Manual de Limpeza e Desinfecção
April 5, 2018 | Author: Anonymous |
Category:
Healthcare
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1. Segurança do Paciente em Serviços de SaúdeLimpeza e Desinfecçãode Superícies 2. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISASegurança do paciente em serviços de saúde:limpeza e desinfecção de superfíciesBrasília, 2010 3. Copyright © 2010 Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total dessa obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens dessa obra é da área técnica.A Anvisa, igualmente, não se responsabiliza pelas idéias contidas nessa publicação.1ª edição – 2010Elaboração, distribuição e informações:AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIASIA Trecho 5, Área Especial 57CEP: 71205-050 Brasília – DFTel.: (61) 3462-6000Home page: www.anvisa.gov.brCoordenação Técnica:Fabiana Cristina de SousaHeiko Thereza SantanaRedação:Adriana Cesário – Hospital Unimed – PECarla Assad – Companhia Municipal de Limpeza Urbana – ComlurbElenildes Silva Amorim – AnvisaElisabete Reinehr Pontes – Instituto de Cardiologia de Porto Alegre – RSErci Maria Onzi Siliprandi – Instituto de Cardiologia de Porto Alegre – RSFabiana Cristina de Sousa – AnvisaGizelma de Azevedo Simões Rodrigues – Hospital Sírio-Libanês – SPGlória Costa – Companhia Municipal de Limpeza Urbana – ComlurbHeiko Thereza Santana – AnvisaMaria da Conceição Lira – Universidade Federal de Pernambuco – PEMaria Keiko Asakura – Hospital do Coração – SPRosa Aires Borba Mesiano – AnvisaSilvana Torres – Assessoria e Treinamento em Serviços de SaúdeSylvia Lemos Hinrichsen – Universidade Federal de Pernambuco – PERevisão técnica – Anvisa:Magda Machado de MirandaRegina Maria Goncalves BarcellosSandro Martins DolghiRosa Aires Borba MesianoRevisão técnica externa:Adriana Cesário – Hospital Umimed – PEAna Paula Capinzaiki Silveira Martins – Secretaria de Saúde do DistritalFederal – DFCarla Assad – Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURBClaudia Benjamim Moreira Borges – Secretaria de Saúde do Distrital Federal– DFClaudia Dutra Andrino – Secretaria de Saúde do Distrital Federal – DFGlória Costa – Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURBMaria da Conceição Lira – Universidade Federal de Pernambuco – PERogério da Silva Lima – Organização Pan-Americana da Saúde- OPAS/OMS– BrasilSylvia Lemos Hinrichsen – Universidade Federal de Pernambuco – PEValeska Stempliuk – Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS/OMS –WDCCapaCamila Medeiros Contarato BurnsProjeto Gráfico e DiagramaçãoAll Type Assessoria Editorial LtdaIlustrações:Paulo Roberto Gonçalves CoimbraFotos:AudioVisual – AnvisaAlmir WanzellerJosé Carlos de Jesus GomesLuiz Henrique Alves PintoAgradecimentos:Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB – RJRede Sarah de Hospitais de Reabilitação – DFHospital Municipal Souza Aguiar – RJOrganização Pan-Americana da SaúdeFicha CatalográficaBrasil. Agência Nacional de Vigilância SanitáriaSegurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies/Agência Nacional de Vigilância Sani-tária.– Brasília: Anvisa, 2010.116 p. –ISBN1. Vigilância Sanitária. 2. Saúde Pública. I. Título. 4. 3Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesS I G L Á R I OANVISA – Agência Nacional de Vigilância SanitáriaCA – Certificado de AprovaçãoCAT – Comunicação de Acidente de TrabalhoCC – Centro CirúrgicoCFT – Comissão de Farmácia e TerapêuticaCME – Centro de Material e EsterilizaçãoCNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa JurídicaCNBS – Conselho Nacional de BiossegurançaCTNBio – Comissão Técnica Nacional de BiossegurançaCO – Centro ObstétricoCPM – Comissão de Padronização de MateriaisDCCA – Ácido DicloroisocianúricoDNA – Ácido DesoxirribonucleicoDML – Depósito de Material de LimpezaDORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao TrabalhoEAS – Estabelecimentos Assistenciais de SaúdeEPC – Equipamentos de Proteção ColetivaEPI – Equipamento de Proteção IndividualFISPQ – Ficha de Informação de Segurança de Produtos QuímicosHIV – Vírus da Imunodeficiência HumanaHS – High SpeedINCQS – Instituto Nacional de Controle de Qualidade em SaúdeLER – Lesão por Esforço RepetitivoMRSA – Staphylococcus aureus Resistente à MeticilinaNR – Norma RegulamentadoraPGRSS – Programa de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de SaúdePPD – Derivado Proteico PurificadoPVC – Cloreto de PolivinilaRDC – Resolução da Diretoria ColegiadaRPM – Rotação Por MinutoSCIH – Serviço de Controle de Infecção HospitalarSESMT – Serviço de Medicina e Segurança do TrabalhoTCCA – Ácido TricloroisocianúricoUF – Unidade FederativaUHS – Ultra High SpeedUTI – Unidade de Terapia IntensivaVRE – Enterococos resistente à vancomicina 5. SUMÁRIOSIGLÁRIO 3APRESENTAÇÃO . 11INTRODUÇÃO 13Capítulo 1O ambiente e a transmissão de infecções relacionadas à assistência à saúde . 151.1 Fatores que favorecem a contaminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161.2 Prevenção da transmissão de infecções relacionadas à assistência à saúde . 17Referências bibliográficas . 18Capítulo 2Classificação de áreas em serviços de saúde . 192.1 Áreas dos serviços de saúde . 20Referências bibliográficas . 22Capítulo 3O serviço de limpeza e desinfecção de superfícies . 233.1 Conceito, objetivos e finalidades . 243.2 Princípios básicos para a limpeza e desinfecção de superfícies em serviços de saúde . . . . . . 253.2.1 Princípios gerais . 25Referências bibliográficas . 27Capítulo 4Recursos humanos . 294.1 Atribuições . 304.2 Atribuições administrativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304.2.1 Quanto à apresentação pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304.2.2 Quanto às normas institucionais . 314.3 Atribuições técnicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314.3.1 Líderes, supervisores ou encarregados de limpeza e desinfecção de superfícies . . . . . 314.3.1.1 Quanto à aquisição de produtos saneantes . 314.3.1.2 Quanto aos equipamentos e materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 324.3.1.3 Quanto aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos deProteção Coletiva (EPC): . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 324.3.1.4 Outras atribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 6. 4.3.2 Profissionais de limpeza e desinfecção de superfícies . 344.3.2.1 Quanto aos equipamentos, materiais e instalações . 344.3.2.2 Quanto à preservação ambiental . 344.3.2.3 Quanto à utilização de produtos saneantes . 344.3.2.4 Quanto ao recolhimento dos resíduos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 354.3.2.5 Quanto aos EPI . 354.3.2.6 Quanto aos processos de limpeza e desinfecção de superfícies . . . . . . . . 354.4 Atribuições que não competem ao profissional de limpeza e desinfecção de superfícies . . . . 354.5 Perfil . 374.5.1 Perfil da equipe . 374.5.2 Perfil profissional . 374.5.3 Perfil comportamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 384.6 Capacitação . 384.6.1 A NR 32 e a capacitação contínua preventiva . 384.6.2 Capacitação técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394.6.3 Capacitação técnica e preventiva: participação da equipe multidisciplinar . 404.6.4 A capacitação e a terceirização . 40Referências bibliográficas . 41Capítulo 5Produtos saneantes . 435.1 Legislações e critérios de compra . 445.2 Principais produtos utilizados na limpeza de superfícies . 465.2.1 Sabões e detergentes . 465.3 Principais produtos utilizados na desinfecção de superfícies . 465.3.1 Álcool . 465.3.2 Compostos fenólicos . 475.3.3 Compostos liberadores de cloro ativo . 475.3.3.1 Inorgânicos . 475.3.3.2 Orgânicos . 475.3.4 Compostos quaternários de amônio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 485.3.5 Monopersulfato de potássio . 485.3.6 Oxidantes . 485.3.6.1 Ácido peracético . 48Referências bibliográficas . 50Capítulo 6Equipamentos e materiais utilizados na limpeza e desinfecção de superfícies . 516.1 Equipamentos . 52 7. 6.1.1 Máquinas lavadoras e extratoras . 526.1.2 Máquinas lavadoras com injeção automática de solução . 526.1.3 Aspiradores de pó e líquidos . 526.1.4 Enceradeiras de baixa rotação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 536.1.5 Enceradeiras de alta rotação . 536.2 Materiais . 536.2.1 Conjunto mop . 536.2.1.1 Cabo . 546.2.1.2 Luva do tipo cabeleira . 546.2.1.3 Luva do tipo cabeleira plana – Função úmida . 546.2.1.4 Luva do tipo cabeleira plana – Função pó . 546.2.1.5 Conjunto mop x pano para limpeza de piso e rodo: vantagense desvantagens . 546.2.2 Rodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 556.2.3 Panos para limpeza de mobília e pisos . 566.2.4 Baldes . 566.2.5 Kits para limpeza de vidros e tetos . 566.2.6 Escadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 566.2.7 Discos abrasivos para enceradeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 576.2.8 Escova de cerdas duras com cabo longo . 576.2.9 Carro funcional . 576.2.10 Carros para transporte de resíduos . 586.2.11 Placa de sinalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Referências bibliográficas . 60Capítulo 7Limpeza e desinfecção de superfícies 617.1 Limpeza . 627.2 Processos de limpeza de superfícies . 627.2.1 Limpeza concorrente . 627.2.2 Limpeza terminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 637.3 Técnicas . 647.3.1 Técnica de dois baldes . 647.3.1.1 Varredura úmida . 657.3.1.2 Ensaboar . 657.3.1.3 Enxaguar e secar . 657.3.1.4 Passo a Passo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 657.3.1.5 Outros aspectos da limpeza . 667.3.2 Técnica de limpeza de piso com mop . 67 8. 7.3.2.1 Passo a Passo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 677.3.2.2 Recomendações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 687.3.3 Limpeza com máquinas de rotação – Enceradeiras . 687.3.4 Limpeza com máquinas lavadoras e extratoras automáticas . 697.3.5 Limpeza com máquina de vapor quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697.4 Desinfecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697.4.1 Técnica de desinfecção . 707.4.1.1 Técnica de desinfecção com pequena quantidade de matéria orgânica . . . . 707.4.1.2 Técnica de desinfecção com grande quantidade matéria orgânica . 707.5 Limpeza e desinfecção de superfícies das áreas internas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 727.6 Limpeza de superfícies das áreas externas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76Referências bibliográficas . 77Capítulo 8Produtos e sistemas utilizados no tratamento de pisos 798.1 Ceras lustráveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 808.2 Ceras semilustráveis . 808.3 Ceras autobrilhantes . 808.4 Ceras impermeabilizante High Speed – HS . 808.5 Ceras Ultra High Speed – UHS . 818.6 Etapas do tratamento de pisos . 818.6.1 Preparação . 818.6.2 Acabamento . 828.6.2.1 Selamento das porosidades . 828.6.2.2 Impermeabilização . 828.6.2.3 Polimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 828.6.3 Manutenção . 828.7 Definição do produto . 83Referências bibliográficas . 84Capítulo 9Higienização das mãos em serviços de saúde . 859.1 Indicações – Higienização das Mãos com Água e Sabonete Líquido . 869.1.1 Técnica “Higienização simples das mãos com água e sabonete” . . . . . . . . . . . . 869.1.2 Passo a Passo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 869.2 Indicações – Higienização das mãos com preparação alcoólica para as mãos . 899.2.1 Técnica “Fricção Antisséptica das Mãos” (com preparações alcoólicas) . . . . . . . . . 899.3 Outros aspectos da higienização das mãos . 929.4 Recomendações para dispensadores de sabonete e antissépticos . 92 9. 9.5 Considerações da Anvisa . 93Referências bibliográficas . 94Capítulo 10Medidas de biossegurança 9510.1 Os riscos a que estão expostos os profissionais de limpeza e desinfecção de superfícies emserviços de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9710.1.1 Risco biológico . 9710.1.1.1 Classificação de risco de agentes biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . 9710.1.2 Risco químico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9710.1.2.1 Recomendações para produtos químicos . 9710.1.2.1.1 Na aquisição do produto químico . 9710.1.2.1.2 Prerrogativas para o uso do produto . 9810.1.2.1.3 EPI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9810.1.2.1.4 Proibições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9810.1.3 Risco de natureza físico-química . 9810.1.4 Risco tóxico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9810.1.5 Drogas citotóxicas . 9810.1.6 Risco ergonômico . 9910.2 Material perfurocortante . 9910.3 Sinalização de segurança . 9910.4 Equipamentos de segurança . 9910.4.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Uniforme . 9910.4.1.1 Luvas de borracha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10010.4.1.2 Máscaras . 10010.4.1.3 Óculos de proteção . 10110.4.1.4 Botas . 10110.4.1.5 Sapatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10110.4.1.6 Avental . 10210.4.1.7 Gorro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10210.4.2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) . .10210.4.3 Aquisição de novos equipamentos de proteção . 10310.5 Proteção ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10310.5.1 Limpeza concorrente e terminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10310.5.2 Programa de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde (PGRSS) . .10310.5.3 Sistema de ventilação . .10310.6 Saúde ocupacional . 10310.6.1 Imunização do profissional . .10310.6.2 Ações emergenciais . .104 10. 10.6.2.1 Acidentes com material perfurocortante ou contato com sangue eoutros fluidos corporais em mucosa ou pele não íntegra . . . . . . . . . . 10410.6.2.2 Respingo em pele íntegra . 10410.6.2.3 Derramamento ou extravasamento com contaminação ambiental . 10410.6.2.3.1 Conteúdo mínimo do kit para químico perigoso . .10410.6.2.3.2 Passo a passo . 10510.7 Considerações finais . .105Referências bibliográficas . 106GLOSSÁRIO 107ANEXOS . .109ANEXO I . 110Roteiro de Observação Diária/Semanal – Condições de Limpeza e Conservação . 110ANEXO II . 111Roteiro de Observação Diária/Semanal – Biossegurança Durante os Procedimentos . 111ANEXO III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112Roteiro de Observação Diária/Semanal – Resíduos . .112ANEXO IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113Formulário Troca de EPI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113ANEXO V . 114Formulário de Solicitação de Serviços . 114ANEXO VI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116Modelo de Etiqueta para Saneantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 11. 11A P R E S E N TAÇ ÃOAs infecções relacionadas à assistência à saúde representam um risco substancial à segurança dopaciente em serviços de saúde. Há evidências mostrando que vários patógenos como Staphylo-coccusaureus resistente à meticilina, Enterococos resistente à vancomicina e outros contami-namsuperfícies e equipamentos (bombas de infusão, barras protetoras das camas e estetoscópioe outros) mais frequentemente manuseados pelos profissionais e pacientes.Sendo assim, falhas nos processos de limpeza e desinfecção de superfícies podem ter como con-sequênciaa disseminação e transferência de microrganismos nos ambientes dos serviços de saú-de,colocando em risco a segurança dos pacientes e dos profissionais que atuam nesses serviços.No sentido de contribuir com a correta limpeza e desinfecção de superfícies em serviços de saú-de,a Anvisa publica o presente manual, disponibilizando informações atualizadas sobre o tema.Espera-se que essa publicação proporcione aos gestores públicos, administradores, educadores,líderes, supervisores e encarregados de limpeza e desinfecção de superfícies e profissionais desaúde, melhor uso e aprimoramento desses processos, de forma a racionalizar esforços, recursose tempo, garantindo, assim, a segurança de pacientes e profissionais.Dirceu Raposo de MelloDiretor da Anvisa 12. 13I N T R O D U Ç ÃOA limpeza e a desinfecção de superfícies são elementos que convergem para a sensação de bem--estar, segurança e conforto dos pacientes, profissionais e familiares nos serviços de saúde. Cor-roboratambém para o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde, por garantir umambiente com superfícies limpas, com redução do número de microrganismos, e apropriadaspara a realização das atividades desenvolvidas nesses serviços.O ambiente é apontado como importante reservatório de microrganismos nos serviços de saú-de,especialmente os multirresistentes. Ainda, a presença de matéria orgânica favorece a proli-feraçãode microrganismos e o aparecimento de insetos, roedores e outros, que podem veicularmicrorganismos nos serviços de saúde.Dessa forma, o aparecimento de infecções nos ambientes de assistência à saúde pode estar rela-cionadoao uso de técnicas incorretas de limpeza e desinfecção de superfícies e manejo inade-quadodos resíduos em serviços de saúde.Assim, o Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde apresenta rele-vantepapel na prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo imprescindívelo aperfeiçoamento do uso de técnicas eficazes para promover a limpeza e desinfecção de super-fícies. 13. C a p í t u l o 1O ambiente e a transmissãode infecções relacionadas àassistência à saúdeAdriana CesárioMaria da Conceição LiraSylvia Lemos Hinrichsen 14. 16AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAAtualmente, o ambiente em serviços de saúdetem sido foco de especial atenção para a mini-mizaçãoda disseminação de microrganismos,pois pode atuar como fonte de recuperaçãode patógenos potencialmente causadores deinfecções relacionadas à assistência à saúde,como os microrganismos multirresistentes.Segundo Rutala (2004), as superfícies limpase desinfetadas conseguem reduzir em cerca de99% o número de microrganismos, enquantoas superfícies que foram apenas limpas os re-duzemem 80%.As superfícies carreiam um risco mínimo detransmissão direta de infecção, mas pode con-tribuirpara a contaminação cruzada secun-dária,por meio das mãos dos profissionaisde saúde e de instrumentos ou produtos quepoderão ser contaminados ao entrar em con-tatocom essas superfícies e posteriormente,contaminar os pacientes ou outras superfícies(ANSI/AAMI, 2006).Assim, a higienização das mãos dos profissio-naisde saúde e a limpeza e a desinfecção desuperfícies são fundamentais para a prevençãoe redução das infecções relacionadas à assis-tênciaà saúde.1.1 Fatores que favorecem acontaminaçãoDentre os fatores que favorecem a contamina-çãodo ambiente dos serviços de saúde, citam--se (GARNER, 1996; OLIVEIRA, 2005): Mãos dos profissionais de saúde em conta-tocom as superfícies. Ausência da utilização de técnicas básicaspelos profissionais de saúde. Manutenção de superfícies úmidas ou mo-lhadas. Manutenção de superfícies empoeiradas. Condições precárias de revestimentos. Manutenção de matéria orgânica.Há evidências da existência da transmissão deinfecções por rotavírus e Candida spp. pelomeio ambiente, pois o período de sobrevivên-ciano meio ambiente do rotavírus é maior que12 dias, e o da Candida spp., de horas. Já o ví-rusda imunodeficiência humana (HIV) con-seguesobreviver em superfície com matériaorgânica ressequida até três dias, e o vírus dahepatite, nas mesmas condições, até uma se-mana(HINRICHSEN, 2004).Portanto, a presença de sujidade, principal-mentematéria orgânica de origem humana,pode servir como substrato para a proliferaçãode microrganismos ou favorecer a presença devetores, com a possibilidade de transportarpassivamente esses agentes (PELCZAR, 1997;FERNANDES et al., 2000). Sendo assim, todaárea com presença de matéria orgânica deveráser rapidamente limpa e desinfetada, indepen-dentementeda área do hospital. 15. 17Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesStaphylococcus aureus resistente à meticilina(MRSA, methicillin-resistant Staphylococcusaureus) e Enterococos resistente à vancomi-cina(VRE, vancomycin-resistant enterococci)são capazes de sobreviver dias ou até semanasnas superfícies de ambientes de serviços desaúde (BOYCE, 2007). Estudos têm demons-tradoa presença de microrganismos multir-resistentesaos antimicrobianos em superfí-ciesde leitos e equipamentos, após limpezae desinfecção inapropriadas (NOSKIN et al.,2000; RAY et al., 2002; SAMPLE et al., 2002;DENTON et al., 2004). Ressalta-se, portanto,a importância da elaboração de protocolosrigorosos de limpeza e desinfecção de super-fícies,pelos serviços de saúde, para o contro-ledesses microrganismos.Além dos microrganismos multirresistentes,outros de relevância epidemiológica nas in-fecçõesrelacionadas à assistência à saúde es-tãoligados à contaminação ambiental comoClostridium difficile, Legionella e Aspergillus.1.2 Prevenção da transmissão deinfecções relacionadas à assistênciaà saúdeAs medidas utilizadas para diminuir a interfe-rênciado ambiente nas infecções relacionadasà assistência à saúde envolvem (HINRICH-SEN,2004; ASSADCOSTA, 2010): evitar atividades que favoreçam o levanta-mentodas partículas em suspensão, comoo uso de aspiradores de pó (permitidos so-menteem áreas administrativas); não realizar a varredura seca nas áreas in-ternasdos serviços de saúde; as superfícies (mobiliários em geral, pisos,paredes e equipamentos, dentre outras) de-vemestar sempre limpas e secas; remover rapidamente matéria orgânica dassuperfícies; isolar áreas em reformas ou em construção,utilizando tapumes e plástico.Nota: No caso de reformas internas nas proxi-midadesde áreas críticas de EstabelecimentosAssistenciais de Saúde (EAS) deve-se realizaro isolamento da obra por meio de barreirasherméticas devido à grande quantidade de de-tritos,poeira e fungos (ABNT, 2005).Esses procedimentos visam evitar a formaçãoou piora de processos alérgicos, surtos de as-pergilosese a disseminação de determinadasdoenças (tuberculose e outras).No sentido de evitar fontes de fungos é impor-tanteretirar vasos com flores e plantas dos quar-tosou áreas assistenciais dos serviços de saúde.Além da limpeza e desinfecção, a instituiçãodas medidas de precauções também é impor-tantena prevenção da transmissão de infec-çõesrelacionadas à assistência à saúde, de-vendoser adotadas, quando necessárias, pelosprofissionais de saúde e de limpeza e desinfec-çãode superfícies em serviços de saúde. 