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Historia Da Lingua Portuguesa
Historia Da Lingua Portuguesa
June 14, 2018 | Author: Isaías Moreira Ferreira | Category:
Latin
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Roman Empire
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Portuguese Language
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High Middle Ages
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Linguistics
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DisciplinaHistória da Língua Portuguesa Coordenador da Disciplina Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Edição 2013.2 Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. Créditos desta disciplina Coordenação Coordenador UAB Prof. Mauro Pequeno Coordenador Adjunto UAB Prof. Henrique Pequeno Coordenador do Curso Profª. Claudete Lima Coordenador de Tutoria Profª. Pollyanne Bicalho Ribeiro Coordenador da Disciplina Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Conteúdo Autor da Disciplina Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Setor TecnologiasDigitais - STD Coordenador do Setor Prof. Henrique Sergio Lima Pequeno Centro de Produção I - (Material Didático) Gerente: Nídia Maria Barone Subgerente: Paulo André Lima / José André Loureiro Transição Didática Dayse Martins Pereira Elen Cristina S. Bezerra Elicélia Lima Gomes Fátima Silva e Souza José Adriano de Oliveira Karla Colares Kamille de Oliveira Formatação Camilo Cavalcante Elilia Rocha Emerson Mendes Oliveira Francisco Ribeiro Givanildo Pereira Sued de Deus Stephan Capistrano Programação Andrei Bosco Damis Iuri Garcia Publicação João Ciro Saraiva Gerentes Audiovisual: Andréa Pinheiro Desenvolvimento: Wellington Wagner Sarmento Suporte: Paulo de Tarso Cavalcante Design, Impressão e 3D André Lima Vieira Eduardo Ferreira Fred Lima Gleilson dos Santos Iranilson Pereira Luiz Fernando Soares Marllon Lima Onofre Paiva ................................. 01 Tópico 02: A formação do reino português ......................... 16 Tópico 02: Formação de palavras: Afixação..................................................................... 14 Aula 04: A Formação do Léxico Português .............................................................................................Sumário Aula 01: A origem e formação da língua portuguesa: O contexto sócio-histórico ....................................................................................... 12 Tópico 01: O Vocalismo Tônico ........................................................................ 19 ....................................................... 16 Tópico 01: O Vocabulário ............................................. 12 Tópico 02: O Consonantismo............................................................................................. 10 Aula 03: Do Latim ao Português: A Evolução Fonológica ........................................................................................................................................................................................................... 08 Tópico 01: A Periodização Tradicional . 08 Tópico 02: Os Textos Não-Literários: Gramáticas e Dicionários ............................... 01 Tópico 01: Expansão do Latim vulgar ...................... 04 Aula 02: Fases da História da Língua Portuguesa e seus Textos Representativos ..................................................................................................................................................................... . Roma. 1 . região da Itália Central. naturalmente não será uma exceção. clique aqui! [1] PALAVRA DO PORTUGUESA COORDENADOR DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA DA LÍNGUA Para assistir o vídeo acesse o ambiente SOLAR Neste tópico. fundada provavelmente em 753 a. mais diretamente ligado à formação da língua portuguesa. da região do Lácio. os exércitos romanos subjugaram os povos. Dada a estreita ligação entre os dois tópicos. você certamente perceberá alguma repetição de conteúdo no segundo tópico. através dos séculos. requerem a instalação da versão mais atualizada do programa Adobe Flash Player©. porém. não passava de simples cidade pequenina. A língua portuguesa e os demais idiomas românicos [2] são o resultado de transformações. O latim era a língua dos latinos.. de uma outra língua. uma língua passa por transformações. o latim. vamos tratar dos fatores sócio-históricos que propiciaram a expansão do latim vulgar e condicionaram o surgimento da língua portuguesa.C. a todos impondo os costumes e a língua: o latim vulgar [3]. Sendo nossa língua um instrumento de interação social. Para baixar a versão mais recente do programa Adobe Flash Player.: Alguns recursos de multimídia utilizados em nossas aulas. Mais tarde. como vídeos legendados e animações. Deste modo. Como todo objeto social. não tardou a exercer uma dominação intensa sobre algumas das cidades mais importantes.