Provao de portugues 2014 versao
April 7, 2018 | Author: Anonymous |
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ESCOLA ESTADUAL OLEGÃRIO MACIEL Prova Bimestral â 8 Pontos Disciplina: LÃngua Portuguesa Professora: Eunice Lima Turmas: 304/308/309/310 Aluno(a): ___________________________ Turma:______ Nota:_____ Texto I A atenção para a situação do negro tem o duplo intuito de aprofundar o conhecimento e contribuir para proscrever o preconceito. Preconceito que, se é odioso nos paÃses cuja população é predominantemente branca, torna-se além disso grotesco no nosso caso, isto é, num paÃs onde grande parte dos brancos têm nas veias parcelas maiores ou menores de sangue africano, que todavia esquecem, rejeitam ou ignoram, sendo que em todos esses casos acabam por comportar-se como opressores dos que são considerados âde corâ. A falta de oportunidade econômica e social do negro é acompanhada por toda sorte de consequências morais da maior gravidade, como o sentimento de insegurança que corrói a personalidade e é agravado pelas situações de humilhação. Ora, é impossÃvel conceber uma sociedade democrática na qual grande parte da população é privada nos meios de viver com dignidade por causa da cor da pele, e na qual é submetida a formas degradantes de discriminação. A nossa Independência foi uma substituição de estatuto polÃtico sem alteração do estatuto econômico, e portanto nada significou como justiça social. A abolição foi uma mudança legal na situação do escravo, quase sem alteração da sua possibilidade social e econômica. Por isso, todo esforço intelectual de desmascarar essa situação, mostrando a verdadeira natureza das relações raciais no Brasil, é uma forma de radicalidade sociológica, que prepara eventualmente o caminho para as medidas corretoras de natureza polÃtica. (CÃNDIDO, Antônio. Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995. p. 318.) O Texto I é referência para as questões de 01 a 04 QUESTÃO 01: Indique as afirmações que correspondem ao ponto de vista de Antônio Cândido no texto. I. O preconceito racial é tolerável em paÃses com população majoritariamente branca, mas torna-se uma hipocrisia no Brasil, onde grande parte dos brancos têm ascendentes africanos. II. A melhor forma de resolver a questão racial no Brasil é evitando formas de radicalidade sociológica. III. O primeiro passo para a adoção de medidas polÃticas retificadoras é desmascarar a existência de discriminação racial no Brasil. IV. O principal problema decorrente da abolição com relação aos negros foi que, embora tenha mantido seu estatuto econômico, alterou-lhes o estatuto polÃtico. Assinale a alternativa CORRETA a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. b) Somente a afirmativa III é verdadeira. c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. QUESTÃO 02: âA atenção para a situação do negro tem o duplo intuito de aprofundar o conhecimento e contribuir para proscrever o preconceito.â O significado da frase acima não é alterado se as expressões destacadas forem substituÃdas respectivamente por: a) a dupla intuição; limitar c) a dupla objeção; distender b) o duplo resultado; prescrever d) o duplo propósito; banir QUESTÃO 03:Assinale a alternativa em que os parônimos se apresentem com os sentidos trocados. a) proscrever (expulsar, afastar); prescrever (dar ordem) b) seção (reunião); sessão (compartimento) c) retificar (corrigir); ratificar (confirmar) d) eminente (ilustre); iminente (que ameaça acontecer) QUESTÃO 04:Releia o trecho do Texto I: â... como o sentimento de insegurança que corrói a personalidade...â A palavra destacada apresenta ditongo aberto e mantém o acento gráfico, de acordo com a última reforma ortográfica. Qual a palavra, nas alternativas abaixo, perdeu o acento com o Acordo Ortográfico, não devendo ser acentuada? a) paises b) heroi c) heroico d) possÃveis Texto II A arte de ouvir Rubem Alves (...) âNo princÃpio era o Verboâ. Eu acrescento: âAntes do Verbo era o silêncio.