16. 18AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAReferências bibliográficasAmerican National Standard Association for the advancement of medical Instrumentation – ANSI/AAMI. ST 79:2006. Disponível em: http://marketplace.aami.org/eseries/scriptcontent/docs/Preview%20Files%5CST790607-preview.pdf. Acesso em: maio 2008.ASSAD, C.; COSTA, G. Manual Técnico de Limpeza e Desinfecção de Superfícies Hospitalares e Manejo deResíduos. Rio de Janeiro: IBAM/COMLURB, 2010. 28 p. Disponível em: http://comlurb.rio.rj.gov.br/download/MANUAL%20DO%20FUNCIONÁRIO%202%20-%20HOSPITALAR.pdf. Acesso em: janeiro 2009.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7256. Tratamento de ar em estabelecimentosassistenciais de saúde (EAS) – requisitos para projetos e execução de instalações. Rio de Janeiro, 2005.Boyce, J.M. Environmental contamination makes an important contribution to hospital infection. J Hosp Infect,v. 65, p.50-54, 2007.DENTON, M.; WILCOX, M.H.; PARNELL, P.; GREEN, D.; KEER, V.; HAWKEY, P.M.; EVANS, I.; MURPHY, P.Role of environmental cleaning in controlling an outbreak of Acinetobacter baumannii on a neurosurgical intensivecare unit. 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Essa classificação auxilia emalgumas estratégias contra a transmissão deinfecções, além de facilitar a elaboração deprocedimentos para limpeza e desinfecção desuperfícies em serviços de saúde.O objetivo da classificação das áreas dos ser-viçosde saúde é orientar as complexidades, aminuciosidade e o detalhamento dos serviçosa serem executados nesses setores, de modoque o processo de limpeza e desinfecção desuperfícies esteja adequado ao risco.Portanto, a definição das áreas dos serviços desaúde foi feita considerando o risco potencialpara a transmissão de infecções, sendo classi-ficadasem áreas críticas, semicríticas e não--críticas (YAMAUSHI et al., 2000; BRASIL,2002; APECIH, 2004), conforme descrito aseguir:A evolução tecnológica aplicada à medicinavem revolucionando a arquitetura dos servi-çosde saúde, que tem sido modificada visandoà melhoria do atendimento ao paciente (MU-NHOZ SOARES, 2000). Para se adequaremàs novas tecnologias, muitos serviços de saúdenecessitaram de reformas ou ampliação dasáreas construídas, resultando em construçõesque nem parecem estabelecimentos de assis-tênciaà saúde. A aparência do ambiente pro-porcionadapela limpeza é um importante cri-tériode qualidade de atendimento do serviçode saúde.Considerando-se a variedade das atividadesdesenvolvidas em um serviço de saúde, hánecessidade de áreas específicas para o de-senvolvimentode atividades administrativas eoperacionais. São exemplos dessas atividades:receber o paciente e sua família no momentoda internação; acomodar o paciente; realizarexames de rotina e exames diagnósticos inva-sivose realizar procedimentos cirúrgicos sim-plesou de alta complexidade. 19. 21Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies Áreas críticas: são os ambientes onde exis-terisco aumentado de transmissão de in-fecção,onde se realizam procedimentos derisco, com ou sem pacientes ou onde se en-contrampacientes imunodeprimidos. Sãoexemplos desse tipo de área: Centro Cirúr-gico(CC), Centro Obstétrico (CO), Unida-dede Terapia Intensiva (UTI), Unidade deDiálise, Laboratório de Análises Clínicas,Banco de Sangue, Setor de Hemodinâmica,Unidade de Transplante, Unidade de Quei-mados,Unidades de Isolamento, Berçáriode Alto Risco, Central de Material e Este-rilização(CME), Lactário, Serviço de Nu-triçãoe Dietética (SND), Farmácia e Áreasuja da Lavanderia. Áreas semicríticas: são todos os comparti-mentosocupados por pacientes com doen-çasinfecciosas de baixa transmissibilidadee doenças não infecciosas. São exemplosdesse tipo de área: enfermarias e aparta-mentos,ambulatórios, banheiros, posto deenfermagem, elevador e corredores. Áreas não-críticas: são todos os demaiscompartimentos dos estabelecimentos as-sistenciaisde saúde não ocupados por pa-cientese onde não se realizam procedimen-tosde risco. São exemplos desse tipo deárea: vestiário, copa, áreas administrativas,almoxarifados, secretaria, sala de costura.Atualmente, essa classificação é questiona-da,pois o risco de infecção ao paciente estárelacionado aos procedimentos aos quais eleé submetido, independentemente da área emque ele se encontra. Entretanto, essa classifica-çãopode nortear o líder, supervisor ou encar-regadodo Serviço de Limpeza e Desinfecçãode Superfícies em Serviços de Saúde na divi-sãode atividades, dimensionamento de equi-pamentos,profissionais e materiais. 20. 22AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAReferências bibliográficasAPECIH – Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. Monografia: Limpeza, Desinfecçãode Artigos e Áreas Hospitalares e Anti-sepsia, São Paulo 2004.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº. 50, de 21 de fevereirode 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetosfísicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial da União [da União da República Federativa doBrasil], Brasília, 20 mar. 2002.MUNHOZ, M.M; SOARES, F. Arquitetura Hospitalar. In FERNANDES, A.T. editor. Infecção Hospitalar e suasinterfaces na área da saúde. São Paulo: Atheneu, 2000. p.1278-1286.YAMAUSHI, N.I; LACERDA, R.A; GABRIELLONI, M.C. Limpeza Hospitalar. In: FERNANDES, A.T. editor.Infecção Hospitalar e suas interfaces na área da saúde. São Paulo: Atheneu, 2000. p.1141-1155. 21. C a p í t u l o 3O serviço de limpeza edesinfecção de superfíciesAdriana CesárioMaria da Conceição LiraSylvia Lemos Hinrichsen 22. 24AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAA limpeza e desinfecção de superfícies em ser-viçosde saúde são elementos primários e efi-cazesnas medidas de controle para romper acadeia epidemiológica das infecções.O Serviço de Limpeza e Desinfecção de Su-perfíciesem Serviços de Saúde visa garantiraos usuários dos serviços de saúde uma per-manênciaem local limpo e em ambiente commenor carga de contaminação possível, con-tribuindocom a redução da possibilidade detransmissão de infecções oriundas de fontesinanimadas.3.1 Conceito, objetivos e finalidadesO Serviço de Limpeza e Desinfecção de Su-perfíciesem Serviços de Saúde compreende alimpeza, desinfecção e conservação das super-fíciesfixas e equipamentos permanentes dasdiferentes áreas.Tem a finalidade de preparar o ambiente parasuas atividades, mantendo a ordem e conser-vandoequipamentos e instalações, evitandoprincipalmente a disseminação de microrga-nismosresponsáveis pelas infecções relacio-nadasà assistência à saúde.As superfícies em serviços de saúde compreen-dem(BRASIL, 1994; PREFEITURA..., 2006):mobiliários, pisos, paredes, divisórias, portase maçanetas, tetos, janelas, equipamentos paraa saúde, bancadas, pias, macas, divãs, suportepara soro, balança, computadores, instalaçõessanitárias, grades de aparelho de condiciona-dorde ar, ventilador, exaustor, luminárias, be-bedouro,aparelho telefônico e outros.O Serviço de Limpeza e Desinfecção de Super-fíciesem Serviços de Saúde deverá contribuirpara prevenir a deterioração de superfícies,objetos e materiais, promovendo conforto esegurança aos pacientes, acompanhantes eaos funcionários, por intermédio de um meiolimpo. Deverá também sempre considerar aimportância de manter as superfícies limpas(diminuindo o número de microrganismosdessas) com otimização de custos.Atualmente, o interesse por parte dos profis-sionaisde saúde nas áreas de apoio, incluindoo Serviço de Limpeza e Desinfecção de Super-fíciesem Serviços de Saúde, deve-se à atualpercepção da existência do ambiente e de suaimportância na prevenção de infecções rela-cionadasà assistência à saúde. 23. 25Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesO Serviço de Limpeza e Desinfecção de Super-fíciesem Serviços de Saúde poderá ser próprioou terceirizado pelo serviço de saúde. Sendopróprio ou terceirizado, é importante que onúmero de profissionais atenda à demanda detrabalho em todos os turnos, buscando a exce-lênciados serviços prestados nos serviços desaúde.3.2 Princípios básicos para a limpezae desinfecção de superfícies emserviços de saúde3.2.1 Princípios geraisOs princípios básicos para a limpeza e desin-fecçãode superfícies em serviços de saúde sãoa seguir descritos (APECIH, 2004; HINRI-CHSEN,2004; MOZACHI, 2005; TORRES LISBOA, 2007; ASSADCOSTA, 2010): Proceder à frequente higienização das mãos. Não utilizar adornos (anéis, pulseiras, re-lógios,colares, piercing, brincos) durante operíodo de trabalho. Manter os cabelos presos e arrumados eunhas limpas, aparadas e sem esmalte. Os profissionais do sexo masculino devemmanter os cabelos curtos e barba feita. O uso de Equipamento de Proteção Indivi-dual(EPI) deve ser apropriado para a ativi-dadea ser exercida. Nunca varrer superfícies a seco, pois esseato favorece a dispersão de microrganis-mosque são veiculados pelas partículas depó. Utilizar a varredura úmida, que podeser realizada com mops ou rodo e panos delimpeza de pisos. Para a limpeza de pisos, devem ser seguidasas técnicas de varredura úmida, ensaboar,enxaguar e secar. O uso de desinfetantes ficam reservadosapenas para as superfícies que contenhammatéria orgânica ou indicação do Serviçode Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Todos os produtos saneantes utilizados de-vemestar devidamente registrados ou noti-ficadosna Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa). A responsabilidade do Serviço de Limpezae Desinfecção de Superfícies em Serviçosde Saúde na escolha e aquisições dos pro-dutossaneantes deve ser realizada conjun-tamentepelo Setor de Compras e HotelariaHospitalar (SCIH). É importante avaliar o produto fornecidoaos profissionais. São exemplos: testes mi-crobiológicosdo papel toalha e sabonete lí-quido,principalmente quando se tratar defornecedor desconhecido. 24. 26AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAminhados à lavanderia para processamentoou lavados manualmente no expurgo. Os discos das enceradeiras devem ser lava-dose deixados em suporte para facilitar asecagem e evitar mau cheiro proporciona-dopela umidade. Todos os equipamentos deverão ser limposa cada término da jornada de trabalho. Sempre sinalizar os corredores, deixandoum lado livre para o trânsito de pessoal,enquanto se procede à limpeza do outrolado. Utilizar placas sinalizadoras e manteros materiais organizados, a fim de evitaracidentes e poluição visual. A frequência de limpeza das superfíciespode ser estabelecida para cada serviço, deacordo com o protocolo da instituição. A desinsetização periódica deve ser reali-zadade acordo com a necessidade de cadainstituição. O cronograma semestral paraa desinsetização deve estar disponível paraconsulta, assim como a relação dos produ-tosutilizados no decorrer do semestre. Deve-se utilizar um sistema compatívelentre equipamento e produto de limpezae desinfecção de superfícies (apresentaçãodo produto, diluição e aplicação). O profissional de limpeza sempre deverácertificar se os produtos de higiene, como sa-bonetee papel toalha e outros são suficientespara atender às necessidades do setor. Cada setor deverá ter a quantidade neces-sáriade equipamentos e materiais para lim-pezae desinfecção de superfícies. Para pacientes em isolamento de contato,recomenda-se exclusividade no kit de lim-pezae desinfecção de superfícies. Utilizar,preferencialmente, pano de limpeza des-cartável. O sucesso das atividades de limpeza e de-sinfecçãode superfícies depende da garan-tiae disponibilização de panos ou cabelei-rasalvejados e limpeza das soluções dosbaldes, bem como de todos equipamentosde trabalho. Os panos de limpeza de piso e panos demobília devem ser preferencialmente enca- 25. 27Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesReferências bibliográficasAPECIH – Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. Monografia: Limpeza, Desinfecçãode Artigos e Áreas Hospitalares e Anti-sepsia. São Paulo, 2004.ASSAD, C.; COSTA, G. Manual Técnico de Limpeza e Desinfecção de Superfícies Hospitalares e Manejo deResíduos. Rio de Janeiro: IBAM/COMLURB, 2010. 28 p. Disponível em: http://comlurb.rio.rj.gov.br/download/MANUAL%20DO%20FUNCIONÁRIO%202%20-%20HOSPITALAR.pdf. Acesso em: janeiro 2009.BRASIL. Ministério da saúde. Coordenação de Controle de Infecção. Processamento de Artigos e Superfícies emEstabelecimentos de Saúde. Brasília, 1994.HINRICHSEN, S.L. et al. Limpeza Hospitalar: Importância no Controle de Infecções. In: HINRICHSEN, S.L.Biossegurança e Controle de Infecções. Risco Sanitário Hospitalar. Medsi: Rio de Janeiro, 2004. pp. 175-203.MOZACHI, N. O Hospital: Manual do Ambiente Hospitalar. Curitiba: Os Autores, 2005.PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO – SP. Secretaria Municipal de Saúde. Comissão de Controle deInfecção – CCI – SMS. Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde. Ribeirão Preto; SMS-RP, 2006.Disponível em: http://www.saude.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/comissao/desin/i16limpdesinfecsuperficie.pdf.Acesso em: dez.2008.TORRES, S.; LISBOA, T. Gestão dos Serviços de Limpeza, Higiene e Lavanderia em Estabelecimentos de Saúde.São Paulo: Sarvier, 3 ed., 2008. 26. C a p í t u l o 4Recursos humanosSilvana Torres 27. 30AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA4.1 AtribuiçõesAs atribuições da equipe do Serviço de Lim-pezae Desinfecção de Superfícies em Serviçosde Saúde podem variar de acordo com a área eas características do local onde a limpeza serárealizada, além do modelo de gestão em vigoraplicado ao serviço em questão.Embora as atribuições possam apresentar va-riaçõesentre diferentes instituições, o objetivoalvo deve ser comum, ou seja, a remoção desujidades de superfícies do ambiente, mate-riaise equipamentos, mediante a aplicação eação de produtos químicos, ação física, aplica-çãode temperatura ou combinação de proces-sos.Ao limpar superfícies de serviços de saú-de,pretende-se proporcionar aos usuários umambiente com menor carga de contaminaçãopossível, contribuindo na redução da possibi-lidadede transmissão de patógenos oriundosde fontes inanimadas, por meio das boas prá-ticasde limpeza e desinfecção de superfícies(TORRESLISBOA, 2007).A clareza das atribuições tem papel funda-mentalpara seu cumprimento e, para tanto,se faz necessário um manual contendo todasas tarefas a serem realizadas, especificadas porcargo. O manual deve ser apresentado e estarà disposição de todos os colaboradores paraconsulta no local de trabalho, em local de fácilacesso. Sua revisão deve ser periódica e sem-preque houver mudança de rotinas.A informatização do manual viabiliza treina-mentosde capacitação técnica, mais práticos emotivadores, possibilitando inserções de ilus-trações,fotos, esquemas, links para filmes ousites educativos. Vale à pena contemplar essaferramenta em futuros planejamentos de edu-caçãocontinuada que, além de ser uma práticacontemporânea, facilita as necessárias revisõessistemáticas.Ressalta-se que uma atribuição por si só podenão ser esclarecedora e não dar todas as respos-taspara um determinado tipo de procedimen-to:Quais os equipamentos de proteção indivi-dualnecessários para esse processo de limpeza?O que deve ser limpo? Onde limpar? Quandolimpar? Em qual horário? Quais equipamentose materiais utilizar? Onde encontrar?Daí a necessidade de um embasamento pré-vio,por meio de treinamentos de capaci-tação,também acompanhados de manuaistécnicos.4.2 Atribuições administrativas4.2.1 Quanto à apresentação pessoal Apresentar-se com uniforme completo,limpo, passado, sem manchas, portando aidentificação do funcionário. 28. 31Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies Utilizar calçados profissionais: fechados,impermeáveis e com sola antiderrapante. Manter cabelos penteados e presos. Manter unhas curtas, limpas, sem esmalteou unhas postiças. Desprover-se de adornos (BRASIL, 2005),como pulseiras, anéis, brincos, colares epiercing. Manter higiene corporal.4.2.2 Quanto às normas institucionais Apresentar-se no horário estabelecido nocontrato de trabalho. Comunicar e justificar ausências. Respeitar clientes internos e externos à ins-tituição:superiores, colegas de trabalho,pacientes, visitantes e outros. Adotar postura profissional compatívelcom as regras institucionais:–– falar em tom baixo.–– evitar gargalhadas.–– evitar diálogos desnecessários comclientes, sem que seja questionado pre-viamente.–– não fumar e não guardar ou consumiralimentos e bebidas nos postos de traba-lho(BRASIL, 2005). Cumprir tarefas operacionais estabelecidaspreviamente em suas atribuições designadas. Participar de programas ou campanhasinstitucionais que contribuam para a mini-mizaçãode riscos ocupacionais, ambientaise que estimulem a responsabilidade social,como, por exemplo, programas de biosse-gurança,prevenção de incêndio, campanhade vacinação e outros.4.3 Atribuições técnicasTodas as atribuições técnicas serão descritas aseguir.4.3.1 Líderes, supervisores ou encarregadosde limpeza e desinfecção de superfícies4.3.1.1 Quanto à aquisição de produtossaneantes Utilizar somente produtos saneantes pa-dronizados,na concentração e tempo reco-mendadospelo fabricante e SCIH. Avaliar junto ao fabricante a compatibilida-dedo tipo de superfícies com o produto aser empregado, a fim de preservar a integri-dadedo mobiliário, de revestimentos e dosequipamentos pertencentes ao patrimônioinstitucional. Orientar os funcionários so-brequal produto utilizar em cada tipo desuperfície e quando utilizá-lo. Oferecer sabão ou detergente para realizaros processos de limpeza, restringindo o usode desinfetantes apenas para situações es-pecíficasrecomendadas pelo SCIH. Padronizar a aquisição de detergentes comtensoativo biodegradáveis que atendamà legislação pertinente e suas atualizações(BRASIL, 1988). 29. 32AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA4.3.1.2 Quanto aos equipamentos e materiais Providenciar a aquisição de equipamentose materiais necessários para a realização deboas práticas de limpeza que atendam àsexigências ergonômicas e que preservem aintegridade física do trabalhador (BRASIL,2005), como a disponibilização de car-rosfuncionais em número suficiente paraque todos os colaboradores tenham acessoquando precisarem. Fornecer equipamentos e materiais aprova-dospreviamente pelo SCIH. Capacitar os profissionais de limpeza edesinfecção de superfícies a operar e zelarpela manutenção dos equipamentos e ma-teriaispertencentes ao serviço. Substituir os equipamentos que possam re-presentarrisco à integridade física do pro-fissionalde limpeza ou que não atendam àsnecessidades do serviço.A análise de alguns critérios auxilia no mo-mentoda aquisição de um novo equipamen-to: Nível mínimo de ruídos. Uso de equipamentos industriais e nuncadomésticos. Consumo mínimo de energia e água, pre-servandoassim, os recursos ambientais na-turaisesgotáveis. Possibilidade de manutenção ou reposiçãorápida quando danificados. Compatibilidade com as áreas às quais sepretende utilizá-los. Qualidade e tecnologia adequadas e compa-tíveiscom revestimentos institucionais e quenão ofereçam riscos à saúde ocupacional. Preferencialmente com referências de utili-zaçãoem outro serviço de saúde.4.3.1.3 Quanto aos Equipamentos de ProteçãoIndividual (EPI) e Equipamentos de ProteçãoColetiva (EPC): Adquirir EPI com certificação de aprova-ção,pois se refere ao CA. do Ministério doTrabalho e disponibilizá-los em quantidadesuficiente para uso e reposição (BRASIL,2005). Capacitar ou direcionar a capacitação sobreEPI para um profissional que esteja habi-litadopara desenvolver treinamentos comabordagens como: tipos, onde e quandoutilizar, importância da utilização, técnicasde utilização correta e adequada, riscos danão utilização e outros. Supervisionar o uso correto dos EPI. Providenciar e disponibilizar Equipamen-tosde Proteção Coletiva (EPC) e orientaros colaboradores para sua utilização. 30. 33Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies4.3.1.4 Outras atribuições Focar suas ações em consonância com amissão, visão, filosofia e objetivos da ins-tituição. Participar e acompanhar os processos sele-tivosda equipe de limpeza e desinfecção desuperfícies por meio de estabelecimento derequisitos pertinentes ao cargo, participa-çãoem entrevistas e avaliações. Planejar, coordenar, implementar e supervi-sionaras atividades pertinentes ao serviço. Dimensionar pessoal, equipamentos, uten-síliose materiais de limpeza e desinfecçãode superfícies. Desenvolver e implementar programas deeducação contínua sobre processos de lim-pezae desinfecção de superfícies e conser-vação.A principal vantagem da educaçãocontínua está no fato de possibilitar umaintervenção no momento em que o erroacontece, por meio da orientação e acom-panhamento,possibilitando que falhas téc-nicassejam corrigidas imediatamente apóssua ocorrência, ao invés de aguardar umcronograma preestabelecido de reciclagemprogramada. Planejar supervisão contínua das ativida-desde limpeza de forma que os três turnosde trabalho sejam assegurados. Realizar avaliações de desempenho. Estabelecer o cronograma de periodicida-dee de frequência dos diferentes tipos delimpeza em todos ambientes e superfíciessob responsabilidade da equipe de limpezae desinfecção. Liberar apartamentos ou enfermarias, apósvistoria. Dimensionar e disponibilizar os materiaisde reposição: papel toalha, papel higiênico,sabonete líquido e preparações alcoólicaspara as mãos e outros. Estender e implementar programas ins-titucionaisde racionamento de recursosnaturais, como hídricos e energéticos, parao Serviço de Limpeza e Desinfecção de Su-perfíciesem Serviços de Saúde. Encaminhar os resíduos poluidores parao setor de manutenção, tais como pilhas,lâmpadas fluorescentes e outros decorren-tesda manutenção. Quanto aos demais re-síduos,acondicionar, manejar, armazenar eencaminhar para o destino que conste noPlano de Gerenciamento de Resíduos emServiços de Saúde (PGRSS) da instituição. Interferir nos processos de limpeza e desin-fecçãode superfícies com o objetivo de agi-lizaras atividades, por meio de ações comoremanejamento, substituições e orienta-ções,sempre que necessário. Criar interfaces com os serviços relaciona-dosdireta ou indiretamente com o Serviçode Limpeza e Desinfecção de Superfíciesem Serviços de Saúde, a fim de promover aintegração e a harmonia, por meio de alian-çasque possam fortalecer a cumplicidadeentre diferentes serviços almejando objeti-voscomuns. 