PARÁ SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARÁ PARÁ FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARÁ Presidente: José Conrado Azevedo dos Santos DIRETORIA REGIONAL DO SENAI DR/PA Diretor: Gerson dos Santos Peres DIRETORIA DE GESTÃO Diretor: Dário Antonio Bastos de Lemos DIRETORIA TÉCNICA Diretor: Ernesto Lucena Marçal DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Diretora: Lúcia Maria Peres de Souza GERÊNCIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Gerente Executivo: Arícles Lemos Freitas SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARÁ PARÁ SENAI – PA – DEPARTAMENTO REGIONAL É proibido a reprodução total ou parcial deste documento, sem a prévia autorização por escrito do SENAI – Departamento Regional do Pará FICHA TÉCNICA Correção Gramatical: Mário Luiz Praxedes Muniz Pesquisa e Elaboração: Regiane Pinto Nascimento Avaliação Pedagógica: Mário Luiz Praxedes Muniz Avaliação Técnica: Regiane Pinto Nascimento Diagramação: Eli Silva Costa Normalização: Setor de Informação e Documentação SENAI – Departamento Regional do Pará Diretoria de Educação e Tecnologia Travessa Quintino Bocaiúva, 1588 Bloco B – 4º andar CEP 86.035 – 190 Belém – PA Fones: (91) 4009-4767 / 4009-4773 FAX: (91) 3223-5073 www.pa.senai.br SUMÁRIO Módulo I - Contabilidade 1- Introdução 2 - A Estática Patrimonial: O Balanço 3 - Plano de Contas 4 - Método das Partidas Dobradas Exercícios 5 - O Balanço Patrimonial 6 - As Variações do Patrimônio Líquido 7 - DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) 8 – Impostos e Encargos sobre Compras e Vendas de Mercadorias 9. Exemplo Prático das Operações Normais do Exercício Exercícios Módulo II - Gestão Financeira 1 – Administração Financeira 2 – Análise da Relação (af VS Clientes Internos) 3 – Análise da Relação ( af VS Clientes Externos) 11 18 30 33 40 42 44 47 48 53 57 69 73 75 4 – Áreas de Conhecimento 5 – Capital de Giro 6 – Juros Simples e Juros Compostos Exercício 7 – Documentos Financeiros 8 – Financiamentos, Investimentos e Empréstimos 9 - Tesouraria 10 – Aplicativo de Informática utilizado na Gestão Contábil e Financeira 11 – Referências Bibliográficas 76 77 79 82 85 84 92 94 95 APRESENTAÇÃO Este material destina-se ao Curso de Auxiliar Administrativo. Corresponde a Unidade Curricular Gestão de Contábil e Financeira com carga horária de 120 horas e foi elaborado com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das capacidades técnicas, sociais, organizativas e metodológicas para conduzir o aluno a prestar apoio na realização de eventos. Esperamos que os discentes possam tirar bom proveito desse trabalho. GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA MÓDULO 1 - CONTABILIDADE 1 . INTRODUÇÃO A Contabilidade é considerada um instrumento de fundamental importância e atualmente serve para auxiliar a administração moderna, tendo como objetivo principal gerar informações para auxiliar nas tomadas de decisões por parte dos gestores de uma entidade, mostrando transparência nos relatórios e/ou demonstrativos bem como o de reduzir o seu grau de incerteza. Dentro desse enfoque a contabilidade identifica, registra, mensura, e possibilita a análise e predição dos eventos econômicos que alterem o patrimônio de uma empresa. Uma organização que não disponha de um sistema contábil ágil, não estará apta à eficácia do empreendimento e tanto quanto incapaz à garantia do sucesso por parte de sua administração. Vivenciando num mundo globalizado e numa economia desregularizada, onde sempre evidencia-se oscilações e mutações no mercado econômico, a informação contábil tornou-se ainda mais importante no processo de tomada de decisões, visto que com o advento e caráter complexo da economia mundial, com a inovação tecnológica e aprimoramento das informações, houve um crescente e evidente crescimento do mercado de capitais em termos globais, a partir da última década do século XX. As Demonstrações Contábeis e demais relatórios financeiros, assim como as demais informações, geradas pela contabilidade são ferramentas imprescindíveis para o entendimento da dinâmica da empresa, tanto quanto ao período passado, o atual período e principalmente nas perspectivas das posições futuras, garantindo dessa forma, aos interessados, tanto internos como os externos, informações sustentáveis e confiáveis. Os gestores são responsáveis pelo processo decisório e devem estar informados para as devidas tomadas de decisões, utilizando-se de um grau de confiabilidade inerente ao atual ambiente econômico e mercadológico. Nesse sentido, percebe-se que o grau de confiabilidade nas informações de natureza contábil e financeira permite uma visão da estratégia dos planos da empresa bem próximos da realidade atual e também estimar posições e situações futuras. A confiabilidade nas informações de natureza contábil é, portanto, de primordial importância, para todos os que pretendam relacionar-se com a organização, quer como acionistas, financiadores, gestores, fornecedores, empregados e demais entidades. Nesse sentido, denota-se o valor social que a contabilidade assume, mostrando preceitos éticos nas diversas relações pessoais, interpessoais e institucionais, sendo 10 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA que estas tendem a influenciar as mudanças no âmbito conceitual e da ação do administrador. Cabe ao administrador se apoderar dessas premissas com intuito de viabilizar o desenvolvimento econômico-financeiro das entidades obedecendo as normas de conduta profissional e de interesse da comunidade em geral. 1.1 Os Objetivos da Contabilidade 1.1.1. Definição: É a ciência que tem como objetivo observar, registrar e informar os fatos econômico-financeiros acontecidos dentro de um patrimônio pertencente a uma entidade e que afetam as situações econômico-financeira e patrimonial desta; mediante também a aplicação do seu conjunto de princípios, normas, técnicas e procedimentos próprios. IMPORTANTE!!!! AZIENDA: Complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem um patrimônio, representados em valores ou que podem ser objeto de apreciação econômica, considerado juntamente com a pessoa natural ou jurídica que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade; fazenda. (Dicionário Aurélio) Para ser considerada ciência a contabilidade deve possuir três requisitos básicos que são o Campo de Atuação, o Objeto e o Método . Campo de Atuação: entidades econômico-administrativas, sejam de fins lucrativos ou não. Objeto: O patrimônio das entidades. Método: Partidas dobradas. 11 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 1.1.2. Finalidade: A contabilidade tem como finalidade o registro, apuração, controle e prestação de informações econômicas e financeiras sobre o patrimônio e resultados decorrentes da avaliação da entidade aos seus diversos interessados, as informações de natureza econômica compreendem os fluxos de receitas e despesas, que geram lucros ou prejuízos; as informações de natureza financeira abrangem os fluxos de caixa e de capital de giro da entidade, tal finalidade pode ser definida em duas partes importantes, que é o planejamento e controle, onde o planejamento serve como fator importante a partir do momento que sejam necessárias as informações contábeis que são suporte para planejar e organizar a estrutura patrimonial, estabelecendo assim padrões e dando suporte às situações futuras; já o controle é intimamente relacionado à análise das definições tomadas pela entidade. Dentre os interessados nas informações contábeis podemos citar: - Os proprietários e sócios de empresas; - Os administradores de empresas; - Os empregados das empresas; - Os fornecedores e financiadores; - Governos; - Acionistas. - O público em geral. 1.1.3 Princípios Contábeis 1.1.3.1. Princípio da Entidade: a contabilidade é uma entidade identificada, através de seus registros; sendo assim o patrimônio da entidade se confunde com ao dos sócios ou proprietário individual, portanto o principio da entidade afirma a autonomia patrimonial não confundindo com a vida patrimonial dos titulares sócios ou acionistas. 1.1.3.2. Principio da Continuidade: é considerada a continuidade ou não da entidade de acordo com a classificação, avaliação das mutações do patrimônio quantitativamente e qualitativamente, logo a continuidade é pressuposta, bem como o seu tempo de vida indefinido, a partir das suas atividades operacionais, tendo suas demonstrações financeiras uma posição estática e não desvinculada de períodos subseqüentes e anteriores também. 12 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 1.1.3.3. Principio da Oportunidade: principio este no qual se define a integridade e oportunidade essa no qual o patrimônio e suas mutações, determina dentro do prazo, que este seja imediato e com extensão coerente, independente dos motivos que o originaram, porém dando a devida clareza o reconhecimento imediato dos registros contábeis e sua classificação, propiciando a estimativa correta, mesmo não havendo uma prova documental concreta. 1.1.3.4. Principio do Registro pelo Valor Original: os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações, expressos de acordo com a moeda do país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade. 1.1.3.5. Princípio da Atualização Monetária: a alteração da moeda nacional deve ser reconhecida nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais, podendo indicar também o valor da perda do pode aquisitivo da moeda sobre os valores que integram as demonstrações financeiras, tendo como objetivo também eliminar as distorções financeiras da entidade causadas pela desvalorização da moeda. 1.1.3.6. Principio da Competência: receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período da sua ocorrência, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independente de pagamentos ou recebimentos, geralmente receitas e despesas são atribuídas de acordo com o fato gerador e não quando os registros são pagos. 1.1.3.7. Principio da Prudência: determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior valor para os componentes do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. – visa a prudência na preparação dos registros contábeis, com a adoção de menor valor par os itens do ativo e da receita, e o de maior valor para os itens do passivo e de despesa. 1.1.4. Técnicas Contábeis: A contabilidade com o objetivo de atingir suas finalidades, utiliza-se de algumas técnicas que são: Escrituração, demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanço ou demonstrações contábeis. 1.1.4.1 Escrituração:É a técnica pela qual os fatos que ocorrem na entidade influenciando o seu patrimônio, são registrados, ou seja, É o registro de todos os fatos que ocorrem no patrimônio. 13 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 1.1.4.2. Demonstrações contábeis: São relatórios ou demonstrativos expositivos onde são agrupados e divulgados os fatos ocorridos num determinado período. Cada relatório é feito para atender a uma finalidade específica através da exposição gráfica dos fatos. 1.1.4.3. Auditoria: É o exame da "documentação contábil" , ou seja, é a verificação da exatidão ou não dos procedimentos contábeis, obedecendo às normas especiais de procedimentos a fim de verificar se os demonstrativos apresentados representam com fidelidade a situação patrimonial. 1.1.4.4. Análise de balanços: Utilização de métodos e processos específicos na decomposição, comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações contábeis para determinar a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outros. 1.2. Função administrativa da contabilidade - Controlar o patrimônio. 1.2.1. Patrimônio: Conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade econômico administrativa, durante determinado tempo sendo assim susceptível de análise e avaliação econômica. 1.2.2. Bem: Tudo aquilo que satisfaz as necessidades humanas e pode ser avaliado economicamente. 1.2.2.1. Classificação dos bens: Se classificam em Bens Tangíveis e Intangíveis. -Bens tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais – têm existência física, existem como coisa ou objeto. Exemplos de bens tangíveis: Veículos, Máquinas e Equipamentos, Móveis e Utensílios, etc. -Bens intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais – não possuem existência física, porém representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da empresa, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são legalmente que são legalmente conferidos aos seus possuidores. 14 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Exemplos de bens intangíveis: direitos sobre marcas, patentes, direitos autorais, ponto comercial, fundo de comércio, ações ou quotas do capital de outras empresas, etc. 1.2.3. Direitos : Valores de propriedade da entidade que se encontram em posse de terceiros. Exemplos: duplicatas a receber, clientes, contas a receber, dinheiro depositado no banco, aplicações financeiras, etc. 1.2.4. Obrigações: São dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontram em nossa posse (uso). Exemplos: fornecedores, duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, impostos a recolher, contas a pagar, títulos a pagar, contribuições a recolher, etc. 1.2.5. Composição Patrimonial: o patrimônio é dividido em três partes. 1a Parte –ATIVO (A) - parte positiva, composta de bens e direitos. 2a Parte –PASSIVO EXIGÍVEL (PE) - parte negativa, composta das obrigações com terceiros. 