ESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS Análise Mensal 14 de Janeiro de 2014 Mercados Financeiros Paula Gonçalves Carvalho Agostinho Leal Alves Nuno André Coelho Teresa Gil Pinheiro 2014: ANO DE RETOMA O cenário para 2014 afigura-se prometedor, assente na aceleração do crescimento dos EUA, regresso à expansão (ainda que ligeiro) na zona euro, crescimento confortável no Reino Unido e no Japão. Os mercados emergentes enfrentarão um ambiente externo menos favorável, nomeadamente as economias mais dependentes de fundos externos, dada a trajectória esperada para a política monetária e a expectativa de que em 2014/15 comece a reduzir-se o amplo lençol de liquidez no sistema financeiro global. Este pode ser um risco para o equilíbrio global dado o peso que este grupo de países assume no PIB mundial. No mercado cambial, o euro manter-se-á suportado enquanto a liquidez disponível no sistema continuar a estreitar. Tendência que não favorece a retoma da UEM e que poderá mesmo servir de mote para introdução de novas medidas de cariz acomodatício na região. Em contrapartida, o dólar, que se apreciou em termos médios efectivos ao longo de 2013 (apesar de ter recuado face ao euro), poderá ser adversamente afectado pelas tendências que se antecipam nos fluxos financeiros (as entradas de capitais têm decepcionado e, num cenário de mais crescimento, o saldo da balança corrente tenderá a deteriorar-se) e também pela perspectiva em relação à política monetária e taxas de juro: não se antecipa tão cedo um aumento das taxas de juro reais. Neste contexto, poder-se-á assistir ao teste de máximos na cotação EUR/USD ao longo do primeiro semestre, num intervalo largo, em torno de 1.37. O cariz acomodatício da política monetária manter-se-á nos países desenvolvidos, nomeadamente nos EUA e UEM. Efectivamente, ainda é cedo para perspectivar um regresso à normalização, atendendo, aos desequilíbrios que persistem. A Reserva Federal iniciará a redução de injecção de liquidez em Janeiro, ao ritmo anunciado, e a eventual aceleração do passo estará dependente da verificação de sinais concretos de robustez na economia real (realçamos a importância da tendência da taxa de participação no mercado de trabalho). Por sua vez, o BCE admite a possibilidade de adoptar novas medidas, convencionais ou não. A sua concretização estará dependente dos progressos em retornar a um ambiente financeiro menos fragmentado e do andamento dos indicadores de crescimento e preços. As tendências observadas no início do ano - acesso de empresas da periferia aos mercados de dívida, apetência por dívida soberana dos periféricos e redução do custo de financiamento dos bancos - apontam para a manutenção do actual enquadramento. Todavia, a liquidez no sistema continua a encolher e a evolução cambial configura uma envolvente mais restritiva, sugerindo a possibilidade de introdução de novas medidas. As taxas de juro de longo prazo nos mercados de referência deverão manter a tendência de aumento ligeiro ao longo de 2014, mais significativo nos US Treasuries (10 anos em 3.5% no final do ano) e mais suave nas taxas de benchmark do euro (2.75%). A envolvente de crescimento em aceleração, mas inferior aos valores históricos, persistência de folgas na actividade produtiva e ausência de riscos de inflação, justifica este cenário. No entanto, a sua concretização estará dependente de que se mantenha a firme convicção de que a Reserva Federal não irá antecipar o momento de efectivo aumento dos juros (actualmente esperado para meados/finais de 2015). Nos mercados da periferia europeus, parecem estar reunidas as condições para que o movimento de estreitamento de spreads se consolide, pese embora os riscos políticos reconhecidos. A performance esperada nos mercados de activos com maior risco de investimento associado, designadamente as acções, constitui uma das principais incógnitas para 2014, sobretudo nos EUA, onde em 2013, o mercado registou uma das maiores apreciações de sempre, na casa dos 30%. Por um lado, várias métricas apontam para uma situação de sobre-valorização. Em contrapartida, há também argumentos que justificam optimismo: o crescimento mais sincronizado global tenderá a favorecer o sector empresarial, sustentando um cenário de crescimento dos resultados; a expectativa de manutenção das taxas de juro em níveis baixos e de continuidade das políticas salariais cautelosas, favorece também a situação financeira das empresas; finalmente, o cenário de ampla liquidez, baixa inflação ou receios de deflação e crescimento ainda tímido, sugere a persistência da tendência bulish para estes activos. BPIBPIBPIBPIBPI 2014: ANO DE RETOMA O que pode correr mal em 2014? Esta é a principal interrogação a colocar no início de um ano em que a maior parte das previsões tem um carácter optimista. É um facto que depois do acordo entre Democratas e Republ icanos para a pol í t ica orçamental nos próximos dois anos, a economia norte-americana está agora mais apta a regressar ao seu papel de motor da economia global. Acresce que os EUA são precursores no processo de desalavancagem, pelo que o sector privado se afigura capaz de desempenhar também o seu papel de alavanca. Em contrapartida, a melhoria da actividade parece estar a assentar primordialmente no efeito r iqueza gerado pela valor ização significativa dos mercados de acções. Este poderá ser um desafio importante em 2014, sobretudo quando estes efeitos se concentraram numa fatia diminuta da população, retirando algum do potencial de estímulo ao crescimento. Na Europa, os desafios continuam a ser de ordem política, desta vez relacionados com os resultados das eleições para o Parlamento Europeu e os avanços na concretização da União Bancária. Nos mercados financeiros, as políticas monetárias divergentes, consentâneas com real idades macroeconómicas distintas e necessidades de actuação no âmbito de políticas económicas também diferentes, serão o principal desafio. Até agora os bancos centrais têm sido bem sucedidos na sua política de comunicação: as políticas monetárias, sobretudo nos EUA e Reino Unido, continuarão a privilegiar o crescimento e dependem do andamento da informação económica. Na ausência de perturbações inesperadas, as actuais tendências deverão manter-se: aumento da inclinação das curvas de rendimentos (sobretudo nos EUA, com os 10 anos acima de 3%), com prazos mais curtos ancorados; mercados de acções progressivamente assentes nos fundamentos; commodities podem continuar a ressentir-se num ambiente de menor liquidez tendencial e crescimento global ainda tépido. DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS Paula Gonçalves Carvalho Economista Chefe Teresa Gil Pinheiro Nuno André Coelho Luísa Teixeira Felino ANÁLISE TÉCNICA Agostinho Leal Alves Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94 Email:
[email protected] www.bancobpi.pt www.bpiinvestimentos.pt/Research ÍNDICE Pág. Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 03 Principais Mercados: Recomendações 04 ECONOMIAS ECONOMIA GLOBAL - O QUE PODE CORRER MAL? 05 EUA - EM FUGA DA ARMADILHA DE LIQUIDEZ 06 ZONA EURO - PERSPECTIVAS DE RETORNO A CRESCIMENTO 09 PORTUGAL - 2014 UM ANO DECISIVO 11 ESPANHA - 2014 INÍCIO DO CICLO DE CRESCIMENTO 14 ÁFRICA SUBSARIANA - CENÁRIO OPTIMISTA EMBORA RISCOS NEGATIVOS PERSISTAM 16 ÁFRICA DO SUL - CRESCIMENTO ANÉMICO ACENTUA VULNERABILIDADE A CHOQUES EXTERNOS 17 ANGOLA - EXECUÇÃO ORÇAMENTAL E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO PENALIZAM CRESCIMENTO EM 2013 18 MOÇAMBIQUE - INCERTEZA POLÍTICA ADICIONA INCERTEZA AO CICLO DE CRESCIMENTO RÁPIDO 20 MERCADOS MERCADO CAMBIAL AS ACTUAIS TENDÊNCIAS PODEM NÃO SERVIR PARA 2014 22 INVESTIDORES AINDA CÉPTICOS PODEM NÃO REGRESSAR DE IMEDIATO 24 MERCADO MONETÁRIO ÂNCORA DOS BANCOS CENTRAIS MANTÉM-SE EM 2014 26 MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA PENALIZADO EM 2014 28 MERCADO DE DÍVIDA DIVERSA PROCURA POR RETORNO CONTINUARÁ A FAVORECER O MERCADO 30 MERCADOS ACCIONISTAS DEPOIS DE UM ANO FANTÁSTICO, UM ANO NORMAL? 31 MERCADO DE COMMODITIES PESANDO A OFERTA E PROCURA PREVISTAS, OS PREÇOS DEVERÃO MANTER-SE ESTÁVEIS 33 PREVISÕES Economias Desenvolvidas Mercados Emergentes Previsões Económicas do BPI 35 Taxas de Câmbio Taxas de Juro 36 Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 27 Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Juro dos Mercados Emergentes 38 BASES DE DADOS 39 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 3 Pe rs pe ct iv as G ob ai s e Pr in ci pa is F ac to re s de R is co Pe rs pe ct iv as G lo ba is Fa ct or es d e Ri sc o Gl ob al EU A Ja pã o Z. E ur o R. U ni do Po rt ug al Am ér ic a La ti na Áf ri ca Su bs ar ia na . E m 2 01 3, s eg un do o F MI , o m un do te rá c re sc id o 2. 9% , p od en do a ce le ra r 3. 6% e m 2 01 4, b en ef ici an do d e po lít ica s ec on óm ica s fa vo rá ve is ao c re sc im en to , de a m pl a liq ui de z e te or m ai s ac om od at íci o na p ol íti ca or ça m en ta l, so br et ud o no s EU A, m as t am bé m e m e co no m ia s do e ur o. A C hi na p ar ec e re gi st ar e st ab ili za çã o da su a ta xa d e cr es cim en to e m n ív ei s e le va do s, su ge rin do su ce ss o da s a ut or id ad es e m p ro ss eg ui r o re eq ui líb rio do s pr in cip ai s m ot or es d e cr es cim en to , a fa vo r da p ro cu ra in te rn a. . E m 2 01 3 o cr es cim en to a nu al s itu ar -s e- á em to rn o de 1 .7 % . A a ct iv id ad e ec on óm ica fo i c on di cio na da p el o pe nd or r es tri tiv o da p ol íti ca o rç am en ta l g ra ça s à ac tu aç ão d o “S eq ue st ro ”. A re co m po siç ão d os b al an ço s da s fa m íli as e a um en to d a po up an ça r es tri ng iu t am bé m o c on su m o pr iv ad o e lim ito u a ex pa ns ão d o pr od ut o. . Em 2 01 4, a nt ec ip a- se a ce le ra çã o do c re sc im en to p ar a ní ve is em t or no d e 2. 5% . Os p rin cip ai s m ot or es se rã o o m en or g ra u de r es tr içã o da p ol íti ca o rç am en ta l e a m el ho ria c on tin ua da d a pr oc ur a pe lo s ec to r pr iv ad o. . A a do pç ão d e po lít ica s fis ca is e m on et ár ia s ex pa ns io ni st as r ef le ct iu -s e na c on st ru çã o de u m c en ár io a m ig o do c re sc im en to . E m 2 01 3, a e co no m ia d ev er á te r cr es cid o em t or no d e 2% . . E m 2 01 4, a n ec es sid ad e de re tir ad a de a lg un s es tím ul os , n om ea da m en te n o ca m po d a po lít ica fi sc al d ev er á re du zir a a m pl itu de d e cr es cim en to d a ec on om ia n ip ón ica p ar a ní ve is pr óx im os d e 1. 2% . . O p en do r m en os re st rit iv o da p ol íti ca o rç am en ta l e m el ho ria s na e nv ol ve nt e fin an ce ira , c om s in ai s de m ai or di sp on ib ili da de p ar a co nc es sã o de f in an cia m en to p el as in st itu içõ es b an cá ria s e m od er aç ão d os c us to s de fin an cia m en to , j us tif ica m o c en ár io m ai s fa vo rá ve l p ar a 20 14 -1 5. To da vi a, o ri tm o de e xp an sã o se rá re du zid o, já q ue p er sis te a n ec es sid ad e de c or re cç ão d e de se qu ilí br io s lim ita tiv os d o cr es cim en to d a pr oc ur a in te rn a. An te cip a- se a ss im , u m c re sc im en to d e 0. 9% e m 2 01 4, a ce le ra nd o pa ra 1 .5 % e m 2 01 5. . A e vo lu çã o da a ct iv id ad e ec on óm ica c on tin ua a s ur pr ee nd er p el a po sit iva . O s in di ca do re s de a ct iv id ad e, d e co nf ia nç a e ex pe ct at iv as d os c on su m id or es e p ar tic ul ar es s ug er em q ue o c re sc im en to d a ec on om ia d ev er á m an te r- se s ól id o. . A t ax a de d es em pr eg o de sc eu p ar a 7. 4% . A pe sa r de s er u m n úm er o ai nd a el ev ad o, a m ai or p ar tic ip aç ão la bo ra l, o fo rte c re sc im en to d o em pr eg o e a qu ed a do s pe di do s de s ub síd io d e de se m pr eg o sã o co ns ist en te s co m u m a só lid a re cu pe ra çã o do m er ca do d e tra ba lh o. . O PI B ca iu e m t or no d e 1. 6% e m 2 01 3, m en os d o qu e o es pe ra do , be ne fic ia nd o de m en or r itm o de co nt ra cç ão d a pr oc ur a in te rn a pr iv ad a e a co nt in ua çã o de u m a bo a pe rfo rm an ce d as e xp or ta çõ es d e be ns e se rv iço s. 2 01 4 se rá m ar ca do p el o re to rn o a um c en ár io d e ex pa ns ão d a ac tiv id ad e, a in da q ue m od er ad a (0 .5 % ). O am bi en te d e fin an cia m en to m en os re st rit iv o, a e st ab ili za çã o do m er ca do d e tra ba lh o e a pe rfo rm an ce da s ex po rta çõ es , s ão e le m en to s ch av e pa ra a c on cr et iza çã o de st e ce ná rio . . E m 2 01 4 te rm in a o Pr og ra m a de A ss ist ên cia E co nó m ica e F in an ce ira , s en do q ue o c en ár io B PI a po nt a pa ra a tra ns içã o pa ra u m a so lu çã o as se nt e no f in an cia m en to d o Es ta do n o m er ca do p rim ár io, p os siv el m en te a o ab rig o de u m p ro gr am a ca ut el ar . . E m 2 01 3, a a ct iv id ad e ec on óm ica fi co u lim ita da p or c on di çõ es m en os fa vo rá ve is, p or e xe m pl o o pr eç o m ai s ba ixo d as c om m od iti es e c on st ra ng im en to s ao n ív el d as in fra -e st ru tu ra s ex ist en te s, d e ac or do c om o F MI . . A s pe rs pe ct iv as p ar a 20 14 , s ão fa vo rá ve is, n a m ed id a em q ue o s re sp ec tiv os s ec to re s ex po rta do re s te nd er ão a ex pa nd ir a ac tiv id ad e, b en ef ici an do d e m ai or p ro cu ra p or p ar te d as e co no m ia s de se nv ol vi da s. T od av ia , a pe rfo rm an ce d ep en de rá d as c ar ac te rís tic as d e ca da e co no m ia , po de nd o as m ai s de pe nd en te s de c ap ita is ex te rn os ( Br as il) d ep ar ar -s e co m u m a m bi en te m ai s ad ve rs o pó s in íci o da r et ira da p el a Re se rv a Fe de ra l. . O c re sc im en to e co nó m ico m an té m -s e ro bu st o e el ev ad o gu ia do e m p ar te p or fl ux os d e ca pi ta l e st ra ng ei ro or ie nt ad os p ar a se ct or es d e ex pl or aç ão d e re cu rs os m in er ai s e pa ra o d es en vo lv im en to d e in fra -e st ru tu ra s, ap es ar d e pe rs ist ire m c on st ra ng im en to s in te rn os e m v ár io s pa íse s. . Em 2 01 4, o c re sc im en to d a ec on om ia d ev er á ta m bé m b en ef ici ar d e um m el ho r co nt ex to e xt er no p ar a as ex po rta çõ es . E xi st em ta m bé m re fo rm as e st ru tu ra is em c ur so q ue d ev er ão s er re sp on sá ve is pe lo a um en to d o cr es cim en to p ot en cia l e m d et er m in ad os p aí se s, d es ta ca nd o- se o p la no e ne rg ét ico n a Ni gé ria . . Na s ec on om ia s de se nv ol vi da s sã o pr in cip al m en te d e na tu re za p ol íti ca e c on ce nt ra do s na U EM . O m ai or es fo rç o de c on so lid aç ão o rç am en ta l e d e re aj us ta m en to e st ru tu ra l e m e co no m ia s da p er ife ria p od e tra du zir - se e m c re sc im en to d e fo rç as p ol íti ca s m ai s ra di ca is. . As e co no m ia s em er ge nt es m ai s de pe nd en te s de fu nd os e xt er no s, p od er ão e nf re nt ar m ai or d ifi cu ld ad e de fin an cia m en to , da da a t ra je ct ór ia e sp er ad a pa ra a p ol íti ca m on et ár ia . . N os p ró xi m os d oi s a no s, o p ro ce ss o de re tir ad a de e st ím ul os p el a Re se rv a Fe de ra l p od er á or ig in ar p er tu rb aç õe s no s m er ca do s f in an ce iro s, co m im pa ct o na e co no m ia re al e n a co nf ia nç a do s a ge nt es e co nó m ico s. A ct ua lm en te as e xp ec ta tiv as d e au m en to d os ju ro s pe lo b an co c en tr al d os E UA e st ão d e ac or do c om o c al en dá rio s ug er id o pe la R es er va F ed er al ( a pa rti r de m ea do s de 2 01 5) . . R isc os p ar a o cr es cim en to s ão n eg at iv os e p re nd em -s e co m o e fe ito n o co ns um o pr iva do d a su bi da d a ta xa de im po st o pr oj ec ta da p ar a 20 14 ; . U m a um en to p ou co s ig ni fic at iv o da r es pe ct iva t ax a cr ia rá u m p ro bl em a de c on fia nç a na c ap ac id ad e da s au to rid ad es r ed uz ire m o d es eq ui líb rio o rç am en ta l. . Em s en tid o de sc en de nt e sa lie nt a- se r isc os a ss oc ia do s à el ei çõ es E ur op ei as e m M ai o, c as o fo rç as p ol íti ca s m ai s ra di ca is ga nh em t er re no , p on do e m c au sa o p ro ce ss o de c on st ru çã o da a rq ui te ct ur a do e ur o. . Em s en tid o as ce nd en te d es ta ca -s e a po ss ib ili da de d e qu e o in ve st im en to , qu e so fre u um a fo rt e qu ed a de sd e 20 07 , p os sa te r u m a pe rfo rm an ce m ai s f av or áv el , b en ef ici an do d a re du çã o da in ce rte za e d a ne ce ss id ad e de s ub st itu içã o de e qu ip am en to s. . A s ub id a do s pr eç os n a ha bi ta çã o pa re ce in di cia r a fo rm aç ão d e um a bo lh a ne ss e m er ca do q ue p od er á le va r a um a pe rto d a po lít ica m on et ár ia m ai s ce do d o qu e o an te cip ad o. D a m es m a fo rm a, a r áp id a re du çã o da ta xa d e de se m pr eg o no s úl tim os m es es c on tri bu i p ar a le va nt ar r ec ei to s so br e a es ta bi lid ad e do n ív el d e pr eç os g er al . D e fa ct o, os ri sc os d e in fla çã o pe rs ist em e p od em in flu en cia r a s ex pe ct at iv as p ar a a ev ol uç ão d o ní ve l d e pr eç os n o m éd io -p ra zo , o q ue c on di cio na ria a e vo lu çã o da p ol íti ca m on et ár ia . . Es tã o so br et ud o as so cia do s ao f in al d o PA EF e à t ra ns içã o pa ra u m n ov o m od el o de f in an cia m en to d o Es ta do , a ss en te n o re cu rs o ao m er ca do . O a nd am en to d as e co no m ia s ex te rn as c on st itu i u m fa ct or d e ris co ad ici on al , p ar a al ém d os fa ct or es d e na tu re za p ol íti ca , a ss oc ia do s s ob re tu do a o re su lta do d as e le içõ es e ur op ei as em a lg un s pa íse s m ai s fra gi liz ad os p ol iti ca m en te . . Ri sc os p ar a o cr es cim en to s ão n eg at iv os e r el ac io na m -s e co m a in ce rt ez a e vo la til id ad e no s m er ca do s fin an ce iro s e po ss íb ili da de d e re du çã o do s flu xo s de c ap ita l d ire cc io na do s pa ra e st as e co no m ia s de riv ad a de um a su bi da d as ta xa s d e ju ro n as e co no m ia s d es en vo lv id as . . . O co m po rta m en to se rá d ife re nc ia do , d ep en de nd o da s c ar ac te rís tic as in trí ns ec as d e ca da re gi ão , n um a m bi en te de r et om a da a ct iv id ad e in du st ria l g lo ba l, pr eç os d as c om m od iti es c on tid os e a m bi en te f in an ce iro m en os ac om od at íci o no m un do d es en vo lv id o. . O s ris co s pr en de m -s e pr in cip al m en te c om r ed uç ão d os e st ím ul os m on et ár io s da R es er va F ed er al d os E UA , qu e po de rá a fe ct ar n eg at iva m en te o s f lu xo s d e ca pi ta l p ar a as e co no m ia s m ai s v ul ne rá ve is a ch oq ue s e xt er no s, no m ea da m en te a Á fri ca d o Su l, de sv al or iza nd o as s ua s m oe da s e cr ia nd o in st ab ili da de s ob re o s ist em a fin an ce iro . A re ac çã o do s m er ca do s à re du çã o do s e st ím ul os p od er á ta m bé m d ifi cu lta r o s p la no s p ar a em iss õe s de d ív id a in te rn ac io na l e m v ár io s pa íse s da r eg iã o. . O c re sc im en to p ot en cia l p er m an ec e em m ui to s pa íse s lim ita do p el a a au sê nc ia d e re fo rm as e st ru tu ra is qu e re so lv am n ec es sid ad es d e in fra -e st ru tu ra s e re de s ro do vi ár ia s e pe la b ai xa q ua lif ica çã o e el ev ad a po br ez a da s po pu la çõ es . 4 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 Pr in ci pa is R ec om en da çõ es e F ac to re s de R is co Re co m en da çõ es Fa ct or es d e Ri sc o M . C am bi al M . M on et ár io Di v. P úb . Dí v. D iv . Ac çõ es Co m m od iti es . O d es en ho d e um n ov o ci cl o em 2 01 4 po de rá t ra ze r al te ra çõ es n os m ov im en to s da s m oe da s, co m pa ra tiv am en te à s te nd ên cia s de fin id as e m 2 01 3. N a UE M , o es tr ei ta m en to d a liq ui de z ex ce de nt ár ia co nf er e um s up or te s ig ni fic at iv o ao e ur o ne st e in íci o do n ov o an o, n ão o bs ta nt e as p ro m es sa s do P re sid en te do B CE s ob re n ov as m ed id as d e es tím ul o. N os E UA , o a fu ni la m en to e m p er sp ec tiv a da li qu id ez e u m a m ai or ro bu st ez n o m er ca do d e tra ba lh o, d ev em c ria r pr es sã o de s ub id a do s ju ro s no m er ca do , m ai s ta rd e. A ss im , no s pr im ei ro s m es es p od er em os v er o E UR /U SD e vo lu ir de f or m a m ai s la te ra l, pr óx im o do s m áx im os d e 20 13 , e te nd o co m o re fe rê nc ia m ín im a os 1 .3 2, d ev en do p riv ile gi ar -s e po siç õe s lo ng as e m d ól ar es . C om u m a pr og re ss ão m ai s rá pi da d o ta pe rin g, p os siv el m en to n o fin al d o an o, o E UR /U SD p od er á sit ua r-s e en tre 1 .2 8 e 1. 