autoconceito

April 5, 2018 | Author: Anonymous | Category: Documents
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AFA: Auto-conceito G. Musitu; F. García e M. Gutiérrez Colecçäo Diagnóstico Psicológico Série - Personalidade Colecçäo dirigida por ANTóNIO MENEZES ROCHA AFA Auto-Conceito - Fornia A G. Musitu, F. García e M. Gutiérrez MANUAL (1 a Ediçäo) AFA - Auto-Conceito Forma A A coordenaçäo dos trabalhos de adaptaçäo desta prova à populaçäo portuguesa e a elaboraçäo deste Manual säo da responsabilidade de Alexandra Figueiredo de Barros, do Dep? de Investigaçäo e Publicaçöes Psicológicas da CEGOC-TEA. Agradecemos a colaboraçäo empenhada dos psicólogos Cristina Neves, Joäo Pedro Fonseca, Leonor Maurício e Susana Nogueira em todas as fases dos trabalhos de adaptaçäo e muito particularmente na recolha e tratamento dos dados em que se baseiam todos os elementos apresentados neste Manual. Agradecemos também a todas as Escolas que nos permitiram o acesso às amostras com que elaborámos os trabalhos. Nenhuma parte deste Manual, exemplares ou folhas de resposta podem ser impressos ou reproduzidos por qualquer meio sem a autorizaçäo escrita dos proprietários do Copyright. Autor: G. Musitu; F. García e M. Gutiérrez AFA - Auto-Conceito íNDICE 1. JUSTIFICAÇÄO TEóRICA....................... 2. CARACTERíSTICAS GERAIS..................... 2.1 Ficha técnica......................... 2.2 Construçäo............................ 2.3 Justificaçäo Estatística.............. 2.4 Análises diferenciais................. 2.5 Autoconceito e outras variáveis....... 3. ADAPTAÇÄO PORTUGUESA....................... 3.1 Traduçäo.............................. 3.2 Aplicaçäo para derivaçäo de normas.... 3.2.1 Caracterizaçäo da amostra... 3.3 Comparaçäo de médias.................. 3.4 Correlaçöes........................... 3,5 Análise dos itens e precisäo.......... 3.6 Análise factorial..................... 4. NORMAS DE APLICAÇÄO........................ 4.1 Instruçöes gerais..................... 4.2 Instruçöes específicas................ 4.3 Material para a aplicaçäo............. S. COTAÇÄO E PONTUAÇÄO........................ 5.1 Pontuaçöes directas................... 5.2 Percentis,............................ 6. TABELAS DE NORMAS.......................... 7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS................. 5 9 9 9 10 12 13 21 21 21 21 22 24 24 25 28 28 28 29 30 30 30 31 37 3 AFA -Auto-Conceito Forma A Esta página foi intencionalmente deixada em branco. 4 AFA - Auto-Conceito 1. JUSTIFICAÇAO TEORICA O presente questionário foi elaborado inicialmente por Musitu et ai. (1 981) no âmbito do seu trabalho `La integración del rechazado escoram', tendo sido aplicado posteriormente em diversos estudos que seräo referidos no ponto 2. Durante os anos 70, foram vários os autores que se referiram à inadequaçäo dos modelos teóricos utilizados nas investigaçöes sobre o autoconceito, às limitaçöes na qualidade dos instrumentos e às carências metodológicas na obtençäo de resultados empíricos (Wylie, 1974; WelIs e Marweli, 1976; Shavelson et ai., 1976; Marx e Winne, 1978; Burns, 1979). Shavelson e colaboradores (1976) formularam um modelo hierárquico e multifacetado do autoconceito, definindo-o como a percepçäo que o indivíduo tem de si próprio, baseandose directamente nas suas experiências, na relaçäo com os outros e nas atribuiçöes que ele mesmo faz da sua própria conduta. Neste modelo propöem-se como integrantes do constructo, componentes emocionais (os mais subjectivos e internos), sociais (relacionados com o significado que a conduta do indivíduo tem para os outros), físicos (onde têm uma incidência fundamental as aptidöes e aparência geral do indivíduo) e acadêmicos. Destaca-se, além disso, a importância que a variável idade tem nos seus componentes. Shavelson distinguiu entre uma autoestima acadêmica