3a Parte – PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) ou SITUAÇÃO LÍQUIDA (SL) – parte diferencial entre o ativo e o passivo exigível. O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com terceiros (passivo exigível). Exercícios 1 1. Dê um conceito para Contabilidade. 2. Defina o objeto e o objetivo da Contabilidade. 3. Diferencie objetivo e finalidade da Contabilidade. 4. Defina cada uma das técnicas contábeis. 5. Classifique os tipos de entidades econômico administrativas. 6. Dê um conceito para azienda. 7. Você considera a Contabilidade como sendo uma técnica? Justifique. 8. Dê exemplos de usuários internos das informações contábeis. 9. Dê exemplos de usuários externos das informações contábeis. 15 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 10. Entidades sem fins lucrativos fazem parte do campo de aplicação da Contabilidade? Justifique. 11. Qual a finalidade econômica da Contabilidade? E qual a financeira? as despesas diminuem o Patrimônio Liquido? 2. A ESTÁTICA PATRIMONIAL: O BALANÇO 16 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 2.1. Ativo: Representa todos os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Se uma empresa compra uma máquina, esta representa um bem de sua propriedade, portanto um ativo. Por outro lado, se uma empresa paga determinada quantia, digamos, pela patente de uma invenção, ela passa a ter o direito sobre essa patente. Assim uma patente representa um direito; logo um ativo. Exemplos de ativos: - máquinas e equipamentos; - dinheiro guardado em banco; - duplicatas a receber provenientes de vendas a prazo; - veículos; - imóveis; - terrenos; - estoque de mercadorias. 2.2. Passivo : Representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com terceiros, isto é, são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontram em nossa posse (uso). Assim se uma empresa adquire um veículo para pagamento a prazo, a posse do mesmo representa um ativo. Mas por outro lado, a empresa passa a ter uma obrigação para com a pessoa ou empresa que vendeu o veículo. Assim, ela passa a ter uma obrigação, que representa um passivo exigível. Exemplos de passivos: - duplicatas a pagar - salários a pagar - aluguéis a pagar - encargos sociais a pagar - juros a pagar - impostos a pagar 2.3. Patrimônio liquido: O patrimônio líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (ativo) e o valor das obrigações com terceiros (passivo exigível). Muitas das vezes surge a seguinte dúvida. Aprendemos que os bens de uma empresa representam o seu patrimônio. Por que, de repente, o patrimônio passa a ser 17 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA chamado ativo e o valor que os proprietários aplicaram no negócio é denominado patrimônio líquido? A resposta é simples. Suponhamos que você decida comprar máquinas e equipamentos no valor de RR 15.000,00 ; porém uma parte da compra será financiada. Assim temos: Valor das máquinas e equip. Valor pago à vista Valor a pagar R$ 15.000 R$ 10.000 R$ 5.000 Agora observe: a compra representa para você um patrimônio, chamado ativo. Ao mesmo tempo, o valor que você ficou devendo, representa uma obrigação e consequentemente, um passivo exigível. Dessa forma se você tem um patrimônio no valor de R$ 10.000, mas ainda está devendo R$ 5.000 referente à sua compra, o valor líquido de seu ativo é R$ 10.000,00. O que equivale a dizer que seu patrimônio líquido monta em R$ 10.000. 2.4. Equação Básica Patrimonial A equação básica da contabilidade, que é bem simples: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO, ou PL = A – P Onde: A = Ativo; P = Passivo; PL = Patrimônio Líquido. Representação Gráfica do Patrimônio PATRIMÔNIO PASSIVO (-) Exigível – Obrigações PL TOTAL ATIVO + Bens Direitos TOTAL 2.5. Fatos contábeis: São as ocorrências havidas no patrimônio, trazendo-lhe variações qualitativas e/ou quantitativas. Quase sempre (e não obrigatoriamente) provêm de uma ação da gestão. - Classificação dos Fatos Contábeis 18 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA a) Fatos Permutativos b) Fatos Modificativos c) Fatos Mistos 2.5.1 Fato contábil permutativo (ou compensativo): São os que não provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou na Situação Líquida (SL), mas podem modificar a composição dos demais elementos ou contas patrimoniais, determinam uma variação específica do patrimônio (VARIAÇAO PATRIMONIAL QUALITATIVA). Exemplos: - compra de mercadorias a vista (bens por bens) - compra de mercadorias a prazo (bens por obrigações) - recebimento de uma duplicata (direitos por bens) 2.5.2. Fato contábil modificativo: São os que provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido (PL) ou Situação Líquida (SL), determinando uma variação quantitativa do patrimônio (VARIAÇÃO PATRIMONIAL QUANTITATIVA). Pode ser: diminutivo aumentativo. Exemplos: - receitas de aluguel - fato modificativo aumentativo - receitas de juros - fato modificativo aumentativo - despesas de salários - fato modificativo diminutivo - despesas financeiras - fato modificativo diminutivo 2.5.3 Fato contábil misto (ou composto): São os que combinam fatos permutativos com fatos modificativos, determinando variação qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO PATRIMONIAL MISTA. Exemplos: - venda de mercadorias com lucro - Fato Misto Aumentativo - venda de mercadorias com prejuízo - Fato Misto Diminutivo - pagamento de uma duplicata com juros - Fato Misto Diminutivo - recebimento de uma duplicata com juros - Fato Misto Aumentativo 19 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 2.6. Principais Livros Contábeis Dos vários livros usados pelas empresas, vamos mencionar apenas os utilizados pela contabilização dos atos e fatos administrativos. Os principais livros utilizados pela Contabilidade são: • Livro Diário • Livro Razão • Livro Caixa • Livro Contas-Correntes Contas e Escrituração Lançamentos: É o registro de uma transação em uma conta. Os elementos "anotados" em lançamento são: - data; - O nome das contas que sofrerão alterações; - Um breve histórico da transação; - O valor da transação. O que é DÉBITO? O que é CRÉDITO? Débito e crédito são palavras utilizadas para indicar se uma transação aumenta ou diminui o ativo, o passivo exigível e o patrimônio líquido de uma empresa. Como o total de cada um desses componentes é formado pela soma de diversas contas, temos que os débitos e créditos indicam se o saldo de uma conta deve ser aumentado ou diminuído em função de uma transação. Em resumo: as transações são registradas nas contas, através de lançamentos de débitos e créditos. Livro Diário Geral - Efetuamos os valores dos débitos e créditos em cada conta - Registramos no diário o histórico da transação, descrito de forma resumida Onde faço o CONTROLE DE CONTAS INDIVIDUAIS? Livro Razão 20 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA O razão representa um sistema pelo qual se controla a movimentação ocorrida individualmente em cada conta. A escrituração do mesmo pode ser feita através de um livro, ou pela utilização de fichas, cada página ou ficha representando uma conta. Esquema de Contabilização: Debita-se onde se aplica o recurso Credita-se a fonte do recurso Livro Contas-Correntes O Contas-Correntes é o livro auxiliar do Razão. Serve para controlar as contas que representam Direitos e Obrigações para a empresa. Livro Caixa O livro Caixa também é auxiliar. Nele são registrados todos os fatos administrativos que envolvam entradas e saídas de dinheiro. Estrutura das Contas A conta tem alguns elementos essenciais, são: Título: Que deve representar o componente do patrimônio que identifica. Histórico: Narração resumida do fato contábil que provocou a alteração na conta. Débitos e Créditos: São registrados um ou outro dependendo se a conta foi debitada ou creditada. Saldo: É o valor resultante da diferença entre débitos e créditos sofridos pela conta. Coluna D/C: Identifica se o saldo é devedor ou credor. Essa estrutura pode ser melhor visualizada observando-se um livro razão. 2.7. Modelo de lançamentos nos livro diário e razão Utilizaremos somente um lançamento no exemplo, pois a idéia principal, é aprender como funcionam os registros nos livros. - Vamos começar!!! A operação é a seguinte: 21 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 1 – Integralização do capital social da empresa em 15/12/2010, no valor de R$ 6.000,00 para cada sócio, sendo que o sócio 1 integralizou a quantia total em dinheiro, e o sócio 2 integralizou, da seguinte forma: R$ 1.500,00 através de um computador, R$ 2.500,00 em dinheiro, e R$ 2.000,00 em móveis (mesas e cadeiras). Vamos ao registro! Primeiro passo, como antes é analisar o lançamento a ser feito, e identificar as contas. O primeiro lançamento foi: 1 – Integralização do capital social da empresa em 15/12/2010, no valor de R$ 6.000,00 para cada sócio, sendo que o sócio 1 integralizou a quantia total em dinheiro, e o sócio 2 integralizou, da seguinte forma: R$ 1.500,00 através de um computador, R$ 2.500,00 em dinheiro, e R$ 2.000,00 em móveis (mesas e cadeiras). Veja que temos logo no inicio temos a integralização do Capital Social, já identificamos a primeira conta, portanto, o sócio 1 integralizou em dinheiro, logo, a conta Caixa será utilizada, o sócio 2 integralizou R$ 1.500,00 através de um computador, logo a conta Computador representará esse valor. R$ 2.500,00 em dinheiro, então utilizaremos a mesma conta caixa, e mais R$ 2.000,00 em móveis. Assim já identificamos as contas: Capital Social, Caixa, Computador, Moveis. Se fossemos utilizar os razonetes, ficaria assim: Caixa 6.000,00 2.500,00 8500,00 Computador 1.500,00 Móveis 2.000.00 Capital Social 12.000,00 Aprendemos que as Contas que representam bens e direitos pertencem ao Ativo, e que a conta Capital Social, pertence ao Patrimônio Liquido, e que fica no lado do passivo, assim nosso balanço no momento ficaria da seguinte forma: 22 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA ATIVO CAIXA COMPUTADOR MÓVEIS SOMA ATIVO 8.500,00 1.500,00 2.000,00 PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 12.000,0 CAPITAL SOCIAL 0 DO 12.000,0 0 DO 12.000,00 SOMA PASSIVO Como estamos fixando nosso aprendizado nos livros, os registros nos razonetes acima, e o balanço feito, somente servirão para conferencia, após os registros nos livros, vamos a eles propriamente ditos. Livro Diário Empresa Produção de Sonhos ltda CNPJ : 01.143.555.0001-00 Data 15/12/2010 15/12/2010 15/12/2010 Conta a débito Conta Caixa Caixa crédito Capital Social Capital à Histórico Integralização social-Sócio 1 Integralização Valor Capital 6.000,00 Capital 2.500,00 Social Computadores Capital Social social-Sócio 2 Integralização de parte 1.500,00 do capital em um computador marca XY, 15/12/2010 Móveis Capital Social pelo sócio 2 Integralização de parte 2.000,00 do capital em móveis para o escritório, pelo sócio 2 Como eu disse nos tutoriais passados, os registros são feitos simultaneamente, nos 2 livros, ou seja, o mesmo registros efetuado no livro Diário deve ser escriturado no livro Razão. Vamos ao registro no livro Razão: 23 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Lembre-se que no livro razão o registro será feito em contas, e não por ordem de ocorrência como no livro diário que incluem todos os lançamentos independentes das contas, haverá sim no livro razão a obediência à ordem cronológica. Portanto no livro razão vamos supor que haverá uma página para cada conta. Vamos aos registros: LIVRO RAZÃO Empresa Produção de Sonhos ltda CNPJ:01.143.555.0001-00 Página 1 Conta-caixa Data Saldo Inicial 15/12/2010 Histórico operação Integralização capital da Débito Crédito Saldo 0,00 DV 6.000,00 DV do 6.000,0 0 referente ao sócio 15/12/2010 1. Integralização parte social 2 Fechamos assim os registros na conta Caixa da integralização do capital, referente a parte que foi feita em dinheiro. Vamos agora, fazer o mesmo registro, referente a integralização da parte em dinheiro, só que agora na conta Capital Social. LIVRO RAZÃO Empresa Produção de Sonhos ltda CNPJ:01.143.555.0001-00 Página 2 Conta-Capital Social Data Histórico operação Saldo Inicial 15/12/2010 Integralização capital 24 do 6.000,0 0 0,00 CR 6.000,00 CR do de 2.500,0 em 8.500,00 DV capital 0 dinheiro, do sócio da Débito Crédito Saldo GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA referente ao sócio 15/12/2010 1. Integralização parte social 2 Dessa forma referente a parte que foi feita em dinheiro, já temos tanto o registro na conta, caixa, como o registro na conta capital social. Porém ainda faltam alguns registros, vamos agora ao registro referente a entrega do computador pelo sócio 2. Se parte da integralização foi feita com um computador, logo teremos também uma conta chamada COMPUTADORES. LIVRO RAZÃO Empresa Produção de Sonhos ltda CNPJ:01.143.555.0001-00 Página 3 Conta-Computadores Data Histórico operação Saldo Inicial 15/12/2010 Integralização parte do capital com um computador, modelo XY, do sócio 2 Teremos também mais um registro na conta capital social. de 1.500,0 0 0,00 DV 1.500,00 DV do de em 2.500,0 0 8.500,00 CR capital dinheiro, do sócio da Débito Crédito Saldo 25 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA LIVRO RAZÃO Empresa Produção de Sonhos ltda CNPJ Página 2 Conta-Capital Social Data Histórico operação Saldo Inicial 15/12/2010 Integralização do capital referente 15/12/2010 ao sócio 1. Integralização de parte do capital social dinheiro, 15/12/2010 em do 1.500,00 10.000,00 CR 2.500,00 8.500,00 CR : 01.143.555.0001-00 da Débit o Crédito Saldo 0,00 CR 6.000,00 CR 6.000,00 sócio 2 Integralização de parte do capital com computador, modelo sócio 2 XY, do um Percebam que foram repetidos os lançamentos da integralização em