Higiene Ocupacional i

June 10, 2018 | Author: Alexsandro Andrade | Category: Solubility, Natural Environment, Chemistry, Oxygen, Gases
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SENAI – ―Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial‖ Centro de Formação Profissional ―AFONSO GRECO‖HIGIENE OCUPACIONAL Praça Expedicionário Assunção, 168 – Bairro Centro Nova Lima – MG – CEP: 34.000-000 Telefone: (31) 3541-2666 Presidente da FIEMG Olavo Machado Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Lúcio Sampaio Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Elaboração Equipe do CFP MM – SENAI / SABARÁ Unidade Operacional CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL MICHEL MICHELS Sumário APRESENTAÇÃO............................................................................................................04 INTRODUÇÃO A HIGIENE OCUPACIONAL...................................................................05 RISCOS QUÍMICOS..........................................................................................................11 RISCOS FÍSICOS..............................................................................................................36 RISCOS BIOLÓGICOS.....................................................................................................81 RISCOS ERGONÔMICOS................................................................................................82 RISCOS DE ACIDENTES.................................................................................................90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 90 sabe disso .instrutores e alunos . tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.‖ Vivemos numa sociedade da informação. Uma constante atualização se faz necessária. Isto porque. na sua área tecnológica. aguçar a sua curiosidade. disseminação e uso da informação. amplia-se e se multiplica a cada dia. O conhecimento . flexibilidade e criatividade. tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia . O SENAI. da sua infovia. por meio dos diversos materiais didáticos. contidas nos materiais didáticos.é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. sentir. nos embates diários. com iniciativa na resolução de problemas. agir. especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Apresentação ―Muda a forma de trabalhar. fazem com que as informações. empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada. coleta. e . O SENAI deseja .consciente do seu papel formativo . ― Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais. com conhecimentos técnicos aprofundados. pensar na chamada sociedade do conhecimento. cuidar do seu acervo bibliográfico. Para o SENAI. educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo. maior rede privada de educação profissional do país. nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI. da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet.HIGIENE OCUPACIONAL I . responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos. avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais originados do. avulso. é considerado o mais amplo pelos órgãos especializados. o termo higiene do trabalho poderá ser igualmente aplicado. reconhecimento. estatuário. ou causar significante desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos de uma comunidade‖. De acordo com o conceito preconizado por Olishifski.‖   O termo higiene ocupacional. A Higiene Ocupacional. quantificar sua intensidade ou concentração e tomar as medidas de controle necessárias para resguardar a saúde e o conforto dos trabalhadores durante toda sua vida de trabalho. químicos e biológicos originados nos locais de trabalho e passíveis de produzir 1 . prejuízos para a saúde e bem-estar. através da antecipação. tem exposto o trabalhador a diversos agentes potencialmente nocivos e que. reconhecimento. a fim de detectar o tipo de agente prejudicial. vem sendo aperfeiçoada dia a dia e tem como objetivo fundamental atuar no ambiente de trabalho. os quais podem causar doenças. A definição da American Conference Of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH: ―ciência e arte do reconhecimento. do local de trabalho. razão pela qual sua utilização tem sido preferida. que abrange a modalidade industrial. estruturada como uma ciência prevencionista. ou a partir. A higiene ocupacional é a ciência que atua no campo da saúde ocupacional. avaliação e controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. a nosso ver. a higiene ocupacional é tida como ―aquela ciência e arte devotada à antecipação. prejudicar a saúde e o bem-estar. avaliação e controle dos riscos físicos. ou no. segundo a qual a higiene ocupacional é ―ciência que trata da antecipação.HIGIENE OCUPACIONAL I . No entanto. tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente‖. podemos citar:  A definição dada pela American Industrial Hygiene Association – AIHA. Dentre as definições conhecidas e mais amplamente difundidas. avaliação e controle dos fatores de risco ou estresses ambientais originados no. incluindo a Fundacentro. sob certas condições poderão provocar doenças ou desajustes no organismo das pessoas que desenvolvem suas atividades normais em variados locais de trabalho. etc. além de trazer enormes benefícios e conforto para o homem do século XX.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ HIGIENE OCUPACIONAL Introdução O desenvolvimento tecnológico da humanidade. local de trabalho e que podem causar doenças. pois contempla – além do trabalho subordinado (empregos) – os trabalhos autônomo. desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadão da comunidade. reconhecimento. segundo sua ação sobre o organismo. O ser humano é composto por um organismo complexo e seu bem estar não esta ligado somente às condições físicas ambientais e ou presença de agentes agressivos. Para facilitar o estudo dos riscos ambientais podemos classificá-los em cinco grupos: Riscos Químicos Riscos Físicos Riscos Biológicos E também: Riscos ergonômicos e Riscos de acidentes ou mecânicos existentes nos locais de trabalho e que possam vir a causar danos à saúde dos trabalhadores. poeira. Os agentes químicos são: gases. deve-se compreender a importância da influencia da organização do trabalho sobre o trabalhador. frio. neblinas. calor. Por sua vez. são capazes de dispersar no ambiente dos locais de trabalho substancias que. e parasitas.HIGIENE OCUPACIONAL I . vapores. Classificação de riscos ambientais Boa parte dos processos de produção pelos quais o homem modifica os materiais extraídos da natureza. ao entrar em contato com o organismo dos trabalhadores podem acarretar moléstias ou danos à sua saúde. etc. Os riscos físicos são: ruído. radiação ionizante. fumos. de acordo com as conseqüências fisiológicas que estes podem provocar. segundo as suas características físico-químicas em: Aerodispersóides Gases e Vapores 2 . névoas. Os agentes biológicos são: bactérias. protozoários. sendo que ambos os riscos (Físicos e Químicos) são geralmente de caráter acumulativo e chegam às vezes a produzir graves danos aos trabalhadores. vibração. Riscos Químicos As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classificam-se. mas de grande importância. radiação não ionizante. segundo as necessidades tecnológicas atuais. observando-se também o impacto ao meio ambiente. vírus. Estes processos poderão originar condições físicas de intensidade inadequada para o organismo humano. fungos. para transformá-los em produtos úteis. sendo também um fator muitas vezes não facilmente quantificável. ou devido às características físico-químicas dos agentes. cada um destes grupos subdivide-se quer em função das formas em que se apresentam.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ danos à saúde dos trabalhadores. São poeiras e névoas os aerodispersóides originados por ruptura mecânica de sólidos e líquidos respectivamente. provenientes. Riscos Físicos Ordinariamente. os aerodispersóides podem ser sólidos ou líquidos. Por sua vez. e fumos e neblinas aqueles formados por condensação ou oxidação de vapores. de substâncias sólidas ou líquidas a temperatura e pressão normal (20º C e 1 atmosfera de pressão). respectivamente. Entre os mais importantes podemos citar: Temperaturas extremas: Calor Frio Ruído Vibrações Pressões anormais Radiações: Ionizantes Não ionizantes 3 . tanto no que diz respeito ao período de permanência no ar.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Ambos os grupos comportam-se de maneira diferente. atendendo ao seguinte esquema geral de classificação: RISCOS QUIMICOS GASES E VAPORES AERODISPERSÓIDES SÓLIDOS LÍQUIDOS POEIRAS NÉVOAS FUMOS NEBLINAS Os aerodispersóides sólidos e líquidos são classificados em relação ao tamanho da partícula e à sua forma de origem. quanto as possibilidade de ingresso no organismo. os riscos físicos representam um intercâmbio brusco de energia entre o organismo e o ambiente. em quantidade maior de que o organismo é capaz de suportar. podendo acarretar uma doença profissional.HIGIENE OCUPACIONAL I . podendo ocasionar desconforto ou doença.HIGIENE OCUPACIONAL I .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Riscos Biológicos Neste grupo. estão classificados os riscos que representam os organismos vivos. tais como: Vírus Bactérias Fungos Protozoários Parasitas Riscos Ergonômicos São os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador devido a sua interação com o seu ambiente de trabalho. São considerados riscos ergonômicos: Esforço físico intenso Levantamento e transporte manual de peso Exigência de postura inadequada Controle rígido de produtividade Imposição de ritmos excessivos Trabalho em turno e noturno Fornadas de trabalho prolongadas Monotonia e repetitividade Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico Riscos de Acidentes São todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador ou afetam sua integridade física. São considerados como riscos geradores de acidentes: Arranjo físico inadequado Máquinas e equipamentos sem proteção Ferramentas inadequadas ou defeituosas Iluminação inadequada Eletricidade Probabilidade de incêndio ou explosão Animais peçonhentos Armazenamento inadequado Outras situações que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes 4 . que no final nos dirão quais as possibilidades de os trabalhadores serem afetados pelos diferentes agentes agressivos presentes nos locais de trabalho. O estudo quantitativo completará o reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho. através de medições adequadas.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Caracterização dos riscos De tudo quanto se tem exposto. Características dos agentes ambientais (―Qualidade‖) As características específicas de cada agente também contribuem para a definição do seu potencial de agressividade. mas isto não quer dizer que todos os trabalhadores expostos venham a adquirir uma doença. a fim de estabelecer a forma 5 .HIGIENE OCUPACIONAL I . tanto maior será a possibilidade de danos à saúde dos trabalhadores expostos. a fim de fixar as diretrizes a serem seguidas no levantamento quantitativo. Levantamento qualitativo Normas gerais de procedimento Deve-se iniciar o reconhecimento qualitativo do ambiente de trabalho. preferencialmente. constitui o que chamamos. O estudo do ambiente de trabalho visando a estabelecer qualquer relação entre esse ambiente e possíveis danos à saúde dos trabalhadores que devem efetuar seus serviços normais nesses locais. maiores as possibilidades de se produzir uma doença ocupacional. que são: Tempo de exposição Quanto maior o tempo de exposição. Para que isto aconteça devem concorrer vários fatores. um levantamento de condições ambientais de trabalho. podemos concluir que a presença de poluentes e agentes agressivos nos locais de trabalho representam um risco. O levantamento pode se dividir em duas partes: Estudo Qualitativo Estudo Quantitativo O estudo qualitativo das condições de trabalho visa coletar o maior numero de informações e dados necessários. fazendo um estudo minucioso de uma planta baixa atualizada do assim como um fluxograma dos processos. Concentração ou Intensidade dos agentes ambientais (―Quantidade‖) Quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho. . o profissional de segurança já reúne as condições necessárias para traçar os rumos a serem seguidos no levantamento quantitativo. será necessário um novo levantamento quantitativo para se verificar a eficácia das medidas implantadas. já que seu formato. etc. que permitam esclarecer a situação real do ambientes de trabalho. tais como: ventilação local. bem como os parâmetros das mesmas podem variar em função do tipo de empresa e dos objetivos e finalidades do levantamento. Portanto o técnico deve elaborar seu próprio material auxiliar. Estas informações devem ser acrescidas de comentários por escrito. métodos de trabalho e demais atividades que são efetuadas normalmente no local. Substâncias complementares usadas nos processos.HIGIENE OCUPACIONAL I . para que representem um poderoso instrumento. Este. Não existe um modelo único para fichas deste tipo. Uso de EPI por parte dos trabalhadores. tamanho. Levantamento quantitativo Uma vez realizado o levantamento qualitativo. a fim de detectar possíveis 6 . verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos existentes no local analisado.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ correta de proceder o levantamento: saber o que fazer e como fazer. Matérias-primas usadas. Horários de trabalho. tendo em vista que tais formulários sejam simples e completos. O Técnico em segurança deve estar familiarizado com os processos industriais. deverão ser realizadas novas quantificações. fumos. que venha facilitar o levantamento e nunca interferir negativamente em sua qualidade. Desta forma são colhidos subsídios para definir as medidas de controle necessárias. deve ser minucioso e completo para que represente as condições reais em que se encontra o ambiente de trabalho. ou estar assessorado por profissional que esteja. tais como: Número de trabalhadores. incluindo nome comercial e nome científico de substâncias. névoas e ponto de origem da dispersão. O estudo qualitativo deve dar informação detalhada de aspectos. estado em que se encontram. Existência ou não de equipamentos de controle. Sempre que alterações substanciais sejam realizadas no ambiente de trabalho. por sua vez. Uma vez adotadas as medidas de controle que alterem as condições de exposição inicialmente avaliadas. Tipos de energia usada para a transformação de materiais. portanto. Deve-se. Produtos semi-elaborados. Maquinarias e processos. Para maior facilidade na coleta da informação podem ser utilizadas fichas padronizadas que tenham condições de reunir as informações mais importantes e necessárias. Tipo de iluminação e estado das luminárias. afim de obter dados fidedignos e esclarecer as dúvidas que possam surgir durante o levantamento. nos diferentes locais de trabalho. Produtos acabados. Presença de poeiras. A concentração dos poluentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos devem ser avaliados mediante amostragem nos locais de trabalho. Movimentos do trabalhador ao efetuar o seu serviço. a susceptibilidade individual um fator importante a ser considerado. O tempo real de exposição será determinado considerando-se a análise da tarefa desenvolvida pelo trabalhador. 7 . Sendo. Períodos de trabalho e descanso. tais como: Tipo de serviço.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ alterações que exijam a adoção de novas medidas de controle ou a adequação das já existentes. a fim de determinar possíveis alterações no seu organismo provocadas pelos agentes agressivos ou que permitirão a instalação de danos mais importantes.HIGIENE OCUPACIONAL I . Essa análise deve incluir estudos. se a exposição continuar. Junto a este estudo ambiental terá que ser feito o estudo médico do trabalhador exposto. considerando todas as variações desses durante a jornada de trabalho. Todos estes fatores devem ser estudados. portanto. de tal maneira que essas amostragens sejam as mais representativas possíveis da exposição do trabalhador a esses agentes agressivos. Os critérios de avaliação e controle de cada agente serão estudados dentro dos itens específicos. na medida que este seja claramente estabelecido. Susceptibilidade Individual A complexidade do organismo humano implica em que a resposta do organismo a um determinado agente pode variar de individuo para individuo. Este estudo deve considerar também as características físico-químicas dos contaminantes e as características próprias que distinguem o tipo de risco físico. poderemos planejar a implantação de medidas de controle que levarão à eliminação ou minimização do risco em estudo. quando se apresenta um risco potencial de doença do trabalho e. podendo penetrar no organismo por via respiratória. O vapor pode passar para o estado liquido ou sólido atuando-se sobre a pressão ou sobre sua temperatura. em condições normais de temperatura e pressão (25ºC e 760 mmHg). sendo introduzidas muitas outras a cada ano. 8 . Vapores Fase gasosa de uma substancia que. no equipamento ou no instrumento manuseado. estão no estado gasoso. o agente químico pode estar presente no alimento. do transporte ou do comércio. no ar ambiente. A ação do ser humano não se reduz à produção de novos compostos. Gases e Vapores Definições Gases Denominação dada as substancias que. os agentes químicos classificam-se em aerossol (poeiras. Ele é o maior responsável pela disseminação dos produtos no ambiente. As características físicas mais importantes para a determinação dos efeitos biológicos de um gás ou vapor são sua concentração no ar e sua solubilidade no sangue e tecidos. e vê. geralmente em mistura ou com impurezas que podem causar algum dano ou agravo a saúde quando entram em contato com um receptor. por meio da extração. se torna líquida ou sólida. Exemplo: hidrogênio. Há um sem – numero de substancias químicas no universo. na água. Neste sentido amplo. dérmica. muitos dos quais podem ser perigosos à saúde. sua toxicidade e as vias e formas de penetração também influem nos efeitos à saúde.HIGIENE OCUPACIONAL I . Entretanto. gases e vapores. esses efeitos variam segundo a substancia. que determinará a sua absorção pelo organismo. Exemplos: vapores de água.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 1. Além disso. Agentes Químicos Considerações Iniciais Agentes ou fatores químicos são as substancias químicas que estão presentes no ambiente. neblinas. digestiva ou parenteral. a 25ºC e 760 mmHg. névoas. São fluidos amorfos que podem mudar de estado físico unicamente por uma combinação de pressão e temperatura. Classificação Fisiológica dos Gases e Vapores Pelo ar inalam-se gases e vapores estranhos. oxigênio e nitrogênio. vapores de gasolina. fumos). Segundo a natureza. ozônio. isso não implica que não possa também possuir características dos grupos. isto é.HIGIENE OCUPACIONAL I . tais como: amônia e soda cáustica. anestésicos. Irritantes pouco solúveis em água – atuam no pulmão: óxido de nitrogênio.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Os gases e vapores podem ser classificados. segundo a sua ação sobre o organismo humano. em três grupos: irritantes. amoníaco.Álcalis fortes. Ao gases e vapores irritantes dividem-se em: A) Irritantes primários São aqueles cuja ação sobre o organismo é somente de irritação sobre o local atingido. tais como: ácido clorídrico ou muriático. mas tem uma característica comum: produzem irritação nos tecidos com os quais entram em contato direto. etc. nevoas alcalinas. cloreto de arsênico. os gases mais perigosos são aqueles que possuem baixa solubilidade e não tem odor. A intensidade da ação irritante depende da estrutura química da substancia.Formaldeído. Essa classificação baseia-se no efeito mais importante. sulfatos de dietila e dimetila. Irritantes relativamente solúveis em água – atuam nas vias respiratórias superiores e pulmão: halogênios. asfixiantes.Ácidos fortes.Anidrido sulfuroso e cloro. A solubilidade é um fator importante a ser considerado. sendo que o nariz e a garganta são os que sofrem mais com a sua ação: ácidos clorídrico e fluorídrico. Assim. a conjuntiva ocular e as vias respiratórias. os quais diferem suas propriedades físico-químicas. de sua concentração no ar e do tempo de exposição. . mais significativo sobre o organismo. tais como a pele. etc. 9 . . podendo subdividirem-se em: 1) Irritantes de ação sobre as vias respiratórias superiores Pertencem a esse grupo: . Se a substancia é enquadrada em um desses grupos. etc. ácido sulfúrico. uma vez que determina o local de ação do tóxico no trato respiratório:    Irritantes altamente solúveis em água – atuam nas vias respiratórias superiores. Gases e Vapores Irritantes Existe uma grande variedade de gases e vapores classificados nesse grupo. 2) Irritantes de ação sobre os brônquios Pertencem a esse grupo: . De acordo com sua ação sobre o organismo. pertence a esse grupo o gás sulfídrico (H 2S). Gases e Vapores Anestésicos Uma propriedade comum entre eles é o efeito narcótico ou depressivo sobre o sistema nervoso central. seja pela geração de enzimas adequadas. 4) Irritantes atípicos Pertencem a esse grupo . no uso de explosivos e no uso industrial de ácido nítrico.Gás incolor. . além de possuírem efeito irritante sobre o local de ação.Acroleína ou aldeído acrílico (gás liberado pelos motores diesel). ésteres. tem atuação generalizada sobre o organismo. Esses gases são produzidos no arco elétrico (solda elétrica). gases lacrimogêneos. etc. onde são transferidas para o sangue. alcançando o pulmão. seja com a eliminação por meio da úrica. fundamentalmente o cérebro. . cetonas. Uma exposição aguda a esse tipo de tóxico produzira edema pulmonar.). aldeídos. É importante ressaltar que essas substâncias são introduzidas em nosso organismo pela via respiratória. que as distribuirá para o resto do corpo. propano. por combustão de nitratos. B) Anestésicos de efeito sobre as vísceras (fígado e rins) O fígado e os rins desempenham papel importante nos fenômenos de desintoxicação. os anestésicos podem ser divididos em: A) Anestésicos primários Pertencem a esse grupo: hidrocarbonetos alifáticos (butano.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 3) Irritantes sobre os pulmões Pertencem a esse grupo: . gases nitrosos (principalmente NO2 e sua forma dímera N2O4). Muitas delas também podem penetrar através da pele intacta. etano.HIGIENE OCUPACIONAL I .Fosgênio.Ozona. alcançando a corrente sanguínea. originado da decomposição térmica de tetracloreto de carbono e outros derivados halogenados. os rins quando afetados podem apresentar necrose epitelial. B) Irritantes secundários Essas substâncias. 10 . Da mesma forma. Uma intoxicação superior a que o fígado é capaz de assumir pode levar a deterioração desse órgão pela cirrose ou mesmo necrose. que tem uma afinidade química com a hemoglobina superior ao oxigênio. segundo o seu efeito pela inalação. O asfixiante químico mais conhecido é o monóxido de carbono. Dentro dessa classe encontram-se o CO2. devido a sua larga utilização industrial. nitrito e toluidina. nitrogênio e butano. os álcoois são altamente solúveis em água. ésteres de ácidos orgânicos. Além da classificação dos gases e vapores. que incluem. que pode levar a uma anemia irreversível. tolueno e xileno. isto é. A ação de determinada substancia sobre a pele está diretamente relacionada com a sua solubilidade na água e gordura e na sua pressão de vapor. principalmente. isto é. podendo os asfixiantes ser classificados em simples ou químicos. 