e outra näo acadêmica. Os componentes emocionais, sociais e físicos constituiriam o grupo näo acadêmico. Os quatro componentes de Shavelson representariam o nível secundário, considerando «uma possível representaçäo da organizaçäo hierárquica do autoconceito» (pág. 412). No topo desta hierarquia encontra-se o autoconceito global. Este constructo dependerá dos componentes' secundários, os quais, por sua vez, estaräo determinados por outros componentes de ordem inferior que representaräo competências mais específicas. Considera-se que säo sete as características fundamentais na definiçäo do constructo. O autoconceito pode considerar-se como: organizado, multifacetado, hierárquico, estável, experimental, avaliativo e diferenciável. Cada uma destas características é analisada a seguir. A grande diversidade de experiências de um indivíduo constitui a fonte de dados em que ele baseia as suas próprias percepçöes. Para reduzir a complexidade e multiplicidade destas experiências, estas säo abreviadas em formas mais simples ou categorias (Bruner, 1958). Os sistemas particulares de categorizaçäo adaptados pelo indivíduo säo, de certo modo, um reflexo da sua cultura em particular. As categorias representam uma maneira de organizar as próprias experiências e de lhes dar significado. Assim, uma característica do autoconceito, é estar organizado ou estruturado. Uma segunda característica do autoconceito é ser multifacetado; as áreas em que este se pode dividir reflectem o sistema de categorizaçäo adoptado por um indivíduo concreto elou compartilhado por grupos. Pelo menos na populaçäo de estudantes brancos de classe média, estudada por Jersild (1952) e Sears (1963), o sistema de categorizaçäo parece incluir áreas tais como a escola, a aceitaçäo social, os atractivos físicos e as aptidöes. Este sistema de caracterizaçäo é coincidente com o que serviu de base aos autores para a elaboraçäo da escala de autoconceito. Um terceiro traço ou característica é que a estrutura multifacetada do autoconceito poderia ser hierarquizada (Super, 1963; Brookover et al. 1967). Isto significa que as diferentes facetas do autoconceito podem organizar-se hierarquicamente, desde as experiências 5 AFA -Auto-Conceito Forma A individuais em situaçöes particulares, situadas na base da hierarquia, até ao autoconceito geral, situado no seu topo. Esta formulaçäo é de alguma maneira similar ao modelo hierárquico de aptidöes intelectuais delineado pelos psicólogos britânicos (Vernon, 1950). No topo da hierarquia encontra-se situado o autoconceito geral Ç'g` de Spearman). O autoconceito geral pode dividir-se em dois componentes: o autoconceito acadêmico e o autoconceito näo acadêmico (aptidöes verbo-educativas no modelo de Vernon). O autoconceito acadêmico pode, por sua vez, dividir-se em áreas temáticas (factores de grupos específicos no modelo de Vernon) e estas em áreas específicas dentro da temática (factores específicos). O autoconceito näo acadêmico pode subdividir-se em autoconceito social e autoconceito físico e estes, por sua vez, em facetas mais específicas, de forma semelhante ao autoconceito acadêmico. Posteriormente Marsh et aL (1988) questionaram o papel e a definiçäo do autoconceito acadêmico geral, postulando dois autoconceitos primordiais (o verbal e o matemático). Na escala que apresentaremos considerámos um só factor acadêmico tal como surgiu nos trabalhos iniciais com pré-adolescentes, a partir de factores racionais, seguindo o modelo de Shavelson. Seguindo esta linha de raciocínio na base da hierarquia, a conceptualizaçäo do autoconceito como situaçäo específica adapta-se à nossa definiçäo. Em situaçöes muito limitadas (tais como as representadas por experiências de laboratório), as interpretaçöes alternativas da experiência de uma pessoa vêem-se consideravelmente reduzidas. Entäo, neste nível, a percepçäo