As quatro técnicas de um PregadorOratória A expressão verbal é um instrumento de trabalho de quem pretende se comunicar com o público, mas a comunicação moderna é ampla e não apenas verbal. Portanto, embora seja mais adequado o uso do vocábulo comunicação, no sentido mais aberto, ao invés de oratória, que é restritivo, prevalece a tradição do uso da expressão oratória que, na verdade, significa uma forma de comunicação mais enfática, mais eloquente. Em várias situações, o ato de expressar-se em público não é apenas uma oportunidade, e sim uma necessidade. O conferencista, o professor, o líder, o advogado, o debatedor, etc, são apenas alguns exemplos. Dezenas de outras atividades também exigem o uso desse potencial humano. Silenciosamente, mas a passos largos, cada vez mais a comunicação toma espaço no cenário da valorização profissional. E, interessante, nem sempre se usa apenas a expressão oral. O magnetismo do gestual e a força da expressividade facial complementam o poder da voz. Atualmente, estão disponíveis inúmeros e modernos itens de suporte para facilitar a apresentação de uma tese ou matéria, como o uso de slides, filmes, fotos, cartazes, entre outros. Claro que, de uma forma ou de outra, todos eles funcionam. Mas para utilizar, ou até deixar de usar quaisquer destes recursos acessórios, é preciso que o comunicador domine a técnica e defina, com clareza, os resultados que pretende alcançar. É importante observar que, em cada uma das tantas situações em que o orador se apresentar, haverá a exigência de um tipo diferenciado de voz, uma postura adequada e uma forma própria de conduzir o interesse da plateia. O conferencista leva um tipo de conhecimento aos ouvintes, porém não tem o objetivo de convencer o seu auditório de que as suas assertivas são absolutamente certas e inequívocas. Apenas lança o seu ponto de vista sobre um determinado tema. Por isso suas colocações dever ão ser calcadas em informações culturais, científicas ou técnicas, embasadas em considerações e premissas notoriamente corretas para, então, oportunizar uma conclusão aceitável. O professor não apenas lança seu ponto de vista sobre um tema, mas pretende que os seus alunos absorvam os seus enunciados como fundamentos e, com esta base, possam criar e fomentar suas pesquisas para formar suas convicções. Como escopo deste objetivo, o professor usa e abusa do seu conhecimento e do de outras autoridades para fomentar as suas afirmações e instiga os seus alunos a conhecer as vertentes favoráveis e desfavoráveis de cada doutrina como instrumento do aprendizado. O líder, que engloba as atividades de advogados e políticos, dentre outras, não pode se restringir a apenas uma das várias formas de comunicação. Deve adotar técnicas que tendam a produzir efeitos fortes, que atinjam vários segmentos sociais, porque, quase sempre, dirige-se a uma massa heterogênea. Sua meta é convencer a todos que a cadeia de seu raciocínio é única e verdadeira e que cada um dos seus ouvintes deverá absorver e adotar a verdade expressada pela sua oração. Isso porque nesse caso, não há espaço para a dúvida e muito menos para uma segunda opinião. A missão do líder é convencer e, para tanto, tem de se valer de argumentos, de jogo de situações e comparações. aplicados na proclamação do evangelho. o desenvolvimento. o primeiro passo para se expressar em público deve ser o cuidado de elaborar o planejamento cuidadoso de como será processada a abertura e de como serão conduzidas as travessias de cada estágio do discurso. Estes são os pilares da comunicação em público. Depois da abertura vêm os estágios interdependentes que são a introdução.Tipos de Comunicação em Público As várias formas de comunicação em público exigem um adequado preparo genérico do orador. instintivamente. importa observar que a oratória é uma ciência que cria um diferencial de valor e resultado em qualquer atividade profissional e não deve ser vista apenas como uma ferramenta útil. Este termo surgiu durante o Iluminismo. entre os séculos XVII e XVIII. É aconselhável o treinamento de situações de emergência para que o orador. fortemente competitivo. deve ter a estrutura básica destas manifestações já gravadas na sua memória e assimiladas naturalmente. Já o debatedor tem a função de fazer colocações de sua opinião ou dúvida sobre aquelas já manifestadas pelo conferencista. 