30 . A lib ra d ev er á m an te r um a pr oc ur a fir m e, t en do c on qu ist ad o a co nf ia nç a do s in ve st id or es . Po r se u tu rn o, o ie ne te m c on di çõ es p ar a se m an te r de bi lit ad o, p od en do o U SD /J PY c he ga r ao s 11 0 ie ne s po r dó la r. . A s ta xa s Eu rib or e st ab ili za ra m fa ce à t en dê nc ia d e su bi da r eg ist ad a ao lo ng o de D ez em br o, m an te nd o- se em n ív ei s m áx im os d es de S et em br o. E st e au m en to e st á em c er ta m ed id a re la cio na do c om o fe ch o de p os içõ es ca ra ct er íst ico d o fin al d o an o m as t am bé m c om a r ed uç ão d o ex ce ss o da li qu id ez n a re gi ão . Ap es ar d a pe rs pe ct iva d e m el ho ria e co nó m ica d a re gi ão , o B CE t em m an tid o um t om a co m od at íci o, s ug er in do q ue a s ta xa s d ev er ão p er m an ec er p ró xi m as d e ze ro a in da p or u m lo ng o pe río do d e te m po . C on tin ua m os a re co m en da r o fin an cia m en to a p ra zo s cu rt os ( te nd o po r ba se a s pe rs pe ct iv as p ar a as t ax as d e m er ca do m on et ár io ) at en de nd o à es tru tu ra a ct ua l d a cu rv a de r en di m en to s de c ur to p ra zo . . Q ua nd o se tr at a da d ec isã o de a pl ica çã o de fu nd os , r ec om en da m -s e ap lic aç õe s de m éd io /lo ng o- pr az o co m o ob je ct iv o de a pr ov ei ta r o pr ém io d e im ob ili za çã o de c ap ita l i m pl íci to n as t ax as d as m at ur id ad es m ai s lo ng as . . A s ub id a da s yi el ds o bs er va da e m 2 01 3, tr ad uz iu u m c en ár io m ai s fa vo rá ve l p ar a o cr es cim en to , a re du çã o de r isc os d isr up to re s e ex pe ct at iv as d e ev ol uç ão d a po lít ica m on et ár ia n os p rin cip ai s ba nc os c en tra is. E m 20 14 , an te cip a- se a m an ut en çã o do m ov im en to d e su bi da d as y ie ld s. N os E UA , o m ov im en to s er á m ai s ac en tu ad o, a nt ec ip an do -s e a po ss ib ili da de d e qu e no p ra zo d e um a no , a s ta xa s do s tre as ur ie s a 10 a no s se sit ue m e m t or no d os 3 .5 % -4 % . Na U EM , as y ie ld s sit ua r- se -ã o nu m in te rv al o en tre 2 .5 % -3 % n o m es m o pr az o. . A d ív id a do s pa íse s da p er ife ria c on tin ua rá a b en ef ici ar d a pr oc ur a de re nt ab ili da de , n um c en ár io d e ba ix as ta xa s de ju ro , m as t am bé m d a co rr ec çã o de d es eq ui líb rio s m ac ro ec on óm ico s. . E m 2 01 4, o m er ca do d e dí vi da d ive rs a m an te r- se -á d in âm ico , b en ef ici an do d a pe rm an ên cia d e um a m bi en te de a bu nd an te li qu id ez , d e ba ix as ta xa s de ju ro e d e fo rta le cim en to d os b al an ço s da s em pr es as . N um c en ár io m ai s po sit iv o pa ra o c re sc im en to e m ar ca do p or re du çã o da in ce rte za , a nt ec ip a- se u m a um en to d a ac tiv id ad e na á re a da s fu sõ es e a qu isi çõ es , da nd o su po rt e ao m er ca do . Os a ct iv os c om m en or q ua lid ad e de ve rã o co nt in ua r a be ne fic ia r da p ro cu ra d e re nt ab ili da de p or p ar te d os in ve st id or es , m as o r itm o de e m iss õe s de ve rá a br an da r fa ce a 2 01 3, já q ue o s pr eç os p ra tic ad os s e tê m v in do a r ed uz ir. . D ep oi s de u m 2 01 3 co m v al or iza çõ es b ol sis ta s ex pr es siv as , e sp er a- se u m a no p os iti vo e m 2 01 4, m as m ai s m od er ad o. P ar a al ém d o fu lg or in ici al d a no rm al r ec om po siç ão d as c ar te ira s po r in st itu cio na is e fu nd os pr iv ad os , o am bi en te e co nó m ico -fi na nc ei ro m os tra -s e ag or a re no va do c om b oa s ex pe ct at iv as f ut ur as . A Eu ro pa , em p ar tic ul ar , te m u m p ot en cia l d e cr es cim en to s up er io r de vi do a o fa ct o de a m ai or ia d os s eu s ín di ce s ai nd a es ta r l on ge d e an ul ar a s cr ise s bo lsi st as d e 20 08 e d e 20 00 . D ev em -s e pr iv ile gi ar s ec to re s qu e so fre ra m s ig ni fic at iv as r ee st ru tu ra çõ es n os ú lti m os d oi s an os e /o u qu e ap re se nt am p re se nt em en te u m im po rta nt e pl an o de in ve st im en to p ar a 20 14 e a no s vi nd ou ro s, a br in do p er sp ec tiv as d e m ai s cr es cim en to : te cn ol óg ica s, in dú st ria s, f in an ce ira s, s aú de , m at er ia is e ut ilit ie s. . V ár io s a sp ec to s c on co rr em p ar a um a re la tiv a es ta bi lid ad e do s p re ço s e m 2 01 4: o m un do te rá u m a pe rfo rm an ce ec on óm ica m el ho r, m as n ão t ão c at eg ór ica c om o se p re vi a há a lg un s m es es a trá s, n om ea da m en te a o ní ve l da s ec on om ia s em er ge nt es ; a nã o ex ist ên cia d e sig ni fic at iv os c on st ra ng im en to s do la do d a of er ta , h av en do m es m o um a pe rs pe ct iva d e ab un dâ nc ia , r et ira m p re ss ão d e su bi da d e pr eç os ; a po ss ib ili da de d e ap re cia çã o do d ól ar d im in ui rá ig ua lm en te o r isc o de e sc al ad a do s pr eç os d as m at ér ia s- pr im as . . A ev ol uç ão d o pr oc es so d e ta pe rin g ag or a in ici ad o pe la F ed . Va i s er " na ve ga çã o à vi st a" d e ac or do c om a ev ol uç ão d a ac tiv id ad e ec on óm ica e m g er al , d o m er ca do d e tra ba lh o em p ar tic ul ar. .N a Eu ro pa , a in da h á m ui ta ca ut el a no s di sc ur so s da s au to rid ad es , q ue a co m pa nh a a le nt id ão d e co ns tru çã o de to da a e st ru tu ra q ue a ju da a fo rta le ce r o e ur o co m o m oe da m ad ur a e cr ed ív el . N ão s e de sc ar ta a p os sib ilid ad e de n ov as m ed id as d e es tím ul o, en fra qu ec en do a m oe da , c as o a su a ap re cia çã o po nh a em c au sa a m el ho ria d a te nd ên cia q ue s e an te vê . . A s t ax as d e c ur to p ra zo n os E UA , Z on a Eu ro , J ap ão , R ei no U ni do e Su íça co nt in ua m p ró xi m as d e z er o, a lim en ta da s pe la s in al iza çã o do p er cu rs o fu tu ro ( fo rw ar d gu id an ce ) da s pr in cip ai s ta xa s de ju ro d ire ct or as . O r isc o de u m au m en to s ub st an cia l n ão e sp er ad o da s ta xa s de m er ca do é r ed uz id o e es ta rá r el ac io na do c om o s ef ei to s de co nt ág io d a re du çã o do Q E pe la F ed e d a re du çã o do e xc es so d e liq ui de z na z on a eu ro . . A s de cis õe s de in ve st im en to tê m q ue s er p on de ra da s pe lo s re to rn os e sp er ad os d e in ve st im en to e m a ct ivo s de re nd im en to v ar iá ve l ( ac çõ es , f un do s de in ve st im en to , … ) e p el os s pr ea ds o fe re cid os p el os b an co s. . Al te ra çã o na s ex pe ct at iv as q ua nt o à ev ol uç ão d as p ol íti ca s m on et ár ia s, n om ea da m en te n o qu e se r ef er e à re du çã o do s es tím ul os n os E UA p od er á pe na liz ar d e fo rm a m ai s ac en tu ad a as a pl ica çõ es e m ta xa fi xa . . N a zo na eu ro , ris co s re la cio na do s co m o s re su lta do s da s el ei çõ es p ar a o Pa rla m en to E ur op eu p od er ão t ra du zir -s e em m ov im en to d e fu ga p ar a a qu al id ad e. . Al te ra çõ es d e po lít ica m on et ár ia o u de m ec an ism os n ão c on ve nc io na is no s do is la do s do A tlâ nt ico . Su bi da s in es pe ra da s do s ín di ce s de in cu m pr im en to . . A s bo lsa s no rte -a m er ica na s co st um am d ef in ir a te nd ên cia g er al d o m er ca do . C on tu do , a v el oc id ad e do ta pe rin g e a pe rc ep çã o de q ue o s pr in cip ai s ín di ce s do s EU A es tã o a ca m in ha r p ar a te rri tó rio q ue p od e se r c on sid er ad o de "b ol ha " p od e ge ra r p er ío do s de m ai or a ve rs ão a o ris co . . H á ris co s d o la do d o cr es cim en to , n om ea da m en te n o qu e re sp ei ta à s e co no m ia s e m er ge nt es ; P or o ut ro la do , o s fa ct or es g eo po lít ico s es tã o se m pr e la te nt es , n om ea da m en te c om o co nd ici on an te s na á re a da e ne rg ia . . A pe rs pe ct iva d e ab un dâ nc ia n o qu e re sp ei ta a os b en s al im en ta re s é ef ém er a, p er an te a d ep en dê nc ia d as co nd içõ es c lim at ér ica s gl ob ai s. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 5 ECONOMIA GLOBAL - O QUE PODE CORRER MAL? ECONOMIAS 2013: Depois da grande recessão de 2009 e do ensaio da retoma em 2010, o ano que agora termina é o terceiro em que o crescimento desilude, mantendo-se muito próximo de mínimos históricos. O Fundo Monetário Internacional projecta uma aceleração, de 2.9% para 3.6%, o maior ritmo de expansão desde 2011. 2013 foi ainda caracterizado por revisões em baixa do cenário de crescimento económico global, ainda que em menor escala que no passado recente e afectando mais as economias emergentes ou em desenvolvimento. Mas, grosso modo, todas as regiões decepcionaram; relembre-se o cenário da OCDE elaborado há um ano, em que antecipava uma contracção da actividade de 0.1% na região do euro em 2013, comparando com as previsões mais recentes, -0.4%; antecipava-se crescimento de 2% do PIB nos EUA (consensus) que compara actualmente com expectativas de 1.7%. Factores de ordem política condicionaram o andamento da actividade, dado que a economia se encontrava ainda fragilizada pelo legado da crise financeira de 2007-2008, que impôs a necessidade de desalavancagem e recomposição de balanços, e trouxe fragmentação dos mercados financeiros, sobretudo na Europa, e incerteza acrescida. A ocorrência de diversas eleições em países europeus - com destaque para Itália e Alemanha - e o impasse orçamental nos EUA relativamente ao andamento da política orçamental, tiveram também implicações significativas no fraco desempenho dos principais blocos económicos. Recorde-se o braço de ferro entre Democratas e Republicanos que culminou com o encerramento de alguns serviços públicos próximo do final do ano, assim como a aplicação indiscriminada de cortes na despesa pública (Sequestre e Shutdown), os quais contribuíram também para a desaceleração observada nos EUA. Finalmente, o anúncio, em Maio, de que a Reserva Federal se preparava para dar os primeiros passos de retirada da actual política de estímulos não convencionais de política monetária, marcou a segunda metade do ano, com implicações no andamento dos principais activos financeiros e consequências no sentimento de confiança de famílias e empresas. Os níveis de desemprego mantiveram-se elevados, embora em alguns casos tenha havido progressos. Todavia, uma das características desta fase do ciclo, no mundo desenvolvido, resulta da menor participação da população no mercado de trabalho, engrossando o número de inactivos. Adicionalmente, um fenómeno transversal é o aumento do desemprego de longa duração, que cada vez pesa mais no número de desempregados havendo mesmo evidência que aponta para uma relação estreita entre o tempo na situação de desemprego e a probabilidade de ser contratado. Os níveis de inflação desceram nos países desenvolvidos - para tal contribuíram as folgas que persistem na actividade económica, os ajustamentos em algumas economias com peso na dinâmica global, a queda dos preços das commodities, em particular o petróleo; na região do euro, a apreciação da moeda, nomeadamente no final do ano, também desempenhou um papel de relevo. Assiste-se assim, a um processo que se poderá designar por desinflação. Por enquanto, não se afigura previsível que se possa resvalar para uma situação de deflação, pelo menos na ausência de choques adversos inesperados. Efectivamente, a redução esperada dos hiatos do produto, a recuperação da procura e um mercado laboral mais favorável ao crescimento, justificam a expectativa de lenta aceleração do ritmo de aumento dos preços ao consumidor. O comportamento dos preços do petróleo justifica parcialmente a tendência global de desinflação Comércio Internacional com dinamismo redobrado na viragem do ano, sustenta cenário optimista -2 -1 0 1 2 3 4 5 2006 2007 2009 2010 2012 2013 Fonte: Bloomberg tvh % Baltic Dry Index 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Out-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 -6% -5% -4% -3% -2% -1% 0% 1% 2% 3% IPC EUA (y/y) IPC UEM (y/y) Brent - var. média anual Fonte: Bloomberg 6 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 2014 - Nos contributos para o crescimento mundial as economias emergentes continuam a destacar-se Reforça-se tendência de crescimento na manufactura ECONOMIA GLOBAL - O QUE PODE CORRER MAL? ECONOMIAS 0.88% 0.59% 0.16% 0.12% 0.09% 0.08% 0.07% 0.07% 0.06% 0.06% 0.06% 0.06% 0.05% 0.05% 0.04% 0.04%0.04% China EUA UEM India Rússia Japão Brasil Alemanha Indonésia R. Unido Coreia Austrália México Canadá Arab.Sau. Turquia França Fonte: FMI, Calc BPI PIB Mundial em 2014: +3.6% 45 47 49 51 53 55 57 59 Jan-13 Mar-13 Mai-13 Jul-13 Set-13 Nov-13 UEM Alemanha R.Unido EUA China PMI Manufactura Fonte: Bloomberg O cenário para 2014 afigura-se auspicioso, assente na aceleração do crescimento dos EUA, crescimento ainda que ligeiro na zona euro, expansão confortável no Reino Unido e no Japão. Ou seja, uma parte muito significativa dos principais blocos económicos estará em melhor situação que no ano transacto. Só os países que constituem a UEM, que pesam cerca de 18% do PIB global, deverão gerar um contributo fundamental para a concretização do cenário que agora se desenha, ainda que o produto registe uma expansão modesta. Como é evidente graficamente, caso se confirmem as previsões do Fundo Monetário Internacional, a Zona Euro dará o terceiro maior contributo para o andamento da economia global, depois dos EUA e da China (ver gráfico). O FMI antecipa que o PIB mundial registe uma expansão de 3.6%, e a UEM 1%. Ou seja, a pergunta que se deve colocar é: o que poderá correr mal. Factores positivos: As políticas económicas continuarão a suportar o crescimento. A liquidez financeira global manter- se-á ampla, embora alguns bancos centrais (Reserva Federal dos EUA e Banco de Inglaterra) devam continuar o processo de lenta retirada dos estímulos. A política orçamental deverá assumir um carácter mais acomodatício, sobretudo nos EUA. Na região do euro, os avanços na arquitectura da União Bancária poderão traduzir-se na melhoria efectiva do ambiente financeiro nos países mais fragilizados. O final do programa de assistência português constituirá também um teste importante à solidez da actual estrutura e mecanismos existentes na UEM. Finalmente, entre as economias emergentes, a China parece registar estabilização da sua taxa de crescimento em níveis elevados, sugerindo sucesso das autoridades em prosseguir o reequilíbrio dos principais motores de crescimento, a favor da procura interna. Principais riscos: São de destacar os de natureza política, associados às eleições de Maio 2014 para o Parlamento Europeu. De facto, em alguns países da periferia, que enfrentam maior esforço de consolidação orçamental e de reajustamento estrutural, as forças políticas menos conservadoras têm vindo a ganhar espaço, podendo um eventual avanço perturbar o equilíbrio necessário à governação. Esta é uma situação que ocorre na Grécia, um dos países que continua a preocupar em termos da sua sustentabilidade económica e também quanto à dívida pública. Os mercados emergentes enfrentarão um ambiente externo menos favorável, nomeadamente as economias mais dependentes de fundos externos, dada a trajectória esperada para a política monetária e a expectativa de que em 2014/15 comece a reduzir-se o amplo lençol de liquidez no sistema financeiro global. Este pode ser um risco para o equilíbrio global dado o peso que este grupo de países assume no PIB mundial. Efectivamente, face a uma maior dificuldade de financiamento no exterior, as autoridades monetárias poderão optar por aumentar as suas taxas de juro, impondo uma política monetária mais restritiva e forçando a desaceleração da actividade. Finalmente, importa lembrar que o espaço de actuação das políticas económicas é escasso nos países desenvolvidos. Perante uma tendência generalizada de redução da inflação para níveis excessivamente baixos e face à persistência de necessidade de ajustamento em economias com peso na dinâmica global, este poderá ser um dos temas ao longo do ano. Paula Gonçalves Carvalho E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 7 ECONOMIAS EUA - EM FUGA DA ARMADILHA DE LIQUIDEZ 2013 - No ano agora findo, consolidou-se a construção de uma tendência de crescimento mais forte, embora ainda inferior ao observado em épocas passadas. A taxa de crescimento do PIB no 3º trimestre foi revista em alta (de 2.8% para 3.6%, valores trimestrais anualizados), sugerindo que o crescimento anual em 2013 deverá situar-se em torno de 1.7%, inferior ao ritmo registado no ano anterior (2.8%), mas em aceleração ligeira durante o ano. A actividade económica foi sobretudo condicionada pelo pendor restritivo da política orçamental graças à actuação do "Sequestro", que implicou reduções indiscriminadas na despesa pública. A recomposição dos balanços das famílias e aumento da poupança restringiu também o consumo privado e limitou a expansão do produto. O consumo privado deverá ter aumentado a um ritmo inferior a 2%, o mais baixo desde 2009. Para este crescimento fraco terá contribuído o andamento do mercado de trabalho, pois apesar da melhoria evidenciada sobretudo nos últimos meses do ano, esta resultou também do encolhimento da população activa, em grande parte reflectindo o engrossar do número de indivíduos desencorajados. A despesa pública sofreu uma contracção pelo terceiro ano consecutivo, em termos reais, contribuindo com cerca de 0.3 p.p. para a limitação do crescimento. O destaque vai para a viragem do ano (2012-13), quando graças aos cortes cegos na despesa (sequestro), os gastos do estado encolheram 6.5% no 4T12 e 4.6% no 1T13, com um impacto decisivo na performance anual do agregado. Entretanto, o investimento deverá ter aumentado cerca de 5%, em termos médios anuais, inferior aos valores observados no ano anterior. Também aqui deverá ter ponderado o comportamento do investimento público, para além da influência da perturbação causada pelo anúncio da proximidade da redução dos estímulos de política monetária, em Maio, com impacto nas taxas de refinanciamento hipotecário e no investimento em imobiliário bem como no mercado da construção. A procura externa líquida deverá gerar um contributo quase nulo para o crescimento; relembre-se que as exportações pesam apenas cerca de 15% no PIB dos EUA, configurando as características de uma grande economia, fechada. O mercado de trabalho evidenciou uma tendência de melhoria - a taxa de desemprego desceu mais de 1p.p. para 6,7% em Dezembro, o valor mínimo desde finais de 2008; a criação média mensal de postos de trabalho situou-se em cerca de 182 mil. Não obstante esta melhoria, dever referir-se o aumento do número de desencorajados e a queda continuada da taxa de participação, como é visível graficamente. Pelo que no detalhe, o mercado de trabalho continua a conferir pouco suporte à actividade. Crédito e património - as indicações mais recentes relativamente ao andamento dos indicadores de endividamento, crédito e património das famílias, apontam num sentido favorável, sugerindo que a reparação de balanços dos particulares está numa fase avançada. Efectivamente o património financeiro líquido mantém-se em expansão, tendo aumentado de valores em torno de 270% do PIB em 2009 para 290% no terceiro trimestre de 2013. Para tal contribui a valorização dos activos financeiros das famílias no mercado de capitais, mais que compensando a expansão do financiamento. Por outro lado, a recuperação do crédito a particulares, designadamente o aumento do financiamento para compra de habitação, constitui também uma boa notícia, devendo potenciar o andamento da actividade económica no futuro. ...mas graças à menor taxa de participação 61.0 62.0 63.0 64.0 65.0 66.0 67.0 Jan.08 Jan.09 Jan.10 Jan.11 Jan.12 Jan.13 4.5 5.5 6.5 7.5 8.5 9.5 10.5 Taxa de participação Taxa de desemprego (ELD) Fonte: Bloomberg, BLS EUA - Mercado de trabalho melhora progressivamente… -1,000 -800 -600 -400 -200 0 200 400 600 Jun-08 Jun-09 Jun-10 Jun-11 Jun-12 Jun-13 4 5 6 7 8 9 10 11 Variação do Emprego Taxa de desemprego (ELD) Fonte: Bloomberg Variação do emprego e taxa de desemprego % 8 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 Cenário para 2014-15 - Em 2014, antecipa-se o retorno a taxas de crescimento em torno de 2.5%. Os principais motores desta aceleração serão o menor grau de restrição da política orçamental e o reforço da procura pelo sector privado. Para além dos progressos registados no mercado de trabalho, os efeitos riqueza derivados do aumento dos preços do imobiliário e da evolução das valorizações no mercado de capitais, deverão suportar o consumo das famílias. Por sua vez, esta performance deverá estimular o investimento empresarial e o reforço das contratações. As preocupações em torno da política orçamental foram esbatidas pelo recente acordo entre Democratas e Republicanos, acordo que deverá mitigar o impacto do Sequestro nos próximos dois anos fiscais - 2014 e 2015 - aumentando os níveis de despesa em USD 23 mil milhões (0.2% do PIB) em relação à legislação actual. Estes novos gastos serão compensados por pagamentos a realizar por utentes de serviços vários (por exemplo, taxas de aeroporto ou aumento dos contributos dos funcionários públicos para as suas reformas. Mas o acordo não aborda algumas questões importantes com potencial impacto na actividade, nomeadamente a extensão do subsídio de desemprego das habituais 26 para 47 semanas. Recorda-se que este alargamento foi activado em 2008 e prolongado várias vezes desde então, tendo expirado em Dezembro passado. Segundo a CBO - organismo do Congresso que acompanha o Orçamento - a extensão ou a reactivação desta medida aumentaria o produto em 0.2 p.p. e o emprego permanente em 200 mil indivíduos. Acresce referir que o acordo alcançado entre Democratas e Republicanos deixa também por resolver algumas questões de fundo, designadamente decisões estruturais relativamente aos sistemas de saúde e de segurança social, sem os quais será colocada em causa a sustentabilidade do sistema. Pelo que a breve trecho poderá regressar alguma especulação e incerteza em torno desta matéria. Deste modo, apesar das perspectivas positivas, o cenário não está isento de riscos. Nos próximos dois anos, o processo de retirada de estímulos pela Reserva Federal poderá também originar perturbações nos mercados financeiros, com impacto na economia real e na confiança dos agentes económicos. Actualmente as expectativas de aumento dos juros pelo banco central dos EUA estão de acordo com o calendário sugerido pela Reserva Federal (a partir de meados de 2015). Todavia, dados económicos mais robustos ou um aumento da inflação acima do esperado poderão afectar este equilíbrio, causando aumento das taxas de longo prazo e instabilidade nos mercados financeiros. ECONOMIAS EUA - EM FUGA DA ARMADILHA DE LIQUIDEZ Balanços estão mais saudáveisCrédito a particulares - de regresso ao crescimento Paula Gonçalves Carvalho E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 9 ECONOMIAS ZONA EURO - PERSPECTIVAS DE RETORNO A CRESCIMENTO 2013 - Depois de sete trimestres de contracção, a economia voltou a registar taxas de crescimento positivas a partir do 2T13. O retorno a desempenhos positivos foi extensível a praticamente todas as economias, observando-se apenas desempenhos negativos em França, Itália e Chipre (no 3T13). Contudo, os ritmos de crescimento observados foram ainda diminutos - +0.3% no 2T13 e +0.1% no 3T13 - e insuficientes para que 2013 não seja ainda determinado por uma contracção de 0.4%, segundo as nossas estimativas. Um dos factores que mais condicionou o crescimento ao longo de 2013 foi a debilidade do mercado de trabalho. Embora apresente sinais de ligeira melhoria, a taxa de desemprego ainda se encontra acima dos 12%, sendo que 19.2 mil milhões de pessoas se encontravam ainda desempregadas em Novembro (último dado disponível), ou seja mais 2.4% do que no mesmo período de 2012. Variação homóloga acumulada entre 4T08-3T13Previsões macroeconómicas do BPI 2012 2013E 2014P 2015P PIB -0.7% -0.4% 0.9% 1.5% Consumo privado -1.4% -0.5% 0.5% 0.9% Consumo público -0.5% 0.3% 0.8% 0.8% Investimento -4.0% -3.1% 2.5% 4.1% Exportações 2.5% 1.1% 3.8% 4.5% Importações -0.9% 0.1% 4.5% 4.9% Taxa de inflação média 2.5% 1.4% 1.6% 2.2% Fonte:BPI. -25% -20% -15% -10% -5% 0% 5% 10% P IB C o n su m o P ri v . C o n su m o P ú b . FB C F E x p o rt . Im p o rt . Fonte: Bloomberg PMI: em níveis indicativos de expansão da actividade Taxa de utilização da capacidade instalada aproxima-se da média de longo prazo 30 35 40 45 50 55 60 65 Mai-10 Dez-10 Jul-11 Fev-12 Set-12 Abr-13 Nov-13 Compósito Manufactura Serviços Fonte: Bloomberg 65 70 75 80 85 90 D e z- 0 0 D e z- 0 1 D e z- 0 2 D e z- 0 3 D e z- 0 4 D e z- 0 5 D e z- 0 6 D e z- 0 7 D e z- 0 8 D e z- 0 9 D e z- 1 0 D e z- 1 1 D e z- 1 2 D e z- 1 3 média de longo prazo: 80% Fonte: Bloomberg Cenário para 2014-15: Os indicadores prospectivos de actividade apontam para que a região do euro volte a taxas de crescimento positivas a partir de 2014. Um pendor menos restritivo da política orçamental, que desde 2010 tem vindo a afectar consideravelmente a actividade, e melhorias na envolvente financeira, com sinais de maior disponibilidade para concessão de financiamento pelas instituições bancárias e moderação dos custos de financiamento, justificam o cenário mais favorável para 2014-15. Todavia, o ritmo de expansão será reduzido, já que persiste a necessidade de redução dos níveis de endividamento privado e público e desemprego elevado, limitando o crescimento da procura interna. Antecipa-se assim, um crescimento moderado, 0.9%, acelerando para 1.5% em 2015. No que respeita à evolução dos preços, a taxa de inflação deverá permanecer muito contida, inferior a 2%. O processo de reajustamento nas economias periféricas e a correspondente redução dos custos unitários de trabalho contribuem para este quadro. Todavia, o processo de desinflação tem estado também presente nos países do centro, reflectindo o andamento dos preços das commodities e a valorização do euro. Os principais factores de risco são sobretudo de natureza política, associados à eleições Europeias, em Maio, dada a possibilidade de que forças políticas mais radicais ganhem terreno, podendo pôr em causa o processo de construção da arquitectura do euro, sobretudo em alguns periféricos mais frágeis (nomeadamente a Grécia). Não se exclui também a possibilidade de verificação de riscos no sentido ascendente, sobretudo relacionados com uma expansão do investimento mais forte do que a antecipada já que, como se pode observar graficamente, a FBCF foi a componente que maior quebra observou desde finais de 2007. A materialização deste risco é mais provável na segunda metade do ano, reflectindo por um lado, a redução da incerteza associada aos resultados das eleições para o parlamento europeu, e por outro, o facto da taxa 10 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 ECONOMIAS ZONA EURO - PERSPECTIVAS DE RETORNO A CRESCIMENTO de utilização da capacidade instalada ainda se encontrar 1.5 pontos percentuais abaixo da média de longo prazo poderá favorecer, no início do ano, o adiamento de decisões de investimento. Os avanços relativamente à União Bancária serão também fundamentais, sendo essencial que se caminhe no sentido de separação do risco do soberano e da banca. União bancária: na cimeira de Dezembro foram dados passos importante na construção da união bancária, nomeadamente no que se refere a dois dos seus pilares que são o Mecanismo Único de Supervisão e o Mecanismo Único de Regulação. Relativamente ao primeiro pilar ficou acordado que o BCE assume a supervisão dos bancos sistemicamente importantes na zona do euro no final de Outubro 2014. Até lá deve estar terminada a revisão pelo BCE das regras de avaliação da qualidade dos activos da banca e realizados os stress tests. Relativamente ao segundo pilar, o acordado na cimeira ficou aquém do esperado, podendo revelar-se complexo e pouco eficiente na redução da fragmentação dos mercados e na quebra do elo entre soberano e banca. Deste destaca-se o acordado quanto à composição da Autoridade para a Resolução (AR) e ao Fundo Único de Resolução (FUR). A AR será responsável pela decisão de liquidação de bancos supervisionados pelo BCE, sendo formada por um director executivo, outros 4 membros a tempo inteiro e um representante de cada um dos países que adere à união bancária. A decisão de liquidação dos bancos não directamente supervisionados pelo BCE continua a ser da responsabilidade de cada um dos países, a não ser que implique o envolvimento do FUR. Neste caso, a decisão fica sujeita a um conjunto de restrições que poderão tornar o processo complexo e pouco eficiente. Relativamente ao FUR ficou estabelecido que a sua criação só estará concluída daqui a dez anos. Até lá, o fundo será suportado por contribuições dos sistemas financeiros nacionais, até atingir os 55 mil milhões de euros, e não terá responsabilidade solidária, pelo que cada estado só responde perante situações de falência verificadas nesse estado-membro. O recurso ao FUR será o último passo na resolução/ reestruturação de instituições financeiras: em primeiro lugar respondem os accionistas, em segundo os credores e em terceiro os detentores de depósitos acima dos 100 mil euros. Paula Gonçalves Carvalho * Teresa Gil Pinheiro Pilares da União bancária na zona euro União bancária Fonte: Paribas, imprensa Mecanismo único de supervisão (MUS) Mecanismo único de regulação (MUR) Regras únicas para a resolução Fundo comum de resolução Autoridade para a resolução BCE assume supervisão em Out 2014. Até lá deverão estar completos a Revisão da avaliação da qualidade dos activos e os stress tests. As regras comuns para lidar com bancos em dificuldades estarão efectivas a partir de 01/01/2015. Entra em vigor em 2025. Até lá fica Estabelecido um periodo de transicção de 10 anos e cada sistema bancário, em caso de necessidade,continua as ser apoiado pos fundos nacionais. Entra em vigor a 01/01/2015 e é formada por representantes nacionais. Tem como finalidade decidir na recuperação e/ou resolução de bancos em dificuldades com base nas recomendações do MUS. Fundo comum de garantia de depósitos Probabilidade de estabelecimento de um regime comum continua a ser limitado. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 11 PORTUGAL - 2014 UM ANO DECISIVO ECONOMIAS 2013: O desempenho da economia portuguesa surpreendeu favoravelmente. Contrariando a generalidade das previsões de queda da actividade em mais de 2%, a recessão revelou-se menos profunda, apontando as estimativas para uma queda anual do PIB em torno de 1.6%. Para este desempenho contribuiu o menor ritmo de contracção da procura interna privada e a continuação de uma boa performance na frente externa, com destaque para as exportações de bens e serviços, cuja quota de mercado no exterior tem vindo a aumentar. O aumento da competitividade, evidente por exemplo no andamento dos custos unitários de trabalho, e o reposicionamento conseguido em alguns sectores de bens e serviços vendidos ao exterior, beneficiando de atributos para além do preço (o calçado é um dos exemplos), constituem factores críticos para o andamento das exportações. Aumentou a capacidade de financiamento da economia portuguesa. No ano terminado em Setembro, a capacidade de financiamento atingiu 1.8% do PIB, consolidando a tendência que já se perspectivara no ano anterior, quando se registou praticamente equilíbrio. Este é o resultado dos ajustamentos que prosseguem nos vários sectores: as famílias aumentaram a sua capacidade de financiamento, as empresas e a Administração Pública reduziram as suas necessidades. Esta é uma tendência que tem que ser consolidada no futuro, vindo interromper mais de uma década em que as necessidades totais da economia rondavam 10% do produto. Numa outra perspectiva, esta melhoria resulta sobretudo dos progressos registados na Balança de Bens e Serviços, em grande parte devido ao comportamento das exportações. A taxa de desemprego continuou elevada, apesar de nos trimestres mais recentes ter decrescido ligeiramente. Em termos médios anuais, aumentou de 15.7% em 2012 para 16.6% (cenário do BPI). De notar a melhoria evidenciada por vários indicadores relativos ao mercado de trabalho - nomeadamente a taxa de desemprego publicada pelo Eurostat, com critérios distintos dos do INE, continua a declinar; a informação dos centros de emprego dá conta de aumento da oferta de postos de trabalho - sugerindo que a tendência de declínio ou pelo menos, estabilização, será sustentada pese embora o baixo ritmo de crescimento económico. De referir ainda, pela positiva, o facto da taxa de emprego ter aumentado em 2013, sugerindo inversão da tendência que se verificava antes (ver gráfico); pela negativa, o facto desta melhoria do mercado de trabalho se ficar também a dever parcialmente ao fluxo emigratório líquido. A taxa de inflação desceu significativamente, de 2.2% para 0.2% estimados, reflectindo a procura interna fragilizada, o movimento de apreciação do euro e a estabilização dos preços dos combustíveis. Estima-se que, em 2013, a dívida pública tenha aumentado, ainda que menos do que em 2012, devendo terminar o ano acima de 126% do PIB, ainda que em termos líquidos (tendo em conta os activos financeiros do Estado) se deva situar mais próximo dos 118% do PIB. O défice orçamental deverá reduzir-se em 2013, prosseguindo a consolidação estrutural das finanças públicas, situando-se próximo da meta estabelecida no PAEF (5.5% do PIB). Taxa de empregoCenários para 2014 2014 P 2012 2013 OE Banco CE Prev. 2014 de 8/9ª BPI Portugal Rev. BPI EIU PIB -3.2 -1.6 0.8 0.8 0.8 0.5 0.6 Consumo Privado -5.4 -1.7 0.1 0.3 0.1 0.3 -1.0 Consumo Público -4.8 -2.4 -2.8 -2.3 -2.8 -2.0 -3.5 Investimento (FBCF) -13.1 -7.0 1.2 1.0 1.2 1.5 0.5 Exportações (B&S) 3.2 5.5 5.0 5.5 5.0 3.5 3.6 Importações (B&S) -6.6 2.4 2.6 3.9 2.5 2.2 -0.1 Inflação (média) 2.8 0.2 1.0 0.8 1.0 0.8 0.9 Taxa de desemprego 15.7 16.6 17.7 n.a. 17.7 15.0 16.9 Saldo da Administração Pública (% PIB) -6.4 -5.6 -4.0 n.a. -4.0 -4.0 -4.2 Dívida Pública (% PIB) 123.6 126.9 126.6 n.a 126.7 127.5 131.0 Necessidades Liquidas de Financ. face ao exterior (% PIB) 0.8 2.5 3.5 3.8 3.6 3.2 2.5 Fonte: Ministério das Finanças, Banco de Portugal, Comissão Europeia, BPI, EIU. 76% 78% 80% 82% 84% 86% 88% 90% 92% 94% 1 T -0 8 3 T -0 8 1 T -0 9 3 T -0 9 1 T -1 0 3 T -1 0 1 T -1 1 3 T -1 1 1 T -1 2 3 T -1 2 1 T -1 3 Fonte: INE % 12 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 PORTUGAL - 2014 UM ANO DECISIVO ECONOMIAS Desalavancagem prossegue a bom ritmo Capacidade líquida de financiamento aumenta -20% -15% -10% -5% 0% 5% 10% 15% 99 01 03 05 07 09 11 Set13* Empresas não financeiras Inst. Financeiras Adm. Públicas Famílias Total Fonte: INE % Nota: (*) 12 meses até Set Endividamento dos Particulares 90 92 94 96 98 100 102 104 106 108 2 0 0 7 D e z 2 0 0 8 M a r 2 0 0 8 J u n 2 0 0 8 S e t 2 0 0 8 D e z 2 0 0 9 M a r 2 0 0 9 J u n 2 0 0 9 S e t 2 0 0 9 D e z 2 0 1 0 M a r 2 0 1 0 J u n 2 0 1 0 S e t 2 0 1 0 D e z 2 0 1 1 M a r 2 0 1 1 J u n 2 0 1 1 S e t 2 0 1 1 D e z 2 0 1 2 M a r 2 0 1 2 J u n 2 0 1 2 S e t 2 0 1 2 D e z 2 0 1 3 M a r 2 0 1 3 J u n 2 0 1 3 S e t 108 110 112 114 116 118 120 122 124 126 % PIB % do RD % PIB Fonte: Banco de Portugal 124.5% 114% %RD Cenário para 2014-15: Depois de três anos consecutivos de recessão, 2014 marcará o regresso a crescimento da actividade, embora os riscos existam, no sentido descendente. A nossa previsão aponta para uma expansão de 0.5% do produto, inferior a +0.8% oficiais. Aliás, entre as projecções que compilamos, a previsão do BPI afigura-se a mais conservadora (ver tabela) embora os cenários sejam muito próximos. Antecipa-se que depois de três anos em que a procura interna contribuiu negativamente para o crescimento, ocorra pelo menos uma estabilização ou mesmo uma ligeira expansão. Uma envolvente de financiamento menos restritiva, que parece querer despontar já em Janeiro atendendo à queda das taxas de financiamento e ao acesso de empresas portuguesas aos mercados externos, e a estabilização ou melhoria do mercado de trabalho, são elementos chave para a concretização deste cenário. A performance das exportações de bens e serviços é outro dos ingredientes necessários para garantir o retorno a expansão sustentada. Esta é uma questão relevante, dada a função desempenhada pelos sectores de bens e serviços transaccionáveis no processo de ajustamento, minorando as quedas do produto e sustentando a estabilização do emprego. Dada a relevância do contributo das exportações de combustíveis refinados em 2013 - cerca de 70% do crescimento das exportações de bens - , tirando partido de aumento da capacidade instalada de refinação, revela-se crucial o comportamento das vendas ao exterior das restantes categorias de produtos. Em particular, seria positivo se as exportações de automóveis (segundo a classificação do comércio internacional por CGE, referente à classe Material de Transporte) retomassem a tendência de crescimento, pois em 2013 constituíram a única categoria de bens com um contributo negativo para o desempenho global: representam cerca de 15% das exportações e recuaram 7.5% até Novembro (y/y). Dadas as incertezas em torno desta questão, a nossa previsão para o comportamento das exportações é cautelosa, pese embora a perspectiva para a procura externa seja favorável, para além do impulso conferido pelos acréscimos de competitividade. Em 2014 terminará o Programa de Assistência Económica e Financeira. Para a concretização do nosso cenário central, será determinante a transição pacífica do actual Programa de Ajustamento (PAEF) para uma solução assente no financiamento do Estado no mercado primário, possivelmente ao abrigo de um programa cautelar. Várias peças deverão estar presentes para garantir este quadro, incluindo a confirmação dos sinais que agora despontam de crescimento económico; a prossecução da consolidação orçamental, assegurando uma trajectória sustentável da dívida pública; estabilidade política; e ausência de choques exógenos desfavoráveis. O Orçamento de 2014 garante o caminho para uma trajectória de consolidação. O andamento das economias externas e a continuada persistência dos empresários portugueses em alcançar outros mercados, com maior ritmo de crescimento (Norte de África, Angola, América Latina, Rússia…) ou com dimensão acentuada (como são o caso dos EUA ou Reino Unido) são também importantes para alcançar o objectivo. Será também determinante a confirmação de que a procura interna atingiu um patamar de estabilização, podendo mesmo algumas componentes registar ganhos ligeiros (investimento e consumo privado). A taxa de desemprego deverá estabilizar, em torno de 16.5% reflectindo, por um lado, melhorias efectivas associadas a menor destruição de emprego; por outro reflexo também de uma estabilização esperada da população activa, designadamente por via de um menor fluxo de emigração e também reflectindo o eventual regresso de desencorajados à população activa, caso o mercado de trabalho consolide os sinais de melhoria. A taxa de inflação deverá aumentar ligeiramente, para valores próximos de 1%. A estabilização da procura interna, a trajectória esperada para a taxa de câmbio (sobretudo na segunda metade do ano) e o cenário macro global, justificam esta previsão. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 13 Riscos para o cenário estão sobretudo associados ao final do PAEF e à transição para um novo modelo de financiamento do Estado, assente no recurso ao mercado. O andamento das economias externas constitui um factor de risco adicional, para além dos factores de natureza política, associados sobretudo ao resultado das eleições europeias em alguns países mais fragilizados politicamente. PORTUGAL - 2014 UM ANO DECISIVO ECONOMIAS Paula Gonçalves Carvalho 14 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 ESPANHA - 2014 INÍCIO DO CICLO DE CRESCIMENTO 2013: Depois de nove trimestres de contracção, o produto espanhol apresentou um crescimento em cadeia de 0.1% no terceiro trimestre, confirmando as expectativas de retorno a uma trajectória de crescimento resultante do esforço de correcção de diversos desequilíbrios acumulados no período pré-crise. Ponto fundamental da retoma foi o fortalecimento do sector exportador. Em 2013, as exportações de bens e serviços representavam perto de 40% do PIB, o que compara com níveis ligeiramente inferiores a 30% em 2008. Em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro de 2013, as exportações de bens avançaram 6.8% face ao mesmo período de 2012, e as de serviços aumentaram 5.3%. O desempenho mais positivo das exportações resulta em grande parte da melhoria da posição competitiva da economia espanhola, evidente, por exemplo, na queda de 7.3% dos custos unitários do trabalho entre Março 2009 e Setembro de 2013. De acordo com a OCDE, Espanha apresentou um ritmo de ajustamento dos custos do trabalho mais acentuado do que os restantes países da periferia (com excepção do caso irlandês). O fortalecimento das exportações associado aos sinais de que a queda das importações no período da crise - 36% do PIB vs 41% em 2007/08 - resulta não apenas da contracção da procura interna, mas também de um processo de substituição de importações por bens e serviços produzidos internamente, surge como um factor importante na correcção do desequilíbrio externo espanhol. Um estudo do BBVA, aponta para que 42% da queda das importações entre 2008 e 2012 se explica pelo efeito de substituição, o que constitui um importante factor de suporte ao contributo positivo da procura externa para o crescimento e à correcção do desequilíbrio externo, já evidente na evolução do saldo da balança de pagamentos. Em Setembro de 2013, a conta corrente+capital apresentava um superavit equivalente a 0.5% do PIB, o que compara com um défice de 9.6% em 2007. Esta performance, explica-se em grande parte pela correcção do saldo comercial que, de um défice de 6.5% do PIB em 2007, passou a um superavit de 1.6% em Setembro de 2013. Também internamente se acentuaram ao longo do ano os esforços de correcção de desequilíbrios nomeadamente no que se refere à diminuição dos níveis de endividamento do sector privado e recapitalização do sector bancário. ECONOMIAS Desalavancagem: endividamento do sector privado está a diminuir Mercado de trabalho: destruição mais moderada dos postos de trabalho Desalavancagem: saldo externo em terreno positivo Previsões macroeconómicas do BPI 2012 2013E 2014P 2015P PIB -1.4 -1.2 1.0 1.8 Consumo privado -2.2 -2.5 0.5 1.5 Consumo público -3.7 -1.5 -1.5 0.5 Investimento -9.2 -6.0 0.5 3 Exportações 3.1 5.0 4.6 5.5 Importações -5 0.0 2.0 5 Taxa de inflação média 2.4 1.4 1.4 1.5 Taxa de desemprego 24.9 26.4 25.4 - Défice público, % do PIB -10.6 -6.3 -5.8 -4.1 Fonte: BPI. -10 0 10 20 30 40 50 60 S e t- 0 0 S e t- 0 1 S e t- 0 2 S e t- 0 3 S e t- 0 4 S e t- 0 5 S e t- 0 6 S e t- 0 7 S e t- 0 8 S e t- 0 9 S e t- 1 0 S e t- 1 1 S e t- 1 2 S e t- 1 3 0 5 10 15 20 25 30 Desemprego, tvh Taxa de desempredo (ELD) Fonte: Banco de Espanha 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 140% 160% 0 0 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 1 0 1 1 1 2 Ju n -1 3 ENF Particulares Fonte: Banco de Espanha % -15% -10% -5% 0% 5% 2000 2005 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Jan- Sep 13Bens Serviços Rendimento Transf. Correntes Conta de capital cc+ccapital Fonte: Banco de Espanha, calc. BPI E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 15 Cenário para 2014-15: Após a contracção de 1.2% em 2013 (estimativa BPI), a economia deverá apresentar um crescimento em torno de 1% este ano e de 1.8% em 2015. A perspectiva de ritmos de expansão moderados, sobretudo quando se compara ao observado nos anos pré-crise, (em torno dos 3%), justifica-se pelo facto dos desequilíbrios ainda não estarem totalmente corrigidos. Do ponto de vista da procura interna, o facto do processo de desalavancagem do sector privado ainda não estar terminado, a permanência de condições de financiamento ainda restritivas, a fragilidade do mercado de trabalho e a necessidade de manter uma política fiscal que permita a redução do défice orçamental, continuarão a limitar o seu contributo para o crescimento. No que respeita aos níveis de endividamento do sector privado, a desalavancagem está a ser mais rápida no caso das empresas não financeiras do que nas famílias, o que se justifica pelo facto da dívida das famílias estar sobretudo relacionada com crédito à habitação. No sector empresarial o nível de endividamento caiu de 94.7% do PIB em 2009 para 74.2% no primeiro semestre de 2013, o que associado com a redução dos custos, nomeadamente relacionados com pessoal, a melhoria do sentimento e o impulso vindo da aceleração do sector exportador, deverá traduzir- se em maior propensão ao investimento. A expansão do investimento será sobretudo através da componente maquinaria. Ao nível das famílias, espera-se uma ligeira retoma do consumo, tirando partido da melhoria dos níveis de confiança associados à estabilização das condições no mercado de trabalho e de uma evolução positiva do rendimento disponível associada à permanência de um cenário benigno para a evolução da inflação e ao facto de se esperar que o serviço da dívida dos empréstimos vivos se mantenha em níveis reduzidos. O sector público deverá manter o esforço de consolidação fiscal de forma a reduzir o défice para 5.8% do PIB (6.3% em 2013). O sector exportador continuará a ser o principal propulsor da economia: durante o próximo ano, espera-se o reforço do sector exportador, tirando partido de dois factores: i) o fim da desindexação automática dos salários à taxa de inflação, reforçará os ganhos de competitividade da economia espanhola, permitindo a consolidação do comércio internacional; ii) os sinais de recuperação de alguns dos principais parceiros comerciais de Espanha. Estes dois factores tenderão a ser robustecidos pelo efeito de substituição nas importações de bens e serviços, consolidando o contributo positivo da procura externa para o crescimento. Em Janeiro termina o programa de assistência financeira ao sistema financeiro: a avaliação do programa tem sido positiva, reflectindo o esforço de recapitalização, evidente na melhoria dos rácios de capital, que no final do primeiro semestre de 2012 já ultrapassavam o mínimo exigido de 9%, sendo que os primeiros dados disponíveis relativos ao terceiro trimestre apontam para o reforço destes rácios. Paralelamente assistiu-se à melhoria das necessidades de financiamento da banca, beneficiando da redução do stock de crédito nos balanços, mas também do aumento dos depósitos do sector privado. Este facto traduziu-se na queda do rácio crédito-depósitos para 126% em Agosto de 2013, o que compara com 170% no período pré-crise. Também positiva tem sido a redução da dependência de financiamento do Eurosistema. Ainda assim, e de acordo com os credores oficiais, a banca continua a enfrentar desafios importantes, na medida em que o ainda não concluído processo de desalavancagem e a permanência de uma política fiscal com maior pendor restritivo continuarão a pesar na economia com efeitos na rendibilidade da banca. Outros desafios a enfrentar pela banca em 2014 relacionam-se com o facto de não estar ainda definida a metodologia a seguir na avaliação da qualidade dos activos dos bancos europeus e na realização dos stress tests a realizar em meados do ano. ESPANHA - 2014 INÍCIO DO CICLO DE CRESCIMENTO ECONOMIAS Teresa Gil Pinheiro 16 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 ÁFRICA SUBSARIANA: CENÁRIO OPTIMISTA EMBORA RISCOS NEGATIVOS PERSISTAM O crescimento económico mantém-se robusto e elevado, apesar de constrangimentos internos em vários países. O conjunto das economias da África Subsariana deverá ter registado um crescimento de 5.0% em 2013, sobretudo devido ao crescimento dos países exportadores de petróleo (6.1%) e dos países de baixo rendimento (6.2%). O cenário económico da região ficou marcado pela reduzida execução orçamental em Angola (3ª maior economia), pelo roubo de petróleo na Nigéria (2ª maior economia) e pelo aumento da insegurança na República Central Africana, factores que constituíram os principais obstáculos a um crescimento mais acelerado da produção local. Por seu turno, o crescimento da África do Sul (maior economia) continua restringido por factores estruturais do lado da oferta, nomeadamente relacionados com a rede de infra-estruturas e com a baixa qualificação da população, mas também por factores cíclicos, como a redução do investimento privado, decorrente da deterioração do contexto externo e redução das medidas de estímulo nos EUA, e a desaceleração do crescimento do rendimento disponível das famílias, o que tem penalizado o consumo interno. Em 2014, a robustez da procura interna deverá dinamizar o crescimento destas economias. De acordo com as projecções do FMI, a produção real na África Subsariana deverá aumentar 6.0% no próximo ano em virtude do continuado aumento do investimento em infra-estruturas e da aceleração das exportações, que beneficiarão de um contexto externo mais favorável com a recuperação das economias mais avançadas, principalmente na Zona Euro. Existem também reformas estruturais em curso que deverão ser responsáveis pelo aumento do crescimento potencial em determinados países, destacando- se o plano energético na Nigéria. As pressões de inflação deverão abrandar no próximo ano, em consequência da quebra dos preços internacionais dos bens alimentares e commodities. A tendência de desaceleração da inflação deverá manter-se nos próximos anos, apoiada também pela prossecução de políticas monetárias restritivas. A redução dos estímulos monetários da Reserva Federal dos EUA deverá incentivar os bancos centrais a manterem as taxas de juro elevadas por forma a contrariar a saída de fluxos de capital e evitar uma depreciação das moedas dos países mais expostos internacionalmente e com elevados défices da balança corrente, entre os quais se destaca a África do Sul. A reacção dos mercados à redução dos estímulos poderá também dificultar os planos para emissões de dívida internacional em vários países da região. ECONOMIAS Principais indicadores macroeconómicos, África Subsariana 2007-2014 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 E 2014 P PIB (variação real, %) 7.1 5.7 2.6 5.6 5.5 4.9 5.0 6.0 Dos quais: exportadores de petróleo 9.3 7.2 4.9 6.7 6.1 5.3 6.1 7.7 Dos quais: países de baixo rendimento 6.6 6.3 4.7 6.5 5.7 6.3 6.2 7.0 Investimento (% do PIB) 22.3 22.4 23.2 22.2 21.5 22.6 23.2 23.3 Poupança (% do PIB) 23.8 22.3 20.2 20.8 19.9 19.7 19.4 19.4 Inflação (final de período, %) 8.0 13.2 8.6 7.1 10.1 7.9 6.8 5.8 Importações (variação real, %) 16.5 11.7 -2.2 7.3 9.4 6.1 7.0 6.6 Exportações (variação real, %) 7.3 2.4 -4.4 5.1 4.4 3.5 3.4 6.2 Termos de troca (variação, %) (*) 3.9 6.3 -9.3 10.8 8.1 -0.2 -1.2 -1.3 Saldo orçamental (% do PIB) 1.2 0.8 -5.7 -4.0 -1.3 -2.8 -3.1 -3.0 Dívida pública (% do PIB) 30.0 29.1 32.2 31.8 32.7 32.9 33.9 34.8 Saldo da balança corrente (% do PIB) 1.1 -0.4 -3.1 -1.4 -1.4 -3.0 -4.0 -4.1 Dívida externa (% do PIB) 24.7 22.8 25.8 23.7 23.3 24.9 24.6 - Serviço da dívida (% do PIB) 5.8 6.3 5.9 4.2 4.1 4.5 4.7 - Fonte: FMI. Nota: (*) Preço das exportações / preço das importações. África do Sul e Nigéria compõem 50% da economia subsariana África Subsariana entre as regiões com maior crescimento -10 -5 0 5 10 15 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 Zona Euro África Subs. China Rússia EUA Fonte: FMI Nuno André Coelho Quénia 4% Uganda 2% Tanzânia 4% Etiópia 5% Gana 4% Angola 6% Camarões 2% Nigéria 21% Outros 24% África do Sul 28% Fonte: FMI PIB em Paridade do Poder de Compra, 2013 Est. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 17 ECONOMIAS Nuno André Coelho ÁFRICA DO SUL - CRESCIMENTO ANÉMICO ACENTUA VULNERABILIDADE A CHOQUES EXTERNOS O crescimento mais moderado da África do Sul relativamente aos restantes países da África Subsariana tem sido determinado pela relativa maturidade dos sectores de actividade (serviços e indústria) mas também por factores cíclicos e estruturais, relacionados com o crescimento lento do investimento e do consumo privado e pela prevalência de necessidades básicas de infra-estruturas. As greves dos trabalhadores, nomeadamente no sector da indústria transformadora e principalmente no sector automóvel, contribuíram para reduzir a taxa de crescimento homóloga da economia para 1.8% no terceiro trimestre de 2013 (no primeiro semestre, a economia tinha crescido 2%). O sector financeiro, de serviços a empresas e do imobiliário mantém-se como o principal sector de actividade económica e principal dinamizador da economia, tendo registado um crescimento homólogo de 3.9%. O principal desafio da economia em 2014 estará relacionado com a capacidade do sistema financeiro reagir à redução dos estímulos da Reserva Federal dos EUA. Desde que o início da redução dos estímulos foi sinalizado pela primeira vez em Maio do ano passado, têm-se registado fortes reduções dos fluxos de capital para a África do Sul, contribuindo para acentuar a desvalorização do rand em cerca de 11% face ao dólar dos EUA e em cerca de 16% face ao euro. Devido à combinação de elevados desequilíbrios externos com crescimento económico reduzido, elevado desemprego, greves regulares e à escala nacional e incerteza em relação à política orçamental, a África do Sul encontra-se entre o grupo dos países mais vulneráveis à alteração da orientação da política monetária dos EUA. De facto, o défice da balança corrente subiu para 6.8% do PIB no terceiro trimestre de 2013 mesmo com o impulso dado pela desvalorização cambial às exportações (entre Janeiro e Setembro, as exportações aumentaram 12.5% face ao mesmo período do ano anterior; no entanto, as importações aumentaram 17.8%) - desde o primeiro trimestre de 2003 que não é registado um excedente da balança corrente. Apesar da desvalorização cambial, não têm existido fortes pressões inflacionistas que coloquem em risco a estabilidade de preços. De facto, a taxa de inflação anual reduziu-se para 5.5% em Outubro, encontrando-se dentro do intervalo-objectivo do banco central (que procura controlar a taxa de inflação entre 3 e 6%). A relativa imunidade do nível de preços à desvalorização cambial tem resultado, por um lado da desaceleração do crescimento dos preços internacionais dos bens alimentares e das commodities, e por outro lado do reduzido ritmo de crescimento da procura interna, da elevada concorrência interna e da alteração do padrão de consumo para bens produzidos internamente. Crescimento da economia ainda inferior aos níveis pré-crise Reduzir o desemprego é um dos principais desafios para 2014 Elevados défices da balança corrente expõem vulnerabilidade da economia Desvalorização da moeda acentuou-se ao longo do ano -2 0 2 4 6 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 Fonte: FMI PIB real (var. %) 52 53 54 55 56 57 58 Set-08 Set-09 Set-10 Set-11 Set-12 Set-13 21 22 23 24 25 26 Participação laboral T. desemprego (ELD) Fonte: Statistics South Africa % pop. activa -10 -8 -6 -4 -2 0 Set-08 Set-09 Set-10 Set-11 Set-12 Set-13 -250 -200 -150 -100 -50 0 B. corrente (ELD) % do PIB % Mil milhões ZAR Fonte: Bloomberg Saldo da balança corrente 6 7 8 9 10 11 Jan-10 Set-10 Mai-11 Jan-12 Out-12 Jun-13 8 9 10 11 12 13 14 15 USD/ZAR EUR/ZAR (ELD) +39% +48% Fonte: Bloomberg 18 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 ANGOLA - EXECUÇÃO ORÇAMENTAL E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO PENALIZAM CRESCIMENTO EM 2013 Em retrospectiva, o ano que agora termina deverá ter ficado marcado por uma ligeira desaceleração do ritmo de expansão da actividade económica em Angola face ao ano passado, sobretudo devido a uma reduzida execução orçamental e à desaceleração da produção petrolífera. Dado o peso do sector do petróleo (e actividades relacionadas) no PIB, nas receitas orçamentais e nas receitas de exportação, a economia tende a ser bastante reactiva quer a variações do preço (exógeno, definido nos mercados internacionais), quer a variações da produção. Por outro lado, destaca-se o reforço do sistema bancário nacional, com a introdução da nova lei cambial, no âmbito da des-dolarização da economia (o peso dos depósitos e do crédito em moeda em nacional aumentou de 47% e 48% no final de 2007 para 62% e 68%, respectivamente, em Novembro), e o controlo da inflação, que pela primeira vez desceu abaixo dos 8%. A informação mais recente continua a evidenciar um abrandamento da produção de petróleo face aos valores observados no início do ano: entre Setembro e Novembro a produção média diária situou-se em 1.73 milhões de barris. As receitas para o Estado com a exportação de petróleo também foram penalizadas: entre Janeiro e Novembro diminuíram cerca de 10% quando comparadas com o mesmo período do ano anterior. Neste contexto, a economia petrolífera (e, por arrasto, a produção do sector não-petrolífero) deverá ter registado um crescimento menor que o antecipado, pelo que reduzimos a nossa estimativa para o crescimento real do PIB em 2013 em 0.7 pontos percentuais para 4.5%. Por sua vez, a execução orçamental em 2013 ficou limitada pela reduzida execução das despesas previstas no Orçamento Geral do Estado (OGE), nomeadamente das despesas relacionadas com o Programa de Investimentos Públicos (PIP). Em contraste com os dois anos anteriores, as despesas do PIP deverão ter ficado 32% abaixo do orçamentado depois de um desvio por excesso (em cerca de 24%) em 2012, o que terá levado a um controlo mais apertado da despesa. Por outro lado, em linha com os anos anteriores, as receitas para o Estado com impostos sobre o sector petrolífero deverão ter ficado cerca de 5% acima dos valores orçamentados (embora o desvio deste ano aparente ser substancialmente inferior aos anos anteriores), sugerindo que o esforço projectado de diversificação da economia tende a ser sobrestimado. Da mesma forma, as receitas com o sector não-petrolífero deverão ter ficado num nível 18% inferior ao previsto no OGE 2013. ECONOMIAS Desvios da execução orçamental face ao Orçamento Geral do Estado inicial Desvio face ao orçamentado Orçamento inicial 2010 2011 2012 2013 (*) 2010 2011 2012 2013 2014 (variação) (mil milhões kwanzas) Receitas 44.1% 40.1% 34.4% -0.8% 3,295.5 3,409.9 3,760.7 4,570.4 4,744.8 Impostos 42.5% 39.9% 35.4% -0.8% 3,094.5 3,235.9 3,564.3 4,401.0 4,540.0 Impostos petrolíferos 71.3% 49.1% 60.3% 5.1% 2,500.4 2,559.9 2,559.9 3,281.8 3,313.1 Impostos não petrolíferos -16.5% 5.1% -28.0% -18.1% 594.1 676.0 1,004.4 1,119.2 1,226.9 Contribuições sociais -6.4% 22.2% 48.7% 0.0% 75.6 73.5 71.7 72.4 165.3 Doações 375.0% -40.0% 700.0% 1500.0% 1.9 3.0 0.2 0.1 0.0 Outras receitas 261.1% 68.9% -3.8% 0.0% 123.5 92.5 124.5 97.0 39.5 Despesas 12.1% 21.3% 23.7% -10.3% 2,779.5 3,112.1 3,500.7 5,021.0 5,375.1 Remuneração dos empregados -17.6% -6.1% -2.8% -7.2% 713.8 933.9 1,060.5 1,296.2 1,369.3 Bens e serviços 24.0% 40.0% 52.6% 28.1% 619.1 736.1 849.6 1,155.6 1,430.7 Juros 18.9% 30.7% -5.3% 42.9% 89.5 72.4 111.4 64.8 127.6 Transferências correntes 113.6% 69.3% 34.9% -99.3% 623.8 546.9 556.9 824.1 746.4 Aquisição de activos não financeiros (principalmente através do PIP) -1.8% 2.9% 24.1% -32.3% 733.3 822.7 922.2 1,680.3 1,701.2 Fonte: BPI, Ministério das Finanças de Angola. Nota: (*) Com base na estimativa preliminar divulgada no OGE de 2014. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 19 Crescimento da economia deverá desacelerar nos próximos anos Receitas com exploração de petróleo diminuíram face a anos anteriores 2014 trará consigo novos desafios para o país. Em primeiro lugar, a nova pauta aduaneira começou a ser implementada em Janeiro, o que irá agravar as tarifas sobre os bens importados. As novas tarifas podem atingir os 50% nalguns produtos (no caso das cervejas e águas importadas, reflectindo uma subida desta taxa em 20 pontos percentuais, e na importação de automóveis de passageiros, cuja tarifa máxima anterior não excedia os 20%) e tem como objectivo incentivar a produção local. No entanto, dados os constrangimentos do lado da oferta (nomeadamente ao nível das infra- estruturas disponíveis, distribuição de energia e qualificação da mão-de-obra), existe o risco de aumento dos preços finais para os consumidores, o que tenderá a causar pressões de inflação. Por sua vez, a produção petrolífera deverá permanecer elevada, mas os contributos para o crescimento da economia serão cada vez menores à medida que a produção de aproxima do potencial. A aposta na diversificação do tecido produtivo será determinante para o crescimento de Angola no médio-prazo e para reduzir os níveis de pobreza no país. O investimento público continuará a ser essencial para aliviar problemas estruturais na economia, principalmente ao nível das infra-estruturas. Depois de um período de crescimento forte, associado ao esforço de reconstrução e à reposição da capacidade de exploração dos recursos petrolíferos, Angola aproxima-se de um período que se caracterizará por ritmos de expansão mais moderados, mas ainda assim significativos. Este potencial de crescimento assenta, numa primeira análise, no dinamismo e perspectivas de expansão dos sectores petrolífero e de gás natural. As receitas estáveis provenientes destes sectores deverão permitir que as autoridades prossigam a sua estratégia de estímulo à diversificação económica, resolvendo importantes constrangimentos nomeadamente no que diz respeito à disponibilidade de infra-estruturas. Este é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento de outros sectores e que impedem que a economia retire proveito da exploração de outros recursos importantes, nomeadamente no sector agrícola e sector mineiro. ANGOLA - EXECUÇÃO ORÇAMENTAL E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO PENALIZAM CRESCIMENTO EM 2013 ECONOMIAS 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 Mai-11 Nov-11 Mai-12 Nov-12 Mai-13 Nov-13 0 30 60 90 120 150 Receitas Estado Média-móvel 3-m Preço barrill (ELD) USD mil milhões USD Fonte: Ministério das Finanças Nuno André Coelho 0 4 8 12 16 20 24 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 Média prev. % Fonte: BPI, várias instituições internacionais 20 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 O anúncio do fim do acordo de paz feito pela Renamo, o principal partido da oposição, adicionou um novo desenvolvimento ao longo conflito com a Frelimo, o partido na oposição. O fim do acordo de paz surge ao fim de 21 anos desde o final da guerra civil, em 1992, e constitui um retrocesso no clima de estabilidade política, criando maior incerteza. Apesar de o desenrolar de uma nova guerra civil ser improvável - a população tem-se manifestando contra o desentendimento político, tendo ainda presente as memórias de devastação causadas pela última guerra civil, e a Renamo não tem condições económicas e militares suficientes para iniciar uma guerra - o investimento estrangeiro deverá ser fortemente penalizado, contribuindo para uma desaceleração da economia. De facto, a empresa VTB já tinha anunciado em Agosto que irá cancelar projectos de investimento no país e a empresa Rio Tinto suspendeu temporariamente as exportações de carvão. O investimento directo estrangeiro (IDE) tem sido um dos principais motores do crescimento de Moçambique nos últimos anos, atraído pela abundância de recursos naturais. Em 2012, o IDE atingiu USD 5.2 mil milhões (em 2010 era ainda de apenas USD 1 mil milhão), correspondendo a cerca de 37% do PIB. Mantendo-se a instabilidade política, a ajuda externa (6.3% do PIB, ou 1/4 das receitas orçamentais), já penalizada pela consolidação orçamental dos países doadores, deverá também sofrer uma nova quebra. O clima de insegurança que se está a viver actualmente deverá ter um forte impacto sobre a saída de capital (ou menor entrada de novos fluxos de capital), nomeadamente através de uma redução do IDE e de ajuda externa, que por sua vez deverão provocar uma desaceleração do crescimento da economia. O Estado, muito dependente de financiamento externo, também poderá confrontar-se com a necessidade de procurar fontes de financiamento alternativas. O crescimento anual do nível de preços permanece controlado em valores próximos de 5%, reflectindo principalmente a desvalorização do metical face ao rand sul-africano. Como consequência, o banco central deverá prosseguir uma política monetária relativamente expansionista, procurando dinamizar o crescimento do crédito e da base monetária na economia. No médio prazo, os principais desafios da economia estarão relacionados com a necessidade de resolver o problema da falta de infra-estruturas adequadas para dar resposta ao potencial de crescimento que tem por base as vastas reservas de recursos naturais, nomeadamente ao nível de estradas, ferrovias, distribuição e armazenamento de energia, educação e pobreza. Em 2014, o investimento estrangeiro deverá permanecer um dos principais motores da economia, mas estará dependente de uma melhoria da situação política. Se o clima de tensão se intensificar, mesmo as previsões mais pessimistas de crescimento poderão acabar por se revelar optimistas. A agricultura, pelo peso que tem na economia, também merece especial atenção, podendo continuar um sector muito dinamizador do PIB. De facto, em termos acumulados até ao final do terceiro trimestre, o PIB (em volume) de Moçambique tinha registado um crescimento homólogo de 7.0%, impulsionado sobretudo pelo sector dos transportes e comunicações (+1.9% yoy) e pela produção agrícola (+1.1% yoy). A capacidade de gestão dos elevados desequilíbrios externos, que têm surgido como resultado do crescimento do investimento estrangeiro, estará também em foco ao longo de 2014. O défice da balança corrente, que atingiu 36% do PIB em 2012 e deverá ter aumentado para cerca de 40% em 2013, tem sido a contrapartida dos elevados fluxos de investimento estrangeiro que têm sido orientados para Moçambique, principalmente para o sector das indústrias extractivas, uma vez que grande parte das importações de mercadorias e serviços surge em resposta a solicitação destes sectores. O Fundo Monetário Internacional prevê que o défice corrente volte a aumentar em 2014, para 41.7%. ECONOMIAS MOÇAMBIQUE - INCERTEZA POLÍTICA ADICIONA INCERTEZA AO CICLO DE CRESCIMENTO RÁPIDO Mega-projectos têm contribuido para agravar o défice da balança corrente Inflação permanece controlada em taxas inferiores a 5% -6 -4 -2 0 2 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 -40 -30 -20 -10 0 B. comercial B. rendimentos B. transf. corr. B. corrente % do PIB (ELD) mil milhões USD % Fonte: Banco de Moçambique, FMI 0% 5% 10% 15% 20% Nov-09 Nov-10 Nov-11 Nov-12 Nov-13 Homóloga Média 12 meses (anual) Fonte: INE Moçambique E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 21 ECONOMIAS MOÇAMBIQUE - INCERTEZA POLÍTICA ADICIONA INCERTEZA AO CICLO DE CRESCIMENTO RÁPIDO Principais contributos para crescimento anual no primeiro semestre (6.6%) Apreciação recente face ao rand contribui para a estabilidade de preços A exploração dos recursos naturais é neste momento o sector com maior visibilidade, aparentando maiores taxas de retorno. É, no entanto, um sector muito capital-intensivo e com importantes barreiras à entrada (através de custos e conhecimento necessário, o que costuma resultar numa situação de monopólio "natural"). Por sua vez, os sectores da indústria transformadora e a agro-indústria também se afiguram bastante atractivos, beneficiando do crescimento demográfico elevado e da agricultura local. Do mesmo modo, os serviços prestados às empresas (contabilidade, auditoria, serviços jurídicos, etc) deverão também beneficiar do dinamismo do meio envolvente, relacionado com a criação de novas empresas e desenvolvimento das já existentes - ou seja, todos os serviços complementares às principais actividades económicas deverão ver aqui uma fonte de oportunidade. A posição geográfica de Moçambique também faz com que os sectores das pescas e do turismo possam vir a ter elevado potencial para desenvolver a economia local. Relativamente ao contexto político, a vitória da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) nas eleições municipais de Novembro, surgindo num contexto de elevada tensão política confirmam a influência do partido na esfera política. No entanto, a vitória do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em três das quatro principais cidades sugere que existe um crescente descontentamento popular com o clima de instabilidade, que não se resume apenas a militantes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) - ausente do processo eleitoral em protesto contra o actual método de composição dos órgãos eleitorais - e que poderá reduzir a influência da Frelimo. Os resultados das eleições presidenciais, que decorrem em Outubro do próximo ano, poderão continuar a reflectir o descontentamento com o actual partido no poder, apesar de ser expectável uma vitória confortável da Frelimo. 0.5 0.6 0.6 0.7 1.1 1.9 0 0.5 1 1.5 2 Ind. extraç. mineira Outros Comércio Serv. financeiros Agricultura Transp. e comun. Fonte: INE Moçambique, BPI pontos percentuais Contributos para o crescimento acumulado do PIB (7.0% yoy no 3º trimestre) 26 28 30 32 34 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 USD/MZN ZAR/MZN (ELD) Fonte: Bloomberg Nuno André Coelho 22 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 MERCADOS MERCADO CAMBIAL AS ACTUAIS TENDÊNCIAS PODEM NÃO SERVIR PARA 2014 Em 2013 houve clareza nalguns movimentos e tendências cambiais, na maioria dos casos suportados por factores de mercado igualmente claros e determinantes, mas para 2014 começa a antecipar-se o desenho de um novo ciclo económico-financeiro que poderá trazer alterações no valor das principais moedas. Tendo sempre presente que estamos um mercado altamente volátil e permissivo a qualquer tipo de notícia ou rumor, acredita-se que nunca se esteve tão perto de um cenário de crescimento mundial mais homogéneo e sincronizado desde a crise de 2008, com os principais bancos centrais focalizados nas políticas protectoras do crescimento. Neste contexto, o projecto europeu e da moeda única mostra-se agora mais protegido, com o fim da crise das dívidas soberanas de estados-membros da periferia sugerido pelo fim dos programas de assistência financeira à Irlanda e a Espanha, e praticamente concluído o de Portugal. De facto, o enorme esforço e progresso alcançado permitiu o início do fim da fragmentação financeira na Zona Euro e fez diminuir os custos de financiamento da periferia, para além de estar igualmente a proporcionar uma melhoria significativa de indicadores económicos e financeiros relevantes. Assim, depois de ter sobrevivido a diversos choques, a moeda única europeia consolidou em 2013 a sua importância/posição, terminando o ano com valorizações acumuladas em relação a praticamente todas as moedas mais relevantes. No câmbio EUR/USD, registou-se uma apreciação do euro superior a 4%, tendo sido alcançado o valor de 1.3892 (27 de Dezembro), máximo dos últimos 2 anos. Contra a GBP (libra) e o CHF (franco suíço), o EUR conseguiu manter uma relativa firmeza, tendo em conta que foram moedas igualmente com grande procura pelos investidores, sobretudo com o objectivo de protecção. Entretanto, foi contra o JPY (iene) que o EUR mais se apreciou ao longo de 2013, mais de 26%, que resultou maioritariamente da fragilidade mostrada pela moeda nipónica devido à implementação pelas autoridades de uma política monetária ultra-expansionista. Ao inundar o mercado de liquidez a custos praticamente nulos, beneficiou-se o financiamento de aplicações em activos de risco com o objectivo de obtenção de maiores rendimentos (operações de carry trade) e gerou-se uma situação de moeda sobrevendida através de uma postura de mercado curta em ienes. Neste âmbito, o JPY só poderia depreciar-se, pois os ienes eram automaticamente convertidos em moeda dos activos mais rentáveis, para além de ter havido a aposta num movimento de depreciação continuada da moeda. O EUR/JPY, no final do ano, alcançou 145.67, valor máximo dos últimos 5 anos. Do mesmo modo, a política de quantitative easing nos EUA trouxe um dólar fraco que, do ponto de vista da competitividade económica, não deixa de ser do agrado das autoridades norte-americanas. Do historial do USD relativo a 2013 podem-se tirar duas ideias que se complementam: em termos de índice DXY (que mede o valor do USD em relação a um cabaz de moedas onde se incluem EUR, JPY, GBP, CAD, CHF e SEK), embora tenha ocorrido uma muito ligeira recuperação no início do ano mas anulada no 2º semestre, não deixa de estar muito próximo dos valores mínimos dos últimos anos (31 de Dezembro fixou-se em 80.035 pontos, que compara com o mínimo 70.698 de 17 de Março de 2008); contudo, em 2013, o USD apresentou um ganho acumulado de 22% em relação do JPY, assim como +7% e +14% face ao CAD e ao AUD, respectivamente. Assim conclui-se que apesar do dólar ter recuperado algum do terreno perdido para algumas moedas, ainda se situa num nível muito baixo em termos de índice, o que confirma a sua situação de moeda subavaliada. De facto, se analisarmos a recente evolução do EUR/USD (que é o principal câmbio do mercado), parece não estar reflectida a evidente diferença entre as actuais performances económicas dos EUA e da UEM. O índice do USD (DXY) está muito próximo de valores mínimos de sempre As actuais tendências reforçam-se com o euro a apreciar-se e o iene a perder valor para o dólar E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 23 MERCADOS MERCADO CAMBIAL AS ACTUAIS TENDÊNCIAS PODEM NÃO SERVIR PARA 2014 Agostinho Leal Alves Variação cambial Abertura Fecho variação 02.01.2013 31.12.2013 (%) EUR/USD 1.3203 1.3745 4.1 USD/JPY 86.67 105.30 21.5 EUR/JPY 114.46 144.63 26.4 EUR/GBP 0.8121 0.8297 2.2 EUR/CHF 1.2082 1.2271 1.6 EUR/SEK 8.5740 8.8474 3.2 EUR/NOK 7.3384 8.3387 13.6 AUD/USD 1.0395 0.8913 -14.3 NZD/USD 0.8274 0.8206 -0.8 USD/CAD 0.9930 1.0620 6.9 Fonte: BPI. Paridade dos Poderes de Compra 31.Dez.13 % SOBRE (+) OU SUB (-) PPC SPOT VALORIZAÇÃO DO EUR EUR/USD 1.3233 1.3791 4.21% EUR/JPY 114.29 144.72 26.63% EUR/GBP 0.8258 0.8337 0.96% EUR/CHF 1.2072 1.2276 1.69% Fonte: BPI. Libra e franco suíço têm vindo a recuperar algum do valor perdido para o euro EUR/GBP (LHS) 0.800 0.830 0.860 0.890 Jan-13 Mar-13 Jun-13 Set-13 Dez-13 1.20 1.22 1.24 1.26 1.28 EUR/CHF (RHS) Fonte: Reuters, BPI Em 2014, o mercado cambial irá ser sem dúvida marcado pelo processo de afunilamento da liquidez no sistema norte-americano. O início e prossecução do processo de redução da liquidez introduzida mensalmente pela Fed (sua maior ou menor velocidade e perspectiva de fim dos estímulos monetários) poderão ser determinantes na volatilidade do valor do dólar em relação às moedas rivais. No início (primeiros meses do ano), o impacto poderá não ser evidente (o mercado já assimilou o início do tapering), mas acredita-se que ao longo do ano o euro deixará de ter vantagem sobre o dólar. Embora a situação económico-financeira mais regularizada na Zona Euro possa dar suporte ao euro. Esta afirmação representa igualmente o interesse dos mercados na evolução da actividade nos principais blocos económicos. Face aos parâmetros dos diversos bancos centrais, mais crescimento deverá trazer aumento da pressão de alteração das actuais condições monetárias e isso irá reflectir-se nos câmbios, na possível e já referida alteração/inversão dos movimentos dos câmbios formados em 2013. Em termos de valores, no 1º semestre, o EUR/USD poderá variar entre 1.32 e 1.42, configurando uma média superior à média de 1.33 alcançada para todo o ano de 2013. No 2º semestre, podemos voltar a ver valores abaixo de 1.30. No iene, deveremos assistir à continuação da tendência de perda de valor em relação a dólar e euro, pois o Banco do Japão tudo fará para alcançar o objectivo de inflação pré-definido de 2%. O USD/JPY poderá chegar a 110 ienes por dólar em meados do ano e depois estabilizar ou mesmo corrigir com o fecho de parte das posições curtas do mercado. Por seu turno, a GBP e o CHF deverão manter a preferência de investidores que procuram de algum modo um valor seguro (à semelhança do que aconteceu em 2013). 