que um observador tem do autoconceito de uma pessoa, poderia coincidir com a visäo que essa pessoa tem do seu próprio autoconceito. No entanto, a distinçäo entre autoconceito percebido e autoconceito inferido é importante. A coincidência entre o observador e o eu diminui à medida que se vai ascendendo na hierarquia do autoconceito. Uma quarta característica do autoconceito é que o autoconceito geral é "estável". No entanto, à medida que se desce na hierarquia do autoconceito, este vai dependendo cada vez mais de situaçöes específicas, tornando-se menos estável. Além disso, as mudanças nos níveis mais baixos da hierarquia estäo provavelmente atenuadas pelos níveis mais elevados, tornando o autoconceito mais resistente à mudança (Ludwig e Maehr, 1967; Berin, 1972). Para modificar o autoconceito geral säo requeridos mudanças em situaçöes específicas pouco relacionadas com o autoconceito geral. Por exemplo, Ludwig e Maehr (1967) demonstraram que o êxito ou o fracasso numa prova atlética modificou o autoconceito numa aptidäo física específica dos sujeitos, mas näo alterou o seu autoconceito geral. Num estudo relativamente recente (Anshel, Muiler e Owens, 1986), com uma amostra de 15 crianças dos 6 aos 9 anos, tentou estudar-se a hipótese de que, ainda que um acontecimento afecte especificamente um dado aspecto do autoconceito, näo afectará os seus outros aspectos, com base na ideia de que os factores constituintes do autoconceito, säo independentes. Os sujeitos foram avaliados prévia e posteriormente com uma escala de autoconceito que media o auto-conhecimento e a autoestima para a maturidade física, a relaçäo com os pares, o êxito acadêmico, a adaptaçäo escolar e as capacidades desportivas. Pensou-se que uma experiência positiva através do desenvolvimento de aptidöes no desporto e as relaçöes entre pares, melhoraria, pelo menos, a área relacionada com capacidades desportivas por oposiçäo às outras dimensöes. Esta hipótese viu-se confirmada. Só os aspectos do autoconceito relacionados com o desporto se desenvolveram significativamente depois da experiência de acampamento. Estes resultados apoiam a investigaçäo prévia no sentido de que o autoconceito pessoal é situacíonalmente específico (ver também o ponto 2.5 deste manual). 6 AFA - Auto-Conceito Os dados extraídos do estudo de Anshel et aL (1986) indicaram que os factores que influenciam o autoconceito säo mais específicos numa área do que globalmente. Estas conclusöes säo consistentes com as de Lane e Muiler (1977) e Murray (1981). No entanto, o facto de se ter detectado uma mudança positiva embora näo significativa no autoconceito 9JobaJ é contrário às observaçöes de Scheirer e Kraut (1979), que näo encontraram qua)quer alteraçäo numa investigaçäo com características semelhantes. Estes resultados sugerem que, para avaliar os efeitos de uma intervençäo sobre o autoconceito, este deve medir-se em áreas específicas e a medida deve focar-se na mesma área sobre a qual se intervém, recomendando-se, além disso,, que se avaliem com critérios r@D autoconceito. Uma quinta característica do autoconceito é o seu aspecto experimental (Long et ai., 1968; Sears, 1964). As crianças tendem a näo diferenciar-se do seu meio ambiente. A diferenciaçäo do eu relativamente ao meio ambiente inicia-se e desenvolve-se à medida que amadurecem e aprendem. Os autoconceitos das crianças säo globais, näo diferenciados, sem relaçäo com a situaçäo específica. A medida que as crianças väo construindo conceitos, como os representados pelas palavras "eu" e "a mim", também constroiem conceitos para categorizar acontecimentos e situaçöes. As crianças muito pequenas näo säo capazes de coordenar os diferentes componentes da experiência para os integrar numa rede conceptual própria. Em diversos momentos do desenvolvimento pode dizer-se que, «à medida que a criança cresce, as