Slide 1 Slide 2 CINEMA, MÚSICA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Professor Arnaldo Lemos Filho (Adaptado) http://www.google.com.br/url?url=http://sociologial.dominiotempo rario.com/doc/CINEMA_E_DITADURA_MILITAR_NO_BRASIL.ppt& rct=j&frm=1&q=&esrc=s&sa=U&ei=SKpDVNXYFpfCggSrxoHYAQ& ved=0CDEQFjAF&usg=AFQjCNHwt74Hh9j4q5m5vKeMsX8st7jZSw Slide 3 EMENTA - Busca utilizar filmes como meio de reflexão crítica sobre o período da Ditadura Militar, a partir da sociologia. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA –Através da exibição e análise de filmes, podem-se estudar alguns episódios do período militar. Os filmes servem de instrumentos para uma reflexão sociológica crítica acerca daqueles episódios. Filmes selecionados : O Golpe de 64; Pra Frente Brasil; O que é isso companheiro; Batismo de Sangue. Slide 4 A DITADURA MILITAR NO BRASIL 1964 - 1984 Slide 5 I 1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM Castelo Branco(1964-1967 ) Costa e Silva (1967-1969 II 1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO OS ANOS DE CHUMBO Médici 1969/1074 III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE A ABERTURA Geisel (1974-1978) IV 1979- 1984 -ABERTURA E TRANSIÇÃO Figueiredo (1979-1985) ETAPAS DA DITADURA MILITAR ANTECEDENTES: O debate sobre o desenvolvimento brasileiro O governo Jango (1961-1964) A noite do Golpe Slide 6 DÉCADA DE 60 Debate entre dois projetos políticos que começaram no governo Getúlio Intelectuais Projeto Nacional- Desenvolvimentista Estado Projeto Desenvolvimentista ANTECEDENTES: O debate sobre o desenvolvimento brasileiro modernização conservadora Alinhamento aos interesses norte-americanos repressão a participação popular. Desenvolvimento autônomo e soberano do país Papel do Estado Slide 7 ANTECEDENTES : O debate sobre o desenvolvimento brasileiro 1962 Reformas de base Governo João Goulart UNE CPC (Centro Popular de Cultura) TeatroMúsica Canção do Subdesenvolvido, Carlos Lira e Francisco de Assis Critica à dependência cultural, política e econômica do pais desde o “Descobrimento” Para ouvir acesse : http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A Slide 8 “O Brasil é uma terra de amores, Alcatifada de flores, Onde a brisa fala amores, Nas lindas tardes de abril. Correi pras bandas do Sul. Debaixo de um céu de anil, Encontrareis um gigante deitado: Santa Cruz, hoje o Brasil. Mas um dia o gigante despertou (ooaahhh!). Deixou de ser gigante adormecido. E dele um anão se levantou. Era um país subdesenvolvido Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido (bis) E passado o período colonial, O país passou a ser um bom quintal. E depois de dada a conta a Portugal Instalou-se o latifúndio nacional.. (Ai) Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido Então o bravo brasileiro (iehéé), Em perigos e guerras esforçados (iehéé), Mais que prometia a força humana Plantou couve, colheu banana. Bravo esforço do povo brasileiro Mandou vir capital lá do estrangeiro. Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido. As nações do mundo para cá mandaram Seus capitais tão desinteressados. As nações coitadas só queriam ajudar, não é? Aquela ilha velha não roubou ninguém, País de poucas terras só nos fez um bem Um Big Ben Um big ben, bom, bem, bom Nos deu luz (ah) Tirou ouro (oh) Nos deu trem (ah) Mas levou o nosso tesouro Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido Slide 9 Mas data houve em que se acabaram os tempos duros e sofridos Porque um dia aqui chegaram os capitais dos países amigos. País amigo, desenvolvido, País amigo, país amigo, Amigo do subdesenvolvido País amigo, país amigo. E os nossos amigos americanos Com muita fé, com muita fé, Nos deram dinheiro e nos plantamos Só café, só café. É uma terra em que se plantando tudo dá. Pode-se plantar tudo que quiser Mas eles resolveram que nos devíamos plantar Só café, só café Bento que bento o frade, frade. Na boca do forno, forno. Tirai um bolo, bolo Fareis tudo que seu mestre mandar? Faremos todos, faremos todos, faremos todos. Começaram a nos vender e nos comprar. Comprar borracha, vender pneu. Comprar minério, vender navio. Pra nossa vela, vender pavio. Só mandaram o que sobrou de lá: Matéria plástica, que entusiástica, Que coisa elástica, que coisa drástica, Rock