11 . que. alenta eliminação é contrastada com a rápida oxidação dentro do ciclo de combustão dos açucares e raramente são inaladas quantidades suficientes para produzir anestesia. dentre outros. Gases e Vapores Asfixiantes A principal característica de um tóxico é impedir de alguma forma que o oxigênio atinja os tecidos. diminuindo assim o risco a que estão expostos os trabalhadores. a sua habilidade em se dissolver na água ou em compostos orgânicos e em evaporarse. têm efeitos anestésicos similares aos do benzeno. mas possuem efeitos tóxicos consideravelmente menores. dissulfeto de carbono. tais como: tetracloreto de carbono. no caso da anilina. sua presença na atmosfera provoca o deslocamento do oxigênio. D) Anestésicos de ação sobre o sistema nervoso Nesse grupo encontram-se os álcoois (metílico e etílico).HIGIENE OCUPACIONAL I . metano. Os asfixiantes simples têm sua atuação fora do organismo. fato que determina a sua eliminação de forma lenta. a dermatite de contato por irritação. tricloroetileno. Pos essa razão são recomendados para substituir o benzeno. C) Anestésicos de ação sobre o sistema formador do sangue As substancias classificadas nesse grupo atuam modificando a hemoglobina em metahemoglobina. é importante que seja feita uma pequena exposição a respeito dos agentes químicos que tem a capacidade de penetrar a pele. os solventes orgânicos. Pertencem a esse grupo. Por outro lado. Mas a ação mais profunda no sistema hematopoiético é causada pelo benzeno. formando a carboxihemoglobina e impedindo o transporte de oxigênio. reduzindo a concentração desse gás no ambiente. percloroetilino. Os homólogos. No caso do álcool etílico. propano.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Pertencem a esse grupo os hidrocarbonetos clorados. expõem inúmeros trabalhadores a seus efeitos. tetracloroetano. Em geral. os asfixiantes químicos impedem a entrada do oxigênio nos tecidos. que poderão eventualmente evoluir para eczema. polimento. Como particulados líquidos temos as névoas e neblinas. Exemplos:Poeira de sílica. 12 . seja em conseqüência de uma operação mecânica (trituração. O mecanismo de irritação dos solventes inicia-se pela interação destes com os lipídios da camada córnea e com o filme lipídico que recobre a pele. induzindo ao aparecimento dermatite de contato por irritação quando em contato com a pele não protegida adequadamente. resultando no aumento da difusão da água e. devido principalmente a suas lipossolubilidades. podem induzir à dermatite de contato alérgica. descamação e ressecamento.HIGIENE OCUPACIONAL I . causando nesta descamação e ressecamento. possam ser também atingidos. Aerodispersóides Definições De forma ampla. Usualmente as mão estão protegidas. Diversos fatores influenciam na ação irritante dos solventes. por causa de suas diferentes propriedades de extração lipídica e/ou taxa de penetração na pele. o material particulado contaminado é todo aquele aerossol que se encontra em suspensão no ar e que pode ser nocivo à saúde. há alteração da estrutura anteriormente organizada. os particulados podem ser classificados como sólidos ou líquidos. Com a inserção de pequenas moléculas de solvente nos estratos lipofílicos.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Experimentos mostraram que solventes orgânicos são potencialmente irritantes químicos. e como particulados sólidos. Alguns poucos solventes. cujos pontos de ebulição são mais baixos. Classificação quanto á formação A) Poeira São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de um sólido. De acordo com sua formação. A capacidade irritante dos solventes adota a seguinte ordem: Aromático > Alifático > Clorados > Álcoois > Ésteres > Cetonas. são mais irritantes que aqueles de pontos de ebulição mais altos. mas a alta volatilidade dos solventes poderá permitir que a face e o pescoço. Observa-se que os solventes. peneiramento. cujos pontos de ebulição. Observa-se que os solventes. moagem. tais como estireno e álcoois. principalmente o seu ponto de ebulição. as poeiras (fibras) e os fumos. Os lipídios intracelulares da camada córnea são organizados em uma estrutura alternada de estratos lipofílicos e hidrofílicos. A repetida exposição da pele aos solventes poderá resultar em eritema. que independe da concentração do agente. seja pelo simples manuseio (limpeza de bancadas). e solventes com componentes aromáticos são mais irritantes que os alifáticos. dentre outras). áreas descobertas. conseqüentemente. asbesto e carvão. na desidratação da pele. Ex. resfriados. Fumos de Zn – galvanoplastia C) Névoas e Neblinas Névoas e neblinas são partículas liquidas. linho. vidro e cerâmica Deve-se salientar que essa classificação é apenas para facilitara compreensão. Exemplos: Animal – lã. pêlo de cabra e camelo Vegetal – algodão. etc.: Silicose. asbestose. Exemplos: Fumos de Pb – ponteamento de arames. do ponto de vista da Higiene. cádmio.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ B) Fumos São partículas sólidas resultantes da condensação de vapores ou reação química.: poeira de resina epóxi e algumas poeiras de madeira.HIGIENE OCUPACIONAL I .: metais como chumbo. produzidas por ruptura mecânica de liquido ou por condensação de vapores de substancias que são líquidas à temperatura ambiente. cânhamo Mineral – asbesto. geralmente após volatilização de metais fundidos. mercúrio. não é muito significativa a maneira como as partículas são originadas para fins de avaliação e controle. Exemplo: Névoa de tinta – resultante de pintura à pistola D) Fibras São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos que se diferenciam das poeiras porque têm forma alongada. Ex. seda. antracose. pois. bissinose. Alérgica: Aquela que pode causar algum tipo de processo alérgico. Ex. Inerte: Produz enfermidades leves e reversíveis. etc. manganês. arsênico. Tóxica: Pode causar enfermidade tanto por inalação quanto por ingestão. com um comprimento de 3 a 5 vezes superior a seu diâmetro. 13 . Classificação quanto ao efeito no organismo A classificação quanto ao tipo de dano que a poeira pode produzir no nosso organismo é a seguinte: Pneumoconiótica: Aquela que pode provocar algum tipo de pneumoconiose. cromo. causando geralmente bronquite. há presença de particulados que podem conter sílica. dependendo do qual podem ser 14 . enquanto as menores podem chegar aos alvéolos pulmonares. A cristobalita e a tridmita possuem um maior potencial fibrogênico do que o quartzo. As partículas maiores são selecionadas pelo sistema respiratório. Sílica na poeira. quanto maior o percentual de sílica. Asbestos Recentemente houve um aumento dos estudos sobre as fibras de asbesto. Sua formula química é constituída por um átomo de silício e dois de oxigênio (SiO2). Esses átomos. Tamanho das partículas. cristobalita. tais como: mineração de ouro. tridmita.HIGIENE OCUPACIONAL I . Desse modo. vários são sos fatores que influenciam na maior ou menor intensidade fibrogênica de determinado tipo de particulado. industrial de refratários. siderúrgicas. A sílica é a substancia causadora da enfermidade (silicose) e. dentre outras. tanto na extração como no beneficiamento. O dano direto provocado pelo particulado é diretamente proporcional a concentração de particulado inalado e duração de exposição. Já a sílica amorfa e a fundida são menos nocivas que as cristalizadas. De acordo com as últimas teorias sobre os mecanismos de dano dessas fibras. amorfa. resultando em diferentes classes de sílicas cristalizadas. unem-se a outros formando diversas estruturas cristalizadas. pois constitui a maior parte da crosta terrestre. a sílica cristalizada pode apresentar-se em forma de quartzo. Nessas industrias.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Tipos de particulados. Outro fator importante na ocorrência da silicose é o tamanho das partículas. Efeitos e Ocorrência no Ambiente de Trabalho Sílica A sílica é encontrada na natureza em abundancia. dentre os quais destacam-se:      Concentração de poeira inalada. Outros ramos de atividade em que há presença de poeira sílica: construção civil. por sua vez. Forma cristalizada das partículas. Ocorrência A exposição ocupacional a poeira contendo sílica ocorre em diversos ambientes de trabalho e ramos de atividade. extração de calcário. fundição. Duração da exposição. maior será a nocividade da poeira. evidentemente. De maneira geral. ferro. foi indicado que a causa é o formato da partícula. A nocividade das partículas de SiO2 é maior de acordo com a sua forma. a inalação de quantidade excessiva de poeira de caulim pode causar dano à pele e às mucosas. A inalação das fibras de asbesto por pessoas submetidas a exposição prolongada e a concentrações relativamente elevadas pode provocar insuficiência respiratória. Nas industrias de papelão. tosse. como o linho ou o cânhamo. além de pneumoconiose. Ocorrência A exposição às fibras de asbestos ocorre principalmente nas industrias de fabricação de telhas. Já a OSHA (Occupational Safety and Health Administration) pretende desenvolver no futuro um estudo mais aprofundado da toxicologia do caulim. bronquite. hábito do tabaco e as afecções respiratórias. como a poluição atmosférica. Os sintomas dessa doença são: dor no peito. A causa principal dessa doença esta associada à quantidade de poeira inalada e ao tempo de exposição. mesmo um câncer bronquial ou um mesotela. na maioria das vezes. Caulim Segundo a ACGIH (American Conference of Governanmental Industrial Hygienists). circunscritos ao aspecto da atividade profissional. caixas d’água e de amianto. alem de sintomas respiratórios freqüentes. cardas e fiação a exposição é maior do que na tecelagem. na fabricação de guarnições de freio e embreagem. Desse modo. A bissinose também é produzida por outros tipos de fibra. revisão e expedição. lonas de freios. como. outras causas que influem. reduziu-se o limite de exposição para 2 mg/m3. na industria de confecção. a exposição a esse agente pode produzir também diminuição da força respiratória. o amianto é usado como isolante térmico. Em outros ramos de atividade também pode ocorrer exposição. esse órgão estabelece os limites de tolerância de 10 mg/m 3 para poeira total e 5 mg/m3 15 . As fibras se classificam em naturais ou artificiais. Alem disso. até. A bissinose é uma enfermidade difícil de detectar. o NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) não modificou o limite de tolerância para a poeira de caulim. Os perigos para a saúde relacionados como os asbestos encontram-se. causando. Há também. Atualmente. na confecção de roupas protetoras apara bombeiros e pilotos de carro de corrida. dificuldade respiratória. Algodão A exposição á poeira de algodão produz uma enfermidade denominada bissinose. febre. pois não apresenta alterações radiográficas ou patológicas especificas. Ocorrência A exposição ocupacional à poeira de algodão ocorre mais freqüentemente na fabricação de tecidos. por exemplo. dispnéia.HIGIENE OCUPACIONAL I . Nos setores de abertura.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ encontradas propriedades cancerígenas. chapas. portos e em outros locais onde há armazenamento desse produto. Nas industrias de reflorestamento e fabricação de celulose e na construção civil também pode ocorrer exposição a esse agente. o carvalho e a faia. Ramazzini. Com relação aos limites de tolerância. OSHA e NIOSH) estão realizando estudos e discussões a respeito dos 16 . bronquite. desengrosso. irritação. Deve-se salientar ainda que os limites de exposição estabelecidos para o caulim são validos para poeira em suspensão que não contenha sílica livre cristalizada e/ou asbestos.HIGIENE OCUPACIONAL I .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ para poeira respirável. os órgãos internacionais (ACGIH. apesar de não causar fibrose ou efeitos sistêmicos. Ocorrência A exposição á poeira de madeira é mais acentuada na fabricação de móveis. tanto na extração quanto no beneficiamento. estes são fixados pelos organismos internacionais. Ocorrência A exposição à poeira de grãos ocorre na agricultura. tais como dermatite. não é biologicamente inerte. como. alergias respiratórias e câncer. esse tipo de particulado. cevada) Os efeitos da inalação da poeira de grãos são conhecidos por vários séculos. A exposição à poeira de madeira pode produzir diversos efeitos na saúde do ser humano. descreveu os riscos respiratórios associados à exposição de cereais. As operações com serra circular. No entanto. A madeira dura é derivada de espécies de árvores de folhas grossas. Diversos estudos epidemiológicos feitos nas últimas décadas demonstraram que a exposição à poeira de grãos pode causar: ―febre do grão‖. irritação nasal e nos olhos. Sendo assim. em 1713. desde que a poeira em suspensão não contenha sílica livre cristalizada e/ou asbestos. chiado. Grãos (trigo. Partículas não classificadas de outra maneira – PNOC Segundo a ACGIH. segundo estudos baseados em evidencias epidemiológicas (ACGIH/1998). Ocorrência A ocorrência de poeira de caulim acontece principalmente na mineração de caulim. Esses limites estão baseados nos danos causados à pele e mucosas. por exemplo. plaina. além de sintomas de doenças respiratórias crônicas. tupia e lixadeira são as fontes mais significantes. Madeira A poeira de madeira é definida como qualquer tipo de particulado em suspensão proveniente do manuseio da madeira. tosse. dor no peito. o termo ―Particulado Não Classificado de Outra Maneira‖ é usado para enfatizar que esses particulados são potencialmente tóxicos e não podem ser considerados como não prejudiciais a qualquer concentração. chumbo. vez que. fabricação de baterias. celulose. A ACGIH não considera este agente sob suspeita de ser carcinogênico para o ser humano. a névoa de tinta formada pode conter pigmentos metálicos. entretanto. cal. Assim sendo. zinco. dentre outros. carbonato de cálcio. a exposição a fumos metálicos é mais freqüente nas operações de soldagem. Todavia é passageira. irritação. o tempo em que as partículas ficam 17 . Como PNOC. que a classificação da poeira como PNOC é condicionada ao teor de sílica livre cristalizada (<1%) e à ausência de asbestos. tais como: chumbo e cromo. febre e resfriados. etc.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ efeitos específicos deste tipo de particulado. e a recuperação ocorre de um a dois dias após cessar a exposição. Partículas metálicas Os efeitos da exposição a fumos ou poeiras metálicas estão condicionados ao tipo de substancia presente.HIGIENE OCUPACIONAL I . Parâmetros utilizados nas avaliações de particulados A) Tamanho das partículas O tamanho das partículas é de fundamental importância na avaliação de poeiras. manganês. doenças como saturnismo (chumbo) e manganismo. dentre outras. operações de rebarbação de peças metálicas. Ocorrência A exposição a esse agente ocorre com maior freqüência na fabricação de borracha. cromo. dentre outras. industria de papel. tais como: fábrica de cimento. fundições. cimento. Essa doença resulta no aparecimento de tosse. Essas substâncias podem produzir pneumoconioses. A exposição a fumos metálicos pode produzir a ―febre dos fundidores‖. Deve-se salientar. aciarias. carvão vegetal. porém os dados existentes são insuficientes para se chegar a essa conclusão. podemos citar o alumínio. pode ocorrer a exposição a ferro. dele depende os efeitos na saúde. dependendo do processo e das matérias-primas utilizadas. Negro de Fumo A exposição à poeira de negro de fumo pode produzir efeitos sobre os pulmões. cal dentre outros. Ocorrência A exposição à poeira metálica pode ocorrer em: mineração. dores nos músculos e nas juntas. dentre outros. Ocorrência A presença desse tipo de particulado pode ocorrer em diversos ramos de atividade. Nas operações de pintura à pistola. A NR-15 estabelece o limite para sílica livre cristalizada e para particulados total e respirável. inalável ou torácica. Tamanho Aproximado (μm) 0 a 100 0 a 25 0 a 10 Unidades de Medida Os limites de tolerância para exposição à poeira. isto é. 18 . podem ser classificadas conforme o quadro a seguir: Tipo de Particulado Inalável Torácicas Respirável B) Partícula respirável São as partículas que conseguem penetrar na região de troca de gases do pulmão. Assim sendo. há muitos anos. inalável e torácica. independente do tamanho das partículas. tem recomendado o limite de tolerância por seleção de partículas (respiráveis) para sílica cristalizada.HIGIENE OCUPACIONAL I . entre outros. a massa retirada do filtro dividida pelo volume amostrado. pois há uma associação bem estabelecida entre a silicose e as concentrações de poeira respirável. A ACGIH. A intenção da American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH é de estabelecer todos os seus limites para fração respirável. C) Partícula inalável São as partículas que ficam depositadas em qualquer lugar do trato respiratório. pois pode alcançar os alvéolos pulmonares. Esse tipo de particulado é o de maior risco. embora haja uma tendência de fixar todos os limites para fração respirável. temos de determinar esses parâmetros. E) Particulado total É todo o material em suspensão no ar. são expressos em mg/m3. A ACGIH recomenda o limite de tolerância de poeira total. D) Particulado torácico São partículas que oferecem risco quando depositadas em qualquer lugar no interior das vias aéreas dos pulmões e da região de troca de gases. para vários tipos de poeira. exceto asbestos. A ACGIH recomenda o limite de tolerância de 10mg/m 3 de partículas inaláveis. Quanto ao tamanho das partículas.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ em suspensão. na avaliação quantitativa. conforme demonstrado a seguir: 1m 1 cm3 1m 1m 1 m3 de ar 1cm3 de ar contaminado ppm = 1 cm3 / 1 m3 = 1 cm3 / 1000000 = 1 ppm 19 . conforme explicado no item anterior. o volume obtido na fórmula será expresso em litros.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 1) Volume amostrado (m3) O volume amostrado é determinado pela seguinte fórmula: Va = Q x Ta Onde: Va = Volume amostrado Q = Vazão média durante a amostragem Ta = Tempo de amostragem em minutos Sendo a vazão da bomba em L/min e tempo de amostragem (Ta) em minutos. sendo o ppm a concentração expressa em volume / volume.HIGIENE OCUPACIONAL I . temos: Va = (Q x Ta)/1000 2) Concentração A concentração de poeira em mg/m3 é obtida pela seguinte fórmula: C = m/Va Onde: C= Concentração de poeira M = Massa de amostra em mg Va = Volume amostrado em m3. Assim. 3) PPM – Parte por milhão Esta unidade é muito utilizada. Para transformar esse volume em m3. divide-se o resultado obtido por 1000. 7 mg/m3 e mg/m3 = (ppm x PM) / 24.45 = 44.2 ppm 3) Transformar 39 ppm de CO em mg/m3 Dados: Peso atômico – C = 12 g/mol O = 16 g/mol PM = 12 + 16 = 28 mg/m3 = (28 x 39) / 24.HIGIENE OCUPACIONAL I .45 20 .45 = 31.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 4) Conversão das fórmulas (transformação de ppm para mg/m3) ppm = (24.0001% Onde: PM = peso molecular da substância Ppm = parte por milhão Exemplos: 1) Transformar 10 ppm de Benzeno (C6H6) em mg/m3 Dados: Peso atômico – C = 12 g/mol H = 1 g/mol PM = 12 x 6 + 6 x 1 = 78 g mg/m3 = (10 x 78) / 24.9 mg/m3 2) Transformar 130 mg/m3 de CO2 para ppm Dados: C = 12 g/mol O = 16 g/mol PM = 12 + 2 x 16 = 44 g Ppm = (24.45 x 130) / 44 = 72.45) x mg/m3) / PM 1% = 10000 ppm 1 ppm = 0. Tubo de carvão ativado.88 Assim sendo.8 mg/m3 Principais Instrumentos de Medição Para amostragem de particulados (Poeira mineral. por exemplo. deverá ser corrigido no Brasil com a seguinte redução: LTcorrigido = 0. Sistema separador de tamanho de partícula (ciclone). enquanto os limites da ACGIH são para jornada de 8 (oito) horas por dia e 40 (quarenta) horas semanais. entre outros.HIGIENE OCUPACIONAL I . Tubos colorimétricos. Elutriador vertical para poeira de algodão. O fator de redução do limite de tolerância Brief & Scala é o seguinte: FR = (40 / h) x [(168 – h) /128] Onde: FR = Fator de Redução h = Jornada de trabalho em horas Exemplo: O fator de redução do limite da jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais para 44 (quarenta e quatro) horas semanais é: FR = (40 / 44) x [(168 – 44) / 128] = 0. algodão. 21 . Calibrador eletrônico. Impinger. porta-filtro e suportes). de 10 mg/m 3 recomendado pela ACGIH para poeira de cimento. gases e vapores).Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Brief & Scala A adoção dos limites de tolerância da ACGIH devem ser corrigidos através da fórmula Brief & Scala. Tubo de sílica gel. Os meios de coleta são:     Filtros. Sistema filtrante (filtros. Tubos de carvão ativado. o limite de tolerância. podem ser necessários os seguintes instrumentos:         Bomba gravimétrica de poeira. fumos.88 x 10 mg/m3 = 8. Calibradores tipo bolha de sabão. vez que a jornada de trabalho no Brasil é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Com essa vazão de aspiração. e a extensão dessa mancha permite realizar a leitura direta da concentração na escala o tubo. através da compensação da tensão da bateria. somente as partículas deste tamanho irão impactar no filtro.HIGIENE OCUPACIONAL I . O poluente contido no ar reage com substancia especifica do tubo e muda a cor. garantindo uma vazão constante.4 l/min na entrada do elutriador. existem no mercado diversas marcas e modelos de bombas gravimétricas. 22 . É constituído de uma bomba e um orifício crítico. são separadas as partículas menores que 15 μm. e são utilizados com os tubos reagentes ou colorimétricos. Detector de gases / tubos reagentes ou colorimétricos Os detectores de gases podem ser de pistão ou fole. Há modelos simples e modelos com tecnologia mais avançada. A medição com esse instrumento consiste na aspiração de volume conhecido de ar que passa pelo tubo reagente. que possuem o sensor eletrônico de fluxo laminar. Atualmente. Elutriador vertical para poeira de algodão O Elutriador vertical é utilizado para avaliar a concentração de poeira de algodão.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Bomba gravimétrica de poeira Esse equipamento é responsável pela aspiração de ar contaminado até o sistema de coleta. que regula o fluxo de 7. altitude. temperatura e quantidade de amostra retida no filtro. É importante ressaltar que os tubos são específicos para cada gás ou vapor. ou seja. ou seja. térmico. sendo constituídos de sensores. foram baseados naqueles recomendados pela ACGIH. os limites adotados pela NR-15. vários particulados importantes do ponto de vista ocupacional foram omitidos. podem fornecer leitura direta ou indireta através de análises laboratoriais. ou seja. 23 . que. No caso de poeira respirável. Convém ressaltar que. determinam a concentração do contaminante. etc). Os limites de tolerância atualmente fixados pelas normas precipitadas são os seguintes: Limites da legislação brasileira (Portaria MTb n. utilizando o fenômeno de difusão e adsorção. Além disso. pelos diferentes princípios de detecção (elétrico. Outros tipos. foram relacionados no Anexo XIII da referida norma como avaliação qualitativa. NR-15.