder ser descartados como material não radioativo. Resíduos provenientes de fissão são tratados e reprocessados para ser utilizados para outros fins. Finalmente, os refugos que não podem ser reaproveitados são inertizados quimicamen- te, vitrificados, colocados em recipientes de contenção e depositados em locais específicos. A grande dificuldade é encontrar um local que seja de fato seguro para armazenar os resíduos nucleares. Durante anos, esses refugos foram lançados ao mar por diversos países, até quando se estabeleceu um tratado internacional de proibição. Na Alemanha, eles são depositados em minas de sal desativadas e na Inglaterra, em galerias subterrâneas. Há quem proponha lançá-los no espaço. O fato é que, por melhor que seja o processo de vitrificação, não se tem garantia de que o material ficará isolado adequadamente até o nível de radiação atingir níveis seguros sem contaminar o ambiente, e, portanto, encontrar locais apropriados para o destino dos refugos tem sido o desafio das agências responsáveis pelo lixo atômico. K ar en K as m au sk i/C or bi s Toneladas de rejeitos produzidas pelo aci- dente com o césio-137, em Goiânia, ficaram de- positadas em Abadia de Goiás durante 20 anos. Os rejeitos radioativos podem ser classificados de acordo com o nível de sua radia- Exemplos Destino Resíduos de hospitais, laboratórios, indústrias, centrais nucleares Enterrados em fossos Equipamentos, recipientes de materiais radioativos Armazenados em locais especiais Resíduos de combustíveis Depositados em tanques ou contêineres de aço, envoltos em concreto Tratamento e disposição de rejeitos radioativos Como qualquer lixo, o lixo atômico também necessita de cuidados especiais a fim de evitar danos ambientais. Se não tratados e armazenados adequadamente, os rejeitos ra- dioativos podem contaminar outros materiais que se tornam também lixo radioativo. Foi o que aconteceu em Goiânia (GO), em 1987, quando alguns gramas de césio-137 utilizados em um equipamento de raios X caíram em mãos erradas, causando mortes e contaminação de toneladas de diferentes materiais. Tais rejeitos são formados por resí- duos hospitalares, plantas, animais, objetos pessoais, material das construções etc. Ou C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 299 Tema em foco POLÍTICA ENERGÉTICA Ao longo desta unidade discutimos a problemática energética global que aponta a necessidade do uso racional dos recursos energéticos e a substituição daqueles que são potencialmente agressivos ao ambiente. Essas questões estão relacionadas à economia mundial e envolvem interesses de grandes potências que vêm gastando bilhões de dólares na busca desenfreada para manter garantidas suas necessidades do petróleo, principal fonte energética do mundo atual. Isso tem gerado crises entre diversos países. É necessário que a sociedade busque mudanças na matriz energética de forma a gerar menos conflitos e riscos am- bientais. Chamamos de matriz energética a quantidade de recursos energéticos oferecidos por um país ou uma região. A sociedade moderna é dependente de grande quantidade de energia. No entanto, a produção e o uso dessa energia estão associados a diversos riscos. Estudamos efeitos ambientais, potenciais e limitações de diferentes fontes de energia. O desafio é buscar as melhores opções, considerando os diversos aspectos, para suprir as necessidades de desenvolvimento de nosso país. A escolha das fontes de energia passa por opções individuais que adotamos em nosso dia a dia, mas passa tam- bém pelo debate político, tendo em vista o envolvimento de interesses de diferentes aspectos: políticos, econômicos, sociais, ambientais, tecnológicos etc. Três exemplos de usinas geradoras de eletricidade. No Brasil, temos os três tipos, sendo que a principal fonte energética advém das hidrelétricas, que utilizam a força das águas para gerar eletricidade. El et ro no rt e Di vu lg aç ão Ac er vo C N A A A É importante destacar que para a escolha de uma fonte energética é necessária uma análise global de vários as- pectos: ambiental, técnico, cultural, social, político e econômico. Por exemplo, na escolha de um combustível deve- se levar em conta suas propriedades físicas e químicas: volatilidade, eficiência energética, reatividade, custo, resíduos e impactos gerados etc. Nesse sentido, alguns combustíveis sólidos são difíceis de ser empregados no abastecimen- to em larga escala, dada a dificuldade de manipulação; já os combustíveis gasosos requerem o desenvolvimento de sistemas apropriados de armazenamento e transporte. Alguns combustíveis têm uma elevada eficiência energética, mas, por outro lado, os seus produtos são muito nocivos ao ambiente, outros são menos energéticos, mas menos agressivos. Em síntese, a decisão final dependerá da conjunção de todos esses fatores. Uma hidrelétrica não contribui para o efeito estu- fa, mas isso não a isenta de causar problemas ambien- tais. Para sua construção é necessário represar água utilizando grandes exten- sões de áreas, o que cau- sa impactos permanentes à fauna e à flora. Aparentemente um potencial cam- po de energia verde! No entan- to, para o processo de produção do etanol, muitas vezes, são feitas queimadas da folhagem da cana- de-açúcar. O combustível pode não ser tão poluente, mas o processo de fabricação gera nuvens de fuma- ça que intoxicam cidades inteiras, além de problemas socioambientais relacionados com seu cultivo. CS SC /C on só rc io S ão S al va do r C iv il A le xa nd re B el em /JC Im ag em Usina hidrelétrica. Usina termonuclear.Usina termelétrica de combustão. TTema em focoema em focoTema em focoTTema em focoTema em foco POLÍTICA ENERGÉTICA Ao longo desta unidade discutimos a problemática energética global que aponta a necessidade do uso racional dos recursos energéticos e a substituição daqueles que são potencialmente agressivos ao ambiente. Essas questões estão relacionadas à economia mundial e envolvem interesses de grandes potências que vêm gastando bilhões de dólares na busca desenfreada para manter garantidas suas necessidades do petróleo, principal fonte energética do mundo atual. Isso tem gerado crises entre diversos países. É necessário que a sociedade busque mudanças na matriz energética de forma a gerar menos conflitos e riscos am- bientais. Chamamos de matriz energética a quantidade de recursos energéticos oferecidos por um país ou uma região. A sociedade moderna é dependente de grande quantidade de energia. No entanto, a produção e o uso dessa energia estão associados a diversos riscos. Estudamos efeitos ambientais, potenciais e limitações de diferentes fontes de energia. O desafio é buscar as melhores opções, considerando os diversos aspectos, para suprir as necessidades de desenvolvimento de nosso país. A escolha das fontes de energia passa por opções individuais que adotamos em nosso dia a dia, mas passa tam- bém pelo debate político, tendo em vista o envolvimento de interesses de diferentes aspectos: políticos, econômicos, sociais, ambientais, tecnológicos etc. El et ro no rt e Ac er vo C N A A A 300 EN ER G IA N UC LE AR A matriz energética mundial está baseada principalmente na utilização do petróleo (veja gráfico ao lado). No entanto, o petróleo é matéria-prima para diversas indústrias e sua quei- ma significa a redução dessa matéria-prima, além de causar diversos problemas ambientais. Diante dessa problemática, o uso dessa fonte de energia precisa ser revisto, demandando investimentos em pesquisas tecnológicas para alterações na matriz energética, além de mudanças de hábitos dos consu- midores. Vejamos algumas informações importantes para nos auxiliar na definição de novos rumos. Potenciais e limitações das fontes de energia A escolha de fontes de energia a serem utilizadas é uma de- cisão estratégica e deve considerar diversos aspectos: tecnologia disponível, custo financeiro, custo social, autonomia para geração, impactos ambientais etc. Essa decisão não é tão simples e depende da combinação de diversas variáveis: custo, disponibilidade do recurso, quantidade de poluentes gerada, entre outras. Entre os fatores adotados na escolha da fonte de energia está a avaliação da eficiência na produção e do potencial energético de cada fonte. A eficiência relaciona-se à quantidade efetiva de energia que fica disponível para utilização, já que em todo processo há perdas. Quanto menores as perdas, maior será a eficiência. Já o potencial energético é a quan- tidade de energia produzida por uma unidade de referência. Por exemplo, o potencial energético mede a quantidade de energia gerada por massa ou volume do combustível (veja tabela abaixo). Oferta de energia no mundo em 2007, discriminada por setores Fonte: Química nova, vol. 32, n. 3, p. 757-767, 2009. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2012. PODER CALORÍFICO DE ALGUNS COMBUSTÍVEIS Combustível Calor produzido Combustível Calor produzido Lenha 10550 J/g Óleo diesel 44851 J/g Gás canalizado 17974 J/g Querosene 45144 J/g Metanol 22200 J/g Gasolina isenta de álcool 46900 J/g Álcool combustível 27200 J/g Gás liquefeito de petróleo (GLP) 49030 J/g Carvão metalúrgico 28424 J/g Butano 49324 J/g Etanol 29636 J/g Propano 49951 J/g Gasolina com 20% de álcool 40546 J/g Metano 53922 J/g Acetileno 40964 J/g Hidrogênio 120802 J/g Fonte: GRUPO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO QUÍMICA. Interações e transformações. São Paulo: Editora da USP, 1993. p. 214. Uma análise da tabela da página seguinte permite levantar refle- xões sobre razões que explicam a evolução da exploração das fontes de energia ao longo dos tempos. Quais são as fontes alter- nativas de energia elétrica para o futuro? He ly D em ut ti Com base na tabela da página seguinte, levante uma possível razão para explicar por que a lenha foi substituída pelo carvão e este subs- tituído por combustíveis derivados do petróleo. Que combustível deve substituir os derivados do petróleo? Por quê? Pense A análise apenas técnica do poder calorífico dos combustíveis não deve ser a determi- nante de seu uso. Porém, certamente essa análise é de grande importância para investi- mentos na utilização em larga escala. A matriz energética mundial está baseada principalmente na utilização do petróleo (veja gráfico ao lado). No entanto, o petróleo é matéria-prima para diversas indústrias e sua quei- ma significa a redução dessa matéria-prima, além de causar diversos problemas ambientais. Diante dessa problemática, o uso dessa fonte de energia precisa ser revisto, demandando investimentos em pesquisas tecnológicas para alterações na matriz energética, além de mudanças de hábitos dos consu- midores. Vejamos algumas informações importantes para nos A escolha de fontes de energia a serem utilizadas é uma de- cisão estratégica e deve considerar diversos aspectos: tecnologia disponível, custo financeiro, custo social, autonomia para geração, impactos ambientais etc. Essa decisão não é tão simples e depende da combinação de diversas variáveis: custo, disponibilidade do recurso, quantidade de poluentes gerada, entre outras. Entre os fatores adotados na escolha da fonte de energia está a avaliação da eficiência na produção e do potencial energético de cada fonte. A eficiência relaciona-se à quantidade efetiva de energia que fica disponível para utilização, já que em todo processo há perdas. Quanto menores as perdas, maior será a eficiência. Já o potencial energético é a quan- tidade de energia produzida por uma unidade de referência. Por exemplo, o potencial energético mede a quantidade de Oferta de energia no mundo em 2007, discriminada por setores Fonte: Química nova, vol. 32, n. 3, p. 757-767, 2009. Disponível em: DADOS GERAIS DOS PRINCIPAIS COMBUSTÍVEIS Fonte de energia Informações gerais sobre reservas, vantagens, desvantagens etc. Carvão mineral • primeiro combustível fóssil utilizado industrialmente; • combustível fóssil mais poluente; • grande abundância; • baixo custo; • pode ser convertido em combustíveis líquidos (gasóleo ou outros derivados do petróleo); • sustenta grande parte da produção industrial e de infraestrutura das cidades; • de uso restrito no Brasil, é amplamente utilizado no setor siderúrgico. Gás natural • é uma fonte energética abundante; • exige cuidados especiais na produção, distribuição e comercialização que dificultam seu uso mais amplo; • sua produção no Brasil em 2007 foi 50 milhões de m3/dia, onde é utilizado principalmente na indústria e na produção de energia; • também utilizado em veículos automotores. Petróleo • estima-se que as reservas mundiais disponíveis sejam de 1237,8 trilhões de barris; • no Brasil, o óleo diesel é o derivado do petróleo mais consumido, devido à opção pelo transporte rodo- viário de cargas; • descobertas recentes do pré-sal aumentaram as reservas brasileiras de petróleo; • a importância do petróleo como matéria-prima industrial torna necessária sua substituição fonte de energia; • o Brasil é um dos países que consomem mais petróleo do que produzem. Etanol • o etanol é o biocombustível mais utilizado no mundo; • o etanol pode ser produzido também a partir do milho (EUA); • o etanol brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar, tem menor custo de produção. Biodiesel • a produção do biodiesel tem grande papel social porque gera emprego e renda no campo; • o biodiesel pode ser produzido a partir de mamona e do dendê, entre outras culturas simples; • os subprodutos do biodiesel podem ser usados como nutrientes agrícolas; • o biodiesel é de mais fácil transporte e armazenamento por apresentar maior temperatura de fusão, ofere- cendo menor risco de explosão; • o biodiesel possui eficiência energética similar à do diesel; • o biodiesel emite menos partículas de carvão do que o diesel. Fonte: Química Nova, vol. 32, n. 3, p. 757-767, 2009. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2012. Para escolher o melhor combustível, além da eficiência energética é necessário analisar fatores econômicos e am- bientais relacionados às reações de combustão. Que fatores levaram o governo brasileiro a investir no uso do álcool combustível? Pense Veja mais dados que apontam possíveis razões para o uso de combustíveis. A disponibilidade de reservas de combustível é um fator importante na decisão sobre a opção tecnológica, mas o seu uso como fonte depende dessa decisão. O desenvolvimento de sistemas para exploração, transporte, armaze- namento e distribuição dos derivados de petróleo foram muito mais atrativos do que o desenvolvimento tecnológico de sistemas para o uso do gás natural. Essa opção feita pelos técnicos e investidores fez com que hoje uma grande quantidade de gases presentes em reservas de petróleo não seja aproveitada. DADOS GERAIS DOS PRINCIPAIS COMBUSTÍVEIS Fonte de energia Informações gerais sobre reservas, vantagens, desvantagens etc. Carvão mineral • primeiro combustível fóssil utilizado industrialmente; • combustível fóssil mais poluente; • grande abundância; • baixo custo; • pode ser convertido em combustíveis líquidos (gasóleo ou outros derivados do petróleo); • sustenta grande parte da produção industrial e de infraestrutura das cidades; • de uso restrito no Brasil, é amplamente utilizado no setor siderúrgico. Gás natural • é uma fonte energética abundante; • exige cuidados especiais na produção, distribuição e comercialização que dificultam seu uso mais amplo; • sua produção no Brasil em 2007 foi 50 milhões de m Veja mais dados que apontam possíveis razões para o uso de combustíveis. A disponibilidade de reservas de combustível é um fator importante na decisão sobre a opção tecnológica, mas o seu uso como fonte depende dessa decisão. O desenvolvimento de sistemas para exploração, transporte, armaze- namento e distribuição dos derivados de petróleo foram muito mais atrativos do que o desenvolvimento tecnológico de sistemas para o uso do gás natural. Essa opção feita pelos técnicos e investidores fez com que hoje uma grande quantidade de gases presentes em reservas de petróleo não seja aproveitada. 302 EN ER G IA N UC LE AR Tecnologia do desper- dício: se esses gases que estão sendo queimados fossem aproveitados, me- nos petróleo seria consu- mido e menos gases do efeito estufa seriam lan- çados na atmosfera. He ly D em ut ti Infelizmente, fatores técnicos e econômicos pesam muito mais na opção pela matriz energética do que fatores ambientais. Por isso, a decisão brasileira, apesar de ambiental- mente mais favorável, foi motivada principalmente pela crise do petróleo de 1973 e pela redução da exportação do açúcar. Frente à crise ambiental global, agora mais do que nunca, está na hora de atribuirmos o real valor aos fatores ambientais. Certamente, eles não serão os únicos. Como podemos contribuir para a diminuição do problema energético Quanto maior o desperdício de energia, maior é seu custo ambiental. Ao usar a ener- gia elétrica de maneira racional, você paga menos e ainda ajuda o país a preservar suas reservas ecológicas. Um dos segredos está no uso de equipamentos elétricos mais efi- cientes e econômicos. O gráfico ao lado mostra como é o consumo médio de energia elétrica em nossas residências. Consumo médio de energia elétrica em residências brasileiras Fonte: Adaptado de: . Acesso em: 27 nov. 2012. Como você pode perceber nesse gráfico, geladeira, chuveiro elétrico e lâmpadas são os maiores consumidores de energia elétrica nas residências. Muitas vezes, para diminuir o consumo, são necessárias revisões nas redes elétricas. Isso acontece principalmente quando essas redes são antigas ou foram construídas sem planejamento adequado. Outra forma de diminuir o gasto de energia elétrica é utilizar os aparelhos de forma mais racional. O Brasil no contexto energético mundial O Brasil é um país com recursos naturais abundantes. Paradoxalmente, dada nossa dependência comercial e tecnológica adotamos uma política energética, em parte, ba- seada no uso do petróleo. Porém, esse panorama não se assemelha demasiadamente com os demais países, porque possuímos características ambientais favoráveis à uti- lização de variadas fontes de energia. Temos uma situação muito favorável para ge- ração de energia elétrica por meio de diversas fontes de energia renovável. Compare os gráficos a seguir. Infelizmente, fatores técnicos e econômicos pesam muito mais na opção pela matriz energética do que fatores ambientais. Por isso, a decisão brasileira, apesar de ambiental- mente mais favorável, foi motivada principalmente pela crise do petróleo de 1973 e pela Frente à crise ambiental global, agora mais do que nunca, está na hora de atribuirmos o real valor aos fatores ambientais. Certamente, eles não serão os únicos. Como podemos contribuir para a diminuição Quanto maior o desperdício de energia, maior é seu custo ambiental. Ao usar a ener- gia elétrica de maneira racional, você paga menos e ainda ajuda o país a preservar suas reservas ecológicas. Um dos segredos está no uso de equipamentos elétricos mais efi- O gráfico ao lado mostra como é o consumo médio de energia elétrica em nossas Consumo médio de energia elétrica em residências brasileiras C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 303 He ly D em ut ti C A P ÍTU LO 2 4 5 6 8 Uma comparação entre a oferta de energia elétrica no Brasil (A) e no mundo (B), no ano de 2007 Percebe-se, assim, que no contexto geral o Brasil tem se destacado quanto à busca de uma matriz energética baseada em fontes renováveis. Em 2007, cerca de 46% da energia consumida eram originários de fontes renováveis, enquanto a média mundial era apenas de 12% (vide tabela abaixo). Essa distribuição foi favorecida graças a variados fatores que, ao longo do tempo, se acertaram, como por exemplo o uso do álcool como combustível. Na tentativa de aliviar tensões do setor produtor de açúcar e contornar a crise do petróleo, o governo incentivou o programa Proálcool, que de lá para cá, entre erros e acer- tos, tem hoje papel de destaque na economia do país, dado o desenvolvimento tecnológico ocorrido ao longo do tempo. Na onda de busca de fontes renováveis de energia, dados os danos ambientais causados pelo aquecimento global e as mu- danças climáticas, a matriz energética brasileira apresenta larga vantagem. Porém, ainda é necessário diversificar as fontes para que possamos minimizar as chances de um novo racionamento de energia no país, semelhante ao que ocorreu em junho de 2001. COMPARAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE DIVERSAS FONTES DE ENERGIA: BRASIL, OS PAÍSES DA OCDE* E MUNDO Fonte Brasil OCDE Mundo Petróleo (%) 37,4 40,6 35,0 Biomassa (%) 31,1 4,2 10,5 Hidráulica (%) 14,9 2,0 2,2 Carvão mineral (%) 6,0 20,4 25,3 Gás natural (%) 9,3 21,8 20,7 Urânio (%) 1,4 11,0 6,3 Milhões de tep** 226,1 5506 11435 Renováveis (%) 45,1 6,2 12,7 *OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, constituída por 30 países. ** tep – tonelada equivalente de petróleo. Fonte: Balanço Energético Nacional 2007. Fonte: Química Nova, vol. 32, n. 3, p. 757-767, 2009. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2012. Atitude sustentável Como reduzir o consumo de energia elétrica b Geladeira: evite abrir a porta desnecessariamente; não for- re as prateleiras da geladeira com plásticos ou vidros; faça o degelo periodicamente; no inverno, diminua a regulagem da temperatura; mantenha limpa e desobstruída a parte tra- seira do aparelho. b Chuveiro elétrico: evite banhos quentes demorados; uti- lize a posição “inverno” somente em dias frios, já que na posição "verão" consome 40% menos; não lave o banheiro com água quente. b Iluminação: evite acender lâmpadas durante o dia, apro- veitando a iluminação natural; dê preferência às lâmpadas fluorescentes, pois consomem menos energia; apague sempre as luzes dos ambientes desocupados. b Televisor, aparelho de som, computador e outros: mantenha ligado somente o aparelho que você está utilizando; evite dormir ou deixar aparelhos ligados desnecessariamente. b Ferro elétrico: acumule boa quantidade de roupa e passe tudo de uma vez; use o aquecimento indicado para cada tipo de tecido; desligue o ferro quando ele não estiver em uso, mesmo que por intervalos curtos. b Condicionador de ar e aquecedores: mantenha as por- tas e janelas fechadas ao usar o condicionador de ar ou aquecedor; desligue o aparelho se não for ficar ninguém no ambiente. Atitude sustentávelAtitude sustentável Como reduzir o consumo de energia elétrica Uma comparação entre a oferta de energia elétrica no Brasil (A) e no mundo (B), no ano de 2007 COMPARAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE DIVERSAS FONTES DE ENERGIA: BRASIL, OS PAÍSES DA OCDE* E MUNDO Fonte Brasil Petróleo (%) 37,4 Biomassa (%) 31,1 Hidráulica (%) 14,9 Carvão mineral (%) 6,0 Gás natural (%) 9,3 Urânio (%) 1,4 Milhões de tep** 226,1 Renováveis (%) 45,1 *OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, constituída por 30 países. ** tep – tonelada equivalente de petróleo. Fonte: Balanço Energético Nacional 2007. 304 EN ER G IA N UC LE AR b Função stand-by: desligue os aparelhos completamente, evitando a função stand-by, em que há consumo de energia. b Elevador: não use elevador para subir um andar ou descer dois; não chame dois elevadores ao mesmo tempo, chame apenas o que estiver mais próximo de seu andar. Adaptado de: . Acesso em: 27 nov. 2012. Como reduzir o consumo global de energia Não só a redução de consumo de energia elétrica é importante, mas também a redução do consumo de qualquer forma de energia, pois qualquer que seja a fonte energética, sua economia favorecerá o ambiente. Assim, lembre-se: b Ande a pé: não use automóvel para per- correr pequenas distâncias. Andar a pé é mais saudável e evita a queima de com- bustíveis fósseis. b Prefira transporte coletivo: em mui- tas cidades é mais rápido e barato se lo- comover por meio de transporte coletivo do que de automóvel. b Use transporte solidário: o revezamen- to de veículos entre motoristas que têm tra- jetos muito parecidos permite economizar combustível e manutenção dos veículos. Ilu st ra çõ es : A M j S tu di o b Use bicicleta: em muitas cidades, a bi- cicleta pode ser um meio de transporte mais rápido e muito mais econômico do que os veículos. b Reduza o consumo de gás de cozi- nha: não deixe o fogo ligado mais do que o tempo necessário para cozinhar os alimentos, abaixe o fogo sempre que a água estiver fervendo, use tampas para acelerar o aquecimento da panela. b Economize combustível do automóvel: não o deixe ligado sem necessidade, man- tenha-o regulado, considere o consumo de combustível quando for adquirir um veículo. b Economize pilhas: prefira pilhas recar- regáveis. Não deixe pilhas dentro de equi- pamentos que não estão em uso. Debata e entenda 1. De acordo com o texto, por que o petróleo vem sendo mais usado do que os demais combustíveis? 2. Ao se procurar uma nova fonte de energia, que fatores devem ser analisados? 3. Analise a tabela do poder calorífico dos combustíveis na página 301 para responder: se precisarmos de certa quan- tidade de energia, a partir da queima da menor massa possível, qual seria o combustível mais indicado? 4. Com base nessa mesma tabela, coloque em ordem crescente de rendimento em quantidade de energia por gra- ma de combustível, considerando a mesma massa, os seguintes combustíveis: gasolina, GLP, álcool e hidrogênio. 5. Debata com seus colegas sobre as possíveis razões por que nem sem- pre os combustíveis com maior poder calorífico são os mais utilizados. 6. Debata sobre as vantagens e desvantagens de cada fonte de energia. 7. O gráfico ao lado do consumo brasileiro de derivados de petróleo mos- tra que o derivado mais consumido é o óleo diesel, que movimenta caminhões, ônibus e tratores. Que alternativas o Brasil teria para re- duzir o consumo desse combustível? 8. Pesquise sobre problemas enfrentados no Brasil com o uso intensivo de energia hidráulica. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. Fonte: Química Nova, vol. 32, n. 3, p. 757-767, 2009. Disponível em: . Acesso em: 27 nov. 2012. 8% GLP 39% óleo diesel 9% nafta 8% óleo combustível 20% outras 16% gasolina : desligue os aparelhos completamente, evitando a função stand-by, em que há consumo de energia.stand-by, em que há consumo de energia.stand-by, : não use elevador para subir um andar ou descer dois; não chame dois elevadores ao mesmo tempo, chame apenas Como reduzir o consumo global de energia Não só a redução de consumo de energia elétrica é importante, mas também a redução do consumo de qualquer forma de energia, pois qualquer que seja a fonte energética, sua economia favorecerá o ambiente. Assim, lembre-se: Prefira transporte coletivo: em mui- tas cidades é mais rápido e barato se lo- comover por meio de transporte coletivo do que de automóvel. b Use transporte solidário: o revezamen- to de veículos entre motoristas que têm tra- jetos muito parecidos permite economizar combustível e manutenção dos veículos. Ilu st ra çõ es : A M j S tu di o b Reduza o consumo de gás de cozi- nha: não deixe o fogo ligado mais do que o tempo necessário para cozinhar os alimentos, abaixe o fogo sempre que a água estiver fervendo, use tampas para acelerar o aquecimento da panela. Economize combustível do automóvel: não o deixe ligado sem necessidade, man- tenha-o regulado, considere o consumo de combustível quando for adquirir um veículo. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 305 A catástrofe de Cher- nobyl lançou na atmosfe- ra uma quantidade de ra- diação centenas de vezes maior do que em Hiroshi- ma. Há grande divergên- cia quanto à quantidade de pessoas afetadas direta ou indiretamente. Só ficou um consenso: manipular material radioativo é pior do que brincar com fogo. 10 ACIDENTES DE USINAS NUCLEARES E ACIDENTES RADIOATIVOS Chernobyl Em abril de 1986, a usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, ex-república da então União Soviética, operava com quatro reatores capazes de gerar cerca de 9% da potência de todo o parque elétrico brasileiro da época. Antes de desligá-la para manutenção pre- ventiva, no dia 25, pretendia-se testar um novo mecanismo de emergência. Iniciado o teste, o sistema de resfriamento de emergência foi desligado, mas o reator conti- nuou em funcionamento. Como o teste não estava previsto pelo sistema automático de controle, houve um desequilíbrio no sistema de vapor, provocando vibrações e geração adicional de calor que dispararam os alarmes, indicando a necessidade de desligamento imediato do reator. Em vez de tomar essa providência, o operador, imaginando que isso fazia parte dos testes e estava sob controle, desligou o sistema de alarme. A experiência continuou por 24 horas. Com isso, foram fechadas as válvulas que controlavam o fluxo de vapor para o gerador e desligou-se o sistema de proteção, que entra automaticamente em operação quando o gerador funciona em condições irregulares. Posteriormente, foi dada a ordem de introdu- ção de todas as barras de controle e bloqueio, mas elas ficaram bloqueadas no meio do caminho. Houve uma grande explosão, seguida de outras. O resultado foi a destruição parcial do núcleo do reator e a destruição to- tal do sistema de resfriamento, liberando diversos produtos voláteis. Durante o controle dos incêndios, os bombeiros receberam altas doses de radiações. Além das 31 vítimas fatais, foram hospitalizadas outras 132. No dia seguinte, a população da cidade de Chernobyl acordou com uma terrível notícia: o reator 4 da usina nuclear havia explodido. O acidente causou a morte de milhares de pessoas (são estimadas 28 mil), deixando muitas outras sofrendo graves consequências ocasio- nadas pelos efeitos da exposição à alta taxa de radiação. Muitas pessoas morreram imediatamente após o acidente. Outras morreram dias depois, em consequência da intensa exposição. Muitas crianças e adultos con- traíram leucemia, após lesões na medula óssea. Mulheres grávidas de até quatro meses tiveram filhos apresentando malformação genética. Fukushima Em 11 de março de 2011, Fukushima substituiu Chernobyl como sinônimo de acidente nuclear. Chernobyl e Fukushima possuíam reatores com tecnologia completamente dife- rente, mas passaram por acidentes de mesmo nível de gravidade. O acidente ocorrido na usina nuclear de Fukushima, no Japão, foi consequência de uma série de falhas na Central Nuclear de Fukushima I quando foi atingida por um tsunami causado por um terremoto de intensidade 8,9 na escala Richter. Os mecanismos de defesa construídos para evitar esse tipo de catástrofe não foram suficientes, deixando vazar radiação para o ambiente. Na ocasião, dos seis reatores da usina, três estavam em operação e os outros fechados para manutenção. Uma onda do tsunami de aproximadamente 14 metros ultrapassou facilmente a barreira de proteção, constituída por um muro de quase seis metros de altura. Após o tsunami, os reatores em operação foram desligados automaticamente, mas o sistema de refrigeração pr ip ya t1 98 6. or g. ua Cidade de Chernobyl, 2009. 10 ACIDENTES DE USINAS NUCLEARES E ACIDENTES RADIOATIVOS Chernobyl Em abril de 1986, a usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, ex-república da então União Soviética, operava com quatro reatores capazes de gerar cerca de 9% da potência de todo o parque elétrico brasileiro da época. Antes de desligá-la para manutenção pre- ventiva, no dia 25, pretendia-se testar um novo mecanismo de emergência. Iniciado o teste, o sistema de resfriamento de emergência foi desligado, mas o reator conti- nuou em funcionamento. Como o teste não estava previsto pelo sistema automático de controle, houve um desequilíbrio no sistema de vapor, provocando vibrações e geração adicional de calor que dispararam os alarmes, indicando a necessidade de desligamento imediato do reator. Em vez de tomar essa providência, o operador, imaginando que isso fazia parte dos testes e estava A catástrofe de Cher- nobyl lançou na atmosfe- ra uma quantidade de ra- diação centenas de vezes maior do que em Hiroshi- ma. Há grande divergên- cia quanto à quantidade de pessoas afetadas direta ou indiretamente. Só ficou um consenso: manipular material radioativo é pior sob controle, desligou o sistema de alarme. A experiência continuou por 24 horas. Com isso, foram fechadas as válvulas que controlavam o fluxo de vapor para o gerador e desligou-se o sistema de proteção, que entra automaticamente em operação quando o gerador funciona em condições irregulares. Posteriormente, foi dada a ordem de introdu- ção de todas as barras de controle e bloqueio, mas elas ficaram bloqueadas no meio do 306 EN ER G IA N UC LE AR não foi suficiente para resfriá-los adequadamente, causando aumento da temperatura. O su- peraquecimento levou à fusão do núcleo dos reatores, ocasionando explosões que danifica- ram a capa protetora de metal que protege as barras de combustível nuclear nos reatores. Com a proteção danificada, ocorreu o vazamento de radiação em níveis perigosos, con- taminando cerca de 150 mil quilômetros quadrados e obrigando cerca de 200 mil pessoas a abandonarem a região. Cerca de um mês depois as partes não danificadas voltaram a funcionar, enquanto as demais permanecem inoperantes. Inicialmente, considerou-se que o acidente de Fukushima liberou cerca de 10% da ra- diação liberada em Chernobyl. Porém, avaliações posteriores levaram à afirmação de que “Fukushima é uma Chernobyl em câmara lenta”. Os seis reatores de Fukushima acumulam muito mais combustível nuclear (1,8 mil toneladas) do que tinha em Chernobyl (180 tone- ladas). Esse combustível ainda está nos reatores e vaza pouco a pouco, podendo chegar muito longe. Se não for contido a tempo, vai exceder os níveis de Chernobyl. Diferentemente do que ocorreu na Ucrânia, o acidente no Japão não foi ocasionado diretamente por erro humano, o que enfoca o problema em uma perspectiva diferente. E tam- bém não foi o primeiro a ser provocado por um fenômeno da natureza. Em 2007, em Kashiwazaki, também no Japão, um terremoto de 6,8 na escala Richter abalou o prédio da usina e provocou incêndio. Nesse caso, apesar do sistema de segurança, também houve vazamento de água contaminada por material radioativo. Depois do desastre de Kashiwazaki, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sugeriu que se reavaliassem hipóteses de terremotos e sua con- sequência para os prédios das usinas nucleares. Considerando o ocorrido em 2011, algumas questões podem ser levantadas hoje: Essas recomendações foram acatadas em Fukushima? Seria possível, assim, classificar o acidente no Japão como erro humano? Em Angra I e II, no Brasil existem adaptações que previnem acidentes causados por terremotos? A vantagem que se tem hoje em relação ao que aconteceu na Ucrânia é o fato de apro- veitamos as experiências do passado. Há 25 anos, não houve advertências da contamina- ção dos alimentos. Estima-se que ocorreram mais de seis mil casos de câncer na tireoide de crianças em Chernobyl devido ao consumo de leite contaminado. No Japão, após o aci- dente, os alimentos foram descartados com severas restrições de consumo. Estima-se que a desativação completa da usina vai levar em torno de 40 anos. Novamente o mundo se vê diante do dilema sobre o uso da energia nuclear para pro- dução de energia. O acidente de Fukushima reacendeu o debate sobre o uso da energia nuclear como provedora da eletri- cidade na sociedade mo- derna. Alguns cientistas afirmam que esse tipo de fonte é vulnerável, porém ainda é inevitável para a produção de energia em muitos lugares do mundo. Você acredita nisto? Compare os argumentos do primeiro texto que considera a energia nuclear limpa com as questões de segurança relati- vas aos acidentes de Chernobyl e Fukushima. A energia nuclear deve ser usada ou não para produção de energia elétrica? Pense Goiânia Em 13 de setembro de 1987, Roberto e Wagner foram protagonistas de uma triste his- tória que combinou radioatividade e falta de informação. Na busca de ferro-velho para ven- der, eles encontraram um bloco metálico pesando aproximadamente 100 kg em um prédio abandonado de um antigo hospital. Esse bloco era na realidade uma fonte radioativa con- tendo cloreto de césio-137 (CsCl). Sem saber do que se tratava, e vítimas do descaso dos responsáveis legais que deveriam ter dado tratamento adequado ao aparelho, levaram o Ky od o/ Re ut er s/ La tin st oc k Usina de Fukushima, data, 2012. não foi suficiente para resfriá-los adequadamente, causando aumento da temperatura. O su- peraquecimento levou à fusão do núcleo dos reatores, ocasionando explosões que danifica- ram a capa protetora de metal que protege as barras de combustível nuclear nos reatores. Com a proteção danificada, ocorreu o vazamento de radiação em níveis perigosos, con- taminando cerca de 150 mil quilômetros quadrados e obrigando cerca de 200 mil pessoas a abandonarem a região. Cerca de um mês depois as partes não danificadas voltaram a funcionar, enquanto as demais permanecem inoperantes. Inicialmente, considerou-se que o acidente de Fukushima liberou cerca de 10% da ra- diação liberada em Chernobyl. Porém, avaliações posteriores levaram à afirmação de que “Fukushima é uma Chernobyl em câmara lenta”. Os seis reatores de Fukushima acumulam muito mais combustível nuclear (1,8 mil toneladas) do que tinha em Chernobyl (180 tone- ladas). Esse combustível ainda está nos reatores e vaza pouco a pouco, podendo chegar muito longe. Se não for contido a Diferentemente do que ocorreu na Ucrânia, o acidente no Japão não foi ocasionado diretamente por erro humano, o que enfoca o problema em uma perspectiva diferente. E tam- bém não foi o primeiro a ser provocado por um fenômeno da natureza. Em 2007, em Kashiwazaki, também no Japão, um terremoto de 6,8 na escala Richter abalou o prédio da usina e provocou incêndio. Nesse caso, apesar do sistema de segurança, também houve vazamento de água contaminada O acidente de Fukushima reacendeu o debate sobre o uso da energia nuclear como provedora da eletri- cidade na sociedade mo- derna. Alguns cientistas afirmam que esse tipo de fonte é vulnerável, porém ainda é inevitável para a produção de energia em muitos lugares do mundo. Você acredita nisto? Ky od o/ Re ut er s/ La tin st oc k C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 307 No acidente de Goiânia, toneladas de lixo ra- dioativo foram recolhidas e acondicionadas para ar- mazenamento (nov. 1987). Lo ris vl al do d e Pa ul o/ A E A responsabilidade de des- carte de um aparelho de radioterapia é do opera- dor que fez seu registro, ou seja, do instituto que fazia seu uso. O que fazia uma cápsula de césio-137 em um hospital abandonado? M ax in e Hi ck s/ Th e N ew Y or k Ti m es bloco para casa e o abriram. Nele encontraram uma cápsula con- tendo quase 20 g do referido sal radioativo: um pó branco que, no escuro, brilhava, emitindo uma luz de coloração azulada. Daí em diante o processo de contaminação se procedeu em grande escala. Contaminação radioativa significa, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a existência de material radiotivo em lugares onde não deveria estar presente. Esse pro- cesso de contaminação em Goiânia aconteceu de várias manei- ras. Após abrirem a fonte, encantados com o “pozinho branco que brilhava no escuro”, o distribuíram entre os vizinhos, entre os quais algumas crianças. O material que servia de blindagem fora vendido ao ferro-velho do sr. Devair que, também encantado com o brilho do pó, levou para casa e o distribuiu a outras pessoas. Maravilhados, adultos e crianças manipularam o material, que foi considerado “sobrenatural”. Dias depois, as pessoas começaram a passar mal, apresentando náusea, vômito, ton- tura e diarreia. Em farmácias e hospitais foram tratadas como portadoras de doenças infectocontagiosas. Duas semanas depois, assustada com o surto de doentes, Maria Gabriela, esposa de Devair, pegou um ônibus e levou o pó ao Centro de Vigilância Sanitária, dizendo: “Meu povo está morrendo”. O médico do centro, após vários diagnósticos, solicitou a presença de um físico, desconfiado de que o caso fosse de contaminação por uma fonte radioativa. A CNEN foi acionada e o processo de investigação e de descontaminação das pessoas e dos locais contaminados teve início. O bloco metálico pertencia a um aparelho de radioterapia, cujo uso, manutenção e guarda são sujeitos a rigoroso controle. No entanto, encontrava-se abandonado entre ou- tros materiais hospitalares. Quatro pessoas morreram: Maria Gabriela; Leide, sua sobrinha de 6 anos; Israel; e Admilson – estes dois eram funcionários do ferro-velho. Anos depois, mais três víti- mas fatais, entre elas Devair. Mais de 250 pessoas foram contaminadas, apresentan- do queimaduras e outros sintomas. Aves, porcos, cães e coelhos expostos à radiação foram sacrificados. A vegetação do local foi removida e a terra, revolvida. O processo de descontamina- ção durou mais de dois meses, envolvendo 720 profissionais e gerando mais de 6000 toneladas de resíduos contaminados. A legislação atribui esse controle à CNEN. A omissão das autoridades, por não saberem o que fazer, levou ao aumento do número inicial de vítimas. O acidente causou um sério golpe à economia de Goiânia. Produtos do estado foram boicotados; o turismo despencou a quase zero; carros de Goiânia foram apedrejados em São Paulo; índios caiapós protestaram para defender suas terras de possíveis contaminações. Esse é um dos motivos pelos quais é fundamental que as pessoas tenham conhecimentos básicos sobre o que as cerca. A informação é a melhor forma de prevenção de acidentes. Sob este contexto, é importante entender dois conceitos: a já comentada contami- nação radioativa e a irradiação. A primeira é caracterizada pela presença indesejável de um material radioativo em um determinado local onde não deveria estar. A segunda, a irradiação, é definida como sendo a exposição de um objeto ou corpo à radiação. Essa irradiação pode acontecer a alguma distância do corpo, como geralmente é feita em pro- cessos médicos, da radioterapia para o tratamento do câncer, por exemplo. É importante saber que irradiar não significa contaminar! Se um corpo sofre irradiação ele não ficará radioativo. Porém, se um local está contaminado, ele vai irradiar, até que o contaminante (material radioativo indesejável) seja retirado do local. Lo ris vl al do d e Pa ul o/ A E A responsabilidade de des- carte de um aparelho de radioterapia é do opera- dor que fez seu registro, ou seja, do instituto que fazia seu uso. O que fazia uma cápsula de césio-137 em um hospital abandonado? M ax in e Hi ck s/ Th e N ew Y or k Ti m es bloco para casa e o abriram. Nele encontraram uma cápsula con- tendo quase 20 g do referido sal radioativo: um pó branco que, no escuro, brilhava, emitindo uma luz de coloração azulada. Daí em diante o processo de contaminação se procedeu em grande escala. Contaminação radioativa significa, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a existência de material radiotivo em lugares onde não deveria estar presente. Esse pro- cesso de contaminação em Goiânia aconteceu de várias manei- ras. Após abrirem a fonte, encantados com o “pozinho branco que brilhava no escuro”, o distribuíram entre os vizinhos, entre os quais algumas crianças. O material que servia de blindagem fora vendido ao ferro-velho do sr. Devair que, também encantado com o brilho do pó, levou para casa e o distribuiu a outras pessoas. Maravilhados, adultos e crianças manipularam o material, que foi considerado “sobrenatural”. Dias depois, as pessoas começaram a passar mal, apresentando náusea, vômito, ton- tura e diarreia. Em farmácias e hospitais foram tratadas como portadoras de doenças infectocontagiosas. Duas semanas depois, assustada com o surto de doentes, Maria Gabriela, esposa de Devair, pegou um ônibus e levou o pó ao Centro de Vigilância Sanitária, dizendo: “Meu povo está morrendo”. O médico do centro, após vários diagnósticos, solicitou a presença de um físico, desconfiado de que o caso fosse de contaminação por uma fonte 308 EN ER G IA N UC LE AR 11 BOMBAS ATÔMICAS Na Pré-História tribos, guerreavam entre si por diferentes motivos. Infelizmente, o sentimento de domínio de um povo sobre o outro permanece até os dias atuais. Com o desenvolvimento da tecnologia, mudaram apenas os métodos. Inicialmente, as batalhas eram corpo a corpo, depois vieram as espadas com o domínio da metalurgia; posteriormente vieram as armas de fogo com a descoberta da pólvora; e assim prosseguiu, até chegarem as bombas atômicas. A explosão de uma bomba nu- clear apresenta um formato de cogume- lo que espalha con- sigo uma devasta- dora quantidade de energia. Essa é uma imagem que jamais deveríamos ter visto. N at io na l N uc le ar S ec ur ity A dm in is tr at io n/ N ev ad a A cidade de Hiroshi- ma, assim como Nagasaki (Japão), foi praticamente destruída ao ser atingida por uma bomba atômica. Co rb is No final da Segunda Guerra Mundial, foram lançadas duas bombas atômicas. O grande físico alemão Albert Einstein [1879-1955] disse que não sabia como seria a Terceira Guerra Mundial, mas sabia como seria a quarta: com paus e pedras. Ou seja, o homem possui tecnologia para destruir praticamente toda a vida do planeta. Até hoje se discute a razão que levou os Estados Unidos a lançar as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, pois a guerra estava praticamente terminada após a invasão na Alemanha. Tudo indica que o principal motivo era demonstrar ao mundo o poderio militar que os Estados Unidos tinham conquistado e impor assim uma supremacia sobre os demais países, como de fato ocorreu após a Segunda Guerra. A história teve início com o projeto Manhattan que levou à fabricação das bombas Litte Boy e Fat Man, com energia equivalente a 20 mil toneladas de TNT, as quais foram lançadas sobre as cidades japonesas. No dia 6 de agosto de 1945, às oito horas e quinze minutos, foi lançada sobre a cida- de de Hiroshima a primeira bomba atômica. Ela foi lançada no centro da cidade e destruiu todas as casas em um raio de aproximadamente dois quilômetros. A temperatura chegou perto de 5,5 milhões de graus centígrados e, menos de uma hora depois da explosão, mais de 60 mil pessoas haviam morrido, quase ninguém sobreviveu em um raio de aproximada- mente 800 metros. Seu efeito imediato foi a morte de milhares de pessoas devido à grande temperatura e ao aumento da pressão causados pelo violento deslocamento de ar. Milhares de outras pessoas morreram posteriormente, ao sofrerem os efeitos da radiação, que levou ao aparecimento de doenças, como o câncer e as mutações genéticas. Três dias após a explosão em Hiroshima, uma bomba similar foi lançada sobre a cidade de Nagasaki. O número estimado de vítimas dessas duas explosões foi mais de 200 mil pessoas. As bombas atômicas são poderosas armas de grande destruição que usam a fissão nuclear. A reação em cadeia que ocorre é semelhante à que ocorre em uma usina nuclear para a geração de eletricidade, a diferença está na finalidade e na composição do combus- tível. Enquanto na usina se usa urânio enriquecido ou concentrado a cerca de 3% como combustível, na bomba atômica ele é enriquecimento à faixa de 90%. Na Pré-História tribos, guerreavam entre si por diferentes motivos. Infelizmente, o sentimento de domínio de um povo sobre o outro permanece até os dias atuais. Com o desenvolvimento da tecnologia, mudaram apenas os métodos. Inicialmente, as batalhas eram corpo a corpo, depois vieram as espadas com o domínio da metalurgia; posteriormente vieram as armas de fogo com a descoberta da pólvora; e assim prosseguiu, até chegarem as bombas atômicas. A cidade de Hiroshi- Co rb is No final da Segunda Guerra Mundial, foram lançadas duas bombas atômicas. O grande C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 309 O urânio-235 é um nuclídeo físsil usado em reações nucleares em cadeia. Os átomos desse isótopo são instáveis e por isso sofrem desitegração com facilidade. Para que ocorra a explosão nuclear, preparara-se um material contendo urânio-235 enriquecido em uma quantidade correspondente à massa crítica: massa necessária para que a reação em ca- deia tenha continuidade e se processe instantaneamente. Essa massa é alcançada com um material enriquecido, mais ou menos do tamanho de uma laranja. Diferentemente do funcionamento do reator em uma usina nuclear, onde existe o con- trole da fissão, na reação em cadeia que acontece na bomba não existe controle. Cada vez que um átomo se desintegra, libera nêutrons que desintegram outros em uma reação não controlada que prosegue indefinidamente. Resultado: em fração de segundos quase todos os átomos de urânio presentes na massa crítica se desintegram quase simultaneamente, li- berando uma enorme quantidade de energia! Porém, a bomba atômica não é a arma mais poderosa. Existe uma outra que também usa reações nucleares como fonte de energia: a bomba de hidrogênio. Também co- nhecida como bomba de fusão, ela usa a fusão nuclear como princípio de funcionamento. A bomba de hidrogênio também é proveniente das pesquisas feitas para a bomba atô- mica. Edward Teller [1908-2003], húngaro, mesmo sob protestos do físico Fermi e de outros colegas, recebeu a incumbência de chefiar o desenvolvimento da bomba de fusão de hidro- gênio. Esta tecnologia usa a bomba de fissão como gatilho para iniciar uma colisão de deu- tério com o trítio, isótopos do hidrogênio. Veja que nesse caso o que se propõe é a fusão do núcleo desses átomos para formar átomos de hélio, liberando enorme quantidade de energia. O resultado dessas pesquisas deram origem à bomba de hidrogênio, a Mike, que foi testada em 1952, cuja capacidade de detonação era de 10,4 megatoneladas de TNT. Isso equivaleu a uma explosão 750 vezes superior às primeiras bombas atômicas. O que seria su- ficiente para destruir por completo uma cidade grande! No entanto, essa bomba era muito grande e por isso não foi considerada um artefato prático para ser usado em uma guerra. Porém, seu desenvolvimento foi estrategicamente importante como propaganda do poderio bélico dos americanos no período da Guerra Fria, período histórico do Pós-Guerra. Até os dias de hoje não se tem conhecimento que uma outra bomba dessas tenha sido construída. Mas não pense que, mesmo depois de conhecer o poderio de uma arma dessas, a fabricação de bombas foi cancelada. Em 1961, a Rússia desenvolveu a mais poderosa bomba já concebida, a Tsar, sua força era de 57 megatons. O que corresponde a uma capacidade de destruição equivalente a dez vezes mais que a de todos os explosivos usados na Segunda Guerra Mundial! Infelizmente, até hoje, não é possível controlar a fusão nuclear para utilização pacífica, assim como é feito com a fissão nos reatores nucleares. O fato é que ainda é impossível controlar as altíssimas tempe- raturas do processo, que giram em torno de 100 milhões de graus Celsius. O que nos parece que, na verdade, o mais difícil de se controlar é a insanidade humana de desenvolver tais artefatos mortíferos, em vez de controlar seus investimentos em prol do desenvolvimento que preserve a vida. Ts uk io ka Y ou ic hi /A m an ai m ag es /C or bi s A cidade de Hiroshima cresceu ao redor de um castelo medieval do século XVI e foi destruída por uma bomba atômica em 6 de agosto de 1945. Reergueu-se e tornou- se uma grande cidade com uma população próxima de dois milhões de habitantes. Não há guerra que destrua o sonho da humanidade em reconstruir a vida. Hiroshima e Nagasaki: era necessário? Pense O urânio-235 é um nuclídeo físsil usado em reações nucleares em cadeia. Os átomos desse isótopo são instáveis e por isso sofrem desitegração com facilidade. Para que ocorra a explosão nuclear, preparara-se um material contendo urânio-235 enriquecido em uma quantidade correspondente à massa crítica: massa necessária para que a reação em ca- deia tenha continuidade e se processe instantaneamente. Essa massa é alcançada com um material enriquecido, mais ou menos do tamanho de uma laranja. Diferentemente do funcionamento do reator em uma usina nuclear, onde existe o con- trole da fissão, na reação em cadeia que acontece na bomba não existe controle. Cada vez que um átomo se desintegra, libera nêutrons que desintegram outros em uma reação não controlada que prosegue indefinidamente. Resultado: em fração de segundos quase todos os átomos de urânio presentes na massa crítica se desintegram quase simultaneamente, li- berando uma enorme quantidade de energia! Porém, a bomba atômica não é a arma mais poderosa. Existe uma outra que também usa reações nucleares como fonte de energia: a nhecida como bomba de fusão, ela usa a fusão nuclear como princípio de funcionamento. A bomba de hidrogênio também é proveniente das pesquisas feitas para a bomba atô- mica. Edward Teller [1908-2003], húngaro, mesmo sob protestos do físico Fermi e de outros colegas, recebeu a incumbência de chefiar o desenvolvimento da gênio. Esta tecnologia usa a bomba de fissão como gatilho para iniciar uma colisão de deu- tério com o trítio, isótopos do hidrogênio. Veja que nesse caso o que se propõe é a fusão do núcleo desses átomos para formar átomos de hélio, liberando enorme quantidade de energia. 310 EN ER G IA N UC LE AR Exercícios 1. Como varia o efeito da radiação nuclear nos orga nismos vivos? 2. Qual é o maior risco da radiação para os seres vivos? 3. Um dos grandes interesses dos cientistas é determinar, sem possibilidade de errar, a idade geológica da Terra. Explique como esse dado foi estimado com base no fenômeno da radioatividade. 4. Como a Química Nuclear é utilizada no diagnóstico de doenças? Quais são os recursos mais usados atualmente? 5. Explique o princípio da radioterapia no tratamento do câncer. 6. Os isótopos radioativos estão espalhados por todo o planeta. Cite as principais fontes de radiação a que estamos expostos. 7. Analise as afirmações abaixo indicando a incorreta: a) O raio beta apresenta o maior poder de penetração entre todos os raios emitidos pelo núcleo de um átomo. b) É necessária uma temperatura muito elevada para se iniciar reações de fusão nuclear. c) A meia-vida de diferentes radionuclídeos pode va- riar de uma fração de segundo a milhões de anos. d) Quanto maior a meia-vida de um radionuclídeo, mais lentamente ele decai. e) A perda de uma partícula beta por um átomo X forma um átomo com número atômico maior. 8. (Cefet-MG) Considerando as propriedades das radiações que constituem o espectro eletromagnético: a) os raios gama podem ser gerados por partículas excitadas. b) os raios infravermelhos são emitidos por partículas nucleares. c) os raios X conseguem penetrar em regiões de altas densidades. d) os raios lasers são radiações constituídas de uma única frequência. e) os raios ultravioletas são emitidos pelos núcleos de corpos aquecidos. 9. Como funciona um contador Geiger? 10. Considerando o estudo sobre a radioatividade e suas aplicações, indique a alternativa incorreta. a) Na agricultura, o uso da energia nuclear em adu- bos e fertilizantes é cada vez mais acentuado para estudar a absorção desses produtos pelos vegetais. b) As radiações gama são ondas eletromagnéticas que acompanham as radiações alfa e beta e têm baixo poder de penetração. c) As radiações são utilizadas nos alimentos para prolon- gar sua vida útil, retardar o amadurecimento de frutas, destruir fungos e controlar o período de germinação. d) Na Geologia e Arqueologia, certos radioisótopos são utilizados para determinar a idade de rochas e fósseis. e) A datação de um determinado fóssil é feita com base no percentual do 14C já conhecido em relação ao 12C na matéria viva e pelo que é encontrado na peça examinada. 11. Após iniciada, uma reação em cadeia prossegue es- pontaneamente. Explique por quê. 12. Explique a função do gás argônio contido no contador Geiger-Müller. 13. (UFPA) O carbono-14 (146C) é extremamente importante para a determinação da idade dos fósseis encontrados em escavações arqueológicas. Ao decair para (147N), pode-se afirmar que ele emite: a) 1 partícula α. d) 2 partículas β. b) 1 partícula β. e) 1 partícula α e 1 β. c) 2 partículas α. 14. (UFTM) O gráfico representa a curva de decaimento do radioisótopo cobalto-60, amplamente utilizado em radioterapia. Te or d e C o- 60 (% ) Tempo (anos) 100 80 60 40 20 0 0 5 10 15 20 25 Pelo exame desse gráfico, conclui-se que a meia-vida do radioisótopo em questão é próxima de: a) 1 ano. c) 10 anos. e) 20 anos. b) 5 anos. d) 15 anos. 15. (Vunesp-SP) Uma das etapas do decaimento natural do plutônio envolve a passagem de rádio (Ra: Z = 88, A = 225) para o actínio (Ac = Z = 89, A = 225). Esse pro- cesso ocorre com tempo de meia-vida de 15 dias. Pede-se: a) escrever a reação nuclear balanceada para o processo de desintegração, fornecendo o nome da partícula emitida. Os núcleos de rádio e actínio que participa- ram dessa reação são isótopos, isóbaros ou isótonos? Justificar. FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. o varia o efeito da radiação nuclear nos orga nismos Qual é o maior risco da radiação para os seres vivos? Um dos grandes interesses dos cientistas é determinar, sem possibilidade de errar, a idade geológica da Terra. Explique como esse dado foi estimado com base no Como a Química Nuclear é utilizada no diagnóstico de doenças? Quais são os recursos mais usados atualmente? Explique o princípio da radioterapia no tratamento do Os isótopos radioativos estão espalhados por todo o planeta. Cite as principais fontes de radiação a que a) O raio beta apresenta o maior poder de penetração entre todos os raios emitidos pelo núcleo de um b) As radiações gama são ondas eletromagnéticas que acompanham as radiações alfa e beta e têm baixo poder de penetração. c) As radiações são utilizadas nos alimentos para prolon- gar sua vida útil, retardar o amadurecimento de frutas, destruir fungos e controlar o período de germinação. d) Na Geologia e Arqueologia, certos radioisótopos são utilizados para determinar a idade de rochas e fósseis. e) A datação de um determinado fóssil é feita com base no percentual do 14C já conhecido em relação ao 12C na matéria viva e pelo que é encontrado na peça examinada. 11. 11. Após iniciada, uma reação em cadeia prossegue es- pontaneamente. Explique por quê. 12. 12. Explique a função do gás argônio contido no contador Geiger-Müller. 13. 13. (UFPA) O carbono-14 (146C) é extremamente importante para a determinação da idade dos fósseis encontrados FAÇA NO CADERNO. NÃO ESCREVA EM SEU LIVRO. C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 311 b) calcular o tempo necessário para que uma massa ini- cial de 1 mg do núcleo de rádio se reduza a 0,125 mg por meio do processo de desintegração indicado. 16. O isótopo 131 do iodo é artificial e usado no diagnóstico de disfunções da glândula tireoide. Considere a reação a seguir: I ( AZX + –10β53131 . Pode-se dizer que os valores de A e Z são, respectivamente: a) 131 e 52. c) 131 e 54. b) 130 e 52. d) 130 e 54. 17. (Ufal) Fissão Nuclear é a divisão de um núcleo atômico pesado e instável que ocorre, por exemplo, por bombar- deamento desse núcleo com nêutrons, liberando ener- gia. A alternativa que corretamente representa uma equação de fissão nuclear é: a) 55 37144 90U + 10n ( Cs + Rb + 3 10n92 235 b) U + 10n ( Ba + Kr56 36 235 92 235 235 c) U + 10n ( U + 3 10n92 238 92 235 d) U + 10n ( Ba + Kr + 3 10n56 36 140 93 92 235 18. (UFRJ) As figuras abaixo representam reações nucleares: a figura I representa uma reação que envolve o isótopo-235 do urânio e a II, outra reação, que envolve o isótopo do hidrogênio. X YX X 90 36Kr 235 92U 236 92U fi gura 1 fi gura 2 2 1H 2 1H a) Identifique a partícula designada por X. b) Escreva a equação que representa a formação de Y. c) Identifique as reações nucleares representadas nas figuras 1 e 2. d) Indique em qual das reações nucleares citadas há maior desprendimento de energia por unidade de massa. 19. (FGV-SP) Sobre fissão nuclear e fusão nuclear: a) Os termos são sinônimos. b) A fusão nuclear é responsável pela produção de luz e calor no sol e em outras estrelas. c) Apenas a fusão nuclear enfrenta o problema de como dispor o lixo radioativo de forma segura. d) A fusão nuclear é atualmente utilizada para produzir energia comercialmente em muitos países. e) Ambos os métodos ainda estão em fase de pesquisa e não são usados comercialmente. 20. Qual é a diferença entre fissão e fusão nuclear? 21. Qual é o maior problema encontrado pelos cientistas na utilização da fusão nuclear para obtenção de energia? 22. As usinas termonucleares são vistas, em termos com- parativos, como fonte barata e limpa de energia. Qual é o problema dessas usinas? 23. Explique por que os rejeitos radioativos não podem ser descartados diretamente no ambiente. 24. De acordo com o nível de radiação, como esses mate- riais podem ser classificados? 25. Sobre fissão e fusão nuclear, julgue os itens abaixo em verdadeiro ou falsos. 1) A fusão nuclear é responsável pela produção de luz e calor no Sol e em outras estrelas. 2) Apenas a fissão nuclear enfrenta o problema de como dispor o lixo radioativo de forma segura. 3) A fusão nuclear é atualmente utilizada para produzir energia comercialmente. 4) Ambos os métodos ainda estão em fase de pesquisa e não são usadas comercialmente. 26. A fissão nuclear é um processo em que um núcleo é arrebentado por meio de um bombardeamento com partículas como o nêutron, por exemplo. A alta energia libertada nesse processo é utilizada na bomba atômica (fissão do urânio) e em reatores para mover navios, ilu- minar cidades etc. Sobre esses fatos, você pode concluir que são verdadeiras as seguintes afirmações: 1) A fissão nuclear não liberta muita energia. 2) A fissão nuclear não é um processo violento. 3) A fissão nuclear não depende da eletrosfera do átomo que sofre o processo. 4) A fissão nuclear não serve para fins pacíficos. 5) Na fissão nuclear formam-se íons. 27. Na reação de fissão: U + 10n ( Rb + ... + 2 10n92 235 90 37 O produto que está faltando é o: a) d) b) e) c) 28. O reator atômico instalado no município de Angra dos Reis é do tipo PWR (Reator de Água Pressurizada). O seu princípio básico consiste em obter energia através Ce.14458 Eu. 157 63 Cs.14455La. 146 57 Sm.16062 J. Yu ji J. Yu ji b) calcular o tempo necessário para que uma massa ini- cial de 1 mg do núcleo de rádio se reduza a 0,125 mg por meio do processo de desintegração indicado. 16. 16. O isótopo 131 do iodo é artificial e usado no diagnóstico de disfunções da glândula tireoide. Considere a reação a seguir: I ( AZX + –10β53131 . Pode-se dizer que os valores de A e Z são, respectivamente: a) 131 e 52. c) 131 e 54. b) 130 e 52. d) 130 e 54. 17. 17. (Ufal) Fissão Nuclear é a divisão de um núcleo atômico pesado e instável que ocorre, por exemplo, por bombar- deamento desse núcleo com nêutrons, liberando ener- gia. A alternativa que corretamente representa uma equação de fissão nuclear é: a) 55 37144 90U + 10n ( Cs + Rb + 3 55 Cs + Rb + 3 55 37 Cs + Rb + 3 37 144 Cs + Rb + 3 144 90 Cs + Rb + 3 90 10n92 235 b) U + 10n ( Ba + Kr56 Ba + Kr56 Ba + Kr36 Ba + Kr36 Ba + Kr 235 Ba + Kr235 Ba + Kr92235 235 Ba + Kr235 Ba + Kr c) U + 10n ( U + 3 10n92 U + 3 92 U + 3 238 U + 3 238 U + 3 92235 d) U + 10n ( Ba + Kr + 3 10n56 Ba + Kr + 3 56 Ba + Kr + 3 36 Ba + Kr + 3 36 Ba + Kr + 3 140 Ba + Kr + 3 140 Ba + Kr + 3 93 Ba + Kr + 3 93 Ba + Kr + 3 92235 18. 18. (UFRJ) As figuras abaixo representam reações nucleares: a figura I representa uma reação que envolve o isótopo-235 20. 20. 21. 21. 22. 22. 23. 23. 24. 24. 25. 25. 312 EN ER G IA N UC LE AR do fenômeno “fissão nuclear”, em que ocorre a ruptu- ra de núcleos pesados em outros mais leves, liberando grande quantidade de energia. Esse fenômeno pode ser representado pela seguinte equação nuclear: 1 0n + U ( Cs + T + 2 10n + energia 235 144 92 55 Os números atômico e de massa do elemento T são, respectivamente: a) 27 e 91. c) 39 e 92. e) 44 e 92. b) 37 e 90. d) 43 e 93. 29. (Mack-SP) Quando a massa de nuvens de gás e poeira de uma nebulosa se adensa, a temperatura aumenta, atingin- do milhões de graus Celsius. Então, átomos de hidrogênio se fundem, gerando gás hélio, com liberação de quantidades fantásticas de energia. A fornalha está acesa. Nasce uma estrela. Uma das equações que representa esse fenômeno é: 3 0H + 2 0H ( 42He + 10n + 3,96 · 108 kcal/mol de He A respeito da reação nuclear dada, é correto afirmar que: a) é uma reação de fissão nuclear. b) é uma reação de fusão nuclear. c) é uma reação endotérmica. d) é um fenômeno físico. e) há liberação de prótons. 