â à do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra se meus ruÃdos interiores forem silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar. Quem fala muito não ouve. Sabem disso os poetas, esses seres de fala mÃnima. Eles falam, sim. Para ouvir as vozes do silêncio. Veja esse poema de Fernando Pessoa, dirigido a um poeta: âCessa o teu canto! Cessa,que, enquanto o ouvi, ouvia uma outra voz como que vindo nos interstÃcios do brando encanto com que o teu canto vinha até nós. Ouvi-te e ouvia-a no mesmo tempo e diferentes, juntas a cantar. E a melodia que não havia se agora a lembro, faz-me chorar...â A magia do poema não está nas palavras do poeta. Está nos interstÃcios silenciosos que há entre as suas palavras. à nesse silêncio que se ouve a melodia que não havia. Aà a magia acontece: a melodia me faz chorar. Não nos sentimos em casa no silêncio. Quando a conversa para por não haver o que dizer tratamos logo de falar qualquer coisa, para por um fim no silêncio. Vez por outra tenho vontade de escrever um ensaio sobre a psicologia dos elevadores. Ali estamos, nós dois, fechados naquele cubÃculo. Um diante do outro. Olhamos nos olhos um do outro? Ou olhamos para o chão? Nada temos a falar. Esse silêncio, é como se fosse uma ofensa. Aà falamos sobre o tempo. Mas nós dois bem sabemos que se trata de uma farsa para encher o tempo até que o elevador pare. Os orientais entendem melhor do que nós. Se não me engano o nome do filme é âAconteceu em Tóquioâ. Duas velhinhas se visitavam. Por horas ficavam juntas, sem dizer uma única palavra. Nada diziam porque no seu silêncio morava um mundo. Faziam silêncio não por não ter nada a dizer, mas porque o que tinham a dizer não cabia em palavras. A filosofia ocidental é obcecada pela questão do Ser. A filosofia oriental, pela questão do Vazio, do Nada. à no Vazio da jarra que se colocam flores. O aprendizado do ouvir não se encontra em nossos currÃculos. A prática educativa tradicional se inicia com a palavra do professor. [...] Sugiro então aos professores que, ao lado da sua justa preocupação com o falar claro, tenham também uma justa preocupação com o escutar claro. Amamos não é a pessoa que fala bonito. à a pessoa que escuta bonito. A escuta bonita é um bom colo para uma criança se assentar... O Texto I é referência para as questões de 05 a 07 QUESTÃO 05: De acordo com o texto II A arte de ouvir, a posse desse dom NÃO depende de a) parar de tagarelar. c) olhar para o chão quando o outro fala. b) saber reconhecer as vozes do Vazio, do Nada. d) saber escutar as vozes do silêncio. QUESTÃO 06: Assinale a alternativa em que, para o autor, o silêncio NÃO é positivo. a) Quando se calam os ruÃdos interiores. b) Quando não se tem nada a dizer. c) Quando o que se tem a dizer não cabe em palavras. d) Quando no silêncio mora um mundo. Texto III Todas as cartas de amor são RidÃculas. Não seriam cartas de amor se não fossem RidÃculas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, RidÃculas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser RidÃculas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor à que são RidÃculas. (Obras completas de Fernando Pessoa. Poesias de Ãlvaro de Campos. Lisboa: Ãtica, 1964, p. 83) QUESTÃO 07: à possÃvel compreender do texto que a) o fato de as cartas de amor serem ridÃculas torna ridÃculo o próprio amor. b) o sentimento amoroso faz com que sejam ridÃculas as cartas de amor. c) as pessoas que não escrevem cartas amorosas tornam o amor ridÃculo. d) quem escreve cartas de amor verdadeiro jamais se expõe ao ridÃculo. QUESTÃO 08: Marca-se no poema uma relação de oposição por meio das expressões a) todas as cartas e também escrevi. b) se há amor e também escrevi. c) todas as cartas e nunca escreveram. d) se há amor e têm de ser ridÃculas. QUESTÃO 09: No verso Também escrevi em meu tempo cartas de amor, a expressão sublinhada sugere que a) não há idade para se amar verdadeiramente. b) as verdadeiras cartas de amor têm valor eterno. c) as cartas de amor só parecem ridÃculas para quem as escreve. d) há momentos propÃcios para se escrever cartas de amor. QUESTÃO 10:A palavra ridÃculas repete-se sempre isolada num verso a) porque se aplica sempre à s mesmas coisas ou pessoas. b) para que se preserve a regularidade métrica das estrofes. c) para enfatizar o qualificativo central do poema. d) porque guarda um sentido inteiramente novo a cada vez. GABARITO 1b 2d 3b 4c 5c 6b 7b 8c 9d 10c
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