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Medidor com sensor eletroquímico Estes instrumentos realizam medição direta e imediata dos contaminantes presentes. estabelece critérios para a caracterização de insalubridade e fixa limites de tolerância para alguns tipos de particulados. 3214/78) 1) Poeiras minerais contendo sílica livre cristalizada (quartzo) – Anexo XII. 3214/78. eletromagnético. a possível insalubridade deverá ser verificada através de inspeção no local. Dosímetro passivo Os amostradores passivos constituem um procedimento para obter amostras ambientais sem a necessidade de forçar a passagem de ar por bombas. também prejudiciais à saúde. tanto na fixação de limite como na avaliação qualitativa.HIGIENE OCUPACIONAL I . NR-15 Poeira total LT = 24 / (%SiO2 + 3) (mg/m3) Poeira respirável LT = 8 / (%SiO2 + 2) (mg/m3) A norma define que ―Quartzo‖ deverá ser sempre entendido como sílica livre cristalizada. a norma estabelece que ―tanto a concentração como a porcentagem de quartzo para aplicação deste limite devem ser determinadas a partir da porção que passa por um seletor com as características do quadro contido no Anexo XII da NR-15‖. Limites de tolerância A Portaria Mtb n. cimento. 4) Manganês:   5. cromo. tintas fertilizantes. cal entre outros. 6) Outros particulados O Anexo XIII da NR-15 estabelece como insalubre. Entende-se como ―Negro-de-fumo‖ as formas finamente divididas do carbono. entre outros.0 mg/m3: pra exposição à poeira de manganês e seus compostos.HIGIENE OCUPACIONAL I . moagem. nas operações de fabricação de baterias de pilhas secas. silicatos.1 mg/m3 para chumbo. Entende-se por exposição ao ―Negro-de-fumo‖ a exposição permanente no trabalho ao Negro-de-fumo em suspensão no ar. nas operações de extração. 1. as atividades ou operações com arsênico. pelo método de inspeção no local de trabalho. carvão mineral. produzidas pela combustão incompleta da decomposição térmica do gás natural ou do óleo de petróleo. independentemente da forma que ele encontra-se no ambiente (poeira ou fumos metálicos). Fibras respiráveis são aquelas com diâmetro inferior a 3 micrômetros. bagaço de cana. comprimento maior ou igual a 5 micrometros e relação entre comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1. 5) Negro-de-fumo O anexo XI da NR-15 estabelece o limite de tolerância de 3.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Os limites são válidos para 48 (quarenta e oito) horas semanais. 24 . 2) Fibras de asbestos O anexo XII da NR-15 estabelece o limite de tolerância de 2 (duas) fibras/cm3 para fibras respiráveis de asbestos crisotila. vidros especiais e cerâmicas. sendo que as jornadas excedentes a este valor deverão ser reduzidas pela autoridade competente.0 mg/m3: para exposição a fumos de manganês e seus compostos. transporte de minério. 3) Chumbo O anexo XI da NR-15 estabelece o limite de tolerância de 0.5 mg/m3 para negrode-fumo em uma jornada de até 48 (quarenta e oito) horas semanais. originado pelo manuseio do mesmo. entre outros. fabricação uso de eletrodos de solda. por exemplo. algodão e madeira.HIGIENE OCUPACIONAL I . Convém ressaltar. é a maneira mais segura de se eliminar ou minimizar o risco da exposição. 25 . — medidas relativas ao homem. por exemplo: — utilização de pintura por imersão ao invés de pintura utilizando pistola. no entanto. deverão ser adotadas medidas de controle‖. Assim. na ausência deste. que os limites da ACGIH deverão sofrer correção em função da jornada de trabalho. como. podemos substituir o chumbo pêlos sais de zinco. a substituição do chumbo por óxidos menos tóxicos.76 ppm. então. como por exemplo. conforme comentado anteriormente (Brif & Scala). tais como óxido de titânio e zircônio. em se tratando do pouco avanço tecnológico e científico em que se encontra o parque industrial brasileiro.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Limites de tolerância recomendados pela ACGIH Conforme comentado anteriormente. podendo-se utilizar o limite da ACGIH que é de 2. Outro exemplo importante é o da substituição da areia contendo sílica livre por granalha de aço.88 (fator de correção). De forma que preencha essa lacuna. omitindo importantes substancias do ponto de vista ocupacional. ou. quando possível.3. — mecanização e automatização de processos — ensacamento de pós. o valor de 1. multiplicado por 0. Podemos exemplificar citando. Medidas relativas ao ambiente 1) Substituição do produto tóxico ou nocivo Este procedimento técnico nem sempre é possível. a NR-15 não estabelece limites de tolerância para vários tipos de agentes químicos. mas. obtendo-se.0 ppm. visto que se reduz sensivelmente o risco de silicose (quando não se tratar de peças fundidas). 2) Mudanças ou alteração do processo ou operação Consiste na alteração do processo produtivo. nas operações de jateamento de peças.214 dispões: ―Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15. Na fabricação e manipulação de camadas vitrificadas e tintas. a NR-9 da Portaria n. o ácido nítrico não possui limite estabelecido no Anexo XI da NR-15. Medidas de Controle As medidas de controle da exposição aos particulados são: — medidas relativas ao ambiente. os limites de exposição ocupacional recomendados pela ACGIH – ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva. desde que mais rigorosos. por exemplo. limitando seu espaço físico fora da área de produção. deixar de levar-se em conta que os trabalhadores expostos ao risco deverão necessariamente fazer uso de medidas de proteção individual. e reparo de alto risco realizado fora da jornada de trabalho convencional (segregação no tempo). e o agente agressivo atinge a outros trabalhadores. e o trabalhador estiver inserido no enclausuramento. O confinamento pode ou não incluir o trabalhador. sem que estes participem da operação. enquanto segregação no tempo significa executar uma tarefa fora do horário normal. reduzindo igualmente o número de trabalhadores expostos. Como exemplo temos: jateamento de areia fora da área produtiva (segregação no espaço de serviços de manutenção). Como aplicações clássicas desse método. 26 . independentemente de haver ou não sistema de exaustão. A segregação pode ser feita no ESPAÇO ou no TEMPO: segregação no espaço consiste em isolar o processo a distância. Quando houver processos produtivos que gerem grandes quantidades de contaminantes. contudo. contaminando-os. assim. podemos citar a utilização de água nas operações de perfuração em minas e a aspersão de água sobre as mandíbulas de britadores. 5) Umidificação É a medida mais antiga utilizada no controle da poeira. Normalmente se utiliza este controle quando não se pode mudar o processo produtivo. no isolamento da operação. basicamente. sem. a ele deverá ser obrigatoriamente fornecido equipamento adequado de proteção pessoal. etc.HIGIENE OCUPACIONAL I . a impedir a dispersão do contaminante para todo o ambiente de trabalho.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 3) Encerramento ou enclausuramento da operação Consiste no confinamento da operação. A eficiência da umidificação de poeira depende de dois fatores: do umedecimento da poeira e de sua adequada disposição depois de molhada. objetivando-se. A adoção desse processo implica em diminuir o número de trabalhadores expostos aos riscos. 4) Segregação da operação ou processo Consiste. a ventilação local exaustora também tem papel importante. haverá dispersão ou diluição desta massa. bancada ou piso podem espalhar a poeira no ar. uma vez que. os contaminantes são recolhidos em um menor volume de ar capturado. ao se introduzir grandes volumes de ar puro em um ambiente contendo uma certa massa de determinado poluente. Portanto. assim. das máquinas e de quaisquer superfícies horizontais. No que se refere ao controle da poluição do ar da comunidade. 27 . Os métodos de limpeza também podem gerar poeira. a concentração dos poluentes. escova ou ar comprimido. são responsáveis exclusivos pela exposição do trabalhador a esse agente. Tal redução ocorre.HIGIENE OCUPACIONAL I . disposição das operações de modo que limite o número de operários expostos ao risco. pois estes processos provocam a emanação de poeira e. dentre elas: captura e controle completo do contaminante: vazões requeridas mais baixas. Assim sendo. Tal tipo de ventilação possui várias vantagens em relação à geral diluidora. pois os restos de materiais acumulados em máquina. 7) Ventilação local exaustora A ventilação local exaustora consiste na captação dos poluentes de uma fonte antes que estes se dispersem no ar do ambiente de trabalho e atinjam a zona de respiração do trabalhador. reduzindo-se também os custos. etc. reduzindo-se.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 6) Ventilação geral diluidora A ventilação geral diluidora consiste na insuflação e exaustão de ar em um ambiente de trabalho. a limpeza por meio de umidificação ou por aspiração são os métodos recomendados. 8) Ordem e limpeza A ordem e a limpeza constituem medidas eficazes no controle da exposição à poeira. Uma boa ordem e limpeza significam limpeza dos pisos. deve-se evitar o uso de vassoura. muitas vezes. previsão de depósitos para materiais nocivos e de métodos adequados a seu transporte e emprego. de forma que promovam a redução de concentrações de poluentes nocivos. há situações especiais nas quais as medidas de controle ambientais são inaplicáveis parcial ou totalmente. etc.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Medidas relativas ao homem 1) Limitação do tempo de exposição A redução dos períodos de trabalho é uma importante medida de controle. Nas operações em que as concentrações de poluentes são superiores ao limite de tolerância. devem ser usados respiradores de filtro químico (gases e vapores) e mecânico (fumos. quando todas as outras medidas possíveis forem impraticáveis ou insuficientes no controle de um agente. devem ser usados respiradores de filtro combinado. a única forma de proteger o trabalhador será dotá-lo de equipamentos de proteção individual. Entretanto. 2) Educação e treinamento A conscientização do trabalhador quanto aos riscos inerentes às operações. item VI — Programa de Proteção Respiratória — PPR.HIGIENE OCUPACIONAL I . poeira. 28 . Nos locais onde há presença de gases e poeira. servindo-lhes como importante complemento. independentemente da utilização de outras medidas de controle. 3) Equipamentos de proteção individual Os equipamentos de proteção individual devem ser sempre considerados como segunda linha de defesa. É importante esclarecer que os respiradores devem ser usados. após criteriosas considerações sobre todas as possíveis medidas de controle relativas ao ambiente que possam ser tomadas e aplicadas prioritariamente. Outras informações a respeito dos respiradores estão no Capítulo IX. A não-utilização do protetor em curto espaço de tempo diminui significativamente o seu fator de proteção. riscos ambientais e formas operacionais adequadas que garantam a efetividade das medidas de controle adotadas.). pode tornar-se a solução mais efetiva e econômica. a limitação da exposição ao risco. além do treinamento em procedimentos de emergência e noções de primeiros socorros. durante todo o tempo de exposição. obrigatoriamente. deverão ter lugar sempre. dentro de critérios técnicos bem definidos. Nestes casos. Assim. de acordo com o limite de tolerância (LT). O ppm também é usado ( relação entre o volume do contaminante detectado na amostra e o volume do ar amostrado) ou seja. do MTE. O valor máximo de concentração não poderá ser excedido em momento algum da jornada de trabalho. representa a concentração média existente durante a jornada de trabalho.5 1. onde FD = fator de desvio (tabelado). as unidades mais usuais são : mg/m 3 ou μg/m3 (relação entre a massa da substância poluidora e o volume do ar amostrado).A substância que tenha valor teto não poderá. O valor máximo é calculado para as substâncias que não possuam valor teto. estas oscilações para cima não podem ser indefinidas. Valor Máximo (VM) – É obtido através da equação VM = LT x FD. podendo-se ter valores acima do limite fixado. sem que medidas de controle sejam tomadas de imediato. caso ocorra a situação será considerada de risco grave e iminente. No entanto.D. sem efeitos adversos a sua saúde. acarretando uma média ponderada igual ou inferior ao limite de tolerância. em momento algum. em ―partes por milhão‖. formar concentração no ar acima do limite de tolerância .T.1 29 . Nível de Ação – É o valor acima do qual devem ser iniciadas as ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limite de exposição. Glossário: Concentração no ar . Quadro nº 2 – Anexo 11 da Portaria 3214 L.HIGIENE OCUPACIONAL I . desde que sejam compensados com valores abaixo deste. assim como para avaliação da efetividade dos métodos de controle empregados.25 1.É a relação entre o contaminante e o volume do ar amostrado no local de interesse. de detecção de fatores predisponentes às doenças profissionais. (Limite de Tolerância em ppm ou mg/m3) 0a1 1 a 10 10 a 100 100 a 1000 Acima de 1000 F. Estes níveis de ação estão definidos na NR-09. devendo respeitar um valor máximo que não pode ser ultrapassado. que um individuo sadio poderá ficar exposto. Limite de Tolerância – Média Ponderada – Na tabela limite de tolerância não tem a coluna valor teto assinalada. (Fator de Desvio) 3 2 1. Valor Teto (VT) .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 4) Controle médico Os exames médicos pré-admissionais e periódicos devem ser feitos como forma de controle da saúde geral dos trabalhadores. Limite de Tolerância – É a maior concentração do agente químico. 3 8 Amônia = 20 ppm (limite de tolerância) Valor Máximo = LT x FD = 20 x 1.HIGIENE OCUPACIONAL I . O limite de tolerância foi ultrapassado? Resolução : Concentração Média : valor da concentração x horas + ..DPAO. sempre que os valores máximos sejam ultrapassados.. um importante e grave problema de saúde pública. inferior ao valor máximo. enquanto país industrializado são incipientes os conhecimentos e os mecanismos de controle dessas enfermidades conseqüentes da degradação 30 . permitindo a Delegacia Regional do Trabalho interditar o local de trabalho. 2)Transformar 10 ppm de benzeno (C6 H6 ) em mg/m3 Dados: peso atômico C = 12 g/mol H= 1 g/mol PM= 12x6 + 6x1 = 78 g mg/m3 = 10 x 78 = 31..Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ O anexo 13. especialmente aquelas relacionadas aos ambientes de trabalho... 8 horas de trabalho Concentração Média : 10x3 + 25x5 = 19. pode-se afirmar que o limite de tolerância foi respeitado. de acordo com a gravidade dos efeitos que cada uma delas poderá causar no organismo humano.. Exercícios resolvidos 1)Ao se avaliar a concentração de amônia (LT=20 ppm) num local de trabalho.5 = 30 ppm A maior concentração obtida é de 25 ppm. Além disso.45 Textos Complementares PNEUMOCONIOSES Aspectos Epidemiológicos As Doenças Pulmonares Ambientais e Ocupacionais . verificou-se que o trabalhador fica exposto: 3 horas a 10 ppm e 5 horas a 25 ppm. que estabelece os limites de tolerância para cada uma das substâncias. constituem ainda. as condições de riscos grave e iminente. da NR 15. Considerando o atual estágio de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. Como nem o limite fixado e nem o valor máximo foram ultrapassados.9 24. define. entre nós. Silicose A silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação de poeiras com sílicalivre e sua conseqüente reação tecidual de caráter fibrogênica.000 portadores de silicose. caracteriza-se como a principal pneumoconiose e as estatísticas fiéis são escassas.4% (180 casos). o Ministério da Saúde. entre 687 cavadores de poços examinados. Diante da importância e da abrangência das doenças relacionadas ao processo de trabalho. No Brasil. faceta importante de implicação social. a Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão e a Pneumoconiose por Poeiras Mistas. Embora conhecida desde a antigüidade.95. no período de 1988 a 1995. este termo foi redefinido como sendo "o acúmulo de poeiras nos pulmões e a reação tecidual à sua presença" e define como poeira um aerosol composto de partículas sólidas inanimadas. As pneumoconioses a serem abordadas neste manual são algumas das mais freqüentes encontradas no país: Silicose. juntamente com outros segmentos. Em Minas Gerais. registrou-se a ocorrência de 7. estimou-se a existência de aproximadamente 30. sendo encontrada associação de sílico-tuberculose em 37 casos (38%). Conforme Portaria nº. O termo pneumoconiose foi criado por Zenker. têm gerado impacto nas condições de saúde e qualidade de vida da população. a redução dessas doenças. Essas doenças. de curso crônico. assim como as estimativas da população de risco.HIGIENE OCUPACIONAL I . são irreversíveis. Agrava-se o quadro quando se considera que a silicose está intimamente relacionada com a tuberculose. entre jateadores da indústria de construção naval. em 1866. No Rio de Janeiro. a ocorrência de silicose foi de 23. pretende-se abordar nesse manual de normas as Pneumoconioses. a ocorrência de silicose e provável silicose foi de 26. em especial aquelas que causam maior impacto social em nosso meio.416 casos de silicose na mineração de ouro. publicada no Diário Oficial União de 20. relatório preliminar de avaliação dos casos atendidos no Centro de Estudo de Saúde do Trabalhador (CESAT). por sua vez. a ocorrência de poeiras com sílica certamente atinge alguns milhões de trabalhadores nas mais variadas atividades produtivas. que. No Ceará. Na Bahia. além de outras doenças como artrite reumatóide e até mesmo neoplasia pulmonar.569. em 1978. Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão e Pneumoconiose por Poeiras Mistas. Contudo. com o propósito de. 31 .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ ambiental.12.6% (138 casos). através da Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária e da Coordenação de Saúde do Trabalhador constituiu o Comitê Assessor em Doenças Pulmonares Ambientais e Ocupacionais. Além de incapacitar os indivíduos ainda jovens. se possível. tais como: a Silicose. requer compensação previdenciária. no Brasil. 2. implementar ações para o equacionamento e. em sua maioria. para designar um grupo de doenças que se originam de exposição a poeiras fibrosantes. em 586 trabalhadores radiografados. registrou a existência de 98 casos. Em 1971. Na região Sudeste de São Paulo foram identificados aproximadamente 1000 casos em trabalhadores das indústrias de cerâmicas e metalúrgicas. a prevalência caiu para 5 a 6%. e atualmente estão entre 3 e 2. quando comparado ao tipo betuminoso que é o mais comum nas minas da região Sul do Brasil. Pneumoconiose por Poeiras Mistas (PPM) Define-se PPM como as pneumoconioses causadas pela inalação de poeiras minerais com porcentagem de sílica livre cristalina abaixo de 7. Essa mesma redução vem ocorrendo na Alemanha. tais como "lesões em cabeça de medusa" ou "fibrose intersticial". Em 1836. A partir de 1985. 32 . aumentou o número de casos com a eclosão da primeira e segunda Guerra Mundial. PTC e PPM todo indivíduo que trabalha em ambiente onde se respira essas poeiras. que possui elevado conteúdo de carbono. No Brasil.2% em 1978. passou para 10% com a mecanização das minas. promove maior número de partículas respiráveis. França e Estados Unidos da América. a Inglaterra.  a doença de Shaver. quando os índices eram de 13. No final do século passado e início deste. Além disso. com a mineração manual ou semimecanizada. razão pela qual em 1945 criou-se uma unidade de pesquisa para as pneumoconioses. a PTC foi descrita na Inglaterra por Thompson. A prevalência que era de 5 a 8%.5%.  a pneumoconiose pelo caulim e a talcose. em média. A redução na incidência das PTC tem sido observada nos países desenvolvidos. Tornou-se um problema epidêmico. ou com alterações anatomopatológicas características. caíram para 5.  a silicossiderose em fundidores de ferro. Os dados estatísticos diferem muito devido a existência de vários tipos de carvão.5%.HIGIENE OCUPACIONAL I .  Trabalhadores Expostos ao Risco: caracterizam-se como trabalhadores expostos ao risco ocupacional de adoecimento por Silicose. com adoção de medidas de prevenção como uso de água nas frentes de serviços e melhor sistema de ventilação. São consideradas como mais freqüentes:  a antracosilicose em mineiros de carvão expostos a altos teores de Si02. A sílica livre cristalina é extremamente tóxica para o macrófago alveolar devido às suas propriedades de superfície que levam à lise celular. Santa Catarina e Rio Grande do Sul onde estão concentradas as maiores bacias carboníferas do país. Sílica livre: (sílica cristalina ou quartzo) composto unitário de SiO 2 (dióxido de silício) com um átomo de oxigênio nas pontas de um tetraedro. O tipo antracitoso. deve-se considerar que os mineiros desses países trabalham. enquanto que no Brasil o período laborativo na mineração no subsolo é de 15 anos. Somente na região de Santa Catarina existem mais de 3000 casos de PTC. as PTC ocorrem com maior freqüência nos estados do Paraná.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão (PTC) Esta enfermidade é causada pelo acúmulo de partículas de carvão nos pulmões. principalmente no país de Gales e Inglaterra. com prevalência e incidência em diferentes regiões carboníferas do mundo. nos trabalhadores de fabricação de abrasivos de alumínio.4% na década de 50. 30 anos. como por exemplo. medidas de higiene. mesmo abaixo destes limites. susceptibilidade individual CÁDMIO Riscos e Efeitos Específicos Originados por Metais A intoxicação aguda pelo cádmio pode ocasionar problemas pulmonares muito graves. moagem e lapidação indústria de transformação: cerâmicas. cortes e polimento de granito e cosméticos atividades mistas: protéticos. Intoxicações crônicas causadas por longas exposições a concentrações levemente superiores ao limite de tolerância acumulam-se no córtex renal.5 %. Os dois últimos são os maiores responsáveis pelo desenvolvimento da doença. desprendida durante a mineração. cavadores de poços. as lesões anatomopatológicas encontradas são mais características do restante da fração respirável do que a própria sílica. O paciente apresenta também descoloração do colo dos dentes e anosmia. hiperreatividade brônquica.microglobina. Abaixo de 7. altera a função tubular e reduz a reabsorção de proteínas com o aparecimento de proteínas de baixo peso molecular com a beta2. dimensão das partículas. Fração respirável é a fração de poeira resultante de uma determinada atividade de trabalho que é veiculada pelo ar e tem o potencial de penetração e de deposição no sistema respiratório humano. jateadores de areia e borracheiros. britagem. Existem quatro tipos de carvão: legnito. betuminoso e antracitoso. integridade do sistema de transporte mucociliar e das respostas imunitárias.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Partículas de carvão: poeira proveniente do carvão mineral. dependentes da resposta orgânica individual. Na intoxicação crônica.     Atividades de Risco de Silicose. artistas plásticos. vidros. PTC e PPM indústria extrativa: mineração subterrânea e de superfície beneficiamento de minerais: corte de pedras. concomitância de outras doenças respiratórias. fundições. composição mineralógica da poeira respirável. 