30. Com relação ao lixo nuclear, a alternativa incorreta é: a) O lixo nuclear é todo resíduo formado por compos- tos radioativos que perderam a utilidade de uso. b) Esse lixo é produzido por diversas fontes, sendo as principais: usinas nucleares, armas nucleares e laboratórios de exames clínicos. c) O lixo nuclear deve ser transportado, tratado e iso- lado com o máximo rigor, seguindo as normas de segurança internacionais a fim de evitar qualquer tipo de acidente ou contaminação. d) O contato do ser humano com esse tipo de lixo pode ter como consequência o desenvolvimento de várias doenças, sendo o câncer a principal. e) A radiação emitida por esse tipo de material (lixo) não desaparece com o passar do tempo, pois ele nunca perde a sua atividade. 31. (Faap-SP) Indique e justifique se a reação abaixo cons- titui um exemplo de fusão nuclear: 23592U + 1 0n ( 14256Ba + 9136Kr + 31 0n 32. (UFCE) A expressão fusão nuclear é equivalente a: a) liquefação dos núcleos. b) fissão nuclear. c) quebra de núcleos formando núcleos menores. d) reunião de núcleos formando núcleos maiores. 33. (CeuB-DF) Em reações de transmutação um elemento químico passa por transformações nucleares, dando origem a outro elemento. Das reações abaixo, não re- presenta um processo de transmutação: a) b) c) d) e) 34. (UFRGS-RS) Considere as equações: 1 0n + 235 92U ( 923Kr + 14156Ba + 31 0n �H = – 1,9 · 1010 kJ/mol 2 1H + 3 0H ( 42He + 10n �H= – 1,9 · 109 kJ/mol que representam, respectivamente, as reações de pro- dução de energia em reatores nucleares e no Sol. Essas reações: I – são de fissão nuclear. II – convertem massa em energia. III – produzem isótopos radiativos. Das proposições, está(ão) correta(as): a) apenas a I. d) apenas II e III. b) apenas a II. e) I, II e III. c) apenas I e II. 35. (FEI-SP) A bomba de hidrogênio é um exemplo de rea- ção nuclear: a) do tipo fissão. b) onde ocorre apenas emissão de raios alfa. c) onde ocorre apenas emissão de raios beta. d) do tipo fusão. e) onde ocorre apenas emissão de raios gama. 36. Em relação aos processos nucleares, é incorreto afirmar: a) A energia nuclear é uma das alternativas disponí- veis para suprir a grande necessidade energética das sociedades modernas. b) A utilização da energia nuclear como fonte energé- tica se deve à grande quantidade de energia gerada nas reações nucleares. c) A energia nuclear é utilizada para produzir vapor que, por sua vez, irá girar as turbinas da usina, pro- duzindo energia elétrica. d) A energia nuclear não pode ser utilizada na movi- mentação de navios submarinos. e) As reações nucleares têm várias formas de aplica- ções na indústria, como, por exemplo: no controle de produção, no estudo de detergentes, na deter- minação de vazamentos, entre outras. 37. Explique por que a reação de fusão nuclear é mais fácil de ocorrer em núcleos pequenos. 10 5U + 1 0n ( 73Li + 42� 108 47 Ag + 4 2� ( 73In + 10n 23 11Na + 19 9F ( 2311Na+ + 199F– + En 23 11Na + 2 1D ( 2411Na+ + 11p 27 13Al + 4 2� ( 3015P + 10n do fenômeno “fissão nuclear”, em que ocorre a ruptu- ra de núcleos pesados em outros mais leves, liberando grande quantidade de energia. Esse fenômeno pode Os números atômico e de massa do elemento T são, (Mack-SP) Quando a massa de nuvens de gás e poeira de uma nebulosa se adensa, a temperatura aumenta, atingin- do milhões de graus Celsius. Então, átomos de hidrogênio se fundem, gerando gás hélio, com liberação de quantidades fantásticas de energia. A fornalha está acesa. Nasce uma estrela. Uma das equações que representa esse fenômeno é: A respeito da reação nuclear dada, é correto afirmar que: origem a outro elemento. Das reações abaixo, não re- presenta um processo de transmutação: a) b) c) d) e) 34. 34. (UFRGS-RS) Considere as equações: 1 0n + 235 92U ( 923Kr + 14156Ba + 31 0n �H = – 1,9 · 1010 kJ/mol 2 1H + 3 0H ( 42He + 10n �H= – 1,9 · 109 kJ/mol que representam, respectivamente, as reações de pro- dução de energia em reatores nucleares e no Sol. Essas reações: I – são de fissão nuclear. II – convertem massa em energia. III – produzem isótopos radiativos. Das proposições, está(ão) correta(as): a) apenas a I. d) apenas II e III. 10 5U + 1 0n ( 73Li + 42� 108 47 Ag + 4 2�( 73In + 10n 23 11Na + 19 9F ( 2311Na+ + 199F– + En 23 11Na + 2 1D ( 2411Na+ + 11p 27 13Al + 4 2�( 3015P + 10n C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 313 38. (Vunesp) O primeiro isótopo radioativo produzido arti- ficialmente foi o fósforo-30 (3033P) por meio do bombar- deio de lâminas de alumínio com partículas alfa: 27 13Al + 4 2� ( 3115P + X (I) O isótopo formado 3015P desintegra-se por emissão de pósitron ( 0–1�): 30 15P ( baSi + 0+1β (II) Balancear as equações (I) e (II) identificando a partícula X e fornecendo os números atômicos e de massa do átomo Si formado. 39. (Unirio) Nos produtos de fissão do urânio-235, já foram identificados mais de duzentos isótopos pertencentes a 35 elementos diferentes. Muitos deles emitem radiação α, β e γ, representando um risco à população. Entre os muitos nuclídeos presentes no lixo nuclear, podemos destacar o 137Cs (césio-137), responsável pelo acidente ocorrido em Goiânia. Partindo do 137I, quantas e de que tipo serão as partículas radioativas emitidas até se obter o Cs-137? a) 1 partícula β. d) 2 partículas α. b) 1 partícula α. e) 2 partículas γ. c) 2 partículas β. 40. (UFRJ-adaptado) Um dos produtos liberados nas explo- sões nucleares e nos acidentes em usinas nucleares que mais danos podem causar aos seres vivos é o isótopo 3890Sr. Trata-se de um isótopo radioativo que se acu- mula nos ossos, por substituição do cálcio, e é emissor de partículas beta. Escreva a equação do decaimento radioativo do 3890Sr, identificando o elemento que dela se origina. 41. Após a Segunda Guerra Mundial a situação da hu- manidade se agravou diante do início da era nuclear. Analisando os acidentes nucleares ocorridos nos úl- timos anos, você atribui a culpa à falha humana ou aos equipamentos? 42. (Ufal) A equação: 239 94U + 1 0n ( 9739Y + 13855Cs + 51 0n representa uma reação de: a) conversão catalítica. b) decaimento radioativo. c) oxirredução. d) fissão nuclear. e) fusão nuclear. Radioatividade b Radioatividade é a emissão de radiações, por alguns ti- pos de átomos, na forma de energia ou partículas su- batômicas. Existe uma variedade de emissões nucleares, sendo as principais as radiações α, β e γ. b A radiação α é constituída por dois prótons e dois nêu- trons, o que lhe confere pequeno poder de penetração e alto poder de ionização. b A radiação β possui carga negativa positiva e massa se- melhante à do elétron, tendo poder de penetração in- termediário entre as radiações α e γ. b A radiação γ, constituída por ondas eletromagnéticas, não possui carga nem massa, mas é dotada de alta ve- locidade e poder de penetração maior que as radia- ções α e γ. Desintegrações radioativas b Lei de Soddy: quando um átomo emite uma partícula alfa (α), ele se transforma em outro átomo de núme- ro atômico, duas unidades a menos, e seu número de massa diminui em quatro unidades. b Lei de Soddy-Fajans-Russel: ao emitir uma partícula beta (β), um átomo tem seu número atômico aumentado em uma unidade, mas seu número de massa perma- nece inalterado. Radioatividade: seus efeitos e aplicações b A descoberta da radioatividade natural de alguns ele- mentos químicos, associada a outras descobertas cientí- ficas, possibilitou um grande desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade. b Os efeitos da radiação nuclear nos organismos vivos va- riam em função do tipo de radiação, da intensidade e do tempo de exposição. b Na medicina, os isótopos radioativos e os radiofárma- cos podem ser usados para diagnóstico e tratamento de diversas doenças. b Na agricultura, os radioisótopos são utilizados em estudos sobre a absorção de nutrientes pelas plantas e no combate a bactérias, fungos e insetos que prejudi- cam a agricultura. b Na indústria, os radioisótopos são utilizados no contro- le de qualidade da produção, em radiografias de tubu- lações metálicas, na conservação de alimentos, entre outras aplicações. b Na previsão do tempo, ajuda a identificar a origem de massas de ar. b Certos radioisótopos são utilizados para determinar a idade de fósseis, rochas, vegetais, animais, pinturas etc. 38. 38. (Vunesp) O primeiro isótopo radioativo produzido arti- ficialmente foi o fósforo-30 (3033P) por meio do bombar- deio de lâminas de alumínio com partículas alfa: 27 13Al + 4 2�( 3115P + X (I) O isótopo formado 3015P desintegra-se por emissão de pósitron ( 0–1pósitron ( –1pósitron ( �): 30 15P ( baSi + 0+1β (II) Balancear as equações (I) e (II) identificando a partícula X e fornecendo os números atômicos e de massa do átomo Si formado. 39. 39. (Unirio) Nos produtos de fissão do urânio-235, já foram identificados mais de duzentos isótopos pertencentes a 35 elementos diferentes. Muitos deles emitem radiação α, β e γ, representando um risco à população. Entre os muitos γ, representando um risco à população. Entre os muitos γ nuclídeos presentes no lixo nuclear, podemos destacar o 137Cs (césio-137), responsável pelo acidente ocorrido em Goiânia. Partindo do 137I, quantas e de que tipo serão as partículas radioativas emitidas até se obter o Cs-137? a) 1 partícula β. d) 2 partículas α. b) 1 partícula α. e) 2 partículas γ.γ.γ c) 2 partículas β. 40. 40. 41. 41. 42. 42. 314 EN ER G IA N UC LE AR Transformações nucleares b Fissão nuclear é a “quebra” do núcleo de um átomo, ori- ginando outros núcleos menores, com intensa liberação de energia, e nêutrons que podem se chocar com novos núcleos, provocando uma reação em cadeia. b Fusão nuclear é a colisão de dois núcleos pequenos formando um núcleo maior, exigindo grande quanti- dade de energia e elevada temperatura. b As reações nucleares liberam enormes quantidades de energia, tornando-as importantes fontes energéticas. Usina nuclear e lixo atômico b Num reator nuclear, a energia da fissão é transformada em calor. Este é transformado em energia mecânica, que gira uma turbina e produz eletricidade. O dióxido de urânio (UO2) é a principal fonte de urânio-235 físsil, combustível mais comum desses reatores. b Os resíduos contendo material radioativo – lixo atômico – requerem tratamento especial porque podem contami- nar outros materiais, tornando-os também radioativos. No Brasil, qualquer uso e descarte de material radioa- tivo é controlado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Acidente radioativo de Goiânia b Em 1987, na cidade de Goiânia (GO), ocorreu o vaza- mento de material radioativo, césio-137, de um aparelho de radioterapia. Esse acidente teve grande repercussão no Brasil e no mundo e serviu de alerta para o risco da manipulação inadequada de materiais radioativos. Bombas nucleares b As bombas nucleares são armas com grande poder de destruição devido à energia liberada, além da contami- nação por radiação. Gabarito Capítulo 1 Exercícios (p. 19) 5. a) Dúzias ou 12 unidades. b) Metros ou quilômetros c) A grandeza = 0,60 – metro. 6. a) kg. b) metros. c) litros. d) litros. e) metros ou kg. f) m2. 11. d 12. a 13. d 14. d 15. b 16. b Exercícios (p. 24 e 25) 4. a) (átomos) Mg : 1,204 ⋅ 1021; Fe : 6,02 ⋅ 1020 Mo : 1,565 ⋅ 1018 ; Se : 1,902 ⋅ 1019 b) (mol) CaCO3 : 2,49 ⋅ 10–2; KI : 8,97 ⋅ 10–7; CuO : 2,24 ⋅ 10–7; ZnO : 2,99 ⋅ 10–4 mol; MnSO4 : 3,31 ⋅ 10–5. 5. (átomos) a) Au : 3,31 ⋅ 1023 b) Cu : 9,51 ⋅ 1024 c) Al : 1,62 ⋅ 1023 d) O2 : 3,47 ⋅ 1042 e) Fe : 7,53 ⋅ 1049 átomos 6. (átomos) a) Al : 9,6 ⋅ 1023; S : 1,4 ⋅ 1024; O : 5,8 ⋅ 1024 b) Ca : 2,71 ⋅ 1024; P : 1,81 ⋅ 1024; O : 7,22 ⋅ 1024 c) C : 2,04 ⋅ 1025; H : 6,12 ⋅ 1025; O : 1,02 ⋅ 1025 d) K : 7,2 ⋅ 1024; Fe : 1,8 ⋅ 1024; C : 1,1 ⋅ 1025 N : 1,1 ⋅ 1025 7. 6,36 ⋅ 1016 anos. 8. 9,63 ⋅ 1024 átomos de S. 9. 3,54 ⋅ 1022 moléculas de H2O2. 10. 1) C 2) E 3) E 4) E 11. a 12. a 13. d Exercícios (p. 29 e 30) 2. Verdadeira. 4. M = 135 g/mol. 5. a) 342 g/mol 7. a) Mg3Si4O10(OH)2 : 379,3 u e 379,3 g/mol. CaSO4 2H2O : 172,1 u e 172,1 g/mol. Ca5(PO4)3(OH) : 502,5 u e 502,5 g/mol. Al2O3 : 102,0 u e 102,0 g/mol. b) A gipsita risca o talco (de menor dureza). c) Talco : mineral da lista de menor dureza. 9. a) NaNO2 = 69,0 g/mol, KNO2 = 85,1 g/mol, NaNO3 = 85,0 g/mol, KNO3 = 101,1 g/mol. b) 2 g de conservante. c) NaNO2 = 0,029 mol, KNO2 = 0,024 mol, NaNO3 = 0,023 mol, KNO3 = 0,02 mol. 10. b) 1,13 ⋅ 10–5 mol. 11. a) 98,1 u. b) 74,1 u. c) 310,3 u d) 46 u. e) 368,2 u. f) 244,3 u. 12. a) E b) C c) E d) C e) E Exercícios (p. 32) 1. a) 135 g/mol b) 7,41 ⋅ 10–5 mol 2. a) 212 g/mol b) 5,66 ⋅ 10–5 mol 3. b) 2,78 ⋅ 10–4 mol. 4. 1,23 ⋅ 10–1 mol. 5. b) 8,03 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 moléculas de DHA. 6. e 7. b 8. 113,55 L 9. 1) C 2) E 3) C 4) C Capítulo 2 Exercícios (p. 45 a 47) 4. a) 99 g b) 996 g 5. a) 42,36 g b) X = 71,9 g T = 21,18 g d) 2,89 7. 1) C 2) E 3) C 4) E 5) E 8. 1) E 2) C 3) E 4) C 5) E 9. b 11. c 12. d 13. b 15. d Exercícios (p. 55 a 57) 3. 12 mol de O2. 4. 20 mol de C2H5OH 5. b) 4,89 ⋅ 1026 moléculas de CO2. 6. 1,204 ⋅ 1026 constituintes de CaCO3. 7. 9 kg de glicose. 8. a) 1140,74 g de ferro. b) 2,4 ⋅ 1024 moléculas de Fe2O3. c) 9,11 mol de Al. 9. a) 201,8 g de Ti. b) 8 mol de Mg. c) 2,41 ⋅ 1024 átomos de Mg. 10. a) 1600 ⋅ 103 g Fe2O3 ou 1600 kg de Fe2O3. b) 1400 kg 160 g Fe2O3. c) 33 g de CO2. 11. a) 15,93 L de CO2. b) 16,08 mol de H2O. c) 3,612 ⋅ 1025 moléculas de O2. 12. a) 78378,378 mol de [CH3[CH2]10COONa] b) 522,53 kg de [CH3[CH2]10COOH]. c) 3135,135 kg de NaOH. 13. b) 652,17 g de (CH3COOH). 14. 1) E 2) C 3) C 4) E 5) E 15. a) SiO2 : 6,66 ⋅ 103 mol; Na2CO3 : 3,77 ⋅ 103 mol CaCO3 : 4,00 ⋅ 103 mol b) 2,14 ⋅ 105 L de CO2. 16. d. 17. e. 18. e. 19. c. 20. b. 21. 65,16 litros de CO2. 22. b. 23. b) 12,01 u. 24. Verdadeira. 25. M(NaCl) 58,5 g/mol. M(KCl) 74,6 g/mol. 26. 180 g/mol. 27. M(C3H8) = 44 g/mol. M(C4H10) = 58 g/mol. 28. d. Exercícios (p. 59 a 61) 3. 12 mol de O2. 2. 25%. 3. d. 4. a) 1426,63 g de C6H12O6. b) Não 5. a) 50%. c) 1,08 ⋅ 10–3 L. 6. 11,35 L 7. 143,68 g 8. d. 9. 14,8697 ⋅ 104 g 10. 51,62 g de AgCl. 11. 0,21 mol de CO2. Fissão nuclear é a “quebra” do núcleo de um átomo, ori- ginando outros núcleos menores, com intensa liberação de energia, e nêutrons que podem se chocar com novos Fusão nuclear é a colisão de dois núcleos pequenos formando um núcleo maior, exigindo grande quanti- dade de energia e elevada temperatura. b As reações nucleares liberam enormes quantidades de energia, tornando-as importantes fontes energéticas. Num reator nuclear, a energia da fissão é transformada em calor. Este é transformado em energia mecânica, que gira uma turbina e produz eletricidade. O dióxido de urânio (UO2) é a principal fonte de urânio-235 físsil, b Os resíduos contendo material radioativo – lixo atômico – requerem tratamento especial porque podem contami- nar outros materiais, tornando-os também radioativos. No Brasil, qualquer uso e descarte de material radioa- tivo é controlado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Em 1987, na cidade de Goiânia (GO), ocorreu o vaza- mento de material radioativo, césio-137, de um aparelho de radioterapia. Esse acidente teve grande repercussão no Brasil e no mundo e serviu de alerta para o risco da manipulação inadequada de materiais radioativos. As bombas nucleares são armas com grande poder de destruição devido à energia liberada, além da contami- C A P ÍTU LO 1 2 3 4 5 6 7 8 315 Capítulo 3 Exercícios (p. 77 e 78) 8. 1) C 2) E 3) E 4) C 12. 1) C 2) E 3) C 4) C 5) E 13. e. 14. c. 15. d. Exercícios (p. 87 a 89) 1. b) 0,75 g/L 2. a) Cafeína: 0,32 g/L Taurina: 4,0 g/L Glucoronolactona: 0,24 g/L Inositol: 0,20 g/L 3. a) aspartame=0,038g; lactose= 0,957 g dióxido de silício coloidal = 0,005 g 4. V(álcool) = 650 mL(álcool). Coloide. 6. a) 23,4 g (NaCl). b) 27,75 g (CaCl2). c) 14,175 g (C6H1206). 7. Cn/v(NaCl) = 0,042735 mol/L Cn/v(CC12H22O11) = 0,0526315 mol/L. 8. n(H2O) = 2 mol. n(NaCl) = 0,50 mol. n(total) = 2,5 mol. 9. n(N2) = 0,78. n(O2) = 0,21. n(Ar) = 0,01. 10. b. 11. b. 12. 40 gotas de medicamento. 13. 570,83 g (leite). 14. b 15. 0,5 L 16. a) 6,24 mol/L. b) 0,053%. 17. a) 5 ⋅ 10–3 mol/L. b) 0,4 L ou 400 mL. 18. c. 19. d. 20. d. 21. a. 22. e. 23. e. 24. e. Exercícios (p. 94) 3. Segunda solução: 0,1 mol/L. 4. 1800 mL. 5. a) 8,0 mol/L. b) 0,017 mol/L. 6.3831 mL. 7. 0,64 mol/L 8. 7,6 L de água. 9. 5000 g. 10. 0,494 mol/L 2. 150 mL. 13. 3360 mg 14. d. 15. b. Capítulo 4 Exercícios (p. 117 e 118) 11. 1) C 2) E 3) C 4) C 5) E 12. 1) E 2) C 3) C 4) C 5) E 20. a) Não. b) 2,5 mL de água. Exercícios (p. 129 e 130) 11. d. 19. 1) E 2) C 3) C 4) C 20. 1) E 2) C 3) C 4) C 21. a) 5,1 atm e 256 °C. Ponto triplo. b) Não. c) Não. d) Estado sólido. 22. 1) E 2) E 3) C 4) E 5) E 23. 1) E 2) E 3) E 4) C 5) C Capítulo 5 Exercícios (p. 146 e 147) 8. 1) C 2) E 3) E 4) C 5) E 10. a) Não. b) Não. c) Sim. d) Não. 15. 1) E 2) E 3) C 4) C 16. 1) E 2) E 3) E 4) C 17. b. 18. c. 19. b. 20. a. Exercícios (p. 156 a 158) 8. a) Diminuição da concentração de PCl5. b) Aumento da concentração de PCl5. c) Favorece a reação. 9. e. 10. a e b. 11. b. 12. c e d. 16. a) D b) N c) E d) Kc = 0,5. 17. a) Esquerda, A, A e D. b) Esquerda, A, A e D. c) Direita, D, D e A. d) Direita, D, D e A. 19. a) Esquerda. b) Direita. c) Direita. 20. 1) E 2) E 3) C 4) C 21. a) C b) C c) E d) E 22. b. Exercícios (p. 181 a 183) 3. b. 6. 6,52 ⋅ 105 L ⋅ mol–1 7. 2,16 ⋅ 102 L ⋅ mol–1 12. b) y c) t6 13.e. 14. 1,086 ⋅ 103 L/⋅ mol 15. 346,77 atm. 16. 2,68 ⋅ 10–7 atm 17. a) Kps = [Fe3+] ⋅ [OH–]3 b) Kps = [Ca2+] ⋅ [F–]2 c)Kps = [Ba2+]3 ⋅ [PO43–]2 18. e. 19. a. 20. c. 21. c. 22. d. 23. 1) C 2) E 3) E 4) E 5) C 6) E 7) E Capítulo 6 Exercícios (p. 214 e 215) 12. a) Fechado. b) Isolado. c) Aberto. 15. c. 16. c. 17. 752,4 J. 18. 24000 cal ou 24 kcal. 19. 650 cal. 20. 13,3 kcal/g. 21. 1) C 2) C 3) C 4) C 5) E 6) E 7) C Exercícios (p. 230 a 232) 3. d. 4. b. 5. b. 6. +1,8 kJ 7. exotérmica 9. a. 10. –1365,6 kJ/mol 11. –108,2 kcal/mol 13. –13,3 kcal/mol. 15. a) ∆H = –1298,3 kJ/mol. b) ∆Hof = –45,9 kJ/mol. c) ∆H = +497,8 kJ/mol. 16. 21 kcal mol de HCl 17. +0,30 kJ/mol 18. d. 19. c. 20. –74,7 kJ 21. +94 kcal/mol. 22. c. 23. c. 26. a) Diminui. b) Aumenta. c) Diminui. 27. 1) E 2) C 3) E 4) C 5) C Capítulo 7 Exercícios (p. 254 e 255) 17. d. 18. b. 19. a. Exercícios (p. 262 e 263) 2. a) lenta. 7. a) I. b) Catalisador. c) II. d) Não. 8. a e b. 9. e. 17. c. Capítulo 8 Exercícios (p. 276 e 277) 5. b. 7. c. 8. Alfa, beta e gama. 9. O núcleo. 14. (1) E (2) E (3) E (4) C. 15. (1) C (2) E (3) C (4) C (5) E. 16. c. 21. Alfa, beta, beta, alfa. 22. b. 23. b. 24. a. Exercícios (p. 283 e 284) 8. A = 238; Z = 92 9. b, d, e. 10. b 12. 1g 13. d. 14. 3,33 meias-vidas. 15. d 16. b 17. d 18. a 19. c 20. 40 ' 21. c. Exercícios (p. 311 a 314) 7. a. 8. d. 10. b. 13. b. 14. b. 15. b) 45 dias 16. c. 17. d. 18. a) Nêutron. c)I: fissão; II: fusão d) fusão 19. b. 25. 1) C 2) C 3) E 4) E 26. 1) E 2) E 3) C 4) E 5) E 27. e. 28. b. 29. b. 30. e. 32. d. 33. c. 34. b. 35. d. 36. d. 38. Z=14 e A=30. 39. c. 42. d. É bom ler Unidade 1 ABRANTES, J. Brasil: o país dos desperdícios. Rio de Janeiro: Auriver- de, 2005. AFONSO, C. M. Sustentabilidade: caminho ou utopia? São Paulo: Annablume, 2006. BARBOSA, L. Sociedade de consumo. São Paulo: Edgard Blucher, 2004. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ministério da Educação. Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Consumo sustentável: manual de educação. Brasília: Consumers International/MMA/MEC/ IDEC, 2005. BURSZTYN, M. Ciência, ética e sustentabilidade. São Paulo: Cor- tez, 2001. CHIAVENATO, J. J. Ética globalizada & sociedade de consumo. São Paulo: Moderna, 1998. COLEÇÃO ENTENDA E APRENDA. Como combater o desperdício. São Paulo: BEI, 2005. DIMENSTEIN, G. Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Ática, 2005. OLIVEIRA, F. Bioética: uma face da cidadania. São Paulo: Moderna, 1997. SOUZA, H.; RODRIGUES, C. Ética e cidadania. São Paulo: Moder- na, 1994. SUDAN et al. Da pá virada: revirando o tema lixo – vivências em edu- cação ambiental e resíduos sólidos. São Paulo: Programa USP Recicla/ Agência USP de Inovação, 2007. TRIGUEIRO, A. Mundo sustentável. São Paulo: Globo, 2005. VAITSMAN, E. P.; VAITSMAN, D. S. Química & meio ambiente: ensino contextualizado. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. Capítulo 3 Exercícios (p. 77 e 78) 8. 8. 1) C 2) E 3) E 4) C 12. 12. 1) C 2) E 3) C 4) C 5) E 13. 13. e. 14.14. c. c. 15.15. d. d. Exercícios (p. 87 a 89) 1. 1. b) 0,75 g/L 2. 2. a) Cafeína: 0,32 g/L Taurina: 4,0 g/L Glucoronolactona: 0,24 g/L Inositol: 0,20 g/L 3. 3. a) aspartame=0,038g; lactose= 0,957 g dióxido de silício coloidal = 0,005 g 4. 4. V(álcool) = 650 mL(álcool). Coloide. 6. 6. a) 23,4 g (NaCl). b) 27,75 g (CaCl2). c) 14,175 g (C6H1206). 7. 7. Cn/v(NaCl) = 0,042735 mol/L Cn/v(CC12H22O11) = 0,0526315 mol/L. 8. 8. n(H2O) = 2 mol. n(NaCl) = 0,50 mol. n(total) = 2,5 mol. 9. 9. n(N2) = 0,78. n(O2) = 0,21. n(Ar) = 0,01. 10. 10. b. 11.11. b. b. 12.12. 40 gotas de medicamento. 40 gotas de medicamento. 13. 13. 570,83 g (leite). 1414. b . b 115.5. 0,5 L 0,5 L 16. 16. a) 6,24 mol/L. b) 0,053%. 17. 17. a) 5 ⋅ 10–3 mol/L. b) 0,4 L ou 400 mL. 18. 18. c. 19.19. d. d. 20.20. d. d. 21.21. a. a. 22. 22. e. 23.23. e. e. 24.24. e. e. Exercícios (p. 94) 21. 21. a) 5,1 atm e 256 °C. Ponto triplo. b) Não. c) Não. 22. 22. 1) E 2) E 3) C 4) E 5) E 23. 23. 1) E 2) E 3) E 4) C 5) C Capítulo 5 Exercícios (p. 146 e 147) 8. 8. 1) C 2) E 3) E 4) C 5) E 10. 10. a) Não. b) Não. c) Sim. d) Não. 15. 15. 1) E 2) E 3) C 4) C 16. 16. 1) E 2) E 3) E 4) C 17. 17. b. 18.18. c. c. 19.19. b. b. Exercícios (p. 156 a 158) 8. 8. a) Diminuição da concentração de PCl b) Aumento da concentração de PCl c) Favorece a reação. 9. 9. e. 10.10. a e b. a e b. 11.11. b. b. 16. 16. a) D b) N c) E d) Kc = 0,5. 17. 17. a) Esquerda, A, A e D. c) Direita, D, D e A. d) Direita, D, D e A. 19. 19. a) Esquerda. b) Direita. 20. 20. 1) E 2) E 3) C 4) C 21. 21. a) C b) C c) E d) E Exercícios (p. 181 a 183) 3. 3. b. 6. 6,52 ⋅ 105 L ⋅ mol 7. 7. 2,16 ⋅ 102 L ⋅ mol–1 12. 12. b) y c) t 13.13. 14.14. 316 ARLON, P. Água. São Paulo: Saraiva, 2006. BAILEY, J.; LILLY, M. A história da água. São Paulo: DCL, 2008. BERRY, S. Como usar água e energia sem desperdício. São Paulo: Publifolha, 2009. BIAZZI, E. M. S. Viva natural: água, ar, sol, repouso, alegria. 14. ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1993. BRANCO, S. M. Água: origem uso e preservação. São Paulo: Moder- na, 1998. CHIANCA, L. A.; SALÉM, S. Água. São Paulo: Ática, 2006. CLARKE, R.; KING, J. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, 2005. CORAZINI, R. et al. Os impactos da poluição. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. DIAS, S. Água, meio ambiente e vida. São Paulo: Global, 2004. DOWBOR, L.; TAGNIN, R. A. Administrando a água como se fosse importante. São Paulo: Senac, 2005. GARCIA, E. Água, esperança e futuro. São Paulo: Loyola, 2004. LENZI, E.; FAVERO, L. O. B.; LUCHESE, E. B. Introdução à química da água: Ciência, vida e sobrevivência. Rio de Janeiro: LTC, 2009. LUZ, L. A. R. Reutilização da água: mais uma chance para nós. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. MACHADO, C. J. S. Gestão de águas doces. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. MACHADO, N. J.; CASADEI, S. R. Seis razões para cuidar bem da água. São Paulo: Escrituras, 2006. MAGOSSI, L. R.; BONACELLA, P. H. Poluição das águas. São Paulo: Moderna, 1991. MARINHO JR., I. P. Petróleo, política e poder: um novo choque do petróleo? Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. MIRANDA, E. E. A água na natureza e na vida dos homens. São Paulo: Ideias & Letras, 2004. MONTANARI, V.; STRAZZACAPPA, C. Pelos caminhos da água. São Paulo: Moderna, 2003. NARCISO JR., J. L.; JORDÃO, M. P. Água: uma necessidade vital. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. ___. A solução e seus problemas. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. REBOUÇAS, A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. Águas doces no Brasil. São Paulo: Escrituras, 2006. RICHTER, C. A.; AZEVEDO NETTO, J. M. Tratamento de água: tecno- logia atualizada. São Paulo: Edgard Blucher, 1991. RIOS, E. P. Água: vida e energia. São Paulo: Saraiva, 2004. SILVA, E. R.; SILVA, R. H. Álcool e gasolina: combustíveis do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997. SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA.Ciência hoje na escola: meio ambiente: águas. São Paulo: Global, 2000. TUNDISI, J. G.; TUNDISI, T. M. A água. São Paulo: Publifolha, 2005. ___. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2005. ZEITOUN, C.; ALLEN. P. Água. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006. ABRAMOVAY, R. (Org.). Biocombustíveis: a energia da controvérsia. São Paulo: Senac, 2009. ACIOLI, J. L. Fontes de energia. Brasília: Editora da UnB, 1993. BRANCO, S. M. Energia e meio ambiente. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1990. BRIGHT, M. O efeito estufa. São Paulo: Melhoramentos, 1998. CARDOSO, F. Efeito estufa: por que a terra morre de calor. São Paulo: Terceiro Nome, 2006. CHAGAS, P. A. A história e a química do fogo. Campinas: Átomo, 2008. CORAZINI, R. et al. Energia: matéria-prima para a vida. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. DIAS JÚNIOR, J. A.; ROUBICEK, R. O brilho de mil sóis: história da bomba atômica. São Paulo: Ática, 1999. FARIAS, R. F. Introdução à química do petróleo. Rio de Janeiro: Ciên- cia Moderna, 2008. FERRARO, N. G. Eletricidade: história e aplicações. São Paulo: Moderna, 1997. FIGUEIREDO, A.; PIETROCOLA, M. Calor e temperatura: Física um outro lado. São Paulo: FTD, 1997. GOLDEMBERG, J. Energia nuclear: vale a pena? São Paulo: Scipione, 1991. ___. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. São Paulo: Edusp, 1998. HELENE, M. E. M. A radioatividade e o lixo nuclear. São Paulo: Scipione, 1997. LICHTENTHÄLER FILHO, R.; PORTELA, F. Energia nuclear. São Paulo: Ática, 1998. MONTANARI, V. Energia nossa de cada dia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1998. NARCISO JR., J. L.; JORDÃO, M. P. Energia nuclear: um mal necessá- rio? São Paulo: Editora do Brasil, 2000. PINTO, A. C.; LEITE, C.; SILVA, J. A. Calor: o motor das revoluções. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. ___. Energia. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. ___. Física nuclear: da alquimia à bomba atômica. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. QUADROS, S. A termodinâmica e a invenção das máquinas térmi- cas. São Paulo: Scipione, 1996. RODRIGUES, S. de A. Destruição e equilíbrio. São Paulo: Atual, 1994. SCARLATO, F. C.; PONTIN, J. A. Energia para o século XXI. São Paulo: Ática, 1998. TAYLOR, K. Calor. São Paulo: Moderna, 1995. TORRES, E. A. Energia: quem economizar vai ganhar! Salvador: Casa da Qualidade, 1998. TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2005. TUNDISIH, S. A. Usos de energia. São Paulo: Atual, 2004. WALISIEWICZ. M. Energia alternativa: solar, eólica, hidrelétrica e de biocombustíveis. São Paulo: Publifolha, 2008. Unidade 2 Unidade 3 origem uso e preservação. São Paulo: Moder- Introdução à química da : mais uma chance para nós. Rio de MAGOSSI, L. R.; BONACELLA, P. H. Poluição das águas. São Paulo: Moderna, 1991. MARINHO JR., I. P. Petróleo, política e poder: um novo choque do Petróleo, política e poder: um novo choque do Petróleo, política e poder petróleo? Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. MIRANDA, E. E. A água na natureza e na vida dos homens. São Paulo: Ideias & Letras, 2004. MONTANARI, V.; STRAZZACAPPA, C. Pelos caminhos da água. São Paulo: Moderna, 2003. NARCISO JR., J. L.; JORDÃO, M. P. Água: uma necessidade vital. São Água: uma necessidade vital. São Água Paulo: Editora do Brasil, 2000. ___. A solução e seus problemas. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. REBOUÇAS, A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. Águas doces no Brasil.Águas doces no Brasil.Águas doces no Brasil São Paulo: Escrituras, 2006. RICHTER, C. A.; AZEVEDO NETTO, J. M. Tratamento de água: tecno- logia atualizada. São Paulo: Edgard Blucher, 1991. RIOS, E. P. Água: vida e energia. São Paulo: Saraiva, 2004.Água: vida e energia. São Paulo: Saraiva, 2004.Água SILVA, E. R.; SILVA, R. H. Álcool e gasolina: combustíveis do Brasil. Álcool e gasolina: combustíveis do Brasil. Álcool e gasolina São Paulo: Scipione, 1997. SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA.Ciência hoje na escola: meio ambiente: águas. São Paulo: Global, 2000.hoje na escola: meio ambiente: águas. São Paulo: Global, 2000.hoje na escola TUNDISI, J. G.; TUNDISI, T. M. A água. São Paulo: Publifolha, 2005. 317 ALLINGER, L. N. et al. Química orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978. AMBROGI, A.; LISBOA, J. C. F.; SPARAN, E. R. F. Química: habilitação para o magistério. São Paulo: Funbec/Cecisp/Harbra, 1990. Módulos 1, 2 e 3. ______; VERSOLATO, E. F.; LISBOA, J. C. F. Unidades modulares de Química. São Paulo: Hamburg, 1987. AMERICAN CHEMICAL SOCIETY. ChemCom: chemistry in the community. 2. ed. Dubuque: Hunt Publishing, 1993. ASSOCIATON FOR SCIENCE EDUCATION. Science in society. London: Heinemann Educational, 1981. ATKINS, P.; JONES, L. Chemistry, molecules, matter and change. New York: W. F. Freeman and Company, 1997. ______. Princípios de Química. Porto Alegre: Bookman, 2001. BENN, F. R.; McAULIFFE, C. A. Química e poluição. Rio de Janeiro/São Paulo: Livros Técnicos e Científi cos/Edusp, 1981. BETTELHEIM, F. A.; MARCH, J. Introduction to general, organic & biochemistry. 4. ed. New York: Saunders College Publishing, 1991. BRENNAM, R. Gigantes da Física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. BURTON, G. et al. Salters advanced chemistry : chemical storylines. Oxford: Heinemann Educational, 2000. CHEMICAL BOND APPROACH PROJECT. Química CBA: sistemas químicos. São Paulo: Edart, 1969. 2. v. CHEMICAL EDUCATIONAL MATERIAL STUDY. Química: uma ciência experimen- tal. São Paulo: Edart, 1976. 3. v. COMPÊNDIO DE NOMENCLATURA MACROMOLECULAR. Tradução de Cristina T. Andrade et al. Rio de Janeiro: E-papers, 2002. CONN, E. E.; STUMPF, P. K. Introdução à bioquímica. São Paulo: Edgard Blucher, 1980. CRUZ, M. N.; MARTINS, I. P. Química hoje! Porto: Porto Editora, 1994-1995. DIAS, A. R.; RAMOS, J. M. Química e sociedade : a presença da Química na atividade humana. Lisboa: Escolar Editora e Sociedade Portuguesa de Química, 1990-1992. 2. v. DONOVAN, T. R.; POOLE, M. C.; YACK, D. J. Chemicals in action. 2. ed. Toronto: Holt Rinehart and Winston of Canada, 1995. EDUCATION SERVICES INCORPORATED (IPS). Introdução à Física. 2. ed. São Paulo: Edart, 1974. EISBERG, R. M. Fundamentos da física moderna. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1979. EMLEY, J. The elements. 2. ed. Oxford: Claredon Press, 1994. GIBERT, A. Origens históricas da física moderna: introdução abreviada. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982. GOLDFARB, A. M. A. Da alquimia à química. São Paulo: Nova Stella/Universidade de São Paulo, 1987. GREENE, B. O universo elegante. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. GEPEQ – Grupo de Pesquisa para o Ensino de Química. Interação e transforma- ção: Química para o 2º- grau. São Paulo: Edusp, 1993-1995-1998-2005. v. I, II, III e IV. Livro do aluno, guia do professor. HILL, G.; HOLMAN, J. Chemistry in context. Surrey: Nelson, 2000. ______ et al. Chemistry : the Salters’ approach. Oxford: Heinemann Educational, 1989. HILL, J.; KOLB, D. Chemistry for changing times. New Jersey: Prentice Hall, 1995. HOFFMANN, R. O mesmo e o não mesmo. São Paulo: Editora da Unesp, 2007. HUNT, A.; MILLAR, R. (Ed.). As science for public understanding. 2. ed. Oxford: Heinemann Educational, 2000. INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED CHEMISTRY. Quantities, units and symbols in physical chemistry. Oxford: Blackwell Scientifi c Publications, 1988. IUPAC. Guia Iupac para a nomenclatura de compostos orgânicos. Tradução portuguesa de 1993. Lisboa: Lidel, 2002. JONES, M. et al. Chemistry, man and society. Rio de Janeiro: Saunders College Publishing, 1983. KAPLAN, I. Física nuclear. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1978. LUTFI, M. Cotidiano e educação em química: os aditivos em alimentos como proposta para o ensino de química no segundo grau. Ijuí: Unijuí, 1988. ______. Os ferrados e os cromados: produção social e apropriação privada do conhecimento químico. Ijuí: Unijuí, 1992. MAAR, J. H. Pequena história da química: primeira parte – dos primórdios a Lavoisier. Florianópolis: Papa-Livros, 1999. MAIA, N. B.; MARTOS, H. L.; BARRELLA, W. (Org.). Indicadores ambientais: conceitos e aplicações. São Paulo: Educ, 2001. MALDANER, O. A. Química 1: construção de conceitos fundamentais. Ijuí: Unijuí, 1992. ______; ZAMBIAZI, R. Química 2 : consolidação de conceitos fundamentais. Ijuí: Unijuí, 1993. MASTERTON, W. L.; SLOWIASKI, E. J.; STANITSKI, C. L. Química geral superior. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990. MATEUS, A. L. Química na cabeça. Belo Horizonte: UFMG, 2001. MCMURRAY, J. Química orgânica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1997. MOHRIG, J.; CHILD, W. Chemistry in perspective. Massachusetts: Allyn and Bacon, 1987. MÓL, G. de S. et al. Química na sociedade: projeto de ensino de química em um contexto social (PEQS). 2. ed. rev. e ampl. Brasília: Editora da UnB, 2000. MORRISON, R.; BOYD, R. Química orgânica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H. Química para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002. NARCISO JR., J. L.; JORDÃO, M. P. Projeto escola e cidadania: Química. São Paulo: Editora do Brasil, 2000. NOVAES, P. C.; RIBAS, O. Agenda 21 brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/PNUD, 2000. PINO, J. C. D.; KRÜGER, V. Segurança no laboratório. Porto Alegre: SE-Cecirs, 1997. ROCHA-FILHO, R. C. Grandezas e unidades de medida: o Sistema Internacional de Unidades. São Paulo: Ática, 1988. ______; SILVA, R. R. Cálculos básicos da química. São Carlos: EdUFSCar, 2006. ROMANELLI, L. I.; JUSTI, R. da S. Aprendendo química. Ijuí: Unijuí, 1997. RUIZ, A. G.; GUERRERO, J. A. C. Química. São Paulo: Pearson Education, 2002. RUSSEL, J. B. Química geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. 2. v. SANTOS, F. D. Que futuro?: ciência, tecnologia, desenvolvimento e ambiente. Lisboa: Gradiva, 2007. SCHNETZLER, R. P. et al. Proquim : projeto de ensino de química para o segun- do grau. Campinas: CAPES-MEC-PADCT, 1986. v. 1. SCHWARTZ, A. T. et al. Chemistry in context: applying chemistry to society. Dubuque: Wm. C. Brown Publishers, 1994. SEGRÈ, E. Dos raios X aos quarks : físicos modernos e suas descobertas. Brasília: Editora da UnB, 1991. SHREVE, R. N.; BRINK JR., J. A. Indústrias de processos químicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA-FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. SNYDER, C. H. The extraordinary chemistry of ordinary things. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995. SOLOMON, J. Satis 16-19 : science & technology in society. What is science? What is technology? How does society decide? Hatfi eld: Association for Sci- ence Education, 1992. SOLOMON, S. Introduction to general organic and biological chemistry. New York: McGraw-Hill, 1987. SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Organic chemistry. 5. ed. New York: John Wiley & Sons, 1992. STREITWIESER, A.; HEATHCOCK, C. H.; KOSOWER, E. M. Introduction to organic chemistry. 4. ed. New York: Macmillan, 1992. VIDAL, B. História da química. Lisboa: Edições 70, 1986. Bibliografia básica consultada* * A bibliografi a consultada específi ca dos temas de cada unidade encontra-se referenciada no Livro do Professor. ALLINGER, L. N. et al. Química orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978. AMBROGI, A.; LISBOA, J. C. F.; SPARAN, E. R. F. Química: habilitação para o Química: habilitação para o Química magistério. São Paulo: Funbec/Cecisp/Harbra, 1990. Módulos 1, 2 e 3. ______; VERSOLATO, E. F.; LISBOA, J. C. F. Unidades modulares de Química. São Paulo: Hamburg, 1987. AMERICAN CHEMICAL SOCIETY. ChemCom: chemistry in the community. 2. ed. ChemCom: chemistry in the community. 2. ed. ChemCom Dubuque: Hunt Publishing, 1993. ASSOCIATON FOR SCIENCE EDUCATION. Science in society.Science in society.Science in society London: Heinemann Educational, 1981. ATKINS, P.; JONES, L. Chemistry, molecules, matter and change. New York: W. F. Freeman and Company, 1997. ______. Princípios de Química. Porto Alegre: Bookman, 2001. BENN, F. R.; McAULIFFE, C. A. Química e poluição. Rio de Janeiro/São Paulo: Livros Técnicos e Científi cos/Edusp, 1981. BETTELHEIM, F. A.; MARCH, J. Introduction to general, organic & biochemistry. 4. ed. New York: Saunders College Publishing, 1991. BRENNAM, R. Gigantes da Física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. BURTON, G. et al. Salters advanced chemistry : chemical storylines. Oxford: Heinemann Educational, 2000. CHEMICAL BOND APPROACH PROJECT. Química CBA: sistemas químicos. São Paulo: Edart, 1969. 2. v. CHEMICAL EDUCATIONAL MATERIAL STUDY. Química: uma ciência experimen-Química: uma ciência experimen-Química tal. São Paulo: Edart, 1976. 3. v. LUTFI proposta para o ensino de química no segundo grau. Ijuí: Unijuí, 1988. ______. conhecimento químico. Ijuí: Unijuí, 1992. MAAR Lavoisier. Florianópolis: Papa-Livros, 1999. MAIA conceitos e aplicações. São Paulo: Educ, 2001. MALDANER Unijuí, 1992. ______ Ijuí: Unijuí, 1993. MASTERTON 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990. MATEUS MCMURRAY, J. MOHRIG Allyn and Bacon, 1987. MÓL um contexto social (PEQS). 2. ed. rev. e ampl. Brasília: Editora da UnB, 2000. MORRISON Gulbenkian, 1996. MORTIMER Scipione, 2002. Bibliografia básica consultada* 318 1 HIDROGÊNIO 1 1, 0H 2 HÉLIO 2 4, 0 H e 2 1 LÍTIO 3 6, 9Li 2 2 BERÍLIO 4 9, 0Be 2 3 BORO 5 10 ,8B 2 4 CARBONO 6 12 ,0C 2 5 NITROGÊNIO 7 14 ,0N 2 6 OXIGÊNIO 8 16 ,0O 2 7 FLÚOR 9 19 ,0F 2 8 NEÔNIO 10 20 ,2 N e 2 8 1 SÓDIO 11 23 ,0 N a 2 8 2 MAGNÉSIO 12 24 ,3 M g 2 8 3 ALUMÍNIO 13 27 ,0A l 2 8 4 SILÍCIO 14 28 ,1Si 2 8 5 FÓSFORO 15 31 ,0P 2 8 6 ENXOFRE 16 32 ,1S 2 8 7 CLORO 17 35 ,5Cl 2 8 8 ARGÔNIO 18 39 ,9A r 2 8 8 1 POTÁSSIO 19 39 ,1K 2 8 8 2 CÁLCIO 20 40 ,1Ca 2 8 9 2 ESCÂNDIO 21 45 ,0Sc 2 8 10 2 TITÂNIO 22 47 ,9Ti 2 8 11 2 VANÁDIO 23 50 ,9V 2 8 13 1 CRÔMIO 24 52 ,0Cr 2 8 13 2 MANGANÊS 25 54 ,9 M n 2 8 14 2 FERRO 26 55 ,8Fe 2 8 15 2 COBALTO 27 58 ,9 Co 2 8 16 2 NÍQUEL 28 58 ,7N i 2 8 18 1 COBRE 29 63 ,5 Cu 2 8 18 2 ZINCO 30 65 ,4Zn 2 8 18 3 GÁLIO 31 69 ,7 G a 2 8 18 4 GERMÂNIO 32 72 ,6 G e 2 8 18 5 ARSÊNIO 33 74 ,9A s 2 8 18 6 SELÊNIO 34 79 ,0Se 2 8 18 7 BROMO 35 79 ,9Br 2 8 18 8 CRIPTÔNIO 36 83 ,8K r 2 8 18 8 1 RUBÍDIO 37 85 ,5 Rb 2 8 18 8 2 ESTRÔNCIO 38 87 ,6Sr 2 8 18 9 2 ÍTRIO 39 88 ,9Y 2 8 18 10 2 ZIRCÔNIO 40 91 ,2Zr 2 8 18 12 1 NIÓBIO 41 92 ,9 N b 2 8 18 13 1 MOLIBDÊNIO 42 96 ,0 M o 2 8 18 13 2 TECNÉCIO 43 (9 8)Tc 2 8 18 15 1 RUTÊNIO 44 10 1, 1 Ru 2 8 18 16 1 RÓDIO 45 10 2, 9 Rh 2 8 18 18 PALÁDIO 46 10 6, 4 Pd 2 8 18 18 1 PRATA 47 10 7, 9 A g 2 8 18 18 2 CÁDMIO 48 11 2, 4 Cd 2 8 18 18 3 ÍNDIO 49 11 4, 8 In 2 8 18 18 4 ESTANHO 50 11 8, 7 Sn 2 8 18 18 5 ANTIMÔNIO 51 12 1, 8 Sb 2 8 18 18 6 TELÚRIO 52 12 7, 6 Te 2 8 18 18 7 IODO 53 12 7, 0I 2 8 18 18 8 XENÔNIO 54 13 1, 3 X e 2 8 18 18 8 1 CÉSIO 55 13 2, 9 Cs 2 8 18 18 8 2 BÁRIO 56 13 7, 3 Ba 57 -7 1 La -L u 2 8 18 32 10 2 HÁFNIO 72 17 8, 5 H f 2 8 18 32 11 2 TÂNTALO 73 18 1, 0 Ta 2 8 18 32 12 2 TUNGSTÊNIO 74 18 3, 8 W 2 8 18 32 13 2 RÊNIO 75 18 6, 2 Re 2 8 18 32 14 2 ÓSMIO 76 19 0, 2 O s 2 8 18 32 15 2 IRÍDIO 77 19 2, 2Ir 2 8 18 32 17 1 PLATINA 78 19 5, 1 Pt 2 8 18 32 18 1 OURO 79 19 7, 0 A u 2 8 18 32 18 2 MERCÚRIO 80 20 0, 6 H g 2 8 18 32 18 3 TÁLIO 81 20 4, 4 Tl 2 8 18 32 18 4 CHUMBO 82 20 7, 2 Pb 2 8 18 32 18 5 BISMUTO 83 20 9, 0 Bi 2 8 18 32 18 6 POLÔNIO 84 21 0 Po 2 8 18 32 18 7 ASTATO 85 (2 10 ) A t 2 8 18 32 18 8 RADÔNIO 86 (2 22 ) Rn 2 8 18 32 18 8 1 FRÂNCIO 87 (2 23 ) Fr 2 8 18 32 18 8 2 RÁDIO 88 (2 22 ) Ra 89 -1 03 A c- Lr 2 8 18 32 32 10 2 RUTHERFÓRDIO 10 4 (2 61 ) Rf 2 8 18 32 32 11 2 DÚBNIO 10 5 (2 62 ) D b 2 8 18 32 32 12 2 SEABÓRGIO 10 6 (2 66 ) Sg 2 8 18 32 32 13 2 BÓHRIO 10 7 (2 64 ) Bh 2 8 18 32 32 14 2 HÁSSIO 10 8 (2 69 ) H s 2 8 18 32 32 15 2 MEITNÉRIO 10 9 (2 68 ) M t 2 8 18 32 32 17 1 DARMSTADTIO 11 0 (2 81 ) D s 2 8 18 32 32 18 1 ROENTGÊNIO 11 1 (2 80 ) Rg 2 8 18 32 32 18 2 COPERNÍCIO 11 2 (2 85 ) Cn 2 8 18 32 32 18 3 UNÚNTRIO 11 3 (2 84 ) Uu t 2 8 18 32 32 18 4 FLERÓVIO 11 4 (2 89 ) Fl 2 8 18 32 32 18 5 UNUNPÊNTIO 11 5 (2 88 ) Uu p 2 8 18 32 32 18 6 LIVERMÓRIO 11 6 (2 93 ) Lv 11 7 Uu s 2 8 18 32 32 18 8 UNUNÓCTIO 11 8 (2 94 ) Uu o 2 8 18 18 9 2 LANTÂNIO 57 13 8, 9 La 2 8 18 19 9 2 CÉRIO 58 14 0, 1 Ce 2 8 18 21 8 2 PRASEODÍMIO 59 14 0, 9 Pr 2 8 18 22 8 2 NEODÍMIO 60 14 4, 2 N d 2 8 18 23 8 2 PROMÉCIO 61 (1 45 ) Pm 2 8 18 24 8 2 SAMÁRIO 62 15 0, 4 Sm 2 8 18 25 8 2 EURÓPIO 63 15 2, 0 Eu 2 8 18 25 9 2 GADOLÍNIO 64 15 7, 3 G d 2 8 18 27 8 2 TÉRBIO 65 15 8, 9 Tb 2 8 18 28 8 2 DISPRÓSIO 66 16 2, 5 D y 2 8 18 29 8 2 HÓLMIO 67 16 4, 9 H o 2 8 18 30 8 2 ÉRBIO 68 16 7, 3 Er 2 8 18 31 8 2 TÚLIO 69 16 8, 9 Tm 2 8 18 32 8 2 ITÉRBIO 70 17 3, 0 Y b 2 8 18 32 9 2 LUTÉCIO 71 17 5, 0 Lu 2 8 18 32 18 9 2 ACTÍNIO 89 (2 27 ) A c 2 8 18 32 32 11 2 TÓRIO 90 23 2, 0 Th 2 8 18 32 20 9 2 PROTACTÍNIO 91 23 1, 0 Pa 2 8 18 32 21 9 2 URÂNIO 92 23 8, 0U 2 8 18 32 22 9 2 NETÚNIO 93 (2 37 ) N p 2 8 18 32 24 8 2 PLUTÔNIO 94 (2 44 ) Pu 2 8 18 32 25 8 2 AMERÍCIO 95 (2 43 ) A m 2 8 18 32 25 9 2 CÚRIO 96 (2 47 ) Cm 2 8 18 32 27 8 2 BERQUÉLIO 97 (2 47 ) Bk 2 8 18 32 28 8 2 CALIFÓRNIO 98 (2 51 ) Cf 2 8 18 32 29 8 2 EINSTÊINIO 99 (2 52 ) Es 2 8 18 32 30 8 2 FÉRMIO 10 0 (2 57 ) Fm 2 8 18 32 31 8 2 MENDELÉVIO 10 1 (2 58 ) M d 2 8 18 32 32 8 2 NOBÉLIO 10 2 (2 59 ) N o 2 8 18 32 32 9 2 LAURÊNCIO 10 3 (2 62 ) Lr N úm er o at ôm ic o Sí m bo lo Distribuição eletrônica Nome do elemento M as sa a tô m ic a re la ti va ( ) = N o d e m as sa do is ót op o m ai s es tá ve l G ru po I A 0 II A III A IV A V A V I A V II A III B IV B V B V I B V II B I B II B Sé ri e do s La nt an íd io s Sé ri e do s A ct in íd io s Período V III B 1 1 2 3 4 5 6 7 2 13 14 15 16 17 18 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Hi dr og ên io M et ai s re pr es en ta tiv os a lc al in os M et ai s re pr es en ta tiv os a lc al in ot er ro so s M et ai s de tr an si çã o M et ai s de tr an si çã o in te rn a Ou tr os m et ai s re pr es en ta tiv os El em en to n ão id en tifi c ad o Ou tr os n ão m et ai s Nã o m et ai s, ha lo gê ni os Ga se s no br es Só lid o Zn Lí qu id o H g Gá s N e Ar tifi c ia l Cf Ta be la p er ió di ca d os e le m en to s Co m m as sa s at ôm ic as r ef er id as a o is ót op o 12 d o ca rb on o (lu pa c) UNUNSÉPTIO (2 94 ) 2 8 18 32 32 18 7 8 18 18 1 10 7, 9 A g 8 18 18 2 CÁDMIO 11 2, 4 Cd 8 18 18 3 ÍNDIO 11 4, 8 In 8 18 18 4 ESTANHO ESTANHO EST 11 8, 7 Sn 8 18 18 5 ANTIMÔNIO 12 1, 8 Sb 8 18 18 6 TELÚRIO 12 7, 6 Te 8 18 18 7 IODO 12 7, 0I 8 18 18 8 XENÔNIO 13 1, 3 X e X e 2 8 18 32 18 1 79 19 7, 0 A u 2 8 18 32 18 2 MERCÚRIO 80 20 0, 6 H g H g 2 8 18 32 18 3 TÁLIO TÁLIO T 81 20 4, 4 Tl 2 8 18 32 18 4 CHUMBO 82 20 7, 2 Pb 2 8 18 32 18 5 BISMUTO 83 20 9, 0 Bi 2 8 18 32 18 6 POLÔNIO 84 21 0 Po 2 8 18 32 18 7 ASTAT ASTAT ASTO 85 (2 10 ) A t 2 8 18 32 18 8 RADÔNIO 86 (2 22 ) RnRn 2 8 18 32 32 18 1 11 1 (2 80 ) RgRg 2 8 18 32 32 18 2 COPERNÍCIO 11 2 (2 85 ) CnCn 2 8 18 32 32 18 3 UNÚNTRIO 11 3 (2 84 ) Uu t Uu t 2 8 18 32 32 18 4 FLERÓVIO 11 4 (2 89 ) FlFl 2 8 18 32 32 18 5 UNUNPÊNTIO 11 5 (2 88 ) Uu p Uu p 2 8 18 32 32 18 6 LIVERMÓRIO 11 6 (2 93 ) LvLv 11 7 Uu s Uu s 2 8 18 32 32 18 8 UNUNÓCTIO 11 8 (2 94 ) Uu o Uu o 2 8 18 25 9 2 64 15 7, 3 G d 2 8 18 27 8 2 TÉRBIO 65 15 8, 9 Tb 2 8 18 28 8 2 DISPRÓSIO 66 16 2, 5 D y 2 8 18 29 8 2 HÓLMIO 67 16 4, 9 H o 2 8 18 30 8 2 ÉRBIO 68 16 7, 3 Er 2 8 18 31 8 2 TÚLIO 69 16 8, 9 Tm 2 8 18 32 8 2 ITÉRBIO 70 17 3, 0 Y b 2 8 18 32 9 2 LUTÉCIO 71 17 5, 0 Lu 2 8 18 32 25 9 2 96 (2 47 ) CmCm 2 8 18 32 27 8 2 BERQUÉLIO 97 (2 47 ) BkBk 2 8 18 32 28 8 2 CALIFÓRNIO 98 (2 51 ) CfCf 2 8 18 32 29 8 2 EINSTÊINIO 99 (2 52 ) EsEs 2 8 18 32 30 8 2 FÉRMIO 10 0 (2 57 ) FmFm 2 8 18 32 31 8 2 MENDELÉVIO 10 1 (2 58 ) M d M d 2 8 18 32 32 8 2 NOBÉLIO 10 2 (2 59 ) N o N o 2 8 18 32 32 9 2 LAURÊNCIO 10 3 (2 62 ) LrLr UNUNSÉPTIO (2 94 ) 2 8 18 32 32 18 7 319 Como alguns dos materiais e reagentes manipulados nos experimentos podem ser potencialmente perigosos, é necessário que o trabalho seja feito com rigor e cuidado, respeitando normas e procedimentos de segurança que, embora possam parecer simples e óbvios, são fundamentais para um resultado produtivo e seguro. Leia com atenção algumas normas básicas de segurança que devem ser respeitadas em qualquer atividade experimental. Segurança no laboratório Com coisa séria não se brinca! É expressamente proibido brincar durante a rea- lização dos experimentos. A moda no laboratório não muda! Você deve usar guarda-pó (avental ou jaleco), luvas e óculos de proteção. Recomendam-se o uso de calça comprida, sapato fechado e cabelos longos amarrados para trás. Bancada de laboratório não é estante de livros! Deixe sobre a bancada (mesa) somente o ma- terial em uso. Laboratório não é lanchonete, muito menos local para fumar! Não fume, coma ou beba no laboratório, pois pode ocorrer contaminação por substâncias tóxicas. Substâncias de laboratório não são cremes! Evite contato de qualquer substância com a pele, boca e olhos. Pense antes de fazer! Leia atentamente as instruções antes de realizar qualquer atividade, prestando atenção às re- comendações. Consulte o rótulo dos reagentes para certificar-se de que está usando a substân- cia correta, na quantidade indicada. Professor, como se faz? Determinadas operações só devem ser realizadas depois que o professor explicar como proceder. Isso vale principalmente para o aquecimento e o descarte de materiais e para a manipulação de substâncias corrosivas. Contribua para o ambiente. Use pequenas quantidades de materiais para gerar o mínimo de resíduos. Antes de descar- tá-los, consulte o professor sobre onde destiná- -los. Alguns podem ser reaproveitados. Mui- tos podem causar sérios problemas ambientais. Limpeza. Mantenha o local de trabalho sempre limpo. Será que já terminei? Antes de se retirar do laboratório, lave as mãos, desligue todos os aparelhos e verifique se não há torneiras (de água ou gás) abertas. E agora? Qualquer incidente deve ser comunicado ime- diatamente ao professor. Ele certamente saberá o que fazer. Dúvida? Pergunte ao professor. Muito cuidado! Esteja atento aos símbolos de advertência que acompanham os experimentos deste livro. Evite contato direto com o material Tenha muito cuidado, pois o material pode ser irritante ou corrosivo. Cuidado para não se queimar Esteja bastante atento se o procedimento envolver algum tipo de aquecimento. Material infl amável Evite colocar esse material perto de algum lugar com sistema de aquecimento (chama, aquecedor elétrico, entre outros. Cuidado com este procedimento Tenha atenção redobrada para evitar algum acidente, como choque elétrico, quebra de vidros, entre outros. Não desperdice Muitos produtos químicos podem agredir o meio ambiente. Use somente o que for recomendado no roteiro. Destine corretamente o resíduo Siga as recomendações indicadas para o destino adequado de resíduos, reduzindo o impacto ambiental. Ilu st ra çõ es : O sv al do S eq ue tin Como alguns dos materiais e reagentes manipulados nos experimentos podem ser potencialmente perigosos, é necessário que o trabalho seja feito com rigor e cuidado, respeitando normas e procedimentos de segurança que, embora possam parecer simples e óbvios, são fundamentais para um resultado produtivo e seguro. Leia com atenção algumas normas básicas de segurança que devem ser respeitadas em qualquer atividade experimental. Segurança no laboratório Com coisa séria não se brinca! É expressamente proibido brincar durante a rea- lização dos experimentos. A moda no laboratório não muda! Você deve usar guarda-pó (avental ou jaleco), luvas e óculos de proteção. Recomendam-se o uso de calça comprida, sapato fechado e cabelos longos amarrados para trás. Bancada de laboratório não é estante de livros! Deixe sobre a bancada (mesa) somente o ma- terial em uso. Ilu st ra çõ es : O sv al do S eq ue tin Ilu st ra çõ es : O sv al do S eq ue tin Ilu st ra çõ es : O sv al do S eq ue tin 320 Manual do Professor A você, professor “Se nada fi car destas páginas, algo, pelo menos, esperamos que permaneça: nossa confi ança no povo. Nossa fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar.” Paulo Freire Mudanças no Ensino Médio vêm ocorrendo desde o fi nal do século passado, mas somente aos poucos elas vão se concretizando na realidade escolar. Propostas de contextualização, abor- dagem interdisciplinar, formação para o trabalho, formação para a cidadania, entre outras, já estão presentes em documentos legais e textos didáticos há um certo tempo. As provas do Enem e de muitas universidades já têm incorporado há muito tempo questões con- textualizadas e interdisciplinares. Essas são mudanças já estão se concretizando, e para alcançá-las se faz necessário um novo livro didático. O presente livro foi produzido com esse propósito. A característica marcante dele está no caráter inovador. Fundamentados em princípios teórico-metodológicos, buscamos unir resultados de pesquisas em ensino de Química a uma proposta curricular que se enquadre às Diretrizes Cur- riculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) e aos Parâmetros e Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM e OCNEM). Tivemos a preocupação central de apresentar os conteúdos de Química da forma mais clara possível para os alunos, buscando justifi car a origem conceitual. O nosso compromisso é com o aprendizado de conceitos e não com a memorização descontextualizada de termos químicos. Por esse motivo, todo o conteúdo é apresentado por meio de uma contextualização. Acreditamos que, assim, os alunos vão adquirir uma base sólida do conhecimento químico para progredirem em seus estudos. Ao mesmo tempo, estaremos auxiliando no desenvolvimento de sua capaci- dade argumentativa, cada vez mais requerida nos exames de ingresso no Ensino Superior e nos processos seletivos do mercado de trabalho. Em consonância com as Diretrizes Curriculares, a contextualização temática de nosso livro possibilitará condições para a formação crítica de nossos alunos sobre o contexto tecnológico de nossa sociedade. Por isso, em todos os livros da coleção são apresentadas as relações entre a Química, as suas tecnologias, a sociedade e o ambiente. A partir dessa contextualização, você poderá desenvolver com seus alunos atitudes positivas para o engajamento no processo de mudança de nossa sociedade, sobretudo aquelas que se tornam desafi adoras em relação às mudanças climáticas que estamos vivenciando na atualidade. Conhecemos a dura realidade do dia a dia da sala de aula, que vivenciamos cotidianamente como você. Provavelmente a sua condição poderá ser mais difi cultosa do que a nossa... Isso, de fato, tem sido um grande obstáculo para a implementação de reformas educacionais. Pensando nessa situação, procuramos, na concepção do presente livro, incorporar mudanças compatíveis com a realidade da escola brasileira. A nossa intenção com a edição destas “orientações aos professores” é exatamente apresentar a você formas de desenvolver a sua atividade pedagógica com este livro, que muito vai facilitar o seu árduo trabalho de sala de aula dentro de seu contexto. É assim, colega professor, que o convidamos para um diálogo, no intuito de que, ao tro- carmos nossas experiências de sala de aula, possamos ajudá-lo na tarefa de planejamento e execução de suas ações pedagógicas na utilização do livro. Não é nossa intenção apresentar um manual de regras sobre como ensinar Química, mas sim um livro aberto que desperte refl exões. O que queremos é auxiliar você a utilizar o livro didático como ferramenta para a organização de um currículo que atenda às necessidades de seu público, com base na sua experiência profi ssional e no conhecimento da realidade específi ca de seus alunos. Esperamos que o seu trabalho pedagógico com o nosso livro seja muito prazeroso com a nova abordagem, auxiliando-o na tarefa educativa de formar cidadãos críticos que participem ati- vamente na construção de nossa sociedade e que sejam qualifi cados para ingressar no mercado de trabalho e progredir em seus estudos. Um forte abraço dos autores Sumário 1 Formação do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Autonomia do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Educação, inclusão e diversidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 O processo de avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Atualização do professor e bibliografi a recomendada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Encontros de ensino de Química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Bibliografi a recomendada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Bibliografi a básica comentada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Bibliografi a de Educação, Filosofi a da Ciência e Ensino de Ciências e de Química. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 2 Orientações teórico-metodológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 O Ensino Médio e a formação da cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 PCN e orientações curriculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Abordagem temática, contextualização e interdisciplinaridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Construção e mediação do conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Linguagem da Ciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 A visão de Ciência e das interações Ciência-Tecnologia-Sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3 Como fazer uso da obra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Conteúdo e organização curricular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Seleção de conteúdos da obra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Recursividade e fl exibilidade curricular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 A ordem geral do conteúdo de Química na obra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Recomendações de conteúdos de Química a serem abordados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Organização da obra por unidades temáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Quadro de temas sociocientífi cos e seus temas centrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 As seções do livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Tema em foco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Controvérsia científi ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Debata e entenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Ação e cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Conceitos químicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Pense! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Conceito em destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Química na escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Normas de segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Química verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Análise de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 O que aprendemos neste capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Exercícios de revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Gabaritos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 É bom ler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 O uso das imagens do livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 4 Orientações e sugestões metodológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Orientações sobre articulação do conteúdo programático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Recomendações específi cas para desenvolvimento do conteúdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Orientações para o desenvolvimento do Tema em foco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Sugestões de atividades pedagógicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Trabalhos cooperativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Visitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Vídeos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Objetos de aprendizagem no computador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Portal do professor do MEC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Sites de pesquisa para aprofundamento de conteúdos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Sugestões de atividades adicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Referências bibliográfi cas Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 5 Resolução dos exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Capítulo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Capítulo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Capítulo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Capítulo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Capítulo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Capítulo 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Capítulo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 Capítulo 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 MANUAL DO PROFESSOR8 “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” Paulo Freire 1 Formação do professor Vamos iniciar o nosso diálogo sobre as orientações para o uso de nosso livro didático, refl etindo sobre as condições básicas de formação do professor. Entendemos que a profi ssionalização do magistério implica o processo contínuo de qualifi cação do professor. Isso ocorre de diversas maneiras, desde cursos presenciais fornecidos pelas secretarias de Educação, instituições de Ensino Superior até cursos a distância. A nossa crença, todavia, é que além da formação qualifi cada por meio de cursos reconhecidos, a formação do professor também se dá por meio de um processo contínuo de investigação sobre a sua própria prática. Neste primeiro capítulo de orientações vamos destacar alguns pontos essenciais que o professor precisa resgatar em sua formação teórico-prática para construir uma nova prática em sala de aula. Eles se concentram na autonomia do professor, no princípio da inclusão e do respeito à diversidade, e no entendimento do processo avaliativo de uma maneira global. Além de refl etirmos sobre esses pontos, vamos apresentar algumas sugestões de possibilidades de atualizações do professor. Autonomia do professor Uma das tarefas inalienáveis do professor é o planejamento didático. As orientações e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio apresentam propostas para orientar esse planejamento; em geral, as secretarias de Educação estaduais e municipais também elaboram propostas curriculares trazendo listagens de conteúdos que confi guram roteiros para o trabalho do professor. Todas essas orientações ofi ciais, entretanto, não determinam de forma impositiva o que o professor deve ensinar, pois, como previsto nas Diretrizes Nacionais para o Ensino Médio, as escolas dispõem de fl exibilidade para elaborar o seu próprio plano pedagógico com base no planejamento de seus professores. É preciso que o professor busque a criatividade e proponha diferentes estratégias didáticas, idealizando maneiras inovadoras de explorar suas aulas. Nenhum sistema de ensino conseguiu ainda substituir a fi gura do professor na condução do processo didático. A presente obra traz maneiras diferenciadas de tratamento dos textos, como contextualização por meio de temas sociocientífi cos, que se referem a aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais, históricos, éticos e ambientais, relacionados à Ciência e Tecnologia; de experimentos; de problematização teórica; e de atividades que envolvem cognitivamente os estudantes no aprendizado dos conceitos científi cos. Isso foi propositadamente planejado para ilustrar as inúmeras possibilidades que existem para se explorar o conteúdo, pois é a diversidade de opções que fortalece a autonomia do professor. MANUAL DO PROFESSOR 9 Entendemos, de acordo com Paulo Freire, que o trabalho educacional deve ser direcionado com base na realidade e nas necessidades da comunidade escolar. Assim, vez por outra, o que aparece em foco em nossas unidades pode não se aplicar exatamente a um contexto escolar específi co. Nesse caso, o ideal é que os textos e as sugestões de atividades sejam apenas o ponto de partida para o professor elaborar outros textos e atividades que abordem os mesmos aspectos e que sejam mais adequados à sua comunidade, de modo a ampliar a compreensão do problema. Em síntese, a proposta central de nosso material didático está no respeito à diversi- dade de condições dos professores, de forma que ele tenha a liberdade para atuar na condução do processo pedagógico com a maior autonomia possível. Educação, inclusão e diversidade Em diferentes épocas da história da civilização, pessoas que apresentavam alguma defi ciência foram tratadas de diferentes formas. Muitos povos antigos sacrifi cavam bebês que apresentavam alguma defi ciência física ou mental. Na Roma Antiga, era comum jogar nas redes de esgoto crianças que tivessem alguma anomalia. Durante a Idade Média, defi cientes que sobreviviam a essa seleção inicial eram abrigados em igrejas, como retrata o livro O Corcunda de Notre Dame. Embora tenham ganhado o direito de viver, até o século XX essas pessoas eram normalmente isoladas do convívio social. Durante o século passado, essa visão começa a mudar e, em 1948, passam a ter direito por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afi rma que “Todo ser humano tem direito à educação”. Na década de 1970, nos Estados Unidos da América, avançam ideias e ações sobre a inclusão, devido ao grande número de soldados mutilados na Guerra do Vietnã. O marco brasileiro do início dessa mudança de postura é uma emenda à Constituição brasileira, aprovada em 1978, que afi rma: “É assegurada aos defi cientes a melhoria de sua condição social e econômica especialmente mediante educação especial e gratuita”. Essas ideias e ações inclusivas muito evoluíram durante as décadas seguintes. A Lei de Diretrizes e Bases, aprovada em 1996, sinaliza que a educação de diferentes portadores de necessidades especiais deve ser realizada, preferencialmente, nas redes públicas de ensino. Em 1998, o MEC aponta a necessidade de que sejam feitas adaptações aos Parâmetros Curriculares Nacionais com o objetivo de desenvolver estratégias para a educação formal de alunos com necessidades educacionais especiais. Por isso, em 2001, são publicadas as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. De acordo com tais diretrizes, as escolas devem “estabelecer políticas efetivas e adequadas à implantação da educação especial”. Não se sentindo preparado para lidar com essas situações, você pode buscar orien- tações junto às secretarias de educação ou mesmo junto ao MEC. Entretanto, você poderá desenvolver muitas ações em sua sala de aula que vão favorecer a inclusão de seus alunos. Nessa busca pela inclusão, você, professor de Química, poderá se deparar, entre outras situações, com alunos surdos e alunos com defi ciência visual. No caso do aluno surdo, a presente obra já apresenta um diferencial que favorece sua aprendizagem: a riqueza visual. A grande difi culdade desse aluno não é a surdez. Isso ele pode compensar pela leitura labial ou pela utilização da Língua Brasileira de Sinais – Libra. Sua maior difi culdade se dá na apropriação da linguagem. Por isso, além de cuidados práticos, como falar virado para o aluno – permitindo-lhe ler seus lábios –, esse aluno poderá necessitar de esclarecimentos adicionais sobre novos conceitos apresentados na disciplina. Um recurso que muito favorece esse aluno é a utilização de imagens e diagramas. Para o aluno defi ciente visual – DV –, o grande problema se dá no fato de a Química ser trabalhada em três diferentes níveis: macroscópico, microscópico e representacional. A primeira difi culdade aparece no nível macroscópico, visto que estudamos fenômenos MANUAL DO PROFESSOR10 que geralmente são percebidos por meio de nossa visão. Entre as maiores evidências da ocorrência de reações químicas estão a mudança de cor, a formação de precipitado e a liberação de gases. Para diminuir tais difi culdades, você pode adaptar atividades, permitindo que seu aluno tenha acesso à transformação por meio de outros sentidos. O nível representacional é outro desafi o, visto que a Química utiliza uma linguagem de sinais próprios