24 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 MERCADOS MERCADO CAMBIAL (moedas emergentes) INVESTIDORES AINDA CÉPTICOS PODEM NÃO REGRESSAR DE IMEDIATO A fuga dos activos dos emergentes já tinha ocorrido com a generalização da crise económica dos últimos anos, mas agravou-se quando, em Maio, Ben Bernanke testemunhou no Congresso dos EUA que a Fed poderia iniciar nos meses seguintes a diminuição das compras mensais de títulos hipotecários e Treasuries no montante actual global de 85 mil milhões de dólares (programas de quantitative easing iniciados em Setembro de 2012). Com a alteração de expectativas acerca da política monetária norte-americana, a diabolização do início do fim da era da ultra liquidez levou à fuga de capitais e destapou as vulnerabilidades de algumas destas economias emergentes (défices correntes significativos, sinais de um crescimento económico menos dinâmico e deterioração da situação fiscal). Segundo o Institute of Internacional Finance (IIF), depois do regresso de capitais privados aos emergentes em 2012, um valor total líquido de 1215 mil milhões de dólares (mmd), em 2013 o montante reduziu-se em 153 mmd para 1062 mmd. Para 2014, este instituto prevê um valor ainda menor de 1029 mmd. Em consequência, verificaram-se fortes movimentos de depreciação das moedas em relação ao dólar e ao euro. No conjunto das principais moedas dos emergentes seguidas (que constam da tabela de variação cambial), em 2013 o peso argentino (ARS) foi a que mais se depreciou relativamente ao dólar, 32.5%, seguindo-se a rupia da Indonésia com 26% (INR). A primeira segue um crawling peg definido e a segunda foi das mais prejudicadas com o anúncio da proximidade do fim das medidas de estímulo económico por parte da Reserva Federal norte-americana, pois a Indonésia faz parte da lista dos países emergentes mais dependentes do financiamento externo para fazer face ao alto défice corrente (estimativa de um saldo negativo de 29.6 mmd em 2013, feita pelo FMI, ou seja, 2.7% do PIB). Nesta situação encontram-se ainda a Índia que, neste grupo, lidera em termos absolutos com um défice de 77.6 mmd (5% do PIB), o Brasil com 74.0 mmd (2.4% do PIB) e a África do Sul com 21.5 mmd a que corresponde 6.3% do PIB. Neste contexto, a moeda sul africana (ZAR) perdeu em 2013 cerca de 24% do seu valor face ao dólar, o real brasileiro (BRL) desvalorizou-se 16% e a rupia da Índia (INR) 13%. De referir que nestes países, as respectivas autoridades monetárias encetaram processos de intervenção sistemática no mercado cambial de forma a controlar e mesmo estancar os movimentos de depreciação galopante das suas moedas, com sucesso muito limitado. Destaca-se ainda, nos países da Europa de Leste, a depreciação da coroa checa (CZK) e do rublo russo (RUB) em 9% e 8%, respectivamente. No caso da República Checa, em Novembro, o governo decidiu proceder a uma desvalorização da CZK de modo a permitir que o país ganhe vantagens competitivas e consiga estimular as suas exportações, numa altura em que a inflação se encontra em níveis baixos. Quanto ao rublo é um bom exemplo da perda de valor das moedas de países igualmente ligados à produção de matérias-primas, devido à situação de estagnação da procura e de descida de preços nestes mercados. A moeda chinesa (CNY) foi das poucas que se apreciou perante o dólar, 2.8% na totalidade de 2013, prosseguindo com maior ou menor intensidade a política de valorização gradual e progressiva definida. Para além da persistente captação de recursos através do comércio internacional (segundo o FMI, o saldo corrente em 2013 terá sido de +223.7 mmd), as reformas financeiras em curso (que, no caso da moeda, terá como um dos principais objectivos a maior internacionalização do yuan e sua maior importância no comércio internacional) e a subida das taxas de juro deverão continuar a suportar a actual tendência de queda do USD/CNY. Variação cambial Abertura Fecho variação 02.01.2013 31.12.2013 (%) EUR/PLN 4.0735 4.1497 1.9 EUR/HUF 290.50 296.97 2.2 EUR/CZK 25.067 27.332 9.0 USD/RUB 30.5730 32.8900 7.6 USD/BRL 2.0327 2.3618 16.2 USD/ZAR 8.4530 10.4470 23.6 USD/ARS 4.9175 6.5170 32.5 USD/MXN 12.7415 13.0315 2.3 USD/CNY 6.2301 6.0537 -2.8 USD/INR 54.6780 61.8000 13.0 USD/KRW 1065.90 1050.90 -1.4 USD/IDR 9.6500 12.1600 26.0 USD/THB 30.54 32.68 7.0 USD/TWD 29.015 29.815 2.8 Fonte: Reuters, BPI. O yuan chinês prossegue o processo de apreciação, o rublo russo mostra-se mais fraco face ao dólar 6.00 6.10 6.20 6.30 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 29.5 31 32.5 34 USD/CNY USD/RUB Fonte: Reuters, BPI E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 25 Rupia da Índia (INR) estável; Rupia da Indonésia (IDR) prossegue tendência de perda MERCADOS MERCADO CAMBIAL (moedas emergentes) INVESTIDORES AINDA CÉPTICOS PODEM NÃO REGRESSAR DE IMEDIATO O real brasileiro (BRL) bem como o peso mexicano (MXN) próximos dos níveis máximos do último ano 11.5 12 12.5 13 13.5 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 1.9 2.2 2.5 USD/MXN USD/BRL Fonte: Reuters, BPI 50 55 60 65 70 Jan.13 Abr.13 Jul.13 Out.13 Jan.14 9500 10500 11500 12500 USD/INR USD/IDR Fonte: Reuters, BPI Espera-se, ao longo dos próximos meses, a atenção redobrada das autoridades políticas e monetárias das economias emergentes em relação ao andamento da política monetária dos EUA, principalmente na sua versão não convencional (a primeira a sofrer alterações comparativamente à convencional). De facto, com o início do tapering da Fed, ficam-se a aguardar os efeitos na globalidade dos mercados financeiros, com especial atenção para os ligados às economias emergentes, existindo como meio de comparação a turbulência e fuga de capitais verificada no ano passado. Contudo, acredita-se que muitos dos efeitos já foram descontados nessa altura, entre Maio e Dezembro do ano passado, e que durante esse tempo muitas destas economias em dificuldades tiveram tempo para adequarem as suas políticas a situações económico-financeiras mais equilibradas. Com a recuperação económica global em curso, mais manufactura e mais exportações poderão alterar o fluxo de capitais que será, de hora avante, mais selectivo. Países como o México, Polónia, Coreia ou Índia podem estar presentemente menos vulneráveis a choques externos. Agostinho Leal Alves 26 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 MERCADOS MERCADO MONETÁRIO ÂNCORA DOS BANCOS CENTRAIS MANTÉM-SE EM 2014 O ano que passou ficará marcado pela abundância de liquidez no mercado monetário global. Num contexto de taxas de juro nominais próximas do limite inferior de zero, os principais bancos centrais recorreram a medidas alternativas de política monetária como tentativa de reduzir os custos de financiamento e dinamizar as suas economias, ao mesmo tempo procurando colocar a inflação numa trajectória controlada e sustentada. Com a notória fragilidade das principais economias mundiais - desde a economia nipónica, ainda a sair da espiral deflacionária que a tem caracterizado ao longo das últimas décadas, à fragilidade e fragmentação da Zona Euro e à incerteza nos EUA provocada pela discussão da política orçamental (apesar dos recentes avanços, com a aprovação de um programa de despesa para os próximos dois anos) e pelo início da redução dos estímulos monetários - e as taxas de juro nominais já em zero (ou perto), estas economias caíram numa armadilha de liquidez que apenas pode ser ultrapassada com formas alternativas (a reduções de taxas de juro) para impulsionar o crescimento da massa monetária e incentivar o consumo e o investimento. Taxas de juro de mercado monetário com pressão de queda/estabilização. Por entre apresentações alternativas de expansões quantitativas (quantitative easing: expansão do balanço, sem alteração da composição dos activos) e/ou qualitativas (qualitative easing: alteração da composição dos activos, com ou sem expansão do balanço) dos balanços dos bancos centrais, as principais taxas de juro mundiais de curto prazo apresentaram uma tendência de queda/estabilização ao longo do ano. Os programas introduzidos no final de 2012, incidindo sobre compras de activos e cedências ilimitadas de fundos ao sector bancário, contribuíram para manter uma tendência de queda nas taxas de juro tanto de curto como de longo prazo ao sinalizar ao mercado a presença de um comprador de última instância (buyer of last resort). Do mesmo modo, a sinalização de um percurso para as taxas de juro de referência (forward-guidance), condicionado ou não em valores objectivo para variáveis da economia real (a Reserva Federal dos EUA, ou Fed, garantiu que o intervalo objectivo para a taxa fed funds não ser irá alterar mesmo quando a taxa de desemprego for inferior a 6.5% e o Banco de Inglaterra (BoE) apenas considera subir a taxa bank rate quando a taxa de desemprego descer abaixo de 7%) foi também determinante para manter as taxas do mercado monetário ancoradas em valores próximos de zero ao longo de toda a estrutura da curva. Taxas de juro directoras restringidas pelo limite inferior de zero Expansão dos balanços dos bancos centrais como resposta à crise financeira Taxas de curto-prazo permanecem em mínimos históricos Inflação permanece abaixo do objectivo dos bancos centrais (usualmente 2%) E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 27 MERCADOS MERCADO MONETÁRIO ÂNCORA DOS BANCOS CENTRAIS MANTÉM-SE EM 2014 O regresso da política monetária à normalização em 2014 afigura-se pouco provável. Deverá ser esperado um menor grau de acomodação (menor ritmo de expansão monetária), numa relação quase linear com a recuperação da economia real, mas uma contracção da quantidade de moeda no próximo ano seria precipitada e poderia colocar em risco o progresso alcançado desde que estas economias atingiram o mínimo da sua actividade em 2009. De facto, a transmissão da política monetária à economia real continua limitada por vários factores, impedindo um retorno mais rápido destas economias a uma trajectória de crescimento sustentado e sugerindo a manutenção das taxas de juro nominais em níveis mínimos por um período de tempo prolongado. Destacam-se os seguintes: I. A política orçamental continua a ser executada em linha com o ciclo económico (contracção da despesa/aumento de receita em tempos de recessão), principalmente nos países da zona euro; II. As taxas de juro reais continuam elevadas quando comparadas com a taxa de juro "natural" (de equilíbrio), apesar de as taxas nominais fixadas pelos bancos centrais se encontrarem perto de zero. Por outras palavras, o retorno esperado de projectos de investimento continua inferior ao custo de obtenção de financiamento, quando medido em termos reais (ajustado pela inflação); III. A necessidade de desalavancagem do sector bancário mantém-se como um dos principais obstáculos à concessão de empréstimos; IV. O crescimento da produtividade dos factores mão-de-obra e capital tem permanecido limitado por ausência de reformas (do lado da oferta) que acelerem os ganhos de eficácia na produção. Política divergente pode condicionar as taxas de curto prazo. O mercado deverá também estar preparado para as primeiras divergências da política monetária: cada banco central deverá utilizar a sua política em contra ciclo, pelo que uma recuperação mais rápida nos EUA e no Reino Unido constituirá um desafio adicional para as economias da Zona Euro e do Japão. De um lado, a Fed e o BoE, suportados por uma crescente melhoria das expectativas de crescimento, têm vindo a sinalizar uma redução da expansão monetária: o primeiro já anunciou a redução do quantitative easing e o segundo começou já a restringir o acesso ao programa Financiamento para Empréstimos (Fundig for Lending). Do mesmo modo, a rápida recuperação da actividade economia britânica tem contribuído para criar a expectativa de que o BoE poderá iniciar o ciclo de subida da taxa de juro directora mais cedo do que o esperado. Do outro lado, o Banco do Japão (BoJ) e o Banco Central Europeu (BCE) mantêm um tom acomodatício com o objectivo de garantir uma melhoria sustentada da actividade económica e do nível de preços: o BoJ continua a procurar retirar a economia da espiral deflacionaria com o controlo da base monetária e o BCE continua a procurar reduzir os níveis de fragmentação monetária dentro da região e o perigo de des-inflação, o que o poderá levar a introduzir operações de financiamento de prazo (MRO - de uma semana - e/ou LTRO - de prazo alargado) condicionadas pela evolução da economia real (por exemplo, garantindo LTRO colateralizadas por empréstimos a sociedades não-financeiras) ou a reduzir novamente a refi rate (excluímos a hipótese de um cenário de taxa de depósito negativa pela incerteza quanto à sua eficácia e pela desestabilização financeira que poderia causar). Novo paradigma mundial: o sistema financeiro global deverá preparar-se para um novo paradigma, caracterizado pela redução dos estímulos monetários concedidos ao longo dos últimos anos e que se deverá reflectir num aumento (ligeiro, pelo menos no curto prazo) dos custos de financiamento externo. Conseguir definir o momento apropriado para a redução dos estímulos - fazê-lo demasiado cedo colocará em risco a recuperação das economias locais, fazê-lo demasiado tarde resultará numa acumulação de desequilíbrios financeiros, distorcendo o custo real dos preços dos activos e desincentivando reformas estruturais no sector, para não mencionar os riscos acrescidos de inflação e que poderão colocar em causa a própria credibilidade dos bancos centrais - será o ponto central de 2014. A liquidez no mercado monetário deverá continuar abundante ao longo do próximo ano, mas deverão ser esperadas e analisadas em detalhe alterações na comunicação dos bancos centrais, que poderão sinalizar um regresso mais cedo do que o antecipado à normalização monetária. Nuno André Coelho 28 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 MERCADOS MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA PENALIZADO EM 2014 Mercados desenvolvidos em 2013: as yields dos US Tresuries a 10 anos variaram no intervalo 1.64%-3.0%; comportamento idêntico, mas menos acentuado, foi observado na zona euro, com o Bund alemão, com o mesmo prazo, a transaccionar no intervalo 1.17%-2.04%. O movimento de subida das yields traduziu a consolidação de um cenário mais favorável ao o crescimento em ambos os lados do Atlântico e a redução da probabilidade de materialização de alguns riscos disruptores, sobretudo na zona euro. Mas o principal factor por detrás dos movimentos observados no mercado de dívida pública, durante o ano e em particular desde Maio, esteve associado às expectativas criadas em torno do andamento das políticas monetárias dos principais bancos centrais, sobretudo da Reserva Federal norte-americana. Em Dezembro, a Reserva Federal anunciou o início do processo de redução do montante de compras de dívida pública e de dívida hipotecária já em Janeiro, (menos 5 mil milhões de dólares (mmd) em cada um dos mercados), para 75 mmd face aos anteriores 85 mmd. O impacto do anúncio no mercado de dívida pública foi relativamente moderado, reflectindo o facto desta ser uma decisão que já vinha a ser antecipada, resultado da boa gestão das expectativas por parte da Fed, mas também o facto da decisão ter sido acompanhada pelo anúncio da que a taxa dos fed-funds irá permanecer próximo de zero mais tempo do que o anteriormente antecipado. Países da periferia em 2013: Nos países da periferia europeia observou-se um movimento de redução dos spreads da dívida face ao Bund alemão, reflectindo uma melhor percepção da qualidade do risco naquelas economias associada à redução dos desequilíbrios nas contas públicas e à correcção dos défices nas contas externas. Este movimento foi especialmente acentuado na Irlanda - que anunciou uma saída "limpa" do programa de assistência financeira no final de 2013 - e em Espanha, cujas perspectivas de crescimento se fortaleceram nos últimos meses do ano, (também aqui termina, em Janeiro, o programa de assistência ao sistema financeiro). Em Portugal, também se assistiu à redução dos prémios de risco face ao Bund para níveis mais próximos dos observados antes da crise politica de Julho, situando-se, actualmente em níveis mínimos (ligeiramente acima dos 350 pontos base). EUA: Mercado de Dívida Pública Curvas de rendimentos UEM: Mercado de Dívida Pública UEM: Mercados mais afectados E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 29 Mercados desenvolvidos em 2014: Ao longo do ano, deverá manter-se o movimento de penalização moderada das obrigações de dívida pública norte-americanas e europeias. A perspectiva de que o crescimento económico se reforçará ao longo do ano, mantendo-se, no entanto, reduzido face aos níveis registados historicamente, a perspectiva de que a inflação também ficará em níveis reduzidos e o prolongamento do ciclo de políticas monetárias acomodatícias, são factores que suportam um cenário de subida moderada das taxas de rentabilidade dos títulos de taxa fixa. Nos EUA, o movimento de subida das yields será ligeiramente mais acentuado do que na zona euro, antecipando-se a possibilidade de que no prazo de um ano, as taxas dos Treasuries a 10 anos se situem em torno dos 3.5%-4%. Na zona euro, o movimento de queda dos preços dos títulos de referência tenderá a ser menos acentuado, em linha com o cenário mais moderado de crescimento e inflação, antecipando-se a possibilidade de que no final do ano as respectivas yields se situem num intervalo entre 2.5%-3%. Na zona euro, o resultado das eleições de Maio para o parlamento europeu surge como um importante factor de risco, podendo traduzir-se em movimentos pontuais de fuga para a qualidade e maior procura de activos sem risco, beneficiando a dívida pública alemã. Países da periferia em 2014: Nestes países, as perspectivas continuam a ser favoráveis, antecipando-se a consolidação do movimento de queda dos prémios de risco exigidos pelos investidores. A procura de rentabilidade tenderá a manter-se activa ao longo de 2014, favorecendo a redução dos spreads da dívida dos países da periferia. Importa, contudo, ter presente, que a sustentabilidade deste movimento dependerá da capacidade destes países corrigirem os respectivos desequilíbrios. Nestas economias, salienta-se, já em 2014, o regresso da Irlanda ao mercado com uma emissão de 3.75 mil milhões de euros a dez anos. A colocação da divida foi realizada através de um consórcio de bancos; a yield da operação situou-se em 3.543%. Da mesma forma, o Tesouro português colocou 3.25 mil milhões de euros (cerca de metade das necessidades de financiamento por cumprir para 2014) na reabertura de uma OT com vencimento em Junho de 2019. A yield obtida foi de 4.657%, abaixo da obtida na emissão com o mesmo prazo realizada em Janeiro de 2013 (4.891%). A procura situou-se em 11 mil milhões de euros, sugerindo por um lado uma avaliação mais positiva do risco-país e por outro, reflectindo maior procura por rentabilidade por parte dos investidores. Portugal: Em Junho termina o Programa de Assistência Financeira, sendo que até lá ficará definida a modalidade de saída. A hipótese pior, a que atribuímos uma probabilidade mínima de ocorrência, resultaria do facto de Portugal mostrar uma total incapacidade de se financiar no mercado, tendo por isso de recorrer novamente a credores internacionais. Alternativamente, a finalização do actual programa poderá realizar-se de forma "limpa", à semelhança do decidido pela Irlanda ou com recurso a uma linha precaucionária. No primeiro caso, Portugal incorre numa situação de maior risco, na medida em que fica determinado que o país deixa de ser elegível para acesso ao programa de compra de dívida pública pelo BCE, (é condição do BCE que a activação do OMT ocorra apenas no caso dos países sob monitorização da União Europeia, situação que se verifica no caso de existência de linha precaucionária). Caso se observe alguma situação que afecte a percepção do risco país, a inexistência de linha precaucionária poderá traduzir-se, num cenário desfavorável, na necessidade do país ter de recorrer novamente a um programa de assistência financeira, possivelmente com condições mais gravosas do que as do anterior programa. A existência de uma linha precaucionária não obriga à sua utilização, mas funciona como uma protecção, na eventualidade de se verificarem situações de maior stress, afigurando-se como a opção mais favorável. PENALIZADO EM 2014 MERCADOS MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA Teresa Gil Pinheiro 30 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 MERCADOS MERCADO DE DÍVIDA DIVERSA PROCURA POR RETORNO CONTINUARÁ A FAVORECER O MERCADO Em 2013 aumentou a exposição a risco: A redução dos riscos sistémicos, a abundância de liquidez e o cenário de baixas taxas de juro caracterizou o ano transacto por um acentuado movimento de procura de rentabilidade e consequente aumento das emissões de dívida diversa, sobretudo por parte de empresas com menor qualidade de risco e com grau de endividamento mais elevado. Tomando como referência o mercado norte-americano, o montante de emissões por parte de empresas com classificação 3-C (inclui empresas com risco elevadíssimo ou mesmo em situação de incumprimento) situava- se em 15.3 mil milhões de dólares (mmd) em Junho, ultrapassando o pico observado em 2007, antes do rebentamento da crise financeira internacional. Da mesma forma, o volume de emissões por parte de empresas com maior grau de alavancagem foi 535.2 mmd, muito próximo do observado em 2007 (604.2 mmd). Embora com menor dimensão, o movimento observado na Europa foi idêntico ao dos EUA. O aumento da exposição a risco, justificou a revisão em alta das estimativas para o nível de incumprimento por parte da IIF de 3% em meados do ano para 9.5% em 2015. Teresa Gil Pinheiro Spreads da dívida diversa face ao swap (EUR) - 5 a 7 anos Curva de risco de crédito no prazo de 5 a 7 anos Emissões de dívida com rating 3-C nos EUA CDS do sector bancário europeu Perspectivas para 2014: o mercado de dívida diversa deverá manter-se dinâmico, beneficiando da permanência de um ambiente de abundante liquidez e de baixas taxas de juro. Num cenário mais positivo para o crescimento e marcado por redução da incerteza, antecipa-se um aumento da actividade na área das fusões e aquisições, dando suporte ao mercado de dívida diversa. O mercado de dívida de menor qualidade deverá manter-se dinâmico, beneficiando da procura de rentabilidade por parte dos investidores, mas o ritmo de emissões deverá abrandar face a 2013, já que os preços praticados se têm vindo a reduzir. Dívida nos países da periferia: beneficiando de uma percepção mais positiva da qualidade do risco e redução dos custos de financiamento, várias empresas ibéricas avançaram com emissões de dívida nos primeiros dias do novo ano. Destas destaca-se em Espanha uma emissão do BBVA de 1000 mil milhões de euros a cinco anos e com um spread de 118 pontos base (pb) acima do midswap; o Bankia fez uma emissão com o mesmo montante e prazo com um spread de 235 pb acima do título de dívida pública com o mesmo prazo; finalmente o Santander Consumer emitiu 1000 mme a dois anos com um spread de 83 pb acima do midswap. Em Portugal, a EDP e a CGD foram ao mercado emitindo, no primeiro caso 750 mil milhões de dólares a sete anos com um spread de 300 pb acima do midswap; a CGD emitiu 500 mme a cinco anos com spread de 188 pb sobre o midswap. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 31 MERCADOS MERCADOS ACCIONISTAS DEPOIS DE UM ANO FANTÁSTICO, UM ANO NORMAL? O ano de 2013 foi dos melhores anos bolsistas pós períodos recessivos, num processo liderado pelas bolsas norte-americanas, cujos índices bolsistas alcançaram níveis recorde. Retirando a excepcionalidade da performance do índice nipónico NIKKEI 225 (dadas as extraordinárias condições económico-financeiras existentes no país - deflação e taxas de juro muito perto do zero - as bolsas do Japão foram uma solução de investimento interno), os índices NASDAQ, S&P 500 e DJI fecharam o ano com ganhos acumulados de 35%, 30% e 27%, respectivamente. Se o NASDAQ alcançou valores máximos dos últimos 13 anos e meio (ainda não anulou por completo a crise das tecnológicas dos anos 2000/2001), tanto o S&P 500 como o DJI registaram novos níveis máximos de sempre. Não deixam de ser valores impressionantes, que foram seguidos de forma mais modesta pelos índices europeus. O DAX alemão foi dos índices da Zona Euro que mais se aproximou da performance dos índices norte-americanos, com uma valorização no ano de 24% e alcançando igualmente patamares recorde e deixando para trás as crises anteriores. O índice europeu EUROSTOXX teve um ganho de 17% e foi acompanhado por idêntica performance dos índices ibéricos - IBEX 35 e PSI 20 com ganhos de 19% e 15%, respectivamente. Contudo, estes índices estão muito longe dos níveis atingidos antes das crises bolsistas de 2000/2001 e de 2008, embora tenham tido uma óptima performance em 2013. Variação dos Índices Bolsistas 02.01.2013 31.12.2013 var. % DJI 13,104.30 16,576.66 26.5 S&P 500 1,426.19 1,848.36 29.6 NASDAQ 3,091.33 4,176.59 35.1 NIKKEI 225 10,604.50 16,291.31 53.6 SZSE (China) 3,302.79 3,160.90 -4.3 BOVESPA 60,990.34 51,507.16 -15.5 EUROSTOXX 2,659.79 3,109.00 16.9 DAX 7,689.46 9,552.16 24.2 CAC 40 3,702.66 4,295.95 16.0 IBEX 35 8,337.90 9,916.70 18.9 PSI 20 5,721.19 6,558.85 14.6 Fonte: ThomsonReuters, BPI Índices americanos lideram movimento de alta, arrastando a Europa; Emergentes em contraciclo PSI20 rouba a dianteira ao IBEX35 e acentua tendência de subida Tanto o índice DJI como o EUROSTOXX50 acentuam ganhos, num ambiente económico favorável Actualmente existe um sentimento de mercado, ainda ligeiro e pouco motivador em termos de acção geral dos investidores, que alerta para o facto de nos podermos estar a movimentar para territórios que podem já ser considerados de bolha especulativa (concretamente nos EUA). De facto, os índices bolsistas estão em níveis máximos, mas existem áreas e sectores que ainda podem ser considerados baratos no contexto do novo ciclo económico em formação, concretamente ao nível das economias avançadas. De facto, não é difícil constatar que as condições de suporte do bull market permanecem e, em termos de Analise Técnica, as tendências e ciclos de subida mantêm-se para já intactos. A perspectiva de um crescimento económico mais global e sincronizado dá suporte às bolsas, pois é boa notícia em termos de ganhos acrescidos para as empresas que estão a aumentar as suas margens de lucro. Do lado das condições favoráveis à compra de acções nos dois lados do Atlântico permanece o facto de as taxas de juro poderem permanecer em níveis mínimos durante mais algum tempo. Os riscos surgem do lado das economias emergentes, que podem vir a falhar as metas de 99.80 100.00 100.20 100.40 100.60 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14 MSCI Mundo MSCI Emergentes MSCI Europa MSCI América Norte Fonte: ThomsonReuters base 100 =Jan 10 99.80 99.90 100.00 100.10 100.20 100.30 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 IBEX 35 PSI 20 Fonte: ThomsonReuters base 100 =Jan 12 99.90 100.00 100.10 100.20 100.30 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14 DJI EUROSTOXX 50 Fonte: ThomsonReuters base 100 =Jan 12 32 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 MERCADOS ACCIONISTASMERCADOS DEPOIS DE UM ANO FANTÁSTICO, UM ANO NORMAL? Agostinho Leal Alves crescimento, investimento e comércio (recorde-se que embora as taxas de crescimento sejam altas para estas economias, as principais organizações internacionais têm revisto em baixa o crescimento para este ano). Perante a situação diferenciada dos índices bolsistas nos EUA e na Europa, assim como do valor bolsista dos diversos sectores, o investimento nas bolsas europeias poderá tornar-se um desafio mais empolgante e rentável. De facto, quando se comparam preços, em termos de índices, confirma-se que os europeus estão mais baratos e são mais atractivos em termos de potenciais ganhos futuros. Por outro lado, perante a incontornável alteração do quantitative easing norte-americano, que irá atravessar todo o ano de 2014 e prolongar-se, uma redução mais agressiva da liquidez (por exemplo, na segunda metade do ano em vez de uma redução dos actuais 10 mil milhões de USD de recompra de obrigações hipotecárias e de Treasuries poderá passar-se para menos 20 mil milhões de USD) levará provavelmente a uma maior contenção do investimento em activos americanos de maior risco. Neste caso, as bolsas europeias poderão não ser tão afectadas e servir mesmo de investimento alternativo. No entanto, deve-se realçar que o início do tapering já está descontado de forma positiva pelo mercado. Em termos globais, um novo ano traz sempre renovado interesse nas primeiras semanas devido a uma normal requalificação das carteiras da grande maioria dos institucionais e fundos privados, traduzindo-se numa envolvente bastante afirmativa. Neste contexto, na Ibéria reapareceu o interesse dos investidores, confirmando-se a actual tendência de subida do IBEX 35 e do PSI 20. A acalmia da crise das dívidas soberanas dos estados-membros, terminados os processos de resgate de Irlanda, Espanha (só sector financeiro) e Portugal, a confiança está a ser restaurada e permite captar investimento adicional. Acresce que também nestes países o novo ciclo económico estará a emergir, confirmado pelos recentes dados económicos divulgados. Para a recomposição de carteiras, ou na definição de estratégias para novas entradas em novos papéis, os sectores a privilegiar são: tecnologias, indústrias, financeiras, saúde, materiais e utilities. Face ao cenário previsto de confirmação da retoma económica, está a dar-se importância a sectores que acabaram por sofrer reestruturações nos últimos dois anos e/ou que apresentam presentemente um importante plano de investimento para 2014 e anos vindouros, abrindo perspectivas de mais crescimento. O sector da energia já não se mostra tão atractivo devido à performance neutral ou negativa dos preços no mercado e devido ao facto de não haver qualquer tipo de constrangimento do lado da oferta, comparativamente a situações do passado. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 33 MERCADOS MERCADOS DE COMMODITIES PESANDO A OFERTA E PROCURA PREVISTAS, OS PREÇOS DEVERÃO MANTER-SE ESTÁVEIS Do confronto entre as diversas perspectivas para a evolução destes mercados em 2014 realçam-se três importantes ideias: o mundo terá uma performance económica melhor em 2014; a não existência de significativos constrangimentos do lado da oferta, havendo mesmo uma perspectiva de abundância, retiram pressão de subida de preços; a possibilidade de apreciação do dólar diminuirá igualmente o risco de escalada dos preços das matérias-primas em 2014. De facto, quando se analisa os relatórios da Primavera e de Outono do FMI, nota-se uma revisão em baixa das projecções de crescimento para 2014, embora o cenário para o novo ano que agora se inicia seja bem mais promissor, depois de 2013 ter de algum modo decepcionado. Estes novos dados confirmam igualmente que as economias avançadas vão regressar ao ciclo de crescimento e que as economias emergentes poderão perder algum dinamismo (ao nível de importações e exportações a revisão em baixa do FMI foi significativa). Neste âmbito, deve-se constatar dois aspectos relativamente às duas principais economias do mundo, que são igualmente os principais produtores e consumidores de matérias-primas: os EUA irão intensificar e consolidar o arranque económico; a China terá dificuldades em ultrapassar a taxa de crescimento de 2013 e está longe das taxas de um passado recente (taxas anuais na ordem dos 9% versus as actuais que rondam os 7%, ainda assim das maiores do mundo). Quanto à produção, desde o petróleo aos bens alimentares, passando pelos metais base para a indústria, tudo indica que a oferta se irá manter em níveis máximos dos últimos anos. Entretanto, existe a perspectiva de maior firmeza do dólar face a moedas rivais, reflexo do início da retirada de liquidez no sistema norte- americano por parte da Fed ao longo do ano. Segundo a tabela de variação dos preços das principais commodities apresentada (analisam-se os preços que consideramos mais significativos), o preço do milho é o que mostra um decréscimo acumulado mais significativo em 2013, -39%, seguindo-se o preço do ouro com uma variação de -29%. O preço do trigo também acabou por cair cerca de 20%. Ou seja, tanto os preços dos cereais como dos metais preciosos desenharam tendências de queda ao longo do último ano, embora por motivos diferentes. Nos cereais, as colheitas de 2013 ultrapassaram as expectativas e, no caso do milho e da soja nos EUA (maior produtor mundial) deverão ter sido alcançados valores recorde - +29% no milho e +8% na soja em relação à produção de 2012, a que corresponde mais de 14.0 e de 3.26 mil milhões de bushels, respectivamente, alcançando-se altas produtividades. Neste contexto, perante a ausência de procura que compensasse, os preços reflectiram esta abundância, que foi sendo sucessivamente confirmada pelas notícias do estado das plantações ao longo do período. No caso do ouro, a antecipação de alterações de ciclo económico-financeiro no mundo, nomeadamente pelo arranque nas economias avançadas, com a respectiva pressão de subida das taxas de juro e perspectivas futuras de alteração das condições de liquidez, assim como a diminuição do risco global nos mercados, tem acentuado a saída dos investimentos no ouro que, na actual conjuntura, foi perdendo o seu estatuto privilegiado de refúgio. No final de Junho, a onça troy registou o valor mínimo de 1180 dólares, num mercado assustado com o anúncio do tapering da Fed, patamar de preço onde se encontra actualmente após um movimento de correcção anterior. Em 2013, o preço do petróleo tanto no mercado americano (WTI) como no mercado europeu e do Médio Oriente (Brent) evoluiu praticamente sem tendência definida ao longo do ano, embora mantendo a habitual volatilidade diária. Os actuais valores ainda estão longe dos níveis máximos alcançados em Julho de 2008, imediatamente antes da crise do subprime nos EUA, embora seja evidente uma evolução sustentada desde então. Os valores mínimos e máximos do ano, no WTI e no Brent foram 85.61/112.24 e 96.75/119.75 dólares o barril, respectivamente (no WTI houve Variação dos preços das principais commodities usd 2-Jan-13 31-Dez-13 % Crude (WTI) 93.12 98.42 5.7 Crude (Brent)) 111.50 110.80 -0.6 Gás natural 3.23 4.23 30.8 Cobre 373.60 339.65 -9.1 Ouro 1,688.80 1,202.30 -28.8 Platina 1,565.10 1,371.10 -12.4 Milho 690.75 422.00 -38.9 Trigo 755.25 605.25 -19.9 Soja 1,405.50 1,312.50 -6.6 Fonte: Bloomberg, BPI. O preço do ouro desenhou uma tendência de queda 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 Jan-12 Jun-12 Nov-12 Abr-13 Set-13 Fonte: Reuters, BPI usd Petróleo - evolução da procura e da oferta 86 87 88 89 90 91 92 93 94 1T12 4T12 3T13 2T14 Procura Oferta milhões barris dia Fonte: AIE 34 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 PESANDO A OFERTA E PROCURA PREVISTAS, OS PREÇOS DEVERÃO MANTER-SE ESTÁVEIS MERCADOS MERCADOS DE COMMODITIES Em 2014, o Mundo cresce mais mas o FMI reviu em baixa as suas projecções face às anunciadas em Julho Dif. Proj. Jul. 2013 2013 2014 2013 2014 Mundo 2.9 3.6 -0.3 -0.2 Econ. Avançadas 1.2 2.0 0.0 0.0 EUA 1.6 2.6 -0.1 -0.2 Zona Euro -0.4 1.0 0.1 0.0 Japão 2.0 1.2 -0.1 0.1 Econ. Emergentes 4.5 5.1 -0.5 -0.4 Rússia 1.5 3.0 -1.0 -0.3 China 7.6 7.3 -0.2 -0.4 Índia 3.8 5.1 -1.8 -1.1 Brasil 2.5 2.5 0.0 -0.7 México 1.2 3.0 -1.7 -0.2 África do Sul 2.0 2.9 0.0 0.0 Vol. com. mundial (bens e serv.) 2.9 4.9 -0.2 -0.4 Importações Econ. Avançadas 1.5 4.0 0.1 -0.2 Econ. Emergentes 5.0 5.9 -0.9 -1.4 Exportações Econ. Avançadas 2.7 4.7 0.3 0.0 Econ. Emergentes 3.5 5.8 -0.7 -0.5 Fonte: FMI - projecções de Outubro de 2013. Relativa estabilidade dos preços do Brent e WTI 70 80 90 100 110 120 130 Jan-12 Mai-12 Set-12 Jan-13 Mai-13 Set-13 WTI Brent Fonte: Reuters, BPI usd Agostinho Leal Alves uma variação de preço de 26.6 dólares e no Brent de 22.42 dólares). O consumo total de crude em 2013 foi ligeiramente superior ao verificado em 2012, 91.2 milhões de barris por dia (mb/d) versus 90.0, e a Agência Internacional de Energia (AIE) espera uma média de 92.4 em 2014. Mas a oferta foi sempre superior (acima dos 92 mb/d), com 34% da produção concentrada em 3 países: Rússia, 10.85 mb/d; EUA, 10.58 mb/d; Arábia Saudita, 9.84 mb/d. A tendência crescente de produção nos EUA (devido à importância e maior contributo do crude obtido através do xisto) faz antever que nos próximos anos este país pode vir a tornar-se no maior produtor mundial e ganhar a independência energética. Quanto ao gás natural, embora a sua produção seja crescente, a sua utilização tem vindo igualmente a subir, devido ao facto de estar a ser encarada como uma nova geração de energia com o adicional de ter custos menores. Em resultado da maior penetração desta fonte energética, os preços em 2013 subiram cerca de 30%, contrariando tendências anteriores de descida ou estabilização dos preços. Os metais base considerados, por seu turno, viram os seus preços reduzirem-se entre 8% e 19% - Níquel, - 19%; Alumínio, -14%; Cobre, -9%; Zinco, -8%. Ao longo do ano, a atenção esteve centrada na procura da China, que não foi suficiente para suportar os preços (a China tem grande influência neste mercado e não tem interesse em que haja pressões de subida dos preços). Contudo, a retoma económica mais firme para 2014 poderá trazer uma procura de metais superior. Da análise feita e dos vectores mais importantes para a evolução global do mercado das matérias-primas para 2014 já referidos, acredita-se numa evolução dos preços relativamente estável: os preços do crude, WTI e Brent, têm como referência os valores mínimos do ano passado (86 e 97 dólares, respectivamente), sendo difícil que o mercado se venha a posicionar nestes níveis com uma procura mais forte, embora a oferta esteja igualmente a crescer de forma significativa, com a ajuda de novos processos de exploração. Contudo, os novos métodos e a procura de crude a maior profundidade requerem maior investimento, encarecendo o produto final. Há ainda que contar com o facto de a OPEP (importante cartel na definição das condições do mercado da energia) ter de reajustar a sua oferta, com o regresso da produção de crude do Irão ao mercado (o recente acordo com o Ocidente irá permitir esse regresso e a necessidade da Arábia Saudita voltar a níveis de produção anteriores), mas a sua actuação defensiva deverá evitar pressões de queda dos preços; no ouro, espera-se uma estabilização do preço, num cenário económico-financeiro mais normalizado. Por outro lado, é conhecido que os principais produtores consideram desequilibrados valores abaixo dos 1200/1300 dólares a onça troy, perante os actuais custos de produção; nos metais para a indústria pode-se antever maior consumo perante um crescimento económico mais forte e generalizado, suportando os preços. Mas será a performance económica da China a definir de forma mais significativa a evolução deste mercado; do mesmo modo, para além da situação das principais produções alimentares à volta do mundo, a situação do consumo chinês é bastante relevante. Existe receio que seja implementada em 2014 uma política agressiva por parte da China de forma a reduzir a dependência da importação de bens agrícolas e de fomento da produção doméstica. A concretização desta política concorreria para manter os preços baixos. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 35 PREVISÕES Economias Desenvolvidas Tx. de Inflação Saldo Orç./PIB Dívida Pública/PIB BTC/PIB Desemprego Crescimento PIB 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 E.U.A. 1.5 1.9 2.0 -5.1 -4.3 -3.6 102.9 102.7 103.8 -2.6 -2.7 -2.9 7.5 6.9 6.2 1.7 2.7 3.0 Japão 0.2 2.5 1.7 -9.7 -7.7 -6.4 233.9 234.8 242.6 0.9 1.4 1.9 4.1 3.9 3.8 1.8 1.5 1.2 UE 1.7 1.6 1.6 -3.5 -2.7 -2.6 89.7 90.2 90.0 1.6 1.7 1.8 11.1 11.0 10.7 ND 1.4 1.9 UEM 1.4 1.3 1.3 -3.0 -2.5 -2.1 95.1 95.5 95.5 2.1 2.2 2.4 12.1 12.1 11.8 -0.4 1.0 1.3 Alemanha 1.6 1.6 1.8 -0.1 0.1 0.4 80.0 77.5 74.4 6.7 6.3 6.4 6.0 5.9 5.7 0.5 1.7 1.8 França 1.0 1.4 1.3 -4.0 -3.5 -3.3 93.5 95.4 96.1 -1.9 -1.6 -1.7 10.8 11.1 10.9 0.2 0.8 1.4 Itália 1.4 1.2 1.2 -3.0 -2.6 -2.5 132.1 133.3 133.1 0.7 1.1 1.5 12.3 12.5 12.1 -1.8 0.5 0.8 Espanha 1.6 0.8 0.8 -6.5 -5.7 -5.3 93.1 98.7 103.4 1.1 2.0 2.8 26.6 26.5 25.4 -1.3 0.5 1.1 Holanda 2.7 1.4 1.3 -3.9 -3.6 -2.9 74.4 75.8 77.1 10.2 10.3 10.7 7.4 8.1 8.0 -1.1 0.3 1.1 Bélgica 1.2 1.3 1.5 -2.8 -2.4 -2.1 101.0 101.3 101.5 -1.2 -0.8 -0.5 8.7 8.9 8.6 0.1 1.0 1.3 Áustria 2.1 1.7 1.8 -2.3 -1.9 -1.5 75.1 74.9 73.6 2.6 2.8 3.2 4.8 4.9 4.5 0.4 1.6 1.9 Finlândia 2.2 2.0 1.8 -2.4 -2.2 -1.9 57.5 60.5 61.0 -1.2 -1.2 -0.8 8.2 8.2 8.0 -0.9 0.9 1.6 Grécia -0.7 -0.9 -0.6 -6.1 -3.1 -1.5 176.8 180.1 171.5 -0.9 0.1 0.5 27.4 27.6 25.5 -3.9 -0.1 1.4 Irlanda 0.5 0.9 1.2 -7.6 -5.0 -2.9 123.9 121.8 120.1 4.4 4.8 4.4 13.5 12.8 12.1 0.2 1.9 2.3 Reino Unido 2.6 2.3 2.1 -6.4 -5.3 -4.2 93.6 96.6 98.6 -3.6 -3.0 -3.3 7.8 7.5 7.2 1.4 2.4 2.5 Suécia 0.1 1.2 1.8 -1.2 -1.1 -0.7 39.2 39.0 41.0 6.2 5.9 5.3 8.1 8.0 7.5 1.0 2.4 2.8 Dinamarca 0.7 1.5 1.9 -1.7 -1.8 -2.4 45.6 45.6 45.1 5.5 5.3 5.8 7.2 7.1 6.8 0.5 1.5 1.8 Luxemburgo 1.8 1.8 1.8 -0.7 -0.8 -1.9 23.7 25.0 28.7 6.3 6.7 5.6 6.3 6.7 6.9 1.4 1.9 1.7 Suíça -0.2 0.5 0.8 0.5 0.6 0.5 35.0 33.5 ND 11.9 11.4 12.1 3.1 3.0 4.1 1.9 1.9 2.0 Portugal 0.9 0.7 0.7 -5.9 -4.5 -3.2 128.3 133.1 127.4 0.7 1.3 1.5 16.8 17.0 16.5 -1.8 0.4 1.0 Fontes:Média simples de previsões mais recentes: da OCDE, UE, FMI, BdP, Economist, e outras instituições. Notas: O uso de médias de várias previsões pode gerar valores incongruentes entre si. Portugal 2013 2014 2015 Consumo privado -1.7 0.3 0.9 Consumo público -2.4 -2.0 -0.2 Investimento -7.0 1.5 2.0 Exportações 5.5 3.5 3.2 Importações 2.4 2.2 2.5 PIB -1.6 0.5 1.2 Défice Orçamental (PDE) 5.6 4.0 2.5 Déf. orçam. s/ medidas extraordinárias 5.8 4.0 2.5 Taxa de inflação média 0.2 0.8 1.7 Taxa média de desemprego 16.6 16.8 16.5 Fonte: INE, Banco BPI. Previsões Económicas do BPI EUA&UEM PIB Taxa de Inflação* 2013 2014 2015 2013 2014 2015 EUA 1.7% 2.4% 2.0% 1.5% 2.0% 2.2% Zona Euro -0.4% 0.9% 1.5% 1.4% 1.6% 2.0% Portugal -1.6% 0.5% 1.2% 0.2% 0.8% 1.7% Fonte: INE, Eurostat, Reuters, previsões do Banco BPI. Nota: * Taxa de Variação Média; IPCH para Zona Euro. Indicam-se, a laranja, as alterações recentes. Mercados Emergentes Tx. de inflação Cresc. do PIB Tx. de Desemp. Dívida Púb./PIB Saldo Orç./PIB BTC/PIB Dívida Externa/PIB 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 Brasil 5.6 6.0 5.6 0.9 2.4 2.6 5.5 5.9 6.1 56.6 56.6 57.2 -2.4 -3.0 -3.2 -1.9 -2.6 -2.7 16.5 18.6 19.8 México 3.8 3.6 3.7 3.9 2.4 3.9 5.0 4.8 4.6 34.7 34.3 34.0 -2.6 -2.1 -2.1 -1.0 -1.0 -1.0 26.1 21.4 25.1 Argentina 18.1 18.6 21.1 1.7 2.8 2.3 7.3 7.7 8.0 38.4 39.1 39.4 -3.1 -3.0 -3.0 0.3 0.3 0.3 30.2 29.9 29.9 Chile 2.2 2.2 2.9 5.6 4.5 4.7 6.5 6.5 6.8 10.9 9.8 9.7 0.5 -0.4 -0.4 -3.5 -3.5 -3.5 43.8 42.7 42.1 R. Checa 3.2 1.7 1.6 -1.2 -0.3 1.8 7.4 8.0 8.2 45.8 47.9 49.4 -3.9 -3.2 -2.9 -2.3 -1.8 -1.7 51.0 52.1 50.6 Polónia 3.5 1.5 1.9 2.1 1.3 2.5 10.7 11.2 11.1 55.8 56.5 57.3 -3.6 -3.5 -3.2 -3.4 -2.8 -3.1 73.4 74.2 80.3 Hungria 5.6 2.7 2.5 -1.6 0.2 1.5 10.9 11.0 11.0 79.3 78.8 78.1 -2.4 -3.1 -3.1 1.8 2.0 1.9 129.6 121.1 122.4 Russia 5.7 6.5 5.6 3.4 2.6 3.3 6.0 6.0 5.9 9.2 9.4 10.3 0.4 -0.3 -0.8 3.6 2.3 1.3 28.5 28.5 27.2 China 2.5 2.7 3.1 7.8 7.7 7.8 4.1 4.1 4.1 27.1 26.8 26.4 -1.5 -1.8 -1.6 2.5 2.4 2.3 10.2 10.3 10.7 Fontes: Média simples de previsões mais recentes: FMI, OCDE, CE e outras instituições. 36 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 Taxas de Câmbio 10.Jan.14 Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano EUR/USD 1.37 1.33 1.32 1.30 1.28 EUR/USD (Prev. BPI) - 1.38 1.33 1.30 1.28 USD/JPY 104.18 100.00 102.00 104.00 110.00 USD/JPY (Prev. BPI) - 105.00 110.00 105.00 106.00 EUR/JPY 142.48 133.00 135.00 135.00 137.00 EUR/JPY (Prev. BPI) - 144.90 146.30 136.50 135.68 EUR/GBP 0.83 0.84 0.84 0.83 0.82 EUR/GBP (Prev. BPI) - 0.83 0.83 0.82 0.82 EUR/CHF 1.23 1.24 1.25 1.25 1.28 EUR/CHF (Prev. BPI) - 1.23 1.23 1.23 1.23 Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research. PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES Taxas de Juro 10.Jan.14 Taxas de Juro Spreads equivalentes face às taxas americanas Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano Spread actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano Taxas de juro 3 M EUR 0.28% 0.24% 0.27% 0.32% 0.42% 4 -4 -3 0 0 EUR (Prev. BPI) - 0.28% 0.29% 0.30% 0.35% - 3 4 2 5 USD 0.24% 0.28% 0.30% 0.32% 0.42% - - - - - USD (Prev. BPI) - 0.25% 0.25% 0.28% 0.30% - - - - - JPY 0.15% 0.17% 0.18% 0.18% 0.17% -10 -11 -12 -14 -25 JPY (Prev. BPI) - 0.15% 0.15% 0.15% 0.15% - -10 -10 -13 -15 GBP 0.52% 0.54% 0.54% 0.57% 0.64% 28 26 24 25 22 GBP (Prev. BPI) - 0.52% 0.53% 0.55% 0.60% - 27 28 27 30 CHF 0.02% 0.01% 0.01% 0.02% 0.13% -22 -27 -29 -30 -29 CHF (Prev. BPI) - 0.02% 0.02% 0.05% 0.05% - -23 -23 -23 -25 Taxas de juro 10 A POR 5.37% 5.20% 5.00% 5.25% 5.25% 248 239 205 217 191 POR (Prev. BPI) - 5.30% 5.25% 5.25% 5.00% 230 200 210 175 ALE 1.86% 1.94% 2.06% 2.16% 2.33% -103 -87 -89 -92 -101 ALE (Prev. BPI) - 1.90% 2.00% 2.50% 2.75% - -100 -100 -65 -75 EUA 2.89% 2.81% 2.95% 3.08% 3.34% - - - - - EUA (Prev. BPI) - 2.90% 3.00% 3.15% 3.50% - - - - - JAP 0.70% 0.76% 0.83% 0.89% 0.96% -219 -205 -212 -219 -238 JAP (Prev. BPI) - 0.70% 0.70% 0.70% 0.75% - -220 -230 -245 -275 RU 2.89% 2.84% 2.98% 3.09% 3.28% 0 3 3 1 -6 RU (Prev. BPI) - 2.95% 3.00% 3.15% 3.50% - 5 0 0 0 SUI 1.23% 1.11% 1.22% 1.31% 1.49% -166 -170 -173 -177 -185 SUI (prev. BPI) - 1.25% 1.25% 1.25% 1.30% - -165 -175 -190 -220 Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 37 PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES Taxas Oficiais dos Principais Bancos CentraisTaxas Oficiais dos Principais Bancos CentraisTaxas Oficiais dos Principais Bancos CentraisTaxas Oficiais dos Principais Bancos CentraisTaxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais TTTTTaxa de raxa de raxa de raxa de raxa de referênciaeferênciaeferênciaeferênciaeferência Nível emNível emNível emNível emNível em Nível actualNível actualNível actualNível actualNível actual Data da últimaData da últimaData da últimaData da últimaData da última Data do anúncioData do anúncioData do anúncioData do anúncioData do anúncio PrevisãoPrevisãoPrevisãoPrevisãoPrevisão 31.Dez.1231.Dez.1231.Dez.1231.Dez.1231.Dez.12 01.Jan.1401.Jan.1401.Jan.1401.Jan.1401.Jan.14 alteraçãoalteraçãoalteraçãoalteraçãoalteração da próxima decisãoda próxima decisãoda próxima decisãoda próxima decisãoda próxima decisão BPIBPIBPIBPIBPI Bancos Centrais G-7Bancos Centrais G-7Bancos Centrais G-7Bancos Centrais G-7Bancos Centrais G-7 Reserva Federal dos EUA 1* Fed Funds Rate 0%-0.25% 0%-0.25% 16-Dez-08 (-75/-100 pb) 18-Dez-13 Sem alteração Banco Central Europeu 2* Minimum Bid Refi Rate 0.75% 0.25% 7-Nov-13 (-25 pb) 09-Jan-14 Sem alteração Banco do Japão 3* O/N Call Rate 0.10% 0.07% 5-Out-10 (-5 pb) - - Banco do Canadá O/N Lending Rate 1.00% 1.00% 8-Set-10 (+25 pb) 22-Jan-14 - Banco de Inglaterra Repo Rate 0.50% 0.50% 5-Mar-09 (-50 pb) 09-Jan-14 Sem alteração Outros Bancos CentraisOutros Bancos CentraisOutros Bancos CentraisOutros Bancos CentraisOutros Bancos Centrais Banco Nacional da Suíça Libor 3M do CHF 0%-0.25% 0%-0.25% 03-Ago-2011 (-50 p.b) 12-Dez-13 Sem alteração Riksbank (Suécia) Repo Rate 1.00% 1.00% 18-Dez-12 (-25 pb) 17-Dez-13 - Norges Bank (Noruega) Key Policy Rate 1.50% 1.50% 14-Mar-12 (-25 pb) 27-Mar-14 - Banco Nacional da Dinamarca Lending Rate 0.20% 0.20% 2-Mai-13 (-10 pb) 4* - Reserve Bank (Austrália) Cash Rate 3.00% 2.50% 6-Ago-13 (-25 pb) 04-Fev-14 - América LatinaAmérica LatinaAmérica LatinaAmérica LatinaAmérica Latina BACEN (Brasil) Selic 7.25% 10.00% 27-Nov-13 (+50 bp) 15-Jan-14 - BANXICO (México) O/N Interbank Funding Rate 4.50% 3.50% 25-Out-13 (-25 pb) 31-Jan-14 - Europa de LesteEuropa de LesteEuropa de LesteEuropa de LesteEuropa de Leste NBP (Polónia) Taxa de intervenção - 14 dias 4.25% 2.50% 03-JuL-13 (-25 pb) 08-Jan-14 - NBH (Hungria) Repo Rate - 2 semanas 5.75% 3.20% 26-Nov-13 (-20 pb) 17-Dez-13 - CNB (República Checa) Repo Rate - 2 semanas 0.05% 0.05% 2-Nov-12 (-20 pb) 17-Dez-13 - Fonte: Bloomberg. Notas: 1*Normalmente as alterações de taxas são anunciadas nas datas dos FOMC. No entanto poderão ser criadas reuniões intermédias, e as taxas poderão ser alteradas em qualquer altura. 