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 01: A ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA: O CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO TÓPICO 01: EXPANSÃO DO LATIM VULGAR MULTIMÍDIA Ligue o som do seu computador! OBS. estamos aptos a entender o segundo tópico. MULTIMÍDIA CONTRATO PSICOLÓGICO Veja um curto desenho animado sobre a História de Roma [4]. nas fronteiras. e o do Oriente.Fonte [6] Consequentemente. formaram-se. em contraste com o latim. instituída pelo Imperador Constantino. Roma entrou na Era do Obscurantismo. VERSÃO TEXTUAL DO FLASH “ROMANÇO”: Termo derivado do latim medieval romancium para designar qualquer língua românica. um outro fator contribuiu para a expansão da referida modalidade latina: a religião cristã. nos países europeus da Época Moderna. com capital em Roma. cada um com sua história e romanço. Imperador Teodósio . quando em 476 foi tomado pelos bárbaros. O Império se enfraquecia. já que a nobreza fora afetada por tais dificuldades. visigótico) que se desenvolveram durante toda a Idade Média e. Além disso. e cresciam. o Império se impõe. por decreto do Imperador Constantino. então. a partir do século IX. e em 27 a. as regiões se isolaram e cada uma teve um desenvolvimento próprio. o que preparou terreno para a expansão do latim vulgar. aumentavam suas dificuldades militares. O Império do Ocidente estava em decadência. numerosos reinos bárbaros (franco. todavia. as investidas dos povos germânicos (bárbaros). suevo. que destituíram o último imperador (Rômulo Augústulo). que aboliu o paganismo. a vastidão do Império acarretava grandes dificuldades. Em 395 o imperador Teodósio. Roma tornou-se a capital do mundo. dividiu o Império Romano em dois: o do Ocidente. com a publicação do Édito de Milão e transformada em religião oficial do Império. Assim.C. Imperador Constantino Fonte [5] em 318. com capital em Constantinopla. transformaram-se. A partir dos meados do século III. usa-se 2 . numa divisão fundamentalmente administrativa. em 391. para uma dessas línguas. Petrópolis. quando o Islamismo alcançou seus territórios. Constituía-se de palavras novas. e os turcos. Como herdeiro do latim clássico.com/products/flashplayer/ 2. para designar os traços fonológicos. como fase preliminar das línguas românicas.adobe. opostos aos do latim vulgar. depois do século III d. Mas aplica-se de preferência o termo para designar a fase final do latim vulgar. misturado com o léxico das línguas vernáculas. esse latim da Igreja (também chamado latim eclesiástico. FONTES DAS IMAGENS 1.wikipedia. as escolas. entretanto. Do conceito de romanço como coletivo para línguas românicas chegou-se ao termo Proto-Romanço.romanço como um coletivo para o conjunto das línguas românicas ou. mas que se prolongaram em língua românica pela corrente erudita. Os fatos do latim vulgar que não apresentam reflexo nas línguas românicas não entram na configuração do proto-romanço. em compensação. Paralelo a este latim. ou gramática comparativa românica. Joaquim.. 210-211) O Império Romano do Oriente. morfológicos e sintáticos latinos que explicam os traços correspondentes nas línguas românicas. http://www. teve uma política mais de estabilização do que de expansão e. retiradas das línguas faladas e do grego e era o latim literário do declínio do Império do Ocidente e a língua oficial das ciências na Idade Média. liderados por Maomé II. pp. mais particularmente. distingue-se do conceito de latim vulgar por ser uma dedução teórica do método comparativo e só abranger o que se pode reconstruir pela comparação das formas e fonemas românicos. É um termo criado estritamente dentro do comparatismo das línguas românicas. que os cartórios utilizaram em contratos. http://pt. entram nele fatos do latim clássico. tendo desaparecido a nobreza e. Com a invasão dos bárbaros. medieval ou baixo latim) era escrito gramaticalmente correto. (MATTOSO CÂMARA. com ela. empregado pelos tabeliães: o latim bárbaro. surgiu um de natureza estropiada. romanço português. testamentos. conseguiu sobreviver como unidade política até 1453. Vozes. destruíram as muralhas que protegiam Constantinopla. 1978. que se situa entre o século v e o século IX. a preocupação pela cultura intelectual se confinou aos mosteiros.