diferentes partes de si própria tornar-se-äo mais importantes para ela e assim também, as diferentes partes do seu mundo assumiräo uma significaçäo variável» (Gordon, 1968, pág. 4). Ao aumentar a idade e a experiência (especialmente ao desenvolver o nível verbal), o autoconceito diferencia-se cada vez mais. A medida que a criança coordena e integra as partes do seu autoconceito, poderemos falar de um autoconceito mldtifacetado e estruturado. Uma sexta característica do autoconceito é o seu carácter avaliativo. O indivíduo näo desenvolve unicamente uma descriçäo de si mesmo numa situaçäo particular ou classe de situaçöes, mas também faz avaliaçöes de si próprio nestas situaçöes. As avaliaçöes podem realizar-se comparando-se com padröes absolutos, tais como o Ideal` a que gostaria chegar e podem fazer-se comparando-se com padröes relativos tais como `observaçöes" e avaliaçöes percebidas dos `outros significativos". A dimensäo avalíativa varia em importância e significado consoante os indivíduos e também consoante as situaçöes. Esta avaliaçäo diferencial da importância das diferentes dimensöes avaliativas depende provavelmente da experiência passada do indivíduo numa cultura particular, numa sociedade particular, etc. Uma sétima característica do autoconceito é ser diferenciável de outros constructos com os quais está teoricamente relacionado. Por exemplo, o autoconceito é influenciado por experiências específicas. Por conseguinte, quanto mais intimamente relacionado estiver o autoconceito com essas situaçöes, maior será a relaçäo. Se alguém se centrasse na parte acadêmica da hierarquia, poderia supor que: (a) o autoconceito em relaçäo à aptidäo intelectual deve estar mais intimamente relacionado com o sucesso acadêmico que com a capacidade para lidar com situaçöes sociais e físicas e, (b) o autoconceito em relaçäo à aptidäo acadêmica para ciências deve estar mais intimamente relacionado com o sucesso em ciências do que com o sucesso em inglês (Brookover et ai., 1962). A outra parte da hierarquia pode ser explorada da mesma forma, podendo também ser explicados as relaçöes entre o autoconceito e outros constructos. 7 AFA -Auto-Conceito Forma A Este é, pois, um modelo multidimensional e hierárquico que pretende solucionar as limitaçöes teóricas e metodológicas de outros modelos e no qual se insiste na especificidade do autoconceito, embora reconhecendo um constructo geral. Foi neste modelo que se baseou a construçäo do presente questionário. A partir do modelo de Shavelson, outros investigadores desenvolvem modelos multidimensionais diferentes na forma, ainda que näo no conteúdo, do de Shavelson. Assim Mclntire e Drummond (1976) defendem um autoconceito multidimensional que inclui dimensöes como um self geral, um self familiar, um self escolar e um self de motivaçäo. Posteriormente Harter (1982), embora näo se baseie formalmente no modelo de Shavelson, elaborou a Escala de Competência Percebida para Crianças (PCS), apoiando sem ser esse o seu propósito, alguns aspectos deste modelo. Centra-se na percepçäo de autocompetência em três domínios de aptidöes: social, físico e cognitivo. Em resumo, postulou a existência de três domínios específicos do self e de um geral. Já nos anos 80, o modelo de Shavelson - a conceptualizaçäo multidimensional e hierárquica do autoconceito - foi amplamente investigado e validado por diferentes autores que o tomaram como ponto de partida. Assim, em 1980, Fleming e Watts confirmaram o modelo de Shavelson e obtiveram três factores que denominaram: auto-respeito, confiança social e aptidöes escolares e que demonstraram ser paralelos às dimensöes emocional, social e acadêmica de Shavelson. Do mesmo modo, numa investigaçäo realizada por Zorich e Reyriolds (1988) examinou-se a.validade convergente e discriminante de uma medida de autoconceito social baseada