Exercício_MASP 2015 (ED 1)

May 6, 2018 | Author: Anonymous | Category: Documents
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1 Conteúdo do trabalho a ser entregue: 1. Grupos de no máximo 6 alunos. 2. Aplicar no mínimo as seguintes ferramentas na solução do problema: gráfico de pareto, estratificação, diagrama de ishikawa, e 5W2H. 3. Entregar o trabalho impresso contendo a evidência de aplicação das ferramentas, a identificação da causa raiz e o plano de ação para eliminar a causa raiz. 4. Um aluno da equipe será escolhido para apresentar e explicar a solução encontrada pela equipe. Estudo de Caso - Fundição de Peças A EMPRESA A firma PROFUND LTDA. é uma fundição de latão de médio porte cujos dois produtos principais são conexões de grande tamanho tipo “cotovelo”, fundidos em liga especial de latão e derivações tipo “tê” fundidas em liga padrão. Há três meses a empresa aumentou sua linha de produção com a instalação de uma segunda linha de produção que passamos a denominar de linha II e foi necessário aumentar o número das turmas de reveza​mento de duas letras A e B para três letras A, B e C. Com isso foi preciso remanejar pessoal experiente da produção (moldadores, vazadores, rebarbadores) das turmas A e B para a turma C e contratar técnicos para cargos de inspetores e chefes de turma. O processo produtivo consiste, simplificadamente, em duas linhas de produção independentes (linha I e linha II) compostas de moldagem, vazamento, rebarbação, inspeção, estoque e expedição. A seqüência de produção inicia com a preparação da carga do forno, orientada pela chefe de turma, onde o operador do forno (forneiro) pesa e adiciona as matérias primas (sucata de latão, ligas). Após a fusão o vazador enche os moldes que vieram do setor de moldagem, transferindo-os para a área de resfriamento e desmoldagem. Em seguida, as peças desmoldadas vão para a rebarbação e esmeri​lhamento. Após o esmerilhamento as peças sofrem inspeção 100% , onde são separadas as peças boas das defeituo​sas. Tradicionalmente registram-se três grandes famílias de defeitos: · a. Trincas (fissuras, rachaduras); · b. Porosidades (bolhas, vazios, poros); · c. Dimensional (esmerilhamento excessivo, falta de material). As peças com os defeitos dessas três famílias, ou são refugadas (sucateadas) ou retornam à produção para serem retrabalhadas. De qualquer forma causam um aumento indesejável de custos. O PROBLEMA A produção vem atendendo o programa de produção e as vendas ocorridas normalmente. Porém o setor financeiro reclamou um aumento de custos de refugos e retrabalhos a partir da entrada da nova linha em operação. Sendo assim, o Diretor Presidente, ao constatar irritado que nos últimos meses houve um aumento nos refugos e retrabalhos, ligou para o Gerente de Produção reclamando providências pois o problema, segundo informações da área comercial, estava no aumento do número de peças defeituosas. O Gerente de Produção então decidiu colher informações a partir do contato direto com diversos funcionários envolvidos com a produção. Solicitou, também, levantamento de dados gerais dos últimos meses de produção e dados detalhados dos seis últimos dias recentes. Observações 1. A situação apresentada é totalmente fictícia e o contexto do problema foi bastante simplificado para facilitar a análise e conclusões; 2. As informações colhidas pelo Gerente de Produção estão detalhadas nos anexos abaixo relacionados: a) Anexo 1 - Dados dos seis últimos meses de produção; b) Anexo 2 - Dados dos seis últimos dias de produção; c) Anexo 3 - Entrevistas com o pessoal da fábrica. Anexo 1 Dados de Produção e de Peças Defeituosas dos Últimos Seis Meses de Produção Linha I Linhas I e II Meses Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Cotovelo 