carregados de signifi cados. Nesse sentido, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (http://portal.mec.gov.br/seesp/) desenvolveu a Grafi a Química Braile, que poderá auxiliar em muito o aluno DV. Essas são apenas algumas das recomendações, mas certamente diversos outros tipos de caso de portadores de necessidades especiais podem surgir em sua sala de aula. Lembre-se de que o direito à educação é para todos, portanto, além dos portadores de necessidades especiais, muitos outros grupos, que sistematicamente vêm sendo discriminados em nossa sociedade, necessitam atenção especial para que também tenham acesso à educação de qualidade. Pensar em ensino para cidadania é desenvolver nos alunos valores éticos e é assumir em sala de aula atitude de respeito às diferenças de grupos sociais, quer seja em relação à raça, à etnia, às preferências sexuais, à posição social ou às localidades em que residem. Nesse sentido, você poderá explorar os temas desta obra de forma que sejam inclu- ídos textos que tratem de questões de sua comunidade, como a Química presente em zonas rurais, a Química para comunidades indígenas, a Química na cultura popular etc. Em nossas pesquisas, temos nos preocupado com essas questões e mais especifi ca- mente com a educação de defi cientes visuais. Colocamo-nos à disposição para auxiliar no que for preciso nesse sentido. O processo de avaliação Uma proposta pedagógica centrada no desenvolvimento de atitudes e valores, competências e habilidades, por meio de uma vivência ativa do aluno em sala de aula, mediada pelo professor, pressupõe também uma mudança no processo avaliativo. Este, na maioria das escolas, tem se restringido a um processo somativo de verifi cação do conhecimento assimilado. Esperamos que esse não seja o método exclusivo adotado pelos professores que optarem por este livro. No nosso entendimento, a avaliação deve ultrapassar os limites quantitativos e incor- porar quatro dimensões: diagnóstica, processual/contínua, cumulativa e participativa, pos- sibilitando ao professor uma constante revisão de suas aulas, para adequá-las ao ritmo de aprendizagem de seus estudantes. Realizar uma avaliação desse nível, sabemos, não é uma tarefa muito fácil para o professor, em razão da complexidade do processo em contraste com as difi culdades enfrentadas atualmente em relação às condições de trabalho. Por termos sempre em mente essa problemática, a nossa sugestão é que o processo seja desenvolvido de acordo com o contexto escolar, com o sistema adotado pela instituição, com os recursos que o professor tenha à sua disposição e com a própria dinâmica da escola, dos alunos, do currículo etc. Todavia, é fundamental, seja qual for o sistema que o professor adote, que se incorpore aos critérios avaliativos, de alguma forma, o envolvimento do aluno nas diversas atividades de construção do conhecimento. Ao centralizar o processo de ensino e aprendizagem na dinâmica discursiva da aula, com atividades diversifi cadas, o processo avaliativo passa a requerer mais do que nunca um caráter inclusivo, no sentido de estimular a autoconfi ança do aluno e a participação dele. Para isso, o engajamento dos alunos nas atividades precisa ser natural, autônomo e assumido como crescimento pessoal. Os estudantes têm realmente de se sentir sujeitos do processo e não apenas executores de tarefas escolares com o objetivo exclusivo de acumular pontos para a avaliação fi nal. Isso implica o estabelecimento de mecanismos para estimular a inclusão do aluno, ao mesmo tempo desafi ando-o a ser participativo, crítico e criativo. MANUAL DO PROFESSOR 11 O ideal é que o estudante seja avaliado não apenas pela entrega de relatórios dos experimentos, das respostas dos exercícios ou da realização de trabalhos escolares sobre os temas abordados, mas também pelo seu engajamento nos debates em sala de aula, pela sua participação nas atividades. Trata-se de uma incumbência talvez trabalhosa para o professor, mas a adoção de instrumentos de autoavaliação de forma participativa da turma, com uma discussão refl exiva e orientada, poderá auxiliar no processo. Finalmente, é importante destacar alguns pontos no que diz respeito a instrumentos avaliativos tais como provas e testes. O aconselhável é selecionar questões que avaliem as competências dos estudantes nos aspectos de análise, interpretação, ponderação e avaliação; isso, sim, é fundamental para o seu entendimento conceitual. O que se busca é desenvolver no estudante a competência de questionar o outro, o mundo e a si mes- mo, contribuindo para a formação de um cidadão crítico. Atualização do professor e bibliografi a recomendada A atualização de todo profi ssional é condição fundamental em todos os ramos. As mudanças em regras e em orientações são constantes e exigem do professor buscar sempre sua atualização. Entendemos que, diante de suas condições de trabalho e do ritmo crescente do conhecimento, o professor não tem como permanecer totalmente atualizado em todos os campos do conhecimento, afi nal não somos uma enciclopédia ambulante. O que defendemos é que o professor desenvolva uma atitude de busca constante de novas leituras e de participação de cursos de aperfeiçoamento. É essa atitude que devemos desenvolver em nossos alunos, para que eles compre- endam que a participação em nossa sociedade requer o estudo e a leitura constante. Já passamos da época da memorização de conteúdos, pois estes a todo o momento são atualizados. O que precisamos é da competência da busca da interpretação dos novos conhecimentos; é essa a preocupação central deste livro. A atualização pode ocorrer de diversas formas, desde a leitura constante de literatura especializada como por meio de cursos de formação continuada oferecidos pelas secretarias de Educação e por instituições de Ensino Superior, bem como em encontros e congressos de educação. Apresentamos a seguir indicações de encontros de ensino de Química e de fontes de bibliografi a. Encontros de ensino de Química Sobre o ensino de Química, são realizados regularmente encontros nas diversas regiões do país que promovem discussão de temas atuais, oferecem minicursos, palestras e espaços para apresentação de trabalhos. Geralmente, esses encontros duram de dois a três dias e são desenvolvidos em parceria com as secretarias de Educação, viabilizando a liberação dos professores para participar das atividades programadas. Destacamos a seguir eventos tradicionais oferecidos com muita regularidade e que com facilidade podem ser encontrados na rede da internet com ajuda de sites de busca. ENEQ – Encontro Nacional de Ensino de Química. Organizado pela Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), é realizado bianualmente nos anos pares, geralmente no mês de julho. É o maior evento da área que ocorre desde 1982, com a participação de pesquisadores da área de todo o Brasil. MANUAL DO PROFESSOR12 EDEQ – Encontro de Debates sobre o Ensino de Química. Organizado por instituições de ensino de Química do Estado do Rio Grande do Sul, ocorre anualmente no mês de outubro. É o evento mais antigo da área, que ocorre desde 1981, e pela sua tradição tem tido um caráter mais do que regional, pois tem a presença constante de pesquisadores de diversas partes do país, bem como a participação de professores de outros Estados da federação. ECODEQ – Encontro Centro-Oeste de Debates sobre o Ensino de Química e Ciências. Organizado por instituições de Ensino Superior da região Centro-Oeste, vem ocorrendo atualmente, e com frequência bianual, nos anos ímpares, nos meses de outubro. EDUQUI – Encontro de Educação Química da Bahia. Organizado por universidades do Estado da Bahia, ocorre bianualmente nos anos ímpares SIMPEQ – Simpósio Brasileiro de Educação Química. Organizado pela Associação Brasi- leira de Química (ABQ). RA SBQ – Reunião Anual da SBQ. Organizado pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ) anualmente no fi nal de maio. É o maior evento de Química no Brasil, que inclui em sua programação conferências, workshop, comunicação oral e minicursos da área de ensino de Química. CBQ – Congresso Brasileiro de Química. Organizado pela Associação Brasileira de Quími- ca (ABQ), é o evento mais antigo de Química no Brasil, realizado anualmente em outubro. Também inclui em sua programação atividades relacionadas ao ensino de Química. Além dos eventos acima, muitos outros de caráter local são desenvolvidos com bas- tante regularidade, como a “Semana do Químico”, promovida por diversas instituições de ensino superior. Bibliografi a recomendada Na presente seção, apresentamos as referências que fundamentaram as orientações teórico-metodológicas na elaboração deste livro. Esse referencial é uma rica fonte de atualização do professor, motivo pelo qual o apresentamos neste capítulo. No livro do aluno, são apresentadas todas as referências de obras de Química con- sultadas na elaboração deste livro e que deverão ser consultadas no caso de dúvidas conceituais específi cas. Além da bibliografi a básica consultada apresentada no livro do aluno, no capítulo 4 da presente “Orientações teórico-metodológicas” são apre- sentadas as referências específi cas consultadas na elaboração de cada unidade pro- gramática, tanto em termos de conteúdo quanto em termos do tema sociocientífi co desenvolvido nas seções “Tema em foco” do livro. Essas referências serão muito úteis para o professor, no caso de necessidade de atualização de tópicos mais específi cos da obra, como, por exemplo, o estudo da mecânica quântica. Para a discussão do tema em foco é recomendável que o professor selecione re- ferências básicas sobre o tema sociocientífi co e busque fazer uma leitura global da temática em alguma obra mais específi ca. Para isso, recomendamos livros paradidáticos referenciados no livro do aluno na seção “É bom ler”, bem como obras que estão refe- renciadas no capítulo 4 destas orientações ao fi nal de cada unidade programática do livro que são ali comentadas. Para a contextualização dos temas sociocientífi cos das unidades programáticas, é fun- damental que o professor mantenha-se atualizado com a leitura de jornais e de revistas de informação. Ao se manter atualizado, o professor encontrará textos que tratam da temática e que poderão ser utilizados em suas aulas para aprofundamento ou mesmo para substituição dos textos do livro, de forma que o tema seja abordado o mais contex- tualizado possível, com dados mais recentes e próximos da comunidade dos estudantes. Outra importante fonte de consulta para o professor está na rede da internet. Enten- demos que com o ritmo da expansão do conhecimento, o qual é veiculado por meio de fontes diversas de informações disponíveis na internet, essa fonte de consulta passou a MANUAL DO PROFESSOR 13 ser fundamental para atualização do professor. Por outro lado, alertamos para a preo- cupação que devemos ter com a originalidade e confi abilidade das informações. Nesse sentido, devemos preferir a consulta a páginas de institutos de pesquisa e de organiza- ções científi cas e técnicas. Referências de sites confi áveis são apresentadas no livro do aluno na seção “Para navegar na internet” e também no capítulo 4 destas orientações, as quais também foram nossa fonte de consulta. A seguir apresentamos um amplo referencial de obras educacionais e específi cas da área de ensino de Ciências e de Química. Incluem-se nessas referências obras que tratam da legislação educacional e de fi losofi a da Ciência. Todas são obras essenciais na formação do professor. Desse conjunto de obras, selecionamos aquelas que se confi guram leitura obriga- tória para a formação do professor e que são comentadas a seguir. As demais obras que completam a fundamentação teórico-metodológica deste livro e a formação do professor são apresentadas logo adiante ao fi nal deste capítulo. Algumas referências se repetem no livro do aluno, pois tanto se confi guram referências de conteúdos químicos como ”orientações teórico-metodológicas“. Bibliografi a básica comentada BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros Curriculares Nacionais+. Brasília, 2002. Disponível em: . Texto de leitura obrigatória que contém as diretrizes básicas para os currículos de Química para o Ensino Médio. Mais do que uma recomendação de natureza legal, o documento sistematiza as principais orientações para o ensino de Ciências e Química desenvolvidas em sua área de pesquisa. CHASSOT, A. I. Alfabetização científi ca: questões e desafi os para a educação. Ijuí: Unijuí, 2000. Neste livro clássico, o professor Attico Chassot, que possui outras publicações, de- monstra que falar de Ciência é também falar de história e de cultura de uma forma mais ampla. Há discussões de questões como cidadania, tecnologias, formação de professores, linguagem, história, política, religião, saberes populares e escolares. GEPEQ – Grupo de Pesquisa para o Ensino de Química. Interação e transformação: Química para o 2o grau. São Paulo: Edusp, 1993-1995-1998-2005. v. I, II, III e IV. Livro do aluno, guia do professor. Livros didáticos desenvolvidos no Instituto de Química da USP pelo Grupo de Pes- quisa em Ensino de Química (Gepeq). O material é sistematicamente aplicado em di- versas escolas e caracteriza-se por uma completa inovação na forma de apresentação e tratamento dos conteúdos químicos. Sua leitura permite ao professor visualizar novas formas metodológicas para organizar os conteúdos de Química no Ensino Médio. LOPES, A. R. C. Currículo e epistemologia. Ijuí: Unijuí, 2007. Neste livro, a professora Alice Lopes apresenta uma revisão completa de seus artigos publicados em periódicos e capítulos de livro com fundamentação teórica relacionada ao currículo de Química. O livro engloba temas relacionados aos princípios curriculares, livros didáticos e epistemologia do conhecimento químico. Importante obra para se refl etir so- bre o currículo de Química. LUTFI, M. Cotidiano e educação em Química: os aditivos em alimentos como proposta para o ensino de Química no 2o grau. Ijuí: Unijuí, 1988. _____. Os ferrados e os cromados: produção social e apropriação privada do conheci- mento químico. Ijuí: Unijuí, 1992. Propostas de abordagem do ensino de Química no cotidiano, de forma a expressar o papel da Ciência Química no contexto econômico e social e uma compreensão do MANUAL DO PROFESSOR14 processo produtivo no sistema capitalista. São obras de referência do professor Mansur Lutfi , que na década de 1980, já desenvolvia metodologias de ensino de Química muito bem-sucedidas, por meio de abordagem temática, sendo de leitura obrigatória para a compreensão do papel da contextualização no ensino de Química. MACHADO, A. H. Aula de Química: discurso e conhecimento. Ijuí: Unijuí, 1999. O objetivo deste livro de Andréa Machado é revelar e compreender as relações entre a construção do conhecimento químico e o discurso no Ensino Médio. Tratando sobre o papel da linguagem, discute o construtivismo e a perspectiva histórico-cultural no ensino de Química. Sua leitura ajudará o professor a compreender a importância do desenvolvimento de uma postura em sala de aula centrada no aluno. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de Química. Ijuí: Unijuí, 2000. Neste livro, o professor Otavio Maldaner discute formas práticas de inserir profes- sores e formadores de professores no debate para a melhoria da qualidade educativa nas escolas e nas instituições do Ensino Superior, apresentando ainda refl exões sobre Filosofi a da Ciência e seu papel no ensino. Leitura fundamental para o professor refl etir sobre a sua formação por meio da prática em sala de aula. MORAES, R. (Org.). Construtivismo e ensino de ciências: refl exões epistemológicas e metodológicas. Porto Alegre: Edipucrs, 2000. Ao organizar este livro, o professor Roque Moraes conseguiu reunir textos que aprofundam leituras e discussões capazes de preparar os leitores para a construção e explicitação de pressupostos epistemológicos e metodológicos. É mais uma importante obra para a compreensão do papel de abordagens construtivistas no ensino de Ciências. MORTIMER, E. F. Linguagem e formação de conceitos no ensino de Ciências. Belo Ho- rizonte: UFMG, 2000. Em sua obra clássica, o professor Eduardo Mortimer reúne resultados de pesquisa que revelam a compreensão do processo de ensino e aprendizagem desenvolvido em sala de aula. É um livro fundamental para uma refl exão crítica sobre os princípios teórico-metodológicos da pedagogia construtivista e do papel do uso da linguagem em sala de aula. MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H.; ROMANELLI, L. I. A proposta curricular de Química do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova, v. 23, n. 2, p. 273-83, 2000. Disponível em: . Neste artigo, os professores Eduardo Mortimer, Andréa Machado e Lilavate Ro- manelli apresentam refl exões teóricas sobre a necessidade de revisão dos conteúdos químicos abordados no Ensino Médio e propõem diferentes formas de organização do conteúdo programático. A leitura ajudará o professor a perceber outras possibilidades de organizar o seu programa de Química. REVISTA QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química. Dis- ponível em: . Referência essencial para os professores de Química e de fácil acesso. Trata-se de revista da Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química. Nesta revista são publicados artigos que tratam de resultados de pesquisa em ensino de Química, atualizações conceituais, apresentações de atividades de laboratório, rela- tos de experiência em sala de aula, temas de Química na sociedade, além de temas gerais de refl exão sobre ensino de Química. A leitura desta revista é obrigatória para o processo de atualização do professor. A revista pode ser adquirida por meio de correspondência encaminhada para a Sociedade Brasileira de Química: Caixa Postal 26037, CEP 05513-970, São Paulo-SP, e pode ser consultada em sua versão on-line no site indicado. MANUAL DO PROFESSOR 15 ROSA, M. I. P.; ROSSI, A. V. (Org.). Educação Química no Brasil: memórias, políticas e tendências. Campinas: Átomo & Alínea, 2008. Nesta obra, as professoras Maria Inês Rosa e Adriana Rossi reúnem textos de pesquisadores da área de ensino de Química que refl etem sobre as contribuições dos diferentes campos de pesquisa no ensino de Química em sala de aula. Sua leitura deixará o professor atualizado sobre as contribuições e tendências atuais na área de ensino de Química. SANTOS, W. L. P. dos; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania. 4 ed. Ijuí: Unijuí, 2010. Nesta obra, Wildson Santos e Roseli Schnetzler apresentam contribuições sobre o papel do professor e do currículo na formação para a cidadania. Com base na con- cepção de cidadania e em resultados de pesquisa sobre concepções de educadores químicos brasileiros, são discutidas proposições para o ensino de Química voltadas para a cidadania. O livro apresenta uma síntese sobre o movimento curricular de ensino de Ciências, tecnologia e sociedade, CTS, sendo de leitura obrigatória para a compreensão da contextualização temática do presente livro didático. SANTOS, W. L. P. dos e MALDANER, O. A. (Orgs.). Ensino de química em foco. Ijuí: Unijuí, 2010. Esta é uma obra que foi escrita para professores de Química do Ensino Médio, sendo uma referência na área, pela sua abrangência em conteúdos que busca responder as questões focais do Ensino de Química: Por quê ensinar? O que ensinar? O Como ensinar? A obra sintetiza as principais tendências e contribuições das pesquisas para o Ensino de Química sobre tópicos de ensino para cidadania, histórico do ensino de Química no Brasil, legislação e orientações legais, interdisciplinaridade, enfoque CTS, Educação Ambiental, História e Filosofi a da Ciência, linguagem científi ca e linguagem cotidiana, modelos e modelagem no ensino de Ciências, experimentação, livro didático, diversidade de aprendizagens, avaliação e produção do conhecimento do professor de Química. SCHNETZLER, R. P.; ARAGÃO, R. M. de (Orgs.). Ensino de Ciências: fundamentos e abor- dagens. Campinas: R. Vieira, 2000. Esta obra, organizada por Roseli Schenetzler e Rosália Aragão, relata a preocupação dos problemas no ensino que surgem quando a formação do docente deixa de produzir mudanças em suas práticas, ocasionando difi culdades de aprendizagem e estagnação cultural na educação do país. Apresenta refl exões importantes para a prática de sala de aula, incluindo um excelente artigo sobre o papel da experimentação no ensino de Ciências. ZANON, L. B.; MALDANER, O. A. Fundamentos e propostas de ensino de Química para a educação básica no Brasil. Ijuí: Unijuí, 2007. Livro organizado pelos professores Lenir Zanon e Otavio Maldaner no qual autores de diferentes projetos de ensino de Química para os Ensinos Fundamental e Médio apre- sentam os princípios de sua proposta. Obra fundamental para que o professor conheça diferentes possibilidades de organização e abordagem metodológica de suas aulas. ZANON, L. B. et al. Conhecimentos de Química. In: Brasil. Ministério da Educação, Se- cretaria do Ensino Médio. Orientações curriculares para o ensino médio: Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação – Secretaria de Educação Básica, 2006. v. 2. p. 99-137. Disponível em: . Documento de leitura obrigatória para os todos os professores no qual os autores sintetizam as orientações curriculares para o Ensino Médio presentes nas duas versões iniciais dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Esse documento funda- menta princípios para a organização curricular do ensino de Química em uma perspec- tiva de fl exibilidade curricular, estabelecendo orientações sobre o conteúdo de Química e formas de sua abordagem metodológica. MANUAL DO PROFESSOR16 Bibliografi a de Educação, Filosofi a da Ciência e Ensino de Ciências e de Química ALVES, R. Filosofi a da Ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense, 1981. AMBROGI, A.; VERSOLATO, E. F.; LISBOA; J. C. F. Unidades modulares de Química. São Paulo: Hamburg, 1987. AMBROGI, A.; LISBOA; J. C. F.; SPARAN, E. R. F. Química: habilitação para o magistério. São Paulo: Funbec/Cecisp/Harbra, 1990. Módulos 1, 2 e 3. ASTOLFI, J. P.; DEVELAY, M. A didática das Ciências. Campinas: Papirus, 1990. BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 1998. BOFF, L. Nova era: a civilização planetária. São Paulo: Ática, 1994. ______. Ecologia: grito da terra, grito dos pobres. São Paulo: Ática, 1995. ______. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros Curriculares Nacionais+. Brasília, 2002. Disponível em: . BUFFA, E.; ARROYO, M.; NOSELLA, P. Educação e cidadania. 2. ed. São Paulo: Cortez/ Autores Associados, 1988. BUSQUETS, M. et al. Temas transversais em educação: bases para uma formação in- tegral. 5. ed. São Paulo: Ática, 1999. CACHAPUZ, A. et al (Orgs.). A necessária renovação do ensino das Ciências. São Pau- lo: Cortez, 2005. CALDEIRA, A. M. de A. (Org.). Ensino de Ciências e Matemática, II: temas sobre a for- mação de conceitos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. CANIATO, R. Com Ciência na Educação: ideário e prática de uma alternativa brasileira para o ensino de Ciência. Campinas: Papirus, 1987. CANIVEZ, P. Educar o cidadão? Campinas: Papirus, 1991. CARVALHO, A. M. P. de C. (Org.). Ensino de Ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira/Thomson Learning, 2004. CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004. CHALMERS, A. F. O que é ciência afi nal? São Paulo: Brasiliense, 1993. CHASSOT, A. I. A educação no ensino de Química. Ijuí: Unijuí, 1990. ______. Catalisando transformações na Educação. Ijuí: Unijuí, 1993. ______. Para que(m) é útil o ensino?: alternativas para um ensino (de Química) mais crí- tico. Canoas: Ulbra, 1995. ______. Alfabetização científi ca: questões e desafi os para a educação. Ijuí: Unijuí, 2000. ______. A Ciência é masculina? É sim, senhora! São Leopoldo: Unisinos, 2003. ______. Educação conSciência. Santa Cruz do Sul: EdUNISC, 2003. ______. Sete escritos sobre educação e Ciência. São Paulo: Cortez, 2008. ______. OLIVEIRA, R. J. (Org.). Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos, 1998. MANUAL DO PROFESSOR 17 CISCATO, C. A. M.; BELTRAN, N. O. Química: parte integrante do projeto diretrizes gerais para o ensino de 2º- grau núcleo comum (convênio MEC/PUC-SP). São Paulo: Cortez e Autores Associados, 1991. COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. 6. ed. São Paulo: Ática, 2003. CORREA, A. G. (Org.); ZUIN, V. G. (Org.). Química verde: Fundamentos e Aplicações. São Carlos: EDUFSCar, 2009. CRUZ, R.; GALHARDO FILHO, E. Experimentos de Química: microescala com materiais de baixo custo e do coti- diano. São Paulo: Livraria da Física, 2004. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1990. ______; ______; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000. ______. Elementos para a percepção das questões ambientais. Projeto de Educação Ambiental da Universidade Católica de Brasília, 2000. DRIVER, R. et al. Construindo conhecimento científi co em sala de aula. Química Nova na Escola, n. 9, p. 31-40, 1999. EICHLER, M.; PINO, J. C. D. Jornais e revistas on-line: busca por temas geradores. Química Nova na Escola, n. 9, p. 6-8, maio 1999. ______. Popularização da ciência mídia digital no ensino de Química. Química Nova na Escola, n. 15, p. 24-7, maio 2002. ESTADO DE SÃO PAULO. Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Proposta curricular para o ensino de Química: 2º- grau. 2. ed. São Paulo: SE/CENP, 1988. FOUREZ, G. A construção das Ciências: introdução à fi losofi a e à ética das Ciências. São Paulo: Editora da Unesp, 1995. FRACALANZA, H.; MEGID NETO, J. (Org.). O livro didático de Ciências no Brasil. Campinas: Komedi, 2006. FRANCISCO JUNIOR, W. E. Analogias e situações problematizadoras em aulas de Ciências. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. ______. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. ______. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. ______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GADOTTI, M. Pedagogia da terra. São Paulo: Peirópolis, 2000. GALIAZZI, M. do C. Educar pela pesquisa: ambiente de formação de professores de Ciências. Ijuí: Unijuí, 2003. GIORDAN, M. Computadores e linguagens nas aulas de Ciências: uma perspectiva sociocultural para compreen- der a construção de signifi cados. Ijuí: Unijuí, 2008. GOUVEIA, G.; MARTINS, I. Imagens e educação em Ciências. In: ALVES, N.; ESGARBI, P. (Org.). Espaço e imagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. GUTIÉRREZ, F.; PRADO, C. Ecopedagogia e cidadania planetária. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire, 1999. HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafi o, uma perspectiva construtivista. 24. ed. Porto Alegre: Mediação, 1998. JAPIASSU, H. Um desafi o à educação: repensar a pedagogia científi ca. São Paulo: Letras & Letras, 1999. JUSTI, R. da S.; RUAS, R. M. Aprendizado de Química: reprodução de pedaços isolados de conhecimento? Quími- ca Nova na Escola, n. 5, p. 24-7, maio 1997. MANUAL DO PROFESSOR18 KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das Ciências. São Paulo: Edusp, 1987. LA TAILLE, Y. de; OLIVEIRA M. K.; DANTAS, H. de L. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. LIMA, M. E. C. C. Sentidos do trabalho: a educação continuada de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. LOCH, J. M. P. Avaliação: uma perspectiva emancipatória. Química Nova na Escola, n. 12, p. 30-3, nov. 2000. LOPES, A. R. C. Livros didáticos: obstáculos ao aprendizado da Ciência Química: I – obstáculos animistas e realistas. Química Nova, v. 15, n. 3, p. 254-61, jan. 1992. ______. Livros didáticos: obstáculos ao aprendizado da Ciência Química. Revista Brasi- leira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 74, n. 177, p. 309-34, maio/ago. 1993. ______. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 1999. LOUREIRO, C. F. B.; LAYRARGUES, P. P.; CASTRO, R. S. (Org.). Sociedade e meio am- biente: a educação ambiental em debate. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 8. ed. São Paulo: Cortez, 1998. MACHADO, A. H. Aula de Química: discurso e conhecimento. Ijuí: Unijuí, 1999. ______; MOURA, A. L. A. Concepções sobre o papel da linguagem no processo de ela- boração conceitual em Química. Química Nova na Escola, n. 2, p. 27-30, nov. 1995. MACHADO, P. F. L.; MÓL, G. S. Experimentando Química com segurança. Química Nova na Escola, v. 27, p. 57-60, 2008. ______. Resíduos e rejeitos de aulas experimentais: o que fazer? Química Nova na Escola, v. 29, p. 38-41, 2008. MALDANER, O. A. Química 1: construção de conceitos fundamentais. Ijuí: Unijuí, 1992. ______. A formação inicial e continuada de professores de Química. Ijuí: Unijuí, 2000. ______; ZAMBIAZI, R. Química 2: consolidação de conceitos fundamentais. Ijuí: Unijuí, 1993. MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. MÓL, G. de S. O uso de analogias no ensino de Química. 2000. Tese (Doutorado em Química) – Instituto de Química, Universidade de Brasília, Brasília, 2000. MOHRIG, J.; CHILD, W. Chemistry in perspective. Massachusetts: Allyn and Bacon, 1987. MORAES, R. (Org.). Construtivismo e ensino de Ciências: refl exões epistemológicas e metodológicas. Porto Alegre: Edipucrs, 2000. ______; MANCUSO, R. (Org.). Educação em Ciências: produção de currículos e forma- ção de professores. Ijuí: Unijuí, 2004. MOREIRA, M. A. Ensino e aprendizagem: enfoques teóricos. São Paulo: Moraes, 1983. ______. Aprendizagem signifi cativa. Brasília: Editora da UnB, 1999. ______. Teorias de aprendizagem. São Paulo: E.P.U., 1999. ______; AXT, R. Tópicos em ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991. ______; BUCHWEITZ, B. Mapas conceituais: instrumentos didáticos, de avaliação e de análise de currículo. São Paulo: Moraes, 1982. MANUAL DO PROFESSOR 19 MORTIMER, E. F. A evolução dos livros didáticos de Química destinados ao ensino secundário. Em aberto, Brasília, ano 7, n. 40, p. 25-41, 1988. ______. Para além das fronteiras da Química: relações entre fi losofi a, psicologia e en- sino de Química. Química Nova, v. 20, n. 2, p. 200-7, 1997. ______. Linguagem e formação de conceitos no ensino de Ciências. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2000. ______; CARVALHO, A. M. P. Referências teóricas para análise do processo de ensino de Ciências. Cadernos de Pesquisa, n. 96, p. 5-14, 1996. ______; MACHADO, A. H. Elaboração de confl itos e anomalias na sala de aula. In: MOR- TIMER, E. F.; SMOLKA, A. L. B. (Orgs.). Linguagem, cultura e cognição: refl exões para o ensino e a sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. p. 107-138. ______; ______. Química para o ensino médio: volume único. São Paulo: Scipione, 2002. ______; ______; ROMANELLI, L. I. A proposta curricular de Química do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova, v. 23, n. 2, p. 273-283, 2000. NARDI, R. (Org.). Questões atuais no ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras, 1998. ______; ALMEIDA, M. J. P. M. de (Org.). Analogias, leituras e modelos no ensino da Ciência. São Paulo: Escrituras, 2006. ______; BASTOS, F.; DINIZ, R. E. da S. (Orgs.). Pesquisas em ensino de Ciências: contri- buições para a formação de professores. São Paulo: Escrituras, 2004. OLIVEIRA, J. R. de. A escola e o ensino de Ciências. São Leopoldo: Editora da Unisinos, 2000. PERRENAUD, P. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Ale- gre: Artes Médicas, 1998. ______. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. ______. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. PIETROCOLA, M. (Org.). Ensino de Física: conteúdo, metodologia e epistemologia numa concepção integradora. Florianópolis: Editora da UFSC, 2001. POZO, J. I. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002. REIGOTA, M. O que é educação ambiental? São Paulo: Brasiliense, 1994 ROMANELLI, L. I.; JUSTI, R. da S. Aprendendo Química. Ijuí: Unijuí, 1997. ROSA, M. I. P. Investigação e ensino: articulações e possibilidades na formação de professores de Ciências. Ijuí: Unijuí, 2004. ______. (Org.). Formar: encontros e trajetórias com professores de Ciências. São Paulo: Escrituras, 2005. SÁ, L. P.; QUEIROZ, S. L. Estudo de casos no ensino de Química. Campinas: Átomo & Alínea, 2009. SALLES, P. S. B. A. e GAUCHE, R. (Orgs.). Educação científi ca, inclusão social e acessi- bilidade. Goiânia: Cânone Editorial, 2011. SANTOS, F. M. T. dos; GRECA, I. M. (Orgs.). A pesquisa em ensino de Ciências no Brasil e suas metodologias. Ijuí: Unijuí, 2006. MANUAL DO PROFESSOR20 SANTOS, W. L. P. dos. Contextualização no ensino de Ciências por meio de temas CTS em uma perspectiva crítica. Ciência & Ensino, Campinas, v. 1, p .1-12, 2007. ______. Educação científi ca na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafi os. Revista Brasileira de Educação, v. 12, p. 474-492, 2007. ______. Educação científi ca humanística em uma perspectiva freireana: resgatando a função do ensino de CTS. Alexandria, v. 1, p. 109-131, 2008. ______; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (ciência-tecnologia-sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2, n. 2, p. 133-62, dez. 2000. ______; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania. 4. ed. Ijuí: Unijuí, 2010. ______ et al. Química e sociedade: uma experiência de abordagem temática para o desenvolvimento de atitudes e valores. Química Nova na Escola, n. 20, p. 11-14, nov. 2004. SANTOS, C. A. dos e QUADROS, A. F. de. (Orgs.). Utopia em busca de possibilidade: abordagens interdisciplinares no ensino de ciências da natureza. Foz do Iguaçu: Edi- tora Unila, 2011. SANTOS, W. L. P. dos e MALDANER, O. A. (Orgs.). Ensino de Química em foco. Ijuí: Unijuí, 2010. SATO, M.; CARVALHO, I. C. M. (Org.). Educação ambiental: pesquisa e desafi os. Porto Alegre: Artmed, 2005. SCHNETZLER, R. P. Construção do conhecimento e ensino de Ciências. Em Aberto, ano 11, n. 55, p. 17-22, jul./set. 1992. ______. Pesquisa em ensino de Química no Brasil: conquistas e perspectivas. Química Nova, v. 25, suplemento 1, p. 14-24, jul. 2002. ______; ARAGÃO, R. M. de (Orgs.). Ensino de Ciências: fundamentos e abordagens. Campinas: R. Vieira, 2000. ______; ______. Importância, sentido e contribuições de pesquisas para o ensino de Química. Química Nova na Escola, n. 1, p. 27-31, maio 1995. ______ et al. Proquim: projeto de ensino de Química para o segundo grau. Campinas: Capes/MEC/PADCT, 1986. SCHÖN, D. A. Educando o profi ssional refl exivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000. SILVA, E. G.; TUNES, E. Abolindo mocinhos e bandidos: o professor, o ensinar e o aprender. Brasília: Editora da UnB, 1999. VARGAS, M. Para uma fi losofi a da tecnologia. São Paulo: Alfa Ômega, 1994. VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento da linguagem. São Paulo: Martins Fon- tes, 2000. YUS, R. Temas transversais: em busca de uma nova escola. Porto Alegre: Artmed, 1998. ZUIN, V. G. A inserção da dimensão ambiental na formação de professores de Química. Campinas: Átomo, 2011. MANUAL DO PROFESSOR 21 “É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico.” Paulo Freire 2 Orientações teórico-metodológicas Todos nós nos deparamos com o estudo de Química, logo de saída memorizando fórmulas e conceitos e ouvindo os professores apresentarem a sequência de conteúdo “logicamente organizada” que se repete na maioria dos livros desta disciplina. Passamos para o curso superior e pouco ou nada mudou em relação a isso. Se foi dessa forma que aprendemos, por que não continuar ensinando assim? Exis- tirá outro caminho diferente e que seja viável? A resposta é SIM, pois enquanto fomos bem-sucedidos, muitos alunos até hoje apre- sentam grandes difi culdades no aprendizado da Química, daí o porquê do elevado índice de reprovação nesta disciplina. Mas que metodologia empregar? Para essa pergunta não existe uma resposta de- fi nitiva. No entanto, com este livro esperamos apontar diferentes possibilidades que você poderá utilizar em suas aulas. O presente livro incorpora proposições inovadoras em ensino de Ciências que vêm sendo elaboradas nos últimos trinta anos por vários educadores brasileiros. A preocupação central da obra é fornecer aos estudantes ferramentas básicas que lhes permitam o exercício pleno da cidadania. Para isso, eles precisam ter o domínio de conceitos químicos e desenvolver a capacidade de fazer julgamentos de valores e atitudes comprometidas com a sociedade em que estão inseridos. Dessa forma, toda a obra foi organizada buscando garantir princípios que, ao mesmo tempo em que instrumentaliza os alunos com as ferramentas culturais do conhecimen- to químico, assume uma postura de compromisso ético com a sociedade brasileira no seu contexto socioeconômico e político. Para isso, foi adotada uma orientação metodológica sustentada em pressupostos de natureza construtivista. Nessa orientação, o aluno tem papel central no processo de ensino e aprendizagem, em que o livro torna-se um instrumento de mediação do conhecimento por meio de atividades centradas nos alunos. O processo de construção do conhecimento ocorre a partir do estabelecimento de relações conceituais, em que esquemas mentais são elaborados pelos estudantes para compreender os novos conceitos introduzidos em sala de aula. O papel do professor e dos recursos pedagógicos nesse contexto é o de articular os conceitos, estabelecendo desafi os cognitivos em que os estudantes sejam estimulados a construir novos esque- mas explicativos para o mundo que os rodeia. Papel central nesse processo de mediação vem sendo dado à linguagem como ferramenta cultural constitutiva do próprio sujeito. Ressaltar a linguagem no ensino de Ciências signifi ca instaurar uma dinâmica interativa em sala de aula em que os discursos dos estudantes sejam contemplados no discurso do professor. Nessa dinâmica interativa, em que os discursos dos estudantes são explorados pelo professor, a aprendizagem de novos conceitos em estudo é facilitada. MANUAL DO PROFESSOR22 Tomando, assim, a cidadania como meta central do curso e a organização do pro- cesso de ensino e aprendizagem centrada no estudante em quem o conhecimento químico é mediado pela sua linguagem socialmente estabelecida, vamos agora tecer mais considerações de como a presente obra foi elaborada com esses pressupostos. O Ensino Médio e a formação da cidadania No passado, o contexto de expansão e massifi cação do sistema educacional favo- receu a tradição do ensino médio de caráter preparatório para o ingresso no ensino superior e a padronização do livro didático. Isso com a fi nalidade de atender aos programas de vestibular das universidades, não só quanto ao conteúdo, mas também quanto à sua forma de abordagem. O Ensino Médio é o nível de escolarização em que há maior indefi nição em torno de sua função social. A dicotomia entre o caráter terminal e o de continuidade do Ensino Médio (função profi ssionalizante ou preparatória para o Ensino Superior) ocasionou uma divisão entre os próprios estabelecimentos de ensino, reproduzindo a divisão social dentro da escola. Foi nesse contexto que surgiu a proposta de Educação Básica, cujo caráter é ser formadora da cidadania. Nela, o Ensino Médio tem o papel de concluir a formação bá- sica comum a todo cidadão brasileiro, assegurando uma educação igualitária mínima requerida para a participação efetiva na sociedade e para o ingresso no mercado de trabalho com maior qualifi cação. Esse ideário busca, em tese, superar a dicotomia mencionada. Na prática, no entanto, o Ensino Médio continua sendo visto por muitos estudantes e professores exclusivamente como curso preparatório para ingresso na universidade, o que contribui para descaracterizar esse nível de ensino. Tal reducionismo leva a escola a perder sua função de formadora de cidadãos críticos, conhecedores da realidade social de seu país e dispostos a transformá-la. A pressão do vestibular sobre o ensino cerceia o trabalho pedagógico do professor, es- timulando a memorização de regras, a resolução de exercícios numéricos e o estudo sumário de extensos programas, em detrimento da compreensão conceitual precisa e do entendimento de suas relações com os diversos campos do conhecimento. É preciso reconhecer que muitas universidades brasileiras têm modifi cado os seus exames vestibulares, alterando os programas, evitando questões de memorização, privilegiando questões refl exivas e valorizando o entendimento conceitual. Essas mudanças nem sempre têm sido acompanhadas pelas escolas, que, na maioria das vezes, continuam a seguir um roteiro já ultrapassado, sobrecarregado de conteúdos com nível detalhista de exigência. Pesquisas em ensino de Química vêm demonstrando a inefi cácia de tais progra- mas e metodologias. Uma nova reforma educacional vem aos poucos se impondo e está chegando a hora de a escola do ensino médio assumir a sua identidade e avançar no seu caráter formativo. A sociedade moderna requer muitos outros conhecimentos e habilidades dos nossos jovens. E é nessa hora que o conhecimento de Química revela sua grande importância, pois vivemos em uma sociedade tecnológica que exige de seus cidadãos atitudes para um modelo de desenvolvimento que garanta a existência das gerações futuras. Isso implica compreensão de um conhecimento mínimo para o entendimento do papel da ciência, da tecnologia e das suas inter-relações sociais e para o desenvolvimento de atitudes e valores. O desenvolvimento de valores na formação para a cidadania signifi ca o respeito a princípios estéticos, políticos e éticos, englobando a estética da sensibilidade, a polí- tica da igualdade e a ética da identidade: princípios organizadores do ensino médio. MANUAL DO PROFESSOR 23 Para isso, a discussão de aspectos sociais relacionados à ciência e à tecnologia, deno- minados aspectos sociocientífi cos, devem ser imbricados com valores socioculturais que fundamentam a educação nacional. Formação da cidadania é o objetivo central desta obra didática, assim como a preparação para a continuidade de estudos e para o ingresso no mercado de trabalho. Essa preparação deve ser decorrência do trabalho formativo. O aluno que tenha compreensão crítica dos conceitos químicos vai estar em condições mais efetivas de contextualizar e compreender questões desafi adoras de Química, cada vez mais cobradas nos exames de vestibular e do Enem. Também é a capacidade refl exiva que tem sido cada vez mais exigida no mercado de trabalho. Preparar o estudante para o exercício consciente da cidadania e para seu ingresso no ensino superior não são objetivos excludentes. É um engano julgar que o estudante só terá chances no vestibular se o professor treiná-lo o tempo todo para fazer exames, como também é engano considerar que, quando se busca o preparo para o vestibular, são necessários programas densos sem espaço para a abordagem experimental e social da Química. Muito pelo contrário: ao propiciarmos uma formação mais ampla ao estudante, estamos ajudando-o a consolidar conceitos e a desenvolver o raciocínio lógico requerido pelos exames vestibulares. PCN e orientações curriculares Em passado distante, o MEC estabeleceu conteúdos fi xos obrigatórios para a Quí- mica e outras áreas do saber. Até hoje, muitos professores se julgam obrigados a seguir determinados conteúdos, argumentando que esses foram estabelecidos pelo MEC ou pelas secretarias de Educação. Na atual legislação, não há conteúdos especí- fi cos fi xados e sim Diretrizes e Parâmetros ou Orientações Curriculares. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM, disponível em (Ensino Médio – Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM – bases legais), é um documento orientador importante para o professor. Nesse documento, são estabelecidos os princípios da identidade, diversidade e autonomia, da in- terdisciplinaridade e da contextualização como princípios estruturadores do currículo. Em sua proposição, o currículo é organizado por meio de competências e habilidades. Existem diversos conceitos de competência e habilidade. Habilidade pode ser compreendida como a capacidade imediata de “saber fazer” algo. Já competência pode ser considerada a capacidade de mobilizar um conjunto de saberes, habilidades e informações para solucionar desafi os de ordem teórica e/ou prática. Competência está relacionada às atividades de julgar, avaliar, ponderar, analisar, debater, defi nir e, entre outras, propor soluções aos desafi os encontrados. Nesse documento, é fi xado a base nacional comum do currículo e as suas competên- cias. Para a Química são estabelecidas competências relativas à apropriação de conheci- mentos dessa Ciência e aplicação desses conhecimentos para explicar o funcionamento do mundo natural, planejar, executar e avaliar ações de intervenção na realidade natural. O detalhamento dessas competências e as orientações sobre a natureza e organi- zação do conhecimento químico no currículo escolar de Química são estabelecidos nos documentos do MEC: Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNEM de 1998; nos Parâmetros Curriculares Nacionais +, PCN+ de 2002; e nas Orientações Curriculares, de 2006 (todos disponíveis no site do MEC, em Ensino Médio). Segundo esses docu- mentos, os conjuntos de saberes da área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias foram agrupados em três domínios: • Representação e comunicação: leitura e interpretação de códigos, nomenclaturas e textos científi cos; transposição entre diversas formas de representação; busca de informações, produção e análise crítica de diferentes tipos de texto. MANUAL DO PROFESSOR24 • Investigação e compreensão: uso de ideias, conceitos, leis, modelos e procedimen- tos científi cos associados à ciência. • Contextualização sociocultural: inserção do conhecimento disciplinar nos diferentes setores da sociedade, suas relações com aspectos políticos, econômicos e sociais de cada época e com a tecnologia e cultura contemporâneas. Com essas competências e com outras orientações curriculares, esses documen- tos, elaborados por especialistas em educação científi ca, incorporam importantes princípios orientadores para o ensino de Química. À margem de possíveis críticas em torno do debate sobre as competências no ensino, assumimos, no presente livro, as orientações desses documentos. Nesse sentido, a elaboração deste livro incorporou os princípios desses documentos ofi ciais, principalmente no que diz respeito à contextualização e interdisciplinaridade e à organização curricular. Assim, em nosso livro, adotamos uma estrutura curricular que, embora seja familiar ao professor, incorpora as diretrizes e os parâmetros ofi ciais, reduzindo o caráter compartimentado do programa tradicional de Química. Abordagem temática, contextualização e interdisciplinaridade Considerando o nosso objetivo de fornecer conhecimentos relevantes que pos- sam servir de ferramenta cultural para o jovem participar ativamente da sociedade moderna, caracterizada, sobretudo, pela presença da ciência e da tecnologia, foi que organizamos o livro por meio de uma abordagem temática. Atualmente, todos os livros didáticos de Química para o ensino médio incorporam fotos, ilustrações e textos explicativos sobre as aplicações tecnológicas relacionadas à Química. Essa formatação do livro, na maioria das vezes, é aplicada apenas com a função de motivação ou de ilustração de aplicações da Química. Entendemos que a abordagem dessa forma é restritiva e explora muito pouco a formação do cidadão. Por essa razão, optamos por uma organização curricular mais arrojada, em que os aspectos sociocientífi cos da Química são explicitados mais claramente e são discuti- dos com maior profundidade. Assim, a perspectiva de abordagem temática contida neste livro vai além da mera motivação ou informação. O fundamental da nossa proposta é levar o jovem a enten- der as implicações sociais da Química e das tecnologias em sua vida e desenvolver valores e atitudes para uma ação social responsável. O enfoque está em explorar os aspectos da vivência do estudante, motivando a refl exão e a adoção de uma postura necessária para a transformação da sociedade tecnológica em uma sociedade mais igualitária, na qual se busque assegurar a preser- vação do ambiente em todas as escalas. A abordagem temática, nessa perspectiva, é assumida no livro como elemento consti- tutivo de formação para a cidadania, consolidando o uso de ferramentas do conhecimento químico no encaminhamento de soluções de problemas sociais, desenvolvendo valores e atitudes. É com essa abordagem que explicitamos claramente as relações Ciência- -Tecnologia-Sociedade – CTS – e que efetivamos a educação ambiental, temática abordada com muita ênfase em todas as unidades do livro. A orientação metodológica da abordagem temática no livro tem fundamentos na proposta de educação de Paulo Freire, que considera que ela deve ser voltada para a transformação do mundo, sendo mediada pelo conhecimento presente na vida dos estudantes. Nessa perspectiva, o nosso maior compromisso é com a formação da cidadania planetária. Assim, acreditamos que fatores econômicos e sociais devem ser discutidos em razão das necessidades humanas, ao contrário do MANUAL DO PROFESSOR 25 que tem sido imposto pelo processo de globalização. Desse modo, a escola passa a ter outras responsabilidades, como a de aprimorar valores e atitudes do indivíduo, capacitando-o a buscar, de maneira autônoma, o conhecimento do contexto científi co e tecnológico em que está inserido. É nesse sentido que entendemos o papel da contextualização e da abordagem interdisciplinar, considerando que vivemos em um mundo complexo que não pode ser explicado a partir de uma única visão de uma área de conhecimento, mas de uma visão multifacetada, construída conjuntamente pelas visões das diversas áreas do conhecimento. Dessa forma, cada unidade de nosso livro apresenta um tema sociocientífi co que tem a perspectiva de ser um tema gerador, em que o professor possa explorar o contexto de vida dos estudantes e usá-lo para mediar o conhecimento químico, de forma a provocar refl exões sobre as condições concretas de nossa posição existencial. Nesse sentido, é muito importante que o professor use os temas apresentados no livro, explorando questões locais da comunidade escolar. Para isso, recomendamos que o professor substitua textos da seção “Tema em foco” por outros que possibilitem discussões de problemas locais e regionais. A contextualização desenvolvida neste livro incorpora também o princípio da in- terdisciplinaridade, o qual está presente em exames do Enem e de várias universida- des. Dessa forma, em diversos textos do livro nos reportamos a conteúdos de Física, Biologia, Matemática, Geografi a, História, Sociologia e Filosofi a. Esses conteúdos são revisitados ao longo dos textos explicativos do conhecimento químico e de textos dos temas em foco de contextualização. Nossa orientação é que ao explorar conteúdos relativos a outras disciplinas, você busque mecanismos de estabelecimento de diálogos mais estreitos também com os professores das demais disciplinas. Por exemplo, você pode contemplar alguns pontos desses conteúdos em suas aulas e propor que outros sejam retomados e aprofundados pelos professores das outras disciplinas. Isso exigirá o planejamento prévio conjuntamente com os demais colegas, o que poderá, inclusive, prever o desenvolvimento de ações coletivas que envolva até a presença de professores de diferentes disciplinas em uma mesma aula. A nossa experiência tem demonstrado que a abordagem temática no nosso li- vro tem propiciado a abertura de um espaço interdisciplinar. Conhecemos vários exemplos de professors que desenvolveram projetos na escola a partir de temas trabalhados em nossos livros. Esses projetos têm envolvido professores de outras áreas na discussão conjunta de diferentes aspectos adjacentes ao tema, para uma compreensão mais ampla do problema envolvido. Assim, esperamos que você, colega professor, encare a nossa abordagem temática não como um mero conteúdo secundário, mas de enriquecimento cultural, a ser tratado de maneira complementar, caso haja tempo. Em nosso entendimento, ela é essencial, pois assegura ao estudante a compreensão de conhecimentos básicos para o exercício da cidadania, o que requer atenção especial na explicação cuidadosa de processos químicos envolvidos em cada tema e na discussão dos seus aspectos sociocientífi cos explicitados, bem como na sua abordagem interdisciplinar. Construção e mediação do conhecimento As propostas mais avançadas de ensino de Química têm como um dos pressupostos a necessidade do envolvimento ativo dos alunos nas aulas, gerando um processo interativo professor/estudante, em que os horizontes conceituais dos estudantes sejam contemplados. Isso signifi ca criar oportunidades para que eles expressem como veem o mundo, o que pensam, como entendem os conceitos, quais são as suas difi culdades etc. MANUAL DO PROFESSOR26 Pensando dessa maneira, procuramos incorporar ao nosso material atividades de ensino que estimulem o estudante a manifestar as suas ideias, o que, por sua vez, per- mitirá ao professor tomar conhecimento de suas concepções sobre o tema em estudo. A própria abordagem temática tem também esse papel, na medida em que ela traz para a sala de aula temas da vivência do aluno, nos quais o professor pode explorar seus conhecimentos prévios e suas experiências culturais. Para propiciar as condições do processo de construção do conhecimento, adota- mos alguns princípios na estruturação do livro que buscam atender à especifi cidade do ensino de Química. Sendo o conhecimento químico de natureza eminentemente abstrata, buscamos abordá-lo a partir de seus aspectos qualitativos e macroscópicos para introduzir os seus aspectos quantitativos e os seus modelos microscópicos, fazendo uso da lin- guagem química apropriada. Essa ordem inverte a costumeira disposição adotada na maioria dos livros didáticos, que inicia o ensino de Química fazendo uso de modelos atômicos ou apresentando o estudo das substâncias, a partir do ponto de vista es- tritamente formal, ou seja, da representação dos seus constituintes por fórmulas e modelos químicos. Ao fazermos o uso correto da linguagem química por meio de fórmulas, introdu- zimos o seu estudo, privilegiando uma abordagem qualitativa, antes do estudo pro- priamente dito de constituição da matéria. Assim, em geral, iniciamos os conteúdos com atividades práticas que têm entre seus objetivos a familiarização do aluno com o material concreto, levando-o a compreender os aspectos qualitativos do conheci- mento de Química. Iniciando dessa maneira, apresentamos a linguagem da Química e sequencialmente começamos a fazer uso das explicações que levam aos seus modelos microscópicos, evitando a formalização descontextualizada. Assim, demos atenção especial para que nem a abordagem nem a linguagem empregadas reduzissem a aprendizagem a um processo mecânico de memorização. A simples memorização de defi nições descontextualizadas não leva a uma aprendiza- gem signifi cativa. Essa se concretiza à medida que os novos conceitos são relaciona- dos com concepções prévias dos estudantes e são aplicados a diferentes fenômenos em diversos contextos. Esse mesmo princípio fundamenta o tratamento matemático que dispensamos a diversos conceitos. Para favorecer a aprendizagem signifi cativa, enfatizamos o sig- nifi cado das deduções matemáticas de forma a explicitar as suas relações com os processos químicos estudados, evitando, assim, a apresentação de regras sem a apre- sentação do seu signifi cado. Para dar maior signifi cação ao conhecimento químico, foi dada uma atenção es- pecial ao uso de modelos. É fundamental que os estudantes compreendam que a Ciência trabalha com modelos que são representações da realidade e que, portanto, possuem limitações. Eles são simplifi cações que representam imaginariamente como podemos explicar determinados fenômenos, mas de maneira alguma correspondem plenamente ao real. Aprender Ciência é aprender a lidar com modelos, interpretá-los e aplicá-los a novas situações que permitirão fazer novas previsões. Nesse sentido, ti- vemos cuidado de explicar o signifi cado de cada modelo apresentado, suas limitações e destacando o seu caráter representativo. Considerando ainda o caráter do conhecimento químico, tivemos um cuidado me- todológico no uso de analogias, que é muito comum em aulas de Química. A intenção de um professor, ao utilizar uma analogia, é facilitar a aprendizagem do conceito em foco por meio da comparação com outro conceito ou situação mais conhecida pelos estudantes. Trata-se de um importante recurso capaz de motivar o es- tudante por relacionar o novo conhecimento com algum conceito ou situação a qual ele já conhece melhor, tornando a tarefa educativa muito mais agradável. MANUAL DO PROFESSOR 27 Entretanto, como o conceito que se pretende ensinar (denominado conceito-alvo) não é exatamente igual ao que se utiliza como referência (denominado conceito- -domínio), é comum que os estudantes estabeleçam certa confusão nesse processo, às vezes misturando as duas coisas. Assim, muitas analogias não são proveitosas em situações de ensino e aprendi- zagem porque os estudantes nem sempre percebem as relações existentes entre os conceitos. Isso pode ocorrer porque algo que pareça óbvio para o professor não é necessariamente do conhecimento prévio de seus estudantes. Como alguém pode compreender um conceito científi co comparado ao funcionamento de um motor se não sabe nem ao menos como funciona esse equipamento? Não se pode esperar que o estudante compreenda claramente o complexo conceito de átomo mediante uma simples comparação com uma bola de bilhar. Há problemas também quando não se destaca de forma clara quais são as simi- laridades e as diferenças entre os conceitos comparados, o que pode levar a genera- lizações indevidas. Na presente obra, ao utilizarmos analogias, tivemos a preocupação de deixar claro quais características dos dois conceitos são comuns e quais são específi cas de cada um, a fi m de que o estudante não estabeleça relações equivocadas. Essa também deve ser uma preocupação sua, professor, ao propor uma analogia para seus estu- dantes. Isso porque, se não utilizarmos as analogias de forma consciente e clara, podemos criar concepções errôneas sobre os conceitos do ponto de vista científi co. Seguindo ainda o princípio da construção do conhecimento, o tratamento do co- nhecimento químico desenvolvido no livro foi sempre de maneira contextualizada. Isso ocorre com o propósito de dar uma signifi cação ao estudante. Essa contextuali- zação do conhecimento científi co é feita no livro de diferentes formas: pela contextu- alização temática em que o conteúdo é vinculado a conhecimentos tecnológicos ou culturais relacionados ao tema da unidade; pela contextualização fenomenológica em que atividades práticas são desenvolvidas e em que os conceitos a serem estudados emergem da discussão para a compreensão do processo envolvido; e pela problema- tização teórica vinculada à História da Ciência ou a questões centrais do processo de produção do conhecimento Com essa abordagem, evitamos a apresentação de conteúdos de forma direta e resumida, por meio de defi nições formais que não possibilitam a compreensão da natureza do conceito envolvido. Linguagem da Ciência Considerando a linguagem como ferramenta de mediação do conhecimento, en- tendemos que a ela deva ser dado um tratamento muito cuidadoso para que cumpra adequadamente a sua função de ensino. A linguagem se constitui pela interação social. Por isso, procuramos dar um ca- ráter interativo material didático, professor e aluno, no qual o estudante possa ir se apropriando da linguagem científi ca. Na medida em que o estudante interage com o professor, compara sua linguagem com a dele e com a do livro ele vai se apropriando da linguagem química. Essa é uma linguagem nova para ele. A linguagem científi ca possui uma sintaxe di- ferente da linguagem coloquial e utiliza recursos linguísticos ainda não comuns para os estudantes, como o uso de tabelas, gráfi cos, fórmulas e imagens esquemáticas. Todos esses recursos precisam ser minuciosamente explicados aos estudantes. A linguagem científi ca é caracterizada por conceitos que reduzem expressões a afi rmações atempo- rais, impessoais e sem narrativas. Isso causa estranheza aos estudantes que estão acostu- mados a uma linguagem narrativa que descrevem situações reais ocorridas com sujeitos em determinados momentos. Daí a preocupação em apresentar os conceitos científi cos MANUAL DO PROFESSOR28 sempre em contexto mais amplo dentro da experiência de vida dos estudantes, para de- pois reduzir a sua formalização que caracteriza a natureza de sua linguagem. Não se trata de banalizar o conhecimento científi co com analogias grosseiras, mas de permitir a apropriação da nova linguagem. Outra característica importante da linguagem científi ca é a sua natureza argumen- tativa. Pesquisas mais recente têm discutido a importância de desenvolver nos estu- dantes a capacidade argumentativa, compreendendo o valor da ciência pelo seu grau de justifi cação. Argumentar signifi ca contrapor ideias e justifi car posicionamentos com fundamentos lógicos ou retóricos. Para que o ensino de Ciências não seja dogmático, é fundamental que o professor apresente os argumentos que justifi quem o uso de modelos científi cos, contrapondo diferentes visões em relação ao assunto estudado. Esse foi outro cuidado que tivemos na obra, ao apresentar historicamente diferentes visões e ao explicar a origem dos conceitos, buscando justifi car o uso do modelo científi co adotado. Assim, ao redigir esta obra, tivemos a preocupação em mediar a linguagem cientí- fi ca, por meio de situações interativas, buscando respeitar o rigor de sua precisão e o seu caráter argumentativo, justifi cando as suas diferentes visões. Dessa forma, procuramos fazer o uso mais preciso da linguagem científi ca, adequando a compreensão conceitual à sua correção e atualização. Nesse sentido, evitamos termos cuja carga semântica ofereça obstáculos à aprendizagem dos conceitos. Procuramos incorporar às defi nições aqueles termos que a pesquisa em ensino de Química tem recomendado, privilegiando ao mesmo tempo a precisão e a atualização conceitual. Existem diversas analogias e expressões já consagradas nos livros didáticos, mas que, todavia, carregam ou induzem a signifi cações errôneas do ponto de vista da Quí- mica. Outras vezes, a substituição de termos se dá em função de recomendações de normatizações de associações científi cas. Por esse motivo, muitas vezes substituímos alguns termos tradicionais por outros que buscam explicitar uma maior clareza e pre- cisão. Embora em um primeiro momento isso possa causar certa estranheza, a nossa experiência demonstra que para o aluno isso é natural. Esperamos que você possa ir incorporando em suas aulas essa nova linguagem e procure evitar aqueles termos já ultrapassados. Veja abaixo alguns exemplos: • não empregamos a denominação substância pura, a ela nos referimos apenas como substância, pois se ela não for pura será um material; • adotamos o termo material em vez de mistura; • não usamos a denominação mistura heterogênea e sim material heterogêneo, pois é incoerente, por exemplo, dizer que um sistema de água e óleo é uma mistura, quando ensinamos aos estudantes que água é imiscível em óleo; • não se deve adotar o termo número de mol, o qual deve ser chamado de quantida- de de matéria que é a grandeza (por exemplo, não se fala em número de metros e sim em comprimento); • por recomendação da Iupac, não se usa mais a denominação concentração molar e sim concentração em quantidade de matéria; • os grupos substituintes não devem ser chamados de radicais na química orgânica; • não se usa mais a denominação ligação covalente dativa e sim ligação covalente coordenada; • adotamos o novo valor de volume molar como sendo 22,7 L; • como adotamos as regras do SI, logo usamos Pa (pascal) em vez de atm para pressão; • estamos adotando as novas regras de nomenclatura da química orgânica; • os coefi cientes nas equações devem ser escritos sem espaço antes da fórmula e o estado físico da substância deve ser escrito sem subscrito (por exemplo: 2H2(g) e não 2H2(g) ). MANUAL DO PROFESSOR 29 • para evitar confusão na grafi a usamos como símbolo para litro L e não l; • a carga iônica deve ser representada sempre com o numeral antes da carga (por exemplo: Al3+ e não Al+3). A visão de Ciência e