no modelo hierárquico multifacetado do autoconceito proposto por Shavelson, Hubner e Stanton (1976). O que estes autores fizeram foi avaliar parte da teoria do autoconceito de Shavelson, confirmando que uma faceta social pode ser adequadamente diferenciada do autoconceito geral e do acadêmico. Em numerosos'estudos foi encontrada evidência da estrutura multidimensional do autoconceito em adolescentes e pré-adolescentes (Marsh e Smith, 1987). A diferença entre estas investigaçöes e outras anteriores que näo apoiavam esta evidência, está no tipo de desígn utilizado. Os instrumentos mais antigos consistiam em itens de auto-avaliaçäo e a análise factorial utilizada era de tipo exploratório para localizar factores significativos. Os instrumentos mais recentes, como o que aqui se apresenta, designaram a priori factores implicitamente baseados no modelo de Shavelson, utilizando-se a análise factorial para confirmar esses factores. 8 AFA - Auto-Conceito 2. 2.1 CARACTERíSTICAS GERAIS Ficha técnica G. Musitu; F. García e M. Autor Gutiérrez Editora Proprietária dos direitos da versäo original Administraçäo Duraçäo Aplicaçäo Objectivo dos sujeitos em 4 áreas: e familiar. Normalizaçäo feminino. 90 e 120 anos de CEGOC-TEA TEA Ediciones, S.A. Individual ou colectiva entre 8 e 15 minutos Adolescentes Avaliaçäo dos auto-conceitos acadêmica, social, emocional Percentis. Sexo masculino e escolaridade 2.2 Construçäo O presente questionário, tal como aparece neste manual, foi elaborado a partir de uma base de itens inicial, em que se tentou recolher o universo de definiçöes do autoconceito. Para a delimitaçäo do universo de itens foi seleccionada uma amostra de mais de 700 alunos do segundo ciclo de E.G.13. e B.U.P.', pertencentes a escolas de diferentes níveis sócio-culturais e provenientes de regiöes rurais e urbanas. O procedimento consistia em solicitar aos sujeitos que se auto-definissem em dez frases. A partir das respostas inicialmente obtidas foram eliminados os itens com igual significado, segundo o critério de sete juizes e aqueles com frequências de resposta mais baixas, chegando-se a um total de 85 itens. Os 85 itens foram categorizados independentemente por 12 juizes em quatro áreasfamiliar, escolar, relaçöes sociais e emocional. Os itens atribuídos a mais de uma categoria foram eliminados, restando finalmente os 36 incluídos nesta prova. As alternativas de resposta foram três: Sempre, Algumas Vezes e Nunca. Uma vez obtidos os itens, foi elaborada a folha de respostas e aplicou-se o questionário a 890 alunos de ambos os sexos - 435 rapazes e 455 raparigas com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos - 114 de 12 anos, 198 de 13, 163 de 14, 165 de 15, 153 de 16, 73 de 17 e 24 de 18 - que frequentavam o 61 ano (1 5), o 70 (172), o 80 (279), o 1 O de B. U. P. (1 14), o 21 de B. U. P. (1 74) e o 30. de B. U. P. (1 36) em escolas públicas e privadas da província de Valência (500 no ensino publico e 390 no ensino privado). 1 O E.G.B. corresponde ao 60, 70 e 80 anos do sistema educativo português, e o B.U.P. aos 90, 1 00 e 1 1 O anos. 9 AFA -Auto-Conceito Forma A 2.3 Justificaçäo Estatística Em primeiro lugar foi aplicada a análise factorial por forma a comprovar a coincidência entre os factores racionais e os obtidos empiricamente mediante esta técnica estatística. Utilizou-se o programa BMDP4M extraindo-se os factores mediante o método PFA -factor principal - e aplicando a rotaçäo DQUART - rotaçäo quartimax directa (Jennrich e Sampson, 1966). Consideraram-se os seguintes critérios: 25 iteracçöes para a extracçäo do factor inicialeigenvalue>l para definir o número de factores, 10-4 de limite de tolerância para a matriz de inversäo, máximo de 50 iteracçöes por rotaçäo e 10-5 como critério de convergência para a rotaçäo. No Quadro 1 apresentam-se os itens e as suas saturaçöes (foram eliminados os valores menores de .250) em cada um dos quatro factores extraídos. Esta mesma estrutura factorial foi obtida nos trabalhos de Gutiérrez (1 989) e García (1 990). Item Factor 3 Factor 4 Saturaçöes Factor 1 Factor 2 8. 