dinheiro, por motivos lógicos, a mesma conta, registrará todas as alterações ocorridas. Vamos agora ao registro da última parte da integralização do sócio 2, que foi feita com móveis. Teremos agora uma conta Móveis. LIVRO RAZÃO Empresa Produção de Sonhos ltda CNPJ:01.143.555.0001-00 Página 4 26 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Conta-Móveis Data Saldo Inicial 15/12/2010 Histórico operação Integralização parte do da Débito Crédito Saldo 0,00 DV 1.500,00 DV de 1.500,0 0 capital do Sócio 2, com moveis escritório. para o Logo, teremos mais um registro na conta Capital Social, vamos a ele. LIVRO RAZÃO Empresa Produção de Sonhos ltda CNPJ:01.143.555.0001-00 Página 2 Conta-Capital Social Data Histórico operação Saldo Inicial 15/12/201 Integralização 0 15/12/201 0 capital ao sócio 1. Integralização parte do da Débit o do Crédito Saldo 0,00 CR 6.000,00 CR 6.000,00 referente de 2.500,00 8.500,00 CR capital social em dinheiro, 15/12/201 0 do sócio 2 Integralização parte com computador, modelo 15/12/201 0 XY, do de 2.000,00 12.000,00 CR sócio 2 Integralização parte do capital do Sócio 2, com moveis escritório 27 para o do de um 1.500,00 10.000,00 CR capital GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Terminado assim o lançamento número 1, que se refere a integralização do capital social. Deve-se elaborar um balanço com base nesses lançamentos. Para tal, basta saber o saldo de cada conta e ir colocando no balanço conforme foi mostrado, ou seja, as contas que representem bens e direitos no lado do ativo, as contas que representem deveres e obrigações, no lado do passivo, incluído ai, as contas do Patrimônio Liquido. Para elaborar o balanço, utilizaremos então o livro razão. Lembrando que o saldo da conta neste livro, e o que consta na coluna saldo, ao lado do último lançamento. Assim podemos ver que: Na conta Caixa temos R$ 8.500,00 de saldo. Na conta Computadores temos R$ 1.500,00 de saldo. Na conta Moveis, temos R$ 2.000,00 de saldo. E na conta Capital temos R$ 12.000,00 de saldo. Logo o nosso balanço ficaria da seguinte forma: ATIVO CAIXA COMPUTADOR MÓVEIS SOMA DO ATIVO PASSIVO 8.500,00 1.500,00 2.000,00 12.000,00 PATRIMÔNIO LÌQUIDO CAPITAL SOCIAL 12.000,00 SOMA DO PASSIVO 12.000,00 3. PLANO DE CONTAS - É a sistematização de plano de ações de uma entidade/empresa, independente de qual porte seja, organizada conforme a estrutura e adequações que a mesma necessitar. É definido como um elenco de todas as contas previstas pelo contabilista como necessárias aos seus registros contábeis. O plano de conta não pode ser rígido e inflexível devido a dinâmica contínua das movimentações, ao contrário, o plano deve permitir que sejam inseridas novas contas ou mesmo excluídas quando não mais forem necessárias à estrutura contábil da entidade/empresa. 28 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Obs: O ideal é que seja o plano atualizado periodicamente de acordo com a necessidade dos interessados e no final do período anual, imprimindo o mesmo por conta do balanço anual da entidade/empresa. PLANO DE CONTAS 1-ATIVO 2-PASSIVO 29 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 1 – ATIVO 1.1 - CIRCULANTE 1.1.1 - Disponível 1.1.1.001 - Caixa 1.1.1.002 - Bancos Conta Movimento 1.1.2 - Realizações 1.1.2.001 - Clientes 1.1.2.002 - ( - ) Duplicatas Descontadas 1.1.2.003 – Aplicações Financeiras 1.1.2.004 – Impostos a Recuperar 1.1.2.005 - ( - ) Provisão para Dev. Duvidosos 1.1.3 – Estoques 1.1.3.001 - Estoque de Mercadorias 1.1.3.002 - (-) Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado 1.2 - ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.2.1 - Realizações 1.2.1.001 - Títulos a Receber 1.3. ATIVO PERMANENTE 1.3.1 - Investimentos 1.3.1.001 - Participações em Outras Cias 1.3.1.002 - Imóveis para Renda 1.3.2 – Imobilizado 1.3.2.001 - Equipamentos de Informática 1.3.2.002 - Imóveis 1.3.2.003 - Instalações 1.3.2.004 - Máquinas e Equipamentos 1.3.2.005 - Móveis e Utensílios 1.3.2.006 - Veículos 1.3.2.007 - (-) Depreciação Acumulada 1.3.3-Diferido 1.3.3.001 - Despesas Pré-Operacionais 1.3.3.002 – Despesas com Desenvolvimento de Sistemas 1.3.3.003 – Despesas com Desenvolvimento de Novos Produtos 1.3.3.004 - (-) Amortização Acumulada 2- PASSIVO 2.1 – CIRCULANTE 2.1.1 - Obrigações 2.1.1.001 - Fornecedores 2.1.1.002 - Aluguéis a Pagar 2.1.1.003 - Empréstimos a Pagar 2.1.1.004 - ICMS a Recolher 2.1.1.005 – Imposto de Renda a Pagar 2.1.1.006 - IR Fonte a Recolher 2.1.1.007 - Contribuições Previdenciárias a recolher 2.1.1.008 - FGTS a Recolher 2.1.1.009 - Honorários da Diretoria a Pagar 2.1.1.010 - Salários a Pagar 2.1.1.012 - Outras Obrigações a Pagar 2.2 – EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 2.2.1 – Obrigações 2.2.1.001 - Financiamentos a Pagar 2.3 – RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS 2.3.1 – Resultados Futuros 2.3.1.001 - Receitas de Exercícios Futuros 2.3.1.002 - ( - ) Custos e Despesas 2.4 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.4.1 – Capital 2.4.1.001 - Capital 2.4.1.002 - ( - ) Capital a Realizar 2.4.2 - Reservas de Capital 2.4.2.001 – Ágio na Emissão de Ações 2.4.3 - Reservas de Lucros 2.4.4 - Lucros ou Prejuízos Acumulados 2.4.4.001 – Lucros Acumulados 2.4.4.002 – ( - ) Prejuízos Acumulados Esta é a estrutura principal de um plano de contas, devendo o contabilistas ao longo de sua atividade na empresa ir inserindo ou excluindo contas dentro destes grupos. Cada empresa elabora seu plano de contas sempre obedecendo seus 30 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA interesses e principalmente as disposições previstas na lei 6.404/76* ( lei de sociedades por ações) em seu artigo 178**. Lei 6.404/76 é a lei que rege contabilmente as Sociedades Anônimas (S/A). ** Art. 178 da Lei 6.404/76 estabelece que, no balanço patrimonial, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 4. MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 31 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA O método das partidas dobradas resumidamente é tido como qualquer operação o registro de e este implica que um débito em uma ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual a soma dos valores creditados, este método foi criado por Lucca Paccioli, um monge que viveu na Europa, durante a Idade Média. Segundo historiadores, Lucca Paccioli teria aprendido este método com povos do oriente, com quem teve contato. NÃO HÁ DÉBITO SEM CRÉDITO CORRESPONDENTE; Vamos exemplificar: suponhamos que uma empresa possua $ 2000 em caixa. A primeira transação que a empresa fará é a compra de um microcomputador, avaliado em $ 1.500. No ato da compra, o sistema contábil da empresa registrará desta forma: D-Equipamentos de informática – microcomputador C-Bancos Conta de Movimento 1.500,00 Agora a empresa não mais possui os $ 2000 em caixa. No entanto, seu patrimônio total continua sendo de $ 2000 – não estamos aqui considerando a depreciação –, porque possui $ 500 em caixa e um microcomputador avaliado em $ 1.500. Contas: Representam os registros de débito e crédito da mesma natureza ou espécie identificadas por um título que qualifica os elementos do patrimônio (bem, direito, obrigação ou situação líquida) ou uma variação patrimonial (receitas e despesas). ELEMENTOS DA CONTA São seis os elementos de uma conta: Título – é o nome da conta. 32 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Data – marcação do tempo do fato (dia, mês e ano). Histórico – é a narração do fato ocorrido. Débito – estado de dívida da conta Crédito – estado haver da conta Saldo – é a diferença entre o débito e o crédito. O saldo pode ser: Devedor – quando débito maior que crédito. Credor – quando débito menor que crédito. Nulo – quando débito igual a crédito. Função das Contas - Representar graficamente o Patrimônio e suas variações. A representação é feita através dos chamados Razonetes ou Contas em forma de T, conforme abaixo demonstrado. a. Saldo Devedor é quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C); b. Saldo Credor é quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C); c. Saldo Nulo é quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). Resumo do Mecanismo de Débito e Crédito Em suma, considerando o mecanismo acima, podemos concluir que: Contas De Ativo Passivo Patrimônio Líquido Efetua-se um lançamento a Débito Para Aumentar Diminuir Diminuir Crédito para Diminuir Aumentar Aumentar 4.1. Lançamento Contábil – mecanismo do débito e do crédito Quando efetuamos registros dos fatos contábeis, estamos efetuando nada mais que lançamentos, esses registros são efetuados de acordo com o método das partidas dobradas. Realizados em ordem cronológica, obedecendo a determinadas técnicas, tais lançamentos são realizados nas contas patrimoniais, pertencentes ao grupo do ATIVO, 33 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA PASSIVO EXIGÍVEL e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, e nas contas de Resultado, representadas pelas RECEITAS, e DESPESAS. 4.1.1. Débito e Crédito Débito de uma conta – situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam: bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. Crédito de uma conta – situação de direito de haver da conta. As contas que representam: obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e receitas, credor. A diferença entre o valor do débito e do crédito define-se como saldo, podendo ser devedor, credor ou nulo. As contas de ATIVO, por terem saldo devedor, aumentam, debitando-se e diminuem creditando-se. As contas de PASSIVO EXIGÍVEL e de PATRIMÔNIO LÍQUIDO, por apresentarem saldo credor, aumentam por CRÉDITO e diminuem por DÉBITO. As contas relativas às RECEITAS e DESPESAS, afetam diretamente o PL, portanto são, respectivamente, CREDITADAS (porque aumentam o PL) e DEBITADAS (porque diminuem o PL). Exemplo: Dado um fato contábil, devemos seguir alguns passos para efetuar seu devido lançamento. - Compra de uma máquina à vista em dinheiro no valor total de $ 2.000,00 1o passo – identificar as contas envolvidas no fato; Caixa (valor em dinheiro) Máquinas (bem) 2o (D). Caixa – conta do Ativo (A) 34 têm saldo passo – identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem: Ativo (A); Passivo (PE); Patrimônio Líquido (PL); Receitas (R); ou Despesas GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Máquinas – conta do Ativo (A) 3o passo – identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o saldo aumentará ou diminuirá; no caso: Caixa (A) o saldo diminuirá (-); Máquinas (A) o saldo aumentará (+); 4o passo – efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas dobradas, com a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e crédito, da seguinte forma: DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO; CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO 4.2. Demonstrativos Simplificados 4.2.1.Razonetes : Também chamado como conta T, consiste em uma representação gráfica das contas contábeis, ou seja, cada uma das contas do livro razão pode ser representada em seu respectivo razonete, sendo o livro razão do ponto de vista contábil de extrema, pois neste constam as movimentações de cada conta. Tal característica e fundamental para os demonstrativos contábeis e sua elaboração. Dentro desse contexto, pode-se afirmar que o razonete é a forma simplificada do livro razão e exposta graficamente na forma de T. Exemplo: I. Integralização de capital social de R$ 130.000,00; sendo R$ 30.000,00 em dinheiro e o restante em imóveis; II. Compra de um automóvel, em dinheiro, por R$ R$ 10.000,00; III. Abertura de uma conta corrente no Banco do Brasil , com depósito inicial de R$ 7.000,00. a) Lançamentos no diário: D – Caixa R$ 30.000,00 D – Imóveis R$ 100.000,00 C – Capital Social R$ 130.000,00 35 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA D – Veículos C – Caixa R$ 10.000,00 D – Bancos/BB C – Caixa R$ 7.000,00 CAIXA 30.000,00 10.000,00 7.000,00 13.000,00 (Saldo) (Saldo) 130.000,00 10.000,00 (Saldo) CAPITAL SOCIAL 130.000,00 VEÍCULOS 10.000,00 BANCO DO BRASIL 7.000,00 7.000,00 (Saldo) IMÓVEIS 100.000,00 100.000,00 (saldo) 4.2.2. Balancetes: É o agrupamento ordenado de todas as contas, tais contas formam um conjunto através de um demonstrativo contábil de grande utilidade para verificação, portanto, identificado como balancete de verificação, este consiste na relação das contas patrimoniais e de resultado. É possível chegar a vários resultados através do balancete, isto é importantes para a Contabilidade de uma empresa em dado momento, bem como também avaliar a situação patrimonial através dos demonstrativos contábeis importantes. Algumas observações importantes acerca do balancete de verificação: ➢ ➢ ➢ patrimonial; ➢ Existem diversas formas de se elaborar o balancete de verificação; São enumeradas no balancete todas as contas, sejam elas patrimoniais Quanto às contas, seus saldos são representados de acordo com a sua É ferramenta importante na apuração e na elaboração do balanço outros quanto de resultado; natureza e não ao grupo a que pertence; 36 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Vejam alguns exemplos de Balancetes de Verificação MODELO I CONTAS Caixa Bancos Veículos Duplicatas a pagar Fornecedor es Capital Social Vendas Compras TOTAIS 8.000,00 116.000, 00 MOVIMENTOS Débito Crédito 50.000,00 40.000,00 30.000,00 28.000,00 15.000,00 10.000,00 36.000,00 5.000,00 0 116.000, 00 8.000,00 66.000,0 66.000,0 0 0 10.000,00 SALDO Devedor 10.000,0 0 20.000,0 0 28.000,0 0 15.000,0 0 10.000,0 0 36.000,0 0 5.000,0 Credor MODELO II CONTAS Caixa Bancos Veículos Duplicatas a pagar SALDO DEVEDOR 10.000,00 20.000,00 28.000,00 SALDO CREDOR 15.000,00 37 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Fornecedores Capital Social Vendas Compras TOTAIS 10.000,00 36.000,00 5.000,00 8.000,00 66.000,00 66.000,00 Tanto no modelo I como no modelo II observamos as contas patrimoniais e de resultado!!! Esquema ilustrativo de débito e crédito: PATRIMÔNI Diminuiçã Aplicação Aument PASSIV ATIV de O o OO recursos LÍQUIDO do valor DÉBIT O PATRIMÔNI Diminuiçã Aument Aument Origem CRÉDIT PASSIV ATIV o de O o OO LÍQUIDO recursos do do valor O valor 38 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Exercício 2 1) seguintes: CONTAS SALDOS (R$) Caixa 100.000,00 Lucros acumulados 850.000,00 Fornecedores 150.000,00 Bancos 510.000,00 Capital social 860.000,00 Estoques 500.000,00 Clientes 150.000,00 Veículos 150.000,00 Aplicações financeiras 100.000,00 Imóveis de uso 340.000,00 Depreciação acumulada 50.000,00 Imóveis de renda 130.000,00 Reservas de lucro 70.000,00 I) Os saldos devedores e credores, após elaborado o balancete de verificação é de respectivamente: a) b) c) d) e) R$ 1.830.000,00 e R$ 2.130.000,00 R$ 1.980.000,00 e R$ 1.980.000,00 R$ 1.880.000,00 e R$ 2.080.000,00 R$ 1.900.000,00 e R$ 1.900.000,00 Nda Com base nos dados da tabela abaixo, responda as questões I) O capital próprio é de : a) b) c) d) e) a) R$ 1.780.000,00 R$ 860.000,00 R$ 1.120.000,00 R$ 1.980.000,00 Nda R$ 1.900.000,00 39 I) O valor do capital total é de: GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA b) c) d) e) R$ 1.130.000,00 R$ 1.980.000,00 R$ 1.820.000,00 Nda 5. O BALANÇO PATRIMONIAL O objetivo do balanço patrimonial é poder viabilizar a demonstração contábil quantitativamente e qualitativamente, evidenciadas em determinada data ou período, expondo a composição patrimonial da entidade e sua composição líquida, de acordo com o artigo 178 da Lei nº 6.404-76. Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei das S/A e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL Caixa Bancos c/ movimento CRÉDITOS Duplicatas a receber (-)Duplicatas descontadas Adiantamentos a fornecedores PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Obrigações Fiscais Obrigações Sociais e Trabalhistas EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Fornecedores a pagar Empréstimos bancários Outras Contas a pagar 40 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Adiantamentos a sócios Impostos a recuperar Outras contas a receber ESTOQUES Mercadorias Matérias primas Produtos acabados REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Empréstimos a sócios Invest temporários a longo prazo Despesas antecipadas Outras contas a receber PERMANENTE INVESTIMENTOS Particip permanentes em outras empresas Participações em fundos de RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS Aluguéis Ativos a vencer Outras receitas a vencer PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Lucro do Exercício = = = investimentos Outros investimentos IMOBILIZADO Imóveis Móveis e Utensílios Maquinários Veículos Equipamentos de informática Instalações Construção em andamento Terrenos (-) Depreciação acumulada DIFERIDO Despesas pré-operacionais TOTAL DO ATIVO = = = = = = = TOTAL DO PASSIVO 41 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 6. AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DA SITUAÇÃO LÍQUIDA) O patrimônio líquido (ou Situação Líquida) pode variar pelas seguintes causas principais: ➢ ➢ O capital inicial; aumentos ou diminuições de capital . Lucro ou prejuízo através do confronto entre as contas das Receitas e Despesas registradas dentro do período contábil. 6.1. Receita Quando registramos entradas no ativo, tanto na condição de dinheiro ou direitos a receber, geralmente através de venda de mercadorias ou da prestação de serviços, dependendo das atividades operacionais da empresa, podendo também ter origens através de títulos bancários ou através de eventuais ganhos, concluímos assim q a obtenção de uma receita resulta em um aumento do Patrimônio Líquido. 6.2. Despesa Definimos como despesa o consumo de bens e serviços, direta ou indiretamente, é utilizada com objetivo de gerar receita, é uma conta devedora, portanto diminui o ativo aumentando consequentemente o passivo. Na equação entre receitas e despesas, se a receita superar as despesas o resultado será positivo, caso contrário, sendo negativo, acarretará na diminuição do Patrimônio Líquido. Mecanismo de Débito e Crédito Como já visto, os aumentos e diminuições das contas do Patrimônio Líquido se processam da seguinte forma: os Aumentos são creditados e as Diminuições debitadas. (o PL está do lado direito, é uma fonte de recursos – junto com o Passivo, e, por isso segue-se a mesma regra). Assim, as receitas obtidas, por aumentarem o PL, deverão ser creditadas nas Contas de Receita. As despesas, por diminuírem o PL, deverão ser debitadas em Contas de Despesa. 42 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Dessa forma, uma despesa é um elemento que diminui (piora) o resultado - e, conseqüentemente, o PL -, enquanto uma receita é um elemento que aumenta (melhora) o resultado – e o PL, em decorrência. As receitas e as Despesas são detalhadas de acordo com a atividade da empresa e segundo a natureza e o tipo de cada uma delas: Receitas de Vendas de Mercadoria de Venda de Produtos Fabricados de prestação de Serviços de Comissões de Contribuições de Associados de Doações de Juros de Aluguéis de Mensalidades de Ganhos diversos, etc. Despesas de Aluguéis de Salários e Encargos de Juros de Tributos (impostos, taxas e contribuições). de Comissões de Propaganda de Consumo de materiais de escritório de Manutenção e Limpeza de Água, Luz, Telefone, Correio. de Perdas diversas, etc. O lucro ou prejuízo é apurado quando as contas de receitas e despesas, são encerradas, por serem temporárias e que servem para apurar o resultado do exercício vigente e esta apuração é realizada pelo que definimos como ARE (apuração do resultado do exercício) . Todas as entidades ao menos uma vez ao ano, com ou sem fins lucrativos, necessitam apurar o resultado do exercício, para que se possa apurar tal resultado, as contas de Receitas e de Despesas são periódicas, isto é, somente deverão conter registros do período que se deseja apurar, ou seja, ano, semestre, trimestre ou mês, valendo dizer que as contas de receita e despesa devem estar zeradas , apresentar saldo zero no início dos períodos a serem apurados. Distribuição do Resultado Observe o quadro abaixo: LR Lucro _____ Ati Passi _____ Balanç +u +Re DRE P L cro e s/Prej __(Apuraç vo o vo __ L u e cei .Patrim ___ ão do ___ PL c ta P.onial _____ rResulta e Acum Líquido) __ o (-) i ulado do ___ De t s sp _____ a __ es ___ a 43 ___ _____ __ GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA ___ Quando o total dos créditos da conta Resultado (ARE) for superior ao total dos débitos, teremos lucro líquido; caso contrário, o total dos débitos superar o total dos créditos será apurado um prejuízo. Ocorrendo lucro ou prejuízo, a ARE será transferida para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo que após a transferência do resultado apurado para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, o Resultado do Exercício poderá ser destinado para outras contas do PL e do Passivo, e mesmo apresentando saldo devedor ( Receita 〈 Despesa), esse prejuízo deverá figurar no PL: Patrimônio Líquido Capital . . . . . . . . . . . . . . . . . .50.000 (-) Prejuízos Acumulados . . ( 1.000) . . . . . . . 49.000 44 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 7. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E.) A conta Resultado (ARE) funciona de intermediária para a apuração do resultado (lucro ou prejuízo) de um exercício (período). Entretanto, esse resultado, apurado a partir de todas as contas de despesas e receitas do período, deve ser informado de forma detalhada e dentro de critérios de classificação na Demonstração do Resultado de Exercício – DRE -, deve ser elaborada com base nas receitas, despesas, o lucro ou o prejuízo apurado no período encerrado. Obs: É importante salientar que o resultado apurado na DRE difere do Balanço levantado na mesma data, pois a DRE apresenta o movimento de certo período e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados do PL destaca o resultado acumulado de vários períodos. Como geralmente as entidades tem um tempo de duração indeterminado, a DRE deve ser levantada, no mínimo, uma vez por ano por imposição da legislação tributária, societária e civil. Gerencialmente, para fins internos, a administração pode determinar períodos mais curtos de tempo: semestral, trimestral ou mensal. O resultado anual será a soma de todas as despesas e receitas acumuladas no exercício dos doze meses. Entre as finalidades da DRE (e do Balanço), destacam-se: • • lucros. • • • informações. 45 O interesse dos investidores (acionistas e debenturistas) Os acionistas e cotistas são informados dos dividendos e distribuição de O interesse dos Bancos com vistas à análise de crédito e financiamentos. Os administradores no processo decisório e de planejamento e controle. A divulgação para os clientes e fornecedores com interesse nas GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 8. IMPOSTOS E ENCARGOS SOBRE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS É uma fatia da riqueza da sociedade que é dada ao Estado para custear suas obrigações, o imposto é tão antigo quanto a história da humanidade, antes do surgimento da moeda, os homens já realizavam trocas de bens e serviços, que chamamos de escambo, ou seja, o preço de algo era o que você podia oferecer em troca. Na sociedade atual é fato que tudo é passível de avaliação, ou seja, tudo tem seu preço, produtos e mercadorias de consumo é um exemplo básico, o salário de um trabalhador,onde o preço é o seu serviço, por exemplo. Sabemos que o Estado possui uma série de obrigações, como saúde, educação, segurança, etc. Obviamente, tudo isso também possui um custo – e alto. Então, como o Estado faz para custear suas atividades? Para poder garantir a prestação de serviços e cumprir suas obrigações perante a sociedade, o governo “obriga”, de forma legal, o pagamento de uma parcela de sua riqueza: os impostos. Essa coerção significa que os indivíduos não têm o direito de escolha, ou seja, ou a sociedade através de seus indivíduos paga ou sofre as conseqüências (multas, sanções legais e administrativas, etc.). Na idade antiga e idade média essa coerção se fazia de forma desigual e muita das vezes violenta. Em alguns países, o não-pagamento dos impostos é uma coisa tão séria que pode resultar até mesmo na prisão do indivíduo. A arrecadação de impostos tem em tese, a princípio, financiar as despesas do Estado no fornecimento de serviços essenciais à sociedade, portanto, os cidadãos deveriam receber de volta o dinheiro que foi pago através da prestação de serviços. No entanto, sabemos que na maioria das vezes isso não ocorre, visto que certos serviços são prestados de forma ineficiente e até precária, por vezes. Conforme a teoria econômica, quanto maior o preço, menor a demanda. Logo podemos concluir que, os 46 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA inúmeros impostos que incidem diretamente sobre os produtos fazem com que os haja uma elevação considerável sobre os preços dos mesmos. Segundo o relatório elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), se não houvesse incidência de impostos sobre os produtos, os preços destes teriam uma diminuição de até 83,07%., assim como o aumento dos preços causados pela tributação, há uma considerável diminuição sobre o consumo dos mesmos, inibindo o desenvolvimento econômico. Porém, é necessário a arrecadação de impostos para custear as atividades do Estado, , o , o maior problema é de que maneira tais recursos são empregados, se de forma eficaz e eficiente e que possa satisfazer as necessidades da sociedade como um todo. proporcionando o bem-estar social. Quanto ao Brasil e dentro desse enfoque, será abordado alguns impostos utilizados pelos governos nas esferas municipal, estadual e federal, como ISS, ICMS e IPI e alguns encargos como PIS e CONFINS, existentes nos registros contábeis. 