22.100 22.200 22.100 42.900 43.000 42.800 Produção Tê 5.250 5.150 5.200 14.300 14.400 14.200 Total 27.350 27.350 27.300 57.200 57.400 57.000 Trincas 682 680 675 1.410 1.415 1.400 Refugos Porosidade 880 885 875 2.065 2.075 2.060 Dimensão 340 335 342 652 660 650 Anexo 2 Dados dos Seis Últimos Dias de Produção Controle Diário da Produção Horário Local Peça Produção Trinca Porosidade Dimensão Total Linha Cotovelo 350 7 11 4 22 Diurno I Tê 150 6 6 3 15 Turma: A Linha Cotovelo 500 11 15 4 30 II Tê 100 4 4 2 10 Total 1.100 28 36 13 77 Linha Cotovelo 500 12 24 6 42 Noturno I Tê 50 2 2 1 5 Turma: B Linha Cotovelo 300 6 14 4 24 II Tê 250 9 10 5 24 Total 1.100 29 50 16 95 Total Geral 2.200 57 86 29 172 Inspetor: José 15/08/88 Segunda Feira Controle Diário da Produção Horário Local Peça Produção Trinca Porosidade Dimensão Total Linha Cotovelo 350 7 10 4 21 Diurno I Tê 150 6 5 2 13 Turma: A Linha Cotovelo 500 10 14 4 28 II Tê 100 3 3 1 7 Total 1.100 26 32 11 69 Linha Cotovelo 500 11 15 5 31 Noturno I Tê 50 2 2 1 5 Turma: C Linha Cotovelo 300 7 8 3 18 II Tê 250 8 9 2 19 Total 1.100 28 34 11 73 Total Geral 2.200 51 66 22 142 Inspetor: José 16/08/88 Terça Feira Controle Diário da Produção Horário Local Peça Produção Trinca Porosidade Dimensão Total Linha Cotovelo 350 8 16 4 28 Diurno I Tê 150 7 6 2 15 Turma: B Linha Cotovelo 500 9 24 5 38 II Tê 100 3 4 1 8 Total 1.100 27 50 12 89 Linha Cotovelo 500 10 15 6 31 Noturno I Tê 50 2 2 1 5 Turma: C Linha Cotovelo 300 6 9 4 19 II Tê 250 8 9 3 20 Total 1.100 26 35 14 75 Total Geral 2.200 53 85 26 164 Inspetor: José 17/08/88 Quarta Feira Controle Diário da Produção Horário Local Peça Produção Trinca Porosidade Dimensão Total Linha Cotovelo 350 6 17 5 28 Diurno I Tê 150 5 6 2 13 Turma: B Linha Cotovelo 500 11 23 3 37 II Tê 100 4 4 1 9 Total 1.100 26 50 11 87 Linha Cotovelo 500 11 16 5 32 Noturno I Tê 50 2 2 1 5 Turma: A Linha Cotovelo 300 7 7 2 16 II Tê 250 7 9 2 18 Total 1.100 27 34 10 71 Total Geral 2.200 53 84 21 158 Inspetor: José 18/08/88 Quinta Feira Controle Diário da Produção Horário Local Peça Produção Trinca Porosidade Dimensão Total Linha Cotovelo 350 8 11 4 23 Diurno I Tê 150 7 5 2 14 Turma: C Linha Cotovelo 500 10 15 5 30 II Tê 100 3 4 2 9 Total 1.100 28 35 13 76 Linha Cotovelo 500 10 14 6 30 Noturno I Tê 50 2 2 1 5 Turma: A Linha Cotovelo 300 6 9 3 18 II Tê 250 9 9 2 20 Total 1.100 27 34 12 73 Total Geral 2.200 55 69 25 149 Inspetor: José 19/08/88 Sexta Feira Controle Diário da Produção Horário Local Peça Produção Trinca Porosidade Dimensão Total Linha Cotovelo 350 7 11 5 23 Diurno I Tê 150 6 5 3 14 Turma: C Linha Cotovelo 500 12 15 6 33 II Tê 100 3 3 2 8 Total 1.100 28 34 16 78 Linha Cotovelo 500 11 25 5 41 Noturno I Tê 50 2 2 0 4 Turma: B Linha Cotovelo 300 6 15 3 24 II Tê 250 8 9 3 20 Total 1.100 27 51 11 89 Total Geral 2.200 55 85 27 167 Inspetor: José 20/08/88 Sábado Anexo 3 Entrevistas Com O Pessoal Da Fábrica O Gerente de Produção organizou uma reunião com todos os elementos da Fábrica, relacionados diretamente com o processo produtivo. Estavam presentes os seguintes elementos: · Supervisor da Manutenção; · Coordenador Técnico de Apoio à Produção; · Supervisor da Produção; · Supervisor do Laboratório; · Técnico de Operação; · Supervisor da Inspeção; · Inspetor de Qualidade; · Chefe da Turma A. Nesta reunião, o Gerente da Produção colocou a seguinte questão: Recebi informações que houve aumento na quantidade de peças defei​tuosas nas linhas de produção, porém não se sabem os detalhes e as causas. Vo​cês têm alguma idéia do que poderia estar causando um aumento de defeitos? A seguir cada um dos presentes à reunião teceu comentários a respeito do questionamento colocado pelo Gerente de Produção. Resposta do Supervisor da Manutenção: Todos sabemos