das interações Ciência-Tecnologia-Sociedade Coerente com os princípios teórico-metodológicos apresentados neste capítu- lo, destacamos na obra a apresentação de uma visão de Ciência como uma ativida- de humana em processo contínuo de produção que está relacionada à tecnologia e à sociedade. Entendemos que para a compreensão do papel da Ciência na sociedade é funda- mental que se trabalhe a natureza do seu conhecimento. Nesse sentido, em todos os volumes introduzimos elementos de História e Filosofi a da Ciência com o obje- tivo de evidenciar o caráter provisório da Ciência, bem como as suas limitações e potencialidades. Dessa forma, o tratamento do conhecimento químico em todos os capítulos do livro é feito por meio de uma contextualização que explicita o seu papel na sociedade, pois entendemos que formar o cidadão implica explicitar ao estudante o papel dos conteúdos químicos na compreensão de questões sociais. Por exemplo, compreender a dinâmica das transformações químicas no contexto ambiental faz com que tenha- mos uma postura mais crítica sobre o destino de resíduos químicos, uma vez que passamos a entender que os resíduos vão produzir uma série de reações com outras substâncias do ambiente. Assim, a Química é apresentada na obra de maneira a expli- citar o processo social de apropriação do saber sistemático, evidenciando o seu papel na compreensão dos grandes problemas atuais da humanidade. A contextualização teórica desenvolvida na introdução dos conceitos é feita sem- pre na perspectiva de demonstrar contribuições de diferentes cientistas no processo coletivo de elaboração de novos modelos. Ao situar o contexto sócio-histórico de pro- dução do conhecimento, apresentamos ao estudante o trabalho coletivo e o caráter provisório da Ciência. Dessa forma, evitamos uma abordagem que apresente a Ciência como conhecimento único, verdadeiro, inquestionável, histórico, neutro e de domínio exclusivo de cientistas. Esses princípios justifi cam o caráter diferencial deste livro de outros convencionais que se limitam a apresentar os conceitos prontos para serem memorizados pelos estudantes, sem uma contextualização de sua origem e de seu signifi cado social. Por isso, foi dada ênfase ao tratamento do conhecimento químico, de forma a explicitar como os conceitos foram elaborados historicamente. Ainda nessa perspectiva, são apresentadas diversas atividades de investigação no livro com o objetivo de levar o aluno a compreender o processo de proposição de modelos e teorias científi cas, evidenciando as suas limitações e potencialidades na previsão de novos fenômenos. Finalmente, destacamos que a contextualização temática do livro teve o objetivo central de apresentar o papel social da Ciência, com as suas inter-relações Ciência- -Tecnologia-Sociedade – CTS. Essas inter-relações são explicitadas em todos os temas sociocientífi cos de cada unidade programática desenvolvida na seção “Tema em foco”. Ao explicitar essas interações, ressaltamos o papel da sociedade no controle da ciência e da tecnologia. Assim, não apresentamos uma imagem neutra da Química como se fosse por si só um conhecimento que traz avanços tecnológicos e nem a apresentamos com sendo a responsável pelos problemas ambientais atuais. Por isso, discutimos profundamente, como as decisões de Ciência e tecnologia dependem de uma participação ativa e comprometida da sociedade. MANUAL DO PROFESSOR30 Com essa abordagem, procuramos desfazer, assim, a imagem negativa que se tem da Química, presente na população, em geral, muito associada aos seus aspectos ne- gativos. Ao mesmo tempo que apresentamos os problemas ambientais relacionados à Química, discutimos as diversas alternativas tecnológicas que ela tem propiciado e que muito tem contribuído para a diminuição do seu impacto ambiental. Evidenciamos, então, por meio das interações CTS que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia é dependente do rumo que a sociedade lhe imprime. Com isso, destacamos o papel de cada cidadão no processo de tomada de decisão sobre o destino do desenvolvimento tecnológico. Para isso, discutimos em diferentes momentos o conceito de desenvolvimento sustentável e atitudes e valores para a cidadania planetária, bem como as forças de poder que estão associadas à Ciência e à Tecnologia. O enfoque de CTS no livro, por- tanto, tem o papel central de formação do cidadão e do desenvolvimento de atitudes de engajamento responsável com questões socioambientais na construção de uma sociedade justa e igualitária. Anotações MANUAL DO PROFESSOR 31 “Para o educador-educando, dialógico, problematizador, o conteúdo programático da educação não é uma doação ou uma imposição – um conjunto de informes a ser depositado nos educandos...” Paulo Freire 3 Como fazer uso da obra O livro didático constitui uma importante ferramenta no ensino, mas em nenhuma hipótese substitui o trabalho do professor em sala de aula. Esta obra, com uma nova perspectiva, propõe atividades diversifi cadas e o desenvolvimento dos conceitos que fl exibiliza o planejamento das aulas e as atividades de ensino, para que se considere o contexto da própria escola. Nesse sentido, defendemos que o professor deve ter autonomia para desenvolver o seu planejamento com base nas características de sua comunidade escolar. O livro didático não pode ser encarado como uma camisa de força que impõe ao professor um currículo a ser rigidamente seguido. Em vez da padronização curricular em todas as escolas, apostamos em um processo em que os professores assumam cada vez mais o seu trabalho de construção curricular. Essa é uma tarefa que nós, na qualidade de pro- fessores de Química e de profi ssionais da educação, precisamos encampar. Essa orientação de fl exibilidade curricular está expressa nas Diretrizes Curriculares Na- cionais, nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e nas Orientações Cur- riculares Nacionais para o Ensino Médio. Inclusive no capítulo do currículo de Química das Orientações Curriculares há apresentação de diferentes formas de organização do currículo. O que se tem exigido legalmente é que ao fi nal do ensino médio os alunos tenham estu- dado todos os conteúdos mínimos recomendados nos documentos acima explicitados; a ordem, contudo que esses conteúdos serão ministrados deve ser de decisão do professor. A partir desse princípio da fl exibilidade é que vamos apresentar a organização do livro e de sugestões de estratégias de seu uso em sala de aula. Existem formas diferen- ciadas desse uso, o que inclui a exploração de seus conteúdos por meio de projetos in- terdisciplinares, visitas, reprodução de vídeos, etc. Sugestões específi cas de como essas atividades poderão ser trabalhadas de forma relacionada aos conteúdos explorados no livro são apresentadas no próximo capítulo. O livro foi diagramado de forma a destacar a sua organização, a refl etir os princípios teórico-metodológicos adotados e a buscar uma interação com os usuários professores e alunos. Assim, no presente capítulo, vamos demonstrar formas de utilização do nosso material didático. Vejamos como é a organização do livro e como o professor pode ex- plorar cada um de seus elementos. Conteúdo e organização curricular No presente tópico apresentamos os critérios de seleção dos conteúdos do livro e como os mesmos foram organizados. Nessa apresentação, vamos ressaltar formas de adequação que você poderá desenvolver na sua escola. Para isso, primeiro é importante que você entenda como nós autores concebemos a organização deste livro, para que você possa dialogar com a estrutura do livro, construindo outros caminhos. MANUAL DO PROFESSOR32 Seleção de conteúdos da obra Na elaboração do presente livro, tivemos a preocupação de contemplar todos os conteúdos e competências relativos à Química que estão recomendados nos docu- mentos legais, bem como os que estão previstos nas matrizes curriculares do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem. O critério de seleção dos conteúdos do livro foi baseado na sua relevância para a compreensão da Química, ou seja, na sua pertinência pedagógica; e na sua relevância social. Assim, foram selecionados os conceitos centrais, estruturadores do conhecimen- to químico; os conceitos relevantes para a compreensão de outros; e os que estão vin- culados ao contexto didático da obra, sendo necessários para a compreensão de uma determinada temática. Foram excluídos da obra conteúdos irrelevantes que não apresentam pertinência educacional e que se tornaram obsoletos para o conhecimento químico. Como por exemplo, podemos citar extensas classifi cações, como as de ácidos e sais, contem- pladas em livros mais tradicionais, mas que pouca relevância apresenta em termos de compreensão conceitual dos processos químicos. Podemos citar como conteúdos considerados obsoletos do ponto de vista da Química, excluídos nesta obra, o conceito de corpo, de isóbaro e de isótono. A seleção dos conteúdos estruturadores do conhecimento químico teve como refe- rência o que é recomendado pelas Orientações Curriculares do Ministério da Educação de Química. Segundo esse documento, os conceitos básicos da Química estão relacio- nados a três eixos centrais que constituem a base dessa Ciência: materiais e substân- cias, propriedades e constituição. Assim, buscou-se selecionar os conceitos centrais da Química que têm foco nesses três eixos. Por isso, em cada volume, contemplamos conteúdos dos materiais, das suas pro- priedades e de sua constituição. No livro, a linguagem química é apresentada de forma a estabelecer uma conexão entre as propriedades das substâncias e os seus modelos explicativos. Entendemos que a linguagem química, em outras palavras, busca traduzir as interpretações que a Ciência faz para as propriedades identifi cadas dos materiais e de suas substâncias. Assim, quando representamos a água por H2O, isso signifi ca que idealizamos as pro- priedades da água, como temperatura de ebulição, solubilidade, densidade etc. podem ser explicadas por estruturas químicas que consideram que a sua constituição é de dois áto- mos de hidrogênio e um oxigênio. Esse modelo, todavia, não explica completamente todas as propriedades da água e daí a necessidade de se usar modelos mais complexos, como o que indica a geometria de sua molécula, o comprimento de suas ligações, a confi guração eletrônica dos elétrons na molécula e assim por diante. Entendemos, portanto, que não faz sentido a apresentação de modelos sem que eles estejam associados às propriedades das substâncias e sem que se tenha uma compreensão do modelo que ela está associada. Com esse princípio sempre buscamos primeiro apresentar as propriedades das substâncias, depois discutir possíveis modelos que as explicam e aí apresentamos a linguagem química que traduz tais modelos. Dessa maneira, a organização dos conteú- dos na obra buscou obedecer aos princípios de teorias de ensino e aprendizagem e de pesquisas na área de ensino de Química. Recursividade e fl exibilidade curricular A ordem em que os conteúdos foram organizados no livro visou atender tanto prin- cípios pedagógicos como propiciar a fl exibilidade curricular, de forma a viabilizar que o professor construa diferentes programas conforme sua realidade específi ca, a qual muitas vezes é muito infl uenciada por programas de avaliações seriadas implantados por universidades locais. MANUAL DO PROFESSOR 33 A flexibilidade pode ser propiciada pelo princípio da recursividade. A apren- dizagem é um processo mental em que estruturas cognitivas são desenvolvidas na medida em que os estudantes estabelecem relações entre os conceitos novos e as suas representações mentais. Isso é favorecido quando os estudantes têm oportunidade de interagir com os conceitos em diferentes contextos. Dessa for- ma, em cada momento o estudante vai poder ampliar sua compreensão e conso- lidar os conteúdos apreendidos. Com esse princípio, a primeira edição desta obra foi elaborada apresentando de maneira recursiva alguns conceitos fundamentais da Química, os quais eram revisitados ao longo das três séries dentro de um novo contexto, que possibi- litavam aos estudantes fazerem novas leituras e consolidarem seus esquemas conceituais. Alguns desses conteúdos permanecem na nova coleção, mas com a fixação de limite de páginas para cada volume no novo edital do PNLD, os autores decidiram excluir na segunda edição do livro alguns desses conteúdos recursivos, todavia esses conteúdos podem ser trabalhados pelo professor, considerando que ele possui a obra completa e que a contextualização da obra permite com facilidade a vinculação aos conteúdos. Permanece a nossa orientação de o professor assegurar sua autonomia, tendo liberdade de flexibilizar o uso do livro de forma que possa, tanto fazer uso de for- ma mais sistemática da recursividade, como de reelaborar a sequência curricular. Veja exemplos de como a recursividade ainda está presente no livro e de como ela é sugerida ao longo da obra. Por exemplo, o estudo de modelos atômicos está presente em mais de uma série. Enquanto na primeira série ele é apresentado com foco na constituição da matéria como partícula para explicar as propriedades mais simples dos materiais e substâncias; na segunda série, ele pode ser associado ao capítulo de energia nuclear para uma maior compreensão desse conteúdo; e na terceira série ele é explorado com o propósito de entender princípios rudimentares da Física Mo- derna que revolucionaram uma série de tecnologias. O estudo das substâncias inorgânicas é introduzido na primeira série, mas também pode ser retomado na segunda série no estudo do capítulo de equilíbrio iônico. O estudo da ligação metálica é sumariamente apresentado na primeira série para que o estudante en- tenda a existência de outros tipos de ligação química, além da iônica e covalente, todavia este conteúdo é retomado na terceira série com um modelo um pouco mais elaborado para explicar o conteúdo de metais que é um tema trabalhado naquela série. Outro conteúdo visto de forma muito recursiva neste livro é o estudo da química orgânica. No documento das Orientações Curriculares de Química do MEC há uma crítica a distribuição clássica dos conteúdos de Química na divisão: química geral, físico-química e química orgânica. Nessa divisão, os estudantes têm uma visão muito compartimentada do conhecimento químico e não percebe as suas inter-relações. Por exemplo, com essa divisão, a química orgânica só é abordada na terceira série; enquanto no estudo da Biologia, o professor começa a tratar de substâncias orgânicas desde a primeira série. Embora no livro em papel o conteúdo programático de Química Orgânica esteja somente no volume três, a organização da obra possibilita o estudo deste conteúdo em diferentes séries. Por exemplo, na primeira série, pode-se introduzir a química orgânica no estudo das substâncias inorgânicas e na segunda série no estudo do tema “Re- cursos Energéticos”. Com essa abordagem da Química Orgânica, buscamos uma integração dos conteúdos. Assim um outro princípio na organização curricular foi a articulação dos conhecimentos. MANUAL DO PROFESSOR34 Por isso, fizemos vários redimensionamentos de tópicos nas unidades programá- ticas de forma a buscar uma integração do conhecimento. Por exemplo, o estudo do número de oxidação em alguns livros é feito no capítulo de ligações químicas, e neste livro é feito no capítulo de eletroquímica, quando tal conteúdo se faz necessário para o entendimento dos processos de oxidação e redução. Assim, a apresentação dos conceitos buscou sempre a articulação com conteúdos anterio- res ou com os que estão sendo apresentados. A contextualização temática do livro propicia a recursividade dos conteúdos de forma mais intensa. Além da ligação metálica, propriedades das substâncias rela- cionadas às interações químicas são apresentadas na segunda série com o estudo da água e aprofundadas na terceira série com o estudo de substâncias orgânicas. O conteúdo de eletroquímica é apresentado no volume três associado ao tema “Metais, pilhas e baterias”, mas pode ser também desenvolvido no volume dois, juntamente com o tema “Recursos energéticos”. Como já comentado, o tema “Hi- drosfera e poluição das águas” retoma o conteúdo das propriedades das substân- cias ao introduzir propriedades da água; o tema “Metais, pilhas e baterias” propicia a retomada do conceito de ligação metálica já introduzido no primeiro volume; e o tema “Recursos energéticos” permite a introdução do estudo de hidrocarbonetos e álcoois no volume dois, os quais são apresentados no terceiro volume. Com o uso da recursividade, conseguimos revisitar muitos conceitos e aplicá- -los em diferentes contextos explicativos da obra. A recursividade também pode ser feita nos temas sociocientíficos apresen- tados no livro. Muitos desses temas estão presentes nos conteúdos programáti- cos dos diversos estados da federação. Por exemplo, o tema “Lixo” que está no primeiro volume pode ser explorado no volume dois ao explorar poluição das águas e no volume três no estudo do tema plástico e ambiente. O tema “Polui- ção atmosférica” que está no primeiro volume pode ser explorado na queima de combustíveis fósseis que aparece tanto no volume dois, quanto no três. O tema “Poluição das Águas” que está no segundo volume pode também se explorado no primeiro volume junto com o tema “Lixo” e no terceiro volume em “Plásticos e Ambiente”. O tema “Minérios” que está no terceiro volume pode ser explorado no primeiro volume no estudo de ligações metálicas. Entendemos que na grande maioria das escolas públicas, a carga horária de Quí- mica é muito reduzida e, portanto, nem sempre o professor dispõe de tempo ne- cessário para trabalhar o mesmo conteúdo diversas vezes. Nesse contexto, muitas vezes o professor terá que tomar decisão sobre que série considera mais apropriada trabalhar determinados conteúdos de acordo com o contexto de sua escola. A ordem geral do conteúdo de Química na obra Entendemos que muitos estados da federação têm suas propostas curriculares e que os professores fazem ajustes conforme a particularidade de sua escola. Es- ses fatores podem contribuir para que o professor venha a adotar uma sequência programática diferente da que, nós autores, concebemos nesta obra. Nesse sentido apresentamos aqui a proposta curricular deste livro e a estru- tura geral da organização dos conteúdos nos três volumes. É fundamental que o professor tenha conhecimento global da obra para que ele possa situar o seu planejamento e possa fazer as devidas adequações no uso do presente volume. Vejamos, então, a organização do conteúdo desta obra e a sua fundamentação. MANUAL DO PROFESSOR 35 Estudos na área de ensino de Química têm demonstrado a importância de o estu- dante aprender a partir de observações fenomenológicas em que eles possam identi- fi car aspectos macroscópicos da matéria. Partindo de uma visão concreta sobre a ma- téria o estudante conseguirá com mais facilidade construir modelos para representar aquilo que é observável por ele. Dessa forma, outro princípio da organização curricular adotado é a de uma sequência que vai do macroscópico para o microscópico, o qual é representado por modelos. Os estudos têm evidenciado que uma das difi culdades no aprendizado da Química está no caráter altamente abstrato de seu conhecimento. Portanto, quando o profes- sor parte do concreto isso fi ca mais fácil para o estudante compreender o conteúdo mais abstrato da Química. Com esse princípio, introduzimos no primeiro volume uma unidade de estudo das propriedades da matéria com várias atividades práticas que possibilitam a percepção fenomenológica. Na segunda unidade, antes de trabalharmos os modelos atômicos, é feito um estudo de gases, com o objetivo de o estudante compreender a partir das propriedades dos gases o modelo de partículas da matéria. A partir da consolidação do modelo de partículas é que passamos a apresentar modelos mais avançados para os estudantes. Veja que com esse princípio redimensionamos o conteúdo de gases que em ou- tros livros encontra-se no segundo volume. Ainda seguindo o princípio da pertinência pedagógica, entendemos que o estudo de modelos atômicos no primeiro volume é sufi ciente até o modelo de Rutherford-Bohr, a partir do qual podem ser explicados processos químicos estudados na primeira série. Ocorre que sistematicamente algumas universidades incluem em seus programas de avaliação seriada conteúdos de distribuição eletrônica. Assim, apresentamos no volume um de forma mais sintética o modelo mais atual do átomo, o qual é retomado de forma apropriada no volume três, quando o estudante já tem conhecimento de Física sufi ciente para compreender princípios que o fundamentam. O estudo da classifi cação periódica no primeiro volume visa introduzir o estudo das ligações químicas, o qual consolida no estudo da Química a relação entre proprie- dades das substâncias e sua constituição. Ao fazer o estudo das ligações químicas associado às propriedades das substân- cias, apresentamos as propriedades de substâncias inorgânicas. Nesse momento, in- troduzimos o estudo dos ácidos, bases, sais e óxidos. O enfoque dado ao conteúdo da segunda série é o do estudo das reações químicas nos seus aspectos dinâmicos e energéticos. Dessa forma, enquanto caracterizamos as reações químicas no primeiro volume pelo estudo das propriedades das substâncias e correlacionamos essas com modelos de constituição da matéria, no volume dois todo o foco está no desenvolvimento de modelos que permitem a compreensão do controle das reações químicas. O estudo das reações se inicia com o estudo dos cálculos químicos que possibilita ao estudante compreender o processo de rearranjo molecular que ocorre nas reações químicas. Antes desse capítulo de cálculos químicos são introduzidos os conceitos de quantidade de matéria e massa molar, os quais são essenciais para o estudo de soluções que está no capítulo da unidade seguinte. Em alguns estados o conteúdo de cálculos químicos está na primeira série e nesse caso, os professores poderão fazer a introdução desse conteúdo nessa série, no estudo de neutralização entre ácidos e bases e no tópico de titulação que estão no volume um. O conteúdo da segunda série avança com o capítulo de estudo de soluções, co- loides e agregados que está muito bem inserido na unidade temática “Hidrosfera e Poluição das Águas”. Dando continuidade a essa temática encontra-se o capítulo de propriedades da água e propriedades coligativas. MANUAL DO PROFESSOR36 Essa segunda unidade temática é concluída com o estudo e equilíbrio químico que permite compreensão dos graves desequilíbrios dos sistemas aquáticos que estão poluídos. O estudo de equilíbrio tem como pré-requisito concentração de soluções e noção de cinética química. Entendemos que a noção básica de cinética química pode muito bem ser introduzida nesse capítulo para o seu entendimento, todavia, se o professor desejar ele poderá, explorar o conteúdo de equilíbrio quími- co após o estudo de cinética química que está na segunda unidade temática. A terceira unidade temática “Recursos energéticos” possibilita o estudo de ter- moquímica, de cinética química e de radioatividade e energia nuclear. O estudo de termoquímica é desenvolvido a partir do conceito de calor e está relacionado à obtenção de energia em reações químicas, como as de combustão. O conteúdo de cinética química está relacionado ao controle de reações de combustão e o conteú- do de energia nuclear é inserido como uma das fontes de energia. Nessa unidade pode ser introduzida também a obtenção de energia a partir de reações químicas. Para os Estados que o conteúdo de eletroquímica está na segun- da série, os professores poderão desenvolver esse conteúdo durante o estudo da unidade de recursos energéticos. Outro conteúdo programático que pode ser inserido na segunda série é o estudo de hidrocarbonetos e álcoois, os quais estão relacionados ao estudo de petróleo e ao programa brasileiro do Proálcool. A inserção de hidrocarbonetos e álcoois na segunda série é interessante, na medida em que segue a recomendação das Orien- tações Curriculares do Ensino Médio do MEC de distribuir o estudo de Química Orgânica ao longo das três séries, evitando a divisão clássica de desenvolver todo o seu estudo somente na terceira série. No terceiro volume, partimos para uma compreensão mais ampla da Química no sentido de suas aplicações tecnológicas em diversos campos como da engenharia genética, metalurgia e nanotecnologia. Com esse estudo, o estudante tem a possi- bilidade da aplicação de conceitos mais aprofundados da constituição da matéria e uma visão mais integrada da Química. A química orgânica é estudada de forma integrada com temas. Assim a introdu- ção ao estudo da Química Orgânica está associada à engenharia genética; o estudo das funções orgânicas ao tema alimentos; a nomenclatura das substâncias orgânicas ao tema remédios; o estudo das propriedades das substâncias orgânicas e de polí- mero ao tema plásticos e o ambiente; e, fi nalmente, o estudo das reações orgânicas ao tema indústria química e sociedade. Considerando que alguns conteúdos estão presentes em mais de um volume na perspectiva tanto da recursividade, como da fl exibilidade curricular, apresentamos abaixo a tabela de “Recomendações de conteúdos de Química a serem abordados” nos três volumes, indicando aqueles que são retomados em mais de uma série, como tópicos recursivos e aqueles que talvez possam ser suprimidos no caso de escolas com condições mais limitantes, em que o professor não tenha como desen- volver todos os conteúdos da série. MANUAL DO PROFESSOR 37 Recomendações de conteúdos de Química a serem abordados Legenda: F – conteúdo fundamental que recomendamos ser desenvolvido no volume em questão. R – conteúdo revisitado em outro volume. L – conteúdo com possibilidade de supressão no caso de escolas em condições limitantes. VOLUME 1 Vol. Unidade Capítulos Conteúdo de Química F R L 1 1. Consumo sustentável 1. Transformações e propriedades das substâncias 1. Transformações químicas ✔ 2. Química, tecnologia e sociedade ✔ 3. Propriedades das substâncias ✔ 4. Identifi cação das substâncias ✔ 2. Materiais e processos de separação 1. Materiais e substâncias ✔ 2. Processos de separação de materiais ✔ 3. Constituintes das substâncias, Química e Ciência 1. Da Alquimia à Química ✔ 2. Conhecimento científi co e senso comum ✔ 3. Constituintes da matéria ✔ 4. A Química e sua linguagem ✔ 1 2. Poluição atmosférica 4. Estudo dos gases 1. Medidas, fenômenos e modelos ✔ 2. Grandezas do estado gasoso ✔ 3. Propriedades dos gases ✔ 4. Leis dos gases ✔ 5. Lei geral dos gases ✔ 6. Teoria cinética dos gases ✔ 5. Modelos atômicos 1. Modelos e teorias ✔ 2. Modelo atômico de Dalton ✔ 3. Modelo atômico de Thomson ✔ 4. Modelo atômico de Rutherford ✔ 5. O átomo e suas partículas ✔ 6. Modelo atômico de Bohr ✔ 7. Modelo quântico para o átomo � � 8. Confi guração eletrônica � � MANUAL DO PROFESSOR38 1 3. Agricultura 6. Classifi cação periódica 1. Elementos químicos: síntese, descoberta e simbologia ✔ 2. Breve histórico da classifi cação dos elementos ✔ � 3. Classifi cação moderna dos elementos químicos ✔ 4. A Lei Periódica ✔ 5. Propriedades periódicas ✔ � 7. Ligações químicas 1. Ligação iônica ✔ 2. Regra do octeto ✔ 3. Representação das substâncias iônicas ✔ 4. Ligação covalente ✔ 5. Tipos de ligação covalente ✔ 6. Fórmula estrutural ✔ 7. Constituintes moleculares e amoleculares ✔ � 8. Representação geométrica das moléculas ✔ � 9. Polaridade das moléculas ✔ 10. Ligação metálica � � 8. Substâncias inorgânicas 1. Interações entre constituintes ✔ 2. Forças intermoleculares ✔ 3. Substâncias inorgânicas � � 4. Ácidos e bases ✔ 5. Teorias de ácidos e bases ✔ 6. Nomenclaturas de ácidos e bases ✔ 7. A neutralização de ácidos e bases – sais ✔ 8. Óxidos ✔ Vol. Unidade Capítulos Conteúdo de Química F R L VOLUME 2 Vol. Unidade Capítulos Conteúdos de Química F R L 2 1. Produtos químicos 1. Unidades utilizadas pelo químico 1. Grandezas físicas ✔ 2. Massa atômica ✔ 3. Quantidade de matéria ✔ 4. Constante de Avogadro ✔ 5. Massa atômica, molecular e molar ✔ 6. Volume molar ✔ � 7. Conversões no cálculo estequiométrico ✔ � 2. Cálculos químicos 1. As leis das reações químicas ✔ � 2. Balanceamento de equação química ✔ 3. Estequiometria ✔ � 4. Rendimento das reações ✔ � MANUAL DO PROFESSOR 39 Vol. Unidade Capítulos Conteúdo de Química F R L 2 2. Hidrosfera e poluição das águas 3. Classifi cação e composição dos materiais 1. Soluções, coloides e agregados ✔ 2. Concentração e suas unidades ✔ � 3. Composição ✔ 4. Diluição de soluções ✔ 4. Propriedades da água e propriedades coligativas 1. Propriedades das substâncias e interações entre os constituintes ✔ � 2. Propriedades da água ✔ 3. Água e solubilidade dos materiais ✔ � 4. Propriedades coligativas 5. Equilíbrio químico 1. Reações químicas e reversibilidade ✔ 2. Sistemas químicos reversíveis ✔ 3. Equilíbrio químico ✔ � 4. Alterações do estado de equilíbrio ✔ � 5. Princípio de Le Chatelier ✔ � 6. Aspectos quantitativos de equilíbrios químicos 2 3. Recursos energéticos e energia nuclear 6. Termoquímica 1. Termoquímica e calor ✔ 2. Calorimetria ✔ 3. Transformações de energia ✔ � 4. Calor de reação: entalpia ✔ � 5. Lei de Hess ✔ � 6. Espontaneidade das transformações: entropia 7. Cinética química 1. Cinética química � 2. Teoria das colisões � 3. Fatores que infl uenciam a rapidez das reações ✔ � 4. Mecanismos de reação ✔ � 5. Catálise ✔ � 8. Energia nuclear 1. Radiação e radioatividade � 2. A descoberta da radioatividade � 3. Emissões nucleares ✔ � 4. Leis das desintegrações radioativas ✔ � 5. Cinética da desintegração radioativa � 6. Radioatividade: seus efeitos e aplicações ✔ � 7. Transformações nucleares 8. Usinas nucleares 9. Rejeitos nucleares 10. Acidentes de usinas nucleares e acidentes radioativos 11. Bombas atômicas MANUAL DO PROFESSOR40 VOLUME 3 Vol. Unidade Capítulos Conteúdos de Química F R L 3 1. A Química em nossas vidas 1. A Química Orgânica e a transformação da vida 1. Introdução ao estudo da Química Orgânica ✔ 2. Propriedades dos átomos de carbono ✔ 3. Cadeias carbônicas ✔ 4. Isomeria ✔ 5. Funções orgânicas ✔ 6. Hidrocarbonetos ✔ � 7. Petróleo: fonte de hidrocarbonetos ✔ � 2. Alimentos e funções orgânicas 1. A Química e os alimentos ✔ � 2. Carboidratos ✔ 3. Álcoois ✔ � 4. Fenóis ✔ � 5. Aldeídos e cetonas 6. Éteres 7. Lipídios 8. Ácidos carboxílicos 9. Ésteres 10. Proteínas 11. Aminas e amidas 12. Química da conservação de alimentos 3. Química da saúde e da beleza e a nomenclatura orgânica 1. Nomenclatura orgânica: regras gerais 2. Nomenclatura orgânica: regras específi cas 3. Química dos fármacos e das drogas 4. Química dos cosméticos 4. Polímeros e propriedades das substâncias orgânicas 1. Plásticos e polímeros 2. Propriedades dos polímeros 3. Propriedades das substâncias orgânicas 4. Reações de polimerização 5. Plásticos 6. Fibras 7. Borrachas 5. Indústria química e síntese orgânica 1. Instalação de uma indústria química 2. Síntese química 3. Síntese orgânica: reconstruindo moléculas 4. Síntese orgânica: transformando funções orgânicas 5. O químico e as indústrias químicas MANUAL DO PROFESSOR 41 Vol. Unidade Capítulos Conteúdos de Química F R L 3 2. Metais, pilhas e baterias 6. Ligação metálica e oxidorredução 1. Propriedades dos metais ✔ 2. Ligação metálica ✔ 3. Ligas metálicas ✔ 4. Oxidorredução ✔ 5. Número de oxidação ✔ 6. Balanceamento de equações de reações de oxidorredução ✔ � 7. Pilhas e eletrólise 1. Pilhas eletroquímicas ✔ � 2. A pilha de Daniell ✔ 3. Potencial elétrico das pilhas ✔ � 4. Tipos de pilhas e baterias ✔ � 5. Eletrólise 6. Aspectos quantitativos da eletrólise: a Lei de Faraday 3 3. Química para um novo mundo 8. Modelo quântico 1. A visão clássica do mundo físico 2. Modelo quântico para o átomo 3. A função de onda e os orbitais atômicos 4. A confi guração eletrônica e a tabela periódica 5. As ligações químicas e o modelo quântico Organização da obra por unidades temáticas O livro é dividido em unidades temáticas que se aglutinam em torno de um tema sociocientífi co central, englobando tópicos integrados do conteúdo programático de Química que estão articulados entre si. Os textos dos temas sociocientífi cos estão articulados entre si e visam fazer uma abordagem de vários aspectos do tema central. Eles estão na seção “Tema em foco” e distribuídos ao longo dos capítulos. O objetivo é que eles sejam desenvolvidos pelo professor de forma articulada com o conteúdo químico ao qual eles estão associados. Em cada volume procuramos enfatizar alguns aspectos centrais na abordagem do tema sociocientífi co. O enfoque ambiental é visto nos três volumes, mas no primeiro apresentamos explicações de processos químicos em temas geralmente abordados na disciplina de Geografi a e enfatizamos os problemas socioambientais que estão vinculados à Química, procurando contextualizar o estudo da Química com questões existenciais da vida dos estudantes. No segundo volume continuamos com abor- dagem de química ambiental e de questões socioambientais, apresentando textos sobre política de gestão da água e política energética, que avança na formação polí- tica de nossos estudantes. Finalmente, no terceiro volume rediscutimos as relações ciência-tecnologia-sociedade já desenvolvidas anteriormente, mas destacando os avanços e desafi os que a tecnologia tem propiciado à melhoria da qualidade de vida. Ao discutir o tema "vida" neste volume, iniciamos o debate ético que perpassa às questões discutidas ao longo da coleção. A escolha desses temas foi minuciosamente estudada pelos autores, buscando evi- denciar ao longo do Ensino Médio uma formação ampla para o engajamento dos estu- dantes em questões científi cas que afetam a sociedade. MANUAL DO PROFESSOR42 É fundamental que esses temas sejam abordados de forma contextualizada com a comunidade dos estudantes e, nesse sentido, outros temas poderão ser abordados pelo professor, além dos apresentados nesta obra. A nossa experiência de sala de aula indica a viabilidade da discussão dos diferentes temas. Conforme a realidade escolar da carga horária e do calendário escolar, alguns textos poderão ser agrupados e abor- dados em uma única aula, por meio de atividades diversifi cadas, como trabalho de grupo, apresentação de seminários, vídeos, debates e palestras. Para uma melhor visualização da coleção, apresentamos a seguir um quadro com todos os temas sociocientífi cos abordados nos três volumes. Quadro de temas sociocientífi cos e seus temas centrais Vol. Unid. Tema sociocientífi co central Temas sociocientífi cos 1 1 Consumo sustentável • Consumismo: mal do século XXI • Reutilizar e reciclar: retornando o material ao ciclo útil • Lixo: tratamento e disposição fi nal • Em busca do consumo sustentável 2 Poluição atmosférica • Poluição atmosférica e aquecimento global • Camada de ozônio e radiação solar • Mercado de carbono! O que é isso? 3 Agricultura • Química e agricultura • Produção de alimentos e ambiente: faces da mesma moeda • Agricultura sustentável: opção inteligente 2 1 Produtos químicos • Na medida certa: evitando o desperdício • Produtos químicos domésticos: perigo disfarçado 2 Hidrosfera e poluição das águas • Ciclo da água e sociedade • Gestão dos recursos hídricos • Poluição das águas • A Química, o tratamento de água e o saneamento básico 3 Recursos energéticos e energia nuclear • Energia e sociedade e ambiente • Fontes de energia • Energia nuclear como fonte de produção de energia elétrica • Política energética • Ciência para a paz 3 1 A Química em nossas vidas • A engenharia da vida e a ética. • Alimentos. • Química da saúde, da beleza e outras possíveis alternativas. • Os plásticos e o ambiente. • Indústria química e a sociedade. 2 Metais, pilhas e baterias • Metais: materiais do nosso dia a dia • Descarte de pilhas e baterias • Metais, sociedade e ambiente 3 Química para um novo mundo • O microcosmo do mundo atômico: luz para uma nova visão de mundo • A química teórica e a nanotecnologia MANUAL DO PROFESSOR 43 As seções do livro A organização do livro em seções tem um caráter didático que facilita o seu uso. Infelizmente os nossos estudantes não desenvolveram ainda o hábito de leitura e de explorar uma obra didática. Pesquisas apontam que, muitas vezes, o livro é usado única e exclusivamente para resolver exercícios e para rever a matéria para provas. Recomendamos que no início do ano letivo você incentive o estudante a ler as pá- ginas iniciais do livro, ou leia junto com eles para que eles possam explorar ao máximo o potencial pedagógico da obra. Além das importantes informações no livro do aluno sobre o uso do livro, a seguir apresentamos informações para você explorar melhor cada uma das seções do livro e para que você possa manter o estudante informado sobre como trabalhar com o livro para que ele seja uma ferramenta efetiva no aprendizado da Química. Tema em foco Essa seção compreende os textos em que são discutidos mais especifi camente o tema sociocientífi co da unidade. Na abertura da unidade, o primeiro tema problematiza a questão social a ser discutida, e, no último texto da seção na unidade, geralmente são discutidos os pontos centrais levantados no primeiro texto. Sempre que possível são estabelecidos vínculos entre o texto da seção e os próxi- mos conteúdos químicos a serem introduzidos ou os conteúdos anteriores. Em muitos textos dessa seção, além da discussão dos aspectos sociocientífi cos introduzidos, são abordados conteúdos químicos específi cos relativos ao tema em discussão. A discussão dos textos do “Tema em foco” engloba todos os conhecimentos relativos ao domínio de contextualização sociocultural recomendados nas Orientações Curricula- res do MEC. Esses conhecimentos geralmente têm recebido um tratamento secundário no ensino de Química, razão pela qual enfatizamos em nosso livro a discussão dos di- versos aspectos econômicos, políticos, sociais, ambientais, históricos e políticos relativos à ciência e à tecnologia. O professor, caso não disponha de tempo para trabalhar todos os textos do “Tema em foco”, pode selecionar pelo menos dois em cada unidade, para provocar debates em sala de aula e recomendar a leitura em casa dos demais. É fundamental que o professor procure informações relativas a cada “Tema em foco” que tragam dados específi cos da comunidade local ou do estado da Federação que possam contextualizar a discussão em sua região. Controvérsia científica São textos da seção “Tema em foco” que apresentam opiniões de cientistas discor- dantes a respeito de um mesmo tópico. O seu objetivo é demonstrar o caráter social e provisório do conhecimento científi co, bem como as suas limitações. Para essa seção recomenda-se o uso de técnicas de debate entre os estudantes, durante a qual o professor terá oportunidade de ajudar os estudantes a apresentarem argumentos para defenderem o seu posicionamento entre as posições divergentes. Debata e entenda Nessa seção são apresentadas questões para discussão do “Tema em foco”. É a partir delas que questões sociocientífi cas serão discutidas. Essas questões contri- buem de forma signifi cativa para que os alunos desenvolvam objetivos relativos à expressão, comunicação e argumentação. MANUAL DO PROFESSOR44 Muitas das questões apresentadas nessa seção possuem um caráter interdiscipli- nar, sendo que algumas são tipicamente abordadas em outras disciplinas. Recomen- damos o uso de debates que possam incluir professores de outras disciplinas. Isso vai exigir um trabalho em conjunto com os demais colegas da escola, o que nem sempre é uma tarefa muito fácil. Todavia, nossa experiência demonstra que, mesmo não havendo a participação de outros professores, os debates podem ser conduzi- dos com um caráter interdisciplinar nas aulas de Química, desde que o professor esteja aberto a estabelecer relações do assunto com diversas outras áreas do conhe- cimento. Isso pode ser feito de modo que nos debates temáticos haja abertura para o que os alunos comecem a compreender a natureza multidisciplinar dos problemas sociais que requerem análise de encaminhamento das possíveis soluções por dife- rentes especialistas. Ação e cidadania Essas atividades vão ao encontro das ideias contidas no projeto educacional de Paulo Freire, que defende que o aluno explore o mundo que o cerca, para que assim possa, por meio da refl exão crítica, atuar para que ele seja transformado. Nosso ideal é que essas atividades sejam vistas como projetos a serem desenvol- vidos por toda a escola, englobando também os diversos segmentos da comunidade escolar e da comunidade local. As atividades propostas consistem em ações a serem desenvolvidas pelos alunos. Tais ações alcançam seus objetivos na mesma proporção em que têm signifi cado para eles. Então, nada mais certo que elas estejam ligadas ao contexto da comunidade, do dia a dia. Assim, caberá a você, professor, juntamente com os estudantes e demais colegas de trabalho, selecionar, idealizar e propor, a partir de nossas sugestões, atividades que se adaptem à realidade de sua comunida- de e que verdadeiramente engajem os estudantes em ações que contribuam para a transformação social. A maior parte das atividades sugeridas se configura em projetos a serem de- senvolvidos pela escola, devendo ser assumidos coletivamente por professores de diferentes disciplinas e pela direção da escola. Eles poderão ser desenvolvidos em outros horários e em ambientes extraescola. Muitas atividades podem ser de- senvolvidas no horário de aula, mas em espaços alternativos como ao ar livre, em jardins etc. Locais que podem propiciar a descontração e a reflexão sobre temas importantes. Para esses projetos, podem ser convidados especialistas para ministrar palestras so- bre temas atuais. Isso constitui uma excelente oportunidade para que os alunos se enriqueçam de informações. Conceitos químicos O conteúdo programático de Química é abordado em tópicos situados ao longo do livro, numerados por títulos ou em subseções. Muitas vezes os conceitos são explorados também nas seções “Tema em foco”. O tratamento do conteúdo foi todo desenvolvido por meio da contextualização social, histórica ou tecnológica, estabelecendo relações conceituais, por meio de ati- vidades ou da exploração dos conhecimentos prévios dos alunos. Por esse motivo, a apresentação dos conceitos é sempre acompanhada por textos explicativos que facili- ta a compreensão dos conteúdos pelos estudantes. Temos recebido relatos de vários estudantes que afi rmam que essa forma de apre- sentação tem contribuído para que eles entendam conteúdos que não tiveram oportu- nidade de estudar na escola. MANUAL DO PROFESSOR 45 Nesse sentido, é fundamental que o professor desenvolva nos estudantes o hábito da leitura dos textos e que procurem compreender as explicações desenvolvidas. Isso propiciará uma aprendizagem signifi cativa que é muito mais duradoura do que a apren- dizagem por memorização feita em sentenças sumarizadas descontextualizadas, como as apresentadas em apostilas. Observe que a apresentação dos conceitos é desenvolvida por meio de uma aborda- gem contextual que propicia a aprendizagem signifi cativa. A prioridade é apresentar de forma adequada os conceitos fundamentais, garantindo a aprendizagem dos conceitos centrais da Química. Pense Essas são questões com importante papel na mediação do conhecimento es- colar. Elas foram estrategicamente colocadas no texto para suscitar a exploração de concepções prévias dos alunos e para estabelecer um vínculo com o conteúdo que será introduzido adiante. Por esse motivo, em geral, a questão é respondida nos parágrafos seguintes, de forma que o aluno estabeleça uma conexão entre suas concepções e o novo conceito apresentado. Essas questões servem para instigar o estudante a dar suas próprias explicações sobre o assunto. É uma das maneiras de ouvi-lo e de entender como ele vê os fenômenos em questão. São perguntas elaboradas para direcionar o raciocínio para o processo que esta- mos desenvolvendo, auxiliando na construção do conhecimento. Dê tempo para os estudantes pensarem e responderem à questão, nem sempre isso é conseguido de imediato. Ouvindo o que os estudantes pensam a respeito do assunto, o professor poderá entender as relações estabelecidas por eles, ou seja, as suas visões pessoais. A partir daí, o professor poderá intervir para dar suporte para o entendimento em conjunto do conceito em questão. É de fundamental importância que o professor explore essas questões, mesmo em turmas menos participativas. Para encorajar os estudantes, procure utilizar expressões como "tente explicar com suas palavras", "procure responder". Lembre-se de que as in- terações em sala de aula são socioculturalmente situadas, assim será o contexto da aula que determinará o que e como perguntar ao aluno. Reformule as questões do livro para torná-las mais compreensíveis aos seus estudantes. Esse processo envolve um aprendiza- do de cada profi ssional em sala de aula, que começa quando decidimos ouvir os nossos estudantes – esse é o primeiro passo. Conceito em destaque Os conceitos químicos centrais abordados nos tópicos em geral são destacados em um boxe. Nenhum conceito é apresentado antes de uma contextualização. O objetivo desse destaque é chamar a atenção do estudante para o conceito, ajudando-o no trabalho de revisão e organização do estudo. Espera-se, contudo, que eles não sejam cobrados na prova de forma a exigir do estudante a sua memorização. O mais importante é eles entenderem a sua signifi cação Química na escola Essa seção do livro envolve atividades práticas de observação e coleta de dados. A estruturação das atividades foi proposta na perspectiva de o estudante explorar o fenô- meno para que possa compreender as relações conceituais estabelecidas na sua forma- lização. Nessa perspectiva, muitas dessas atividades foram desenvolvidas com caráter investigativo, no qual o aluno é estimulado a formular hipóteses. MANUAL DO PROFESSOR46 Na introdução do experimento, sempre são apresentadas a explicitação do objetivo da atividade e as condições para realização (laboratório, sala de aula, atividade demonstrativa etc.). Somos cientes das difi culdades da maioria das escolas de Ensino Médio e sabemos que poucas delas mantêm espaços reservados para laboratórios de ciências. Nossa luta é pela melhoria desse quadro. Seria um enorme conformismo partir do pressuposto que esta é a única situação possível e de que nós professores nada temos a fazer senão cruzar os braços e nos entregar a um ensino livresco, desprovido de qualquer apreensão da natureza prática da ciência. Não podemos encarar a situação assim, com tamanha passividade. É por esse motivo que em nossos livros, apesar das adversidades já previstas, propomos diversos experimentos que podem ser selecionados conforme a realidade de cada escola. Em algumas, já se mostrou ser possível realizar todos os experimen- tos; em outras, muitos deles são conduzidos de maneira demonstrativa, enquanto outros são apenas discutidos. Isso nos dá a plena convicção de que estamos suge- rindo atividades perfeitamente viáveis. Na falta de materiais, há experimentos mais simples que podem ser desenvolvidos com materiais alternativos, indicados no próprio texto, e executados em sala de aula. Embora incentivemos o uso desses materiais, consideramos que é fundamental que a escola procure disponibilizar ao menos os equipamentos básicos de vidraria. De fato, é muito importante que as escolas disponham de laboratórios, até para que os alunos entendam que fazer ciência exige investimento e uso de material especializado. Mas não é só isso que conta. No ensino da Química, a teoria deve, sempre que possível, estar associada à prática. Assim, não é sufi ciente uma escola contar com uma excelente instalação para experimentos, e até mesmo destacar um professor específi co só para aulas de laboratório, se o trabalho prático se mantiver dissociado da abordagem teórica. Nesse sentido, consideramos que muitas vezes se torna mais adequado o desenvolvi- mento de muitas dessas atividades práticas na própria sala de aula. As atividades experimentais apresentadas na seção “Química na escola” trazem consigo diferentes propósitos. Um deles é demonstrar o processo de construção da Ciência. Ensinar Ciências signifi ca ensinar um modo de pensar e dominar a linguagem e os métodos de obtenção desse conhecimento. E, para isso, precisamos ensinar aos estudantes a observar, interpretar, ler tabelas, analisar dados e controlar variáveis. Não se espera formar cientistas, mas levar aos estudantes, na qualidade de cidadãos, a en- tender como os cientistas trabalham e compreender as potencialidades e limitações da Ciência. Outro propósito da atividade experimental na obra é de natureza pedagógica. Com a experimentação podemos introduzir o conteúdo a partir dos aspectos qualitativos e macroscópicos; por meio dela, auxiliamos a construção de conceitos científi cos e de processos dialógicos. Manipulando materiais e dados, os estudantes são estimulados a estabelecer relações conceituais. A partir daí o professor consegue explorar suas con- cepções e interpretações, desencadeando o processo dialógico tão almejado. Obviamente, ao deixar de realizar muitas das atividades experimentais estaremos também reduzindo o seu potencial cognitivo. Porém, se o professor se mantiver na trama discursiva, apresentando dados, discutindo possíveis resultados, explorando as questões de análise e os textos subsequentes ao experimento, ainda assim será pos- sível a exploração de nosso material didático e o alcance dos seus objetivos peda- gógicos, mesmo sem a realização de todos os experimentos. Obviamente, espera-se que, pelo menos, uma vez no bimestre o professor possa desenvolver uma atividade experimental. Outros experimentos poderão ser desenvolvidos em sala de aula, além dos sugeridos apresentados no livro. No site Ponto Ciência (http://www.pontociencia.org.br) existe uma grande variedade de experimentos adequados ao ensino médio. MANUAL DO PROFESSOR 47 Normas de segurança Os experimentos propostos trazem as orientações básicas sobre a sua realização. É importante que o professor dê atenção especial às normas de segurança, enfati- camente advertidas no livro. Todas as atividades sugeridas envolvem procedimentos simples e todo o cuidado foi adotado para evitar possíveis acidentes. As advertências em destaque não se prestam a rotular atividades de alto risco, mas servem como importantes dicas de segurança no trabalho que será desenvolvido. Isso é válido in- clusive para quando o aluno for desempenhar seu papel no ambiente de trabalho profi ssional, no futuro. É fundamental, que em todas as aulas práticas, o professor enfatize as normas de segurança que constam no final do livro e que ressalte os cuidados específicos para o experimento a ser realizado. Lembre-se de advertir os alunos sobre os cuidados nos procedimentos e a atenção aos ícones indicando cuidados especiais a serem adotados. O significado desses ícones está no final das normas de segurança e é importante que o professor tenha o cuidado de chamar a atenção para a sua sinalização. Química Verde No livro, tivemos uma preocupação ambiental, selecionando materiais que não são potencialmente tóxicos, ou seja, não agridem o ambiente de forma intensiva. Portanto, as substâncias utilizadas possuem pequeno efeito sobre o ambiente ou podem oferecer um pequeno risco com a produção de grandes quantidades de resíduos. Nesse caso, destacamos com um ícone ao lado do procedimento: "Não desperdice". Peça que os alunos façam o uso parcimonioso do material para evi- tar acúmulo ou descarte maciço de produtos químicos na rede de esgoto pública. Lembre-se de advertir o estudante nesse sentido. É importante que o professor procure usar as aulas de laboratório para desen- volver nos estudantes atitudes ambientalmente favoráveis. Assim, é preciso que o estudante procure usar todas as substâncias dos experimentos, sempre em quanti- dades comedidas, dando uma atenção mais especial para aquelas seguidas do ícone "Não desperdice". Uma prática bem recomendada, nesse sentido, seria a adoção de equipamentos de laboratório de microescala, os quais utilizam doses pequenas dos materiais ado- tados. Para saber mais sobre esse conteúdo, consulte Cruz e Galhardo-Filho (2004). Práticas como essas têm sido chamadas de Química Verde, dada à sua preocupa- ção ambiental. É importante destacar que o primeiro e talvez mais importante dos princípios da Química Verde é não gerar resíduos. Por isso, em nosso livro buscamos desenvolver experimentos e atividades que gerem poucos resíduos. Certamente é desejável que o professor proponha outros experimentos em sala de aula de acordo com os seus recursos disponíveis. Lembre-se de que é preferível realizar um experimento simples com comprimido efervescente, mas que gere poucos resíduos, do que realizar um experimento chama- tivo como o do vulcãozinho, que gera enorme quantidade de óxido de crômio como resíduo, ou que produza um belo precipitado amarelado de iodeto de chumbo. Outro desafi o é transformar o que se tratava como rejeito em matéria-prima. So- luções de sulfato de cobre, comumente utilizadas em demonstrações no ensino de Química no nível médio, podem ser aproveitadas para obtenção de cristais do sal. Pos- teriormente, esses cristais podem ser dissolvidos em água, produzindo novas soluções. Como educadores químicos temos o desafi o de trabalhar pela continuidade do desenvolvimento e pela melhoria do ensino sem, entretanto, comprometer o am- biente e a saúde humana. MANUAL DO PROFESSOR48 Análise de dados Todas as atividades experimentais possuem questões de análise de dados, as quais possibilitam ao aluno compreender os modelos propostos para explicar o fenômeno analisado ou para estabelecer generalizações que permitam compreender a ocorrência do fenômeno. Geralmente, após os experimentos, apresentamos uma síntese explicativa do que foi desenvolvido, para que o aluno possa compreender o fenômeno observado. Procure dar uma atenção especial à discussão das questões da análise e à explica- ção do experimento. Isso é de fundamental importância para que a atividade alcance os seus propósitos pedagógicos. Atividades Nessa seção, foram colocadas atividades que também têm o propósito de auxiliar no processo de construção do conhecimento do estudante. Nelas buscamos fornecer dados com os quais os estudantes, pela manipulação ou pela observação, desenvolvam atividades que os guiem rumo ao entendimento. Isso, todavia, passa por um processo dialógico que precisa ser mediado pelo professor. É por tal motivo que essas atividades são acompanhadas de uma série de questões, com o intuito de direcionar o estudante a estabelecer relações entre o que ele observou ou manipulou e o conhecimento de Química que está sendo introduzindo. Tanto para as questões de análise de dados como para as atividades, não apresenta- mos gabarito, pois não se espera julgar a resposta do estudante, mas apenas entender o que ele está pensando e ajudá-lo a caminhar em direção ao que queremos ensinar. Na verdade, a resposta está desenvolvida no texto didático logo após a atividade. Exercícios Os exercícios que apresentamos têm como objetivo a avaliação da compreensão conceitual. Inicialmente, a ênfase está em remeter os estudantes à revisão dos con- ceitos mais fundamentais que foram abordados, de modo que para a resolução eles voltem propositadamente ao texto, para identifi car os tópicos centrais. Em seguida, vêm as questões que envolvem a resolução de problemas convencionais de Química. Incluímos esses exercícios para que o aluno desenvolva a capacidade de resolver pro- blemas, usando a linguagem da Química e interpretando os processos comuns à área. Enquanto as atividades de construção do conhecimento e de experimentação de- senvolvem competências do domínio de investigação e compreensão, as atividades de formação para a cidadania desenvolvem as competências do domínio de contex- tualização sociocultural; os exercícios objetivam explorar as competências de repre- sentação e comunicação, as quais também são exploradas naquelas outras atividades. Procuramos nesses exercícios nos ater aos conceitos centrais, evitando o excesso característico da maioria dos livros de Química, que privilegiam uma grande quan- tidade de cálculos, muitas vezes descontextualizados e que pouco acrescentam à formação ampla do cidadão. O que aprendemos neste capítulo Essa é uma seção que visa sistematizar os principais conteúdos estudados, o que vai facilitar o trabalho do estudante no processo de revisão da matéria para a realiza- ção de avaliações. Nela, o estudante identifi ca os conceitos chaves que foram abordados. Como o seu pro- pósito é o de síntese, nem tudo que foi desenvolvido ao longo do capítulo ali está contido. MANUAL DO PROFESSOR 49 Para ajudar os estudantes na organização de seu estudo metódico, podemos su- gerir que ele, ao estudar a disciplina, procure identifi car outros conteúdos relevantes trabalhados em sala de aula que, por ventura, não estejam nessa seção de fi nal de capítulo. Com esse hábito, o estudante vai desenvolver a sua capacidade de síntese e conseguirá sistematizar os principais conteúdos trabalhados. Mais uma vez desta- camos a necessidade de orientação do estudante para não memorizar conceitos sem que antes tenham uma compreensão clara de seu signifi cado. Exercícios de revisão Muitos de nossos alunos vão fazer provas de vestibular. Acreditamos que, se eles aprenderem os conceitos centrais da Química e desenvolverem o pensamento analó- gico para entender os processos químicos, com certeza eles apresentarão facilidade em realizar provas de vestibular e do Enem com sucesso. Recomendamos que o professor estimule seus alunos a resolverem as questões de revisão ao fi nal de cada capítulo. Esses exercícios avaliam a capacidade do aluno de aplicar os conceitos químicos a diferentes contextos. Alguns são mais complexos e vão preparar os estudantes a enfrentar situações mais desafi adoras em exames. Considerando, todavia, que a aprendizagem signifi cativa ocorre mediante um pro- cesso dialógico em sala de aula, em que o estudante constrói o seu próprio saber pelo estabelecimento de relações conceituais, enfatizamos a importância de se privilegiar atividades de construção do conhecimento. Sendo assim, apesar de incluirmos no li- vro várias questões de vestibular, pensamos que mais importante que usar a sua aula para resolver exaustivamente todas as questões seria priorizar a discussão conceitual, selecionando os exercícios mais relevantes para serem resolvidos em sala, de acordo com o tempo disponível. Esclarecemos por fi m que as questões de vestibular adotadas sofreram pequenas adaptações necessárias para padronizar a linguagem empregada no livro e, vez por outra, para eliminar itens ou terminologias que não se enquadram nos critérios didá- ticos da presente obra. Gabaritos No livro do aluno, apresentamos apenas o gabarito das questões objetivas, pois queremos estimular a independência de respostas. O gabarito de questões subjetivas pode levar o estudante a julgar que apenas respostas dadas com as expressões do livro estão corretas. Lembramos que, no presente guia do professor, são apresentados subsídios para a resposta de todas as questões dos exercícios do livro. É bom ler Esta seção é fundamental para orientar os estudantes a aprofundarem seus conhe- cimentos sobre os temas estudados. É fundamental o desenvolvimento do hábito da leitura. E isso se torna essencial quando adotamos estratégias de dinâmicas de grupo para a montagem de murais informativos na escola sobre determinado tema, e apre- sentação de seminários por meio dos quais os estudantes enriqueceriam o conteúdo do tema da unidade com pesquisas bibliográfi cas e na internet. Essa seção, ao fi nal do livro, é ferramenta essencial nestas atividades. Muitos dos livros referenciados são paradidáticos que poderão ser recomendados para leitura por todos os estudantes. O professor poderá solicitar resumos ou resenhas do livro, atividade esta que poderá ser previamente combinada e feita com a orientação do professor de Língua Portuguesa. MANUAL DO PROFESSOR50 O uso das imagens do livro Esta obra apresenta uma grande preocupação com o tratamento de suas ima- gens, baseando-se no princípio de que a mensagem visual desempenha um papel importante na educação em Ciências, tanto na construção quanto na representação e comunicação de ideias e conceitos científi cos. De modo geral, as imagens desempenham papéis diversifi cados nos livros didáti- cos. Suas funções podem ser defi nidas conforme a relação com o texto no qual estão inseridas. Conscientes do valor das imagens, nesta obra tivemos preocupação com a comu- nicação visual, utilizando diversos tipos de imagens para ilustrar diferentes tipos de textos e enfoques. Acreditamos que é importante explorar o potencial comunicativo de cada imagem para proporcionar uma maior compreensão dos conceitos descritos nos textos. Além do texto, também a imagem merece ser lida numa página. O estudante deve saber ler e interpretar as imagens, pois o domínio desses processos tem relação direta com a aprendizagem de conhecimentos científi cos. Vejamos alguns exemplos de leituras de imagens. Os gráfi cos são representações que expressam informações quantitativas de forma explicativa, concisa e clara. No livro, esse tipo de representação é bastante explorado. Destacamos a importância de se fazer a leitura interpretativa dessas imagens no con- texto do desenvolvimento da leitura visual para a obtenção de informações de dados, muito importante para o desenvolvimento da leitura matemática. Observe que há indicativos de variações nas tabelas por meio do uso da cor. Os esquemas ilustrativos são representações comunicativas organizadoras das ideias descritas no texto. São, assim, ilustrações que apresentam função explicativa e esclarecedora, no sentido de simplifi car ou destacar as informações contidas no texto. É bom que a sua leitura seja acompanhada da do texto. O esquema contém um número grande de informações as quais nem sempre são apreendidas pelos alunos, por falta de conhecimento das partes que constituem o objeto ou o processo representado. Por isso, é fundamental que você explique deta- lhadamente cada tema do livro, chamando a atenção para os aspectos centrais. As imagens da seção “Tema em foco”, além do caráter descritivo de situações cotidianas, também apresentam fi nalidade complementar ao texto. As informações contidas neste tipo de imagem acrescentam informações ao texto, na tentativa de aumentar o quantitativo informativo, exemplifi car e despertar o senso crítico. Parar a leitura, pedir aos estudantes que pensem nas informações que a imagem de uma foto pode trazer é um bom exercício de leitura que podemos fazer com nossos alunos. Em Ciências é comum a utilização de imagens para representar modelos de es- truturas que não são visualizadas como, por exemplo, o átomo. As limitações dessas representações devem ser esclarecidas para que os estudantes não fi quem com im- pressões equivocadas do conceito apresentado. Como exemplo, podemos citar as representações de átomos cujas proporções não são devidamente consideradas, visto que, se fossem, não poderíamos ver o desenho de seus núcleos. Lembramos que existem outras funções que uma imagem pode ter para um texto didático e que efetivamente contribua para a comunicação dos conceitos científi cos. Nesse sentido, é importante que exista um espaço para o desenvolvimento da leitura visual, além da textual, no ambiente de sala de aula, para que todo potencial comuni- cativo expresso no livro possa efetivamente contribuir para a aprendizagem. MANUAL DO PROFESSOR 51 No presente capítulo apresentamos orientações sobre articulações e formas de desenvolvimento do conteúdo e dos temas sociocientífi cos e sugestões de atividades metodológicas, bem como possibilidades de aprofundamento dos conteúdos do pre- sente volume. Orientações sobre articulação do conteúdo programático Em nossa proposta de organização curricular, procuramos romper com a tradicio- nal divisão do ensino de Química em química geral, físico-química e química orgânica. A organização curricular foi em torno dos conceitos estruturantes da Química. Assim, enquanto o volume um esteve centrado no estudo das substâncias, suas propriedades e seus constituintes, o presente volume tem como tema central o estudo das reações químicas, seus aspectos dinâmicos e energéticos. Nesse sentido, lembramos que