33 . além de pneumopatia. abrasivos. o Limite de Tolerância para sílica é ultrapassado. tempo de exposição. Com o agravamento da doença. marmorarias. O risco de silicose existe quando há mais de 7. haverá perda de aminoácidos. Os Fatores de Risco de Adoecimento podem ser classificados como:           dependentes da exposição. constituindo-se quadro de pneumoconiose por poeira mista.5% de sílica livre cristalina na fração de poeira respirável ou quando.HIGIENE OCUPACIONAL I . sub-betuminoso. concentração total de poeira respirável. há alterações renais de gravidade com proteinúria e anemia. mas também podendo ocorrer com outros fumos como de magnésio. principalmente de zinco. a bronquite crônica ou pneumonia devida ao vanádio. CROMO Riscos e Efeitos Específicos Originados por Metais Cromo tem importância nas operações de solda de aço inoxidável porque o desprendimento de fumos nestes processos contém elevada proporção deste elemento. cobre. Riscos e Efeitos Originados por Agentes Químicos nos Processos de Soldagem Pneumopatias Relacionadas com a Solda As doenças pulmonares ocupacionais crônicas são conseqüências do acúmulo de fumos de solda nos pulmões. Os fumos de solda não costumam ocasionar fibrose pulmonar como ocorre na exposição à sílica cristalina. favorecendo o aparecimento de calculose renal. Febre de Fumos Metálicos É uma reação febril do organismo à exposição de certos fumos. Óxidos de nitrogênio. mas perdea rapidamente quando cessa a exposição. cádmio (na fase inicial). polímeros. estão mais relacionadas com exposições a névoas ácidas das operações de cromagem e não às operações de solda. Após o episódio da febre. mesmo quando o trabalhador é afastado da exposição. como a pneumonia devida ao manganês. como as dermatites. Os demais efeitos do cromo. eventualmente. Por este motivo. É importante ressaltar que estas alterações renais são irreversíveis e tendem a piorar.HIGIENE OCUPACIONAL I . ao talco e às diatomáceas. óxidos de nitrogênio.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ glicose e minerais pela urina. O aumento de excreção de fósforo e cálcio perturba o metabolismo ósseo. cádmio e. Alguns fumos ocasionam pneumopatias. o trabalhador adquire tolerância aos fumos. Enfisema pulmonar crônico está ligado a exposições prolongadas ao ozônio. etc. outros agentes. ou quando 34 . A exposição ao cádmio. a pneumonia grave devida ao cádmio. níquel. Nos casos mais graves ocorre osteomalácia. úlceras da pele e perfuração do septo nasal. Este acúmulo pode ser visualizado através de exame radiológico como áreas de densidade radiológica maior que as do pulmão normal. dióxido de enxofre tem sido responsabilizados por bronquite crônica. em certas circunstâncias aumenta o risco de câncer de próstata e do trato respiratório. a febre de fumos costuma ocorrer com trabalhadores que não tiveram exposição prévia. ao asbesto. ao berílio. Existem registros de que a exposição ao cromo hexavalente (presente no aço inoxidável) envolve risco de aumento da incidência de câncer de pulmão em relação à população geral. etc. alterações do sono. CHUMBO Nas exposições usuais de solda de indústria. Para isto basta. eventualmente. Os principais sintomas são: redução da capacidade física. Este metal também participa da constituição de ligas como bronze e. orla azulada nas gengivas e dor à palpação abdominal. provavelmente a patologia mais conhecida e estudada. 35 . com exceção da indústria eletroeletrônica. por isso. com cefaléia. como por exemplo. especialmente na região gemelar. Quando afeta os nervos periféricos ocasiona paralisia muscular evidenciada através do sinal da "queda de mão" e sendo a paralisia do nervo radial muito característica desta situação. emagrecimento. chegando a evoluir para óbito. O chumbo causa vasoconstrição periférica e alterações no sangue e na medula óssea com graves perturbações na hematopoese. raramente identificado. Resta ainda mencionar que em intoxicações antigas é freqüente observar-se hipertensão arterial associada com arteriosclerose e esclerose renal. permite a cura completa e sem seqüelas. inapetência. Mas é oportuno não esquecer que há chapas de aço revestidas de chumbo.HIGIENE OCUPACIONAL I . delírio e coma. é comum encontrar-se mucosas descoradas. mialgias. O diagnóstico de febre dos fumos metálicos é habitualmente confundido com episódios gripais e. latão. devido à ação do chumbo sobre o sistema enzimático formador da hemoglobina. na maioria dos casos. O mesmo pode ocorrer com a inervação dos músculos palpebrais. O controle médico é feito através de exames laboratoriais como a dosagem de chumbo no sangue ou na urina e das alterações metabólicas no mecanismo formador da hemoglobina. No exame físico. que podem simular abdômen agudo cirúrgico. a exposição ao chumbo não é muito freqüente. a intoxicação evolui para alterações do sistema nervoso. palidez da pele. A intoxicação crônica pelo chumbo é. o simples afastamento da exposição ou do trabalho. fadiga precoce.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ retornam à exposição após alguns dias de afastamento. Embora rara. convulsões. medida da condutividade nervosa etc. etc. O tratamento. os sintomas digestivos pioram com o aparecimento de cólicas intestinais de grande intensidade. em geral. notadamente. impotência sexual. Posteriormente. impossibilitando a abertura completa dos olhos. pode ocorrer uma encefalite causada pelo metal. Quando não controlada. sensação de desconforto abdominal. após as férias. fadiga. diarréia. barômetros. diarreia. alterações munições. baterias. a pele e as mucosas. vernizes. fadiga. cefaleia. degeneração dos construção. com o chumbo e o ou complicações intestinais. irritabilidade. metais para mucosas das vias Redução dos glóbulos brancos. de termômetros. visão dupla. ansiedade e depressão. de por inalação e ingestão.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Possíveis Riscos dos Produtos Químicos Produto Antimônio Chumbo Mercúrio Zinco Principais Sintomas e Uso Riscos para a Saúde Conseqüências Prováveis a partir da Contaminação Empregado nas Encontra-se associado Sabor metálico. pilhas. pulmões. irritações digestivas de baterias. latas pesticidas e inseticidas. dos metalúrgicos (calafrio. imprensa. delírio e morte. Dores de estômago ligas com chumbo. elétricos e na salivares e pode resultar irritabilidade. compostos orgânicos podem de imprensa. Seus compostos galvanização. metal provocar câncer. fabricação de automóveis. alteração de baterias na Pode provocar lesões conduta. extração de ouro e em queda dos dentes e por dentistas. soldagens. provocando náuseas e vômitos. prejudicam os olhos. provocar lesões cerebrais. podem provocar lesões nos fabricação de tintas. 36 . Vômitos. Alguns compostos podem Sistema Nervoso Central. ansiedade. mentais. Usado na fabricação 0 mercúrio acumula-se nos Náuseas. anemia. úlceras na boca e nas gengivas.HIGIENE OCUPACIONAL I . fabricação de arsênico. dores abdominais. ligas de latão. Seus compostos Vômitos. febre alta e secura na bronze e boca). podem irritar olhos. tremores. rins e fígado e depressão do SNC tintas. fígado. em nos rins e no fígado. Seus tubulações. Usado na fabricação Os fumos provocam a febre Dermatite. bombas 0 envenenamento provoca convulsões. nervosismo. Pós e fumos Lesões nos músculos cardíacos. espasmos musculares e de vácuo contatos inchaço das glândulas alteração de conduta. baço e ossos. pele e vertigens e dores musculares. rins. cefaléia. graxeiras. respiratórias. cólicas intestinais. etc. Usado em reforma Penetra no organismo Demência. salivação. tosse. Ácido Sulfúrico Cloro Cádmio Metanol É tóxico para a pele. indústrias aeronáutica e automobilística. pneumonia química e erosão degradação de certos respiratório. foguetes. ardor alguns minérios na as mucosas das vias e congestão nos olhos e na pele e eletrólise de alguns respiratórias. 0 pó pode provocar irritação nos na produção industrial de olhos. respiração agitada. de queimação e cegueira. baterias de cádmio. peças de motores. hipertensão. fabricação de papel de alumínio.HIGIENE OCUPACIONAL I . cefaleia. enfisema ou fibrose raspantes e no uso de lixas e pulmonar. Usado também. espontaneamente no pulmões. gás natural. perturbações digestivas. Facilita o vômito. indisposição quando se mistura com o estomacal e dificuldades oxigênio. dor de metílico) é um álcool pela contaminação através da cabeça. lacrimejamento. opressão no peito. Acetileno Transforma-se em narcótico Vertigens. sensação de fadiga muscular e bronquite. vertigens. Quando diluído pode dentes. de outros metais para envenenamento. opressão Pode produzir edema pulmonar. Também é com 0 contato com os olhos pode produz chamado de carbinol ou a pele. mísseis e aviões. pode irirritação. enxofre. como pigmento em algumas pinturas e ligas como a de alumínio. toráxica. Ácido Nítrico Usado na dissolução e tratamento de minérios metálicos. náusea. 37 . náuseas. Usado provocar cegueira e ser fatal. perda dos sentidos. Usado na galvanização Os fumos podem causar Febre alta. a pele e Causa sensação de picadas. gases de explosão e de fusão. náuseas. os olhos e a Irritação das mucosas (nariz. mucosa das vias respiratórias. vertigens. evitar corrosão. 0 como combustível de contato com a pele pode causar veículos. É (coloração azulada por deficiência usado em algumas de oxigênio no sangue). Forma-se causar dermatite e lesões nos abdominais. Gás básico no processo de solda e corte de metais. garganta e olhos).provocando sonolência e respiratórias.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Produto Uso Usado na construção. Se ingerido. dermatose. queimação na garganta. angústia. níquel. Riscos para a Saúde Principais Sintomas e Conseqüências Prováveis a partir da Contaminação Alumínio Oferece risco sob a forma de pó. dor de cabeça e cianose processo de solda. Seus vapores são tratamento do minério de corrosivos para a pele e os olhos. Usado na extração de Irrita os olhos. Usado como dissolvente na Provoca irritação do sistema Tosse. 0 metarnol (álcool Os efeitos no organismo ocorrem Distúrbios visuais. ingestão e contato irritaçâo nas mucosas do nariz. vômitos e dores minérios. sensação álcool de madeira. É liberado nos causar colapso respiratório. rebolos. Em altas doses pode metais. retirado da madeira e do respiração. foi revelado que o limiar de audibilidade é de 2 x 10-5 N/m2 ou 0. c) Nível de pressão sonora — Decibel O nível de pressão sonora determina a intensidade do som e representa a relação do logaritmo entre a variação da pressão (P) provocada pela vibração e a pressão que atinge o limiar de audibilidade. isto é. em forma aleatória através do tempo. "mas que não necessariamente significa sensação subjetiva do barulho".Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2. e a variação de pressão sonora provocada pela vibração atinja o limiar de audibilidade (2 x IO-5 N/m2).00002 N/m2. é necessário que a freqüência do som situe-se entre 16 a 20.: choro da criança. AGENTES FÍSICOS RUÍDO Conceitos e parâmetros básicos a) Som O som é qualquer vibração ou conjunto de vibração ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas.HIGIENE OCUPACIONAL I . costuma-se denominar barulho como todo o som indesejável. Ex." Essa é uma situação real e freqüente. Para a vibração ser ouvida. variações de diferentes pressões. Por meio de pesquisas realizadas com pessoas jovens. para uma dada freqüência podem existir. ou seja. Quando a 38 .000 Hz. o barulho e o ruído são interpretações subjetivas e desagradáveis de um som. Desse modo. o nível de pressão de referência utilizado pêlos fabricantes dos medidores de nível de pressão sonora. daí se utilizar a expressão ruído. convencionou-se este valor como sendo O (zero) dB. Na higiene ocupacional. sem problemas auditivos. b) Ruído Do ponto de vista de Higiene do Trabalho: "O ruído é o fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão (no caso ar) em função da freqüência. 01 segundo é igual a: F = 1 ciclo ou vibração completa = 100 ciclos ou Hertz 0. sendo este valor correspondente a 140 dB. P0 = Pressão de referência que corresponde ao limiar de audibilidade (2 x 10-5 N/m2).HIGIENE OCUPACIONAL I . Assim. uma vibração completa ou ciclo sobre seu tempo de duração. Se for aplicada à fórmula o valor de 2 x 10 -3 N/m2 (constante) ela poderá também ser expressa da seguinte maneira: nps= 20 log p + 94 d) Freqüência do som A freqüência do som corresponde ao número de vibrações na unidade de tempo. A determinação do nível de pressão sonora é feita através de uma relação logarítmica.01 segundo segundo e) Nível de intensidade sonora e nível de potência sonora Além do nível de pressão sonora. de 0.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ pressão sonora atinge o valor de 200 N/m 2. a pessoa exposta começa a sentir dor no ouvido (limiar da dor). outros parâmetros como o nível de intensidade e potência sonora são utilizados em acústica para especificar o ruído de 39 . conforme a equação a seguir: NPS = 10 log P2 / P02 Onde: P é a raiz média quadrática (rms) das variações dos valores instantâneos da pressão sonora. por exemplo. WØ = Potência sonora de referência igual a 10-12 watts. e estimativa de ruído que uma fonte produz a uma determinada distância.HIGIENE OCUPACIONAL I . portanto.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ equipamentos. Desse modo. B. C e D. A figura que se segue mostra as curvas de compensação: 40 . de forma que simulem a resposta do ouvido. onde l = a intensidade sonora em um ponto específico e a quantidade média de energia sonora transmitida através de uma unidade de área perpendicular à direção de propagação do som. cálculos de isolamento. Estas curvas de compensação foram padronizadas internacionalmente e introduzidas nos circuitos elétricos dos medidores de nível de pressão sonora. é igual a NIS =10 log l / In. também expresso em dB. com base em estudos de nível de audibilidade. foram desenvolvidas as curvas de decibéis compensados ou ponderações nas freqüências A. f) Nível de decibel compensado ou ponderado O ouvido humano responde de forma diferente nas diversas freqüências. O nível de intensidade sonora expresso em dB é igual a: IØ= Intensidade de referência igual a 10-12 Watt/m2 Já o nível de potência sonora. também expresso em dB. O nível de intensidade sonora. ouvir um som em 3000 Hz a sensação é diferente de ouvi-lo a 500 Hz. é igual a: NWS= 10 log W / W Ø Onde: W = Potência sonora da fonte em watts e representa a quantidade de energia acústica produzida por uma fonte sonora por unidade de tempo. Anexo l. e o circuito "C" para Níveis de Pressão Sonora mais altos. o qual indica a dose em percentual. devem ser considerados seus efeitos combinados. somente o circuito "A" é largamente usado. 41 . quando compensado pelas curvas. o incremento de duplicação é igual a 5 (cinco). o circuito "B" para médios Níveis de Pressão Sonora. devido à sua maior aproximação à resposta do ouvido humano.01 — Fundacentro). h) Dose equivalente de ruído ou efeitos combinados Quando a exposição ao ruído é composta de dois ou mais períodos de exposição de diferentes níveis. Tn = É a duração total permitida a esse nível.. fornecerá as seguintes leituras no medidor de nível de pressão sonora: Curva ―A‖ – 70 dB Curva ―B‖ – 82. Os efeitos combinados podem ser obtidos com maior precisão utilizando-se o audiodosímetro. a compensação "D". Este efeito combinado ou dose equivalente é calculado através da soma das seguintes frações: C1 / T1 + C2 / T2 + C3 / T3 . item c).0 dB Curva ―C‖ – 99 dB Curva ―D‖ – 86. assim. O circuito "A" aproxima-se das curvas de igual audibilidade para baixos Níveis de Pressão Sonora. entretanto. g) Incremento de duplicação da dose O incremento em decibéis é quando o acréscimo a um determinado nível implica a duplicação da dose de exposição ou redução pela metade do tempo máximo de exposição (NHO . o limite será excedido quando esta for superior a 100%. Uma curva especializada. ao invés dos efeitos individuais (NR-15. Exemplo: Na NR-15. uma vez que os circuitos "B" e "C" não tiveram boa correlação em testes subjetivos. foi padronizada para medições em aeroporto.. observa-se que um som de 100 dB emitido numa freqüência de 50 Hz.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Pelo gráfico.0 dB As normas internacionais e o Ministério do Trabalho adotaram a curva de compensação ―A‖ para medições de níveis de ruído contínuo e intermitente. Anexo l. conforme limites estabelecidos no Anexo l da NR-15. Cn / Tn Onde: Cn = Tempo total de exposição a um nível específico. Hoje.HIGIENE OCUPACIONAL I . O resultado obtido não pode exceder a 1 (um). 214 define ruído de impacto como picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo. as normas não diferenciam o ruído contínuo ou intermitente para fins de avaliação quantitativa desse agente. neste caso. o ruído contínuo ou intermitente é aquele não classificado como impacto.HIGIENE OCUPACIONAL I . Do ponto de vista técnico. ruído contínuo é aquele cujo NPS varia 3 dB durante um período longo (mais de 15 minutos) de observação. a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Exemplo: o ruído dentro de uma tecelagem. conseqüentemente.2 segundos). a equação que representa o critério adotado pela NR-15 é a seguinte: Leq = 100 + 16. i) Nível equivalente de ruído Com base na dose. Ruído contínuo e intermitente Segundo a NR-15 da Portaria n. ou seja. dobra a equivalência de energia e. LEQ = Nível equivalente de ruído. Este nível apresenta a exposição ocupacional do ruído durante o tempo de medição e representa a integração dos diversos níveis instantâneos de ruído ocorridos nesse período.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ A dose ou efeito combinado pode ser obtida também com o medidor de NPS. 42 . Entretanto. obtém-se o nível equivalente de ruído. Entretanto.61 x log D/T Onde: D = Dose equivalente em fração decimal. da Portaria n. 3. o risco de dano auditivo. pois é necessário estimar ou cronometrar com exatidão os tempos de exposição a cada nível. l) Ruído de impacto ou impulsivo A NR-15. Assim. o procedimento é bem trabalhoso. Já o ruído intermitente é aquele cujo NPS varia de até 3 dB em períodos curtos (menor que 15 minutos e superior a 0. isto é. Anexo II. T = Tempo de medição. A NR-15 considera o incremento de duplicação igual a 5 (q = 5). 3.214 e a norma da Fundacentro. a cada incremento de 5 dB no nível equivalente. o valor obtido no audiodosímetro deve ser dividido por 100. que são extremamente sensíveis a este agente. 43 . nervosismo. junto a escolas. sendo inúmeras as possibilidades de distribuição da energia sonora na referida faixa. sendo a banda de oitava a mais usada na higiene ocupacional. durante a qual vários sintomas se fazem sentir. vertigens. clínicas. Não deve ser permitida nenhuma exposição para ouvidos desprotegidos a níveis de pico acima de 140 dB. distúrbios relacionados com o sistema nervoso (por exemplo: irritabilidade. Há pessoas que se adaptam ao ruído. após uma fase inicial de adaptação ao ruído.). não sofrem mais alterações de ordem geral no organismo. Efeitos do ruído sobre o organismo O ruído contribui para distúrbios gastrointestinais. O que ocorre normalmente com aqueles que são extremamente sensíveis é que. Se a instrumentação não permite a medição de pico no circuito C. eleva a pressão arterial. terça de oitava e meia oitava. principalmente em zonas residenciais. o ruído impulsivo ou de impacto é automaticamente incluído na medição. Um dos aspectos é a sua interferência com o sono. A análise desta distribuição de nível de pressão sonora na faixa de freqüência é muito importante para determinar a nocividade do ruído e os meios adequados de controle. 63 dB(A). S1. faixa de largura constante. Quanto ao ruído na comunidade. Daí a necessidade de se avaliar as freqüências em certos tipos de avaliação de ruído. medidos no circuito de compensação C. etc. faixa de percentagem. Outras há. e que a faixa de detecção de pulso seja de.25 ou IEC 804. A única exigência é que a faixa de medição seja de 80 a 140 dB(A). pois um repouso tranquilo é necessário para o bemestar físico e mental. contrai os vasos sanguíneos.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Quando se utiliza a instrumentação específica pela norma ANSI S1. porém. etc. no mínimo.HIGIENE OCUPACIONAL I . a faixa audível pode ser dividida em bandas de oitava. entre outras. é altamente indesejável. sofrendo alterações diversas em local muito ruidoso.4. e aparentemente este não interfere na sua habilidade manual e mental. m) Espectro sonoro A faixa audível de freqüência situa-se entre 16 e 2000 Hz. Para realizar a análise de freqüência. Um ruído intenso e súbito acelera o pulso. dentre outras alterações. uma medição linear com o nível de pico abaixo de 140 dB pode ser usada para implicar que o nível de pico ponderado no circuito C está abaixo de 140 dB. contrai os músculos do estômago. Um nível de ruído que causa alterações na capacidade auditiva deve ser considerado como uma possível ameaça de surdez profissional. ou outros ruídos de impacto violento. por exemplo. e a 140 dB há distinta sensação de dor nos ouvidos. como. Na maioria dos casos. O mecanismo da surdez temporária não é bem conhecido. pode ser temporária ou permanente. a perda de audição ao redor de 4000 cps aparece no audiogra-ma com um formato característico. ou seja. Essa perda de audição. na maioria dos casos. como o resultante de uma explosão. pois o tímpano. por isso sua denominação de "gota acústica". cicatriza-se normalmente. pois a susceptibilidade individual é fator importante. Daí em diante pode ocorrer ruptura do tímpano. Têm havido casos raros de deslocamento dos ossículos do ouvido médio como resultado de explosões violentas. sendo. As perdas de audição por trauma sonoro caracterizam-se por iniciarem na faixa de frequência entre 3000 cps e 6000 cps. não existe um limite exalo. mais frequentemente 4000 cps. cause destruição imediata das células ciliadas do órgão de corti o que. no entanto. é extremamente raro. É geralmente reversível. A surdez permanente por trauma sonoro ocorre pela destruição das células sensoriais do órgão de corti. Quando a diminuição da capacidade auditiva ou hipoacusia for temporária. Quanto aos níveis que causam ruptura do tímpano. infecção no ouvido médio. o indivíduo gradualmente recupera sua audição. resultante de exposição a níveis elevados de ruído. O mais frequente é um processo gradativo. A situação pode tornarse mais grave se houver complicações. a 130 dB há sensação de prurido no ouvido com início de dor. b) Perda de audição por trauma sonoro A perda de audição. A ruptura desta membrana que separa o ouvido externo do ouvido médio é por causa da variação brusca e relativamente acentuada de pressão. pode atingir proporções tais que incapacitem o indivíduo para a comunicação oral. como o resultado de uma explosão.HIGIENE OCUPACIONAL I . portanto. que é irreversível.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Efeitos do ruído sobre o aparelho auditivo a) Ruptura do tímpano Pode ocorrer a ruptura do tímpano por deslocamento de ar muito forte. 44 . O início de um processo de surdez profissional pode ser constatado por meio de um exame audiomé-trico. é como uma fadiga auditiva. por trauma sonoro. níveis de 120 dB causam uma sensação de extremo desconforto. Pode ocorrer que um trauma violento. uma surdez de percepção. muito provável a 150 ou 160 dB. Quando a perda começa a afetar as frequências indispensáveis para a conversação é que o indivíduo passa a sentir dificuldades. com o instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e no circuito de resposta lenta.