2*De acordo com o BCE, apenas a 1ª reunião de cada mês serve para anunciar alterações na sua política monetária. No entanto, existe a possibilidade de poder alterar essa mesma política em qualquer altura. 3*A partir de Abril de 2013, o Banco do Japão passou a adoptar como principal instrumento de política monetária o controlo da base monetária em vez da taxa de juro. A taxa actual apresentada refere-se à taxa efectiva. 4*Sem datas pré-marcadas, podendo ser alterada em qualquer altura. 38 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes 10.Jan.14 TTTTTaxas de Câmbioaxas de Câmbioaxas de Câmbioaxas de Câmbioaxas de Câmbio TTTTTaxa actual...axa actual...axa actual...axa actual...axa actual... a 1 mês...a 1 mês...a 1 mês...a 1 mês...a 1 mês... a 3 meses...a 3 meses...a 3 meses...a 3 meses...a 3 meses... a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses... a 1 anoa 1 anoa 1 anoa 1 anoa 1 ano USD/BRL 2.29 2.26 2.30 2.32 2.35 USD/MXN 13.19 12.93 12.83 12.73 12.40 USD/ARS 5.70 6.10 6.49 6.91 7.67 EUR/CZK 25.77 25.90 25.80 25.70 25.20 EUR/PLN 4.28 4.20 4.15 4.10 4.02 EUR/HUF 299.82 298.00 297.50 295.00 290.00 USD/RUB 33.24 32.50 32.55 32.88 32.81 USD/CNY 6.12 6.10 6.09 6.07 6.00 Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research. Legenda: BRL - Real do Brasil PLN - Zloty da Polónia MXN - Peso Mexicano HUF - Forint da Hungria ARS - Peso Argentino RUB - Rublo da Rússia CZK - Coroa Checa CNY - Renminbi/Yuan da China PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES Taxas de Juro e Taxas de Juro e Taxas de Juro e Taxas de Juro e Taxas de Juro e SpreadsSpreadsSpreadsSpreadsSpreads dos Mercados Emergentes dos Mercados Emergentes dos Mercados Emergentes dos Mercados Emergentes dos Mercados Emergentes 10.Jan.14 TTTTTaxas de Juraxas de Juraxas de Juraxas de Juraxas de Jurooooo SpreadsSpreadsSpreadsSpreadsSpreads equivalentes face às taxas americanas equivalentes face às taxas americanas equivalentes face às taxas americanas equivalentes face às taxas americanas equivalentes face às taxas americanas TTTTTaxa act.axa act.axa act.axa act.axa act. ...a 1 mês...a 1 mês...a 1 mês...a 1 mês...a 1 mês ...a 3 meses...a 3 meses...a 3 meses...a 3 meses...a 3 meses ...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses ...a 1 ano...a 1 ano...a 1 ano...a 1 ano...a 1 ano SpreadSpreadSpreadSpreadSpread act. act. act. act. act. ...a 1 mês......a 1 mês......a 1 mês......a 1 mês......a 1 mês... a 3 mesesa 3 mesesa 3 mesesa 3 mesesa 3 meses ...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses...a 6 meses ...a 1 ano...a 1 ano...a 1 ano...a 1 ano...a 1 ano TTTTTaxas de juraxas de juraxas de juraxas de juraxas de juro de curo de curo de curo de curo de curto-prazoto-prazoto-prazoto-prazoto-prazo BRL 8.79% 9.84% 10.04% 10.05% 10.11% 855 956 974 973 969 MXN 3.97% 3.47% 3.43% 3.43% 3.62% 373 319 313 311 320 ARS 12.75% n.d. n.d. n.d. n.d. 1251 n.d. n.d. n.d. n.d. CZK 0.28% 0.41% 0.44% 0.46% 0.55% 4 13 14 14 13 PLN 2.60% 2.71% 2.74% 2.79% 3.17% 236 243 244 247 275 HUF 3.75% 3.54% 3.52% 3.54% 3.58% 351 326 322 322 316 RUB 6.75% 5.08% 4.94% 4.90% 4.85% 651 480 464 458 443 CNY 4.66% 6.00% 6.01% 6.02% 6.04% 442 572 571 570 562 TTTTTaxas de juraxas de juraxas de juraxas de juraxas de juro 10 Ao 10 Ao 10 Ao 10 Ao 10 A BRL 4.21% n.d. n.d. n.d. n.d. 239 - - - - MXN 3.59% 6.09% 6.14% 6.30% 6.46% 181 - - - - ARS 14.52% n.d. n.d. n.d. n.d. 1203 - - - - CZK 2.12% 2.36% 2.52% 2.59% 2.74% 47 - - - - PLN 4.12% 4.43% 4.48% 4.50% 4.75% 247 - - - - HUF 6.22% 6.03% 6.03% 6.10% 6.23% 457 - - - - RUB 7.99% n.d. n.d. n.d. n.d. 204 - - - - CNY 4.07% 4.03% 4.03% 4.04% 4.06% 243 - - - - Fonte:Médias de previsões de várias instituições de research. Nota: A taxa de juro de curto prazo apresentada para o Brasil é a taxa Selic, para o México é a taxa overnight, para a Hungria é a base rate e para a China é a taxa de empréstimo fixada pelo banco central. Os spreads de dívida de longo prazo de CZK, PLZ, HUF e CNY resultam da comparação directa entre a yield do benchmark dos Bunds a 10 anos e a yield aqui apresentada. Os spreads de dívida de longo prazo de BRL, ARS, MXN e RUB são os calculados pela JP Morgan nos índices EMBI. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 39 BASES DE DADOS Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos em Janeiro e Fevereiro 2014 CONJUNTURA ECONÓMICA Indicadores de Conjuntura Macroeconómica em Portugal Indicadores de Conjuntura Económica Internacional I Indicadores de Conjuntura Económica Internacional II MERCADOS CAMBIAIS Cotações no mercado Spot Taxas Oficiais de Conversão para o EURO MTC-2 MERCADOS MONETÁRIOS Taxas de Juro Internacionais MERCADOS DE OBRIGAÇÕES Indicadores do Mercado Doméstico de Obrigações Evolução dos Indexantes Taxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro MERCADOS DE ACÇÕES Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções I Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções II COMMODITIES Índices CRB de Preços de Futuros de Commodities 40 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Janeiro e Fevereiro de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Janeiro e Fevereiro de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Janeiro e Fevereiro de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Janeiro e Fevereiro de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Janeiro e Fevereiro de 2014* Janeiro 2014Janeiro 2014Janeiro 2014Janeiro 2014Janeiro 2014 EUA 8 Fed divulga actas da reunião de 17/18 de Dezembro Reino Unido 9 Decisão de política monetária do Banco de Inglaterra UEM 9 Decisão de política monetária do BCE Japão 22 Decisão de política monetária do Banco do Japão Mundo 22 Reunião do Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça UEM 27 Reunião dos ministros das finanças da Zona Euro (Eurogrupo) EUA 29 Decisão de política monetária do FOMC Fevereiro 2014Fevereiro 2014Fevereiro 2014Fevereiro 2014Fevereiro 2014 Reino Unido 6 Decisão de política monetária do Banco de Inglaterra UEM 6 Decisão de política monetária do BCE Japão 18 Decisão de política monetária do Banco do Japão EUA 19 Fed divulga actas da reunião de 28/29 de Janeiro Notas: (*) - Este calendário não pretende conter uma enumeração exaustiva de todos os acontecimentos futuros na Europa, Japão e América do Norte, mas sim listar alguns dos eventos que possam ter um impacto significativo nos mercados financeiros. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 41 In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a em P or tu ga l In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a em P or tu ga l In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a em P or tu ga l In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a em P or tu ga l In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a em P or tu ga l 20 09 20 09 20 09 20 09 20 09 20 10 20 10 20 10 20 10 20 10 20 11 20 11 20 11 20 11 20 11 20 12 20 12 20 12 20 12 20 12 20 13 20 13 20 13 20 13 20 13 M ar M ar M ar M ar M ar .... . Ab r Ab r Ab r Ab r Ab r .... . M ai . M ai . M ai . M ai . M ai . Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Se t. Se t. Se t. Se t. Se t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. No v No v No v No v No v .... . De z. De z. De z. De z. De z. Co nt as N ac io na is (B as e 20 06 ) Co nt as N ac io na is (B as e 20 06 ) Co nt as N ac io na is (B as e 20 06 ) Co nt as N ac io na is (B as e 20 06 ) Co nt as N ac io na is (B as e 20 06 ) PI B- 2. 9% 1. 9% -1 .3 % -3 .8 % -4 .1 % - - -2 .0 % - - -1 .0 % - Co ns um o pr iva do -2 .4 % 2. 6% -3 .4 % -5 .1 % -3 .9 % - - -2 .4 % - - -1 .1 % - Co ns um o pú bl ico 4. 7% 0. 1% -5 .0 % -4 .0 % -3 .5 % - - -2 .6 % - - -1 .4 % - In ve sti m en to -1 3. 3% 1. 4% -1 1. 1% -2 .4 % -1 6. 4% - - -5 .0 % - - -3 .3 % - Ex po rta çõ es -1 0. 9% 10 .2 % 6. 9% 0. 2% 0. 7% - - 7. 4% - - 6. 6% - Im po rta çõ es -1 0. 0% 8. 0% -5 .3 % -1 .6 % -4 .4 % - - 5. 2% - - 5. 1% - Pr eç os e s al ár io s Pr eç os e s al ár io s Pr eç os e s al ár io s Pr eç os e s al ár io s Pr eç os e s al ár io s Ta xa d e in fla çã o m éd ia (% ) -0 .8 1. 4 3. 7 2. 8 2. 0 1. 7 1. 6 1. 4 1. 3 1. 0 0. 8 0. 6 0. 4 - Ta xa d e in fla çã o ho mó log a (% ) -0 .1 2. 5 3. 6 1. 9 0. 5 0. 2 0. 7 1. 0 0. 8 0. 2 0. 1 -0 .3 -0 .2 - Ta xa d e in fla çã o ha rm on iza da (% ) -0 .1 2. 4 3. 5 2. 1 0. 7 0. 4 0. 9 1. 2 0. 8 0. 2 0. 3 0. 0 0. 1 - In fla çã o de b en s ( ta xa h ar mo ni za da ) -0 .9 3. 4 4. 3 1. 2 -0 .1 -0 .2 0. 7 0. 9 0. 5 -0 .4 -0 .1 -0 .6 -0 .2 - In fla çã o de se rvi ço s ( ta xa h ar mo ni za da ) 1. 0 1. 1 2. 3 3. 4 1. 7 1. 2 1. 4 1. 5 1. 1 0. 9 0. 8 0. 8 0. 5 - Va ria çã o de sa lár ios se ct or p riv ad o (tv h; % )(1 ), (2 ) (1 ), (2 ) (1 ), (2 ) (1 ), (2 ) (1 ), (2 ) 3. 5 3. 0 1. 5 -0 .6 - - 3. 2 2. 7 2. 3 2. 1 2. 0 1. 9 - - Ní ve l d e ac tiv id ad e Ní ve l d e ac tiv id ad e Ní ve l d e ac tiv id ad e Ní ve l d e ac tiv id ad e Ní ve l d e ac tiv id ad e In di ca do r c oin cid en te d o Bd P (tv h) -1 .8 0 1. 30 -1 .7 0 -2 .2 -2 .1 -2 -2 .1 -1 .9 -1 .6 -1 .2 -0 .6 0 0 0. 5 0. 8 Ín di ce d e pr od uç ão in du str ial (t vh ) - - -8 .0 -4 .0 -1 .4 3. 4 1. 4 1. 4 -2 .8 -3 .0 1. 4 3. 3 2. 9 - Ín di ce d e co nf ian ça n a in dú str ia -1 6. 5 -8 .4 -2 1. 5 -1 7. 8 -1 7. 4 -1 7. 8 -1 5. 5 -1 5. 9 -1 7. 0 -1 4. 0 -1 3. 2 -1 2. 8 -1 0. 3 -7 .4 ín di ce d e co nf ian ça d os c on su mi do re s -3 3 -4 9 -5 7 -5 7 -5 6 -5 4 -5 5 -5 3 -5 2 -4 8 -4 4 -4 2 -3 9 -3 6 Ín di ce d e co nf ian ça n o se ct or d a co ns tru çã o -5 0 -4 9 -6 3 -6 7 -6 5 -6 0 -6 4 -6 3 -6 3 -5 7 -5 4 -4 9 -4 8 -4 9 Ín di ce d e co nf ian ça n o co mé rc io a re ta lh o -8 -9 -2 7 -2 4 -2 0 -1 8 -1 5 -1 6 -1 3 -1 2 -1 1 -7 -5 1 Ve nd as a re ta lh o (tv h) - - -1 0 -8 -5 -1 -3 -2 -1 0 -1 0 4 - Ve nd as d e au to mó ve is (tv h) -1 7. 9 61 .9 -6 0. 0 -4 3. 6 -0 .3 -4 .4 -5 .7 17 .6 17 .2 13 .0 15 .9 22 .8 23 .1 - Ve nd as d e cim en to (t vh ) -1 5. 6 -7 .0 -1 5. 6 -3 7. 3 -3 5. 7 -4 4. 6 -2 1. 5 -1 8. 7 -2 2. 8 -1 5. 2 -1 8. 4 -1 0. 1 -1 6. 5 -1 1. 3 Do rm id as n o se ct or d a ho te lar ia (tv h) -1 .3 -7 .1 5. 5 0. 9 0. 5 11 .1 -4 .5 11 .1 7. 6 3. 8 5. 4 5. 1 6. 3 - Ta xa d e de se mp reg o (% ) 9. 5 10 .8 12 .7 16 .9 - - - - - Ex te rio r Ex te rio r Ex te rio r Ex te rio r Ex te rio r Ba lan ça c or re nt e (yt d; M .E .) -1 8, 40 2 -1 8, 29 2 -1 2, 00 6 -3 ,3 32 -1 55 -3 3 -4 98 -7 6 43 0 1, 03 6 95 8 96 8 - - Be ns e se rvi ço s ( ytd ; M .E .) -1 9, 64 8 -2 0, 29 2 -1 5, 48 7 -1 0, 92 0 -1 ,9 78 -2 ,7 25 -3 ,3 68 -4 ,0 30 -4 ,8 53 -5 ,7 61 -6 ,6 92 -7 ,7 89 -8 ,3 81 - Ex po rta çõ es m erc ad or ias (y td ; v ar. % ) -1 8 16 15 - - 0 4 4 3 4 3 4 - - Im po rta çõ es m erc ad or ias (y td ; v ar. % ) -1 8. 1 10 .5 1. 0 - - -7 .2 -3 .4 -3 .2 -2 .4 0. 4 -0 .4 0. 3 - - Ba lan ça fi na nc eir a (M .E .- ytd ) 17 48 6. 0 15 57 5. 4 97 65 .6 -1 78 6. 6 - - - - - - - -4 08 0. 4 - - In ve sti me nt o di re ct o e m Po rt. (M .E . - yt d) 1, 94 8 1, 99 8 8, 02 1 6, 93 9 - - - - - - - 1, 55 4 - - In ve sti me nt o di re ct o d e Po rt. n o ex te rio r ( M. E. - y td ) -5 88 5, 65 8 -1 0, 72 2 -1 ,4 90 - - - - - - -5 54 - - Ou tro in ve sti me nt o em P or tu ga l ( M. E. - y td ) ( 3) 2, 00 2 25 ,5 35 14 ,0 42 15 ,6 36 - - - - - - - -1 0, 29 9 - - Ou tro in ve sti me nt o de P or tu ga l n o ex te rio r ( M. E - y td ) ( 3)(3 ) (3 ) (3 ) (3 ) 83 7 -7 ,3 19 1, 32 5 -1 ,9 08 - - - - - - - 11 ,6 11 - - Fi na nç as p úb lic as Fi na nç as p úb lic as Fi na nç as p úb lic as Fi na nç as p úb lic as Fi na nç as p úb lic as Fi na nc iam en to d as a dm in ist ra çõ es p úb lic as (y td ; M .E .) 16 ,5 77 17 ,2 35 6, 69 2 5, 61 3 75 3 1, 37 8 1, 37 7 3, 33 6 4, 59 1 3, 93 9 4, 07 9 6, 15 7 - - Fo nt es :D ad os co mp ila do s p elo B PI a pa rti r d e p ub lic aç õe s d o B an co de P ort ug al, IN E e D GI . No tas : No tas : t vh : t ax a d e v ari aç ão ho mó log a (1 ) (1 ) (1 ) (1 ) (1 ) - 20 06 a 20 08 - tv an ua l; res tan tes -t vh (2 ) (2 ) (2 ) (2 ) (2 ) - Va ria çã o d as re mu ne raç õe s d ec lar ad as à Se gu ran ça S oc ial , e xc lui nd o a s e nt ida de s e mp reg ad ora s d o s ec tor ba nc ári o (3 ) (3 ) (3 ) (3 ) (3 ) -E xc lui nd o i nv es tim en to de ca rte ira e de riv ad os fi na nc eir os . 42 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l I In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l I In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l I In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l I In di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l I 20 09 20 09 20 09 20 09 20 09 20 10 20 10 20 10 20 10 20 10 20 11 20 11 20 11 20 11 20 11 20 12 20 12 20 12 20 12 20 12 20 13 20 13 20 13 20 13 20 13 M ar M ar M ar M ar M ar .... . Ab r Ab r Ab r Ab r Ab r .... . M ai . M ai . M ai . M ai . M ai . Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Se t. Se t. Se t. Se t. Se t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. No v No v No v No v No v .... . De z. De z. De z. De z. De z. M at ér ia s Pr im as M at ér ia s Pr im as M at ér ia s Pr im as M at ér ia s Pr im as M at ér ia s Pr im as Pr eç o do p et ró leo (U SD /B ar ril B re nt ) 77 .2 94 .3 10 7. 58 11 1. 94 10 9. 27 10 1. 81 10 0. 03 10 2. 16 10 8. 66 11 6. 17 10 9. 22 10 8. 89 11 0. 57 11 0. 82 Ín di ce p reç os d e ma té ria s p rim as - US D (t. v.h .) 41 .5 33 .5 -1 8. 3 -0 .2 -9 .7 -6 .8 -3 .2 -5 .5 -1 6. 5 -1 3. 4 -1 5. 9 -1 1. 7 -1 2. 1 -1 1. 2 Cu st os la bo ra is Cu st os la bo ra is Cu st os la bo ra is Cu st os la bo ra is Cu st os la bo ra is EU A -4 .0 -0 .3 0. 5 4. 4 1. 6 - - 2. 0 - - 2. 1 - - - Zo na E ur o 1. 8 1. 5 2. 2 1. 6 1. 9 - - 1. 1 - - 1. 0 - - - Ja pã o -6 .0 0. 0 0. 0 -1 .7 -0 .9 0. 0 -0 .1 0. 6 -0 .1 -0 .9 -0 .2 -0 .1 0. 5 - TTTT T a xa s de ju r ax as d e ju r ax as d e ju r ax as d e ju r ax as d e ju r o d e cu r o de c ur o de c ur o de c ur o de c ur to p ra zo to p ra zo to p ra zo to p ra zo to p ra zo EU A 0. 25 0. 30 0. 58 0. 31 0. 28 0. 27 0. 28 0. 27 0. 27 0. 26 0. 25 0. 24 0. 24 0. 25 Zo na E ur o 0. 66 0. 94 1. 29 0. 13 0. 13 0. 12 0. 12 0. 15 0. 15 0. 15 0. 16 0. 18 0. 19 0. 27 Ja pã o 0. 28 0. 19 0. 20 0. 18 0. 16 0. 16 0. 15 0. 16 0. 16 0. 15 0. 15 0. 14 0. 14 0. 15 TTTT T a xa s de ju r ax as d e ju r ax as d e ju r ax as d e ju r ax as d e ju r o d e lon go p ra zo o de lo ng o pr az o o de lo ng o pr az o o de lo ng o pr az o o de lo ng o pr az o EU A 3. 84 3. 29 1. 88 1. 76 1. 85 1. 67 2. 13 2. 49 2. 58 2. 78 2. 61 2. 55 2. 74 3. 03 Al em an ha 3. 39 2. 96 1. 83 1. 32 1. 29 1. 22 1. 51 1. 73 1. 67 1. 86 1. 78 1. 67 1. 69 1. 93 Ja pã o 1. 30 1. 13 0. 99 0. 79 0. 55 0. 61 0. 86 0. 85 0. 80 0. 72 0. 69 0. 60 0. 61 0. 74 TTTT T a xa s de c âm bi o ef ec tiv as ax as d e câ m bi o ef ec tiv as ax as d e câ m bi o ef ec tiv as ax as d e câ m bi o ef ec tiv as ax as d e câ m bi o ef ec tiv as EU A (+ va lor iza çã o;- de pr ec iaç ão ) -6 .8 -1 .4 0. 7 -1 .4 2. 1 1. 4 0. 1 -0 .5 0. 5 1. 3 2. 7 2. 0 2. 2 - Zo na E ur o -0 .6 -8 .2 -2 .1 -0 .4 -1 .1 1. 2 4. 2 4. 5 8. 0 5. 9 5. 1 5. 2 5. 5 4. 9 Ja pã o -4 .9 11 .1 5. 8 -1 2. 8 -1 2. 0 -1 7. 5 -2 3. 4 -2 0. 3 -2 1. 5 -2 0. 4 -2 1. 2 -1 9. 7 -1 9. 5 -1 7. 5 Pr eç os n o pr od ut or Pr eç os n o pr od ut or Pr eç os n o pr od ut or Pr eç os n o pr od ut or Pr eç os n o pr od ut or EU A 4. 3 3. 8 4. 7 1. 4 1. 1 0. 5 1. 6 2. 3 2. 1 1. 4 0. 3 0. 3 0. 7 - Zo na E ur o -3 .0 5. 1 4. 4 2. 2 0. 5 -0 .3 -0 .3 0. 1 0. 0 -0 .9 -0 .9 -1 .3 -1 .2 - Ja pã o -3 .8 1. 2 0. 8 -0 .7 -0 .5 0. 1 0. 6 1. 2 2. 2 2. 3 2. 2 2. 5 2. 7 - Pr eç os n o co ns um id or Pr eç os n o co ns um id or Pr eç os n o co ns um id or Pr eç os n o co ns um id or Pr eç os n o co ns um id or EU A 2. 7 1. 5 3 1. 7 1. 5 1. 1 1. 4 1. 8 2. 0 1. 5 1. 2 1. 0 1. 2 - Zo na E ur o 0. 9 2. 2 2. 7 2. 2 1. 7 1. 2 1. 4 1. 6 1. 6 1. 3 1. 1 0. 7 0. 9 0. 8 Ja pã o -1 .7 0. 0 -0 .2 -0 .1 -0 .9 -0 .7 -0 .3 0. 2 0. 7 0. 9 1. 1 1. 1 1. 5 - M as sa m on et ár ia M as sa m on et ár ia M as sa m on et ár ia M as sa m on et ár ia M as sa m on et ár ia EU A (M 2) 3. 7 3. 5 9. 8 8. 1 7. 1 7. 2 7. 0 6. 8 6. 9 6. 7 6. 4 6. 8 6. 1 - Zo na E ur o (M 3) -0 .3 1. 1 1. 6 3. 5 2. 5 3. 2 2. 9 2. 4 2. 2 2. 3 2. 0 1. 4 1. 5 - Ja pã o (M 2) 3. 1 2. 3 3. 2 2. 6 3. 1 3. 2 3. 5 3. 8 3. 7 3. 8 3. 9 4. 1 4. 3 - Fo nt es : I EA m ar ke t r ep ort , E co no mi st, U E, F MI , O CD E, B dP , M err yl Ly nc h, B loo mb erg . No ta s: ta xa s d e va ria çã o ho mó log a, ex ce pt o qu an do in di ca do o c on trá rio . E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 43 IIII I n di ca do re s de C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l II nd ic ad or es d e C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l II nd ic ad or es d e C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l II nd ic ad or es d e C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l II nd ic ad or es d e C on ju nt ur a E co nó m ic a In te rn ac io na l II 20 09 20 09 20 09 20 09 20 09 20 10 20 10 20 10 20 10 20 10 20 11 20 11 20 11 20 11 20 11 20 12 20 12 20 12 20 12 20 12 20 13 20 13 20 13 20 13 20 13 M ar M ar M ar M ar M ar .... . Ab r Ab r Ab r Ab r Ab r .... . M ai . M ai . M ai . M ai . M ai . Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Se t. Se t. Se t. Se t. Se t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. No v No v No v No v No v .... . De z. De z. De z. De z. De z. Cr es ci m en to d o Pr od ut o Cr es ci m en to d o Pr od ut o Cr es ci m en to d o Pr od ut o Cr es ci m en to d o Pr od ut o Cr es ci m en to d o Pr od ut o EU A (a nu ali za do ) -2 .8 2. 5 1. 8 0. 1 1. 1 - - 2. 5 - - 4. 1 - - - Zo na E ur o (q /q ) -4 .4 1. 9 1. 6 -0 .5 -0 .2 - - 0. 3 - - 0. 1 - - - Ja pã o (q /q ) -5 .5 4. 7 -0 .5 0. 1 1. 1 - - 0. 9 - - 0. 3 - - - De se m pr eg o De se m pr eg o De se m pr eg o De se m pr eg o De se m pr eg o EU A 9. 3 9. 6 8. 9 7. 9 7. 5 7. 5 7. 5 7. 5 7. 3 7. 2 7. 2 7. 2 7. 0 6. 7 Zo na E ur o 9. 6 10 .1 10 .2 11 .9 12 .0 12 .1 12 .1 12 .1 12 .1 12 .1 12 .1 12 .1 12 .1 - Ja pã o 5. 0 5. 1 4. 4 4. 3 4. 1 4. 1 4. 1 3. 9 3. 8 4. 1 4. 0 4. 0 4. 0 - Co nf ia nç a da s Em pr es as Co nf ia nç a da s Em pr es as Co nf ia nç a da s Em pr es as Co nf ia nç a da s Em pr es as Co nf ia nç a da s Em pr es as EU A - Ín di ce d e co nf ian ça P ME 88 93 94 88 90 92 94 94 94 94 94 92 93 - Zo na E ur o - Í nd ice d o Eu ro sta t ( ma nu fa ct ur as ) -1 6 5 -7 -1 4 -1 2 -1 4 -1 3 -1 1 -1 1 -8 -7 -5 -4 -3 Ja pã o - Í nd ice Ta nk an (g lob al) -1 9 -1 0 3 - - - - - - - - - - Co nf ia nç a do s Co ns um id or es Co nf ia nç a do s Co ns um id or es Co nf ia nç a do s Co ns um id or es Co nf ia nç a do s Co ns um id or es Co nf ia nç a do s Co ns um id or es EU A -Í nd ice d a Un ive rsi da de d e Mi ch iga n 72 .5 74 .5 69 .9 72 .9 78 .6 76 .4 84 .5 84 .1 85 .1 82 .1 77 .5 73 .2 75 .1 82 .5 Ín di ce d o Co nf er en ce B oa rd 53 .6 63 .4 64 .8 66 .7 61 .9 69 .0 74 .3 82 .1 81 .0 81 .8 80 .2 72 .4 72 .0 78 .1 Zo na E ur o - Í nd ice d o Eu ro sta t -1 6 -1 1 -2 1 -2 6 -2 4 -2 2 -2 2 -1 9 -1 7 -1 6 -1 5 -1 5 -1 5 -1 4 Ja pã o - Í nd ice d o ES RI 37 .6 40 .1 38 .1 39 .0 45 .0 44 .5 46 .0 44 .6 44 .0 43 .4 45 .7 41 .2 41 .9 - In di ca do r A In di ca do r A In di ca do r A In di ca do r A In di ca do r A v an ça do d a OC DE va nç ad o da O CD E va nç ad o da O CD E va nç ad o da O CD E va nç ad o da O CD E EU A 99 .5 10 1. 9 10 2. 9 10 5. 0 10 5. 8 10 6. 0 10 6. 3 10 6. 5 10 6. 7 10 6. 8 10 6. 9 - - - Zo na E ur o 10 0. 7 10 2. 4 10 0. 6 10 0. 0 10 0. 4 10 0. 6 10 0. 7 10 0. 9 10 1. 1 10 1. 3 10 1. 5 - - - Ja pã o 98 .9 10 0. 2 10 0. 7 10 1. 2 10 2. 0 10 2. 3 10 2. 6 10 2. 8 10 2. 9 10 3. 1 10 3. 4 - - - In di ca do r da A ct ivi da de I nd us tri al In di ca do r da A ct ivi da de I nd us tri al In di ca do r da A ct ivi da de I nd us tri al In di ca do r da A ct ivi da de I nd us tri al In di ca do r da A ct ivi da de I nd us tri al EU A - I SM m an uf ac tu ra s 55 .3 57 .3 52 .9 50 .2 51 .3 50 .7 49 .0 50 .9 55 .4 55 .7 56 .2 56 .4 57 .3 57 .0 PM I m an uf ac tu ra s 51 .6 57 .1 46 .9 46 .1 46 .8 46 .7 48 .3 48 .8 50 .3 51 .4 51 .1 51 .3 51 .6 52 .7 Ja pã o - Í nd ice d e ac tiv id ad e in du str ial (s a) 93 .6 96 .6 97 .5 96 .4 96 .5 96 .6 97 .7 96 .9 97 .3 97 .6 98 .1 97 .9 - - PrPrPrPr Pr od uç ão I nd us tri al ( t.v od uç ão I nd us tri al ( t.v od uç ão I nd us tri al ( t.v od uç ão I nd us tri al ( t.v od uç ão I nd us tri al ( t.v .h .) .h .) .h .) .h .) .h .) EU A -2 .8 6. 5 3. 0 2. 8 3. 1 2. 0 1. 9 2. 1 1. 5 2. 8 3. 2 3. 4 3. 2 - Zo na E ur o -3 .5 8. 7 -1 .4 -2 .5 -1 .8 -0 .6 -1 .9 -0 .4 -2 .0 -1 .7 0. 0 -0 .1 - - Ja pã o 4. 2 5. 4 -1 .8 -7 .6 -7 .2 -3 .4 -1 .1 -4 .6 1. 8 -0 .4 5. 1 5. 4 5. 0 - VVVV V e nd as a R et al ho ( t.v en da s a Re ta lh o (t. v en da s a Re ta lh o (t. v en da s a Re ta lh o (t. v en da s a Re ta lh o (t. v .h .) .h .) .h .) .h .) .h .) EU A 4. 5 6. 7 6. 2 5. 2 3. 2 3. 7 4. 4 6. 0 5. 7 4. 6 3. 5 4. 1 4. 7 - Zo na E ur o -0 .6 -0 .3 -1 .1 -2 .7 -2 .3 -0 .8 -0 .2 -1 .3 -0 .7 -0 .5 0. 1 0. 0 1. 5 - Ja pã o -1 0. 9 3. 5 -0 .8 -1 .7 -1 .3 -0 .1 0. 6 0. 5 1. 3 0. 6 2. 8 2. 0 3. 0 - Ba lan ça C om er cia l ( m il m ilh õe s m oe da lo ca l; sa ld o ac um ul ad o úl tim os 1 2 m es es ) Ba lan ça C om er cia l ( m il m ilh õe s m oe da lo ca l; sa ld o ac um ul ad o úl tim os 1 2 m es es ) Ba lan ça C om er cia l ( m il m ilh õe s m oe da lo ca l; sa ld o ac um ul ad o úl tim os 1 2 m es es ) Ba lan ça C om er cia l ( m il m ilh õe s m oe da lo ca l; sa ld o ac um ul ad o úl tim os 1 2 m es es ) Ba lan ça C om er cia l ( m il m ilh õe s m oe da lo ca l; sa ld o ac um ul ad o úl tim os 1 2 m es es ) EU A -5 10 .6 -6 50 .2 -7 44 .1 -7 41 .5 -1 79 .5 -2 38 .1 -3 01 .2 -3 55 .2 -4 13 .2 -4 71 .4 -5 33 .8 -5 92 .7 -6 46 .6 - Zo na E ur o 14 .2 -1 2. 2 -1 7. 8 79 .7 10 6. 6 11 7. 4 12 5. 5 12 8. 5 13 3. 1 13 5. 2 13 7. 5 14 5. 1 - - Ja pã o 2, 53 7 6, 73 3 -2 ,7 65 -6 ,8 75 -2 ,6 74 -3 ,3 87 -4 ,2 09 -4 ,8 76 -5 ,8 24 -6 ,6 64 -7 ,7 93 -8 ,8 80 -1 0, 22 6 - Fo nt es : B loo mb er g, Co nf er en ce B oa rd , E co no mi st, E SR I, Eu ro sta t, OC DE , R eu te rs e Un ive rsi da de d e Mi ch iga n. No ta : o s d ad os a nu ais c or re sp on de m a va lor es d e fin al do p er íod o, co m ex ce pç ão d o PI B e de se mp re go (p ar a 20 08 , 2 00 9 e 20 10 sã o da do s m éd ios a nu ais ). 