que a Linha de Produção antiga tem produtividade mais baixa e que dá muito mais manutenção. Na minha visão é evidente que os defeitos provem dessa linha e que a solução é o sucateamento da linha antiga e compra de uma nova. Tenho absoluta certeza que a linha antiga está gerando o aumento de defeitos! Resposta do Coordenador Técnico de Apoio à Produção: Não queremos acusar ninguém, mas sabe-se que a operação está enfrentando sérios problemas com o pessoal. Essa alteração das turmas com o remanejamento de pessoal gerou insatisfação geral e era de se esperar um aumento no nível de defeitos. Na verdade estou prevendo problemas com o Sindicato brevemente. Como sugestão o senhor poderia fazer uma reunião com o pessoal das turmas e também com o Sindicato para acalmar os ânimos. Resposta do Supervisor da Produção: É claro que o problema está na nova linha de produção, pois a manutenção ainda não domina o equipamento. Se houve aumento de peças defeituosas só pode ser por culpa dos problemas de manutenção da linha nova! Na minha visão o aumento do número de defeitos aconteceu depois da entrada em operação da linha nova. A manutenção precisa é de um puxão de orelha! Resposta do Supervisor do Laboratório: Já cansamos de alertar a área de compras que a matéria prima que passou a ser adquirida (Sucata de Latão) a partir do mês passado está vindo com resíduos de óleo e graxa. Talvez seja esta a causa de aumento de defeitos (porosidade). Como sempre o pessoal de compras procura preço e esquece o resto. Como o senhor tem contato com o pessoal “lá em cima” poderia dar uma força! Resposta do Técnico de Operação: Esse negócio de trabalhar no horário noturno é que está nos prejudi​cando. O senhor sabia que a iluminação em toda área de trabalho está péssima? Pois é, os operários reclamam que a noite o trabalho é mais difícil. Acho que isto está causando muito erro no esmerilhamento das peças e devem estar estragando muitas peças boas. As peças desviadas por problemas dimensionais só pode ter aumentado. Já falei com o inspetor da manuten​ção elétrica umas tantas vezes, mas até agora nada! Mas a propósito, o senhor podia pegar esta ordem de serviço e passar para o chefe da manutenção, assim, pelo menos, já resolvia o problema uma vez por todas! Resposta do Supervisor da Inspeção: O problema, como sempre, deve estar na liga especial para fabricação das peças tipo cotovelo. O senhor deve saber que esta liga é problemática no aspecto da porosidade e que qualquer variação na quantidade dos elemen​tos de liga adicionados provoca aparecimento de bolhas e poros. Tenho quase certeza que os chefes de turma que controlam a preparação da liga estão “chutando” o peso dos materiais carregados no forno. Resposta do Inspetor de Qualidade: O problema deve estar localizado na área de moldagem, pois como todos sabem, é lá que está todo o segredo da coisa e os moldes são os principais causadores das trincas. Se lembrarmos que houve remanejamento de pessoal, apesar de todas as turmas estarem com chefes antigos e experientes (exceto a turma B onde foi contratado chefe novo), foi a moldagem da turma A que recebeu os piores moldadores. Não adianta mais falar com a operação! Era bom o senhor chamar a turma toda para dar um “aperto”! Resposta do Chefe da Turma A: Eu acho que o problema é na realidade o procedimento dos inspetores de qualidade que agora deram para descobrir “chifres em cabeça de cavalo” e estão perseguindo a turma A. Se, está havendo aumento de defeitos deve ser porque estão exigentes demais! Se o senhor mandar reinspecionar todas as peças produzidas verá que todos os tipos de defeitos vão diminuir em todas as peças! Bato uma aposta nisto! Carlos Lencioni 06/08/2014


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