embora a estrutura curricular de nosso livro seja muito parecida com a organização clássica de muitos programas, buscamos fazer integrações e remanejamentos de tópicos fundamentais. Mudanças nesse rompimen- to podem ser notadas em diversas partes da obra e são sugeridas para o professor. Por exemplo, o estudo da química orgânica pode ser introduzido na primeira série quando se explora as substâncias inorgânicas, e pode ter continuidade na segunda série, ou ser introduzido nessa série, e ser aprofundado na terceira série. O estudo de modelos atômicos foi introduzido no volume 1, pode ser revisado no volume 2 e aprofundado na visão da física moderna no volume 3. O estudo das propriedades das substâncias inorgânicas foi desenvolvido no primeiro volume, mas pode ser retoma- do no segundo volume. O estudo da eletroquímica pode ser introduzido na segunda série e ser expandido na terceira série. O estudo da radioatividade e energia nuclear é desenvolvido na segunda série relacionado ao tema energia, mas pode ser revisado na terceira série. O estudo das reações químicas é introduzido na primeira unidade do segundo volume, na qual são explorados os seus aspectos quantitativos relativos ao balance- amento e aos cálculos estequiométricos. Nessa unidade são explorados os conceitos de quantidade de matéria e numerosidade que são fundamentais para o estudo dos demais conteúdos do segundo volume. Considerando que o estudo das reações químicas é desenvolvido na maioria das vezes em sistema aquoso, isso signifi ca que a sua compreensão requer a compreen- 4 Orientações e sugestões metodológicas “E não se diga que, se sou professor de Biologia, não posso me alongar em considerações outras, que devo apenas ensinar Biologia, como se o fenômeno vital pudesse ser compreendido fora da trama histórico-social, cultural e política. Como se a vida, a pura vida, pudesse ser vivida de maneira igual em todas as suas dimensões, na favela, no cortiço ou numa zona feliz dos ‘Jardins’ de São Paulo. Se sou professor de Biologia, obviamente devo ensinar Biologia, mas, ao fazê-lo, não posso secioná-la daquela trama.” Paulo Freire MANUAL DO PROFESSOR52 são de expressões de concentração usadas em soluções, por isso a segunda unidade tem prosseguimento com o estudo dos cálculos de concentração de soluções que será fundamental para o entendimento do conceito estruturante central do volume: reações químicas. Ainda na unidade dois são introduzidos o estudo de propriedades dos materiais e o estudo de propriedades coligativas, os quais se inserem dentro do contexto de estudo do tema central da unidade: Água. A segunda unidade conclui com o estudo dos aspectos dinâmicos das reações químicas relativo ao equilíbrio químico, o qual possibilita a retomada do conceito de ácido e base vinculado a uma compreensão do conceito químico de pH. O estudo sobre a variação de energia também é feito de forma contextualizada relacionada ao tema da terceira unidade “Recursos Energéticos”, o qual permite o estudante compreender a importância da Química em seu cotidiano e desenvolver ações responsáveis frente aos desafi os da mudança climática. É nesse contexto do tema “Recursos Energéticos”, que se inserem o conteúdo de cinética química relacio- nado ao controle de combustão e, ao fi nal da unidade, o conteúdo de radioatividade e energia nuclear. Com essa abordagem, pode-se na segunda unidade deste volume fazer uma integração com o estudo da química orgânica, envolvendo o estudo de hi- drocarbonetos e álcoois relacionados à obtenção de energia. Também nesta unidade pode ser introduzido o estudo de obtenção de energia em sistemas eletroquímicos. Este volume fi cou centrado em torno de três temas sociocientífi cos com forte as- pecto ambiental: produtos químicos, água e energia. Os conteúdos químicos trabalha- dos estão fortemente vinculados a esses temas. A estequiometria tem relação direta com o uso na proporção adequada de produtos químicos, tema da primeira unidade. O estudo de soluções, de propriedades coligativas e de equilíbrio químico está rela- cionado ao tema “Água”. Os conteúdos de termoquímica, cinética química e energia nuclear estão vinculados ao tema “Recursos Energéticos”. O tratamento desses temas possibilita a integração com conteúdos de diversas dis- ciplinas. Os conteúdos de recursos hídricos e de fontes de energia estão presentes no programa de Geografi a. O estudo de calor e eletricidade envolve conceitos da Física. O estudo de pH envolve o conceito de logaritmo da Matemática e vários cálculos ma- temáticos são desenvolvidos neste volume. As consequências ambientais decorrentes desses temas implicam em efeitos nos sistemas biológicos. Questões sociológicas, fi losófi cas e históricas também são levantadas nesses temas. Nesse sentido, é fundamental que os professores de Química comecem a discutir com seus colegas de outras disciplinas estratégias para uma maior integração dos programas e da abordagem dos conceitos vistos em Química que estão em suas dis- ciplinas. Recomendações específi cas para desenvolvimento do conteúdo Unidade 1 – Cálculos químicos A unidade de cálculos químicos, apresenta uma abordagem quantitativa dos fenô- menos e materiais estudados pela Química no volume 1. Esse estudo quantitativo leva a uma análise na qual a Matemática está muito presente. O cálculo estequiométrico é um dos conteúdos em que, normalmente, os estu- dantes apresentam difi culdades de aprendizagem. Certamente a maioria deles não vai MANUAL DO PROFESSOR 53 trabalhar como químico e não precisará fazer cálculos químicos. Entretanto, cálculos envolvendo proporcionalidade estão presentes em nosso dia a dia, sobretudo, no preparo de soluções domésticas de produtos químicos. Por essa razão, consideramos importante o estudo matemático desse conteúdo. Cientes de difi culdades apresentadas por estudantes do ensino médio, desenvol- vemos uma abordagem utilizando uma analogia que compara átomos e moléculas com miçangas. Não desprezando as diferenças entre átomos e miçangas, essa analogia permite que manipulemos objetos macroscópicos, imaginando como se comportam os átomos. O mais importante de tudo é que o estudante entenda a necessidade do químico de usar uma grandeza mais apropriada para quantifi car as entidades químicas e que perceba o signifi cado das convenções adotadas para medir a massa atômica. Também, não achamos que o estudante precise dominar a resolução de muitos exercícios de cálculos estequiométricos. Apresentamos uma listagem grande de exer- cícios para que o estudante possa treinar a habilidade de resolver cálculos matemá- ticos, mas certamente o professor, ciente da realidade de sua turma, é quem deverá selecionar os exercícios mais apropriados a serem resolvidos. Enfatizamos que é mui- to mais importante o estudante ter uma compreensão do signifi cado das grandezas estudadas e o domínio das operações básicas de conversão de massa em quantidade de matéria e de concentração em massa e em quantidade de matéria. No cálculo estequiométrico, é fundamental que ele entenda a importância da proporcionalidade. Se esses aspectos fi carem bem claros, certamente não haverá grandes prejuízos se alguns tópicos trabalhados na unidade não forem estudados com profundidade em escolas com contextos mais limitantes. Iniciamos a unidade com o estudo de massa atômica, massa molar e quantidade de matéria. Seguimos rigorosamente as recomendações da Iupac e procuramos usar a terminologia correta, apresentando uma contextualização histórica aos conceitos desenvolvidos. Muitos livros didáticos continuam a adotar terminologias obsoletas e analogias que podem gerar difi culdades de aprendizagem dos conceitos químicos. Assim pode- rá haver um estranhamento por parte dos colegas com determinadas terminologias, como a grandeza numerosidade. Como já comentamos, buscamos estabelecer uma analogia com miçangas. É im- portante que o professor destaque diferenças existentes entre átomos e miçangas, para que seus estudantes não associem propriedades destas aos primeiros. Conforme o tempo de que o professor disponha, essa analogia poderá apenas ser citada, ou ex- plorada mais detalhadamente. Lembramos, no entanto, que o nosso interesse maior é que o estudante compreenda o signifi cado do conceito de quantidade de matéria, em vez de simplesmente memorizá-lo. Apresentamos uma defi nição da grandeza numerosidade para melhor explicar a grandeza quantidade de matéria. É importante que o estudante entenda o signifi cado da grandeza numerosidade com exemplos práticos de seu cotidiano e que são explo- rados no livro, até por meio de imagens. Na discussão de grandezas, mostramos a necessidade de se estabelecer um pa- drão adequado para medir massa de átomos. Por meio de dados históricos, apresen- tamos como foi estabelecida a unidade de massa atômica. Na sequência, usamos o modelo de miçangas para mostrar como podemos determinar o número delas, por meio de conversões de sua massa para a grandeza numerosidade. Acreditamos que essa analogia facilita a introdução do conceito de quantidade de matéria, apresentado no item seguinte. MANUAL DO PROFESSOR54 Em nossa abordagem, não empregamos os conceitos obsoletos de átomo-grama e molécula-grama, que, além de não serem mais recomendáveis, podem confundir os estudantes. Enfatizamos a grafi a correta da unidade mol e alertamos para que não seja mais usada a expressão número de moles, ainda usual em outros livros, afi nal ninguém diz número de metros nem número de gramas. Utilizamos sim a grandeza quantidade de matéria, como também utilizamos o comprimento e a massa. Para maiores esclareci- mentos, recomendamos a leitura do artigo “Sobre o uso correto de certas grandezas em Química”, publicado na revista Química Nova (Rocha-Filho, Silva, 1991). Em seu estudo, demonstramos que a constante de Avogadro corresponde a um valor determinado experimentalmente. É fundamental que o professor procure mostrar o que representa esse número, dando uma dimensão da ordem de grandeza dessa constante. O experimento da determinação da constante de Avogadro é muito importante para o estudante perceber como os químicos fazem determinações experimentais. Ressaltamos que a principal relação matemática que o estudante precisa trabalhar nos cálculos apresentados é a da quantidade de matéria e massa. É importante que o estudante entenda que o conceito de massa atômica é defi nido com base na massa do carbono-12 (isótopo do carbono que contém seis nêutrons). Para a compreensão do conceito de massa molar, é fundamental que os estudantes compreendam a defi nição do padrão que é utilizado como referência para a determi- nação dos valores de massa dos demais elementos químicos. Aqui vale destacar que não se usa mais o símbolo uma para a unidade de massa atômica e sim o símbolo u. Como dizemos, os conceitos de massa atômica e massa molecular são importan- tes para compreender o conceito de massa molar; para os químicos, o mais importan- te é trabalhar com o conceito de massa molar. Este é que deve ser usado em nossos cálculos. Além de massa molar, o conceito de volume molar também é importante no estudo de gases. Observe que o valor correto do volume molar é de 22,71 L e não de 22,4 L, como ainda indicam alguns livros didáticos. Essa alteração é consequência da alteração da defi nição, pela Iupac, do valor-padrão de pressão-padrão de 1,000 atmosfera (equivalente a 101 325 Pa) para 100 000 Pascal (veja artigo “Temperatura, pressão e volume molar”, publicado na revista Química Nova na Escola, Silva, 1995). Conforme discutimos anteriormente, a proposta de análise dimensional adotada nesta obra visa facilitar o processo de conversão de unidades e resolução de pro- blemas. Seja qual for o método que você adote, o fundamental é que os estudantes compreendam o sentido das transformações que estão efetuando e usem rigorosa- mente as unidades. Paciência e exercícios são as palavras-chave para que os estudan- tes desenvolvam a capacidade de raciocinar. É comum que eles entendam quando o professor resolve um problema e, posteriormente, ao tentarem fazer outros sem ajuda do professor, não apresentem a mesma clareza. Evite resolver todos os problemas, deixe os estudantes tentar sozinhos e depois discuta com eles os métodos que eles adotaram. Lembramos que para o químico a relação mais importante é entre quantidade de matéria e massa. A conversão dessas quantidades é que precisa ser de domínio dos estudantes. Como já comentamos o cálculo estequiométrico, operação fundamental realiza- da pelos químicos, é um conteúdo importante para desenvolver o raciocínio propor- cional. Lembramos que um cidadão não realiza cálculos químicos, mas diariamente executa diversas operações mentais envolvendo proporcionalidade. Nesse sentido, esse conteúdo químico é útil para desenvolver a competência do raciocínio propor- MANUAL DO PROFESSOR 55 cional, mas não se deve transformar o seu estudo em exercício exaustivo e desmo- tivante aos estudantes. Acreditamos que o mais importante é que o estudante compreenda o proces- so envolvido na reação química, identifi cando que, em reações químicas, reagen- tes combinam-se em proporções fi xas. Em função dessa proporcionalidade e de- pendendo das quantidades colocadas para reagir, pode haver sobra de um ou mais reagentes. Esse raciocínio é importante para que nossos estudantes enten- dam a necessidade de administração de medicamentos em quantidades corre- tas. Por outro lado, a compreensão e a necessidade de utilização de quantidades corretas exige o uso de medidas precisas para quantifi car substâncias e produtos químicos. Ainda como consequência desse raciocínio químico, eles deverão tomar consciência de que o excesso de produtos tem como destino o ambiente, podendo provocar uma série de reações degradantes que resultam em desequilíbrios naturais. Para entender o cálculo estequiométrico, o pré-requisito básico é o estudo das leis das reações químicas. Iniciamos o estudo com um experimento para que o estudante compreenda o processo de variação de massa de um sistema químico. O objetivo cen- tral do experimento é permitir que o estudante compreenda que a medida da massa de um sistema químico deve abranger todas as substâncias envolvidas. Por isso, para que seja observada a conservação da massa, as reações devem ser desenvolvidas em sistemas fechados, nos quais seja possível medir os valores de massa antes e depois do processo, mesmo que haja formação de gases. Pretende-se, dessa forma, que os estudantes compreendam a lei da conservação de massa, que muitas vezes não é per- cebida por contrariar observações do cotidiano. Um exemplo dessa situação é a quei- ma de combustíveis. Por essa razão, precisamos discutir em sala de aula observações cotidianas para as quais, muitas vezes, não levamos em conta todas as substâncias envolvidas no processo, difi cultando a plena compreensão do processo. Deve-se ter bem claro que, para os estudantes, mais importante do que memorizar as leis das reações, é entender seu signifi cado químico, compreendendo que as espé- cies químicas não são criadas nem destruídas, mas apenas rearranjadas, mantendo-se constante suas quantidades. Para o estudo do balanceamento, é fundamental que os estudantes já tenham domínio do signifi cado de uma equação química. É necessário que ele compreenda claramente o signifi cado dos coefi cientes e que perceba que as fórmulas químicas das substâncias, determinadas experimentalmente, não podem ser alteradas, pois não mais representariam as substâncias envolvidas. É aconselhável que o professor dedi- que um tempo maior a esse estudo, certifi cando-se de que os estudantes entende- ram claramente o signifi cado da equação, para depois passar para o balanceamento propriamente dito. Acreditamos que atividade proposta com uso de clipes será muito útil para o es- tudante compreender o que ocorre com os átomos em uma reação química. Ao tra- balhar com clipes, ou massinha de modelar, eles deverão perceber que os átomos se conservam nas reações químicas e que a alteração observada se deve à mudança na organização dos átomos. Em síntese, o que acontece em uma reação química é o rompimento e a formação de novas ligações químicas. Deve fi car claro para os estudantes que os coefi cientes estequiométricos referem- -se às proporções entre as quantidades de matéria de cada substância envolvida. Com isso, o estudante entenderá o signifi cado do coefi ciente fracionário. Com relação ao balanceamento, apresentamos alguns passos para facilitar o con- tato inicial do estudante. Entretanto, seria interessante que o próprio estudante pro- MANUAL DO PROFESSOR56 curasse por si mesmo fazer o balanceamento por tentativa e fosse percebendo a necessidade de escolher alguns caminhos que facilitem o processo, em vez de sim- plesmente memorizar passos sem signifi cado. Para facilitar, é interessante o exercício de balanceamento de equações típicas. Assim, mais importante do que memorizar os passos informados é compreender o seu signifi cado. Lembramos que ensinar Química não é ensinar algoritmos. Finalmente, destacamos que o sucesso da aprendizagem dos cálculos químicos vai depender da compreensão dos conceitos até aqui trabalhados. Acreditamos que difi culdades no ensino de cálculo estequiométrico residem no fato de que os estudantes não compreendem claramente o signifi cado do conceito de massa molar e as relações de proporcionalidade das substâncias nas reações químicas. Na ânsia de vencer todo o extenso conteúdo trabalhado, muitos professores apresentam superfi cialmente os conceitos intro- dutórios e depois supõem que os estudantes vão aprender tudo com facilidade no fi nal. Dada as difi culdades encontradas pelos estudantes para compreenderem o assun- to, apresentamos uma sequência de passos para facilitar a resolução de exercícios. A opção foi a de adotar o método da análise dimensional. Se o estudante já entendeu o princípio da reação química, ele poderá visualizar o cálculo estequiométrico como uma simples conversão de unidades de um reagente em produto. Acreditamos que esse caminho possibilitará ao estudante transformar quantidades químicas, preser- vando as unidades de medida, e resolvendo os problemas propostos. Mesmo que o colega professor ainda não tenha o hábito de resolver cálculos estequiométricos pelo método proposto, o convidamos para tentar experimentar essa metodologia com seus estudantes. Nossa experiência diz que, mesmo sendo mais difícil para nós, que já es- tamos tão acostumados com as regras de três, para o estudante, que está aprendendo pela primeira vez, é mais fácil. Concluímos a unidade com o estudo do rendimento das reações para que o estu- dante perceba a diferença entre os modelos teóricos e os processos químicos desenvol- vidos em laboratórios e indústrias. Isso é fundamental para que o estudante tenha uma visão mais real e técnica da Química, compreendendo as limitações de seus modelos. O cálculo de rendimentos é uma atividade muito específi ca do químico. Por isso, entendemos que esse conteúdo não deve ser priorizado e que o professor não neces- sita se alongar em demasia na resolução de exercícios dessa natureza. Apresentamos uma lista de exercícios mais como sugestão para aqueles professores que tiverem maior carga horária, dispondo de tempo para desenvolver bem a habilidade dos es- tudantes em cálculos matemáticos, e para dar maior liberdade de escolha aos demais professores. De novo, enfatizamos que mais importante do que dominar cálculos é o estudante compreender que um sistema reacional, no laboratório, na indústria ou em casa, não se desenvolve na sua totalidade como previsto pelas equações químicas. Unidade 2 – Composição e classifi cação dos materiais, solubilidade e propriedades coligativas O estudo desta unidade foi desenvolvido com o propósito de trabalhar os concei- tos básicos de concentração de solução que são utilizados nas unidades seguintes do livro, ao mesmo que tempo que é feita uma contextualização com o tema água. O primeiro capítulo inicia com o estudo dos materiais e sua classifi cação. Esse con- teúdo tem relação direta com materiais usados no dia a dia pelos estudantes. Acha- mos importante que o professor trabalhe os tópicos apresentados sempre buscando mencionar exemplos do cotidiano. MANUAL DO PROFESSOR 57 Lembramos que, como já discutido no volume 1, adotamos a terminologia de material em vez de mistura como os demais livros usam. Fazemos assim porque da- tam do início da década de 1980 estudos sobre difi culdades que os estudantes apre- sentam para compreender sistemas conceituais que juntam conceitos macroscópicos com conceitos microscópicos e diferentes atributos de classifi cação. De acordo com esses trabalhos (Silva, Rocha-Filho, Tunes, Tolentino, 1986; Tolentino, Silva, Rocha- -Filho, Tunes, 1986), mistura é um tipo de material homogêneo em que a homogenei- dade do sistema é mantida quaisquer que sejam as proporções entre as substâncias componentes do material. Assim, não concordamos com a classifi cação usual de ma- teriais heterogêneos em misturas heterogêneas. Apresentamos a classifi cação dos coloides, pelo fato de que os produtos de beleza são geralmente classifi cados em cremes e loções, além de ser usual o emprego de termos como espuma e aerossol. Nessa classifi cação, é muito mais importante o estu- dante entender o critério adotado, do que ter de fazer uma classifi cação exaustiva de vários materiais. Até porque um mesmo material pode ter suas propriedades alteradas e, consequentemente, sua classifi cação. Ainda nesse sentido, é importante o estudante perceber o caráter experimental da Química, pois a classifi cação dos materiais depende de um instrumento utilizado para analisá-lo. No tópico seguinte apresenta-se uma revisão de conceitos estudados no primeiro volume sobre massa atômica, massa molar e quantidade de matéria. Sabemos da difi culdade que os estudantes apresentam no aprendizado desses conceitos e que em muitas escolas esses conceitos não são vistos na primeira série. Nesse caso, reco- mendamos que o professor busque ampliar em suas aulas o ensino desses conceitos tomando como referência tudo o que foi didaticamente desenvolvido no volume um. Enfatizamos que não é sufi ciente apresentar aos estudantes os conceitos sem antes trabalhar o seu signifi cado. Para quem for introduzir esses conceitos somente na segunda série, lembramos da importância do estudante entender a defi nição da grandeza numerosidade para com- preender a grandeza quantidade de matéria. É importante que o estudante entenda o signifi cado da grandeza numerosidade com exemplos práticos de seu cotidiano, o que está muito bem ilustrado no volume 1. Lembramos, ainda, que em nossa abordagem, não empregamos os conceitos obsoletos de átomo-grama e molécula-grama, que, além de não serem mais recomendáveis, podem confundir os estudantes. Enfatizamos a grafi a correta da unidade mol e alertamos para que não seja mais usada a expressão número de moles, ainda usual em outros livros, afi nal ninguém diz número de metros nem número de gramas. Utilizamos sim a grandeza quantidade de matéria, como também utilizamos o comprimento e a massa. Para maiores esclareci- mentos, recomendamos a leitura do artigo “Sobre o uso correto de certas grandezas em Química”, publicado na revista Química Nova (Rocha-Filho, Silva, 1991). É importante que o estudante entenda que o conceito de massa atômica é defi nido com base na massa do carbono-12 (isótopo do carbono que contém seis nêutrons). Para a compreensão do conceito de massa molar, é fundamental que os estudantes compreendam a defi nição do padrão que é utilizado como referência para a determi- nação dos valores de massa dos demais elementos químicos. Aqui vale destacar que não se usa mais o símbolo uma para a unidade de massa atômica e sim o símbolo u. Como dizemos, os conceitos de massa atômica e massa molecular são importantes para compreender o conceito de massa molar; para os químicos, o mais importante é trabalhar com o conceito de massa molar. Este é que deve ser usado em nossos cálculos. MANUAL DO PROFESSOR58 Não recomendamos que haja uma preocupação em exigir do estudante que me- morize as classifi cações apresentadas e que domine cálculos muito específi cos sobre concentrações de soluções. Procuramos apresentar os conceitos fundamentais e com certeza julgamos que, se os estudantes dominarem os cálculos apresentados, estarão mais bem preparados para enfrentar uma sociedade repleta de tecnologia de produtos químicos usados em diversas situações, além de aptos a continuar seus estudos. Os livros didáticos estão cheios de exemplos e de cálculos que só são estudados em disciplinas de Química de cursos superiores. Insistimos na convicção de que não há necessidade de tal detalha- mento no ensino médio. Comumente, somos requisitados a fazer cálculos de concentrações. Seja na admi- nistração de remédio, seja no preparo de sucos ou no preparo de soluções de mate- riais de limpeza. A habilidade básica que precisamos desenvolver é a do cálculo da concentração em massa, a qual lidamos no nosso cotidiano. Para o químico, a concentração mais usual é a expressa em quantidade de matéria por volume. Muita atenção na linguagem, pois não se recomenda mais a antiga deno- minação concentração molar, visto que este termo se refere a alguma propriedade por mol (ex. volume molar – L/mol) enquanto a concentração é em mol/L. Cuidado para não confundir composição com concentração. Apresentamos diver- sas formas de expressar o teor das substâncias nos materiais, mais como informa- ção para o estudante do que como conteúdo fundamental. Isso é feito para que ele perceba que, diferentemente do meio científi co, a linguagem no cotidiano e até mesmo na indústria é padronizada e assim surgem diferentes formas de expressar a composição dos materiais. Nesse instante, pode ser interessante resgatar o desenvol- vimento histórico do uso de grandezas. É importante também levantar o debate sobre a necessidade de padronização de unidades de medidas utilizadas por indústrias, cada vez mais precisas e sofi sticadas. Afi nal, não adianta os fabricantes expressarem a composição de produtos em unidades que não possuem nenhum signifi cado para os consumidores. O capítulo é concluído com o estudo de diluição de soluções, tratando de proces- sos também desenvolvidos no cotidiano. É interessante o estudante compreender o que ocorre com as entidades químicas na diluição, para que ele possa entender o princípio do cálculo realizado. Não julgamos necessária a realização de cálculos exaustivos sobre diluições, trabalhando com situações corriqueiras do químico, mas distantes do cotidiano do estudante. Lembre-se sempre de que o objetivo do ensino médio não é formar químicos e sim cidadãos. Ressaltamos a importância de que o professor busque estabelecer vínculos en- tre a abordagem do conteúdo químico e os temas sociocientífi cos desenvolvidos na seção “Tema em Foco”, destacando a necessidade de compreensão de conceitos da Química, para um melhor entendimento da problemática envolvida. É com essa pers- pectiva, que no segundo capítulo revisitamos conceitos abordados no volume 1 e que são consolidados e aplicados no estudo da água no segundo volume. Trabalhando com esses conteúdos de forma contextualizada, aumentamos a possibilidade de seu aprendizado tornar-se mais signifi cativo ao estudante, em relação a uma abordagem muitas vezes desenvolvida nos livros convencionais de forma isolada. Após o estudo das propriedades da água são introduzidos os conteúdos de so- lubilidade dos materiais e das propriedades coligativas. O estudo da solubilidade já havia sido introduzido no volume um, mas é nesta unidade que ele é ampliado. A relevância do estudo desses conceitos está no entendimento de processos quí- MANUAL DO PROFESSOR 59 micos do cotidiano a que eles estão associados. Mais uma vez enfatizamos a não necessidade de exigência de memorização de todos os processos estudados. A sua compreensão de seu signifi cado e sua aplicação são os aspectos mais importantes do estudo desses conteúdos. O último conteúdo desta unidade é o equilíbrio químico, através do qual temos o objetivo de levar o estudante a compreender o caráter dinâmico das transformações químicas. O seu estudo leva o estudante a ter uma visão do caráter dinâmico das interações químicas, compreendendo que as substâncias se encontram em constante processo interativo. Este estudo está nesta unidade por conta do vínculo com o tema água. A abordagem apresentada é feita sem a necessidade de estudo prévio do con- teúdo de cinética química, todavia se o professor desejar explorar poderá introduzir este conteúdo após o estudo de cinética química que está na terceira unidade. Nesse caso, o ideal é que o estudo do capítulo de equilíbrio químico fosse retomado após ao fi nal do livro. O estudo de equilíbrio requer um tratamento muito adequado, considerando que, de acordo com resultados de diversas pesquisas, os estudantes apresentam visões distorcidas sobre esse conceito (Machado e Aragão, 1996; Justi e Milagres, 2001). Muitos estudantes tendem a confundir o equilíbrio dinâmico com o equilíbrio está- tico da balança e tendem a interpretar que o processo químico ocorre em recipientes isolados, como se os produtos fi cassem em um recipiente diferente dos reagentes. Nesse sentido, demos uma atenção especial à apresentação do conteúdo, procu- rando usar uma terminologia adequada e cuidadosa, de forma a chamar a atenção para a concepção correta do fenômeno, evitando reforçar as concepções espontâneas, que não correspondem ao conceito científi co. Essa preocupação esteve presente no estudo da reversibilidade das reações e na compreensão da mudança do estado de equilíbrio. Introduzimos o termo compensação, pois o mesmo reforça a ideia de dina- micidade ao processo. Para introdução da reversibilidade, realizamos um experimento no qual o estudan- te pode facilmente identifi car a reversibilidade do processo. Enfatizamos que nesta obra sempre a preocupação foi com a compreensão conceitual e não com a memorização de conceitos e resolução de algoritmos que não tenham significado ao estudante. Entendemos que, se dispensarmos mais tempo na explicação dos conceitos-chave, os estudantes os compreenderão com mais facilidade. No estudo das alterações do estado de equilíbrio, procuramos exemplifi car proces- sos conhecidos pelos estudantes para evidenciar os fatores, na perspectiva de associar as propriedades observadas ao estudo de modelos teóricos. Nas sugestões de ativida- des apresentadas mais adiante, encontram-se experimentos simples que podem ser desenvolvidos em sala de aula para consolidar os conceitos apresentados. O princípio de Le Chatelier é apresentado mais ao fi nal do capítulo, quando ele se torna mais compreensível após a ênfase dada aos processos abordados anterior- mente e à explicação com esquemas. Sempre é bom enfatizar a necessidade de o professor explicar no quadro os esquemas do livro para torná-los mais compreensíveis aos estudantes. Para concluir o estudo, apresentamos o tratamento matemático, por meio do estu- do quantitativo do processo. Novamente, destacamos o princípio desta obra de privi- legiar a compreensão conceitual em relação à resolução de exercícios. Assim, deve-se priorizar a seleção de exercícios que enfatizem a compreensão do signifi cado da cons- tante de equilíbrio. MANUAL DO PROFESSOR60 O estudo da constante de equilíbrio é importante para a introdução do conceito de equilíbrio iônico da água, além de possibilitar um entendimento do estudo das forças de ácido e base, dentre outras previsões que podem ser feitas. O entendimento do equilíbrio iônico é fundamental para que o estudante compre- enda o conceito de pH, o qual está muito presente no cotidiano do estudante. Aqui julgamos ser importante o desenvolvimento matemático do potencial hidrogeniônico para a compreensão precisa de seu signifi cado. O estudo da constante de equilíbrio de sistemas gasosos e da constante de equi- líbrio de solubilidade é importante para a compreensão de processos químicos, mas não julgamos que se deva dar uma atenção especial a esse estudo como se deve dar ao de equilíbrio iônico. Também não julgamos que se deva dispensar muito tempo na resolução de exercícios matemáticos desse conteúdo. Unidade 3 – Termoquímica, cinética, e energia nuclear Esta unidade é iniciada com o estudo de termoquímica, por meio do tema re- cursos energéticos. O primeiro texto do tema possibilita a introdução do estudo de hidrocarbonetos, o qual está associado ao petróleo. A introdução desse tópico seria interessante com o propósito de integrar o estudo das substâncias orgânicas ao estudo dos demais conteúdos da Química, evitando a compartimentalização do es- tudo da Química Orgânica, que, em geral, é visto apenas no terceiro ano. A aborda- gem desse conteúdo pode ser expandida pelo professor a partir do conteúdo digital de conteúdo fundamental sobre hidrocarbonetos e álcoois que estão vinculados ao tema em foco. O estudo da Termoquímica inicia com reações de combustão em razão do tema em discussão. Logo no primeiro item discutem-se diferentes formas de conversão de energia. Nesse momento, é apresentado um objeto de aprendizagem relativo à transformação de energia química em energia elétrica. Esse assunto, eletroquímica, é abordado no terceiro volume, mas pode ser explorado pelo professor na segunda série, aproveitando o link do objeto de aprendizagem para aprofundar mais o assunto. Um conceito central no estudo da Termoquímica é o de calor. Considerando que os estudantes em geral têm uma visão substancialista sobre o conceito de calor (Ama- ral e Mortimer, 1998), é importante que o professor dê atenção à contextualização introduzida no texto didático, procurando explorar as concepções dos estudantes em relação a processos em que há evidências de transferência de calor exemplifi cados no livro. Consideramos que o aspecto central a ser visto é chamar a atenção do estudante para a relação entre calor e transferência térmica. Para isso, podem-se propor ativi- dades experimentais simples como a observação da sensibilidade térmica quando se coloca uma mão em um recipiente com água quente e a outra, ao mesmo tempo, em recipiente com água fria, colocando-se depois ambas em um recipiente com água morna. O experimento usando calorímetro é muito importante para o estudante compre- ender como se dão as medidas térmicas. Os próprios estudantes poderão ajudar na montagem da aparelhagem. A ideia de transferência permanece nos tópicos seguintes ao tratarmos de equi- líbrio térmico e das variações de energia nas reações químicas. O nosso objetivo é consolidar a formação do conceito de calor, contrapondo-o ao conceito cotidiano no MANUAL DO PROFESSOR 61 uso do termo que toma uma conotação diferente da conceituação científi ca, fato para o qual é chamada a atenção do estudante no próprio texto. Lembramos que ensinar Ciência é ensinar uma nova linguagem. A seguir introduzimos o conceito de energia, assinalando que este é um conceito que ainda admite diferentes defi nições. Adotamos a defi nição clássica, mas ainda fazendo considerações sobre outras possibilidades. Mesmo considerando que energia pode ser convertida em matéria e vice- -versa, apresentamos didaticamente a separação entre os dois processos relacio- nados às transformações químicas: o da transformação de massa e o da energia. Com isso, queremos que o estudante adquira uma compreensão de como tais processos estão inter-relacionados e como os seus princípios estão associados, como o da conservação. Do conceito de energia chegamos ao conceito de entalpia, o qual é trabalhado qualitativamente antes da introdução de sua defi nição matemática. Acreditamos que, para o estudante do ensino médio, a compreensão do conceito de entalpia e o enten- dimento dele nos ajuda a compreender e a fazer previsões energéticas no estudo das reações químicas. Nesse sentido, entendemos que o desenvolvimento da demonstra- ção termodinâmica para chegar ao conceito de entalpia pode até ser trabalhado no ensino médio, mas não se torna necessariamente imprescindível, uma vez que sua demonstração exigirá um tratamento mais elaborado. Nesta coleção, em diversas ocasiões, demonstramos aos estudantes como os mo- delos matemáticos foram desenvolvidos por meio de experimentos, assim, acredita- mos que eles são capazes de generalizar e compreender a relação existente entre um conceito e a sua defi nição matemática, mesmo sem conhecer a sua demonstração. Nesse sentido, julgamos que, mesmo sem apresentar a derivação físico-química do conceito de entalpia, o conceito e a defi nição matemática apresentados são sufi cien- tes para que os estudantes alcancem os objetivos acima explicitados. Todos os demais conteúdos desenvolvidos no capítulo de Termoquímica englobam conceitos-chave, para o entendimento das previsões desenvolvidas pelos químicos sobre a ocorrência de reações químicas. O desenvolvimento que demos a este es- tudo teve como objetivo central demonstrar ao estudante o seu signifi cado físico e a sua relevância. Como já enfatizamos anteriormente, é essencial que os estudantes compreendam o signifi cado dos conceitos e entendam o seu papel na estruturação do conhecimento e na compreensão dos processos químicos. Torna-se irrelevante um ensino memorístico de conceitos simplesmente para resolver exercícios que na maio- ria das vezes pouco acrescenta no entendimento de processos químicos. Nesse sentido, neste capítulo privilegiamos mais a compreensão do que a reso- lução exaustiva de exercícios matemáticos. Daí a razão de nos alongarmos nas defi - nições apresentadas, procurando consolidar o seu entendimento. Assim, é importan- te que seja dada atenção aos conceitos estruturadores do estudo da Termoquímica, como o de energia de ligação, energia de ativação e à lei de Hess. Assim, buscamos privilegiar os exercícios mais básicos para a compreensão das previsões das reações químicas, em relação aos exercícios quantitativos. No capítulo seguinte da unidade, é desenvolvido o estudo da Cinética Química. Este conteúdo é introduzido de forma qualitativa e seu estudo possibilita demonstrar uma importante atividade do químico que trata do controle das reações químicas. De- senvolvemos uma abordagem na qual introduzimos o modelo da teoria das colisões a partir da discussão de processos químicos do cotidiano, na qual procuramos estabele- cer relações entre comportamento das substâncias e sua constituição. MANUAL DO PROFESSOR62 Demos ênfase ao estudo das reações de combustão, associando o conteúdo quí- mico ao tema central da unidade e fornecendo informações importantes para o estu- dante sobre como controlar a reação de combustão. que está no volume um. O estudo dos fatores que afetam a rapidez das reações é introduzido a partir do experimento do controle da rapidez de uma reação de efervescência. Esse experi- mento tem um caráter investigativo e permite ao aluno deduzir os fatores que afetam a rapidez da reação. No estudo da teoria das colisões, fi zemos uso de esquemas associados a gráfi cos. Acreditamos que nesse momento do curso os estudantes já possuem familiaridade com modelos microscópicos para explicar os fenômenos quí- micos. Todavia, nunca é demais observar se eles estão de fato compreendendo os esquemas apresentados no livro. Usualmente nos livros didáticos tem sido adotado o termo velocidade das reações, entretanto, considerando que o conceito de velocidade já está consagrado na Física como a variação da taxa do espaço percorrido por um móvel em função do tempo, resolvemos adotar o termo rapidez das reações como vem sendo proposto por alguns livros como o do Gepeq (1993), referenciado na bibliografi a recomendada para o professor no capítulo anterior. Finalizamos o capítulo com o estudo de mecanismos de reação. Esse tópico tem como objetivo levar o estudante a compreender o dinamismo da ocorrência da reação química, entendendo como o químico pode controlar as reações conhe- cendo o seu mecanismo. A ênfase deve centrar na compreensão de que as reações ocorrem em etapas, no entendimento do conceito de energia de ativação e do processo de catálise. O estudo apresentado busca contextualizar o conhecimento químico para que o estudante compreenda as suas aplicações. Consideramos que muitos livros dão a esse estudo um tratamento matemático exaustivo e desnecessário, o que não foi a nossa preocupação central. Ainda com o objetivo de contextualizar, o professor poderia rever as reações de ataque do ozônio pelo CFC, que foram abordadas na unidade 2 do volume 1, conso- lidando a aplicação do conhecimento estudado. O capítulo seguinte introduz o conteúdo de energia nuclear devido ao seu vínculo com o tema sociocientífi co recursos energéticos. Esse conteúdo tem início com o estu- do de radiações e radioatividade. Primeiro é feita uma contextualização do conteúdo em situações do cotidiano e depois é feita a contextualização histórica. O estudo se desdobra até as aplicações da radioatividade. No item mais adiante, introduzimos o conteúdo de transformações nucleares. Aqui o professor pode enfatizar a diferença entre processos químicos que ocorrem na ele- trosfera e processos físicos que ocorrem no núcleo atômico. O tratamento do conteúdo foi feito por meio da contextualização histórica e das aplicações tecnológicas que permeiam toda a apresentação dos conceitos. É fundamental que o estudo desses conteúdos possibilite um entendimento corre- to do processo envolvido, para que o estudante possa discutir a temática com base no conhecimento científi co. Nesse sentido, queremos que o estudante entenda a impor- tância da consideração de diferentes fatores na tomada de decisão, levando em conta aspectos econômicos, ambientais e sociais. Todavia, é importante que ele não tome decisões apaixonadas, desligadas de uma refl exão crítica em que o conhecimento científi co não seja a base para a sua fundamentação. Assim, a ênfase no capítulo esteve mais na compreensão dos processos tecno- lógicos do que no estudo isolado da estabilidade nuclear, envolvendo cálculos que MANUAL DO PROFESSOR 63 estejam descontextualizados. O que se buscou foi uma conceituação básica para o entendimento do tema em discussão: a energia nuclear. O estudo da radioatividade e de energia nuclear pode muito bem ser trabalhado por meio da apresentação de seminários pelos estudantes e por meio de vídeos. Orientações para o desenvolvimento do Tema em foco O presente volume é focado em três temas sociocientífi cos: produtos químicos, água e energia. São temas ambientais fortemente relacionados aos conteúdos químicos. Enquanto no volume um, o estudo dos temas sociocientífi cos buscou enfatizar questões socioambientais, no volume dois busca-se desenvolver nos estudantes além do compromisso ambiental um engajamento e uma compreensão de questões po- líticas nas tomadas de decisão, o que ocorre em discussões políticas sobre o uso de água e energia. Unidade 1 – Uso de produtos químicos O tema desta unidade é o uso de produtos químicos domésticos. Além de ter re- lação direta com o conteúdo químico estudado, a temática é de grande importância, pois estamos envolvidos diariamente com uma quantidade enorme de produtos quí- micos de limpeza e de higiene. Como usar os produtos químicos domésticos? Que cuidados devemos ter ao com- prá-los? Como diluir esses produtos na medida certa para produzir o efeito desejado? Como evitar acidentes domésticos com tais produtos? Essas são questões tratadas na unidade e esperamos que, ao fi nal, o estudante esteja mais capacitado a respondê-las. Para debater o tema, além dos textos apresentados na seção “Tema em Foco”, podem-se explorar diversos outros recursos, como vídeos, reportagens em jornais e revistas, sites da internet, etc. O fundamental é que a discussão seja desenvolvida de forma multidisciplinar e bastante atual, explorando fatos novos e outros relacionados à comunidade local. O tema produtos químicos consolida a importância do estudo da Química por todos os estudantes, na medida em que vem esclarecer sobre cuidados funda- mentais que se deve ter no uso diário desses materiais. Aqui de novo o estudo deverá ser feito centrado na compreensão dos processos químicos. Como profes- sores de Química, temos a responsabilidade de explicar os processos químicos do cotidiano e de mostrar como a Química pode nos ajudar a tomar decisões importantes. No estudo dos cálculos químicos, devemos desenvolver nos estudantes a compre- ensão da importância do uso correto de produtos nas quantidades recomendadas. Aqui, a discussão retoma o aspecto ambiental que sempre está presente no livro. Assim, exploramos a questão do desperdício no uso de produtos de limpeza e explica- mos como esses produtos atuam. Dessa forma, o estudante vai compreender que não é a quantidade do produto que aumenta o seu poder de limpeza, mas sim a utilização de doses adequadas, bem como vai entender a necessidade da proporcionalidade. Espera-se que a associação do conhecimento teórico com enfoque ambiental vem colaborar para o desenvolvimento de atitudes. MANUAL DO PROFESSOR64 Entendemos que o tema desta unidade pode ser explorada pelo professor conco- mitantemente com suas aulas teóricas sobre cálculos químicos sem necessitar uma aula específi ca sobre o assunto. O último capítulo do livro fecha o debate do tema, abordando cuidados que preci- sam ser tomados para evitar acidentes com produtos químicos domésticos. Proposta de atividades de entrevistas em supermercados sobre os hábitos de uso dos produtos químicos tem um forte impacto na formação do estudante e um caráter de orientação para a comunidade. Enfi m, com este tema concluímos o estudo da Química na primeira série apre- sentando aos estudantes uma visão de como o conhecimento químico contribui para a melhora da nossa qualidade de vida, dando signifi cado e relevância social para os conceitos estudados. Tudo isso foi trabalhado no livro, sempre com o enfoque de de- senvolver uma compreensão mais ampla dos temas sociais e a mudança de atitudes. Unidade 2 – Hidrosfera e Poluição das águas O tema hidrosfera é abordado nesta unidade com uma forte ênfase no entendi- mento dos conceitos químicos correlacionados ao seu estudo. O seu objetivo é con- solidar o aprendizado químico necessário para entendimento dos processos químicos do cotidiano e desenvolver atitudes e valores em relação à preservação ambiental. A ênfase atribuída nesta unidade está no desenvolvimento de atitudes para reduzir o consumo. As informações fornecidas sobre dados quantitativos e a situação da pro- blemática da água visa alertar para a necessidade da mudança de hábito com relação ao consumo. Os dados sobre poluição e atitudes para a preservação são discutidas na última unidade. A abordagem do primeiro texto do tema visa demonstrar que, apesar da existência de uma grande quantidade de água em nosso planeta, ainda são escassas as reservas de água potável, problema que vem se agravando a cada dia. A abordagem considera tanto as diferenças geográfi cas como as diferenças socioeconômicas. Ao se discutir a escassez do recurso, é muito importante que sejam discutidas no capítulo as medidas recomendadas para reduzir o consumo de água. A temática pode ser trabalhada interdisciplinarmente com a Geografi a e com a His- tória. Nos textos, apresentamos a visão da Química, mas sem perder de vista os seus aspectos múltiplos que englobam questões políticas, econômicas, sociais e culturais. No segundo capítulo há uma discussão sobre a questão do direito ao acesso à água. Em nossa obra, sempre buscamos não dissociar as ações individuais das ações coletivas para a melhora de nosso ambiente, daí o porque a discussão da política da água envolvendo aspectos políticos mais amplos. Esperamos, assim, consolidar uma análise mais global do problema ambiental, sempre correlacionando a perspectiva local com a visão planetária, levando-se em conta as diferenças sociais no globo ter- restre. O tema água é concluído com o estudo de sua poluição e dos processos químicos de tratamento da água. O tema está vinculado aos conceitos químicos estudados no último capítulo da unidade. Ao discutir a poluição dos recursos hídricos volta-se à questão do desperdício com relação à água potável e a escassez crescente desse recurso. É fundamental que o pro- fessor discuta o elevado custo o tratamento de água e a necessidade de economizá-la, para que o seu uso possa ser democratizado. MANUAL DO PROFESSOR 65 A temática pode ser trabalhada interdisciplinarmente com a Geografi a. Nos textos, apresentamos a visão da Química, mas sem perder de vista os seus aspectos múltiplos que englobam questões políticas, econômicas, sociais e culturais. O entendimento do tratamento químico da água para o consumo e o tratamento da água de esgoto consolida o aprendizado de uma série de conceitos e torna o estu- dante mais crítico em relação a cuidados que necessita ter em relação à água, como, por exemplo, a limpeza das caixas-d’água de sua residência. O estudo sobre os processos de tratamento de água fi ca bastante enriquecido se for acompanhado de visita a estações de tratamento de água do município. Entrevis- tas a autoridades locais sobre a situação das águas dos rios da região é uma dinâmica muito interessante para explorar a situação local. No último texto do tema em foco é apresentada uma discussão sobre o saneamen- to básico. Esse tópico pode ser explorado com interação com o professor de Biologia e o seu debate também entra na discussão de investimentos públicos na área. Dessa forma conclui-se o debate temático destacando-se as questões políticas vinculadas ao tema. O uso de estratégias diversifi cadas para desenvolver o tema é fundamental. Além de leituras em voz alta seguida de questionamentos pelo professor sobre a com- preensão do texto, pode-se ainda fazer trabalhos de grupos com leitura em sala de aula, usando dinâmicas de grupo diversifi cadas. Tem-se ainda a possibilidade da re- produção de vídeos. Uma atividade muito rica é a visita a nascentes de córregos locais, acompanhando todo o seu percurso, identifi cando as mudanças ambientais provocadas pela ação humana e os problemas de degradação. Esse projeto pode ser desenvolvido juntamente com os professores de Biologia analisando o ambiente ao redor, e deve culminar com a elaboração de relatório a ser encaminhado a órgãos governamentais denunciando e solicitando providências em relação aos problemas identifi cados. Na unidade, são sugeridas também uma série de ações para a cidadania, visando melhorar o ambiente da comunidade. Esperamos que nesse ponto do curso os estu- dantes já estejam mais engajados em projetos comunitários. Unidade 3 – Recursos energéticos O tema desta unidade também retoma a questão ambiental e apresenta a neces- sidade do uso racional dos recursos energéticos, considerando que a nossa principal fonte de energia, o petróleo, é um recurso que está se esgotando. Os objetivos do tema são: conscientizar o estudante quanto à necessidade de economizar energia; demonstrar a dinâmica histórica da tecnologia, que está constantemente se adaptan- do aos novos contextos; analisar diferentes fatores no processo de seleção de com- bustível; e informar o estudante sobre o processo de combustão, alertando-o para os cuidados de prevenção de incêndios. No primeiro capítulo, o petróleo é trabalhado como fonte de energia e como fonte de matéria-prima. Os textos destacam a dependência atual da sociedade por essa fonte de energia. O conteúdo de termoquímica é desenvolvido associado ao tema pelo estudo do poder calorífi co dos combustíveis, . O que se pretende com o tema é fornecer informações para que os estudantes possam decidir sobre o melhor combus- tível. Nessa discussão, são ressaltados que vários fatores devem ser levados em conta na análise de combustível, como a questão tecnológica e a ambiental. MANUAL DO PROFESSOR66 No segundo capítulo, são discutidas as condições necessárias para ocorrência de uma reação de combustão. O foco central de todos os temas desenvolvidos nesta unidade é o fornecimento de informações químicas para que o estudante possa decidir sobre o melhor combustível, bem como sobre cuidados na preven- ção de incêndios. No terceito capítulo é apresentado o estudo da energia nuclear como fonte de energia. A abordagem tem como objetivo ressaltar a controvérsia que existe entre os riscos e os benefícios do uso da tecnologia nuclear. Procuramos dar as informações básicas sobre a radiação, que está presente em nosso cotidiano, evitando mitos em torno do assunto e preparando o estudante para os cuidados com os aparelhos e equipamentos radioativos. Nesse sentido, o acidente de Goiânia ilustra bem a neces- sidade de a população ter conhecimento sobre o assunto. A discussão temática estabelece considerações em torno do destino pacífi co e bélico do uso da tecnologia nuclear. Isso permite uma refl exão sobre o destino que desejamos dar ao desenvolvimento tecnológico, ressaltando o compromisso que ele deverá ter com a vida e com o ambiente, defendendo-se uma visão de Ciência com- prometida com a paz e apontando a necessidade de movimentos contra o uso da Ciência para fi ns bélicos. A unidade é encerrada com uma discussão sobre política energética. A ideia é levar os estudantes a refl etirem sobre as melhores opções energéticas para a sociedade após terem o conhecimento mais aprofundado sobre as diferentes fontes de energia que foram discutidas ao longo da unidade. Retoma-se ainda ao fi nal a discussão sobre a necessidade de se economizar energia. Nos debates desta unidade se tem a oportunidade de exigir dos estudantes um posicionamento com argumentos fundamentados para justificar o uso de alguma opção energética. Nessa parte do curso, acreditamos que o estudante já começa a acumular informações para tomar decisões com base no conhecimento científico e tecnológico. É fundamental que ele perceba que as decisões são complexas e dependem de uma análise global de custos e benefícios, e que ao final deverá ser levada em conta prioridade de valores na seleção da opção mais adequada. Isso significa que a tomada de decisão é um processo político de negociação que leva em conta interesses de diferentes grupos sociais, no qual o fator econômico não deve ter peso único.O tema energia nuclear pode ser trabalhado com a apresenta- ção de seminários pelos estudantes, projeção de vídeos ou a utilização de artigos de jornais e revistas. Há excelentes artigos publicados na revista Ciência Hoje e referenciados mais adiante. Uma técnica muito adequada para ser aplicada nesta unidade é a da discus- são e simulação de papéis, provocando debates entre os estudantes de forma que diferentes posições possam ser defendidas, mas sempre com base em ar- gumentações científicas e tecnológicas, em que o ambiente e a preocupação planetária estejam presentes. O uso de vídeos, leitura de artigos de jornais e revistas e montagem de murais são outros exemplos de dinâmicas que podem ser desenvolvidas. Existem vídeos também sobre o tema de “Recursos Energéticos” e o mesmo pode- rá ser trabalhado juntamente com o professor de Geografi a. Dessa forma, a ordem da abordagem do tema na escola pode ser alterada em função do planejamento escolar. O assunto pode ser introduzido em um bimestre e depois retomado em outro, quan- do for trabalhado pelo professor de Geografi a ou de outras disiciplinas. MANUAL DO PROFESSOR 67 Sugestões de atividades pedagógicas A proposta pedagógica desta obra é a diversidade de opções metodológicas, assim no presente item são sugeridas alguns tipos de atividades pedagógicas que poderão ser desenvolvidas em sala de aula. Trabalhos cooperativos As aulas de Química têm sido caracterizadas pela antiga tradição verbal de trans- missão de conhecimentos. Aplicam-se esquemas no quadro-negro e utilizam-se fór- mulas didáticas com o intuito de fazer o estudante entender a linguagem e as classi- fi cações da Química. A isso tudo seguem-se resoluções de exercícios que envolvem algoritmos matemáticos e a cobrança de conceitos que são mecanicamente decora- dos pelos estudantes. Esses conceitos são, muitas vezes, apresentados por meio de defi nições, que nem sempre proporcionam uma compreensão clara e precisa, levando a entendimentos equivocados do conhecimento químico. Assim tem sido o ritual de ensinar Química na escola. Este livro pretende tratar dos conceitos da Química, ressaltando o significado científico e o contexto tecnológico e social nos quais surgiram. A nossa meta é fornecer um suporte para que o conhecimento seja aprendido pelo estudante de forma significativa. E o método pressupõe o estabelecimento de relações concei- tuais pelos próprios estudantes, por meio da mediação do conhecimento pelo professor, que deve explorar as concepções prévias dos estudantes, atribuindo- -lhes valor e significado. Tendo isso como ponto de partida, para o sucesso do curso é fundamental que os professores adotem estratégias de ensino em que haja maior interatividade entre pro- fessor e estudantes e que as “vozes” dos estudantes sejam contempladas nas aulas. A utilização diversifi cada de estratégias de ensino e recursos didáticos muito poderá contribuir para esse processo e possibilitará uma mudança do ensino de Química, que antes era centrado na transmissão de conteúdos e que agora busca abordagens que sejam mais inclusivas. A adoção de dinâmicas de grupo é uma boa estratégia para aumentar a participa- ção dos estudantes, sobretudo nos debates dos temas em foco. Os debates poderão ser conduzidos em duas etapas: inicialmente, os estudantes discutem as questões propostas em pequenos grupos; numa segunda etapa, cada grupo apresenta para toda a turma as suas respostas às questões, quando então o professor conduz o de- bate, procurando confrontar as ideias diferentes, questionar alguns pontos de vista e explorar os argumentos apresentados, de modo a ampliar a discussão. Dinâmica semelhante poderá ser conduzida quando forem feitos experimentos. O professor, antes de apresentar as conclusões que eram teoricamente esperadas, deve estimular os estudantes a tirar as suas próprias conclusões e em seguida ques- tioná-los para verifi car se estão compreendendo corretamente o que foi apresentado. Antes de expor o conteúdo, o professor pode elaborar perguntas-chave para que os estudantes fi quem atentos ao que será desenvolvido, e em seguida pedir uma lei- tura prévia do texto. Tais estratégias auxiliam o estudante na interpretação do texto e permitem desenvolver o conteúdo de forma interativa com a turma. A alternância de diferentes estratégias de ensino e de recursos didáticos nas aulas de Química, como já foi dito, contribui para os estudantes se engajarem mais inten- sivamente nas aulas, participando com maior interesse. A abordagem temática é algo que propicia o uso de diferentes estratégias. MANUAL DO PROFESSOR68 O que também traz excelentes resultados são as técnicas de simulação, em que os estudantes representam papéis de diferentes personagens, como o de prefeito, líderes comunitários, industriais, comerciantes, etc., tendo de questionar, opinar e agir como tais pessoas agiriam em situações-problema simuladas. Isso estimula a partici- pação efetiva dos estudantes. Ainda nessa perspectiva podem-se promover debates em que dois blocos diferentes defendem ideias opostas sobre o encaminhamento de possíveis soluções para um assunto polêmico. Visitas A discussão dos temas das unidades torna-se mais contextualizada e enriquecida quando são feitas visitas a indústrias, laboratórios, universidades, museus, centros de ciência e locais da comunidade em que haja problemas ou projetos ambientais, como rios, lixões, áreas rurais desmatadas, centros de reciclagem, reservas fl orestais, etc. Tudo isso contribui para a formação de cidadãos comprometidos com a sua comunidade. No caso dessas visitas externas, é fundamental que elas sejam precedidas de orien- tações específi cas e seguidas da entrega de relatórios. Para isso, recomenda-se que os estudantes recebam previamente um roteiro que pode conter os seguintes itens: 1. descrição do local, do tipo de produção ou das fi nalidades da instituição, quando for o caso; 2. características ambientais, situação das instalações, tipo de instituição (empresa governamental, de sociedade anônima, etc.), matérias-primas, aparelhagens utili- zadas, etc.; 3. observações sobre a(s) pessoa(s) que produz(em), trabalha(m) e vive(m) no local: características da mão-de-obra, condições de salubridade do local, condições de trabalho, de remuneração, etc.; 4. a maneira como se desenvolve a atividade-fi m: etapas do processo produtivo ou do processo analítico, poluição ou não do local, fontes dessa poluição; e 5. a fi nalidade ou consequência da atividade ou serviço desenvolvido: quem compra o produto ou é benefi ciado pelo serviço, como se controla a qualidade do produto ou serviço, como é calculado o preço, quais os impactos para o ambiente, etc. O importante é que as visitas tenham um caráter pedagógico, sendo seguidas de momentos de discussão e refl exão sobre o que foi aprendido. Dessa forma, podem-se ampliar os conhecimentos dos estudantes a respeito não só do processo de produção, caso de uma indústria, ou das informações obtidas, mas, sobretudo, das condições de trabalho das pessoas do local visitado e dos benefícios e problemas que a instituição visitada tem gerado para a comunidade. Vídeos A reprodução de vídeos educativos é uma outra alternativa para fomentar o deba- te sobre o tema em foco e enriquecer a abordagem. Vídeos e programas educativos podem ser obtidos na programação das seguintes emissoras: • TV Cultura – São Paulo • TV Escola • TVE – Rio de Janeiro MANUAL DO PROFESSOR 69 • Rede Globo (Globo ciência, Globo Ecologia, Globo educação, Ação, Amigos da escola, Telecurso 2000) • TV Futura Há também excelentes documentários produzidos pelos canais de TV por assinatura: • Discovery Channel • GNT • National Geographic Channel • Portacurtas – site de exibição e catalogação de fi lmes de curta metragem Objetos de aprendizagem no computador Objetos de aprendizagem ou Learning Objects (OAs) são recursos pedagógicos, ou unidade de instrução, utilizáveis no computador. Uma defi nição apresentada em Learning Objects Metadata Worgroup do Institute of Electrical and Electonics Engineers (IEEE), é: “qualquer entidade, digital ou não digital, que possa ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado suportado por tecnologias” (IEEE - 2005) Os OAs, de modo geral, podem ser usados em diversos contextos educacionais e em variados ambientes virtuais sob a perspectiva instrucional. Sendo assim, para atender essa demanda eles possuem uma parte visual que possibilita a interação com o usuário, e outras que possuem os dados referentes ao conteúdo e ao modo de uso. Uma característica importante dos OAs e a reusabilidade. Essa possibilidade ocorre porque eles são armazenados em repositórios, obedecendo a uma lógica garantida pela dinâmica tecnológica virtual de armazenamento de dados. Assim, é fácil localizá- -los, basta iniciar um processo de busca na Internet. Sob o ponto de vista educativo podemos afirmar que esses recursos de modo geral, possibilitam a interatividade do usuário com a atividade mobilizando aspec- tos cognitivos e psicomotores a fim de favorecer o entendimento dos conteúdos estudados. No ensino de ciências e, em destaque, no de Química, as características dos ob- jetos de aprendizagem são valiosas, pois possibilitam a observação dos fenômenos estudados sob uma ótica “real” e visual. Sendo a Química a ciência do “invisível” a possibilidade de interagir e enxergar uma dada situação experimental, imaginaria, sob a forma de simulação interativa e imagética é favoravelmente estimulante para a aprendizagem. Como exemplo citamos a atividade que apresenta a reação em cadeia da fusão nu- clear, que é um experimento impossível de ser visualizado e realizado num laboratório de escola. Porém, numa simulação imagética e interativa com desenhos animados isso se torna fácil e viável. Nesse sentido, destacamos que a utilização desses recursos didáticos podem favo- recer o estudo de diversos fenômenos que apresentam difi culdade de visualização e ou que necessitem a apresentação dos modelos científi cos explicativos. MANUAL DO PROFESSOR70 Um ponto favorável à utilização dos objetos de aprendizagem é a facilidade de acesso, pois esses objetos de aprendizagem estão disponíveis gratuitamente em repo- sitórios, ou bancos, de objetos na