2 . para tanto.Nestes casos. deve ser absorvida como um conhecimento absolutamente necessário. além de respeitosa. a conclusão e o encerramento. como é natural. quando as principais doutrinas teológicas . Sua postura. Mas. gestual e vocal. como visto. deve ser agressivo e especialmente incisivo. deve ser objetiva. questionadora. No geral. mas não pode deixar de oferecer alternativa ou rumos novos para o entendimento ou absorção da abordagem principal. Portanto. no mundo atual.o mais comum. com grande parcela de improvisação. embora sejam exatamente destes que o auditório espera maior eficiência e ênfase do orador. HOMILÉTICA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA HOMILÉTICA:É a ciência que estuda os princípios fundamentais do discurso em público. já que em algumas circunstâncias pode ser necessária sua manifestação de absoluto improviso. até pela sua natureza. mas com auxílio de uma estrutura e/ou roteiro propositalmente arranjado. exigem melhor preparação visual. seja possível elaborar um planejamento viabilizando uma boa apresentação. apenas a leitura do discurso pronto . Estes merecem um exame mais detalhado. além do que. Em outras. não raro. possa fazer alterações e adequações aos discursos já proferidos em outras ocasiões e consiga superar o estigma da pressão e o medo do desconhecido Os discursos lidos são aqueles que correm o maior risco de serem pouco ou nada assimilados pelos ouvintes. Quando a situação assim o exigir o orador deve estar preparado para falar em público de improviso e. em se tratando de palestra ou aula. visto que dificilmente conseguem levantar o entusiasmo do auditório. Os demais discursos são mais usuais e as preparações mais uniformes. É que. que abordaremos nas observações sob este título. DEUS. Esteja de acordo com o local e a ocasião. Devemos considerar que.8 Conhecimento da palavra II Tm2:15 Manejo da palavra II Tm2:15 Guardar a palavra no coração Sl 119 InstrumentoII Tm 2:15 A palavra de Deus afirma que a fé vem pela pregação da palavra e a pregação pela palavra de Cristo´. seus ensinamentos e seu propósito. vem do latim. para isso. Pregação é o ato de pregar a palavra de Deus. arauto. Toda atenção está voltada para ele. Nos homens o uso do ³terno e gravata´ é adequado a quase todos os locais e ocasiões. Rm 10:17. ³Em meio ao desenvolvimento da reunião. A PALAVRA E O MINISTRO O pregador dirigi-se a Deus e transmite ao ouvinte a mensagem levando-o a Deus. Conhecer a Cristo de forma especial é além de ser convertido Ter certeza de uma chamada (missão) específica para o ministério da palavra o que só é possível a aquele que ³esteve com Jesus´. Apalavra grega correspondente a pregador é ³Keryx´. ³evangelion´. Como são os membros da igreja que visita? Quais são as características da denominação? Qual é o horário de início e término do culto? Em que bairro se localiza? Observe com atenção estes aspectos errados que devem ser considerados pelo pregador: . ÉTICA NO PÚLPITO ³A primeira impressão é a que fica´. por exemplo. falta de vivência real do pregador na fé cristã. falta de unidade corporal no sermão. As disciplinas que mais se aproximam da homilética são a hermenêutica e exegese que se complementam. isto é. PREGAÇÃOAto de pregar a palavra de Deus. como. falta de equilíbrio na seleção de textos bíblicos e a falta de um bom planejamento ministerial trazem dificuldades na proclamação da palavra.7.9 Autoridade/ousadia Mc 1:21 SOB O PONTO DE VISTA TÉCNICO Dom da palavraRm 12: 6. atravessa todo o corredor principal. HOMILETIKE ± (Grego) ensino em tom familiar HOMILIA ± (do verbo homileo ) Pregação cristã.Atos 4:13 2 ± Aquele que fala comoJesus ± Mateus 26:73 3 ± Aquele que fala de Jesus ± Atos 40:10 A proclamação do evangelho é trazer as Boas Novas da Salvação . Apresentar ao público Jesus Cristo. dogmática . Baseando-se em três passagens da vida de Pedro o pregador deve ser: 1 ± Aquele que esteve com Jesus. Não existe uma forma correta de se apresentar. quando existe uma indisposição do ouvinte para com o mensageiro. é preciso que o mensageiro tenha uma identificação completa com Cristo. uma boa-nova ± evangelho. ³prae´ e ³dicare´ anunciar.receberam nomes gregos. nos lares em forma de conversa. Pregador (aquele que prega). publicar. falta de aplicação prática às necessidades existentes na igreja. aquele que tem uma mensagem (Kerygma) do reino de Deus. a falta de preparo adequado do pregador. Entretanto. maior será sua resistência ao conteúdo da mensagem.´ Seu comportamento. que observado é dos pés a cabeça. aquele que será o preletor do encontro. imagem e exemplo é atributo influente na transmissão da mensagem como um todo. uma boa notícia. CARACTERÍSTICAS DE UM PREGADOR SOB O PONTO DE VISTA ESPIRITUAL Chamado para obra (ordenança) Mt 28:19 Conhecer Deus Atos 4:13 Ter uma mensagemAtos 5:20 Unção 2 Reis 2. apologética e hermenêutica. sobretudo as mulheres. Contar gracejos. 7 . Apertar a mão de todos. você começa derrotado ( não confundir com humildade).Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por que? 9 . comparando com versões diferentes para maior compreensão. Molhar o dedo na língua para virar as páginas da bíblia. (Fale sozinho) 3 .1 INTRODUÇÃO . exibir lenços sujos.Resuma com a seguinte frase: ³O assunto mais importante deste texto é. 1 ± Evite abordar questões teológicas muito complexas. 