balada, filme de mocinho, Ar refrigerado e chiclete de bola (pop) E coca cola. Subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido, subdesenvolvido. Slide 10 O povo brasileiro tem personalidade. Não se impressiona com facilidade Embora pense como americano “Uuuuuuu, I’m going to kill that indian before he kills me (pinim...) Embora dance como americano Ta-ta-ta-ta, ta-ta-ta-ta Embora cante como americano Eh boi, lá, lá, lá, Eh roçado bão, lá, lá, lá, O melhor do meu sertão, lá, lá, lá Comeram o boi. O povo brasileiro, embora pense, cante e dance como americano Não come como americano, Não bebe como americano, Vive menos, sofre mais Isso é muito importante Muito mais do que importante Pois difere o brasileiro dos demais Personalidade, personalidade, personalidade sem igual, Porém, Subdesenvolvida, subdesenvolvida, Essa é que é a vida nacional.” Para ouvir acesse : http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A Slide 11 Projeto Nacional- Desenvolvimentista População Distribuição de Renda 50% 30% 15% 5% 17,91% 27,92% 26,66% 27,69% 80% dos consumidores salários Mercadoria de bens não duráveis sindicatosgreves alimentos Para isso: lei - eleições - partidos Pequenas propriedades Slide 12 Projeto Desenvolvimentista 20% dos consumidores Modernização do país 2ª abertura dos portos Brasília Indústria automobilística JK Mercado exterior Latifúndio exportação mecanização Slide 13 Para isso Ideologia do automóvel Estradas de rodagem Dinheiro do Estado Emissão Empréstimo externo Inflação Aumento da dívida 20% dos consumidores Aumentar o salário da classe media Achatar o salário dos 80% Imobilizar politicamente os 80% Slide 14 Projetos Aliados ideológicos do 1º projeto Aliados ideológicos do 1º projeto 80% 80% Sindicatos Sindicatos Trabalhadores Trabalhadores Movimentos Sociais Movimentos Sociais ISEB ISEB Aliados ideológicos da 2º projeto Aliados ideológicos da 2º projeto Classe média e alta (20%) Classe média e alta (20%) Adeptos da ordem e segurança Adeptos da ordem e segurança Forças Armadas (ESG) Forças Armadas (ESG) Anticomunistas Anticomunistas Povo: inimigo interno Povo: inimigo interno IBAD - IPES IBAD - IPES Slide 15 Golpe de 31 de março de 1964 13 de março 19 de março Vitória do segundo projeto comício pelas reformas ou Comício da Central, organizado pela CGT Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada pela União Cívica Feminina, IPES e com as bênçãos da Igreja Católica Slide 16 30 de março : discurso de Jango no Automóvel Clube do Rio 31 de março: tropas do General Olimpio Mourão Filho( 4ª região militar- MG) movimentam-se para o Rio “Não admitirei o golpe das reacionários” “O exército dormiu janguista. O exército acordou revolucionário” (Elio Gaspari) Slide 17 1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM Slide 18 Atos Ins titu cio nais Legitimação e legalização das ações políticas dos militares. De 1964 a 1969 são decretados 17 atos institucionais regulamentados por 104 atos complementares. O governo divulgou que seu objetivo era combater a "corrupção e a subversão” Slide 19 1964/1969 – PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM AI -1: Suspende a constituição de 1946, organizações de base, sindicatos, ligas camponesas, UNE, centros acadêmicos), cassação de direitos políticos de centenas de pessoas AI-2: Após eleições dos governadores, cassa JK (candidato a presidente), prorroga Castelo Branco até 67, não há mais eleições diretas (presidente e governador), bipartidarismo (Arena e MDB) Slide 20 AI- 3: Determinava eleições indiretas para governadores e nomeação dos prefeitos das capitais. AI-4: Convocação do Congresso Nacional para a votação e promulgação do projeto de Constituição, que revogava definitivamente a Constituição de 1946. Slide 21 Lutas com criatividade (encontros da UNE) Subversão, clandestinidade. Festivais de música (tratado político) Reação estudantil Um grupo do CCC(Comando de Caça aos Comunistas) invade o teatro Galpão em São Paulo, em 1968, e espanca o elenco da peça Roda Viva Slide 22 Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo então que cresceu... A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda viva E carrega o destino prá lá... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração... A gente vai contra a corrente Até não poder resistir Na volta do barco é que sente O quanto deixou de cumprir Faz tempo que a gente cultiva A mais linda roseira que há Mas eis que chega a roda viva E carrega a roseira prá lá... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração... A roda da saia mulata Não quer mais rodar não senhor Não posso fazer serenata A roda de samba acabou... A gente toma a iniciativa Viola na rua a cantar Mas eis que chega a roda viva E carrega a viola prá lá... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração... O samba, a viola, a roseira Que um dia a fogueira queimou Foi tudo ilusão passageira Que a brisa primeira levou... No peito a saudade cativa Faz força pro tempo parar Mas eis que chega a roda viva E carrega a saudade prá lá... Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...(4x) Roda Viva – Chico Buarque Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=HRF w5u5wR4c Slide 23 Rebelião da juventude: Paris, Alemanha, México 1968 Movimento Hippie Poder Negro Marcuse Brasil – passeatas morte de Edson Luis FIC (Vandré: Para não dizer que não falei de flores) 7 de setembro – Marcio Moreira Alves Slide 24 A repressão proporcionou uma riqueza cultural imensurável devido à atmosfera de tensão vivida pelo povo. Sem outra opção, era preciso encontrar uma maneira de protestar através da arte. Dentre toda a produção musical do período ditatorial, “ Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, foi um hino de resistência ao regime militar. 1968 Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watc h?v=ztdjgXBXt_Y&feature=rela ted Slide 25 Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas marchando Indecisos cordões Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão E acreditam nas flores Vencendo o canhão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Pra Não Dizer Que Não Falei Das FloresGeGe r r Composição: Geraldo Vandré aldo Vandré aldo Vandré Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v= PDWuwh6edkY Slide 26 Há soldados armados Amados ou não Quase todos perdidos De armas na mão Nos quartéis lhes ensinam Uma antiga lição: De morrer pela pátria E viver sem razão... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(2x) Nas escolas, nas ruas Campos, construções Somos todos soldados Armados ou não Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não... Os amores na mente As flores no chão A certeza na frente A história na mão Caminhando e cantando E seguindo a canção Aprendendo e ensinando Uma nova lição... Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer...(4x) Slide 27 AI-5 Slide 28 Recesso Parlamentar : fechamento do Congresso Plenos poderes para o Presidente arbitrariamente intervir em estados e municípios Prerrogativa presidencial: suspender direitos políticos e cassação de mandatos Ficava extinto, em caso de crimes políticos ou contra a economia, o habeas corpus. O presidente poderia decretar, a qualquer momento, estado de sitio, Slide 29 AI-5 Decreto 477 Lei da Segurança Nacional SNI (futuros presidentes) Ciex – DÓI-CODI Cenimar Cisa Dops 200 mil dedos-duros Oban Esquadrão da Morte Fleury Slide 30 Opções - 1. Estudar 2. Exílio 3. Luta armada - urbana - rural Caça às bruxas Universidade de Brasília USP Federal do Rio Colégio Vocacional Slide 31 1969/1973 O MILAGRE ECONÔMICO OS ANOS DE CHUMBO Slide 32 1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO Delfim Neto Slide 33 Período de intenso crescimento econômico e de grande endividamento. O PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano, acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política Grande concentração de renda, com redução dos salários reais 1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO Slide 34 1970: Renda 50% = 14,91 30% = 22,85 15% = 27,38 05% = 34,86 Supermercados Shoppings Indústria -------- mercadoria ------- consumidor Repressão X euforia dos consumidores Ideologia: Brasil, ame-o ou deixe-o Ninguém segura este país. Slide 35 Brasil Ilha de tranquilidade 3ª abertura dos portos petrodólares Aumento da dívida externa Construção de infra- estrutura Polo químico da Bahia Indústria de base Grandes projetos Transamazônica Rio-Niterói Usinas Energia Nuclear Ferrovia do aço Slide 36 1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO A expressão “anos de chumbo” foi aplicada inicialmente a um fenômeno da Europa Ocidental, relacionado com a Guerra Fria e com a estratégia de tensão. Anos 70/80: anos marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo dos Estados Democráticos da Europa Ocidental. Slide 37 Anos de Chumbo do AI-5 em 13 de dezembro de 1968 [retiraria: daquele ano], até o final do governo Médici, em março de 1974 Feroz combate entre a extrema-esquerda de um lado e, de outro, o aparelho repressivo policial-militar do Estado. O governo é apoiado por organizações paramilitares e grandes empresas. Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=J5T9 wj_IRMo&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=J5T9 wj_IRMo&feature=related Slide 38 Durante esse período, houve "desaparecimento" e morte de milhares de militantes, políticos e estudantes de esquerda. A liberdade de imprensa, a de expressão e a de manifestação foram cerceadas. Por outro lado, alguns noticiários, como o Jornal Nacional, tentavam transmitir a imagem de um Brasil democrático e retratavam o evidente “desenvolvimento” nacional. Slide 39 1969 Operação Bandeirante (OBAN) Sequestro do Embaixador Estadunidense Esquadrão da Morte Assassinato de Marighela (ALN) 1970 Guerrilhas contra o regime militar espalham-se na cidade e no campo Copa do Mundo Veja o vídeo sobre a Guerrilha do Araguaia: http://www.youtube.com/watch?v=dOyVzikahnk&f eature=related Slide 40 Vendo circular pelas ruas os automóveis com o adesivo “Brasil: ame-o ou deixe-o“, Chico Buarque se viu obrigado a reagir com sua melhor arma: a música. E assim nasceu “Apesar de você”: A música foi adotada como hino de resistência aos militares quando um jornal publicou uma notinha dizendo que “você”, na verdade, era o general Médici. Apesar De Você Chico Buarque Chamado para depor, Chico disse que a música era para uma mulher muito mandona, mas não funcionou. A música foi proibida de ser executada e todos os compactos recolhidos e quebrados. Slide 41 Apesar De Você Chico Buarque Composição: Chico Buarque (Crescendo) Amanhã vai ser outro dia x 3 Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão, não. A minha gente hoje anda Falando de lado e olhando pro chão Viu? Você que inventou esse Estado Inventou de inventar Toda escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar o perdão (Coro) Apesar de você amanhã há de ser outro dia Eu pergunto a você onde vai se esconder Da enorme euforia? Como vai proibir Quando o galo insistir em cantar? Água nova brotando E a gente se amando sem parar Quando chegar o momento Esse meu sofrimento Vou cobrar com juros. Juro! Todo esse amor reprimido, Esse grito contido, Esse samba no escuro Você que inventou a tristeza Ora tenha a fineza de "desinventar" Você vai pagar, e é dobrado, Cada lágrima rolada Nesse meu penar (Coro2) Apesar de você Amanhã há de ser outro dia. Ainda pago pra ver O jardim florescer Qual você não queria Você vai se amargar Vendo o dia raiar Sem lhe pedir licença E eu vou morrer de rir E esse dia há de vir antes do que você pensa Apesar de você (Coro3) Apesar de você Amanhã há de ser outro dia Você vai ter que ver A manhã renascer E esbanjar poesia Como vai se explicar Vendo o céu clarear, de repente, Impunemente? Como vai abafar Nosso coro a cantar, Na sua frente. Apesar de você (Coro4) Apesar de você Amanhã há de ser outro dia. Você vai se dar mal, etc e tal, Para ouvir acesse:http://www.youtube.com/watch?v= R7xRtSUunEY Slide 42 "Cálice" é uma canção escrita e interpretada por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973. Cálice – Chico Buarque e Gilberto Gil Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q Na canção percebe-se um elaborado jogo de palavras para despistar a censura da ditadura militar. A palavra-título, por exemplo, é cantado pelo coral que acompanha o cantor de forma a soar como um raivoso "Cale-se!". A canção teve sua execução proibida durante anos no Brasil. Na versão a seguir, Milton Nascimento canta os versos de Gil. Slide 43 Cálice Chico Buarque Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue...(2x) Como beber Dessa bebida amarga Tragar a dor Engolir a labuta Mesmo calada a boca Resta o peito Silêncio na cidade Não se escuta De que me vale Ser filho da santa Melhor seria Ser filho da outra Outra realidade Menos morta Tanta mentira Tanta força bruta... Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Como é difícil Acordar calado Se na calada da noite Eu me dano Quero lançar Um grito desumano Que é uma maneira De ser escutado Esse silêncio todo Me atordoa Atordoado Eu permaneço atento Na arquibancada Prá a qualquer momento Ver emergir O monstro da lagoa... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... De muito gorda A porca já não anda (Cálice!) De muito usada A faca já não corta Como é difícil Pai, abrir a porta Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálic Como beber Dessa bebida amarga Tragar a dor Engolir a labuta Mesmo calada a boca Resta o peito Silêncio na cidade Não se escuta De que me vale Ser filho da santa Melhor seria Ser filho da outra Outra realidade Menos morta Tanta mentira Tanta força bruta... Slide 44 Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... De muito gorda A porca já não anda (Cálice!) De muito usada A faca já não corta Como é difícil Pai, abrir a porta (Cálice!) Essa palavra Presa na garganta Esse pileque Homérico no mundo De que adianta Ter boa vontade Mesmo calado o peito Resta a cuca Dos bêbados Do centro da cidade... Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue... Talvez o mundo Não seja pequeno (Cale-se!) Nem seja a vida Um fato consumado (Cale-se!) Quero inventar O meu próprio pecado (Cale-se!) Quero morrer Do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!) Quero perder de vez Tua cabeça (Cale-se!) Minha cabeça Perder teu juízo (Cale-se!) Quero cheirar fumaça De óleo diesel (Cale-se!) Me embriagar Até que alguém me esqueça (Cale-se!) Slide 45 1973-1979 –A crise: o fim do “milagre” Slide 46 1973-1979 –A crise: o fim do milagre Crise externa A crise do petróleo Crise interna Esgotamento da capacidade de consumo da classe média Sobe o numero de carnets Fim da ilusãoIndústria Queima de estoque Aumento dos preços Diminui a capacidade produtiva ociosidade desemprego Nova força de trabalho subemprego Caos social marginalidade políciaviolência Slide 47 1973-1979 –A crise: o fim do milagre Slide 48 Classe Média Deixa de consumir Questiona o modelo 1974: voto na oposição Governo Duas táticas Crise política Crise econômica É preciso pagar os juros e as amortizações da dívida externa Slide 49 Crise econômica agricultura Incentivar o latifúndio : “exportar é o que importa” incentivos fiscais: isenção de impostos Mão de obra barata: “boias-frias” Destruição da pequena propriedade que produzia alimentos para o mercado interno: êxodo rural Aumento do preço dos alimentos Importação de alimentos: aumento da dívida indústria Isenção de impostos para exportação Começa a faltar dinheiro para o Estado Políticas sociais são afetadas Slide 50 Crise econômica solução Fabricar dinheiro: inflação Aumento de imposto da classe media: Letras do Tesouro e ORTN para os ricos comprarem. O rico só compra com juros altos: aumenta a dívida interna Temos que pagar a dívida externa e a dívida interna solução Emprestar mais para pagar juros da dívida externa Jogar mais letras do Tesouro no mercado Círculo financeiro da especulação Cigarro. Energia eletrica Imposto de renda Slide 51 Crise política 1970 Organização da sociedade civil Movimentos de reivindicação Comunidades Eclesiais de Base Movimento “custo de vida” Renascimento do movimento estudantil Sindicatos: ABC – novas lideranças Movimento dos camponeses Foros políticos de debates ABI OAB SBPC Igreja Táticas do governo 76 - Lei Falcão 77 – Pacote de Abril Slide 52 Crise política A repressão se empenha para desarticular a guerrilha urbana, prendendo, matando e torturando. 1971 1973 Golpe Militar no Chile: Pinochet 1974 Derrota da Guerrilha do Araguaia Eleição de senadores de oposição 1975 Morre Vladimir Herzog 1976 Terrorismo de direita 1977 Intensificam-se os movimentos da sociedade civil contra a ditadura Slide 53 1979-1984: Abertura e transição Slide 54 Segunda crise internacional Novo aumento do petróleo Aumento do juros internacionais Baixam os preços de matéria prima e produtos agrícolas Aumentam os preços da tecnologia e produtos industrializados Então– mais empréstimos – aumenta a dívida – aumenta o latifúndio para exportar Crise econômica Setembro de 1982 O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem fundos FMI – cartas de intenções Slide 55 1979: Anistia – movimento de toda a sociedade civil Crise Política Slide 56 Fim da década de 70. A pressão para uma abertura democrática no Brasil vem de todas as formas, mas é duramente reprimida. Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=6kVBq efGcf4 Havia os exilados, os presos, os torturados e o resto, que não tinha armas com que lutar contra o governo, embora também não pudesse continuar como estava. Isso só acabaria com a Lei da Anistia, sancionada no mesmo ano de criação da música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc – (a utopia e a esperança) que traz, em cada verso, um pequeno pedaço de cada batalha. Slide 57 Caía a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto Me lembrou Carlitos... A lua Tal qual a dona do bordel Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel E nuvens! Lá no mata-borrão do céu Chupavam manchas torturadas Que sufoco! Louco! O bêbado com chapéu-coco Fazia irreverências mil Pra noite do Brasil. Meu Brasil!... Que sonha com a volta Do irmão do Henfil. Com tanta gente que partiu Num rabo de foguete Chora! A nossa Pátria Mãe gentil Choram Marias E Clarisses No solo do Brasil...Mas sei, que uma dor Assim pungente Não há de ser inutilmente A esperança... Dança na corda bamba De sombrinha E em cada passo Dessa linha Pode se machucar... Azar! A esperança equilibrista Sabe que o show De todo artista Tem que continuar... Slide 58 Tô Voltando Composição: Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós Pode ir armando o coreto E preparando aquele feijão preto Eu tô voltando Põe meia dúzia de Brahma pra gelar Muda a roupa de cama Eu tô voltando Leva o chinelo pra sala de jantar Que é lá mesmo que a mala eu vou largar Quero te abraçar, pode se perfumar Porque eu tô voltando Dá uma geral, faz um bom defumador Enche a casa de flor Que eu tô voltando Pega uma praia, aproveita, tá calor Vai pegando uma cor Que eu tô voltando Faz um cabelo bonito pra eu notar Que eu só quero mesmo é despentear Quero te agarrar Pode se preparar porque eu tô voltando Põe pra tocar na vitrola aquele som Estréia uma camisola Eu tô voltando Dá folga pra empregada Manda a criançada pra casa da avó Que eu tô voltando Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar Telefone não deixa nem tocar Quero lá, lá, lá, ia, porque eu to voltando! Para ouvir acesse: http://www.youtube.com/watch?v=K a_l9wyY7vU Slide 59 1980: reforma partidária repressão às greves do ABC A questão da terra greve dos professores Crise política Slide 60 1981: Atentados da direita Atentado do Rio Centro Pacote eleitoral Crise política Slide 61 Crise política vitoria da oposição: Tancredo, Brizola, Montoro Greves de inúmeras categorias de trabalhadores 1982 1983 Fundação da CUT Slide 62 1984 Crise política Diretas Já MST 1985 Eleição de Tancredo Neves Slide 63 O final do governo militar de 1964 O fim do governo militar Em 8 de maio de 1985, o Congresso Nacional aprovou emenda constitucional que acabava com os últimos vestígios da ditadura. Slide 64 Vai passar nessa avenida um samba popular Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais Que aqui sangraram pelos nossos pés Que aqui sambaram nossos ancestrais Num tempo página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações Seus filhos erravam cegos pelo continente, levavam pedras feito penitentes Erguendo estranhas catedrais E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval, Vai passar nessa avenida um samba popular Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais Que aqui sangraram pelos nossos pés Que aqui sambaram nossos ancestrais Num tempo página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações Seus filhos erravam cegos pelo continente, levavam pedras feito penitentes Erguendo estranhas catedrais E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval, o carnaval, o carnaval Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos O bloco dos napoleões retintos e os pigmeus do boulevard Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar A evolução da liberdade até o dia clarear Ai que vida boa, ô lerê, ai que vida boa, ô lará O estandarte do sanatório