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Como. O medidor do nível de pressão sonora determina o nível instantâneo de ruído. em casos de surdez profissional. Além disso. Poderá haver sintomas colaterais como zumbido nos ouvidos. se não houver afastamento da exposição. insónia e.HIGIENE OCUPACIONAL I . Já a ACGIH recomenda que o nível de pressão sonora deve ser determinado por um medidor de nível de pressão sonora ou dosímetro que atenda. verificar se o NPS concentra-se nas freqüências onde a resposta subjetiva ao ruído é maior (2000 a 5000 Hz). 45 . ambos da American national Standards Institute (ANSI). que se tornam cada vez mais sérias. às especificações para medidores de nível de som S1. conseqüentemente. Anexo l. S2A ou para dosímetros individuais de ruído. Instrumentos de medição a) Medidor de nível de pressão sonora A NR-15. e os intrumentos mais modernos possuem analisador de freqüência integrado. estabelece que os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB). conforme mostra a figura que se segue: Medidor de nível de pressão sonora integrado com analisador de freqüência. raramente. a análise de freqüências onde a resposta subjetiva permite especificar os isolamentos acústicos e calcular a atenuação dos protetores auriculares. reprodução do ruído industrial após sua cessação. Depois começa uma dificuldade de ouvir sons agudos.4/1983. b) Analisador de freqüência Este instrumento é útil para determinar-se as freqüências do ruído e. até a surdez quase total. no mínimo. as perdas começam em frequência acima daquelas indispensáveis para a voz humana. dor. o indivíduo inicialmente não percebe problema algum. o medidor poderá ser ajustado. apresenta o nível de pressão sonora de 94 dB. devem ser considerados os efeitos combinados. jornada de trabalho 8 (oito) horas dose 100% ou 1 para 85 dB(A) e incremento igual a 5. Esse instrumento. Este equipamentos deve ser configurado de acordo com as exigências do critério estabelecido na NR-15. por meio de medidores integrados de uso pessoal (dosímetros de ruído).HIGIENE OCUPACIONAL I . ao invés dos efeitos individuais de cada um deles. 114 dB ou outro valor. A figura 3 lustra o calibrador acústico: Calibrador acústico 46 . Parar tanto. preferencialmente. Se o valor apresentado for diferente do padrão. ao ser ajustado no microfone do medidor. ou seja. A determinação da dose ou efeito combinado e o nível equivalente de ruído deve ser feita. de acordo com a marca do calibrador.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ c) Audiodosímetro (medidor integrado de uso pessoal) Quando há exposição diária a diferentes níveis de ruído. Audiodosímetro d) Calibrador acústico Os instrumentos de medição devem ser calibrados antes e depois da medição. utiliza-se uma fonte-padrão que emite som na freqüência de 1000Hz. fixa para cada nível de pressão sonora o tempo diário máximo permitido. Assim. que não causará dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.3.HIGIENE OCUPACIONAL I . durante 40 (quarenta) anos de exposição. NR-15. a NR-15. o limite de tolerância representa as condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores expostos repetidamente não sofra efeitos adversos à sua capacidade de ouvir e entender uma conversação normal (ACGIH).Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Limite de tolerância O item 15. Para o ruído contínuo ou intermitente.214 define com o limite de tolerância a concentração ou intensidade máxima oi mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente. Os limites de tolerância e a metodologia de avaliação da NR-15 estão transcritos a seguir Limite de tolerância para ruídos continuo ou intermitente Nível de Ruído dB (A) 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 98 Máxima Exposição Diária Permissível 8 horas 7 horas 6 horas 5 horas 4 horas e 30 min 4 horas 3 horas e 30 minutos 3 horas 2 horas e 40 minutos 2 horas e 15 minutos 2 horas 1 hora e 40 minutos 1 hora e 15 minutos 47 . Já a American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH estabelece que o limite de tolerância visa a proteger a maioria da população. Anexo I. da Portaria n. de forma que a perda auditiva média produzida pelo ruído nas freqüências de 500. Conseqüentemente.1. 1000 e 3000 Hz. não exceda a 2 dB. A NR-15 definiu como ruído contínuo ou intermitente aquele eu não seja de impacto.5. os valores dos limites de tolerância são referenciais para um programa de conservação auditiva. HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 100 102 104 105 106 108 110 112 114 115 1 hora 45 minutos 35 minutos 30 minutos 25 minutos 20 minutos 15 minutos 10 minutos 8 minutos 7 minutos 1) Entende-se por ruído contínuo ou intermitente, para os fins de aplicação de limites de tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. 2) Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (slow). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. 3) Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo. 4) Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário, será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. 5) Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. 6) Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações. C1 / T1 + C2 / T2 + C3 / T3 ............ Cn / Tn Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro deste Anexo. 7) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. 48 HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Anexo n. II Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto 1. Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. 2. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. 3. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (Fast) e circuito de compensação "C". Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C). 4. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (Linear), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (Fast), oferecerão risco grave e iminente. Adição e subtração de níveis de ruído As operações em decibéis não são lineares. Assim sendo, 100 dB + 90 dB não é igual a 190 dB, pois a escala do nível de pressão sonora é uma relação logarítmica. Portanto, para adicionar ou subtrair níveis de pressão sonora, é necessário calcular a razão média quadrática das pressões de cada nível e em seguida efetuar a soma ou a subtração. Com estes dados, calcula-se o nível de pressão sonora total ou resultante. Contudo, para evitar cálculos complexos, foram criadas as curvas de adição e subtração em dB, conforme gráficos a seguir: ADIÇÃO DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA 49 HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ SUBTRAÇÃO DE NIVEIS RUÍDO DE FUNDO Avaliação do ruído A avaliação do ruído pode ser feita com os seguintes objetivos: a) Avaliação ocupacional Este tipo de avaliação visa constatar os possíveis riscos de dano auditivo e seu controle. O efeito do ruído depende: 1) NPS e distribuição de NPS por frequências (espectro sonoro). 2) Duração da exposição. 3) Número de vezes que a exposição se repete por dia. 4) Suscetibilidade individual. Portanto, nessa avaliação, o higienista deve conhecer esses parâmetros de maneira que definia a magnitude do risco e, conseqüentemente, adote as 50 d) Avaliação para fins de conforto O critério utilizado nesta avaliação está regulamentado na NR-17 da Portaria 3. 3. sendo. — substituir engrenagens metálicas por outras de plásticos ou celeron. c) Avaliação para fins de aposentadoria especial Esta avaliação é realizada para fins de comprovação perante o INSS da exposição a níveis de ruído prejudiciais à saúde. — programar as operações. —alterar o processo. a regulamentação encontra-se em legislação municipal. O critério utilizado são as normas da NR-15. estadual ou federal. quando viáveis tecnicamente. Controle na fonte Dentre as medidas de controle na fonte. As medidas na fonte e na trajetória deverão ser prioritárias. — reapertar as estruturas. e) Avaliação da perturbação do sossego público Nesta avaliação. em especial nas normas da NBR 10151 e NBR 10152 da ABNT. realizada em perícias judiciais. A NR-09. Anexos 1 e 2. — regular os motores. mancais. NR-15 e ACGIH são normas a serem seguidas nessa avaliação. as quais sugerimos aos leitores a consulta. — aplicar material de modo que atenue as vibrações. — balancear e equilibrar partes móveis. de forma que permaneça o menor número de máquinas funcionando simultaneamente. etc. —lubrificar eficazmente rolamentos. e normas técnicas pertinentes. trajetória e no homem.048/99). b) Avaliação do ruído para caracterização da insalubridade A perícia visando à possível caracterização da insalubridade tem como base legal a NR-15. Medidas de controle As medidas de controle do ruído podem ser consideradas basicamente de três maneiras distintas: na fonte. ACGIH e da previdência social (Decreto n.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ medidas de controle. as quais serão mais detalhadas no Capítulo Vil — Ergonomia. na maioria das vezes. 51 . — reduzir impactos na medida do possível.214/78 e normas da ABNT. em especial na NBR 10152.HIGIENE OCUPACIONAL I . podemos destacar: — substituir o equipamento por outro mais silencioso. — conseguir um máximo de perdas energéticas por absorção. as quais consistem em: — evitar a propagação.HIGIENE OCUPACIONAL I . O isolamento acústico pode ser feito das seguintes formas: 1) Evitando que o som propague-se a partir da fonte: 2) Evitando que o som chegue ao receptor: Isolar a fonte – Significa a construção de barreira que separe a causa do ruído do meio que o rodeia. Isolar o receptor – Construção de barreiras que separem a causa e o meio do individuo exposto ao ruído. 52 . por meio de isolamento.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Controle no meio Não sendo possível o controle na fonte. o segundo passo é a verificação de possíveis medidas aplicadas no meio. para evitar que este som se propague. sugerese: a) Limitação do tempo de exposição Consiste em reduzir o tempo de exposição aos níveis de ruído superiores a 85 dB(A). deve-se.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Isolamento acústico das fontes ruidosas consiste na colocação de barreiras isolantes e absorventes de som. tomando-se o cuidado para que o valor-limite para exposição a dois ou mais níveis de ruído diferentes não seja ultrapassado. no sentido de se evitar reflexão deste. Estas podem ser adotadas como complemento às medidas anteriores.HIGIENE OCUPACIONAL I . lã de vidro. Deve-se ressaltar que a simples utilização do EPI não implica eliminação do risco de o trabalhador vir a sofrer diminuição da capacidade auditiva. adotar medidas de controle no trabalhador. ou quando não forem suficientes para corrigir o problema. devendo ser utilizados quando não for possível o controle para atenuação do ruído a níveis satisfatórios. b) Equipamentos de proteção individual — Protetores auriculares São protetores colocados no ouvido do trabalhador. Os protetores 53 . Controle no homem Não sendo possível o controle do ruído na fonte e na trajetória. Melhores resultados serão obtidos se as barreiras forem revestidas internamente com material absorvente de som (cortiça. Como medida de controle no homem. Esta medida é feita revestindo-se o local com material absorvente de som. conforme desenho a seguir: Outra medida de controle na trajetória é procurar alcançar o máximo de perdas energéticas por absorção por meio de tratamento acústico das superfícies. e a face externa com material isolante de som (paredes de alvenaria). como último recurso.). etc. por bandas de frequência de 125 a 8. Os métodos normalizados para o cálculo são: 1) Método longo (análise de freqüência) O método longo consiste na confrontação dos níveis de pressão sonora em dB(A) encontrados no ambiente com os dados de atenuação do EPI fornecido pelo fabricante. é necessário calcular sua atenuação com base em seu fator de proteção. atenuará somente 5 dB(A) se o protetor for utilizado em 50% do tempo de exposição.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ auriculares. Exemplificando: para um protetor que garanta uma atenuação igual a 20 dB(A).000 Hz. deduzidos os desviospadrão. o NRR fornecido pelo laboratório deve ser corrigido para o uso real da seguinte forma: • protetor concha — redução 25% do valor do NRR ou RC. sendo assim. isto é.NRR. O uso constante do protetor é importante para garantir a eficácia da proteção. Portanto. conforme o quadro a seguir: Os protetores auriculares devem ser capazes de reduzir a intensidade do ruído abaixo do limite de tolerância.1) Método corrigido (Norma ANSI S.6 — 1984) Este método consiste em realizar medição do ruído na curva "C" e subtrair o NRR (Noise Redution Rating) ou RC corrigido para uso real. quando usado constantemente (100% do tempo). que deverá ser devidamente testada por órgão competente.HIGIENE OCUPACIONAL I . o cálculo da atenuação será: NPSc = NPSm em dB(A) . deverão ser usados de forma correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela capacidade de atenuação.12. A soma logarítmica dessas diferenças é a expressão do nível de pressão sonora total a que o indivíduo estará submetido após a colocação do referido EPI. • protetor de inserção pré-moldável — redução de 70% do NRR ou RC. • protetor inserção moldável — redução 50% do valor do NRR ou RC.f 54 . 2) Método simplificado valor único — NRR 2. para serem eficazes. 0 devido à diferença média entre os valores do NPS em dB(A) e dB(C) no espectro sonoro.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Onde: NPSc = Nível de Pressão Sonora com proteção. 55 . f = Fator de correção igual a 0. descreve um movimento oscilatório e periódico.6 —1997 B) Neste método. sendo. então. a avaliação e controle necessários. envolvidas no movimento uma velocidade.NRR (sf) Onde: NRR (sf) = Nível de Ruído (subject fit) O NRR (sf) é a redução obtida em teste de laboratório feito com pessoas sem treinamento. com exceção do tempo de uso real(4). Se o corpo vibra. conforme a redução do NRR para uso real. Os efeitos deste agente na saúde humana é considerável.30 e 0. VIBRAÇÃO Conceitos básicos/classificação A exposição ocupacional à vibração não é tão estudada quanto os outros agentes. não é necessário fazer nenhuma outra correção. 0. A vibração é um movimento oscilatório de um corpo devido a forças desequilibradas de componentes rotativos e movimentos alternados de uma máquina ou equipamento. com algumas peculiaridades: o nível de proteção estatístico é de 84% (contra 98% do método tradicional) e subtrai-se diretamente do dB(A) com correção de 5 em vez de 7. o cálculo da atenuação é o seguinte: NPSc = NPS em dB(A) . aceleração e frequência (número de ciclos completos/minuto). portanto. O NRR (sf) é calculado a partir desses dados de atenuação. envolvendo deslocamento num certo tempo. apenas laudo de instruções das embalagens. sua ocorrência na indústria é bastante freqüente. Teremos. Portanto.HIGIENE OCUPACIONAL I . a fórmula é a seguinte: NPSc = NPS em dB(A)-(NRR. há outra correção através da constante 7.5. todavia. 2. NRR = Nível de Redução do Protetor.2) Método direto (sem correção) (ANS112.75. já embutido no índice. Quando o NPS é medido em dB(A).f-7) Neste caso. 85 m/s2 Aeq = 0. a avaliação da vibração será feita através de aceleração em m/s2 ou em dB.992 x 360) + (0. b) Aceleração Equivalente Quando a exposição à vibração é diferente em dois ou mais períodos da jornada.0 x 60) ½ ] / 480 = 0. o decibel será obtido pela fórmula abaixo: dB = 20 log a / a0 Onde: a = Aceleração avaliada (m/s2). Para aceleração de vibração. de acordo com a fórmula a seguir: A vibração equivalente será de: Aeq = [(0. deve ser considerada a aceleração equivalente. Para efeito de higiene ocupacional. velocidade e aceleração. a0 = Aceleração de referência (10-6m/s2).HIGIENE OCUPACIONAL I .142 x 60) + (0.85 m/s2 56 .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ a) Unidades Como a vibração é um movimento oscilatório. para sua quantificação pode-se utilizar os parâmetros deslocamento. são medidas pêlos técnicos de manutenção preventiva e comparadas como valores das normas técnicas pertinentes. visando à 57 . Como os sistemas corpo inteiro e braços/mãos são mecanicamente diferentes. 2) Vibração ocupacional mão e braço ou localizada — São vibrações que atingem certas partes do corpo. 4) Vibração meio ambiente — São vibrações capazes de provocar desconforto e perturbação do sossego público. que as atividades e operações as quais exponham os trabalhadores sem proteção adequada às vibrações localizadas ou de corpo inteiro serão caracterizadas como insalubres. Desse modo. verificaremos que para 8 (oito) horas de exposição e aceleração equivalente a 0. 3) Vibração para conforto— Determinada ocupação pode causar desconforto intolerável em uma situação e ser agradável ou desejada em outras. geralmente através da superfície de suporte. por exemplo. Critério Legal A legislação brasileira prevê. a ISO 2631 não estabelece limite para o conforto. costas. 5) Vibração máquinas — São vibrações que podem indicar problemas de manutenção em máquinas e equipamentos. alguns até subjetivos. deverão ser estudados separadamente. d) Aceleração ponderada Dependendo dos efeitos da exposição. A perícia. tais como pé. as medições de corpo inteiro. nádegas de um homem sentado ou na área de suporte de um homem reclinado. com redação dada pela Portaria n. principalmente mãos. significando precaução em relação aos riscos potenciais à saúde. como. por intermédio da Norma Regulamentadora NR-15— Anexo VIII. Logo. veículos. os valores de conforto dependem de vários fatores. de 1983. braços e outros. 12. prédios. mão e braço e conforto são ponderadas nas frequências conforme será explicado adiante. limitando-se apenas em indicar valores de acelerações onde as reações das pessoas são prováveis. apuradas por perícia realizada no local de trabalho.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Se observarmos o gráfico do guia de efeitos à saúde.85 m/s2. entre outros.HIGIENE OCUPACIONAL I . estaremos na região B. c) Classificação das vibrações 1) Vibração ocupacional de corpo inteiro — São vibrações transmitidas ao corpo como um todo. Logo. quando constatada no caso das vibrações. b) o instrumental utilizado. enquanto a ISO/DIS 5349 para mão e braço. em suas normas ISO 2631 e ISO 5349 ou suas substitutas.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ comprovação ou não da exposição. conforme o esquema a seguir: 58 . assegurando ao trabalhador a percepção de adicional incidente equivalente a 20% (vinte por cento) sobre o salário mínimo da região. e) o resultado da avaliação quantitativa. A insalubridade.HIGIENE OCUPACIONAL I . d) a descrição das condições de trabalho e do tempo de exposição às vibrações. c) a metodologia de avaliação. a legislação determina que os seguintes itens devem constar obrigatoriamente: a) o critério adotado. quando houver. A norma ISO 2631 estabelece os critérios de avaliação de vibração de corpo inteiro. deve tomar por base os limites de exposição definidos pela Organização Internacional para a Normalização. Vibração de corpo inteiro a) Direção da vibração As vibrações retilíneas transmitidas ao ser humano devem ser medidas nas direções correias de um sistema ortogonal de coordenadas que tenham sua origem na posição do coração. está classificada como de grau médio. Em relação ao laudo pericial. f) as medidas para eliminação e/ou neutralização da insalubridade. e no eixo lateral (esquerda para direita) +. insônia. sempre que possível. b) Efeitos sobre a saúde A exposição à vibração de corpo inteiro pode causar danos físicos permanentes ou distúrbios no sistema nervoso. avião em turbulência.az. Sintomas de distúrbios freqüentemente aparecem durante ou logo após a exposição sob a forma de fadiga. estes sintomas geralmente desaparecem após um período de descanso. dor de cabeça e tremor. tais como tratores.ax. 59 .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ A terminologia comumente usada em biodinâmica relaciona o sistema de coordenadas ao esqueleto humano. a aceleração no eixo antes e depois (anteposterior ou peito-costas) +. podendo também afetar o sistema circulatório e/ou urológico. As acelerações (movimento) no eixo pé (ou das nádegas) para a cabeça (ou longitudinal) são designadas +. No entanto. Assim.HIGIENE OCUPACIONAL I . os movimentos das marés podem ser mais perturbadores que as vibrações retilíneas acima e abaixo entretanto. numa posição anatômica normal. poucas informações sobre os efeitos das vibrações angulares (ou rotacionais) estão disponíveis. arfagem e guinada devem ser medidas e reportadas com a finalidade de aumentar nosso conhecimentos sobre a resposta humana a estas excitações.ay. As vibrações angulares (ou rotacionais) sobre um centro de rotação são partes importantes de um ambiente vibratório. além do sistema nervoso central. as vibrações rotacionais que ocorrem em giro. A exposição diária à vibração de corpo inteiro poderá resultar em danos na região espinhal. 9 1 1 1 1 0. A avaliação da vibração prevista nesta norma é pelo método detalhado. com análise das freqüências de vibração.az ressonância de vibração.63 0. sendo a avaliação da aceleração "rms" ponderada em freqüência e método preferido.0 1. desordens no sistema visual.0 2.5 16 20 Vibrações longitudinais Z – (Figura 1) 0.3 8 10 12.71 0. 1 a 2 Hz no caso de + .63 0.25 1.56 0.4 0.8 0.5 0.6 2.25 0.5 0. A norma ISO 2631/1 de 1997 estendeu a faixa de frequência abaixo de 01 Hz.315 0.63 0. A norma ISO 2631/1 de 1985 estabelece limites de tolerância diferentes para os eixos Z e XY. c) Aceleração "rms" ponderada A vibração de corpo inteiro é avaliada na faixa de freqüência de 05 a 80 Hz.ay ou ax ressonância de vibração.8 0.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Os efeitos observados em grupos expostos a condições severas de vibração foram problemas na região dorsal e lombar. sendo que a região de maior sensibilidade para o eixo Z é 04 a 08 Hz.4 Vibrações transversais X.5 3. problemas nos discos intervertebrais e degeneração na coluna vertebral.2 0. O total de aceleração "rms" ponderada para cada eixo pode ser calculado através da equação específica.Y – (Figura 2) 1 1 1 1 0. enquanto para os eixos X e Y de 01 a 02 Hz. ou seja.HIGIENE OCUPACIONAL I .5 0.8 0. sistema reprodutivo. gastrointestinais. com os fatores de ponderação dados na tabela abaixo: Fatores relativos de ponderação para faixa de freqüência de (adaptado da ISO 2631) Fatores de ponderação para Freqüência Hz 1.1 4 a 8 Hz no caso de + .16 0. 60 .15 4 5 6.125 0. A região B (área hachurada da curva) significa precauções em relação aos riscos potenciais à saúde.A região A da curva significa que os efeitos à saúde não têm sido claramente documentados e/ou observados objetivamente. permanecendo apenas os limites para efeitos sobre a saúde e conforto. A interpretação do gráfico do guia de efeitos à saúde pela vibração deve ser feita do seguinte modo: . o conceito de proficiência reduzida pela fadiga foi excluído.A região C significa riscos prováveis à saúde. a experiência na aplicação dessa parte da norma é limitada para os eixos x e y (pessoas sentadas) e para todos os eixos nas posições em pé. 61 . 