8.1. ICMS, IPI, ISS, PIS e CONFINS ICMS: é um imposto de competência estadual. Sua base de cálculo, é incidente sobre a circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual, ou intermunicipal, de comunicações, de energia elétrica. Também sobre a entrada de mercadorias importadas e serviços prestados no exterior, vale salientar também que cada Estado da Federação tem liberdade para adotar normas e/ou regras próprias relativas à cobrança ou forma de arrecadação desse imposto respeitados os requisitos mínimos fixados na Constituição Federal e pelo Código Tributário Nacional. As alíquotas do ICMS variam conforme de acordo com o grau de importância e o volume de mercadorias e/ou serviços em circulação, por exemplo, no Estado do Pará, adota-se alíquota de 17% para circulação interna dos produtos, caso produtos tenha destino em outros Estados essa alíquota passa a ser de 12%. O ICMS não incide em operações de livros e jornais, produtos exportados, derivados de petróleo e energia, comércio de ouro e transferência de propriedade e suas derivações. IPI (IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS): é um imposto de natureza federal, portanto apenas a União pode instituí-lo, regulamentando, fiscalizando, arrecadando e administrando os recursos obtidos . A arrecadação do IPI ocorre quando há arrematação dos produtos leiloados, quando estes são oriundos da arrematação de apreensão ou abandono, liberação por parte da receita federal de produtos importados 47 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA após averiguação da mesma quanto a natureza e legalidade do produto e por fim quando ocorre a saída de produto industrializado do estabelecimento do importador, do industrial, do comerciante ou do arrematador. ISS – Imposto Sobre Serviços é um tributo municipal. Incide sobre a prestação, por pessoas físicas e jurídicas, de serviços listados sujeitos ao imposto. A alíquota varia conforme a legislação de cada Município, indo de 2 a 5%. PIS/PASEP – Visando a integração dos trabalhadores na vida e participação no processo de desenvolvimento das empresas, o governo federal em 1970, criou o Programa meio de de Integração Social (PIS) e o Programa Salarial no setor de eo Formação do SeguroPASEP aos Patrimônio do Servidor (PASEP), com isso viabilizou melhor a distribuição da renda por benefícios como o Abono Desemprego. O PIS é destinado aos que atuam privado e o funcionários e servidores públicos. A base de cálculo do PIS é atribuída de acordo com a totalidade das receitas obtidas pela pessoa jurídica. As microempresas e as empresas de pequeno porte não precisam contribuir com o PIS. A alíquota de pagamento do PIS é calculada sobre a receita bruta de uma empresa e é de 0,65% ou 1,65% na modalidade não cumulativa). Para ONGs, a alíquota é de 1% sobre a folha de pagamento. COFINS: É a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social. É um imposto de natureza federal. É recolhido com base na renda bruta de todas as empresas e a sua receita é voltada para complementar os gastos do Governo com a aposentadoria de todos os contribuintes. As empresas de pequeno porte e as microempresas que estão inseridas no SIMPLES Nacional são as únicas que não precisam pagar o COFINS. O calculo do confins é realizado através da análise da receita total gerada pelas empresas, sendo que todas as empresas devem pagar, a alíquota pode variar entre 3% a 7,6%. 48 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 9. EXEMPLO PRÁTICO DAS OPERAÇÕES NORMAIS DO EXERCÍCIO Numa empresa com a atividade de prestação de serviços de reparos em aparelhos eletrodomésticos, que encerra o período contábil mensalmente, durante o mês de nov/x1, ocorreram os seguintes fatos: dia 02 no 03 04 04 05 09 15 31 operação valor – R$ Constituição da empresa, com a integralização do capital em dinheiro, 2.000,00 ato. Depósito no banco BB, em conta aberta em nome da empresa. 600,00 Pg. NF 4323, Papelaria ET, em dinheiro do caixa, materiais de escritório 300,00 consumidos no mês. . Compra a prazo, de peças – empregadas nos serviços prestados no mês. 1.200,00 – conforme Nota Fiscal do fornecedor Cia. XY Ltda. Faturamento de serviços prestados, conforme NF 0001, recebido à vista. 4.550,00 Faturamento de serviços prestados, conforme NF 0002, a prazo–Cia 6.800,00 ABC S.A. Pagamento dos salários dos empregados, ref. mês nov/x1, com dinheiro 4.000,00 do caixa. Pagamento do aluguel da loja, do mês de nov/x1, com o cheque nº 000001. 500,00 O setor contábil da empresa estruturou seu plano de contas da seguinte forma: 1. ATIVO 3.CONTAS DE RESULTADO 1.1. CIRCULANTE 3.1 RECEITAS 1.1.1. Disponibilidades 3.1.1 Venda de Serviços 1.1.1.1.Caixa 1.1.1.2.Bancos 3.2 DESPESAS 1.1.2. Créditos 3.2.1 consumo de material de escritório 1.1.2.1 Cia ABC Ltda. cta. Clientes 3.2.2 consumo de peças para reparo 3.2.3 despesas de salário 2. PASSIVO 3.2.4 despesas de aluguel 2.1. CIRCULANTE 2.1.1. Fornecedores 4. APURAÇÃO DO RESULTADO 2.1.1.1. Cia XYZ Ltda. cta. Fornecedores 4.1 APUR DO RESULT DO EXERCÍCIO 4.1.1 are 2.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.1. Capital Social 2.3.1.1. Capital Subscrito 2.3.2. Lucros/Prejuízos Acumulados 49 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Será feito o seguinte: a. Lançamentos das operações realizadas em out/x1, no diário (planilha) e no razão (razonetes). b. Levantamento do 1º balancete de verificação do razão (antes de encerrar as contas de resultado). c. Lançamento de encerramento das contas de resultado (todas do grupo 3 – receitas e despesas) d. Levantamento do 2º balancete de verificação do razão (após o encerramento das contas de resultado). e. Lançamento de transferência do resultado apurado na conta 4.1.1. are. A contrapartida é a conta 2.3.2. L/P Acumulados do Patrimônio Líquido. f. Preparação do BP e da DRE em 31.out.20x1. Lançamentos Contábeis (em planilha para entrada de dados no CPD) DATA 20x 1 CONTA CONTA nº HISTÓRICO VALOR DEVEDO CREDOR Lct. RA A a. Lançamentos das operações realizadas em 10/x1: 02/10 1.1.1.1 2.3.1.1 01 Vlr. Integraliz. Capital, cf. Contrato Social 2 03/10 1.1.1.2 1.1.1.1 02 Dep. Bco BB, Conf. Recibo n.0310999 04/10 3.2.1 1.1.1.1 03 Pgtº. NF.4323, Papelaria ET Ltda, cf.rec. 04/10 3.2.2 2.1.1.1 04 Vlr. NF.4332, Cia. XYZ Ltda, a prazo 1 05/10 1.1.1.1 3.1.1 05 Recebido n/NF 0001 – à vista 4 09/10 1.1.2.1 3.1.1 06 Vlr. n/NF 0002 – Cia ABC S.A. - a prazo 6 15/10 3.2.3 1.1.1.1 07 Pagtº. Salário Pessoal, cf. folha 11/x1 4 31/10 3.2.4 1.1.1.2 08 Pgtº. cf. n/cheque 0001 – Aluguel 11/x1 c. Lançamentos de Encerramento das Contas de Resultado: 31/10 3.1.1 4.1.1 09 Transf. apuração resultado 10/x1 – 1 “ 4.1.1 3.2.1 10 receitas Transf. apuração 1 resultado 10/x1 – 000 600 300 200 550 800 000 500 00 00 00 00 00 00 00 00 350 00 300 00 “ 4.1.1 “ 4.1.1 “ 4.1.1 e. Lançamento de Patr.Líquido 31/10 4.1.1 despesas 3.2.2 11 “ “ “ “ “ 3.2.3 12 “ “ “ “ “ 3.2.4 13 “ “ “ “ “ transferência do resultado da cta. 4.1.1.are para o 2.3.2 14 transf. Lucro apurado 10/x1 Capital Subscrito-2311 (2) (3) (7) S= Cia ABC Clientes-1121 100 2000 (1) (2) 1 200 00 4 000 00 500 00 5 350 00 Bancos BB-1112 600 500 (8) a. Razonetes das Contas Patrimoniais: Caixa-1111 (1) (5) 2000 4550 600 300 4000 S = 1650 Cia XY Forneced – 2111 L/P Acumulados-232 50 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 1200 (4) (6) 6800 5350 (14) b. Razonetes das Contas de resultado: Cons.de Mat.de escrit-321 (3) 300 300 (10) Cons.Mat. p/Reparos-322 (4) 1200 1200 (11) Desp de Salários-323 (7) 4000 4000 (12) Despesa de Aluguel-324 (8) 500 500 (13) Vendas de serviços-311 (9) 11350 4550 S= 0 (5) 6800 (6) c. Razonetes da conta de transferência: are - 411 (10) 300 11350 (9) (11) 1200 (12) 4000 (13) 500 S= 0 (14) 5350 Levantamento do 1º balancete de verificação do razão (antes de encerrar as contas de resultado). 51 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Eletrônica Tavares Ltda. Balancete de Verificação em 31/11/20x1. CONTAS SALDOS Códig Nome Devedore Credores o 1111 1112 1121 2111 2311 311 321 322 323 324 SOMA Caixa Banco BB Cia ABC S/A. Cta.Clientes Cia XY Ltda. Cta. Fornecedores Capital Receita de Vendas s 1.650,00 100,00 6.800,00 1.200,00 2.000,00 11.350,00 Consumo Material de Escritório 300,00 Consumo Peças p/ Reparos 1.200,00 Despesa de Salários 4.000,00 Despesa de Aluguel 500,00 14.550,00 14.550,0 0 Levantamento do 2º balancete de verificação do razão (após o encerramento das contas de resultado). 52 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Eletrônica Tavares Ltda. Balancete de Verificação em 31/11/20x1. CONTAS SALDOS Códig Nome Devedore Credores o 1111 1112 1121 2111 2311 2321 SOMA Caixa Banco BB Cia ABC S/A. Cta.Clientes Cia XYZ Ltda. s 1.650,00 100,00 6.800,00 Cta. 1.200,00 2.000,00 5.350,00 8.550,00 8.550,00 Fornecedores Capital Lucros/Prejuízos Acumulados Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício Eletrônica Tavares Ltda. Balanço Patrimonial Encerrado em 31 de Novembro de 20x1 Valores em R$ ATIVO Ativo Circulante Disponibilidades Caixa e Bancos. .. . 1.750 Créditos 53 PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO Passivo Circulante Fornecedores . . . ... 1.200 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Clientes . . . . . . . .6.800 8.550 Patrimônio Líquido Capital . . . . . . . ..... 2.000 Lucros Acumulados. .5.350 8.550 TOTAL DO ATIVO 8.550 TOTAL 8.550 DO PASSIVO + P.L. Eletrônica Tavares Ltda. Demonstração do Resultado do Exercício Período: Novembro de 20x1 Valores em R$ 1. Receitas Receita de Serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11.350 2. Despesas Consumo de Materiais de Escritório. . . . .. 300 Consumo de Peças para Reparos . . . . . ..1.200 Despesa de Salários . . . . . . . . . . . . . . . 4.000 Despesa de Aluguel . . . . . . . . . . . . . . . 500 (6.000) 3. Lucro Líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.350 A Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.). Através da demonstração do resultado podemos evidenciar como está composto o resultado das movimentações da entidade num determinado período, fazendo a mediação das receitas e despesas ocorridas no evento, obedecendo o princípio de competência, será evidenciado os diversos níveis de resultados, inclusive também referente ao confronto entre despesas e receitas da entidade em questão. Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício Receita Bruta de Vendas e Serviços Receitas de Comercialização 54 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Receitas de Venda de Serviços (-) Deduções da Receita Bruta Vendas Canceladas Abatimentos e Descontos Impostos sobre Vendas = Receita Líquida (-) Custo das Vendas Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Vendidas Custo dos Serviços Prestados = Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Despesas Administrativas Despesas Com Vendas Despesas Financeiras (-) Receitas Financeiras = Resultado Operacional (+ ou -) Resultado Não-Operacional = Resultado antes das Provisões Tributárias (calculadas com base no Lucro Real) (-) Provisão para Contribuição Social (-) Provisão para Imposto de Renda (-) Participações e Contribuições = Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício Lucro por ação A Demonstração do Resultado do Exercício destina-se a evidenciar a formação do resultado do exercício, mediante confronto das receitas, custos e despesas incorridos no exercício. Na Demonstração do Resultado do Exercício não transitam despesas e receitas de exercícios anteriores. Esses valores se integram ao patrimônio da empresa por meio da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. (A ser vista posteriormente) 55 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Exemplo de uma NF comércio, com incidência do PIS não-cumulativo: Preço do produto: R$ 10.000,00 IPI (30%): Preço Total R$ 3.000,00 R$ 13.000,00 Adote: ICMS 17%; Confins 3%; PIS 1,65% Demonstração de Resultado da Empresa Receita Bruta (-) Deduções IPI ICMS COFINS PIS Receita Líquida R$ 13.000,00 R$ 3.000,00 R$ 2.210,00 R$ R$ 390,00 214,50 R$ 7.185,50 Exercícios 3 I) Observe os seguintes Lançamentos: 1. Algumas pessoas resolveram, em 15.09.20x1, constituir uma empresa comercial, com o Capital de R$20.000, totalmente integralizado em dinheiro, no ato, dividido em 1300 cotas de R$12,00 cada. 2. vista. 3. Venda de um dos lotes ao Sr. Castro, em 27.09, por R$3.000, ou seja, pelo preço A empresa, pretendendo construir um prédio para suas instalações comerciais, adquire dois lotes de terrenos contíguos, em 23.09, por R$2.500 cada um, pagando à de custo. Não houve recebimento nessa data, a venda foi a prazo, porém a empresa 56 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA adquiriu o direito de cobrar R$3.000 do Sr. Silva, quando vencer o prazo do contrato de compra e venda. 4. Em 29.09, foram adquiridas, a prazo, diversos materiais no valor total de R$6.800. 5. No mesmo dia, foram adquiridos, também a prazo, duas mesas, quatro cadeiras e um computador, pelo valor total de R$5.500. 6. dívida. 7. Foi pago, em 01.10, parte da dívida referente à compra do dia 28.07, o valor pago Em 30.07, a empresa recebeu do Sr. Silva R$2.200, referente parte de sua foi de R$7.000. - Tomando por base os dados da questão, faça os registros na conta razonete, elabore o balancete de verificação e balanço patrimonial . II) A empresa O Bem Amado, operou no mês de Março/2xx1 as seguintes transações: DATA 01 TRANSAÇÃO Iniciou as suas atividades com um Capital de R$ 200.000, totalmente depositado em conta bancária aberta pela empresa no Banco do Brasil S/A. 05 10 Comprou Estoque de Matéria Prima a prazo por R$ 100.000. Fez um Empréstimo Bancário no valor de R$ 300.000, totalmente depositado em conta bancária, que será liquidado em jan./2xx3. 15 Comprou Máquinas para a fábrica, à vista, utilizando cheque bancário no valor de R$ 95.000. 57 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 20 Pagou R$ 35.000 através de cheque bancário, referente a transação do dia 05/03. 25 Transferência da conta Banco Conta Movimento para o Caixa de R$ 50.000. 30 Compra de um caminhão usado para transporte de mercadorias, à vista, conforme cheque bancário no valor de R$ 35.000. 31 Comprou Estoque de Matéria Prima, por R$ 60.000, sendo que, 20% foram pagos à vista através do caixa da empresa e o restante será liquidado no próximo mês. 1) Faça a Contabilização por Balanços Sucessivos da empresa O Bem Amado. Transação do dia 01/03/2xx1 ATIVO CIRCULANTE R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE R$ PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO TOTAL TOTAL OBS.: Os dados do primeiro balanço deverão ser transportados para o segundo e, assim, sucessivamente. 