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicas 3 . parcialmente.C. doações e outros escritos de natureza jurídica. embora ameaçado desde o século VI pelas invasões eslavas. daí falar-se em romanço ibérico e. documentado. quando já contrasta com o latim clássico em virtude de profundas inovações e se diferencia de região para região na România. Dicionário de Linguística e Gramática. deve ter sido mais arcaico que o levado para a Dácia em 107 d. o sermo vulgaris ou latim vulgar.) . Estes estão ligados ao desmembramento do Império Romano e são representados pela língua dos invasores germânicos e árabes.C. sobretudo na fonética e no léxico. já referidas no tópico anterior. Além disso. as línguas românicas ou neolatinas. que a abandona para adotar a língua do povo vencido (Camara Jr. Vários fatores concorreram para a dialetação românica: o tempo. mais ou menos a partir de 600 da Era Cristã. porém.v. limitando-se. s. também mudava. muitas vezes decorriam séculos. em 197 a. e a língua imposta nas diversas regiões se apresentava distinta. os romanços (ou romances) medievais e. devido.C. mais ou menos. O SUPERESTRATO GERMÂNICO Após as invasões germânicas. posteriormente. os bárbaros passaram a se romanizar: adotaram a cultura dos povos vencidos. 1978. Na Lusitânia pré-romana. os povos que o latim encontrou nas regiões conquistadas. a política de dominação dos romanos. principalmente.). s. o latim vulgar se transformou com o tempo. ao vocabulário. cada qual com sua expressão idiomática. o latim levado para a Península Ibérica. considera-se o substrato como o elemento mais importante. Assim. na generalidade dos casos. Já os superstratos exercem influência menos significativa.). influências que representam vestígios das línguas anteriormente faladas nas regiões latinizadas. cristianizaram-se e assimilaram o latim vulgar. foram os celtas o elemento de maior valor lingüístico para a estruturação do português.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 01: A ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA: O CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO TÓPICO 02: A FORMAÇÃO DO REINO PORTUGUÊS Paralelamente à transformação da língua literária. Apesar de seu triunfo sobre essas línguas pré-românicas. eram de raças e civilizações diferentes. para 4 . geralmente como consequência de uma conquista política (Camara Jr. 1978. levado pelos soldados e pela plebe às regiões do Império Romano. Contribuíram.) e do superstrato (nome que se dá à língua de um povo conquistador. principalmente. a ação do substrato (nome que se dá à língua de um povo que é abandonada em proveito de outra que a ela se impõe. Daí resultaram. o latim sofreu. Entre uma conquista e outra. AÇÃO DO SUBSTRATO E SUPERESTRATO O SUPERESTRATO GERMÂNICO O SUPERESTRATO ÁRABE A DOMINAÇÃO MUÇULMANA AÇÃO DO SUBSTRATO E SUPERESTRATO No processo de dialetação.v. ao processo de adaptação imperfeita da fonação materna ao novo idioma a ser aprendido. Como língua falada. a vastíssima extensão geográfica do Império e sua fragmentação política e. jarra. MAPA DA RECONQUISTA ORIGEM DA IMAGEM: http://www. cenoura. O SUPERESTRATO ÁRABE Com a invasão dos árabes. bando. alfange. feudo. os cristãos rebeldes foram recuperando aos poucos os territórios perdidos. conforme ilustra o mapa abaixo. arroz. no século VIII. quintal. alcaide. bandeira. espinafre. brandir. dardo. açúcar. arauto. tacanho. laranja. franco. Mais de duas mil palavras de origem árabe foram introduzidas. rico.ufpe. baluarte. escaramuça. banda. javali. acentua-se a influência do superstrato no processo da dialetação românica. azeitona. algodão. arroba. trégua. roubar.html 5 .di. azeite. branco. quilate. galopar. orgulho.acelerar a evolução desta modalidade de latim. alqueire. Avançando para o sul.br/~rac2/portugues/reconqu. girafa. almofada. alfaiate. A DOMINAÇÃO MUÇULMANA Foi rápida a conquista muçulmana. mas demorada a Reconquista (Mapa da Reconquista) do território tomado pelos árabes. dentre elas: alface. Legaram ao vocabulário português vários termos: guerra. Esta visão de certo e de 6 . a princípio. delimitando. o Condado Portucalense. Depois comente sobre as invasões árabes. e. anexando as regiões reconquistadas. e a região da Galiza. entre outros. que. Vários nobres de diversas regiões participaram das lutas para expulsão dos invasores. a filha bastarda. Ao mesmo tempo em que se separava da Galiza. D. conde de Borgonha. Afonso III concluiu a conquista do Algarve.A GUERRA DA RECONQUISTA Da interpenetração da língua árabe e da língua popular de estrutura românica. na Batalha de São Mamede (1128). campos lexicais (vocabulário). Porque estes gêneros são importantes para o Latim Vulgar? 2) Um dos textos fontes do latim vulgar é o “Appendix Probi”. Henrique. resultou o moçárabe. lhe reconheceu a realeza. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 1) As fontes do latim Vulgar são Cartas de Cícero. Henrique. A D. a Guerra de Reconquista e a influência destes fatores na formação do Português e na formação do vocabulário ( campos léxicos). o galegoportuguês. Afonso Henriques. em 1250. D. Afonso VI. Henrique administrar o Condado Portucalense sob a tutela de D. senhor da Galiza. os limites de Portugal de hoje. Afonso Henriques e seus sucessores prosseguiram na luta contra os mouros. Henrique. compreendido. mas seus amores com o conde de Trava. Raimundo. reino independente da Galiza. falado pela população cristã que viveu sob o jugo islamítico. então. rei de Leão e de Castela. pelo sucesso na guerra de Reconquista. entre o Minho e o Tejo. FÓRUM CONTRATO PSICOLÓGICO Comente sobre o papel dos germânicos na expansão do latim vulgar considerando o aspectos: fim da nobreza. Raimundo. A D. território desmembrado da Galiza. escrito por um gramático desconhecido. tomou o poder e se fez proclamar rei. D. Raimundo e seu primo D. Afonso VII. Em 1143. ação sobre as escolas. textos satíricos. confirmada em 1179 pelo papa Alexandre III. na Convenção de Zamora. assim. Tareja. O CONDADO PORTUCALENSE A língua de ambos os territórios doados era a mesma. a partir de 1095. Com a morte de D. Ele contém formas em Latim “correto” ao lado de Formas consideradas erradas. entre o Minho e o Douro. deu em casamento a filha legítima. até que. Cumpre ressaltar que foi imposto a D. estendia-se para o sul. INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL Portugal tornou-se. causaram o descontentamento do povo e de seu filho D. a viúva assumiu o poder. premiou D. Urraca. e um feudo. da Galiza. rei de Leão. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Universidade Federal do Ceará . foi uma “causa” de difusão do Latim Vulgar. Por quê? FONTES DAS IMAGENS Responsável: Prof. Dr.Instituto UFC Virtual 7 . religião difundida entre os humildes.errado ainda persiste nas escolas? Comente com exemplos de sua prática de professor ou com exemplos de gramática. 3) O Cristianismo. A) ÉPOCA PRÉ-HISTÓRICA (DAS ORIGENS ATÉ O SÉCULO IX). ser traçados com rigor. inquirições sobre propriedades. o latim era a língua de tradição escrita. na periodologia. C) ÉPOCA HISTÓRICA (DO SÉCULO XII/XIII EM DIANTE). que se prolonga do século XII/XIII em diante. com critérios que variam. que esses textos apareceram. uma vez que os limites entre os diversos períodos não podem. C) ÉPOCA HISTÓRICA (DO SÉCULO XII/XIII EM DIANTE). B) ÉPOCA PROTO-HISTÓRICA (DO SÉCULO IX AO SÉCULO XII/XIII). contratos de compra e venda. como cartas. aspectos puramente linguísticos ou extralinguísticos. É reduzido o material linguístico documental dessa época. atestam-se. como divisor de águas. da expressão escrita.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 02: FASES DA HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E SEUS TEXTOS REPRESENTATIVOS TÓPICO 01: A PERIODIZAÇÃO TRADICIONAL Estudando a evolução da língua portuguesa. São limites da época proto-histórica o século IX e o século XII. E também documentos jurídicos. leis. doações. São classificações apenas didáticas. Todavia. pesquisas recentes mostraram que não foi no século XII. forais. embora durante muito tempo se tenha julgado que os mais antigos textos em galego-português datavam do fim do século XII. Nesta época. quando a língua vernácula começou a 8 . O século XII assinala a independência de Portugal. O século XII assinala também o aparecimento dos primeiros textos redigidos numa língua distinta da língua latina. Até fins do século XII. depois. O século IX marca a definição do romance galego-português como língua corrente. em documentos escritos em latim bárbaro. desde a conquista da Península Ibérica até a formação dos romances. com o movimento da Reconquista. mas sim no começo do século XIII. os autores costumam dividir sua história em fases. Seu prestígio como forma escrita exclusiva das instituições eclesiásticas e oficiais durou até o início do século XIII. no século V. palavras e expressões do romanço galego-português. conforme se Considerem como pontos de referência. A época histórica. o século XVI. A época pré-histórica é o período de evolução do latim falado na Galiza e na Lusitânia. Assim. único meio. Assim se divide a história da língua portuguesa: A) ÉPOCA PRÉ-HISTÓRICA (DAS ORIGENS ATÉ O SÉCULO IX). pode-se adotar o século XIII a demarcação dessa época. falada a princípio na região noroeste da Península Ibérica e levada. testamentos. para o sul. São documentos públicos. a arcaica e a moderna tendo. para se preservar a coerência. atingindo o ápice com a definição do romanço galaico -português como língua falada nas duas margens do Rio Minho. evidentemente. B) ÉPOCA PROTO-HISTÓRICA (DO SÉCULO IX AO SÉCULO XII/XIII). subdivide-se em duas etapas. períodos ou épocas. Estes cancioneiros contêm três categorias de poesias: 1) as cantigas d’amigo. A língua desses textos. SÉCULO XIII A partir de início do século XIII. é mais espontânea e diversificada que a dos Cancioneiros. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Universidade Federal do Ceará . o galego-português. Surgem as primeiras obras em prosa literária. datado de 1214. e o trabalho dos gramáticos e teóricos da língua fixam o português padrão. conde de Barcelos (morto em 1354). por motivos históricos e sociais. Essa poesia foi conservada fundamentalmente em três compilações: o Cancioneiro da Ajuda. foros etc. redigida por ordem de Afonso X. que inaugurou o gênero épico e deu impulso ao gênero lírico. o Sábio. desta fase é a obra de Camões.Instituto UFC Virtual 9 . 3) as cantigas d’escárnio e de mal dizer. Foi esta a língua exclusiva da poesia lírica em toda a Península Ibérica. Pedro. denominação dada à expressão oral e escrita deste romanço. FONTES DAS IMAGENS Responsável: Prof. ainda na fase arcaica. Um dos textos mais antigos deste gênero é o testamento de Afonso II. principalmente daqueles anteriores a 1350. 2) cantigas d’amor.lograr seu registro histórico. O marco literário. pelo Cancio-neiro da Biblioteca Nacional de Lisboa. Dr. Cancioneiro da Vaticana e. SÉCULO XIV A partir do século XIV. SÉCULO XVI No século XVI. sob a influência do Renascimento. mas os documentos em prosa que restam do século XIII são raros e se apresentam modificados pelos escribas dos séculos XIV e XV: é o caso de A demanda do Santo Graal. nos séculos XIII e XIV. a relativa unidade linguística galego-portuguesa começa a sofrer cisão (<b>Relembre:</b> qual o fato histórico relacionado a esta cisão?) . títulos de venda. a literatura. por excelência. a língua era. que é em grande parte a versão portuguesa da Primeira Crónica General de España. principalmente. surgem documentos inteiramente escritos em “língua vulgar” – testamentos. e a Crônica Geral de Espanha de 1344. Na fase arcaica. merecendo uma menção particular o Livro de Linhagens de D. foi várias vezes reeditado e aumentado (entre 1949-1959 foi publicada a 10. João IV.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 02: FASES DA HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E SEUS TEXTOS REPRESENTATIVOS TÓPICO 02: OS TEXTOS NÃO-LITERÁRIOS: GRAMÁTICAS E DICIONÁRIOS Para que nosso estudo fique completo e não se limite aos textos literários. o espanhol serviu como segunda língua para todos os portugueses cultos. 1606). que nasce em Portugal sob inspiração da cultura humanista. que se situam no período mais brilhante do “Século de Ouro”. todavia. Para isto contribuíram os casamentos de soberanos portugueses e espanhóis e os sessenta anos de dominação espanhola (1580-1640). A filologia científica foi introduzida em Portugal na segunda metade do século XIX por Francisco Adolfo Coelho (1847-1909). O Dicionário da língua portuguesa. cabendo o pioneirismo do seu ensino a Fernão de Oliveira. de Francisco Manuel de Melo. como Antônio Ferreira (1528-1569). redige diversos dicionários de português-latim e latimportuguês (1551. Desde então até o século XIX. em 12 volumes). perdurará até o desaparecimento dos últimos representantes da geração formada antes de 1640. 1562-1563. Jerónimo Cardoso. o espanhol foi em Portugal uma segunda língua de cultura. 10 . e pode ser considerado o antepassado de todos os dicionários modernos da língua. Apenas um pequeno número de escritores com cultura humanista. Papel especial cabe à gramática. nasce uma reação anti-espanhola. Entre meados do século XV e fins do século XVII. A maioria dos escritores portugueses escreve também em espanhol. A Lexicografia é herdeira do humanismo. vamos tratar neste tópico de outras modalidades textuais: as OBRAS GRAMATICAIS e LEXICOGRÁFICAS. vai aparecer um número considerável de gramáticas normativas e de tratados de ortografia. de Luís de Camões. como os de Duarte Nunes de Leão (Orthographia. autor de uma Grammatica de lingoagem portuguesa [1] (1536). durante aproximadamente dois séculos e meio. É o caso de Gil Vicente.ª edição. Os partidários desse bilinguismo não viam nenhuma traição para com o seu país. 1569-1570). com a Restauração e a subida ao trono de D. 1562. Assim. 1576. de António de Morais Silva (1789). O bilinguismo. O primeiro lexicógrafo. de Sá de Miranda. Origem da lingua portuguesa. MAIS DETALHES SOBRE A DOMINAÇÃO ESPANHOLA Somente depois de 1640. situando-as no contexto histórico em que elas apareceram. manifestam uma certa forma de patriotismo linguístico recusando-se a escrever em espanhol. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Escreva sobre os documentos literários e não-literários do Português. http://purl. FONTES DAS IMAGENS 1.pt/120 Responsável: Prof. considerando o que estudou em Literatura Portuguesa. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Universidade Federal do Ceará . Dr.Instituto UFC Virtual 11 . por exemplo. a segunda vogal é breve e apresenta o sinal bráquia. por exemplo. com o passar do tempo. olho e caldo). Neste exemplo. oc’lu por ocŭlum e cal’du por calĭdum (daí. a platéia inteira riria. representada por bráquia: vogal é longa e apresenta o sinal mácron. servia para opor significados: ‘amarelo’/ ‘lodo’. em português. oc’lu por ocŭlum e cal’du por calĭdum (daí. A quantidade vocálica era. ou seja. Convém deixar claro que a quantidade vocálica não era invenção nem imposição dos gramáticos: se no teatro um ator errasse a quantidade vocálica. As penúltimas dos proparoxítonos desaparecem com freqüência na pronúncia corrente: Dizia-se. Eis o quadro vocálico tônico do Latim Vulgar que se mantém no português até hoje: As vogais átonas eram bem mais frágeis. havia duas durações: longa. A QUANTIDADE VOCÁLICA NO LATIM CLÁSSICO Quantidade.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 03: DO LATIM AO PORTUGUÊS: A EVOLUÇÃO FONOLÓGICA TÓPICO 01: O VOCALISMO TÔNICO VERSÃO TEXTUAL DO FLASH Dizia-se. e . perdendo as oposições de quantidade. em português. distintiva. No que diz respeito ao vocalismo tônico do Latim Vulgar. olho e caldo). duração ou mora diz respeito à duração de um fone. representada por mácron. este foi. portanto. a primeira breve. No latim. 12 . resultando no quadro abaixo. o português é. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Universidade Federal do Ceará . língua neolatina conservadora. FONTES DAS IMAGENS 1.FÓRUM Discuta o seguinte tópico: quanto ao vocalismo tônico.com/go/getflashplayer Responsável: Prof. do ponto de vista diacrônico. Dr. http://www.adobe.Instituto UFC Virtual 13 . o n caiu e tivemos corõa. em seguida. “Que grafemas representavam as africadas do galego português? 2. Só os primeiros permaneceram em português. produziu-se depois do precedente. responda: por que a nossa escrita é conservadora? 14 . a queda do -n. Exemplos: ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 1. após a fase da invasão muçulmana. É mais complicado que o anterior: por exemplo. houve primeiro nasalização da vogal que antecede o n. com a língua já em queda do formação. Ele incidiu sobre um grande número de palavras e contribuiu para criar em galego-português vários grupos de vogais em hiato. e provavelmente ainda estava em curso no século XII.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 03: DO LATIM AO PORTUGUÊS: A EVOLUÇÃO FONOLÓGICA TÓPICO 02: O CONSONANTISMO VERSÃO TEXTUAL DO FLASH No Latim Vulgar Imperial. é a intervocálico. na palavra corona.intervocálico. em sentido amplo) as africadas sofreram na evolução para o português moderno? 3. a língua arcaica era repleta de hiatos. Com base na resposta à questão 2. ocorrida apenas em galego-português. donde corõna. representado na escrita por ch. Assim. que aconteceu no século X. aparecem novos fonemas: os palatais lh. Um fenômeno digno de nota. no século XI. Que evolução fonética ( ou fonológica. forma do galego-português (hoje coroa). Por isto. os africanos dj e ts. Em seguida. (Toda queda de consoante intervocálica leva primeiramente à formação de hiato. apareceu um novo fonema. tch. todos os n intervocálicos desapareceram depois de terem nasalizado a vogal precedente. nh e x. nas vésperas do aparecimento dos primeiros textos escritos.) Outro fenômeno. Consulte bons dicionários e livros.e –n-.com/go/getflashplayer 2. Comente sobre o contexto em que elas aparecem. Mostre as passagens intermediárias nas evoluções. comentando-as: a) corona> coroa b) freno> freio c) avena> aveia d) lana>lã e) coelu> céu f) palu> pau 5.Instituto UFC Virtual 15 .com/go/getflashplayer Responsável: Prof. Mostre que muitas palavras conservam.adobe. Dr. http://www. as consoantes intervocálicas –l. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Universidade Federal do Ceará .adobe. http://www. como o de Teyssier (2001) e Coutinho (1976). em português.4. FONTES DAS IMAGENS 1. GREGA . os numerais. no léxico português. 3. máxime.º) ORIGEM LATINA – o latim é a origem primária do nosso vocabulário e a mais importante. por meio de processos internos de derivação e de composição. FONTES HISTÓRICAS DO LÉXICO PORTUGUÊS ELEMENTOS DE ORIGEM LATINA ELEMENTOS DE ORIGEM ESTRANGEIRA .FRANCESA .ITALIANA INFLUÊNCIA INDÍGENA INFLUÊNCIA AFRICANA OUTRAS FONTES ELEMENTOS DE ORIGEM LATINA Do latim popular ou vulgar é que deriva grande parte do léxico português. O léxico português é constituído de vocabulários oriundos de 3 fontes históricas: 1. Além dos elementos do inventário aberto (relembre o que você estudou em Língua Portuguesa: vocábulo sobre a dicotomia inventário aberto x inventário fechado). as línguas estrangeiras.INGLESA . XIV até hoje. novos vocábulos. VERSÃO TEXTUAL DO FLASH Léxico tanto pode ser o conjunto de todas as palavras da língua. Outros elementos latinos têm entrado.álbum. contribuíram para o aumento do nosso léxico.