31. 34AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA Definir com a chefia de setor, tempo neces-sárioe ideal para concluir as limpezas ter-minaispor desocupação. Ainda, por meiode um cronograma, definir horários e dataspara as terminais programadas. Encaminhar notificações de manutençãoao serviço específico. Desenvolver indicadores de qualidade doserviço, de pessoal, de equipamentos e ma-teriais,assim como do cumprimento doscronogramas de frequências dos diferentestipos de limpeza de superfícies, como for-made avaliação dos serviços prestados. Realizar diagnóstico dos colaboradoresbaseando-se nas necessidades de cadamembro da equipe, que poderá resultarem estratégias efetivas de motivação (HEL-LER,1998).4.3.2 Profissionais de limpeza edesinfecção de superfícies4.3.2.1 Quanto aos equipamentos, materiais einstalações Zelar por equipamentos e materiais do ser-viçodurante e após sua utilização, obede-cendoas regras de utilização, limpeza oudesinfecção, de acordo com a necessidadee guardar em local designado após a utili-zação. Notificar mau funcionamento ou extraviosde equipamentos e materiais, em impressopróprio ou intranet. Notificar danos em mobiliário, acessórios,instalações e revestimentos que necessitemde reparo ou substituição, em impressopróprio. Realizar a limpeza de materiais e equipa-mentosapós sua utilização, em salas pró-priasdesignadas na instituição para essefim.4.3.2.2 Quanto à preservação ambiental Utilizar racionalmente recursos como águae energia, evitando desperdícios e colabo-randocom programas internos de preser-vaçãoambiental e responsabilidade social. Segregar produtos poluidores como pilhas,baterias, lâmpadas fluorescentes e outros,em recipientes próprios pré-designados noPGRSS da instituição, quando esses não es-tiveremsido acondicionados pelo geradorem local apropriado. Posteriormente, enca-minharao setor de manutenção ou confor-mePGRSS da instituição.4.3.2.3 Quanto à utilização de produtossaneantes Utilizar somente produtos saneantes pa-dronizados,na concentração e tempo reco-mendadospelo fabricante e SCIH. 32. 35Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies Utilizar somente produtos que estejam emembalagens rotuladas e dentro do prazo devalidade. Utilizar rotineiramente sabão ou detergen-tepara os processos de limpeza de super-fícies,sendo os desinfetantes restritos àssituações específicas como, por exemplo,presença de matéria orgânica e microrga-nismosmultirresistentes. Não misturar produtos saneantes, excetoquando indicado pelo fabricante, pois essasmisturas podem ser perigosas quando inala-das,causam danos ao meio ambiente e seusprincípios ativos podem ser neutralizados einativados. Preparar soluções somente parauso imediato, evitando armazenamento porlongos períodos.4.3.2.4 Quanto ao recolhimento dos resíduos Recolher sacos de resíduos dos recipien-tespróprios quando 80% de sua capaci-dadeestiverem preenchidos ou sempreque necessário, evitando coroamento outransborde. Nesse caso, uma frequênciade recolhimento deve ser estabelecida,de acordo com o volume gerado em cadaunidade. Transportar os resíduos recolhidos em car-rospróprios, mantendo a tampa fechadasem que haja coroamento, não sendo per-mitidoque os sacos encostem-se ao corpodo profissional ou que sejam arrastados.4.3.2.5 Quanto aos EPI Utilizar EPI apenas para a finalidade a quese destinam, responsabilizando-se pela lim-peza,guarda e conservação, substituindo--os quando houver qualquer alteração queos tornem impróprios para uso.4.3.2.6 Quanto aos processos de limpeza edesinfecção de superfícies Comunicar ao líder do serviço as interfe-rênciasou questionamentos de outros pro-fissionaisnas rotinas realizadas. Realizar a limpeza e a desinfecção de su-perfíciesdo ambiente que contenham ma-tériaorgânica. Realizar as limpezas concorrente, terminale imediata de áreas internas e externas per-tencentesao serviço de saúde em questão,que estejam sob responsabilidade do Servi-çode Limpeza e Desinfecção de Superfíciesem Serviços de Saúde.4.4 Atribuições que não competemao profissional de limpeza edesinfecção de superfícies Recolhimento de perfurocortantes de lo-caisinadequados, como por exemplo, lei-tosde pacientes, pisos, bancadas e outros.De acordo com a Norma Regulamentadora 33. 36AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA32 – NR 32 (BRASIL, 2005), devem ser res-ponsabilizadospelo descarte de perfuro-cortantes,somente os trabalhadores que osutilizarem, estando, portanto, os profissio-naisde limpeza e desinfecção, isentos dessaresponsabilidade. Fechamento de coletores de perfurocor-tantes.O fechamento de coletores está soba responsabilidade de quem manipula edescarta os perfurocortantes, não cabendoessa tarefa à equipe de limpeza e desinfec-çãode superfícies. Retirada de materiais ou equipamentosprovenientes da assistência ao paciente nosquartos, enfermarias ou qualquer outraunidade, antes de realizar a limpeza, sejaconcorrente ou terminal. São exemplos:bolsas ou frascos de soro, equipos, bom-basde infusão, comadres, papagaios, reci-pientesde drenagens e outros. Essas tarefascabem à equipe de enfermagem, já que sãomateriais relacionados à assistência ao pa-ciente. Atendimento de telefone ou campainha dequarto ou enfermarias durante o períodode internação de pacientes. Vários proble-massão gerados quando a equipe de lim-pezae desinfecção de superfícies assumeindevidamente essa tarefa, tais como:–– Perda de tempo com a retirada de luvaspara atender telefone ou campainha; ne-cessidadede higienização das mãos apósretirada de luvas; dirigir-se ao posto deenfermagem quando for necessário quealgum recado seja dado.–– Quando o funcionário não retira as lu-vasou não realiza a higienização dasmãos, há a contaminação do telefone oucampainha, por meio das mãos.Portanto, nada justifica qualquer um dos doistipos de condutas, já que não faz parte dasatribuições da equipe de limpeza e desinfecçãode superfícies. Realização de processos de controle depragas, como desinsetização, desratização,descupinização, e outros.O controle integrado de pragas deve ser reali-zadopor empresa e profissionais especializa-dos. Compra de EPI com recursos próprios. OsEPI devem ser fornecidos gratuitamentepelo empregador e nunca pelo empregado(BRASIL, 1978). Realização de limpeza do leito do pacien-te,enquanto o mesmo encontra-se ocupa-do.Essa tarefa compete à enfermagem, jáque a manipulação indevida na cama podecausar prejuízos à saúde do paciente, como,por exemplo, deslocamento de drenos e ca-teteres. 34. 37Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies4.5 Perfil4.5.1 Perfil da equipeEmbora as oportunidades de cursos específi-cosnessa área sejam limitadas, os líderes doserviço, assim como supervisores e encarre-gados,devem se mobilizar no sentido de par-ticiparde congressos, simpósios, encontrosregionais, acompanhar publicações, realizarintercâmbio institucional, contribuir para apesquisa e fomentar a produção científica.Através de esforços individuais e pró-ativida-de,consegue-se elevar o grau de conhecimen-toe evidências científicas para esse represen-tativosegmento de mercado. A capacitaçãoprofissional é fundamental para que o gestorsinta-se seguro e capaz de transmitir informa-çõesembasadas para sua equipe.Com a franca expansão dos processos de cer-tificação,não existe espaço para profissionaisacomodados que aguardam boas oportuni-dadesde crescimento sem nada fazerem parareverter o quadro; esses estão fadados à subs-tituição.Sendo assim, torna-se imprescindível a existên-ciade profissionais qualificados e com grandebagagem de experiências nesse segmento.4.5.2 Perfil profissionalPara o líder da equipe, as exigências quanto àsua formação são isoladas, não existindo umperfil padrão definido. Entretanto, a tendênciado padrão de exigência é de nível de forma-çãouniversitária com diferencial técnico, quecontribua de forma mais abrangente nas ne-cessáriasinterfaces do serviço com os demaisprofissionais da instituição.Segundo Taraboulsi (TARABOULSI, 2003), ashabilidades e a formação não são suficientesem situações práticas, onde se deve encontraruma saída ou contornar situações inesperadase difíceis. Surge então outro diferencial profis-sional,a atitude. Segundo o autor, profissio-naiscom atitude são imprescindíveis na linhade frente do comando de equipes, pois têminiciativa e espontaneidade para agir no mo-mentocerto e solucionar o problema, possibi-litandoque as promessas de qualidade sejamcumpridas com sintonia entre o que é espera-dopela alta administração que esse profissio-nalestá autorizado a fazer.Características como liderança, flexibilidade,pensamento estratégico, bom relacionamento,ética, imparcialidade, bom senso e honestida-desão esperados de um líder, seja ele gerente,supervisor ou encarregado do serviço, poistodos têm responsabilidade frente ao corpooperacional.Já para a equipe operacional, o ensino fun-damentalcompleto com disponibilidade ecompromisso de continuidade dos estudosvem sendo cada vez mais exigido, visto quea ausência de alfabetização dificulta e re-tardaos treinamentos, além de inviabilizardeterminadas práticas que podem expor otrabalhador a riscos desnecessários, como,por exemplo, a leitura de rótulos de produ-tossaneantes antes de sua utilização. Cabeàs instituições oferecerem condições quepossibilitem essa categoria dar continuidadeaos estudos por meio de horários especiaisde trabalho. 35. 38AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA4.5.3 Perfil comportamentalAntes de colocar regras de conduta e postu-raaos colaboradores, a liderança deve avaliarseu próprio perfil, pois, na maioria das vezes,a equipe é o reflexo do líder e o treinamentonão terá êxito. Como nem sempre líderes têmciência dos próprios defeitos, faz-se necessáriouma avaliação da alta administração de seusgestores.Algumas atitudes e postura são esperadas deambos, tanto do líder como dos demais cola-boradores: Higiene corporal e boa apresentação pes-soal. Discrição com relação a assuntos internos,que só dizem respeito à instituição e ao ser-viço. Gentileza, educação e respeito com clientesinternos e externos. Colaboração. Interesse em novos aprendizados e por no-vasoportunidades. Postura profissional frente a pacientes, visi-tantese demais colaboradores.4.6 CapacitaçãoA NR 32 (BRASIL, 2005) coloca a capacitaçãocontínua como item obrigatório para todas ascategorias profissionais, tendo como objetivoprincipal a segurança e proteção do trabalha-dorcom relação aos riscos inerentes a sua fun-ção,por meio de treinamentos que os cons-cientizeme os preparem para agir de formasegura frente aos riscos ocupacionais.Entretanto, é necessário distinguir a capaci-taçãovoltada para riscos exigida pela NR 32(BRASIL, 2005), da capacitação técnica neces-sáriapara qualquer atividade desenvolvida pelotrabalhador do segmento de limpeza e desin-fecçãoem superfícies em serviços de saúde.4.6.1 A NR 32 e a capacitação contínuapreventivaA NR 32 (BRASIL, 2005) volta-se exclusiva-mentepara a segurança do trabalhador de ser-viçosde saúde, independentemente da funçãoque exerça. Tem-se aqui um grande avançopara a saúde ocupacional e ao mesmo tempoum grande desafio para os gestores do Serviçode Limpeza e Desinfecção de Superfícies emServiços de Saúde, pois trata-se de um seg-mentocom trabalhadores com baixa escola-ridadee na maioria das vezes com formaçãorudimentar, salvo exceções.Os líderes devem se empenhar para conscien-tizá-los quanto aos riscos a que estão expostosdiariamente, oferecendo treinamentos teóri-cose práticos de fácil compreensão. Recursoscomo cartilhas, cartazes, dinâmicas de grupo,peças teatrais e outros podem auxiliar na re-tençãodo aprendizado, mais do que explana-çõesteóricas monótonas. A teoria ministradade forma ilustrada, combinada com muitosexemplos práticos e filmes de impacto emo-cional,costuma trazer bons resultados.É importante lembrar que a abordagem sobreriscos e formas de prevenção deve ser feitapor profissionais familiarizados com os riscosinerentes aos agentes biológicos, e, portanto,habilitados para realização desse tipo de trei-namento,como enfermeiros do trabalho e decontrole de infecção. Enfim, é importante queo líder tenha consciência de que nem sempre 36. 39Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesestá preparado para essa incumbência e é pre-cisodelegar essa função.Outros pontos devem ser considerados ao pla-nejaresse treinamento: Os treinamentos devem ser planejados paraque ocorram durante o período da jornadade trabalho dos profissionais de limpeza edesinfecção de superfícies. A comprovação dos treinamentos é obri-gatória,devendo constar em documentocomprobatório: data; carga horária; con-teúdoprogramático; nome e formação oucapacitação do instrutor; nome e assinaturados trabalhadores capacitados.Dentre os assuntos a serem explorados no con-teúdoprogramático, deve ser contemplado: Treinamento sobre mecânica corporal cor-retana movimentação de materiais e equi-pamentos,de forma a preservar a saúde eintegridade física. Dados disponíveis sobre riscos potenciaispara a saúde. Medidas de controle que visem à minimi-zaçãoda exposição aos agentes biológicos. Utilização de EPI e EPC. Medidas para prevenção de acidentes e in-cidentes. Medidas a serem adotadas pelos profissio-naisde limpeza e desinfecção de superfí-cies,no caso de ocorrência de acidentes ouincidentes. Modo de operação de qualquer equipa-mentoe seus riscos, antes da utilização. Abordagem de risco e prevenção aos profis-sionaisde limpeza e desinfecção de super-fíciesexpostos aos riscos químicos, físicose radiações ionizantes, além de atividadescom resíduos.4.6.2 Capacitação técnicaNão raro, nos deparamos com colaboradoresdo Serviço de Limpeza e Desinfecção de Su-perfíciesem Serviços de Saúde que iniciamsuas atividades antes mesmo que o treina-mentotenha sido realizado, o que é arrisca-do,pois o treinamento pode acontecer tardedemais. Temos aí um grande fator de riscopara esse trabalhador, inexperiente e des-preparadoque, na maioria das vezes, nuncatrabalhou em serviços de saúde e, portanto,não tem conscientização sobre os riscos queestarão expostos, sem que ocorra capacitaçãoprévia.Tanto a capacitação técnica como a preven-tivadeve ser inicial e continuada, evitando o“quebra galho” do colaborador inexperiente,até que o dia do treinamento aconteça, poispode levar a danos irreparáveis na sua forma-çãoinicial, já que é levado a “aprender” comfuncionários antigos, portadores de vícios téc-nicos,que podem ser incorporados a sua prá-ticadiária, mesmo após o treinamento, pois osprimeiros ensinamentos, geralmente, não sãoesquecidos.Portanto, a admissão de um colaborador deveser planejada e não deve ser concretizada an-tesque seja assegurada uma capacitação ime-diata.O conteúdo programático deve abordar todasas técnicas que serão desempenhadas pelo co-laboradorde forma teórica e prática para quea assimilação não seja prejudicada. 37. 40AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA4.6.3 Capacitação técnica e preventiva:participação da equipe multidisciplinarA prática tem demonstrado que a multidisci-plinaridadeenvolvida e integrada nas capa-citaçõesauxiliam a fixação do aprendizado,além de promover maior motivação do profis-sionalque está sendo capacitado.Quadro 1 – Contribuição da equipe multiprofissional nas capacitações para a equipe de Limpezae Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde.Profissionais AbordagensLíder ou supervisor Postura; técnicas de limpeza; apresentação de materiais eequipamentos e técnicas de utilização.Enfermeiro do Trabalho Prevenção e controle de doenças ocupacionais; orientação sobrevacinação e programa de prevenção de riscos de acidentes,incluindo a utilização de EPI e EPC.Farmacêutico Produtos químicos.Gerente de hotelaria Interfaces do Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfíciescom a Hotelaria.Recursos humanos Políticas institucionais; benefícios e direitos e deveres.Psicólogo Dinâmicas de grupo; técnicas de relaxamento e integração.Fisioterapeutas/Profissional de Educação Física Ginástica laboral.Médico ortopedista Lesão por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios OsteomuscularesRelacionados ao Trabalho (DORT) e prevenção de problemasposturais.Nutricionista Alimentação saudável.SCIH Medidas de precaução; higienização das mãos; papel do SCIHna prevenção e controle das infecções em serviços de saúde;interface do SCIH com o Serviço de Limpeza e Desinfecção desuperfícies em Serviços de Saúde.Gestor de qualidade Contribuição do Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfíciespara a qualidade de serviços institucionais.4.6.4 A capacitação e a terceirizaçãoSegundo a NR 32 (BRASIL, 2005), em casosde terceirização do serviço, a responsabilidadepela capacitação dos profissionais do Serviçode Limpeza e Desinfecção de Superfícies emServiços de Saúde é solidária entre as duasempresas, contratante e contratada e, portan-to,ambas têm a mesma responsabilidade e po-demser alvos de fiscalização.Mesmo que todas as atribuições relativas aoserviço terceirizado estejam descritas em umcontrato de trabalho, cabe ao contratante cer-tificar-se de que a capacitação está sendo rea-lizadae de como é realizada. Ainda, deve co-laborarquando necessário nessa capacitação,estabelecendo uma sólida parceria com verda-deiraresponsabilidade compartilhada. 38. 41Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesReferências bibliográficasBRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Vigilância Sanitária. Portaria nº 15, de 23 de agosto de 1988. Estabelecenormas para registro dos saneantes domissanitários com ação antimicrobiana. Diário Oficial da União [daRepública Federativa do Brasil], Brasília, 05 set. 1988.BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Norma Regulamentadora nº 6. Portaria GM/MTE n° 3.214, de 8 dejunho de1978, que aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leisdo Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União [da República Federativa doBrasil]. Brasília, 06 jul. 1978.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM/MTE n° 485, de 11 de novembro de 2005, de 11 denovembro de 2005 – Aprova a Norma Regulamentadora nº 32, que versa sobre a Segurança e Saúde no Trabalho emEstabelecimentos de Saúde. Diário Oficial da União, [da República Federativa do Brasil]. Brasília, 16 nov. 2005.HELLER, R. Motivating People. Londres: Dorling Kindersley, 1998.TARABOULSI, F.A. Administração de Hotelaria Hospitalar. São Paulo: Atlas, 2003.TORRES, S.; LISBOA, T. Gestão dos Serviços de Limpeza, Higiene e Lavanderia em Estabelecimentos de Saúde.São Paulo: Sarvier, 3 ed., 2008. 39. C a p í t u l o 5Produtos saneantesElenildes Silva AmorimElisabete ReinehrErci Maria Onzi SiliprandiRosa Aires Borba Mesiano 40. 44AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAPara que a limpeza atinja seus objetivos, tor-na-se imprescindível a utilização de produtossaneantes, como sabões e detergentes na dilui-çãorecomendada.Em locais onde há presença de matéria orgâ-nica,torna-se necessária a utilização de outracategoria de produtos saneantes, que são oschamados desinfetantes.Para que a desinfecção atinja seus objetivos,torna-se imprescindível a utilização das técni-casde limpeza e posteriormente, utilização dedesinfetante especificado pelo SCIH.A responsabilidade na seleção, escolha e aquisi-çãodos produtos saneantes deve ser do SCIH,conjuntamente com o Serviço de Limpeza eDesinfecção de Superfícies em Serviços de Saú-deou Hotelaria Hospitalar, assim como do re-presentantedo Setor de Compras da instituição.Na aquisição de saneantes, deverá existir umsistema de garantia de qualidade que atendaaos requisitos básicos exigidos pela legislaçãoem vigor. Atenção deve ser dada à avaliaçãoda real necessidade do produto saneante, evi-tandoo uso indiscriminado desse produto emserviços de saúde. Quando necessária a utili-zaçãodo produto saneante, deve-se levar emconsideração a área em que será utilizado odeterminado princípio ativo, infraestruturae recursos humanos e materiais disponíveis,além do custo do produto no mercado.5.1 Legislações e critérios de compraSegundo o Ministério da Saúde (BRASIL,1994), devem ser considerados para a aquisi-çãode produtos saneantes os seguintes itens: A natureza da superfície a ser limpa ou de-sinfetadae o seu comportamento perante oproduto. A possibilidade de corrosão da superfície aser limpa. Tipo e grau de sujidade e a sua forma deeliminação. Tipo e contaminação e a sua forma de eli-minação(microrganismos envolvidos comou sem matéria orgânica presente). Recursos disponíveis e métodos de limpezaadotados. Grau de toxicidade do produto. Método de limpeza e desinfecção, tipos demáquinas e acessórios existentes. Concentração de uso preconizado pelo fa-bricante. Segurança na manipulação e uso dos pro-dutos. Princípio ou componente ativo. Tempo de contato para a ação. Concentração necessária para a ação. Possibilidade de inativação perante matériaorgânica. Estabilidade frente às alterações de luz,umidade, temperatura de armazenamentoe matéria orgânica. Temperatura de uso. pH. Incompatibilidade com agentes que podemafetar a eficácia ou a estabilidade do produ-tocomo: dureza da água, sabões, detergen-tesou outros produtos saneantes. Prazo de validade para uso do produto.Ainda, deve ser exigido do fornecedor a com-provaçãode que o produto está notificado ouregistrado na Anvisa com as características 41. 45Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesbásicas de aprovação e, se necessário, no casode produtos com ação antimicrobiana, laudode testes no Instituto Nacional de Controle deQualidade em Saúde (INCQS) ou demais la-boratóriosacreditados para essa análise, e fi-nalmente,o laudo técnico do produto.A Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976(BRASIL, 1976) dispõe sobre a vigilância sa-nitáriaa que ficam sujeitos os medicamentos,as drogas, os insumos farmacêuticos e correla-tos,cosméticos, saneantes e outros produtos.Só poderão produzir, fabricar, importar e dis-tribuirprodutos saneantes as empresas comautorização de funcionamento concedida pelaAnvisa e cujos estabelecimentos tenham sidolicenciados pelo órgão sanitário das UnidadesFederadas em que se localizam.De acordo com a Resolução da Diretoria Co-legiada– RDC da Anvisa nº. 184, de 22 de ou-tubrode 2001 (BRASIL, 2001), entende-se porprodutos saneantes e afins mencionados no art.1º da Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976(BRASIL, 1976), as substâncias ou preparaçõesdestinadas a limpeza, desinfecção, desinfesta-ção,desodorização/odorização de ambientesdomiciliar, coletivos e/ou públicos, para utiliza-çãopor qualquer pessoa, para fins domésticos,para aplicação ou manipulação por pessoas ouentidades especializadas, para fins profissio-nais.Essa mesma legislação classifica esses pro-dutoscomo de risco 1 e risco 2.Os produtos de risco 1 apresentam pH na for-mapura maior que 2 e menor que 11,5 sen-donecessária sua notificação junto à Anvisa.Nesse grupo estão incluídos os produtos delimpeza em geral e afins. Já os produtos de ris-co2 compreendem os saneantes que apresen-tampH na forma pura menor ou igual a 2 oumaior ou igual a 11,5, possuam característicasde corrosidade, atividade antimicidiana, açãodesinfestante, sejam à base de microrgani-mosviáveis ou contenham em sua fórmula osácidos inorgânicos: fluorídrico (HF), nítrico(HNO3), sulfúrico; ou (H2SO4) seus sais queas liberem nas condições de uso dos produtos.Esse grupo de produtos necessita ser registra-dojunto à Anvisa.O registro e a notificação dos produtos sane-antestêm validade por cinco anos podendo serrenovado.Todos os produtos saneantes deverãoser formulados com substâncias que não apre-sentemefeitos comprovadamente mutagênicos,teratogênicos ou carcinogênicos em mamíferose devem atender às legislações específicas. Res-saltamosque a legislação sanitária se aplica aprodutos nacionais e importados.As legislações RDC 40, de 05 de junho de 2008(BRASIL, 2008), e a RDC nº. 14, de 28 de fe-vereirode 2007 (BRASIL, 2007), ambas har-monizadasno Mercosul, tratam da notificaçãoe do registro de produtos saneantes respecti-vamente.A primeira aprova o regulamentotécnico para produtos de limpeza e afins e asegunda, os produtos com ação antimicrobia-na.Quanto ao registro, os desinfetantes paraartigos semicríticos e os esterilizantes con-tinuamseguindo as orientações contidas naPortaria 15, de 23 de agosto de 1988 (BRASIL,1988), ou suas atualizações como a ResoluçãoGMC no 19/10, do Mercosul, que se encontraem fase de internalização, na Anvisa. 42. 46AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISANo rótulo dos produtos saneantes deveráconstar: o nome do produto; modo de utili-zação,destacando o tempo de contato do pro-duto;precauções de uso quanto à toxicidadee necessidades de uso de EPIs; restrições deuso; composição do produto; teor de princí-pioativo descrito em percentagem (%); frasesrelacionadas ao risco do produto; prazo devalidade; data de fabricação; lote e volume;informações referentes à empresa fabricante,como nome da empresa, endereço e CadastroNacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); nome doresponsável técnico e número do seu registrono Conselho de Classe e número do registrodo produto na Anvisa.No caso de produtos de risco 1, que são noti-ficados,haverá a expressão “Produto SaneanteNotificado na Anvisa”, seguido do número doprocesso que originou a notificação.Deve ser solicitado ao fornecedor, fabricanteou distribuidor, o número da autorização defuncionamento da empresa titular do produto(empresa que registrou/notificou o produto naAnvisa) e a Ficha de Informação de Segurançade Produtos Químicos (FISPQ), que deve seranalisada em conjunto com o Serviço de Me-dicinae Segurança do Trabalho (SESMT).5.2 Principais produtos utilizados nalimpeza de superfícies5.2.1 Sabões e detergentesO sabão é um produto para lavagem e limpezadoméstica, formulado à base de sais alcalinosde ácidos graxos associados ou não a outrostensoativos. É o produto da reação natural porsaponificação de um álcali (hidróxido de sódioou potássio) e uma gordura vegetal ou animal.O detergente é um produto destinado à limpe-zade superfícies e tecidos através da diminui-çãoda tensão superficial (BRASIL, 2007).Os detergentes possuem efetivo poder de lim-peza,principalmente pela presença do surfac-tantena sua composição. O surfactante mo-dificaas propriedades da água, diminuindo atensão superficial facilitando a sua penetraçãonas superfícies, dispersando e emulsificando asujidade.O detergente tem a função de remover tantosujeiras hidrossolúveis quanto aquelas não so-lúveisem água.5.3 Principais produtos utilizados nadesinfecção de superfícies5.3.1 ÁlcoolOs alcoóis etílico e o isopropílico são os prin-cipaisdesinfetantes utilizados em serviços desaúde, podendo ser aplicado em superfícies ouartigos por meio de fricção. Características: bactericida, virucida, fun-gicidae tuberculocida. Não é esporicida.Fácil aplicação e ação imediata. Indicação: mobiliário em geral. Mecanismo de ação: desnaturação dasproteínas que compõem a parede celulardos microrganismos. Desvantagens: inflamável, volátil, opaci-ficaacrílico, resseca plásticos e borrachas;ressecamento da pele. Concentração de uso: 60% a 90% em solu-çãode água volume/volume. 43. 47Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies5.3.2 Compostos fenólicosOs compostos fenólicos sintéticos compreen-demo hidroxidifenileter, triclorodifenileter,cresóis, fenilfenol e outros. Estão em desuso,devido à toxicidade. Características: bactericida, virucida, mi-cobactericidae fungicida. Não é esporicida.Apresenta ação residual. Pode ser associa-doa detergentes. Indicação: superfícies fixas e mobiliáriosem geral. Mecanismo de ação: agem rompendo a pa-rededas células e precipitando as proteínascelulares. Em baixas concentrações inati-vamas enzimas, interferindo no metabolis-moda parede celular. Desvantagens: Com o uso repetido, podecausar despigmentação da pele e hiper-bilirrubinemianeonatal, não sendo reco-mendadoseu uso em berçários. É poluenteambiental. Proibido sua utilização em áreasde contato com alimentos devido à toxici-dadeoral. Concentração de uso: usar conforme reco-mendaçãodo fabricante.5.3.3 Compostos liberadores de cloro ativo5.3.3.1 InorgânicosOs compostos mais utilizados são hipocloritosde sódio, cálcio e de lítio. Características: bactericida, virucida, fun-gicida,tuberculicida e esporicida, depen-dendoda concentração de uso. Apresen-taçãolíquida ou pó; amplo espectro; açãorápida e baixo custo. Indicação: desinfecção de superfícies fixas. Mecanismo de ação: o exato mecanismode ação ainda não está completamente elu-cidado. Desvantagens: instável (afetado pela luzsolar, temperatura 25ºC e pH ácido). Ina-tivoem presença de matéria orgânica; cor-rosivopara metais; odor desagradável, epode causar irritabilidade nos olhos e mu-cosas. Concentração de uso: desinfecção 0,02% a1,0%.5.3.3.2 OrgânicosOs ácidos dicloroisocianúrico (DCCA) e tri-cloroisocianúrico(TCCA) são exemplos decompostos desse grupo. Características: bactericida, virucida,fungicida, tuberculicida e esporicida, de-pendendoda concentração de uso. Apre- 44. 48AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAsentação em pó. Mais estável que o cloroinorgânico. Indicação: descontaminação de superfí-cies. Mecanismo de ação: o exato mecanismode ação ainda não está completamente elu-cidado. Concentração de uso: 1,9% a 6,0%, comtempo de ação conforme comprovado pelofabricante.5.3.4 Compostos quaternários de amônioAlguns dos compostos mais utilizados são oscloretos de alquildimetilbenzilamônio e clore-tosde dialquildimetiamônio. Características: bactericida, virucida (so-mentecontra vírus lipofílicos ou envelo-pados)e fungicida. Não apresenta ação tu-berculicidae virucida. É pouco corrosivo etem baixa toxicidade. Indicação: superfícies fixas, incluindo am-bientede nutrição e neonatologia (sem apresença dos neonatos). Mecanismo de ação: inativação de enzi-masprodutoras de energia, desnaturaçãode proteínas e quebra da membrana celular. Desvantagens: pode ser inativado em pre-sençade matéria orgânica. Concentração: há várias formulações, deacordo com o fabricante.5.3.5 Monopersulfato de potássio Características: amplo espectro. É ativo napresença de matéria orgânica; não corrosi-vopara metais. Indicação: desinfetante de superfícies. Desvantagens: reduz a contagem mico-bacterianaem 2 a 3 log10, somente após 50minutos de exposição em concentração de3%. Concentração: 1%. A cor do produto dimi-nuià medida que diminui a concentração(BASSO, 2004).5.3.6 Oxidantes5.3.6.1 Ácido peracético Características: é um desinfetante para su-perfíciesfixas e age por desnaturação dasproteínas, alterando a permeabilidade daparede celular, oxidando as ligações sulfi-drile sulfúricas em proteínas e enzimas.Tem uma ação bastante rápida sobre os mi-crorganismos,inclusive sobre os esporosbacterianos em baixas concentrações de0,001 a 0,2%. É efetivo em presença de ma-tériaorgânica. Apresenta baixa toxicidade. Indicação: desinfetante para superfícies. 45. 49Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies Desvantagens: é instável principalmentequando diluído, corrosivo para metais (co-bre,latão, bronze, ferro galvanizado) e suaatividade é reduzida pela modificação dopH. Causa irritação para os olhos e para otrato respiratório. Concentração: como desinfetante para su-perfíciesé utilizado em uma concentraçãode 0,5%. O tempo de contato será aqueleindicado no rótulo.Nota: Pode ser utilizado em associação com operóxido de hidrogênio.Quadro 2 – Produtos de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde.PRODUTOS DE LIMPEZA/DESINFECÇÃOINDICAÇÃO DE USO MODO DE USARÁguaLimpeza para remoção de sujidadeTécnica de varredura úmida ouretirada de póÁgua e sabão ou detergente Friccionar o sabão ou detergentesobre a superfícieÁgua Enxaguar e secarÁlcool a 70% Desinfecção de equipamentos esuperfíciesFricções sobre a superfície a serdesinfetadaCompostos fenólicos Desinfecção de equipamentos esuperfícieApós a limpeza, imersão ou fricção.Enxaguar e secarQuaternário de amônia Desinfecção de equipamentos esuperfíciesApós a limpeza, imersão ou fricção.Enxaguar e secarCompostos liberadores de cloroativoDesinfecção de superfícies não-metálicase superfícies com matériaorgânicaApós a limpeza, imersão ou fricção.Enxaguar e secarOxidantesÁcido peracético (associado ou nãoa peróxido de hidrogênio)Desinfecção de superfícies Após a limpeza, imersão ou fricção.Enxaguar e secar 46. 50AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAReferências bibliográficasBASSO, M; ABREU, E.S. Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares e anti-sepsia. 2 ed. São Paulo:APECIH – Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2004. p18-33.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 184, de 22 de outubro de2001. Altera a Resolução 336, de 30 de julho de 1999. Diário Oficial da União [da União da República Federativado Brasil], Brasília, 23 out. 2001.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 40 de 05 de junhode 2008. Aprova o Regulamento técnico para Produtos de Limpeza e Afins harmonizado no âmbito do Mercosulatravés da Resolução GMC nº 47/07. Diário Oficial da União [da União da República Federativa do Brasil],Brasília, 06 jun. 2008.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 14, de 28 de fevereiro de2007. Aprova o Regulamento Técnico para Produtos Saneantes com Ação Antimicrobiana harmonizado no âmbitodo Mercosul através da Resolução GMC nº 50/06. Diário Oficial da União [da União da República Federativa doBrasil], Brasília, 05 mar. 2007.BRASIL. Ministério da saúde. Coordenação de controle de Infecção. Processamento de Artigos e Superfícies emEstabelecimentos de Saúde. Brasília, 1994.BRASIL. Ministério da saúde. Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a queficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outrosprodutos, e dá outras providências. Diário Oficial da União [da República Federativa do Brasil], Brasília, 24 set.1976.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Vigilância Sanitária. Portaria nº 15, de 23 de agosto de 1988. Estabelecenormas para registro dos saneantes domissanitários com ação antimicrobiana. Diário Oficial da União [daRepública Federativa do Brasil], Brasília, 05 set. 1988. 47. C a p í t u l o 6Equipamentos e materiaisutilizados na limpeza edesinfecção de superfíciesCarla AssadElisabete ReinehrErci Maria Onzi SiliprandiGlória Costa 48. 52AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAA utilização correta dos equipamentos e ma-teriaisutilizados na limpeza e desinfecção desuperfícies, além de reduzir o custo da mãode obra, aumenta o rendimento dos produtose, consequentemente, pode ocorrer a reduçãode custos. São exemplos de equipamentos emateriais: máquinas lavadoras e extratoras;máquinas lavadoras com injeção automáticade solução; aspiradores de pó e líquidos; con-juntomop; rodos; kits para limpeza de vidrose tetos; baldes; panos de limpeza de pisos; es-premedor;polidoras; discos abrasivos; carrospara transporte de resíduos e outros.6.1 Equipamentos6.1.1 Máquinas lavadoras e extratorasAs máquinas lavadoras e extratoras podemeconomizar tempo, movimento e energia.As máquinas de última geração permitem alavagem tanto de pequenas quanto de grandesáreas, pela simples substituição de escovas dediferentes tamanhos, dependendo da extensãoda área a ser lavada.As máquinas lavadoras e extratoras esfregam,limpam, succionam a solução do piso e secamem uma única operação, não interferindo notráfego local, permitindo a lavagem de pe-quenase grandes áreas (HINRICHSEN, 2004;TORRESLISBOA, 2008).6.1.2 Máquinas lavadoras com injeçãoautomática de soluçãoA solução é injetada automaticamente no piso,promovendo a remoção de sujeiras impregna-dasnas superfícies com uso de disco próprio(HINRICHSEN, 2004; TORRESLISBOA,2008).Para esse tipo de equipamento, é necessáriaa posterior sucção da água da superfície pormeio de aspiradores de água ou retirada ma-nual.Adapta-se com facilidade a pequenas emédias áreas.6.1.3 Aspiradores de pó e líquidosExistem disponíveis no mercado aspiradoresde pó e líquidos. A necessidade do serviço éque irá determinar os tipos que deverão seradquiridos, assim como suas capacidades.É importante lembrar que quem utiliza o as-piradorde pó e líquido para as duas funçõesdeve sempre trocar o filtro com o pó que foiaspirado antes de utilizá-lo como aspirador delíquidos, assim como deve ser devidamenteseco após aspirar líquidos, antes de utilizá-locomo aspirador de pó.O ideal é que o serviço tenha os dois tipos deaspiradores, evitando o seu uso incorreto. Ouso do aspirador de pó deve ser restrito a áreasadministrativas, pois pode desencadear surtosde aspergilose em pacientes (HINRICHSEN,2004; TORRESLISBOA, 2008). 49. 53Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies6.1.4 Enceradeiras de baixa rotaçãoSão utilizadas para fazer remoção de sujidade(quando utilizadas com produtos químicos).6.1.5 Enceradeiras de alta rotaçãoSão específicas para dar brilho em resinasacrílicas especiais, gerando filmes mais duros.6.2 Materiais6.2.1 Conjunto mopHá vários tipos de mops no mercado que aten-demàs diferentes necessidades do Serviço deLimpeza e Desinfecção em Serviços de Saúde.O conjunto MOP é formado por cabo, arma-çãoou haste ou suporte e luva ou refil. 50. 54AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA6.2.1.1 CaboO cabo poderá ser fabricado em alumínio,PVC ou madeira, desde que esteja bem poli-do.Deverá possuir comprimento mínimo de1,40 cm de forma a garantir postura ergono-micamentecorreta para o profissional.6.2.1.2 Luva do tipo cabeleiraPode-se encontrar no mercado, luvas do tipocabeleira, fabricadas em microfibra, algodão,rayon ou sintético (misto), nos modelos pontacortada ou ponta dobrada. São indicadas paraensaboar superfícies.A cabeleira do conjunto MOP pode ser adap-tadaem armação ou suporte ou haste articu-ladaque permite a realização de manobras delimpeza com agilidade e maior facilidade, de-vendoestar presa em cabo de alumínio ou dePVC, de no mínimo 1,40 cm de comprimento.A luva do tipo cabeleira deverá ser utilizadasomente para retenção e absorção de líqui-dos.Não deverá ser utilizada na realização detécnicas de limpeza que exigem ação mecâ-nica,pois não demonstra eficácia nessas ati-vidades.A durabilidade da cabeleira do mop depende-ráda devida conservação, após utilização.6.2.1.3 Luva do tipo cabeleira plana – FunçãoúmidaAs luvas do tipo cabeleira plana (função úmi-da)podem ser fabricadas em microfibra, algo-dão,rayon ou sintético (misto), nos modelosponta cortada ou ponta dobrada.A cabeleira plana pode ser adaptada em arma-çãoou suporte ou haste articulada que permi-terealizar manobras de limpeza com agilida-dee maior facilidade, devendo estar presa emcabo de alumínio ou de PVC, de no mínimo1,40 cm de comprimento.A luva do tipo cabeleira plana (função úmida)é indicada para utilização nas técnicas de lim-pezade pisos e paredes, proporcionando redu-çãode tempo nas atividades. Apresenta açãoeficaz em atividades nas quais a ação mecânicaé necessária.6.2.1.4 Luva do tipo cabeleira plana – Função póÉ indicada na remoção de sujidade e detritosque não estejam aderidos ao piso. Recomen-da-se que tenha a função eletrostática paraque não haja levantamento ou espalhamentode pó durante a limpeza.6.2.1.5 Conjunto mop x pano para limpeza depiso e rodo: vantagens e desvantagensVantagens Substitui o pano de limpeza de pisos. Elimina o contato manual do profissionaldurante a torção dos fios de cabeleira pelacompressão no balde espremedor. 51. 55Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies Pode reduzir o risco de acidentes ocupacio-naiscom perfurocortantes. Pode aumentar a produtividade quandocomparado ao pano para limpeza de piso,proporcionando postura ergonômica cor-retado profissional de limpeza, evitandomovimentos repetitivos de esforço e des-gastede energia pela flexão do tronco e tor-çãodo pano de limpeza (YAMAUSHI et al.,2000).Desvantagens Possui uma ação mecânica reduzida quenão garante a qualidade da limpeza, secomparado com a ação das fibras abrasivasou esfregões. Dificulta a secagem do piso, deixando-oúmido com risco de queda dos transeuntes. Requer contato manual do profissional nasua substituição. Tempo e custo do reprocessamento da ca-beleirana lavanderia. Desperdício de produtos saneantes (nemtoda a solução é utilizada) e seu descarte narede de esgoto. Alteração da concentração de produtos sa-neantesda solução após o primeiro enxá-gue. A água do enxágue não é mais consideradalimpa após o primeiro enxágue do mop. Dificuldade de manuseio acarretando es-forçofísico na utilização do espremedor edo equipamento e do mop molhado devidoao peso, podendo gerar afastamentos porproblemas ergonômicos.6.2.2 RodosOs rodos devem ser do tipo profissional, apre-sentandocabos (mínimo 1,60 cm) e base comlâmina de maior extensão (mínimo 0,60 cm),que permitem maior abrangência da área a serlimpa, possibilitando maior produtividade commenor tempo e desgaste físico diminuído. 52. 56AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAAs novas lâminas de borracha permitem que,simultaneamente, os líquidos sejam puxados ea área fique seca, além de possuírem borrachaesponjosa dupla que se acomoda às irregulari-dadesdo piso.6.2.3 Panos para limpeza de mobília episosOs panos devem ser exclusivos do setor e se-paradospara mobília, piso e parede. Ainda,devem estar sempre limpos e alvejados.6.2.4 BaldesRecomenda-se o uso de baldes de cores di-ferentes.Devem ser utilizados, preferencial-mente,os confeccionados por materiais quenão corroam no decorrer do tempo ou queprovoquem ruídos.6.2.5 Kits para limpeza de vidros e tetosSão compostos por cabos metálicos reguláveiscom lâminas de borracha substituíveis e cabospara lavagem com luvas, também substituí-veis.A luva do tipo cabeleira plana (função úmida)ou rodo com pano de limpeza de pisos podeexecutar a mesma função.6.2.6 EscadasDevem possuir plataforma de apoio para ga-rantirmaior segurança ao usuário e dispositi-voslaterais para suporte de materiais. 53. 57Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies6.2.7 Discos abrasivos para enceradeiraHá no mercado uma variedade de discos, de-senhadose construídos com o intuito de for-necerum contínuo e apropriado contato coma superfície do piso.São utilizados na limpeza e polimento de cerase acabamentos acrílicos. A cor do disco defineo nível de abrasividade e a indicação de uso, deacordo com o grau de dificuldade da limpeza.Por exemplo, os mais escuros são mais abrasi-vos,sendo utilizados para remoção de ceras.6.2.8 Escova de cerdas duras com cabo longoDeve apresentar cabo (mínimo 1,60 cm), sen-doutilizadas exclusivamente na limpeza pesa-dade pisos de banheiros. É útil na retirada desujidades, lodo e crostas de azulejos.6.2.9 Carro funcionalA finalidade do carro funcional é reunir, trans-portare estar abastecido de materiais necessá-riosà limpeza, desinfecção e conservação deum determinado espaço.São carros com rodízios, revestidos de borrachaou material similar, constando de espremedorpara cabeleira dos mops, estando adaptável abaldes (cores diferentes) ou balde modular comdivisor de águas. Pode ainda possuir suportepara rodos, conjunto MOP, placa de sinaliza-ção,pá coletora e local para transporte de ma-terialde limpeza necessário ao serviço.Assim, todo material de limpeza e desinfecçãode superfícies deve ser transportado em carrosfuncionais, facilitando a segurança do trans-porte.Deve-se atentar para a limpeza e orga-nizaçãodo carro funcional.Em locais de pouco acesso pode ser utilizado obalde espremedor. 