44 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado SpotSpotSpotSpotSpot DADADADADATTTTTAAAAA EUR/USDEUR/USDEUR/USDEUR/USDEUR/USD EUR/JPYEUR/JPYEUR/JPYEUR/JPYEUR/JPY EUR/GBPEUR/GBPEUR/GBPEUR/GBPEUR/GBP EUR/CHFEUR/CHFEUR/CHFEUR/CHFEUR/CHF USD/JPYUSD/JPYUSD/JPYUSD/JPYUSD/JPY 02-Dez-13 1.3536 139.16 0.8261 1.2321 102.81 03-Dez-13 1.3578 139.31 0.8271 1.2287 102.60 04-Dez-13 1.3592 139.31 0.8300 1.2268 102.49 05-Dez-13 1.3594 138.73 0.8313 1.2262 102.05 06-Dez-13 1.3661 139.63 0.8358 1.2231 102.21 09-Dez-13 1.3722 141.33 0.8377 1.2231 103.00 10-Dez-13 1.3750 141.35 0.8365 1.2214 102.80 11-Dez-13 1.3767 141.22 0.8403 1.2219 102.58 12-Dez-13 1.3775 141.51 0.8397 1.2211 102.73 13-Dez-13 1.3727 141.93 0.8437 1.2226 103.39 16-Dez-13 1.3776 141.87 0.8439 1.2212 102.98 17-Dez-13 1.3749 141.61 0.8456 1.2206 103.00 18-Dez-13 1.3749 141.61 0.8401 1.2211 103.00 19-Dez-13 1.3667 142.55 0.8349 1.2261 104.30 20-Dez-13 1.3655 142.66 0.8348 1.2263 104.47 23-Dez-13 1.3702 142.38 0.8377 1.2257 103.91 27-Dez-13 1.3814 145.02 0.8367 1.2234 104.98 30-Dez-13 1.3783 145.02 0.8364 1.2259 105.22 31-Dez-13 1.3791 144.72 0.8337 1.2276 104.94 VVVVVararararar. Mês %. Mês %. Mês %. Mês %. Mês % 1.88 4.00 0.93 -0.37 2.07 VVVVVararararar. em 2013 %. em 2013 %. em 2013 %. em 2013 %. em 2013 % 3.99 25.43 2.42 1.54 20.62 Média mensalMédia mensalMédia mensalMédia mensalMédia mensal 1.37 141.63 0.84 1.22 103.34 Fonte: BPI, BCE. Taxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EURO Escudo (PTE) 200.482 Peseta (ESP) 166.386 Franco Francês (FRF) 6.55957 Lira (ITL) 1936.27 Marco Alemão (DEM) 1.95583 Libra Irlandesa (IEP) 0.787564 Markka Finlandesa (FIM) 5.94573 Florim Holandês (NLG) 2.20371 Xelim Austríaco (ATS) 13.7603 Franco Belga (BEF) 40.3399 Franco Luxemburguês (LUF) 40.3399 Dracma Grega (GRD) 340.75 Tolar Esloveno (SIT) 239.640 Lira Maltesa (MTL) 0.429300 Libra Cipriota (CYP) 0.585274 Coroa Eslovaca (SKK) 30.1260 EEK (Coroa estoniana) 15.6466 LVL (Lats letão)* 0.702804 Fonte: BCE. Nota: (*) Desde 01/01/2014. MTC-IIMTC-IIMTC-IIMTC-IIMTC-II Data deData deData deData deData de TTTTTaxa Centralaxa Centralaxa Centralaxa Centralaxa Central Bandas deBandas deBandas deBandas deBandas de BandaBandaBandaBandaBanda entradaentradaentradaentradaentrada face ao EUROface ao EUROface ao EUROface ao EUROface ao EURO VVVVVararararar. Nominal. Nominal. Nominal. Nominal. Nominal ActualActualActualActualActual DKK (Coroa dinamarquesa) 01.01.1999 7.46038 +/-2.25% E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 45 Taxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro Internacionais 31.Dez.13 O/NO/NO/NO/NO/N 1 Mês1 Mês1 Mês1 Mês1 Mês 3 Meses3 Meses3 Meses3 Meses3 Meses 6 Meses6 Meses6 Meses6 Meses6 Meses 1 Ano1 Ano1 Ano1 Ano1 Ano EUR 0.10% 0.19% 0.26% 0.35% 0.51% USD 0.10% 0.16% 0.24% 0.35% 0.58% JPY 0.07% 0.11% 0.15% 0.21% 0.37% GBP 0.46% 0.49% 0.53% 0.62% 0.91% CHF -0.01% -0.01% 0.02% 0.08% 0.21% Fonte: BPI, Reuters. Nota: Taxas de juro Libor para todas as moedas. 46 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 In di ca do re s do M er ca do D om és ti co d e O br ig aç õe s In di ca do re s do M er ca do D om és ti co d e O br ig aç õe s In di ca do re s do M er ca do D om és ti co d e O br ig aç õe s In di ca do re s do M er ca do D om és ti co d e O br ig aç õe s In di ca do re s do M er ca do D om és ti co d e O br ig aç õe s 20 11 20 11 20 11 20 11 20 11 20 12 20 12 20 12 20 12 20 12 20 13 20 13 20 13 20 13 20 13 M ai . M ai . M ai . M ai . M ai . Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju n. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ju l. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Ag o. Se t. Se t. Se t. Se t. Se t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. Ou t. No v No v No v No v No v .... . De z. De z. De z. De z. De z. Va lor de O br iga çõ es em iti da s n o m erc ad o i nt ern o e ex ter no S ald o e m fin al do m ês (1 06 eu ros ) 27 3, 55 4 29 0, 56 6 29 7, 96 2 29 0, 89 9 28 9, 57 4 28 6, 92 6 28 3, 95 4 28 4, 68 8 - - E mi ss õe s l íqu ida s ( 10 6 e ur os ) 14 ,5 61 -1 ,4 13 2, 35 4 -3 ,2 74 -8 61 -1 ,1 43 -3 ,0 08 -2 ,2 22 - - Va lor de O br iga çõ es do Te so ur o e mi tid as E mi ss õe s b ru tas O T's (1 06 eu ros ) 1 1 1 1 1 0 0 3, 00 0 0 0 0 0 0 0 - E mi ss õe s b ru tas B T's (1 06 eu ros ) 1111 1 98 6 50 0 2, 28 2 2, 26 7 1, 62 2 1, 02 9 1, 35 1 2, 24 5 1, 66 6 - E mi ss õe s l íqu ida s ( 10 6 e ur os ) 2222 2 -1 2, 86 6 -1 ,4 86 2, 80 4 28 9 -4 47 84 2 -4 ,2 57 -1 15 - - Va lor O br ig. em iti da s p or Em pr es as ( 10 6 e ur os ) - - - - S ald o e m fin al do m ês (1 06 eu ros ) 41 ,1 85 42 ,5 29 44 ,4 13 44 ,0 65 44 ,4 20 44 ,2 83 45 ,1 64 43 ,3 56 - - E mi ss õe s l íqu ida s ( 10 6 e ur os ) 3333 3 2, 43 7 34 5 98 7 -3 29 37 0 -1 85 93 1 -1 ,8 13 - - Va lor O br ig. em iti da s p or In sti tu içõ es Fi na nc eir as ( 10 6 e ur os ) - - - - S ald o e m fin al do m ês (1 06 eu ros ) 96 ,1 54 97 ,9 52 92 ,1 70 88 ,7 78 88 ,9 52 87 ,3 14 86 ,2 71 86 ,1 21 - - E mi ss õe s l íqu ida s ( 10 6 e ur os ) 3333 3 13 ,5 57 25 8 -2 ,5 76 -3 ,3 97 18 0 -1 ,6 69 -1 ,1 53 -1 34 - - - - Dí vid a P úb lic a T ran sa cc ion áv el em eu ros - Sa ldo Vi vo (1 06 eu ros ) 11 9, 56 4 11 3, 64 1 12 0, 17 6 12 0, 45 8 12 0, 01 0 12 0, 84 5 11 6, 58 8 11 6, 50 1 11 6, 56 9 - BT 's 12 ,4 61 17 ,7 77 19 ,6 07 19 ,9 90 19 ,6 54 20 ,6 82 22 ,0 33 21 ,9 10 22 ,1 52 - OT 's 10 3, 94 0 93 ,6 26 99 ,0 43 98 ,9 42 98 ,7 82 98 ,5 94 92 ,9 62 92 ,9 62 92 ,7 94 - Ou tra s o br iga çõ es 51 51 51 51 51 51 51 51 51 - Ou tro s T ítu los (E CP , M TN 's, et c) 3, 11 2 2, 18 7 1, 47 5 1, 47 5 1, 52 3 1, 51 8 1, 54 2 1, 57 8 1, 57 2 - Ca pit ali za çã o B ols ist a d e D ívi da D ive rsa (1 06 eu ros ) 5, 50 4 6, 86 1 7, 73 2 7, 83 5 - 7, 15 6 6, 34 3 6, 26 2 9, 91 5 9, 15 2 - - Va lor de O br ig. na po ss e d e n ão re sid en tes 4444 4 52 ,9 11 60 ,6 74 - 65 ,3 66 - - 57 ,3 01 - - - St oc k e m fim de pe río do /C ap ita liz aç ão B ols ist a 1. 0 0. 8 - 0. 7 - - 0. 7 - - - Tra ns ac çõ es de O br iga çõ es do Te so ur o n o M ED IP. 5555 5 ( mé dia di ári a) (1 06 eu ros ) 6 10 38 47 35 11 21 26 31 23 Fo nt e: B PI , Ba nc o de P or tu ga l, BV LP ,IG CP . No ta s: 1.1.1.1. 1. In clu i a pe na s e mi ss õe s e m me rc ad o in te rn o de T ítu los d e Dí vid a Tra ns ac cio ná ve is - B T's , O T's . 2.2.2.2. 2. In clu i e mi ss õe s n o me rc ad o in te rn o e ex te rn o pe la Ad mi ni str aç ão C en tra l; in clu i c er tif ica do s d e af or ro . 3.3.3.3. 3. In clu i e mi ss õe s n o me rc ad o in te rn o e ex te rn o; in clu i t ítu los d e pa rti cip aç ão . 4.4.4.4. 4. In clu i a pe na s D ívi da P úb lic a em iti da n o me rc ad o in te rn o e o va lor e nc on tra -se e xp re ss o em m ilh õe s d e eu ro s. 5.5.5.5. 5. ME DI P: M er ca do E sp ec ial d e Dí vid a Pú bl ica , a fu nc ion ar d es de 2 4. 07 .0 0 (in clu i E ur oM TS ). E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 47 Evolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos Indexantes TTTTTAXAAXAAXAAXAAXA EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360) LIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EURO DADADADADATTTTTASASASASAS EONIAEONIAEONIAEONIAEONIA EQUIVEQUIVEQUIVEQUIVEQUIV. . . . . (1)(1)(1)(1)(1) TBA TBA TBA TBA TBA (2)(2)(2)(2)(2) 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 2 meses2 meses2 meses2 meses2 meses 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 9 meses9 meses9 meses9 meses9 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses 02-Dez-13 0.11 0.25 0.234 0.1700 0.1990 0.2360 0.3310 0.4220 0.5020 0.1371 0.1929 0.2764 0.4536 03-Dez-13 0.12 0.25 0.233 0.1750 0.2020 0.2390 0.3320 0.4230 0.5030 0.1400 0.1986 0.2814 0.4579 04-Dez-13 0.13 0.25 0.233 0.1800 0.2030 0.2390 0.3340 0.4250 0.5040 0.1450 0.2007 0.2850 0.4593 05-Dez-13 0.13 0.25 0.233 0.1830 0.2050 0.2400 0.3340 0.4290 0.5070 0.1479 0.2021 0.2864 0.4624 06-Dez-13 0.13 0.25 0.232 0.1910 0.2130 0.2480 0.3450 0.4390 0.5190 0.1593 0.2143 0.3006 0.4781 09-Dez-13 0.13 0.25 0.232 0.2000 0.2210 0.2550 0.3530 0.4480 0.5270 0.1700 0.2243 0.3091 0.4874 10-Dez-13 0.13 0.25 0.233 0.2070 0.2280 0.2600 0.3600 0.4540 0.5330 0.1764 0.2343 0.3177 0.4981 11-Dez-13 0.14 0.25 0.234 0.2120 0.2330 0.2670 0.3660 0.4590 0.5400 0.1807 0.2436 0.3263 0.5031 12-Dez-13 0.14 0.25 0.236 0.2190 0.2420 0.2770 0.3740 0.4700 0.5490 0.1864 0.2529 0.3341 0.5139 13-Dez-13 0.15 0.25 0.239 0.2250 0.2500 0.2820 0.3800 0.4770 0.5560 0.1893 0.2557 0.3413 0.5189 16-Dez-13 0.18 0.25 0.241 0.2340 0.2600 0.2900 0.3870 0.4840 0.5630 0.1993 0.2621 0.3499 0.5253 17-Dez-13 0.21 0.25 0.244 0.2430 0.2680 0.2980 0.3930 0.4900 0.5670 0.2150 0.2743 0.3634 0.5367 18-Dez-13 0.18 0.25 0.248 0.2450 0.2690 0.2980 0.3930 0.4870 0.5650 0.2136 0.2771 0.3629 0.5289 19-Dez-13 0.16 0.25 0.252 0.2360 0.2650 0.2930 0.3870 0.4810 0.5580 0.2071 0.2714 0.3586 0.5246 20-Dez-13 0.16 0.25 0.255 0.2320 0.2650 0.2920 0.3880 0.4820 0.5590 0.2064 0.2714 0.3599 0.5246 23-Dez-13 0.16 0.25 0.259 0.2320 0.2670 0.2940 0.3920 0.4860 0.5620 0.2071 0.2721 0.3613 0.5274 24-Dez-13 0.17 0.25 0.262 0.2320 0.2680 0.2940 0.3920 0.4850 0.5600 0.2086 0.2721 0.3613 0.5289 27-Dez-13 0.19 0.25 0.262 0.2340 0.2680 0.2930 0.3920 0.4850 0.5620 0.2171 0.2736 0.3613 0.5289 30-Dez-13 0.22 0.25 0.269 0.2210 0.2580 0.2880 0.3890 0.4810 0.5580 0.2036 0.2679 0.3557 0.5224 31-Dez-13 0.45 0.25 0.272 0.2160 0.2550 0.2870 0.3890 0.4800 0.5560 0.2014 0.2657 0.3529 0.5189 Fonte: BPI, Reuters, IGCP, BdP. Nota: Desde o início de Agosto, o IGCP decidiu suspender a divulgação das taxas TRO e TD3. 1) Ex-taxa de desconto do BP. De acordo com a Portaria nº 1227/2001, esta taxa passa a ser igual à taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo BCE. (2) Desde 1/2/99 a TBA passou a ser fixada segundo a seguinte fórmula: 0.52xL3 + 0.47xL12 - 0.12, em que L3 e L12 representam as médias móveis das últimas 20 observações da Lisbor a 3 e 12 meses, respectivamente, terminadas no penúltimo dia útil ao dia a que se refere o cálculo. 48 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 Taxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro 10.Jan.1410.Jan.1410.Jan.1410.Jan.1410.Jan.14 Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc. VVVVVidaidaidaidaida ModifiedModifiedModifiedModifiedModified TítuloTítuloTítuloTítuloTítulo MaturidadeMaturidadeMaturidadeMaturidadeMaturidade (10(10(10(10(1033333 EUR) EUR) EUR) EUR) EUR) AnosAnosAnosAnosAnos MesesMesesMesesMesesMeses CupãoCupãoCupãoCupãoCupão PreçoPreçoPreçoPreçoPreço DurationDurationDurationDurationDuration YTMYTMYTMYTMYTM Obrig. do TObrig. do TObrig. do TObrig. do TObrig. do Tesouresouresouresouresourooooo OTs 10 Anos 03 2014-06-16 4,938,000.00 0 6 4.375% 101.15 0.51 1.551% OTs 5 Anos 09 2014-10-15 6,170,000.00 0 10 3.600% 101.47 0.83 1.603% OTs 10 Anos 05 2015-10-15 9,242,000.00 1 10 3.350% 102.12 1.78 2.098% OTs 5 Anos 11 2016-02-15 3,500,000.00 2 2 6.400% 107.29 1.96 2.750% OTs 10 Anos 06 2016-10-15 6,185,000.00 2 10 4.200% 103.45 2.65 2.872% OTs 10 Anos 07 2017-10-15 11,258,000.00 3 10 4.350% 102.44 3.48 3.639% Ots 10 Anos 08 2018-06-15 10,853,000.00 4 6 4.450% 101.55 3.95 4.054% Ots 10 Anos 09 2019-06-14 10,990,000.00 5 6 4.750% 100.64 4.66 4.608% Ots 10 Anos 10 2020-06-15 8,551,000.00 6 6 4.800% 99.68 5.36 4.855% OTs 15 Anos 05 2021-04-15 7,510,000.00 7 4 3.850% 92.17 6.02 5.170% OTs 15 Anos 08 2023-10-25 7,228,000.00 9 10 4.950% 96.82 7.55 5.374% Ots 10 Anos 13 2024-02-05 3,000,000.00 10 1 5.650% 100.93 7.25 5.527% OTs 30 Anos 06 2037-04-15 6,972,633.00 23 4 4.100% 76.85 13.00 5.964% Fonte: BPI, IGCP, Reuters. Nota: O YTM é uma taxa anual. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 49 In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s I In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s I In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s I In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s I In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s I VVVV V a rararar ar . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. VVVV V a rararar ar . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . In d. G er al In d. G er al In d. G er al In d. G er al In d. G er al 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 VVVV V a rararar ar . % 1 m . % 1 m . % 1 m . % 1 m . % 1 m VVVV V a rararar ar . % 6 m . % 6 m . % 6 m . % 6 m . % 6 m VVVV V a rararar ar . % Y td . % Y td . % Y td . % Y td . % Y td 52 s em . 52 s em . 52 s em . 52 s em . 52 s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . 52 se m . 52 se m . 52 se m . 52 se m . 52 se m . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . VVVV V a rararar ar . % 1 an o . % 1 an o . % 1 an o . % 1 an o . % 1 an o P ER E sti m . P ER E sti m . P ER E sti m . P ER E sti m . P ER E sti m . DJ E UR O ST OX X 50 3, 05 9. 9 2. 0 19 .6 -1 .1 23 .2 20 13 -0 6- 24 -1 .7 20 14 -0 1- 02 13 .8 12 .7 DJ E UR O ST OX X 31 0. 4 2. 4 19 .4 -0 .7 23 .2 20 13 -0 6- 24 -1 .2 20 14 -0 1- 02 16 .8 13 .5 DJ E UR OP E ST OX X 50 2, 89 3. 3 1. 8 11 .7 -0 .6 15 .8 20 13 -0 6- 24 -1 .0 20 13 -1 1- 07 9. 9 12 .7 DJ E UR OP E ST OX X 32 5. 8 2. 6 14 .7 -0 .3 19 .0 20 13 -0 6- 24 -0 .6 20 14 -0 1- 02 14 .1 13 .7 MS CI E UR OP E 1, 35 4. 9 0. 6 11 .9 -0 .8 n. a. 20 13 -0 6- 24 n. a. 20 13 -1 2- 27 14 .8 n. a. BB G EU RO PE AN IN TE RN ET 96 .2 4. 4 28 .7 2. 2 46 .8 20 13 -0 1- 23 -0 .0 20 14 -0 1- 03 44 .3 23 .5 BB G US IN TE RN ET 90 .1 4. 8 19 .8 -0 .7 41 .0 20 13 -0 1- 03 -0 .7 20 13 -1 2- 31 40 .6 22 .5 FT SE 1 00 6, 71 7. 9 3. 1 8. 1 -0 .2 11 .9 20 13 -0 1- 03 -2 .1 20 13 -0 5- 22 11 .4 12 .9 DA X 9, 40 0. 0 2. 3 20 .5 -1 .2 27 .2 20 13 -0 4- 19 -2 .0 20 14 -0 1- 02 21 .6 13 .0 CA C 40 4, 22 7. 3 1. 8 14 .7 -1 .1 18 .8 20 13 -0 6- 24 -2 .5 20 13 -1 1- 07 14 .1 12 .7 PS I-2 0 6, 62 1. 5 3. 8 28 .7 2. 8 31 .3 20 13 -0 7- 03 -0 .3 20 14 -0 1- 03 14 .9 21 .5 IB EX 3 5 9, 76 0. 3 2. 1 26 .3 -1 .1 30 .6 20 13 -0 6- 24 -2 .5 20 13 -1 0- 21 16 .7 14 .6 DO W JO NE S IN DU ST . 16 ,4 41 .4 3. 7 10 .1 -0 .5 24 .1 20 13 -0 1- 08 -0 .5 20 13 -1 2- 31 23 .2 14 .8 S& P 50 0 1, 83 2. 0 2. 1 13 .4 -0 .9 26 .2 20 13 -0 1- 08 -0 .9 20 13 -1 2- 31 25 .5 15 .5 NA SD AQ C OM PO SI TE IN DE X 4, 14 3. 1 2. 8 20 .6 -0 .6 35 .0 20 13 -0 1- 08 -0 .6 20 13 -1 2- 31 33 .9 19 .3 S& P UT IL IT IE S 44 6. 6 4. 5 21 .5 -0 .7 34 .6 20 13 -0 1- 08 -0 .8 20 13 -1 2- 31 33 .5 16 .8 S& P FI NA NC IA LS IN DE X 29 3. 1 3. 0 12 .1 -0 .1 30 .1 20 13 -0 1- 03 -0 .2 20 13 -1 2- 31 29 .5 13 .4 NI KK EI 2 25 16 ,2 91 .3 4. 0 19 .1 0. 0 57 .0 20 12 -1 2- 28 -0 .2 20 13 -1 2- 30 56 .7 21 .0 BO VE SP A 50 ,3 41 .3 0. 5 12 .4 -1 .7 14 .8 20 13 -0 7- 05 -2 0. 3 20 13 -0 1- 03 -2 0. 1 10 .2 M SC I W OR LD 1, 18 4. 5 1. 5 12 .7 -0 .7 n. a. 20 13 -0 1- 03 n. a. 20 14 -0 1- 01 22 .9 n. a. Fo nt e: Bl oo mb er g. 50 E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s II In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s II In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s II In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s II In di ca do re s do s M er ca do s In te rn ac io na is d e A cç õe s II VVVV V a rararar ar . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. . % fa ce M ín. VVVV V a rararar ar . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . . % fa ce M áx . In d. G er al In d. G er al In d. G er al In d. G er al In d. G er al 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 31 .D ez .1 3 VVVV V a rararar ar . % 1 m . % 1 m . % 1 m . % 1 m . % 1 m VVVV V a rararar ar . % 6 m . % 6 m . % 6 m . % 6 m . % 6 m VVVV V a rararar ar . % Y td . % Y td . % Y td . % Y td . % Y td 52 s em . 52 s em . 52 s em . 52 s em . 52 s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . Da ta M ín . 5 2s em . 52 se m . 52 se m . 52 se m . 52 se m . 52 se m . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . Da ta M áx . 5 2s em . VVVV V a rararar ar . % 1 an o . % 1 an o . % 1 an o . % 1 an o . % 1 an o P ER E sti m . P ER E sti m . P ER E sti m . P ER E sti m . P ER E sti m . DJ E UR OP E TE LE CO M 29 5. 3 3. 4 25 .6 -0 .1 35 .9 20 13 -0 2- 21 -0 .6 20 13 -1 2- 30 28 .9 14 .5 DJ E UR OP E BA NK 19 2. 5 1. 7 20 .2 -0 .5 23 .8 20 13 -0 6- 24 -2 .2 20 13 -1 0- 22 14 .2 11 .3 DJ E UR OP E TE CH NL GY 28 9. 0 2. 4 19 .0 -0 .1 25 .0 20 13 -0 4- 22 -0 .8 20 14 -0 1- 02 22 .0 19 .8 DJ E UR OP E IN DU ST RI AL 41 2. 1 4. 7 18 .0 0. 0 22 .5 20 13 -0 6- 24 -0 .5 20 14 -0 1- 02 19 .1 15 .8 DJ E UR OP E IN SU RA NC E 22 6. 2 4. 0 20 .0 -1 .0 29 .4 20 13 -0 2- 27 -1 .6 20 14 -0 1- 02 23 .7 10 .4 DJ E UR OP E ME DI A 25 3. 3 4. 1 20 .8 0. 0 33 .0 20 13 -0 1- 14 -0 .4 20 14 -0 1- 02 30 .9 16 .5 DJ E UR OP E FI NA NC IA L 34 3. 6 6. 5 22 .8 0. 5 32 .9 20 13 -0 1- 03 -0 .1 20 14 -0 1- 03 32 .0 16 .3 DJ E UR OP E OI L& GA S 33 3. 6 2. 6 10 .3 0. 2 12 .2 20 13 -0 6- 24 -1 .9 20 13 -1 1- 07 1. 0 10 .6 DJ E UR OP E UT IL IT Y 27 4. 4 0. 8 12 .1 -0 .8 14 .1 20 13 -0 6- 25 -2 .9 20 13 -1 1- 07 5. 0 13 .0 DJ E UR OP E AU TO 47 6. 9 2. 5 28 .7 -0 .6 50 .8 20 13 -0 4- 18 -1 .6 20 14 -0 1- 02 32 .4 10 .0 DJ E UR OP E CO NS TR UC T 31 7. 2 4. 7 21 .3 0. 1 25 .9 20 13 -0 6- 24 -0 .3 20 13 -1 1- 07 18 .6 15 .4 DJ E UR OP E HE AL TH CA RE 58 3. 4 1. 6 7. 6 0. 0 19 .3 20 13 -0 1- 03 -0 .5 20 13 -1 1- 22 18 .0 15 .1 DJ E UR OP E PR & H O GO OD S 57 8. 8 1. 1 5. 5 -0 .5 13 .2 20 13 -0 2- 07 -3 .1 20 13 -0 5- 28 57 8. 8 n. a. DJ E UR OP E TR AV EL &L EI SU RE 18 7. 5 6. 2 12 .2 0. 7 27 .3 20 13 -0 1- 03 -0 .0 20 14 -0 1- 03 18 7. 5 n. a. DJ E UR OP E BA S. RE SR 39 7. 6 2. 7 18 .9 -0 .6 21 .0 20 13 -0 7- 05 -1 7. 8 20 13 -0 1- 03 -1 7. 8 12 .3 DJ E UR OP E FO OD &B EV 49 0. 5 1. 2 4. 1 -0 .8 8. 3 20 13 -0 1- 15 -7 .0 20 13 -0 4- 03 6. 1 17 .9 DJ E UR OP E CH EM IC AL 74 8. 1 2. 6 12 .7 -0 .7 16 .1 20 13 -0 6- 24 -1 .4 20 14 -0 1- 02 74 8. 1 n. a. DJ E UR OP E RE TA IL 32 3. 1 1. 2 16 .1 0. 6 21 .7 20 13 -0 6- 24 -2 .0 20 13 -1 1- 07 n. a. n. a. S& P AU TO MO BI LE S 13 8. 3 0. 6 14 .4 -0 .5 43 .8 20 13 -0 2- 26 -3 .7 20 13 -1 2- 17 35 .5 11 .3 S& P IN FO RM AT IO N TE CH NO LO GY 57 9. 2 3. 0 16 .8 -1 .0 26 .8 20 13 -0 4- 19 -1 .0 20 13 -1 2- 31 22 .0 15 .1 S& P CO NS UM ER D IS CR ET IO NA RY 52 7. 4 3. 3 16 .7 -0 .2 38 .6 20 13 -0 1- 08 -0 .2 20 13 -1 2- 31 37 .4 19 .0 S& P CO NS UM ER S TA PL ES 43 7. 8 -0 .7 6. 3 -0 .9 19 .7 20 13 -0 1- 08 -1 .9 20 13 -1 1- 15 18 .8 17 .4 S& P EN ER GY 64 3. 2 1. 6 10 .7 -1 .0 19 .2 20 13 -0 1- 08 -1 .1 20 13 -1 2- 31 18 .4 13 .0 S& P HE AL TH C AR E 63 8. 7 1. 3 16 .4 -0 .1 36 .6 20 13 -0 1- 03 -0 .4 20 13 -1 2- 27 35 .9 16 .8 S& P MA TE RI AL S 28 9. 6 5. 3 19 .4 -0 .7 24 .0 20 13 -0 4- 18 -0 .8 20 13 -1 2- 31 19 .9 16 .4 S& P TE LE CO MM UN IC AT IO N SE RV IC ES 15 4. 6 -0 .8 -3 .4 -1 .1 7. 6 20 13 -0 1- 17 -8 .9 20 13 -0 4- 23 2. 3 14 .2 Fo nt e: Bl oo mb er g. E.E.F. Mercados Financeiros Janeiro 2014 51 Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de CommoditiesCommoditiesCommoditiesCommoditiesCommodities PreçoPreçoPreçoPreçoPreço VVVVVariaçãoariaçãoariaçãoariaçãoariação PesoPesoPesoPesoPeso Dez.13Dez.13Dez.13Dez.13Dez.13 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses Dez.12Dez.12Dez.12Dez.12Dez.12 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses ytdytdytdytdytd CRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosCRC Futuros Índice Global 100% 280.2 322.6 322.6 322.6 322.6 322.6 -13.2% -13.2% -13.2% -13.2% -13.2% CRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaCRB Energia Petróleo 98.4 93.8 104.1 99.6 93.1 98.4 4.9% -5.5% -1.2% 5.6% 0.0% Heating oil 304.5 305.0 299.3 290.1 304.6 307.7 -0.2% 1.8% 5.0% 0.0% -1.0% Gas natural 4.3 4.0 3.5 3.7 3.2 4.2 6.7% 20.2% 16.5% 31.6% 0.6% CRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais Preciosos Ouro 1218.1 1222.3 1320.6 1243.4 1688.8 1202.3 -0.3% -7.8% -2.0% -27.9% 1.3% Platina 1386.4 1346.8 1389.8 1366.3 1565.1 1371.1 2.9% -0.2% 1.5% -11.4% 1.1% Prata 20.1 19.2 21.9 19.3 31.0 19.3 4.4% -8.3% 4.0% -35.1% 3.8% CRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB Agrícola Milho 422.0 416.5 439.0 672.8 690.8 422.0 1.3% -3.9% -37.3% -38.9% 0.0% Sementes de soja 1312.5 1321.3 1273.8 1573.0 1405.5 1312.5 -0.7% 3.0% -16.6% -6.6% 0.0% Trigo 605.3 649.8 686.0 649.5 755.3 605.3 -6.8% -11.8% -6.8% -19.9% 0.0% CRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB Alimentares Cacau 2709.0 2821.0 2632.0 2203.0 2259.0 2709.0 -4.0% 2.9% 23.0% 19.9% 0.0% Café 110.7 109.4 114.5 124.1 149.4 110.7 1.2% -3.3% -10.8% -25.9% 0.0% Sumo de laranja 136.5 139.3 127.5 134.1 115.7 136.5 -2.0% 7.1% 1.8% 17.9% 0.0% Açúcar 16.4 17.0 18.5 16.5 19.7 16.4 -3.3% -11.3% -0.7% -16.7% 0.0% CRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB Industriais Cobre 341.0 321.8 331.6 314.2 373.6 339.7 6.0% 2.8% 8.5% -8.7% 0.4% Algodão 84.6 77.3 85.2 83.2 75.4 84.6 9.5% -0.7% 1.7% 12.3% 0.0% CRB GadoCRB GadoCRB GadoCRB GadoCRB Gado Bovino 134.5 133.3 127.3 121.9 132.4 134.5 0.9% 5.7% 10.3% 1.6% 0.0% Suíno 85.4 86.0 91.0 101.0 86.2 85.4 -0.7% -6.1% -15.4% -0.9% 0.0% Fonte: Bloomberg, BPI. BANCO BPI, S.A. Rua Tenente Valadim, 284 4100 - 476 PORTO Telef.: (351) 22 207 50 00 Telefax: (351) 22 207 58 88 Largo Jean Monnet, 1 - 9º 1269-067 LISBOA Telef.:(351) 21 724 17 00 Telefax: (351) 21 353 56 94 "Esta publicação destina-se exclusivamente a circulação privada. A informação nela contida foi obtida de fontes consideradas fiáveis, mas a sua precisão não pode ser totalmente garantida. As recomendações destinam-se exclusivamente a uso interno, podendo ser alteradas sem aviso prévio. As opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos seus autores, reflectindo apenas os seus pontos de vista e podendo não coincidir com a posição do BPI nos mercados referidos. O BPI, ou qualquer afiliada, na pessoa dos seus colaboradores, não se responsabiliza por qualquer perda, directa ou potencial, resultante da utilização desta publicação ou seus conteúdos . O BPI e seus colaboradores poderão deter posições em qualquer activo mencionado nesta publicação. A reprodução de parte ou totalidade desta publicação é permitida, sujeita a indicação da fonte." BPIBPIBPIBPIBPI 2014: ANO DE RETOMA ÍNDICE Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco Principais Mercados: Recomendações ECONOMIAS ECONOMIA GLOBAL - O QUE PODE CORRER MAL? EUA - EM FUGA DA ARMADILHA DE LIQUIDEZ ZONA EURO - PERSPECTIVAS DE RETORNO A CRESCIMENTO PORTUGAL - 2014 UM ANO DECISIVO ESPANHA - 2014 INÍCIO DO CICLO DE CRESCIMENTO ÁFRICA SUBSARIANA - CENÁRIO OPTIMISTA EMBORARISCOS NEGATIVOS PERSISTAM ÁFRICA DO SUL - CRESCIMENTO ANÉMICO ACENTUAVULNERABILIDADE A CHOQUES EXTERNOS ANGOLA - EXECUÇÃO ORÇAMENTAL E PRODUÇÃO DE PETRÓLEOPENALIZAM CRESCIMENTO EM 2013 MOÇAMBIQUE - INCERTEZA POLÍTICA ADICIONA INCERTEZAAO CICLO DE CRESCIMENTO RÁPIDO MERCADOS MERCADO CAMBIAL AS ACTUAIS TENDÊNCIAS PODEM NÃO SERVIR PARA 2014 INVESTIDORES AINDA CÉPTICOS PODEM NÃO REGRESSAR DE IMEDIATO MERCADO MONETÁRIO ÂNCORA DOS BANCOS CENTRAIS MANTÉM-SE EM 2014 MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA PENALIZADO EM 2014 MERCADO DE DÍVIDA DIVERSA PROCURA POR RETORNO CONTINUARÁ A FAVORECER O MERCADO MERCADOS ACCIONISTAS DEPOIS DE UM ANO FANTÁSTICO, UM ANO NORMAL? MERCADO DE COMMODITIES PESANDO A OFERTA E PROCURA PREVISTAS,OS PREÇOS DEVERÃO MANTER-SE ESTÁVEIS PREVISÕES Economias Desenvolvidas Mercados Emergentes Previsões Económicas do BPI EUA&UEM Portugal Taxas de Câmbio Taxas de Juro Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes Taxas de Juro dos Mercados Emergentes BASES DE DADOS Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos emJaneiro e Fevereiro 2014 CONJUNTURA ECONÓMICA Indicadores de Conjuntura Macroeconómica em Portugal Indicadores de Conjuntura Económica Internacional I Indicadores de Conjuntura Económica Internacional II MERCADOS CAMBIAIS Cotações no mercado Spot Taxas Oficiais de Conversão para o EURO MTC-2 MERCADOS MONETÁRIOS Taxas de Juro Internacionais MERCADOS DE OBRIGAÇÕES Indicadores do Mercado Doméstico de Obrigações Evolução dos Indexantes Taxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro MERCADOS DE ACÇÕES Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções I Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções II COMMODITIES Índices CRB de Preços de Futuros de Commodities