58 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Transação do dia 05/03/2xx1 ATIVO CIRCULANTE R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE R$ PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO TOTAL TOTAL Transação do dia 10/03/2xx1 ATIVO CIRCULANTE R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE R$ PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO TOTAL TOTAL Transação do dia 15/03/2xx1 ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 59 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA CIRCULANTE CIRCULANTE R$ R$ PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO TOTAL Transação do dia 20/03/2xx1 ATIVO CIRCULANTE R$ TOTAL PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE R$ PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO TOTAL TOTAL Transação do dia 25/03/2xx1 ATIVO CIRCULANTE R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE R$ 60 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO TOTAL TOTAL Transação do dia 30/03/2xx1 ATIVO CIRCULANTE R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE R$ PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO TOTAL TOTAL Transação do dia 31/03/2xx1 ATIVO CIRCULANTE R$ PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE R$ Total do Circulante Total Circulante do 61 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA PERMANENTE PATRIM. LÍQUIDO Total Permanente TOTAL do Total Líquido TOTAL Patr. 2) Tomando por base os dados da questão 1, faça os lançamentos nos razonetes abaixo, considerando uma conta para cada razonete. Obs.: Não esquecer de atribuir nºs nos lançamentos (débito e crédito). Ex.: data 15 3) O Balancete de Verificação pode ser usado para: 62 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 1ª) Verificação de Lançamentos; 2ª) Tomada de Decisão Você deverá verificar se os lançamentos feitos na questão 02 estão corretos, para tanto, utilize o balancete de quatro colunas conforme abaixo: BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EMPRESA O BEM AMADO-EM 31/03/2xx1 CONTA LANÇAMENTOS (R$) DÉBITO CRÉDITO SALDOS (R$) DEVEDOR CREDOR -X-X-X-X- CAIXA TOTAL PLANO DE CONTAS 4) Você recebeu a incumbência de montar um Plano de Contas e a DRE para uma empresa industrial de pequeno porte, sendo assim, monte um plano de contas simplificado, codificando cada conta . Você pode utilizar como base o modelo de contas exemplificado no material do curso, assim como o modelo de DRE. Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO 63 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA TOTAL TOTAL Demonstração do Resultado do Exercício 64 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA MODULO II - GESTÃO FINANCEIRA 1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 1.1. Conceito: visando uma maior rentabilidade na aplicação dos recursos, os sócios ou acionistas investem capital, com o objetivo de ter um melhor aproveitamento dos recursos que foram investidos, por isso, todos os aspectos de uma empresa não se prende apenas ao fator financeiro, mas também ao econômico, já que os recursos representados pelo capital são escassos e portanto, devem ser aplicados da melhor maneira possível, trazendo resultados positivos aos sócios ou acionistas. 1.2. Finalidade: através das aplicações de recursos, maximizar as riquezas empregadas pelos sócios ou acionistas. 1.3. Liquidez, Rentabilidade e Fluxo de Caixa - Liquidez: capacidade de manter as finanças em condições favoráveis para que nunca falte recursos no momento de cumprir com as os compromissos e responsabilidades, necessitando assim do uso do fluxo de caixa da empresa. - Rentabilidade: quando o administrador financeiro, tem recursos investidos, através do fluxo de caixa e direcionados a outros tipos de bens que futuramente poderão ser convertidos novamente em dinheiro, não somente no valor aplicado, mas com margem de lucro desejados que serão inseridos no sistema de fluxo de caixa. 65 Qual o maior desafio da administração financeira? - conciliar o equilíbrio entre a Liquidez vs. GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA - Fluxo de Caixa: tem como função básica, o controle de entradas e saídas de recursos financeiros, em período determinado, prognosticando assim a necessidade de captação de empréstimos caso necessite ou aplicação de excedente de caixa em operações que tragam rentabilidade a empresa, nesse caso, deve ter um período antecedente para tomadas de decisões por parte da tesouraria, principalmente quando há insuficiência de caixa, na obtenção de empréstimos, pois algumas modalidades de financiamentos requer análise e meses de planejamento e preparação. Alguns objetivos podemos destacar quanto ao fluxo de caixa: - Honrar os compromissos nas datas conforme prazo, sem acarretar ônus às finanças da empresa com multa e juros. Com o Fluxo de Caixa o financeira prevê a falta de recursos; - Investimentos de recursos financeiros disponíveis, evitando assim que fiquem estagnados; - Exatidão nas informações, informando se faltarão recursos para a empresa e antecipar-se; - Analise sobre as melhores fontes de recursos para a empresa tais como descontos de duplicata, emissão de novas ações, empréstimos bancários, conta garantida, como também as melhores taxas do mercado, quais as instituições que oferecem as melhores linhas de crédito; - Procurar o perfeito equilíbrio entre Liquidez vs. Rentabilidade; - E outros que visem a eficácia financeira empresarial. Representação do Fluxo de Caixa ENTRADAS SAÍDAS administração Vendas à vista Vendas à Fornecedores Prazo Aumento Vendas do de Capital Imobilizado Outros Ingressos 66 Folha de Pagamento Compras do Ativo Outros Desembolsos GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA FLUXO DE CAIXA Modelo de Fluxo de Caixa ITENS 1. Entradas Vendas à Vista Vendas a Prazo Venda de Veículos Aumento de Capital Social Alugueis a Receber Receitas Financeiras SOMATÓRIO 2. Saídas Compras Merc. à Vista Compras Merc. a Prazo Salários Despesas Administrativas Despesas com Vendas Despesas Tributárias Despesas Financeiras Alugueis a Pagar Compras Mat. Consumo Compra Computador Arrendamento Mercantil SOMATÓRIO 3. Diferença ( 1 – 2 ) 4.SALDO INIC. DE CAIXA 5. Disp. Acumul. ( 3 + 4) 6. NÍVEL DESEJADO 7. Emprést. a captar (+) 8. Aplic. Financeira (+) 9. Amort. Empréstimo (-) 10. Resg. Aplic. Financ (+) 11.SALDO FINAL CAIXA #### #### #### #### #### #### JAN ### FEV ### MAR ### ABR ### MAI ### JUN ### ORGANOGRAMA ESTRUTURAL DE UMA EMPRESA 67 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Relação do administrador financeiro com clientes internos 2. ANÁLISE DA RELAÇÃO ( AF X CLIENTES INTERNOS ) a) Diretoria : Toda a situação financeira da empresa desse ser repassado à diretoria, por isso a relação deve ser a mais franca e aberta possível, pois existindo uma relação de confiança entre as partes, possibilitará uma melhor comunicação o af 68 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA mostrará as sempre as melhores alternativas nas tomadas de decisões por parte da diretoria. b) Recursos Humanos: o Administrador Financeiro através do seu poder de decisão pode dar o aval referente às demissões, admissões e outros benefícios que interfiram na situação financeira da empresa. c) Contabilidade e Auditoria: o administrador financeiro, deve responder por seus atos perante a auditoria e pelos setores a ele subordinados e através dos demonstrativos contábeis é que o mesmo pode ter uma visão financeira do patrimônio, os efeitos ocorridos decorrentes das ações praticadas em determinado período. d) Setor Administrativo : o administrador financeiro é o responsável pelo bom desempenho dos setores de Tesouraria, Depto. Pessoal, RH , Contas a Pagar, Crédito e Cobrança outros. e) Setor Jurídico : os processos, cobranças de títulos com clientes e fornecedores, e demais ações judiciais, inerentes ao setor tem uma relação direta com a administração financeira. f) Setor de Produção : é necessário a autorização do administrador financeiro, para a aquisição de novos equipamentos para a área de produção, pois este profissional é que detém as finanças da empresa nas mãos. g) Planejamento e Controle : o administrador financeiro deve inserir no fluxo de caixa os orçamentos de despesas por departamento, compra e venda de mercadoria, logística, etc, para que o mesmo tenha controle e posso administrar as finanças empresariais da melhor maneira possível. h) Setor Comercial : cabe ao administrador financeiro administrar o equilíbrio entre liquidez e rentabilidade, por isso, tal relação deve ser estreita, pois no setor comercial para poder gerir de forma coerente as políticas de descontos com os fornecedores, com os clientes, o controle das mercadorias, prazo de pagamento dos títulos, recebimentos de títulos, etc. Relação do administrador financeiro com clientes externos. 69 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 3. ANÁLISE DA RELAÇÃO ( AF X CLIENTES EXTERNOS ) a) Governos ( U / E / M ) : o administrador financeiro geralmente é o representante da empresa junto aos governos. No caso de solicitação de certidões negativas ou no caso de uma visita de umas das auditorias, o administrador financeira é aquele que assumirá o papel na resolução de tais assuntos. b) Fornecedores: a empresa deve manter uma relação de parceria com os é o administrador fornecedores, mesmo quando por problemas financeiros a empresa não estiver em condições de honrar seus compromissos com os fornecedores financeiro que deverá assumir a posição de interlocutor entre fornecedores e a empresa 70 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA para negociar as pendências e possíveis prazos para pagamento das dívidas com seus fornecedores. c) Investidores : deve haver confiabilidade na relação, pois os investidores são as pessoas que injetam dinheiro no negócio e acreditam que o negócio lhes trará lucro. d) Clientes : a empresa precisa de seus clientes e manter uma relação harmoniosa com eles, pois a partir de um acordo entre as partes sobre valores, os créditos deverão ser autorizados pelo administrador financeiros, onde este faz uma minuciosa análise do cadastro do cliente até liberar a compra. Também cabe ao mesmo negociar da melhor forma possível a dívida daqueles clientes que estão passando por dificuldades financeiras. As vezes um bom cliente, um parceiro de muitos anos, poderá estar, momentaneamente, numa situação dessas e caberá ao administrador financeiro encontrar soluções cabíveis de uma forma que fique bom para ambos. e) Instituições Financeiras : na falta de recursos , a administração financeira geralmente recorre às instituições financeiras a fim de captar recursos para manter o capital de giro da empresa, procurando as melhores taxas e melhores prazos, portanto essa é uma relação de grande importância. f) Órgãos Reguladores : são os que regulam as atividades operacionais das empresas, bem como aquelas entidades de classe que representam as empresas nas negociações salariais, negociações com os governos , etc. Dentre tantas, podemos citar as Associações Comerciais, CDL´s, Federação do Comércio, Federação das Indústrias, CREA, CRC e tantos outros. 4. ÁREAS DE CONHECIMENTO Como o administrador Financeiro convive com diversas áreas de conhecimento para que possa tomar decisões, algumas exigem um bom domínio de conhecimento e outras , conhecimentos apenas complementares, podemos citar então: - Contabilidade : Precisa ter um mínimo de noção desta área pois, trabalhará com as demonstrações financeiras a fim de emitir sua opinião acerca da saúde financeira da empresa. Deverá saber interpretar uma demonstração financeira; - Administração : Técnicas de administração, administração de pessoal e outras. - Economia : Visão global de mercado, ou seja, uma macro visão. - Matemática Financeira : Como o administrador financeiro estará em permanente negociação com bancos, fornecedores e clientes, sobre assuntos como taxas de juros, descontos, pagamentos antecipados e prazos médio, é de fundamental importância que o AF domine esta área. 71 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Áreas de conhecimentos complementares: Informática, Direito, Meio Ambiente, Marketing, e Comunicação. 