internet, basta fazer uma pesquisa rápida. É importante dizer que esses recursos devem ser avaliados antes da utilização, para tirar melhor proveito de suas capacidades instrucionais. Esse trabalho pode ser facilitado porque cada OA possui em sua constituição o objetivo, o conteúdo instrucio- nal e a prática ou feedback, com testes para verifi car se o usuário atingiu os objetivos propostos na atividade. De modo geral, esses objetos de aprendizagem foram concebidos para serem usados numa sala de aula com a disponibilidade de computadores e com a pre- sença de um professor para auxiliar no decorrer da atividade. No entanto, caso o professor queira usá-los como tarefa de casa, sob a opção de reforço, basta que faça uma análise de sua utilização sem a necessidade de um professor. Tarefa possível já que qualquer um, como dito antes, possui facilidade de acesso quando de posse do endereço eletrônico. Portal do professor do MEC Um Portal virtual é um espaço disponível sob um endereço eletrônico na rede internacional de comuni- cação, a Internet. Denomina-se Portal, por apresentar características de recursos, dados e quantidade de in- formação disponível. Existe uma infi nidade de Portais educacionais, to- dos disponíveis sob um endereço eletrônico. Para ter acesso, basta se conectar na Internet, utilizar um na- vegador como o Internet Explorer do Windows, ou Fire Fox do Linux, ou outros similares e digitar o endereço no espaço para navegação. Aqui no Brasil o MEC em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologias disponibilizaram um impor- tante espaço denominado Portal do Professor. O Portal do Professor é um espaço participativo que contêm uma infi nidade de in- formação pedagógica e links para diversos outros sites educacionais relevantes, como: a Plataforma Freire; o Banco Internacional de Objetos Educacionais, (repositórios de objetos de aprendizagem Labvirt da USP, o Rived do MEC; o Domínio Público repo- sitório de textos, livros, músicas, vídeos, trabalhos acadêmicos etc.; a TV Escola com uma programação voltada para a educação dentre outros. Para ter acesso e este espaço siga a seguinte orientação: Conecte a Internet, abra seu navegador de preferência, digite o endereço eletrônico http://portaldoprofessor. mec.gov.br/index.html na barra de endereços, clique em enter, você terá acesso a página inicial do Portal, faça seu cadastro e pronto desfrute de tudo que tem direito. Sites de pesquisa para aprofundamento de conteúdos • Advanced Chemistry Development. Apresenta regras de nomenclatura da Iupac e alguns softwares livres específi cos para a construção de fórmulas estruturais Disponível em: . Acesso em: 23 maio 2013. MANUAL DO PROFESSOR 71 • Instituto de Química da USP. Apresenta centenas de links (com descrição) para sites selecionados de química • Biblioteca do Instituto de Química da Unicamp. Tem catálogos on line, revistas, teses e algumas notícias da área • Clube da Química do Departamento de Química da UFAM. • Divisão de Ensino da Sociedade Brasileira de Química. Disponibiliza artigos da revista Química Nova na Escola e possui seções para interação do usuário com alguns conteúdos químicos • Iupac (International Union of Pure and Applied Chemistry) • Laboratório de Pesquisas em Ensino de Química da UnB. • Revista eletrônica quinzenal sobre Ciência, essencialmente sobre Química Sugestões de atividades adicionais No Portal do Professor do MEC estão disponíveis diversas sugestões de atividades para suas aulas. Além dessas, apresentamos a seguir sugestões de que poderão ser encontradas na internet e que enriquecerão sua pratica pedagógica no dia a dia. Ape- sar de apresentarmos esta lista que, foi cuidadosamente elaborada, sugerimos que antes da sua utilização avalie os conteúdos, para uma melhor utilização dos recursos. Todas as atividades selecionadas possuem uma pequena descrição e foram incluídas nos tópicos, por unidade, que se relacionam, porém, pode ser que, dado seu caráter contextual, também contemple outros temas de igual relevância. Assim, podem ser utilizadas noutras temáticas abordadas no livro. Algumas pesquisas acadêmicas realizadas nos EUA entre os anos 2005 a 2012 e chefi ada pela KanAcademy, revelam que estudantes também podem, em momentos de estudos individual, se valerem de conteúdos disponível da internet para com- plementar seus saberes. Esta nova abordagem baseia-se no fato de que é preciso desenvolver autonomia para aprender, requisito básico para um pleno desenvol- vimento acadêmico. Estas pesquisas também revelam que os estudantes de dife- rentes etapas se adaptam muito bem com as instruções on-line, pois já possuem familiaridade com as mídias. Sendo assim, orientar os estudantes a participarem de atividades interativas de aprendizagem on-line pode ser uma alternativa bastante produtiva, visto que em diferentes momentos possuem familiaridade com a mídia. Assim, sugerirmos que, sempre que possível, incentive seus estudantes a se valerem desta tabela para acessarem os conteúdos disponíveis, não só na escola, mas em casa ou outro local. MANUAL DO PROFESSOR72 Destacamos também que esta lista é somente um pequeno apanhado do que se tem feito nos últimos anos, relacionados ao ensino de ciências, e que vários links aqui disponibilizados fazem parte de repositórios de outros objetos de semelhante valor pedagógico. É aconselhável, portanto, que se pesquisem outras sugestões de atividades e outros repositórios que não mencionamos aqui. Unidade 1 – Uso de produtos químicos Filme: A História dos eletrônicos Filme documentário na forma de desenho animado do website Story of Stuffs – 8min – legendado. O fi lme mostra como funciona o modo de produção das indústrias, a composição tóxica dos materiais e como estes são feitos para serem descartados provocando contaminação ambiental. Excelente abordagem temática. Objetos Interativos de Aprendizagem: A universidade do Colorado promove o PhET Um repositório de simulações interativas de física, biologia, química e mate- mática. Algumas são traduzidas para o português, o professor pode obter a lista completa no endereço eletrônico abaixo e selecionar aquelas que melhor lhe con- vier. Sugerimos que o professor teste cada uma antes de fazer a indicação para seus alunos. Aulas interativas conteúdos variados Opção interessante que tem sido bastante pesquisada nos centros acadêmicos do mundo inteiro como aulas de reforço, é a experiência de mini aulas que variam de 1 a 10min, elaboradas pela Academia Kan, ou KanAcadey. No Brasil recentemente estas aulas foram traduzidas para o português, pela fundação Lemann e estão num repositório onde o MEC é parceiro. Basta selecionar o assunto clicar na aula que quer assistir. Sugerimos que o professor assista o conteúdo das aulas antes de fazer a in- dicação para seus alunos. Acesse a lista completa no endereço: Objeto de aprendizagem: Balanceando a equação Simulação onde ocorre a interação com um professor virtual que ajuda a realizar balanceamentos de equações químicas. Experimentos fi lmados: Ponto Ciência O ponto Ciências é um projeto pioneiro no ensino de ciências da UFMG, o qual MANUAL DO PROFESSOR 73 apresenta diversos títulos de experimentos de química, física, biologia, num reposi- tório on-line, onde estudantes e professores podem ter acesso ao experimento e as explicações científi cas dos fenômenos observados. Ao acessar o endereço eletrônico escolha o experimento que melhor atende suas necessidades. Objetos de aprendizagem: LabVirt – Laboratório Didático Virtual da USP – Univer- sidade de São Paulo É um repositório virtual – com diversas simulações, objetos educacionais, intera- tivos, elaborados a partir de conteúdos diversifi cados e contextuais de ciências. Ao acessar o endereço eletrônico escolha entre os diversos títulos àquele que melhor atende suas necessidades. Unidade 2 – Hidrosfera e Poluição das águas Filme: A história da água engarrafada Duração: 8min – legendado/dublado. Documentário na forma de desenho animado, aborda a temática a venda da água em garrafas e a problemática ambiental trata-se de outro excelente trabalho do web- site Story of Stuffs. Dublado: Filme em desenho animado Duração: aproximadamente 2min. Trata-se de um comercial apresentado em Cannes sobre a água, um musical que apresenta de maneira divertida as propriedades da água, recurso interessante para abordar o conteúdo propriedades da água. Experimento: Da Água Turva à Água Clara: o Papel do Coagulante A água, captada em mananciais, torna-se potável após processamento em esta- ções de tratamento de água. Uma das etapas do tratamento é a de clarifi cação (re- moção de sólidos fi nos em suspensão causadores de turbidez). Neste experimento demonstrativo, as etapas da clarifi cação da água são reproduzidas, explorando-se diversos conceitos e ilustrando processos de separação. MANUAL DO PROFESSOR74 Objeto de aprendizagem – Solução Auxilia o aluno de química do Ensino Médio no preparo de soluções e no cálculo da concentração. Além de disso, o ajuda a identifi car e utilizar diferentes níveis de concentração de uma solução. Objeto de aprendizagem: Química: em casa e na farmácia. Simulação onde o estudante realiza uma tarefa doméstica, em que terá a opor- tunidade de verificar a importância do uso da concentração correta de produtos de limpeza. Além disso, terá a oportunidade de preparar soluções em concentra- ções definidas, utilizando diferentes expressões de concentração, em um ambien- te virtual. Objeto de aprendizagem: Cálculos de porcentagem Simulação de exercícios onde o aluno avalia seu conhecimento sobre cálculos de porcentagem aplicados a soluções químicas. Objetos Interativos de Aprendizagem: A universidade do Colorado promove o PhET Um repositório de simulações interativas de física, biologia, química e matemáti- ca. Algumas são traduzidas para o português, o professor pode obter a lista comple- ta no endereço eletrônico abaixo e selecionar aquelas que melhor lhe convier. Suge- rimos que o professor teste cada uma antes de fazer a indicação para seus alunos. Entrevista: Conversa Periódica Introdução ao equilíbrio químico. Elaborado pela PUC Rio em parceria com o MEC e o MIT e o fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Este fi lme integra uma série de 6 programas de 120 episódios dedicados ao ensino de química. Todos com altíssima qualidade de uso. No endereço linkado abaixo o fi lme que tem duração de 10min aproximadamente aborda o equilíbrio químico, reações reversíveis e irreversí- veis, com experimentos, simulações e infográfi cos de fácil entendimento. Experimentos fi lmados: Ponto Ciência O ponto Ciências é um projeto pioneiro no ensino de ciências da UFMG, o qual apresenta diversos títulos de experimentos de química, física, biologia, num reposi- MANUAL DO PROFESSOR 75 tório on-line, onde estudantes e professores podem ter acesso ao experimento e as explicações científi cas dos fenômenos observados. Ao acessar o endereço eletrônico escolha o experimento que melhor atende suas necessidades. Objetos de aprendizagem: LabVirt – Laboratório Didático Virtual da USP – Univer- sidade de São Paulo É um repositório virtual – com diversas simulações, objetos educacionais, intera- tivos, elaborados a partir de conteúdos diversifi cados e contextuais de ciências. Ao acessar o endereço eletrônico escolha entre os diversos títulos àquele que melhor atende suas necessidades. Unidade 3 – Recursos energéticos Filme: Tudo se Transforma – Combustíveis – Petróleo. Elaborado pela PUC Rio em parceria com o MEC e o MIT e o fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Este fi lme integra uma série de 6 programas de 120 episódios dedicados ao ensino de química. Todos com altíssima qualidade de uso. No endereço linkado abaixo o fi lme que tem duração de 13min aproximadamente aborda o tema petróleo e suas aplicações na sociedade moderna. Filme: A história do Carvão fi lme desenho animado de 2011 Duração 5 min, legendado. Aborda o uso do carvão como fonte geradora de energia elétrica e aspectos polí- ticos e ambientais. Apesar de ser um fi lme comercial vale para apresentar a proble- mática na sociedade moderna. Filme: A história dos combustíveis fósseis Filme em desenho animado – 2012 – Dublado – 8 min – da Post Carbon Institute, ONG norte-americana. Aborda a história da tecnologia alimentada por combustíveis fósseis e a inevitá- vel termino desta fonte de energia, além dos obstáculos a sua extração e aspectos da poluição. Também apresenta caminhos prováveis para uma transição à era do pós–carbono. MANUAL DO PROFESSOR76 Objeto de aprendizagem: E agora maquinista? Aplica os conceitos de poder calorífi co, por meio de uma situação problema em que se discute qual o melhor combustível para uma locomotiva, entre o carvão, a lenha e o óleo diesel. Filmes interativos sobre a Poluição atmosférica e outros fenômenos relaciona- dos – AEB – INPE escola Duração aproximada de 4min cada. Explicam os fenômenos com excelente abordagem didática . Também pode ser baixados na versão digital, onde o estudante pode interagir com uma imagens ins- trucionais. Atenção: São 14 vídeos de variados assuntos podem ser acessados gratuitamente no endereço: Filme: Tudo se Transforma, Radiações, Marie Curie, elaborado pela PUC Rio em parceria com o MEC e o MIT e o fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Este fi lme integra uma série de 6 programas de 120 episódios dedicados ao ensi- no de química. Todos com altíssima qualidade de uso. No endereço linkado abaixo o fi lme que tem duração de 13min. Filme: Tudo se Transforma, Energia e impacto ambiental energia nuclear parte 1. Elaborado pela PUC Rio em parceria com o MEC e o MIT e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Este fi lme integra uma série de 6 programas de 120 episódios dedicados ao en- sino de química. Todos com altíssima qualidade de uso. No endereço linkado abaixo o fi lme que tem duração de 13min aproximadamente abordando o tema reações nucleares Fissão e Fusão nuclear. Filme: Tudo se Transforma Energia e impacto ambiental energia nuclear parte 2. Elaborado pela PUC Rio em parceria com o MEC e o MIT e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Este fi lme integra uma série de 6 programas de 120 episódios dedicados ao en- sino de química. Todos com altíssima qualidade de uso. No endereço linkado abaixo o fi lme que tem duração de 13min aproximadamente abordando o tema energia nuclear seus usos na sociedade moderna, impactos e consequências. MANUAL DO PROFESSOR 77 Objetos de aprendizagem: LabVirt – Laboratório Didático Virtual da USP – Univer- sidade de São Paulo É um repositório virtual – com diversas simulações, objetos educacionais, intera- tivos, elaborados a partir de conteúdos diversifi cados e contextuais de ciências. Ao acessar o endereço eletrônico escolha entre os diversos títulos àquele que melhor atende suas necessidades. Experimentos fi lmados: Ponto Ciência O ponto Ciências é um projeto pioneiro no ensino de ciências da UFMG, o qual apresenta diversos títulos de experimentos de química, física, biologia, num reposi- tório on-line, onde estudantes e professores podem ter acesso ao experimento e as explicações científi cas dos fenômenos observados. Ao acessar o endereço eletrônico escolha o experimento que melhor atende suas necessidades. Anotações MANUAL DO PROFESSOR78 Referências bibliográfi cas para aprofundamento Unidade 1 – Uso de produtos químicos BARBOSA, A. B.; Silva, R. R. da. Xampus. Química Nova na Escola, n. 2, p. 3-6, no- vembro 1995. BESSA, R. C. A tradução de rótulos de comestíveis e cosméticos. Brasília, Plano Edi- tora, 2003. CAMPOS, R. C. de; Silva, R. C. De massas e massas atômicas. Química Nova na Es- cola, n. 19, p. 8-10, maio 2004. CARTONCINI, A. De massas e massas atômicas. Química Nova na Escola, n. 19, p. 8-10, maio 2004. _____. Perfume e maquiagem. São Paulo, Práxis Artes Gráfi cas Ltda. 1978. CHIAVENATO, J. J. Ética globalizada & sociedade de consumo. São Paulo, Moderna, 1998. DIAS, S. M.; Silva, R. R. da. Perfumes uma química inesquecível. Química Nova na Escola, n. 4, p. 3-6, nov. 1996. GUIMARÃES, P. I. C.; Oliveira, R. E. C.; Abreu, R. G. de. Extraindo óleos essenciais de plantas. Química Nova na Escola, n. 11, p. 45-46, maio 2000. JAFELICCI, Júnior, M.; Varanda, L. C. O mundo dos colóides. Química Nova na Escola, n. 9, p. 09-13, maio 1999. LOURENÇO, I. M. B.; MARCONDES, M. E. R. Um plano de ensino para mol. Química Nova na Escola, n. 18, p. 22-25, nov. 2003. LUCA, Martha. Sabonetes líquidos e produtos para banho. Curso de capacitação para inspeção de estabelecimentos produtores de cosméticos. Ministério da Saúde/ Secretaria de Vigilância Sanitária. Belém, 1998 (Mimeogr.). MARCELINO-JR. C. A. C.; Barbosa, R. M. N.; Campos, A. F.; Leão, M. B. C.; Cunha, H. S.; Pavão, A. C. Perfumes e essências: A utilização de um vídeo na abordagem das funções orgânicas. Química Nova na Escola, n. 19, p. 15-18, maio 2004. MÓL, G. de S. O uso de analogias no ensino de Química. 2000. Tese (Doutorado em Química) — Instituto de Química, Universidade de Brasília, Brasília. _____ et al.. Constante de Avogadro. Química Nova na Escola, n. 3, p. 32-33, maio 1996. OLIVEIRA. F. Bioética: uma face da cidadania. São Paulo, Moderna, 1997. PIRES, M. H. Somos todos diferentes! Convivendo com a diversidade do mundo. São Paulo, Moderna, 2002. MANUAL DO PROFESSOR 79 ROCHA-FILHO, R. C.; Silva, R. R. da. Sobre o uso correto de certas grandezas em química. Química Nova, v. 14, n. 4, p. 300-5, 1991. _____. Mol uma nova terminologia. Química Nova na Escola, n. 1, p. 12-14, maio 1995. SILVA, R. R. et al. Ensino de conceitos em química: II – Matéria: um sistema conceitu- al quanto à sua forma de apresentação. Ciência e Cultura, v. 38, n. 12, p. 2028-2030, dez. 1986. _____; ROCHA-FILHO, R. C. Temperatura, pressão e volume molar. Química Nova na Escola, n. 2, p. 12, nov. 1995. SOUZA, H.; RODRIGUES, C. Ética e cidadania. São Paulo, Moderna, 1994. TOLENTINO, M.; SILVA, R. R.; ROCHA-FILHO, R. C.; TUNES, E. Ensino de Conceitos em Química: I – Matéria: Exemplo de um Sistema de Conceitos Científi cos. Ciência e Cultura, v. 38, p. 1721-1724, n. 10, out. 1986. USBERCO, J.; SALVADOR, E.; BENABOU, J. E. Química e aparência. São Paulo, Saraiva, 2004. Unidade 2 – Hidrosfera e poluição das águas ARLON, P. Água. São Paulo, Saraiva, 2006. AZEVEDO, E. B. Poluição vs. tratamento de água: duas faces da mesma moeda. Quí- mica Nova na Escola, n. 10, p.21-5, nov. 1999. BAILEY, J.; LILLY, M. A história da água. São Paulo, DCL, 2008. BARBOSA, A. B.; SILVA, R. R. da. Xampus. Química Nova na Escola, n. 2, p. 3-6, novembro 1995.BERRY, S. Como usar água e energia sem desperdício. São Paulo, Publifolha, 2009. BARROS, H. L. C.; MAGALHÃES, W. F. Efeito Crioscópico: Experimentos Simples e Aspectos Atômico-Moleculares. Química Nova na Escola, vol. 35, n. 1, p. 41-47, fev. 2013. BERRY, S. Como usar água e energia sem desperdício. São Paulo, Publifolha, 2009. BESSA, R. C. A tradução de rótulos de comestíveis e cosméticos. Brasília, Plano Edi- tora, 2003. BIAZZI, E. M. S. Viva Natural – Água, ar, Sol, repouso, alegria, 14 ed. São Paulo, Casa Publicadora Brasileira, 1993. BRANCO, S. M. Água origem uso e preservação. São Paulo, Moderna, 1998. CHIANCA, L. A.; SALÉM, S. Água. São Paulo, Ática, 2006. CLARKE, R.; King, J. O atlas da água. São Paulo, Publifolha, 2005. MANUAL DO PROFESSOR80 CORAZINI, R.; RUBIO, P.; COIMBRA, M. C. et al. Os impactos da poluição, Brasil, 2000. CURI, Denise. Colorimetria: Determinação de Fe3+ em Água. Química Nova na Es- cola, n. 24, p. 39-42, nov. 2006. DIAS, S. Água, meio ambiente e vida. São Paulo, Nacional, 2004. GARCIA, E. Água, esperança e futuro. São Paulo, Loyola, 2004. DOWBOR, L.; Tagnin, R. A. Administrando a água como se fosse importante. São Paulo, Senac, 2005. FATBELLO-FILHO, O.; WOLF, L. D.; ASSUMPÇÃO, M. H. M. T.; LEITE, O. D. Experimento Simples e Rápido Ilustrando a Hidrólise de Sais. Química Nova na Escola, n. 24, p. 30-34, nov. 2006. FELIX, E. P.; CARDOSO, A. A. Fatores Ambientais que Afetam a Precipitação Úmida. Química Nova na Escola, n. 21, p. 47-50, maio 2005. FERREIRA, L. H.; HARTWIG, D. R.; OLIVEIRA, R. C. de. Variação de pH em Água Mineral Gaseifi cada. Química Nova na Escola, n. 30, p. 70-72, nov. 2008. FERREIRA, L. H. Algumas experiências simples envolvendo o Princípio de Le Chate- lier. Química Nova na Escola, n. 5, p. 28-31, maio 1997. GRASSI, M. T. As águas do Planeta Terra. Cadernos temáticos de Química Nova na Escola, n. 1, p. 31-40, maio 2001. JAFELICCI, Júnior, M.; Varanda, L. C. O mundo dos coloides. Química Nova na Escola, n. 9, p. 09-13, maio 1999. JUSTI, R. S.; MILAGRES, V. S. O. Modelos de Ensino de Equilíbrio Químico. Química Nova na Escola, n. 13, p. 41-6, maio 2001. LENZI, E.; FAVERO, L. O. B.; LUCHESE, E. B. Introdução a Química da água: ciência, vida e sobrevivência. Rio de janeiro, LTC, 2009 LUZ, L. A. R. Reutilização da água: mais uma chance para nós. Rio de janeiro, Qua- litymark, 2005. MACHADO, A. H.; ARAGÃO, R. M. de. Como os estudantes concebem o estado de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 4, p. 18-20, nov. 1996. MACHADO, C. J. S. Gestão de águas doces. Interciência, João Pessoa, 2004. MACHADO-JÚNIOR, I.; ASSIS, R. B.; BRAATHEN, P. C. Termômetro de Iodo: Discutin- do Reações Químicas e Equilíbrio de Sublimação Usando Material de Baixo Custo e Fácil Aquisição. Química Nova na Escola, n. 24, p. 35-38, nov. 2006. MACHADO, N. J.; CASADEI, S. R. Seis razões para cuidar bem da água. São Paulo, Escrituras, 2006. MANUAL DO PROFESSOR 81 MAGOSSI, L. R.; BONACELLA, P. H. Poluição das águas. São Paulo, Moderna, 1991. MAIA, A. S.; OLIVEIRA, W.; OSÓRIO, V. K. L. Da água turva à água clara – o papel do coagulante. Química Nova na Escola, n. 18, p. 49-51, nov. 2003. MAIA, D. J.; GAZOTTI, W. A.; CANELA, M. C.; SIQUEIRA, A. E. Chuva Ácida: Um Expe- rimento para Introduzir Conceitos de Equilíbrio Químico e Acidez no Ensino Médio. Química Nova na Escola, n. 21, p. 44-46, maio 2005. MIRANDA, E. E. A água na natureza e na vida dos homens. São Paulo, Idéias & Le- tras, 2004. MONTANARI, V.; STRAZZACAPPA, C. Pelos caminhos da água. São Paulo, Moderna, 2003. NARCISO, J. L. J.; JORDÃO, M. P. A Solução e seus problemas. São Paulo, Brasil, 2000. _____. Água: uma Necessidade Vital. São Paulo, Brasil, 2000. QUADROS, A. L. de. A água como tema gerador do conhecimento químico. Química Nova na Escola, n. 20, p. 26-31, nov. 2004. PEREIRA, M. P. B. A. Equilíbrio químico – Difi culdades de aprendizagem I – Revisão de opiniões não apoiadas por pesquisas. Química Nova, v. 12, n. 1, p. 76-81, 1989. PEREIRA, M. P. B. A. Equilíbrio químico – Difi culdades de aprendizagem II – Uso de analogias e modelos. Química Nova, v. 12, n. 2, p. 182-187, 1989. REBOUCAS, A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. Águas doces no Brasil. São Paulo, Escri- turas, 2006. RICHTER, C. A.; AZEVEDO NETTO, J. M. Tratamento de água: tecnologia atualizada. São Paulo, Edgard Blucher, 1991. RIOS, E. P. Água: vida e energia. São Paulo, Saraiva, 2004. ROCHA-FILHO, R. C.; SILVA, R. R. da. Sobre o uso correto de certas grandezas em química. Química Nova, v. 14, n. 4, p. 300-5, 1991. _____. Mol uma nova terminologia. Química Nova na Escola, n. 1, p. 12-14, maio 1995. SANTOS, A. P. B. dos; MICHEL, R. C. Vamos Jogar uma SueQuímica. Química Nova na Escola, vol. 31, n. 3, p. 179-183, agosto 2009. SENE, J. J.; CASTILHO, L. N. P.; DINELLI, L. R.; KIILL, K. B. Equilíbrio Químico de Sais Pouco Solúveis e o Caso Celobar. Química Nova na Escola, n. 24, p. 43-45, nov. 2006. SILVA, R. R.; ROCHA-FILHO, R. C. Temperatura, pressão e volume molar. Química Nova na Escola, n. 2, p. 12, nov. 1995. SILVA, R. R.; ROCHA-FILHO, R. C.; TUNES, E.; TOLENTINO, M. Ensino de conceitos em MANUAL DO PROFESSOR82 química: II – Matéria: um sistema conceitual quanto à sua forma de apresentação. Ciência e Cultura, v. 38, n. 12, p. 2028-2030, dez. 1986. SOARES, J. B.; MAIA, A. C. F. Água microbiologia e Tratamento. Fortaleza, Ed. UFC, 1999. SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, E. T. G. Proposta de um jogo didá- tico para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, nov. 2003. SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA. Ciência Hoje na Escola: Meio Ambiente: Águas. São Paulo, Global, 2000. TOLENTINO, M.; SILVA, R. R.; ROCHA-FILHO, R. C.; TUNES, E. Ensino de Conceitos em Química: I – Matéria: Exemplo de um Sistema de Conceitos Científi cos. Ciência e Cultura, v. 38, p. 1721-1724, n. 10, out. 1986. TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos, Rima, 2005 TUNDISI, J. G. Ambiente, represas e barragens. Ciência Hoje, v. 5, n. 27, p. 48-54, nov./dez. 1986. TUNDISI, J. G.; TUNDISI, T. M. A água. São Paulo, Publifolha, 2005. ZEITOUN, C.; ALLEN. P. Água. São Paulo, Nacional, 2006. Unidade 3 – Recursos energéticos ABRAMOVAY, R. (org.). Biocombustíveis: a energia da controvérsia. São Paulo, SE- NAC, 2009. ACIOLI, J.L. Fontes de Energia. Brasília, Editora UnB, 1993. AFONSO, J. C.; BUSNARDO, N. G. Baterias de lítio: novo desafi o para reciclagem. Ciência Hoje, v. 35, n. 205, jul. 2004. AMARAL, E. M. R.; MORTIMER, E. F. Uma proposta de perfi l conceitual para o conceito de calor. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 1, n. 8, p. 5-18, 2001. AMARAL, L. O. L.; MORTIMER, E. F. Quanto mais quente melhor: calor e temperatura no ensino de termoquímica. Química Nova na Escola, n. 7, p. 30-5, maio 1998. BRAGA, M.; GUERRA, A.; REIS, J. C. Bohr e a interpretação quântica da natureza. São Paulo, Saraiva, 2005. BRANCO, S. M. Energia e meio ambiente, 2. ed. São Paulo, Moderna, 1990. BRIGHT, M. O efeito estufa. São Paulo, Melhoramentos, 1998. BOCCHI, N.; FERRACIN, L. C.; BIAGGIO, S. R. Pilhas e baterias: funcionamento e im- pacto ambiental. Química Nova na Escola, n. 11, p. 3-9, maio 2000. MANUAL DO PROFESSOR 83 BRAATHEN, P. C. Desfazendo o mito da combustão da vela para medir o teor de oxigênio no ar. Química Nova na Escola, n. 12, p. 43-45, nov. 2000. CARDOSO, F. Efeito estufa: por que a terra morre de calor. São Paulo,Terceiro Nome, 2006. CARVALHO, J. F. de. Lixo atômico: o que fazer? Ciência Hoje, v. 2, n. 12, p. 18-24, maio/jun. 1984. CHAMBOULEYRON, I. Eletricidade solar. Ciência Hoje, v. 9, n. 54, p. 32-39, jun. 1989. CHASSOT, A. Raios X e radioatividade. Química Nova na Escola, n. 2, p. 19-22, nov. 1995. CHASSOT, A.; VENQUIARUTO, L. D.; DALLAGO, R. M. De Olho nos Rótulos: Compre- endendo a Unidade Caloria. Química Nova na Escola, n. 21, p. 10-13, maio 2005. CHIANCA, R. M. B.; PORTELLA, R. A. Siderurgia: a história do aço. 2º Ed. São Paulo, Ática, 1996. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Apostila educativa: aplicações da energia nuclear, energia nuclear, radioatividade e história da energia nuclear. Rio de Janeiro, CNEN, s/d., disponível em . CORAZINI, R.; RUBIO, P.; COIMBRA, M. C. et al. Energia: matéria prima para a vida. São Paulo, Brasil, 2000. COSTA, T. S.; ORNELAS, D. L.; GUIMARÃES, P. I. C.; MERÇON, F. Experimentos com Alumínio. Química Nova na Escola, n. 23, p. 38-40, maio 2006. FARIAS, R. F. de. A Química do tempo: carbono-14. Química Nova na Escola, n. 16, p. 6-8, nov. 2002. ____. Introdução à Química do petróleo. Rio de janeiro, Ciência Moderna, 2008. FERRARO, N. G. Eletricidade – História e aplicações. São Paulo, Moderna, 1997. FERNADES, H. M. Radioatividade natural: tecnologia humana aumenta risco de ex- posição. Ciência Hoje, v. 28, n. 166, nov. 2000. FIEDLER-FERRARI, N.; NASCIMENTO, I. C. Fusão termonuclear controlada. Ciência Hoje, v. 7, n. 41, p. 44-56, abr. 1988. FIGUEIREDO, A.; PIETROCOLA, M. Calor e temperatura: Física um outro lado. São Paulo, FTD, 1997. GOLDEMBERG, J. Energia nuclear: vale a pena? São Paulo, Scipione, 1991. _____. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. São Paulo, EDUSP, 1998. GONZÁLEZ, E. R.; TICIANELLI, E. A.; VILLULLAS, M. H. Células a combustível: energia lim- MANUAL DO PROFESSOR84 pa a partir de fontes re-nováveis. Química Nova na Escola, n. 15, p. 28-34, maio 2002. GROSS, B. Tchernobyl um ano depois: o que houve afi nal? Ciência Hoje, v. 6, n. 32, p. 28-35, jun. 1987. GUIMARÃES, J. R.; Nour, E. A. A. Tratando nossos esgotos: processos que imitam a natureza. Química Nova na Escola. São Paulo: SBQ, Cadernos Temáticos, Química Ambiental, n. 1, p. 19-30, maio 2001. HELENE, M. E. M. A radioatividade e o lixo nuclear. São Paulo, Scipione, 1997. HIOKA, N.; MAIONCHI, F.; RUBIO, D. A. R.; Goto, P. A.; Ferreira, O. P. Pilhas modifi - cadas empregadas no acendimento de lâmpadas. Química Nova na Escola, n. 8, p. 36-38, nov. 1998. HIOKA, N.; FILHO, O. S.; MENESES, A. J.; Yonehara, F. S.; Bergamaski, K.; Pereira, R. V. Pilhas de Cu/Mg cons-truídas com materiais de fácil obtenção. Química Nova na Escola, n. 11, p. 40-4, maio 2000. JÚNIOR, J. A. D.; ROUBICEK, R. O brilho de mil sóis – História da Bomba Atômica. São Paulo, Ática, 1999. LACERDA, L. D.; MENESES, C. L. O mercúrio e a contaminação de reservatórios no Brasil. Ciência Hoje, v. 19, n. 110, p. 34-9, 1995. LAYRARGUES, P. P. Razão e emoção em torno da tecnologia nuclear. Ciência Hoje, v. 30, n. 175, p. 65-7, set. 2001. LIMA, J. F. L. de; PINA, M. S. L.; BARBOSA, R. M. N.; JÓFILI, Z. M. S. A contextualização no ensino de Cinética Química. Química Nova na Escola, n. 11, p. 26-9, maio 2000. LIMA, R. da S.; PIMENTEL, L. C. F.; AFONSO, J. C. O Despertar da Radioatividade ao Alvorecer do Século XX. Química Nova na Escola, vol. 33, n. 2, p. 93-99, maio 2011. LICHTENTHÄLER FILHO, R.; PORTELA, F. Energia nuclear. São Paulo, Ática, 1998. LOPES, A. R. C. Potencial de redução e eletronegatividade: obstáculo verbal. Química Nova na Escola, n. 4, p. 22-23, nov. 1996. MARCONATO, J. C.; BIDÓIA, E. D. Potencial de eletrodo: uma medida arbitrária e relativa. Química Nova na Escola, n. 17, p. 46-9, maio 2003. MARINHO, I. P. Jr. Petróleo, política e poder: um novo choque do petróleo? São Pau- lo, José Olympio, 1999. MARQUES, F. L. N. Os primórdios da radioquímica. Ciência Hoje, v. 31, n. 184, jul. 2002. MEDONÇA, R. J.; CAMPOS, A. F.; Jófi li, Z. M. S. O conceito de oxidação-redução nos livros didáticos de Química Orgânica do ensino médio. Química Nova na Escola, n. 20, p. 45-48, nov. 2004. MANUAL DO PROFESSOR 85 MERÇON, F.; GUIMARÃES, P. I. C.; MAINIER, F. B. Corrosão: um exemplo usual de fenômeno químico. Química Nova na Escola, n. 19, p. 11-4, maio 2004. MERÇON, F.; QUADRAT, S. V. A radioatividade e a história do tempo presente. Quími- ca Nova na Escola, n. 19, p. 27-31, maio 2004. MONTANARI, V. Energia nossa de cada dia, 2. ed.. São Paulo, Moderna, 1998. NARCISO, J. L. J. ; JORDÃO, M. P. Pilhas e baterias: energia empacotada. São Paulo, Brasil, 2000. _____. Energia nuclear: um mal necessário? São Paulo, Brasil, 2000. NEIVA, J. Conheça o petróleo. Rio de Janeiro, Livro Técnico, 1986. NERY, A. L. P.; FERNANDEZ, C. Fluorescência e estrutura atômica: experimentos sim- ples para abordar o tema. Química Nova na Escola, n. 19, p. 39-42, maio 2004. OKI, M. da C. M. Eletricidade e a Química. Química Nova na Escola, n. 12, p. 12-14, nov. 2000. OKUNO, E. Radiações: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo, Harbra, 1988. OLIVEIRA, A. Energia & sociedade. Ciência Hoje, v. 5, n. 29, p. 30-38, mar. 1987. OLIVEIRA, F. C. C.; SUAREZ, P. A. Z.; SANTOS, W. L. P. Biodiesel: Possibilidades e De- safi os. Química Nova na Escola, n. 28. mai. 2008. OLIVEIRA, J. O.; SANTOS, J. M. A energia e a Química. Química Nova na Escola, n. 8, p. 19-22, nov. 1998. PINTO, A. C.; LEITE, C.; SILVA, J. A. Física nuclear: da alquimia a bomba atômica. São Paulo, Brasil, 2000. _____. Calor: o motor das revoluções. São Paulo, Brasil, 2000. _____. Energia. São Paulo, Brasil, 2000. PALMA, M. H. C.; Tiera, V. A. O. Oxidação de metais. Química Nova na Escola, n. 18, p. 52-54, nov. 2003. PARKER, S. Marie Curie e a radioatividade. São Paulo, Scipione, 1996. PASCHOA, A. S. Lições de Tchernobyl: os alimentos importados. Ciência Hoje, v. 6, n. 32, p. 36-37, jun. 1987. _____. Usinas nucleares: a questão dos rejeitos. Ciência Hoje, v. 29, n. 169, mar. 2001. QUADROS, S. A termodinâmica e a invenção das máquinas térmicas. São Paulo, Scipione, 1996. RODRIGUES, J. A. R. Recomendações da Iupac para moléculas orgânicas. Química Nova na Escola, n. 13, p. 22-28, maio 2001. MANUAL DO PROFESSOR86 RODRIGUES, M. G.; CHAGAS, N. K. das. Com gás, rumo ao futuro. Ciência Hoje, v. 15, n. 85, p. 24-29, out. 1992. RODRIGUES, S. de A. Destruição e equilíbrio. São Paulo, Atual, 1994. ROSA, L. P. A segurança de Angra 1. Ciência Hoje, v. 9, n. 53, p. 24-32, maio 1989. SCARLATO, F. C.; PONTIN, J. A. Energia para o século XXI. São Paulo, Ática, 1998. SANTA MARIA, L. C. de; AMORIM, M. C. V.; AGUIAR, M. R. M. P. de; SANTOS, Z. A. M.; CASTRO, P. S. C. B. de; BALTHAZAR, R. G. Petróleo: um tema para o ensino de quími- ca. Química Nova na Escola, n. 15, p. 19-23, maio 2002. SANTOS, A. P. B.; PINTO, A. C. Biodíesel: Uma Alternativa de Combustível Limpo. Química Nova na Escola, vol. 31, n. 1, p. 58-62, fev. 2009. SILVA, E. R.; SILVA, R. H. Álcool e gasolina: combustíveis do Brasil. São Paulo, Scipio- ne, 1997. SILVA, L. da. O inverno nuclear. E o Brasil? Ciência Hoje, v. 5, n. 30, p. 54-62, abr. 1987. SIMON, D. et al. Angra entra em operação. Ciência Hoje, v. 2, n. 8, p. 50-63, set./ out. 1983. SOARES, M. H. F. B.; CAVALHEIRO, E. T. G. O Ludo Como um Jogo para Discutir Con- ceitos em Termoquímica. Química Nova na Escola, n. 23, p. 27-31, maio 2006. SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA. Especial – Goiânia (en- carte). Ciência Hoje, v. 7, n. 40, mar. 1988. TAYLOR, K. Calor. São Paulo, Moderna, 1995. TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C. O bicentenário da invenção da pilha elétrica. Química Nova na Escola, n. 11, p. 35-9, maio 2000. TORRES, E. A. Energia: quem economizar vai ganhar! Salvador- BA, Casa da Quali- dade,1998. TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos, Rima, 2005. TUNDISIH, S. A. Usos de energia. São Paulo, Atual, 2004. VANIN, J. A. Há 200 anos era inventada a pilha: uma descoberta eletrizante Ciência Hoje, v. 26, n. 155, nov. 1999. WALISIEWICZ. M. Energia alternativa: solar, eólica, hidrelétrica e de biocombustíveis. São Paulo, Publifolha, 2008. MANUAL DO PROFESSOR 87 Capítulo 1 Debata e entenda pág. 13 1. Diariamente se desperdiçam grandes quantidades de alimentos, produtos de limpeza, combustíveis, água, energia elétrica, dentre outros motivos, pelo fato de as pessoas não fazerem cálculos correta- mente nem prestarem atenção na importância que o bom uso dos materiais tem para a saúde fi nancei- ra e para o ambiente. 2. Embalagem plástica, roupa velha, panela de alumí- nio, sucatas em geral, etc. 3. Um erro na proporção dos alimentos a serem co- zidos em relação ao número de pessoas que vai fazer a refeição provoca sobras e, provavelmente, lixo. O erro de cálculo do menor trajeto a ser per- corrido pelos automóveis ocasiona um aumento do consumo de combustível e, consequentemen- te, um aumento da poluição atmosférica. Erros no cálculo de produtos de limpeza em relação à área ou a quantidade a ser limpa resultam no desper- dício desses materiais, que são lançados em maior quantidade nos esgotos, aumentando a poluição das águas. 4. ‘0,5 mg 1 kg X 7 kg X = 3,5 mg ou 7 gotas de medicamento, portanto deverá ser administrado 2,33 gotas de cada vez. 5. O menor consumo de sabonete foi por causa da diminuição do tempo de banho e o aumento de sabão em barra foi por causa do menor uso da máquina de lavar roupa que utiliza detergente em pó (sabão em pó). 6. Na cultura do consumo, os indivíduos passaram a ser reconhecidos, avaliados e julgados pelo que consomem, vestem e calçam, pelo carro e celular que exibem em público. Isso chegou a tal ponto que até a felicidade e qualidade de vida passaram a ser avaliadas por muitos em relação ao que o indivíduo consome. Esta cultura acaba gerando um consumo compulsivo onde o indivi- duo adquire bens sem necessidade, apenas para demonstrar o seu poder de compra, e quando não há este poder acaba criando frustrações e revolta. Exercícios pág. 19 1. Medidas são, sem dúvida, fundamentais em nossa sociedade. Elas estão presentes desde as civiliza- ções pré-históricas e, atualmente, são a base das atividades comerciais, dos processos tecnológicos e uma das ferramentas principais para a elaboração de modelos científi cos. Fazemos uso de medidas em nossos calçados, em nossas roupas, nos medi- camentos, no preparo de alimentos, nos produtos de beleza, nos produtos de limpeza, no tempo de nossas atividades, etc. Nesses processos, fazemos medidas de comprimento, de volume, de massa, de tempo, etc. Tudo isso que podemos medir é chamado de grandeza. Unidade 1 5 Resolução dos exercícios MANUAL DO PROFESSOR88 2. Por que não há como se estabelecer um padrão para se medir o grau de beleza de uma pessoa. 3. Toda grandeza é representada por um número se- guido de uma unidade de medida. O número re- presenta quantas vezes essa grandeza é diferente do padrão de medida utilizado. 4. Frutas, por exemplo, podem ser vendidas medindo- -se quantidades de massa, volume ou unidades. Por exemplo, você pode comprar um quilo de maçã, um litro de jabuticaba ou uma dúzia de bananas. Tam- bém são vendidos por unidades vários outros produ- tos – geralmente sólidos de tamanhos regulares –, como ovos, tijolos e lápis. A grandeza a que estamos nos referindo nesses casos é a numerosidade. 5. a) Dúzias ou 12 unidades. b) Quando a quantidade exceder aos milhares, o ideal não é utilizar a unidade em dúzia, mas sim em kg de miçangas, basta calcular a quan- tidade de miçangas em 100 gramas e calcular a quantidade em kg para atender às necessidades para produzir a quantidade de colares. Para pe- quenas quantidades de fi o de náilon pode ser usado a unidade metro, mas para maiores com- primentos o ideal é a utilização em km. c) A grandeza = 0,60 e a unidade de medida foi o metro. 6. a) sabão em pó = kg. b) tecidos = metros. c) amaciante de roupas = litros. d) combustível = litros. e) cordas = metros ou kg. f) cerâmica = m2. 7. A quantidade de matéria mede a numerosidade de espécies químicas (átomos, íons, moléculas, elétrons). Essa é uma grandeza de numerosidade, representada pela letra n, que permite determinar a quantidade de entidades químicas. 8. Porque os constituintes dos materiais (átomos, moléculas, íons, etc.) são entidades pequenas de- mais para serem contadas. 9. Não, como a massa do oxigênio é maior que a massa do carbono-12, existirá uma menor quanti- dade de entidades. 16 g 1mol 12g n n = 0,75 mol de átomo de oxigênio. 10. Mol é a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 kg de carbono-12 que foi o padrão utilizados pelos químicos, por- tanto em um mol de elétrons existem exatamente a mesma quantidade de entidades. 11. II – Errada: indica quantas vezes o átomo é mais pesado do que 1/12 da massa do carbono-12. III – Errada: indica quantas vezes o átomo é mais pesado do que 1/12 da massa do carbono-12. Alternativa correta: d. 12. Mol é a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 kg de carbono-12 que foi o padrão utilizados pelos químicos. Alternativa correta: a. 13. A quantidade de entidades será exatamente igual. Alternativa correta: d. 14. Os químicos utilizavam a média ponderada de to- dos os isótopos (átomos de um mesmo elemento com diferentes valores de massa) para determinar a massa atômica dos elementos. Alternativa correta: d. 15. Os químicos utilizavam a média ponderada de to- dos os isótopos (átomos de um mesmo elemento com diferentes valores de massa) para determinar a massa atômica dos elementos. Alternativa correta: b. 16. A massa dos átomos de oxigênio é maior. Alternativa correta: b. Exercícios pág. 24 e 25 1. O número de átomos presentes em uma amos- tra de 0,012 kg de carbono-12 é dado por uma constante física que recebe o nome de constan- te de Avogadro (NA), ou seja, 1 mol equivale 6,02214199 ⋅ 1023 entidades. 2. Não, com a evolução tecnológica, as técnicas e os equipamentos foram aperfeiçoados, o que per- mitiu a determinação de valores mais precisos da constante de Avogadro que hoje vale 6,02214199 ⋅ · 1023 mol–1 diferente do valor de 6,062 ⋅ 1023 mol–1 do início do século 20. MANUAL DO PROFESSOR 89 3. A constante de Avogadro foi calculada através de experimento prático, portanto a determinação de valores mais precisos acontece com a evolução tecnológica, das técnicas e dos equipamentos mais modernos na determinação desta quantidade. O valor da dúzia é constante e vale 12 unidades. 4. a) Mg 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 2,0 ⋅ 1023 mol X X = 1,204 ⋅ 1021 átomos Fe 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 0,001 mol X X = 6,02 ⋅ 1020 átomos Mo 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 2,6 ⋅ 10–6 mol X X = 1,565 ⋅ 1018 átomos Se 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 3,16 ⋅ 10–5 mol X X = 1,902 ⋅ 1019 átomos b) CaCO3 1 mol 6,02 ⋅ 1023 fórmulas mínimas n 1,5 ⋅ 1022 fórmulas mínimas n = 2,49 ⋅ 10–2 mol KI 1 mol 6,02 ⋅ 1023 fórmulas mínimas n 5,4 ⋅ 1017 fórmulas mínimas n = 8,97 ⋅ 10–7 mol CuO 1 mol 6,02 ⋅ 1023 fórmulas mínimas n 1,35 ⋅ 1017 fórmulas mínimas n = 2,24 ⋅ 10–7 mol ZnO 1 mol 6,02 ⋅ 1023 fórmulas mínimas n 1,8 ⋅ 1020 fórmulas mínimas n = 2,99 ⋅ 10–4 mol MnSO4 1 mol 6,02 ⋅ 1023 fórmulas mínimas n 1,99 ⋅ 1019 fórmulas mínimas n = 3,31 ⋅ 10–5 mol 5. a) Au 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 0,550 mol X X = 3,31 ⋅ 1023 átomos b) Cu 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 15,8 mol X X = 9,51 ⋅ 1024 átomos c) Al 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 0,27 mol X X = 1,62 ⋅ 1023 átomos d) O2 1 mol 2 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 átomos 2,88 ⋅ 1018 mol X X = 3,47 ⋅ 1042 átomos e) Fe 1 mol 6,02 ⋅ 1023 átomos 1,25 ⋅ 1026 mol X X = 7,53 ⋅ 1049 átomos 6. a) Al2(SO4)3 Al 1 mol 2 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 átomos 0,8 mol X X = 9,6 ⋅ 1023 átomos de Al S 1 mol 3 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 átomos 0,8 mol Y Y = 1,4 ⋅ 1024 átomos de S O 1 mol 12 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 átomos 0,8 mol Z Z = 5,8 ⋅ 1024 átomos de O b) Ca3(PO4)2 Ca 1 mol 3 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 átomos 1,5 mol X X = 2,71 ⋅ 1024 átomos de Ca P 1 mol 2 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 átomos 1,5 mol Y Y = 1,81 ⋅ 1024 átomos de P O 1 mol 8 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 átomos 1,5 mol Z Z = 7,22 ⋅ 1024 átomos de O MANUAL DO PROFESSOR90 c) C2H5OH N(C) = 1,02 ⋅ 1025 moléculas ⋅ 2 1 átomos de C molécula = = 2,04 ⋅ 1025 átomos de C. N(H) = 1,02 ⋅ 1025 moléculas ⋅ 6 1 átomos de H molécula = = 6,12 ⋅ 1025 átomos de H. N(O) = 1,02 ⋅ 1025 moléculas ⋅ 1 1 átomo de O molécula = = 1,02 ⋅ 1025 átomos de O. d) K4Fe(CN)6 N(K) = 18 ⋅ 1023 fórmulas ⋅ 4 1 átomos de K fórmula = = 7,2 ⋅ 1024 átomos de K. N(Fe) = 18 ⋅ 1023 fórmulas ⋅ 1 1 átomo de Fe fórmula = = 1,8 ⋅ 1024 átomos de Fe. N(C) = 18 ⋅ 1023 fórmulas ⋅ 6 1 átomos de C fórmula = = 1,1 ⋅ 1025 átomos de C. N(N) = 18 ⋅ 1023 fórmulas ⋅ 6 1 átomos de N fórmula = = 1,1 ⋅ 1025 átomos de N. 7. Tempo = 6 02 10 3 1 23, / ⋅ pessoas pessoas s = 2,0067 ⋅ 1023 s. Tempo em anos = 2 0067 10 3 1536 10 1 23 7 , , / ⋅ ⋅ s s ano = = 6,36 ⋅ 1016 anos. Muito acima de 5 ⋅ 109 anos. 8. N(S) = 16 mol ⋅ 6 02 10 1 23, ⋅ átomos de s mol = = 9,63 ⋅ 1024 átomos de S. 9. N(H2O2) = 0,588 ⋅ 10–1 mol ⋅ 6 02 10 1 23 2 2, ⋅ moléculas de H O mol = = 3,54 ⋅ 1022 moléculas de H2O2. 10. 1) Correto – Um mol vale 6,02 ⋅ 1023 entidades, um mol de átomos de Mg é igual a um mol de átomos de Na. 2) Errado – Um mol vale 6,02 ⋅ 1023 entidades, ou seja, um mol de água contém 6,02 ⋅ 1023 molé- culas ou 1,806 ⋅ 1024 átomos. 3) Errado – O padrão adotado para a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 kg de carbono-12. 4) Errado – 1,75 mol de Cl2 contém 10,5 ⋅ 10 23 moléculas. 11. N(HCl) = 3,0 mol ⋅ 6 02 10 1 23, ⋅ moléculas de HCl mol = = 1,81 ⋅ 1024 moléculas de HCl. N(F2) = 5,0 mol ⋅ 6 02 10 1 23 2, ⋅ moléculas de F mol = = 3,01 ⋅ 1024 moléculas de F2. Alternativa correta: a. 12. N(NO2) = 3,5 mol ⋅ 6 02 10 1 323, ⋅ ⋅ moléculas mol átomos molécula = = 6,321 ⋅ 1024 átomos. N(N2O3) = 1,5 mol ⋅ 6 02 10 1 523, ⋅ ⋅ moléculas mol átomos molécula = = 4,515 ⋅ 1024 átomos. N(NO) = 4 mol ⋅ 6 02 10 1 223, ⋅ ⋅ moléculas mol átomos molécula = = 4,816 ⋅ 1024 átomos. N(N2O5) = 1 mol ⋅ 6 02 10 1 723, ⋅ ⋅ moléculas mol átomos molécula = = 4,214 ⋅ 1024 átomos. Alternativa correta: a. 13. N(Ca) = 6 02 10 40 23, ⋅ átomos g ⋅ 20 ⋅ 10–3 g = = 3,01 ⋅ 1020 átomos de Ca. N(Na) = 6 02 10 23 23, ⋅ átomos g ⋅ 23 ⋅ 10–3 g = = 6,02 ⋅ 1020 átomos. N(K) = 6 02 10 39 23, ⋅ átomos g ⋅ 156 ⋅ 10–3 g = = 24,08 ⋅ 1020 átomos de K. N(Ca + Na + K) = 3,311 ⋅ 1021 átomos. MANUAL DO PROFESSOR 91 Exercícios pág. 29 e 30 1. Massa molecular (MA) é a soma das massas atô- micas dos átomos do constituinte de uma subs- tância, podendo representar a massa de uma mo- lécula ou de uma fórmula mínima. Massa molar (M) é a massa de um mol da subs- tância. 2. Massa do oxigênio = 23 16 1 átomos u átomo ⋅ = 368 u. Massa do Na = 16 23 1 átomos u átomo ⋅ = 368 u. A afi rmativa é verdadeira. 3. O volume de um gás depende da quantidade de matéria, temperatura, termodinâmica e pressão. 4. MA(C9H11NH2) = 9 ⋅ MA(C) + 11 ⋅ MA(H) + 1 ⋅ ⋅ MA(N) + 2 ⋅ MA(H) = 9 ⋅ 12 + 11 ⋅ 1 + 14 ⋅ 1 + + 2 ⋅ 1 = 135 u. Massa molar = M = 135 g/mol. 5. a) MA (C12H22O11) = 12 ⋅ MA(C) + 22 ⋅ MA(H) + 11 ⋅ · MA(O) = 12 ⋅ 12 + 22 ⋅ 1 + 11 ⋅ 16 = 342 u. Massa molar = M = 342 g/mol. b) sacarina, aspartame e ciclamato de sódio. Substância Sacarina Aspartame Ciclamato de Sódio Fórmula C7H5O3NS C14H18O5N2 NaC6H12O3NS Massa molecular 183 294 201 Sacarina é o adoçante mais antigo, um derivado do petróleo, até hoje não foi comprovado a sua toxidade ao ser humano, pois não é metabolizado pelo sistema digestivo. O seu uso é restrito por deixar um sabor amargo e metálico. Ciclamato de sódio é um adoçante muito utilizado em nosso país, mas há grupo que condena o seu uso, porque o mesmo é proibido nos USA, Japão, Reino Unido e França. Mas a FAO (órgão da ONU sobre alimentação e agricultura) concluiu que o ci- clamato de sódio pode ser utilizado de forma segu- ra até um limite de 11 mg por kg de peso corporal. Porém a OMS (outro órgão da ONU) recomenda um uso restrito, pois pode causar alergias e, muta- ções, por isso é contra indicado em mulheres grávi- das. O motivo do uso é porque o ciclamato é muito estável suportando alta temperatura. Aspartame: é o adoçante mais moderno, utili- zado principalmente em bebidas, o seu uso é proibido para pessoa com fenilcetonúria, ou seja, pessoas com doença genética pela ausência da enzima fenilalanina hidroxilase. Hoje existem vá- rios estudos a respeito dos malefícios provocada pelo uso constante de aspartame. Alguns cien- tistas acusam como sendo neurotoxina e outros como carciogênico, porém até hoje nada foi com- provado. 6. MA[Al2(SO4)3] = 2 ⋅ MA(Al) + 3 ⋅ MA(S) + 12 ⋅ · MA(O) = 2 ⋅ 27 + 3 ⋅ 32 + 12 ⋅ 16 = 342 u. Massa molar = M = 342 g/mol. 7. a) MA(Mg) = 24,3 u. MA(Si) = 28,1 u. MA(O) = 16,0 u. MA(H) = 1,0 u. MA(Ca) = 40,1 u. MA(S) = 32,1 u. MA(P) = 31,0 u. MA(Al) = 27,0 u. MA [Mg3Si4O10(OH)2] = 3 ⋅ 24,3 + 4 ⋅ 28,1 + 10 ⋅ · 16 + 2 ⋅ 16 + 2 ⋅ 1 = 379,3 u. M[Mg3Si4O10(OH)2] = 379,3 g/mol. MA(CaSO4 2H2O) = 1 ⋅ 40,1 + 1 ⋅ 32 + 4 ⋅ 16 + 2 ⋅ · 18 = 172,1 u. M(CaSO4 2H2O) = 172,1 g/mol. MA[Ca5(PO4)3(OH)] = 5 ⋅ 40,1 + 3 ⋅ 31,0 + 12 ⋅ 16 + + 1 ⋅ 16 + 1 ⋅ 1 = 502,5 u. M[Ca5(PO4)3(OH)] = 502,5 g/mol. MA(Al2O3) = 2 ⋅ 27,0 + 3 ⋅ 16 = 102,0 u. M(Al2O3) = 102,0 g/mol. b) A gipsita risca o talco (de menor dureza). c) Talco por ser o mineral da lista de menor dure- za. 8. Não, a constante de Avogadro foi obtida a partir de 0,012 kg do carbono-12. 9. a) M(NaNO2) = 23 + 14 + 32 = 69,0 g/mol. M(KNO2) = 39,1 + 14 + 32 = 85,1 g/mol. M(NaNO3) = 23 + 14 + 48 = 85,0 g/mol. M(KNO3) = 39,1 + 14 + 48 = 101,1 g/mol. b) 1kg ou 1000g 100% X 0,2% X = 2 g de conservante. MANUAL DO PROFESSOR92 c) n(NaNO2) = 2 g ⋅ 1 69 0, mol g = 0,029 mol. n(KNO2) = 2 g ⋅ 1 85 1, mol g = 0,024 mol. n(NaNO3) = 2 g ⋅ 1 85 0, mol g = 0,023 mol. n(KNO3) = 2 g ⋅ 1 1011, mol g = 0,02 mol. 10. a) A toxina botulínica, na forma de Botox, é inje- tada no local em doses controladas e provoca um edema, suavizando as linhas das expres- sões, ou seja, preenche as rugas. Em crianças pode ser utilizados para aumentar a fl exibilida- de muscular. b) M(C4H8O2) = 48 + 8 + 32 = 88,0 g/mol. n(C4H8O2) = 1 ⋅ 10 –3 g ⋅ 1 88 0, mol g = 1,13 ⋅ 10–5 mol. 11. a) MA(H2SO4) = = 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 32,1 + 4 ⋅ 16 = 98,1 u. b) MA[Ca(OH)2] = = 1 ⋅ 40,1 + 2 ⋅ 16 + 2 ⋅ 1 = 74,1 u. c) MA[Ca3(PO4)2] = = 3 ⋅ 40,1 + 2 ⋅ 31,0 + 8 ⋅16,0 = 310,3 u d) MA(C2H5OH) = = 2 ⋅ 12 + 5 ⋅ 1 + 1 ⋅ 16 = 1 ⋅ 1 = 46 u. e) MA [K4Fe(CN)6] = = 4 ⋅ 39,1 + 1 ⋅ 55,8 + 6 ⋅ 12 + 6 ⋅ 14,0 = 368,2 u. f) MA (BaCl2 ⋅ 2H2O) = = 1 ⋅ 137,3 + 2 ⋅ 35,5 + 2 ⋅ 18 = 244,3 u. 12. a) Errado – O átomo de prata é 108 vezes maior que 1 12 do carbono-12. b) Correto – A massa molecular é o somatório das massas atômicas dos elementos constituintes da molécula. c) Errado – A massa de um mol de entidades é a massa molar. d) Correto – O volume molar é o volume ocupada por um mol de gás em uma dada temperatura e pressão. e) Errado – O volume molar para os gases depen- de da temperatura e da pressão. Exercícios pág. 32 1. a) M(C9H13N) = = 9 ⋅ 12 + 13 ⋅ 1 + 1 ⋅ 14 = 135 g/mol. b) n(C9H13N) = = 10 ⋅ 10–3 g ⋅ 1 135 mol g = 7,41 ⋅10–5 mol 2. a) M(C8H10O2N4 ⋅ H2O) = = 8 ⋅ 12 + 10 ⋅ 1 + 2 ⋅ 16 + 4 ⋅ 14 + 18 = = 212 g/mol. b) n(C8H10O2N4 ⋅ H2O) = = 12 ⋅ 10–3 g ⋅ 1 212 mol g = 5,66 ⋅ 10–5 mol. c) A cafeína pode ser encontrado no café, chá mate, refrigerantes, etc. d) A cafeína é um estimulante, por isso deve ser utilzada com moderação. Em pequenas doses aumenta a capacidade mental porque atua no (SNC) sistema nervoso central. Em excesso pode gerar uma excitação exagerada no SNC podendo inclusive ser fatal. Os alunos podem realizar pesquisas para procurar mais pontos positivos e negativos, pois o uso da cafeína está presente em muitos medicamentos. 3. a) Mulheres que atingiram a menopausa com orientação médica. b) n(B) = 3 ⋅ 10–3 g ⋅ 1 10 8, mol g = 2,78 ⋅ 10–4 mol. 4. M(ZnO) = 65,4 + 16 = 81,4 g/mol. n(ZnO) = 10 g ⋅ 1 81 4, mol g = 1,23 ⋅ 10–1 mol. 5. a) É uma substância atóxica que confere cor à pele, sem a necessidade de exposição ao sol os autobronzeadores correspondem a uma forma segura e efi caz de bronzeamento. b) M(C3H6O3) = 36 + 6 + 48 = 90,0 g/mol. n(C4H8O2) = = 120 g ⋅ 1 90 0 6 02 10 1 23 , ,mol g moléculas mol ⋅ ⋅ = = 8,03 ⋅ 6,02 ⋅ 1023 moléculas de DHA. MANUAL DO PROFESSOR 93 6. M(H2SO4) = 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 32 + 4 ⋅ 16 = 98 g/mol. m(H2SO4) = 5 mol ⋅ 98 g/mol = 490 g. Alternativa correta: e. 7. M (C12H22O11) = = 12 ⋅ 12 + 22 ⋅ 1 + 11 ⋅ 16 = 342 g/mol. m (C12H22O11) = 0,5 mol ⋅ 342 g/mol = 171 g. Alternativa correta: b. 8. V(O2) = 5 mol ⋅ 22,71 L/mol = 113,55 L. 9. 1) Correto – Os conservantes e antioxidantes na- turais tendem a ser mais facilmente metaboli- zados pelo ser humano. 2) Errado – A massa molar da alicina é de 162 g/ mol, e do eugenol é igual a 164 g/mol. 3) Correto – Cada molécula de alicina possui 19 átomos e uma molécula de eugenol possuem 24 átomos, para um mol basta multiplicar por 6,02 ⋅ 1023 entidades. 4) Correto – O antioxidante irá proteger os ali- mentos oxidando antes. Capítulo 2 Debata e entenda pág. 36 1. Existem pelo menos mais de 20 milhões de subs- tâncias diferentes e aproximadamente 150 mil delas fazem parte de nosso cotidiano. Xampus, sabonetes, brinquedos, roupas, produtos de lim- peza são apenas alguns exemplos de formas de utilização dessas substâncias. No entanto, a maio- ria delas não passou por testes adequados para estudo de seu impacto no ambiente e na saúde humana. Alguns dos riscos associados à utilização de produtos químicos e substâncias são conheci- dos e incluem doenças como o câncer, disfunções hormonais, alergias, problemas respiratórios, etc. 2. Produto Freshmatic Local armazenado em sua casa Não expor ao sol nem a temperatura superior a 50 °C. Ingredientes ativos Perfume, butano, propano. Instruções sobre cuidados com o produto Ao trocar o refi l direcionar o bico ao lado oposto da face. Efeitos que o produto pode causar Irritação nos olhos. Classifi cação quanto à toxidez (irritante, corrosivo, infl amável, etc.) Infl amável. 3. A resposta deve variar de localidade para locali- dade, normalmente o telefone está associado à Secretaria de Saúde do município ou do estado. CEATOX – 08000148110. 4. Um dos cuidados básicos para prevenir a intoxica- ção é ler as instruções constantes nas embalagens e segui-las corretamente. 5. Os rótulos possuem informações relevantes: com- posição do produto, cuidados exigidos para seu uso, perigos potenciais, data de validade, modo de usar e de armazenar e formas de contato para ajuda em caso de emergências. CEATOX – 08000148110. 6. Para armazenar produtos de limpezas devemos guardá-los em locais de difícil acesso, pois as crianças são atraídas pelos rótulos coloridos de produtos de limpeza. 7. O sabonete é um bem que apenas parte da popu- lação brasileira tem acesso. O consumo é elevado porque o brasileiro possui o hábito de tomar vá- rios banhos ao dia. 8. Os adultos muitas vezes utilizam os recipientes de alimentos e bebidas para acondicionar detergen- tes e desinfetantes ou simplesmente o emprego inadequado do produto. Outras vezes utilizam os produtos de maneira inadequada, produtos que deveriam ser diluídos são usados na forma con- centrada podendo causar fortes reações alérgicas, uma vez que os usuários não possuem o hábito de ler as instruções impressas nas embalagens. 9. Produtos piratas comprados em camelôs ou ambu- lantes oferecem grandes riscos, já que na maioria das vezes são fabricados sem cuidados adequados, não possuem registros ofi ciais que garantam sua qualidade e nem rotulação adequada com informações de uso. MANUAL DO PROFESSOR94 Exercícios pág. 45 a 47 1. a) O químico francês Antoine Lavoisier [1743- 1794], com a colaboração de sua esposa Marie Anne, realizou uma série de experiências que o levaram à seguinte conclusão: a quantidade de massa antes e depois de qualquer reação é sempre a mesma. Por ter verifi cado que esse fato se repetia invariavelmente na natureza, concluiu então que se tratava de uma lei. A lei de conservação das massas ou Lei de Lavoisier. b) As substâncias reagem sempre na mesma pro- porção para formarem outra substância. Lei de Proust. 2. Segundo o modelo de Dalton , nas reações ocor- rem rearranjos dos átomos que formam as novas substâncias. Por isso, a quantidade dos átomos que reagem é a mesma dos produtos, ou seja, a quantidade de átomos de cada elemento quími- co presente nos reagentes será igual à quantida- de de átomos desse elemento nos produtos. 3. Na combustão da palha de aço o ferro irá reagir com o oxigênio do ar formando óxido, com 0,4 g a mais, ou seja, é apenas o oxigênio do ar que foi fi xado na formação de uma nova substância. 4. a) m(O2) = 33 50 2( ) ( ) g O g Mg     ⋅ 150 g (Mg) = 99 g de gás oxigênio. b) Calcular se há excesso: m(O2) = 33 50 2( ) ( ) g O g Mg     ⋅ 600 g (Mg) = 396 g de oxigênio. Não há excesso de nenhum dos reagentes. Massa de óxido = = m(O2) + m(Mg) = 396 g + 600 g = 996 g. 5. a) Aplicando a Lei de Proust: 85 29 4 14 65 , , g Y g g = Y = 42,36 g b) Aplicando a Lei de Lavoisier: 85 g + 29,4 g = X + 42,5 g X = 71,9 g Aplicando a Lei de Proust: 29 4 14 65 71 9 42 5, , , ,g g g Z g T = = T = 21,18 g c) Os dados conforme a letra b estão de acordo com a Lei da Conservação das Massas – Lei de Lavoisier e a Lei das Proporções Defi nidas – Lei de Proust. d) Razão entre A e B = = 85 29 4 2 89 , , g g . 6. Fe + O2 ( Fe2O3 1o passo – ajustar o gás oxigênio (O2). Fe + 3O2 ( 2Fe2O3 2o Passo – ajustar o ferro. 4Fe + 3O2 ( 2Fe2O3 7. 1) Correto – 4,80 g de A é o dobro do 1º experi- mento, ou seja, necessitará o dobro de b. 2) Errado – Em uma reação química não há exce- ção à Lei de Lavoisier, como as reações descri- tas envolvem gases, para comprovar a Lei de Lavoisier o sistema deveria ser fechado. 3) Correto – 25,6 g de B é a metade de B na 2ª ex- periência, portanto a massa de A será também a metade (Lei de Proust), ou seja, 8,0 g. 4) Errado – Para produzir 3,6 g de D (metade da 2ª experiência) serão necessários 8 g (metade de A) da substância A. 5) Errado – A razão mC/mB é constante e vale 1,17. 8. 1) Errado – Em uma equação balanceada, a quan- tidade de átomos dos reagentes é igual à quan- tidade de átomos dos produtos. 2) Correto – em uma reação química há apenas rearranjo de átomos. 3) Errado – Os químicos utilizam uma relação com a massa utilizada, quantidade de matéria e mol para determinar a quantidade que reage. 4) Correto – A relação seria 1 C para 2 H e 1 O. 5) Errado – A equação química não está balance- ada, o correto seria: 2Na3PO4 + 3Mg(OH)2 ( Mg3(PO4)2 + 6 NaOH 9. a) Errado – I e II são o mesmo óxido (mesma rela- ção); III é um óxido com maior teor de oxigênio. b) Correto – I e II são o mesmo óxido (mesma relação). c) Errado – II e III são óxidos diferentes, pois as relações entre o enxofre e o oxigênio são dife- rentes. d) Errado – I e III são óxidos diferentes, pois as relações entre o enxofre e o oxigênio são dife- rentes. MANUAL DO PROFESSOR 95 e) Errado – I e II são o mesmo óxido (mesma relação); III é um óxido com maior teor de oxi- gênio. Alternativa correta: b. 10. a) Cr + O2 ( Cr2O3. 1o Passo: Ajustar o oxigênio Cr + 3O2 > 2Cr2O3. 2o Passo: Ajustar o cromo 4Cr + 3O2 ( 2Cr2O3. b) HCl + O2 ( H2O + Cl2. 1o Passo: Ajustar o oxigênio HCl + 1O2 ( 2H2O + Cl2 2o Passo: Ajustar o hidrogênio 4HCl + 1O2 ( 2H2O + Cl2. 3o passo: Ajustar o cloro 4HCl + 1O2 ( 2H2O + 2Cl2. c) H3PO4 ( H4P2O7 + H2O. 1o Passo: Ajustar o fósforo 2H3PO4 ( 1H4P2O7 + H2O. 2o Passo: Ajustar o hidrogênio 2H3PO4 ( 1H4P2O7 + 1H2O. d) MnO2 + HCl ( MnCl2 + H2O + Cl2. 1o Passo: Ajustar o oxigênio 1MnO2 + HCl ( MnCl2 + 2H2O + Cl2. 2º Passo: Ajustar o manganês 1MnO2 + HCl ( 1MnCl2 + 2H2O + Cl2. 3º passo: Ajustar o hidrogênio 1MnO2 + 4HCl ( 1MnCl2 + 2H2O + Cl2. 4º passo: Ajustar o cloro 1MnO2 + 4HCl ( 1MnCl2 + 2H2O + 1Cl2. e) Ca(OH)2 + HNO3 ( Ca(NO3)2 + H2O. 1º Passo: Ajustar o cálcio 1 Ca(OH)2 + HNO3 ( 1Ca(NO3)2 + H2O. 2º Passo: Ajustar o nitrogênio 1 Ca(OH)2 + 2HNO3 ( 1Ca(NO3)2 + H2O. 3º passo: Ajustar o hidrogênio 1Ca(OH)2 + 2HNO3 ( 1Ca(NO3)2 + 2H2O. f) Al2(CO3)3 ( Al2O3 + CO2. 1º Passo: Ajustar o alumínio 1 Al2(CO3)3 ( 1Al2O3 + CO2. 2º Passo: Ajustar o carbono 1Al2(CO3)3 ( 1Al2O3 + 3CO2. 11. A queima de 10 kg de gasolina irá produzir CO2 e H2O, com o consumo de gás oxigênio da atmos- fera, portanto a massa fi nal obtida será maior que 10 kg. Alternativa correta: c. 12. X = 3 + Y = 1 ( W = 2 Alternativa correta: d. 13. 1) Equação não balanceada. O balanceamento correto será 2K(s) + Cl2(g) ( 2KCl(s). 2) Equação balanceada. 3) Equação balanceada. 4) Equação balanceada. 5) Equação não balanceada e reação errada, falta a oxidação do SO2. 2SO2 + O2 + 2H2O ( 2 H2SO4 Alternativa correta: b. 14. a) NO2. b) 1O2 + 2N2 ( 2N2O. 15. A quantidade de massa antes e depois de qual- quer reação é sempre a mesma. Por ter verifi cado que esse fato se repetia invariavelmente na natu- reza, concluiu então que se tratava de uma lei. A Lei de Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier. A pequena variação de massa de 5 g verifi cada foi devido a liberação de CO2, para comprovar a Lei de Lavoisier o sistema tinha que estar fechado. Alternativa correta: d. Exercícios pág. 55 a 57 1. Conhecendo as proporções entre os reagentes e os produtos de uma reação química, podemos sa- ber quanto precisaremos de cada reagente para formar uma determinada quantidade de produto. Esses conhecimentos estequiométricos são aplica- dos em muitas situações cotidianas. A prescrição de muitos medicamentos, por exemplo, é base- ada em doses calculadas a partir de determinada quantidade do agente ativo do medicamento e que são necessárias para reagir com certas subs- tâncias em nosso organismo. 2. Índices indicam o número de átomos de cada ele- mento químico na fórmula dos constituintes. Coe- fi cientes indicam as proporções dos constituintes que participam das reações químicas. MANUAL DO PROFESSOR96 3. Balancear a equação química: 2Al2O3(s) ( 4Al(s) + 3O2(g) n(O2) = 8 mol (Al2O3) ⋅ 3 2 2 2 3 mol O mol Al O( ) = = 12 mol de O2. 4. Balancear a equação química: C12H22O11 + H2O ( 4C2H5OH + 4CO2 n(C2H5OH) = = 5 mol(C12H22O11) ⋅ 4 1 2 5 12 22 11 mol C H OH mol C H O( ) = = 20 mol de C2H5OH 5. a) CH4(g) + 2O2(g) ( CO2(g) + 2H2O(v). b) n(CO2) = 13000 1 164 4 4 g CH mol CH g CH ⋅ ( )       ⋅ ,6 02 10 1 23 2 2 ⋅   moléculas de CO mol CO   = 4,89 ⋅ 1026 moléculas de CO2. 6. Equação global: CaCO3 + SO2 ( CaSO3 + CO2. n(CaCO3) = 12800 1 64 6 022 2 , g mol SO g SO ⋅     ⋅ ⋅ 110 1 23 3constituintes CaCO mol       = 1,204 ⋅ 1026 constituintes de CaCO3. 7. m(C6H12O6) = 100 180 2 2 6 12 6 2 mol CO g C H O mol CO ⋅( ) = 9000 g ou 9 kg de glicose. 8. a) m(Fe) = 550 2 56 2 27 g Al g Fe g Al ⋅ ⋅( ) ⋅( ) = = 1140,74 g de ferro. b) n(Fe2O3) = 4 6 02 102 3 23 2,mol Al O moléculas de Fe O⋅ ⋅ 33 2 31 ( ) mol Al O = = 2,4 ⋅ 1024 moléculas de Fe2O3. c) n(Al) = 510 2 2 56 g Fe mol Al g Fe ⋅( ) ⋅( ) = 9,11 mol de Al. 9. Balancear a equação química: TiCl4(s) + 2Mg(s) ( Ti(s) + 2MgCl2(s) a) m (Ti) = 800 47 9 189 9 4 4 , , g TiCl g Ti g TiCl ⋅( ) ( ) = = 201,8 g de Ti. b) n(Mg) = 191 6 2 47 9 , , g Ti mol Mg g Ti ⋅( ) ( ) = 8 mol de Mg. c) n(Mg) = = 380 2 6 02 10 18 4 23,g TiCl átomos Mg⋅ ⋅ ⋅( ) 99 9 4, g TiCl( ) = = 2,41 ⋅ 1024 átomos de Mg. 10. Montagem e balanceamento da equação química: 2Fe2O3 + 3C ( 4Fe + 3CO2 a) m(Fe2O3) = = 660 10 2 160 3 44 3 2 2 3⋅ ⋅ ⋅( ) ⋅ g CO g Fe O g CO2( ) = = 1600 ⋅ 103 g Fe2O3 ou 1600 kg de Fe2O3. b) m(Fe) = = 2000 4 56 2 160 2 3 2 kg Fe O g Fe g Fe O ⋅ ⋅( ) ⋅ 33( ) = = 1400 kg 160 g Fe2O3. c) m(CO2) = = 1 3 44 4 2mol Fe g CO mol Fe ⋅ ⋅( ) ( ) = 33 g de CO2. 11. Montagem e balanceamento da equação química. C12H22O11 + 12O2 ( 12CO2 + 11H2O a) V(CO2) = = 22 12 22 7 342 12 22 11 2,g C H O L CO g C ⋅ ⋅( ) ⋅ 112 22 11H O( ) = = 15,93 L de CO2. b) n(H2O) = = 500 11 342 12 22 11 2 12 2 g C H O mol H O g C H ⋅( ) ⋅ 22 11O( ) = = 16,08 mol de H2O. c) n(O2) = = 5 12 6 02 1012 22 11 23,mol C H O molécula⋅ ⋅ ⋅ ss O mol C H O 2 12 22 111 ( ) ⋅( ) = = 3,612 ⋅ 1025 moléculas de O2. == == = = MANUAL DO PROFESSOR 97 12. a) n[CH3[CH2]10COONa] = 30 580 1 1 3 2/dias kg dia mol CH CH⋅( ) ⋅  110 0 222 COONa kg  { } , = = 78378,378 mol de [CH3[CH2]10COONa] b) m[CH3[CH2]10COOH] = ,580 0 2003 2 10kg CH CH COONa kg CH   ⋅ 33 2 10 0 222 CH COOH kg   { } , = = 522,53 kg de [CH3[CH2]10COOH]. c) m(NaOH) = = 30 580 1 0 040, dias kg dia kg NaO ⋅     ⋅ HH kg0 222,     = = 3135,135 kg de NaOH. 13. a) 2C2H5OH + O2 ( 2CH3COOH. b) m(CH3COOH) = = 500 2 60 2 2 5 3g C H OH g CH COOH( ) ⋅ ⋅ ( )  ⋅ 446 2 5g C H OH( )  = = 652,17 g de (CH3COOH). 14. Equação química balanceada: 2C4H10(g) + 13O2(g) ( 8CO2(g) + 10H2O(l). 1) Errado – Ao dobrar as massas dos gases butano e oxigênio, os produtos também irão dobrar. 2) Correto – De acordo com o coefi cientes este- quiométrico a relação é de 2 mol de butano para 13 mol de gás oxigênio. 3) Correto – Conforme os cálculos abaixo: m(H2O) = = 58 10 18 2 58 4 10 2g C H g H O g ( ) ⋅ ⋅ ( )  ⋅ CC H4 10( )  = = 90 g de (H2O). 4) Errado – Conforme os cálculos abaixo: 116 de butano produz 181,68 litros de CO2. V(CO2) = = 116 8 22 71 2 58 4 10 2,g C H L CO( ) ⋅ ⋅ ( )  ⋅ g C H4 10( )  = = 181,68 de CO2. 5) Errado – Conforme os cálculos abaixo: 232,0 de butano consome 590,46 litros de O2. V(O2) = 232 13 22 71 2 58 4 10 2,g C H L O( ) ⋅ ⋅ ( )  ⋅ g C H4 10( )  = = 590,46 L de O2. 15. a) A quantidade de areia, (SiO2), Barrilha, (Na2–CO3) e Calcário, (CaCO3) que parti- cipa na fabricação do vidro varia de fabri- cante para fabricante. Considerando que a economia de matéria-prima seja de 1,2 to- neladas e que cada participante participe com 1 3 em massa, é apenas uma hipótese, pois na realidade a matéria-prima funda- mental é a areia. Considerando para cada matéria-prima a massa de 400 kg, temos: n(SiO2) = 400 ⋅ 10 3 g (SiO2) ⋅ 1 60 1, mol g (SiO2) = 6,66 ⋅ 10 3 mol de SiO2. n(Na2CO3) = 400 ⋅ 10 3 g (Na2CO3) ⋅ 1 106 mol g (Na2CO3) = 3,77 ⋅ 10 3 mol de Na2CO3. n(CaCO3) = 400 ⋅ 10 3 g (Na2CO3) ⋅ 1 100 mol g (CaCO3) = 4,00 ⋅ 10 3 mol de CaCO3. b) Considerando apenas o uso da barrilha, pois o calcário também libera dióxido de carbono. V(CO2) = = 10 22 7 106 6 2 3 2 2 ,g Na CO L CO g Na C ( ) ⋅ ( )  OO3( ) = = 2,14 ⋅ 105 Litros de CO2. c) As latas são mais leves e de fácil transporte, as garrafas são mais pesadas e podem quebrar durante o transporte. d) O custo da obtenção do alumínio é através da eletrólise, o custo da energia é que encarece a obtenção do metal. 