1) Guia para efeitos à saúde – Anexo B – ISO 2631-1:1997 O guia para efeitos à saúde apresenta recomendações baseadas principalmente em exposições na faixa de 4 (quatro) a 8 (oito) horas. que cancela e substitui a ISO 2631-1:1995 e a ISO 2631-3:1995. .HIGIENE OCUPACIONAL I . deitada ou inclinada. . para pessoas sentadas – eixo z.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ d) Limite de tolerância O limite de tolerância para vibração de corpo inteiro atualmente vigente é aquele estabelecido pela 2ª edição da ISO 2631-1:1997. HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ A comparação dos limites de tolerância utilizando-se a curva de 2ª potencia aw1 . T1 ½ = aw2 . T2 ½ pode ser empregada quando o fator de crista for ≤ 9,0. para certos tipos de vibração, especialmente aquelas contendo choques adicionais, o método de 2ª potencia pode subestimar a necessidade de exposição. Poderá, então, ser utilizado o método da 4ª potencia, pois é mais sensível a picos que o anterior: [(aw1 . T1 1/4) = (aw2 . T2 1/4)] 2) Vetor soma dos 3 eixos A avaliação do efeito à saúde deve ser feita independentemente para cada eixo. A análise da vibração deve ser feita considerando-se o maior componente da aceleração ponderada em freqüência medida nos diversos eixos de assento. Quando a vibração em dois ou mais eixos for comparável, o vetor resultante é algumas vezes utilizado para estimar o risco a saúde. A ponderação em freqüência deve ser aplicada em indivíduos sentados, com os fatores de multiplicação K, conforme abaixo: Eixo x - wd, k = 1,4 Eixo y - wd, k =: 1,4 Eixo z - wk, k = 1 A ponderação global de todas as acelerações "rms" vetor soma é a seguinte: √Awf = 1,4 (Awdx)2 + 1,4 (Awdx)2 + (Awkz)2 O fator 1,4 multiplicando-se os valores totais de aceleração "rms" ponderada dos eixos x e y representa a razão entre os valores de curvas transversais com a longitudinal de igual resposta, para a maioria das faixas de resposta da sensibilidade humana. A Comissão Européia recomenda que Awf a partir de 0,5 m/s2 para 8 (oito) horas exige nível de ação. O valor ponderado single number é uma aproximação do critério de exposição. No entanto, para a maioria dos casos práticos, a diferença entre o método ponderado e o detalhado com a análise de um terço de oitava é pequena. 62 HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ e) Equipamento/local de medição Os equipamentos de medição da vibração geralmente são compostos das seguintes partes: um transdutor ou pickup, um dispositivo amplificador (elétrico, mecânico ou ótico) e um indicador ou registrador de amplitude. O equipamento fornecerá a magnitude de uma vibração, isto é, a aceleração deve ser expressa por um valor médio de raiz quadrada (rms) em cada eixo x, y e z, valores de pico, bem como a aceleração resultante nos três eixos. A vibração deverá ser avaliada no seu ponto de entrada no corpo humano (ou seja, na superfície do corpo) e não na estrutura (por exemplo, na estrutura de um assento almofadado), o que pode transformar a vibração antes de atingir o corpo humano. As medições da vibração devem ser executadas tão próximo quanto possível do ponto ou área em que a vibração é transmitida ao corpo. Se um homem está de pé num piso, sobre uma plataforma, sem qualquer matéria amortecedora entre o corpo e a estrutura suporte, então o transdutor de medição deverá ser preso a esta estrutura. Se houver um material amortecedor entre o corpo e a estrutura vibratória, é permissível a colocação de um transdutor rígido (por exemplo, uma folha de metal fina adequadamente perfilada) entre o sujeito e a almofada. Se não for possível medir-se a vibração no ponto de entrada no ser humano desta forma, então as características de transmissão do elemento amortecedor devem ser determinadas e levadas em consideração no calculo real da vibração transmitida ao corpo. 63 HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ f) Medidas de controle - Assentos com suspensão a ar; - cabines com suspensão; - calibração adequada do pneu; - utilização de bancos com descanso para os braços, apoio lombar e ajuste do assento e do apoio das costas; - implantação de programa de supervisão médica. Vibração localizada a) Direção da vibração As direções da vibração devem ser reportadas às direções de um sistema de coordenadas ortogonais, conforme sugerido abaixo: A fim de evitar-se um conflito entre a terminologia proposta aqui e a usada em biodinâmica para definir a exposição humana de corpo inteiro, é proposto que os movimentos da mão para várias direções do sistema de coordenadas sejam designados pelo subscrito h (hand). Assim, a aceleração da mão na direção ―z‖ deve ser designada por azh e similarmente para as direções x e y. A aceleração de corpo inteiro no eixo longitudinal é designada somente por az. b) Os efeitos sobre a saúde Os principais efeitos por causa da exposição à vibração no sistema mão/braço podem ser de ordem vascular, neurológica, osteoarticular e muscular. A evolução 64 a medição da aceleração deve ser avaliada num circuito que esteja em conformidade com a tabela a seguir: 65 . pode ser observada através da descrição realizada por Taylor e Pelmear. — O frio freqüente provoca os ataques. — Finalmente. especialmente vista na palma da mão. c) Aceleração ponderada A medição da aceleração em bandas de terças de oitavas ou da aceleração ponderada em freqüência equivalente em energia. entretanto. sendo substituído por uma aparência cianótica dos dedos. doenças que afetam a circulação. habilidade e destreza do operador. ou ambos. — Mais tarde. Há perda de destreza e incapacidade para a realização de trabalhos minuciosos. confinados primeiramente às pontas. devido aos repetidos ataques isquêmi-cos. a taxa metabólica. — Nos casos avançados. pequenas áreas de necrose da pele aparecem na ponta dos dedos (acrocianose). com a continuidade da exposição. A recuperação inicia-se com um rubor. — fatores predisponentes de saúde do indivíduo (fumo. São os primeiros sintomas dasíndrome. A severidade dos efeitos biológicos pode ser influenciada por: — direção de vibração transmitida à mão. tais como a temperatura central do corpo. os ataques podem estender-se à base do dedo. mas há outros fatores envolvidos com o mecanismo de disparo. o número de ataques de branqueamento se reduz. o paciente pode experimentar ataques de branqueamento de dedos. transmitida às mãos na direção dos três eixos ortogonais definidos pela norma. uma hiperemia reativa. são frequentemente ignorados pelo paciente porque não interferem no trabalho ou em outras atividades. em função da exposição diária. utilização de certos medicamentos).HIGIENE OCUPACIONAL I . mas nos casos avançados podem durar 1 (uma) ou 2 (duas) horas. o tônus vascular (especialmente cedo. a fim de cobrir as bandas de terças de oitava com freqüências centrais de 8 a 1000 Hz. ao longo de meses. conforme resumo a seguir: — Formigamento ou adormecimento leve e intermitente. — Os ataques de branqueamento geralmente duram de 15 (quinze) a 60 (sessenta) minutos. — Prosseguindo a exposição. deverá ser feita nas freqüências variando de 5 a 1500 Hz. o tato e a sensibilidade à temperatura ficam comprometidos. Assim.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ da doença nos seus diversos estágios. avançando do pulso para os dedos. pela manhã) e o estado emocional. — método de trabalho. 5 16 20 25 31. Nom. também conhecido como fenômeno de Raynaud de origem ocupacional.5 40 50 63 80 0 0 0 0 0 -2 -4 -6 -8 -10 -12 -14 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 -16 -18 -20 -22 -24 -26 -28 -30 -32 -34 -36 -38 d) Limite de tolerância O limite de tolerância para vibração localizada refere-se a níveis de duração de exposição a componentes de aceleração que representam condições sob as quais se acredita que praticamente todos os trabalhadores podem ser repetidamente expostos cotidianamente. dependendo dos anos de exposição e de aceleração ponderada (aeq). (Hz) g. estabelecendo apenas gráfico de percentual de trabalhadores expostos (10 a 50%) que poderão evoluir para o estágio 1 de doença de branqueamento dos dedos.0 12.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Filtro de Freqüência para Medições de Vibração da Mão Freq. A ISO 5349 não fixa limite de tolerância expressamente para exposição ocupacional à vibração. conforme gráfico abaixo: 66 . (dB) 6. Nom.0 10.3 8. (dB) Freq. (Hz) g. sem que evoluam para além do estágio 1 do Sistema de Classificação de Encontro de Estocolmo para Dedos Brancos induzidos por vibração.HIGIENE OCUPACIONAL I . Se um ou mais dos eixos de vibração exceder à exposição total diária. no entanto.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ A ACGIH. com base neste gráfico. da aceleração "rms" ponderada em função da exposição diária obedece à tabela a seguir: (a) O tempo total que a vibração entra na mão por dia. pressupõe-se que a ACGIH tomou como base o tempo de 5 (cinco) anos em que 10% dos trabalhadores expostos evoluíram para estágio 1. Do ponto de vista prevencionista. todavia. a NR-9 estabelece que os resultados da avaliação quantitativa devem ser comparados com os limites recomendados pela ACGIH. O MTE estabelece que nas perícias visando à caracterização de insalubridade por vibração deve-se seguir as normas da ISO e suas substitutas sem. (b) Usualmente. percentual de 10% (dez por cento) de probabilidade de os trabalhadores expostos evoluírem para o estágio 1 da doença em 10 (dez) anos. o limite da ACGIH é o que deverá ser adotado para fins de caracterização da insalubridade e aposentadoria especial. quando não houver limites definidos na NR-15. estará excedido. O limite de tolerância da ACGIH. considerando-se que os limites da ACGIH foram baseados no gráfico recomendado pela ISO 5349. definir ou orientar os intérpretes sobre qual critério a ser adotado. Desse modo. então o TLV. seja continuamente. Por outro lado. 67 . e que a NR-15 não definiu o limite expressamente. (c) g = 9. Outros países como a Dinamarca adotam o critério de que 10% (dez por cento) dos trabalhadores expostos podem evoluir para o estágio 1 em 10 (dez)anos.HIGIENE OCUPACIONAL I . por exemplo. definiu os seus limites de tolerância estabelecendo o tempo diário de exposição em função da aceleração ponderada (aeq).81 m/s2. seja intermitentemente. conforme critério gráfico sugerido pelo ISO 5349. um dos eixos é dominante sobre os demais. como. Analisando esses limites. deverão ser adotados limites mais rigorosos. para a exposição ocupacional à vibração localizada (mão e braço). a nosso ver. Esse instrumento deve ser capaz de determinar a aceleração "rms" ponderada nos eixos x. a seguir. mostra o medidor de vibração acoplado a um acelerômetro triaxial. — utilizar luvas antivibração. nas áreas claramente relatadas. Se a mão do indivíduo está em contato direto com a superfície vibrante do punho do cabo. f) Medidas de Controle Mão e braço — Usar ferramentas com características antivibratórias. sendo a aceleração de maior magnitude a base da avaliação ocupacional. o transdutor deve ser fixado na estrutura vibratória. punho almofadado). O acelerômetro deverá ser posicionado no ponto onde a vibração entra na mão (ponto de acoplamento). Se a magnitude de vibração varia significativamente entre diferentes partes do cabo. A figura 5. y e z em m/s 2. então o valor máximo de um ponto que esteja em contato com a mão deve ser registrado. A medição da vibração deve ser realizada de acordo com os procedimentos e instrumentação especificados na norma ISO 5349.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ e) Equipamentos de medição O equipamento de medição da vibração geralmente consiste de um transdutor. As medições nos 3 eixos devem ser feitas na superfície das mãos. dispositivo amplificador e indicador de registrador de amplitude ou nível.HIGIENE OCUPACIONAL I . 68 . Se um elemento elástico está sendo usado entre a mão e a estrutura vibratória (por exemplo. onde a energia entra no corpo. é permitido o uso de um suporte adequado entre a mão e a superfície do material elástico. são colocados em contato. Ex. neste caso. c) Radiação Quando há transferência de calor sem suporte material algum.: aquecimento de um becker com água. —Evaporação—E. d) Evaporação É o processo de transformação de um líquido. bem como minimizar o acoplamento mecânico entre o trabalhador e a ferramenta vibratória. o processo é denominado radiação. — Radiação — R. a diferentes temperaturas.HIGIENE OCUPACIONAL I . mas.: radiação emitida por um forno elétrico. A energia radiante passa através do ar sem aquecê-lo apreciavelmente e aquecerá a superfície atingida. Ex. para o meio ambiente.: aquecimento de uma barra de ferro. passando.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ — executar práticas adequadas de trabalho que permitam manter as mãos e o corpo do trabalhador aquecidos. — implantar programa de supervisão médica. O calor transferido 69 . a) Condução É o processo de transferência de calor que ocorre quando dois corpos sólidos ou fluido que não está em movimento. O calor do corpo de maior temperatura transfere-se para o de menor até que haja um equilíbrio térmico. isto é. quando a temperatura dos corpos igualarse. ocorrem as seguintes trocas térmicas entre o ambiente e o organismo: — Condução/Convecção — C. — Metabolismo — M. A energia radiante passa através do vácuo ou de outros meios a uma velocidade que depende do meio. portanto. CALOR 1 — Conceitos básicos Quando o trabalhador está exposto a uma ou várias fontes de calor. Não é necessário diferença de temperatura para desenvolvimento do processo. para a fase gasosa. a transferência de calor realiza-se através de fluido em movimento. a determinada temperatura. b) Convecção É o processo de transferência de calor idêntico ao anterior. Ex. podendo-se. C = Calor ganho ou perdido por condução-convecção. No fenómeno de evaporação. afirmar que o sólido perderá calor para o meio ambiente por evaporação. 70 . e) Metabolismo É o calor gerado pelo metabolismo basal resultante da atividade física do trabalhador. cincos principais devem ser considerados na quantificação da sobrecarga térmica: — temperatura do ar.HIGIENE OCUPACIONAL I . dessa forma. 2 — Equilíbrio homeotérmico Os mecanismos de termorregulação do organismo têm como finalidade manter a temperatura interna do corpo constante. o líquido retira calor do sólido para passar a vapor.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ desta forma é chamado calor latente. diferenciando-se assim do que se transmite através de variação de temperatura. maior será o calor produzido pelo metabolismo. portanto. Ex. Quanto mais intensa for a atividade física.. —calor radiante. —velocidade do ar. definindo. 2. S = Calor acumulado no organismo (sobrecarga térmica).1 — Fatores que influem nas trocas térmicas entre o ambiente e o organismo A complexidade do estudo do calor reside no fato de haver diversos fatores variáveis. que é chamado calor sensível. R = Calor ganho ou perdido por radiação. —tipo de atividade. que influenciam nas trocas térmicas entre o corpo humano e o meio ambiente. A equação que descreve o estado de equilíbrio denomina-se balanço térmico: M±C±R-E=S Onde: M = Calor produzido pelo metabolismo. a severidade da exposição ao calor. sendo evidente que haja um equilíbrio entre a quantidade de calor gerado no corpo e sua transmissão para o meio ambiente. O organismo encontrar-se-á em equilíbrio térmico quando S for igual a zero. suor emanado após uma atividade física (jogar futebol). Dentre os inúmeros fatores que influenciam nas trocas térmicas. — umidade relativa do ar. E = Calor perdido por evaporação. b) Umidade relativa do ar Este parâmetro influi na troca térmica entre o organismo e o ambiente pelo mecanismo de evaporação. da quantidade de água presente numa determinada quantidade de ar. menor será a perda de calor por evaporação. tanto na condução e convecção como na evaporação. É importante verificar o sentido de transmissão de calor. favorecendo. o aumento de velocidade do ar sempre a favorecerá. Desse modo. o organismo ganhará calor por condução-convecção. desse modo. o sentido de transmisão de calor dependerá de defasagem positiva ou negativa entre a temperatura do ar e a temperatura da pele. isto é. a evaporação.HIGIENE OCUPACIONAL I . o organismo perderá valor por condução-convecção. e se a temperatura do ar for menor que a da pele. o aumento da velocidade do ar favorecerá a perda de calor do corpo para o meio. o fluxo de calor entre este e o ar. Se a temperatura do ar for maior que a da pele. é necessário que haja um gradiente de temperatura para que possibilite os mecanismos de troca térmica: condução. haverá substituição mais rápida das camadas de ar mais saturadas com água e substituição por outras menos saturadas. 71 . isto se a umidade relativa for 0%. Sabe-se que o organismo humano perde em média 600 kcal/h pela evaporação do suor. Quanto maior a umidade relativa (maior saturação de água no ar). A quantidade de calor ganha ou perdida é diretamente proporcional à defasagem entre as temperaturas. Quando há aumento de velocidade do ar no ambiente. dependendo se o gradiente de temperatura é positivo ou negativo. então. c) Velocidade do ar A velocidade do ar no ambiente pode alterar as trocas. caso contrário. No caso de evaporação. o corpo ganhará mais calor com o aumento da velocidade do ar. haverá aceleração da troca de camadas de ar mais próximas ao corpo. Se há maior velocidade do ar. convecção e radiação. Assim. Desse modo.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ a) Temperatura do ar Como foi observado anteriormente. aumentando. pois o aumento de velocidade do ar poderá favorecer ou desfavorecer o ganho de calor pelo organismo. se a temperatura do ar for menor que a do corpo. a perda de calor no organismo por evaporação dependerá de umidade relativa do ar. há consequências para o organismo que podem manifestar-se das seguintes formas: — Exaustão do calor: Com a dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor.HIGIENE OCUPACIONAL I . e para evitar esta hipertermia (aumento da temperatura interna do corpo) são colocados em ação alguns mecanismos de defesa. — Ativação das glândulas sudoríparas: Há aumento do intercâmbio de calor por mudança do suor do estado líquido para vapor.214 72 . 3. há uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral. 3 — Efeitos do calor no organismo Quando o calor cedido pelo organismo ao meio ambiente é inferior ao recebido ou produzido pelo metabolismo total (metabolismo basal + metabolismo de trabalho). NR-15.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ d) Calor radiante Quando um indivíduo encontra-se em presença de fontes apreciáveis de calor radiante. e) Tipo de atividade Quanto mais intensa for a atividade física exercida pelo indivíduo. parte do calor total ganho pelo organismo. quais sejam: — Vasodilatação periférica: Com o aumento do calor ambiental. Com a redução desta substância no organismo. o organismo ganhará calor pelo mecanismo de radiação. promovendo a exaustão do calor. — Cãibras de calor: Na sudorese. Caso a vasodilatação periférica e a sudorese não sejam suficientes para manter a temperatura do corpo em torno de 37°C. há perda de água e sais minerais. o organismo humano promove a vasodilatação periférica. — Choque térmico: Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo atinge determinado nível. principalmente o NaCI (cloreto de sódio). o organismo humano poderá perder calor pelo mesmo mecanismo. constituindo. — Desidratação: A desidratação provoca principalmente a redução do volume de sangue. portanto. Limites de tolerância Ver: Anexo III. tanto maior será o calor produzido pelo metabolismo. Caso não haja fontes de calor radiante ou se estas forem controladas. que coloca em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcionamento. da Portaria n. no sentido de permitir maior troca de calor entre o organismo e o ambiente. o organismo tende a aumentar sua temperatura. resultando numa baixa pressão arterial. poderão ocorrer espasmos musculares e cãibras. O principio de funcionamento é o mesmo. 4) Medidor eletrônico de calor Atualmente o uso de medidor de calor eletrônico vem substituindo os termômetros convencionais.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Instrumentos de medição 1) Termômetro de globo (Tg): O termômetro de mercúrio deve ser fixado no interior do orifício da rolha e ambos inseridos no globo. a fim de não se soltar durante o uso. umedecer o pano totalmente com água destilada e encher o erlenmeyer até a extremidade com água destilada. No momento da utilização do sistema. Além disso. A figura abaixo ilustra um medidor eletrônico de calor: 73 .HIGIENE OCUPACIONAL I . porém a precisão é maior. isoladamente. devendo ficar no mesmo plano horizontal. o bulbo do termômetro fique posicionado no centro da esfera. tg e tbs. após montado no globo. 2) Termômetro de bulbo úmido natural (Tbn): O termômetro de mercúrio deve ser montado na posição vertical revestido com uma camisa de algodão branca deverá envolver totalmente o bulbo de mercúrio. 3) Termômetro de bulbo seco (Tbs): Estes termômetros devem ser montados em um tripé. esses equipamentos fornecem os valores tbn. e o calculo do IBUTG. A posição relativa entre termômetro e rolha deve ser tal que. A rolha deve ser fixada no globo com certa pressão.5 cm. verificar que a distancia entre a extremidade do bulbo (revestido pela camisa) e a lâmina d’água destilada contida no erlenmeyer deve ser de 25 mm ou de 2. Na montagem. a automatização completa das operações eliminará o problema. obviamente. de preferência. constituindo medidas aplicáveis ao ambiente. Em determinadas situações. como todo agente ambiental. devem ser adotadas medidas aplicáveis ao trabalhador. as medidas devem visar. por razões de ordem técnica ou económica. Assim. acarreta a diminuição da sobrecarga térmica. ao fator que mais contribui para a sobrecarga térmica. A finalidade das medidas de controle é. a fim de minimizar o esforço físico do trabalhador. deve ser controlado primeiramente na fonte ou na trajetória. conforme a equação do equilíbrio homeotérmico: M±C±R=E 1) Metabolismo Muitas vezes é difícil influir sobre o calor produzido pelo metabolismo. Medidas relativas ao ambiente É necessária uma avaliação precisa de todos os fatores que atuam na sobrecarga térmica para que se possa minimizar a quantidade de calor que o organismo produz ou recebe. Não sendo possível este tipo de controle.HIGIENE OCUPACIONAL I . A mecanização (automatização) da operação. procurar diminuir a quantidade de calor que o organismo produz ou recebe e a possibilidade de dissipá-lo.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Medidas de controle O calor. 74 . O alumínio polido é muito eficiente para esta finalidade. com exaustão de ar quente. Deve ser salientada a importância da localização adequada dos ventiladores. 