31. - Faço bem os trabalhos escolares... - Trabalho muito nas aulas.......... 0.592 0.527 20. - Os meus professores consideram-me inteligente e trabalhador (a)........ 0.463 14. - Faço bem trabalhos manuais......................................................... .. 0.454 *19. - Detesto a escola.......................................................... ........... -0.431 10. - Consigo desenhar bem............................................................. .... 0.408 *11 1. - Sou lento (a) a acabar os trabalhos escolares..................................... -0.336 36. - Sou honesto (a) com os outros e comigo mesmo (a)..................................... 0.315 32. - Brinco com os (as) meus (minhas) colegas............................................. 0.284 *28. - Esqueço rapidamente o que aprendo.................................................... -0.270 17. - Com frequência ofereço-me como voluntário (a) na escola.............................. 0.259 29. - Faço amigos com facilidade...................................................... ..... 0.835 *1. - É difícil para mim manter os (as) amigos (as)........................................ -0.764 21. - Tenho muitos(as) amigos (as)......................................................... 0.677 22. - Sou um (a) rapaz (rapariga) alegre................................................... 0.502 16. - Gosto da minha maneira de ser........................................................ 0.361 *2. - Fico nervoso (a) quando algum professor (a) me chama................................. - 0.727 *13. - Fico nervoso (a) quando tenho que falar na aula...................................... 0.679 *12. - Sou nervoso (a)............................................................. ......... 0.498 *7. - Fico desanimado(a) quando alguma coisa me corre mal.................................. 0.413 *33. - Tenho meciode algumas coisas......................................................... 0.382 *15. - Preocupo-me muito com tudo........................................................... 0.367 *6. - Quando me porto mal nas aulas sinto-me desgostoso (a)................................ 0.363 *23. - Sou desajeitado (a) em muitas coisas................................................. 0.357 *9. - Envergonho-me de muitas coisas que faço.............................................. 0.341 *35. - Sou agressivo (a) com os (as) meus (minhas) amigos (as) e familiares................. - 0.524 *34. - Aborreço-me se os outros näo fazem o que eu digo..................................... 0.403 *27. - Sou criticado (a) em casa............................................................ - 0.396 *24. - Gosto de brigas e discussöes...................................................... ... - 0.380 *26. - A minha família está decepcionada comigo............................................. - 0.357 *30. - Perco a paciência facilmente...................................................... ... - 0.310 3. - Digo a verdade mesmo que me prejudique............................................... 4. - Tenho boas ideias.......................................................... .......... 5. - A minha família considera-me uma pessoa importante................................... 18. - Durmo bem de noite.......... :.................................... ........ 25. - As pessoas embirram comigo.......................................................... . - Quadro 1: Saturaçäo dos itens Os conteúdos semânticos de itens atribuídos a cada factor coincidem com os factores definidos mediante a técnica de atribuiçäo racional, excepto os itens 3, 4, 5, 18 e 25, que näo participam em nenhum factor empírico e participavam nos factores racionais. Como se pode observar no Quadro 2, o factor principal é o Académico que explica 40% da variância total, seguido pelo Social, Emocional e Familiar. 