16. n(H2O) = = 138 3 46 2 6 2 2 6 g C H O mol H O g C H O ( ) ⋅ ( )  ( )  = 9 mol de H2O. Alternativa correta: d. 17. Método I – Para produzir 1 mol de nitrato de cobre II é liberado 1 mol de poluente. Método II – Para produzir 2 mol de nitrato de co- bre não há liberação de poluente atmosférico. = = MANUAL DO PROFESSOR98 Método III – Para produzir 3 mol de nitrato de co- bre II é liberado 2 mol de poluente. Alternativa correta: e. 18. N/m3 = 1 Pa = 7,502 ⋅ 10–3 mmHg. V(H2) = 8,2 ⋅ 10 –3 m3. T(K) = 27 ºC + 273 = 300 K. P(Pa) = 1520 mmHg ⋅ 1 7 502 10 3, Pa mmHg⋅ − = = 202,61263 ⋅ 103 Pa. n(H2) = = 202 61263 10 8 2 10 8 31447 3 3 3, , , ⋅ ⋅ ⋅( )−Pa m 22 3003 1 1m Pa K mol K⋅ ⋅ ⋅ ⋅( )− − = = 0,6661 mol. m(H2) = 0 6661 2 1 , mol g mol ⋅( ) = 1,33 g de H2. Alternativa correta: e. 19. N/m3 = 1 Pa = 7,502 ⋅ 10–3 mmHg. n(Cl2) = 35,5 g ⋅ 1 71 mol g = 0,5 mol. T(K) = 127 ºC + 273 = 400 K P(Pa) = 760 mmHg ⋅ 1 7 502 10 3, Pa mmHg⋅ − = 101,30631 ⋅ 103 Pa V(Cl2) = = 0 5 8 314472 3 1 1, ,mol m Pa K mol⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅− − 4400 101 30631 103, K Pa ( ) ⋅( ) = = 16,41 ⋅ 10–3 m3 ou 16,41 litros. Ou volume molar a 127 ºC ou 400 K e 1 atm de pressão = 32,8 litros. O,5 mol de gás cloro na pressão e temperatura considerada = 16,4 litros. Alternativa correta: c. 20. Utilizando a equação geral dos gases P V T P V T o o o f f f ⋅ = ⋅ Po = 300 mmHg Pf = 400 mmHg Vo = 10 L Vf = ? To = 300 K Tf = 320 K. 300 10 300 400 320 mmHg L K mmHg Vf⋅( ) = ⋅( ) K Vf = 8 litros. Alternativa correta: b. 21. Equação química balanceada: 2C2H6 + 7O2 ( 4CO2 + 6H2O Volume molar a 25º C ou 298 K e 0,75 atm de pressão = 32,58 litros/mol. M(C2H6) = 30 g/mol. V(CO2) = 30 4 32 58 2 30 2 6 2 6 ,g C H L g C H ( ) ⋅ ⋅  ⋅ ( ))  = = 65,16 litros de CO2. 22. Equação química balanceada: 2NaHCO3 ( Na2CO3 + CO2 + H2O V(CO2) = 16 8 22 7 2 84 3 2, ,g NaHCO L CO g Na ⋅ ( )  ⋅ HHCO3( )  = = 2,27 L de CO2 Alternativa correta: b. 23. a) Carbono-12 e carbono-13 representam o isóto- po do carbono 12 e 13, respectivamente. b) MA = MA = ⋅ + ⋅ = 12 000 98 90 13 003 110 100 12 01 , , % , , % % , u = = 12,01 u. 24. Massa de 23 átomos de oxigênio = 23 ⋅ 16 = 368 u. Massa de 16 átomos de sódio = 16 ⋅ 23 = 368 u. A afi rmação é verdadeira, conforme os cálculos acima. 25. M(NaCl) = 23 + 35,5 = 58,5 g/mol. M(KCl) = 39,1 + 35,5 = 74,6 g/mol. 26. M(C6H12O6) = 12 ⋅ 6 g/mol + 1 ⋅ 12 g/mol + 6 ⋅ 16 g/mol = = 180 g/mol. 27. M(C3H8) = 12 ⋅ 3 g/mol + 1 ⋅ 8 g/mol = 44 g/mol. M(C4H10) = 12 ⋅ 4 g/mol + 1 ⋅ 10 g/mol = 58 g/ mol. 28. M(V2) = 51 ⋅ 2 = 102, subtraindo-se da massa to- tal do composto: 182 – 102 = 80 (massa de Oy); dividindo-se a massa de Oy pela massa molar do oxigênio: 80 16 5= . Alternativa correta: d. Exercícios pág. 59 a 61 1. Geralmente, nos laboratórios e nas indústrias, as quantidades de produtos obtidas são diferentes MANUAL DO PROFESSOR 99 dos valores previstos por meio do cálculo este- quiométrico. Isso se dá devido às impurezas dos reagentes, à reversibilidade das reações e às rea- ções paralelas. 2. Cálculo do RT (rendimento teórico ou 100%) Cálculo das massas molares: M[Ca5F(PO4)3] = 504 g/mol. M(NaF) = 42 g/mol. m[Ca5F(PO4)3] = = 84 504 42 5 4 3 g NaF g Ca F PO g NaF ( ) ⋅ ( ) { } (( ) = = 1008 g de [Ca5F(PO4)3] Cálculo do rendimento real (RR) RR = 252 1008 100 25% % g g     ⋅ = . 3. Cálculo do rendimento teórico ou 100%. m(produto fi nal) = = 54 164 1 g gluminol produto final( ) ⋅ ( )  777 g luminol( ) = = 50,03 g de produto fi nal. Cálculo da massa com o rendimento de 70%: 70% = massa real do produto final 50,03 g     ⋅ 100% = = 35,02 g de produto fi nal. Alternativa correta: d. 4. Equação química balanceada: C6H12O6(s) ( 2C2H5OH(aq) + 2CO2(g). a) Cálculo da massa de glicose para um rendimen- to 96%. m(C6H12O6) = = 700 180 2 2 5 6 12 6g C H OH g C H O( ) ⋅ ( )  ⋅ ⋅ 46 g (C2H5OH) = 1369,57 g de glicose. Cálculo da massa de glicose para 100%. m(C6H12O6) = 1369,57 g ⋅ 100 96 % % = 1426,63 g de C6H12O6. b) 1 dose = 20 g de álcool 3 doses = 60 g de álcool em 5 litros de sangue, portanto a concentração será de 12 g/L, muito acima do permitido pela lei brasileira, ou seja, a pessoa estará impedida de dirigir. 5. Equação química balanceada: 3NaHCO3 + COH[CH2]2(COOH3) ( ( COH[CH2]2(COONa)3 + 3H2O + 3CO2 a) Cálculo do rendimento teórico ou 100%. M{COH[CH2]2(COONa)3} = 258 g/mol. M(NaHCO3) = 84 g/mol. {COH[CH2]2(COONa)3} = 5000 g (NaHCO3) = = 258 3 2 2 3 g COH CH COONa  ( ){ } ⋅ 84 g (NaHCO3) = = 5119,05 g de COH[CH2]2(COONa)3 Cálculo do rendimento real: RR = 2559 5 5119 05 , , g ⋅ 100% = 50%. b) O bicarbonato de sódio é uma sal ácido que em solução aquosa possui caráter básico, e o ácido cítrico é uma ácido fraco que ao reagir com o bicarbonato de sódio irá produzir um sal com caráter básico. c) V(CO2) = = 4 10 3 22 713 3 2,⋅ ( ) ⋅ ⋅ ( ) − g NaHCO L CO 33 ⋅ ⋅ 84 g(NaHCO3) = 1,08 ⋅ 10 –3L de CO2. 6. Cálculo da massa molar do CaCO3 = 100 g/mol. V(CO2) = 50 22 71 100 2 2 3 ,g CaCO L CO g CaCO ( ) ⋅ ( )  (( ) = = 11,35 L de CO2. 7. Cálculo das massas molares: M(Cu) = 63,5 g/mol. M(Cu2S) = 159,1 g/mol. Cálculo do rendimento teórico ou 100%. m(Cu) = 100 6 63 5 159 1 2 , , g Cu S g Cu g C ( ) ⋅ ⋅ ( )  uu S2( ) = = 239,47 g de Cu. Cálculo da massa real para um rendimento de 60%. m(real) = 239,47 g (Cu) ⋅ 60 100 % % = 143,68 g de Cu. 8. Cálculo da massa pura da fl uorita: m(CaF2) = 500 g (CaF2) ⋅ 78 100 % % = 390 g de (CaF2). Cálculo das massas molares: M(CaF2) = 78,0 g/mol. M(HF) = 20,0 g/mol. MANUAL DO PROFESSOR100 m(HF) = 390 2 20 0 78 2 2 ,g CaF g HF g CaF ( ) ⋅ ⋅ ( )  (( ) = = 200 g de HF. Alternativa correta: d. 9. Cálculo da massa de etanol = = = ⋅ =100 800 1 80000L g L g de etanol . Cálculo das massas molares: M(C12H22O11) = 342 g/mol. M(C2H5OH) = 46 g/mol m(C12H22O11) = = 8 10 342 4 4 2 5 12 22 11⋅ ( ) ⋅ ( ) g C H OH g C H O ⋅ · 46 g (C2H5OH) = 14,8697 ⋅ 10 4 g (C12H22O11) ou 148,697 kg de sacarose. 10. Balanceamento da equação química; CaCl2(aq) + 2AgNO3(aq) ( 2AgCl(s) + Ca(NO3)2(aq). Cálculo das massas molares: M(AgCl) = 143,4 g/mol. M(CaCl2) = 111 g/mol. Cálculo do rendimento teórico ou 100%. m(AgCl) = 22 2 2 143 4 111 2, ,g CaCl g AgCl( ) ⋅ ⋅ ( )  gg CaCl2( ) = = 57,36 g de AgCl. Cálculo da massa real para um rendimento de 90%. m(real) = 57,36 g (AgCl) ⋅ 90 100 % % = 51,62 g de AgCl. 11. Equação química: CaCO3 ( CaO + CO2. Cálculo da massa pura de CaCO3: m(CaCO3) = 50 g (CaCO3) ⋅ 60 100 % % = = 30 g de (CaCO3). Cálculo da massa molar do CACO3 = 100 g/mol. Cálculo da massa molar do CACO3 = 100 g/mol. Cálculo do rendimento teórico ou 100%. n(CO2) = 30 1 100 3 2 3 g CaCO mol CO g CaCO ( ) ⋅ ( )  ( ) = = 0,3 mol de CO2. Cálculo da quantidade de matéria para um rendi- mento de 70%. n(CO2) = 0,3 mol (CO2) ⋅ 70 100 % % = 0,21 mol de CO2. Anotações MANUAL DO PROFESSOR 101 Unidade 2 Capítulo 3 Debata e entenda pág. 70 1. A industrialização, o aumento populacional, o au- mento na produção de alimentos, a migração para os grandes centros contribuíram para o crescimen- to dessa demanda, além de alterações no ecossis- tema e poluição dos mananciais. 2. Vantagens: • É uma energia relativamente limpa, já que não envolve nenhum processo de queima de com- bustível para ser gerada, porém inundações em áreas que tenham biomassas produzem, na de- composição dióxido de carbono e gás metano, os principais causadores do efeito estufa. • É útil em países com grande vazão hidrográfi ca (rios, bacias) e acidentes geográfi cos (quedas d’água, por exemplo). Desvantagens: • Inundação de extensas áreas de biomas (fl ores- tas etc.). • Desapropriação de pessoas, de municípios e/ou regiões. • Contribui para o efeito estufa com a inundação de fl orestas (árvores submersas geram gases responsáveis pelo efeito estufa.) 3. Produção de alimentos, ou seja, na irrigação. Para diminuir o consumo de água devem ser utilizadas novas tecnologias. 4. Em países altamente industrializados, o consumo do setor industrial chega a ser superior a 80% do total da água consumida, enquanto a quantidade de água gasta no uso doméstico e municipal não passa de 10%. 5. Desenvolvimento industrial e desenvolvimento agroindustrial (agricultura para produção em larga escala). 6. As águas das chuvas foram “lavando” a terra, carre- gando sais solúveis que se acumularam nos mares e oceanos, tornando-os ricos em sais minerais. 7. A água doce possui salinidade igual ou inferior a 0,50 g/L, o que torna o seu consumo adequado para os seres humanos. 8. Apesar de termos a impressão de que a água está “acabando”, a quantidade de água na Terra é prati- camente invariável há 500 milhões de anos. O que muda é a sua distribuição, pois a água não per- manece imóvel. Ela se recicla através de um movi- mento da água, mudando de estado de agregação e de lugar constantemente, denominado ciclo hi- drológico ou ciclo da água, o que é essencial para a vida no planeta, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, ne- blina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo e aos poucos correm de novo para o mar, mantendo o equilíbrio no sistema hidroló- gico do planeta. 9. Na Terra há cerca de 1360000000 km³ de água, que se distribuem da seguinte forma: • 1326000000 km3 (97,5%) são água do mar. • 34 000000 km3 (2,5%) são água doce. • 26910000 km3 (1,979%) como gelo. • 6990000 km3 (0,514%) como água subterrâ- nea. • 816000 km³ (0,006%) em lagos e rios. • 13600 km³ (0,001%) como vapor de água. Portanto, a água que pode ser utilizada por baixo custo são as águas subterrâneas, dos lagos e rios, ou seja, de que 1% do total da água existente é considerada doce para uso humano. 10. Da água salgada pode-se obter água potável por um processo caro, chamado dessalinização da água do mar. A tecnologia utilizada nos dias atuais é a pressão osmótica reversa. Exercícios pág. 77 e 78 1. Uma mistura é constituída por duas ou mais substâncias, sejam elas simples, sejam elas com- postas. Podemos identifi car os diferentes compo- nentes por suas propriedades físicas e químicas das substâncias que a compõem. 2. O efeito Tyndall consiste na dispersão da luz pelas partículas colodais. Num coloide, o tama- nho das partículas da substância ou do material que está disperso possui dimensões entre 1 a 1000 nm. MANUAL DO PROFESSOR102 3. À medida que o Sol vai se pondo, seus raios têm que atravessar um pedaço maior da atmosfera, co- lidindo com mais obstáculos. As partículas sólidas dispersas no ar e provocam nas ondas de menor frequência ou de maior comprimento de onda, como a luz vermelha e laranja, um desvio, refra- ção, avermelhando o horizonte. A luz vermelha é a última onda que consegue atravessar a atmosfera e nos atingir, por isso o pôr do sol no horizonte fi ca avermelhado. O fato em comum é o obstáculo à passagem da luz. 4. O tamanho das partículas da substância ou do ma- terial que está disperso. Solução – partículas dispersas menor que 1 nm. Coloide – partículas dispersas entre 1 e 1000 nm. Agregado – partículas dispersas acima de 1000 nm. 5. Homogêneo – loção pós-barba, perfumes em ge- ral. Heterogêneo: xampus (surfactantes e aditivos), cremes de beleza (água, óleos e aditivos), creme dental etc. 6. a) Coloide – mistura heterogênea entre sólido e mistura gasosa. b) Agregado – mistura heterogênea entre sólido e mistura gasosa. c) Agregado – mistura heterogênea entre sólido e líquido. d) Agregado – mistura heterogênea entre sólido e líquido. e) Coloide – mistura heterogênea entre sólido e líquido. 7. A substância que está dispersa é chamada de so- luto. A que dispersa, ou seja, que dissolve a outra, é chamada de solvente. 8. 1) Correto – O gel é um tipo de coloide em que o meio de dispersão é sólido e a fase dispersa é um líquido. 2) Errado – O coloide é constituído por partículas muito pequenas para serem vistas a olho nu. 3) Errado – O gel é um tipo de coloide em que o meio de dispersão é sólido e a fase dispersa é um líquido. 4) Correto – As partículas coloidais possuem ta- manho entre 1 e 1000 nanômetros e são gran- des o bastante para dispersarem a luz que é o efeito Tyndall. 9. São considerados coloides. Gelatina = sólido × líquido. Maionese = líquido × líquido. 10. a) Creme chantilly (ar e creme de leite) – gás × líquido. Sorvetes (gordura, aromatizantes e água) – lí- quido × líquido podendo ser considerado uma pequena quantidade de ar (gordura cremosa pela presença do ar). b) Pela presença do ar no interior do sorvete e do creme, o volume será maior e a sua densida- de menor, sendo vantajoso aos comerciantes a sua venda por volume em vez da massa. 11. a) maionese (azeite, vinagre, gema de ovo) – lí- quido × líquido. b) As gemas de ovos agem como agentes emulsi- fi cantes. 12. 1) Correto – O tamanho das partículas da subs- tância ou do material que está disperso. Solução – Partículas dispersas menores que 1 nm. Coloide – Partículas dispersas entre 1 e 1000 nm. Agregado – Partículas dispersas acima de 1000 nm. 2) Errado – Tanto o disperso como o dispersante são líquidos. 3) Correto – O coloide é constituído por partículas muito pequenas para serem vistas a olho nu, mas grandes o bastante para dispersarem a luz, que é denominado efeito Tyndall. 4) Correto – Os materiais heterogêneos serão classifi cados como coloide ou agregado depen- dendo do tamanho das partículas dispersas. 5) Errado – As emulsões são constituídas de líqui- dos imiscíveis. 13. Dispersão A – mistura homogênea ou solução. Dispersão B – mistura heterogênea em estado co- loidal. Dispersão C – mistura heterogênea em estado de agregado ou suspensão. Alternativa correta: e. 14. O coloide é constituído por partículas muito pe- quenas para serem vistas a olho nu, mas grandes o bastante para dispersarem a luz, que é denomi- nado efeito Tyndall. Alternativa correta: c. MANUAL DO PROFESSOR 103 15. XCl = 74,5; X = 74,5 – 35,5 = 39; XF = 39 + 19 = 58,0. Alternativa correta: d. Exercícios pág. 87 a 89 1. a) A duração do cheiro está associada ao teor de essência, portanto o de maior teor terá maior duração: Deocolônia – meia hora. Água-de-colônia – 1 hora e meia. Água de toalete – 4 horas. Loção perfumada – 6 a 8 horas. Perfume – 8 horas a dois dias. b) V g mL g mL de eessência( ) , , ,= ⋅ =0 6 1 0 9 0 667 sssência C mL L mL L perfu . , , , / –= = 0 667 0 8 0 833 mme diluído C g L g L . , , , /= = 0 6 0 8 0 75 2. a) C g L g Lcafeína( ) , , / .= ⋅ = −80 10 0 25 0 32 3 C g L g L C (taurina) (glucoronolac = = 1 0 25 4 0 , , / . ttona) (inosito = ⋅ = −60 10 0 25 0 24 3 , , / . g L g L C ll) = ⋅ = −50 10 0 25 0 20 3 , , / . g L g L b) Não, pois as bebidas energéticas são ricas em carboidratos (sacarose e glicose) enquanto uma bebida isotônica repõe íons (sais) e tem a mesma pressão osmótica. c) Bebidas energéticas devem ser evitadas por pessoas diabéticas por conter grande quanti- dade de carboidratos (açúcares). 3. a) m(aspartame) 1 3 8 100 , % % g ⋅ = 0,038 g ou 38 mg. m(lactose alfamonoidratada) 1 95 7 100 , % % g ⋅ = = 0,957 g ou 957 mg. m(dióxido de silício coloidal) 1 0 5 100 , % % g ⋅ = = 0,005 g ou 5 mg. b) Adoçantes ou edulcorantes são substâncias de baixo ou de valor energético praticamente nulo (o famoso zero calorias) que proporcionam a um alimento um sabor adocicado. Os mais uti- lizados são: a sacarina, o ciclamato de sódio, a aspartame etc. Um diluente tem por fi nalidade diluir uma mis- tura muito viscosa, ou seja, é um agente de di- luição de concentração. Antiumectante tem por finalidade retirar a umidade de determinado local. Por exemplo, em um frasco de medicamento que teme a umidade, um antiumectante é armazenado junto para a retirada da umidade. O principal antiumectante em uso nos dias atuais são a sílica-gel, que encontramos nas embalagens de alimentos e embalagens de produtos ele- trônicos. 4. V(álcool) = = 65 100 mL álcool mL álcool gel ( ) ( )       ⋅ 1000 mL(álcool gel) = = 650 mL(álcool). O álcool gel é um coloide. 5. 0,8 ppm = 0,8 mg por 1000000 mg, considerando que a água possua uma densidade de 1 kg/L, ou seja, 1000000 mg = 1 L. 0,8 ppm = 0,8 mg/L. M(NaF) = 2 21 10 1 42 1 3, ⋅ ⋅( ) ⋅( ) − g mol g L = = 0,052619 ⋅ 10–3 mol/L M(F–) = 0,052619 ⋅ 10–3 mol/L C(F–) = 0 052619 10 1 3, ⋅ ⋅( ) ⋅( ) − mol g mol L = 0,9999 mg/L ou 0,9999 ppm. Portanto, a água mineral possui a quantidade re- comendada de fl úor. 6. a) Cálculo da massa molar do NaCl = 58,5 g/mol. m(NaCl) = = 2 0 50 1 58 5 ( ) , , L solução mol L g ⋅     ⋅ NNaCl mol ( )     1 = = 23,4 g(NaCl). b) Cálculo da massa molar do CaCl2 = 111 g/mol. m(CaCl2) = = 0 5 0 50 1 111 , ( ) , L solução mol L g ⋅     ⋅ CaCl mol 2 1 ( )      = = 27,75 g(CaCl2). MANUAL DO PROFESSOR104 c) Cálculo da massa molar do C6H12O6 = 180 g/ mol. m(C6H12O6) = = 0 25 0 315 1 180 , ( ) , L solução mol L ⋅     ⋅ g C H O mol 6 12 6 1 ( )      = = 14,175 g (C6H1206). 7. Cálculo da massa molar do NaCl = 58,5 g/mol. n(NaCl) = , , 2 5 1 58 5 g mol g ⋅ = 0,042735 mol. Cn/v(NaCl) = 0,042735 mol/L Cálculo da massa molar do C12H22011 = 342 g/mol. n(C12H22O11) = 18 1 342 g mol g ⋅ = 0,0526315 mol. Cn/v(CC12H22O11) = 0,0526315 mol/L. 8. Cálculo da massa molar do H2O = 18 g/mol. n(H2O) = 36 1 18 g mol g ⋅ = 2 mol. n(NaCl) = 0,50 mol. n(total) = n(H2O) + n(NaCl) = 2,5 mol. n(NaCl) = n H O n total 2( ) ( ) = 0,2. 9. Cálculo da massa molar do N2 = 28 g/mol. n(N2) = 75 4 1 28 , g mol g ⋅ = 2,693 mol. Cálculo da massa molar do O2 = 32 g/mol. n(N2) = 23 3 1 32 , g mol g ⋅ = 0,728 mol. Cálculo da massa molar do Ar = 39,9 g/mol. n(N2) = 1 3 1 39 9 , , g mol g ⋅ = 0,033 mol. n(total) = n(N2) + n(O2) + n(Ar) = 3,454 mol. n(N2) = n N n total 2( )( ) = 0,78. n(O2) = n O n total 2( )( ) = 0,21. n(Ar) = n Ar n total ( ) ( ) = 0,01. 10. Mi = 5 mol/L Mf = 0,2 mol/L Vi = ? Vf = 500 mL ou 0,5 L Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Vi = 0 2 0 5 5 , / , / mol L L mol L ⋅( ) = 0,02 L ou 20 mL. Ou seja, retira do frasco I uma alíquota de 20 mL e coloca no frasco II (500 mL); completa o frasco II com água destilada até atingir o volume desejado de 500 mL. Alternativa correta: b. 11. Cálculo da massa molar do NaI = 150 g/mol. n(NaI) = 30 1 150 g mol g ⋅ = 0,2 mol. Cálculo da massa molar do NaOH = 40 g/mol. n(NaOH) = 48 1 40 g mol g ⋅ = 1,2 mol. Cálculo da massa molar do H2O = 18 g/mol. n(H2O) = 702 1 18 g mol g ⋅ = 39 mol. n(total) = n(H2O) + n(NaOH) + n(NaI) = 40,4 mol. n(NaI) = n Nal n total ( ) ( ) = 0,005. n(NaOH) = n NaOH n total ( ) ( ) = 0,03. Alternativa correta: b. 12. m(analgésico) = 80 3 1 ( )kg mg kg ⋅ analgésico = 240 mg, acima da dosagem máxima de 200 mg. Portanto, a dosagem a ser administrada será de 200 mg. No de gotas = 200 1 5( ) mg gota mganalgésico ⋅ = = 40 gotas de medicamento. 13. m(Ca) = 200 g(iogurte) ⋅ 145 100 ( ) mg Ca g iogurte ( ) = 290 mg(Ca). m(Ca) = = 250 100 1000( ) ( ) ( mL g mLleite leite em pó l ⋅ eeite leite em p mg Ca g) (       ⋅ ( )100 100 óó)       = = 25 mg(Ca). m(Ca que falta) = 1000 mg – 315 mg = 685 mg. m(leite integral) = 648 100 120 ( )mg Ca g mg Ca ( ) ⋅ ( leite integral )) = = 570,83 g(leite em pó). MANUAL DO PROFESSOR 105 14. I – 1 100 mL mL = R$ 0,50 (dividindo tudo por 5). II – 2 100 mL mL = R$ 0,80 (dividindo tudo por 5) ou R$ 0,40 para 1mL/100 mL. III – 1 200 mL mL = R$ 1,00 (dividindo tudo por 5) ou R$ 2,00 para 1mL/100 mL. IV – 1 100 mL mL = R$ 0,90 (dividindo tudo por 10). Alternativa correta: b. 15. m(ácido fosfórico) = 60 5 1 ( )kg mg kg ⋅ ácido fosfórico = 300 mg(ácido fosfórico) ou 0,3 g. V(refrigerante) = 0 3 1 0 , ( ) ( )g L ácido fosfórico refrigerante ⋅ ,, ( )6 g ácido fosfórico = = 0,5 L de refrigerante. 16. a) n(NH3) = n(HCl) = = 31 20 10 1 1 3, ⋅ ⋅− L mol L = 31,20 ⋅ 10–3 mol. Cn/v = 31 20 10 5 10 3 3 , ⋅ ⋅ − − mol L = 6,24 mol/L. m(NH3) = 31 20 10 17 3 3, ⋅ ⋅ ( ) − mol g NH mol = = 530,4 ⋅ 10–3 g (NH3). m(total) = 1000 g. b) τm/m = = 530 4 10 1000 3 3, ( ) ⋅ ( )      − g NH g total ⋅ 100% = 0,053%. 17. a) m(sacarina) = 40 4 575 1 , ( )gotas mg gota sacarina⋅   = 183 mg(sacarina). n(sacarina) = = 183 ⋅ 10–3 g(sacarina) ⋅ 1 183 mol g     = 10–3 mol(sacarina). Cn/v = 10 0 2 3− , mol L = 5 ⋅ 10–3 mol/L. b) Cm/v = 4 575 10 0 2 3, , ⋅ − g L = 2,2875 ⋅ 10–2 g/L. Ci = 2,2875 ⋅ 10 –2 g/L Cf = 7,625 ⋅ 10 –3 g/L Vi = 200 mL ou 0,20 L Vf = ? Ci ⋅ Vi = C ⋅ Vf Vf = 2 2875 10 0 20 7 625 10 2 3 , / , , / ⋅ ⋅( ) ⋅ − − g L L g LL = 0,6 L V(leite ou café) = Vf – Vi = 0,6 – 0,2 = 0,4 L ou 400 mL. 18. n(Vitamina C) = 80 ⋅ 10–3 g (vitamina C) ⋅ 1 176 mol g     = = 0,455 ⋅ 10–3 mol (vitamina C). Cn/v = 0 455 10 0 2 3, , ⋅ − mol L = 2,27 ⋅ 10–3 mol/L. Alternativa correta: c. 19. Cálculo da concentração de glicose no sangue ao consumir 100 g de glicose. Cm/v = 100 1 1 80                   ( ) ( ) g g L g glicose sangue glic ⋅ ⋅ oose  = 1,25 g/L Cm/v = Ci + Cf = 1,40 g/L + 1,25 g/L = 2,65 g/L. Cálculo da massa molar da glicose = 180 g/mol. Cn/v = (2,65 g/L) ⋅ 1 180 mol g     = 0,015 mol/L ou 1,5 ⋅ 10–2 mol/L. Alternativa correta: d. 20. Soro fi siológico = 9 g(NaCl)/L Cn/v = (9 g/L) ⋅ 1 58 5, mol g     = 0,15 mol/L ou 1,5 ⋅ 10–1 mol/L. Vinagre = 50 g(C2H4O2)/L. Cn/v = (50 g/L) ⋅ 1 60 0, mol g     = 0,83 mol/L ou 8,3 ⋅ 10–1 mol/L. Água sanitária = 20 g(NaClO)/L Cn/v = (20 g/L) ⋅ 1 74 5, mol g     = 0,27 mol/L ou 2,7 ⋅ 10–1 mol/L. Água oxigenada = 30 g(H2O2)/L Cn/v = (30 g/L) ⋅ 1 34 0, mol g     = 0,88 mol/L ou 8,8 ⋅ 10–1 mol/L. Alternativa correta: d. MANUAL DO PROFESSOR106 21. Cálculo da área do trapézio: A = h ⋅ B b+( )     2 = 40 m ⋅ 90 60 2 m m+( )      = = 3000 m2. n(NH4NO3) = 3000 m2 ⋅ 0,5 mol/m2 = 1500 mol. Cálculo da massa molar do nitrato de amônio = = 80 g/mol. m(NH4NO3) = 1500 mol ⋅ 80 g/mol = 120000 g ou 120 kg. Alternativa correta: a. 22. Cálculo da massa de açúcar = 331,2 g – 316,2 g = = 15 g Cm/v = 15 0 3, g L = 50 g/L Alternativa correta: e. 23. Mi = 16 mol/L Vi = ? Mf = 0,4 mol/L Vf = 1,2 L Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Vi = 0 4 1 2 16 , / , / mol L L mol L ⋅( ) = 0,03 L de solução. V(H2O) = Vf – Vi = 1,2 L – 0,03 L = 1,17 L de água. Alternativa correta: e. 24. Cn/v = 5 0 5, mol L = 10 mol/L. Cálculo da massa molar do etilenoglicol = 62 g/mol. Cm/v = 10 mol/L ⋅ 62 g/mol = 620 g/L. Alternativa correta: e. Exercícios pág. 94 1. a) Não poderia dissolver em 1 litro de água; o correto seria 50 g de NaOH dissolvidos em água destilada até completar o volume de um litro. b) O volume fi nal em princípio seria maior que 1 litro, considerando que o NaOH teria um volume próprio. Nesse caso a concentração seria menor que 50 g/L, porém o aluno não tem como saber (deveria estar no comando da questão) que há solução onde há concen- tração volumétrica, e é o caso. Os íons intera- gem nas ligações de hidrogênio diminuindo o volume fi nal e a concentração seria maior que 50 g/L. 2. A quantidade de matéria do soluto permanece constante, pois apenas foi acrescentado solvente, sendo a solução fi nal de menor concentração. 3. Primeira solução: Cm/v = 0 01 0 5 , , mol L = 0,02 mol/L. Segunda solução: Cm/v = 0 1 1 , mol L = 0,1 mol/L. Portanto, a solução mais concentrada é a segunda solução conforme os cálculos acima. 4. Mi = 0,6 mol/L Mf = 0,20 mol/L Vi = 900 mL ou 0,90 L Vf = ? Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Vf = 0 6 0 9 0 20 , / , , / mol L L mol L ⋅( ) = 2,7 L ou 2700 mL V(H2O) = Vf – Vi = 2700 mL – 900 mL = 1800 mL. 5. a) Mi = 12 mol/L Vi = 400 mL ou 0,4 L Mf = ? Vf = 600 mL ou 0,6 L Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Mf = 12 0 4 0 6 / , , mol L L L ⋅( ) = 8,0 mol/L. b) Mi = 0,30 mol/L Vi = 30 mL ou 0,03 L Mf = ? Vf = 530 mL ou 0,53 L Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Mf = 0 3 0 03 0 53 , / , , mol L L L ⋅( ) = 0,017 mol/L. 6. Cálculo da concentração inicial do ácido sulfúrico: Mi = 40 1 98 0 25 2 4 2 4 , g H SO mol g H SO ( ) ⋅  ( ) ⋅ L  = 1,633 mol/L Mi = 1,633 mol/L Vi = 250 mL ou 0,25 L Mf = 0,10 mol/L Vf = ? Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Vf = 1 633 0 25 0 10 , / , , / mol L L mol L ⋅( ) = 4,081 L ou 4081 mL V(H2O) = Vf – Vi = 4081 mL – 250 mL = 3831 mL. MANUAL DO PROFESSOR 107 7. Mi = 16 mol/L Vi = 20 mL ou 0,02 L Mf = ? Vf = 500 mL ou 0,5 L Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Mf = 16 0 02 0 5 / , , mol L L L ⋅( ) = 0,64 mol/L 8. Mi = 10 mol/L Vi = 400 mL ou 0,4 L Mf = 0,5 mol/L Vf = ? Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Vf = 10 0 4 0 5 / , , / mol L L mol L ⋅( ) = 8 L de solução. V(H2O) = Vf – Vi = 8 L – 0,4 L = = 7,6 L de água. 9. τi = 40% τf = 15% mi = 3000 g mf = ? τi ⋅ mi = τf ⋅ mf 40% ⋅ 3000 g = 15% ⋅ mf mf = 8000 g massa da água = mf – mi = 8000 g – 3000 g = = 5000 g. 10. Mi = 0,85 mol/L Vi = 250 mL ou 0,25 L Mf = ? Vf = 430 mL ou 0,43 L Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Mf = 0 85 0 25 0 43 , / , , mol L L L ⋅( ) = 0,494 mol/L 11. O risco de utilizar os produtos químicos muito concentrados, causando danos ao ser humano, ou então muito diluídos não alcançando o esperado pelos produtos químicos utilizados. 12. Vf(suco) = ? Vf(refresco) = 1500 mL V(água) = 9 Vf(suco) Vf(refresco) = Vf(suco) + V(água) = Vf(suco) + 9 Vf(suco) 1500 mL = 10 Vf(suco) Vf(suco) = 150 mL. 13. V(em 7 dias) = 7 6 1 dias mL dia ⋅( ) = 4 = 2 mL de amoxicilina. m(amoxicilina) = 42 80 1 mL mg mL ⋅( ) = 3360 mg = 3,36 g de amoxicilina. 14. Cálculo da massa de H2SO4 = (2,21 g/mL ⋅ 1000 mL) ⋅ 80 100 % % = 1768 g. Cm/v = 1768 g/L. Cm/v = (1768 g/L) ⋅ 1 98 0, mol g     = 18,04 mol/L. Mi = 18,04 mol/L Mf = ? Vi = 1 L Vf = 5 L Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Mf = 18 04 1 5 , /mol L L L ⋅( ) = 3,60 mol/L. Alternativa correta: d. 15. Mi = 0,4 mol/L Mf = 0,04 mol/L Vi = 100 mL ou 0,1 L Vf = ? Mi ⋅ Vi = Mf ⋅ Vf Vf = 0 4 0 1 0 04 , , , / mol L mol L ⋅( ) = 1,0 L de solução. V(H2O) = Vf – Vi = 1,0 L – 0,1 L = 0,9 L ou 900 mL de água. Alternativa correta: b. Capítulo 4 Debata e entenda pág. 104 1. A água é um recurso renovável, mas também fi nito. Sua qualidade depende de condições ambientais que, por sua vez, estão sujeitas a ações humanas. Muitos problemas relacionados a recursos hídricos têm surgido em consequência da utilização irra- cional da água. No quadro estão identifi cadas di- versas interferências das atividades humanas nos recursos hídricos, muitas delas causando prejuízos irremediáveis aos ecossistemas e aos próprios cur- sos d’água. Esses efeitos decorrem principalmente da falta de um modelo de desenvolvimento am- bientalmente controlado. MANUAL DO PROFESSOR108 2. A produção agrícola consome grande quantida- de de água, portanto os países ricos ao importar grãos, na verdade, estão importando água. O mes- mo ocorre na produção de carne, pois os animais e aves consomem rações que em última análise são água. 3. Utilizar o chuveiro por muito tempo; escovar os dentes com torneira aberta; varrer as calçadas com água; deixar a torneira aberta continuamente etc. Medidas para diminuir o desperdício de água: não demorar no chuveiro; escovar o dente com a tor- neira fechada; utilizar a água da lavagem de rou- pa para lavar a área de serviço; fechar a torneira quando não estiver necessitando da água etc. 4. Resposta pessoal. Importante que o aluno faça esta comparação e refl ita sobre o nosso consumo de água. Quanto maior o poder aquisitivo, maior o consumo per capita. A média de consumo anual no Brasil é de 245 m3 de água per capita por ano. 5. Tempo = 30 dias ⋅ (24 h/1dia) ⋅ (60 min/1 h) ⋅ ⋅ (60 s/1 min) = 2592000 s. 6. V(vazamento) = 2592000 s ⋅ (1 gota/1 s) ⋅ ⋅ (0,05 mL/1 gota) = 129600 mL ou 129,6 L por mês. Algumas ações com interferência nos recursos hídricos Atividade Possível ação inadequada Consequências diretas Consequências indiretas Indústria de materiais de construção, garimpo etc. Retirada de areia de margens e leitos de rios. Modifi cação da calha natural e do transporte de sedimentos. Assoreamento e/ou erosão dos rios. Garimpo de ouro Utilização de mercúrio. Contaminação da água. Contaminação de peixes e populações ribeirinhas. Mineração e usina de carvão Emissão de enxofre para a atmosfera. Chuva ácida. Acidifi cação da água dos rios, agressão a ambientes e patrimônios urbanos. Extração madeireira, pecuária e agricultura Desfl orestamento. Mudança na permeabilidade do solo; erosão do solo. Mudanças no regime hidrológico da bacia; assoreamento e/ou erosão de rios. Agricultura Práticas agrícolas inadequadas. Perda de solo, carregado para os rios. Assoreamento e poluição de rios. Aplicação inadequada de agrotóxicos e fertilizantes. Contaminação da água e/ou eutrofi zação. Rompimento dos equilíbrios biológicos. Captação excessiva de água para irrigação. Subida do lençol freático. Salinização do solo e da água. Criação de animais Matadouros inadequados. Carregamento de matéria orgânica e lançamento nos rios. Poluição da água. Disposição de resíduos sólidos Aterros sanitários mal executados. Infi ltração de poluentes no solo. Contaminação do lençol freático. Urbanização Ocupação das zonas marginais de rios. Estrangulamento (constrição) das seções de escoamento dos rios. Inundações. Ocupação de encostas. Erosão de encostas e carregamento de lixo pelas chuvas. Entupimento de sistemas de drenagem; inundações. Pavimentação com asfalto. Impermeabilização do solo. Acentuação de enchentes. Aumento da concentração de dejetos nas águas. Sobrecarga de sistemas de tratamento de água. Degradação do corpo d’água receptor. Fonte: Observatório das Águas. Água e Pacto Federativo, março de 2002. p. 15. MANUAL DO PROFESSOR 109 Construções de parques ecológicos onde existir nascentes ou olhos d’água, criar áreas de lazer próximas aos lagos ou lagoas, proibindo a libe- ração de dejetos de esgotos domésticos. E para a redução do consumo há necessidade de uma conscientização da população e caso não seja al- cançada a única maneira seria onerar a população pelo desperdício da água. 7. A distribuição irregular e a crescente diminuição da disponibilidade de água potável no mundo ge- ram confl ito diplomático pelo mundo, pois os re- cursos hídricos passam por vários países. Os con- troles das nascentes obrigam os países que fi cam a jusante negociar um maior controle e consumo dos países a montante. Esses fatos têm provocado problemas muitas ve- zes de ordem diplomática. A exploração do rio Nilo pela Etiópia e Egito poderá gerar sérios confl itos diplomáticos entre esses dois países. No Brasil, o represamento do rio Paraná gerou confl itos entre nosso país e a Argentina. O fato é que para assegurar água para as futuras gerações e para a paz mundial precisamos de uma gestão global desse recurso. 8. A crescente necessidade de água, a limitação de recursos hídricos, os conflitos entre determi- nadas formas de utilização e os prejuízos cau- sados também por excesso de água exigem que tanto o planejamento como a gestão da utiliza- ção e do domínio da água se façam de forma racional, integrando-se às políticas públicas de todas as regiões. No caso da seca, temos um exemplo de um pro- blema que é mais político do que de natureza climática, pois apesar da existência de diversas alternativas para abastecer as populações nos períodos de estiagem, faltam políticas que viabi- lizem o encaminhamento dessas alternativas. A situação agrava-se em razão de problemas so- ciais, como elevados índices de mortalidade in- fantil, analfabetismo e população indigente. Essa população, desprovida de recursos tecnológicos para enfrentar os problemas decorrentes da seca, sofre em dobro as consequências. Assim, o uso de técnicas inadequadas, pastoreio excessivo, desmatamento, irrigação sem cautela vão perpetuando o problema, em um sistema de políticas assistencialistas que não atacam direta- mente a questão, mantendo na miséria grande parte da população. Isso signifi ca que uma política responsável deve compatibilizar e aperfeiçoar os múltiplos usos dos recursos naturais, desenvolven- do ações de recuperação dos ecossistemas já em processo de degradação. 9. Embora o Brasil disponha de aproximadamente 12% do volume total de água doce do planeta, a distribuição e, em especial, a apropriação do re- curso, não são homogêneas. Não importa a região onde está localizada a escola, há necessidade de haver um uso e reuso da água para evitar a sua falta no futuro não muito distante. O uso da água pluvial estocada no período das chu- vas para a lavagem, rega dos jardins seria uma ideia exequível em todos os níveis escolares. Ajudar a fi scalizar o uso e evitar o desperdício da água na escola é a responsabilidade de todos. A gestão compartilhada e integrada é a melhor saí- da para atender a comunidade escolar, pois é uma maneira inteligente para dividir a responsabilidade com todos. 10. Segundo a Constituição brasileira, o domínio da água depende da sua localização geográfi ca. O rio São Francisco, por exemplo, é de domínio da União, porque banha mais de um Estado, en- quanto o rio Paracatu, que possui todo seu curso no território de Minas Gerais, é de domínio esta- dual; já o rio Tietê por estar só no estado de São Paulo é de domínio estadual. Quanto às águas subterrâneas, a lei defi niu como de domínio dos Estados, por isso, os lençóis freáticos são de ges- tões estaduais. 11. O reuso da água em irrigação de jardim, em des- cargas de vasos sanitários, lavagem de veículos, de ruas e calçadas e outros. Exercícios pág. 117 e 118 1. Nas moléculas de água, os átomos de oxigênio possuem quatro pares de elétrons distribuídos uniformemente ao redor de seu núcleo que, de acordo com a teoria da repulsão dos pares de elé- trons, formam ângulos (par de elétrons – núcleo – par de elétrons) de 109º. Os dois pares de elétrons do oxigênio não ligantes fi cam mais próximos do núcleo, repelindo os dois pares que estão ligados MANUAL DO PROFESSOR110 aos átomos de hidrogênio; com isso, há uma re- tração no ângulo entre as ligações hidrogênio e oxigênio que é de 104º40’. 2. Para congelar 1 grama de água bastaria retirar 80 calorias, pois a temperatura permaneceu constan- te em 0 °C. 3. Se a água fosse linear, seria uma molécula apolar e por causa de sua massa molar ser pequena (18 g/mol) a água estaria na temperatura ambiente no estado gasoso. Sendo um solvente apolar somen- te iria dissolver os solutos apolares. 4. A diferença de eletronegatividade entre átomos de oxigênio (3,44) e átomos de hidrogênio (2,20) gera deslocamento de cargas nas ligações, ocasio- nando dipolos elétricos. Por causa da geometria angular, os dipolos da molécula não se anulam, conferindo polaridade dela. Essa característica per- mite a ocorrência de ligações de hidrogênio entre as moléculas de água: interações intermoleculares entre átomos de hidrogênio e átomos de oxigênio de moléculas vizinhas. Essas interações são rela- tivamente fortes e responsáveis por muitas das propriedades da água. Uma das propriedades ca- racterísticas da água é sua elevada temperatura de fusão e ebulição. 5. No gelo, as moléculas da água estão mais próxi- mas e essa proximidade faz com que as ligações de hidrogênio se organizem de forma direcional, num arranjo hexagonal bem defi nido. Dessa for- ma, os átomos de oxigênio interagem com quatro átomos de hidrogênio: dois por ligações covalen- tes e dois por ligações de hidrogênio. Essas ligações conferem ao gelo uma estrutura cristalina muito bem organizada e com grandes espaços vazios no seu interior. Como resultado, o sólido é menos denso que o líquido. Não, a densidade do gelo é maior que a do álcool, portanto o gelo irá afundar ao ser colocado em uma vasilha com álcool. 6. Essas ligações conferem ao gelo uma estrutura cristalina muito bem organizada e com grandes espaços vazios no seu interior. Como resultado, com a água no estado sólido, o volume ocupado será maior que no estado líquido, estourando uma garrafa fechada cheia de água. 7. Enquanto existir uma mistura gelo-água toda ener- gia fornecida será absorvida para a fusão do gelo, portanto a temperatura permanecerá constante em 0 °C até que todo gelo seja fundido. 8. Depende da profundidade. Caso o lago não seja muito profundo a temperatura praticamente será a mesma, pois a capacidade calorífi ca da água é alta. Porém, caso o lago seja muito profundo have- rá uma diferença de temperatura, pois a água fria possui uma maior densidade e fi cará concentrada no fundo do lago. 9. a) Nas quatros propriedades listadas encontra- mos uma anomalia da água em relação aos demais elementos da mesma família. A água possui a menor massa molar e as propriedades muito acima do esperado. b) A água apresenta uma força intermolecular mais intensa que os demais, a força denomina- da ligação de hidrogênio. 10. As vibrações de estiramento e de dobramento são chamadas vibrações moleculares. As vibrações moleculares da água ocorrem em frequências compreendidas na região das micro-ondas (re- gião entre 108 e 1011 hertz). Quando uma molé- cula de água vibra, ela afeta as moléculas vizinhas às quais está unida por ligações de hidrogênio. Essa alteração vibracional ocorre com a absorção de energia. 11. 1) Correto – A mudança de estado de agregação não altera a estrutura geométrica da água. 2) Errado – A solidifi cação envolve liberação de energia. 3) Correto – A condensação envolve uma diminui- ção de volume e mantém a massa constante, ou seja, um aumento de densidade. 4) Correto – No vapor de água há maior liberdade das moléculas, portanto em um estado mais energético. 5) Errado – A fusão do gelo é representada por IV (calor latente de fusão = 80 calorias/g) e a va- porização da água é representada por V (calor latente de vaporização = 540 calorias/g). 12. 1) Errado – A substância A = sólida, a substância B = gasosa e a substância C = líquida. 2) Correto – A vaporização da água envolve uma absorção de energia. 3) Correto – As substâncias no estado gasoso pos- suem maior energia cinética do que em outro estado de agregação. MANUAL DO PROFESSOR 111 4) Correto – Uma substância no estado líquido possui maior densidade que uma substância no estado gasoso. 5) Errado – O fato de manter a temperatura cons- tante pode concluir que se trata de uma subs- tância, porém nada pode ser concluído se é uma substância simples ou composta. 13. A água é conhecida como solvente universal por ser capaz de dissolver uma grande diversidade de substâncias ou materiais, além de estar presente, mesmo que em pequena quantidade, na maioria dos materiais. 14. A dissolução de um soluto em um líquido depen- de das possíveis interações entre os constituintes das duas substâncias. Dependendo também des- sas interações, o soluto poderá se dissolver em maior ou menor proporção. 15. A dissolução de um soluto em um líquido depende das possíveis interações entre os constituintes das duas substâncias. A água sendo um solvente polar irá interagir a parte positiva (hidrogênio) com o ânion e a parte negativa (oxigênio) com o cátion. 16. O processo de dessalinização possibilita transfor- mar a água salgada dos mares em água potável, porém o custo ainda é muito elevado. Ao tornar o processo mais acessível, o mundo terá uma fonte inesgotável de água potável. 17. Cada substância apresenta diferente solubilidade, de- pendendo da sua polaridade, temperatura e pressão. 18. Porque há substância presente no chá que é mais solúvel em água quente. 19. A variação da temperatura varia a solubilidade, portanto indicar a temperatura é importante para verifi car o limite da solubilidade. 20. a) 1,2 g de sulfato de cobre 6,0 mL de água X 10 mL de água X = 2,0 g sulfato de cobre. O limite que é possível dissolver em 10 mL de água é de 2,0 g de sulfato de cobre, ou seja, acima de 0,3 g. b) 1,2 g de sulfato de cobre 6,0 mL de água 0,5 g de sulfato de cobre Y Y = 2,5 mL de água. 21. 9,6 g sal 100 g H2O X 10 g H2O X = 0,96 g de sal (limite) Portanto, 0,5 g de sal está abaixo do limite, a solu- ção será classifi cada como insaturada. 22. A solubilização dos gases em líquido diminuiu a sua solubilidade com o aumento da temperatura. Quando a garrafa do refrigerante está fechada, a pressão interna é maior do que a pressão externa; ao abrir uma garrafa a pressão se iguala à pressão externa que é menor, diminuindo a solubilidade, ou seja, quanto maior a pressão maior a solubili- dade de um gás em um líquido. 23. Quanto maior a pressão, maior a solubilidade do gás no líquido. 24. Em um champanhe a quantidade de gás dissolvi- da está em alta pressão caso seja sacudida haverá grande liberação de dióxido de carbono que po- deria espirrar parte do líquido para fora da garrafa. 25. No primeiro experimento o fato deve ter ocorrido em um período mais seco e com maior tempe- ratura ambiente; a segunda experiência deve ter ocorrido em um período muito úmido e com baixa temperatura. Exercícios pág. 129 e 130 1. São propriedades físicas que se caracterizam pela presença de um ou mais solutos e que dependem única e exclusivamente do número de partículas (moléculas ou íons) que estão dispersas na solu- ção. As propriedades coligativas não dependem da natureza do soluto. 2. a) Tonoscopia: propriedade coligativa que estuda a diminuição da pressão máxima de vapor de um solvente. b) Ebulioscopia: propriedade coligativa que oca- siona a elevação da temperatura de um líquido quando a ele se adiciona um soluto não-volátil e não-iônico. c) Crioscopia: propriedade coligativa que indica a diminuição de ponto de congelamento de um líquido, provocado pela adição de um so- luto não-volátil que diminui a pressão de va- por do líquido. d) Osmose: é a passagem do solvente de uma solução já diluída para outra com maior con- centração. MANUAL DO PROFESSOR112 3. Conforme a água vai aquecendo, inicia a forma- ção de bolhas por dois motivos. Inicialmente, formam-se bolhas devido à liberação de gases dissolvidos. Quando a água começa a ferver, a sua temperatura aproxima-se da temperatura de ebulição (100 °C a 105 Pa) e se inicia a formação de bolhas por causa das moléculas que passam da fase líquida para a gasosa. 4. Um líquido entra em ebulição quando a pressão de vapor iguala-se à pressão atmosférica. 5. A propriedade coligativa relacionada ao fenôme- no é denominada tonometria ou pressão máxima de vapor. Na geladeira, apesar de a temperatura interna estar mais baixa que a do ambiente, al- guns alimentos vaporizam até que sua pressão máxima de vapor seja alcançada, deixando o am- biente interno da geladeira saturado. Então, os desodorizadores absorvem as substâncias volá- teis liberadas, impedindo-as de impregnar os ou- tros alimentos. 6. A adição de um soluto não volátil (açúcar), pro- priedade coligativa denominada tonometria, resul- tará numa solução com pressão de vapor menor que a pressão externa, ou seja, a ebulição será in- terrompida e a solução (água + açúcar) somente tornará a entrar em ebulição quando a pressão de vapor se igualar à pressão externa. 7. Porque a água vai ferver a uma temperatura infe- rior a 100 °C, por causa de a pressão atmosférica ser menor que 1 Bar, portanto a uma temperatura menor o cozimento é mais lento apesar da água ferver em um tempo menor. 8. Ao utilizar um anticongelante nos radiadores (pro- priedade criometria) evitará que a água congele no interior do motor danifi cando-o pela expansão da água no estado sólido. 9. A que contém apenas água e suco, pois a adição de um soluto não volátil, o açúcar, provoca o abai- xamento da temperatura de congelamento. 10. Ocorre uma perda de água das células da carne através do processo de osmose, ou seja, haverá a desidratação da carne. 11. Uma criança com diarreia ou vômito perde: água, sais e energia. O soro repõe o que foi perdido, além de hidratar o corpo. Alternativa correta: d. 12. Osmose reversa ou antipressão osmótica. 13. A folha que é colocada no molho com sal e vina- gre se tornará mole e murcha em consequência da osmose, pois haverá a desidratação da folha de alface. A colocada em água permanecerá vistosa por mais tempo. 14. Ao atingir o equilíbrio osmótico, as concentrações em ambos os meios, tanto no interior da fruta como na calda, tornam-se iguais. 15. Porque, em razão do processo de osmose, a fruta cristalizada sofre perda de água. 16. A membrana semipermeável é seletiva e só permi- te a passagem do solvente. Assim o líquido sairá do meio mais diluído para o meio mais concentra- do, até que as concentrações se igualem ou que tornem isotônicas, ou seja, apresente a mesma pressão osmótica. 17. A água do mar tem alta concentração de sais (35 g de sais por litro), por osmose, por ser mais con- centrado irá retirar a água do corpo humano, po- dendo levar a um estado de desidratação. 18. Osmose é o fl uxo de solvente, através de uma membrana semipermeável, de uma solução dilu- ída (ou de um solvente puro) para uma solução mais concentrada ou no sentido da solução hi- potônica para a solução hipertônica. A pressão osmótica é a pressão externa que deve ser apli- cada a uma solução mais concentrada para evitar a osmose. 19. 1) Errado – Como a temperatura ambiente é mais elevada que a da parede do copo ocorrerá um choque térmico entre a água na forma de vapor e a parede gelada do copo, formando gotículas de água, ou seja, apenas uma condensação do vapor de água da atmosfera. 2) Correto – A propriedade aplicada é chamada tonoscopia. 3) Correto – A propriedade aplicada é chamada crioscopia. 4) Correto – O objetivo é retirar o máximo de água do alimento para evitar a proliferação de fungos e bactérias. 20. 1) Errado – Dependem do número de partículas do soluto não volátil dissolvido na solução. MANUAL DO PROFESSOR 113 2) Correto – Se o congelamento ocorre abaixo de 0 °C é uma prova da existência de um soluto dissolvido, portanto o ponto de ebulição da so- lução será maior que 100 ºC. 3) Correto – Na solução isotônica há um equilí- brio, logo, a pressão osmótica é igual no plas- ma e na solução. 4) Correto – A osmose é a principal responsável pela subida da seiva nas árvores. 21. a) 5,1 atm e 256 °C. Indica os valores de pressão e temperatura nos quais coexistem os três esta- dos de agregação, conhecido como ponto triplo. b) Não. Podemos encontrar o gás carbônico no estado gasoso. c) Não. Isso só ocorreria se a pressão for sufi cien- temente alta. d) Estado sólido. 22. 1) Errado – Na temperatura de 80 ºC, A possui maior pressão de vapor, logo é mais volátil. 2) Errado – Como a temperatura de ebulição de A na pressão de 1 atm é menor que 100 °C, A não pode ser uma solução de sal e água, pois essa solução ferverá acima de 100 °C. 3) Correto – AP possui maior pressão de vapor que B, logo, evapora primeiro que a amostra B. 4) Errado – A adição de soluto não volátil à água aumentará sua temperatura de ebulição. 5) Errado – Como a temperatura de ebulição de A, na pressão de 760 mmHg, é igual a 80 °C, a 100 ºC ela estará em fase gasosa. Para B, o ponto de ebulição na pressão normal é de 120 ºC, logo ela será líquida a 100 ºC. 23. 1) Errado – Das substâncias do gráfi co, a água é a menos volátil, logo a que apresentará menor pressão de vapor. 2) Errado – O éter é o mais volátil, ou seja, possui maior pressão de vapor. 3) Errado – Quanto maior a pressão de vapor, maior a sua volatilidade, portanto o éter é mais volátil que a acetona. 4) Correto – Quanto menor a sua temperatura, menos a substância evapora, ou seja, menor a pressão de vapor. 5) Correto – A água possui ligação de hidrogênio, uma força intermolecular muito forte aumen- tando o ponto de ebulição da água. Capítulo 5 Debata e entenda pág. 137 1. Os grandes rios brasileiros têm sido violentamente agredidos pelo despejo de dejetos oriundos de es- gotos domésticos e industriais. Esses dejetos, mui- tas vezes, contêm substâncias nocivas à fauna e à fl ora aquática. O desmatamento descontrolado já causou a extinção de inúmeras fontes. As fontes de poluição das águas decorrem, princi- palmente, da atividade humana. Durante o desen- volvimento das cidades toda dinâmica estabeleci- da interferiu nos recursos hídricos: a urbanização alterou os sistemas de infi ltração e de escoamento das águas das chuvas, a agricultura e os desma- tamentos causaram assoreamentos e modifi caram leitos de rios e lagos, a construção de grandes obras, como hidrelétricas e represas, acabaram ocasionando modifi cações em bacias hidrográfi cas e em fl orestas, inundando cidades, etc. 2. Vazamento, um pequeno vazamento pode provo- car grande perda de água potável, para evitar basta fazer verifi cações periódicas no sistema hidráulico. Evitar ou diminuir lavagens de calçadas e gara- gens, sempre que possível varrer com vassouras ou utilizar águas das chuvas ou reutilizar água para estes fi ns. Irrigar jardins sempre que possível utilizando água da chuva estocada. 3. V(água) = = 30 dias ⋅ 24 1 3600 1 horas dia seg hora     ⋅     ⋅⋅     ,0 05 1 mL seg = 129600 mL = 129,6 litros. 4. Diminuindo o consumo de água, para tanto reuti- lizar a água, evitando o desperdício e sempre que possível utilizar a água da chuva armazenada no período chuvosa para irrigação de jardins e horta. 5. A diferença entre um detergente ser biodegradável ou não biodegradável é a cadeia carbônica, sendo linear (sem ramifi cações) e saturadas teremos um detergente biodegradável, porém se a cadeia for ra- mifi cada temos um detergente não biodegradável. 6. Utilizar detergentes que possuem ação biodegra- dável, basta fi car atento aos rótulos e optar por aqueles que oferecem menor potencial poluidor. Isso é atitude sustentável. MANUAL DO PROFESSOR114 7. Detergentes sintéticos também podem contribuir para a eutrofi zação das águas, pois eles contêm em sua composição os íons fosfatos, os mesmo que compõe os fertilizantes. Certos tipos de sabões e detergentes são degra- dados com mais facilidade. Eles têm em comum o fato de serem formados por substâncias cujas moléculas são lineares (sem ramifi cações), satura- das (sem ligações duplas ou triplas) e que contêm números pares de átomos de carbono. A grande vantagem dos detergentes em relação aos sabões é da sua efi ciência em água dura (água rica em cátions de cálcio e magnésio). 8. O grande acúmulo de restos orgânicos facilita a proliferação das bactérias aeróbias, as quais são as consumidoras de oxigênio. Os nitratos (NO3 –) e fosfatos (PO4 3–) que agem como fertilizantes favo- recem a proliferação exagerada de algas que fi cam sobre a superfície da água levando a um processo, conhecido como eutrofi zação, que limita e inibe o desenvolvimento de outros organismos. Como consequência, as colônias de algas que se encon- tram a maior profundidade deixam de receber luz, pelo que, impossibilitadas de realizar fotossíntese, acabam por morrer e entram em decomposição. Rios e lagos que foram eutrofi zados – rios Tietê e Pinheiros na região metropolitana de São Pau- lo, lago da Pampulha na região metropolitana de Belo Horizonte. 9. Dependendo da quantidade, de poluentes, a água pode ser imprópria para diversas atividades. O cus- to para recuperar esse material para uso do ser humano pode ser muito alto, demandando grande investimento. Os principais agentes poluidores das águas são: • os fertilizantes usados na agricultura os quais são arrastados pelas chuvas para córregos, rios, lagos, lençóis subterrâneos. Esses agentes po- luidores contêm em sua composição os nitratos (NO3 –1) e os fosfatos (PO4 –3), que atuam como fa- cilitadores da eurotrofi zação. • os compostos orgânicos sintéticos como plásticos, detergentes, solventes, tintas, pro- dutos farmacêuticos etc. Esses agentes são muito variados e geralmente alteram a cor, o sabor e a toxidez da água ou causam acúmulo sólido; • o petróleo e seus derivados tanto do fundo do mar como os transportados pelos navios e os usados nas embarcações na forma de combus- tíveis; e • os compostos inorgânicos e minerais compos- tos que além de promover a variação da aci- dez, da alcalinidade, da salinidade, também po- dem acarretar a toxidade da água, sem contar a contribuição perigosa dos metais pesados como (Cu, Zn, Pb, Cd, Hg, Ni, Sn etc.). 10. Os principais mecanismos das destruições dos rios, lagos e dos oceanos são: poluição e contami- nação por poluentes e esgotos. O ser humano tem causado boa parte deste prejuízo à natureza, atra- vés dos lixos, esgotos, dejetos químicos, efl uen- tes industriais e ocupação desordenada do solo. Mas atividade natural também tem contribuído em poluir os recursos hidrícos como, por exemplo: lançamentos de grande quantidade de poluentes, nas atividades vulcânicas que emitem dióxido de enxofre e trióxido de enxofre, causando chuvas ácidas com pH muito baixo, afetando a fl ora e a fauna de uma grande região. A indústria contamina a água através do despejo de resíduos com metais pesados nos rios e lagos, além de efl uentes de caráter ácido ou básico, de- tergentes, solventes orgânicos, resíduos radioati- vos e derivados de petróleo. A atividade agricultura, importante para a sobre- vivência da espécie humana é responsável por 70% do consumo de água no planeta, e por um paradoxo, esta atividade provoca contaminações com fertilizantes, inseticidas, fungicidas e herbici- das que são carregados pela chuva ou infi ltrados no solo, poluindo os mananciais, inclusive os len- çóis freáticos. Cabe portanto a vocês estudantes verifi car na sua localidades os principais poluidores, seja pelas in- dústrias ou pela empresas agroindustriais a fi m de diminuir a carga de poluentes em prol de um futu- ro melhor. Exercícios pág. 146 e 147 1. Irreversíveis: combustão da gasolina, a combustão de modo geral, etc. Reversíveis: Regeneração das células vivas, a fotossíntese, a despoluição de um rio, etc. MANUAL DO PROFESSOR 115 2. São aquelas em que, à medida que os produtos se formam, eles reagem produzindo os reagentes iniciais. A reversibilidade é uma característica da reação e está associada a condições como: temperatura, pressão e concentração dos reagentes. Algumas re- ações só são reversíveis sob condições específi cas. 3. A existência de equilíbrios entre substâncias que estão reagindo é fundamental para a manutenção de processos biológicos, assim como outros siste- mas existentes em nosso planeta. Por exemplo, no corpo humano, graça a reação reversível é possível o transporte de oxigênio pela hemoglobina. 4. As cavernas são formadas a partir da dissolução de carbonatos pela água e pelo gás carbônico; as- sim, a água que dissolve os carbonatos, ao infi ltrar nessas rochas, conduz os íons cálcio e bicarbonato que, por sua vez, podem reagir e precipitar-se, for- mando novamente o carbonato de cálcio. 5. Estático: não movimento ou ação. Dinâmico: o movimento e a ação são constantes. O equilíbrio químico é dinâmico, pois as reações direta e inversa continuam acontecendo, com a mesma rapidez. 6. A reação é reversível e existe um equilíbrio quími- co na reação citada acima. Para indicar a reversi- bilidade, as equações são representadas com uma seta dupla com meia ponta cada (F), indicando que as reações se processam nos dois sentidos. 7. As propriedades macroscópicas são constantes, só pode existir em um sistema fechado quando en- volver gases e a temperatura é mantida constante, e todo equilíbrio é dinâmico. 8. 1) Correto – A mudança de coloração é um indi- cativo que está ocorrendo uma reação química. 2) Errado – A não mudança de coloração mostra que o sistema entrou em equilíbrio químico. 3) Errado – O fato de existir uma cor intermediária demonstra que houve um equilíbrio químico. 4) Correto – No início a velocidade direta é maior até alcançar o equilíbrio quando a velocidade direta será igual a velocidade de reação inversa. 5) Errado – A velocidade direta vai diminuindo até atingir o equilíbrio químico. 9. Uma alteração na pressão e, depois, a saída de um vapor úmido. Não, pois o sistema está aberto. 10. a) Não durante o aquecimento, a quantidade de água que evapora é maior do que a que con- densa, porém ao atingir o ponto de ebulição haverá o equilíbrio denominado pressão máxi- ma de vapor. b) A reação só ocorre em um sentido é uma rea- ção irreversível. c) Na produção da amônia é uma reação rever- sível, como tal o sistema entra em equilíbrio químico. d) O processo ocorre em uma única direção é uma reação irreversível. 11. Há que se observar alteração no sistema devido à formação de novas substâncias e quando há equi- líbrio, uma reação nunca possui um rendimento de 100%, ou seja, sempre estarão presentes todas as substâncias, dos reagentes e produtos. 12. O sal absorve a umidade do ar, hidratando-se. Nesse caso apresentará coloração diferente do sal desidratado, o que ocorre quando a umidade do ar estiver baixa, ou seja, previsão de uma seca, vis- to que o processo é reversível. 13. Sim. No equilíbrio, os processos macroscópicos con- tinuam, mas se contrabalançam de tal forma que não produzem modifi cações macroscópicas. Algumas moléculas de água deixarão o líquido e passarão à fase gasosa. A pressão parcial se eleva à medida que novas moléculas de água passam a fazer parte do gás. Finalmente, a pressão deixa de se elevar, tornan- do-se constante. Essa pressão parcial é a pressão de vapor e, agora, obteremos o equilíbrio, em processo contínuo de evaporação e condensação. 14. Uma garrafa de refrigerante fechada está em esta- do de equilíbrio dinâmico, em que moléculas dos gases dissolvidas no líquido escapam do sistema na mesma medida em que outras moléculas na vizinhança do líquido retornam para a solução. Ao abrirmos a garrafa ocorre um desequilíbrio no sistema, provocando o derramamento do líquido ou a saída dos gases dissolvidos. 15. 1) Errado – O sistema é aberto, logo, o sistema não está em equilíbrio. 2) Errado – O sistema é fechado, logo, o sistema está em equilíbrio e ele é dinâmico. 3) Correto – A faina é constante. 4) Correto – O sistema é fechado, logo, o equilí- brio é dinâmico. MANUAL DO PROFESSOR116 16. 1) Errado – Uma reação reversível também pode ocorrer em sistema aberto, embora, nesse caso, haja risco do sistema ser afetado por perda de reagentes ou produtos, caso envolva substân- cia gasosa. 2) Errado – O equilíbrio é atingido quando a ra- pidez da reação direta se iguala à da reação inversa. 3) Errado – Os reagentes e produtos coexistem no sistema dinâmico, e são consumidos e produzi- dos constantemente. 4) Correto – Os reagentes e produtos coexistem dentro do sistema em equilíbrio, podendo apresentar colisões efetivas, portanto continu- am reagindo nos dois sentidos. 17. Nos sistemas químicos em equilíbrio, a rapidez da reação direta é igual à rapidez da reação inversa. Alternativa correta: b. 18. I – Errado – O sistema deve ser fechado se no equilíbrio envolver substância gasosa, caso o equilíbrio envolva substancia líquida ou em solução aquosa, não há necessidade de estar em sistema fechado. II – Correto – A propriedade macro é constante. III – Correto – Todo equilíbrio é dinâmico. Alternativa correta: c. 19. Muitos processos físicos constituem equilíbrios, são dinâmicos, como a garrafa de água com gás fechada. Alternativa correta: b. 20. No equilíbrio químico as propriedades macroscó- picas permanecem constantes. Alternativa correta: a. Exercícios pág. 156 a 158 1. Um aumento de temperatura aumenta a agitação molecular, aumentando a frequência de colisões; desta forma a probabilidade de ocorrer colisão efetiva aumenta, resultando em reações. 2. Um aumento na concentração dos reagentes re- sulta em mais espécies reativas para colisões, pro- vocando um aumento na rapidez da reação. 3. Ao aumentarmos a pressão sobre o sistema gaso- so em equilíbrio, a reação favorecerá o lado com menor quantidade de matéria de gás, a fi m de atenuar o efeito da pressão. Caso a pressão seja diminuída, a reação favorecerá o lado com maior quantidade de matéria de gás, compensando par- cialmente a diminuição da pressão. 4. Ao aquecermos o sistema ocorrerá o favorecimen- to no sentido da formação dos reagentes (endotér- mico), liberando o gás. Ao resfriarmos o sistema, haverá um favorecimento na formação do produto (exotérmico). 5. a) O equilíbrio será favorecido no sentido de re- por o CO2. b) O equilíbrio não será alterado, pois o carbona- to de sódio é sólido. c) O equilíbrio não será alterado, pois o bicarbo- nato de sódio é um sólido. 6. a) Nenhum efeito, pois os componentes são sóli- dos. b) Nenhum efeito, pois os componentes são líqui- dos. c) O aumento da pressão favorece a X para dimi- nuir a pressão do sistema, visto que Y é um gás. d) Nenhum efeito, visto que os dois gases reagem na proporção de 1 para 1. e) O aumento da pressão favorece a X, pois o nú- mero de moléculas gasosas é menor do lado do reagente. 7. Ocorrerá favorecimento da reação no sentido do reagente, ou seja, haverá um deslocamento para a esquerda. 8. a) Deslocamento para a esquerda, logo, diminui- ção da concentração de PCl5. b) Deslocamento para a direita e consequente au- mento da concentração de PCl5. c) Favorece a reação que produz o menor número de moléculas, no caso PCl5. 9. Para deslocar o equilíbrio no sentido do produto, devemos: • diminuir a temperatura, pois a menor tempe- ratura favorece o sentido exotérmico. • aumentar a pressão dos reagentes, que favo- recerá a formação do produto que tem menor quantidade de matéria. • acrescentar qualquer concentração (aumento da pressão parcial) dos reagentes ou retirar o produto formado. Alternativa correta: e. MANUAL DO PROFESSOR 117 10. A absorção de energia, a evaporação da água e a elevação da temperatura favorecem a formação de estalactites. Alternativas corretas: a e b. 11. Para deslocar o equilíbrio no sentido dos reagen- tes, devemos: • se diminuir a pressão do sistema, favorecerá formação dos reagentes que têm maior quanti- dade de matéria. • ou retirando um dos reagentes formados (di- minuindo a pressão parcial dos reagentes). Alternativa correta: b. 12. Para deslocar o equilíbrio devemos: Item c: se aumentar a pressão do sistema, favore- cerá formação do reagente que tem menor quan- tidade de matéria. Item d: Para deslocar o equilíbrio para a esquerda basta acrescentar qualquer concentração do produ- to ou retirar qualquer concentração dos reagentes. Alternativas corretas: c e d. 13. a) Teoricamente, a reação será favorecida pela di- minuição da temperatura, porque a reação é exotérmica, e pelo aumento da pressão, visto que a quantidade de matéria de gases reagen- tes é maior do que a quantidade de matéria de gases produzidos. b) Bebidas gaseifi cadas, equilíbrio de oxigênio e hemoglobina no sangue. 14. a) No sentido dos reagentes, pois, com o aumen- to da concentração nos produtos, favorecerá o aumento da reação inversa. b) Como a reação é endotérmica, ao adicionar mais calor ao sistema haverá favorecimento no sentido dos produtos (favorece o sentido endotérmico). 15. São dois motivos. Primeiro a hiperventilação faz com que o gás carbônico seja liberado em maior quantidade do corpo, diminuindo sua concentra- ção no sangue, ou seja, haverá um deslocamento para a esquerda. Segundo, a reação de formação do carbonato de cálcio é exotérmica, portanto um aumento da temperatura deslocará o equilíbrio para a esquerda. 16. a) O aumento de temperatura desloca o equilí- brio químico para a direita – maior temperatu- ra favorece o sentido endotérmico da reação. b) A variação da pressão não irá deslocar o equilí- brio químico. c) Ao diminuir a concentração de qualquer produto, no caso o gás hidrogênio, haverá um deslocamen- to para a direita, ou seja, no sentido dos produtos. d) K H Cl HCl c =   ⋅  { }   2 2 2 K mol L mol L mol L c =   ⋅  { }, / , / , / 2 0 1 0 2 0  2 ( Kc = 0,5. 17. a) Esquerda, A, A e D. b) Esquerda, A, A e D. c) Direita, D, D e A. d) Direita, D, D e A. 18. Letra Aumento de temperatura Aumento de pressão a) Esquerda Esquerda b) Direita Esquerda c) Direita Esquerda 19. a) Esquerda. b) Direita. c) Direita. 20. 1) Errado – As concentrações são constantes, não necessariamente iguais. 2) Errado – Só haverá aumento da concentração do produto se a reação for endotérmica. 3) Correto – É o efeito da pressão sobre o equilí- brio. 4) Correto – Este é o efeito da mudança de con- centração sobre o equilíbrio. 