75 . em certos casos. a medida mais eficiente é a utilização de barreiras que reflitam os raios infravermelhos. Quando isso ocorre. reduzindo sua eficácia como medida de controle. A manutenção contínua das barreiras é de suma importância. a sobrecarga térmica a que está exposto pode. e nunca posicionadas atrás dele. 4) Evaporação Devem ser criadas condições que favoreçam a evaporação do suor e também auxiliem na manutenção do equilíbrio térmico. As barreiras devem ser localizadas entre o trabalhador e a fonte de calor. por intermédio das seguintes medidas: Redução da umidade relativa do ar— Nos casos de fontes localizadas de vapor d'água. favorecendo o fenômeno da evaporação. Se a insuflação de ar fresco é inviável. bem como filmes especiais que podem ser aplicados sobre o vidro comum com a mesma finalidade.HIGIENE OCUPACIONAL I . As condições ambientais podem ser modificadas. Existem limitações fisiológicas (no máximo 1 litro de suor/hora ao que corresponde a uma perda por evaporação de 2400 BTU/h ou 605 kcal/h). recomenda-se ventilação local exaustora. Se o trabalhador permanecer entre a fonte de calor radiante e a barreira. sofrer aumentos significativos. Nos casos em que é necessária a visão através da barreira. conseqüentemente. (máxima capacidade evaporativa da pele). em certos casos. 3) Radiação A redução deste fator é de grande importância para a diminuição da sobrecarga térmica. com velocidade adequada e. pois a ação de produtos químicos agressivos faz com que elas percam a propriedade de reflexão. tornando-se fontes emissoras de calor radiante e. além das ambientais para a perda de calor por este processo. existem vidros especiais que refletem os raios infravermelhos. o aumento da velocidade do ar pode ser obtido pela simples circulação do ar feita por ventiladores.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2) Convecção A redução da temperatura do ar diminui este fenômeno. elas passam a absorver a radiação incidente. e isso é conseguido por meio de insuflação de ar fresco. aumentando a Emáx. Para reduzir o calor radiante. a fim de evitar que circule ar das zonas mais quentes para as zonas adjacentes mais frias. mesmo que visem à proteção de outros indivíduos. com velocidades apropriadas. relaciona algumas medidas que podem ser adotadas com os correspondentes fatores alterados produzidos pelo metabolismo: Medidas relativas ao homem Na solução de um problema de higiene industrial. às vezes.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Aumento na movimentação do ar— O aumento da velocidade do ar favorece a evaporação do suor. Esta medida é de fundamental importância na prevenção dos riscos decorrentes da exposição ao calor intenso. no entanto. devem ser consideradas. que podem ser bastante eficazes. Há uma série de medidas que podem ser aplicadas diretamente ao trabalhador. uma vez que o ganho de calor por convecção poderá contribuir para o aumento da sobrecarga térmica. 76 . as únicas medidas aplicáveis são as relativas ao pessoal. Dentre elas. esta medida deverá ser estudada cuidadosamente quando a temperatura for superior a 35.0°C. sendo complementadas. destacam-se: 1) Aclimatização A aclimatização do calor constitui uma adaptação fisiológica do organismo a um ambiente quente. as medidas relativas ao ambiente. A aclimatização será total em. ou seja. a seguir. pelas medidas relativas ao pessoal. em primeiro lugar. É importante mencionar que a perda de cloreto de sódio pela sudorese será menor no indivíduo aclimatizado. duas semanas. com o objetivo de minimizar a sobrecarga térmica. aproximadamente. Em determinados casos. por razões de ordem técnica.HIGIENE OCUPACIONAL I . ocorre o equilíbrio dos sais numerais nas células do corpo. O quadro. deficiências glandulares (principalmente glândulas sudoríparas). Tais exames permitem selecionar um grupo adequado de profissionais que reúna condições para executar tarefas sob o calor intenso. A orientação quanto à prática correta de suas tarefas pode. deve-se promover um reestudo dos procedimentos de trabalho. educando-o quanto ao uso correio dos equipamentos de proteção individual. Quando os tempos de exposição não forem compatíveis com as condições de trabalho observadas. alertando-o sobre a importância de asseio pessoal e promovendo a utilização e manutenção correia das medidas de proteção no ambiente. etc. 3) Exames médicos Recomenda-se a realização de exames médicos pré-admissionais com a finalidade de detectar possíveis problemas de saúde que possam ser agravados com a exposição ao calor. Deve-se.HIGIENE OCUPACIONAL I . hipertensão. sendo que algumas possuem sistema de ventilação acoplado.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2) Limitação do tempo de exposição Esta medida consiste em adotar um período de descanso. Exames periódicos também devem ser realizados com a finalidade de promover um contínuo acompanhamento dos trabalhadores expostos ao calor. existem diversos tipos de vestimentas para o corpo inteiro. Deve-se conscientizar o trabalhador sobre o risco que representa a exposição ao calor intenso. fazer uma escolha adequada. por exemplo. visando a reduzir a sobrecarga térmica a níveis compatíveis com o organismo humano. objetivando-se ao maior grau de eficiência e conforto. Para situações de exposições críticas. portanto. Como se pode observar no índice analisado (IBUTG). tais como problemas cardiocirculatórios. As vestimentas dos trabalhadores devem ser confeccionadas com tecido leve e de cor clara. no sentido de determinar um regime de trabalho-descanso que atenda aos limites recomendados. 4) Equipamentos de proteção individual Existe no mercado uma grande variedade de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os mais diversos usos e finalidades. 5) Educação e treinamento São de fundamental importância a educação e o treinamento dos trabalhadores expostos ao calor intenso. problemas de pele. a fim de identificar-se estados patológicos em estágios iniciais. 77 . a limitação do tempo de exposição é medida de controle sempre presente. evitar esforços físicos desnecessários ou longo tempo de permanência próximos à fonte. apresentar-se-á quando o valor de S for inferior a zero. — velocidade do ar. tais como frequência do pulso. segundo a equação anterior. pressão arterial e taxa metabólica. Em contrapartida. Deve-se proteger os trabalhadores do submetimento ao frio. C = Calor ganho/perdido por condução/convecção. é a queda da temperatura profunda do corpo. O desequilíbrio térmico (exposição ao frio). o fluxo sanguíneo é reduzido na mesma proporção que o abaixamento da temperatura. Esses fatores influenciam no equilíbrio homeotérmico do corpo. ou seja. O aspecto mais importante na hipotermia. ou seja. numa diminuição gradual de todas as atividades fisiológicas. R = Calor ganho/perdido por radiação. o corpo estará perdendo calor para o ambiente. Efeitos do frio no organismo O vasoconstrição periférico é a primeira resposta do organismo para tentar realizar uma regularização entre perda e ganho de calor. e que poderá trazer a morte. E = Calor perdido por evaporação. podendo ocorrer a hipotermia.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ FRIO Equilíbrio homeotérmico Conforme demonstrado anteriormente no item calor. Esse abaixamento acarretará. quando a temperatura corpórea chega a 35°C. de modo que a temperatura profunda do corpo não caia a menos de 36°C. de acordo com a seguinte equação: M±C±R-E=S Onde: M = Calor produzido pelo metabolismo.HIGIENE OCUPACIONAL I . as trocas térmicas entre o organismo e o ambiente dependem de: —temperatura do ar. S = Calor no núcleo do organismo. — variação do calor radiante. o corpo reage de forma que o indivíduo começa a tremer compulsivamente para produzir calor 78 . conseqüentemente o indivíduo pode entrar em sonolência e posterior coma. que poderão ocorrer devido à exposição ao frio intenso. até o presente momento. vários outros estados patológicos. Além disso. Além disso. o indivíduo adquire o quadro de hipotermia. a ACGIH estabelece limites para exposição a este agente em função da velocidade do ar. Limites de tolerância Pouco se conhece sobre a quantificação do frio. e as células cerebrais deprimem-se. embora os mesmos fatores ambientais analisados no estudo do calor influam na intensidade da exposição ao frio. o frio interfere na eficiência do trabalho e incidência de acidentes. ob-tendo-se índice de temperatura equivalente de resfriamento. zona climática onde atua o trabalhador e fornece a máxima exposição diária permissível. Tem-se construído modelos engenhosos que procuram simular o processo que envolve a perda de calor.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ (aumento da atividade muscular). — Pés de imersão: quando os trabalhadores permanecem com os pés umedecidos ou imersos em água fria por longos períodos. paralisação dos pés e pernas. Além dos limites estabelecidos pela ACGIH. mas em condições adequadas proporcionam informações úteis. podem afetar o trabalhador. destacam-se: — Enregalamento dos membros. de acordo com o estabelecido no art. produzindo estagnação do sangue. além de desencadear inúmeras doenças reumáticas e respiratórias. que leva em consideração a temperatura de bulbo seco. temperatura e tipo de atividades.HIGIENE OCUPACIONAL I . num período de 4 (quatro) horas. Se isto não for suficiente para produzir o calor necessário. poderá ser utilizado como parâmetro o quadro abaixo. conhecidos como lesões do frio. No entanto. o corpo continuará a perder calor e. rachaduras e necrose. realizando-se experiências no interior de câmaras frias. como veremos no item seguinte. 253 da CLT. por volta dos 29"C. Embora a legislação brasileira não fixe limites de tolerância para exposição ao frio. 79 . em função de velocidade do ar. que poderá levar à gangrena e amputação destes. temperatura de bulbo seco. bolhas. — Ulcerações do frio: feridas. valor este que determina o grau de risco da exposição. Além da hipotermia. a ACGIH estabelece alternância trabalho/descanso. todos os índices de stress por frio têm limitações. ou seja. o hipotálamo perde sua capacidade termorreguladora. Dentre eles. deverão ser realizados exames médicos periódicos para controle e verificação. o trabalhador deve ter em mente que será necessário intercalar períodos de descanso em local termicamente superior ao local frio. se é fumante. se já sofreu lesões por exposição ao frio.HIGIENE OCUPACIONAL I . com antecedência. de problemas da exposição ao frio. deve-se realizar exames médicos pré-admissionais para se conhecer o histórico ocupacional do indivíduo e saber se este é portador de diabetes. 3) Regime de trabalho Quando a exposição ao frio é intensa. se apresenta problema no sistema circulatório. de forma que mantenha uma resposta termorreguladora satisfatória do corpo humano.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2) Vestimentas de trabalho É necessário que o isolamento do corpo pela vestimenta de trabalho seja satisfatório e que a camada de ar compreendida entre a pele e a roupa elimine parcialmente a transpiração para que haja uma troca regular de temperatura. deverão expor-se a trabalhos sob frio intenso. Rotineiramente. 4) Exames médicos Na seleção de pessoal para execução de trabalhos em locais de frio intenso. Tais trabalhadores. etc. em hipótese alguma. epilepsia. alcoólatra. 80 . Em sua forma mais simples. doenças de pele.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 5) Educação e treinamento Todo trabalhador que for executar atividades sob frio intenso deverá ser instruído sobre os riscos nesta condição. avental). doenças circulatórias. A radiação eletromagnética pode atuar como partículas discretas de energia (quantum). colocação de estrados de madeira. As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas. com umidades excessivas.HIGIENE OCUPACIONAL I . Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho. a radiação eletromagnética consiste em ondas elétricas vibratórias que se transladam no espaço acompanhadas por um campo magnético vibratório. capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores. com frequências elevadas e comprimentos de onda menores.) e rotinas de trabalho (tempo/local de trabalho x tempo/local de descanso). águas correntes. O espectro eletromagnético engloba desde a radiação ionizante de grande energia. As características das radiações eletromagnéticas são a frequência. A temperatura do corpo pode baixar quando um indivíduo se encontra em condições de umidade e provocar também a hipotermia e o amolecimento da pele. Perto ou no local das atividades. comprimento de onda e energia. A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório. etc. tendo o quantum um valor definido de energia e momento. ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o fornecimento do EPI . com as características de um movimento ondulatório. UMIDADE A umidade está presente em ambientes que possuem áreas alagadiças. quedas. etc. a 81 .luvas de borracha. entre outras. águas represadas. Antes da terminação do perigo que um ambiente pode apresentar é preciso efetuar as devidas medições para a comprovação do ambiente úmido. são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de controle – NR 15 – anexo nº 9. RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES Conceituação O espectro eletromagnético é um conjunto de todas as formas de energia radiante. luvas. bem como ser treinados quanto ao uso de proteções adequadas (vestimentas. botas de borracha cano longo. que não têm carga elétrica nem massa. podemos distinguir diferentes regiões espectrais. já que os riscos produzidos por eles são similares aos da radiação não ionizante. microondas e radiofreqüências. À medida que diminui o nível de energia das partículas incidentes. Normalmente a emissão de uma radiação ionizante estará acompanhada de outras radiações. e nêutrons. com baixas frequências e comprimentos de onda maiores.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ radiações não ionizantes.HIGIENE OCUPACIONAL I . conforme esquema abaixo: As radiações não ionizantes englobam: radiação ultravioleta. raios y. devido à sua natureza ondulatória e alta freqüência. No espectro eletromagnético. tais como os raios x e y. são partículas o. laser. isto é. B. As radiações ionizantes englobam: raios x. A região não ionizante do espectro eletromagnético é aquela onde a energia das partículas incidentes é insuficiente para desalojar elétrons dos tecidos do corpo humano. com massa e carga definidas. Podem incluir-se os ultrasons. Outras radiações ionizantes têm natureza corpuscular. Parte das radiações ionizantes está incluída no espectro eletro-magnético. radiação visível e infravermelha. cessa a ionização. partículasa. 82 . 2) Radiação visível A radiação visível engloba a região do espectro entre 400 e 750 nm. poderão ocorrer alterações no sistema hematopoiético (perda de leucócitos. na peie (inflamação. pode ser remetida. produzindo efeitos fotoquímicos e térmicos.HIGIENE OCUPACIONAL I . transmitida ou absorvida e produzir reações fotoquímicas e efeito biológico do tipo térmico. interferência no crescimento celular. nos olhos. A resposta dos diferentes órgãos e tecidos à radiação é variável. perda de elasticidade da pele. As radiações UV-B e C penetram unicamente na epiderme e as UV-A podem atingir a derme. podendo produzir lesões em terminações nervosas. anemia). 83 . queratose actínica e até mesmo câncer de pele. e no fígado (hepatite de radiação). eritemas. podendo ser remetida. O grau de penetração da R-UV depende do comprimento de onda e do grau de pigmentação da pele. causando queimaduras e aumento de pigmentação da pele. transmitida ou absorvida pelo organismo. tanto com o tempo de aparecimento como na gravidade dos sintomas. b) Radiações não ionizantes 1) Radiação ultravioleta Quando incidente sobre o organismo. A exposição a altos níveis de brilho pode produzir perda da acuidade visual. diminuição ou supressão de secreções). desde a luz visível até as microondas e. são absorvidas pela córnea e cristalino. devido a seu baixo poder energético. Assim. A ação mais frequente das R-UV sobre os olhos é a fotoqueratose. no sistema reprodutor (redução da fertilidade ou esterilidade). eritema e descamação).Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Efeitos no organismo a) Radiações ionizantes Os efeitos das radiações ionizantes podem ser somáticos (não se transmitem hereditariamente) ou genéticos (transmitem-se hereditaria-mente). Os efeitos das R-UV podem ser escurecimento da pele. diminuição do número de plaquetas. As lesões pela exposição a esta radiação podem aparecer na pele e olhos. 3) Radiação infravermelha A radiação infravermelha engloba parte do espectro. no sistema cardiovascular (pericardites). com relação aos olhos. no sistema urinário (fibrose renal). no aparelho digestivo (inibição da proliferação celular. produz unicamente efeitos térmicos. fadiga ocular e ofuscamento. pigmentação retardada. lesões e opacidade na córnea. e seus efeitos no organismo dependerão da capacidade de absorção da matéria e da intensidade dos campos elétricos e magnéticos que se produzem no seu interior. 5) Laser A palavra laser é um acrônimo de LightAmplification byStimulated Emission of fíadiation.HIGIENE OCUPACIONAL I . fluorescentes e mistas. Os riscos em operações com lasers dependem do tipo de laser e das características do entorno de trabalho. produzindo no interior da matéria campos magnéticos com efeitos térmicos. 84 . Existem quatro tipos de classes de lasers. em geral. As microondas encontram-se na região do espectro eletromagnético entre 1 e 1000 nm e as radiofreqüências entre 1 e 3 m. resultando outra onda perfeita. As emissões estimuladas produzem uma superposição de ondas. análises laboratoriais. lâmpadas incandescentes. As microondas superiores a 3000 MHz são facilmente absorvidas pela pele e as de menor frequência podem penetrar na superfície externa da pele. quanto maior a frequência. arcos de soldagem. menor será o perigo. b) Radiações não ionizantes 1) Radiação ultravioleta A principal fonte natural é o sol e as artificiais são as lâmpadas de vapor de mercúrio. De maneira geral. muito estrita e de larga duração. sendo os de classe l menos perigosos e os de classe IV mais perigosos. variando os efeitos adversos produzidos em diferentes regiões espectrais. segundo os possíveis perigos. radiografia industrial. existe um aumento da temperatura corporal que dependerá de qual parte do corpo foi exposta. mesmo assim podem atingir de maneira pequena a pele.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 4) Microondas e radiofreqüências Possuem poder energético muito baixo. Ocorrências a) Radiações ionizantes As radiações ionizantes são largamente utilizadas na medicina para diagnósticos médico e odontológico e tratamento de doenças. Os riscos da radiação /aserestão limitados aos olhos. para medição de nível de silos. e em atividades industriais. de hidrogénio e deutério. entre outros. mas uma capacidade de penetração grande. densidade de polpas. As fontes de MO e RF artificiais podem estar presentes nas estações de rádio e televisão. ultravioletas e /aser. 3) Radiação infravermelha A principal fonte natural é o sol e dentre as artificiais podemos citar os corpos incandescentes e superfícies muito quentes. ou daquela que venha a substituí-la. os princípios. fluorescentes. 12/88.01. 4) Microondas e radiofreqüências A radiação de microonda e radiofreqüência produz-se de forma natural. aprovada. fusão e esterilização. não estabelece limites de tolerância para esse tipo de radiação. Portaria n. 3. conforme transcrição a seguir: "1) Para os efeitos desta norma. tubos de néon. embora de intensidade muito baixa. b) Radiações não ionizantes O Anexo Vil da NR-15. Limites de tolerância a) Radiações ionizantes O Anexo V da NR-15. os limites de tolerância. as obrigações e controle básicos para a proteção do homem e do meio ambiente.214. além de fornos de microondas e equipamentos utilizados em processos de soldagem. radares e sistemas de telecomunicação. as lâmpadas incandescentes. em caráter experimental.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2) Radiação visível Podem ser de origem natural (sol) e artificial (lâmpadas e corpos incandescentes e arcos de soldagem. são radiações não ionizantes as microondas. 85 . 3. as chamas. principalmente pela eletricidade atmosférica. estabelece que nas atividades ou operações em que os trabalhadores ficam expostos a radiacoes ionizantes. que é estática.214/78. 5) Laser Os equipamentos a laser são utilizados no tratamento de doenças e em cirurgias. pela Resolução CNEN n. entre outros). fluorescentes ou descargas de alta intensidade. Portaria n. de julho de 1988. são os constantes da Norma CNEN-NE 3. contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante.HIGIENE OCUPACIONAL I . caracterizando a insalubridade pela avaliação qualitativa. Portaria n. a seguir. descargas gasosas e em vapor.214/78. evitando sempre qualquer exposição desnecessária à radiação. em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. a) Radiações ionizantes A ACGIH estabelece limites de tolerância para as radiações ionizantes determinando doses efetivas e equivalentes anuais em função da parte do corpo atingida. serão consideradas insalubres. tabela especificando o tempo máximo de exposição diária em função de irradiância efetiva. fontes incandescentes e fluorescentes e radiação solar. 86 . Faremos. porém não se aplicam a lasers. As radiações ionizantes incluem radiação corpuscular e radiação eletromagnética com energia superior a 12. estabelece limites de tolerância para radiações ionizantes e não ioni-zantes em suas diferentes formas. correspondendo a um comprimento de onda inferior a aproximadamente 100 nm. amplia o conceito incluindo nessa classificação o infra-som e o ultra-som. devendo o leitor consultar a ACGIH para aprofundarse no assunto.4 elétrons-volts (eV)." Já a NR-9. incluindo. cujos valores-limites são aceitos internacionalmente. um breve comentário sobre os limites propostos. b) Radiações não ionizantes 1) Radiação ultravioleta Os limites estabelecidos pela ACGIH referem-se à radiação ultravioleta da região espectral entre 180 e 400 nm. Critério ACGIH A ACGIH. diferentemente da NR-15. não restringe as radiações que serão consideradas não ionizantes. ainda. sem a proteção adequada. 3) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra (ultravioleta na faixa 400-320 nanômetros) não serão consideradas insalubres. ao contrário. para exposição no período de 8 (oito) horas. Há. os valores para exposição ocular e da pele aplicam-se à R-UV oriundas de arcos.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2) As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não ionizantes.HIGIENE OCUPACIONAL I . Os limites de tolerância são fixados em função do comprimento de onda e eficiência espectral. ainda. 3. o ultra-som. 5) Campos magnéticos estáticos As exposições ocupacionais de rotina não devem exceder a 60 militesla (mT). 4) Laser Os lasers têm um rótulo afixado pelo fabricante. com comprimentos de onda compreendidos entre 400 e 3000 nm. e são dados em termos de raiz média quadrática (ms) da intensidade de campos elétricos (E) e magnéticos (H) de densidade equivalente de potência para ondas planas em espaço livre (S) e de correntes induzidas (l) no corpo. as quais possam estar associadas com a exposição a tais campos como função da frequência f. e representam condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa ser exposta sem efeitos adversos à saúde. aplica-se a exposição ocorrida em qualquer jornada de trabalho de 8 (oito) horas e requer o conhecimento da radiância espectral e irradiância total da fonte. equivalente a 600 graus (G) corpo inteiro ou 600 mT (6000 G) para os membros. 87 .HIGIENE OCUPACIONAL I . medidas na posição dos olhos do trabalhador. Os limites de tolerância são apresentados na ACGIH em gráficos de limite para visão de irradiância. Normalmente não é necessário determinar as ir-radiâncias do laser ou as exposições radiantes para comparação com os limites de tolerância. o qual descreve a subclasse de risco. Na prática. 