54. 58AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA6.2.10 Carros para transporte de resíduosPodem ser confeccionados em aço inoxidável,plástico e fibra de vidro.Os carros que realizam o armazenamento e otransporte dos resíduos gerados nos setoresdevem ser de fácil manuseio, impermeável, defácil lavagem e de uso exclusivo para a função.O tamanho do carro a ser utilizado pelo servi-çode saúde dependerá do volume de resíduosgerados. 55. 59Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies6.2.11 Placa de sinalizaçãoApresentam desenhos ou inscrições que per-mitemaos transeuntes identificar a situação daárea delimitada (piso escorregadio, área inter-ditadapara reforma e outros). 56. 60AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAReferências bibliográficasHINRICHSEN, S.L. et al. Limpeza Hospitalar: Importância no Controle de Infecções. In: HINRICHSEN, S.L.Biossegurança e Controle de Infecções. Risco Sanitário Hospitalar. Medsi: Rio de Janeiro. 2004. pp. 175-203.YAMAUSHI, N.I.; LACERDA, R.A.; GABRIELLONI, M.C. Limpeza Hospitalar. In: FERNANDES, A.T.;FERNANDES, M.O.V.; FILHO, N.R. Infecção hospitalar e suas interfaces na área da saúde. São Paulo: Atheneu,2000. p.1141-1155.TORRES, S.; LISBOA, T. Gestão dos Serviços de Limpeza, Higiene e Lavanderia em Estabelecimentos de Saúde.São Paulo: Sarvier, 3 ed., 2008. 57. C a p í t u l o 7Limpeza e desinfecção desuperfíciesCarla AssadElisabete ReinehrErci Maria Onzi SiliprandiGlória Costa 58. 62AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA7.1 LimpezaA limpeza consiste na remoção das sujidadesdepositadas nas superfícies inanimadas utili-zando-se meios mecânicos (fricção), físicos(temperatura) ou químicos (saneantes), emum determinado período de tempo (BASSO,2004). Independentemente da área a ser higie-nizada,o importante é a remoção mecânicada sujidade e não simplesmente a passagem depanos úmidos para espalhar a sujidade.O uso de desinfetantes limita-se à presença dematéria orgânica, utilizando-se o tratamentoda superfície estabelecido pelo SCIH. A es-colhadas técnicas de limpeza e desinfecçãoestá diretamente relacionada ao tipo de super-fíciea ser higienizada, a quantidade e o tipode matéria orgânica presente (SEHULSTER CHINN, 2003).7.2 Processos de limpeza desuperfíciesOs processos de limpeza de superfícies emserviços de saúde envolvem a limpeza concor-rente(diária) e limpeza terminal.7.2.1 Limpeza concorrenteÉ o procedimento de limpeza realizado, dia-riamente,em todas as unidades dos estabele-cimentosde saúde com a finalidade de limpare organizar o ambiente, repor os materiais deconsumo diário (por exemplo, sabonete lí-quido,papel higiênico, papel toalha e outros)e recolher os resíduos, de acordo com a suaclassificação. Ainda, durante a realização dalimpeza concorrente é possível a detecção demateriais e equipamentos não funcionantes,auxiliando as chefias na solicitação de conser-tose reparos necessários.Nesse procedimento estão incluídas a limpezade todas as superfícies horizontais, de mobi-liáriose equipamentos, portas e maçanetas,parapeitos de janelas, e a limpeza do piso einstalações sanitárias.Ressalta-se que a unidade de internação dopaciente é composta por cama, criado-mudo,painel de gases, painel de comunicação, su-portede soro, mesa de refeição, cesta para lixoe outros mobiliários que podem ser utilizadosdurante a assistência prestada nos serviços desaúde.A limpeza da unidade de internação do pa-cientedeve ser feita diariamente ou sempre quenecessária, antecedendo a limpeza concorren- 59. 63Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícieste de pisos. Merece maior atenção, a limpezadas superfícies horizontais que tenham maiorcontato com as mãos do paciente e das equi-pes,tais como maçanetas das portas, telefones,interruptores de luz, grades de camas, chama-dade enfermagem e outras (SEHULSTER CHINN, 2003).A distribuição das tarefas da limpeza na áreapróxima ao paciente depende da rotina e pro-cedimentosda instituição. Em alguns serviçosde saúde, por exemplo, a equipe de enferma-gemé responsável pela limpeza e desinfecçãode determinados equipamentos para a saúde(respiradores, monitores, incubadoras, den-treoutros). Outras instituições conferem essaatribuição ao profissional de limpeza e desin-fecçãode superfícies, tornando assim impres-cindívela capacitação específica desse profis-sionalpara essas atividades.Atualmente, devido à prevalência de micror-ganismosmultirresistentes e do papel do am-bientena manutenção e propagação desses,tem-se adotado como medida de precaução nadisseminação desses microrganismos a inten-sificaçãoda limpeza e desinfecção das superfí-ciesnas trocas de turno. Por exemplo, nas áre-asde isolamento de contato, deve-se realizar alimpeza concorrente (a cada troca de plantãoou duas vezes ao dia), principalmente nos lo-caisde maior contato das mãos do paciente edos profissionais de saúde.Na limpeza concorrente de piso de corredoresdeve-se dar preferência aos horários de menormovimento. Em caso de uso de máquinas, de-vemser utilizados os mesmos procedimentosda limpeza concorrente de piso.Quadro 3 – Frequência de Limpeza Concorrente.CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS FREQUÊNCIA MÌNIMAÁreas críticas 3x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que necessário.Áreas não-críticas 1x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que necessário.Áreas semicríticas 2x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que necessário.Áreas comuns 1x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que necessário.Áreas externas 2x por dia; data e horário preestabelecidos e sempre que necessário.7.2.2 Limpeza terminalTrata-se de uma limpeza mais completa, in-cluindotodas as superfícies horizontais everticais, internas e externas. É realizada naunidade do paciente após alta hospitalar,transferências, óbitos (desocupação do local)ou nas internações de longa duração (progra-mada).As programadas devem ser realizadasno período máximo de 15 dias quando emáreas críticas (YAMAUSHI et al., 2000; PRE-FEITURA...,2007). Em áreas semicríticas enão críticas o período máximo é de 30 dias.É importante que o formulário para confir-maçãoda conclusão da limpeza terminal sejapreenchido por parte da chefia do setor. Esseformulário auxilia também na programaçãoda terminal, sinalizando impedimentos para 60. 64AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAa realização ou conclusão dessa. Nesse caso, ochefe do setor deverá justificar o impedimentoda terminal programada.O procedimento inclui a limpeza de paredes,pisos, teto, painel de gases, equipamentos,todos os mobiliários como camas, colchões,macas, mesas de cabeceira, mesas de refeição,armários, bancadas, janelas, vidros, portas,peitoris, luminárias, filtros e grades de ar con-dicionado(YAMAUSHI et al., 2000).Nesse tipo de limpeza deve-se utilizar máqui-nasde lavar piso (realizando-se movimentos“oito deitado” e unidirecional), cabo regulávelcom esponjas sintéticas com duas faces paraparede e os kits de limpeza de vidros e de teto.As paredes devem ser limpas de cima para bai-xoe o teto deve ser limpo em sentido unidire-cional(HINRICHSEN, 2004).O uso de desinfetantes deverá ser restrito asuperfícies que contenham matéria orgânica.Ainda, poderá ser utilizado na desinfecção deáreas de isolamento de contato. Em caso desurtos, recomenda-se o uso de desinfetantesem toda a extensão da superfície da área ondeestá ocorrendo o surto na unidade do paciente(HINRICHSEN, 2004).E importante o estabelecimento de um cro-nogramacom a definição da periodicidadeda limpeza terminal com data, dia da semanae horários, conforme a criticidade das áreas(PREFEITURA..., 2006), não se limitando aosquartos ou salas cirúrgicas. A limpeza termi-nalde postos de enfermagem, expurgos, de-pósitode material de limpeza (DML) e salade utilidades devem ser programadas consi-derandohorários de menor fluxo ou que nãoprejudique a dinâmica do setor ou a qualidadeda limpeza. Essa programação (cronograma)deve ser confirmada por meio da assinaturado chefe do setor e do responsável pela equipede limpeza e desinfecção de superfícies.Quadro 4 – Frequência de Limpeza Terminal Programada.CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS FREQUÊNCIAÁreas críticas Semanal (data, horário, dia da semana preestabelecido).Áreas não-críticas Mensal (data, horário, dia da semana preestabelecido).Áreas semicríticas Quinzenal (data, horário, dia da semana preestabelecido).Áreas comuns (Data, horário, dia da semana preestabelecido).7.3 Técnicas7.3.1 Técnica de dois baldesEnvolve a limpeza com a utilização de panosde limpeza de piso e rodo.Facilita o trabalho do profissional de limpezae desinfecção de superfícies, evitando idas evindas para trocas de água e limpeza do panono expurgo.Os seguintes passos são envolvidos nessa técni-cade limpeza (ASSADCOSTA, 2010): varre-duraúmida, ensaboar, enxaguar e secar. 61. 65Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies7.3.1.1 Varredura úmidaTem o objetivo de remover o pó e possíveisdetritos soltos no chão, fazendo uso de panoúmido e rodo. Esses resíduos não podem serlevados até a porta de entrada, devendo ser re-colhidosdo ambiente com o auxílio de pá.Deve-se iniciar a limpeza pelos cantos e deforma profissional e educada, para que quemesteja no local possa perceber e colaborar, li-berandoo espaço.Nessa etapa, os dois baldes conterão apenaságua.7.3.1.2 EnsaboarÉ a ação de fricção com sabão ou detergentesobre a superfície com a finalidade de remo-çãode toda sujidade. Nessa etapa, um dosbaldes conterá água, e outro, sabão ou deter-gente.7.3.1.3 Enxaguar e secarTem a finalidade de remover o sabão ou de-tergente.Nessa etapa, os dois baldes conterãoapenas água.7.3.1.4 Passo a Passo Colocar o material necessário no carro fun-cional.Estacioná-lo no corredor, ao ladoda porta de entrada do quarto/enfermaria/unidade (nunca obstruir a passagem detranseuntes). Cumprimentar o paciente e explicar o queserá feito. Colocar os EPI apropriados para a realiza-çãoda limpeza. Preferencialmente, as luvasde quarto e banheiro devem ter cores dis-tintas. Recolher os sacos contendo resíduos do lo-cal,fechá-los e depositá-los no saco “ham-per”do carro funcional ou diretamente nocarro de coleta interna. Realizar a limpeza da unidade do paciente,incluindo as maçanetas das portas. Atentarpara as etapas: retirada de pó; ensaboar; en-xaguare secar. Iniciar a limpeza do piso, mergulhando opano de limpeza de piso limpo em um bal-decontendo apenas água, torcendo suave-mentee envolvendo no rodo. Iniciar a varredura úmida pelos cantos (dofundo para a porta de entrada), com movi-mentosfirmes e contínuos, a fim de remo-veras partículas maiores do piso (migalhas,papéis, cabelo e outros). Recolher as partículas maiores do piso coma pá. Nunca direcionar os resíduos para obanheiro. Enxaguar o pano em outro balde contendoapenas água limpa. 62. 66AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA Mergulhar o pano de limpeza de piso limpoem um balde contendo solução de água esabão ou detergente, torcendo suavementee envolvendo no rodo. Repetir a operação quantas vezes forem ne-cessárias.A água do balde também deve sertrocada sempre que houver necessidade. Enxaguar o piso, mergulhando um panolimpo em balde contendo apenas água lim-pae secar o piso. Repetir a operação quan-tasvezes for necessário. Realizar a limpeza do banheiro (Quadro 6). Repor produtos de higiene: papel higiêni-co,papel toalha, sabonete líquido e outros. Recolher o material utilizado no local, or-ganizandoo ambiente. Encaminhar os panos utilizados na limpe-za,preferencialmente, para processamen-tona lavanderia ou lavá-los manualmenteno expurgo. Desprezar a água do balde emlocal específico. Nunca utilizar lavatórios/pias ou banheiro do paciente para esse fim. Lavar e secar os recipientes para resíduos,repor os sacos e retorná-los ao local de ori-gem. Realizar check list dos procedimentos rela-tivosà limpeza concorrente. Avisar o paciente ou acompanhante sobre otérmino da limpeza. Se necessário, reabastecer carro funcionalcom os materiais necessários. Recolher o material utilizado no local, or-ganizandoo ambiente.7.3.1.5 Outros aspectos da limpeza Ao chegar a uma unidade, o profissional delimpeza deve identificar prioridades, comoabastecimento de papel toalha e troca derefil de sabonete. A limpeza de um ambiente deve ser iniciadapela coleta de lixo e, posteriormente, deve-serealizar a varredura úmida, iniciando-sepelos cantos. Recomenda-se a utilização de um panopara mobília e outro, para o piso (tama-nhosde panos diferentes e baldes de coresdiferentes). A água e a solução dos baldes deverão sertrocadas sempre que necessário. Os panosdevem estar alvejados. O kit de limpeza (pano para mobília, panopara piso ou mop úmido, baldes, pá, rodo,entre outros) é exclusivo do setor; no casode isolamento de contato, o kit é exclusivodessa área. Deve-se estar atento para não se usar luvaspara abrir ou fechar portas e não deixarmateriais de limpeza nos quartos ou ba-nheiros. Durante a realização da limpeza terminal,deve-se iniciar pela varredura úmida e re-tiradade lixo; deixar o piso do banheiro demolho e, em seguida, proceder à limpezado mobiliário e do teto e paredes; lavar obanheiro e, por último, realizar a limpezade todos os pisos. Ao finalizar a limpeza de um setor, todomaterial deve ser recolhido e levado ao ex-purgopara limpeza e desinfecção. 63. 67Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies A técnica a ser adotada pelo serviço de saú-depoderá ficar a critério do gestor (respon-sáveltécnico), com aprovação do SCIH.7.3.2 Técnica de limpeza de piso com mop7.3.2.1 Passo a Passo Colocar o material necessário no carro fun-cional.Estacioná-lo no corredor, ao ladoda porta de entrada do quarto/enfermaria/unidade, tendo o cuidado de não obstruir apassagem de transeuntes. Cumprimentar o paciente e explicar o queserá feito. Colocar os EPI apropriados para a realiza-çãoda limpeza. Preferencialmente, as luvasde quarto e banheiro devem ter cores dis-tintas. Recolher os sacos contendo resíduos do lo-cal,fechá-los e depositá-los no saco “ham-per”do carro funcional ou diretamente nocarro de coleta interna. Realizar a limpeza da unidade do paciente,incluindo as maçanetas das portas. Atentarpara as etapas: retirada de pó; ensaboar; en-xaguare secar. Remover as partículas menores (migalhas,papéis, cabelo e outros) com o mop. Nuncadirecionar os resíduos para o banheiro. Recolher as partículas maiores do piso coma pá. Nunca direcionar os resíduos para obanheiro. Mergulhar o mop úmido (do conjuntomop) em um dos baldes contendo soluçãode água e sabão ou detergente. Retirar o mop da solução, colocando suacabeleira em base própria para torção. Tracionar a alavanca com o objetivo de re-tiraro excesso de água do mop sem contatomanual. Retirar o mop da base de torção e iniciar alimpeza. Iniciar a limpeza pelos cantos, do fundo paraa porta de entrada, passando o mop em mo-vimentode “oito deitado” com movimentosfirmes e contínuos. Enxaguar o mop em umsegundo balde (do sistema mop) contendoágua limpa para enxágue. 64. 68AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA Repetir a operação quantas vezes forem ne-cessárias.A água do balde deve ser trocadasempre que houver necessidade. Recolher o material utilizado no local, or-ganizandoo ambiente. Realizar a limpeza do banheiro (Quadro 6). Repor produtos de higiene: papel higiêni-co,papel toalha, sabonete líquido e outros. Recolher o material utilizado no local, or-ganizandoo ambiente. Encaminhar os panos utilizados na limpezapreferencialmente para processamento nalavanderia ou lavá-los manualmente no ex-purgo.Desprezar a água do balde em localespecífico. Nunca utilizar lavatórios/piasou banheiro do paciente para esse fim. Lavar os recipientes para resíduos, repor ossacos e retorná-los ao local de origem. Realizar check list dos procedimentos rela-tivosà limpeza concorrente. Avisar o paciente ou acompanhante sobre otérmino da limpeza. Se necessário, reabastecer carro funcionalcom os materiais necessários.7.3.2.2 Recomendações Não abrir ou fechar portas com mãos en-luvadas. Não esquecer materiais e equipamentos delimpeza nos quartos ou banheiros. Os baldes devem ser lavados e secos antesde nova utilização. O uso de desinfetante é restrito para su-perfíciesque contenham matéria orgânica(sangue ou fluidos corpóreos). A revisão da limpeza deve ser feita nos trêsperíodos: manhã, tarde e noite. Não deixar manchas ou sujidades incrus-tadaspara a limpeza terminal, pois podemficar impregnadas e mais difíceis de seremremovidas posteriormente; para esses casos,utilizar uma fibra mais abrasiva no local. O funcionário deve manter a coluna retadurante o desenvolvimento de toda a téc-nicade limpeza. A prensa utilizada para torcer o mop podeser utilizada para se obter vários graus detorção: leve, moderada e intensa. Para dei-xaro piso quase que completamente secodeve-se realizar uma forte torção da prensa.7.3.3 Limpeza com máquinas de rotação –EnceradeirasConsiste no sistema de lavagem do piso comequipamento semelhante à enceradeira domés-tica,que possuem escova, suporte para discose discos de diversas cores, cada qual com umafinalidade, desde lavar o piso até lustrar.Para esse sistema há necessidade da remoçãodo sabão ou detergente com sujidade com 65. 69Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesrodo e os repetidos enxágues com água limpa,empregando-se também, pano de limpeza depiso e rodo ou mops úmidos.Tem como principal desvantagem a baixa pro-dutividadedo sistema e a sobrecarga ergonô-micados profissionais.7.3.4 Limpeza com máquinas lavadoras eextratoras automáticasConsiste no método de lavagem e enxágue dopiso no mesmo procedimento. São máquinas delavar tipo enceradeiras que possuem um reserva-tóriopara o detergente que é dosado diretamen-tenas escovas localizadas na sua parte anteriorque fazem a limpeza, e em sua parte posterior érealizado o enxágue e a aspiração da água, cole-tadonoutro reservatório para a água suja.Essas máquinas são utilizadas para limpeza depisos com a vantagem da alta produtividade,qualidade na limpeza e menor esforço e riscopara o trabalhador.7.3.5 Limpeza com máquina de vaporquenteSão máquinas que abastecidas de água forne-cemvapor quente que pode ser aplicado para alimpeza direta de praticamente todas as super-fíciesfixas, sem necessidade de produto sane-ante,enxágue e secagem. Não deve ser consi-deradocomo produto esterilizante por atingiralta temperatura sob vapor. Os equipamentosexistentes no mercado apresentam problemada pequena duração da emissão do vapor e anecessidade de tempo prolongado para formá--lo novamente, tornando o processo de limpezamuito lento (YAMAUSHI et al., 2000).É bom lembrar que esse tipo de limpeza atra-vésde jatos de vapor d’água forma uma nuvemde vapor, colocando em suspensão partículas(aerossóis), que podem ser inaladas pelos fun-cionários,em unidades com pacientes com tu-berculose,representa um risco à saúde dessesprofissionais, devendo, portanto, ser evitado(BASSO, 2004).Independentemente dos métodos de limpezae equipamentos utilizados, todos devem serlavados diariamente após o uso.7.4 DesinfecçãoA desinfecção é o processo físico ou químicoque destrói todos os microrganismos pato-gênicosde objetos inanimados e superfícies,com exceção de esporos bacterianos (BRASIL, 66. 70AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA1994). Tem a finalidade de destruir microrga-nismosdas superfícies de serviços de saúde,utilizando-se solução desinfetante. É utilizadoapós a limpeza de uma superfície que teve con-tatocom matéria orgânica. Definem-se comomatéria orgânica todas as substâncias que con-tenhamsangue ou fluidos corporais. São exem-plos:fezes, urina, vômito, escarro e outros.Segundo os Centros de Controle e Prevençãode Doenças (Centers for Disease Control andPrevention – CDC), o tratamento de super-fíciescom matéria orgânica difere de acordocom o local e o volume do derramamento,sendo dividida em duas técnicas de desinfec-ção:com pequena quantidade e com grandequantidade de matéria orgânica (CDC, 2003).Sempre que houver presença de matéria orgâ-nicaem superfícies, essa deverá ser removida.A seguir, realizar a limpeza e, posteriormente,a desinfecção. É imprescindível que o local sejarigorosamente limpo antes da desinfecção.Os fatores que influenciam a escolha do pro-cedimentode desinfecção das superfícies doambiente são (BRASIL, 1994): Natureza do item a ser desinfetado. Número de microrganismos presentes. Resistência inata de microrganismos aosefeitos do germicida. Quantidade de matéria orgânica presente. Tipo e a concentração do germicida usado. Duração e a temperatura do contato com ogermicida. Especificações e indicações de uso do pro-dutopelo fabricante.7.4.1 Técnica de desinfecção7.4.1.1 Técnica de desinfecção com pequenaquantidade de matéria orgânicaNas superfícies onde ocorrer um pequenoderramamento de substâncias corporais ousangue, incluindo respingos, deve-se: Remover a matéria orgânica com papeltoalha ou pano e proceder à limpeza, utili-zandoa técnica de dois baldes. Se piso ou paredes:–– Realizar, primeiramente, a limpeza comsabão ou detergente na superfície a serdesinfetada, com o auxílio do rodo oumop.–– Enxaguar e secar.–– Após a limpeza, aplicar o desinfetantena área que foi retirada a matéria orgâ-nica,deixando o tempo necessário paraação do produto (seguir orientação dofabricante). Se necessário, realizar enxá-guee secagem. Se mobiliário:–– Realizar limpeza com sabão ou deter-gentena superfície a ser desinfetada,com o auxílio de panos de mobília.