º) ORIGEM VERNÁCULA – a própria língua portuguesa fornece. os pronomes. Estes e outros exemplos são chamados latinismos. desde o séc. superávit.HEBRAICA . por via erudita. veredictum e etc.º) ORIGEM ESTRANGEIRA – em todos os tempos. 2. inclusive. quer indiretamente. que aumentam constantemente o léxico. Pode incluir também os morfemas desta língua). como o conjunto de palavras da classe aberta. Alguns deles conservam ainda feição latina: . déficit. as partículas e quase todos os seus prefixos e sufixos. exclusive. por meio do latim e de outros idiomas.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 04: A FORMAÇÃO DO LÉXICO PORTUGUÊS TÓPICO 01: O VOCABULÁRIO Nesta última aula trataremos do léxico. Melhor dizendo: de sua constituição. 16 . quer diretamente. o português recebeu ainda as formas gramaticais.ESPANHOLA . dubitação. o italiano influiu também no português: aquarela. bispo. cadete. bancarrota. macarrão. .abacaxi. O seu primeiro contato foi com os nativos do litoral. constatar. façanha. crisma. tenor. Messias. que teve por foco a Itália. Teodoro e etc. cabina.FRANCESA – arranjar. . turismo. igreja. . coivara. Jesus. Este idioma foi aprendido pelos padres jesuítas (Anchieta publicou a primeira gramática em 1595). jornal. sanduíche. filme. etiqueta. Exemplos de vocábulos tupínicos: . católico. serafim. chapéu. soprano. basílica. blusa. dólar.ELEMENTOS DE ORIGEM ESTRANGEIRA Já vimos os povos que invadiram a Península Ibérica e deixaram contribuições vocabulares. chaminé.INGLESA – bife. charlatão. batel.ITALIANA Com a Renascença das Artes e das Letras greco-latinas (séc. 17 . pelos bandeirantes e pelos colonos que se estabeleceram na Costa. INFLUÊNCIA INDÍGENA Além das influências acima. chapa. ojeriza. túnel. bar. pastel. querubim. canhão. pororoca. maná. XVI). escoteiro. amém.HEBRAICA Por influência das Sagradas Escrituras. mandioca. caudilho. gôndola. clique nos ítens abaixo para ver os exemplos. Hosana. cheque.aleluia. arlequim. peteca. bilhete. mantilha. paletó. Páscoa. Raquel. sábado e etc. repolho etc. charada. pipoca. rabino. violino e etc. júri. . O vocabulário tupi no português do Brasil é vasto e isto se explica pelo fato de que aqui aportaram os colonizadores lusos. boné.caramba. aipim. cavalheiro. . Gabriel. beiju. ganância. Éden. . gazeta. pudim. bote. soneto. caricatura. bússola. apóstolo. Belzebu. José. sabre e etc. de Norte a Sul. trecho. mochila. bidê. dueto. pastilha. carioca. falavam o tupi com relativa uniformidade. cabala. clube. Moisés. chalé. deslumbrar. rocha. galã. castanhola. brilhar. avenida. pacoba (pacova). país. boa. jacu. carruagem. cordilheira. lhano. xerife etc. diocese. ópera. cascata. bobo. evangelho. caipora. conhaque. opereta. Satanás. ateu. futebol. piano. arapuca. Dorotea. envelope. paisagem. neblina. Temos agora que acrescentar outras fontes. mariposa. ídolo. o português recebeu uma enorme influência indígena e africana. baitaca. jóquei. jacutinga. carnaval. Sara. hediondo. cicerone. cantata. desmoronar. aprendiz. eucaristia. Davi. jaguar(a). violão. brochura. linchar. champanhe. bagagem. catinga. Maria. breque. assembléia.ESPANHOLA . pároco. jararaca. frente. Cristo.GREGA Por influência do Cristianismo: anjo. iate. mártir. que. Filipe. muitos termos hebreus passaram para o português: . capim. fisco. Rute. botija. concerto. piquenique. perereca. vicunha etc. FÓRUM Exemplos de palavras de origem estrangeira se encontram na área da tecnologia. tapera. http://www. malvado. Nhamundá ou Jamundá.Do nauatle (idioma indígena do México): abacate.Do taino (idioma indígena das Antilhas): batata. Paraná. selvagem. viagem. . maribondo. savana etc.com/go/getflashplayer Responsável: Prof. tijuco ou tijuca. segundo a AULA 1. cacique. camundongo. fubá. sabiá. quais os motivos históricos que determinaram a contribuição do latim vulgar para o léxico português. chocolate. Pará. xícara. cafuné. trovar. xará.angu. chávena. visagem etc. DESAFIO Relembre. condor. truão. catinga (“cheiro”). maxixe. vassalo. . tufão etc. quimono etc. tomate etc. biombo. cacimba. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Universidade Federal do Ceará . puma. .Do japonês: banzé. cadafalso. Pesquise e apresente. lundu. INFLUÊNCIA AFRICANA Também não é pequeno o influxo africano no léxico português.Instituto UFC Virtual 18 . guaco. cacau. micado. mocambo. tamanduá. canjica. quitanda. Sergipe e etc. mandinga. pampa. carimbo. botar. . mate (“erva”). Curitiba. FONTES DAS IMAGENS 1. furacão. macumba. moleque. ganga (“tecido”). Observe o idioma predominante e diga por que o é.Do quíchua (idioma dos incas – Peru): coca (um arbusto). quilombo. macaco. das ciências e das artes em geral. xingar. Dr. senzala. terraço. cascavel. em virtude da escravidão no Brasil. caqui. canoa. banguela. urubu.Do chinês: chá. exemplos