etica e moral

June 6, 2018 | Author: Juraci Flora Sousa | Category: Morality, Philosophical Science, Science
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Intenção ética e norma moral . De modo a evitar que essas pessoas morram atropeladas. Sofia só tem uma hipótese: desviar o elétrico para outra linha. Sofia desvia o elétrico. sim. Ainda assim. Será que Sofia agiu bem? Intuitivamente. o seguinte:  Se um ato tem melhores consequências do que os atos alternativos. isso é uma razão para o realizarmos. descobre que os travões deixaram de funcionar. o que resulta na morte dessa pessoa. E. há cinco trabalhadores na linha que não terão tempo para se aperceber da aproximação do veículo. para piorar as coisas. Quando chega a uma descida. O problema é que nessa linha também está uma pessoa que não terá tempo para fugir. Mas que princípio justifica esta intuição? Presumivelmente. .Intenção ética O elétrico desgovernado Sofia está a conduzir um elétrico. “isso será suficiente para o elétrico parar. Embora ele morra atropelado.Intenção ética O homem pesado Ricardo está numa ponte que atravessa a linha do elétrico. Será que Ricardo agiu bem? Intuitivamente. (Desta vez não há uma linha alternativa!) Ao lado de Ricardo. Percebe que o veículo está descontrolado e que irá atropelar mortalmente cinco pessoas.” Ricardo empurra o homem para a linha. o seu corpo revela-se suficientemente pesado para deter o elétrico. não! Mas onde está a diferença relevante entre os atos de Sofia e os de Ricardo? . no entanto. “Se eu o atirar para a linha no momento certo”. está um homem espantosamente corpulento. pensa Ricardo. As pessoas que estavam na linha não são atingidas. Intenção ética Uma resposta para este problema: • A diferença relevante está na intenção dos agentes. mas não Sofia. • Ricardo. Mas será isto verdade? . teve a intenção de matar uma pessoa para salvar várias. assim. depender da intenção com a qual foi realizado. • E isso torna o seu ato errado: a moralidade de um ato pode. é quantas pessoas morrem e quantas são salvas. afinal. Contudo. Ora.Intenção ética Outra resposta possível ao problema do elétrico: A minha primeira reação foi julgar que Sofia agiu bem e que Ricardo agiu mal. É verdade que Sofia não teve exatamente as mesmas intenções que Ricardo. não consegui encontrar uma boa razão para avaliar estes atos de forma diferente. Atirar uma pessoa para um elétrico será assim tão diferente de atirar um elétrico para uma pessoa? Aquilo que conta. Esta é a resposta própria de um consequencialista. admito agora que Ricardo também agiu bem. como estou certo de que Sofia agiu bem porque salvou mais vidas. . mas o que importa isso? Tive assim de reconsiderar os meus juízos iniciais. Normas morais O consequencialismo diz-nos que há uma única norma moral fundamental:    Devemos fazer sempre aquilo que tenha as melhores consequências. Ou seja:  Um ato é certo ou permissível apenas no caso de não haver um ato alternativo cujas consequências sejam melhores. . Normas morais Um deontologista. . que geram normas como as seguintes: • Não devemos matar pessoas inocentes. Uma questão importante: Será que pelo menos algumas destas normas são absolutas? Aqui os deontologistas dividem-se. • Não devemos infligir sofrimento deliberadamente. acredita em limites para a promoção do bem. pelo contrário. Esses limites decorrem de direitos negativos. • Não devemos tirar aos outros aquilo que eles possuem legitimamente. • Os advogados devem defender os interesses dos seus clientes. . • Os criminosos devem compensar as suas vítimas.Normas morais Para os deontologistas. os limites à promoção também decorrem de obrigações especiais: • Os pais devem cuidar dos seus filhos. para um deontologista. Isto significa que. • Este dever tem um alcance limitado. as consequências importam. A moralidade de um acto depende de uma pluralidade de factores. importa não esquecer que os deontologistas admitem um dever de benevolência. • Existem actos supererrogatórios. Simplesmente não são tudo o que importa. .Normas morais Por fim.


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