–– Após limpeza do mobiliário, realizar africção com álcool a 70% ou outro de-sinfetantedefinido pelo SCIH.7.4.1.2 Técnica de desinfecção com grandequantidade matéria orgânica Remover a matéria orgânica com auxíliodo rodo e da pá. Desprezar a matéria orgânica, líquida, noesgoto sanitário (tanque do expurgo ouvaso sanitário) Caso a matéria orgânica es- 67. 71Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesteja no estado sólido, acondicionar em saco plástico, conforme PGRSS. Utilizar EPI apro-priado. Proceder à limpeza, utilizando a técnica de dois baldes. Seguir os mesmos passos indicados na Técnica de desinfecção com pequena quantidade dematéria orgânica.Figura 1 – Limpeza de superfície sem presença de matéria orgânica.REMOVER O EXCESSO DO PÓ COM ÁGUA(VARREDURA OU RETIRADA DO PÓ)ENSABOAR A SUPERFÍCIE COMSABÃO OU D ETERGENTEENXAGUAR A SUPERFÍCIE COM ÁGUASECAR CUIDADOSAMENTE 68. 72AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAFigura 2 – Limpeza de superfície com presença de matéria orgânica.REMOVER A MATÉRIA ORGÂNICA COMPAPEL ABSORVENTE (PEQUENAQUANTIDADE) OU PÁ (GRANDEQUANTIDADE)REMOVER O EXCESSO DO PÓ COM ÁGUA(VARREDURA OU RETIRADA DE PÓ)ENSABOAR A SUPERFÍCIE COMSABÃO OU DETERGENTEENXAGUAR A SUPERFÍCIESECAR CUIDADOSAMENTEPISOS E PAREDES MOBILIÁRIOSAPLICAR ÁLCOOL 70%,UNIDIRECIONAL,POR TRÊS VEZES CONSECUTIVASCOM OUTRO DESINFETANTEINDICADO PELO SCIHAPLICARDESINFETANTE APROPRIADO7.5 Limpeza e desinfecção desuperfícies das áreas internasA fim de facilitar o processo de limpeza e de-sinfecçãode superfícies em serviços de saú-de,as áreas internas envolvem, dentre ou-tras:Centro Cirúrgico; Salas Cirúrgicas; UTI;Emergências; Unidade Coronariana; DoençasInfecto-Parasitárias; Posto de Enfermagem;Berçários; Medicina Nuclear; Anatomia Pato-lógica;Capela Mortuária; Centro de Materiale Esterilização; Hemodiálise; Lactário; Centrode Tratamento de Queimados (CTQ); Necro-tério;Laboratório; Expurgo; Abrigo de Lixo;Ambulatório; Enfermarias; Quartos; Salas deEspera; Administração; Estar Médico e deEnfermagem; Centro de Estudos; Corredoresserviço de processamento de roupas de servi-çosde saúde. 69. 73Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesQuadro 5 – Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde.EQUIPAMENTO TÉCNICA ATUAÇÃOUnidade do paciente:cama (colchão, pés ecabeceira), mesa, suportede soro, lixeira, escada,biombos, braçadeiracolchão e cabeceiraLimpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Friccionar com álcool a 70% ou outro desinfetanteindicado pelo SCIH, após alta do paciente.Recomenda-se a utilização de cores diferentes de luvaspara a realização da limpeza de pisos e mobiliários.Paredes Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Utilizar movimento unidirecional (de cima para baixo).Lixeiras Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Escada Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Teto LimpezaVarredura úmidaUtilizar o pano úmido para retirada de póPiso Limpeza e/ou Desinfecção Diariamente – varredura úmida, ensaboar, enxaguar esecar (sempre iniciando pelos cantos e conduzindo deforma que não atrapalhe o trânsito).Semanalmente – lavar com máquina utilizando-sesabão ou detergente. Encerar com cera acrílica e polir,conforme necessidade.Notas:Na presença de matéria orgânica, retirar o excesso compapel toalha ou com auxílio de rodo e pá; realizar alimpeza e proceder à técnica de desinfecção.Máscara e óculos de proteção devem ser utilizados.Janelas, vidraças, portas elumináriasLimpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergenteTelefone Limpeza e/ou Desinfecção Na presença de sujidade, limpar com pano úmido emágua limpa e secar. Friccionar com álcool a 70% ouutilizar outro desinfetante definido pelo SCIH.Saboneteira Limpeza e/ou Desinfecção Interior e exterior – Realizar a limpeza com água esabão ou detergente. Friccionar com álcool a 70% ouutilizar outro desinfetante definido pelo SCIH. Trocarrefil sempre que necessário.Papeleiras Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar com álcool a 70% ou utilizar outrodesinfetante definido pelo SCIH. Abastecer sempre quenecessário.Bancadas e prateleiras Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar com álcool a 70% ou utilizar outrodesinfetante definido pelo SCIH. 70. 74AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAEQUIPAMENTO TÉCNICA ATUAÇÃOExpurgo Limpeza e/ou Desinfecção Lavar no final do expediente com água e sabão oudetergente; enxaguar, secar e finalizar com soluçãodesinfetante. Manter organizado.Armários e escaninhos Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza das partes interna e externa comágua e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar com álcool a 70% ou utilizar outrodesinfetante definido pelo SCIH.Geladeiras Limpeza Realizar a limpeza das partes interna e externa comágua e sabão ou detergente. Secar bem com panolimpo.Berço acrílico e berço fixo(utilizar a técnica delimpeza e/ou desinfecção)Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar com álcool a 70% ou utilizar outrodesinfetante definido pelo SCIH.Não utilizar álcool no acrílico.Incubadora Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar parte metálica e o revestimento do colchãocom álcool a 70% ou utilizar outro desinfetantedefinido pelo SCIH.Notas:Outras ações deverão ser realizadas pela enfermagem.Não utilizar álcool no acrílico.Proteção bate maca Limpeza Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Lavatórios/pias Limpeza Lavar com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Contêiner Limpeza e/ou Desinfecção Levar o contêiner para uma área externa própria paralavagem de contêiner.Lavar interna e externamente com água e sabão oudetergente.Enxaguar e realizar desinfecção.Abrigo de lixo Limpeza e/ou Desinfecção Lavar interna e externamente com água e sabão oudetergente.Enxaguar e realizar desinfecção.Tanque Limpeza e/ou Desinfecção Lavar com água e sabão ou detergente.Enxaguar e realizar desinfecção.Elevador Limpeza Paredes – realizar limpeza com água e sabão oudetergente, utilizando movimento unidirecional, decima para baixo. Enxaguar e secar.Piso – Realizar limpeza com água e sabão oudetergente.Enxaguar e secar.Foco de luz Limpeza Realizar limpeza com pano úmido. 71. 75Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesEQUIPAMENTO TÉCNICA ATUAÇÃOMesa cirúrgica(utilizar a técnica delimpeza e/ou desinfecção)Limpeza e/ou Desinfecção Retirar excesso de secreções com papel toalha ou panovelho. Acondicionar no lixo conforme PGRSS.Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar parte metálica e o colchão com álcool a 70%ou utilizar outro desinfetante definido pelo SCIH.Bebedouros Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar com álcool a 70% ou utilizar outrodesinfetante definido pelo SCIH.Quadro 6 – Limpeza de banheiros e vestiários.EQUIPAMENTO TÉCNICA ATUAÇÃOParedes, boxe e azulejos Limpeza e/ou Desinfecção Lavar com água e sabão ou detergente, utilizandomovimentos unidirecionais, de cima para baixo.Enxaguar e realizar desinfecção.Se necessário, utilizar escova para remover crostas dosrejuntes.Portas e Portais Limpeza Limpar com água e sabão ou detergente, utilizandomovimentos unidirecionais, de cima para baixo.Evitar a utilização de produtos abrasivos.Piso Limpeza e/ou Desinfecção Lavar com água e sabão ou detergenteEnxaguar e secarNotas:Na presença de matéria orgânica, retirar o excesso compapel toalha ou com auxílio de rodo e pá; realizar alimpeza e proceder à técnica de desinfecção.Máscara e óculos de proteção devem ser utilizados.Limpeza de Espelhos Limpeza Limpar com pano úmido ou limpa-vidros e secar.Armários e escaninhos Limpeza e/ou Desinfecção Realizar a limpeza das partes interna e externa comágua e sabão ou detergente.Enxaguar e secar.Friccionar com álcool a 70% ou utilizar outrodesinfetante definido pelo SCIH.Louças sanitárias edescargaLimpeza e/ou Desinfecção Vaso sanitário: tampar, acionar a descarga. Lavar comágua e sabão ou detergente, com auxílio de escovinha.Enxaguar e realizar desinfecção.Descarga: lavar com água e sabão ou detergente.Enxaguar e realizar desinfecção.Lavatórios/pias e torneiras Limpeza e/ou Desinfecção Lavar com água e sabão ou detergente.Enxaguar e secar. 72. 76AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA7.6 Limpeza de superfícies das áreasexternasA fim de facilitar o processo de limpeza e de-sinfecçãode superfícies em serviços de saúde,as áreas internas envolvem, dentre outras: pá-tios,jardins, estacionamentos, garagens e cal-çadas.Quadro 7 – Limpeza das Áreas Externas.EQUIPAMENTO TÉCNICA ATUAÇÃOPortões de ferro e grades Limpeza Limpar com pano úmido.Lavar com água e sabão ou detergente.Ralos e calhas Limpeza Retirar todos os detritos existentes.Lavar com água e sabão ou detergente, utilizando EPIapropriadoPisos Varredura Varrer com vassoura de piaçava.Pisos Lavagem por processomecânicoEnsaboar e enxaguarPlacas de sinalização,extintores e caixas deincêndioLimpeza Limpar com pano úmido e secar. 73. 77Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesReferências bibliográficasASSAD, C.; COSTA, G. Manual Técnico de Limpeza e Desinfecção de Superfícies Hospitalares e Manejo deResíduos. Rio de Janeiro: IBAM/COMLURB, 2010. 28 p. Disponível em: http://comlurb.rio.rj.gov.br/download/MANUAL%20DO%20FUNCIONÁRIO%202%20-%20HOSPITALAR.pdf. Acesso em: janeiro 2009.BASSO M, ABREU ES. Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares e antissepsia. 2 ed. São Paulo:APECIH – Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2004. p.18-33.BRASIL. Ministério da saúde. Coordenação de controle de Infecção. Processamento de Artigos e Superfícies emEstabelecimentos de Saúde. Brasília, 1994.Centers for Disease Control and Prevention – CDC. Guidelines for environmental infectioncontrol Health-Care facilities. Centers for Disease Control and Preventing; 2003. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5210a1.htm. Acesso em: 6 nov. 2007.HINRICHSEN, S.L. et al. Limpeza Hospitalar: Importância no Controle de Infecções. 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C a p í t u l o 8Produtos e sistemasutilizados no tratamento depisosElenildes Silva AmorimElisabete ReinehrErci Maria Onzi Siliprandi 75. 80AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA8.1 Ceras lustráveisSão ceras formadas com produtos que pos-suemna sua composição carnaúba, sendo co-nhecidascomo ceras à base de água ou emul-sionáveis.São chamadas “ceras moles”, com baixíssimaresistência, pois suas partículas não formam ofilme para a proteção do piso ao tráfego contí-nuo,ao atrito do calçado e as sujidades comopoeiras, bem como não resistem à limpezaconstante com sabão ou detergentes, tornan-do-se necessárias as reaplicações frequentes.Não são antiderrapantes.Necessitam serem sempre lustradas após asecagem com as enceradeiras industriais debaixa rotação, low speed, que operam de 150 a200 rotações por minuto (rpm), pois somentedessa forma produzem brilho. O custo da mãode obra é elevado pelas dificuldades de manu-tençãodo sistema.8.2 Ceras semilustráveisSão ceras formadas por produtos de composi-çãomista, ou seja, sua formulação é compostapor carnaúba associada a polímeros acrílicossintéticos.Os polímeros acrílicos possuem maior dureza,são mais resistentes à água e formam filmesaderentes. Possuem média resistência ao trá-fego,ao atrito das sujidades dos calçados e nãosão antiderrapantes. Necessitam do polimentocom as enceradeiras industriais de baixa rota-ção.8.3 Ceras autobrilhantesSão as ceras que possuem polímeros acrílicosque formam um filme duro, porém de médiaresistência através da fusão dos componentessólidos. Não contém ceras moles na sua com-posição,sendo que sua formulação é de 70%de polímeros acrílicos e 30% de substânciassólidas em equilíbrio.Suportam média resistência e sua manutençãoé mais fácil que as ceras moles, não necessi-tandoser lustrada devido ao filme duro queé mais resistente aos riscos, ranhuras e man-chas.São consideradas antiderrapantes.São indicadas para os pisos em geral tais comopaviflex, mantas vinílicas, granitos, mármo-res,superfícies emborrachadas, plurigomas,lajotas não vitrificadas, ardósia, cimento quei-madoe concreto.8.4 Ceras impermeabilizante HighSpeed – HSSão ceras compostas por polímeros acrílicos,que contem mistura de elementos como polie-tilenoe poliuretano, com partículas menoresque formam um filme duro de alta resistência,nivelando o piso e dando brilho, comportan-doo polimento e restauração com as encera-deirasde alta rotação, (High Speed – HS), queoperam entre 1.000 a 1.600 rpm, acentuando obrilho molhado.São sistemas compostos variavelmente porprodutos como: removedor, base seladora,impermeabilizante, restaurador e detergente 76. 81Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciespara limpeza diária indicados pelo fornecedor.Ainda, são altamente resistentes ao tráfegointenso, de grande resistência, durabilidade eantiderrapantes.Esses produtos são indicados para pisos comogranito, mármore, borracha, paviflex, mantasvinílicas, plurigoma, lajotas não-vitrificadas,ardósia, granilite, cimento, concreto, dentreoutros (LUCCHINMOZACHI, 2005).8.5 Ceras Ultra High Speed – UHSSão ceras elaboradas a partir de emulsões depoliuretano, apresentando maior flexibilidade,embora extrema resistência à penetração. Re-presentamo que há de mais moderno no mer-cadoe são indicadas para o polimento comas enceradeiras de alta rotação (Ultra highspeed- UHS), ou seja, acima de 1.600 rpm. Osacabamentos UHS são termoplásticos, conse-guindo-se a restauração da película por meiode fusão térmica. O calor gerado no polimen-topromove uma microfusão na superfície dofilme, a qual se recompõe, preenchendo as fis-surasprofundas.Essas ceras apresentam excelente resistênciaao tráfego intenso, manutenção fácil, comqualidade e durabilidade.São indicadas para pisos como granito, már-more,borracha, paviflex, mantas vinílicas,plurigoma, lajotas não vitrificadas, ardósia,granilite, cimento, concreto, etc. (LUCCHIN MOZACHI, 2005).8.6 Etapas do tratamento de pisosApós o mapeamento da área, levantamentodas características do ambiente e a identifica-çãodo tipo de piso a ser tratado e definido otipo de sistema adequado a esse piso, seguemtrês etapas básicas para todos e qualquer tipoe tratamento a ser aplicado: Preparação Acabamento–– Selamento das porosidades–– Impermeabilização–– Polimento Manutenção8.6.1 PreparaçãoConsiderada a etapa mais importante na im-plantaçãodo sistema de tratamento de pisos,independentemente do tipo de cera que seráutilizado, por concentrar os procedimentosonde todos os cuidados devem ser muito bemobservados para garantir o excelente resultadofinal no tratamento de piso.O primeiro procedimento da etapa da pre-paraçãoconsiste na retirada das impurezasdo piso (cera velha, sujidades, gordura, terra,tintas ressequidas ou qualquer outro tipo deresíduo). Deve ser feito com removedor, depreferência a base de solventes, na diluição eno tempo recomendado pelo fornecedor paraa remoção, com a utilização da enceradeira in-dustrialcom o disco preto.O segundo procedimento consiste no enxáguedo removedor, parte mais importante de todoo tratamento, que deverá ser repetido quantas 77. 82AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAvezes forem necessárias, com água limpa, até aremoção completa dos resíduos do removedor.Se os enxágues não forem bem feitos poderácomprometer por completo o tratamento dopiso. O removedor poderá atacar a cera nova,ocasionando manchas ou rachaduras.O último procedimento da preparação con-sisteem aguardar o tempo de secagem dopiso, que deverá estar totalmente seco, atin-gindoseu estado original. Se houver residualde umidade no piso o tratamento poderá fi-caropaco.8.6.2 Acabamento8.6.2.1 Selamento das porosidadesConsiste em um procedimento utilizado so-mentenos tratamentos de piso com ceras im-permeabilizantesacrílicas com a finalidade devedar os poros, fazer o nivelamento do piso eproporcionar brilho. O número de camadasdepende do produto, tráfego e desgaste dopiso, normalmente de duas a três camadas debase seladora.Importante que seja observado o tempo de se-cagementre as camadas, tempo recomendadopelo fornecedor, que poderá variar conformea umidade relativa do ar, caso contrário pode-ráter problemas de aderência dos produtos aopiso. Também o sentido das camadas deveráser contrário ao anterior para cobrir possíveisfalhas e desnivelamento.8.6.2.2 ImpermeabilizaçãoConsiste no procedimento de aplicação dasceras impermeabilizantes após a secagem daúltima camada do selador, variando de três acinco camadas, dependendo das característi-casdo tráfego local. Da mesma forma que abase seladora é de extrema importância à ob-servânciado tempo de secagem entre a aplica-çãode cada camada.No caso das ceras a base de carnaúba ou mis-tasserão aplicadas de uma a duas camadas,após a lavagem do piso.8.6.2.3 PolimentoApós o período de secagem as ceras de car-naúbae sintéticas deverão ser polidas com asenceradeiras industriais de baixa rotação comdiscos claros (branco ou bege). Dentre os sis-temasde tratamento de piso com ceras imper-meabilizanteso polimento é o procedimentoresponsável em aumentar o nível de resistên-ciada cera onde são utilizadas as enceradeirasde alta rotação com o disco “pelo de porco”.8.6.3 ManutençãoA manutenção do sistema de tratamento dopiso com ceras impermeabilizantes é impor-tantepor proporcionar maior durabilidade,resistência e brilho ao piso. Está dividida emconservação diária e periódica.Na conservação diária, o piso deverá ser lavadocom produtos que não agridam o tratamento,podendo acarretar manchas ou até removê-lo.Dependendo do tráfego e grau de sujidade po-deráexigir lavagem convencional e o polimen-tocom as enceradeiras de alta rotação.A utilização do mop pó para a remoção dassujidades soltas pelo piso, tais como pó, areias,terra, grãos é recomendado para evitar as ra- 78. 83Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesnhuras no piso, além da manutenção facilitadada limpeza. Esse procedimento deverá ser uti-lizadosempre antes da varredura úmida.A definição da necessidade da manutençãoperiódica está relacionada à necessidade dereaplicação do impermeabilizante para reporo que foi desgastado pelo tráfego e pelo poli-mentodo piso.Na conservação periódica será necessária alavagem do piso com disco apropriado, ver-melhoou verde, com solução detergente.Após o tempo de secagem deverá ser reapli-cadoo impermeabilizante e realizado o poli-mentocom o disco “pelo de porco” em todaa área lavada.8.7 Definição do produtoA escolha do produto para o tratamento dopiso é de fundamental importância, pois estárelacionada ao tipo de piso, às característicasdo tráfego, à resistência aos produtos sanean-tesutilizados no procedimento de limpeza, àscondições de implantação e conservação, aoresultado desejado e ao custo do investimentoinicial e de manutenção.As etapas de remoção e acabamento das cerasimpermeabilizantes, devido ao tempo de se-cagem,se tornam mais difíceis em quartos depacientes pela necessidade de ocupação ime-diatanão permitindo por completo os proces-sosde tratamento. Já nas áreas críticas, comoemergências e UTI, tanto a implantação comoas conservações se tornam complicadas devi-doà dificuldade de interdição, ao alto tráfego,além da demora do tempo de secagem.Áreas pequenas ou com obstruções não sãopropícias, pois não permitem a mobilidade dalustradora.Nos centros cirúrgicos e obstétricos, o trata-mentode piso não é recomendado, uma vezque podem interferir com a condutibilidadedesse (BASSO, 2004). Ainda, a presença demaior umidade do piso, como, por exemplo,nos lavabos para escovação das mãos, o trata-mentode piso pode torná-lo mais escorregadio.Apesar das dificuldades relacionadas, é fre-quentea utilização das ceras impermeabili-zantesem pisos de serviços de saúde devido assuas vantagens em relação às ceras naturais esintéticas que necessitam de uma manutençãomais frequente. Sua importância está relacio-nadaaos seguintes fatores: Proteção: maior vida útil do piso devido àsagressões geradas pelo tráfego ocorrer so-breo filme da cera, evitando seu desgastenatural. Limpeza: maior facilidade de higiene dos pi-soscom tratamento impermeabilizantes estárelacionada à diminuição da porosidade,evitando a penetração das sujidades e con-sequenteproliferação de microrganismos. Segurança: maior poder antiderrapante dasceras acrílicas impermeabilizantes. Beleza: maior nível de brilho ocasionandoo embelezamento do ambiente, tornando--o mais bonito e agradável aos pacientes eas equipes, bem como contribuindo com aimagem do serviço de saúde. Mão de obra: maior produtividade dos fun-cionáriospela facilidade de limpeza diáriado piso, maior durabilidade do tratamento 79. 84AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAe consequente menor manutenção, redu-zindo,dessa forma, o custo com a mão deobra ou disponibilizando-a para outras ati-vidades.Em qualquer processo de limpeza ou trata-mentode pisos é primordial que os profissio-naisde limpeza e desinfecção de superfíciesem serviços de saúde utilizem os EPI e outrosequipamentos que se fizerem necessários paraproteção e segurança.Referências bibliográficasBASSO M.; ABREU E.S. Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares e antissepsia. São Paulo: APECIH– Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2004. p.18-33.LUCCHIN, L.R.W.; MOZACHI, N. Limpeza e desinfecção de áreas hospitalares. In: SOUZA, V.H.S.; MOZACHI,N. (Eds). O hospital: manual do ambiente hospitalar. Curitiba: Os Autores, 2005. p.549-604. 80. C a p í t u l o 9Higienização das mãos emserviços de saúdeFabiana Cristina de SousaHeiko Thereza Santana 81. 86AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAA higienização das mãos é a medida individu-almais simples e menos dispendiosa para pre-venira propagação das infecções relacionadasà assistência à saúde. Recentemente, o termo“lavagem das mãos” foi substituído por “higie-nizaçãodas mãos”, englobando a higienizaçãosimples, a higienização antisséptica, a fricçãoantisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos.As mãos do profissional de limpeza e desin-fecçãode superfícies podem ser higienizadasutilizando-se: água e sabonete (associado ounão a antisséptico) e preparação alcoólica paraas mãos.Recentemente, o uso de preparação alcoólicapara as mãos tem sido estimulado nos serviçosde saúde, pois o álcool reduz a carga microbia-nadas mãos. A utilização de preparação alco-ólicaapropriada para as mãos (sob as formasgel, solução e outras) pode substituir a higie-nizaçãocom água e sabonete quando as mãosnão estiverem visivelmente sujas (BRASIL,2007; BRASIL, 2009).9.1 Indicações – Higienização dasMãos com Água e Sabonete Líquido Quando as mãos estiverem visivelmentesujas ou contaminadas com sangue ou ou-trosfluidos corporais. Ao iniciar o turno de trabalho. Antes e após remoção de luvas. Antes e após uso do banheiro. Antes e depois das refeições. Após término do turno de trabalho. Após várias aplicações consecutivas de pro-dutoalcoólico para as mãos.9.1.1 Técnica “Higienização simples dasmãos com água e sabonete”Duração do Procedimento: 40 a 60 segundos.9.1.2 Passo a PassoFigura 1. Abrir a torneira e molhar as mãos,evitando encostar-se a pia.Figura 2. Aplicar na palma da mão quantidadesuficiente de sabpnete líquido para cobrirtodas as superfícies das mãos (seguir aquantidade recomendada pelo fabricante). 82. 87Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesFigura 3. Ensaboar as palmas das mãos,friccionando-as entre si.Figura 4. Esfregar a palma da mãodireita contra o dorso da mão esquerdaentrelaçando os dedos e vice-versa.Figura 5. Entrelaçar os dedos e friccionar osespaços interdigitais.Figura 6. Esfregar o dorso dos dedos de umamão com a palma da mão oposta, segurandoos dedos, com movimento de vai-e-vem evice-versa. 83. 88AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAFigura 7. Esfregar o polegar direito, como auxílio da palma da mão esquerda,utilizando-se movimento circular e vice-versa.Figura 8. Friccionar as polpas digitais eunhas da mão esquerda contra a palma damão direita, fechada em concha, fazendomovimento circular e vice-versa.Figura 9. Esfregar o punho esquerdo, com oauxílio da palma da mão direita, utilizandomovimento circular e vice-versa.Figura 10. Enxaguar as mãos, retirando osresíduos de sabonete, no sentido dos dedospara os punhos. Evitar contato direto dasmãos ensaboadas com a torneira. 84. 89Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesFIGURA 12. Secar as mãos com papel-toalhadescartável, iniciando pelas mãos eseguindo pelos punhos. Desprezar o papel-toalhana lixeira para resíduos comuns.Importante: Antes de iniciar a técnica, retirar acessórios(anéis, pulseiras, relógio), se necessário,uma vez que sob esses objetos acumulam-semicrorganismos. No caso de torneiras com contato manu-alpara fechamento, sempre utilize papel-toalha. O uso coletivo de toalhas de tecido é con-traindicado,pois estas permanecem úmi-das,favorecendo a proliferação bacteriana. Deve-se evitar água muito quente ou muitofria na higienização das mãos, a fim de pre-veniro ressecamento da pele.9.2 Indicações – Higienização dasmãos com preparação alcoólica paraas mãos Ao iniciar o turno de trabalho. Antes e após remoção de luvas. Antes e após uso do banheiro. Antes e depois das refeições. Após término do turno de trabalho.9.2.1 Técnica “Fricção Antisséptica dasMãos” (com preparações alcoólicas) Duração do Procedimento: 20 a 30 segun-dos. 85. 90AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAPasso a PassoFigura 1. Aplicar na palma da mãoquantidade suficiente do produto paracobrir todas as superfícies das mãos (seguir aquantidade recomendada pelo fabricante).Figura 2. Friccionar as palmas das mãos entresi.Figura 3. Friccionar a palma da mãodireita contra o dorso da mão esquerdaentrelaçando os dedos e vice-versa.Figura 4. Friccionar a palma das mãos entre sicom os dedos entrelaçados. 86. 91Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesFigura 5. Friccionar o dorso dos dedos deuma mão com a palma da mão oposta,segurando os dedos e vice-versa.Figura 6. Friccionar o polegar direito, como auxílio da palma da mão esquerda,utilizando-se movimento circular e vice-versa.Figura 7. Friccionar as polpas digitais e unhasda mão esquerda contra a palma da mãodireita, fazendo um movimento circular evice-versa.Figura 8. Friccionar os punhos commovimentos circulares.Figura 9. Deixar as mãos secaremnaturalmente. 87. 92AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAImportante: Para evitar ressecamento e dermatites,não higienize as mãos com água e sabone-teimediatamente antes ou depois de usaruma preparação alcoólica. Não higienize as mãos com preparação al-coólicaapós higienização das mãos comágua e sabonete. A preparação alcoólicanão é complemento para a higienização dasmãos. Depois de higienizar as mãos com pre-paraçãoalcoólica, deixe que elas sequemcompletamente (sem utilização de papel-toalha).9.3 Outros aspectos da higienizaçãodas mãosNa higienização das mãos, observar ainda asseguintes recomendações (CDC, 2002; WHO,2009): Mantenha as unhas naturais, limpas e cur-tas. Não use unhas postiças. Evite o uso de esmaltes nas unhas. Não usar anéis, pulseiras e outros adornos. Aplique creme hidratante nas mãos (usoindividual), diariamente, para evitar resse-camentona pele. A preparação alcoólica para as mãos nãodeve ser utilizada como complemento paraa higienização das mãos.9.4 Recomendações paradispensadores de sabonete eantissépticosNos serviços de saúde, recomenda-se o uso desabonete líquido, preferencialmente tipo refil,devido ao menor risco de contaminação doproduto.Em um estudo desenvolvido pela Universida-deFederal de Minas Gerais (SERUFO, 2007),com o apoio da Anvisa, foram analisadas 1.196amostras de sabonetes líquidos e anti-sépticoscoletados em hospitais brasileiros da rede sen-tinela.Destas, 9,4% (112/1196) estavam conta-minadas,sendo que os sabonetes líquidos res-ponderampor 30,2% das amostras recebidas(361/1196) e 83% das amostras contaminadas(93/112). Os tipos de dispensadores mais uti-lizadospara os sabonetes líquidos foram osreutilizáveis, destacando-se as saboneteiras,os frascos improvisados e as almotolias recar-regáveis.Nesse estudo não foram detectadosmicrorganismos nos produtos originais e cole-tadosantes do manuseio no local, podendo-seinferir que as contaminações não decorreramde falhas no processo de fabricação e sim du-ranteo processo de manipulação ou uso, o queaponta a necessidade de aprimorar o proces-sointerno de dispensação e manuseio dessesprodutos.Assim, antes da compra de produtos para hi-gienizaçãodas mãos, devem-se avaliar os dis- 88. 93Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciespensadores de produtos de vários fabricantespara assegurar seu correto funcionamento,facilidade de limpeza, liberação de volume su-ficientedo produto e existência de dispositivoque não favoreça a contaminação do produto.Para evitar a contaminação do sabonete lí-quidoe do produto antisséptico, têm-se as se-guintesrecomendações: Os dispensadores devem possuir dispositi-vosque facilitem seu esvaziamento e pre-enchimento. No caso dos recipientes de sabonete líqui-doe antisséptico ou almotolias não seremdescartáveis, deve-se proceder à limpezadesses com água e sabão ou detergente (nãoutilizar o sabonete restante no recipiente) esecagem, podendo ser seguida de desinfec-çãocom álcool etílico a 70% (rinsagem), nomínimo uma vez por semana. Não se deve completar o conteúdo do reci-pienteantes do término do produto, devidoao risco de contaminação. Para os produtos não utilizados em reci-pientesdescartáveis, devem-se manter osregistros dos responsáveis pela execuçãodas atividades e a data de manipulação, en-vasee de validade da solução fracionada. A validade do sabonete, quando mantidana embalagem original, é definida pelo fa-bricantee deve constar no rótulo. Deve-se optar por dispensadores de fácillimpeza e que evitem o contato direto dasmãos. Escolher, preferencialmente, os dotipo refil. Nesse caso, a limpeza internapode ser feita no momento da troca do refil.9.5 Considerações da AnvisaNa aquisição de produtos destinados à hi-gienizaçãodas mãos deve-se verificar se es-sesestão registrados na Anvisa, atendendoàs exigências específicas para cada produto.A firmação da legalidade do produto poderáser feita consultando o site da Anvisa ou soli-citandoao fornecedor, a comprovação do seuregistro/notificação.Não devem ser aplicados nas mãos sabões edetergentes registrados na Anvisa como sa-neantes,de acordo com a Lei n°. 6.360 de 23de setembro de 1976 (BRASIL, 1976) e a RDCnº. 40, de 5 de junho de 2008 (BRASIL, 2008),uma vez que são destinados apenas às superfí-ciesinanimadas.Outras informações sobre o tema higienizaçãodas mãos se encontram no manual “Segurançado Paciente em Serviços de Saúde – Higieni-zaçãodas mãos” (BRASIL, 2009), disponívelno endereço: http://www.anvisa.gov.br. 89. 94AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAReferências bibliográficasBRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em serviços de saúde. Brasília, 2007.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde – Higienizaçãodas mãos. Brasília, 2009.BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 40 de 05 de junhode 2008. Aprova o Regulamento técnico para Produtos de Limpeza e Afins harmonizado no âmbito do Mercosulatravés da Resolução GMC nº 47/07. Diário Oficial da União [da União da República Federativa do Brasil],Brasília, 06 jun. 2008.BRASIL. Ministério da saúde. Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a queficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outrosprodutos, e dá outras providências. Diário Oficial da União [da República Federativa do Brasil], Brasília, 24set.1976.CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC. Guideline for Hand Hygiene in Health-CareSettings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR 2002; 51(No RR-16). p.1-45.WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Guidelines on Hand Hygiene in Health Care. Clean Care is SaferCare. Geneva: WHO, 2009.SERUFO, J. C. et al. Avaliação da dinâmica de contaminação extrínseca de sabonetes líquidos e anti-sépticosno processo de uso em hospitais brasileiros da rede sentinela. Relatório técnico. Belo Horizonte: Fundep/Anvisa,2007. 29 p. Disponível em: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/anti_septicos_final.pdf 90. C a p í t u l o 1 0Medidas de biossegurançaGizelma de Azevedo Simões Rodrigues 91. 96AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAO termo biossegurança corresponde ao con-juntode ações voltadas para prevenção, eli-minaçãode riscos inerentes às atividades depesquisa, produção, ensino, desenvolvimentotecnológico de serviços, visando à saúde dohomem, dos animais, à preservação do meioambiente e à qualidade dos resultados (COS-TA,2000; HIRATAFILHO, 2002).A biossegurança no Brasil surgiu por meio delegislação específica, a Lei nº 8.974, de 5 dejaneiro de 1995 (BRASIL, 1995), para regu-laro uso das técnicas de engenharia genéticae liberação no meio ambiente de organismosgeneticamente modificados – OGM (VAL-LE TELLES, 2003). Posteriormente, a Lein° 11.105, de 24 de março de 2005 (BRASIL,2005), estabeleceu as normas de segurança emecanismos de fiscalização de atividades re-lacionadasà OGM e seus derivados, criou oConselho Nacional de Biossegurança (CNBS)e reestruturou a Comissão Técnica Nacionalde Biossegurança (CTNBio).Na área da saúde, esse tema suscita reflexõespor parte dos profissionais, uma vez que estãomais suscetíveis a contrair doenças advindasde acidentes de trabalho, através de procedi-mentosque envolvem riscos biológicos, quí-micos,físicos e ergonômicos (BOLICK, 2000;MASTROENI, 2004).Os profissionais que prestam assistência di-retaà saúde ou manipulam material biológi-cono seu cotidiano devem ter conhecimentosuficiente acerca de biossegurança para umaprática eficaz e segura (CARVALHO, 1999;COSTACOSTA, 2003).O profissional de limpeza e desinfecção desuperfícies em serviços de saúde está expostoa riscos e o objetivo das medidas de biossegu-rançaé identificar riscos à saúde e ao meio am-bientedecorrentes da exposição à matéria orgâ-nicae aos agentes biológicos e do manuseio deprodutos químicos e materiais perigosos.A utilização de precauções básicas auxilia osprofissionais nas condutas técnicas adequa-dasà prestação dos serviços, por meio douso correto de EPI, de acordo com a NR n° 6,da Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978(BRASIL, 1978). Essas medidas devem gerarmelhorias na qualidade da assistência e dimi-nuiçãode custos e infecções.Ao Serviço de Limpeza e Desinfecção de Su-perfíciesem Serviços de Saúde competem osprocedimentos para a remoção de sujidades,detritos indesejáveis e microrganismos pre-sentesem qualquer superfície, visando mantero ambiente dentro dos padrões estabelecidospelos serviços de saúde.As medidas de biossegurança em serviços desaúde evitam os riscos inerentes ao uso de pro-dutosquímicos e materiais biológicos. Tem afinalidade de minimizar os riscos envolvidosno uso desses materiais, pelos profissionais dainstituição. Incluem procedimentos para aqui-sição,armazenamento, transporte e manuseiodesses produtos.As medidas de biossegurança podem ser isola-dasou estar inseridas em um plano de preven-çãoe controle de riscos biológicos, químicos emateriais perigosos. 92. 97Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies10.1 Os riscos a que estão expostosos profissionais de limpeza edesinfecção de superfícies emserviços de saúde10.1.1 Risco biológicoRisco Biológico é a probabilidade da exposiçãoocupacional a agentes biológicos. São agentesbiológicos os microrganismos, geneticamentemodificados ou não; as culturas de células; osparasitas; as toxinas e os príons encontradosem sangue, fluidos corpóreos, meios de cultu-rase espécimes clínicos.10.1.1.1 Classificação de risco de agentesbiológicosOs agentes biológicos são classificados em(BRASIL, 2005): Classe de risco 1: baixo risco individualpara o trabalhador e para a coletividade,com baixa probabilidade de causar doençaao ser humano. Classe de risco 2: risco individual modera-dopara o trabalhador e com baixa probabi-lidadede disseminação para a coletividade.Podem causar doenças ao ser humano, paraas quais existem meios eficazes de profila-xiaou tratamento. Classe de risco 3: risco individual elevadopara o trabalhador e com probabilidade dedisseminação para a coletividade. Podemcausar doenças e infecções graves ao serhumano, para as quais nem sempre existemmeios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 4: risco individual elevadopara o trabalhador e com probabilidadeelevada de disseminação para a coletivida-de.Apresenta grande poder de transmissi-bilidadede um indivíduo a outro. Podemcausar doenças graves ao ser humano, paraas quais não existem meios eficazes de pro-filaxiaou tratamento.10.1.2 Risco químicoOs riscos químicos dependem da reatividadedo produto e, portanto, não é possível estabe-leceruma regra geral que garanta a segurançano manuseio de todas as substâncias químicas.As propriedades físico-químicas, reatividade,toxicidade, condições de manipulação, possi-bilidadede exposição do trabalhador, vias depenetração no organismo e disposições finaisdo produto são variáveis que devem ser consi-deradasno estabelecimento do risco.10.1.2.1 Recomendações para produtosquímicos10.1.2.1.1 Na aquisição do produto químicoÉ de responsabilidade da Segurança do Traba-lho: Identificação do risco atribuído ao produtoem função do uso. Elaboração da ficha técnica, conforme mo-delopadronizado, baseada nas informa-çõesdo fabricante e na legislação vigente. Identificação dos profissionais sob risco. Determinação da necessidade de EPC e EPI. Avaliação da área física para armazena-mentoe manuseio do produto: condiçõesde estocagem, ventilação, proximidade deprodutos não compatíveis. Elaboração de parecer quanto aos riscosenvolvidos. 93. 98AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA10.1.2.1.2 Prerrogativas para o uso doproduto Treinamento do usuário e disponibilizaçãoda ficha técnica no local de uso: Unidadeusuária e Segurança do Trabalho. Identificação da embalagem do produtoe do subproduto decorrente de diluição –nome e data de validade: Unidade usuária. Disponibilização de EPI e de orientaçõesescritas quanto ao uso correto: Unidadeusuária e Segurança do Trabalho. Determinação da forma de descarte doproduto e das embalagens vazias – Servi-çode Limpeza e Desinfecção de Superfíciesem Serviços de Saúde, conforme PGRSS.10.1.2.1.3 EPI Há obrigatoriedade de uso determinado naficha técnica do produto químico perigoso. Avental impermeável. Luvas resistentes ao produto, preferencial-mentede punho longo. Óculos de proteção. Protetor respiratório: respirador valvuladoclasse P2 com carvão (PFF2-VO).–– Uso individual.–– Identificação na parte interna da másca-racom nome e data.–– Guarda em saco plástico fechado.10.1.2.1.4 Proibições Mistura de produtos saneantes/químicasnão previamente autorizados. Reaproveitamento de embalagens vaziascom produtos saneantes diferentes do ró-tulooriginal. Alteração na proporção da diluição preco-nizada. Utilização de produtos saneantes fora doperíodo de validade. Manuseio do produto saneantes sem o usode EPI apropriados. Armazenamento conjunto de produtos sa-neantesincompatíveis.10.1.3 Risco de natureza físico-químicaConsidera como risco de natureza físico-quí-micaa capacidade de o produto reagir comoutra substância, produzindo fenômenos fí-sicoscomo calor, combustão ou explosão ou,ainda, produzindo outra substância tóxica. Naavaliação dos riscos devidos à natureza física,devem ser considerados os parâmetros de di-fusãoe inflamabilidade.10.1.4 Risco tóxicoToxicidade é a capacidade inerente de umasubstância produzir efeitos nocivos a um or-ganismovivo ou ecossistema.Risco tóxico é a probabilidade de o efeito no-civoacontecer nas condições de uso da subs-tância.É dependente das propriedades físico--químicas, vias de penetração no organismo,dose, alvos biológicos, capacidade orgânica deeliminação e efeitos sinergísticos com outrosagressores.10.1.5 Drogas citotóxicasAs drogas medicamentosas são padroniza-daspela Comissão de Farmácia e Terapêutica(CFT), sendo as políticas de armazenamento,transporte, manuseio, administração e des-cartedas drogas citotóxicas estabelecidas peloServiço Técnico da Farmácia Oncológica dainstituição. 94. 99Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesEssas drogas são manipuladas em ambienteexclusivo, com acesso restrito e equipado comCabine de Segurança Biológica Classe II B2,por profissionais do Serviço de Farmácia comtreinamento específico e com uso de EPI.10.1.6 Risco ergonômicoEntende-se por risco ergonômico qualquer fa-torque possa interferir nas características psi-cofisiológicasdo trabalhador, causando des-confortoou afetando sua saúde. São exemplosde risco ergonômico: o levantamento de peso,ritmo excessivo de trabalho monotonia, repe-titividadee postura inadequada de trabalho.10.2 Material perfurocortanteEnvolve qualquer material com capacidade decorte ou perfuração da pele que deve ser ma-nuseadocom máximo cuidado e descartadoem recipiente rígido, impermeável e resistenteà punção. O recipiente de descarte deve estardisponível próximo à área de uso, em suportesapropriados, preferencialmente na unidade deatendimento ao paciente. Não deve ultrapas-saro seu limite de preenchimento. É proibi-doo reencape de agulhas e o descarte dessesmateriais em lixo comum. O recolhimento edestino final são realizados conforme PGRSS.10.3 Sinalização de segurançaNo Brasil, a simbologia de segurança é norma-tizadana NR n° 26, da Portaria GM n° 3.214,de 08 de junho de 1978 (BRASIL, 1978).10.4 Equipamentos de segurançaAs medidas de prevenção para a exposição asangue e fluidos corpóreos e/ou a patógenosrespiratórios é essencialmente prevenida pormeio da prática de medidas de precaução, in-cluindocuidados com material perfurocor-tante,EPI e EPC, normatizados pelo SCIH epela Segurança do Trabalho.Os EPI devem ser utilizados pelos profissio-nais,durante a execução de procedimentosque possam provocar contaminação da roupacom sangue e fluídos corpóreos ou por pató-genosque se transmitem por contatoA instituição é responsável pelo fornecimen-tode EPIs apropriados e em quantidade sufi-cienteaos profissionais do Serviço de Limpezae Desinfecção de Superfícies em Serviços deSaúde. A aquisição de EPI deverá ser precedi-dade testes operacionais e checagem do Cer-tificadode Aprovação (CA).10.4.1 Equipamentos de ProteçãoIndividual (EPI) e UniformeEPI é todo dispositivo de uso individual utiliza-dopelo trabalhador, destinado a prevenir riscosque podem ameaçar a segurança e a saúde dotrabalhador. Para ser comercializado, todo EPI 95. 100AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAdeve ter CA emitido pelo Ministério do Traba-lhoe Emprego (MTE), conforme estabelecidona NR n° 6 do TEM (BRASIL, 2008).10.4.1.1 Luvas de borrachaDevem ser utilizadas por todo profissional du-ranteexecução de procedimentos de limpeza edesinfecção de superfícies em serviços de saúde.Ainda, devem ser confeccionadas com mate-rialresistente e possuir cano longo ou curtopara proteção das mãos e proteção parcial deantebraços.Recomendam-se a utilização de cores diferen-tesde luvas de borracha (ASSADCOSTA,2010), como luvas de cor clara e de cor escura(um ou dois tons acima da cor clara): Luvas de cor escura: usadas na limpeza edesinfecção de superfícies onde a sujidadeé maior (Exemplos: pisos; banheiro; rodí-ziosde mobiliários; lixeiras; janelas; tubu-laçõesna parte alta). Luvas de cor clara: usadas na limpeza e de-sinfecçãode mobiliários (Exemplos: camas,mesas, cadeiras, paredes, portas e portais,lavatórios/pias).As mãos dos profissionais de limpeza e desin-fecçãode superfícies devem ser lavadas antes eapós o uso de luvas. Após a utilização, as luvasdevem ser lavadas e desinfetadas.Quando estiver com luvas não se deve tocarem maçanetas, portas, telefones, botões de ele-vadorese outros locais.Ao usar luvas deve-se segurá-las pelo lado in-terno,calçando-se sem tocar na face externa.Ao se retirá-las, deve-se segurá-las pela faceexterna sem tocar a pele.10.4.1.2 MáscarasA máscara cirúrgica deverá ser usada nas si-tuações: Sempre que houver possibilidade de res-pingosde material biológico ou produtosquímicos em mucosas do nariz e boca. Sempre que o profissional entrar em quartode paciente com patologias de transmissão 96. 101Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesrespiratória por gotículas (exemplos: me-ningitesbacterianas, coqueluche, difteria,caxumba, influenza). Em áreas nas quais autilização seja recomendada pelo SCIH. Ambientes com odor fétido. Limpeza e desinfecção de superfícies emáreas de construção e reformas para evitara inalação do pó.Em área de isolamento para aerossóis (exem-plos:bacilo da tuberculose) estão indicadas asmáscaras de proteção respiratória, tipo respi-rador,para partículas, com eficácia mínima nafiltração de 95% de partículas de até 0,3m (más-carasdo tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3).10.4.1.3 Óculos de proteçãoOs óculos de proteção devem ser utilizadosdurante o preparo de diluição não-automática,quando da limpeza de áreas que estejam locali-zadasacima do nível da cabeça, e que haja riscode respingos, poeira ou impacto de partículas.Devem ser lavados e desinfetados após o uso.10.4.1.4 BotasAs botas (material impermeável, com canoalto e de solado antiderrapante) estão reco-mendadaspara a proteção dos pés e parte daspernas durante atividades com água e produ-tosquímicos e, ainda, para evitar quedas.10.4.1.5 SapatosO uso de sapatos é recomendado durante todoo período de trabalho, com exceção nos mo-mentosde lavação de piso, nos quais deverãoser utilizadas as botas. 97. 102AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA10.4.1.6 AventalDeve ser utilizado durante a execução de proce-dimentosque possam provocar contaminaçãoda roupa com sangue e fluidos corpóreos eprodutos químicos ou contaminados.O avental deve ser impermeável, podendo serusado por cima do uniforme, é recomendadopara a realização de atividades com risco derespingos. Pode ser processado pela lavande-riaapós realização do procedimento de limpe-zae desinfecção.Após o uso, deve ser retirado com técnica cor-reta,sem ter contato com a parte externa, e emseguida deve-se fazer a desinfecção.Em áreas especiais onde exista risco de radia-çõesé necessário o uso de dosímetro, avental ecolar de chumbo ou similar.10.4.1.7 GorroO gorro deve ser usado em área especiais nasquais são exigidas a paramentação completapor parte dos profissionais da instituição.Para as demais áreas do serviço de saúde, re-comenda-se que as profissionais de limpeza edesinfecção de superfícies mantenham os ca-belospresos e arrumados. Para os profissio-naisdo sexo masculino são imprescindíveiscabelos curtos e barba feita.10.4.2 Equipamentos de Proteção Coletiva(EPC)Os EPCs visam à proteção de acidentes compacientes, funcionários e visitantes. Consis-temde placas ilustrativas (que permitem aostranseuntes identificar a situação da área deli-mitada),cones de sinalização e fitas demarca-tórias(sinalização e delimitação de área), fitaantiderrapante (para evitar quedas e escorre-gamento,especialmente em rampas e esca-das),barreira plúmbica (ao redor do leito dopaciente), coletores de materiais perfurocor-tantes,sinais de perigo, sinalização com ins-truçõesde segurança ou que indicam direção. 98. 103Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesAinda, envolve lava olhos, Cabine de Seguran-çaBiológica e outros.10.4.3 Aquisição de novos equipamentosde proteçãoA aquisição de novos equipamentos de pro-teçãodeve ser realizada conforme as regrasda Comissão de Padronização de Materiais(CPM), que é responsável pela verificação dadocumentação legal do produto e encaminha-mentopara testes operacionais. A Segurançado Trabalho deve coordenar os testes e dis-ponibilizarorientações específicas. A aprova-çãodo produto será da responsabilidade dousuário, Segurança do Trabalho e CPM. Paratodo produto será elaborada ficha técnica coma estratificação do risco, orientações para ar-mazenamento,uso e descarte, identificaçãoda necessidade de uso de EPI e ações emer-genciaisem casos de acidentes. A ficha técnicaserá afixada no local de uso, após capacitaçãodo usuário.10.5 Proteção ambiental10.5.1 Limpeza concorrente e terminalA limpeza concorrente e terminal nas unida-desdos serviços de saúde é executada peloServiço de Limpeza e Desinfecção de Superfí-ciesem Serviços de Saúde, sendo normatizadopela SCIH. Os procedimentos para essas ativi-dadesestão descritas no Capítulo 7.Deve ser realizada com equipamentos e ma-teriaiscorretos e os profissionais devem exe-cutaros procedimentos de acordo com otreinamento específico, atentando durante arealização de todo o procedimento, para asmedidas de precaução.10.5.2 Programa de Gerenciamento deResíduos em Serviços de Saúde (PGRSS)O PGRSS descreve as ações relativas ao ma-nejode resíduos e envolve segregação, acon-dicionamento,coleta, armazenamento, trans-porte,tratamento e disposição final.Devem ser considerados nesse programa ascaracterísticas e riscos dos resíduos, as açõesde proteção à saúde e ao meio ambiente e osprincípios da biossegurança visando o empre-gode medidas técnicas, administrativas e nor-mativaspara prevenção de acidentes.10.5.3 Sistema de ventilaçãoO sistema de ventilação deve ser exclusivo ecom pressão negativa em áreas de atendimen-toa pacientes com doenças de transmissãopor aerossóis (Exemplo: tuberculose), sendo osistema controlado pelo Serviço de Engenha-riaem Serviços de Saúde.10.6 Saúde ocupacionalA saúde ocupacional é de responsabilidadeda Medicina do Trabalho, sendo normatizadopelo SCIH.10.6.1 Imunização do profissional Na admissão: vacinas do Calendário Na-cionalde Vacinação do Adulto e do Idoso:difteria e tétano, sarampo, caxumba e ru-béolaalém de vacina contra hepatite B, emfuncionários não imunes. Anualmente: vacina contra influenza. Controle de tuberculose:–– Na admissão: realização de PPD.–– Anualmente: repetição do PPD paraprofissionais negativos. 99. 104AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA Afastamento das atividades do profissionalcom doença infectocontagiosa ou doençadebilitante que aumente a susceptibilidadea agentes biológicos.10.6.2 Ações emergenciais10.6.2.1 Acidentes com materialperfurocortante ou contato com sangue eoutros fluidos corporais em mucosa ou pelenão íntegraNos casos de acidentes com material perfuro-cortanteou contato de sangue e outros fluidoscorporais em mucosa ou pele não íntegra, o pro-fissionaldeve ter atendimento imediato na Me-dicinado Trabalho ou no Pronto Atendimentopara determinação do risco biológico e estabe-lecimentode conduta, conforme protocolo efluxo estabelecidos pelo SCIH da instituição.Os acidentes com perfurocortantes deverão sermonitorados por indicadores e discutidos comos profissionais dentro do serviço de saúde.10.6.2.2 Respingo em pele íntegraNos casos de respingo em pele íntegra, lavarabundantemente em água corrente. Na pre-sençade sintomas, o profissional deve ser en-caminhadoà Medicina do Trabalho.10.6.2.3 Derramamento ou extravasamentocom contaminação ambientalNos casos de derramamento ou extravasa-mentode qualquer quantidade de materialque leve à contaminação ambiental, devehaver o acionamento do Serviço de Limpezae Desinfecção de Superfícies em Serviços deSaúde para o isolamento e limpeza e desin-fecçãoda área. O kit emergencial deverá serutilizado e o acidente notificado por meioda ficha de Notificação de Eventos Adversosou de acordo com a padronização da insti-tuição. Pequenas quantidades: devem ser removi-dascom o uso de papel-toalha e descartadasconforme recomendado na ficha técnica. Grandes quantidades: devem ser retiradascom isolamento da área. Um kit emergen-cialdeverá estar disponível em todas as áre-asde risco, para uso do Serviço de Limpezae Desinfecção de Superficies em Serviços deSaúde. O kit deve conter máscara cirúrgica,protetor respiratório para aerossóis, máscarapara particulados, óculos de proteção, luvasde borracha com cano longo, avental imper-meável,compressas absorventes, e outros,além da descrição do procedimento. Açõesespecíficas, para produtos específicos sãodeterminadas na ficha técnica, que deve serconsultada em situações de acidente. Tododerramamento deve ser notificado por meiode impresso próprio (Ficha de Notificaçãode Eventos Adversos) da instituição.10.6.2.3.1 Conteúdo mínimo do kit paraquímico perigoso Máscara (respirador valvulado com car-vão) Óculos de proteção Luvas de borracha de cano longo Avental impermeável Propé plástico Sacos plásticos (com simbologia de quími-coperigoso) Pá e escova Impresso 100. 105Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies10.6.2.3.2 Passo a passo O funcionário da limpeza e desinfecção desuperfícies é acionado, após um acidentecom químico perigoso. Dirige-se ao DML, retira o kit de acidentepara químico perigoso. Paramenta-se corretamente (avental im-permeável,óculos, máscara, bota plásticadescartável, luvas de borracha). Vai até o local do acidente e areja o ambiente. Recolhe a substância com compressas ab-sorventes,ou em caso de pó, use a pá pe-quenapresente no kit. Descarta em saco para químico perigosoou em caixa para perfurocortante, quandonecessário. Lacra o saco. Transporta o saco distante do corpo, segu-randona parte superior do saco e encami-nhapara área de armazenamento temporá-rio. Repõe o material do kit que foi utilizadodurante o acidente. Encaminha o impresso do acidente para serpreenchido.10.7 Considerações finaisOs acidentes de trabalho são aqueles queocorrem pelo exercício do trabalho a servi-çoda empresa ou pelo exercício do trabalhodos segurados, provocando lesão corporal ouperturbação funcional que cause a morte oua perda ou a redução permanente ou tempo-ráriada capacidade para o trabalho (BRASIL,1991) e podem ser provocados por agentesbiológicos, ergonômicos ou mecânicos.Podem ser evitados por meio da instituição demedidas preventivas que visem à segurança dofuncionário durante suas atividades rotineiras,como: Não substituir as escadas por cadeiras,usando-as apenas em superfícies planas. Não manusear equipamentos elétricos comas mãos molhadas. Não misturar produtos de limpeza e desin-fecçãode superfícies. Utilizar cintos de segurança para a limpezade janelas e vidros. Proteger as tomadas elétricas de paredesmolhadas. Não correr nas dependências dos serviçosde saúde. Manter postura adequada para evitar pro-blemasde coluna. Não levar ou levantar objetos muito pesa-dossem ajuda. Obedecer aos horários de intervalos a fimde prevenir o estresse. Notificar os acidentes após a ocorrência. Utilizar EPI e EPC sempre que necessário. Receber as vacinas recomendadas.Os profissionais, quando acidentados, devemcomunicar seus acidentes em formulário pró-prio,denominado Comunicação de Acidentede Trabalho (CAT), no prazo de 24 horas, eencaminhá-lo aos setores competentes. 101. 106AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAReferências bibliográficasASSAD, C.; COSTA, G. Manual Técnico de Limpeza e Desinfecção de Superfícies Hospitalares e Manejo deResíduos. Rio de Janeiro: IBAM/COMLURB, 2010. 28 p. Disponível em: http://comlurb.rio.rj.gov.br/download/MANUAL%20DO%20FUNCIONÁRIO%202%20-%20HOSPITALAR.pdf. Acesso em: janeiro 2009.Bolick, D. Segurança e controle de infecção. Rio de Janeiro: ReichmannAffonso Editores, 2000.BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Cartilha de Proteção Respiratória contra AgentesBiológicos para Trabalhadores de Saúde. Brasília, 2008.BRASIL. Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dáoutras providências. Diário Oficial da União [da República Federativa do Brasil]. Brasília, 25 jul.1991.BRASIL. Lei n° 8.974, de 05 de Janeiro de 1995. Regulamenta os incisos II e V do parágrafo 1º do art. 225 daConstituição Federal, estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e liberação no meioambiente de organismos geneticamente modificados, autoriza o Poder Executivo a criar, no âmbito da Presidênciada República, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, e dá outras providências. Diário Oficial da União[da República Federativa do Brasil]. Brasília, 06 jan.1995.BRASIL. Lei n° 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 daConstituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvamorganismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança –CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacionalde Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória no 2.191-9, de23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outrasprovidências. Diário Oficial da União [da República Federativa do Brasil]. Brasília, 28 mar.2005.BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Normas Regulamentadoras – NR. Portaria GM/MTE n° 3.214, de8 de junho de 1978, que aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação dasLeis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União [da República Federativado Brasil]. Brasília, 06 jul. 1978.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM/MTE n° 485, de 11 de novembro de 2005, de 11 denovembro de 2005 – Aprova a Norma Regulamentadora nº 32, que versa sobre a Segurança e Saúde no Trabalho emEstabelecimentos de Saúde. Diário Oficial da União, [da República Federativa do Brasil]. Brasília, 16 nov. 2005.Carvalho, P.R. Boas Práticas Químicas em Biossegurança. Rio de Janeiro: Interciência, 1999.CostA, M.A.F, Costa, M.F.B. Biossegurança de A a Z. Rio de Janeiro: Papel Virtual, 2003.Costa, M.A.F. Qualidade em Biossegurança. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.Hirata M.H; Filho J.M. Manual de Biossegurança. São Paulo: Manole, 2002.Mastroeni, M.F. Biossegurança aplicada a laboratórios e serviços de saúde. São Paulo: Atheneu, 2004.BioéticaBiorrisco: Abordagem Transdisciplinar. Rio de Janeiro: Interciência, 2003. 417p. 102. G LOS S Á R I O 103. 108AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA Desinfecção: remoção de agentes infecciosos, na forma vegetativa, de uma superfície inerte,mediante a aplicação de agentes químicos ou físicos. Desinfetante: são agentes químicos capazes de destruir microrganismos na forma vegetativaem artigos ou superfícies, sendo divididos segundo seu nível de atividade em: alto nível, mé-dionível ou nível intermediário e baixo nível. Detergente: todo produto que possui como finalidade a limpeza e que contém na sua for-mulaçãotensoativos que reduzem a tensão superficial da água, facilitando sua penetração,dispersando e emulsificando a sujidade. Limpeza: consiste na remoção das sujidades mediante aplicação de energias química, mecâ-nicaou térmica em um determinado período de tempo. Pode ser:–– Química – ação de produtos saneantes com a finalidade de limpar por meio da proprieda-dede dissolução, dispersão e suspensão da sujeira.–– Mecânica – ação física aplicada sobre a superfície para remover a sujeira resistente à açãodo produto químico (esfregar, friccionar, escovar).–– Térmica – ação do calor que reduz a viscosidade da graxa e da gordura, facilitando a re-moçãopela ação química. Medicina do Trabalho: especialidade médica que se ocupa da promoção, preservação e mo-nitoramentoda saúde do trabalhador. Executa ações preventivas e emergenciais. Produtos Saneantes: substâncias ou preparações destinadas a higienização, desinfecção oudesinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum eno tratamento de água. Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde: executa ações delimpeza/desinfecção preventivas e emergenciais no ambiente dos serviços de saúde. Serviços de Saúde: estabelecimento destinado ao desenvolvimento de ações de atenção àsaúde da população em regime de internação ou não, incluindo a atenção realizada em con-sultóriose domicílios. Risco Biológico: risco determinado pela exposição a agentes biológicos por inalação, conta-toou manuseio (direto ou indireto) de sangue e fluidos corpóreos. 104. A N E X O S 105. 110AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAA N E X O IRoteiro de Observação Diária/Semanal – Condições de Limpezae ConservaçãoROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIÁRIA/SEMANALOBJETIVO:LOCAL:CONCEITO DE AVALIAÇÃO – DE 1 A 10:DATA:RESPONSÁVEL TÉCNICO:OBSERVAR: CONDIÇÕES DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃOÁREAS: INTERNA E EXTERNA DO ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAL DE SAÚDECalçada; jardim; fachada; pintura, portas; janelas; vidros; tetos; piso; rodapé; paredes (pintura lavável e oucerâmica com pouco rejunte); testeiras e frontispício de pias, balcão, torneiras (de pedal e/ou fotossensível); pontosde luz/lustres (sem reentrâncias ou manutenção de sujeira que neles se acumula); interruptores (sem reentrâncias);mobiliário (lavável); rejuntes de cerâmica; rejuntes de pisos; rejuntes de bate-maca; objetos de decoração (comdesign liso, sem reentrâncias que permitam o acúmulo de microrganismos); equipamentos; existência de áreaúmida ou molhada sem manutenção adequada e outros.Para os casos de manutenção, tais como rejuntes, torneira vazando e entupimentos, a responsabilidade é daequipe de manutenção predial. A equipe de limpeza e desinfecção de superfícies colabora com as informações, afim de agilizar o reparo.Observações:AMPLIAR OBSERVAÇÕES NAS DIVERSAS ÁREAS:Banheiros de funcionários e pacientesCantina e restauranteRecepçãoEmergênciaBloco cirúrgicoSistemas de filtro de ar-condicionado (manutenção)ElevadoresAuditórioConsultóriosSala de esperaApartamentosCorredoresEscadasAlmoxarifadoCentro de Material e EsterilizaçãoRoupariaNecrotérioLaboratórioVestiário de funcionáriosFarmáciaEstacionamento (presença de coleções de água, exposição ao sol ou chuva, presença de mato ou possibilidade deratos, lixo, distância até a entrada da recepção)Observações: 106. 111Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesA N E X O I IRoteiro de Observação Diária/Semanal – BiossegurançaDurante os ProcedimentosROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIÁRIA/SEMANALOBJETIVO: Aspectos de biossegurançaLOCAL:CONCEITO DE AVALIAÇÃO – DE 1 A 10:DATA:RESPONSÁVEL TÉCNICO:OBSERVAR: CONDIÇÕES TÉCNICAS DURANTE PROCEDIMENTOSUso adequado de EPI, seguimento das normas de biossegurança na rotina diária em todas as atividades derisco; dispensadores de preparação alcoólica para as mãos e sabonete líquido (funcionando apropriadamente,com devido conteúdo); existência de suporte para papel toalha; dispensadores de papel toalha (funcionandoapropriadamente, com papel); condições das torneiras (respingando e com panos no balcão); acondicionamentocorreto do material perfurocortante; recipientes de resíduos cheios e sem a devida seleção (contaminado e comum)e outros.Observações:AMPLIAR OBSERVAÇÕES:Execução de procedimentos sem uso correto de EPI (Exemplos: uso incorreto de máscara, sem cobrir nariz e boca,pendurada no pescoço; uso de máscaras sem identificação); presença de soluções de contiguidade ou ferimentos;não cumprimento das indicações de higienização das mãos; uso de propés fora do ambiente indicado; alimentar-seem áreas não permitidas e outrosNota: O líder ou encarregado de serviço deve evitar chamar a atenção do profissional de limpeza e desinfecçãode superfícies de forma rude e incorreta. Deve, ainda, sempre mostrar a forma correta de execução de umdeterminado procedimento. 107. 112AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAA N E X O I I IRoteiro de Observação Diária/Semanal – ResíduosROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DIÁRIA/SEMANALOBJETIVO: Aspectos de acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, transporte pela empresa coletora edisposição final de resíduos produzidos nos serviços de saúde.LOCAL:CONCEITO DE AVALIAÇÃO – DE 1 A 10:DATA:RESPONSÁVEL TÉCNICO:OBSERVAR: ACONDICIONAMENTO E DESTINO DOS RESÍDUOSNo bloco cirúrgicoNo bloco obstétricoNo berçárioNa emergência, salas e/ou locais onde foram realizados curativosNos apartamentosSe está havendo a devida seleção entre resíduos contaminado e comumComo os funcionários estão manuseando os resíduosSe usam EPI corretamenteComo estão as condições dos recipientes de resíduosComo está sendo feita a coleta do resíduo contaminadoComo está sendo feita a coleta do resíduo comumSe o destino final dos resíduos está sendo realizado corretamenteObservações: 108. 113Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfíciesA N E X O I VFormulário Troca de EPIFORMULÁRIO TROCA DE EPIPlantão:Nome do Empregado RegistroLuva(tamanho)Avental(assinalar x)Data MotivoRubricaEmpregado 109. 114AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAA N E X O VFormulário de Solicitação de ServiçosFORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOSDivisão:Unidade:Setor:1 – DADOS DO SERVIÇO A SER EXECUTADO:Serviço solicitado:Responsável pela solicitação:Data e hora do serviço solicitado: ________/______/_______ às ____________ horasSolicitação recebida por:2 – DADOS DA EXECUÇÃO DO SERVIÇO:SERVIÇOS EXECUTADOSDATA DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOSArmário internoArmário externoLumináriaSaída de arVentiladoresLimpeza de portaArmárioVidraçaMobíliaJanela/persianaLavagem de pisoPolimento de pisoParede/rodapé/tetoCama (colchão/cabeceira/pés/grades/braçadeiras)BiombosEscadinhaSuporte de soroBanheiroRecipientesColetores de resíduosOutrosResponsável pela execução dos serviçosObs.: 110. 115Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies3 – PARECER DO SERVIÇO EXECUTADODATA DAEXECUÇÃOSERVIÇOSATISFATÓRIO? ASSINATURA RESPONSÁVEL PELO SETORSIM NÃO____/____/________/____/________/____/________/____/____Obs.: Indicar o que pode ser melhoradoCiente – Gerência/DivisãoDATA LEITOS12345678910111213141516171819202122232425262728293031Observações: 111. 116AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISAA N E X O V IModelo de Etiqueta para SaneantesNOME DO PRODUTO NOME COMERCIALAUTORIZAÇÃO ANVISA COMPOSIÇÃOPRODUTO CONCENTRADONº DO LOTE VALIDADEPRODUTO DILUÍDO DILUIÇÃO DE USODATA HORA VALIDADE PRODUTO + (H2O – ML)NOME DO RESPONSÁVEL MATRÍCULA
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