3) Microondas e radiofreqüências Os limites de tolerância estabelecidos referem-se à radiação de radiofreqüéncia (RF) e microonda nas faixas de frequência entre 30 qui-lohertz (kHz) e 300 gigahertz(GHz). Os valores-teto são 2T para corpo inteiro e 5T para os membros. Como parâmetro para o limite de exposição ocular ocupa-cional próximo de banda larga. sobre uma base diária. duração da exposição e comprimento de onda. Os limites de tolerância estão especificados em tabelas e gráficos em função dos parâmetros acima citados.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2) Radiação visível e infravermelho próximo Os limites de exposição referem-se a valores para radiação visível e infravermelho próximo. em megahertz (MHz). os riscos para os olhos e pele podem ser controlados pela adoção de medidas de controle apropriadas para cada classificação de laser. média ponderada no tempo. Os valores-teto devem ser verificados através da utilização de um medidor de nível de pressão sonora com resposta lenta e bandas de um terço de oitava. entre outras. são: 1) Radiação ionizante — controle da distância entre o trabalhador e a fonte. A ACGIH estabelece ainda limites de tolerância para o ultra-som. A 30 kHz o limite de tolerância é de 0. não sofreria efeitos adversos em sua capacidade auditiva e compreensão de conversação. para exposições localizadas e de corpo inteiro. os medidores são específicos para cada tipo de radiação (microondas. Os limites de exposição para 8 (oito) horas são uma extensão dos limites de exposição para o ruído. Avaliação das radiações A radiação ionizante pode ser avaliada no ambiente utilizando-se o contador Geiger ou. — blindagem.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 6) Campos magnéticos de subfreqüência Os limites de exposição referem-se a amplitudes de fluxo magnético (B) de campos magnéticos de subfreqüência na faixa de frequência de 30 kHz e abaixo. às quais se acredita que a maioria dos trabalhadores pode estar repetidamente exposta sem efeitos adversos à saúde. Já para radiação não ionizante. Para frequências abaixo de 300 Hz. o limite de tolerância para extremidades do corpo pode ser aumentado por um fator de 10 (dez) para mãos e 5 (cinco) para braços e pernas. se repetidamente exposta a essas condições. Os limites foram estabelecidos de modo que a maioria dos trabalhadores.2 mT para frequências na faixa entre 300 Hz e 30 kHz. — limitação de tempo de exposição.HIGIENE OCUPACIONAL I . incluído na NR9 como sendo radiação não ionizante. As exposições ocupacionais não devem exceder a intensidade de campo de 25 KV/m de OHZ(DC) a 100 Hz.2 mT. individualmente. compreendendo campos elétricos de subradiofreqüência e campos eletrostáticos. É também estabelecido valor-teto de 0. o qual corresponde a uma intensidade de campo magnético de 160 A/m. com os dosímetros de filmes de bolso. que representam as condições em que a maioria dos trabalhadores possa ser exposta repetidamente sem efeitos adversos à saúde. laser e ultravioleta). Medidas de controle As medidas de controle das radiações. 7) Subfreqüéncia (30 kHz e abaixo) e campos eletrostáticos Os limites de tolerância referem-se às magnitudes máximas de campo não protegido no local de trabalho. 88 . que consideram 8 (oito) horas para 85 dB(A). EXISTEM DOIS TIPOS DE PRESSÕES ANORMAIS. mão e outros. (coceira na pele. — limpeza adequada do ambiente de trabalho. vômitos. — sinalização. — controle médico. luvas protetoras. hemorragias pelo ouvido e ruptura do tímpano) •Hiperbárica: quando o homem fica sujeito a pressões maiores que a atmosférica. — exames médicos. são pertinentes às atividades de construção submarina. etc. — sinalização. CAUSADAS PELA VARIAÇÃO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA: •PRESSÃO HIPERBÁRICA •PRESSÃO HIPOBÁRICA. roupas apropriadas para proteção do braço. PRESSÕES ANORMAIS Pressões anormais são aquelas acima das existentes ao nível do mar. — equipamentos de proteção individual. dores musculares. 4) Laser — EPI: protetores para os olhos. Estas situações ocorrem a elevadas altitudes. Na construção de túneis e outros trabalhos executados sob o nível do mar pode-se prever a infiltração de água. — uso de barreiras. — treinamento. 2) Microondas — enclausuramento das fontes. — sinalização. 89 . tórax.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ — impedir que fontes radioativas atinjam vias de absorção do organismo. roupas. •Hipobárica: quando o homem está sujeito a pressões menores que a pressão atmosférica. escudo. — uso de barreiras. Isto se dá porque as adaptações não são hermeticamente fechadas. ou seja. tais como óculos com lentes filtrantes. — exames médicos. — blindagem. processos de mergulho. 3) Radiação ultravioleta — uso de barreiras.HIGIENE OCUPACIONAL I . (mergulho e uso de ar comprimido). isto é. São usados na construção de pontes e barragens. possibilitando o trabalho. Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos. QUE PERMITE EQUILIBRAR A ADEQUAÇÃO DO CORPO HUMANO À PRESSÃO Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais. No Brasil. e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do caixão. rios. A exposição a pressões anormais. exige legislação específica (NR-15 – anexo nº 6) a ser obedecida. compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares. pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte. são raros os trabalhadores expostos a este risco.HIGIENE OCUPACIONAL I .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ MODELO DE CÂMARA HIPERBÁRICA. Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. máquinas de perfuração. Por ser uma atividade de alto risco. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido. Ex: caixões pneumáticos. 90 . geralmente. uso de roupas adequadas. em contato com o homem podem provocar inúmeras doenças. limpeza pública (coleta de lixo).Grupo 2 – Os que podem causar doenças ao homem e constituir perigo aos trabalhadores. digestiva (ingestão de alimentos) e respiratória (aspiração de ar contaminado). Para que uma substância seja nociva ao homem é necessário que ela entre em contato com seu corpo. protozoários.  treinamento.Grupo 3 – Os que podem causar doenças graves ao homem e constituir um sério perigo aos trabalhadores. vírus. FEBRE AMARELA etc.Os que apresentam baixa probabilidade de causar doenças ao homem. para as quais. São considerados como agentes biológicos os bacilos. hospitais. fungos.Grupo 4 – Os que causam doenças graves ao homem e que constituem um sério perigo aos trabalhadores.  higiene rigorosa nos locais de trabalho.  hábitos de higiene pessoal. AGENTES BIOLÓGICOS Agentes Biológicos são microrganismos que. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais agentes. insetos e ofídios peçonhentos. com elevadas possibilidades de propagação na coletividade e. relaciona as atividades que envolvem agentes biológicos.  uso do E. geralmente. com risco de se propagarem na coletividade e existindo. . meios eficazes de profilaxia ou tratamento.Grupo 1 . (Equipamento de Proteção Individual). É o caso das indústrias de alimentação. Para que estas doenças possam ser consideradas DOENÇAS PROFISSIONAIS é necessário que haja exposição do funcionário a estes microorganismos. parasitas. cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa. sendo diminuta a probabilidade de se propagar na coletividade e para as quais existem. I. 91 . bem como as aranhas. Medidas preventivas: É necessário que sejam tomadas medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas. laboratórios etc. P.  Adotar procedimentos de biossegurança e recomendações constantes na NR 32. profilaxia e tratamento eficaz. MALÁRIA. Classificação dos agentes biológicos de acordo com a NR 32 – Anexo I: . Existem diferentes vias de penetração no organismo humano com relação à ação dos agentes biológicos: cutânea (através da pele). Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microorganismos incluem se: TUBERCULOSE. A NR 15 – anexo nº 14 – Agentes Biológicos.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 3. não existem geralmente meios eficazes de profilaxia ou de tratamento. . Entram nesta classificação também os escorpiões.  vacinação.HIGIENE OCUPACIONAL I .  controle médico permanente. bactérias. BRUCELOSE. . tais como salas de controle. laboratórios. norma brasileira registrada no INMETRO. escritórios. conforme tabela que se segue: 92 . estabelece níveis de ruído para conforto em ambientes diversos. salas de desenvolvimento ou análise de projetos. entre outros.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 4. escritórios. b) índice de temperatura efetiva entre 20°C (vinte graus centígrados) e 23°C (vinte e três graus centígrados). tais como salas de controle. para as atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes. serão analisados cada agente ambiental mencionado pela norma. porém não apresentam equivalência com a NBR 10152. d) umidade relativa do ar não inferior a 40% (quarenta por cento). A NBR 10152 da ABNT.75 m/s. Nos locais onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes. c) velocidade do ar não superior a 0. A seguir. RISCOS ERGONÔMICOS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO A NR-17 estabelece que as condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. salas de desenvolvimento ou análise de projetos. o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. norma brasileira registrada no INMETRO. laboratórios. são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152.HIGIENE OCUPACIONAL I . entre outros. Ruído Segundo a NR-17. item 1. que se encontra regulamentado na NR-15. como mostrado n. Observa-se que os limites para conforto são estabelecidos por curvas de compensação A e NC. contudo. figura 1. 93 . A curva NC é especifica para o conforto e exige a avaliação do nível de ruído nas freqüências em banda de oitava. necessariamente. a não-conformidade não gera adicional de insalubridade. a NR-17 determina que esta deve ser feita nos postos de trabalho próximos à zona auditiva. e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.HIGIENE OCUPACIONAL I .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Notas: a) O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto. 178. b) Níveis superiores aos estabelecidos nesta tabela são considerados desconfortáveis sem. enquanto o valor superior significa o nível sonoro aceitável para a finalidade.o Capítulo III. sendo o instrumento utilizado o mesmo medidor de nível de pressão sonora.3. Convém ressaltar que os níveis estabelecidos pela NR-17visam ao conforto nos ambientes de trabalho. implicar em riscos de dano à saúde. p. conforme se segue: Com relação à metodologia de avaliação. A curva de compensação A representa os níveis de ruído ponderado nas freqüências. de forma que evite interferência do ruído de fundo. entre outras. sendo sua medição realizada com os seguintes instrumentos: a) Psicrômetro Este instrumento consiste em 01 (nm) termômetro de bulbo úmido e outro de bulbo seco. enclausuramento de salas. por exemplo. substituição de equipamentos.HIGIENE OCUPACIONAL I . uma impressora matricial pela jato de tinta. Temperatura efetiva/umidade relativa/velocidade do ar 1) Temperatura efetiva Este índice era adotado até 1978 para caracterização de insalubridade. tendo sido substituído pelo índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo — IBUTG. Estas medidas em geral são adotadas no ambiente. montados paralelamente em um suporte giratório. O índice de temperatura efetiva é apropriado para verificação do conforto térmico. conforme mostra a figura a seguir: 94 . os níveis de ruído superiores aos previstos na NR-17 exigem medidas de controle. tais como isolamento. que é mais adequado para avaliação ocupacional do calor.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Entretanto. como. Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ c) Anemômetro Este instrumento é utilizado para medição da velocidade do ar com a utilização de um anemômetro ou termoanemômetro.HIGIENE OCUPACIONAL I . obtém-se o índice de temperatura efetiva no ábaco que se segue: Exemplo: Numa avaliação de temperatura. foram obtidos os seguintes dados: Tbu = 25ºC Tbs = 30°C V = 0.5 m/s 95 . conforme mostra a figura abaixo: Com os dados de temperatura de bulbo úmido (tbn). temperatura de bulbo seco (tbs) e velocidade do ar. conforme figura que se segue: Observa-se pela carta psicrométrica que. a umidade relativa do ar é igual a 21. 2) Velocidade e umidade do ar A velocidade do ar é obtida diretamente com anemômetro ou termoanemômetro. com estes dados.0%.9ºC.5°C.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Entretanto. conforme marcado no ábaco.3 da NR-17 dispõe: 96 . o índice de temperatura efetiva é igual a 26. a umidade é obtida através da carta psicrométrica. nos ambientes de trabalho a velocidade do ar não poderá ser superior a 0.5. De acordo com a NR-17.0ºC e temperatura de bulbo úmido de 23. Com os valores das temperaturas do bulbo úmido e bulbo seco.75 m/s.3. Com relação à umidade do ar. pode ser obtida utilizando-se os mesmos parâmetros do índice de temperatura efetiva. para temperatura de bulbo seco de 43. Iluminação Avaliação dos níveis de iluminamento 1) Níveis mínimos de iluminação O subitem 17.HIGIENE OCUPACIONAL I . conforme mostrado anteriormente. ....................... norma brasileira registrada no INMETRO...................... de modo mais prático.................500 lux — Salas de datilografia . Os tipos variam segundo o material sensível empregado..................200 lux — Limpeza e acabamento... A figura abaixo ilustra um luxímetro: 97 .................................... dão resultados satisfatórios............................HIGIENE OCUPACIONAL I .......... A NBR 5413 estabelece níveis mínimos de iluminação em lux para diversas atividades.... Estes aparelhos recorrem em geral ao efeito fotoelétrico característico de certos metais ou óxidos metálicos........................................... pêlos luxímetros que..................500 lux — Recinto das estantes ................................... tais como: BANCOS — Atendimento ao público.................. embora não muito precisos...... 1000 lux USINAS DE AÇO — Forjas ...........................200 lux Portanto................................................................................ os leitores devem consultar a referida norma..................... quando da avaliação de iluminamento.....................................................300 lux FUNDIÇÕES — Área de carregamento e enchimento .............Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413........ 150 lux BIBLIOTECAS — Sala de leitura..........................500 lux — Sala de recepção... 150 lux — Moldagem grosseira .............. b) Aparelhos de medição/metodologia O iluminamento é medido por aparelhos comparadores.................... por fotômetros portáteis e................................ 200 lux — Inspeção (material de precisão). Assim. a fim de atingir o nível de iluminamento necessário.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17. para obter-se uma boa iluminação é necessário observar o seguinte: 1) Quantidade de luminárias Deve ser instalado o número adequado de luminárias.4. menor percentual de refugos. Medidas corretivas A iluminação adequada dos locais de trabalho é importante. este será um plano horizontal a 0. para qualquer superfície nela situada. se exige condições de iluminamento apropriadas ao trabalho visual a ser realizado. utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência (subitem 17.75 m (setenta e cinco centímetros) do piso (subitem 17.3.HIGIENE OCUPACIONAL I .3.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5). levando-se em consideração todas as variáveis do ambiente que influem nesta. de forma que se aproveite ao máximo o fluxo luminoso.5.3. É importante posicionar as luminárias de acordo com o layout. pois proporciona maior velocidade na observação dos detalhes. menor cansaço visual.3. melhor conforto e eficiência na execução das tarefas.5. A quantidade de luminárias necessárias é determinada através da elaboração de iluminação. O campo de trabalho é toda região do espaço onde.5.4). 98 .5. 99 . Superfície Teto Paredes Mesas e bancadas Máquinas e equipamentos Pisos Refletância Recomendada 80% 60% 35% 25% a 30% 15% Definição de refletância: Define-se refletância de uma superfície como sendo a percentagem de luz refletida do total incidente sobre esta superfície. máquinas. devendo ser adequada ao arranjo físico do local. paredes.HIGIENE OCUPACIONAL I . A reforma das luminárias ou substituição de lâmpadas queimadas ou com defeito são indispensáveis para manutenção da boa iluminação. quadro com refletância de determinadas cores de tetos e paredes: Refletância Teto Branco – 75% Parede Clara – 50% Parede Branca – 50% Parede Clara – 30% Parede Escura – 10% 5) Variação brusca do nível de iluminamento A diferença acentuada entre os níveis de iluminamento de dois locais de trabalho adjacentes pode ocasionar riscos de acidentes. deve ser feita a limpeza das luminárias. mesas de trabalho. 4) Cores adequadas As cores das superfícies existentes nos locais de trabalho. A seguir. ser localizadas de forma que não criem sombras ou contrastes nos locais onde se objetivar à iluminação. tais como tetos. devem ser escolhidas de forma que possuam uma refletância adequada.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 2) Distribuição e localização das luminárias As luminárias devem ser dispostas no ambiente de forma que proporcionem uma iluminação homogénea. ainda. 3) Manutenção Periodicamente. As luminárias devem. para evitar acúmulo de poeiras. aumentando desta forma o fluxo luminoso. b) Número de luminárias (N) Onde: Ø = Fluxo luminoso total. no entanto. tipo de luminária. c) Distribuição Com o número de lâmpadas obtidas e o tipo de luminária escolhido. vamos mostrar o dimensionamento utilizando-se o método lumens. recursos para evitar o isolamento excessivo. cortinas. levando-se em conta a altura. utilizando-se. o trabalhador vai perdendo a acuidade visual e a percepção de pequenos detalhes. clarabóias ou cobertura iluminantes. A ventilação natural é sempre prioritária. cores das paredes e teto e altura do foco luminoso. poderá ser feita a distribuição no local. A seguir. forma. quando necessário. conforme tabelas dos fabricantes. layout.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ 6) Idade do trabalhador Com o aumento da idade. FL = Fluxo luminoso da lâmpada obtido de acordo com o tipo de lâmpada e sua potência (tabelas dos fabricantes). Qualidade do ar em ambientes climatizados A ventilação é um meio de controle eficaz para o conforto térmico dos locais de trabalho. 7) Incidência direta de luz As janelas. Assim. quando ela não for 100 . conforme NBR5413. horizontais ou dentes de serras. deverão ser dispostas de maneira que o sol não venha incidir diretamente sobre o local de trabalho. 8) Dimensionamento de um sistema de iluminação artificial O dimensionamento de um sistema de iluminação artificial pode ser feito pelo método por ponto ou método lumens. no entanto. É função das dimensões do local. quanto maior a idade do trabalhador maior será o nível de iluminamento exigido em seu posto de trabalho. devendo-se. d = Fator de depreciação obtido em função do tipo de luminária. tais como toldos. venezianas. aproveitar ao máximo a iluminação natural. H = coeficiente de utilização obtido através das tabelas. entre outros.HIGIENE OCUPACIONAL I . a) Cálculo fluxo luminoso total — Ø Onde: S = Área do local em m2 E = Nível mínimo de iluminamento exigido para o local. Esse valor deve ser obtido em tabelas dos fabricantes.  Matéria prima sem especificação e inadequada: acidentes. para garantir a qualidade. máquinas e equipamentos. ferramentas defeituosas. de 16.  máquinas e equipamentos sem proteção.  ferramentas defeituosas ou inadequadas. gases e vapores coloca em risco a saúde dos trabalhadores.2003 estabelece orientação técnica e os padrões de qualidade nos ambientes climatizados.  sinalizações  ligações elétricas.  EPI inadequado. névoas. acidentes do trabalho.  armazenamento e transporte de materiais. contudo. a Portaria n. edificações.  Instalações elétricas deficientes: trazem riscos de Curto circuito. Já a Resolução n. mezaninos sem proteção. doenças profissionais. incêndio. Operação e Controle (PMOC) nos ambientes climatizados de uso coletivo. 9.  Transporte de materiais. pois sua contaminação por poeiras. problemas visuais. conforme transcritos a seguir: 5. RISCOS DE ACIDENTES São arranjo físico inadequados ou deficiente. queimaduras. passagens sem a atura necessária : quedas. doenças profissionais. com repercussão principalmente nos membros superiores. Riscos à saúde  Arranjo físico: quando inadequado ou deficiente.523/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece a obrigatoriedade da implantação do Plano de Manutenção. é necessário a utilização da ventilacão artificial. microorganismos. queda da qualidade de produção.  Iumínação deficíente .1.  Máquinas sem proteção: podem provocar acidentes graves. acidentes.HIGIENE OCUPACIONAL I . Essas deficiências podem abranger um ou mais dos seguintes aspectos:  arranjo físico. Assim. etc. choque elétrico. 176 da ANVISA. 3.  Falta de EPI ou EPI inadequado ao risco: acidentes. pode causar acidentes e provoca desgaste físico excessivo nos trabalhadores.  Edificações com defeitos de construção: a exemplo de piso com desníveis. peças. escadas fora de ausência de saídas de emergência. acidentes fatais.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ suficiente. a qualidade do ar é fundamental. fumos. atualizada pela Resolução n.  equipamento de proteção contra gahhhincêndio.  edificações. transporte de materiais. armazenamento inadequado. A climatização do ambiente é muito utilizada na obtenção do conforto.fadiga. risco de explosão. 101 . equipamentos sem as devidas precauções: acidentes.  Ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes. explosões. acidentes. de explosão etc.  Sinalização deficiente: falta de uma política de prevenção de acidentes. sobrecargas de redes elétricas: incêndios. de incêndios: ações desorganizadas nas emergências. informações de segurança insuficientes etc. alarmes. de quedas.  Armazenamento e transporte de materiais: a obstrução de áreas traz fiscos de acidentes. traz efetivos riscos de incêndios.HIGIENE OCUPACIONAL I .  Armazernamento e manipulação inadequada de inflamáveis e gases. comprometem a saúde ocupacional dos funcionários. da localização de escadas e caminhos de fuga. de incêndio. não delimitação de áreas.Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________  Falta de sinalização das saídas de emergência.  Equipamento de proteção contra incêndios: quando deficiente ou insuficiente. curto circuito. não identificação de equipamentos que oferecem fisco. 102 . JMOF 103 .HIGIENE OCUPACIONAL I .Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho ____________________________________________________________ Referências Bibliográficas CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA E HIGIENE OCUPACIONAL – TUFFI MESSIAS SALIBA INTRODUÇÃO A HIGIENE OCUPACIONAL – FUNDACENTRO / TEM Sabará 2007 / 2009.


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