geral vai passar Ai que vida boa, ô lerê, ai que vida boa, ô lará O estandarte do sanatório geral... vai passar Vai Passar Chico Buarque Composição: Chico Buarque e Francis http://www.youtube.com/watch?v=9A_JrsJF6mM Slide 65 Para ilustrar os acontecimentos da Ditadura Militar, veja os vídeos da TV Câmara, CONTOS DA RESISTÊNCIA. Slide 66 Episódio 1: Estudantes e Igreja O primeiro episódio de Contos da Resistência retrata a atuação de estudantes e da Igreja contra a ditadura militar. Relatos emocionantes de presos políticos e vítimas do regime marcam o documentário. Episódio 2: Congresso O segundo episódio da série Contos da Resistência enfoca as relações políticas entre Congresso Nacional e governos militares. O objetivo da série de documentários é esclarecer fatos políticos dos 20 anos de ditadura militar, iniciada em março de 1964, explicar como se davam as ações de poder e dominação do governo central, e como o Congresso foi, ao mesmo tempo, núcleo de resistência e caixa de ressonância dos desejos dos militares daquela época. Episódio 3: Artes e Imprensa Dando continuidade à série Contos da Resistência, o terceiro episódio trata da resistência nas artes e na imprensa no período da ditadura militar que vai de 1968 a 1979. Este período foi marcado principalmente pelo anúncio do Ato Institucional nº 5, o AI-5. Com ele se decretou a censura prévia em jornais, revistas, emissoras de TV e também nos espetáculos culturais de música, teatro, entre outros. Episódio 4: Movimento Sindical O quarto episódio da série conta como operários e líderes sindicais da região do ABC Paulista resistiam à falta de liberdade e se organizavam por melhores salários e condições de vida. O programa mostra a trajetória dos metalúrgicos: da alienação política à campanha pelas eleições diretas em 1984 e como a batalha por melhores salários resultou na luta pela redemocratização do Brasil. Histórias dramáticas e curiosas de operários anônimos e líderes reconhecidos. Acesse http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=CONT OS-DA-RESISTENCIA&selecao=MATDATA&programa=90 Slide 67 Bibliografia sobre a Ditadura Militar no Brasil Slide 68 Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964- 1985 Autor: Imprensa Oficial Editora: Imprensa Oficial SP 1968: O Diálogo É a Violência - Movimento Estudantil e Ditadura Militar no Brasil Autor: Vale, Maria Ribeiro do Editora: Unicamp Brasil - 1964 / 1968 - A Ditadura Já Era Ditadura Autor: Silva, Marcos Editora: LCTE Memória Política, Repressão e Ditadura no Brasil Autor: Ansara, Soraia Editora: Jurua A Ditadura Militar no Brasil - Repressão e Pretensão de Legitimidade 1964-1984 Autor: Rezende, Maria José de Editora: Eduel A Ditadura no Brasil - Coleção Por Dentro da História Autor: Caldevilla, Vinicius; Loconte, Wanderley Editora: Saraiva Slide 69 A Resistência da Mulher à Ditadura Militar no Brasil Autor: Colling, Ana Maria Editora: Rosa dos Tempos Desarquivando a Ditadura - Memória e Justiça no Brasil - 2 Volumes Autor: Santos, Cecilia MacDowell; Teles, Edson; Teles, Janaína de Almeida Editora: Hucitec Fatos da Ditadura Militar no Brasil - Coleção Temas Brasileiros Autor: S., Frederico de Editora: Martins Editora História Indiscreta da Ditadura e da Abertura - Brasil: 1964 - 1985 Autor: Couto, Ronaldo Costa Editora: Record OAB X Ditadura Militar - A História de um Período Difícil para as Instituições Democráticas no Brasil Autor: Souza Filho, Cid Vieira de Editora: Quartier Latin Slide 70 Ditadura militar, esquerdas e sociedade Autor: Reis Filho, Daniel Aarão Editora: J. Zahar O fim da Ditadura Militar Autor: Kucinski, Bernardo Editora: Contexto Carlos Marighella: o inimigo número um da ditadura militar Autor: José, Emiliano Editora: Sol & Chuva A Caixa-preta do Golpe de 64 Autor: Bastos, Paulo de Mello Editora: Família Bastos A Ditadura Militar no Brasil – Coleções Caros Amigos - Doze fascículos Slide 71 O Golpe de 64 e a Ditadura Militar - Coleção Polêmica Autor: Chiavenato, Júlio José Editora: Moderna O Governo Goulart e o Golpe 64 - Coleção Tudo é História Autor: Toledo, Caio Navarro de Editora: Brasiliense Propaganda e Cinema a Serviço Golpe 1962/64 Autor: Assis, Denise Editora: Mauad Slide 72 Ação Libertadora NacionalAção Libertadora Nacional (ALN) Comando de