de palavras de origem estrangeira em cada um destes setores.sapé. cochilar. chuchu e etc. Eis alguns exemplos: . . quizília.Do provençal: bedel. OUTRAS FONTES O léxico recebeu influência de outras fontes: . calundu. Iguaçu. no fórum da AULA 4. vatapá. mucama.adobe. pote. quiabo. bonzo. Vejamos os exemplos abaixo: VERSÃO TEXTUAL DO FLASH Exemplos de prefixação: re-tocar. como ab-. envelh-ecer. Exemplos de sufixação: goiab-ada. Alguns provêm do latim clássico.HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA AULA 04: A FORMAÇÃO DO LÉXICO PORTUGUÊS TÓPICO 02: FORMAÇÃO DE PALAVRAS: AFIXAÇÃO Outro componente importante do léxico é o afixo. a-laranjado. sabor-oso. outros tiveram acolhida no latim vulgar. Os afixos gregos são mais comuns nas formações neoclássicas e nas formações técnico-científicas. en-velhecer. contra-regra. que não constitui uma classe homogênea: quando o afixo é o elemento anteposto ao radical. outros provêm do latim eclesiástico. em formações como cearense e amazonense. chamase prefixo e o processo de formação – prefixação ou derivação prefixal. provém do latim popular. como intra-. des-leal. sabia-mente e etc. espiritu-al. Abaixo apresentamos alguns afixos.(de negação). entre-ver e etc. Já quando o afixo é o elemento posposto ao tema. extra-. A maioria dos afixos portugueses derivam do latim e do grego. e o processo de formação – sufixação ou derivação sufixal. in-justo. a-católico. em gentílicos como francês e inglês. que gerou o prefixo des-. ante-diluviano. 19 . homi-cida. livr-aria. como dis-. Sob forma erudita. anti-católico. Encontra-se presente. Estes afixos são de diversa procedência. como Turquia. por sua vez. O sufixo – ensis. pré-meditar. moral-izar. in. sob forma popular. O sufixo –ia é formador de toponímicos. chama-se sufixo ou desinência. Os sufixos também se submeteram às modalidades de latim. manifestação. a intenção). verdoengo. aumento). leia o texto adaptado de Duarte (1999). estadu-al (-ale-).(fora. (ablativo de mens. oper-ario. supra. client-ela (-ella-).(um só). além). SUFIXOS LATINOS Alguns sufixos latinos: rapazi-ada. post. funil-aria.e dis. pós (depois de). justa(ao lado). uni. -engo (do germânico): judengo.(em lugar de) etc. livr-aria. camaradagem. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 20 . em excesso). const-ancia (-antia-). bondade.(entre. direção para fora).(ideia de afastamento. cafez-al. cardinal-ato (-atu-). oposição.. -ardo (do germânico): bombarda.(além de). -lândia (do germânico): Zululândia.(dois). Abelardo.(debaixo.(dentro). bob-agem (-aticu-). des. pre(antecedência. excesso. riqu-eza (itia). boi-ada. mur-alha. canzarrão etc. bi. origem. aumento etc). através). trans. intro. proteção. substituição). felizardo etc.(aumento. mentis.(três). per. moscardo. portugu-ês. transmissão etc). super.(oposição.(detrás.(quase. negação). semi. a mente. in. para dentro. negação). etc.PREFIXOS LATINOS Alguns prefixos latinos: a.(além.(divisão. pedr-eiro. pro(posição ou direção para diante. pene. pastel-aria (lat. intensidade. ultra. acima. aumento. depois). duração. goiab-ada (latim: -ata-). movimento). inter. di.e bis. parana-ense.(negação. inferioridade. excesso).(de novo. preter. Ricardo. direção para baixo). professor-ado. através. Exemplifique com afixos gregos e latinos.(aumento. –aria + grego ia?). SUFIXOS DE OUTRAS PROCEDÊNCIAS arda.(em redor). aumento. vice. (Visite a aula online para realizar download deste arquivo. catarin-ense (-ense-). cabeçorra. secret-ario (-ariu-). bel-eza.(aumento. mudança. folh-agem.e ex.. oposição). grande-mente. e. Cafelândia etc. aumento. meio). laranj-al.e ab. A formação de palavras em português com prefixos latinos e vernáculos. proximidade). descendência. livr-eiro. ad-(junção. cacet-ada. cidad-ela. antigamente. negação). solarengo. oposição. LEITURA COMPLEMENTAR Para aprofundar seus conhecimentos sobre derivação. boa-mente. modorra. ob.(para trás). sub. trestri.(acima. gent-alha (-alia-).) FÓRUM Discuta a assertiva que se segue: A lista de afixos não pode ser fornecida sem considerar-se as condições discursivas e pragmáticas.(além. circum. re. -orra (do basco): cachorro. superioridade. depois).e tris. mediação).(quase). no meio).e un. mud-ança.(privação. privação. extra. retro. bel-dade (-tate-). direção. franc-ês (-ense-).(aumento. metade. tint-eiro (-ariu-). de.. verdolengo etc. intensidade. -orro.e intra. adobe.Instituto UFC Virtual 21 . Dr. vulgar.com/go/getflashplayer Responsável: Prof. http://www. Escreva um texto sobre este assunto. eclesiástico. consultando Duarte (1999) e Maurer Jr (1961). FONTES DAS IMAGENS 1. Paulo Mosânio Teixeira Duarte Universidade Federal do Ceará .Os afixos latinos vieram de diversas modalidades de latim: clássico.
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