1 o AFA - Auto-Conceito Factor variância acumulada Varlância Explicada Proporçäo de Académico Social Emocional Familiar 3.6837 2.7086 1.6549 1.1371 Intervalo de Resultados 0.2791 0.4844 0.6098 0.6960 Intervalo Factonal 0.4011 0.6960 0.8762 1.0000 Quadro 2: Percentagem de Variância explicado por cada um dos factores No Quadro 3 pode verificar-se como os quatro factores mostram intercorrelaçöes relativamente baixas (entre 0.086 e 0.246), sendo, entäo, dimensöes ortonormais. A ortonormalidade relaciona-se com a independência entre as dimensöes, de tal forma que um sujeito com uma pontuaçäo elevada numa dimensäo näo tem necessariamente que obter uma pontuaçäo alta nas restantes dimensöes. Säo, portanto, dimensöes relativamente independentes. Factores Acadêmico Social Emocional Familiar F1 1.000 0.161 0.086 0.173 F2 1.000 0.246 0.165 F3 F4 Total 1.000 0.207 1.000 0.650 0.572 1 TOTAL 0.666 , 0.549 , 1.000 Quadro 3: Correlaçäo de Pearson entre os factores Por outro lado, a ortogonalidade coincide com uma alta correlaçäo com o total da escala, donde se infere que se tratam de dimensöes de um mesmo constructo. Correlaçäo entre as duas metades .717 Coeficiente de SPEARMAN - BROWN .863 Coeficiente ALPHA .823 Teste - Releste (três meses) .661 Teste - Releste (seis meses) .597 Quadro 4 : Coeficientes de Consistência Interna e Temporai2 Para avaliar a consistência interna3 dos itens, foram aplicados os seguintes coeficientes (Quadro 4): o coeficiente splít-half (pares-ímpares), o coeficiente de SpearmanBrown, baseado na correlaçäo entre itens pares e ímpares supondo que as duas metades säo estritamente paralelas, e o coeficiente de consistência interna alfa, baseado na fórmula proposta por Cronbach (1951) e equivalente à fórmula de Kuder-Richardson quando os itens säo dicotómicos. Os resultados väo no sentido da consistência interna da escala, indicando que esta está a avaliar um mesmo constructo. Para a consistência temporal, aplicou-se o questionário a 30 sujeitos da amostra em dois intervalos de três e de seis meses (teste - resteste). Calculou-se o coeficiente de correlaçäo de Pearson entre as pontuaçöes totais. Para o primeiro intervalo: r, = .661; para o segundo intervalo: r2 = .597. 2 Para calcular estes índices eliminaram-se os 5 itens que obtiveram saturaçöes inferiores a .25 em todos os factores e inverteram-se as respostas obtidas nos itens negativos (marcados com um asterisco no quadro 1) 3 Os coeficientes de consistência interna foram calculados mediante o modulo TESTAT da versäo 3.02 do pacote integrado Systat. É AFA -Auto-Conceito Forma A 2.4 Análises diferenciais Em funçäo do sexo: Analisam-se em seguida as diferenças entre os quatro factores do autoconceito em funçäo do sexo aplicando uma ANOVA. O programa estatístico aplicado foi o módulo MGLH, DATA e STATS da versäo 3.02 do pacote integrado Systat. Os resultados da análise de variância aparecem no Quadro 5 e pode verificar-se que näo existem diferenças significativas entre os sexos em nenhum dos quatro factores. VARIAVEL Acadêmico Social Emocional Familiar sc 4.660 4.822 6.382 4.271 Gi1 1 1 1 MC 4.660 4.822 6.382 4.271 F 0.390 0.987 0.590 0.939 P 0.532 0.321 0.443 0.333 Quadro 5: ANOVA em funçäo do sexo Em funçäo do ano de escolaridade: No quadro 6 apresentam-se os resultados da análise de variância designando-se como variáveis dependentes os quatro factores de autoconceito e como independente a variável curso. VARIAVEL Acadêmico Social Emocional Familiar sc 283.214 190.257 38.790 291.495 GL 5 5 5 5 M 56.643 38.051 7.758 58.299 F 4.847 8.102 0.716 13.739 P


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