5. CAPITAL DE GIRO Corresponde a uma parte do capital social aplicado na empresa. São recursos aplicados em ativos e que estão em constante giro dentro da empresa, proporcionando transformações no patrimônio da empresa constantemente. O capital de giro da empresa é formado pelo ativo circulante e pelo passivo circulante. A administração do capital de giro abrange a administração das contas circulantes da empresa, incluindo ativos circulantes e passivos circulantes. Como o próprio nome diz, está sempre circulando. O capital de giro líquido será o ativo circulante menos as dívidas que a empresa tem de curto prazo, que neste caso a chamaremos de passivo circulante, conforme a fórmula abaixo. O ideal é que sempre este resultado seja positivo, neste caso a empresa estará trabalhando com recursos próprios para girar suas operações. Quando o resultado é negativo, a empresa está trabalhando com recursos de terceiros para girar as operações. Neste caso as dívidas superam o ativo circulante e a tendência é que aumente cada vez mais. Fluxograma do Capital de Giro 72 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA CAIXA FORNEDORES DUPLICATAS A RECEBER ESTOQUES VENDAS Fatores que reduzem o Capital de Giro da Empresa a) Compras à vista b) Retiradas em excesso c) Distribuição de lucros d) Imobilizações em excesso e) Níveis elevados de estoques f) Prazos de vendas muito longos g) Ineficiência do sistema de cobranças Fatores que aumentam o Capital de Giro da Empresa a) Lucratividade b) Vendas à vista c) Cobrança eficiente d) Vendas de imobilizações e) Redução dos estoques f) Maior rotação dos estoques g) Aumento dos prazos de compras / Redução dos prazos de recebimentos h) Aumento do capital de giro com recursos próprios 73 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 6. Juros Simples e Composto ○ OS JUROS SIMPLES Juros simples ou Capitalização simples é aquela em que a taxa de juros incide somente sobre o capital inicial, logo não incidindo sobre os juros acumulados, por isso a taxa varia linearmente em função do tempo ou período . Cálculo dos Juros Valor dos juros é obtido da expressão: J=P.i.n Onde: J = valor dos juros P = valor do capital inicial ou principal i = taxa n = Tempo ou período ► Fórmula para o cálculo dos Juros Simples 74 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Exemplo 5: Qual o valor dos juros correspondentes a um empréstimo de R$ 55.000,00, pelo prazo de 10 meses, sabendo-se que a taxa cobrada é de 2% a m.? Dados: P = 55.000,00 n = 10 meses i = 2% a m. j =? Solução: J=P.i.n J = 55.000,00 x 0,02 x 10 J= 11.000,00 Observação: Para a resolução de problemas envolvendo juros, devemos ter período e taxa na mesma unidade de tempo, ou seja, quando o prazo informado for em dias, a taxa resultante dos cálculos será diária; se o prazo for em meses, a taxa será mensal; se for em trimestre, a taxa será trimestral, e assim sucessivamente. ○ MONTANTE SIMPLES Montante é a soma do Capital com os juros. O montante também é conhecido como Valor Futuro. Em língua inglesa, usa-se Future Value, indicado nas calculadoras financeiras pela tecla FV. O montante é dado pela fórmula: M = P + J, logo se J = P.i.n, temos: M = P + P.i.n, colocando em evidência P como fator comum, obteremos: M = P (1 + i . n) onde: M = Valor Futuro ou Montante P = Valor Presente ou Capital i = Taxa unitária n = Tempo ou período Exemplo 6 : Calcule o montante resultante da aplicação de R$ 60.000,00 à taxa de 15,5% a.a. durante 100 dias. Obs: 1 ano é equivalente a 360 dias, logo podemos converter 100 dias em 100 360 ► Fórmula para o cálculo do Montante Simples . SOLUÇÃO: M = P (1 +in) 75 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA M= 60.000 (1 + 0,155. 100 360 ) M = 60.000 ( 1 + 0,0434) M = 60.000. 1,0434 M = 62.604 ○ OS JUROS COMPOSTOS O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia-a-dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte. Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal. Após três meses de capitalização, temos: 1º mês: M=P.(1+i) 2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) 3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i) Simplificando, obtemos a fórmula: M = P . (1 + i)n Exemplo 8: Calcule o montante de um capital de R$ 7.000,00, aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de 3, 5% am (use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788). Resolução: P = R$ 7.000,00 t = 1 ano = 12 meses i = 3,5%am = 0,035 76 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA M=? Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos: M = 7.000 ( 1 + 0,035)12 Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos: log x = log 1,03512 1,509 Então M = 7000.1,509 = 9054. Portanto o montante é R$ 10.563,00 Exercício 4 1)Calcular 25% de R$ 1.800,00. 2) Uma mercadoria foi comprada por R$ 70,00 e vendida por R$ 95,00. Determinar a taxa de lucro sobre o preço de compra e a taxa de lucro sobre o preço de venda. 3) Um funcionário recebe um salário base de R$ 850,00. Recebe também um adicional por tempo de serviço de 5% sobre o salário base. Além disso, está respondendo pela chefia da seção, recebendo por isso 8% sobre o salário base. O empregador desconta 8,5% sobre seu salário total para a contribuição previdenciária. Quanto recebe esse funcionário? 4) Ao pagar uma dívida no valor de R$ 4.500,00, tive que pagar R$ 850,00 de multa. De quanto por cento foi a multa? 5) No mês passado recebi R$ 1.600,00. Quanto deve receber neste mês se tive um aumento de 8,5% no meu salário? 6) No mês passado recebi R$ 2.600,00 de salário e neste mês, após um aumento, recebi R$ 3.072,00. Qual foi a taxa de aumento? => log x = 12 log 1,035 => log x = 0,1788 => x = 77 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 7) Qual o montante de uma aplicação de R$ 24.000,00 a juros simples, durante 8 meses, à taxa de 50% a.a.? 8) Um capital de R$ 1.000,00 foi aplicado por 2 meses, a juros simples e à taxa de 42% a.a.. Qual o montante? 9) Caio aplicou R$ 40.000,00 a juros simples, pelo prazo de 6 meses, e recebeu R$ 8.500,00 de juros. Qual a taxa mensal da aplicação? 10) Numa aplicação de R$ 14.000,00 a juros simples e à taxa de 15% a.a., o montante recebido foi de R$ 15.050,00. Determine o prazo da aplicação. 11) Qual o montante de uma aplicação de R$ 20.000 a juros compostos a uma taxa de 20% a.m durante 6 meses? 12) Qual o capital que gerou o montante de R$ 56.275,44 a uma taxa de 2% a.m durante 4 meses a juros compostos? 78 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA 7. DOCUMENTOS FINANCEIROS Informações sobre o uso de cheques O cheque é uma ordem de pagamento à vista. Pode ser recebido diretamente na agência em que o emitente mantém conta ou depositado em outra agência, para ser compensado e creditado na conta do correntista. Ao emiti-lo, lembre-se que ele poderá ser descontado imediatamente. Formas de emissão de cheque: Ao portador: o cheque só pode ser emitido ao portador (sem a indicação do beneficiário) até o valor de R$ 100,00. Nominal: A partir de R$ 100,00, o emitente é obrigado a indicar o nome do beneficiário (pessoa ou empresa a quem está efetuando o pagamento). O cheque nominal só poderá ser pago pelo banco mediante identificação do beneficiário ou de pessoa por ele indicada no verso do cheque (endosso), ou ainda através do sistema de compensação, caso seja depositado. Cruzado: Tanto o cheque ao portador quanto o nominal podem ser cruzados, com a colocação de dois traços paralelos, em sentido diagonal, na frente do documento. Nesse caso, só será pago através de depósito em conta corrente. Administrativo: é o cheque emitido pelo próprio banco. Pode ser comprado pelo cliente em qualquer agência bancária. O banco o emite em nome de quem o cliente efetuará o pagamento. Especial: assim denominado porque o banco concedeu ao titular da conta um limite de crédito, para saque quando não dispuser de fundos. O cheque especial é concedido ao cliente mediante contrato firmado previamente. 79 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Cheque pré-datado: Pela lei, um cheque é pagável quando for apresentado ao banco, mesmo que tenha sido emitido com data posterior. Assim, se um cheque prédatado for apresentado para pagamento antes do dia previsto, o banco terá de pagá-lo ou devolvê-lo por falta de fundos. Caso isso ocorra, o correntista poderá ser prejudicado. Cheque pré-datado só deve ser dado quando houver certeza de que o credor irá depositá-lo nas datas combinadas. Lembre-se de controlar esses cheques em seu orçamento, anotando os valores e respectivas datas. Prazo de prescrição: o cheque prescreve 180 dias depois de sua apresentação, que deverá ser feita em 30 dias, se for na mesma praça em que foi emitido, ou em 60 dias, caso ocorra fora dela. Prazos de liberação de depósitos em cheques de outros bancos Os cheques de outros bancos depositados na conta bancária do cliente são encaminhados ao Serviço de Compensação de Cheques e outros Papéis, regulado pelo Banco Central e executado pelo Banco do Brasil, com a participação dos demais bancos. O prazo de liberação do valor dos cheques da praça é de: 24 horas, se forem de valor igual ou superior a R$ 300,00; 48 horas, se forem de até R$ 299,99. Os prazos de liberação do valor de cheques de outras praças, liquidados pela compensação nacional, variam de três a seis dias úteis. Cheque sem fundos: o cheque poderá ser devolvido quando o emitente não tiver fundos suficientes para o seu pagamento. Inclusão no Cadastro dos Emitentes de Cheques sem Fundos: o cheque devolvido por falta de fundos na segunda apresentação, por conta encerrada ou por prática espúria, obriga o banco a incluir seu emitente no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) do Banco Central. Se a conta for conjunta, a legislação determina que também seja incluído no CCF o nome e número no cadastro de contribuintes (CIC/CPF) do titular emitente do cheque. O banco é obrigado a comunicar ao emitente a inclusão desses registros no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundo. Mantenha seu endereço de correspondência sempre atualizado nas instituições ou empresas com as quais mantém relacionamento de crédito. Fica a critério do banco a decisão de abrir, manter ou encerrar a conta de depósitos à vista do correntista titular que figure no CCF. É proibida, porém, a entrega de novos talões a correntista cujo nome figure no CCF. 80 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Como sair do CCF - Cadastro dos Emitentes de Cheque sem Fundos: o emitente de cheque sem fundos pode solicitar sua exclusão do CCF por carta dirigida ao banco, desde que comprove o pagamento do cheque que deu origem à ocorrência. A exclusão do CCF poderá ser solicitada ao banco pelo emitente, mediante a apresentação de um dos seguintes documentos: ✔ ✔ ocorrência; ✔ declaração do beneficiário (pessoa a quem deu o cheque sem fundos), dando quitação ao débito, autenticada em tabelião ou abonada pelo banco endossante, acompanhada de cópia do cheque que deu origem à ocorrência, bem como de certidões negativas dos cartórios de protesto relativas ao cheque, em nome do emitente. A exclusão é feita automaticamente, por decurso de prazo, após cinco anos da sua inclusão, para a exclusão do CCF é cobrada do cliente e recolhida ao Banco Central uma taxa para cada cheque sem fundos incluído. Além dessa taxa, o banco pode cobrar pelos serviços de inclusão e de exclusão. O preço desses serviços varia de banco para banco. Nota fiscal: é um documento fiscal e que tem por fim o registro de uma transferência de propriedade sobre um bem ou uma atividade comercial prestada por uma empresa e uma pessoa física ou outra empresa. Nas situações em que a nota fiscal registra transferência de valor monetário entre as partes, a nota fiscal também destina-se ao recolhimento de impostos e a não utilização caracteriza sonegação fiscal. Entretanto, as notas fiscais podem também ser utilizadas em contextos mais amplos como na regularização de doações, transporte de bens,empréstimos de bens, ou prestação de serviços sem benefício financeiro à empresa emissora. Uma nota fiscal também pode cancelar a validade de outra nota fiscal, como por exemplo na devolução de produtos industrializados, outros cancelamentos ou cancelamento de contratos de serviços. Nota fiscal eletrônica: é o documento de existência digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar, para fins fiscais, circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes, e cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia de autoria e de integridade) e pela recepção, pela Administração Tributária, do documento eletrônico, 81 cheque que deu origem à inclusão; extrato da conta com o registro do débito do cheque que deu origem à GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA antes da ocorrência do Fato Gerador. O Projeto NF-e tem como objetivo a implantação de um modelo nacional de documento fiscal eletrônico que venha substituir a sistemática atual de emissão do documento fiscal em papel, com validade jurídica, pela assinatura digital do remetente, simplificando as obrigações acessórias dos contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo Fisco. A implantação da NF-e constitui grande avanço para facilitar a vida do contribuinte e as atividades de fiscalização sobre operações e prestações tributadas pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Num momento inicial, a NF-e será emitida apenas por grandes contribuintes e substituirá os modelos Notas Fiscais em papel, tipo 1 e 1A. Quais os benefícios esperados com a adoção da NF –e? O projeto NF-e se enquadra na convergência do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), definido através da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil e possibilitará os seguintes benefícios e vantagens às partes envolvidas na atividade comercial de venda, ao Fisco e também para a sociedade como um todo. Eis alguns benefícios: Benefícios para as empresas (Emissor da NF-e) Fronteira; Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2C); Desconto no IPTU. Redução de custos de impressão; Redução de custos de aquisição de papel; Redução do impacto ambiental; Redução de custos de envio do documento fiscal; Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais; Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa do AIDF de documento fiscal); Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de (autorização de impressão Benefícios para o Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e) Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; 82 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA fiscais; Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B). Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente; Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias; Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas; Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de informação da NF-E; Benefícios para a Sociedade serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica. Benefícios para as Administrações Tributárias Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal; Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação; Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; pela fiscalização de mercadorias em trânsito; Secretaria da RFB (Sistema Público de Escrituração Digital – SPED) Duplicata: é uma espécie de título de crédito que constitui o instrumento comprovação de contrato de de compra e venda. A duplicata tem origem em uma só fatura, porém de uma só fatura podem ser extraídas diversas duplicatas, porém deve ser apresentada ao devedor num prazo de 30 dias após sua emissão, e este deverá devolver a mesma em 10 dias, com sua assinatura de aceite ou declaração por escrito a negação da mesma. Após o pagamento da duplicata esta deve ser tirada de circulação, através da quitação do próprio título. Caso não seja efetuado o pagamento do título o mesmo deverá ser protestado por falta de pagamento, a execução da duplicata prescreve em três anos a partir do vencimento para a cobrança do devedor principal (sacado) e seus avalistas; um ano a partir do protesto, para a cobrança de co-devedores; um ano a partir do pagamento para co-devedor cobrar co-devedor em direito de regresso. 83 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Fatura: representa a venda para clientes domiciliados em território nacional, no Brasil usa-se também como documento fiscal, quando inclui elementos da legislação fiscal, principalmente as do IPI-ICMS-ISS. Nesse caso o formulário denomina-se "nota fiscal/fatura".Em geral, a fatura só é emitida para pagamentos ainda não efetuados (vendas a prazo ou contra-apresentação). Nela são discriminados todos os itens comprados na operação, e por isso, a fatura também é usada como controle, ou seja, é um documento comercial. O faturamento é a soma dos valores das faturas emitidas em determinado período comercial e da fatura se extrai a duplicata que é um título de crédito. Todavia, como o faturamento costuma ser tratado pelalegislação tributária como sinônimo de Receita bruta de vendas, deve-se observar se também devem ser incluídas as vendas à vista, quando o valor do faturamento for informado aos órgãos fiscalizadores. Borderô: é o documento onde são relacionados os cheques pré-datados e/ou duplicatas que foram negociados com a empresa de factoring e bancos, é informado o o valor pago por cada cheque pré-datado ou duplicata, além de todas as demais condições da operação. O borderô de Cheques ou duplicatas deve ser arquivado pelo comerciante como documento que demonstra quais cheques ou duplicatas foram negociados com a Factoring, enquanto ainda houver cheques para serem depositados e duplicatas a vencer. O borderô de duplicatas, na visão da Instituição Financeira (banco), é a autorização expressa, datada e assinada, dada por pessoa física oupessoa jurídica para o pagamento de duplicatas relacionadas no documento. Um bom exemplo de borderô de duplicatas de pessoa física é o atual DDA, que utiliza a lógica da autorização de pagamento de diversos títulos de uma só vez, agregando alguns critérios específicos, como data de vencimento. Voucher: é um título que possui um determinado valor monetário e que pode ser gasto apenas por razões específicas ou em produtos específicos. Como sinônimo de "comprovante", é usado frequentemente para se referir a recibos utilizados como evidência, por exemplo, a declaração de que o serviço foi realizado ou que a despesa foi feita, ou ainda, referindo-se ao lançamento contábil realizado. Letra de câmbio: é uma espécie de título de crédito, ou seja, representa uma obrigação pecuniária, sendo desta autônoma. A emissão da letra de câmbio é 84 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA denominada saque; por meio dele, o sacador (quem emite o título), expede uma ordem de pagamento ao sacado (pessoa que deverá paga-la), que fica obrigado, havendo aceite, a pagar ao tomador (um credor específico), o valor determinado no título. Apesar de atribuir ao sacado a obrigação de pagar o tomador, o sacador permanece subsidiariamente responsável pelo pagamento da letra. Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança judicial do crédito, que se dá por meio da ação cambial. Porém, para que o credor possa agir em juízo, é necessário que esteja representado por um advogado. Quanto à possibilidade de transferência, diz-se que a letra de câmbio é um título de crédito nominativo, ou seja, em favor de um credor específico, suscetível de circulação mediante endosso. Assim, o endossante (tomador original), transfere a letra para um endossatário (novo tomador). Nota promissória: é um título em que seu criador assume a obrigação direta e principal de pagar a soma constante no título. A nota promissória nada mais é do que uma promessa de pagamento. A nota promissória é uma promessa de pagamento, para seu nascimento são necessárias duas partes, o emitente ou subscritor (devedor), como nos demais títulos de crédito a nota promissória pode ser transferida a terceiro por endosso, bem como nela é possível a garantia do aval e caso esta não seja paga no seu vencimento o beneficiário pode fazer a cobrança via judicial, através de ação cambial e nesse caso a parte interessada só poderá agir se estiver representada por advogado legalmente habilitado para tal. Transferência Eletrônica Disponível (TED): é uma transação financeira na qual os correntistas de bancos brasileiros fazem transferências interbancárias de valores. Por norma do Banco Central, o valor da TED deve ser igual ou superior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sendo indicado o documento de crédito (DOC) para quantias inferiores. A TED, assim como o DOC, podem ser do tipo C (entre diferentes titularidades) ou D (mesma titularidade). Para realização desta transferência é necessário informar os dados do destinatário: nome completo, CPF e dados do banco e da conta corrente. Na TED, o valor é creditado no banco de destino no próprio dia (praticamente em tempo real), enquanto o DOC só é creditado no dia útil seguinte. Esta operação não é estornável. 85 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Documento de ordem de crédito (DOC): transação financeira na qual os correntistas de bancos brasileiros fazem transferências interbancárias de valores. Por norma do Banco Central o valor do DOC deve ser inferior a R$ 3.000,00. O DOC, assim como a TED, pode ser do tipo C (entre contas de diferentes titulares) ou do tipo D (entre contas do mesmo titular). Para a realização desta transferência, é necessário informar os dados do destinatário: nome completo, CPF e/ou CNPJ e Banco, agência e conta corrente de destino. No DOC o valor só é creditado no banco de destino no dia útil seguinte a data de processamento. Esta operação não é estornável. Transferência bancária: é um cheque administrativo em que se processam tranferências de valores entre bancos diferentes sempre para o mesmo titular. Caso um indivíduo queira transferir uma certa quantia de banco X para outro banco que ainda não tenha conta, solicita-se um T.B, que será emitido pelo banco de origem. Depois, no banco de interesse com o TB em mãos, este será compensado normalmente. 8. FINANCIAMENTO, INVESTIMENTO E EMPRÉSTIMO 86 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA Financiamento: é uma operação financeira em que a parte financiadora, em geral uma instituição financeira, fornece recursos para outra parte que está sendo financiada, de modo que esta possa executar algum investimento específico previamente acordado. Ao contrário do empréstimo, os recursos do financiamento precisam necessariamente ser investidos do modo acordado em contrato. A financiadora então pode cobrar ou não cobrar juros sobre o valor financiado de acordo com o valor e o tempo de pagamento, ou mesmo não realizar a cobrança do valor financiado em caso de financiamentos não-reembolsáveis. Empresas podem realizar financiamentos para angariar recursos para novos equipamentos ou realizar uma expansão enquanto pessoas físicas pode realizar financiamentos para comprar imóveis, automóveis, entre outros bens de grande valor. As instituições financeiras possuem várias modalidades de financiamento para pessoas físicas e jurídicas, cada uma com uma característica que o torna mais adequado a casos específicos. Investimento: significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestrutura) ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo se realiza quando a taxa de lucrosobre o capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros. O investimento bruto corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital (máquinas e equipamentos) e formação de estoques. O investimento líquido exclui as despesas com manutenção e reposição de peças, depreciação de equipamentos e instalações. Como está diretamente ligado à compra de bens de capital e, portanto, à ampliação da capacidade produtiva, o investimento líquido mede com mais precisão o crescimento da economia. "Investimento" também pode referir-se à compra de ativos financeiros (ações, letras de câmbio e outros papéis). Empréstimo: é um tipo de dívida, ou seja, é em compromisso entre duas partes de que um determinado bem seja ele um livro ou um valor monetário será emprestado ao devedor pelo credor do empréstimo, e esse tem prazo de início e de fim de serviço, sendo decidido o prazo pelas partes envolvidas. Geralmente o empréstimo é realizado através da assinatura de um contrato, onde o devedor recebe o bem emprestado, geralmente após a assinatura do contrato e o credor cobra um prêmio para 87 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA a realização do empréstimo, geralmente através de uma taxa de juros que incide sobre o valor monetário emprestado. As instituições financeiras são as principais fomentadoras dos empréstimos. Elas são responsáveis pela disponibilização de empréstimos. Geralmente elas são controladas pelo Banco Central do país, órgão que dita as principais regras sobre empréstimos, principalmente sobre taxas de juros, e alguns tipos de empréstimos são oferecidos através de recursos de fundos, como Poupança e FGTS. Normalmente, os empréstimos são concedidos através de uma análise detalhada da vida financeira dos clientes ou possíveis devedores, porém alguns, como o micro-crédito, são concedidos à clientes de baixa renda, logo não necessitando de uma análise completa da vida financeira do cliente ou possível devedor. 9. Tesouraria oÉ gerenciamento de forma eficaz de contas a receber e contas a pagar, crédito cobrança, controles bancários, conciliação de caixa, controle de numerário, aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos, é área chave do gerenciamento empresarial e base da lucratividade das empresas, o controle financeiro precisa ser executado por profissionais especializados, treinados e competentes, além disso, grande parte dos processos de controle financeiro de uma tesouraria tem hoje em dia o suporte de softwares específicos que facilitam a coleta, consolidação e análise de dados e informações financeiras de vários setores da empresa. Contas a pagar: significa o dinheiro que a empresa deve, em contas e obrigações. Em contas a pagar estão incluídos dívidas contraídas com fornecedores de matérias primas e insumos, obrigações com o fisco e outras saídas previstas de dinheiro. Contas a receber: é o dinheiro que outros devem à empresa. Em contas a receber estão incluídos todos os valores que deverão ser recebidos pela empresa. 10. APLICATIVOS DE INFORMÁTICA UTILIZADOS NA GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA. 88 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA A informática está praticamente presente não apenas na vida de uma pessoa física, mas principalmente na vida da pessoa jurídica, ou seja, em todas as empresas, e as que não são informatizadas, não possuem competitividade, estarão sempre atrás daquelas informatizadas. A tecnologia da informação diz respeito a todos os recursos tecnológicos (hardwares, softwares, e outros) para coletar, armazenar, processar, acessar e transportar as informações, portanto podemos citar alguns software que facilitam e possibilitam um melhor desempenho de funções necessárias por parte de uma empresa, eis alguns deles: ➢ FactorX – Sistema de Factoring: Software para controle de cheques e duplicatas, permite esse limitar crédito, análise de risco e histórico de clientes. Suporta ambiente Windows e rede. ➢ ➢ Grana 2000: Software para a administração das finanças pessoais, como Grapes: Software para industrias, tais como gestão, produção, movimentação bancária, cartões de Crédito e cheque. planejamento empresarial, margem liquida, lucro, resultados, redução de custos, contabilidade, compras, recebimentos, fluxo de caixa, cobranças, estoques, custos, lista de preços, etc. ➢ ➢ Lírio: Software aplicativo de gestão empresarial. Macsoft Sistemas: Folha de pagamento, ponto eletrônico, contabilidade, livros fiscais, impostos federais, faturamento de escritório, ativo fixo, etc. 11. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 89 GESTÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA NASCIMENTO, Regiane Pinto. SENAI Processo Administrativo II, Belém 2011. ANGÉLICO, João. Contabilidade básica. São Paulo : Atlas, 1982. 204 p. BRASIL. Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade introdutória. 9 ed. São Paulo: Atlas, 1998. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 24 ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2003 FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à Economia, 12ª Edição. Editora Atlas, 1987 www.ebah.com.br www.concursospublicosonline.com www.fontedosaber.com http://www. febraban.org.br www.sebraerj.com.br www.knoow.net/cienceconempr/gestao/gestaofinanceira.htm www.somatematica.com.br/financeira.php http://www.receita.fazenda.gov.br pt.wikipedia.org 90