Libertação NacionalComando de Libertação Nacional (COLINA) Movimento Nacionalista Revolucionário - MNRMNR Movimento de Libertação Popular - MolipoMolipo Movimento Revolucionário 8 de OutubroMovimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8] Partido Comunista Brasileiro - PCBPCB Partido Comunista Brasileiro RevolucionárioPartido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) Partido Operário ComunistaPartido Operário Comunista- (POC) Política OperáriaPolítica Operária- POLOPPOLOP VAR-Palmares Vanguarda Popular RevolucionáriaVanguarda Popular Revolucionária (VPR, VAR-P ou VAR-PAL) Organizações armadas contra o regime militar Slide 73 Instituto de Pesquisas e Estudos SociaisInstituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) Instituto Brasileiro de Ação DemocráticaInstituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) Campanha da Mulher pela DemocraciaCampanha da Mulher pela Democracia (Camde) - financiada pelo IPES União Cívica FemininaUnião Cívica Feminina (UCF) - sob orientação do IPES Associação dos Dirigentes Cristãos de EmpresasAssociação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (Adce) - ligada ao IPES Movimento AnticomunistaMovimento Anticomunista (MAC) - formado por universitários Frente da Juventude DemocráticaFrente da Juventude Democrática - formada por estudantes anticomunistas radicais Comando de Caça aos ComunistasComando de Caça aos Comunistas (CCC) - formado por estudantes anticomunistas radicais Principais movimentos de direitadireita Slide 74 Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964 Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)Comando Geral dos Trabalhadores Pacto de Unidade e AçãoPacto de Unidade e Ação (PUA) - aliança intersindical União Nacional dos EstudantesUnião Nacional dos Estudantes (UNE) Ação PopularAção Popular (católicos de esquerda) Instituto Superior de Estudos BrasileirosInstituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) - reunindo intelectuais de esquerda Frente de Mobilização PopularFrente de Mobilização Popular (FMP) - liderada por Leonel Brizola União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil Ligas Camponesas Principais movimentos de esquerda Slide 75 Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil Slide 76 Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) – Sobre a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Um cidadão comum é tomado por guerrilheiro, é preso e torturado. Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a repressão para-militar do período Lamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária, abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia. Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção: Eduardo Coutinho) – O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas Slide 77 Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito ex- prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a ditadura militar. Zuzu Angel (2006, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – sobre Zuleika Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu corpo. Araguaya A conspiração do silêncio – A conspiração do silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados. 105 min. Slide 78 Batismo de Sangue (2005, Brasil, direção: Helvécio Ratton) – Com base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara, prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110 “Golpe de 64 ” - de Fernando Morais Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64. Slide 79 “Marighella –Retrato Falado do Guerrilheiro” de Silvio Tendler Conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do "Manual do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90 anos. " O que é isso companheiro ?" de Bruno Barreto Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. Ato de Fé – Angelo Rampazzo, 2004 - O filme narra fatos já bem conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário, sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua relação com Carlos Marighela. Slide 80
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Report "CINEMA, MÚSICA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Professor Arnaldo Lemos Filho (Adaptado) http://www.google.com.br/url?url=http://sociologial.dominiotempo."