21. Para deslocar o equilíbrio, devemos: Alterar a pressão do sistema, o aumento da pres- são irá favorecer formação do reagente que tem menor quantidade de matéria. Acrescentar qualquer concentração (aumen- to da pressão parcial) dos reagentes ou retirar o produto formado para deslocar o equilíbrio para a direita. a) Correto – Ao reduzir o volume haverá um des- locamento do equilíbrio para a esquerda. b) Correto – Ao acrescentar N2O4 haverá um des- locamento para a direita. c) Errado – Ao aumentar o volume haverá deslo- camento para a esquerda. d) Errado – Ao aumentar o volume haverá deslo- camento para a esquerda. MANUAL DO PROFESSOR118 22. a) Errado – Não há representação do produto (amônia – NH3). b) Errado – Não há representação dos reagentes (N2 e H2) c) Errado – Não há representação de um reagente (N2). d) Errado – Não há representação de um reagente (N2). e) Correto – No equilíbrio químico são necessá- rios representar todos os reagentes e produtos. Alternativa correta: b. Debata e entenda pág. 169 1. Formação de grupos especializados para informar nas zonas rurais e nas cidades próximas sobre: Os cuidados ao armazenar os grãos (soja, arroz, etc.); os cuidados ao colocar o lixo fora de casa; evitar o desmatamento de regiões onde estes animais habitam; conservar os alimentos em recipientes fechados; tapar os possíveis buracos onde o rato silvestre possa entrar, manter a casa arejada e en- solarada, pois os raios solares têm um efeito de destruir os vírus, entre outros. 2. Consiste no controle de todos os fatores do meio físico humano que exercem ou podem exercer efeito deletério sob o bem-estar físico, mental ou social. 3. Planejar e construir redes de abastecimento de água e esgoto e também no tratamento do lixo residencial e industrial antes que sejam lançados aos rios, represas, córregos e lagos. Tudo com a fi nalidade de fornecer melhor qualidade de vida à população. 4. À medida que o processo de urbanização se in- tensifi ca, aumentam os riscos de transmissão de diversas doenças devido a pobreza, a falta de habi- tação, higiene defi ciente e ausência de tratamento de água e esgoto, ou seja, falta de saneamento básico. 5. Resposta pessoal. Mas é importante debater sobre os locais como as favelas, invasões, cidades cons- truídas sem nenhum planejamento urbano. 6. Os principais objetivos do tratamento de esgoto é evitar a poluição dos recursos hídricos, evitar pro- liferação de epidemias e fornecer uma qualidade de vida digna aos cidadãos. 7. 1 – Sedimentação e fl oculação. Quando a água apresenta baixa turbidez, ela pode ser tratada simplesmente por decantação e fi ltra- ção. No entanto, uma das formas de tratamento mais comum é a sedimentação, feita em grandes tanques, com adição de coagulantes, como o sul- fato de alumínio ou sais de ferro, que fazem com que as fi nas partículas se aglutinem, formando fl o- cos que sedimentam em poucas horas. 2 – Filtração. Já decantada, a água passa pelos fi ltros de areia, denominados fi ltros rápidos, constituídos de uma camada de cascalho, uma camada de areia grossa e, fi nalmente, uma camada de areia fi na. 3 – Desinfecção. Nessa etapa do tratamento é aplicado cloro gaso- so (Cl2) ou hipoclorito de cálcio (Ca(OCl)2) e hipo- clorito de sódio (NaOCl) em quantidade sufi ciente para eliminar, evitando futuras contaminações, mi- crorganismos patogênicos. 4 – Controle de pH. Após a etapa de desinfecção é comum realizar um controle de pH, pois, o nosso paladar está habitu- ado com a água ácida, ou seja, pH menor que 7. 8. A definição de potabilidade da água destinada ao abastecimento das populações humanas é feita a partir de parâmetros que são estabeleci- dos para um limite máximo tolerado da presen- ça de substâncias e de microrganismos. Esses parâmetros se referem às propriedades físicas, químicas e biológicas. As propriedades físicas da água analisadas são cor, turbidez (propriedade que mede a intensida- de do grau de opacidade da água), odor, sabor, temperatura e pH. Exercícios pág. 181 a183 1. Permite a determinação do rendimento da reação e a previsão das reações, tarefas fundamentais para o efetivo controle dos processos industriais e de análise química para quantifi cação de subs- tâncias. Devem ser analisadas a rapidez da reação, a concentração dos participantes da reação e suas relações com o equilíbrio químico. MANUAL DO PROFESSOR 119 2. Para cada sistema defi ne-se uma constante de equilíbrio com base na equação da reação e na temperatura, fator determinante de seu valor. Quando a constante K é calculada em função das concentrações, ela é identifi cada por Kc. No caso de reações entre gases, a constante pode ser defi nida em função da pressão parcial de cada substância envolvida e será representada por Kp. A relação entre as duas é dada pela seguinte fórmula: Kp = Kc ⋅ (RT) Δn. Onde Δn – somatórios dos coefi cientes dos produtos – somatórios dos coefi cientes dos reagentes. 3. No tempo “c” foi atingido o equilíbrio químico do sis- tema, coexistindo nessa fase os reagentes e produtos. Alternativa correta: b. 4. a) K NH N H c =       3 2 2 2 3 c) K NO H O NH O c =         2 2 6 3 4 2 5 b) K NO H O NH O c =         2 2 6 3 4 2 5 5. a) K pressão NO pressão N Op = ( )  ( )  2 2 2 4 b) K pressão CO pressão CO pr p = ( )  ( )  ⋅ 2 2 2 eessão O2( ) { } c) K pressão CO pressão H O p = ( )  ⋅ ( ) { 2 2 2 2}} ( )  ⋅ ( ) { }pressão CH pressão O4 2 2 6. Kc = NO NO O 2 2 2 2     ⋅  { } Kc = 15 6 0 0542 0 127 2 2 , / , / , mol L mol L mol     ⋅ //L { } Kc = 243 36 0 000373 2 3 , / , / mol L mol L ( ) ( ) = 6,52 ⋅ 10 5 L ⋅ mol–1 7. Kc = COCl CO Cl 2 2     ⋅  { } Kc = 0 14 0 012 0 054 , / , / , / mol L mol L mol L     ⋅  { } Kc = 0 14 0 000648 2 , / , / mol L mol L ( ) ( ) = 2,16 ⋅ 10 2 L ⋅ mol–1 8. O resultado desse decréscimo se deve ao fato de as quantidades dos reagentes serem consumidas durante a reação química, ou seja, as concentra- ções dos reagentes diminuem com o tempo. 9. A rapidez da reação inversa começa igual a zero e aumenta à medida que a quantidade de produto aumenta. 10. Neste instante foi alcançado o estado de equilíbrio. 11. Não, para que haja o equilíbrio químico a velo- cidade direta e a inversa tem que se a mesma, quando ocorre que as concentrações molares são diferentes, tudo depende da quantidade de maté- ria em equilíbrio, em última análise, os coefi cien- tes estequiométricos diferentes. 12. a) 1N2H4(g) + 1NO2(g) F 3/2N2(g) + 2H2O(v). 1 mol 1mol 1,5 mol 2 mol b) O produto y é a água, pois apresenta a maior quantidade de matéria. c) No t6 o equilíbrio químico é alcançado, pois as concentrações permanecem constantes. 13. a) Errado – O equilíbrio químico é dinâmico. b) Errado – O aumento de temperatura desloca no sentido dos produtos. c) Errado – No equilíbrio as velocidades direta e inversa são iguais. d) Errado – Em uma reação onde há equilíbrio químico nunca teremos um rendimento de 100%, ou seja, sempre irá coexistir reagentes e produtos. e) Correto – Reduzindo-se o volume do recipien- te, o equilíbrio irá se deslocar no sentido em que ocorre contração de volume. Alternativa correta: e. 14. Balancear a equação química: 2SO2(g) + 1O2(g) F 2SO3(g) K SO SO O c =     ⋅  { }3 2 2 2 2 MANUAL DO PROFESSOR120 K mol L mol L c =     ⋅ ⋅ , / , / , 11 0 4 20 0 6 1 2 2 00 3− { }/mol L K mol L mol L c = ⋅ ( ) ( ) / , / 121 10 111 384 3 2 3 = 1,086 ⋅ 103 L ⋅ mol–1 15. Kp = P P P NO O NO ( ) ⋅ ( ) ( ) 2 2 2 2 = 158 158 = 0 270 0 400 2 2 2, , atm P atm O( ) ⋅ ( ) PO2 = 346,77 atm. 16. De acordo com a estequiometria da reação, a quantidade de hidrogênio no equilíbrio é o dobro da quantidade de oxigênio. Desta forma, a pressão do oxigênio igual a x e a do hidrogênio igual a 2x, pode-se determinar a pressão de cada um: Ptotal = Págua + Phidrogênio + Poxigênio 1 atm = 0,976 atm + 2x + x 3x = 0,012 atm ( x = 0,004 Phidrogênio = 0,008 atm ( ( Poxigênio = 0,004 atm Substituindo esses valores na expressão da cons- tante de equilíbrio teremos: Kp = (PH2) 2 ⋅ PO PH O 2 2 2 ( ) ( ) Kp = (0,008) 2 ⋅ 0 004 0 976 2 , , ( ) ( ) = 2,68 ⋅ 10 –7 atm 17. a) Kps = [Fe 3+] ⋅ [OH–]3 b) Kps = [Ca 2+] ⋅ [F–]2 c) Kps = [Ba 2+]3 ⋅ [PO4 3–]2 18. A concentração do sólido é constante, então se considera a concentração dos íons [Ca2+]3 e [PO4 3–]2. Alternativa correta: e. 19. A solução que apresenta maior Ka é o ácido mais forte, ou seja, irá apresentar a de maior concentra- ção dos íons H+. Alternativa correta: a. 20. O caráter ácido é caracterizado por ter concentra- ção de íons H+ maior que 10–7 mol/L, da tabela o café preparado e a coca-cola apresentam maior concentração dos íons H+. Alternativa correta: c. 21. pH = –log [H+]; pH = (–log10 2 + log 10 –4); pH = –0,3 + 4 = 3,7. Alternativa correta: c. 22. O valor do pH igual a 8 indica um solo básico, portanto as hortênsias terão coloração rosada de acordo com o enunciado, ou seja, tipo de solo. Alternativa correta: d. 23. 1) Correto – As espécies presentes na solução são: H3O +, Ac–, HAc, OH– e H2O. 2) Errado – A concentração de H+ no equilíbrio, [H+], é 0,001 mol/L. 3) Errado – [Ac–] = 0,001 mol/L e [HAc] = 0,099 mol/L, ou seja, [Ac–] < [HAc]. 4) Errado – O pH da solução é 3. 5) Correto – A constante de equilíbrio da reação acima é igual à constante de dissociação do ácido acético. 6) Errado – Na água pura, as concentrações dos íons H+ e OH– são iguais. 7) Errado – O pH varia com a temperatura. Anotações MANUAL DO PROFESSOR 121 Capítulo 6 Debata e entenda pág. 195 1. Na Pré-História o domínio do fogo fez com que o homem desenvolvesse algumas tecnologias que permitiram sua fi xação à terra. Na Idade da Pedra os grupos nômades desenvolveram meios de trans- formar energia solar em energia química na agricul- tura. Com o uso dos metais e a invenção da roda, a força animal pôde substituir, em parte, a força humana, possibilitando maior desenvolvimento na agricultura e no transporte. As forças da água e dos ventos foram aproveitadas para mover os moinhos; No século XIV, diferentes utensílios foram constru- ídos a partir da fundição de metais, e o carvão era utilizado como fonte de energia nos altos-fornos. A partir da invenção da eletricidade e motores elé- tricos, a qualidade de vida das pessoas melhorou consideravelmente. A Revolução Industrial foi im- pulsionada pelo surgimento da máquina a vapor, outra facilidade no transporte de materiais e pes- soas. No século XX a energia nuclear possibilitou o desenvolvimento de grandes usinas nucleares, uma das principais fontes de energia. 2. Observa-se no gráfi co que o consumo mundial de energia será bem maior em 2030. Um dos fatores que implica esse aumento é o crescimento de uma população mundial tecnologicamente mais avançada. 3. O petróleo é conhecido desde a Idade Antiga. Era uti- lizado para iluminação, impermeabilização de casas, construção de pirâmides, embalsamento de corpos e como medicamento para tratamento de enfermida- des. A partir da década de 1960, o petróleo passou a ser explorado comercialmente como combustível. 4. Como fonte básica de combustível para meios de transportes; Como matéria-prima para diversos materiais usados no dia a dia, como: roupas, cal- çados, tintas, computadores, etc. 5. Apesar do crescente desenvolvimento tecnológico, as reservas de Petróleo, assim como todos os re- cursos naturais, são fi nitas, necessitando então, da busca de outras fontes de energia que o substitua. 6. Alguns aspectos positivos podem ser citados como: • uma alternativa de substituição dos derivados do Petróleo como combustível; • a questão ambiental uma vez que o álcool polui bem menos que a gasolina; • a redução da dependência internacional, ou seja, da importação desse combustível. 7. Substratos de batata, milho, beterraba e outras plantas podem ser usados na produção do etanol. 8. A principal vantagem na questão ambiental do uso de álcool como combustível é diminuição da poluição atmosférica, uma vez que o álcool polui 70% menos que a gasolina. Pode-se citar também a questão do aproveitamento do vinhoto (antes era jogado nos rios), na produção de metano e ferti- lizantes e do bagaço da cana usado em biodiges- tores para gerar energia elétrica ou como matéria- -prima para vários bens de consumo. Debata e entenda pág. 202 1. Para escolher o melhor combustível, além da efi ci- ência energética é necessário analisar fatores eco- nômicos e ambientais relacionados às reações de combustão. 2. Um carro movido a diesel mal regulado libera uma fumaça preta que sai do automóvel desre- gulado nada mais é do que a fuligem resultante de combustão incompleta. O carro a gasolina ou a álcool quando o motor está desregulado libera monóxido de carbono e carbono em forma de fu- ligem, fato observável no escapamento do carro. 3. Procurando desenvolver combustíveis melhores, outras fontes de energia para substituir os com- bustíveis fósseis, como novas baterias para os fu- turos carros elétricos. 4. Pela população em geral manter os carros regu- lados. Pelo governo incentivar a troca dos carros velhos por carros mais modernos que emitam menos po- luentes. Pelos fabricantes e institutos de pesquisas em de- senvolver carros com motor mais moderno que venha a consumir menos combustível, utilização de combustível alternativo, carros que utilizem cé- lulas de combustível (carro elétrico). Unidade 3 MANUAL DO PROFESSOR122 5. O monóxido de carbono é um subproduto da combustão incompleta. Trata-se de um gás inco- lor e inodoro, que possui a propriedade química de combinar-se com a hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos do sangue não permitindo a fi xação de gás oxigênio, prejudicando o transpor- te de oxigênio para as células do corpo. 6. É um combustível renovável e por ser uma molé- cula pequena a sua combustão completa é mais fácil e não há liberação de dióxido do enxofre como os combustíveis fósseis. 7. Os catalisadores possibilitam que haja a queima total do combustível evitando a emissão de CO, re- ações para diminuir as emissões de óxidos ácidos ao meio ambiente. 8. Manter o carro com o motor regulado. Evitar acele- ração e freadas desnecessárias, pois há um consu- mo desnecessário de combustível. Utilizar sempre que possível carros de menor potência e sempre que possível realizar o transporte solidário. 9. Como fonte de combustível e como matéria-prima para a indústria petroquímica. Na combustão de um hidrocarboneto há emissão de CO, CO2 e H2O. 10. Lenha – 10550 J/g. Carvão vegetal – 25000 J/g. Carvão mineral – 28424 J/g. Gasolina (com 20% de álcool) – 40546 J/g. Álcool etanol – 29636 J/g. Considerando apenas os aspectos energéticos o combustível mais indicado seria a gasolina, porém por ser um combustível fóssil libera dióxido de en- xofre (responsável pela chuva ácida). A lenha e o carvão vegetal possuem baixa ca- pacidade calorífi ca, ou seja, é necessária grande quantidade de material combustível para atingir a quantidade de calor necessário, além de tudo con- tribui com o desmatamento das nossas fl orestas. O carvão mineral é altamente poluente por conter enxofre em sua constituição. Etanol, apesar de liberar menos energia que a gasolina seria o combustível ideal do listado, pois além de ser uma fonte renovável de ener- gia, o seu balanço final em dióxido de carbono seria zero, pois o que seria produzido na queima seria absorvido pela fotossíntese pela cana-de- -açúcar. Exercícios pág. 214 e215 1. A combustão, o processo da queima de algum tipo de combustível, geralmente é acompanhada da emissão de luz e calor. Ou seja, há liberação de energia em duas formas: a luminosa e a térmica. 2. A combustão é a reação entre o combustível e comburente, o oxigênio. O fogo observado é na verdade o calor liberado pela reação. Esse calor liberado pode também ser convertido em outros tipos de energia, como ocorre, por exemplo, nas usinas termelétricas. 3. Energia luminosa (luz vinda de uma vela ou fotos- síntese) e energia elétrica (pilha). 4. Calor é defi nido como a transferência de energia térmica entre corpos de temperaturas diferentes. Já a temperatura é o grau de agitação térmica das partículas que constituem um sistema. 5. A temperatura é uma grandeza relacionada à ener- gia cinética das partículas que constituem a matéria, pois ela não depende da quantidade de material e, assim como a cor, é uma propriedade intensiva, ou seja, independe da quantidade do material, já a propriedade extensiva é a que depende da exten- são do material. O calor, assim como o volume e a massa, é uma propriedade extensiva porque de- pende da quantidade de entidades do material. 6. A temperatura, a massa e o calor específi co do corpo. 7. O copo de vidro, pois apresenta uma menor con- dutividade térmica e, portanto, a bebida não vai esquentar tão rapidamente, como acontece com o copo de alumínio. 8. Sim. Essa afi rmação dá a ideia de que a blusa pos- sui calor. Na verdade, a blusa não é quente; ela apenas impede que o corpo ceda calor para o am- biente frio, ou seja, impede a troca de calor. 9. Quando estamos em uma região fria, a circulação sanguínea na superfície da nossa pele aumenta para compensar a transferência de calor do nosso corpo ao ambiente, evitando que a temperatura corporal abaixe. Nessa situação, moléculas de car- boidratos são queimadas, liberando mais energia em nosso organismo para compensar a energia transferida ao ambiente. Por isso é comum sentir- mos mais fome no frio do que no calor. MANUAL DO PROFESSOR 123 10. Vizinhança é a região que envolve o sistema. Fronteira é a região que separa o sistema da vizi- nhança. Pode ser isolante ou não. 11. Sistema isolado: a fronteira não permite troca de matéria nem de energia. Ex. garrafa térmica. Sistema fechado: não permite troca de matéria, mas troca calor. Ex. bolsas de gelo usadas em feri- mentos de atletas. Sistema aberto: pode trocar calor e matéria com o ambiente. Ex. o corpo humano. 12. a) Fechado, pois não permite troca de matéria, mas troca calor. b) Isolado, pois a fronteira não permite troca de matéria nem de energia. c) Aberto, pois pode trocar calor e matéria com o ambiente. 13. Haverá transferência do calor de um corpo para o outro corpo até os dois atingirem um estado de mesma temperatura, chamado equilíbrio térmico. 14. Primeira Lei da Termodinâmica, segundo a qual, a energia pode ser convertida de uma forma em outra, mas nem pode ser criada nem destruída. Se um sistema não troca energia com o meio, sua quantidade de energia é constante. Considerando o Universo como um sistema, pode-se afi rmar que sua energia é constante. Por isso, a Primeira Lei da Termodinâmica é também chamada de Prin- cípio da Conservação de Energia. Uma forma re- sumida de enunciá-la é: a energia interna de um sistema isolado é constante. 15. A vaporização de qualquer líquido é um processo endotérmico, ou seja, absorve energia. Alternativa correta: c. 16. ΔH = 200 g(chocolate) ⋅ 5 18 103, ( ) ⋅       cal chocolateg ⋅ (4,18 J/cal) = = 4330,48 ⋅ 103 J. Tempo (min) = 4330,48 kJ ⋅ 60 2600 min kJ = 99,93 min. Alternativa correta: c. 17. Q = m ⋅ c ⋅ ΔT = 180 g ⋅ 1 cal °g C⋅     ⋅ 1 °C = 180 cal. Q = 180 cal ⋅ (4,18 J/cal) = 752,4 J. 18. Q = m ⋅ c ⋅ ΔT = 3000 g ⋅ 1 cal °g C⋅     ⋅ 8 °C = = 24000 cal ou 24 kcal. 19. Q = m ⋅ c ⋅ ΔT = 500 g ⋅ 1 cal °g C⋅     ⋅ 1,3 °C = 650 cal. 20. ΔH = (212,8 kcal/mol) ⋅ 1 16 mol g = 13,3 kcal/g. 21. 1) Correto – Se a reação de combustão envolve os elementos que constituem os combustíveis, então a composição química dessa substância determinará a quantidade de calor liberada nessa reação. 2) Correto – Quando ocorre uma combustão, a temperatura na vizinhança aumenta. Esse au- mento signifi ca que houve uma transferência de energia do sistema químico em combustão para o ambiente. É esse aumento que é medi- do num calorímetro. 3) Correto – O poder calorífi co é defi nido como a quantidade de energia que cada unidade de massa do combustível pode fornecer durante a reação de combustão. 4) Certo – A água é aquecida pelo calor do orga- nismo até passar para a fase de vapor e deixar a superfície do corpo. Para cada litro de água são absorvidas 580 calorias. 5) Errado – O calor indica a transferência de energia térmica entre corpos de temperaturas diferentes. 6) Errado – As geladeiras transferem calor de uma temperatura mais baixa interna para uma tem- peratura mais alta externa. 7) Certo – A quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um corpo de um grau Celsius é denominada calor específi co e de- pende do material que o constitui. Exercícios pág. 230 a 232 1. Nas reações exotérmicas, que liberam calor, o sinal é negativo; nas endotérmicas, que absorvem calor, é positivo. 2. Porque para cada estado de agregação de uma substância corresponde um valor maior ou menor de entalpia. 3. A fusão da água é uma transformação física e ab- sorve energia, ou seja, é um processo endotérmico. Alternativa correta: d. MANUAL DO PROFESSOR124 4. A evaporação da água é um processo endotérmico, absorve calor do corpo, por isso a sensação de frio. Alternativa correta: b. 5. a) Errado – A queima da parafi na de uma vela exemplifi ca um processo exotérmico. b) Correto – A vaporização da água de uma pisci- na pela ação da luz solar exemplifi ca um pro- cesso endotérmico. c) Errado – A combustão do álcool hidratado em motores de automóveis exemplifi ca um pro- cesso exotérmico. d) Errado – A formação de um iceberg a partir da água do mar exemplifi ca um processo exotérmico. e) Errado – No estudo termoquímico é fundamen- tal descrever com precisão as condições do sistema, ou seja, as suas propriedades. Além disso, observar que a quantidade de calor, ex- pressa pelo ΔH, sempre se refere às quantida- des dos reagentes e dos produtos. Alternativa correta: b. 6. ΔH = Hp – Hr 1,8 = Hp – 0 Hp = +1,8 kJ ΔHfo = Hp = +1,8 kJ 7. Como o calor envolvido é negativo, a reação é classifi cada com sendo exotérmica. 8. Sendo uma reação exotérmica, o Hp é menor que o Hr. Comprimento da reação A B H Hp Hr 9. Correto – Essa reação representa a entalpia de for- mação, pois ocorre a formação e 1 mol de subs- tância a partir dos seus constituintes na forma mais estável. a) Não representa, pois o carbono na forma de dia- mante não é a forma mais estável do carbono. b) Não representa, pois ocorre formação de 2 mo- les de SO2. Para entalpia padrão deve ocorrer a formação de 1 mol. Alternativa correta: a. 10. ΔH = Hp – Hr ΔH = [2(–393,3) + 3(–285,5)] – [1(–277,5)] ΔH = –1365,6kJ/mol 11. ΔH = Hp – Hr ΔH = [2 ⋅ (+21,6) + 3 ⋅ (–57,8)] – [2 ⋅ (–11,0)] = = (–130,2) – (–22,0) ΔH = –108,2 kcal/mol 12. A partir do diagrama de energia podemos calcular a variação de entalpia de uma reação pela diferen- ça entre as entalpias do patamar dos reagentes e a entalpia do patamar dos produtos. 13. Reação de formação de uma substância é defi nida como a formação de 1 mol da substância a partir das substâncias simples mais estáveis. Desta for- ma a equação representativa do processo é: ½Cl2(g) + ½F2(g) ( ClF(g) Para o diagrama de energia fornecido, calcula-se a entalpia de formação como a diferença de energia entre os patamares dos produtos e dos reagentes. De acordo com o gráfi co temos que a entalpia de formação do ClF será igual a –13,3 kcal/mol. 14. Gás de cozinha libera mais calor. A variação ener- gética da combustão do álcool é de 21236 kJ/mol e do butano é de ΔH = –22 849,1 kJ/mol. 15. a) C2H2(g) + 5/2O2(g) ( 2CO2(g) + H2O(l) ΔH = –1298,3 kJ/mol. b) ½N2(g) + 3/2H2(g) ( NH3(g) ΔHof = –45,9 kJ/mol. c) O = O ( 2O(g) ΔH = +497,8 kJ/mol. 16. Para calcular a variação de entalpia de uma reação a partir das energias de ligação, é necessário montar as estruturas das substâncias indicando as ligações rom- pidas e as ligações formadas. O saldo entre a energia absorvida para romper as ligações dos reagentes e a energia liberada na formação das ligações dos produ- tos será a própria variação de entalpia da reação. 2H – I + Cl – Cl ( I – I + 2H – Cl ΔH = {+[energia de ligação rompida]} + {–[energia de ligação formada]} ΔH = {+[2 ⋅ (71 kcal) + (58 kcal)]} + + {–[(36 kcal) + 2 ⋅ (103 kcal)]} = ΔH = − 42 2 kcal mols de HCl ΔH = − 21 kcal mol de HCl MANUAL DO PROFESSOR 125 17. Para calcular o ΔH de uma reação a partir de equa- ções termoquímicas, usamos essas reações como etapas da reação pretendida e somamos os respec- tivos ΔH. Isto está de acordo com a Lei de Hess da aditividade dos calores. No caso da questão, a pri- meira reação dada é a primeira etapa, e a segunda reação, se considerado o seu sentido inverso será a segunda etapa. Portanto temos: S(rômbico) + O2(g) ( SO2(g) ΔH0 = –296,06 kJ SO2(g) ( S(monoclínico) + O2(g) ΔH0 = +296,36 kJ S(rômbico) ( S(monoclínico) ΔH 0 = +0,30 kJ/mol 18. I – H2(g) + ½O2(g) ( H2O(I) ΔH = –68,3 kcal/mol II – H2(g) + ½O2(g) ( H2O(v) ΔH = –57,8 kcal/mol H2O(v) ( H2O(l) H = (–68,3) + (57,8) = –10,5 kcal/mol; Processo exotérmico. Alternativa correta: d. 19. I – Correto – O calor de reação (ΔH) depende ape- nas dos estados inicial e fi nal do processo. II – Correto – As equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem equações mate- máticas. III – Correto – Podemos inverter uma equação ter- moquímica desde que se inverta o sinal de ΔH. IV – Errado: A variação da energia independe do caminho percorrido. Alternativa correta: c. 20. Para calcular o ΔH da reação a partir de equações termoquímicas, usa-se a Lei de Hess: C(grafi te) + O2(g) ( CO2(g) ΔH0 = –393,5 kJ 2H2(g) + O2(g) ( 2H2O(l) ΔH0 = –571,6 kJ CO2(g) + 2H2O(l) ( CH4(g) + 2O2(g) ΔH0 = +890,4 kJ C(grafi te) + 2H2(g) ( CH4(g) ΔHf0 = –74,7 kJ 21. Para calcular o ΔH da reação a partir de equações termoquímicas, usa-se a Lei de Hess: Inverte a equação I e II e dividir por 2; copiar a equação III e multiplicar por 3/2. CO2(g) + 3/2H2O(l) ( ½C2H6(g) + 7/4O2(g) ΔHº = +186,35 kcal ½C2H6(g) ( C(grafi te sólido) + 3/2H2(g) ΔHº = +10,1 kcal 3/2H2(g) + ¾O2(g) ( 3/2H2O(l) ΔHº = –102,45 kcal CO2(g) ( C(grafi te sólido) + O2(g) ΔHº = +94 kcal/mol. 22. Para calcular o ΔH da reação a partir de equações termoquímicas, usa-se a Lei de Hess: C(grafi te) + O2(g) ( CO2(g) ΔHº = –94,0 kcal 2H2(g) + O2(g) ( 2H2O(l) ΔHº = –136,0 kcal CO2(g) + 2H2O(l) ( CH4(g) + 2O2(g) ΔHº = +212,0 kcal C(grafi te) + 2H2(g) ( CH4(g) ΔHfº = –18 kcal Alternativa correta: c. 23. Para calcular o ΔH da reação a partir de equações termoquímicas, usa-se a Lei de Hess: Inverte a equação I; copiar a equação II e a equação III multiplicando por 2. C2H2(g) ( 2C(s) + H2(g) ΔHº = –54,2 kcal H2(g) + 0,5O2(g) ( H2O(l) ΔHº = –68,3 kcal 2C(s) + 2O2(g) ( 2CO2(g) ΔHº = –188,2 kcal C2H2(g) + 2,5O2(g) ( 2CO2(g) + H2O(l) ΔHº = –310,7 kcal/mol. Alternativa correta: c. 24. É uma grandeza que mensura o grau de desordem de um sistema. 25. A tendência natural de um processo é de caminhar para situação de maior desordem. Uma reação será espontânea quando favorecer uma maior desor- dem, ou seja, quando a variação de energia livre for menor que zero. Quando for positiva, o processo não é espontâneo. 26. a) Diminui, ocorre diminuição na quantidade de matéria, de 3 para 2. b) Aumenta, pois o estado gasoso é mais desorga- nizado que o estado sólido. c) Diminui, pois o abaixamento da temperatura diminui a energia cinética e o movimento mole- cular diminui o aumento da organização. 27. 1) Errado – A formação de gotas de água em uma nuvem ocorre com diminuição de entropia. MANUAL DO PROFESSOR126 2) Correto – Para que ocorra a dissolução do açú- car é preciso que haja absorção de energia acar- retando um aumento na entropia. 3) Errado – A vaporização do álcool no carburador de carro se dá com aumento de entropia. 4) Correto – Neste caso ocorre uma diminuição do volume do gás acarretando uma diminuição na entropia. 5) Correto – Devido as moléculas fi carem mais sol- tas ocorre o aumento da desordem do sistema. Capítulo 7 Debata e entenda pág. 240 1. Energia solar é barata, limpa e efi ciente, mas neces- sita de altos investimentos para instalação e para armazenar a energia utiliza-se de baterias caras e com resíduos poluentes; Energia eólica é barata e limpa, mas restrita a poucas regiões onde haja vento sufi ciente e para armazenar a energia utili- za-se de baterias caras e com resíduos poluentes; Energia das marés é limpa, mas necessita de alto investimento e regiões onde tenha mar; Biomassa é limpa, barata, gera empregos, mas apresenta pro- blemas de adaptação aos motores; Biodiesel apre- senta vantagens quanto à emissão de gases para a atmosfera, mas ainda está em fase de pesquisa. 2. É fundamental que se oportunize aos alunos a pesquisar em outras fontes como livros, Internet, revistas. Observe atentamente a quantidade de in- formação que será disponibilizada após a pesquisa e promova a construção do cartaz. O importante é regionalizar a pesquisa, pois uma fonte alternativa do nordeste é diferente de uma fonte alternativa da região sul. 3. Adotar medidas de uso racional de energia elétrica, como por exemplo: • usar equipamentos elétricos mais efi cientes e econômicos; • fazer revisões periódicas nas redes elétricas; • utilizar os aparelhos eletrônicos de forma mais racional; • adotar medidas de uso racional de combustível fóssil como diminuir o uso veículos automotivo; (transporte solidário, rodízio de veículos, utilizar transporte de massa...); • programar uma política de substituição do uso de combustíveis fósseis; • incentivar e fi nanciar pesquisas na área de com- bustíveis alternativos. • incentivar a aquisição de veículos novos com tec- nologia antipoluição. 4. Já temos uma dependência muito grande com rela- ção ao petróleo e seus derivados. Enumere fatores dessa dependência e difi culdades de saná-las. Ou- tros fatores a serem considerados é a necessidade de investimentos em pesquisas de novas fontes energéticas e interesses coorporativos envolvidos. 5. É importante comentar que é necessário que se estabeleça atitudes simples de economia diária, além do uso racional de energia elétrica, sempre que possível fazer o uso da luz solar e aquecimento solar. Enfatize as medidas que são destacadas na seção Conhecendo um pouco mais – Como dimi- nuir o consumo doméstico de energia elétrica. 6. A biomassa utiliza em última análise a energia solar, pois pela fotossíntese as plantas armazenam ener- gia, portanto o equilíbrio entre o dióxido de carbono emitido será igual ao absorvido pelas plantas, por isso podemos considerar a energia da biomassa como uma energia limpa. Observe o quadro a seguir: Fonte: OLIVEIRA, Flavia C. da C. SUAREZ, P. A. Z. SANTOS, W. L. P. dos. Biodiesel: possibilidades e desafi os. Química Nova na Escola, v. 28, p.3-8, 2008. Principais exemplos de biocombustíveis Biocombustível Matéria-prima Processos de obtenção Composição química Carvão vegetal Madeira Pirólise Carbono Álcool Açúcares (glicose, amido, celulose etc.) Fermentação aeróbica Etanol (CH3CH2OH) Biogás Todo o tipo de Biomassa Fermentação anaeróbica Hidrocarbonetos leves Biogás de síntese Biomassa em geral Gaseifi cação Mistura de vários gases, essencialmente CO e H2 Biodiesel Óleos e gorduras Esterifi cação ou transesterifi cação Monoésteres de ácidos graxos Bio-óleo Óleos e gorduras Craqueamento ou hidrocraqueamento Mistura de hidrocarbonetos e compostos oxigenados MANUAL DO PROFESSOR 127 7. O uso de biodiesel também gera problemas am- bientais derivados do cultivo em larga escala de vegetais, são os ônus da agroindústria, a produ- ção em larga escala obriga o uso de agrotóxicos. A monocultura em substituição em área que antes poderia produzir alimentos. Exercícios pág. 254 e 255 1. A combustão completa de um combustível ocorre com excesso de gás oxigênio produzindo CO2 e água, caso exista um excesso de combustível, ou a quantidade insufi ciente de oxigênio acontece a combustão incompleta, a qual gera outros produ- tos além de dióxido de carbono, água, serão pro- duzidos o monóxido de carbono e a fuligem que nada mais é que carbono fi namente pulverizado. 2. Para apagar um incêndio em um vazamento de gás o ideal seria a utilização de uma toalha mo- lhada, pois iria difi cultar o contato com o combu- rente, gás oxigênio, e com isso extinguir a chama. 3. É o estudo da taxa de rapidez das reações quími- cas e dos fatores que nela infl uem. 4. É a variação da quantidade de reagente ou de pro- duto que é consumido ou formado por unidade de tempo. 5. Em unidades de concentração, se a substância es- tiver em solução, ou em termos de pressão parcial, se a substância for um gás. 6. É a energia necessária para que as colisões sejam efetivadas; sem essa energia, a reação não terá início. 7. Uma colisão efi caz é aquela que ocorre com ener- gia sufi ciente para o rompimento das ligações nos reagentes e formação de novas ligações nos pro- dutos. 8. Afi nidade química e contato entre os reagentes; colisão entre as partículas reagentes com orienta- ção favorável e com energia de ativação. 9. É a formação (quase união) das moléculas das es- pécies reagentes em um estado intermediário que irão formar os produtos. 10. De acordo com essas teorias, as reações lentas apresentam energia de ativação alta e, as rápidas, requerem energia de ativação baixa. 11. O aumento de temperatura, provoca um aumento da energia cinética, contribuindo para um aumen- to no número de colisões efetivas. 12. É falsa. A temperatura não afeta a energia de ativa- ção e, sim, a energia cinética das moléculas. 13. Aumentando a superfície de contato entre as par- tículas reagentes estaremos aumentando a frequ- ência de choques entre elas, o que provoca um aumento dos choques efetivos; isso infl uencia na rapidez da reação. 14. A explicação desse fator pode ser dada pelo fato de que, quanto maior for o número de partículas dos reagentes, maior será a probabilidade de cho- ques entre elas e, consequentemente, mais rápida será a reação. 15. Não é possível prever a alteração da velocidade da reação química, pois a variação da rapidez provo- cada pela alteração na concentração dos reagen- tes não é igual para todas as reações. 16. O comprimido amassado apresenta maior superfí- cie de contato, tornando mais rápida a sua disso- lução e absorção pelo organismo. O inconveniente e que irá diminuir o tempo de permanência no estômago, este tempo pode ser fundamental para o efeito do medicamento. 17. O reagente apresenta maior superfície de conta- to, o oxigênio está puro (maior concentração) e a temperatura está mais alta, fatores que favorecem uma maior rapidez da reação. Alternativa correta: d. 18. a) Correto – Maior superfície de contato é um fa- tor que favorece uma maior rapidez da reação. b) Errado – Como ocorre a liberação de gás carbô- nico, há a diminuição da massa do sistema. c) Correto – A temperatura está mais alta é um fa- tor que favorece uma maior rapidez da reação. d) Correto – Em um comprimido efervescente as bolhas liberadas são formadas de dióxido de carbono. e) Correto – A formação de bolhas é um forte in- dício da ocorrência de uma reação química. Alternativa correta: b. 19. a) Errado – A pulverização apenas aumenta a su- perfície de contato. MANUAL DO PROFESSOR128 b) Correto – A pulverização apenas aumenta a su- perfície de contato aumentando a possibilida- de de colisão entre os reagentes. c) Correto – A velocidade de uma reação química depende de vários fatores como: superfície de contato, temperatura, natureza dos reagentes, concentração, etc. d) Correto – A temperatura está mais alta é um fa- tor que favorece uma maior rapidez da reação. e) Correto – O aumento da superfície de contato aumenta a possibilidade da dissolução. Alternativa correta: a. Exercícios pág. 262 e 263 1. Os reagentes devem colidir de maneira efi caz e formar espécies intermediárias, estes rearranjos representam as etapas, favorecendo a formação dos produtos. 2. a) É a etapa lenta = A2. b) A primeira etapa exige uma quantidade de energia maior para a formação do complexo intermediário. Já a segunda é rápida porque o complexo intermediário é instável e irá se de- compor rapidamente. 3. Porque a etapa lenta envolve maior quantidade de energia e determinará a velocidade da reação. 4. Esta energia irá benefi ciar a ocorrência da reação, pois provoca a formação do complexo ativado e consequentemente à formação dos produtos, ou seja, é a força propulsora do sistema. 5. A reação endotérmica necessita de maior quantida- de de energia de ativação que a reação exotérmica. 6. A energia de ativação está diretamente relaciona- da com a rapidez da reação química. A etapa mais lenta é a que apresenta maior valor para a energia de ativação. Sendo a etapa mais rápida aquela que apresenta menor valor para a energia de ativação. 7. a) A curva I; menor energia de ativação. b) Catalisador. c) Na reação representada pela curva II o comple- xo ativado exige maior energia para se formar. d) Não. A curva I representa a reação catalisada e a II representa a reação sem catalisador. 8. a) Correto – A curva II por ter menor energia de ativação pertence à reação catalisada. b) Correto – A presença de um catalisador dimi- nui a energia de ativação tornando a reação (curva II) mais rápida. c) Errado – O catalisador não altera o valor da va- riação de entalpia. d) Errado – O catalisador altera a energia de ativa- ção. e) Errado – O catalisador não altera o valor da va- riação de entalpia. Alternativas corretas: a e b. 9. a) Errado – O catalisador não altera o valor da va- riação de entalpia. b) Errado – A reação é exotérmica. c) Errado – O ΔH é representado pela letra d. d) Errado – O catalisador não altera o valor da va- riação de entalpia. e) Correto – A presença de um catalisador dimi- nui a energia de ativação de a para b tornando a reação 2 mais rápida e não provoca variação no ΔH da reação em d. Alternativa correta: e. 10. O catalisador atua fornecendo um novo “cami- nho”, produzindo um intermediário com menor energia de ativação. 11. Reduzem signifi cativamente o tempo de duração das reações, são recuperados e podem ser reutili- zados durante muito tempo, até perderem as suas características por desgaste químico, gerando uma economia de tempo e recursos. 12. Ele catalisa reações para transformar gases tóxicos liberados pelo escapamento pela combustão de motores, principalmente: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de en- xofre (SO2) e fragmentos de hidrocarbonetos que não queimaram completamente, em gases menos ou não tóxicos, ou seja, em dióxido de carbono (CO2), água (H2O), ácido sulfídrico (H2S), oxigênio (O2) e nitrogênio (N2). 13. Esse tipo de catalisador apresenta suas estrutu- ras tridimensionais contendo canais de tamanhos seletivos que permitem interromper as reações quando a cadeia carbônica da substância em pro- dução atinge o número de átomos desejado. 14. Porque catalisam reações fundamentais para o funcionamento adequado dos processos bioquí- micos. O funcionamento preciso de todas as fun- ções de nosso corpo se deve à ação de enzimas. MANUAL DO PROFESSOR 129 15. Fornecendo um novo “caminho” com maior ener- gia de ativação. 16. Os catalisadores são espécies químicas (molécu- las, átomo ou íons) e não uma forma de energia. 17. O inibidor fornece um novo “caminho” com maior energia de ativação, diminuindo a velocidade da reação. Alternativa correta: c. Capítulo 8 Debata e entenda pág. 268 1. A principal vantagem da energia nuclear para um país sem recursos hídricos e com pequeno territó- rio é que as usinas nucleoelétricas praticamente não emitem gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa, podem ser construídos próximos dos centros consumidores. A principal desvantagem é o risco de uma conta- minação radioativa e o lixo radioativo gerado após o uso do combustível nuclear. 2. Aquecimento global por queima excessiva de com- bustíveis fósseis e acidentes em usinas nucleares pelo mundo. 3. Procurar incentivar os alunos em pesquisar em revista ou Internet o estágio na construção de An- gra 3. 4. O maior risco é com vazamento de material ra- dioativo que contamina o local da usina nuclear e fi nalmente como descartar (resíduo) o lixo radioa- tivo do combustível nuclear utilizado. 5. Ao utilizar a energia nuclear é necessário que haja o domínio da alta tecnologia que o processo exige, também há necessidade de ter a responsabilidade para cuidar do lixo (resíduo) acumulado na quei- ma do combustível nuclear. A cooperação interna- cional é para trocar informações sobre tecnologia e os cuidados para evitar que tais informações caiam em mãos erradas. 6. Sim, o grande consumo nos dias atuais obriga os governantes em procurar novas fontes de energia, a energia nuclear é relativamente limpa e as usi- nas modernas são muitos seguras. 7. Fissão e fusão dos átomos gerando calor, o calor é utilizado para girar turbinas a fi m de produzir eletricidade. 8. A usina nuclear não emite dióxido de carbono (aquecimento global), dióxido de enxofre (chuva ácida) e a quantidade de resíduo liberado é bem menor, a única desvantagem em relação a termoe- létrica a carvão é que os rejeitos das usinas nucle- ares são altamente radioativos. Exercícios pág. 276 e 277 1. A radiação é a propagação de energia sob a forma de ondas ou partículas. A radioatividade é emissão de energia (radiação) do núcleo dos átomos. 2. Radiação natural, radiação devido aos equipamen- tos que produzem radiação, como aparelhos de raios X, televisores e fornos de micro-ondas etc. 3. Observou que o urânio emitia radiação esponta- neamente e não radiação absorvida de raios so- lares. Estudando detalhadamente outras substân- cias, constatou que qualquer substância de urânio possuía essa propriedade. 4. Devido a falta de conhecimentos sobre a estrutura do átomo na época que pudessem explicar os fe- nômenos estudados. 5. Alternativa correta: b. 6. a) 31H → 3 2He + A ZX A = 0 e Z = –1 ∴ X = β b) 157N + 1 1p → 12 6C + A ZX A = 4 e Z = 2 ∴ X = α c) 3919K + 1 1 0n → 36 17Cl + A ZX A = 4 e Z = 2 ∴ X = α d) 146N + 4 2α → 17 8O + A ZX A = 1 e Z = 0 ∴ X = n e) 106C → 10 5B + A ZX A = 0 e Z = 1 ∴ X = +1 0e (pósitron) 7. Alternativa correta: c. 8. Alfa, beta e gama. 9. O núcleo. 10. De acordo com Dalton, o átomo é indivisível, ou seja, não pode ser dividido em partes menores. Através da radioativiade sabemos que determina- dos átomos podem expulsar partículas do seu pró- prio núcleo, o que contradiz o modelo de Dalton. MANUAL DO PROFESSOR130 11. São transformações que alteram os núcleos dos átomos. 12. Porque as partícula alfa possuem carga e massas maiores. 13. Partícula Carga Massa alfa +2 4 u beta –1 1 1837 gama 0 0 u 14. (1) E (2) E (3) E (4) C. 15. (1) C (2) E (3) C (4) C (5) E. 16. Alternativa correta: c. 17. As emissões gama são ondas eletromagnéticas comparadas aos raios X. O seu poder de ionização, comparado com emissões alfa, é muito baixo, pois não apresentam carga nem massa. 18. Isso ocorre porque a partícula alfa apresenta maior massa que as partículas beta, ou seja, menor ve- locidade. 19. Seu número atômico diminui duas unidades e seu número de massa diminui quatro unidades. 20. Seu número atômico aumenta uma unidade e seu número de massa permanece inalterado. 21. Alfa, beta, beta, alfa. 22. Um átomo ao emitir uma partícula alfa (o número atômico decresce de duas unidades e o número de massa decresce de 4 unidades) e duas partí- culas beta (o número atômico aumenta de duas unidades e o número de massa permanece cons- tante), ou seja, teremos a formação de um isótopo com duas unidades de massa menor que o átomo inicial. Alternativa correta: b. 23. O maior poder de penetração é das radiações gama, e o menor poder de penetração é das partí- culas alfa (maior massa e menor velocidade). Alternativa correta: b. 24. Fazendo o balanço de número de massa e número atômico temos: 14 + 4 = 17 + A ( A = 1 7 + 2 = 9 + Z ( Z = 0 Portanto: 0 1X. Alternativa correta: a. 25. A emissão alfa, pois ela é composta de 2 prótons, ou seja, tem carga elétrica +2 (positiva), o que fa- cilita a ionização dos gases do ar. Exercícios pág. 283 e 284 1. Depende principalmente da relação entre o núme- ro de prótons e nêutrons. 2. Eles são instáveis em razão das grandes forças de repulsão entre os prótons. 3. É uma sequência que ocorre espontaneamente na natureza, na qual os elementos radioativos se transformam em outros até chegar a um elemento químico estável. 4. No caso da emissão da partícula alfa, o átomo tem diminuído a sua massa em quatro unidades e o nú- mero atômico em duas unidades. Na emissão de partícula beta, o átomo tem sua massa constante e o número atômico aumenta em uma unidade. 5. Porque são ondas eletromagnéticas e por isso têm maior poder de penetração. 6. a) 38 90Sr → –1 0β + 39 90Y. b) 13755Cs → –1 0β + 13756Ba. 7. a) 22187Fr → 2 4α + 21785At. b) 23592U → 2 4α + 23190Th. 8. Z AX → 2 4α + –1 0β + 23491Pa. A = 238 Z = 92 9. a) Errado – O elemento em questão possui 8 nêu- trons. b) Correto – O elemento em questão possui 8 nêutrons. c) Errado – 11H não possui nêutron. d) Correto – O elemento em questão possui 8 prótons. e) Correto – O elemento em questão é 17. Alternativas corretas: b, d, e. 10. 23793Np → 72 4α + 4–1 0β + 20983Bi. Alternativa correta: b. 11. 21183Bi → 2 4α + 20781Tl 20781Tl → –1 0β + 2082Pb 12. 32g—P—16g—P—8g—P—4g—P—2g—P—1g. Restará 1g apenas. MANUAL DO PROFESSOR 131 13. a) Errado – O rádio poderia ser utilizado para cau- sar danos, mas poderia também trazer vários benefícios à humanidade. b) Errado – Os explosivos possibilitaram ao ho- mem realizar obras notáveis, principalmente na engenharia. c) Errado – A descoberta de Nobel, a dinamite, possibilitou ao homem realizar obras notáveis, principalmente na engenharia. d) Errado – Para Pierre Curie há um risco, pois o humanidade pode ainda não ter adquirido ma- turidade para dominar toda a tecnologia que a ciência tem colocado ao dispor da humanida- de. e) Correto – As novas tecnologias têm trazido mais benefícios do que prejuízos à humanida- de. Alternativa correta: d. 14. 10% do valor original correspondem a 2g. Assim temos: 20g – (100%) —1 0g – (50%) — 5g – (25%) — 2,5g – –(12,5%) — 1,25g – (6,25%), como é menos de 10% serão necessário aproximadamente quatro meias-vidas. Ou para um cálculo mais exato temos: Pf = 100% 2x 2x = 10 log 2x = log 10 0,3x = 1 x = 3,33 meias-vidas. 15. Para a massa inicial (40 g) atingir a metade (20 g) são necessárias 4 horas. Alternativa correta: d. 16. 16g – 15 dias — 8g – 15 dias — 4g – 15 dias — 2g – 15 dias – 1g. Total de 60 dias ou 4 meias-vidas. Alternativa correta: b. 17. a) Errado – As radiações gama por ser ondas de alta frequência praticamente não sofrem ação dos campos elétricos. b) Errado – Das partículas a mais ionizante é a partícula alfa. c) Errado – Ao emitir uma partícula beta o núme- ro de massa permanece constante. d) Correto – O período de meia-vida é quando a atividade radioativa decai pela metade. e) Errado – a cada 10 anos ele perde 50% de sua massa na seguinte sequência: 100% — (10 anos) — 50% – (10 anos) — 25% – – (10 anos) — 12,5% – (10 anos) — 6,25% – – (10 anos) – 3,125%. Alternativa correta: d. 18. 23290Th → 2 4α + 22888Ra. Alternativa correta: a. 19. 3,1min 3,1 min 3,1 min 8 mg -------- 4 mg ------ 2 mg ------- 1mg. Como são necessárias 3 meias-vidas o tempo total é 9,3 minutos. Alternativa correta: c. 20. 20 min 20 min 100% ------ 50% ------- 25%, portanto o tempo to- tal será de 40 minutos. 21. 23892U + 824α + 6–10β → 20682Pb. Alternativa correta: c. Debata e entenda pág. 294 1. a) É ética a participação de cientistas em proje- tos militares de produção de armas. Trata-se de uma relação delicada cuja ética esbarra em situações cotidianas e de julgamento de valores, é necessário avaliar sempre os fi ns a que se destinam tais estudos. Numa guerra vários conhecimentos são produzidos, trata- -se de uma questão de estratégia para vencer. Porém, ao fi nal, muitos deles poderão ser usa- dos em situações cotidianas, pois um conhe- cimento científi co produz material tecnológico sempre e de alguma forma, reaproveitado. O Nylon®, um material que hoje possui múltiplas funções em nosso dia a dia foi desenvolvido em época de guerra, como a internet também; hoje esse conhecimentos são fundamentais na sociedade tecnológica. Enfi m, poderíamos citar muitos outros exemplos, porém, este não é o foco da pergunta. Muitas descober- tas foram favoráveis aos homens em tempo de guerra, pois nesses períodos eram sempre destinados muitos recursos fi nanceiros. Então, podemos entender que a Ciência cabe em qualquer lugar, desde que seu fi m seja ava- liado eticamente no sentido da conservação e manutenção da vida. MANUAL DO PROFESSOR132 b) Dos governantes, dos indivíduos que comer- cializam armas nucleares, dos cientistas, en- tre outros. 2. Pessoal: Procurar mostrar o que ocorreu durante e depois da bomba atingir essas duas cidades. E verifi car, atualmente, como elas sobreviveram a essa tragédia. O porquê da maior mortandade em Hiroshima do que em Nagasaki. 3. Procurar trazer notícias atuais sobre a atuação des- se órgão mundial e qual seria a participação e o interesse dos países que dominam a tecnologia no campo nuclear. Para muitos países, sobretudo os emergentes, dispor de tecnologia para enri- quecimento de urânio com o objetivo de produzir energia elétrica é fundamental. Mas, e os riscos desse conhecimento? O mesmo urânio, ou outra substância radioativa, utilizado para gerar energia elétrica, também pode ser utilizado para produzir armas nucleares. 4. Atualmente discute-se muito quem, ou seja, que país, pode ter a tecnologia para a fabricação da bomba atômica. Tal preocupação se deve ao fato de que é preciso ter bom-senso antes de defi nir a ne- cessidade de uma bomba. É preciso considerar que, para se ter uma bomba atômica, é importante ter consciência que seu uso é desastroso e o não uso é oneroso, pois é muito caro a manutenção de uma arma desse porte, até para os países muito ricos. 5. Além da geração de eletricidade, já citada, outros usos já estão inseridos fortemente em nosso coti- diano, dentre eles podemos citar: na conservação dos alimentos e consequentemente no combate a fome; na medicina com os inúmeros medicamen- tos (os radiofármacos) e aparelhos para exames, que estão disponíveis para diagnósticos médicos precisos; na agricultura com o uso das técnicas que se valem da energia nuclear para auxiliar no aumento da produtividade agrícola; na indústria principalmente na fabricação de peças que exigem precisão e qualidade etc. 6. Uma sociedade altamente tecnológica é grande consumidora de energia. Porém, de modo geral, a produção de energia normalmente gera poluição. Somente algumas fontes geradoras de eletricidade são consideradas geração de energia limpa, pois não favorecem a poluição, como a energia solar e a eólica. No entanto, a energia nuclear pode ser uma fonte de energia nada desprezível apesar de gerar lixo radioativo. Debata e entenda pág. 305 1. Pela sua efi ciência energética, ao ser queimado, em relação a outros combustíveis. Pela fartura até a presente data. 2. Além da efi ciência energética é necessário analisar fatores econômicos e ambientais relacionados às reações de combustão. 3. O hidrogênio que apresenta 28900 Cal/g, ou seja, possui o maior poder calorífi co. 4. Álcool (álcool combustível = 6507 cal/g), Gasolina (gasolina com 20% de álcool = 9700 cal/g), GLP (11730 cal/g), Hidrogênio (28900 cal/g). 5. Há que se considerarem, além da efi ciência ener- gética, fatores econômicos, ambientais, políticos e sociais, relacionados à exploração, comercializa- ção e consumo dos combustíveis. 6. A energia térmica tem como vantagem o baixo custo, porém a poluição do ar é sua maior desvan- tagem; A energia hidráulica é produzida a partir do movimento da água, que é gratuita, porém, a construção das hidroelétricas exige formação de grandes represas, o que provoca alterações nos ecossistemas: • a energia nuclear é a fonte mais concentrada de geração de energia e não contribui para a chuva ácida ou efeito estufa, mas é a fonte de maior custo por causa dos sistemas de emergência, de contenção de resíduos radioativos e de armaze- namento; • a energia eólica tem como fonte o vento. É gra- tuita, porém é limitada a poucas áreas, os equi- pamentos têm manutenção cara e é altamente dependente do clima; • a energia solar tem a luz do sol disponível, mas requer materiais especiais, necessita de amplos espaços e depende da situação climática. 7. Atualmente estão sendo estudadas algumas alter- nativas para substituição do óleo diesel, como o biodiesel, que é o principal produto derivado de óleos vegetais (mamona, dendê, soja) ou gordura animal, juntamente com etanol. MANUAL DO PROFESSOR 133 Em outubro de 2009 foi publicada uma resolução que estabelece um mínimo de 5% de biodiesel no óleo diesel, como uma alternativa de diminuir o uso desse combustível. Existem outras alternativas como a mudança do sistema rodoviário brasileiro, que poderia explorar mais o transporte pluvial e o ferroviário. 8. O Brasil é um país privilegiado em recursos hídricos. Cerca de 95% da energia elétrica brasileira provém dos seus rios e isto está gerando uma série de conse- quências socioambientais em função do alagamento de grandes áreas. A construção das barragens impli- ca, muitas vezes, remover cidades inteiras, capturar animais, desalojar pessoas, acabar com fl orestas. É necessário que o governo modifi que as regras em relação à construção de represas para que não haja prejuízos ainda maiores à sociedade. Exercícios pág. 311 a 314 1. Os efeitos da radiação nuclear nos organismos vi- vos variam muito em função do tipo de radiação, da intensidade e do tempo de exposição. 2. O grande risco da radiação para os seres vivos é que os materiais radioativos ionizantes podem causar alterações nas moléculas de DNA (respon- sável pelo nosso código genético). Essa alteração química modifi ca a informação genética, fazen- do com que apareçam alterações morfológicas e funcionais nos indivíduos. Tais alterações podem provocar o aparecimento de câncer ou induzir mu- tações genéticas em gerações futuras. 3. O método baseia-se na comparação das quanti- dades de urânio e chumbo presentes em miné- rios de urânio que se acreditavam existir desde os primórdios do planeta. O chumbo-206 presente nesses minérios provém do decaimento do isó- topo do urânio-238 por emissões radioativas. Nesse fenômeno, cada átomo de urânio-238 dará origem a um átomo de chumbo. Portanto, o número total de átomos de chumbo-206 pre- sentes no minério é equivalente ao número de átomos do urânio-238 que sofreu decaimento. 4. A Química Nuclear tem sido uma grande aliada da medicina que utiliza os radioisótopos para diag- nósticos, tratamentos e detecção de quantidades mínimas de drogas ou hormônios. • radiologia (raios X); • ressonância magnética; • tomografi a computadorizada; • ultrassonografi a; • radioterapia; • quimioterapia. 5. O combate a essa doença por meio da radiote- rapia é possível porque as células cancerígenas são mais sensíveis à radiação do que as células normais. Assim, o uso de dosagens controladas é capaz de destruir as células doentes, preservando as normais. 6. Fontes naturais, raios cósmicos, tratamentos médi- cos, armas nucleares, entre outras. 7. a) Errado – A radiação de maior poder de pene- tração é a radiação gama. b) Correto – Para vencer a repulsão entre os nú- cleos é necessária uma altíssima temperatura. c) Correto – A meia-vida depende da instabilida- de dos radionuclídeos. d) Correto – Quanto maior a meia-vida, menor o seu decaimento. e) Correto – Um átomo instável ao emitir uma partícula beta, o seu número atômico diminui em uma unidade. Alternativa correta: a. 8. Os raios lasers são luz monocromática, ou seja, uma frequência bem defi nida. Alternativa correta: d. 9. O funcionamento do aparelho baseia-se na sua capacidade de detectar a radiação ionizante de um gás a baixa pressão. A radiação que entra através da janela causa ionização do gás permi- tindo que se estabeleça uma pequena corrente entre os eletrodos que acendem uma luz produ- zindo estalidos. 10. a) Correto – O uso da energia para marcar produ- tos agrícolas é cada vez mais comum em pes- quisas agropecuárias. b) Errado – As radiações gama têm o maior poder de penetração. c) Correto – Os alimentos irradiados podem ser armazenados por um tempo maior, permitindo um melhor controle de preço. d) Correto – A utilização dos períodos de meias- -vidas possibilita a datação de fósseis e rochas. MANUAL DO PROFESSOR134 e) Correto – A datação por carbono-14 é uma téc- nica utilizada para determinar a idade de um fóssil. Alternativa correta: b. 11. Os nêutrons produzidos inicialmente provocam novas fi ssões, que, por sua vez, produzirão novos nêutrons e assim sucessivamente. 12. O gás argônio sofre ionização liberando elétrons que vão ionizar outros átomos do gás ao redor enquanto caminham em direção ao fi o central do aparelho produzindo pulsos. 13. 146C → –1 0β + 147N. Alternativa correta: b. 14. Para a porcentagem inicial (100%) atingir a meta- de (50%) são necessários 5 anos. Alternativa correta: b. 15. a) 2288 5Ra → 2289 5Ac + –1 0β ( são isóbaros e a partícula é beta). b) 1 mg ----- 0,5 mg ----- 0,25 mg ----- 0,125 mg 15 dias 15 dias 15 dias O tempo total é de 45 dias, o que corresponde a 1 0 125 8 , = , ou seja, a amostra tornou-se oito vezes menor que a inicial. 16. A = 131 – 0 = 131 Z = 53 + 1 = 54 Alternativa correta: c. 17. O somatório de A dos reagentes tem que ser igual ao somatório dos A dos produtos. Também o so- matório dos Z dos reagentes tem que igual ao so- matório dos Z dos produtos. d) Temos para A – 235 + 1 = 140 + 93 + 3. Para Z – 92 + 0 = 56 + 36 + 0 Alternativa correta: d. 18. a) Nêutron: 10n b) 10n + 23 92 5U → [ 2392 6U ] → 210n + 9 36 0Kr + 1456 4Ba c) Figura I: fi ssão nuclear; Figura II: fusão nuclear. d) Na fusão nuclear. 19. a) Errado – A fusão nuclear é a união de átomos menores em átomos maiores e a fi ssão nucle- ar é a ruptura de átomos maiores em átomos menores. b) Correto – A energia das estrelas é oriunda de reações de fusão nuclear. c) Errado – Apenas a fi ssão nuclear é que gera o lixo radioativo. d) Errado – Atualmente apenas a fi ssão nuclear é utilizada comercialmente na geração de ener- gia elétrica. e) Errado – Em fase de pesquisa a fusão nuclear, pois a fi ssão nuclear já é utilizada comercial- mente. Alternativa correta: b. 20. A fi ssão nuclear consiste na quebra de um nú- cleo atômico pesado e instável provocada por um bombardeamento de nêutrons moderados, originando núcleos atômicos médios, nêutrons e uma quantidade muito grande de energia. A fu- são nuclear é a junção de dois ou mais núcleos leves originando um único núcleo de maior nú- mero atômico e liberação de maior quantidade de energia. 21. A utilização dessas reações para produzir energia é o desejo de muitos cientistas, pois além de produ- zir muita energia não há formação de lixo radioa- tivo, mas para haver a fusão é necessário altíssima temperatura para vencer a repulsão dos núcleos, o controle de temperaturas tão elevadas constitui um problema de difícil solução. 22. Apresentam enorme risco em virtude dos diferen- tes tipos de radiação emitidos no processo e o ris- co dos rejeitos radioativos gerados após o uso do combustível nuclear. 23. Os materiais radioativos podem levar milhões de anos para atingir níveis aceitáveis de radia- ção, fato que impossibilita que sejam descar- tados diretamente no ambiente. Os resíduos são perigosos e geram isótopos radioativos cujo período de decaimento é muito longo. Al- guns, como o Amerício-241, que são produzi- dos em pequenas quantidades, permanecem no ambiente por milhões de anos, os outros, como Césio-137 e Estôncio-90, têm suas vi- das média na ordem de centenas de anos; o Plutônio-293 possui propriedades que o torna muito tóxico, além de ser fi ssível, ou seja, ter ca- pacidade de realizar a fi ssão nuclear, e depois de purifi cado pode ser usado para fazer bombas. MANUAL DO PROFESSOR 135 24. Em baixo; em intermediário e em alto. Nível de radiação Baixo Características Material com baixo teor de radiação e vida média curta. Exemplos Resíduos de hospitais, laboratórios, indústrias, centrais nucleares. Destino Enterrados em fossos. Nível de radiação Intermediário Características Nível médio de radiação. Exemplos Equipamentos, recipientes de materiais radioativos. Destino Armazenados em locais especiais. Nível de radiação Alto Características Alta radioatividade e vida média longa. Exemplos Resíduos de combustíveis. Destino Depositados em tanques ou contêineres de aço, envoltos em concreto. 25. 1) Correto – A reação nuclear que ocorre nas es- trelas é uma fusão de átomos de hidrogênio formando hélio. 2) Correto – Na fusão nuclear não haverá rejeito radioativo, pois haverá a formação de um áto- mo não radioativo. 3) Errado – Atualmente utiliza-se da fi ssão nuclear para obter a energia elétrica. 4) Errado – A fi ssão nuclear é amplamente utiliza- da para fi ns comerciais, apenas a fusão nuclear tem o seu emprego restritamente militar. 26. 1) Errado – As reações nucleares liberam muita energia. 2) Errado – A reações nucleares, principalmente a reação em cadeia é violentíssima. 3) Correto – A fi ssão nuclear é uma reação nucle- ar e como tal não depende da eletrosfera. 4) Errado – A fi ssão nuclear é utilizada para gerar energia elétrica. 5) Errado – Na quebra dos núcleos de átomos neutros haverá sempre um balanço de número atômico que será igual ao número de elétrons, portanto não haverá formação de íons. 27. Fazendo o balanço de número de massa e número atômico temos; Para o número de massa = 235 + 1 = 90 + A + 2 A = 144 Para o número atômico = 92 = 37 + Z Z = 55 Alternativa correta: e. 28. Fazendo o balanço de número de massa e número atômico temos: para o número de massa = 1 + 235 = 144 + A + 2 A = 90 para o número atômico = 92 = 55 + Z Z = 37 Alternativa correta: b. 29. É uma reação de fusão nuclear, com liberação de grande quantidade de energia e liberação de nêutrons. Alternativa correta: b. 30. a) Correto – Todo rejeito nuclear é um lixo nucle- ar. b) Correto – Todo rejeito nuclear é um lixo nucle- ar. c) Correto – Todo material radioativo deve ser manuseado com cuidado, mesmo o rejeito nu- clear. d) Correto – Mesmo o lixo nuclear apresenta ra- diação capaz de causar doenças graves como a leucemia. e) Errado – As atividades radioativas possuem um decaimento denominado de meia vida que irá variar de substância para substância radioativa. Alternativa correta: e. 31. A reação não é de fusão nuclear, mas uma fi ssão nuclear, pois o núcleo do átomo de urânio sofre desintegração formando outros núcleos menores. 32. A fusão nuclear é obtida pela colisão e junção de dois núcleos menores formando um núcleo maior. Alternativa correta: d. 33. Numa reação de transmutação nuclear há forma- ção de novos elementos químicos, enquanto em uma reação química (não há formação de novos elementos químicos) haverá formação de novas substâncias; na letra c, o metal sódio cede um elé- tron para o átomo de fl úor. Alternativa correta: c. 34. I – Errado – A primeira equação é uma fi ssão e a outra reação é de fusão nuclear. II – Correto – Nas reações nucleares parte das massas são convertidos em energia. MANUAL DO PROFESSOR136 III – Errado – Apenas a primeira reação produz isó- topos radioativos, a segunda reação é de fu- são nuclear e não produz isótopo radioativo. Alternativa correta: b. 35. Uma bomba de hidrogênio é uma bomba de fusão nuclear onde junção de dois núcleos menores (hi- drogênio) formando um núcleo maior (hélio) com liberação de uma enorme quantidade de energia. Alternativa correta: d. 36. O crescimento populacional, associado ao de- senvolvimento tecnológico, levou a um constante aumento de consumo de energia. Alguns países, como o Brasil, possuem diversas fontes para a ob- tenção de energia elétrica. Entretanto, na maioria dos países não há tanta diversidade de recursos disponíveis. A energia nuclear, em razão disso, despontou como alternativa para ajudar a suprir essa necessidade. O uso da energia nuclear se presta para movimentar grandes embarcações substituindo com vantagem o uso de óleo diesel. Alternativa correta: d. 37. Em virtude da grande repulsão das cargas positi- vas dos núcleos, é necessária uma grande quan- tidade de energia cinética para que colidam. Por isso, a fusão é mais fácil para núcleos pequenos. 38. 1327Al + 24α ( 1531P + AxX Conservação da massa: 27 + 4 = 30 + Al ( Al = 1. Conservação da carga nuclear: 13 + 2 = 15 + Z ( Z = 0. Então, X é o nêutron: 0 1n. 15 30P ( a bSi + +1 0β Conservação da massa: 30 = b + 0 ( b = 30. Conservação da carga: 15 = a + 1 ( a = 14. Então: o número atômico é 14 e o de número de massa 30. 39. I ( X 2 4α + Y –1 0β + Cs137 13753 55 Cálculo de partículas alfa emitidas: 137 = 4 X + 137 X = Zero Cálculo de partículas beta emitidas: 53 = –Y + 55 Y = 2 Alternativa correta: c. 40. Sr ( –1 0β + Y (ítrio)90 9038 39 . 41. A falha humana, pois os equipamentos destinados a esse tipo de atividade são fabricados e manipu- lados pelo homem. 42. A reação acima representa uma fi ssão nuclear, onde um átomo de núcleo maior é dividida em átomos de núcleos menores. Alternativa correta: d. Anotações Letra: Joaquim Osório Duque Estrada Música: Francisco Manuel da Silva Hino Nacional Brasileiro Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; “Nossos bosques têm mais vida”, “Nossa vida” no teu seio “mais amores”. Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula – “Paz no futuro e glória no passado”. Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! ISBN 978-85-62482-88-5


Comments

Copyright © 2025 UPDOCS Inc.