2 . cocar-se.Organize o texto em seções principal e secundárias. tradição. (basta um leve aceno) Fazer gestos impróprios.Pesquise o significado exato das principais palavras.. DEZ PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE 1 . 3 ± Procure estar dentro dos padrões da denominação.Observe o texto imediato e remoto.Fazer uma Segunda e auto-apresentação. O pregador não precisa aparecer. o pregador deve considerar as normas doutrinárias.) 8 . 6 .Verifique a linguagem do texto ( história. 10 . EXEGESE Exegese é o trabalho de exposição de um texto bíblico. 2 ± Não peça que a congregação faça algo que não esteja de acordo com os preceitos. milagre. país. 6 ± Converse sempre com o Pastor antes do início do culto. parábola. não aceite o convite. Quando convidado para pregar em outras igrejas.Reproduza o texto com suas próprias palavras. costumes. etc. Não fazer a leitura do texto ( Leitura deve ser de pé) Evitar desculpas.´ Hermenêutica I.. Chegar atrasado. Limpar as narinas. Obs.Faça anotações.Leia o texto em voz alta.) 5 . etc. 5 ± Respeite o horário ( mesmo que seja pouco tempo ).Pesquise o contexto ( época. Usar roupas extravagantes. profecia. anedotas ou usar vocabulário vulgar. arrumar o cabelo ou a roupa. Usar esboços de outros pregadores. litúrgicas e teológicas da igreja em questão. Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo. 4 ± Procure dar conotações evangelísticas a mensagem. ensino. principalmente sem fonte.A) Caso não concorde com alguns aspectos. 4 . B) Doutrina e mudanças cabem ao pastor da igreja C) Se acredita Ter recebido uma mensagem de Deus dentro desses aspectos: Fale com o Pastor. rainha dos etíopes.. 29 Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. A Hermenêutica Bíblica cuida da reta compreensão e interpretação das Escrituras. apocalíptica. que soldado será? (2 Timóteo 2:15). sentado no seu carro. eunuco. 34 Respondendo o eunuco a Filipe. o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adorar.etc. parábolas. 27 E levantou-se e foi.As circunstâncias variadas que concorreram na produção do maravilhoso livro exigem do expositor que o seu estudo seja meticuloso. I. o que estás lendo? 31 Ele respondeu: Pois como poderei entender. 1aPe:3:1822 É uma motivação e prática bíblica: Ne:8:8. tempo. quem contará a sua geração? porque a sua vida é tirada da terra. 33 Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento. estilos culturais. A perspicuidade e complexidade das Escrituras . É a tentativa de escutara Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido. assim ele não abre a sua boca. A Necessidade da hermenêutica 1. A própria história da Igreja.000 anos de interpretação bíblica 5. 28 regressava e. A Escritura é explicada pela Escritura e pelo Santo Espírito. e eis que um etíope.A arma principal do soldado cristão é a Escritura. história. isto gera um desafio que o estudante da bíblia deve entender como tal. cuidadoso e sempre científico. "interpretar". 1-. as parábolas de Jesus . anunciou-lhe a Jesus. e se desconhece o seu valor ou ignora o seu legítimo uso. ouviu que lia o profeta Isaías.Pe:3:15. 3. conforme os princípios hermenêuticos. porventura. mordomo-mor de Candace.O termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein. lia o profeta Isaías. As diversas dificuldadesque o texto bíblico apresenta: língua. Consiste num conjunto de regras que permitem determinar o sentido literal da Palavra de Deus. e. o qual está deserto. gêneros literários. dizendo: Levanta-te. se alguém não me ensinar? e rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse. como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia. 32 Ora.João 3:16 vs. estilos de vidas. 2a.O próprio Pedro admitiu que há textos difíceis de entender: "os quais os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição" (2 Pedro 3:15 e 16). 2-. de quem diz isto o profeta? de si mesmo. descobrir qual era a intenção original das palavras da Bíblia. ou de algum outro? 35 Então Filipe tomou a palavra e. e disse: Entendes. começando por esta escritura. a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi lev ado como a ovelha ao matadouro. estórias.. 30 E correndo Filipe. 3. At:8:26-31a. etc. epístolas.2 A NECESSIDADE DO ESTUD O Atos 8:26 Mas um anjo do Senhor falou a Filipe. disse: Rogo-te. 4. e vai em direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza. O conflito hermenêutico : O mundo de lá e o mundo de cá. sociedade. desde que esteja disposto a desgastar-se na descoberta da mensagem de Deus no texto 2. É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. Diversidade na literatura bíblica: poesias. A Bíblia interpreta a própria Bíblia. 2.